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“Estive na Rocha, depois mais “A própria Lisnave foi uma escola, “Dá-se uma avalanche de entradas (…)
ou menos em agosto [1965] uma mãe de aprendizagem para todos vem gente do Barreiro, da CP,
vim para a Lisnave. aqueles que estiveram lá.” da CUF (…) vem gente também aqui
Foi o princípio da Lisnave.” (José Moura) dos estaleiros, Arsenal, Parry,
(José Inácio Galego) Companhia Portuguesa de Pesca,
Sociedade de Reparações
“Foram entregues propostas lá na de Navios, etc.”
“Foi uma grande casa escola em Évora aos melhores alunos
para mim, aí é que (José Manuel Maia)
e eu tinha boas notas
aprendi tudo.” e deram-me uma proposta.
(José Tavares Pereira) A Lisnave nessa altura estava a pedir “Para um miúdo que vem de Trás-os-
indivíduos com o curso industrial, -Montes e eu consegui integrar-me,
certamente pelo país todo.” não é fácil, muitos deles me tratavam
(Valentim Calhau) como se eu fosse filho deles.”
(Filipe Rua)
“O sentimento é um sentimento
de pequenez perante a grandiosidade. “Passado um dia ou dois recebi uma
Entrar na Lisnave (….) aquele pórtico carta para me apresentar (…). Quem
é imponente, é realmente um símbolo era do Olho de Boi, pimpa, pimba, eles
da Lisnave (…) que choca do ponto sabiam que estavam ligados ao ramo
de vista do deslumbrar. da construção naval, reparação naval,
É algo imponente, importante.” fui logo, entrei logo.”
(José Manuel Maia) (António Xavier)
“Inscrevi-me na Lisnave
com 15 anos, chamaram-me, fiz um
exame e disseram que eu podia ficar.
Fui para a Caldeiraria, para o serviço
de marcação”
(José de Carvalho)
“Na Lisnave foi onde eu me fiz homem
e onde criei muitas amizades” “Uma percentagem elevada dos
(Clemente Mitra) trabalhadores que entravam para
a Lisnave, nunca tinham trabalhado
em ferro. Uns eram barbeiros,
outros eram cobradores da rodoviária
“Na altura não havia muitas mulheres
(…) outros eram trabalhadores
e eu trabalhava na Secção de Pessoal
do campo.”
e eles conheciam-me e quando havia
(Joaquim das Dores Guerreiro)
qualquer coisa iam lá. Eu era a Teresa
do Pessoal. Era como era conhecida.”
(Teresa Lapa) “Entrei em 71 porque eles
necessitavam muito de mão-de-obra
e eles aceitavam quase
toda a gente.”
(José Alberto Rego dos Santos)
Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada.
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Vista área de Cacilhas e Margueira
na década de 1950.
Após a abertura da Estrada Nacional
10 (atual Av. Aliança Povo-MFA).
Cedência: Centro de Documentação
e Informação da APL | Administração
do Porto de Lisboa, S.A.
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Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada.
Notícia sobre o início das obras Estaleiro da Margueira. Construção da ensecadeira. São conquistados
de construção do Estaleiro da Margueira. cerca de 260 000 m2 ao rio Tejo, obrigando a um aterro hidráulico
Jornal Praia do Sol. 01/05/1964. de mais de 1,5 milhões de metros cúbicos. 1964.
“Quando foi a construção do estaleiro íamos lá porque sabíamos
Cedência: Arquivo Histórico Municipal de Almada
que estava sempre a avançar e tinha que haver uma história
do crescimento do estaleiro.” (Lourdes Matos)
Cedência: Lisnave, Estaleiros Navais, S.A. | Fotografia de Lourdes Matos
Nos seus 45 hectares podemos encontrar posto médico, refeitórios, oficinas e equipamen-
tos destinados a realizar todo o tipo de trabalhos: reparações, conversões e aumentos de
capacidade/jumboizing em navios petroleiros e cargueiros.
A Lisnave que nos finais da década de 1960 tem 3 563 trabalhadores atinge, em 1976, os
9 800, 8 300 dos quais adstritos à Margueira, transformando-se numa das maiores con-
centrações operárias do país.
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Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada.
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Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada.
8518
8533
8200
7996
7715
7140
7103
6703
6718
6582
4948
4522
4552
4511
4099
4164
3815
3719
3712
3623
3472
2129
1926
1768
1340
1318
1270
N.º de Trabalhadores 1141
Ano
0
69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 0
19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 20
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Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada.
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Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada.
“Lembro-me da inauguração
da doca 13, a Doca Alfredo
da Silva. Esteve lá o Presidente
da Republica. Falou e disse
que ia haver muito trabalho para
a Lisnave, que aquele era um
empreendimento muito grande
porque era a maior doca do
Mundo naquela altura.”
(José de Carvalho)
Estaleiro da Margueira.
Vêm-se as duas docas secas, 11 e 12 e o edifício da Caldeiraria.
1964-1967
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Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada.
“O estaleiro começou
a trabalhar, a fazer
reparações de navios
ainda antes da inauguração.
Antes de 1967 já tínhamos
os navios a reparar.”
(Álvaro Rodrigues)
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Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada.
Inauguração do Estaleiro
da Margueira.
Condecoração do encarregado
António Lourenço com
a Ordem de Mérito Agrícola
e Industrial.
23 de junho de 1967
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Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada.
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Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada.
Estaleiro da Margueira.
Início da construção da doca 13, na qual irão
operar duas gruas de 15 toneladas e um pórtico,
capaz de levantar pesos até 300 toneladas. 1970
Estaleiro da Margueira.
Construção da doca 13.
1971
Cedência: Centro
de Documentação
e Informação da APL
| Administração do Porto
de Lisboa, S.A.
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Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada.
Estaleiro da Margueira.
Construção da doca 13 e pórtico.
1971
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Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada.
Estaleiro da Margueira.
Construção da doca 13 e pórtico.
1971
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Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada.
Estaleiro da Margueira.
Primeira docagem na doca 13.
Navio português “Príncipe Perfeito”
e petroleiro “Esso Norway”. 1971
Estaleiro da Margueira.
1973
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Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada.
Estaleiro da Margueira.
Década de 1980.
“No primeiro dia que eu entrei
na Lisnave eu não vi água. Porque
os navios que rodeavam, faziam uma Anúncio de recrutamento
muralha (…). É um choque muito grande. da Lisnave. Jornal de Almada,
O sentimento é um sentimento 30 de junho de 1973
de pequenez, é um sentimento de, “Concorri. O anúncio era: empresa
nos primeiros momentos, nos primeiros industrial de grande dimensão
dias, nos primeiros meses, é um homem pretende admitir. E eu respondi
só no meio da multidão (…). “ sem saber que era a Lisnave.
Depois recebi um telegrama para
(José Manuel Maia)
ir à Lisnave para ser entrevistado
Cedência: Museu da Cidade de Almada e fui admitido.”
| Fotografia de Júlio Diniz (José Mata)
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Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada.
Anúncio da Lisnave.
Jornal de Almada. 11 de novembro 1978
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Estaleiro da Setenave com pórtico
de 500t. Setúbal, Mitrena.
Álbum Setenave, Estaleiros Navais
de Setúbal, S.d. (Fotografias
de Augusto Cabrita)
Museu Naval de Almada
| Centro de Documentação
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Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada.
ASRY ARABIC
SETENAVE SHIPBUILDING
Setúbal/Mitrena & REPAIR YARD
1973 Bahrein
CABNAVE 1977
Ilha de S. Vicente
Mindelo/Cabo verde
1983
JSRY JEDDAH
GUINAVE SHIP REPAIR YARD
1984
Arábia Saudita
1982
ESTALNAVE
SOREFAME EMANA
DE LUANDA Moçambique/
SAYDI MINGAS Maputo
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