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Rosenhan
A pesquisa de Rosenhan (“Being sane in insane places“) foi dividida em
duas fases diferentes, contando com outros sete colaboradores.
A orientação era que assim que fossem internados, teriam que parar com
os sintomas e agir naturalmente. Foi então que depararam com uma
verdade inconveniente. Quando se trata de instituições psiquiátricas,
entrar pode ser muito fácil, mas sair pode ser extremamente difícil.
Diagnósticos em xeque
Nos próximos meses, eu vou mandar pessoas saudáveis fingirem que tem
vozes, como nós fizemos. E vocês vão ter que descobrir quais são saudáveis
mentalmente e quais aqueles que são não adaptativos, anormais.
Esse estudo foi criticado duramente por vários cientistas. E para entender
tamanho incômodo causado, vamos à conclusão de David Rosenhan. Afinal,
você deve estar curioso para saber quantos dentre aqueles 193 pacientes
eram pessoas normais enviadas pelo cientista.
Mas, sem prolongar o suspense, vamos aos números. Você quer saber
quantos dos 193 pacientes foram ao hospital universitário a pedido de
Rosenhan, fingindo ter transtornos psiquiátricos? Nenhum deles.
Essa pesquisa trouxe à tona o poder dos rótulos sobre as pessoas que já
foram diagnosticadas como alguém portador de transtorno de saúde
mental. Essas pessoas ficam com cicatrizes, uma sombra que as acompanha
pelo resto de suas vidas.
1. Sofrimento
A premissa aqui é que a condição mental desviante, fora do padrão, traria
um sofrimento para o sujeito ou para as pessoas que estão ao seu redor. E
essa condição tem que ser típica do indivíduo, algo que seja da sua própria
biologia ou algo relacionado com sua estrutura mental. Ou até mesmo algo
relacionado com algum hábito aprendido.
2. Disfuncionalidade
3. Desvio social
Imagine, por exemplo, que você está numa guerra. Você ficar paranoico,
preocupado com bombas, preocupado com assaltos, isso é normal. Isso é
natural.
Agora, você ficar com todo esse comportamento no seu dia-a-dia, morando
numa cidade que é tranquila, isso não é normal.
Mas veja que existe então um contexto cultural e social para identificar o
que é normal ou não. E isso também é um problema. No lançamento das
últimas atualizações desse manual, o DSM-5, existia uma expectativa muito
grande de que muitas das chamadas parafilias fossem removidas.
Frequentemente acabamos tendo apenas dois grupos, aquele que vai falar
que é tudo culpa do capitalismo, da indústria farmacêutica e que não
existem realmente transtornos mentais.
Por outro lado, o grupo que fala que a humanização não é importante, que
a subjetividade não é importante.