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Impelido pelo sucesso imediato dessa obra, Rabelais passou a escrever a vida e as aventuras
do pai de Pantagruel, Gargântua. Os eventos do livro posterior, portanto, ocorrem antes dos
narrados no primeiro livro. O caráter de Gargântua já era conhecido na literatura popular, mas
Rabelais compôs um novo conto que retrabalhou os temas de Pantagruel.
Através da história desses gigantes de índole boa e farsesca, Rabelais comemorou a luta do
humanismo e a recuperação do conhecimento antigo. Apesar de escrito pouco depois de
Pantagruel, Gargântua marcou uma clara evolução no pensamento e na escrita de Rabelais,
por ele ter renunciado à obscuridade erudita e cômica, e claramente afirmado seu ideal de
humanismo cristão. A primeira edição, impressa às pressas em 1534, continha inconsistências,
em particular tipográficas, que Rabelais corrigiu nesta edição, que está expressamente datada
de 1535 no título, e foi publicada por François Juste de Lion, como aconteceu na edição
anterior. O título contém outro pseudônimo utilizado por Rabelais, l'abstracteur de quinte
essence (o extrator da quintessência).