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Doenças
Castigo ou provação
Pagé
Curandeirismo Padres Jesuítas
Política Médica
TEORIA MIASMÁTICA
TEORIA DA UNICAUSALIDADE
Superação da teoria miasmática
MODELO CAMPANHISTA
Lei Federal nº 1261/1904: Vacinação anti-varíola → Revolta da Vacina;
AUTORITARISMO (1964-1985)
Saúde Pública: baixa qualidade e limitada;
1966: IAPs → INPS (Instituto Nacional de Previdência Social);
1977: Criação dos INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social);
Assistência médica previdenciária restrita aos trabalhadores que exerciam atividade remunerada,
centrada na doença e procedimentos;
1970: Movimento da Reforma Sanitária;
1978: Conferência de Alma-Ata;
1983: Criação das Ações Integradas de Saúde (AIS).
INAMPS (1977-1993)
INPS (1966-1977)
IAP (1933-1966)
CAP (1923-1933)
4. (Questão elaborada pelo autor) Em relação à história da saúde brasileira, informe se é verdadeiro (V) ou
falso (F) o que se afirma abaixo e, em seguida, assinale a alternativa com a sequência correta:
( ) Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde (MESP). A esse ministério cabia a saúde pública, ou
melhor, tudo aquilo que dissesse respeito à saúde da população e que não se encontrava na área da medicina
previdenciária, desenvolvida no Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.
( ) O Ministério da Educação e Saúde (MESP) fazia a prestação de serviços para aqueles identificados como
pré-cidadãos: os pobres, os desempregados, os que exerciam atividades informais, ou seja, todos aqueles que
não se encontravam habilitados a usufruir os serviços oferecidos pelas caixas e pelos serviços previdenciários.
( ) A saúde brasileira era organizada de duas formas distintas: (a) saúde pública prestada pelo MESP para
toda a população, especialmente a mais carente; (b) assistência médica previdenciária prestada pelos IAP e
posteriormente pelo INPS e INAMPS apenas aos trabalhadores com carteira de trabalho assinada.
( ) A partir da nova Constituição Federal de 1946, as ações específicas e horizontais de saúde pública foram
fortalecidas, com ênfase para os programas de pré-natal, vacinação, puericultura, tuberculose, hanseníase,
doenças sexualmente transmissíveis e outros.
( ) O Ministério da Saúde (MS) foi criado em 1953, desvinculado as ações de saúde pública do antigo
Ministério da Educação e Saúde (MESP).
a) F – V – V – V– F.
b) F – F – V – V– V.
c) V – V – F – V– V.
d) V – V – V – F– V.
8. (Prefeitura de Presidente Dutra-MA/2012/LUDUS) Com relação ao Sistema Único de Saúde (SUS) e seus
princípios, foram muitos os passos percorridos antes de chegarmos ao nível de evolução do SUS atual. Sobre
este assunto relacione a primeira coluna com a segunda coluna.
POLÍTICAS (coluna 1)
1. SUDS
2. CONASP
3. AIS
4. VIII Conferência Nacional de Saúde
5. SUS
( ) Ampla discussão sobre os rumos do sistema de saúde e sugeriu propostas para a Assembleia Constituinte.
( ) Convênios com municípios e Estados, permitindo pela primeira vez o uso de recursos da previdência para
financiar serviços de saúde oferecidos a toda população;
( ) Descentralização do INAMPS e forte apoio dos governadores.
( ) Deu início a programação das atividades de assistência no âmbito do INAMPS e criou a AIH
( ) Conjunto de ações e serviços de saúde que são oferecidos gratuitamente sem que o usuário tenha que
comprovar qualquer contribuição prévia.
Marque a alternativa que trás a sequência correta da segunda coluna:
a) 4, 1, 3, 2, 5
b) 4, 3, 1, 2, 5
c) 3, 4, 1, 2, 5
d) 1, 3, 5, 4, 2
e) 4, 5, 3, 1, 2
11. (ANVISA/CESPE/2007) No Brasil, após a Constituição de 1988, seguiu-se a construção social do SUS ao
mesmo tempo em que o mercado montava o sistema de assistência médica supletiva (décadas de 80 e 90 do
século XX). Acerca desse tema, julgue os itens a seguir.
I- Com o SUS, a saúde passou a ser direito social de todos, vinculado à questão de cidadania.
II- Apesar das dificuldades de implantação do SUS, ocorreu extensão de cobertura dos serviços de saúde para a
população brasileira no final do século XX.
GABARITO 1 - D / 2 - B / 3 - C / 4 - D / 5 - C / 6 - A / 7 - D / 8 - B / 9 - D / 10 - B / 11 - V E V
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No período colonial do Brasil (1500 a 1822), as doenças eram encaradas pelos índios como castigo ou
provação, cujas causas eles reconheciam como reflexo da vontade de um ser sobrenatural, ação de astros e
dos agentes climáticos ou força de uma praga ou feitiço. Dentro da concepção empírica, mística e mágica da
doença, quando as pessoas adoeciam, recorriam ao pajé, que exorcizava os maus espíritos e utilizava plantas e
substâncias diversas no tratamento dos enfermos.
Faremos uma viagem na história da saúde do Brasil Colônia.
Os primeiros colonizadores, obviamente, não endossavam o
sistema de atendimento à saúde dos índios. Um dos objetivos dos
portugueses era converter os indígenas ao cristianismo e isso
significava neutralizar a influência do pajé; e talvez, principalmente,
cuidar da saúde dos habitantes da terra. Os padres jesuítas tiveram
papel importante na assistência aos doentes, levando medicamentos,
por eles manipulados em suas boticas, e alimentos aos pacientes,
além de aproveitarem aquele momento para a catequese.
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No Brasil dos séculos XVI e XVII, os barbeiros-cirurgiões eram portugueses e espanhóis, cristãos-novos e meio-cristãos-novos que praticavam pequenas
cirurgias, além de sangrar, sarjar, lancetar, aplicar bichas e ventosas e arrancar dentes. Também cortavam o cabelo e a barba. Negros e mestiços
também começaram a atuar a partir da metade do século XVII e enquanto os barbeiros escravos trabalhavam para os seus senhores, os livres
amealhavam para sí mesmo os rendimentos de suas atividades e muitas vezes mantinham em treinamento escravos. Dentre seus instrumentos
constavam navalha, pente, tesoura, lanceta, ventosa, sabão, pedra de amolar, bacia de cobre, escalpelo,
boticão, escarificador, turquês e sanguessuga (Hirudo medicinalis). Os mais humildes praticavam suas atividades na própria rua, enquanto os mais
preparados tinham suas lojas nas ruas principais. As atividades dos barbeiros-cirurgiões perdurou até o século XIX.
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A primeira Santa Casa de Misericórdia no Brasil foi inaugurada em Santos, no ano de 1543, construída por Braz Cubas. A segunda foi fundada em
Salvador, no ano de 1549, para cumprir a sua missão de tratar dos doentes. No final do século XVI, construiu o Hospital São Cristóvão em Salvador-BA.
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e carne.
A concepção adotada, sobre as causas das doenças baseava-se na teoria miasmática3, que concebia as
emanações de elementos do meio físico como seus agentes responsáveis, considerados insalubres porque
ainda não se conhecia a existência dos microrganismos.
Considerava-se que o ar era o principal causador de doenças, pois carregava gases pestilenciais oriundos
de matéria orgânica em putrefação. Essa matéria em decomposição resultaria de águas estagnadas nos
pântanos, para onde seriam carreadas substâncias animais e vegetais de cemitérios localizados, na maioria das
vezes, no centro das cidades, “infeccionando o ar”. Os serviços de saúde, organizados à semelhança de
Portugal, tinham sua atenção voltada para a profilaxia das moléstias epidêmicas, baseada no saneamento do
meio.
Para combater esses males, propunha-se a urbanização da cidade, com aterros de pântanos,
demarcação de ruas e lugares de construção, implantação de rede de água e esgoto, organização dos
cemitérios, criação de normas higiênicas para enterro dos mortos, etc.
Outra causa a que se atribuía a doença seria a circulação das pessoas e mercadorias pelos portos. Para
evitá-la, propõe-se a criação de um lazareto4 para quarentena dos escravos portadores de moléstias
epidêmicas e cutâneas. Essas ações de profilaxia das moléstias transmissíveis consistiam, fundamentalmente,
na fiscalização rigorosa das embarcações que poderiam trazer a peste ou outras moléstias epidêmicas, o que
viria a constituir a vigilância sanitária dos portos. A depender das moléstias que trouxessem ou do número de
óbitos ocorridos a bordo, procedia-se à quarentena dos navios, dos indivíduos ou dos doentes nos “Lazaretos”.
Somente a autoridade sanitária poderia conceder a essas pessoas visto de entrada na cidade. Aqui, já aparece
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A teoria miasmática ou teoria miasmática das doenças foi uma teoria biológica formulada por Thomas Sydenham e Giovanni María
Lancisi durante o século XVII. Segundo a teoria, as doenças teriam origem nos miasmas: o conjunto de odores fétidos provenientes de
matéria orgânica em putrefação nos solos e lençóis freáticos contaminados.
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Estabelecimento existente junto aos portos, ao qual se recolhem viajantes procedentes de países onde grasse moléstia epidêmica ou
contagiosa; hospital de quarentena.
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Com a era bacteriológica, a teoria da unicausalidade teve sua grande época. Esta teoria baseava-se no conceito de que uma vez identificados os
agentes vivos específicos de doenças, os chamados agentes etiológicos e os seus meios de transmissão, os problemas de prevenção e cura das doenças
correspondentes estariam resolvidos, esquecendo-se dos demais determinantes causais relacionados ao hospedeiro e ao ambiente.
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A chamada Revolta da Vacina ocorreu de 10 a 16 de novembro de 1904 na cidade do Rio de Janeiro. O motivo que desencadeou isso foi a campanha de
vacinação obrigatória, imposta pelo governo federal, contra a varíola.
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a) Na República Velha, predominavam as doenças transmissíveis, como a febre amarela urbana, varíola,
tuberculose, sífilis, além das endemias rurais.
b) Na Era Vargas, a saúde pública passa a ter sua institucionalização, na esfera federal, pelo Ministério da
Educação e Saúde, enquanto a medicina previdenciária e a saúde ocupacional vinculavam-se ao Ministério do
Trabalho.
c) No Autoritarismo, houve a unificação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP), criando o Instituto
Nacional de Previdência Social (INAMPS).
d) As políticas de saúde executadas durante a Nova República privilegiaram o setor privado mediante a
compra de serviços de assistência médica, o apoio aos investimentos e os empréstimos com subsídios.
e) No período Pós-Constituinte, foi implantado o Programa Saúde da Família (PSF).
COMENTÁRIOS:
Item A. CORRETO. Durante o período da República Velha (conhecida como Primeira República), a
proteção da saúde era prestada pelo Estado de forma isolada e incipiente, limitando-se a campanhas de
prevenção e combate a algumas doenças transmissíveis e endemias rurais. A assistência médica era prestada
à população carente por meio de instituições de caridade, a exemplo das Santas Casas de Misericórdia. As
pessoas com alto poder econômico eram assistidas por médicos e serviços de saúde particulares.
Nessa época, a assistência à saúde pública e privada era de baixa qualidade e resolutividade. Destaca-se
ainda que, em 1923, foram criadas as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP), dando início à assistência
médica previdenciária, restrita a trabalhadores de determinadas empresas.
Item B. CORRETO. Na Era Vargas, a saúde pública (que tratava do combate a doenças transmissíveis,
endemias e programas específicos) ficava a cargo do Ministério da Educação e Saúde (MESP) e
posteriormente do Ministério da Saúde (MS), ao passo que a assistência médica era prestada, por meio dos
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INAMPS (1977-1993)
INPS (1966-1977)
IAP (1933-1966)
CAP (1923-1933)
Veja que a medicina previdenciária, que era restrita a pequena parcela da sociedade (trabalhadores
formais e seus dependentes), foi extinta com a criação do SUS.
Fique tranquilo, pois, no decorrer dessa obra, detalharemos cada uma dessas modalidades do sistema
médico-previdenciário.
Item D. INCORRETO. As políticas de saúde executadas durante o período do Autoritarismo (Ditadura
Militar), e não durante a Nova República (1985-1988), privilegiaram o setor privado mediante a compra de
serviços de assistência médica, o apoio aos investimentos e os empréstimos com subsídios. Destaca-se que
essas ações foram as principais causas de falência do INAMPS, resultando em oposição da maior parte da
sociedade brasileira a esse sistema de saúde.
Veja só que atrocidade com a sociedade brasileira:
No período da Ditadura Militar (1964-1985), o INAMPS patrocinou de forma substancial a criação e
expansão dos serviços de saúde privados, por meio de empréstimos e convênios com os recursos da
população. Nessa época, houve desvios de boa parte dos recursos do INAMPS para iniciativa privada. Era
uma verdadeira “festa” com o dinheiro público.
Apesar de todo esse investimento, os serviços de saúde eram prestados apenas aos trabalhadores
formais e seus dependentes, sendo estendido posteriormente aos trabalhadores rurais. Eram serviços de baixa
qualidade e fragmentados. Um verdadeiro absurdo!
Item E. CORRETO. O PSF foi criado em 1994.
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A Saúde Pública brasileira teve a 1ª REFORMA SANITÁRIA, no período da República Velha (Primeira
República)7. Essa Reforma buscou a criação de um Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela
CONCENTRAÇÃO e pela VERTICALIZAÇÃO das ações no governo central.
De acordo com o CONASS (2011), um ativo movimento de Reforma Sanitária emergiu no Brasil durante
a Primeira República (1889-1930), sob a liderança da nova geração de médicos higienistas, que alcançou
importantes resultados. Entre as conquistas, destaca-se a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública
(DNSP), em 1920. Durante a Primeira República, foram estabelecidas as bases para a criação de um Sistema
Nacional de Saúde, caracterizado pela CONCENTRAÇÃO e pela VERTICALIZAÇÃO das ações no governo central.
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A Primeira República, também conhecida como República Velha, constitui a primeira fase da organização republicana nacional e vai desde a
Proclamação da República em 1889 até a chamada Revolução de 1930.
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- A 1ª Reforma Sanitária ocorreu no período da República Velha. Essa Reforma buscou a criação de um
Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela CONCENTRAÇÃO e pela VERTICALIZAÇÃO das ações no
governo central.
- A 2ª Reforma Sanitária, iniciada na década de 1970, é a mais importante e vigente até hoje.
As questões de concurso exploram geralmente o movimento da Reforma Sanitária, iniciado na década
de 1970. Esse movimento foi fundamental para a criação do SUS. Trataremos dele mais adiante.
A criação do Ministério da Saúde e Educação (MESP), em 1930, possibilitou a implantação de um
Sistema Nacional de Saúde, voltado para as ações de saúde pública, embora fosse limitado e de baixa
qualidade.
Com a institucionalização do SUS, em 1988, tivemos a implantação de um Sistema Nacional de Saúde
UNIVERSAL e mais eficaz.
As Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP) foram criadas pela Lei Eloy Chaves, de 1923. É o marco da
medicina previdenciária.
As CAP eram organizadas por empresa e os IAP que eram organizados por categorias profissionais.
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3. (Questão elaborada pelo autor) Em relação à história da saúde brasileira, informe se é verdadeiro (V) ou
falso (F) o que se afirma abaixo e, em seguida, assinale a alternativa com a sequência correta:
( ) Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde (MESP). A esse ministério cabia a saúde pública,
ou melhor, tudo aquilo que dissesse respeito à saúde da população e que não se encontrava na área da
medicina previdenciária, desenvolvida no Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.
( ) O Ministério da Educação e Saúde (MESP) fazia a prestação de serviços para aqueles identificados como
pré-cidadãos: os pobres, os desempregados, os que exerciam atividades informais, ou seja, todos aqueles que
não se encontravam habilitados a usufruir os serviços oferecidos pelas caixas e pelos serviços previdenciários.
( ) A saúde brasileira era organizada de duas formas distintas: (a) saúde pública prestada pelo MESP para
toda a população, especialmente a mais carente; (b) assistência médica previdenciária prestada pelos IAP e
posteriormente pelo INPS e INAMPS apenas aos trabalhadores com carteira de trabalho assinada.
( ) A partir da nova Constituição Federal de 1946, as ações específicas e horizontais de saúde pública foram
fortalecidas, com ênfase para os programas de pré-natal, vacinação, puericultura, tuberculose, hanseníase,
doenças sexualmente transmissíveis e outros.
( ) O Ministério da Saúde (MS) foi criado em 1953, desvinculado as ações de saúde pública do antigo
Ministério da Educação e Saúde (MESP).
a) F – V – V – V– F.
b) F – F – V – V– V.
c) V – V – F – V– V.
d) V – V – V – F– V.
e) V – V – V – V– V.
COMENTÁRIOS:
Durante o período da medicina previdenciária (CAPS, IAP, INPS e INAMPS), era evidente a disjunção entre
saúde pública (voltada para o modelo de atenção à saúde sanitarista9 e campanhista) e assistência médica
(exclusiva para os trabalhadores com vínculos trabalhistas formais).
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O modelo de atenção à saúde sanitarista surgiu a partir do início do século XX, expandindo a partir da década de 1930 com a instalação de centros e
postos de saúde para atender, de modo rotineiro, determinados problemas de saúde. É caracterizado por campanhas sanitárias, programas especiais,
vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, etc. Formado por programas que se desenvolvem por meio de administração única e verticalizada.
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O movimento da Reforma Sanitária Brasileira impulsionou a criação do SUS, mas esse sistema foi
criado pela Constituição Federal de 1988 (CF/99, arts. 196 a 200) e regulamentado pelas Leis
Orgânicas da Saúde (Leis nºs 8.080/90 e 8.142/90).
Item D. CORRETO. A VIII Conferência Nacional de Saúde diferiu das demais pelo seu caráter democrático
e pela sua dinâmica processual. As conferências nacionais de saúde anteriores eram cartoriais e burocráticas.
Não havia participação da população nas decisões.
Item E. INCORRETO. O SUS foi criado pela Constituição Federal de 1998, sendo regulamentado pelas Leis
8.080, de 19 de setembro de 1990 e 8.142, de 28 de dezembro de 1990.
Vamos verificar quais as principais características dos marcos históricos abordados na questão.
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VIII Conferência Gerou ampla discussão sobre os rumos do sistema de saúde e sugeriu propostas para a
Nacional de Saúde Assembleia Constituinte.
(realizada em 1986)
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ENSP-FIOCRUZ
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Portanto, a política de saúde instituída no Estado Novo aumentou a fragmentação da saúde pública e
da assistência médico-previdenciária.
Item II. INCORRETO. A unificação de todos os IAP deu origem ao Instituto Nacional de Previdência Social
(INPS), em 1966. Com essa unificação, a medicina especializada e de baixa qualidade, oferecida aos
trabalhadores formais e seus dependentes foi expandida. A Saúde pública continuou sendo uma política
marginalizada por parte do Estado, sendo caracterizada por ações pontuais e esporádicas. Logo, a criação do
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) não instituiu um padrão de atenção à saúde voltada para a
saúde pública.
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Estado Novo é o nome do regime político brasileiro fundado por Getúlio Vargas em 10 de novembro de 1937, que durou até 29 de
outubro de 1945, que é caracterizado pela centralização do poder, nacionalismo, anticomunismo e por seu autoritarismo.
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10. (INMETRO/2010/CESPE) Assinale a opção correta, com referência à história das políticas de saúde no
Brasil.
a) As primeiras ações de saúde pública desenvolvidas no país eram movidas pelo interesse em manter uma
mão de obra saudável e apta a preservar os negócios da família real.
b) O movimento sanitarista ocorrido durante a primeira república reforça o papel descentralizado dos
governantes com ênfase na saúde integral.
c) Nos anos do desenvolvimentismo ocorreram mudanças significativas quanto à lógica da organização do
modelo para a saúde com a unificação das ações e serviços de saúde pública e do sistema previdenciário.
d) O contexto de realização da VII Conferencia Nacional de Saúde representa um importante marco na história
da política de saúde, pois nela foi assegurada a discussão de uma política setorial pelos representantes dos
usuários.
e) As regras para regulação do setor privado foram definidas em momento anterior à aprovação e legalização
do SUS devido à resistência por parte do referido setor e da medicina autônoma.
COMENTÁRIOS:
Item A12. CORRETO. As primeiras ações de saúde pública desenvolvidas no país eram movidas pelo
interesse em manter uma mão de obra saudável e apta a preservar os negócios da família real. As primeiras
ações de saúde pública implementadas pelos governantes foram executadas no período colonial com a vinda
da família real para o Brasil (1808) e o interesse na manutenção de uma mão de obra saudável e capaz de
manter os negócios promovidos pela realeza.
Até a chegada da família real, o assistir à saúde era uma prática sem qualquer regulamentação e
realizada de acordo com os costumes e conhecimento de cada um desses grupos. A população recorria, em
situações de doença, ao que fosse viável financeiramente ou fisicamente.
Existia o barbeiro ou prático, um conhecedor de algumas técnicas utilizadas pelos médicos europeus, tais
como as sangrias, que atendia à população capaz de remunerá-lo. Existiam os curandeiros e pajés,
pertencentes à cultura negra e indígena, mais acessíveis à maioria da população, que se utilizavam das
plantas, ervas, rezas e feitiços para tratar os doentes. Havia também os jesuítas, que traziam algum
conhecimento da prática médica europeia utilizando-se principalmente da disciplina e do isolamento como
técnica para cuidar dos doentes.
A vinda da família real para o Brasil possibilitou também a chegada de mais médicos e o aumento da
preocupação com as condições de vida nas cidades, possibilitando o início de um projeto de institucionalização
do setor saúde no Brasil e a regulação da prática médica profissional. Foi assim que, no mesmo ano da
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Políticas de Saúde: organização e operacionalização do SUS.
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- A 1ª REFORMA SANITÁRIA ocorreu no período da República Velha. Essa Reforma buscou a criação de
um Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela CONCENTRAÇÃO e pela VERTICALIZAÇÃO das ações no
governo central.
- A 2ª Reforma Sanitária, iniciada na década de 1970, é a mais importante e vigente até hoje.
As questões de concurso exploram geralmente o movimento da Reforma Sanitária, iniciado na década
de 1970. Esse movimento foi fundamental para a criação do SUS.
Portanto, o movimento sanitarista ocorrido durante a primeira república não reforça o papel
descentralizado dos governantes com ênfase na saúde integral. Pelo contrário, o sistema de saúde era
centralizado e não integral.
Item C. INCORRETO. Nos anos do desenvolvimentismo13, não ocorreram mudanças significativas quanto
à lógica da organização do modelo para a saúde e não houve a unificação das ações e serviços de saúde
pública e do sistema previdenciário.
Item D. INCORRETO. Em 1980, ocorreu a VII Conferência Nacional de Saúde ainda no período do regime
militar. Os principais temas debatidos eram relacionados à implantação e desenvolvimento do Programa
Nacional de Serviços Básicos de Saúde (Prev-saúde). Essa conferência não é considerada um importante marco
na história da política de saúde. Por outro lado, a VIII Conferência Nacional de Saúde foi o marco mais
importante na construção de um novo sistema de saúde (SUS), universal e integral.
Item E. INCORRETO. Todas as regras atuais da saúde, inclusive aquelas para regulação do setor privado
foram definidas após a aprovação e legalização do SUS, na Constituição Federal de 1988. As principais normas
que regulamentam esse setor são as seguintes: Leis nºs 8.080/90, 8.142/90, 141/12.
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Dá-se o nome de desenvolvimentismo a qualquer tipo de política econômica baseada na meta de crescimento da produção industrial
e da infraestrutura, com participação ativa do estado, como base da economia e o consequente aumento do consumo.
O desenvolvimentismo é uma política de resultados, e foi aplicado essencialmente em sistemas econômicos capitalistas, como
no Brasil (governo do Juscelino Kubitschek) e no governo militar, quando ocorreu o "milagre econômico brasileiro".
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II • incipiente regulação;
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A regulação no setor público de saúde no Brasil: os (des) caminhos da assistência médico-hospitalar
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PAC
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