PERCUSSÃO Agora vamos falar um pouquinho sobre o modo de execução do ritmo baião em grupo de violões, coral e percussão. Para executar o baião, sugerimos o uso da seguinte formação:
a) Um instrumento melódico qualquer (a voz também é um
instrumento) executando a melodia;
b) Duas linhas de violão executando contracanto em soli a dois,
pautando-se no princípio da interação rítmica alternada em relação à melodia;
c) Uma linha de violão executando harmonia, executando acordes
arpejados a cada quatro tempos;
d) Uma linha de violão executando contrabaixo sempre com a figura
colcheia pontuada - semicolcheia (esta última acentuada e ligada a semínima);
e) Uma linha de percussão executando reco-reco em semicolcheias
contínuas com acentuações nas primeira e quarta semicolcheia do primeiro tempo do compasso e na terceira colcheia do segundo tempo do compasso;
f) Uma linha de percussão executando chocalho em semicolcheias
contínuas com acentuação na primeira semicolcheia de cada grupo de quatro semicolcheias;
g) Uma linha de percussão executando tamborim, sempre na
sequência pausa de semínima - pausa de colcheia - colcheia;
h) Uma linha de percussão executando surdo, sempre com a figura
colcheia pontuada - semicolcheia (esta última acentuada e ligada a semínima).
Veja só o seguinte exemplo:
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Executada em grupo de instrumento solista, violões e percussão
segundo os parâmetros expostos acima, teríamos um arranjo similar ao que você vê clicando AQUI.
Sobre a execução do baião, ainda temos os seguintes pontos a saber:
a) Você poderá substituir a linha do violão 3 (harmonia) pela célula
rítmica de acompanhamento do baião que aprendemos na unidade 3;
b) A dinâmica é importantíssima para que o baião "soe" baião
realmente. Muita atenção aos acentos do violão contrabaixo, reco-reco e chocalho;
c) Tudo precisará ser bastante exato. Qualquer dessincronização
rítmica entre as vozes, por menor que seja, poderá comprometer signficativamente a execução. A fim de garantir tal precisão, pode ser interessante praticar com o metrônomo, antes de gravar a peça;
d) Os acordes maiores com sétima são extremamente idiomáticos ao
baião, assim como ocorre em outros estilos, tais como o blues. Portanto, acrescentar a sétima menor aos acordes de tônica e subdominante é procedimento bastante desejável;
e) Em virtude do item anterior, conclui-se também que, ao tocar um
baião, é aconselhável utilizarmos o modo mixolídio para improvisar/compor, em detrimento da escala maior para improvisar. No caso de ser menor, utilizar o modo dórico em detrimento da escala menor.
Agora, com todas essas observações em mente, pratique todas as
vozes de Baião de Dois, procurando executá-la na pulsação de 85 BPM. Treine bastante até obter um resultado satisfatório, pois valerá a pena!