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SUMÁRIO
1 LEI DE INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS ............................... 3
1.1 Finalidade e natureza ..................................................................................... 3
1.2 Requisitos ...................................................................................................... 6
1.3 Legitimados a requerer a medida ................................................................... 7
1.4 Prazo e prorrogação ....................................................................................... 8
1.5 Condução dos procedimentos ......................................................................... 9
1.6 Inutilização do material irrelevante ............................................................... 9
1.7 Degravação e perícia ...................................................................................... 9
1.8 Tipo penal específico .................................................................................... 10
2 QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO E FISCAL ............................................................ 10
2.1 Quebra de sigilo bancário............................................................................. 10
2.2 Quebra de sigilo fiscal .................................................................................. 14
3 SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO ......................................................... 15
3.1 Conceito e cabimento ................................................................................... 15
3.2 Revogação do benefício ............................................................................... 18
4 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 19
5 SÚMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 21
5.1 Súmulas do STF ............................................................................................ 21
5.2 Súmulas do STJ ............................................................................................ 21
6 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA ........................................................................... 21
7 RESUMO .............................................................................................................. 24
8 LISTA DE EXERCÍCIOS ........................................................................................ 27
9 EXERCÍCIOS COMENTADOS ................................................................................. 36
10 GABARITO ....................................................................................................... 55
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
1
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais comentadas. 8. ed. Rio de Janeiro: Ed.
Forense, 2014, p. 478/479
2
Também chamada de captação direta. NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais
comentadas. Op. cit., p. 480
3
(...) 7. Quanto à celeuma acerca da determinação da quebra de sigilo pelo Juízo Federal de
Itaperuna/RJ, que foi posteriormente declarado incompetente em razão de ter sido identificada
atuação de organização criminosa (art. 1º da Resolução Conjunta n. 5/2006 do TRF da 2ª
Região), há de se aplicar a teoria do juízo aparente (STF, HC 81.260/ES, Tribunal Pleno, rel. Min.
Sepúlveda Pertence, DJ de 19.4.2002). 8. Ordem denegada, cassando a liminar deferida.
(HC 110496, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 09/04/2013, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-238 DIVULG 03-12-2013 PUBLIC 04-12-2013)
1.2! Requisitos
O art. 2º da Lei estabelece algumas restrições à autorização de
interceptações telefônicas. Vejamos:
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer
qualquer das seguintes hipóteses:
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de
detenção.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto
da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo
impossibilidade manifesta, devidamente justificada.
4
(HC 245.108/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 22/04/2014,
DJe 02/05/2014)
5
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais comentadas. Op. cit., p. 491
6
(HC 245.108/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 22/04/2014,
DJe 02/05/2014)
(...) 2. Dentre as providências que podem ser tomadas pelo Parquet para a
reunião de provas no curso das investigações por ele promovidas está a de
representar pela quebra do sigilo de dados, consoante o disposto no inciso
XVIII do artigo 6º da Lei Complementar 75/1993.
3. Embora o § 4º do artigo 1º da Lei Complementar 105/2001 estabeleça que a quebra
de sigilo poderá ser decretada em qualquer fase do inquérito ou de processo judicial,
o certo é que tal disposição legal não impede que a medida seja autorizada em
procedimento investigatório conduzido pelo órgão ministerial, como previsto na Lei
Complementar 75/1993.
4. O requerimento de quebra do sigilo bancário por parte do Ministério Público
prescinde da prévia instauração de inquérito policial, permitindo-se que a
medida seja requerida ao Poder Judiciário no curso de investigação por ele
dirigida. Precedentes.
5. Ordem denegada.
(HC 168.184/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em
02/02/2012, DJe 15/02/2012)
7
O art. 199 não nos interessa para fins processuais penais: “Art. 199. A Fazenda Pública da União
e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para
a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em
caráter geral ou específico, por lei ou convênio. ”
Percebam que o sigilo fiscal pode ser quebrado por determinação judicial,
para fins de instrução processual (ou investigação penal). Assim, é
absolutamente vedado ao MP proceder à quebra de sigilo fiscal sem autorização
judicial.
O STJ entende, ainda, que a decisão judicial que decreta a quebra do
sigilo fiscal deve ser devidamente fundamentada, sob pena de configurar-
se como coação ilegal, maculando a prova:
Contudo, ainda que a quebra de sigilo fiscal seja determinada sem a devida
fundamentação, a nulidade da prova só será decretada caso seja
demonstrado que houve algum prejuízo para o acusado (AgRg no REsp
1198354/ES, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em
16/10/2014, DJe 28/10/2014 - STJ).
8
Ver, neste sentido: RHC 55792 / SP. Em sentido CONTRÁRIO (pela concessão ex officio) ver: HC 131108
/ RJ
9
RHC 115997, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 12/11/2013, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 19-11-2013 PUBLIC 20-11-2013
LEI 9.296/96
! Arts. 1º a 10 do CPP – Regulamentam a interceptação das comunicações
telefônicas:
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova
em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta
Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de
justiça.
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de
comunicações em sistemas de informática e telemática.
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas
quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena
de detenção.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto
da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo
impossibilidade manifesta, devidamente justificada.
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo
juiz, de ofício ou a requerimento:
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução
processual penal.
Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração
de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos
meios a serem empregados.
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado
verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a
interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo.
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido.
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a
forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias,
renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio
de prova.
Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de
interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua
realização.
§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será
determinada a sua transcrição.
LEI 9.099/95
! Art. 89 da Lei 9.099/95 – Regulamenta o instituto da suspensão condicional
do processo:
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano,
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não
esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os
demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (!∀#∃%&&%∋(%)∗∋+,(%
−./!0).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este,
recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período
de prova, sob as seguintes condições:
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II - proibição de freqüentar determinados lugares;
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e
justificar suas atividades.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão,
desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser
processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do
dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso
do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
5! SÚMULAS PERTINENTES
5.1! Súmulas do STF
! Súmula 696 do STF – O STF sumulou entendimento no sentido de que, caso
haja recusa de oferecimento da proposta de suspensão condicional do processo,
o Juiz deverá, caso discorde do MP, encaminhar os autos ao Chefe do MP, por
analogia ao art. 28 do CPP (aplicável ao arquivamento do Inquérito Policial):
Súmula 696 do STF
“Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo,
mas se recusando o Promotor de Justi!a a prop∀-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a
questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de
Processo Penal.”
6! JURISPRUDÊNCIA CORRELATA
! STF - HC 96156- O STF decidiu que se houve criação interna de terminal para
efetuar desvios de chamada (desvio duplo), esse terminal criado, ainda que não
expressamente abrangido pela decisão, é alcançado pela interceptação
telefônica:
“(...) O terminal telefônico criado internamente por operadora de telefonia, com o
simples fim de efetuar desvio de chamadas de um terminal objeto de interceptação
judicial, é alcançado pela medida constritiva incidente sobre este último. Ordem
denegada. (HC 96156, STF)
7! RESUMO
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugestão é a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização
de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender alguma informação, não deixem de retornar à
aula.
Finalidade - Regulamentar o artigo 5º, XII da CRFB/88, que estabelece a
inviolabilidade das comunicações telefônicas, permitindo a interceptação de tais
comunicações apenas em casos excepcionais, por decisão judicial.
Conceitos
Interceptação de comunicações telefônicas - Esse termo significa a
captação de conversas realizadas por meio telefônico, entre TERCEIROS, e ocorre
quando NENHUM DOS INTERLOCUTORES TEM CIÊNCIA DA GRAVAÇÃO DA
CONVERSA.
Escuta telefônica - É a modalidade na qual um dos interlocutores tem ciência
da gravação, que é feita por TERCEIRA PESSOA. À semelhança da interceptação
telefônica, só é admitida mediante autorização judicial.
Gravação telefônica – É a modalidade na qual um dos interlocutores realiza a
gravação da conversa, ou seja, não há a participação de terceiros. É considerada
prova LÍCITA
Interceptações ambientais - Incluem a interceptação ambiental stricto sensu,
a gravação ambiental e a escuta ambiental. Uma comunicação ambiental é aquela
realizada pessoalmente, e não através de qualquer aparelho de transmissão.
OBS. Os Tribunais Superiores aplicam as mesmas regras da
interceptação telefônica às interceptações ambientais.
Requisitos
Prova emprestada
Embora as interceptações telefônicas só possam ser autorizadas nestes casos
expressamente previstos, o STF admite que a prova obtida através de uma
interceptação lícita (que obedeceu aos requisitos legais) possa ser utilizada como
“prova emprestada” em outros processos criminais ou até mesmo procedimentos
administrativos disciplinares instaurados em face dos mesmos investigados OU
DE OUTROS, desde que haja conexão entre os fatos.
Prazo e prorrogação
O prazo é de até 15 dias, renovável uma vez por igual período.
STF – Pode haver diversas prorrogações, desde que isso seja necessário.
Início da contagem do prazo – Data em que se efetiva a diligência.
Procedimentos
Quem conduz? A autoridade policial, dando ciência de tudo ao MP.
Conclusão - Após a realização dos trabalhos, a autoridade policial encaminhará
o resultado ao Juiz, acompanhado de resumo das operações realizadas. Neste
momento o Juiz determinará que os documentos relativos à interceptação sejam
autuados em apartado, apensados aos autos principais, tramitando em segredo
de justiça. Após, dará ciência ao MP.
Material irrelevante - Deverão ser descartados, mediante requerimento da
parte interessada ou do MP, naquilo que se chama de “incidente de
inutilização”.
Aceitação da proposta
Aceita a proposta de suspensão do processo pelo acusado e por seu defensor, na
presença do Juiz, será submetida a apreciação deste (Juiz) que, suspendendo o
processo, submeterá o acusado a período de prova, sob determinadas
condições:
"! Reparação do dano, salvo se não tiver condições.
"! Proibição de frequentar determinados lugares.
"! Proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz.
"! Comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar
e justificar suas atividades.
"! Outras condições especificadas pelo Juiz.
Revogação do benefício
8! LISTA DE EXERCÍCIOS
9! EXERCÍCIOS COMENTADOS
10! GABARITO
1.! ERRADA
2.! CORRETA
3.! CORRETA
4.! ERRADA
5.! CORRETA
6.! CORRETA
7.! ERRADA
8.! ALTERNATIVA B
9.! ERRADA
10.! ERRADA
11.! CORRETA
12.! ERRADA
13.! ERRADA
14.! ERRADA
15.! ERRADA
16.! CORRETA
17.! CORRETA
18.! CORRETA
19.! ALTERNATIVA C
20.! ALTERNATIVA B
21.! ALTERNATIVA E
22.! ALTERNATIVA A
23.! ALTERNATIVA B
24.! ALTERNATIVA B
25.! ALTERNATIVA E
26.! CORRETA
27.! CORRETA
28.! ERRADA
29.! ERRADA
30.! ERRADA