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Capítulo 1
NOÇÕES GERAIS SOBRE A IGREJA
Termos usados no NT -
A ESSÊNCIA DA IGREJA
seus defensores, não é a mesma dos católicos, mas eles também não
abrem mão da salvação fora dos limites da igreja. “Assim a igreja é o
único instrumento desejado por Deus para a salvação do homem e,
consequentemente, não há salvação fora da mesma. Extra ecclesiam
nulla salus.” 8
6 Ibid, 672.
7 Hamilcar Alivisatos, “The Holy Greek Orthodox Church”, em The Nature
of the Church, editado por R. Newton Flew, (New York: Harper & Brothers, 1952), 41-42.
8 Alivisatos, 43. Contudo, Alivisatos coloca uma nota de rodapé, após essa
citação: “A teologia Grega-Ortodoxa não concebe o sentido deste axioma tão
exclusivamene quanto o da Igreja Católica Romana, mas no sentido de economia divina.
Deus deu a única Igreja para a salvação do homem, mas ninguém, nem mesmo a igreja,
pode dispor de Sua própria vontade para a salvação de outrem fora da Igreja, visto que
Deus deseja que todos os homens sejam salvos e que venham ao conhecimento da
verdade (1Tm 2.4). A salvação, portanto, daqueles que estão fora da igreja é algo além do
conhecimento e da vontade da igreja. A autoridade de sua unidade conduz naturalmente
à sua exclusividade, mas a sua experiência do cuidado salvador de Deus conduz a uma
confiança em que Ele cumprirá as coisas que não podem ser cumpridas pela
igreja.”(Ibid.)
mundo Protestante de volta para a ainda parte intacta da igreja não-
dividida.” 9
(Hoeksema, 564)
PERÍODO PATRÍSTICO
Este período inclui os pais apostólicos e os apologistas,
assim como até o tempo de Agostinho. Sempre viram a igreja como
communio sanctorum, mas não demorou muito para que algumas
alterações aparecessem demonstrando algum tipo de heresia
eclesiológica, já na segunda parte do séc.II. Nesse período já
começava aparecer a idéia de que não existia salvação fora da igreja,
conceito esse que foi desenvolvido posteriormente. À medida que
estudamos a patrística podemos perceber que a idéia de igreja ainda
não era bem clara e definida.
9 Alivisatos, 50-51.
10 Confissão de Fé de Westminster, XXV,1.
11 Richard A. Muller, Dictionary of Latin and Greek Theological Terms, (Grand
Rapids: Baker, 1986), 76.
5
PERÍODO DA REFORMA
PERÍODO MODERNO
(Hoeksema, p. 567)
16 Berkhof, 668.
17 Berkhof, 668.
FIGURAS BÍBLICAS PARA IGREJA
(Erickson, 1034-41)
Há muitas figuras usadas pelo Espírito Santo na
Escritura para descrever a idéia de igreja. Tratarei aqui apenas das
principais delas. O termo “igreja” é grego, mas algumas dessas
expressões ou figuras usadas para igreja têm um sabor hebreu ou
judaico.
POVO DE DEUS
Esta expressão é comum do pacto da graça, tendo
expressão na antiga e na nova dispensação. Ela é iniciada com a
promessa de Deus a Abraão, e atravessa toda a Escritura, sendo a
expressão mais comum do Novo Pacto, renovado no tempo de
Jeremias, e confirmado nos tempos do NT. “Porque esta é a aliança
que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor.
Nas suas mentes imprimirei as minhas leis, também sobre os seus
corações as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu
povo” (Hb 8.10).
Esta é a única expressão usada por Deus que vai do
Gênesis ao Apocalipse. O último eco dela está em Ap 21.3: “Eles serão
povos de Deus e Deus mesmo estará com eles”. É uma expressão
nascida na relação pactual entre Deus e os filhos de Abraão. A igreja
de todos os tempos é constituida daqueles que são povo de Deus.
Essa expressão indica a procedência dele. Ela também é indicativa do
fato de que Deus os elegeu. A Escritura é clara quando diz que Deus
“criou para Si um povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras”.
Essa expressão “povo de Deus” é nascida no VT, onde o
povo que Deus salvou da escravidão do Egito é típico do povo que
Deus salva da escravidão do pecado. Esta idéia de salvação, de
compra, de resgate está patente em Ex 15.13,16, e em outros lugares
como Dt 32.9-10; Os 1.9-10; 2.23. Embora a expressão tenha nascido
no VT, os escritores do NT se apropriaram dela e a usaram como
descritiva daqueles em quem Deus botou o Seu coração. O texto de
Rm 9.24-26 é uma interpretação renovada do texto de Oséias. Paulo é
absolutamente claro quando descreve os eleitos de Deus, a quem
Deus mostrou a sua misericórdia e que, por isso, eram chamados de
“vasos de misericórdia”, chamando-os de “povo meu”. Esta idéia de
“povo de Deus” está bem clara em outros escritos seus. Veja-se em Tt
2.14; 2Co 6.16; Rm 11.1-2; Lucas também teve noção clara de que
aqueles que Deus trazia para a salvação, eram povo de Deus (At
18.10).
O autor da Carta as Hebreus, refletindo a mentalidade
hebraica e o propósito de ensinar aos crentes do NT sobre a verdade
8
da igreja, diz que “resta um repouso para o povo de Deus” (Hb 4.9);
Pedro também usou a mesma expressão para destar os remidos de
Cristo Jesus em 1Pe 2.-8-910; João, o apóstolo, também faz uso da
mesma expressão num período escatológico (Ap 18.4; 21.3).
A idéia de “povo de Deus” traz consigo algumas
implicações com relação a Deus: Ela significa que Deus tem prazer
neles, que Deus supre as suas necessidades, que Deus os protege por
serem propriedade dEle; que Deus os guarda “como a menina dos
olhos” (Dt 32.10).
A idéia de “povo de Deus” traz consigo também algumas
implicações com relação aos remidos: Eles devem a Deus lealdade por
terem sido comprados; eles devem a Deus obediência; eles devem a
Deus um amor que é a resposta do Seu amor eles.
Estes são os que compõem a igreja de Deus, segundo os
escritores do VT e do NT.
Israel de Deus
Este é um outro nome para a igreja de Deus, sacado do
entendimento do VT, tendo sabor eminentemente judaico, mas com
tempero eminentemente cristão.
Esta expressão aparece na Carta aos Gálatas 6.17 - “E a
todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e
misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus”.
É importante observar que no VT testamento a expressão
“Israel de Deus”, em muitos casos, tem a ver com o Israel nacional,
que foi o objeto da libertação especial de Deus, mas no NT esta
mesma expressão não possui esta conotação nacional. Todos os
herdeiros da promessa, que não estão somente entre os judeus,
fazem parte do povo de Deus. Escrevendo aos judeus que vivia em
Roma (Rm 9.624), Paulo argumenta que o “verdadeiro israelita” não é
aquele que tem o sangue físico de Abrão. “Nem todos os de Israel são
de fato israelitas” (Rm 9.6). O verdadeiro israelita é aquele que é filho
da promessa, aquele que é herdeiro das bençãos espirituais
reservadas à verdadeira descendência de Abraão. Esses filhos de
Abraão são chamados de “filhos de Deus” (Rm 9.8), por causa da
palavra da promessa de que seriam beneficiados apenas aqueles em
quem Deus havia colocado o seu amor eletivo. Esses são compostos
de judeus e de gentios igualmente. Não há mais uma distinção
nacional. O verdadeiro Israel de Deus, ou a verdadeira descendência
de Abrão está restrita apenas aos que recebem o amor de Deus e
respondem com fé. Paulo mostra isso em Rm 4 e em Gl 3. Somente os
verdadeiros israelitas ou os verdadeiros descendentes de Abraão é
que Jesus Cristo socorre (Hb 2.16).
9
VISÍVEL E INVISÍVEL
A igreja visível é aquela que se manifesta publicamente
nas reuniões, nas suas confissões e no seu testemunho. Todos os
membros dessa igreja crêem na mesma fé histórica, confessando as
mesmas verdades básicas dela. Nela estão todos os que são batizados
com água e que já confessaram a sua fé publicamente, participando
dos sacramentos, que são os sinais visíveis de uma bênção invisível,
no culto público.
Nem todos os que são membros dessa igreja visível são
necessariamente regenerados pelo Espírito Santo e convertidos a
Cristo.
A igreja invisível é aquela que é composta de todos os
remidos de Jesus Cristo, incluindo os que já foram batizados e os que
ainda estão para ser. Só os salvos fazem parte dela. Todos os
membros dela são regenerados pelo Espírito e vêm a ter fé salvadora,
recebendo a salvação da condenação e a vida eterna. Em outras
palavras: membros dessa igreja são todos os eleitos por quem Jesus
veio a morrer e o Espírito veio regenerar, de todas as épocas. Via de
regra, todos os membros da igreja visível passam pela igreja visível,
isto é, a dos batizados e a dos confessantes.
É importante lembrar que não são duas igrejas diferentes,
mas dois aspectos diferentes de uma só igreja. Assim como somos
invisíveis quando se trata de nosso espírito, e visíveis quando se trata
do nosso corpo, todavia, estamos falando da mesma pessoa, assim
acontece quando falamos da igreja visível e da invisível.
Contudo, por causa das confusões trazidas por estas duas
palavras, achamos que não é a melhor terminologia a ser usada.
Menos complicados são os termos seguintes:
OS COMPONENTES DA IGREJA
A BASE DA IGREJA
(Brakel, p. 15)
(ver Brunner, p.117-130)
A IGREJA É UNA
Isto significa que ela está dispersa e espalhada por todas
as partes do mundo, consistindo de muitas igrejas locais, não sendo
presa nem confinada a um único lugar, ou dependendo de uma única
sé. A igreja de nosso Redentor é composta de remidos em toda as
15
A IGREJA É SANTA
A igreja é composta de santos, isto é, de pessoas que Deus
separou para que fossem o corpo de Jesus Cristo, o Seu Filho. É
neste sentido que, falando a respeito da igreja, Pedro disse: 1Pe 2.9 -
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de
propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes
daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”
Em suas saudações às comunidades cristãs de sua época,
Paulo sempre inicia suas cartas tratando os irmãos de “santos” 20.
Nesse sentido, em todas as épocas, a igreja tem sido “santa”, isto é,
separada por Deus, distinta das outras pessoas do mundo.
Quando falamos que a igreja é santa, não estamos nos
referindo simplesmente ao fato dela ser separada do mundo, mas ao
fato dela pertencer a Deus, e ser colocada para o serviço de Deus no
mundo. Pelo fato dela pertencer a Deus, algumas coisas podem ser
ditas da sua santidade:
1) Ela é santa porque ela é composta de pessoas
genuinamente regeneradas pelo Espírito Santo e que
verdadeiramente são crentes em Cristo Jesus;
2) Ela é santa porque tem as suas prescrições baseadas
unicamente na Santa Palavra de Deus;
3) Ela é santa porque ela é constantemente exortada por
essa Palavra a viver santamente;
4) Ela é santa porque ela se distingue no comportamento
das outras sociedades do mundo.
Quando falamos que é igreja é santa, não estamos
querendo dizer que não haja pecado nela, ou que ela seja perfeita ou
pura. Esse é, na verdade, o alvo final de Deus para igreja. Foi por isso
que Jesus morreu.
Ef 5.25-27 - “...Cristo amou a igreja, e a si mesmo se
entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a
purificado por meio da lavagem da água pela Palavra, para
a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem
ruga, nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito.”
Tudo o que tinha que ser feito na história da redenção
para a santidade moral e espiritual da igreja já foi feito. A aplicação
plena dessa realidade na vida pessoal dos membros da igreja, ainda
está por ser feita. Este alvo será atingido quando Cristo se manifestar
na sua vinda. Até que isto aconteça, a igreja ainda viverá debaixo da
tensão entre o que já se realizou nela e o que ainda não se realizou. O
que é santo na igreja ainda está misturado com o pecado. Os
resquícios da corrupção ainda não foram tirados da igreja. Ela ainda
21 Mt 13.24-30.
21
A IGREJA É APOSTÓLICA
A Igreja está sendo construída sobre o fundamento dos
apóstolos e dos profetas (Ef 2.20).
AS MARCAS DA IGREJA
( Brakel, p.25)
PUREZA DA DOUTRINA
SANTIDADE DE SEUS MEMBROS
OS SINAIS DA IGREJA
O PAPEL DA IGREJA
(Erickson, 1051-59)
ADORAR
EDIFICAR
EVANGELIZAR
SERVIR
24
A IDÉIA DE IGREJA NO VT
A IDÉIA DE IGREJA NO NT
Diferenças
Semelhanças
A)
SISTEMA EPISCOPAL DO METODISMO
A forma mais simples de governo episcopal é encontrado
na igreja Metodista, onde existe um só nível de bispo.
Através de toda a história do metodismo, a quantia de
poder concedida aos bispos tem variado. Mas em geral dentro do
metodismo, assim como no anglicanismo, o bispo tem o poder de
ordenação. A autoridade deles transcende a dos ministros comuns.
Como representantes de Deus e como pastores eles governam e
cuidam de um grupo de igrejas antes do que meramente de uma
congregação local. 26 Na teoria o bispo tem o poder absoluto de,
governando, substituir ou mudar um pastor de uma congregação
para outra de sua diocese. O bispo também tem a função de
27 Ver Millard Erickson, Christian Theology, (Grand Rapids: Baker, 1990), pp. 1070,71.
28
Argumentos Pró -
a) Cristo é o fundador da igreja. E ele proporcionou a igreja uma
estrutura de governo autoritativa. Ele enviou os apóstolos com toda
autoridade;
b) A posição que Tiago ocupou na igreja de Jerusalém. Sua
autoridade foi similar a dos bispos posteriormente. Aqui está o
precedente para o sistema episcopal;
c) O argumento histórico de que há uma linha direta de
sucessão dos apóstolos até os bispos de hoje. A autoridade dos
apóstolos é transmitida a eles.
No sistema episcopal o bispo é a chave para o
funcionamento do sistema. Alguns mais radicais dizem o bispo é a
verdadeira essência da igreja. Não existe igreja sem os bispos. Uns
poucos diriam que o episcopado é a igreja. Dentro da Igreja Católica,
eles compõe a ecclesia docens que, num certo sentido, é a verdadeira
igreja. A outra, ecclesia audiens, a dos fiéis, é derivada desta.
Em alguns rincões do mundo romano o bispo tem sido
considerado como alguém que é vestido de autoridade mesmo
secular, em questões temporais. Eles são, nesse sentido,
considerados os príncipes da igreja e também como alguns os
consideram, a própria igreja.
Em geral os bispos definem a igreja. Eles não são
escolhidos pela congregação, mas são chamados de cima.
Argumentos Contra -
a) É um sistema que tende a enfatizar mais o ofício do que
a pessoa que sustenta o ofício. No NT a autoridade está também
vinculada aqueles que eram espiritualmente qualificados e que
possuiam a sã doutrina;
b) Não há nada na história da igreja que prove
incontestavelmente a sucessão apostólica.
c) A Escritura não tem qualquer indício desse sistema
altamente desenvolvido de governo.
d) Não há qualquer indicação na Escritura de que haja
diferença entre os bispos e os presbíteros.
e) A Bíblia certamente reconhece que a igreja tem uma voz
no chamado de seus próprios oficiais.
f) É um sistema que não dá o devido valor ao exercício
direto do Senhorio de Cristo sobre a igreja.
29 Hoeksema, p. 624.
30 Hoeksema, p. 625.
30
a) Autoridade da Escritura -
Todos os Reformados conscientes admitem que nem todos
os detalhes do sistema presbiterial de governam encontram
fundamento explícito da Escritura, mas todos concordam que os
elementos básicos estão enraizados nela, e apelam para ela.
b) Governo Representativo -
O sistema presbiteriano de governo é um dos mais difíceis
de serem entendidos. De um lado, ele sustenta a autonomia da igreja
local. Do outro, ele atribui um certo poder decisório aos concílios
32
c) Paridade do Ministério
Não existe superioridade de ofício no Sistema Presbiterial
de Governo. Nenhum oficial tem maior autoridade do que outro,
mesmo nos concílios da igreja. Não existe hieraquia de ofícios ou de
oficiais neste sistema de governo eclesiástico. A Escritura usa os
termos "bispo", "presbítero", "pastor" e "ministro" intermutavelmente.
Não há qualquer diferença de importância entre eles. O que muda o
aspecto como alguém serve no corpo.
(Berkhof, 695-698)
O SIGNIFICADO DE OFÍCIO
A AUTORIDADE DO OFÍCIO
DOTAÇÃO DIVINA
Esse tem a ver com os dons do Espírito que qualificam
alguém para exercer o oficialato. Não existe uma "vocação" explícita
na Escritura para alguém exercer os ofícios de presbítero e de
diácono. O desejo de ser presbítero ou diácono nasce devido aos dons
dados pelo Espírito.
CHAMAMENTO DA IGREJA
Este tem a ver com a eleição da congregação. Esta só deve
escolher aqueles que comprovadamente manifestam os dons do
Espírito para que exerçãm oficialato. Sem esse aspecto externo eles
não poderão exercer a autoridade formal de oficiais, embora tenham
os dons do Espírito. Geralmente há mais pessoas capacitadas para
exercerem o oficialato do que se pode eleger. A igreja local é quem
determina quem vai exercer o ofício e representá-la nas decisões de
governo.
O OFÍCIO DE PRESBÍTERO
O OFÍCIO DE DIÁCONO
Capítulo 4
A AUTORIDADE DA IGREJA
(Ver Berkhof, p. 709-720)
A AUTORIDADE DE ORDEM
ADVERTÊNCIA
Este primeiro estágio consiste na exortação, repreensão e
advertência ao faltoso, primeiramente de um modo privado, pastoral
(Mt 18.15) Depois,então, na presença de duas ou três testemunhas
(Mt 18.16); em seguida a advertência dos presbíteros, que está
implícito em 1Ts 5.12 e, em última instância na presença de toda a
igreja (Mt 18.17a). Normalmente, na praxe presbiteriana, esta última
fase de advertência não acontece, por se entender que o conselho de
presbíteros representa a igreja.
EXPULSÃO
Neste último estágio, o faltoso impenitente é desligado da
igreja. Isso significa que ele não mais será reconhecido como irmão,
mas como um ímpio. Este foi o procedimento da Igreja do Antigo
Testamento e também da do Novo Testamento.
Essa expulsão tem, pelo menos, duas fases: evitar
companhia com ele considerando-o como um ímpio; considerá-lo
como gentio e publicano.
O Ensino de Paulo
Primeiramente Paulo fala a respeito de evitar a pessoa
impenitente, deixando-a isolada. É extremamente curioso que Paulo
ordena que sejam evitadas pessoas que criam contendas na igreja,
andando em discordância com a doutrina que aprendem. Este passo
da disciplina tem em Paulo a razão maior das divisões por causa de
doutrina, aliás, um passo que tem sido evitado em nosso meio em
nome do amor. Os concílios das igrejas têm tido mais preocupação
com o bem-estar das pessoas do que com a fidelidade ao ensino da
Palavra de Deus. Veja o ensino disciplinar de Paulo.
Rm 16.17-18 - “Rogo-vos, pois, irmãos, que noteis
bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em
desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos
deles, porque estes tais não servem a Cristo, e, sim, a seu
próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas enganam
os corações dos incautos.”
O outro texto de Paulo está numa de suas cartas
pastorais, e mostra mais uma vez a sua preocupação com pessoas
que provocam divisões na igreja, justamente por causa de doutrina,
pois é esse o contexto do ensino de Paulo na carta a Tito. Essas
pessoas devem ser evitadas pelos ministros (no caso Tito) e pelos
crentes em geral como o texto anterior deixou bem claro. É parte do
44
1) A GLÓRIA DE DEUS
Este é o fim absolutamente último da disciplina final que
é a expulsão de membros faltosos e impenitentes da igreja. Quando o
nome de Deus é desonrado e blasfemado entre os incrédulos pelo
comportamento leviano e impenitente dos membros arrolados na
igreja, a expulsão é benéfica para que os ímpios vejam o zelo que
Deus tem pelo Seu santo nome, através dos oficiais da igreja. A glória
41 CFW, capítulo XXX, iii.
42 CFW, capítulo XXX, iii.
46
de Deus deve ser o alvo final da disciplina eclesiástica (Is 66.5). Por
essa razão, ela deve ser aplicada com muita propriedade e com um
santo temor.
2) A PUREZA DA IGREJA
Este é o fim primeiro da disciplina eclesiástica. A igreja
deve ser preservada da infecção generalizada que pode ocorrer com a
presença constante do pecado sem punição no meio dela. Segundo
Jesus Cristo, um pouco de fermente pode levedar toda a massa. Por
isso Paulo manda que tiremos fora o velho fermento (1Co 5.7,13). A
lepra tem que ser tirada do acampamento dos santos, a fim de que
estes não sejam contaminados também. Por essa razão, os pecadores
impenitentes, cujas palavras corroem como câncer, devem ser
retirados do meio da igreja, para a saúde dela.
O EXERCÍCIO DA DISCIPLINA
A NECESSIDADE DA DISCIPLINA
LEVANTAMENTO HISTÓRICO
Admoestações particulares
“O primeiro fundamento da disciplina é proporcionar um lugar
para a admoestação privada”. Calvino, então, argumenta que esse é
43
um papel dos membros da igreja em geral. Diz ele que “cada irmão
deveria se esforçar para admoestar o seu irmão.” Todavia, ele
encarregou os pastores e os presbíteros para fazerem essa tarefa com
mais especificidade, pois o dever deles era não somente o de instruir
e pregar, mas também de advertir e de exortar em cada família. 44
Admoestações Públicas
Quando as admoestações particulares não surtem o efeito
desejado, isto é, quando o faltoso “teimosamente rejeita tais
admoestações ou mostra que ele as despreza persistindo em seus
próprios vícios, após ter sido admoestado uma Segunda vez na
presença de testemunhas, Cristo ordena que seja chamado ao
tribunal da igreja, ou seja, o corpo de presbíteros, e seja admoestado
como pela autoridade pública...” 45
Excomunhão
Calvino também encorajou o aplicação da pena da excomunhão
que, às vezes, não é devidamente entendida. Algumas vezes parece
que Calvino sugere uma suspensão temporária da ceia, mas quando
entendido devidamente, a sua idéia real é a de excomunhão. Veja o
que ele diz a respeito daqueles que praticam faltas graves, tornando-
se pecadores obstinados: “mas ele [o faltoso] deve, por um tempo, ser
privado da comunhão da Ceia até que ele dê certeza de seu
arrependimento”. Se essa frase de Calvino fosse final, sem um
comentário posterior, então pensaríamos que ele estivesse falando de
uma penalidade mediana entre a advertência e a exclusão. Na
verdade, a frase seguinte diz: “Porque Paulo não somente repreendeu
o faltoso de Corinto em palavras mas baniu-o da igreja, e repreendeu
os coríntios por tolerá-lo por tão longo tempo (1 Co 5.1-7).” Portanto,
46
49 The Works of John Owen, vol. 16, 165 (grifos do próprio Owen)
50 Ibid.
51 Ibid.
53
LEVANTAMENTO ESCRITURÍSTICO
ADVERTÊNCIA
Este primeiro estágio consiste na exortação, repreensão e
advertência ao faltoso, primeiramente de um modo privado, pastoral
(Mt 18.15) Depois,então, na presença de duas ou três testemunhas
(Mt 18.16); em seguida a advertência dos presbíteros, que está
implícito em 1Ts 5.12 e, em última instância na presença de toda a
igreja (Mt 18.17a). Normalmente, na praxe presbiteriana, esta última
fase de advertência não acontece, por se entender que o conselho de
presbíteros representa a igreja.
EXPULSÃO
Neste último estágio, o faltoso impenitente é desligado da
igreja. Isso significa que ele não mais será reconhecido como irmão,
mas como um ímpio. Este foi o procedimento da Igreja do Antigo
Testamento e também da do Novo Testamento.
Essa expulsão tem, pelo menos, duas fases: evitar
companhia com ele considerando-o como um ímpio; considerá-lo
como gentio e publicano.
O Ensino de Paulo
Primeiramente Paulo fala a respeito de evitar a pessoa
impenitente, deixando-a isolada. É extremamente curioso que Paulo
ordena que sejam evitadas pessoas que criam contendas na igreja,
andando em discordância com a doutrina que aprendem. Este passo
da disciplina tem em Paulo a razão maior das divisões por causa de
doutrina, aliás, um passo que tem sido evitado em nosso meio em
nome do amor. Os concílios das igrejas têm tido mais preocupação
com o bem-estar das pessoas do que com a fidelidade ao ensino da
Palavra de Deus. Veja o ensino disciplinar de Paulo.
Rm 16.17-18 - “Rogo-vos, pois, irmãos, que noteis
bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em
desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos
deles, porque estes tais não servem a Cristo, e, sim, a seu
próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas enganam
os corações dos incautos.”
O outro texto de Paulo está numa de suas cartas
pastorais, e mostra mais uma vez a sua preocupação com pessoas
que provocam divisões na igreja, justamente por causa de doutrina,
pois é esse o contexto do ensino de Paulo na carta a Tito. Essas
pessoas devem ser evitadas pelos ministros (no caso Tito) e pelos
crentes em geral como o texto anterior deixou bem claro. É parte do
processo de expulsão essa atitude de evitar aquele que procede
impiamente, pois a condenação já está sobre ele.
56
PALAVRA
SACRAMENTOS
ORAÇÃO
Capítulo 6
OS SACRAMENTOS DA IGREJA
OS SACRAMENTOS EM GERAL
Unidade no Significado
Unidade no Número
O SIGNIFICADO DE BATISMO
OS MODOS DE BATISMO
OS SUJEITOS DO BATISMO
Capítulo 7
O DEVER DE SER UNIR À IGREJA
Brakel, p. 55
Capítulo 8
A CRISE DA IGREJA
AS MANIFESTAÇÕES DA CRISE
AS CAUSAS DA CRISE
************************************************
Curriculum Vitae