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Capítulo 6

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Taxonomia e Sistemática

Aristóteles de Moraes Rics-Netto jCla^se


JOrdcni
|\M amília
C"",èiicro
^ Espécie

Desde os primdrdios de sua existência, o Ho- outros pe.squisadores que também conhecem muito
n(cm busca agrupar os seres vivos com características bem os agrupamentos que estudam. Só assim este
semelhantes; para conseguir entender a diversidade mundo enorme de hoje pode ser compreendido. I^ara
lios organismos sobre a Terra. No Gênesis, o primeiro que isso seja possível é preciso que cada [lestiuisador,
livro da Bíblia, há uma ordem divina a Adão para que no Brasil, na Alemanha, na China ou cm (jual(|iicr ou
cvtc de nomes a todos os seres vivos. M interessante tra localidade sigam as mesmas regras c métodos. Des
ijiicjuntamente com esta missão Deus dá aol lomem ta forma, [lodcrá haver troca dc itifí)rmações, com con
•mira ordem: a de dominar o mundo. O I lomem tenta fiabilidade. lÀm relação aos seres vivos, esta é a fun
mrnpar para entender, e entender para dominar. ção (Ia Taxonomia. I')lu visa agrupar c dar nomes aos
O presente capítulo trata justamente das téc organismos dc um modo "cientificamente correto",
nicas dc agrupamento c das regras para nomear orga para ajudar o Homem a dominar a Natureza.
nismos. Mas, se agrupar c dar nomes é, cm princípio,
Tentaremos tornar o estudo da 'laxonomia me
i3o simples que até o primeiro homem poderia fazê-
nos árido do que poderia ser a simples exposição dc
la, por tjue precisamos de regras e técnicas? Justamente
conceitos e regras, línfocarcmos os princípios gerais
nós. paleontólogos, geólogos e biól(»gos, que temos
que embasam essa área da Paleontologia c estudare
muito mais afinidade com as Ciências Naturais do que
mos as regras e os conceitos mais básicos. Importa que
códigos de Direito ou ^anuais técnicos!... Talvez seja
os estudantes c pesquisadores aprendam onde e como
justamente porque não somos mais aqueles primeiros
buscar informações mais aprofundadas, quando se de
homens, vivendo em um mundo aparentemente tão
nienore tão pouco conhecido. O enorme conhccimen-
frontarem com necessidades específicas.
i(j acumulado pelo Homem ao longo da história tor Um guia bastante prático para quem deseje ini-
nou as Ciências Naturais mais complexas. Ao mesmo ciar-sc em trabalhos de Taxonomia Zoológica, ou para
tempo,neste mundo aparentemente maior, a troca de aqueles que, não querendo se dedicar a eles, necessi
informações é muito mais necessária. Hoje, para en tem de um socorro nessas questões, é o manual orga
tender o mundo é preciso dividir o que se deseja co nizado por Papavero (1994). Quanto à Taxonomia Bo
nhecer cm pequenos agrupamentos, compreender em tânica, os iniciantes podem encontrar grande auxílio
detalhe o funcionamento destes blocose interagir com em Sivarajan (1991).
8A
Paleontologia

Tiixonomia, Sistemática, Classificação O estudo dosagrupamentos e da diversidade dos


laxonômica, Taxornetría e organismos e detodas e quaisquer relações entre eles,
Identificação Taxonômica incluindo suaclassificação e aspectos evolutivos é cha
mado Sistemática.
t fãcíl conscstsr que 3unidade básica de agrupa
mento dosseresvivos, aquela mais diretamente acessí Taxonomia, é oconjunto de princípios, proce
vel ao senso comum, é aespécie, mesmo que a maioria dimentos e regras que embasam aClassificação e aSis
dos homens não saiba o que este conceito significa. temática (Blow, 1979). Em certo sentido, portanto, a
Ainda assim, quando nomeamos certos organismos Taxonomia inclui a Classificação, a Sistemática e tam
como homem , cachorro" ou "boi", é àespécie que bém aNomenclatura. Podemos distinguir Taxonomia
estamos nos referindo. Outro nível deagrupamento fa eSistemática comparando os campos de atuação de ju
cilmente assimilado pelo senso comum é o nível dos ristas, que estudam oembasamento teórico das leis, e
reinos. Há muito tempo o homem separa os seres em de advogados, que aplicam essas leis acasos específi
inanimados e vivos, e estes últimos em vegetais eani cos.
mais.
Éimportante ressaltar que aliteratura científica
Mas será suficiente o agrupamento de todos os esta longe de apresentar uma unanimidade quanto aos
organismos somente nesses dois níveis tão extremos.? conceitos discutidos nesteitem. Muitas vezes osleito
Vamos analisar um exemplo simples. Nunca confun res encontrarão definições diametralmente opostas às
diríamos bois com cavalos ou com tartarugas. Mas é
claro que bois e cavalos têm mais em comum entre si adotadas a{|ui, com a 1axonomia sendo considerada uma
(ambos mamam, por exemplo) do que com tartarugas. parte da Sistemática. Outras vezes os dois termos são
E se compararmos os três com um mosquito.? Nesse utilizados com o mesmo significado amplo atribuído
caso, teremos que admitir que a(]ueles têm algo em acima à Taxonomia (Sivarajan, 1991).
comum, que falta aos mosquitos: os ossos. Bem, já
notamos aí que vamos precisar de níveis intermediá
rios de ordenamento. Precisaremos também de Sistematicã Evolutiva Clássica e
hiérarquizar os níveis de agrupamento. Nesse proces Sistemática Filogenética
so, cada grupo formado, será chamado de taxon. Taxon,
então, será um grupo de organismos com afinidades E normal nas Ciências que o passo seguinte à
morfológicas e/ou filogenéticas (evolutivas), indepen delimitação de uma nova área de conhecimento seja
dentemente do nível que esse grupo ocupa cm qual (jiie os especialistas comecem a divergir quanto aos
quer ordenamento e hierarquização. Por exemplo: uma métodos mais ade(|uados a seu estudo. Éaí que sur
espécie é um taxon^ mas um reino também é um taxon.
gem as escolas de pensamento. Cada e.scola estabele
Oqueestivemos tentando fazer acima chama-se ce princípios e desenvolve conceitos que irão nortear
classificação taxonômica. Com ba.se em Simpson (1961), seus estudos. A Taxonomia não escapou a essa regra.
pode-se dizer queclassificação taxonômica ou clas Duas escolas taxonômicas principais seestabeleceram
sificação sistemática é oagrupamento dos organis a parnr da década de 1950: a Sistemática Evolutiva
mos com base em suas inter-relações, ou seja, nas asso Clássica e aSistemática Filogenética (ou Cladismo).
ciações por contigüidade, similaridade ou ambas, vi
sando, prioritariamente, oordenamento dos organismos ASistemática Evolutiva Clássica está base
e a hierarquização dosgrupos. ada nos conceitos deCharles Darwin acerca da classi
ficação dos organismos. Para os adeptos dessa escola,
Taxometria é% simples agrupamento de orga uma classificação deve ser coerente com a filogenia
nismos, baáeado somente na observação da extensão (linhagem evolutiva presumida - figura 6.IA), mas não
da variabilidade morfológica de uma assembléia ou é preciso que se atenha rigidamente a ela. Os princi
população, sem questionamentos, sem ordenamento
e hierarquização, e sem cuidar intencionalmente de pais fatores considerados na classificação sistemática
afinidades filogenéticas (Blow, 1979). deveriam ser as semelhanças e diferenças entre os se
res vivos, as qUais são interpretadas como reflexo das
Identificação taxonômica é o ato de assina relações de parentesco entre os organismos. Desse
lar um indivíduo agrupo taxonômico predefinido, com modo, se um grupo deorganismos semelhantes entre
base em similaridade morfológica. si é suficientemente distinto de outros seres, conside
ra-se que deve haver uma maior afinidade evolutiva
Taxonomia e Sistemática

Fiff/raó.I (A) Dia


grama filogenético hipoté
tico, utilizado na Sistemáti
ca Evolutiva Clássica: o
táxon W deu origem ao
táxon Z, que, por sua vez,
originou X e Y, nessa se
qüência. Cada táxon está re
r : >' ; • •• presentado por uma linha e
a dimensão tempo está re
W!W'lüOS'»''>''t.. ''.íí; 'T;!' >'i presentada no eixo vertical.
/í)! -í '••,}•> i-W (B) Cladograma hipotético:
no exemplo acima, {Y + Z|
' . -';*••• - -1
formam um ciado, uma vez
c|tic esses são rodos os des
cendentes de ntn nnico an
cestral comum (relaçãoevi
denciada pela junção das
retas Y eZ): |X-f | Y + Z||
formam um outro ciado,
l Im cladograma não mostra
a dimensão tempo: W. X.
Y e Z são representados
pela extremidade de cada
fragmento de reta, c não
pelas linhas

entre os membros daquele grupo, do (jue eiurccada um Em contraposição, taxa parafiléticos são definidos
deles c os de quaiscjueroutros íaxa. Porém, as relações como grupos (jue possuem um único ancestral comum,
filoRcnéticas não são determinantes em uma classifica mas que não incluem todos os descendentes desse an
çãosistemática clássica. cestral. Cladograma é um diagrama que representa
A Sistemática Filogenética é a.sslm deno as relações filogcnéticas entre ciados (figura 6.IB). Ou
minada por atribuir u^a importância máxima ãs rela tro conceito bastante utilizado na Sistemática Eilo-
ções filogcnéticas entre os íaxa. Essa escola, fundada ' genética é o de grupo-irmão, que corresponde ao gru
pelo pesquisadoralemão Willi Hennig(1966), preconi po monofilético mais próximo de um determinado
za um sistemaclassificacório que reflita de maneira dire taxa, considerando-se o aspecto filogenético. Para se
ta, clara e precisa as relações de parentesco dos grupos chegar a uma classificação sistemática cladística, o
formados. Para isso, a Sistemática Filogenética enfatiza maior número possível de caracteres morfológicos dos
a necessidade de se buscar, na classificação dos orga organismos estudados é tabulado, transposto para uma
nismos, /<7a:í7 monoíiléticos, ou seja, grupos que in matriz matemática e, sobre essa matriz, aplicam mé
cluem todos os descendentes de um único ancestral. todos de análise de agrupamentos, obtendo-se, afinal,
Ciado é a denominação que recebem esses grupos; uma classificação. E importante, também, observar
daío nome Cladismo, também aplicado a essa escola. as modificações por que passa um determinado caráter
Paleontologia

:in loni;». ilc iiinii lllojicíiiii. Em uma "serie de transfor- tes), vacúolos ou organelas citoplasmáticas. Eles pro
ma(,;( I . um earárer \ai setiilo pro^ressiv ametue mocli- duzem seu alimento (aiitotrofia) por Idtossínte.se ou
Headi). passanild tie uma eoiuli^-ào primitiva a uma eon- (piimiossíntese ou dependem de alimento gerado por
(livãd derivada. I^lcsioinoríui é o estado primitivo de outnrs organismos (heterotrofia). A este reino perten
lun eaniier, em umasérie de traiislormação; apoinoríla cem as divisões Cyanophyta (algas cianofíceas) e
é oestado derivado desse earáter. IN)r exemplo, os pê Schizomyeophyta (bactérias). As bactérias, pelo fato
los dos mamíferos são considerados uma eondivâo de raramente deixarem vestígios fosseis, são de pouca
apomortiea em relaçao ãseseamas dos répteis dos t|uais importância para a Paleontologia. As algas cianofíceas
descendemos. Quando uma piesiomorfla é comparti dão origemaos estromatólitos, que serão estudados cm
lhada por um conjunto de espécies temos uma capítulo próprio.
simplesiomorfia (p. ex.: presenva de eseamas); uma
apomorfla compartilhada échamada sinapoinorfia (p. b) Reino Protista
cx. a presença de pêlos nos mamíferos). Um /axon
Organismos linicelulares, com núcleo individua
monofilétieo deve, obrigatoriamente, possuir uma lizado, separado do citoplasma por uma membrana
sinapomorfia.
nuclear (eucariontes). Podem ser autotróficosou hete-
rotróficos. Iwiraminíferos. cocoíitoforídeos, dinollage-
Se você deseja conhecer mais a respeito lados e diatomáccas, entre outros, pertencem a este
dessas escolas de Sistemática, estessão alguns tex reino. Os organismos incluídos neste reino (•onstituem
tos básicos cjue você deve procurar: a maior parte tio escopo da Micmpaícontiilogia, e são
^Sistemática Filogenetica: Mennig(1965) de grande importância na indústria dc petróleo e na
e Amorim (1997); Paleontologia a|)licada ao moniiorainenro ambiental,
^ Sistemática Evolutiva Clássica: Mayr
(1969). e) Reino P""nngi
l-.ngloba os seres pliiricclulares, sem mo\ imeii-
to próprio c hetcrotrólieos. (|ue se alimentam por aí)-
sorção (digerem o alimento externamente através dc
Principais categorias ou níveis
enzimas por eles produzidas). Os fungos pertencem
taxonômicos
ao reino Moncra. Os membros desse reino raramente
Inicialmente, totlos os organismos \'i\'os foram
têm partes preservadas c. por este motivo, são de pou
classilleados em dois graiules grupos (reinos de \'iila): ca importância para a Paleontologia.
as plantas e os animais. Ivram considerailos plantas to d) Reino 1'huiluc
dos os .seres imóveis e (pie produziam seu próprio ali
Iodos os metazoários sem nuniinciiro (in»jiii(t
mento. Animais eram os seres ea[ia/es de se mover por
e (juc produzem seu próprio alimento. Palmeiras, sa-
conta própria e (pie se alimentavam de plantas ou de
mambaias. riniófltas (plantas |)rimitivas. fossilizadas,
outros animais. O maior conhecimento do mimdo mi
encontradas, entre outras localidades, na bacia do
croscópico veio trazer sérias complicações para essa clas
sificação simplificada, (aimo classificar, [lor exemplo, os Paraná) e algas pluriceliilarcs. são excm[>!os de orga
nismos pertencentes ao reino Plantae.
dinoflagelados, organismos uniceliilares. com capaci
dade de locomoção e, ao mesmo tempo, de produzir e) Reino Aniinalia
seu alimento por fotossíntc.s|c.^
Reúne os organismos piuricelulares, com movi
Adotamos atpii a classificação de Whittaker mento |iroprio. heterotr()fieos. (pie se alimentam por
(1969), um pouco mais complexa, mas (pie contorna ingestão. Moluscos, corais, anfíbios e mamíferos, por
esses problemas ao classificar os seres vivos em 5 dife exemplo, pertencem a este reino.
rentes reinos (figura (>.Z):
Idealmente, cadaagrupamento taxonõmico de
veria rcfietir uma realidade bioltrgica. Espécie biolt». :
a) Reino Monera
gica, por exemplo, pode ser definida corno um grupo |
Agrupa os seres vivos menos complexos c mais dc indivíduos capazc.s dc interfertilizaçãtí. isolados l
antigos sobre a lérra. Trata-se dos organismos unice- reprodutivamentc de outras espécies (Grant. I9.S7). j
liilares, desprovidos de membrana celular (procarion- Mais do (jue relaçtões fenéticas (morfologia), espécies |
Taxonomia e Sistemática

PROCARIONTE EUCARIONTE
UNICELULAR MULTiCELULAR

PROTISTA

•bSt*. v>' • . :r.\ •• PLANTAE

monera//^
/ /c^ —•Chrysophyta
•Pyrrophyla f^omycota
^ AscomycotaN
I ChytridiomycoU
Basidiomycota

Zygomycola
•Myxomycota
Acrasiomycota
•Labyrinthulomycota

Platyheiminthes ANIMALIA

vá®»»

absorção
B oSíkVN,

Fiff/ra 6.2 Os principais files e divisões dos cinco reinos em que estão distribuídos os seres vivos (Brasier, 1980).

biológicas são definitifis com base no parentesco gené de espécie na Biologia e na Paleontologia guardam
tico (Sivarajan, 1991). Éste conceito, no entanto, é difí importantes diferenças. O conceito de espécie paleon-
cil de ser aplicado na Paleontologia. Quando estuda tológica deve ser entendido em um sentido mais es
mos restos fossilizados de organismos, não é possível, trito do que na Biologia, uma vez que não inclui o
obviamente, analisar sua capacidade de intercru- critério verificável de geração de prole fértil. Uma es
Mmcnto produzindo descendentes férteis. As únicas pécie paleontológica, portanto, agrupa organismos
informações concretas que podemos obter dizem res com estreita afinidade morfológica (forma), fisiológica
peito à morfologia (muitas vezes de material preser (função), filogenética (ancestralidade comum) e eco
vado de modo incompleto) e à distribuição estra- lógica (ambiente em que vive e suas inter-relações),
ligráfica e geográfica. Por este motivo, os conceitos com distribuição estratigráfica contínua. É bom lem-
Paleontologia
I)r;ir .|ul- aflsiold^ia, filo^cnia cecologia cíc um orga- conhecida (Boltovskoy &Wright, 1976). Sua importân
n .tno Cússil são dados inferidos de sua morfologia e cia está em chamar aatenção para uma certa variação
distrihuivão esrratifíráítea, estas sim. informações pri- morfológica que um grupo de indivíduos apresenta em
inárias e concretas. No entanto, esses aspectos têm
recchido a cada dia mais atenção dos paleontológos rclaçao ao conjunto da espécie, e cujo significado
ctn seus estudos taxonômicos. taxonômico ainda não pode ser avaliado.
l-ogo acima do nível de espécie está ogênero, Conforme já vimos no início deste item, apalavra
(|uc éum agrupamento de espécies atlns. Gêneros com' "/axofi" é um termo genérico aplicável a qualquer dos
dada afininidade são agrupados em uma família; aci níveis hierárquicos de uma classificação sistemática. Por
ma de família estão os níveis de ordem, classe, filo exemplo: uma classe é um raxon, assim como uma famí
(animais) ou divisão (vegetais) e reino. Existem ain lia, um gênero ou uma subespécie também osão.

Iíf- [Reino- -
da subníveis intermediários, como subespécie, Cabe notar também que, face aos avanços re
superfamília e subfilo. centes da Sistemática Filogcnética, novas categorias
taxonômicas têm sido propostas, como "coorte", "tri
bo", "subtríbo"; etc. Embora sua utilização ainda não
"[Filo •ou Divisão r ' atinja toda a Paleontologia, em alguns ramos dessa
. [Subfílo ou Subdivisão ciência esses termos já têm larga aceitação. Os capí
[Superclasse •'-'J;, tulos "Agnatos e Peixes" e "Acritarcas"desse livro já
[Classe ^ aplicam algumas dessas novas categorias.
p.-.r [Subclasse •
í,'. [Superordem Regras de Nomenclatura
' • , [Ordem
i[Subordem As regras (pic regem adesignação dos organis
; ^^ [Superfamília mos vivos estão agrupadas no (k)digo Internacional de
[Família Nomenclatura Zoológica (Ride e/^/il, I9H5) e no Có
digo Internacional de Nomenclatura Botânica (Greiiter
p'í.'.r ••• i' [Subfamíiia eta/ii, 1988). Os códigos apresentam normas rígidas,
cuja aplicação é supervisionada por comitês internaci
. [Gênero : onais de especialistas em Sistemática e em Nomen
LV}; [Subgênero i clatura. Este cuidado visa garantir a uniformidade e a
Bti: ^ ^. • [Espécie ' . . estabilidade dos nomes científicos dos organismos.
|"b.n i • [Subespécie Gomo em um código dc Direito, os códigos de nomen
fr . [Variedade clatura apresentam uma série de procedimentos e for
[Forma
malidades, através de artigos (normas), recomendações
>
e anexos. Os códigos de nomenclatura determinam as
condições dc validade dc um nome, como eem que
Biologicamcnte, uma subespécie é importante situação este nome pode ser alterado c vários outros
por corresponder a um primeiro passo no processo de procedimentos. Um nome proposto para um determi
surgimento de uma nova espécie (especiação), já que o nado organismo, mas que não obedece às normas dos
isolamento absoluto e prolongado, no tempo geológi codigos de nomenclatura, é rejeitado como nomen
co, de duas subespécies poderá originar duas espécies nudum {twm.nud.), ou seja, sem validade. As regras
distintas. Sob o ponto de vista paleontológico. acarac contidas no Código Internacional de Nomenclatura
terização da distribuição ^ográfica e temporal de dife Zoológica regulam somente anomenclatura do grupo
rentes subespécies, poderá levar aum maior refinamen da família (superfamília, família, subfamíiia), do gru
to palcoecológico e bioestratigráfico. po do gênero (gênero e subgênero) e do grupo da
Variedade e forma são categorias Infra- espécie (espécie csubespécie, somente). As categori
as superiores e inferiores a estes níveis estão fora do
subespecíficas e sua aplicação não é regulada por có seu escopo. Já o Código Internacional de Nomencla
digos de nomenclatura. Trata-se de subconjuntos de tura Botânica cí)ntém regras que abrangem taxa supe
organismos que têm alguns traços distintivos em rela riores ao nível do grupo da família.
ção ao restante da espécie, sendo fortemente influen
ciados por parâmetros ecológicos locais e tendo distri Neste item vamos abordar os aspectos mais im
buição geográfica etemporal pouco distinta ou pouco portantes c rotineiros relativos às regras de Nomen
clatura. j
Taxonomia e Sistemática

A. Composição e grafia dos nomes grupo de espécie devem ser escritos em um tipo de
científicos letras diferente do restante do texto. Embora não seja
uma exigência, este mesmo item do Código observa
Os nomes científicos dos organismos devem ser que é usual a utilização do ítd/ico na grafia desses no
palavras latinas ou latinizadas. Os códigos de nomen- mes. Os nomes supragenéricos não devem ser grafados
clatiua zoológica e botânica trazem regras de como em tipo de letras diferente do restante do texto. Por
proceder a latinização de palavras oriundas de outras exemplo: família Saurocephalidae (répteis), gênero
línguas, bem como listas de sufixos e prefixos gregos e Saurocephalus, espécie Sautvcephaltis landformis. O uso
de nomes triviais de variedade e forma não são regu
latinos apropriados à nomenclatura científica.
lamentados pelo Código Internacional de Nomencla
Todos os /axa acima do nível de espécie têm
tura Zoológica. Boltovskoy & Wright (1976) recomen
nomes compostos por um só termo (nomenclatura dam que eles sejam separados por vírgula do nome da
uninominal). Por exemplo: ordem Myodocopida
espécie e não sejam grafados em tipo distinto do res
(ostracodcs), família Megatheriidae (mamíferos), gê
tante do texto, uma vez que não podem ser conside
nero/l/rowiz/oftfn/itf (moluscos).
rados como nomenclatura oficial. Por exemplo: Zeau-
O nome de um subgênero é indicado entre pa vigerina waipannsisy forma paimula (foraminíferos). O
rênteses, e colocado entre o designativo genérico c Código Internacional de Nomenclatura Botânica, no
o específico. Ex.: Pthycopteria (Actinopteria) eschwegei, entanto, inclui os níveis infra-espccíficos em suas re
espécie de biválvio pertencente aogêneroPthycopteria^ gras, e grafa os nomes triviais cie variedade c ilc forma
subgênero Actinopteria. em itálico, sem separá-los por vírgula do designativo
As espécies têm seus nomescompostos pordois específico. Por exemplo: TrifoUam stellnlum forma
termos. Por isso nos referimos aos nomes das espécies nanam.

como sendo binominais. Por exemplo, Pinacosaurns


gmngeti é o nome de uma espécie de répteis. Neste O uso de sublinhado nos nomes dc gêneros
caso, oprimeiro termo, Pinacosaurns, é denominado de- • e espécies, recurso bastante comum em publica
sijtnativo genérico, enquanto o segundo termo é o çõesbrasileiras, não satisfaz a recome ndação doCó-
designativo específico. digo Internacional de Nomenclatura Zoológica.
Este costume tem origem na dificuldade de grafar
ATENÇÃO! em itálico cm manuscritos redigidos em máquinas
de escrever. Paragrafarem itálico nestas máquinas
Parao Código Internacional de Nomencia- era preciso trocar a esfera ou disco com o tipo dc
; tura Zoológica, o nome da espécie é Pinacosaums letra. Um longotexto biológico ou palcontológlco,
graugeri, um binômio, enquanto o termo grangeri, com dezenas de nomes científicos, exigiria a tro
' sozinho, é o designativo específico (lembre-se que ca da esfera ou disco inúmeras vezes. Para facili
ae trata de nomenclatura"binominal, como foi dito tar o trabalho dos autores, os nomes científicos
: acima). A mesma observação é válida para o Có- ^ eram simplesmente sublinhados, indicando ao grá-
^digo lntcrnacional de Nomenclatura liotânica, ^,^ fico, no momento da imi-iressâo, que,todas as pa-,
lavras sublinhadas deveriam ser impressas em itár '
• lico. Com o tempo, a prática se degenerou em tcx-
O nome de uma subcspccie, é trinominal, ou i tos científicos com nomes de, gêneros e espécies
seja, é formado por três termos. Por exemplo: Globige- {• grafados em tipos iguais ao restante do textos, di- .
rinoides trilobas imtnÈturus (subespécie^de forami- '• ferenciados somente por sublinhas. Contra o Có-;,;?
nífcros). Aqui, o segundo termo {trilobus) ê o . digo, infelizmente! ;
designativo específico, enquanto o terceiro {imma-
turus), é chamado de designativo subespecífico.
Observe nos exemplos acima que os nomes de O nome de gêneros, subgêneros e demais ní
gênero, espécie e subespécie foram grafados em itàli- veis supragenéricos devem ser escritos com letras ini
fí>. Estaé outra exigência do Código Internacional de ciais maiúsculas. Os designativos específicos e infra-
Nomenclatura Zoológica. Segundo este Código, os específicos são grafados em letras minúsculas. Esta é
nomes científicos dos taxa do grupo de gênero e do outra regra freqüentemente desrespeitada.
Paleontologia

() nome (lomifor do táxon tião (";>/ partedo nome de terminações próprias para cada um dos níveis
«l«» táxon e deve ser grafaiíj) em tipos normais, logo taxonômicos. Algumas dessas terminações .são exigên
aptfs o nome df» táxon. tiào se'ido separado deste por cias legais do Código Internacional de Nomenclatura
vírgula. (!aso seja citado o ano da publicação original, Zoológica ((WNZ) ou do Código Internacional de No
urna vírgula separará o nome do autor e o ano. Sua ci menclatura Botânica (C^INB). Outras são simplesmen
tação e íjpcional para o Código Internacional de No te recomendadas por um destes códigos. Outras não
menclatura Zoológica, embora este código recomen estão nos códigos de nomenclatura, mas são de amplo
de (juc o autor e o ano de publicação devam ser cita uso na literatura paleontológica . O quadro abaixo reú
dos pelo menos uma vez cm cada publicação; o Códi ne as terminações mais freqüentemente usadas.
go Internacional de Nomenclatura Botânica, noentan
to, considera tjue a indicação completa e acurada do
nome de um táxon. deve incluir a citação do autor, de
modo a facilitar a verificação da data de publicação e C,'...jÇ " , ("'gôncia) • (rccomcndávSoy âtitoréS-^
tornar mais precisa a informação.
•' . oidca.ida
dina, ina
Animais Superkamília oidca acea,icca
•Lortcosaurus -scu{a/us Hucnc,, l929 (espécie de répteis) Família idac
SiiBi--AMlLM.. inac
J—L_]
gênero designstivo autor ano DivisAo phyca. inycota
.Snnoi.sÃo pliyiiiiii.
específico
itiyciiiiijii
phucac. ripsiila,
inycotcs
Plantas Simciwvssi: pltyi iiiac. id.ic,
invcctidac
Okdkm

Sc Onome do autor a[>arecc entre parcntesis FamIlia


após o nome da espécie ou subcspé-eie, isto significa .SrRIAMll.lA
(luc o autor original havia a.ssinalad() esta espécie ou •1"kibo

subcspccic a outro gênero, límbora não seja um pro Sunntino

cedimento comum, o nome do autor (juc efetuou esta


transferência para outro gênero pode ser citado logo
após os [larêntesis contendo o autor original, não sen Kis alguns exemplos do uso destas terminações:
do separado por vírgula. ordem 'rticrapsida (répteis), família fecrinidac
(moluscos), sublamília Octodoiuohr.uKinac (mamífe
ros). elas;o Snhcnopsida (esfcnófira). ordem
Kremoíherium Spiljman, 1948 => gênero de (;i()ss()picridalcs: (progimnosperma), família
mamíferos descrito por Spillman, cm 1948. Spliagnaeeaç (briófita).
Sanguinolites karstem (Clarke, 1899) => espé
cie de biválvio originalmente descrita por Clarke, ;
em 1899, como pertencente aoutro gênero e trans- .• G. A publicação de um nome
ferido, posteriormente, para o gênero ^
O Código internaeional de Nomenclatura Zoo
Bentoghbigerína venezuelana (Hedberg, Í lógica (Ride et ahi, 1985) c o Código Internacional de
1937) Bíow, 1979 =^espécie de foramir\íferos cri- '
Nomenclatura Botânica (ICNB, 1994) estabelecem
ginajmcnte descrita por Hedberg, em 1937, como • (lue, para (jue o nome de um táxon seja considerado
pertencente á ou.tro gênero e transferido para o
válido, ele deve ser publicado em papel impresso, em
gênero Denfogloâigtrina por Blow, em 1979.
publicação cicntínca de di.stribuição pública (gratuita
ou por compra). Miineógrafos e similares (como foto
B. Terminações cópias, por exemplo) são desaconselhados. Não são
considerados meios dedivulgação válidos os microfilmes
O nome das categorias supragenéricas são for e similares, as provas tipográficas, os textos dc distribui
madas pelo radical do nome do gênero-tipo, acrescido ção restrita (como relatório.s internos dc uma empresa),
; 1t '

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Taxonomía e Sistemática 91

nem ;i simples apresentação cm reuniões científicas. A sua publicação esteja em acordo com as regras dos
piipnlari/açâo de CD's e disquetes é posterior a esses códigos internacionais de nomenclatura. Os nomes
i/kü^os de nomenclatura, mas sua proibição como meio mais novos são chamados sinônimos-juniores. Esta
válido de publicação está implícita nas exigências acima. é a Lei da Prioridade.
üs códigos de nomenclatura zoológica e botâ Sinonímía c o fato de nomes diferentes serem
nica estabelecem ou recomendam ainda (juc devem dad(»s a um mesmo//7.Y0/;. Esse termo também se aplica
constar da publicação original de um taxon a descri a uma lista de sinônimos de um taxon, proposta por
ção morfológica do táxon ou a díagnose (breve um determinado autor. Numa lista de sinonímia o si-
listagem dos caracteres distintivos do taxon) e uma nônimo-sênior vem em primeiro lugar e em seguida
ilustração (desenho ou fotografia do espócimen es os sinônimos-juniores, em ordem cronológica.
colhido como padrão de referência do taxon). É dese
jável também que o autor inclua comparações do taxon A Lei da Prioridade baseia-se no Princípio da
descrito com outros taxa relacionados, com o intuito Prioridade, que visa garantir o direito de um autor
dc facilitar sua identifícação. "r que publicou primeiro uma informação. Já o Princí
pio da Estabilidade diz respeito à garantia da estabi
É bastante comum em trabalhos científicos
lidade da nomenclatura científica, a qual seria afetada
onde várias espécies são descritas, a falta de cuidado
caso um nome longamente utilizado e aceito na litera
cm uniformizar as descrições. Deste modo, são descri-
tura científica fosse substituído por outro pouco co
tmaspectos ou caracteres diferentes dos diversos taxa.
nhecido, por estrita atenção a uma regra dc Direito.
Tanto tpianto possível, um autor deveria descrever,
Os CVidigos buscam sempre um C(|uilíbrio entre esses
para todos os taxa estudados, os mesmos aspectos ou
dois princí[Mos. O ('ódigo Internacional de Nomen
caracteres, em uma mesma seqüência, facilitando as
clatura Zoológica, por exemplo, determina (|uc caso,
comparações entre eles. As limitações a este enfoque
mesmo sendo o mais anrigo, um nome permaneça sem
\3oóbvias, tendo em conta as diferenças entre os taxa.
ser comumente usado como sinônimo sênior pela co
No entanto, deveria sempre prevalecer a tendência
munidade científica por mais dc 50 anos, cie é consi
dc uniformizar as descrições.
derado como nome esquecido {non/en ob/ituni) e co
locado cm um índice Oficial de Nomes Rejeitados.
ATENÇÃOI
Homonímia c (|uand<) um mesmo nome é dado
Sempre que um novo taxon é descrito pela ' a taxa diferentes dentro do grupo da espécie, ou den
primeira vez, isto é indicado logo a'pós o nome pro- tro do grupo do gênero ou ainda dentro do grupo da
posto, através de expressões apropriadas, como "es família. O Princípio da Prioridade também se aplica
pécie nova" (sp.n, ou sp.nov.), "gênero novo" , aos casos de homonímia. !'ela Lei da H<nnonímia, o
(gen.n. ou gen.nov.), etc. ^or exemplo: homônimo mais antigo c denominado homônimo-
sênior, e tem prioridade sobre os posteriores, que são
*OclndontobradysSdit\iQS, Rancy & Ferigolo, 1993,
gen. n. (mamíferos) -k.
denominados homôniinos-juniores.

• Barberenasuchus brasiliensis Mattar, 1987, sp.n.


(répteis) ^ . , ATENÇAOI
: -.pt

Como quase todos assuntos em SistemáciTf.í!;


ça, uma sinonímia não é uma lista definitiva a scr\ ^
D.O princípio da prioridade • decorada, mas a opinião de um deterrninado au-
i ter, cm um dado momento. Este autor pode até '
Muitas vezes, por desconhecimento da biblio ; mesmo propor uma sinonímia distinta no seu pfó-^;
grafia prévia, acontece de um pesquisador dar outio I ximo trabalho, caso evolua em seus conceitos.'A"'
nome a um táxon que já foi descrito e nomeado ante- <1 importância da sinonímia está cm possibilitar limaj;.
íiofmcnte. Quando isco acontece chamamos de sinô I visão mais completa da interpretação que uln
nimos a estes diferentes nomes dados a um mesmo I torfaz de üm taxon e, ássím, permitir aò leitor üiiu^
UxOH. O nome mais antigo é denominado sinônimo- I julgamento da Opinião dq autor. ' 'i .
lêniore tem prioridade sobre os demais, desde que

. Ws. ^
Paleontologia

li. o que é o tipo de uma espécie?


Uma vez designado um lectótipo. os demais
Scmindo oCódi/ío Internacional de Nomencla exemplares da série-tipo recebem, então, o nome de
tura /(fold^lca c o Código Internacional de Nomen paralectótipos. Estesexercem umafunção ctiuivalcntc
clatura Botânica, o tipo é o padrão de refcrôncia de a dos parátipos, caso houvessem sido designados.
um táxon. Por exemplo: o tipo de uma espécie é um
exemplar ou, eventualmente, os exemplares escolhi Neotípo
dos para representá-la; um gênero, por seu lado, tem E um novo exemplar designado como tipo de
uma espéciecomo padrão de referência (espécie-tipo); uma espécie, em circunstâncias especiais, relaciona
para uma família, escolhemos um gênero-tipo. das no Código Internacional de Nomenclatura Zooló
Devidoà importância do tipo para a Taxonomia, gica, em caso de extravio ou destruição do holótipo,
os exemplares escolhidos devem ser depositados em lectótipo ou síntipo.
um museu, ou em uma instituição de pesquisa ou de
ensino, que possa garantir sua preservação c o livre Topótipo
acesso para consulta. Termo que se refere a um exemplar coletado
Esta é uma exigência dos códigos internacio na localidade-tipo de uma dada espécie; trata-se de
nais de nomenclatura para que uma espécie tenha seu uma categoria informal, não reconhecida pelo Código
nome validado. Internacional dc Nomenclatura Zoológica, porém dc
ampla difusão na literatura científica.
Existem várias categorias de tipos para o grupo
da espécie:
MeUitipo
Série-tipo Exemplar designado por um pes(|uisador para
representar o conjunto dos organismos (jue ele reco
E o conjunto de todos os exemplares no qual o
nheceu como pertencentes a um determinado Mxou.
autor baseou sua diagnose da espécie.
em uma determinada área de estudo, no decorrer dc
Holótipo um trabalho {Blow, 1979). Note-se que este não é o
trabalho originai em que o fnxon foi descrito. O meta-
Ko exemplar escolhido pelo autor, dentre aque
tipo, portanto, não serve como padrão de referência
las da série-tipo, para representar uma espécie.
da espécie, mas como padrão de referência do concei
I^arótipos
to de um pes(|uisador (juah|uer sobre uma dada espé
cie. Esta c, igualmente, uma categoria informal, nãn
São os demais exemplares da .série-tipo. afora o
reconhecida pelo (V)dÍgo Internacional de Nomencla
holótipo. A importância dos parátipos está cm prover tura Zoológica, mas de grande utilidade.
aos pes(|uisadores uma idéia mais completa da varia-
bilidade intra-espccíílca. Na maiorparte das vezes essa
variabilidade não é totalmente representada por um F. Nomenclatura aberta
único exemplar, por mais completo queseja o holótipo,
quanto às feições características de uma espécie.
Sabemos que o procedimento correto em um
trabalho científico é sempre prover o leitor de todos os
Síntipos
elementos que permitam-no julgaro grau de confiabi
Caso oautor orfginal não designe i^m holótipo, lidade das informações que recebe. Por este motivo
todos ps exemplares da série-tipo serão reconhecidos existe a nomenclatura aberta, tiiie consiste em ter
como síntipos e terão o mesmo valor como referência
mos e expressões que indicam que não foi possível a
da espécie.
identificação segura de um faxa, bem como o grau de
incerteza nessa identificação. Os termos usados em
Lectótipo
nomenclatura aberta ainda não são regulamentados pe
Exemplar escolhido posteriormente, dentre os los códigos de nomenclatura botânica e zoológica, e,
síntipos, como referência-padrão da espécie, porqual portanto, há grande divergência entre os diversos au
quer pesquisador. tores a respeito de sua abrangência. Boitovskoy &
Wíipht (1976) e Bcngtson (1988) são excelentes pon- da espécie, mas permanece a dúvida em relação ao
HK dr partida para quem necessite aprofundar-se na gênero. Por exemplo: Eremofherium ^ laurillardi
(|iicsi;lo, Abaixo veremos alguns termos que podem (mamíferos);
ser usados para indicar uma identificação incerta; • antes do nome da espécie: indica que há dúvida
sobre a totalidade da identificação. Ex.: } Hybodus
inccrtue sedis florencei=> exemplar duvidosamente atribuído a esta
Indica que a classificação de um táxon é intei espécie de peixes.
ramente desconhecida. Por exemplo, dizer que Chiti-
nozoa á incertae sedis significa que não se conhece a sp. (e ssp.)
posição sistemática deste táxon, ou seja, não sabemos Abreviatura para "espécie" e "subespécie". Ex.:
comoclassificá-lo com relação a outros taxa. Scaphonyx sp. indica um réptil de espécie indefinida,
seguramente pertencente ao gênero Scaphonyx.

Abreviatura do latim aíltnis, que significa "afim


i". Usado quando um exemplar é considerado muito Abreviatura para "espécies". Ex.: Darwinula
próximo a uma espécie, com grande probabilidade de spp. indica a presença de mais de uma espécie não de
pertencer a ela, mas mesmo assim persiste alguma finida de ostracodes, seguramente pertencentes ao gê
dúvida. Por exemplo; Saurocephalus aff. S. lannformis nero Darwinula.
(répteis).
Aplicações
Abreviatura do latim coiifer, que significa "si
milar", "comparável a". É usado para indicar que um Na introdução deste capítulo já ressaltamos o
exemplar é comparável a determinada espécie, que aspecto mais Importante da existência de regras rígi
apresenta grande similaridade com a mesma, embora das de nomenclatura zoológica e botânica: possibilitar
provavelmente não pertença ã espécie. I'or exemplo: a comunicação entre pesciuisadores vivendo nas niais
6//Wtfjcf. G. cretaceus (répteis). diversas culturas, em várias épocas da história e falan
do línguas distintas. Talvez possamos comparar os có
digos internacionais de nomenclatura aos atuais "pro
Sc o nome de um taxon é colocado entre aspas, tocolos de comunicação" da Informática, que permi
htoindica que o nome necessita revisão, ou o próprio tem a interação de e(|uÍpamentos conceitualmente
taxon está obsoleto. Por exemplo; ''Has/igerina'' variados em uma imensa rede de comunicação
MKáriana (foraminíferos). transnacionah Na realidade, os códigos internacionais
de nomenclatura, cm seu papel de uniformização da
linguagem científica, constituem bases sobre as quais
Abreviatura do latim ex gregae, significando toda a Zoologia, a Botânica e suas congêneres no estu
"pertencente ao grupo de...". Por exemplo; Bulimina do do passado geológico, a Paleozoologia e a Ealco-
ex. gr. B.striata indica espécimens com estreita rela botânica, estão construídas. O conhecimento das re
to com este taxoti de foraminíferos, mas não neces- gras de nomenclatura, é, portanto, pelo menos em seus
uriamente pertencentes a ele. aspectos básicos, essencial a qualquer estudante de
Paleontologia.
?(Ponto de interrogação)^ - A Taxonomia e a Sistemática são de importân
• Um nome de gênero, somente, seguido de ponto de cia fundamental nos estudos geológicos e paleoblo-
interrogação: indica que há dúvida sobre a identifi lógicos. A Bioestratigrafia, a Paleoecologia, a Paléo-
cação dogênero e que não se conhece a espécie. Ex.: ceanografia e a Paleobiogeografia estão estabelecidas
Ihmaxodon ? -> exemplar assinalado duvidosamen sobre o pressuposto da correta identificação taxonô-
teaogênerode répteis T/irinaxodon, de espécie des- mica. Quanto mais precisa for a identificação, maior
. conhecida; . resolução alcançarão esses estudos. E não se faz uma
• entreo dcsignativo genérico e o designativo especí- identificação caxonômica precisa sem que se tenha um
ftco; indica que há certeza quanto à identificação firme embasamento dos princípios e conceitos de
94 Paleontologia

llixononiia. Aspectos filoKcncticos por exemplo, (|ue GRRUTKR, VV.; BURDET, 11. M.; CHALONKR, W.
di/.em respeito a ilefinlr relações cie parentesco evolu C;.; DRMOULIN, V.; (JROLLK, R.; MAWKS-
tivo. têm recebido cada vez mais atenção dos paleon- VVORTH, D. L.; NICOLSON, D. H., SIl.VA, P. C.
SIAFLKII, F. A. & VOSS, F. G. (Kds.). 1988.
rnl(»Kos na Sistemática, com reflexos extremamente
Internatiotial Coáe of liotanical Nomeíidatare. Xl\
positivos na Biostratigrafla. Kstá na hora, portanto, de
Koeltz Scientfle Books. Kõnigstein, Germany. 93 p.
nossos estudantes de Paleontologia vencerem sua re
sistência a dedicar algo de seu tempo a essas ciências
HKNNICj, W. 1966. PhylofietirSystematic. Urbana 111:
University oflllinois Press. lilinois, USA.
básicas, cuja aplicação não conseguem ver ao primei
ro encontro, mas sem a cpial sua compreensão da pró ICNB - 1994. httetTiational Coáe of Botânico! Nomen-
clature (Tokio Coáe). Koel Seientific Books, Ger
pria história geológica da Terra, a (jue se dedicam,
many. 389 p.
será indubitavelmente prejudicada.
MFNDES, J. C. M. 1988. Paleontologia Básica. T.A.
Queiroz, Editor/EDUSP. São Paulo, Brasil, 347p.
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