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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA

DISCLIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERVISIONADO II


TURMA 1

PROF.DRª. VIVIAN FONSECA


TÍTULO: ATIVIDADE –MUSEU DO FOLCLORE

ANDREA DA CONCEIÇÃO – MATRÍCULA: 2014.1.01892.11


ISABELLE VIEIRA MACHADO – MATRÍCULA: 2014.1.03587.11

RIO DE JANEIRO
2018.2
Objetivo
A presente proposta de atividade tem como objetivo analisar a presença dos corpos
negros nas experiências históricas, sobretudo aquelas que ainda incidem de um centro
europeu. E para tanto, foi escolhido o caso da Vênus Negra1, uma africana que pouco se
sabe sobre ela, mas o fato mais conhecido é o peso que ela suportou, diante das
desmedidas de um centro europeu que acreditava que se tratava do centro do mundo, se-
utilizando da ciência como balança para a racionalidade para a humanidade.
A Vênus Negra, uma mulher negra que foi retirada do sudoeste do Continente
Africano, mas especificamente do povo Koisam. Sendo vendida para um médico
Britânico, que a levou para a Grã-Bretanha e a expos como objeto do zoológico humano,
onde permaneceu de 1810 a 18152. Onde “os espectadores pagavam dois xelins para vê-
la, e os que quisessem tocar- lhe as volumosas nádegas pagavam uma taxa adicional.”3
Saartjie Baartmann como também era conhecida pela historiografia, tem seu fim
de forma indeterminada, ora justificada pela doença ora pelo uso excessivo de bebidas,
utilizados como anestésico da sua posição de subjugação na sociedade europeia. Após
sua morte, a Vênus Negra continuaria sendo tratada como objeto exótico, que deveria ser
eternamente observada como um exemplo da primitividade presente no Continente
Africano, sendo esses que possuíam a parentela mais próxima dos macacos, carregando
desse modo, o estigma de atraso, de retrocesso civilizacional.
Os restos mortais de Sara continuaria sendo expostas no Museu Natural da França
até 20024, regressando apenas para o Continente Europeu a pedido de Nelson Mandela
munido de um dispensável processo burocrático, uma vez que buscando “corrigir
injustiças do passado, criou- se ali um contexto político favorável ao resgaste da história

1
O termo refere- se a utilização da Sarartjie como objeto sexual a partir do seu “ apelido”,
onde negra e hotetonte (termo que também era utilizado ), siginificando a suposta
bestialidade associado a fascinação lasciva (Vênus). Ver CITELI,Maria Teresa. As Desmedidas da
Vênus Negra:gênero e raça na história da ciência.Novos Estudos CEBRAP,n.61,p.163-175,2001.
2
O caso da Vênus Negra é anterior ao darwinismo social que data de 1870, mas foi utilizado como
caráter simbólico da dominação através da hierarquização das raças.
3
CITELI,Maria Teresa. As Desmedidas da Vênus Negra:gênero e raça na história da ciência.Novos
Estudos CEBRAP,n.61,p.163.
4
PARKISON,Justin. Sarah Baartman: a chocante história da africana que virou atração de circo. BBC
News. 2016. Disponivel em < https://www.bbc.com/portuguese/noticiasmulher_circo/Acesso em :16
out de 2018.
do povo sul- africano”5, que encontrou resistência por parte do museu francês que
afirmava que:
Ela foi objeto para múltiplos descrições e representações fantasistas em
inúmeros trabalhos racistas, alguns deles com pretensões cientificas, na
Inglaterra e na França do século XIX e do século XX. Seu esqueleto e seu
molde permitem constatar que ela era uma mulher perfeitamente normal, e que
aquelas descrições são falsas e invencionais. Seus restos mortais constituem
um testemunho importante da história da ciência e das mentalidades no que se
refere aos desvios racistas da antropologia ou , ainda, ás obsessões da Europa
colonialista .

Gerando uma inquietação naqueles que interpretavam que uma nova violência
estava sendo feito ao continente africano, o que segundo Elizabeth de Fontenay,
professora de filosofia da Sorbone que o fato deveria ser “considerado o verdadeiro
atentado funerário perpetrado contra Sahah Bartman: priva-la de uma sepultura
simbolizaria claramente o genocídio cometido pelos colonizadores contra os hotentotes.”6
Diante disso, é buscado o envolvimento dos alunos sobre as perspectivas
cientificistas europeias sobre outras humanidades, o que desembocaria na corrente tão
utilizada como elemento de dominação: o darwinismo social, pensamento que emerge em
1870. Responsável por pregar a “supremacia branca” e condenar os negros a reclusão do
atraso, fazendo com que muitas vezes suas tradições e seus modos de vida fossem
utilizados como elementos a serem investigados, enquadrados e muitas vezes exposto
como objeto exótico.
Desse modo, a visita ao museu do folclore, tem como finalidade gerar inquietação,
desconstrução e questionamento sobre o papel da memória acerca das representatividades
dos corpos negros nas experiências históricas. Uma vez que “os artefatos e o próprio
corpo de homens e mulheres passaram a ser debatidos como fonte de estudos históricos.”.7

5
CITELI, Maria Teresa. As Desmedidas da Vênus Negra: gênero e raça na história da ciência. Novos
Estudos CEBRAP,n.61,p.164
6
Ibid,p.175.
7
Silva, Marcos. Ensinar história no século XXI: Em busca do tempo entendido/Marcos Silva; Selva
Guimarães Fonseca.-Campinas, SP: Papirus, 2007. p.66. (coleção Magistério: Formação e Trabalho
Pedagógico).
A fim de que, se possa questionar “o silêncio, esquecimento e omissão que são
explícitos quanto a condição de sujeitos históricos de índios e negros.”8 Dando desse
modo, abertura através da desconstrução, dando voz para outros sujeitos históricos. Uma
vez que a escolha das representatividades das experiências históricas, é um fator
permeado pela política o que implica diretamente no sentimento de pertencimento e
identidade dos alunos. Desse modo, é interessante construir através das experiências
históricas as vozes e os lugares, daqueles que muitas vezes são omitidos do processo
histórico.
Nos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) a questão da identidade:
Entra no ensino de história para facilitar o trabalho de construção com os
alunos de noções como semelhança/diferença, permanência/mudança e ,
também, a percepção de que no âmbito do social existem processos múltiplos
de pertencimento ( de gênero , étnico, de classes, de grupos sociais, de Estado
Nacional etc).9

Reconhecendo e legitimando desse modo, a presença de corpos negros no


processo histórico, negando o locus da dominação e da omissão, no qual a eles é
designado.

Proposta de Atividade
Inicialmente é importante frisar que a proposta de entender a questão dos corpos
negros nos processos históricos, ou seja, o não deixar de lado essas vozes e focar somente
na “superioridade” branca europeia, pode ser encaixada em diversas séries a partir do
Ensino Fundamental II. Isso porque em diversas matérias que aparecem nos currículos,
essa desconstrução proposta pode ser abordada.
A partir disso, o grupo de aluno se encaminhará para o museu o folclore. Para
começar, eles terão 15 minutos para andar livremente10 no museu, sem nenhuma
intervenção explicativa. A intenção é que eles tenham uma noção do espaço, observem
um pouco o acervo exposto para conhecer o local.

8
Silva, Marcos. Ensinar história no século XXI: Em busca do tempo entendido/Marcos Silva; Selva
Guimarães Fonseca.- Campinas,SP: Papirus, 2007. p.66.(coleção Magistério: Formação e Trabalho
Pedagogico).

9
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares história. Brasília:
MEC/SEF,1998,p55.
10
É de suma importância se atentar que alunos mais novos devem estar acompanhados de um responsável
no reconhecimento do museu.
Após esse primeiro contato, os alunos se reunirão no primeiro andar para receber
instruções da atividade que se iniciará. Esta se resume em uma “caça ao tesouro”, uma
vez que, percorrendo um caminho que irá sendo guiado através de 4 pistas, o pote de ouro
será a Vênus negra localizada na grande estante de vidro do lado esquerdo. Dessa forma,
as pistas serão:

Pista 01: Este é um personagem muito conhecido, com características físicas específicas
e com uma personalidade muito marcante. É conhecido por ser muito travesso. (Resposta:
Saci Pererê);
Pista 02: Pode ser encontrado em muitos muros da cidade. É muito utilizado como forma
de resistência e está ligado a outros movimentos, como o Rap. (Resposta: o Grafite na
parede entre o primeiro e segundo andar);
Pista 03: Conhecida como a rainha do mar, esta, especificamente, é feita por um material
que comumente é achado em brinquedos infantis. Embora pequena, a sua
representatividade é inimaginável. (Resposta: a Iemanjá negra, feita de feltro);
Pista 04: Tem o nome da deusa do amor da mitologia romana, com um acréscimo no
nome, no qual faz toda a diferença para o que ela está, verdadeiramente, representando.
(Resposta: Vênus Negra).
A partir das pistas encontradas e os objetos identificados, os alunos receberão duas
tarefas para a aula que se seguirá após a ida ao museu. A primeira é pesquisar a história
da Vênus Negra. A segunda é fazer um paralelo entre essa imagem com todas as outras,
tentando entender o que nelas se convergem, além de estarem expostas no museu do
folclore. Questões como “Por que esses objetos foram escolhidos para a nossa caça ao
tesouro?”; “O que neles têm em comum?”; “Por que eles estão expostos em um museu
do folclore?”; “Quais objetos que estão museu vocês colocariam junto com esses que
fizeram parte da atividade?”; “O que tem de tão representativo nessas peças
selecionadas?”.
Após a tarefa dada, eles terão uma visita guiada no museu, com esse olhar para a
questão da importância dos negros e sua resistência ao longo da história, que a todo
momento os deixa de lado.
Perspectivas Dialógicas Pós – Atividade
Primeiramente, é interessante entender o motivo pelo qual essas quatro peças
foram selecionadas propositalmente. Assim, elas retratam uma marca dos negros, sendo
que de alguma forma todas elas foram importantes e presenças sentidas em diversos
momentos da história. No entanto, tendem a ser silenciadas, ou ter o seu valor diminuído.
O museu se torna importante nesse meio, pois tenta trazer essa voz que foi calada, a partir
da exposição delas.
A exemplo disso, temos o Saci Pererê, que é um menino negro, mas muito travesso
e que a todo momento é atacado, na tentativa de prendê-lo em uma garrafa para que não
possa mais andar livremente. Tem o grafite, no qual está muito ligado com as periferias
e com outros movimentos, como o Rap, que são ocupados majoritariamente por negro,
sendo eles por diversas vezes marginalizados, com o argumento que trazem sujeira para
as ruas, não sendo uma arte. A questão da Iemanjá, na qual é muito importante para as
religiões de matriz africana, ser branca na maioria das vezes, diferentemente da que foi
escolhida. E, por fim, a própria Vênus Negra que, através da sua história, é um grande
símbolo de toda a irracionalidade europeia na qual insistia na ideia da sua superioridade
em relação, principalmente, ao povo africano que, segundo eles, não eram civilizados.
A Vênus Negra é o “pote de ouro”, pois é um grande símbolo de todo esse contexto
de diminuição dos negros na história. Feita de objeto, comparada a animais e foi dada
como passível de ser estudada por ser incomum, retrata como os europeus se sentiam e
tratavam aqueles que eles diziam não ter civilidade.
A partir dessa atividade, o objetivo é que os alunos, através da construção
dialógica, sejam capazes de reconhecer a contribuição daqueles que são comumente
silenciados pelos ecos históricos, que sejam paralelamente agentes no movimento da
consciência negra, lutando “contra qualquer forma de preconceito e discriminação
racial, exigindo, com base no direito à diferença, o estudo e a valorização dos aspectos
da cultura afro – brasileira.”11
Desse modo, sendo favorecido pela execução do trabalho da Vênus Negra, como
forma de questionar e explorar o lugar do negro nas sociedades históricas, através da
inquietação e de perguntas dialógicas que incentivem que os alunos construam suas

11
N, Antonio Gilberto Ramos. Diversidade e sentidos do patrimônio cultural; uma proposta de leitura da
trajetória de reconhecimento da cultura afro- brasileira como patrimônio cultural. Revista do Programa de
Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Anos 90,Porto
Alegre,v.15,n.27,p.242.,jul.2008.
perspectivas históricas sobre determinadas experiências históricas, sobretudo o lugar de
civilizações que foram solapada em busca da expansão territorial e cultural de outras.
Paralelamente, as imagens e esculturas são utilizadas como facilitador imagético
da construção historiográfica da mulher negra sobre influência do cientificismo
europeu, dessa forma, as imagens e esculturas são tratados como objetos de construção
e desconstrução por parte dos alunos sobre o imaginário social que, incide sobre o
Continente Africano a partir do projeto de dominação intensificado sobretudo com o
discurso da superioridade racial contido no darwinismo social.
Referências

Base Nacional Comum.Dísponivel em <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-


content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf>. Acesso em : 07 ago 2018. p.1-472.
CITELI,Maria Teresa. As Desmedidas da Vênus Negra:gênero e raça na história da
ciência.Novos Estudos CEBRAP,n.61,p.163-175,2001.

NOGUEIRA, Antonio Gilberto R. Diversidade e sentidos do patrimônio cultural: :


uma proposta de leitura da trajetória de reconhecimento da cultura afro-brasileira
como patrimônio nacional. Anos 90, Porto Alegre, p. 233-255, v. 15, n. 27, 2008.

PARKISON,Justin. Sarah Baartman: a chocante história da africana que virou


atração de circo. BBC News. 2016. Disponivel em <
https://www.bbc.com/portuguese/noticiasmulher_circo/Acesso em :16 out de 2018.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL.Parâmetros curriculares
História.Brasília:MEC/SEF, 1998.P.1-69.

Silva, Marcos.Ensinar história no século XXI: Em busca do tempo entendido/Marcos


Silva; Selva Guimarães Fonseca.- Campinas,SP: Papirus, 2007.(coleção Magistério:
Formação e Trabalho Pedagogico).p.65-86.

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