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Habeas data

Definição:
José Afonso da Silva, citando Firmín Morales Prats, define o habeas data como o
remédio constitucional que tem por objeto proteger a esfera íntima dos indivíduos
contra: (a) usos abusivos de registros de dados pessoais coletados por meios
fraudulentos, desleais ou ilícitos; (b) introdução nesses registros de dados sensíveis
(assim chamados os de origem racial, opinião política, filosófica ou religiosa, filiação
partidária e sindical, orientação sexual etc.); (c) conservação de dados falsos ou com
fins diversos dos autorizados em lei.
Alexandre de Moraes, por sua vez, define o habeas data como o direito que assiste a
todas as pessoas de solicitar judicialmente a exibição dos registros públicos ou
privados, nos quais estejam incluídos seus dados pessoais, para que deles se tome
conhecimento e se necessário for, sejam retificados os dados inexatos ou obsoletos
ou que impliquem em discriminação.

Natureza jurídica. Trata-se de uma ação constitucional, de caráter civil, cujo


procedimento foi regulamentado pela Lei n. 9.507/97.
Objeto: proteção do “direito líquido e certo” de:
• acesso aos registros (art. 5º, LXXII, “a”, da CR/88 e art. 7º, I, da Lei n. 9.507/97);
• retificação dos registros (art. 5º, LXXII, “b”, da CR/88 e art. 7º, II, da Lei n.
9.507/97);
• complementação dos registros (art. 7º, III, da Lei n. 9.507/97).

Legitimação ativa (impetrante). Através de habeas data só se pode pleitear


informações relativas ao próprio impetrante (pessoa física ou jurídica), nunca de
terceiros. Essa restrição visa preservar o direito à intimidade (art. 5º, X, da CR/88).
Legitimação passiva (impetrado): é o sujeito de direito a que pertencem os registros ou
banco de dados. Pode ser:
• Entidades governamentais: abrange órgãos da administração direta (União,
Estados, Municípios e Distrito Federal, aí incluídos quaisquer de seus órgãos,
sejam eles do Judiciário, Legislativo ou Executivo) ou indireta (autarquias,
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas).
• Entidades de caráter público: instituições, entidades e pessoas jurídicas privadas
que prestem serviços para o público ou de interesse público, envolvendo-se aí não
só concessionários, permissionários ou exercentes de atividades autorizadas, mas
também agentes de controle e proteção de situações sociais ou coletivas, como as
instituições de cadastramento de dados pessoais para controle ou proteção do
crédito ou divulgadoras profissionais de dados pessoais, como as firmas de
assessoria e fornecimento de malas-diretas.

Cabimento: necessidade de comprovar o interesse de agir. A jurisprudência dominante


entende indispensável a prova de ter o impetrante se utilizado previamente da via
administrativa, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito, por falta
de interesse de agir. Tal exigência foi encampada, expressamente, pela Lei n.
9507/97, como se vê do seu art. 8º.
Competência para processar e julgar: veja art. 20 da Lei n. 9.507/97.
Gratuidade: O art. 21, da Lei n. 9.507/97, repetindo o que consta do art. 5º, LXXVII, da
CR/88, estabelece a gratuidade do processo judicial de habeas data, assim como do
procedimento administrativo para acesso a informações, retificação de dados ou
inclusão de anotação.
Os processos de habeas data têm prioridade sobre todos os demais, ressalva feita aos
processos de habeas corpus e mandado de segurança (art. 19 da Lei n. 9.507/97).

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Habeas data e dados sigilosos: inaplicabilidade da ressalva contida no art. 5º, XXXIII,
da CR/88. Esse dispositivo constitucional não trata de informes pessoais, mas de
dados objetivos, acerca de outros assuntos porventura de interesse particular ou de
interesse coletivo, o que o distingue do dispositivo que trata do habeas data, este sim,
dizendo respeito a registros ou banco de dados relativos à pessoa do impetrante.
Assim, não há como se negar ao impetrante o acesso a esses mencionados registros
ou banco de dados, alegando-se sigilo em virtude da imprescindibilidade à segurança
da sociedade ou do Estado, o que se veda é o repasse dessas informações a
terceiros. Nesse sentido, é o entendimento do prof. Alexandre de Moraes. Também a
profa. Maria Sylvia Zanella di Pietro, quando afirma que embora o dispositivo (art. 5º,
XXXIII) assegure o direito à informação de interesse particular ou de interesse
coletivo, ele não se confunde com a informação protegida pelo habeas data, que é
sempre relativa à pessoa do impetrante, com a particularidade de constar de banco ou
registro de dados. E ela complementa acrescentando que o direito à informação
decorrente do art. 5º, XXXIII, da CR/88, e que se exerce na via administrativa, é mais
amplo e pode referir-se a assuntos dos mais variados como o conteúdo de um parecer
jurídico, de um laudo técnico, de uma informação constante do processo, de uma
prova apresentada em concurso público, do depoimento de uma testemunha etc.; não
se refere a dados sobre a própria pessoa do requerente; e pode ter por finalidade a
defesa de um interesse particular, como, por exemplo, o exercício do direito de petição
perante a própria Administração Pública, ou a defesa de um direito individual perante o
Judiciário, ou de um interesse coletivo, como a defesa do patrimônio público. Já o
habeas data, continua Di Pietro, assegura o conhecimento de informações relativas à
própria pessoa do impetrante; e o objetivo é sempre o de conhecer e retificar essas
informações, quando errôneas, para evitar o seu uso indevido. Ela conclui esta parte
da sua exposição sobre o tema do habeas data, com as seguintes afirmativas: 1. o
direito à informação de interesse particular ou coletivo (art. 5º, XXXIII), se negado pela
Administração, deve ser protegido pela via judicial ordinária ou pelo mandado de
segurança e não pelo habeas data; 2. o mesmo direito pode ser exercido de forma
ampla, com ressalva para as informações “cujo sigilo seja imprescindível à segurança
da sociedade e do Estado”; essa restrição não se aplica no caso do habeas data, que
protege a própria intimidade da pessoa. Essa conclusão decorre do fato de que o
inciso LXXII do artigo 5º não contém a mesma restrição inserida na parte final do
inciso XXXIII. Di Pietro traz ainda a lume a informação de que, infelizmente, outro foi o
entendimento adotado pela Consultoria Geral da República nos pareceres SR13, de
17.10.86 e SR 71, de 06.1088, publicados, respectivamente, na RDA 166/139 e no
Diário Oficial da União de 06.10.88, p. 19.804. Convém mencionar ainda o
entendimento do prof. Celso Ribeiro Bastos, a esse respeito. Segundo o referido autor,
não há que se confundir o instituto do habeas data com o previsto no art. 5º, XXXIII,
em que a Constituição assegura a todos o direito de receber informações dos órgãos
públicos. Aqui, afirma o prof. Celso R. Bastos, trata-se de o indivíduo ter acesso
àquelas informações que dizem respeito à atuação administrativa. São múltiplas as
situações em que o cidadão tem interesse em saber das intenções, dos propósitos,
dos planos, das metas de um administrador. São estes assuntos os contemplados
pelo inciso XXXIII. Este nada tem que ver com a obtenção de informações pessoais. E
acrescenta o prof. Celso R. Bastos que, embora o inciso fale em informações de seu
interesse particular, isto obviamente não significa informações sobre si mesmo. Estas
são próprias do habeas data. É óbvio também que esta medida não pode ser utilizada
para desvendar o estado atual de diligências administrativas ou de investigações
policiais. É necessário que as informações constem de registros ou banco de dados.
É, portanto, aquela informação armazenada, fichada, catalogada que não se confunde
com aqueles conhecimentos que a Administração pode possuir sobre alguém como
meio legítimo de levar adiante a atuação administrativa. Além do mais, ressalta o

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referido professor, ser necessário atentar-se que os dados hão de ser pessoais, é
dizer, definidores da situação da pessoa nas diversas searas da existência. E cita
como exemplos: religião, ideologia, situação econômica, profissional, hábitos sexuais.
O prof. Celso R. Bastos assinala que se não houver uma séria justificativa a legitimar a
posse pela Administração destes dados, eles serão lesivos ao direito à intimidade
assegurado no inciso X do art. 5º da Constituição. Ele arremata esta parte da sua
exposição com afirmativa de que, em princípio, não há possibilidade de registro
público de dados relativos à intimidade da pessoa. E que seria um manifesto contra-
senso que houvesse o asseguramento constitucional do direito à intimidade, mas que
concomitantemente o próprio Texto Constitucional estivesse a permitir o arquivamento
de dados relativos à vida íntima do indivíduo. Um pouco mais adiante na sua
exposição, o prof. Celso R. Bastos afirma que a retificação de dados deve ser
entendida amplamente para incluir a sua própria supressão, quando se tratar de
informações pertinentes à vida íntima da pessoa. Havendo de se observar, ainda, a
pertinência dos dados pessoais com as finalidades legalmente definidas do órgão
coletor. E continua com a afirmativa de que é preciso reconhecer-se que o possuir
dados pessoais, embora úteis em determinados campos da atuação administrativa,
como é o caso da atividade policial, ainda assim esta posse há se ser vista sempre
como algo excepcional, e é por isso que o controle nunca poderá se limitar apenas a
levar a efeito uma correção de dados errôneos. Terá de entrar no mérito da posse
daquela qualidade de dados.

BIBLIOGRAFIA: Curso de direito constitucional positivo. José Afonso da Silva. São


Paulo: Malheiros; Direito constitucional. Alexandre de Moraes. São Paulo: Atlas;
Comentários à Constituição do Brasil. v. 2. Celso Ribeiro Bastos e Ives Gandra
Martins. São Paulo: Saraiva; Direito administrativo. Maria Sylvia Zanella di Pietro. São
Paulo: Atlas.

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