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Pró-reitora de Graduação
Coordenação do Curso de Engenharia Civil
RIO DE JANEIRO – RJ
Maio de 2017
Jefferson Medeiros Marques
RIO DE JANEIRO – RJ
Maio de 2017
FICHA CATALOGRÁFICA
Jefferson Medeiros Marques
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Orientador: Prof. Daniel Lemos Mouço, M.Sc.
Professor do Curso de Engenharia Civil
______________________________________
Examinador 1, Titulação
Cargo/Função
______________________________________
Examinador 2, Titulação
Cargo / Função
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, a Jesus e ao Espírito Santo por ter me dado amor
incondicional, a graça da salvação e companhia sempre presentes, e por ter depositado em mim
o potencial para o cumprimento de Seu propósito através de meus dons, talentos e expertises.
Agradeço aos meus pais, pelo apoio e por tornarem possível a realização desse sonho,
em especial a Dona Maria do Socorro, que abdicou de sua vida e sucesso pessoais para investir
na capacitação e formação de seus filhos. Essa conquista é sua mãezinha é por você que cheguei
até aqui!
Agradeço a minha namorada Lilian, que muitas vezes abriu mão de nosso tempo para
que fossem realizados os longos períodos de estudo e pesquisa. Esse amor não tem palavras,
nem explicação. Aos seus pais, Nelson e Enoe pelo incentivo e apoio.
Agradeço ainda, aos mestres pelo conhecimento e sabedoria transmitidos, em especial
ao meu professor e orientador Daniel, pela colaboração e paciência, e por ter enxergado em
mim o potencial para o desenvolvimento desse trabalho.
Agradeço a todos os amigos que juntos formaram os grupos de estudos e
compartilharam os anseios durante o caminho da graduação. Após a saída da casa de formação
tenho plena convicção que tantos se espalharão pelo Brasil e outros tantos pelo mundo, mas
levando sempre consigo cada luta e cada vitória aqui vividos.
“N’Ele estão escondidos todos os tesouros da
sabedoria e do conhecimento”.
Colossenses 2:3
RESUMO
Each structural project requires a high degree of commitment and specialization of engineering
professional, since it is an area of great complexity. In the case of Brazil, it is not only necessary
the project itself, but also details and particular specifications of their execution by the engineer.
Thus, it is up to the professional to dimension, model, analyze, detail and at the end of the cycle,
propose the descriptions for their execution. In this sense, the growing technological advance
has sought to intelligently integrate all the activities of the most diverse sectors of the
construction industry and as a result, more efficient projects are developed, with minimal
chances of errors, and with controlled time and cost, it is the so-called BIM technology. From
the point of view of structures, integrating modeling and structural calculation brings the
possibility of analyzing physical parameters, structural loads, sections, reinforcements among
others, without the need to use numerous drafts and programs. Besides that, the definition of
the structural method that best suits a given project; be it reinforced concrete or metal,
prediction of possible failures or problems that might come up against the structure or cost of
its implantation, have never been as easily evaluable as it is possible through BIM. This paper,
in turn, presents an overview of the importance of using BIM technology in Brazilian scenario,
exposing its main features, benefits and discrepancies to the structural design and development
of projects, through the BIM model of the structure of a multi-family building. To achieve this
goal, the technology of modeling in 4D was used, which allowed to demonstrate the evolution
of the cost and physical construction schedule in a visual way.
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14
1.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 15
1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO .......................................................................................... 15
2. CONCEPÇÃO ESTRUTURAL E A TECNOLOGIA BIM ......................................... 16
2.1 TECNOLOGIA BIM .................................................................................................. 17
2.1.1 Conceituação Geral ............................................................................................ 17
2.1.2 BIM na Concepção de Projetos Estruturais ...................................................... 18
3. CONSIDERAÇÕES DE PROJETO ESTRUTURAL .................................................. 19
3.1 QUALIDADE E SEGURANÇA DAS ESTRUTURAS .............................................. 19
3.2. AÇÕES E CARREGAMENTOS ............................................................................... 20
3.2.1 Combinação de Ações ........................................................................................ 21
3.2.1.1 Estado Limite Último (ELU).......................................................................... 21
3.2.1.2 Estado Limite de Serviço (ELS) ..................................................................... 24
3.2.2 Carregamento Vertical ...................................................................................... 25
3.2.3 Carregamento Horizontal .................................................................................. 26
4. ESTUDO DE CASO ....................................................................................................... 26
4.1 CONSIDERAÇÕES DO PROJETO ........................................................................... 26
4.2 CONCEPÇÃO E LANÇAMENTO ESTRUTURAL .................................................. 29
4.3 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS ............................ 29
4.3.1 Pré-Dimensionamento das Lajes ....................................................................... 30
4.3.2 Pré-Dimensionamento das Vigas ....................................................................... 31
4.3.3 Pré-Dimensionamento dos Pilares ..................................................................... 33
4.4 CARREGAMENTO VERTICAL ............................................................................... 36
4.4.1 Carregamento nas Lajes .................................................................................... 36
4.4.1.1 Peso Próprio das Lajes (gL,P) .......................................................................... 36
4.4.1.2 Peso de Revestimentos nas Lajes (gRev) .......................................................... 37
4.4.1.3 Peso das Paredes Sobre as Lajes (gL,Par) ......................................................... 38
4.4.1.4 Carregamento de Utilização (q)...................................................................... 40
4.4.2 Carregamento nas Vigas .................................................................................... 41
4.4.2.1 Peso Próprio das Vigas (gV,P) ......................................................................... 41
4.4.2.2 Peso das Paredes Sobre as Vigas (gV,Par) ........................................................ 41
4.4.2.3 Reações da Carga Permanente e Acidental das Lajes...................................... 43
4.5 CARREGAMENTO HORIZONTAL ......................................................................... 44
4.6 MODELAGEM 3D DA ESTRUTURA NO AUTODESK REVIT................................ 53
4.6.1 Interface do Revit................................................................................................ 53
4.6.2 Projeto Estrutural no Revit ................................................................................ 54
4.6.3 Modelagem Estrutural no Revit ......................................................................... 55
4.6.4 Carregamentos e combinações de cargas .......................................................... 59
4.7 CÁLCULO DA ESTRUTURA NO ROBOT STRUCTURAL ANALYSIS ..................... 62
4.7.1 Análise dos Esforços Solicitantes ....................................................................... 63
4.7.2 Cálculo das Armaduras ..................................................................................... 65
4.7.3 Integração Robot Structural Analysis e Revit Structure ..................................... 66
5. CONCLUSÕES .............................................................................................................. 69
6. REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 71
7. APÊNDICES .................................................................................................................. 73
14
1. INTRODUÇÃO
outros. A falha na escolha do projeto estrutural mais adequado para determinada finalidade, é
capaz de gerar diversos problemas, entre eles estão o aumento no custo, gerado caso seja
necessário realizar alguma mudança ou adaptação, e o comprometimento do cronograma de
entrega do projeto, que por sua vez também acarreta em aumento de custos e possíveis sansões
contratuais. Por isso, o mercado da construção civil aposta cada vez mais na tecnologia do
Building Information Modeling (BIM) que é capaz de apresentar dentro desses fatores,
perspectiva de tempo de execução, custo da implantação e possíveis falhas ou correções no
projeto. O reflexo de tal possibilidade é a gestão eficiente de recursos, acompanhamento em
tempo real da produtividade e aumento da eficiência e qualidade dos projetos.
Assim, esse trabalho apresenta uma análise do custo de projeto de uma edificação
residencial multifamiliar em estrutura de concreto armado, feita sob a ótica da utilização da
tecnologia BIM, objetivando o aprendizado e a demonstração dessas ferramentas cada vez mais
utilizadas na construção civil.
Este trabalho tem por objetivo realizar uma análise da tecnologia BIM na criação de
projetos estruturais, e ainda fazer uma avaliação em quatro dimensões (4D) de uma edificação
multifamiliar, dimensionada em estrutura de concreto armado, utilizando para isso os
programas Autodesk Revit e Autodesk Robot Structural Analysis.
A concepção do projeto de estruturas deve respeitar uma série de exigências para que
seja efetuada de maneira eficiente. Não diferente desse conceito, o emprego do BIM de maneira
efetiva na elaboração de projeto de estruturas, necessita que haja uma troca de dados entre o
aplicativo de modelagem BIM e o suporte lógico de cálculo estrutural.
A intercomunicação entre os aplicativos extingue a necessidade de se ter diversos
desenhos e cálculos em inúmeros programas, minimizando assim a possibilidade de erros no
dimensionamento, detalhamento entre outros. Nessa perspectiva, a oportunidade de lançar-se a
estrutura diretamente na arquitetura, dimensionar suas armaduras e efetuar a verificações de
ações e resistências, através do aplicativo de cálculo, e no fim retornar as alterações
automaticamente ao modelo, traz consigo uma vantagem grandiosa comparada ao método
empregado atualmente, o CAD (Computer-Aided Design).
O método de Projeto Auxiliado por Computador (CAD) é o primeiro substituto à antiga
técnica de projeto manual. Porém, hoje é vista como uma tecnologia ultrapassada, pois os
projetos tinham de ser fragmentados em classes para possibilitar sua produção. De acordo com
19
a dimensão do projeto o controle, esforço para coordenar e erros na troca de informação também
aumentavam. Com isso, para Belk e Silva (2011, p. 3) “A palavra CAD tornou-se sinônimo de
desenhos 2D principalmente nos projetos arquitetônicos”.
Além das vantagens de integração multidisciplinar, o uso do BIM nos projetos
estruturais apresenta uma solução no que diz respeito a tempo de elaboração, modelagem de
elementos de concreto e armaduras — exemplo que pode ser visto na figura 3 — estruturas
metálicas e suas ligações, e ainda facilita a visualização do volume de material empregado,
quantidade de perfis e custo.
Dessa forma, deseja-se que todas as estruturas possuam total conformidade com os
desígnios a que se destinam, considerando continuamente o aspecto segurança-economia
(SOUZA e RIPPER, 1948). Assim, as estruturas podem ser consideradas como um produto
profundamente complexo, que possui uma vasta diversidade de peculiaridades, da qual
dependerá sua adequação às finalidades fixadas pelo projeto.
A segurança pode ser considerada como o principal fator para qualidade final de uma
estrutura. Nesse sentido, as estruturas têm sua segurança verificada através de requisitos
exigíveis que quantificam as ações e resistências que devem ser considerados no projeto das
estruturas, com o objetivo de preservar a integridade e utilização ao longo de sua vida útil (NBR
8681, 2003).
Com isso, é de suma importância que ao longo da construção e durante sua efetiva
utilização a estrutura responda a todos os quesitos de segurança, tais como resistir as ações que
incidem sobre a mesma sem culminar em seu colapso, ter desempenho satisfatório e não
manifestar deformidades excessivas na eminência de gerar desconforto ao usuário, e ser durável
reprimindo a necessidade de eventuais reparações.
De acordo com Carvalho e Pinheiro (2009), são qualificadas como ações toda e
qualquer influência, ou conjunto de influências capaz de criar estados de tensão ou deformação
em uma estrutura. E nesse sentido a NBR 8681 (ABNT, 2003), classifica essas ações como
sendo permanentes, variáveis, excepcionais e acidentais, que serão definidas e exemplificadas.
Ações permanentes são aquelas que ocorrem com valores constantes ou de pequena
variação durante toda a vida da edificação, podendo ser consideradas permanentes as ações que
crescem no tempo, tendo um valor limite constante (CUNHA, 2011). Esse tipo de ação é
preponderante para a segurança e, portanto, representam os valores mais significativos. Como
exemplo podemos citar o peso próprio da estrutura, elementos de vedação, entre outros.
Se ações permanentes são caracterizadas como incidindo com valores constantes, as
ações variáveis são as que possuem oscilações consideráveis em sua média. Assim, consideram-
se ações variáveis os efeitos do vento, temperatura e outros.
Já ações excepcionais são classificadas como sendo as que ocorrem com baixa duração
e apresentam-se com menos probabilidade, porém devem ser levadas em consideração para o
21
caso de determinadas estruturas. Alguns de seus exemplos são explosões eventuais, abalos
sísmicos e impactos.
Por fim, as ações ou cargas acidentais estão diretamente relacionadas à efetiva
utilização das construções, e usualmente são o trânsito de pessoas, veículos, mobiliários etc.
Nesse trabalho, serão consideradas, para o estudo de caso, as ações principais e mais
comumente encontradas no brasil: permanentes, variáveis e acidentais.
De acordo com a NBR 8681 (ABNT, 2003), o Estado Limite Último são as fases que,
pela sua simples ocorrência, determinam a paralisação, no todo ou em parte, do uso da
construção, ou seja, relaciona-se diretamente com a máxima capacidade portante da estrutura.
Exemplos são ruptura ou deformação excessiva de seções, fadiga e outros.
22
Dessa forma, a NBR 8681 (ABNT, 2003) afirma que para a segurança dos projetos
estruturais, deve-se considerar os estados limites que são definidos por:
Onde:
- Fd é o valor de cálculo das ações para a combinação última;
- Fgk representa as ações permanentes principais;
- Fεk representa ações permanentes secundárias como retração (Fεgk) e variáveis como a
temperatura (Fεqk);
- Fqk representa a ação variável principal;
- γ é o coeficiente de ponderação das ações; e
- Ѱ é o fator de redução de combinação de ações variáveis.
23
Por definição o estado limite de serviço pode ser considerado como sendo a fase em
que são produzidas ações estruturais que não atendem às exigências para uso dentro da
normalidade, ou que de alguma maneira, coloque em risco a resistência da estrutura (NBR 8681,
2003). Essas ações, dizem respeito aos critérios de desempenho que garantem a utilização da
estrutura, ou seja, está associada ao conforto do usuário, funcionalidade e seu estado visual.
A NBR 8681 (ABNT, 2003), afirma que, usualmente, os estados limites de serviço
considerados no período de vida da estrutura, são os caracterizados por:
Em consonância, a NBR 6118 (ABNT, 2014) cita ainda estados limites específicos
relativos às estruturas de concreto armado, como os estados limites de formação de fissuras
(ELS-F), abertura de fissuras (ELS-W), deformações excessivas (ELS-DEF) e de vibrações
excessivas (ELS-VE).
Sendo assim, a os estados limites de serviço são consequência de ações cujas
combinações podem apresentar três níveis de magnitude, de acordo com sua permanência na
estrutura, são elas: combinações quase permanentes – que atuam durante quase metade do
período de vida da estrutura; combinações frequentes – que incidem diversas vezes ao logo da
vida da estrutura, em cerca de 105 vezes em 50 anos ou 5% desse período; e combinações raras,
que atuam na ordem de no máximo algumas horas durante todo o período de vida da estrutura
(NBR 8681, 2003).
As combinações quase permanentes, são as utilizadas com a intenção de se verificar o
estado limite de deformações excessivas, e para isso, emprega-se as ações variáveis em seus
valores quase inalterados. Por sua vez, as combinações ditas frequentes são empregadas para a
análise do estado limite de abertura de fissuras, e nestas combinações, a ação variável principal
é adotada em seu valor habitual, enquanto as demais são consideradas com seus valores quase
permanentes (SILVA, 2011). E, finalmente, as combinações raras tem como objetivo verificar
o estado limite de formação de fissuras, e neste caso, a ação variável principal deve ser adotada
25
com seu valor característico, e as restantes com seus valores quase frequentes (NBR 6118,
2013).
O cálculo das solicitações para cada combinação, é dado conforme mostrado no quadro
4.
Quadro 4. Cálculo das solicitações para combinações de utilização
Combinações de Serviço Cálculo das Solicitações
Quase permanentes (CQP) Fd, ser Fgi, k ψ2j Fqj, k
Frequentes (CF) Fd, ser Fgik ψ1 Fq1k ψ2j Fqjk
Raras (CR) Fd, ser Fgik Fq1k ψ1j Fqjk
Fonte: Adaptado da NBR 6118 (ABNT, 2014).
Onde:
- Fd,ser é o valor de cálculo das ações para combinações no ELS;
- Fq1k é o valor característico das ações variáveis principais;
- Ѱ1 é o fator de redução de combinação frequente para o ELS; e
- Ѱ2 é o fator de redução de combinação quase permanente para o ELS.
Embora as combinações referentes ao ELU e ELS sejam distintas entre si, os valores
de Ѱ1 e Ѱ2 para o ELS também são obtidos através da tabela 2, apresentada anteriormente.
nas mesmas. Posteriormente, essas ações são transmitidas para as vigas, que suportam o
carregamento vindo das lajes, acrescido do seu peso próprio, peso de paredes apoiadas
diretamente sobre as mesmas e, ocasionalmente, o peso de outros membros que nelas se apoiem,
como por exemplo outras vigas.
Com isso, os carregamentos são transferidos, finalmente, para o solo através dos
pilares e paredes estruturais, que recebem as reações oriundas das vigas, somadas ao seu peso
próprio e as transfere para os elementos de fundação.
Segundo Pinheiro; Muzardo e Santos (2003a), as ações horizontais caso não haja
influência de abalos sísmicos, são usualmente instituídas pela força do vento e o empuxo do
solo, e nessa perspectiva devem ser absorvidas tais quais as ações verticais, e igualmente
direcionadas ao solo.
No caso específico das forças de vento, o trajeto dos esforços surge nas paredes de
vedação da estrutura, onde ocorre diretamente incidência desta ação. Dessa forma, cabe aos
elementos que possuem elevada rigidez como lajes, pórticos resistentes, paredes estruturais e
pilares de alta rigidez, exercer o contraventamento da estrutura, ou seja, suportar os
deslocamentos horizontais causados pela ação do vento.
Cabe salientar, que as lajes possuem grande relevância na distribuição de forças
originadas pelas ações do vento, visto que possuem altíssima rigidez em seu plano, o que gera,
por sua vez, o travamento de todo o conjunto (PINHEIRO; MUZARDO; SANTOS, 2003a).
4. ESTUDO DE CASO
tipo com cerca de 196 m² cada. A figura 4 apresenta em detalhes as características arquitetônicas
da edificação.
Além disso, para o projeto estrutural foi adotado pé direito estrutural de 3,0 m,
alvenaria com paredes internas e de vedação com 15 cm de espessura; considerando tijolo
cerâmico, e revestimento e piso cerâmico.
29
Este passo é extremamente fundamental para que se possa obter uma estimativa
realista do peso-próprio da estrutura, considerando para isso, todos os elementos estruturais que
a compõe. Desta forma, nesta fase é possível determinar as dimensões das seções, bem como
os vãos equivalentes e a rigidez, que são informações necessárias para o cálculo da ligação dos
elementos (PINHEIRO; MUZARDO; SANTOS, 2003b).
30
LX
HL
40
Onde:
- HL é a espessura da laje em cm; e
- LX é o menor vão teórico da laje em cm.
LV LV
HV
12 10
Onde:
- LV é o comprimento teórico da viga em cm;
- HV é a altura da viga estimada em cm.
Para o caso em estudo, optou-se por adotar a altura da viga correspondendo a 10% do
comprimento teórico para toda a edificação. Além disso, Pinheiro; Muzardo e Santos (2003b)
afirmam que não é indicado variar demasiadamente o valor das alturas das vigas, com a intenção
de otimizar e facilitar outras etapas da construção, como por exemplo o cimbramento. Dessa
forma, para evitar o número excessivo de formas, foi adotado para as vigas três dimensões de
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seção, e para dimensões que não se enquadraram diretamente em uma dessas, foi empregada a
seção imediatamente superior.
Assim, para estimar as seções das vigas fez-se necessário estabelecer previamente a
dimensão de sua base (bV), onde adotou-se 15 cm com o objetivo de alinhar as vigas com a
espessura das paredes.
Portanto, a estimativa das seções de vigas para as fundações, térreo, primeiro e
segundo pavimentos são dados de acordo com a tabela 2.
Tabela 2. Pré-dimensionamento das vigas: fundação, térreo, 1º e 2º pavimentos
Viga LV (cm) HV Calculada (cm) HV Adotada (cm) Seção da Viga (cm x cm)
V1a 375 38 55
V1b 325 33 55
V1c 300 30 55 15 x 55
V1d 325 33 55
V1e 375 38 55
V2 130 13 35
15 x 35
V3 130 13 35
V4 518 52 55
15 x 55
V5 518 52 55
V6a 325 33 35
V6b 300 30 35 15 x 35
V6c 325 33 35
V7 518 52 55
15 x 55
V8 518 52 55
V9 300 30 35 15 x 35
V10a 518 52 55
V10b 325 33 55
V10c 300 30 55 15 x 55
V10d 325 33 55
V10e 518 52 55
V11 670 67 70 15 x 70
V12 315 32 35
15 x 35
V13 315 32 35
V14a 670 67 70
15 x 70
V14b 315 32 70
V15a 230 23 55
V15b 335 34 55
V15c 420 42 55
15 x 55
V16a 230 23 55
V16b 335 34 55
V16c 420 42 55
V17a 670 67 70
15 x 70
V17b 315 32 70
V18 315 32 35
15 x 35
V19 315 32 35
V20 670 67 70 15 x 70
Fonte: Autor.
33
Uma vez que o 3º pavimento recebe apenas um lance de escadas, fez-se necessário
inserir mais uma viga para apoiar o recorte realizado na laje, por esta razão, o pré-
dimensionamento das vigas do terceiro pavimento, bem como para a cobertura, deu-se
conforme expresso no apêndice C.
Em relação aos pilares, inicialmente deve ser realizada uma estimativa da carga,
usualmente, através da metodologia de áreas de influência. Este processo baseia-se em efetuar
a divisão da área total do pavimento em áreas de influência (AI) para cada pilar, e assim supor
a carga a que estes estarão submetidos (PINHEIRO; MUZARDO; SANTOS, 2003b).
Com isso, a área de influência dos pilares pode ser estimada devindo-se a distância
entre apoios em espaçamentos que variam entre 0,45.l e 0,55.l, de acordo com o critério
apresentado na figura 9.
Onde:
- 0,45.l deve ser aplicado para pilares de canto e extremidade, na direção de sua menor
dimensão;
- 0,55.l HV são aplicados para complementar os vãos do caso anterior; e
- 0,50.l deve ser utilizado para pilares de canto e extremidade, na direção de sua maior
dimensão.
34
De acordo com Pinheiro; Muzardo e Santos (2003b), após a determinação das áreas de
influência, deve-se realizar a determinação do coeficiente de majoração da força normal (α) que
considera a excentricidade das cargas, sendo consideradas conforme expressa o quadro 6.
30 α AI n 0,7
Ac
fck 0,01 (69,2 fck)
Onde:
- Ac é a área da seção do pilar em cm²;
- α é o coeficiente de majoração da força normal em pilares, que deve ser adotada;
conforme o tipo de pilar (ver quadro 6);
- AI é a área de influência do pilar;
- n é o número de pavimentos (exceto cobertura); e
- fck é a resistência característica à compressão do concreto (kN/cm²).
Faz-se necessário enfatizar, que os pilares P11 a P14 foram adotados com dimensões
superiores ao seu pré-dimensionamento, com a finalidade de aumentar a resistência dos pórticos
à ações horizontais, ou seja, sua esbeltez contribui para o contraventamento da estrutura.
Concluída a fase de pré-dimensionamento, faz-se necessário calcular o carregamento
que os elementos estruturais exercerão sobre a estrutura. Como visto no item 3.2.2 deste
trabalho, os carregamentos basicamente dividem-se em duas modalidades: carregamento
vertical e carregamento horizontal, que serão determinados a seguir.
Nas lajes, as cargas atuantes mais frequentes, além de seu peso próprio, são as geradas
pelo peso dos revestimentos de piso e forro, peso de paredes e carregamentos de utilização
(PINHEIRO; MUZARDO; SANTOS, 2003c).
O peso próprio das lajes é calculado através do produto entre a espessura da laje pré-
dimensionada, e o peso específico do material que a compõe. No caso específico deste trabalho,
serão utilizadas lajes maciças de concreto armado, cujo peso específico admitido pela NBR
6118 (ABNT, 2014) é 25 kN/m³.
37
Desse modo, a expressão que possibilita a determinação do peso próprio das lajes e:
gL, P HL γCA
Onde:
- gL,P é o peso próprio da laje calculada (kN/m²);
- HL é a espessura da laje calculada em metros; e
- γ CA é peso específico admitido do concreto armado.
Tendo em vista que neste trabalho a intenção é apresentar a correlação entre aplicativos
de modelagem 3D e de cálculo estrutural através da tecnologia BIM, o peso próprio dos
elementos será obtido automaticamente através dos programas, sendo assim, desnecessário seu
cálculo manual.
Supondo que ao longo da vida útil da estrutura podem ocorrer acréscimos como por
exemplo de piso sobre piso, o peso do revestimento cerâmico (gCer) considerado foi de 0,5
kN/m², considerando neste valor o peso da argamassa de assentamento do material.
38
O peso das paredes deve ser definido considerando o material que as compõem, sua
disposição sobre as lajes, e ainda o fato da laje ser armada em uma ou duas direções (BASTOS,
2015).
Usualmente, os materiais que formam as paredes são as alvenarias, argamassas e
revestimentos, e seu peso (X) pode ser obtido através do somatório de cada parcela contribuinte
para a formação da parede, conforme demonstra a expressão abaixo:
Para lajes armadas em duas direções, o carregamento deve ser considerado distribuído
sobre a área da laje. Assim, a obtenção do peso total das paredes é dada pela seguinte equação:
APar X
gL, Par
Alaje
Onde:
- gL,Par é o peso das paredes sobre a laje (kN/m²);
- APar é a área da parede em m²;
- X é o peso dos materiais que constituem a parede (kN/m²); e
- A laje é a área da laje em m² (LX LY).
Por sua vez, as lajes armadas em uma direção têm seu cálculo considerando duas
situações possíveis: a parede encontrar-se disposta paralelamente à direção principal da laje, ou
perpendicular a esta.
No primeiro caso, a carga é considerada distribuída uniformemente ao longo da
direção principal e é dada por:
3 APar X
gL, Par
2 (LX 2 )
Onde:
- gL,Par é o peso das paredes sobre a laje (kN/m²);
- APar é a área da parede em m²;
- X é o peso dos materiais que constituem a parede (kN/m²); e
- LX é a menor dimensão da laje em metros.
Já para paredes perpendiculares à direção principal, a carga deve ser considerada como
sendo uma força concentrada, e pode ser obtida através da expressão abaixo:
Tabela 4. Carregamento gerado pelo peso das paredes sobre as lajes: pavimento térreo
Laje Armada em X (kN/m²) APAR (m²) Alaje (m²) gPAR (kN/m²)
L3 2 Direções 14,7 13,7 2,5
L4 1 Direção 11,8 22,7 6,93
L8 2 Direções 2,31 2,6 17,4 0,3
L9 2 Direções 6,9 17,4 0,9
L14 2 Direções 6,9 17,4 0,9
Fonte: Autor.
Tabela 5. Carregamento gerado pelo peso das paredes sobre as lajes: pavimento tipo
Laje Armada em X (kN/m²) APAR (m²) Alaje (m²) gPAR (kN/m²)
L7 2 Direções 6,9 17,4 0,9
L8 2 Direções 6,9 17,4 0,9
L9 2 Direções 2,31 6,9 17,4 0,9
L13 2 Direções 6,9 17,4 0,9
L14 2 Direções 2,5 4,8 14,8
Fonte: Autor.
No que diz respeito a carga de utilização, a mesma deve ser obtida de acordo com a
tipologia da edificação, bem como a finalidade do cômodo (NBR 6120, 1980). Para o caso deste
estudo, o quadro 7 apresenta os valores de carga de utilização a serem considerados.
No caso das vigas, os carregamentos atuantes são os gerados pelo peso próprio da viga,
o peso de paredes apoiadas sobre as mesmas, e ainda a reação das cargas permanentes e de
utilização vindas das lajes.
O peso próprio das vigas pode ser determinado através da seguinte expressão:
A carga gerada pelo peso das paredes sobre as vigas é expressa por:
Dessa maneira, o carregamento gerado pelas paredes sobre as vigas do caso em estudo,
determinou-se conforme a tabela 6.
42
Tabela 6. Carregamento gerado pelo peso das paredes sobre as vigas da edificação
Térreo, 1º e 2º Pavimentos 3º Pavimento Cobertura
Viga gV,Par (kN/m) Viga gV,Par (kN/m) Viga gV,Par (kN/m)
V1a 5,7 V1a 5,7 V1a 2,8
V1b 5,7 V1b 5,7 V1b 2,8
V1c 5,7 V1c 5,7 V1c 2,8
V1d 5,7 V1d 5,7 V1d 2,8
V1e 5,7 V1e 5,7 V1e 2,8
V2 6,1 V2 6,1 V2 -
V3 6,1 V3 6,1 V3 -
V4 5,7 V4 5,7 V4 -
V5 5,7 V5 5,7 V5 -
V6a 6,1 V6a 6,1 V6a -
V6b 6,1 V6b 6,1 V6b 2,8
V6c 6,1 V6c 6,1 V6c -
V7 5,7 V7 5,7 V7 -
V8 5,7 V8 5,7 V8 -
V9 6,1 V9 6,1 V9a 2,8
V10a 5,7 V10a 5,7 V9b 2,8
V10b 5,7 V10b 5,7 V9c 2,8
V10c 5,7 V10c 5,7 V9d 2,8
V10d 5,7 V10d 5,7 V9e 2,8
V10e 5,7 V10e 5,7 V10 2,8
V11 5,3 V11 5,3 V11 2,8
V12 6,1 V12 5,7 V12 -
V13 6,1 V13 5,7 V13a -
V14a 5,3 V14a 5,3 V13b -
V14b 5,3 V14b 5,3 V14a -
V15a 5,7 V15a 5,7 V14b -
V15b 5,7 V15b 5,7 V14c 2,8
V15c 5,7 V15c 5,7 V15a -
V16a 5,7 V16 6,1 V15b -
V16b 5,7 V17a 5,7 V15c 2,8
V16c 5,7 V17b 5,7 V16a -
V17a 5,3 V17c 5,7 V16b -
V17b 5,3 V18a 5,3 V17 -
V18 6,1 V18b 5,3 V18 2,8
V19 6,1 V19 5,7 V19 2,8
V20 5,3 V20 5,7
V21 5,3
Fonte: Autor.
As ações permanentes e acidentais vindas das lajes para as vigas também devem ser
consideradas no cálculo dos carregamentos. Embora o comportamento de transferência dessas
ações seja elástico, a NBR 6118 (ABNT, 2014) admite, porém, que sua análise seja realizada
considerando transferência plástica, através do método das charneiras plásticas.
As reações de apoio de lajes maciças retangulares com carga uniforme, podem ser
obtidas através das seguintes aproximações:
Onde:
- LX e LY são o menor e o maior vão teórico da laje, respectivamente;
- VX e V’X são as reações de apoio no bordo simplesmente apoiado e engastado na
direção do vão LX, respectivamente;
44
P AX P A' X P AY P A' Y
VX V' X VY V' Y
LX LX LY LY
Onde:
- P é a o carregamento uniforme da laje, que pode ser permanente ou variável;
- LX e LY são o menor e o maior vão teórico da laje, respectivamente;
- VX e V’X são as reações de apoio no bordo simplesmente apoiado e engastado na
direção do vão LX, respectivamente;
- VY e V’Y são as reações de apoio no bordo simplesmente apoiado e engastado na
direção do vão LY, respectivamente; e
- AX, A’X, AY e A’Y são as áreas correspondentes aos apoios considerados.
Considerando que para este trabalho as reações das lajes serão determinadas
automaticamente através da interação com aplicativo de cálculo, a determinação desse tipo de
carregamento faz-se desnecessária de maneira manual, contudo, sua apresentação objetiva
demonstrá-lo e compará-lo com a metodologia utilizada através do modelo BIM.
Para Cardoso (2013), em tempos anteriores as ações geradas pelo vento nas estruturas
eram apenas consideradas para os casos em que esta produzisse efeitos elásticos ou dinâmicos
relevantes, e mesmo assim, obrigatoriamente quando as edificações possuíssem altura maior do
que quatro vezes sua menor dimensão em planta, ou nos casos em que o pórtico numa mesma
direção possuísse menos de quatro pilares alinhados.
Atualmente, porém, a NBR 6118 (ABNT, 2014) explicita que os esforços oriundos das
ações do vento devem ser considerados em qualquer situação, sendo para isso, sua determinação
45
realizada através da NBR 6123 (ABNT, 1988), admitindo-se simplificações previstas nas
normas brasileiras.
Considerando a localização e as dimensões da edificação, o primeiro passo é
determinação da velocidade básica do vento (V0) para a região da construção. Esse fator
considera a velocidade de uma raja com duração de três segundos, excedida com tempo de
recorrência de 50 anos, a uma altura de dez metros sobre o terreno plano e em campo aberto.
Sua obtenção é realizada através dos gráficos das isopletas de velocidade básica no brasil, de
onde pode-se verificar que a região encontra-se na faixa cuja velocidade varia entre 30 m/s e
35 m/s, e portanto, para fins de cálculo optou-se por adotar o vento mais desfavorável, ou seja,
o que possui maior intensidade que é 35 m/s, conforme exposto na figura 13.
O segundo termo a ser obtido é o fator topográfico (S1), que considera as variações do
relevo do terreno e pode ser estabelecido conforme o quadro 8.
46
Uma vez que a edificação encontram-se em zona costeira e plana, seria possível,
analisando isoladamente esse aspecto, classificá-la como sendo de categoria II, porém levando
em consideração que na região da construção da edificação existem obstáculos que são pouco
espaçados entre si, e que a cota média do topo desses é de 10 metros de altura, optou-se por
classificar a edificação como sendo de categoria IV.
Sabendo que a velocidade do vento varia continuamente, é necessário considerar suas
características construtivas ou estruturais para se determinar de maneira precisa o carregamento
gerada. Dessa forma, a NBR 6123 (ABNT, 1988) classifica as edificações através de análises
estatísticas, conforme o quadro 10.
P
Z
S2 b FR
10
Onde:
- S2 é o fator que considera a rugosidade do terreno, as dimensões da
Edificação e sua altura sobre o terreno; e
- b, FR e P são coeficientes de parâmetros meteorológicos, estabelecidos através da
classificação da tipologia da edificação.
VK V0 S1 S2 S3
Onde:
- VK é o vento característico (m/s);
- S1 fator topográfico;
- S2 fator de rugosidade do terreno, dimensões da edificação e altura sobre o terreno; e
- S3 fator estatístico.
Tabela 7. Valor de VK
Z (m) V0 (m/s) S1 S2 S3 VK (m/s)
0 a 12 35 1,00 0,88 1,00 30,80
Fonte: Autor.
O item 4.2.1 da NBR 6123 (ABNT, 1988), trata sobre os coeficientes de pressão (CP),
que são valores que dizem respeito às pressões interna e externa exercidas pelo vento na
edificação, considerando para isso sua altura como é o caso do coeficiente de pressão externa
(CPE), e sua permeabilidade analisada no coeficiente de pressão interna (CPI).
50
O CPE, pode ser estabelecido através da tabela 4 da NBR 6123 (ABNT, 1988), onde
deve-se observar a altura relativa da edificação, parcela esta que apresenta a relação entre a
altura da edificação e suas dimensões em planta, para que assim seja possível a determinação
dos valores de CPE para cada caso. Para isso, as relações consideradas são:
h a
e
b b
Onde:
- h é a altura da edificação em metros;
- a é a maior dimensão em planta da edificação, em metros; e
- b é a menor dimensão em planta da edificação, em metros.
h 12 a 20
1,2 e 2
b 10 b 10
Portanto, o caso em que se enquadra na tabela 2 da NBR 6123 (ABNT, 1988), pode
ser observado conforme a figura 16.
Por sua vez, a determinação de CPI deve ser realizada conforme os casos apresentados
no item 6.2.5 da NBR 6123 (ABNT, 1988), no qual apresenta os valores possíveis para casos
especificados no mesmo.
51
q 0,613 CP VK 2
Onde:
- q é a pressão dinâmica do vento (N/m²);
- CP é coeficiente de pressão do vento (CPE-CPI);
- VK é o vento característico (m/s);
i i 1
p q
2 2
Onde:
- p é a carga distribuída devida ao vento pavimento (kN/m,);
- i é o pilar inferior do pavimento, na face onde incide a carga de vento;
- i+1 é o pilar imediatamente superior a i; e
- q é a pressão dinâmica do vento (N/m²).
No caso específico do vento a 0º, pode-se perceber que as ações do vento se anulam
uma vez que atuam com mesma intensidade, porém em sentidos opostos.
De acordo com Lima (2014), o Autodesk Revit é um aplicativo que faz uso do conceito
BIM, com o qual as edificações são geradas de modo que não se necessita mais o uso de
desenhos de vistas bidimensionais de um edifício que na realidade é tridimensional. A
possibilidade de se obter a edificação em três dimensões virtualmente traz consigo muitos
benefícios, tais como:
Para iniciar o projeto deste estudo, foi pediu que se gerasse um novo projeto, e dessa
maneira surgiu a janela da figura 20, onde definiu-se que este projeto deveria contemplar as
diretrizes e configurações de projeto estrutural.
as ferramentas agrupadas por contexto, da qual será abordado mais efetivamente a guia
“Estrutura”. Além disso, no canto esquerdo estão dispostos o navegador de projeto; que
contempla plantas, vistas, tabelas e informações detalhadas do projeto, e o painel de
propriedades, que exibe as propriedades do objeto, caso exista algum em específico
selecionado. No canto direito, encontra-se a vista, que é a área de desenho, ou seja, o espaço no
qual o projeto será efetivamente concebido.
A figura 21 apresenta um esquema indicativo das ferramentas na tela de trabalho do
Revit.
Neste trabalho, será elencado com maior ênfase o Revit Structure, que apresenta uma
abordagem exclusiva para projetos estruturais, e, portanto, possui uma vasta biblioteca e a
possibilidade de criação de famílias de elementos como pilares, vigas, lajes e de fundação, tanto
em concreto armado, quanto metálicos. Para acessar essa guia, basta selecionar a opção
“Estrutura” no menu Ribbon.
Para facilitar o início do projeto, optou-se por importar um vínculo CAD, uma vez que
o projeto de arquitetura havia sido concebido em uma plataforma desta extensão. Após a
importação, iniciou-se a fixação dos eixos estruturais, com o objetivo de facilitar a locação dos
56
Cabe salientar, que para o caso em estudo, iniciou-se a delimitação dos eixos
estruturais a partir do nível correspondente as fundações, seguindo para o térreo, primeiro
pavimento, e assim respectivamente.
57
Outra etapa importante para a modelagem, é a criação das seções das vigas e dos
pilares correspondentes ao pré-dimensionamento realizado no item 4.3.3 deste trabalho. A
figura 25 demonstra a definição de ambos os elementos.
Com a realização das configurações iniciais, pode-se iniciar a alocação dos pilares,
vigas e lajes da edificação. Nesse sentido, o procedimento no Revit basicamente se dá através
59
A figura 27 demonstra a configuração dos tipos de carga para o estudo realizado nesse
trabalho, onde adotou-se Fg como sendo o carregamento permanente, Fq o carregamento
variável (acidental) e Fv a força exercida pelo vento sobre a estrutura.
Após a configuração dos casos de carga, realizou-se a formatação das combinações de
carga para os estados limites último e de serviço. O quadro 12 demonstra as combinações
consideradas em conformidade com a NBR 6118, e a figura 28 apresenta a inserção das mesmas
no Revit.
Quadro 12. Combinações de carga para o caso em estudo
Situação Combinação
ELU 1
(acidental principal e Fd 1,4 Fg 1,4 Fq 1,4 0,6 Fv
vento secundária)
ELU 2
(vento principal e Fd 1,4 Fg 1,4 Fv 1,4 0,5 Fq
acidental secundária)
ELU 3
(permanente e Fd 1,4 Fg 1,4 Fv 1,4 0,5 Fq
acidental)
ELS Fd Fg 0,3 Fq 0 Fv
Fonte: Autor.
estrutura. Dessa maneira, o valor de Ѱ2 para o vento é igual a zero, sendo sua parcela
representada na tabela 12 apenas para fins didáticos.
inserção fica a critério do projetista, que deve selecionar a solução que melhor se adequa a
situação de carregamento real.
Para o caso em estudo, a figura 29 apresenta a edificação com seus respectivos
carregamentos verticais e horizontais.
Com a definição das combinações, basta apenas selecionar a opção “Iniciar cálculos”
presente na barra de ferramentas superior, e assim, o programa analisa as combinações tomando
como base a normatização para estruturas de concreto armado cadastrada no Robot. Para o caso
estudado, optou-se por utilizar a norma europeia EN 1992-1 do ano de 2004, uma vez que a
mesma é a mais próxima em comparação a NBR 6118.
Tal adaptação, se dá pelo fato do Robot Structural Analysis não possuir vínculo direto
com as normatizações brasileiras, o que exige uma série de ajustes que possibilitam não o
completo atendimento, mas viabiliza a análise estrutural.
66
5. CONCLUSÕES
6. REFERÊNCIAS
PFEIL, W.; PFEIL M. Estruturas de aço: dimensionamento prático. 8. ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2009.
EASTMAN, C. et al. (Coord.) BIM Handbook: a guide to building information modeling for
owners, managers, designers, engineers and contractors. 1. ed. New Jersey – Estados Unidos
da América: John Wiley & Sons, 2008.
BELK, A.; SILVA, A. P. Produção de projeto estrutural no ambiente BIM: Uma visão
TQS. In: ENCONTRO MENSAL ABECE, São Paulo, 2011. Anais... São Paulo: ABECE,
2011. 22 p. p. 2-3.
7. APÊNDICES
Lajes do 1º e 2º Pavimentos
Laje LX (cm) LY (cm) HL Calculada (cm) HL Adotada (cm)
L1 245 315 6 8
L2 130 240 3 8
L3 325 420 8 8
L4 325 420 8 8
L5 130 240 3 8
L6 245 315 6 8
L7 335 518 8 8
L8 335 518 8 8
L9 335 518 8 8
L10 325 565 8 8
L11 230 300 6 8
L12 325 565 8 8
L13 335 518 8 8
L14 50 950 1 10
Lajes do 3º Pavimento
Laje LX (cm) LY (cm) HL Calculada (cm) HL Adotada (cm)
L1 245 315 6 8
L2 130 240 3 8
L3 325 420 8 8
L4 325 420 8 8
L5 130 240 3 8
L6 245 315 6 8
L7 335 518 8 8
L8 335 518 8 8
L9 335 518 8 8
L10 325 565 8 8
L11 150 335 4 8
L12 325 565 8 8
L13 335 518 8 8
L14 230 300 6 8
L15 50 950 1 10
Lajes da Cobertura
Laje LX (cm) LY (cm) HL Calculada (cm) HL Adotada (cm)
L1 245 315 6 8
L2 130 240 3 8
L3 325 420 8 8
L4 325 420 8 8
L5 130 240 3 8
L6 245 315 6 8
76
Lajes da Cobertura
Laje LX (cm) LY (cm) HL Calculada (cm) HL Adotada (cm)
L7 335 518 8 8
L8 335 518 8 8
L9 335 518 8 8
L10 325 565 8 8
L11 300 565 8 8
L12 325 565 8 8
L13 335 518 8 8
L14 50 950 1 10
77
Vigas do 3º Pavimento
Viga LV (cm) HV Calculada (cm) HV Adotada (cm) Seção da Viga (cm x cm)
V1a 375 38 55
V1b 325 33 55
V1c 300 30 55 15 x 55
V1d 325 33 55
V1e 375 38 55
V2 130 13 35
15 x 35
V3 130 13 35
V4 518 52 55
15 x 55
V5 518 52 55
V6a 325 33 35
V6b 300 30 35 15 x 35
V6c 325 33 35
V7 518 52 55
15 x 55
V8 518 52 55
V9 300 30 35 15 x 35
V10a 518 52 55
V10b 325 33 55
V10c 300 30 55 15 x 55
V10d 325 33 55
V10e 518 52 55
V11 670 67 70 15 x 70
V12 315 32 35
15 x 35
V13 315 32 35
V14a 670 67 70
15 x 70
V14b 315 32 70
V15a 230 23 55
V15b 335 34 55 15 x 55
V15c 420 42 55
V16 335 34 35 15 x 35
V17a 230 23 55
V17b 335 34 55 15 x 55
V17c 420 42 55
V18a 670 67 70
15 x 70
V18b 315 32 70
V19 315 32 35
15 x 35
V20 315 32 35
V21 670 67 70 15 x 70
Vigas da Cobertura
Viga LV (cm) HV Calculada (cm) HV Adotada (cm) Seção da Viga (cm x cm)
V1a 375 38 55
V1b 325 33 55
15 x 55
V1c 300 30 55
V1d 325 33 55
78
Vigas da Cobertura
Viga LV (cm) HV Calculada (cm) HV Adotada (cm) Seção da Viga (cm x cm)
V1e 375 38 55
V2 130 13 35
15 x 35
V3 130 13 35
V4 518 52 55
15 x 55
V5 518 52 55
V6a 325 33 35
V6b 300 30 35 15 x 35
V6c 325 33 35
V7 518 52 55
V8 518 52 55
V9a 518 52 55
V9b 325 33 55 15 x 55
V9c 300 30 55
V9d 325 33 55
V9e 518 52 55
V10 670 67 70 15 x 70
V11 315 32 35
15 x 35
V12 315 32 35
V13a 670 67 70
15 x 70
V13b 315 32 70
V14a 230 23 55
V14b 335 34 55
V14c 420 42 55
15 x 55
V15a 230 23 55
V15b 335 34 55
V15c 420 42 55
V16a 670 67 70
15 x 70
V16b 315 32 70
V17 315 32 35
15 x 35
V18 315 32 35
V19 670 67 70 15 x 70
79
1 Nível:
Nome :
Nível de referência : ---
Fissura máxima : 0,40 (mm)
Exposição : X0
Coeficiente de fluência do concreto : = 2,68
Classe do cimento :N
Idade do concreto (momento de carga) : 28 (dias)
Idade do concreto : 50 (anos)
Idade do concreto após erguer uma estrutura : 365 (anos)
Classe de estrutura : S1
Classe de resistência ao fogo : sem requisitos
Recomendações de FFB 7.4.3(7) : 0,00
-60
[kN*m]
-40
-20
0
20
40
60
80 [m]
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16
ELU de momento fletor: M Mr Mt Mc
100
80 [kN]
60
40
20
0
-20
-40
-60
-80 [m]
-100
0 2 4 6 8 10 12 14 16
ELU de força de cisalhamento: V Vr Vc (estribos) Vc (total)
-60
[kN*m]
-40
-20
0
20
40
60
80 [m]
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16
SLS de momento fletor: M_r Mr_r Mc_r Mc_qp M_qp Mr_qp
4
[kN]
3
2
1
0
-1
-2
-3 [m]
-4
0 2 4 6 8 10 12 14 16
SLS de força de cisalhamento: V_r Vr_r V_qp Vr_qp
0.03
[0.1%]
0.02
0.01
-0.01
-0.02
-0.03
[m]
-0.04
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Esforços: Em Ac B
5
4 [MPa]
3
2
1
0
-1
-2
-3
-4 [m]
-5
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Tensões: Ats Acs Bs
6
[cm2]
4
2
0
2
4
6
8 [m]
10
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Área da armadura para flexão: Abt Abr Abmín Ades Média_bruta
5
4 [cm2/m]
3
2
1
0
1
2
3
4 [m]
5
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Área da armadura para cisalhamento: Ast Ast_strut Asr AsHang
ULS SLS
Abscissa V máx. V máx. afp
(m) (kN) (kN) (mm)
0,20 58,76 2,79 0,0
0,48 52,82 2,79 0,0
0,85 40,49 2,10 0,0
1,23 26,40 1,04 0,0
1,60 11,95 -0,02 0,0
1,98 3,84 -0,02 0,0
2,35 -10,03 -0,70 0,0
2,73 -55,48 -2,68 0,0
3,10 -65,15 -2,94 0,0
3,48 -74,71 -3,17 0,0
3,75 -80,66 -3,17 0,0
ULS SLS
Abscissa V máx. V máx. afp
(m) (kN) (kN) (mm)
3,95 54,07 2,00 0,0
4,18 49,20 2,00 0,0
4,50 43,22 2,00 0,0
4,83 29,95 1,23 0,0
5,15 22,92 1,23 0,0
5,48 6,32 0,13 0,0
5,80 -10,78 -0,99 0,0
6,13 -17,81 -0,99 0,0
6,45 -32,87 -1,84 0,0
6,78 -43,15 -2,06 0,0
7,00 -48,01 -2,06 0,0
ULS SLS
Abscissa V máx. V máx. afp
(m) (kN) (kN) (mm)
7,20 46,98 2,69 0,0
7,40 42,65 2,69 0,0
7,70 36,03 2,16 0,0
8,00 29,54 2,16 0,0
8,30 16,44 0,81 0,0
84
ULS SLS
Abscissa V máx. V máx. afp
(m) (kN) (kN) (mm)
10,20 38,06 2,06 0,0
10,43 33,19 2,06 0,0
10,75 24,64 1,84 0,0
11,08 13,19 1,00 0,0
11,40 6,17 1,00 0,0
11,73 -6,47 -0,13 0,0
12,05 -18,73 -1,23 0,0
12,38 -25,76 -1,23 0,0
12,70 -35,85 -2,00 0,0
13,03 -41,10 -2,00 0,0
13,25 -45,96 -2,00 0,0
ULS SLS
Abscissa V máx. V máx. afp
(m) (kN) (kN) (mm)
13,45 80,94 3,17 0,0
13,73 75,00 3,17 0,0
14,10 65,28 2,94 0,0
14,48 55,50 2,68 0,0
14,85 8,74 0,70 0,0
15,23 -5,34 0,01 0,0
15,60 -13,45 0,01 0,0
15,98 -27,95 -1,04 0,0
16,35 -42,04 -2,10 0,0
16,73 -54,36 -2,79 0,0
17,00 -60,30 -2,79 0,0
85
2.4 Armadura:
2.4.1 P1 : Vão de 0,20 até 3,75 (m)
Armadura longitudinal:
fundo (CA-50)
2 16 l = 3,42 de 0,04 até 3,33
montagem (superior) (CA-50)
2 8 l = 2,70 de 0,44 até 3,14
apoio (CA-50)
2 12.5 l = 1,27 de 0,04 até 1,11
Armadura transversal:
principal (CA-50)
estribos 26 6.3 l = 1,14
e = 1*0,03 + 25*0,14 (m)
3 Levantamento de materiais:
Volume de concreto = 1,42 (m3)
Gabarito = 21,49 (m2)
Aço CA-50
Peso total = 123,90 (kG)
Densidade = 87,31 (kG/m3)
Diâmetro médio = 9,5 (mm)
Levantamento de acordo com os diâmetros: