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Tribunal de Justiça de Minas Gerais
ACÓRDÃO
(SEGREDO DE JUSTIÇA)
RELATORA.
VOTO
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legal para tanto, mormente necessidade. Traz que o Código Civil prevê que o
dever de reparação do dano causado a outrem não resulta apenas de
condutas dolosas, mas também de imprudência e negligência, nos termos do
art. 186 187 e 927 do Código Civil. Apresentam que não é pelo fato de a
guarda ser revogável que os guardiões possam, de forma irresponsável,
devolver a criança à justiça, que tal atitude enseja a coisificação da criança.
Arrematam que a adoção superveniente de N. não eliminou do seu mundo
psíquico o registro indelével resultante da conduta danosa dos apelantes.
Assim, o Ministério Público pugna pela manutenção da sentença primeva.
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casal D.A.S. e M.C.B.S., conforme fl. 20. À fl. 21 o casal assinou o termo de
compromisso de bem e fielmente desempenhar o múnus na forma do art. 33
e seguintes do ECA.
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"A guarda é uma medida que visa proteger crianças e adolescentes que não
podem ficar com seus pais, provisoriamente, ou em definitivo." (Grifamos)
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(...)
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"(...) somente tinha a guarda provisória da criança, a qual pode ser revogável
a qualquer momento, ou seja, eles estavam em pleno
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perguntar por que eles eram de cores diferentes demonstra tão somente o
claro despreparo dos pretensos pais. Caberia aos pretensos pais orientar a
criança quanto às diferenças raciais e não recriminá-la por ter uma
característica inerente à maioria das crianças, a curiosidade.
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Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Por fim, com fulcro no art. 927 do Código Civil, configurado o ato
ilícito nos termos dos art. 186 e 187, independentemente de culpa, resta
configurada a obrigação de reparar os danos, que no caso foram morais.
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Destaque-se que o ato ilícito que gerou a reparação não foi o ato
em si de desistir da adoção da criança, mas o modus operandi, a forma
abrupta e irresponsável que os requeridos realizaram o ato, em clara afronta
aos direitos fundamentais da criança. Assim, pode haver outro caso e que a
desistência da adoção não gere danos morais à criança, no entanto, não é
este o caso dos autos.
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meses. Lado outro, também não há no ECA referida exigência de que seja
feito um curso preparatório para pais adotivos e após o deferimento da
guarda foram feitos diversos estudos psicossociais, visando investigar a vida
do casal e a que eles estavam levando com a criança.
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Também deve ser sopesado que os réus são pessoas simples, que
não possuem muitos recursos. Ambos são agentes penitenciários, contrato
administrativo, e percebem juntos, em média, a quantia de R$3.000,00 (três
mil reais).
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