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INFORMATIVO 630 STJ – PENAL E PROCESSO PENAL COMENTADO

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INFORMATIVO 630 STJ – PENAL E PROCESSO PENAL COMENTADO

FELIPE LEAL
Graduado em Direito pela Universidade Federal da Paraíba (2003),
mestrado em Direito Ambiental e Políticas Públicas pela Universidade
Federal do Amapá (2012) e Doutorando em Ciências Jurídico-Criminais
nas Universidades de Porto e de Coimbra, em Portugal (2017-2021).
Ingressou na Polícia Federal em 2005, como Papiloscopista Policial
Federal, adquirindo experiência na área pericial, e, desde 2006, é
Delegado de Polícia Federal, tendo já chefiado Delegacias Especializadas
na Repressão ao Tráfico de Drogas/PA (2006-2007), na Repressão
aos Crimes Ambientais/AP (2008-2010) e na Repressão a Crimes
Financeiros/PB (2011 -2012), bem como atuou como Chefe do Núcleo
de Inteligência em Pernambuco (2013-2014). Após, foi designado
como membro do Grupo de Inquéritos da Operação Lava Jato junto ao
Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça (2015-2016),
sendo convidado a assumir a Divisão de Contrainteligência da Polícia
Federal em Brasília (2016-2017). Na docência, é um dos responsáveis
pela formação profissional de novos policiais, com a elaboração
de Caderno Didático para a Academia Nacional de Polícia (ANP). Já
elaborou Manuais de Investigações para autoridades policiais. Tutor da
Disciplina Criminologia em Cursos de Aperfeiçoamento Profissional da
ANP. Professor em Faculdades de Direito e em curso de pós-graduação
da ANP. Coordenador Pedagógico da Escola Nacional de Delegados de
Polícia Federal.

Sumário
Estatuto da Criança e do Adolescente. Medida Socioeducativa. Maioridade
Civil. Aquisição Posterior a Fato Equiparado a Delito Penal. Irrelevância para a
Continuidade do Cumprimento da Medida até 21 Anos......................................3

Prerrogativa de Foro. Competência Criminal Originária do STJ. Art. 105,


I, “A”, da Constituição Federal. Crime em Tese sem Relação com o Cargo.
Desembargador. Instrução não Encerrada. QO na APN 937/STF. Iminência da
Prescrição. Prorrogação da Competência. Excepcionalidade...............................5

Tribunal do Júri. Quebra da Incomunicabilidade entre os Jurados. Membro


do Conselho de Sentença que Afirmou em Plena Fala da Acusação que Havia
Crime. Nulidade. Ocorrência..........................................................................7
Inteiro Teor................................................................................................7

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA.


MAIORIDADE CIVIL. AQUISIÇÃO POSTERIOR A FATO EQUIPARADO
A DELITO PENAL. IRRELEVÂNCIA PARA A CONTINUIDADE DO
CUMPRIMENTO DA MEDIDA ATÉ 21 ANOS

É possível haver cumprimento de medida socioeducativa no período compreen-

dido entre os 18 e 21 anos. Imaginemos que determinada pessoa, às vésperas de

completar 18 anos, pratique um ato infracional, equiparado a delito penal. Deverá

ele cumprir a medida socioeducativa nesse período intermediário.

Se assim não fosse, com a extinção automática de qualquer medida socioedu-

cativa quando do implemento da maioridade civil aos 18 anos, teríamos na prática,

se considerarmos o tempo de resposta do Estado, absoluta impossibilidade de se

implementar qualquer ação com finalidade pedagógica.

INTEIRO TEOR

De início, note-se que a partir do momento em que foi sancionado o Estatuto

da Criança e do Adolescente, observou-se um período intermediário, compreendido

entre os 18 e os 21 anos, no qual se poderia ter um indivíduo considerado relativa-

mente incapaz para a prática dos atos da vida civil, porém, sob o aspecto criminal,

seria capaz. Daí exsurge a premissa de o legislador ter previsto no parágrafo único

do art. 2º da Lei n. 8.069/1990, que, nos casos expressos em lei, aplicar-se-iam

as normas previstas no ECA, também, às pessoas entre 18 e 21 anos. Ainda que

inexistente norma expressa no sentido da extinção da medida socioeducativa pelo

implemento da maioridade civil, é inegável que a inserção desta excepcionalidade

de aplicação do ECA para além dos 18 anos – e da qual nos valemos para impor

a execução das medidas de semiliberdade e internação até os 21 anos, se o caso

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– deu-se ante a iminente necessidade de, à época, se ampliar a proteção integral

prevista na Lei n. 8.069/1990, para até o atingimento da maioridade civil, mesmo

que, nessa faixa etária, o agente não pudesse mais ser considerado criança e nem

sequer adolescente. Sobre o tema, este Superior Tribunal considera que, nos ter-

mos da interpretação do art. 121, § 5º, da Lei n. 8.069/1990, para sujeitar o ado-

lescente às medidas socioeducativas, [...] deve ser considerada a inimputabilidade

penal à data do fato. Diante disso, esta Corte assentou o entendimento segundo

o qual a superveniência de maioridade relativa (período entre 18 e 21 anos) não

tem o condão de extinguir a medida socioeducativa, a qual ocorrerá apenas com a

liberação compulsória do menor, aos 21 anos de idade [...] (HC n. 352.662/RJ, Mi-

nistro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, DJe 24/2/2017). Nesses termos

é que foi editada, pela Terceira Seção deste Superior Tribunal, a Súmula 605/STJ:

A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional

nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade

assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.

REsp 1.705.149-RJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, por

unanimidade, julgado em 13/06/2018, DJe 13/08/2018

Veja como esse assunto pode ser abordado em concurso para Delegado

Questão:

A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracio-

nal nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberda-

de assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.

Resposta: Certo.

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PRERROGATIVA DE FORO. COMPETÊNCIA CRIMINAL ORIGINÁRIA


DO STJ. ART. 105, I, “A”, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. CRIME EM
TESE SEM RELAÇÃO COM O CARGO. DESEMBARGADOR. INSTRUÇÃO
NÃO ENCERRADA. QO NA APN 937/STF. IMINÊNCIA DA PRESCRIÇÃO.
PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA. EXCEPCIONALIDADE

No caso dos Conselheiros de Tribunais de Contas e Governadores, na esteira

do entendimento do Supremo Tribunal Federal, já entendeu o Superior Tribunal de

Justiça, em nova linha interpretativa, que o foro por prerrogativa de função somen-

te se justifica aos crimes cometidos durante o exercício do cargo (nexo temporal)

e relacionados às funções desempenhadas (nexo funcional).

Como não houve posicionamento sobre a extensão desse entendimento às

ações penais em desfavor de Desembargadores, e a possibilidade, no caso julgado,

de o cumprimento da pena pelo crime cometido restar prejudicado pela iminente

ocorrência da prescrição, entendeu-se que o processamento da ação penal deveria

permanecer no Superior Tribunal de Justiça.

INTEIRO TEOR

Inicialmente cumpre salientar que o voto condutor do acórdão proferido pelo

STF na QO APn 937 considerou que a cláusula constitucional que confere prerroga-

tiva de foro a agentes públicos deve ser compreendida à luz dos princípios consti-

tucionais estruturantes da igualdade e da República. Isto porque, tal como qualquer

outro cidadão, os agentes públicos devem responder comumente pela prática de

delitos que não guardem relação com o desempenho das funções inerentes ao car-

go que ocupam. Como o foro por prerrogativa de função é uma exceção ao princípio

republicano, concluiu o STF que ele deve ser interpretado restritivamente, de modo

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a funcionar como instrumento para o livre exercício de certas funções públicas, mas

não de modo a acobertar agentes públicos da responsabilização por atos estranhos

ao exercício de suas funções. Na sessão de julgamento de 20/06/2018, a Corte Es-

pecial do Superior Tribunal de Justiça finalizou o julgamento da Questão de Ordem

na Ação Penal 857 e efetuou o julgamento de Agravos Regimentais na Ação Penal

866, fixando o entendimento de que as razões de decidir adotadas pelo STF no jul-

gamento da QO AP 937 se impunham igualmente na interpretação da extensão da

prerrogativa de foro que a Constituição (art. 105, I, “a”) confere aos Conselheiros

de Tribunais de Contas e aos Governadores. Na hipótese, situação em que o réu é

Desembargador, em que, como visto, a extensão da prerrogativa de foro é questão

a ser ainda enfrentada pela Corte Especial, e o cumprimento da pena pelo crime

cometido pode restar prejudicado pela iminente ocorrência da prescrição, o proces-

samento da ação penal permanecerá no Superior Tribunal de Justiça.

QO na APn 703-GO, Rel. Min. Benedito Gonçalves, por unanimidade, jul-

gado em 01/08/2018, DJe 09/08/2018

Veja como esse assunto pode ser abordado em concurso para Delegado

Questão:

A iminente prescrição do crime praticado por Desembargador excepciona o en-

tendimento consolidado na APn 937 – o foro por prerrogativa de função é restrito

a crimes cometidos ao tempo do exercício do cargo e que tenham relação com o

cargo – e prorroga a competência do Superior Tribunal de Justiça.

Resposta: Certo.

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TRIBUNAL DO JÚRI. QUEBRA DA INCOMUNICABILIDADE ENTRE OS


JURADOS. MEMBRO DO CONSELHO DE SENTENÇA QUE AFIRMOU
EM PLENA FALA DA ACUSAÇÃO QUE HAVIA CRIME. NULIDADE.
OCORRÊNCIA.

A manifestação verbal de um dos jurados, quando da argumentação do Ministé-

rio Público em seção plenária do Tribunal do Júri, afirmando que “havia crime”, tem

o condão de anular o julgamento, por se tratar de quebra da incomunicabilidade

dos jurados, com probabilidade de influência no ânimo dos demais.

INTEIRO TEOR

Durante seção plenária de julgamento pelo tribunal do júri, houve, por parte

de um dos membros do conselho de sentença, expressa manifestação ouvida por

todos e repreendida pelo juiz, acerca do próprio mérito da acusação, pois afirmou

que havia “crime”, durante a fala da acusação. Em tal hipótese, houve quebra da

incomunicabilidade dos jurados, o que, por expressa disposição legal, era causa de

dissolução do conselho de sentença e de imposição de multa ao jurado que come-

teu a falta. Veja-se que, afirmar um jurado que há crime, em plena argumentação

do Ministério Público, pode, sim, ter influenciado o ânimo dos demais e, pois, é

de se reconhecer a nulidade, como adverte a doutrina: “a quebra da incomunica-

bilidade não implica apenas exclusão do jurado do conselho de sentença, mas a

dissolução do conselho de sentença, se for constatada durante o julgamento, ou a

nulidade absoluta do julgamento, caso somente seja constatada depois de encer-

rada a sessão.”

HC 436.241-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, por unanimida-

de, julgado em 19/06/2018, DJe 27/06/2018

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Veja como esse assunto pode ser abordado em concurso para Delegado

Questão: Deve ser declarado nulo o júri em que membro do conselho de sen-

tença afirma a existência de crime em plena fala da acusação.

Resposta: Certo.

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