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Função e Conceito faz parte do conjunto de artigos elaborados por Frege que

produziram avanços significativos em seus pensamentos, inaugurando a fase


madura do autor, que culminaria na criação da distinção sentido/referência na
interpretação do conteúdo de uma proposição.
Nesse artigo, Frege principia fazendo uma reconstituição da função na Análise
Superior, demonstrando a relação entre função e argumento.
Entretanto, tão logo avança em suas explicações, começam os pontos
conflitantes com a concepção matemática da época. O que significa o X da
função? Para a Análise, o X é a representação positiva de uma variável.
Representa um número que sempre muda de acordo com o contexto da função.
Para Frege, entretanto, não se trata de uma representação positiva e oculta,
mas sim um sinal que
indica o vazio.
De acordo com Frege, para a época, o X seria a representação de um númeral
específico, dado pela equação. Para o autor, entretanto, o X representaria uma
possibilidade, um vazio no nome, que necessita de um complemento. O
complemento para a função não seria um numeral específico, mas sim um
argumento completo, isto é, um elemento cujo estatuto lógico indica que não
necessita de complementação. Em termos matemáticos, esse elemento seria
um argumento, e em termos lógicos seria um objeto. A função, em contrapartida,
receberia um estatuto lógico de incompletude, ou insaturação, o que a torna
sempre necessitada de um complemento. Em termos lógicos, o correspondente
direto da função é o conceito. Dessa forma, função e argumento não se
confundem e não se resumem a numerais. O estatuto atribuído a cada um é
único e inconfundível.
O conjunto formado por função/argumento constitui um enunciado completo, que
resulta sempre em um valor de verdade, o verdadeiro e o falso. Esse passo
além na definição de função a posiciona para adiante da aritmética, fixando-a no
campo da lógica. Dessa forma, o conteúdo de uma função não se constitui em
um numeral, mas sim de uma atribuição insaturada, cujos argumentos, em
número muito maior do que um numeral que satisfaça uma equação, resulta em
diferentes valores de verdade.

As concepções de infinito e absoluto são distintas entre si. O absoluto poderia


ter uma relação com a concepção analítica, mas o infinito teria uma relação com
a função.

A Infinitude do campo objetivo efetivo fregiano

A infinitude, ponto crucial para a mudança paradigmática de Frege em seus


escritos pós 1920 (nesses escritos, Frege afirma que o fundamento da
aritmética, bem como de toda a matemática, é o fundamento geométrico, e não
o lógico, fundamento esse que havia sido a base de todo o logicismo), se
encontra presente em toda a concepção fregiana de campo objetivo não-efetivo,
que a partir de 1906, passa a ser denominada de Terceiro Reino, o do
pensamento.
A ideia de objetividade do pensamento não surge com Frege, mas
principalmente com Bolzano que, ao considerar a concepção kantiana de
pensamento e subjetividade demasiadamente psicologicista, por recorrer
continuamente à intuição a priori, e portanto ao tempo e ao espaço, passa a
conceber um modelo de "espaço lógico" para o pensamento, um espaço de
objetividade e de independência em relação à subjetividade. Nesse espaço
objetivo, os pensamentos já possuíam existência independente de serem
pensadas. Entretanto, esse espaço possuía um limite: somente proposições com
valor de verdade "verdadeiro" detinham lugar. As proposições consideradas
falsas eram resultado de nossa subjetividade e não tinham validade.
Para Wittgenstein, no Tractatus Logico Philosóphicus, o espaço lógico, espaço
de todo discurso possível, era o espaço da bipolaridade, abrangendo tanto as
proposições verdadeiras como as falsas.
Entretanto, a concepção fregiana vai muito mais além.

1. Conteúdo do 3o Reino é o conteúdo do pensamento -

2. Todo conteúdo científico é englobado pelo pensamento -

3. Todo sentido, mesmo sem referência, é objetivo não-efetivo -

4. Toda referência indireta é objetiva -

Sendo assim, qual é o limite do campo objetivo não-efetivo de Frege? Conforme


é afirmado nos Grundlagen der Arithmetic, de 1884, assim como o limite da
aritmética é tudo o que é enumerável, o limite do pensamento objetivo
não-efetivo é tudo o que é pensável.
Isso significa que não há limites para o 3o Reino fregiano, exceto o de possuir
sentido.
A generalidade constitui-se na única forma de expressar os limites do espaço
lógico, uma vez que Frege rejeita toda consideração agregacionista e mecânica.
É dessa forma que Frege considerará o infinito para a aritmética, não como um
limite mecanicista, mas como uma expressão de generalidade. E para o campo
objetivo não-efetivo, como uma expressão de generalidade lógica.
Essa expressão já se encontra ontologicamente definida na definição de função
e de conceito, como sendo estes os delineadores dos espaços vazios no nome,
sendo o "x" uma expressão que indica indefinidamente um objeto. Mas qual
objeto? Apenas os que engendrarão valores de verdade "o verdadeiro"? Assim
seria com Bolzano. Mas com Frege estendemos essa curva de valor. Ela passa
a abordar apenas a bipolaridade de verdadeiros e falsos, como concebe
Wittgenstein, no Tractatus? Não. A curva de valor de Frege se estende para
tudo o que pode ser pensável, mesmo que não possua uma referência, e
mesmo para o que possua referências indiretas. Portanto, a curva de valor de
cada função será sempre infinita, por abranger todo o pensável.

O conceito, entretanto, como Frege o descreve em Função e Conceito, é um tipo


especial de função, por gerar sempre um valor de verdade. Nesse caso, o que
ocorre com pensamentos que não possuem referência, como no caso da poesia
ou em afirmações fictícias, como em "Ulisses
, adormecido, foi desembarcado em Ítaca"? Existem duas possibilidades:

A. A expressão possui sentido, mas não possui uma referência - a mesma não
apresentará valor de verdade, mas constitui-se um pensamento. Em aparente
contradição ao que foi expresso por Frege, o sentido de tais expressões não
conterão nenhum conceito, não corresponderão a nenhum discurso de natureza
científica. Por tal definição, inferimos que um sentido/pensamento pode ser
completo e não corresponder a um conceito.

B. A expressão possui sentido, e sua referência pode ser indireta - nesse caso,
embora a expressão seja fictícia, ela diz respeito a uma expressão proferida por
Homero, na obra Ilíada. Nesse caso teríamos um valor de verdade, na qual seria
verdadeiro que tal expressão tenha sido proferida por Homero. A validade da
expressão se remeteria indiretamente a ter sido proferida ou não, e não ao fato
de ter diretamente ocorrido ou não. Seria o sentido de um sentido. Esse sentido
torna-se referência daquele, e engendra valor de verdade. Nesse caso, o
pensamento possui um conceito que pode ser validade pelo juízo.

Entretanto, nenhum dos casos fica excluído do campo objetivo não-efetivo, o


que é notável, em termos da consideração de objetividade do espaço lógico
considerado por Frege

Para Frege, o critério que define o que pode ou não fazer parte do campo
objetivo não-efetivo ou 3o Reino começa a ser esboçado nos Grundlagen, tem o
seu auge descritivo em Über Sinn und Bedeutung, e é reinterpretado em Der
Gedanke. Em Über Sinn und Bedeutung, um dos artigos mais conhecidos do
autor, Frege estabelece três parâmetros: a referência, que é o campo dos
objetos que serão nomeados e referidos no pensamento e na linguagem.
Constitui-se de todas as coisas efetivas e objetos lógicos; as ideias (ou
representações) que consistem em nossas representações pessoais e
subjetivas, que não podem ser compartilhadas com outros; e por fim,
acompanhando o nome que atribuímos às coisas, estão os sentidos, que se
constituem no modo de apresentação das entidades que se tornam referência
para elas. Diferentes das ideias, os sentidos podem ser compartilhados de
geração em geração sem perda de significado ou compreensão.
Sentido e ideia se diferenciam por dois fatores:

1. Ideias pertencem ao campo de um discurso privado, enquanto que o sentido


pertence ao campo do discurso público. As ideias só podem ser compreendidas
plenamente por aquele que as enuncia, pois elas se circunscrevem ao campo da
subjetividade. Em Der Gedanke, Frege acrescenta outra característica
extremamente importante para distinguir ideia de pensamento: ideias só existem
como pertencentes a um portador. Sentidos não necessitam de um portador
para existir, se encontrando vinculadas às referências ou não.

2. Sentidos são formas de apresentação de objetos, enquanto ideias são formas


subjetivas de percepção e interpretação desses objetos. Sentidos, portanto, se
submetem a leis lógicas, daí sua objetividade e universalidade, independente de
um portador, mas podendo ser apreendida por qualquer inteligência que se
paute nas regras do pensamento, regras essas lógicas e atemporais. Enquanto
que a ideia se submete às regras do pensar e da subjetividade, dependendo de
um portador para existir, pois depende de sua percepção pessoal para existir.

Dada essa distinção, em Der Gedanke Frege enuncia uma catalogação mais
distintiva das três áreas: ao 1o Reino correspondem todas as entidades
objetivas efetivas, ao 2o Reino pertencem todas as ideias e representações
privadas e subjetivas. Ao 3o Reino, que nos importa aqui, cabem todos os
sentidos/pensamentos, que são objetivos não-efetivos.

Diferente concepção é a de Wittgenstein do Tractatus. Para Wittgenstein, o


espaço lógico é o espaço das proposições que possuem sentido, e esse sentido
é assegurado pela existência de suas partes constituintes. Entretanto, diferente
de Frege, uma proposição só possui sentido quando descreve situações
possíveis no mundo, sejam verdadeiras ou falsas. Todas as demais
proposições, como as imaginárias, os imperativos morais e éticos, seriam
pseudo-proposições, contrasensos que não deveriam ser pronunciados, embora
a linguagem nos permita dizê-los. (Cf. WITTGENSTEIN, 2001, aforismo 3.4 e 6).

No entanto, para Frege, dadas as considerações feitas e critérios adotados,


mesmo proposições do mundo imaginário, metafísicas ou éticas possuiriam
sentido, uma vez que poderiam ser comunicadas para muitas pessoas ao longo
do tempo. Elas extrapolariam a bipolaridade, mas não a apreensão de seus
sentidos. Porém, uma análise de tais proposições indicaria que não possuem
referência e, devido a isso, não possuem valor de verdade e nenhum juízo
poderia ser emitido sobre elas.
Um exemplo dado por Frege em Sobre Sentido e Referência (1892) elucida bem
a questão:

Talvez se possa conceder que uma expressão, que seja gramaticalmente bem
construída e que tenha a função nome próprio, tenha sempre o mesmo sentido.
Entretanto, por esse meio não fica estabelecido que ao sentido corresponda
também uma referência. A expressão “o corpo celeste mais afastado da Terra”
tem um sentido; mas é bastante duvidoso se ela tem também uma referência. A
expressão “a série menos convergente” tem um sentido; mas prova-se que ela
não tem referência, à medida que se pode encontrar para cada série
convergente uma outra que seja ainda convergente. Portanto, mesmo que se
apreenda o sentido, não se tem ainda com segurança uma referência. (FREGE,
1892, pg.23)

Apesar de nem sempre um pensamento possuir referência, isso não impede sua
existência, sua possibilidade de apreensão e a capacidade de ser compartilhado
em um comunidade comunicativa.
Portanto, a concepção de sentido de Frege parece ser mais ampla que a de
Wittgenstein, embora para ambos o sentido seja objetivo, bem como o espaço
lógico.
Notemos, por exemplo que, para Wittgenstein, certas proposições lógicas, como
as tautologias e contradições, também não possuem sentido.
Para Frege, essa categoria de proposições não deixa de possuir sentido, uma
vez que elas podem ser compartilhada e se constituem de um modo de
apresentação de determinado objeto (quer possua uma referência ou não). No
exemplo dado por Frege em Sobre o Sentido e Referência:

As razões que parecem depor a seu favor são as seguintes: a = a e a = b são


nitidamente frases com valores cognitivos diferentes: a = a vale a priori e,
conforme Kant, deve ser denominada “analítica”, enquanto frases da forma a = b
geralmente contêm ampliações valiosas do nosso conhecimento e nem sempre
podem ser justificadas a priori. (Idem, pg. 01)

Como podemos ver, tanto a expressão tautológica a=a quanto a expressão a=b
possuem valor cognitivo. Ambas possuem um sentido para Frege porque ambas
se constituem como modos de apresentação.

Pod
emos compreender a posição de Wittgenstein devido ao critério adotado para
definir um sentido no Tractatus. Sendo o sentido uma proposição que diga algo
sobre o mundo e que seja bipolar, isso implica que apenas proposições
passíveis de bipolaridade, isto é, passíveis de juízo, possuem sentido, o que
exclui todas as proposições a priori. (WITTGENSTEIN, 4.003, 2001, p. 165).

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