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Índice

Prefeitura Municipal de

SANTOS
Técnico Desportivo
· Gestão Esportiva · Atividades Aquáticas · Atividades Náuticas · Atividades com pessoa com
'H¿FLrQFLDÂ$WLYLGDGHVSDUDDSHVVRD,GRVDÂ$WOHWLVPRÂ%DVTXHWHEROÂ-XG{
Â.DUDWrÂ(VSRUWHVGH3UDQFKDÂ7rQLVÂ)XWHEROÂ)XWVDOÂ*LQiVWLFD$UWtVWLFDH5tWPLFDÂ
+DQGHEROÂ9ROHLEROÂ&RQGLFLRQDPHQWR)tVLFRÂ/D]HUH5HFUHDomR
Edital nº 10/2014 – COFORM/SEGES

ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS

PORTUGUÊS

&RQKHFLPHQWRVGDQRUPDFXOWDQDPRGDOLGDGHHVFULWDGRLGLRPDHDSOLFDomRGDRUWRJUD¿DR¿FLDO 01
$FHQWXDomRJUi¿FD 05
8VRHFRORFDomRGHSURQRPHV 07
Flexão verbal e nominal 11
&RQFRUGkQFLDQRPLQDOHYHUEDO 14
5HJrQFLDQRPLQDOHYHUEDO 19
2FRUUrQFLDGHFUDVH 23
3RQWXDomR 26
Confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas 
,QWHUSUHWDomRGHWH[WRV 34

RACIOCÍNIO LÓGICO

Raciocínio Lógico: Visa avaliar a habilidade do candidato em entender a estrutura lógica das relações arbitrárias entre
SHVVRDVOXJDUHVFRLVDVHYHQWRV¿FWtFLRVGHGX]LUQRYDVLQIRUPDo}HVGDVUHODo}HVIRUQHFLGDVHDYDOLDUDVFRQGLo}HVXVDGDVSDUD
HVWDEHOHFHUDHVWUXWXUDGDTXHODVUHODo}HV 01
As questões desta prova poderão tratar das seguintes áreas: estruturas lógicas, lógica de argumentação, diagramas
OyJLFRV 05

Didatismo e Conhecimento
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

MATÉRIA INCLUSA NO CD-ROM QUE ACOMPANHA ESTA APOSTILA

6RPHQWHSDUDRFDUJRGH7e&1,&2'(63257,92±*(67­2(63257,9$

Sistema Operacional Microsoft Windows01


0LFURVRIW2I¿FH(GLWRUGHWH[WRV:RUGH3ODQLOKD([FHO13
,QWHUQHWHIHUUDPHQWDV0LFURVRIW2I¿FH YHUV}HVH 76

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

&RPXPDWRGDVDVPRGDOLGDGHV

&RQFHLWRVSULQFtSLRV¿QDOLGDGHVHREMHWLYRVGD(GXFDomR)tVLFD 01
&RQGLFLRQDPHQWRItVLFROHJLVODomRPHWRGRORJLDPpWRGRVJtPQLFRVRUJDQL]DomRHSHGDJRJLD 09
&RQKHFLPHQWRVGH¿VLRORJLDGRH[HUFtFLRWUHLQDPHQWRGHVSRUWLYRGHVHQYROYLPHQWRPRWRU 60
&RQFHLWRVDQDWRPLDELRPHWULDELRPHFkQLFDH¿VLRORJLDGRHVIRUoR 72
/HJLVODomRUHODFLRQDGDDRVHVSRUWHV 97
3ROtWLFD1DFLRQDOGR(VSRUWH 107
'LPHQV}HVELROyJLFDVDSOLFDGDVjHGXFDomRItVLFDHDRHVSRUWH 121
$VPXGDQoDV¿VLROyJLFDVUHVXOWDQWHVGDDWLYLGDGHItVLFD 129
1XWULomRHDWLYLGDGHItVLFD 133
&UHVFLPHQWRHGHVHQYROYLPHQWRPRWRU140
'HVHQYROYLPHQWRGDFULDQoDHGRDGROHVFHQWH 145
3ULQFtSLRVFLHQWt¿FRVGRWUHLQDPHQWRGHVSRUWLYR 149
3ODQHMDPHQWRHSHULRGL]DomRGHWUHLQDPHQWRSDUDPRGDOLGDGHVLQGLYLGXDLVHFROHWLYDV 155
$VSHFWRVLQWHUYHQLHQWHVQDSHUIRUPDQFH159
$YDOLDomRItVLFDHSUHVFULomRGHH[HUFtFLRV163
2UJDQL]DomRHJHVWmRHVSRUWLYD 179
6LVWHPDVGHDYDOLDomR188
9LVmRLQWHUGLVFLSOLQDUHWUDQVYHUVDOGRFRQKHFLPHQWR 191
eWLFDQRWUDEDOKR 195

Didatismo e Conhecimento
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
rer) uma mediação privilegiada, entre os estudantes e entre professo-
Professor Ronaldo Sena e Silva res e estudantes, motivada pelo anelo de desenvolver uma função
social fundamental: transmitir e produzir cultura, oferecer às novas
Mestrando em Ciência Animal pela UNOESTE, Especialis- JHUDo}HVRTXHGHPDLVVLJQL¿FDWLYRSURGX]LXDKXPDQLGDGHDRORQ-
ta em Osteopatia pela EBRAFIM e Fisiologia do Exercício pela go de sua história. Não se trata aqui de desconsiderar ou suprimir a
UNOPAR; Graduado em Fisioterapia pela FAP e em Educação aprendizagem de valores, normas e comportamentos característicos
Física pela ESEFAP. de uma cultura particular, que de fato são também aprendidos/parti-
lhados na instituição escolar. Trata-se de, considerando-os inclusive
pré- requisitos básicos e necessários em termos de relações interin-
CONCEITOS, PRINCÍPIOS, FINALIDADES E GLYLGXDLVJDUDQWLUDHVSHFL¿FLGDGHGDHVFRODQDWUDQVPLVVmRGHFRQ-
OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA. WH~GRVFLHQWt¿FRVHODERUDGRVFXOWXUDOPHQWHGHIRUPDDSXUDGDHVLJ-
QL¿FDQWHSRLVHVVDpDVXD¿QDOLGDGHSULQFLSDO(VVDVFRQVWDWDo}HV
UHÀHWHPGHIRUPDJHUDODLPSRUWkQFLDGDHVFRODHQTXDQWRLQVWLWXLomR
social responsável pela transmissão cultural. Contudo, é importante
A educação, apesar de sua amplitude e complexidade, é enfocada ressaltar que os conhecimentos que circulam dentro da escola, ou
na maioria das vezes. Unicamente se atentarmos para este fato, iremos VHMD RV FRQWH~GRV FLHQWt¿FRV VLVWHPDWL]DGRV TXH VH PDWHULDOL]DP
perceber que, cotidianamente lidamos com ela quando nos deparamos em forma de disciplina escolar, e os demais conhecimentos partilha-
com algo novo e que não é de nosso repertorio de conhecimentos. dos no contexto escolar, valores, comportamentos – ambos os sabe-
Trata-se de uma atitude típica de quem aprende aos poucos a utilizar res são igualmente fruto de um longo processo acumulativo que re-
um computador, um celular, a dirigir um automóvel, uma motocicle- ÀHWH R FRQKHFLPHQWR H D H[SHULrQFLD DGTXLULGRV SHODV QXPHURVDV
ta, ou, em exemplos mais simples e corriqueiros, como a criança que gerações que nos antecederam. Esses aspectos podem ser manipula-
aprende com a mãe a se comportar diante dos outros, a conversar ou dos de forma adequada possibilitando inovações e invenções. Po-
YHVWLUVHSDUDLUDGHWHUPLQDGRVORFDLV(Q¿PSRGHUtDPRVOLVWDULQ~- UpPVHPXPHVSDoRSURSLFLRFRP¿QDOLGDGHVHSURSyVLWRVFODURVH
meras ações e atitudes em meio às relações que envolvem educação GH¿QLGRVWHUtDPRVGHFHUWRPRGRTXH³UHGHVFREULU´WRGRFRQKHFL-
dentro de contextos socioculturais distintos. Com isso pretende-se mento acumulado até nossos dias pela Física, pela Matemática, Bio-
alcançar a seguinte idéia: mesmo que não existissem escolas em logia, História, Educação Física entre outras. São conhecimentos
nossa sociedade algum processo de transferência do saber acumula- que dependem de um espaço organizado e de um ensino sistemati-
GRWRUQDULDSRVVtYHOVHUWUDQVPLWLGR,VVRMXVWL¿FDDHGXFDomRFRPR zado para sua transmissão, o que não se torna regra, mas convenha-
algo próximo do inevitável nos grupos organizados, pois ninguém mos que pudesse acontecer de forma lenta, sem as relações necessá-
escapa dessa transferência. Existe um ditado popular que diz: “Edu- ULDVHQWUHRVVDEHUHVQRYRVHRVMiFRQVWUXtGRVHDWpPHVPRLQH¿FLHQ-
cação vem de casa”. É claro que esse ditado refere-se, na maioria tes se fossem aprendidos apenas em outras instancias. Isso sugere
dos casos, à falta de “bons modos sociais”, a comportamentos não que a escola difunde saberes que mantém certa peculiaridade em
aceitáveis, porém a educação não ocorre somente em casa, ela acon- relação às demais instancias que desempenham também um papel
tece: “(...) em casa, na rua, na igreja ou na escola, de algum modo ou educativo direta ou indiretamente na sociedade. Essa “particularida-
de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para de” da escola tem sido foco de muitas críticas por parte daqueles que
aprender, para ensinar, para aprender e ensinar. Para saber, para fa- reconhecem a educação em uma perspectiva progressista ao longo
zer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com dos anos e uma série de discussões foram engendradas e apresenta-
a Educação”. Em síntese, nos atenta para o fato de que, a educação, das em diversas obras. Uma delas é “A democratização da escola
de um modo geral, é uma dimensão mais ampla e pode se dar não SXEOLFD SHGDJRJLD FUtWLFR VRFLDO GRV FRQWH~GRV´ H RXWUD WDPEpP
apenas na escola, mas também na família, na igreja, no local de tra- importante e de grande repercussão no território nacional é “Escola
balho, no lazer, entre outros, caracterizando-se por uma forma difusa e democracia”. Consideramos que essas críticas estão intimamente
ou assistemática objetivando transmitir às novas gerações “(...)cren- relacionadas ao foco que estamos discutindo nesse momento, pois
ças , idéias, valores, o saber comum, os modelos de trabalho, as re- buscam de variadas formas discutir e esboçar respostas para a se-
lações entre membros, o modo de vida de cada sociedade ou grupo gunda pergunta feita anteriormente: Qual é a função social da esco-
VRFLDOHQ¿PDIRUPDSDUWLFXODUFRPRHVVHVHQWHQGHPHPDWHULDOL- la? Em seus estudos a questão da cultura como eixo do processo
zam seu dia-a-dia”. Mas, embora educação seja uma prática social- curricular e defendem ainda uma orientação multicultural no con-
comunitária ampla e comum no cotidiano das pessoas é evidente texto escolar, ou seja, “(...) a escola nesse contexto, mais que trans-
que quanto mais discursamos sobre ela atualmente mais se torna missora da cultura, da ‘verdadeira cultura’ passa a ser concebida
HYLGHQWHDGL¿FXOGDGHHPLJQRUDURIDWRGHTXHDLQGDSUHFLVDPRV FRPRXPHVSDoRGHFUX]DPHQWRFRQÀLWRHGLiORJRHQWUHGLIHUHQWHV
UHÀHWLUVREUHD¿QDOLGDGHHIXQomRVRFLDOTXHDHVFRODGHYHGHVHP- FXOWXUDV´$VVLPRVFRQKHFLPHQWRV FRQWH~GRV FXOWXUDLVGHFDUiWHU
penhar, isso quando consideramos que é a partir de certa demanda FLHQWt¿FRWUDQVPLWLGRVQHVVHHVSDoRHQWUDPHPFRQIURQWRFRPIRU-
social que são estabelecidas as diretrizes a serem adotadas no pro- mas divergentes de compreensão da realidade trazidas por crianças
cesso educacional escolarizado. Por isso mesmo torna-se difícil dis- e adolescentes que nele ingressam, o que corresponderia logicamen-
FXWLU XPD HGXFDomR HVFRODUL]DGD GH FXQKR FUtWLFR HUHÀH[LYR VHP te ao surgimento de interpretações acerca desses conhecimentos
antecipadamente rever o papel social que a escola tem representado também divergentes. No entanto, será mesmo que isso tem aconteci-
ao longo das décadas. Neste contexto é interessante perguntar: O do? As crenças depositadas pela sociedade no que considera ser uma
que é escola? Qual sua função social? A escola pode ser considerada ³PLVVmRVDOYDGRUD´GRVFRQWH~GRVHVFRODUHVHQTXDQWRLQVWUXPHQWRV
como uma instituição constituída historicamente no contexto da mo- formadores de seres humanos inteligentes, operantes e capacitados
dernidade e é um espaço no qual ocorre (ou pelo menos deve ocor- para atuar e mudar os rumos da história marcada pela pobreza, pela

Didatismo e Conhecimento 1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
discriminação e por desigualdades sociais, têm se deparado com em forma de um ambiente propenso às reivindicações liberais que
graves limitações na medida em que é exatamente por meio desse são as escolas: tradicional, renovada não diretiva e a tecnicista. E
“instrumento mágico” que a situação tende a se perpetuar e até mes- ao mesmo tempo podemos perguntar: Mas, e quanto a Educação
PRVHDJUDYDUDLQGDPDLV&RQVLGHUiYHOSDUWHGRVFRQWH~GRVTXHVmR Física, como essa área participou nesses modelos de escola pauta-
ensinados na escola apresenta forte tendência padronizadora e ho- dos no liberalismo? A seguir, veremos como a Educação Física tem
mogeneizadora quanto à formação ofertada por assumirem um cará- VHMXVWL¿FDGR ¿QDOLGDGHVHREMHWLYRV GHQWURGRFRQWH[WRHVFRODUH
ter neutro, desvinculados de um contexto mais amplo, e utilizados como, historicamente, estruturou- se em meio a essas concepções
com a intenção de preparar intelectualmente os alunos. Esses alunos, de escola.
por sua vez, ingressam no ambiente escolar, caracterizados por dife-
renças socioculturais que servirão inevitavelmente de base para as OS MODELOS DE ESCOLA E A EDUCAÇÃO FÍSICA NO
aquisições (ou não) que a escola pretende desenvolver. É, no entan- CONTEXTO ESCOLARIZADO
WRQRVHVWXGRVDFHUFDGDVLQÀXrQFLDVVRFLRSROtWLFDVQDHGXFDomRTXH
a escola tem recebido duras críticas, evidenciadas em trabalhos na- Anteriormente tivemos como objetivo abordar a educação em
cionalmente reconhecidos como os já citados em outro momento seu contexto geral, ou seja, reconhecê-la enquanto prática social e
6DYLDQLH/LEkQHRDOpPGH3DXOR)UHLUH0RDFLU*DGRWWLHQWUHRX- comunitária e assim vimos que a educação se dá em casa, na rua,
tros. Segundo essas criticas, as escolas estariam comprometidas em QDLJUHMDHQ¿PWUDWDVHGHXPDSUHQGL]DGRFRQVWDQWHGHYDORUHV
termos de organização e fundamentação pedagógica com a chamada comportamentos considerados aceitáveis pelo grupo, crenças, co-
doutrina liberal que teve origem na Europa, no século XVIII servin- nhecimentos que são necessários para o convívio social. São formas
GRGHMXVWL¿FDWLYDSDUDRDLPSOHPHQWDomRGHXPDQRYDRUGHPVR- variadas de educação. A educação voltada para o trabalho, no en-
cial e econômica que substituiu o feudalismo concretizando a ascen- tanto, foi sendo transferida aos poucos à competência das escolas/
são burguesa que se fez classe dominante. Podemos caracterizar o professores/aulas. Isso ocorria conforme o processo de industriali-
liberalismo de um modo geral como uma doutrina que defende: [...] zação se acentuava e se sobrepunha ao meio de produção enquan-
a liberdade para o desenvolvimento de atividades intelectuais, reli- to subsistência e fazia, assim, com que o povo do campo migrasse
giosas, políticas, econômicas; a igualdade perante a lei, isto é, a para os grandes centros, no qual a especialização do trabalho exigia
igualdade civil já que individual ou socialmente não é possível; o FRQKHFLPHQWRVTXHQmRSRGHULDPVHUSDVVDGRVGHSDLSDUD¿OKRe
direito natural do indivíduo à propriedade; a convicção de que cada neste contexto que surgiram as instituições de ensino sistematizado
pessoa tem aptidões e talentos próprios (individualismo) que podem que cumpririam com essa tarefa e, historicamente, três modelos de
HGHYHPVHUGHVHQYROYLGRVDR0i[LPRH¿QDOPHQWHDGHPRFUDFLD escola seriam estabelecidas: tradicional, escola nova e escola tecni-
como forma de governo mais adequada e a participação coletiva cista. Apontamos cinco tendências no processo histórico da Educa-
através de representantes de livre escolha de cada um. ção Física: higienista, militarista, pedagogicista, competitivista e po-
8PDFODVVL¿FDomRUHOHYDQWHGDVWHQGrQFLDVSHGDJyJLFDVQDSUi- pular. É possível fazer uma analogia com relação aos períodos desta
tica escolar e alerta para o fato de que grandes partes dos professores IRUPD(VFRODWUDGLFLRQDODWp (G)tVLFDKLJLHQLVWDFRQFHSomR
que atuam nas escolas, implícita ou explicitamente, incorporam em ~QLFDDWp (VFRODQRYDDQRV (G)tVLFDSHGDJRJLFLVWDQR
sua prática diária uma orientação pedagógica que corresponde aos SyVJXHUUD H(VFROD7HFQLFLVWD (G)tVLFDFRPSHWLWLYLV-
ideais liberais. A pedagogia liberal compreende a escola como um WD¿QDOGDGpFDGDGHHGXUDQWHRVDQRV 1mRRFRUUHUDPSH-
espaço de equalização social e preparação individual. Por isso essa ríodos com extrema coincidência, até porque a escola tradicional e a
pedagogia tem o objetivo de inserir o indivíduo no meio social de tendência higienista continuaram existindo mesmo com os ideários
forma pré-determinada, porém essa inserção visa ao ajustamento do da escola nova e do pedagogicismo.
próprio individuo e ao desempenho de papéis sociais. A escola nesse
HQIRTXHFXPSUHVXDVIXQo}HVHVSHFt¿FDV±WUDQVPLVVmRGDFXOWXUD (6&2/$75$',&,21$/('8&$d­2)Ë6,&$+,*,(1,6-
e de modelos de comportamento, formação da cidadania conscien- TA
te e ainda garante a manutenção estrutural da sociedade. Ela passa
a funcionar como um mecanismo de manutenção/preservação da A primeira escola caracterizada pelo
hegemonia da classe burguesa a medida que oferece oportunidades estabelecimento de uma pedagogia pautada em ideais liberais
iguais a todos, independente de classes, crenças ou outros fatores. ¿FRXKLVWRULFDPHQWHFRQKHFLGDFRPRHVFRODWUDGLFLRQDOHGDWDGR
Essas oportunidades, porém não atendem exatamente a todos que século XIX. Com o intuito de construir uma sociedade democrática
nela ingressam. Assim, a escola proporciona oportunidades iguais que corresponderia aos anseios da classe burguesa em ascensão, à
para todos e, ao mesmo tempo, mascara o efeito dos condicionantes HVFRODVHULDFRQ¿DGDDUHVSRQVDELOLGDGHGHIRUPDUFLGDGmRVFXOWRV
socioculturais, ao enfatizar o esforço individual de cada aluno na ³HVFODUHFLGRV´SDUDTXHRVV~GLWRVGRDQWLJRUHJLPHIRVVHPWUDQVIRU-
EXVFDGDFRPSUHHQVmRGHFRQWH~GRVGHVSURYLGRVGHTXDOTXHUYLQ- mados em cidadãos.
FXODomR FRP GHWHUPLQDQWHV VRFLRHVWUXWXUDLV (VVHV FRQWH~GRV VmR 2V FRQWH~GRV D VHUHP WUDQVPLWLGRV VLVWHPDWLFDPHQWH ID]LDP
apropriados às condições das crianças da classe burguesa, levando parte do acervo cultural geral construído pela humanidade e, por
ao fracasso as crianças das classes menos favorecidas e garantin- meio deles é assegurado aos alunos uma formação puramente
do, desta forma, a continuidade da hegemonia dos dominantes. O intelectual e moral e o esforço individual é a chave para o sucesso
fracasso é interpretado nesse sentido como se fosse da escola e não uma vez que as possibilidades são iguais para todos. 2VFRQWH~GRV
dos alunos, pois esta “(...) ignora as efetivas diferenças, principal- além de serem desvinculados da realidade social por seu caráter ex-
mente as sociais, existentes entre as crianças”. Podemos, então, ca- clusivamente intelectual são verdades a serem seguidas). Realizar
UDFWHUL]DUSDUDRV¿QVGHVWHHVWXGRHFRPEDVHHP/LEkQHR   interessante descrição da organização da escola tradicional. Ela as-
três concepções de escola que buscam estruturar-se e estabelecer-se sim descreve:

Didatismo e Conhecimento 2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
1DHVFRODWUDGLFLRQDODVFULDQoDVVHRUJDQL]DPHP¿ODGHSUH- são a progressista e a não diretiva. A escola não diretiva caracteriza-
ferência em carteiras individuais, todas voltadas para o professor se por uma motivação à descoberta individual do conhecimento,
que se coloca à frente da classe, a par de um quadro negro do qual um autodesenvolvimento que se dá mediante uma ação pedagógica
se serve a maior parte do tempo. As relações essenciais da criança limitada a oferece condições facilitadora de aquisição do conheci-
são com o professor; as atividades grupais, que porventura se desen- mento. O professor, um agente facilitador, buscava oferecer meios
volvam, são utilizadas como processos competitivos e não com o de estimular a mudança intrínseca do indivíduo, pretendendo atingir,
objetivo de desenvolver a colaboração. A escola como um todo tam- com isso, níveis de adaptação/ajustamento às condições ambientais,
bém não foge aos princípios de ordem, de disciplina e competição. sempre ajudando, em um processo de relacionamento interpessoal.
É constituída por classes regidas por professores diferentes, que não A intervenção direta considerada prejudicial a aprendizagem. Na
guardam necessariamente relações de integração ou de colaboração, escola nova: [...] a sala de aula e a escola se organizam no sentido
cada qual à frente de seus alunos, como se sua classe fosse um mun- GHSURSRUFLRQDUDRVDOXQRVP~OWLSODVRSRUWXQLGDGHVGHSHVTXLVDGH
do a parte. expressão e de comunicação. Estes não trabalham mais sozinhos,
Relatando a história da educação no Brasil, apresenta uma críti- mas em grupo, em processo de cooperação. As atividades não são
ca empreendida à escola tradicional pela chamada pedagogia liber- programadas, mas se desenvolvem espontaneamente conforme as
tadora acusando-a de ser uma educação do tipo “bancaria”. Nela: crianças se encaminhem para essa ou para aquela direção, conforme
Em sala de aula, a matéria é exposta verbalmente ou por meio de seu interesse seja despertado para algum objeto ou desejo de desco-
demonstrações pelas quais o aluno deverá fazer uma associação com berta. O material é numeroso e, muitas, vezes, reproduz as condi-
tudo o que já foi ensinado, memorizando conceitos e formulas para ções reais de existência dos alunos.
então aplicar na resolução de exercícios solicitados pelo professor A escola nova não substituiu a escola tradicional: elas atuaram
em forma de atividade de sala ou tarefa a ser entregue. A escola concomitantemente, embora o ideário escolanovista tenha perturba-
tradicional compreendia a educação como um direito igual a todos GRDRUGHPGDHVFRODWUDGLFLRQDODRGHPRQVWUDUVXDVGH¿FLrQFLDV$
e atribuía o fracasso à falta de esforço do aluno. Enquanto na escola escola nova, no entanto, também deixou a desejar pelo fato de exigir
tradicional a preocupação era formar o cidadão para o novo modelo FXVWRV DOWRV ¿FDQGR UHVWULWDV D SHTXHQRV Q~FOHRV EHP HTXLSDGRV
econômico que se instalará, com base em uma formação intelectual, Esse pensamento acerca da escola e sua função propagou-se de for-
a Educação Física tinha “um papel fundamental na formação de ho- ma tal que foi adotado pelos professores. Com isso se enfraqueceu
PHQVHPXOKHUHVVDGLRVIRUWHVGLVSRVWRVjDomR$VD~GHGHYHULD a transmissão de conhecimentos e houve o rebaixamento do nível
ser colocada em primeiro lugar e a Educação Física deveria oferecer GHHQVLQRGHVWLQDGRjVFDPDGDVSRSXODUHV(VWHHUDR~QLFRPHLR
um programa que viabilizasse a aquisição de padrões de conduta de acesso ao conhecimento elaborado, mas o aprimorando incidiu
TXHDVVHJXUDVVHDVD~GH³GRSRYR´HOLYUDVVHDVRFLHGDGHGHYtFLRVH apenas sobre o ensino destinado às elites. Na Educação Física, a
GRHQoDV(VVHSHQVDPHQWRYLJRURXDWpHDFRPSDQKRXDFUHQoD tendência pedagogicista viria a romper com a idéia vigente de que
na educação escolarizada enquanto instancia responsável pela cons- DPHVPDHUDDSHQDVXPPHLRGHSURPRomRGDVD~GHHGLVVHPLQD-
trução de uma sociedade democrática constituída por membros es- ção de hábitos sadios. Embora vinculada ao pensamento liberal,
clarecidos. A pátria necessitava de pessoas inteligentes e saudáveis. essa tendência apresentou um avanço em relação as anteriores por
$¿QDOLGDGHGD(GXFDomR)tVLFDQDHVFRODHUDHQWmRDGLVVHPLQDomR creditar à Educação Física um papel predominantemente educativo.
de hábitos, ou melhor, a educação higiênica do corpo e as “lições” ,QÀXHQFLDGDSHORVLGHDLVGRHVFRODQRYLVPRWDOYH]SRVVDPRVHQFRQ-
eram ensinadas via memorização, correção e avaliação (prova, tes- trar em John Dewey alguns princípios que viriam a nortear as ações
tes, etc.). Outro modelo de escola, caracterizado por contrapor a es- dos professores fundamentados nessa tendência. O pensamento de
cola tradicional, será esboçado a seguir. Dewey, quanto ao próprio currículo escolar estaria centrado na re-
O professor ensina, os alunos são ensinados; O professor sabe OHYkQFLDGHVWLQDGD³DFULDWLYLGDGHDRSODQHMDPHQWRHDH[HFXomRH
tudo, os estudantes nada sabem; O professor pensa, e pensa pelos avaliação do próprio aluno, ou seja, respeitando sua individualidade
estudantes; O professor fala e os estudantes escutam; O professor e intencionalidade”. Visava-se a tão desejada “formação integral”, a
estabelece a disciplina e os alunos são disciplinados. O professor es- formação do cidadão. Dessa forma, a Educação Física contribuiria
colhe, impõe sua opção, os alunos se submetem; O professor traba- QmRVySDUDDSURPRomRGDVD~GHPDVWDPEpPSDUDDIRUPDomRGR
lha e os alunos tem a ilusão de trabalhar graças a ação do professor; caráter e preparação vocacional. Isso exigia do professor um posi-
2SURIHVVRUHVFROKHRFRQWH~GRGRSURJUDPDHRVDOXQRV±TXHQmR cionamento diferente, de não imposição perante os alunos que aos
são consultados – se adaptam; O professor confunde a autoridade poucos descobririam seus talentos em relação ao meio que deveria
GRFRQKHFLPHQWRFRPVXDSUySULDDXWRULGDGHSUR¿VVLRQDOTXHHOH VHUDGHTXDGDPHQWHSURQWL¿FDGRFRPRHVSDoRHRVPDWHULDLVDGH-
opõe à liberdade dos alunos; O professor é sujeito do processo de quados. As atividades propostas seriam de cunho recreativo.
formação, os alunos são simples objetos. A Educação Física pedagogicista estava ligada ao crescimento
GDUHGHGHHQVLQRSXEOLFRQRVDQRVH2GHVHQYROYLPHQWRLQ-
ESCOLA RENOVADA NÃO DIRETIVA/ EDUCAÇÃO FÍSI- dustrial e a urbanização relativamente acelerada no Brasil, acoplada
&$3('$*2*,&,67$ a um regime político que, ainda que formalmente, baseava-se no
voto, trouxe para as elites dirigentes o fenômeno da pressão social
Vale lembrar que a tendência renovada formou-se em oposição em torno de novas oportunidades de ascensão social. Dentro desse
ao modelo tradicional, que não vinha cumprindo satisfatoriamente movimento a escola publica se consubstanciou, sem duvida, numa
sua função de equalização social. Conhecida pelo nome de escola reivindicação constante das classes populares. A democracia popu-
nova (escolanovismo), sua característica principal é a não diretivi- lista, suscetível a tais anseios, viu-se na obrigação de ampliar a rede
dade do ensino. Entretanto, é possível mencionar duas vertentes, que publica de ensino.

Didatismo e Conhecimento 3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
No entanto, a preocupação da Educação Física com a formação país desenvolvido, o Brasil enquanto potencia. Na Educação Físi-
do sujeito estava atrelada à concepção característica da escola nova, FDDWHFQL]DomRVHGHXHPIXQomRGDDSOLFDomRGHHVWXGRVFLHQWt¿FRV
segundo a qual a escola e a educação eram algo “a parte” da socieda- VREUH¿VLRORJLDHWUHLQDPHQWRGHVSRUWLYRELRPHFkQLFDHWF7XGRR
de, oferecendo uma formação que inviabilizaria a compreensão das TXHUHSUHVHQWDYDPHOKRUGHVHPSHQKRHPDLVH¿FLrQFLDQRUHQGLPHQ-
classes populares sobre o próprio contexto em que viviam. Enquanto to esportivo era acrescentado ao treinamento que se dava na esco-
D~QLFDIRQWHGHDFHVVRDRFRQKHFLPHQWRSRUSDUWHGDVFDPDGDVSRSX- la. Aos poucos, os alunos/atletas tornavam-se ignorantes a respeito
lares, essa tendência distanciou do aluno em demasia o conhecimento das condições sociais em que viviam, pois era a chance de ascensão
HODERUDGRFLHQWL¿FDPHQWH VRFLDOTXHVLJQL¿FDYDUHFRQKHFLPHQWRVXFHVVR,VVRHUDLPSRUWDQWH
na escola por dois motivos: para que fossem conquistadas medalhas
ESCOLA TECNICISTA/EDUCAÇÃO FÍSICA TECNICISTA ROtPSLFDV FRPR VLJQL¿FDGR GH HVIRUoR LQGLYLGXDO GH YLWyULD H SRU
outro lado outro, era de interesse por que, em plena ditadura “fazia-se
Essa tendência entende que a função essencial da escola é o necessário eliminar as críticas internas e deixar transparecer um clima
preparo para o trabalho fabril. Para isso a própria organização da es- de prosperidade, desenvolvimento e calmaria”. Esse entendimento da
cola deve sofre transformações que levem à formação de indivíduos ¿QDOLGDGHGD(GXFDomR)tVLFDQDHVFRODVHDODVWURXSULQFLSDOPHQWH
competentes para o mercado de trabalho e estejam providos de infor- em função da mídia, pois esta divulga a idéia de possível “ascensão
mações precisas objetivas e rápidas. No trabalho fabril, as máquinas social” para aqueles que viviam em situações de pobreza. Além disso,
exigem a adaptação do indivíduo que exerce em um controle que está mostrava-se que a ascensão era possível, embora alguns pudessem
além de sua subjetividade. Assim, cada um é responsável por uma par- alcançar o lugar no podium. O professor, nesse contexto, receberia co-
FHODGRWUDEDOKRTXHUHVXOWDUiQDSURGXomR¿QDOGRREMHWRRXVHMDR nhecimentos de especialistas que os elaboravam e seria sua a tarefa de
produto é decorrente da maneira com que o processo é organizado. A aplicar o treinamento de acordo com eles. Todas elas correspondem
educação é vista como o processo racionalizado, mecanizado e parce- à doutrina liberal que estimula a igualdade, a liberdade e o individua-
lado de acordo com a especialização de diferentes funções, com base lismo, base de sustentação do capitalismo. Dessa forma a escola é
em um planejamento intencional. O ambiente escolar é, de acordo organizada para atingir a mesma meta, mas com contornos diferentes.
com esse enfoque, um espaço de aquisição de habilidades e conheci- Vemos, então, que essas três tendências apresentam como fun-
PHQWRVDSOLFiYHLVDRWUDEDOKR(VVHVFRQKHFLPHQWRV FRQWH~GRV HKD- ção social a manutenção do pensamento liberal, do capitalismo e, em
ELOLGDGHVVmRREMHWLYRVFRPSULQFtSLRVHVWDEHOHFLGRVFLHQWL¿FDPHQWH conseqüência, da divisão de classes antagônicas. A Educação Física,
e ordenados numa seqüência lógica por especialistas que “descobrem” de certa forma, transmitia conhecimentos direcionados a sanar a ig-
e que são aplicados pelos professores. O professor já não é conside- QRUkQFLDGRSRYRSRUPHLRGDDTXLVLomRGHKiELWRVVDXGiYHLV KLJLH-
rado o sujeito dotado do conhecimento a ser transmitido aos alunos, nismo), o estímulo a interesses individuais quanto aos conhecimentos
mas um agente responsável apenas pela transposição do mesmo, que (não diretividade, pedagogicismo), e o conhecimento e aquisição de
pHODERUDGRFLHQWL¿FDPHQWHREHGHFHQGRDFULWpULRVGHUDFLRQDOLGDGHH KDELOLGDGHVHVSRUWLYDVH¿FLHQWHV FRPSHWLWLYLVPR (PJHUDOD(GX-
produtividade. Para o ensino, são utilizadas técnicas e procedimentos cação Física contribui inevitavelmente para o pensamento liberal, o
com base na tecnologia educacional, que tem papel controlador do capitalismo e a divisão entre as camadas favorecidas e desfavorecidas
ensino por meio de princípios comportamentais e tecnológicos que se os alunos não compreendem que seu movimentar-se intencional
promovem mudanças no comportamento e desempenho, aqui um HVWiLQVHULGRQDVFRQGLo}HVHVSHFL¿FDVGRFRQWH[WRVRFLRFXOWXUDODTXH
entendimento de aprendizagem, reforçando respostas controladoras serve. Isso quer dizer que se a Educação Física se fecha entre as quatro
e condicionantes. Pode-se dizer que se trata de um ensino diretivo SDUHGHV GD HVFROD H QmR EXVFD LQWHUUHODFLRQDU RV FRQWH~GRV FRP D
por controlar as condições de aprendizagem com forte intervenção. UHDOLGDGHFRQFUHWDGRVDOXQRVHVWDEHOHFHQGRXPSDGUmRGHFRQWH~GR
Portanto, na escola tecnicista: [...] importa muito a existência de meios HHPFRQVHTrQFLDGHDOXQR VDXGiYHOWDOHQWRVRLQGLYLGXDOLVWDH¿-
DX[LOLDUHVGHHQVLQRFRPRODERUDWyULRVHR¿FLQDVRQGHVHFRPSUR- FLHQWH GL¿FLOPHQWHVHDIDVWDUiGRSHQVDPHQWROLEHUDO$VVLPRHOH-
YDDWHRULDDSUHQGLGDHVHGHVHQYROYHPKDELOLGDGHVPHFkQLFDVFRPR mento desconsiderado não só pela Educação Física, como pela Edu-
aplicação dessa teoria. A escola se organiza também segundo os prin- cação no contexto geral, é a contextualização e, sem esse princípio, ela
FtSLRVGHUDFLRQDOLGDGHHH¿FLrQFLDLVWRpEXURFUDWLFDPHQWHFRPSHV- oferece uma educação sem sentido social. A Educação Física destinou
soal auxiliar e um corpo de especialista que agem junto ao professor, atenção durante todos esses anos ao aspecto biológico de forma pre-
no sentido de fornecer-lhe a tecnologia adequada ao atingimento de dominante e esqueceu-se das outras dimensões que compõem o ser
excelência do ensino e de auxiliá-lo na tarefa pedagógica. humano: psicológica e sociocultural. Com base em tudo que foi dito
&RPDHVFRODWHFQLFLVWDGR¿QDOGDGpFDGDGHDDSUHR- até então, é interessante nos perguntar como será que os professores
FXSDomRVHGiFRPDIRUPDomRGHXPLQGLYLGXRH¿FLHQWHHSURGXWLYR atuantes e também alunos que atualmente ingressam ou estão em fase
para o desenvolvimento econômico. A escola seguia os modelos do GHFRQFOXVmRGRFXUVRGHIRUPDomREiVLFDUHFRQKHFHPD¿QDOLGDGHGD
processo fabril em que o trabalhador não é levado a compreender sua Educação Física na escola e quais consideram ser os objetivos nortea-
função subjetivamente, mas apenas enquanto condutas que são objeti- dores? É o que pretendemos visualizar a seguir.
vadas e impostas pelos meios de produção. Em outros termos, o pró-
prio sujeito tem a se adaptar à função que lhe é designada pelo dono 0(72'2/2*,$
GRVPHLRVGHSURGXomR1HXWUDOLGDGHFLHQWL¿FDVHULDXPDHVSpFLHGH
roupagem da Educação Física competitivista pautada no tecnicismo A pesquisa de cunho qualitativo aqui apresentada foi realizada
que resultaria na imparcialidade de especialistas e docentes. Com em dois momentos: o primeiro foi com professores de Educação
LVVRHODDFHQWXDULDDLPSRUWkQFLDGDVFRPSHWLo}HVGHVSRUWLYDVFRPR )tVLFD DWXDQWHV QD UHGH S~EOLFD H SDUWLFXODU GH HQVLQR GD FLGDGH GH
¿QDOLGDGHSULQFLSDOXPDYH]TXHDFRQTXLVWDGHPHGDOKDVROtPSLFDV /RQGULQD)RUDPHQWUHYLVWDGRVQRWRWDOSURIHVVRUHVTXHHPJH-
representaria para o mundo um indicativo acerca da condição de UDODSUHVHQWDYDPHQWUHDDQRVGHLGDGHFRQFOXtUDPRFXUVR

Didatismo e Conhecimento 4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
GHJUDGXDomRHQWUHRVDQRVGHDGHOHV¿]HUDPSyV- ‡³'HVHQYROYLPHQWRJOREDOGDFULDQoDLQWHJUDomRUHFUHDomR´
JUDGXDomRHPQtYHOGHHVSHFLDOL]DomRDWXDPQDHGXFDomRLQ- ‡³5HFUHDomRSDUDTXHRDOXQR SULQFLSDOPHQWHQRWXUQR UHOD[H
IDQWLOGHPHVHVDDQRVGRVHQWUHYLVWDGRVDWXDPQRHQVLQR do dia-a- dia, sociabilização dos alunos uns com os outros e promo-
IXQGDPHQWDOGHDQRHFLQFRPHVHVDDQRVHSURIHVVRUHV ção da ação motora”.
GRWRWDOGRVHQWUHYLVWDGRVDWXDPQRHQVLQRPpGLRGHDQRD ‡³5HVSHLWDUUHJUDVRUJDQL]DUVRFLDELOL]DUVH´
anos. Apenas um dos entrevistados fez outro curso de graduação. ‡³6RFLDOL]DomROXGLFLGDGHIRUPDomRPRWUL]´
2VHJXQGRPRPHQWRIRLHQWUHYLVWDUHVWXGDQWHVLQLFLDQWHVGR
curso de Educação Física – licenciatura – cujo currículo segue as PROFESSORES ATUANTES: OS OBJETIVOS DA EDUCA-
RULHQWDo}HV GD UHVROXomR &1(  H ? (VVHV DOXQRV KDYLDP ÇÃO FÍSICA NA ESCOLA
LQJUHVVDGRQRVDQRVGHHHDSUHVHQWDYDPHQWUH
DDQRVGHLGDGH7DPEpPIRUDPHQWUHYLVWDGRVHVWXGDQWHV Quanto aos objetivos da Educação Física na escola, os profes-
que estavam concluindo o curso de acordo com as orientações da VRUHVSDUHFHPHPDOJXQVPRPHQWRVWHUFRQIXQGLGR¿QDOLGDGHFRP
UHVROXomR&)(?QRVDQRVGHHDSUHVHQWDQGRHP função. Entre os objetivos da Educação Física apresentados, pelos
PpGLD GH  D  DQRV GH LGDGH )RL DSOLFDGR XP TXHVWLRQiULR professores entrevistados, os mais freqüentes estavam relaciona-
FRQWHQGR  TXHVW}HV DFHUFD GH DVVXQWRV UHIHUHQWHV D HGXFDomR dos a aspectos motores (desenvolvimento de habilidades motoras,
Educação Física, saberes necessários para a docência, área em DSUHQGL]DJHPPRWRUD VRFLDOL]DomRDLQLFLDomRHVSRUWLYDVD~GH$
HVSHFL¿FRGDGRVSHVVRDLVH[SHULrQFLDVDQWHULRUHVJUDXGHHVFR- relação da área com aspectos sociais e culturais foram pouco men-
larização, para este estudo nos atemos a alguns dados pessoais. FLRQDGDV9HMDPRVHQWmRDOJXQVH[HPSORV‡³$SUHQGL]DJHPPRWR-
Ativemo-nos, porém, a duas questões que pudessem contribuir ra, desenvolvimento de crianças e adolescentes”.
para dar conta de alcançar os objetivos desta pesquisa. As pergun- ‡³0HOKRUDUDVFDSDFLGDGHVItVLFDV IRUoDUHVLVWrQFLD7F PH-
tas selecionadas para análise dos dados foram: A) apresente três lhora das estruturas perceptivas motoras”.
¿QDOLGDGHVSDUDDGRFrQFLDSDUDD(GXFDomR)tVLFDQDHVFROD%  ‡³3URSLFLDURGHVHQYROYLPHQWRGDVTXDOLGDGHVItVLFDVIRUQHFHU
apresente objetivos que considera como gerais para a Educação a socialização, através de atividade físico-recreativas, melhorar a ap-
Física na escola. tidão física por meio da prática de habilidades motora etc”.
‡³'HVHQYROYHUKDELOLGDGHVPRWRUDV´
ANÁLISE DOS DADOS
1R TXHVLWR VD~GH SRGHPRV SHUFHEHU ‡ ³&RQVFLHQWL]DU R HGX-
cando da necessidade da pratica da atividade física para sua ma-
3URIHVVRUHVDWXDQWHVDV¿QDOLGDGHVGD(GXFDomR)tVLFDQDHV-
QXWHQomRGDVD~GH3UHSDUDURHGXFDQGRSDUDRHQIUHQWDPHQWRGR
FROD 4XDQWR jV ¿QDOLGDGHV HQXPHUDGDV SHORV SURIHVVRUHV SDUD D
cotidiano”.
Educação Física na escola, podemos perceber a ênfase destinada à
‡³$FRQVFLrQFLDSHODSUiWLFDGHH[HUFtFLRVYLVDQGRjREWHQomR
SURPRomRGDVD~GHDSUHQGL]DJHPHVSRUWLYDHUHFUHDomRHQWUHRX-
HPDQXWHQomRGDVD~GH´
WUDV¿QDOLGDGHV3DUDVHWHUXPDLGpLDD¿QDOLGDGHVD~GHIRLHOHQFD-
‡³'HVSHUWDURJRVWRSHODSUiWLFDVDXGiYHOGDDWLYLGDGHItVLFDH
GDSRUSURIHVVRUHV$TXLDOJXQVH[HPSORV‡³7UDEDOKDUFRPR
motor e o psicomotor do educando; incutir valores que conduzam VXDFRQWULEXLomRQDSURPRomRGDVD~GHHGREHPHVWDUItVLFRJHUDO´
DRHGXFDQGRKiELWRVVDXGiYHLV H[HUFtFLRVItVLFRV[VD~GH FRQGX- 5HIHUHQWHDVRFLDOL]DomR‡³3URPRYHUDVRFLDELOL]DomRHDFRR-
zir o educando ao conhecimento do próprio corpo”. peratividade”.
‡³(QWHQGHUD(GXFDomRItVLFDFRPRIRUPDGRUDGRHGXFDQGR ‡³6RFLDOL]DomRGDVFULDQoDVOHYDURDOXQRDDXWRGHVFREHUWDH
GHVHQYROYHUDVRFLDELOLGDGHPHOKRUDUDVD~GHItVLFDHPHQWDOGR superação de seus limites
aluno”. ‡3URPRYHUDVRFLDELOL]DomRHDFRRSHUDWLYLGDGH´
‡³6RFLDOL]DomRGLVFLSOLQDHUHVSHLWRDRSUy[LPRPHOKRUDDV ‡ ³)D]HU FRP TXH R DOXQR HQWHQGD R TXH p (GXFDomR )tVLFD
FRQGLo}HVGHVD~GHItVLFDHPHQWDO´ fazer com que o aluno respeite mais o educador físico e promover a
A aprendizagem de aspectos relacionados ao esporte e a des- sociabilização do aluno perante os outros alunos”.
coberta de talentos também parece estar presente na mente dos Quanto aos esportes (iniciação esportiva, aprendizagem de mo-
SURIHVVRUHVDWXDQWHVVHQGRFRJLWDGRVSRUHQWUHYLVWDGRVFRPR dalidades)
VHQGRXPDGDV¿QDOLGDGHVGD(GXFDomR)tVLFDQDHVFROD$OJXQV ‡³,QLFLDomRDRHVSRUWHHGXFDUSDUDRIXWXURSURPRYHULQWHJUD-
H[HPSORVLOXVWUDPLVVR‡³3URYHURVVHXVEHQH¿FLiULRVFRPRGH- ção aos jovens”.
senvolvimento das habilidades motoras, atitudes e conhecimentos, ‡ ³$SUHVHQWDU GLIHUHQWHV SUiWLFDV HVSRUWLYDV´ ‡ ³,QFHQWLYDU D
levando os a uma participação ativa e voluntária em atividades fí- prática do esporte e da atividade física”.
sicas e esportivas ao longo de suas vidas. Detectar jovens talentos ‡³'HVHQYROYHURHVStULWRHVSRUWLYR´2XWURVSURIHVVRUHVHP-
através das aulas e encaminha-los para escolinha de treinamento”. bora correspondam a
‡ ³,QLFLDomR HVSRUWLYD´ ‡ ³5HVJDWDU QR DOXQR LQWHUHVVH SHOD uma pequena parcela do total, demonstram ainda outras preocu-
prática esportiva, recreativa e social”. pações além das já cogitadas. Por isso, eles transcendem e ampliam
‡³3RVVLELOLGDGHGHLGHQWL¿FDomRGHWDOHQWRVSDURHVSRUWHFR- XPSRXFRRkQJXORGHYLVmRTXDQWRDRVREMHWLYRVGD(GXFDomR)t-
nhecimento das diferenças”. VLFDQDHVFRODUHVVDOWDQGRTXHVW}HVVRFLRFXOWXUDLV‡³'HVHQYROYHU
‡ ³,QFHQWLYDU RV DOXQRV i SUiWLFD GH HVSRUWHV ID]HU FRP TXH a criança tanto na parte motora, quanto afetivo-social e cognitiva;
os alunos levem uma vida mais saudável; mostrar aos alunos as Entender e utilizar do exercício físico como fator de promoção da
diferentes modalidades esportivas”. VD~GH(QWHQGHURHVSRUWHFRPRIHQ{PHQRFXOWXUDOSUHVHQWHHPQRV-
$UHFUHDomRHVRFLDOL]DomRWDPEpPVmR¿QDOLGDGHVFRJLWDGDV sa sociedade; Desenvolver o espírito cooperativo nas crianças; De-
pelos professores quanto à Educação Física na escola. Exemplos: senvolver a consciência corporal dos educandos.”

Didatismo e Conhecimento 5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
‡ ³3DUWLFLSDU GDV DWLYLGDGHV FRUSRUDLV UHFRQKHFHQGR H UHVSHL- hábitos saudáveis, mas para outros seu papel na escola é ensinar
tando características físicas e de desempenho de si próprio e dos HVSRUWHVHSDUDLVVRHODGHYHWUHLQDUKDELOLGDGHVHVSHFL¿FDVGHFDGD
outros sem discriminar, conhecendo, valorizando, respeitando, e modalidade. Alguns até apresentaram objetivos diferenciados, con-
desfrutando da pluralidade de manifestações da cultura corporal, VLGHUDQGRWRGRVRVFRQWH~GRVFRPRFXOWXUDLVHDFHQWXDQGRDUHÀH-
UHODFLRQDQGRDFRPRVHIHLWRVVREUHSUySULDVD~GHHGDPHOKRULDGD [mR H D FUtWLFD FRPR DVSHFWRV LPSRUWDQWHV D VHUHP HQIDWL]DGRV ‡
VD~GHFROHWLYD´ “Capacitar os indivíduos a entenderem os conceitos da corporeidade
‡³3RVVLELOLWDUDRDOXQRXPDDPSOLDomRVREUHDFXOWXUDFRUSRUDO humana”.
de movimentos desenvolvendo uma prática pessoal e capacidade ‡³(QYROYHUHVWHVLQGLYtGXRVHPTXHVW}HVTXHDEUDQJHPRIRO-
para interferir na sociedade através de atividades esportivas”. clore regional, estadual e nacional”.
6H ¿]HUPRV XPD LQIHUrQFLD D SDUWLU GHVVHV GDGRV SRGHUHPRV ‡ ³&RQVFLHQWL]DU HVWHV LQGLYtGXRV VREUH DV GLIHUHQoDV pWQLFDV
perceber que a preocupação apresentada pelos professores sobre tratando as como importantes para a formação na nossa sociedade”.
Educação Física no contexto escolar pouco se diferencia do que ‡³3URSRUFLRQDURHQVLQRGHYDULDGDVSUiWLFDVFRUSRUDLV MRJR
KLVWRULFDPHQWHVHHVWDEHOHFHXFRPR¿QDOLGDGHVHREMHWLYRV$V¿QD- dança, esporte)”.
OLGDGHVPDLVFRJLWDGDVIRUDPUHODFLRQDGDVDVD~GHLQLFLDomRHVSRU- ‡³'DUVXEVtGLRVFUtWLFRVSDUDDSUiWLFD´‡³&RQWULEXLUSDUDD
tiva ou aprendizagem de modalidades esportivas, recreação/sociali- FRQVFLrQFLDGDLQÀXHQFLDGDVSUiWLFDVFRUSRUDLVSDUDDVD~GHHGH-
zação. Quanto aos objetivos, os mais freqüentes são o desenvolvi- senvolvimento mental”.
PHQWRGHDVSHFWRVPRWRUHVVRFLDOL]DomRHVSRUWHVHVD~GH&RQFHS- Os alunos ingressantes no curso de Licenciatura
o}HVPXLWRDQWLJDVVREUHDiUHDFRQWLQXDPLQÀXHQFLDQGRIRUWHPHQWH GD8(/SHODUHVROXomR&1(HHVWmRSDVVDQGRSRUPR-
R LPDJLQiULR GRV SURIHVVRUHV DWXDOPHQWH VD~GHKiELWRV VDXGiYHLV GL¿FDo}HVQRVLVWHPDIRUPDWLYR1RHQWDQWRpLQWHUHVVDQWHSHUFHEHU
(tendência higienista, escola e tradicional), recreação/socialização como se dá o ciclo entre escola, universidade e docência.
WHQGrQFLD SHGDJRJLFLVWD  PRGHOR GH HVFROD HVFRODQRYLVWD  H $OXQRVLQLFLDQWHV¿QDOLGDGHVGD(GXFDomR)tVLFDQDHVFROD
treinamento de habilidades esportivas/iniciação esportiva/aprendi- ‡³(QVLQDPHQWRGHPRGDOLGDGHVGHHVSRUWHVXPDERDVD~GHH
zagem de modalidades (tendência competitivista, escola tecnicista). atividades em grupo”.
$OXQRV FRQFOXLQWHV DV ¿QDOLGDGHV GD (GXFDomR )tVLFD QD HV- ‡³(QVLQDUSDUDRVDOXQRVSDUDTXHVHUYH(G)tVLFD$OpPGH
cola. proporcionar horas de lazer, ensinar vários esportes diferentes que
Os alunos que estão concluindo o curso, baseado na resolução SRVVDWUD]HUEHQH¿FLRQRIXWXUR´
TXHpXPFXUUtFXORYROWDGRSDUDDiUHDGDVD~GHHEXVFDQ- ‡´,QWHUDomRHQWUHDOXQRVGHGLIHUHQWHVVpULHVHDSUiWLFDGRH[HU-
do colocação no mercado de trabalho, formados pela Universidade cício faz bem para a
(VWDGXDO GH /RQGULQD QRV DQRV GH  H  (OHV DSRQWDP DV VD~GH DOpP GR FRQKHFLPHQWR GH GLYHUVRV HVSRUWHV H WpFQLFDV
VHJXLQWHV ¿QDOLGDGHV GD (GXFDomR )tVLFD QD HVFROD‡ ³$X[LOLR QD esportivas”.
SURPRomRGDVD~GHLQWURGXomRDRVHVSRUWHVHGLPLQXLomRGRQtYHO ‡ ³4XDOLGDGH GH YLGD D DSUHVHQWDomR GR HVSRUWH H D SRVVtYHO
de estresse”. revelação de talentos na prática de esportes de competição”.
‡ ³$SUHQGL]DJHP PRWRUD´ ‡ ³/XGLFLGDGH SUiWLFD HVSRUWLYD H ‡³(QVLQDUXPDSUiWLFDHVSRUWLYDHQVLQDUDMRJDU´
integração”. ‡³$(GXFDomR)tVLFDSRGHIRUPDUDWOHWDVSUR¿VVLRQDLV´
‡³'HVHQYROYHUKDELOLGDGHVHFDSDFLGDGHVPRWRUDVGRHGXFDQ- ‡³5HWLUDURVDOXQRVGRVHGHQWDULVPRPRVWUDUDRVDOXQRVDLP-
do, o aspecto cognitivo e afetivo social”. SRUWkQFLDGDSUiWLFDGRHVSRUWHQDYLGDGHOHVHHQVLQiORVDSUDWLFDU
‡³3URPRomRGDVD~GHSUiWLFDUHJXODUGHH[HUFtFLRVItVLFRV´ esporte.
‡³6D~GHGHVHQYROYLPHQWRPRWRU´‡³&RQVFLHQWL]DomRFRUSR- ‡³(QVLQDUHVSRUWHVFRQVFLHQWL]DURVDOXQRVVREUHDSUiWLFDGR
ral, socialização, iniciação à prática esportiva”. esporte, tornando os grandes cidadãos”.
Alunos concluintes: objetivos da Educação Física na escola. ‡³,QFHQWLYRDRHVSRUWHGHVFREHUWDGHWDOHQWRV(GXFDomRHR
Como objetivos para a área na escola, eles assim consideram movimento geral”.
alguns exemplos ilustram a idéia geral: Alunos iniciantes: objetivos da Educação Física na escola
‡ ³&RQKHFLPHQWR GRV HVSRUWHV KLJLHQH FRUSRUDO KiELWRV VDX- (QWUHRVREMHWLYRVIRUDPFLWDGRV‡³,QFHQWLYDURDOXQRDID]HU
dáveis”. esportes. Ensinar o aluno em relação ao esporte. Mostrar ao aluno
‡³(GXFDomRFRUSRUDOGHVHQYROYLPHQWRGDFRRUGHQDomR´ que Ed. Física não é apenas jogo”.
‡³)LVLROyJLFRPRWRU´‡³3URPRomRVD~GHVRFLDOL]DomRHHV- ‡ ³)D]HU FRP TXH R DOXQR JRVWH GH SUDWLFDU HVSRUWH WRUQDU R
SRUWH´‡³9LYHQFLDPRWRUDLQWHUDomRHFRRSHUDomR´‡³'HVHQYROYL- aluno um cidadão de bem no futuro, relacionamentos de alunos com
mento motor, psico-social, Afetividade”. diferentes classes sociais, raças, etc”.
‡³(GXFDomRFRUSRUDOGHVHQYROYLPHQWRGDFRRUGHQDomR´ ‡³,QFHQWLYDUDSUiWLFDGHDWLYLGDGHVItVLFDVGHVHQYROYHUDFD-
‡³'HVHQYROYHUDVKDELOLGDGHVPRWRUDVFRPRYHORFLGDGHÀH[L- pacidade motora dos alunos, garantir a coletividade nas atividades”.
bilidade, entre tantas outras”. ‡³3DUDDVFULDQoDVFULDUHPKiELWRVGHID]HUHVSRUWHVSDUDTXH
‡³$X[LOLDURGHVHQYROYLPHQWRGDFULDQoD,QVHULUDFULDQoDQR QmR¿TXHPVHGHQWiULDV(QVLQDUDVFULDQoDVTXHDHGXFDomRItVLFDp
meio social, Despertar a criança p/ os esportes”. mais do que só praticar esportes. E para a criança também trabalhar
A maior parte dos entrevistados acredita que a Educação Física sua imaginação com jogos e brincadeiras”.
QDHVFRODWHPHQWUHRXWUDV¿QDOLGDGHVHREMHWLYRVDDSUHQGL]DJHP ‡³2EMHWLYRGRHQVLQRWHyULFRVREUHDKLVWyULDGD(G)tVLFDPR-
HSUiWLFDHVSRUWLYDDSURPRomRGDVD~GHHGHVHQYROYLPHQWRGHDV- GDOLGDGHVHVSRUWLYDVHGDURSo}HVDRDOXQRSDUDXPIXWXURSUR¿V-
SHFWRVPRWRUHVFRPRIUHTHQWHV GHDOXQRVHQWUHYLVWDGRVVH sional”.
enquadram nestes três fatores). Segundo alguns a Educação Física ‡³,QFHQWLYRDRHVSRUWHGHVFREHUWDGHWDOHQWRVH(GXFDomRHR
HVWiQDHVFRODSDUDFXLGDUGDVD~GHHWHPSRUREMHWLYRGLVVHPLQDU movimento”.

Didatismo e Conhecimento 6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
‡³7UDQVPLWLURVIXQGDPHQWRVGHHVSRUWHGHVHQYROYHUDWLYLGD- PRYLPHQWDUVHTXHJDUDQWHPVXDHVSHFL¿FLGDGH2PRYLPHQWDUVH
des recreativas em humano é provido de intencionalidade, ou seja, nenhum movimento
geral, trabalhar com o equilíbrio e coordenação motora”. é realizado sem motivação, sentido ou intenção seja ele integrante
‡³'HVHQYROYHUDLJXDOGDGHHQWUHRVDOXQRVHGXFDUSDUDDYLGD do esporte, da dança ou de qualquer outra manifestação corporal, e
através do esporte, desenvolver a paixão pelo esporte”. VRIUHLQÀXrQFLDVFXOWXUDLVFRPRSRGHPRVSHUFHEHUGHDFRUGRFRP
‡³&RQVFLHQWL]DURVDOXQRVGHFRPRpLPSRUWDQWHSDUDDVD~GH um clássico no assunto que é a noção de técnica do corpo. Ele con-
a prática de esportes, induzi-los a fazerem parte de algum grupo de siderava técnicas corporais como: “(...) as maneiras pelas quais os
treinamento ou até mesmo individual e ensinar como é bom cuidar homens, de sociedade a sociedade, de uma forma tradicional, sa-
GDVD~GHGHVGHFHGR´ bem servir-se de seu corpo”. Tomemos como exemplo os esportes,
Em geral, os professores e os alunos concluintes entrevistados nos diz que: “Duas seleções de voleibol ou futebol, jogando com as
FLWDUDPSRUGLYHUVDVYH]HVDSURPRomRGDVD~GHDLQLFLDomRHDSUHQ- mesmas regras e técnicas e com sistemas táticos similares, possuem
GL]DJHPGHHVSRUWHVHDUHFUHDomRFRPR¿QDOLGDGHVHREMHWLYRVGD estilos diferentes, um jeito característico de praticar o voleibol ou o
Educação Física na escola, além de outros fatores menos citados. IXWHEROTXHUHÀHWHWUDGLo}HVFXOWXUDLVGLVWLQWDV´3HUFHEHVHFRPLVVR
Isso revela uma coincidência de pensamento em relação às tendên- a necessidade de uma mudança de foco que implica um olhar antro-
cias apresentadas anteriormente que concomitantemente ao modelo pológico por parte do professor atuante, que considere as diferenças
de escola eram meios de contribuir para a reprodução de um mesmo como algo normal como elemento desencadeador da mediação da
modelo social. Os alunos iniciantes também apresentam visão res- cultura do movimentar-se trazida pelo aluno de seu cotidiano (espor-
trita a esses aspectos e recai sobre a formação básica a responsabili- tes, danças lutas, ginástica, jogos, etc.) em sentido ao conhecimento
GDGHGHID]HUFRPTXHRVPHVPRVUHFRQKHoDPTXDLVDV¿QDOLGDGHVH dito erudito, elaborado e sistematizado de forma dialética. Nesse
REMHWLYRVHPYRJDHUHÀLWDPVREUHVXDVLPSOLFDo}HV9DOHSHUJXQWDU VHQWLGR D FRQWH[WXDOL]DomR GRV FRQWH~GRV p GH VXPD LPSRUWkQFLD
então: será que a Educação. FRPRPHLRGHUHVLJQL¿FDomRGRTXHpDSUHQGLGRQD(GXFDomR)t-
Física na posição de componente curricular educacional tem sica no sentido de promover uma transcendência direcionada para
sido compreendida, com base nesses dados, como parte de um pro- o convívio e participação social mais consciente, e isso se dará na
FHVVRHGXFDWLYR"6HUiTXHDLPSRUWkQFLDDWULEXtGDjVD~GHDDSUHQ- medida em que se entenda o processo ensino/aprendizagem como
dizagem esportiva ou a recreação se dá pela crença de que estes LQWHUDWLYR H DWLYR DR LQYpV GH SDVVLYR H UHFHSWLYR (VVHV ~OWLPRV
podem ser considerados educativos “em si mesmos”, ainda mais em aspectos estão fortemente ausentes pelo menos em dois modelos
uma sociedade complexa como a nossa? Em que medida se torna de escola já vistos (tradicional e tecnicista), uma vez que nelas os
educativa? Podemos começar a responder tais questões dizendo que FRQWH~GRVVmRLPSRVLo}HVTXHVHWRUQDPVHPVHQWLGRHDOLHQDQWHV
em se tratando dos três modelos de escola e também das tendências para muitos alunos em função da incoerência entre necessidades
históricas da Educação Física na escola, abordadas anteriormente (motivações) do educando e objetivos pré-estipulados pelo profes-
alguns fatores não são levados em consideração uma vez que não VRU$DSUHQGL]DJHPGRVHVSRUWHVDSURPRomRGDVD~GHDUHFUHDomR
contribuem para o tipo de formação ideal ao mundo capitalista, ou VmR¿QVHPVLPHVPRV$VVLPWDPEpPQDVWHQGrQFLDVKLJLHQLVWDH
melhor, vinculada à doutrina liberal. São eles: contextualização dos competitivista, isso acontece quando o professor impõe um padrão
FRQWH~GRVSURPRomRjUHÀH[mRDFHUFDGRVPHVPRVHQVLQRYHUGD- GHPRYLPHQWRVPHFkQLFRVDVHUHPVHJXLGRVVHPTXHVWLRQDPHQWRV
deiramente democrático que prepare para o exercício da cidadania SDUDSURPRYHUDVD~GHRXDH¿FLrQFLDWpFQLFDRXPHOKRUWHQWDHQ-
e o desenvolvimento do pensamento crítico. É o que passaremos a TXDGUDUXPDGLYHUVLGDGHFXOWXUDOHPXPPRGHOR~QLFRGHID]HUH
DERUGDUHPVHJXLGD$WpRVDQRVD(GXFDomR)tVLFDHUDFDUDFWH- SHQVDUQRPRYLPHQWR(¿FLrQFLDWpFQLFDQRVHVSRUWHVHVD~GHSRGH
rizada como área predominantemente biológica, ou seja, os estudos ser na realidade temas que a serem discutidos pelos alunos, mas
DWpHQWmRGHVWLQDYDVHjPDQXWHQomRGDVD~GHRXDSHUIHLoRDPHQWR não a promoção de um ou de outro por si só. Para fazer a devida
técnico- desportivo. Assim: [...] a crise que começa a se instaurar na contextualização, o posicionamento do professor deverá ser tal que
(GXFDomR%UDVLOHLUDIUXWRGHUHÀH[}HVGRGHEDWHGDVGLVFRUGkQ- coloque o aluno em situações que o perturbe e que o faça relacionar
cias, das frustrações, da confrontação ideológica, dos erros e acertos GHIRUPDUHÀH[LYDRTXHpHQVLQDGRFRPVXDFRQGLomRQRPRPHQWR
de suas teorias e práticas, pouco tem perturbado a Educação Física, tornando-se consciente do processo de elaboração do saber. Por isso,
como se ela não fosse em ultima analise um processo educativo. pLPSRUWDQWHOHPEUDUTXHUHÀH[mRpXPD$omRGHLQWURVSHFomRSHOD
1R HQWDQWR D SDUWLU GRV DQRV  H FRP RV GHEDWHV DFDGrPL- qual o pensamento volta-se sobre si mesmo, investiga a si mesmo,
cos sobre Educação Física tivemos o inicio das discussões de cunho examinando a natureza de sua própria atividade e estabelecendo os
SVLFROyJLFRVRFLRFXOWXUDOH¿ORVy¿FRTXHYLULDPDFRQVLGHUDURVHU princípios que a fundamentam. Caracteriza assim a consciência crí-
KXPDQRRDOXQRHPVXDVP~OWLSODVGLPHQV}HVYLVOXPEUDQGRQRYDV tica, isto é, a consciência na medida em que examina sua própria
possibilidades referentes a participação no processo educativo, o que constituição, seus próprios pressupostos.
parece ter passado despercebido por muitos professores que estão Esse fator é muito importante à medida que a Educação e a
atuando em instituições de ensino. O reconhecimento atual da Edu- (GXFDomR)tVLFDHQWHQGHUHPTXHRHVSDoRSDUDDUHÀH[mRFRPSUR-
cação Física e seu papel parece estar vinculado à idéia de corpo são priedade é reservado aos sujeitos providos de autonomia, pois ape-
mente sã ou a necessidade de o professor atuante nessa área ensinar nas eles podem compreendê-lo em sua totalidade. A tendência peda-
esportes e melhorar aspectos motores. Vimos a exemplo disso, que gogicista parece ter vislumbrado tal possibilidade, embora a crença
os próprios professores e alunos entrevistados reconhecem a área na possibilidade de o aluno aprender consigo mesmo pouco tenha
de tal forma principalmente em relação a aprendizagem esportiva. contribuído para a compreensão de suas reais condições sociais. Ao
Enquanto componente educacional, a Educação Física, como outras contrário disso, um ensino interativo e problematizador pode, por
iUHDVWHPSRU¿QDOLGDGHSULQFLSDODHGXFDomRYLDWUDQVPLVVmRGHFR- H[HPSOR OHYDU R DOXQR D VLWXDo}HV GH UHÀH[mR DFHUFD GR SUySULR
QKHFLPHQWRVTXHVmRFXOWXUDLVPDLVHVSHFL¿FDPHQWHGDFXOWXUDGR FRUSRHPPRYLPHQWRQDLQIkQFLDHDLQGDDVFRQGLo}HVVRFLDLVHLP-

Didatismo e Conhecimento 7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
posições culturais que, na adolescência e juventude, incidem sobre O que desejamos com a Educação Física, nos nossos dias, é
corpo, eVSRUWHVVD~GH&RQVLGHUDPRVTXHFRQWH[WXDOL]DUPRWLYDQGR contribuir para uma mudança de paradigma social em direção a
RSHQVDUUHÀH[LYRQD(GXFDomR)tVLFDVLJQL¿FDUHFRQKHFHUDDXWR- uma sociedade mais democrática, constituída de sujeitos que par-
nomia daquele que aprende em um ato de esclarecimento gradual, ticipem conjuntamente e posicionem-se criticamente enquanto su-
conquistado por meio de níveis superiores de conhecimento. Assim, jeitos políticos. Estes, partindo da compreensão de sua realidade
ensino democrático é aquele que, considerando as individualidades devem ter possibilidades de atuar nela de forma autônoma e cons-
culturais e a autonomia de pensamento, prepara devidamente para o trutiva e criativa na busca de inovações. Cabe enfatizar ainda a
exercício da democracia por meio do conhecimento dos direitos e cooperação ao invés da individualidade, a busca da real igualdade
GHYHUHVGRFLGDGmRGRH[HUFtFLRGDGHPRFUDFLD(PVtQWHVHD¿UPD de condições e a liberdade de expressão e reivindicação de direi-
que a democracia se baseia em três direitos: tos. Tudo isso tem sido amplamente discutido na educação escolar
‡'LUHLWRVFLYLVFRPRVHJXUDQoDHORFRPRomR HDOLWHUDWXUDpH[WHQVDHSRULVVRDV¿QDOLGDGHVGD(GXFDomR)tVLFD
‡'LUHLWRVVRFLDLVFRPRWUDEDOKRVDOiULRMXVWRVD~GHHGXFDomR GHYHPVHUDVPHVPDVTXHMXVWL¿FDPDSUHVHQoDGD0DWHPiWLFDGD
habitação, etc. *HRJUD¿DGD+LVWRULDVmRWRGDVHGXFDWLYDVHPDQWrPVXDVHVSHFL-
‡'LUHLWRVSROtWLFRVFRPROLEHUGDGHGHH[SUHVVmRGHYRWRGH ¿FLGDGHVHFRQVFLHQWHVGDIXQomRVRFLDOTXHGHYHPGHVHPSHQKDU
participação em partidos políticos e sindicatos, etc. Por isso, o ensino deve ser na Educação Física interativo e pro-
$LJXDOGDGHGRGLUHLWRDHGXFDomRQmRVLJQL¿FDDLJXDOGDGHGH blematizador na produção do conhecimento, incentivando já nas
condições que são socioeconômicas e multiculturais. Quando o co- SULPHLUDV VpULHV D IRUPDomR GH XP SHQVDPHQWR FUtWLFR UHÀH[LYR
nhecimento é tornado igual a todos, ou seja, padronizado, tem senti- por meio do questionamento (alunos para professores e professo-
do para poucos e exclui uma grande maioria é impossível considerar res para alunos). Esse pensamento deveria incidir sobre o movi-
a educação como chave para uma participação política consciente mentar-se, aos poucos abrangendo todas as suas dimensões que o
por parte de todos. Preparar para a cidadania é um processo que envolvem respeitando a individualidade quanto a aprendizagem de
deve ter por pressuposto principal a autonomia na construção do cada um, acrescentando graus diferentes de complexidade.
conhecimento necessariamente contextualizado. (Cabe acrescentar
jUHÀH[mRUHWRUQDUDVLVXDVLWXDomRHPUHODomRDRTXHID]HDRTXH CONSIDERAÇÕES FINAIS
é proposto) o pensamento (posicionamento) crítico acerca do que é
ensinado (ou imposto). Esse aspecto é essencial na “sociedade do
Vimos, anteriormente, que muitos dos professores entrevista-
conhecimento” na qual aceitamos muitas vezes como corretos cer-
dos ainda estão presos a concepções de ensino que são clássicas na
tos fatos ou informações sem a devida analise dos dados por serem
Educação Física, mas que não correspondem, não dão conta das as-
GHDXWRULGDGHV1HVVHVHQWLGRFRQWULEXtUDPVHTXDQGRD¿UPDTXH
pirações e da complexidade de nosso contexto. Essas concepções
o pensamento crítico é evidente quando o individuo “(...) possui a
são fechadas em um modelo padrão que não oferece espaço para
capacidade de analisar e discutir problemas inteligente e racional-
inovações, para a criatividade e atribui papel fundamental somente
mente, sem aceitar de forma automática, suas próprias opiniões ou
DSUiWLFDGRHVSRUWHHjPDQXWHQomRGDVD~GHHQ¿PjGLPHQVmR
opiniões alheias, é um individuo dotado de senso crítico”. Como vi-
mos nos exemplos da escola tradicional e tecnicista, uma das carac- apenas biológica. As perspectivas apresentadas pelos alunos con-
terísticas é a imposição, o autoritarismo representado pelo professor cluintes sobre a área da Educação Física pouco se distanciaram
TXHSXQHHFREUDH¿FLrQFLDPDVTXHDRPHVPRWHPSRLQLEHRSRVL- GDV FRQFHSo}HV GRV SURIHVVRUHV DWXDQWHV TXDQWR jV ¿QDOLGDGHV H
cionamento ativo e crítico, tornando os alunos apáticos e considera- objetivos da área e tendem a perpetuar, no geral, a clássica ênfa-
velmente dependentes dos tutores, do que “vem de cima”. A demo- VHQRELROyJLFRHQTXDQWRP~VFXORVTXHVHPRYLPHQWDPVHJXQGR
cracia neste contexto não passa de um anseio de participação mutua uma ordem. Trata-se de pré-conceitos que foram construídos por
QDVGHFLV}HVGDVRFLHGDGHH¿FDUHVWULWDDDOJXQVUHSUHVHQWDQWHVSUR- eles enquanto freqüentaram aulas de Educação Física na escola e
vidos da fundamentação necessária. Isso se evidencia nas aulas de que, pela falta de ações efetivas no processo formativo em termos
Educação Física quando o professor ensina o movimento como pa- de mudanças nessas concepções, poderão contribuir para a manu-
drão correto do esporte ou outras atividades que inibem tudo o que tenção do nosso modelo social. A formação, neste sentido, pouco
IRLPHQFLRQDGRDWpDTXL,PS}HXPDFXOWXUD~QLFDXPDYHUGDGHD contribuiu para que os alunos compreendessem a Educação Física
ser assimilada e que inviabiliza a manifestação da autonomia, inibe FRPRiUHDTXHWHPIXQomRVRFLDODRWUDWDUGHFRQWH~GRVFXOWXUDLV
DUHÀH[mRQHJOLJHQFLDDRSHQVDPHQWRFUtWLFRQmRUHODFLRQDFRQWH~- (da cultura do movimentar-se) nos quais os alunos devem ser in-
dos com a(s) realidade(s) concreta(s) dos alunos. Forma durante um VHULGRV UHVLJQL¿FDQGRRV DWUDYpV GD FRQWH[WXDOL]DomR GH IRUPD
longo período de escolarização sujeitos apto a esperarem as ordens FUtWLFD H UHÀH[LYD GHQWUR GR DPELHQWH HVFRODU (P IXQomR GLVVR
vindas de “autoridades” de modo passivo e apático, distanciando percebe-se que a formação básica tem papel importante para fazer
a escola de sua função social. A crítica aqui realizada até agora foi com que o futuro docente entenda sua área de atuação. Espera- se
direcionada ao ensino exclusivamente diretivo pautado no modelo que os novos currículos da Licenciatura, baseados nas resoluções
WUDGLFLRQDOWHFQLFLVWDGHHQVLQRUHVWULWRDSURPRomRGDVD~GHRXGR HFRORTXHPWDLVTXHVW}HVDVHUHPSHQVDGDVSHORVIXWX-
esporte em si. No entanto, vale ressaltar que a falta total de interven- ros professores. Que tipo de sociedade desejamos contribuir para
ção é vista, à luz da Educação Física atual, como inatismo pelo qual construção? Para isso, que tipo de cidadão formar? Quais con-
se considera que o aluno vai exteriorizando seus talentos conforme WH~GRV"4XDLVPpWRGRV"3DUD¿QDOL]DUYDOHUHVVDOWDUTXHD/'%
seus graus de maturação. Isso é típico do professor que entrega a UHFRQKHFHTXHDHGXFDomRWHPSRU¿QDOLGDGH$HGXFD-
bola e assiste tudo acontecer. Essa é uma atitude característica do ção, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de li-
escolanovismo/ pedagogicismo que acredita na individualidade na EHUGDGHHQRVLGHDLVGHVROLGDULHGDGHKXPDQDWHPSRU¿QDOLGDGHR
construção do conhecimento, em que a intervenção é ameaçadora e pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício
corrompe o homem que é visto como bom em sua natureza. GDFLGDGDQLDHVXDTXDOL¿FDomRSDUDRWUDEDOKR

Didatismo e Conhecimento 8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
A Educação Física na escola só vai contribuir para a formação matização externa e, ao mesmo tempo, são desenvolvidas reações
plena do cidadão e para o mundo do trabalho quando cada docente FRQGLFLRQDGDVTXHDX[LOLDPDUHDOL]DomRGRPRYLPHQWR´*REEL9L-
DWXDQWHRXDOXQRHQJDMDGRHPXPFXUVRGHIRUPDomRSUR¿VVLRQDO ODUH=DJR  HQIRFDPRFRQGLFLRQDPHQWRItVLFR &) FRPRXP
revir os valores atribuídos à área atualmente e buscar transformar processo sistematizado que, por meio de estímulos motores, regidos
VHXVFRQFHLWRVSRUPHLRGHXPDIRUPDomRFRQWLQXDSDXWDGDQDUHÀH- SRUSULQFtSLRVFLHQWt¿FRVHUHDOL]DGRVSRUFHUWRSHUtRGRGHWHPSR
xão na/sobre a prática e com estudos constantes que o façam com- proporcionam ou mantêm adaptações morfológicas e funcionais
SUHHQGHUDUHDOLGDGHHRDOXQRHPVXDVP~OWLSODVIDFHV%XVFDVH que provocam o aumento ou a manutenção da capacidade funcional
assim, soluções criativas, a aprender a aprender de forma tal que a através do desempenho motor. De acordo com este conceito, o con-
reconheça sua atuação com um outro olhar rompendo assim com dicionamento físico é um processo estruturado que envolve diversas
VHXVSUySULRVSDUDGLJPDV(Q¿PHOHGHYHFRPSUHHQGHUD(GXFDomR HWDSDVFRPREMHWLYRVHVSHFt¿FRVHPFDGDXPDGHODVPDVLQWHUGH-
Física enquanto ação eminentemente educativa dentro das escolas pendentes, isto é, para se obter o sucesso em uma delas, é necessá-
e isso só irá concretizar-se se sua compreensão a respeito de sua rio estar bem nas demais etapas. Além disso, envolve estímulos e
própria atuação transcender a visão estreita ao predomínio biológi- UHVSRVWDVPRWRUDVFRPRPHLRIXQGDPHQWDOSDUDDVDo}HVD¿PGHVH
FR3RUPHLRGRVFRQWH~GRVTXHOKHVVmRHVSHFt¿FRVSRGHUiSURSRU DWLQJLUSOHQDPHQWHRVREMHWLYRVHVSHFt¿FRVHPFDGDHWDSD
não apenas uma inserção consciente do aluno em seu contexto, mas Outro conceito, que, em certo sentido, está relacionado com o
irá torná-lo apto a parti dele criticamente pelos ideais democráticos. DQWHULRUpRGD$&06TXHGL]R³FRQGLFLRQDPHQWRItVLFRUHOD-
FLRQDGRjVD~GHVHUHIHUHjFDSDFLGDGHRUJkQLFDGHUHVLVWLUjVWDUH-
IDVGLiULDVHRFDVLRQDLVDVVLPFRPRDGHVD¿RVItVLFRVLQHVSHUDGRV
CONDICIONAMENTO FÍSICO, LEGISLAÇÃO, com mínimo de cansaço e desconforto, possuindo reservas de ener-
METODOLOGIA, MÉTODOS GÍMNICOS, JLDVX¿FLHQWHVSDUDUHDOL]DUDTXLORTXHVHGHVHMD´ S &)
ORGANIZAÇÃO E PEDAGOGIA. p D LQWHUDomR GH GLYHUVDV YDOrQFLDV ItVLFDV TXH YLVDP DR PHOKRU
IXQFLRQDPHQWRGRP~VFXORHVTXHOpWLFRHGRPHWDEROLVPRLQGLYL-
GXDO (QWUH RV FRPSRQHQWHV GD DSWLGmR ItVLFD HVVHQFLDLV j VD~GH
estão: a função cardiorrespiratória, a composição corporal, as fun-
O CONDICIONAMENTO FÍSICO:
o}HV P~VFXOR HVTXHOpWLFDV H D UHJLmR ORPEDU GD FROXQD YHUWHEUDO
FRPRSDUWHGDVIXQo}HV¿VLROyJLFDVUHODFLRQDGDVjVD~GH3DUDHVWDU
O termo “condicionamento físico” é frequentemente utilizado
EHPFRQGLFLRQDGR¿VLFDPHQWHpQHFHVViULRWUHLQDUHDSULPRUDUD
QRFRWLGLDQRGDVSHVVRDVSULQFLSDOPHQWHHQWUHSUR¿VVLRQDLVGDVD~-
resistência aeróbica através de exercícios aeróbicos. Para melhorar o
de.
sistema cardiopulmonar, o organismo gradualmente é condicionado
0DVFRPRRVHVSHFLDOLVWDVGH¿QHPHVVHFRQFHLWR"
DDSURYHLWDUPHOKRURR[LJrQLRUHVLVWLQGRGHPDQHLUDH¿FLHQWHDRV
Teóricos de Fisiologia Humana apresentam conceitos relacio-
esforços físicos. O CF enfatiza o vigor e a energia para a realização
QDGRV j REWHQomR GR FRQGLFLRQDPHQWR ItVLFR RULHQWDQGR SUR¿V-
de trabalhos físicos e exercícios. Pode ser mensurado de maneira
sionais e interessados em relação aos quesitos indispensáveis para
alcançarem tal objetivo. O primeiro registro de que se tem notícia subjetiva pela determinação da quantidade de energia que uma pes-
D UHVSHLWR GD ¿VLRORJLD GR H[HUFtFLR GDWD GR ¿QDO GR VpFXOR ;,; soa possui para a realização de coisas agradáveis na vida, dentre as
FRPDSXEOLFDomRHPGROLYURGH)HUQDQG/D*UDQJHGHQR- quais podemos citar as aventuras naturais. De acordo com o autor,
minado Physiology of Bodily Exercise. Vale destacar, contudo, que engajando-se em atividades como esquiar na neve ou na água, es-
DVSULPHLUDVLQGLFDo}HVLPSRUWDQWHVSDUDRFDPSRGD¿VLRORJLDGR FDODUPRQWDQKDVRXPHVPRDQGDUGHELFLFOHWDQR¿QDOGHVHPDQD
H[HUFtFLR IRUDP UHDOL]DGDV DSHQDV QR ¿QDO GD SULPHLUD GpFDGD GR com uma mochila nas costas, as pessoas podem se sentir treinadas,
século XX. Essas indicações estavam associadas aos processos de FRPHQHUJLDHLQWHUHVVHVX¿FLHQWHVSDUDPD[LPL]DURSUD]HUTXHRV
FRQWUDomRPXVFXODUHjSURGXomRGHODFWDWR1DOLWHUDWXUDDWXDOKi recursos naturais lhes oferecem.
consenso de que foi a partir dos estudos sobre o método interva-
ODGRGR¿VLRORJLVWD5HLGHOOUHDOL]DGRVQDGpFDGDGHGRVpFXOR Características do condicionamento físico
passado, que o treinamento esportivo passou a ter uma concepção
FLHQWt¿FD$ SDUWLU GHVVD RFDVLmR ¿VLRORJLVWDV PpGLFRV ¿VLRWHUD- $DWLYLGDGHGHUHVLVWrQFLDDHUyELDSRGHVHUGH¿QLGDFRPRDTXD-
peutas e professores de Educação Física têm se dedicado ao estudo lidade física que permite um esforço por um determinado período
GRFRPSRUWDPHQWRHjLQÀXrQFLDGDVGLYHUVDVYDULiYHLV¿VLROyJLFDV em que há um equilíbrio entre o consumo de oxigênio e a absorção
GXUDQWHDSHUIRUPDQFH'HIRUPDDEUDQJHQWH%DXHU S  do mesmo. Normalmente, esta atividade está associada a exercícios
DSXG:HLQHFN S FRQFHLWXDFRQGLFLRQDPHQWRItVLFRFRPR TXHXVDPJUDQGHVGLVWkQFLDVRXWHPSRVFRPRSRUH[HPSORFDPL-
“um conjunto de todos os fatores de performance: psíquicos, físi- nhar, correr, andar de bicicleta, nadar etc., com intensidades baixas
cos, técnico-táticos, cognitivos e sociais. Pode-se considerar que ou moderadas para praticantes de atividade física e não atletas espe-
HVVDGH¿QLomRH[WUHPDPHQWHDPSODGL¿FXOWDXPDDomRHGXFDWLYD Ft¿FRV3RGHVHGL]HUTXHDVDWLYLGDGHVDHUyELDVWHUmRXPWHPSRVX-
mais objetiva. Nesse sentido, Weineck (Idem), ao focar esse tipo SHULRUDPLQXWRVFRPXPDLQWHQVLGDGHEDL[DRXPRGHUDGDH[HU-
de ação mais objetiva, argumenta que: “as características do condi- cícios de resistência, de baixa intensidade e longa duração utilizam
cionamento físico limitam-se, principalmente, aos fatores físicos da o sistema aeróbio. O sistema aeróbio é ativado em exercícios acima
performance: resistência aeróbica e anaeróbica, força, velocidade e de um minuto. Os exercícios aeróbios são de intensidade média e
ÀH[LELOLGDGH´6WHJHPDQQ S FRQFHLWXDFRQGLFLRQDPHQWR tempo prolongado, através da degradação aeróbia de carboidratos e
físico como a “repetição contínua de movimentos que desenvolve gorduras. A energia necessária para executá-lo é proporcionada pelo
reações novas, denominadas “condicionadas”, resultando em auto- uso do oxigênio, ou seja, o oxigênio funciona como fonte de queima

Didatismo e Conhecimento 9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
dos substratos que produzirão a energia a ser transportada para o 8PSURJUDPDDGHTXDGRGH&)GHYHVHJXLUXPDIUHTXrQFLD±D
P~VFXORHPDWLYLGDGH(VVHWLSRGHDWLYLGDGHHVWLPXODVREUHWXGR vezes por semana, intercalados com dias de descanso, com duração
a função dos sistemas cardiorrespiratório e vascular, contribuindo PtQLPDGHPLQXWRVHIUHTXrQFLDFDUGtDFDPi[LPDGHD
para o aumento da capacidade cardíaca e pulmonar do praticante. ou conforme a condição física do indivíduo. Em três meses conse-
-iRH[HUFtFLRDQDHUyELFRRH[HUFtFLRH[WHQXDQWHDGR cutivos, essa programação conduz a resultados satisfatórios para a
92PD[ VRPHQWH VHUi DWHQGLGR SHOR VLVWHPD DQDHUyELR DOiF- obtenção de um bom CF. O condicionamento físico é mensurado, de
WLFR DWp D GHSOHomR GDV UHVHUYDV GH &3 IRVIDWR GH FUHDWLQD  modo particular, por intermédio da capacidade individual na execu-
1RH[HUFtFLRLQWHQVRHQWUHHGR92PD[DHQHUJLDSRGH ção do desempenho físico muscular e na manutenção do equilíbrio
ser fornecida pelo sistema anaeróbio láctico, ressintetizando o ATP cardiocirculatório e respiratório mediante esforços. “A aptidão físi-
(trifosfato de adenosina) para o esforço, e a produção de ácido lác- ca individual só pode ser comparada, verdadeiramente, com tarefas
tico poderá impedir a continuidade da atividade. Basicamente, é um iguais e em condições externas iguais.” Assim, para a execução de
exercício de alta intensidade e de curta duração. ATP e o CP podem tarefas, cada pessoa apresenta uma capacidade física particular que
SURSRUFLRQDUHQHUJLDSDUDRVP~VFXORVSRUXPWHPSRGHDVH- só pode ser avaliada em condições de igualdade, quando se deseja
gundos, durante um exercício forte. TXDQWL¿FDUHDYDOLDUULJRURVDPHQWHDSHUIRUPDQFHLQGLYLGXDO
Podem-se citar como exemplos de exercícios anaeróbios aque-
les de velocidade, curta duração e alta intensidade, como a corrida Condicionamento físico x sedentarismo x estresse
GHPUDVRVRVVDOWRVHRVDUUHPHVVRVGHSHVR2VH[HUFtFLRVUHD-
lizados com muito peso e poucas repetições nas salas de musculação O sedentarismo prejudica seriamente o equilíbrio do organis-
também são considerados uma atividade anaeróbica. Dessa forma, PR SURYRFDQGR YiULRV GLVW~UELRV VREUHWXGR HP SHVVRDV LGRVDV
os exercícios anaeróbios são aqueles que têm efeito mais localiza- Acarreta o surgimento de doenças crônico-degenerativas, transtor-
GRQRVP~VFXORVHQTXDQWRTXHRVH[HUFtFLRVDHUyELRVEHQH¿FLDP QRGHKXPRUGLPLQXLDVIXQo}HV¿VLROyJLFDVHFRJQLWLYDVSLRUDGR
VREUHWXGRDVD~GHGRVLVWHPDFDUGLRUUHVSLUDWyULR2H[HUFtFLRItVLFR SHU¿OOLStGLFRGLPLQXLDDXWRHVWLPDDXPHQWDDDQVLHGDGHSRGHQ-
regular fortalece o coração e permite que ele bombeie uma maior do levar ao estresse. O estresse pode ser considerado a “doença do
quantidade de sangue em cada batimento cardíaco. Deste modo, o século”, resultando do somatório de fatos intrínsecos e extrínsecos
sangue libera mais oxigênio para o organismo, atingindo a quanti- nos indivíduos. Fatores como mudança de casa, casamento, divór-
dade máxima que este consegue obter e utilizar. Essa quantidade, cio, mudanças bruscas de temperatura, traumatismos ósseos , fases
chamada de captação máxima de oxigênio, é geralmente utilizada GHDGDSWDomRRUJkQLFDLQWHUQDomRKRVSLWDODUFLUXUJLDVKHPRUUDJLDV
como medida para determinação do nível de condicionamento de OHV}HVRUJkQLFDVDFRPSDQKDGDVGHFRPSURPHWLPHQWRSVtTXLFR RX
uma pessoa. Para os autores, o CF está ligado à “capacidade de se emocional), induzem ao estresse. Para determinada pessoa uma si-
realizar atividades físicas”. Conforme Fuchs, Moreira e Ribeiro tuação pode induzir ao estresse, enquanto para outras a mesma situa-
 R&)VHGHWHUPLQDSRUPHLRGDLQWHQVLGDGHGRH[HUFtFLRHP ção seria encarada de modo normal, sem qualquer alteração. Para o
vez de sua duração. As séries de exercícios necessitam ser intensas, controle do estresse, tem-se recomendado estratégias como: psicote-
chegando a ponto de a musculatura se tornar dolorida no dia seguin- rapia, técnicas corporais de relaxamento e alívio das tensões, uso de
te. Para que haja o fortalecimento do coração, o exercício deve ser medicamentos homeopáticos ou alopáticos e a prática de exercícios
feito a uma intensidade que eleve a frequência cardíaca de repouso. físicos.
Quanto mais intenso for o exercício realizado, mais rápido o coração &DUXVR  1XQRPXUDHWDO  FRPSDUDUDPRVVLQWRPDV
EDWHUiID]HQGRFRPTXHRPLRFiUGLRVHWRUQHPDLVIRUWH*HUDOPHQ- de estresse e a qualidade de vida entre praticantes regulares e ingres-
te, a frequência cardíaca recomendada para o treinamento é próxima santes sedentários em programas de atividade física supervisionada.
GHGDIUHTXrQFLDFDUGtDFDPi[LPDLQGLYLGXDO(ODSRGHPHQ- O primeiro estudo, desenvolvido com um grupo de condicionamen-
surar a força da musculatura esquelética e, assim, uma pessoa “bem to físico para prevenção cardiológica primária e secundária, deixou
condicionada” e forte poderá apresentar uma frequência cardíaca claro que os praticantes regulares de atividades físicas apresentaram
máxima muito maior do que de uma pessoa jovem e “não-condi- níveis de estresse favoráveis em relação aos participantes sedentá-
FLRQDGD´2&)TXDQGRYROWDGRSDUDDVD~GHSRVVXLXPREMHWLYR rios.
diferente daquele que é voltado para a performance desportiva. A
melhor interação das diversas valências físicas pode contribuir para Condicionamento físico x exercícios físicos x atividades físicas
RERPFRQGLFLRQDPHQWRItVLFRHSDUDDVD~GH$WXDOPHQWHGLYHUVRV
estudos têm demonstrado que o treinamento de várias valências fí- Para obter um bom CF, o indívíduo necessita praticar exercí-
sicas pode contribuir para a prevenção de lesões, para melhorar o cios físicos e/ou atividades físicas. Os exercícios físicos, segundo
gesto desportivo, para o controle da composição corporal e para a 0RQWHLURH*RQoDOYHV  VHUHDOL]DGRVDGHTXDGDPHQWHDWXDP
UHFXSHUDomRELRSVLFRVRFLDOGRVXMHLWR%DUEDQWL  WHPSRQWR como propriedade medicamentosa visto que favorecem o aumen-
de vista similar em relação à diminuição no risco de lesões e a dimi- to da reserva funcional e agem sobre várias condições patológicas
nuição no tempo necessário para uma reabilitação em caso de lesão, PDQLIHVWDV(VVHVDXWRUHVVH¿OLDPjFRUUHQWHPpGLFDTXHGHIHQGH
quando o indivíduo dispõe de um bom condicionamento físico. A os exercícios físicos como forma preventiva, de controle e proce-
caracterização distinta entre condição física e condição atlética. Para GLPHQWR WHUDSrXWLFR HPSUHJDGR HP LQ~PHUDV GRHQoDV KXPDQDV
se obter a condição física torna-se necessário um período completo Do mesmo modo, a aptidão corporal é fator decisivo na prevenção
de preparação física, ao passo que a condição atlética é adquirida por de diversas doenças, tornando-se imprescindível controlar o peso
meio de muitos períodos de treinamento completo. Desse modo, um e manter a pressão arterial mais baixa. Esses autores argumentam
atleta pode apresentar uma condição física desejável para uma com- ainda que exercícios criteriosos trazem benefício adicional de vida
petição e, paradoxalmente, não apresentar boa condição atlética. prolongada e que o índice de mortalidade é três vezes menor entre

Didatismo e Conhecimento 10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
SHVVRDVQDIDL[DGHDDQRVSUDWLFDQWHVGHJLQiVWLFD$OHUWDP vidade física traz grandes benefícios para o praticante já que reduz
ainda que “a pessoa atleticamente apta tem mais reservas corporais níveis de depressão, melhora a auto-estima, auxilia no relaxamento
FRPDVTXDLVSRGHFRQWDUTXDQGRDGRHFH´ S 'HRXWURPRGR do sono, melhora a disposição, atua no controle de vários fatores de
praticar exercícios físicos inadequados ou em excesso pode resultar risco coronariano, fortalecendo o coração que bombeia mais sangue
VpULRVSUREOHPDVPXVFXODUHVFRPRREVHUYD:HLQHFN   FRPPHQRUQ~PHURGHEDWLPHQWRVGLPLQXLQGRDIUHTXrQFLDFDUGtD-
Existem métodos de treinamento que, por exemplo, levam ao ca e a pressão arterial, melhorando a aptidão física e aumentando a
aumento do coração, mas provocam pouca melhora capilar (capi- DEVRUomRGHR[LJrQLR3DUD)LDWDURQHHWDO  XPSURJUDPDLGHDO
lares são os menores vasos em que a troca metabólica com a célula GHDWLYLGDGHItVLFDSDUDDPHOKRULDGDVD~GHHEHPHVWDUSVLFROyJL-
muscular acontece). Outros métodos de treinamento, por sua vez, FRGRVDGXOWRVPDGXURVGHYHVRPDUIRUoDÀH[LELOLGDGHHTXLOtEULR
WrPIRUWHLQÀXrQFLDVREUHDFDSLODUL]DomR DXPHQWRGRQ~PHURGH coordenação e atividades aeróbias.
capilares), mas menor efeito sobre o tamanho do coração. &RQIRUPH 0D]]HR HW DO   D DWLYLGDGH ItVLFD LQÀXHQFLD
SRVLWLYDPHQWHDVD~GHPHQWDOGRVDGXOWRVPDGXURV3HVTXLVDVUHDOL-
(...) Diversas partes do sistema cardiocirculatório podem ser ]DGDVSRU7KLUODZD\H%HQWRQ  H0DURZODNLH=HUYDV  
GLIHUHQWHPHQWHLQÀXHQFLDGDVSHORVYiULRVPpWRGRVHSURJUDPDVGH DSXG0D]]HRHWDO  UHYHODPTXHDSUiWLFDUHJXODUGHDWLYLGDGH
WUHLQDPHQWR S  ItVLFD WHP HIHLWR VLJQL¿FDWLYR QRV HVWDGRV SVLFROyJLFRV GH KXPRU
tanto nos aspectos positivos quanto nos negativos, proporcionando
As pessoas que praticam exercícios físicos, regularmente, seja bem-estar psicológico e aumentando a resistência diante do estresse
em algum esporte, grupo de dança ou programa de reabilitação car- SVLFRVVRFLDO6HJXQGR0DWVXGDH0DWVXGD  DDWLYLGDGHItVLFD
díaca, fazem-nos porque gostam ou porque necessitam de exercí- é importante no controle do peso e gordura corporal, contribuindo
FLRV(VVHVWUD]HPHQWUHYiULRVEHQHItFLRVSDUDDVD~GHDUHGXomR na prevenção e controle de doenças cardiovasculares, diabetes, hi-
dos níveis de estresse pontuado por ansiedade, depressão, raiva, pertensão, AVC, artrite, apneia do sono e prejuízo da mobilidade. A
HYLWDQGRVHRXVRGHGURJDVDOpPGHLQÀXHQFLDURKXPRUHLQGLUH- maioria dos autores citados considera que a prática regular de exer-
tamente, a vida social das pessoas. cícios físicos e a participação em atividades físicas tornam o indiví-
Outras vantagens relacionadas às atividades físicas têm sido duo mais ativo, mais bem humorado, mais saudável, funcionando
DQXQFLDGDV HP DUWLJRV FLHQWt¿FRV 2 ERP FRQGLFLRQDPHQWR ItVLFR como prevenção além de integrá-lo a vários grupos sociais com os
auxilia nos processos neurológicos, cardiorrespiratórios e nas fun- quais compartilha conhecimento e saberes. Percebe-se que, embo-
ções cognitivas. Além dos benefícios, citados anteriormente, que
ra sem consenso, o conceito de “condicionamento físico” expressa
VmRDVVRFLDGRVjDGRomRGHXPHVWLORGHYLGD¿VLFDPHQWHDWLYRD
uma abordagem biopsicossocial incluindo prevenção e promoção da
prática do exercício físico desperta no sujeito a auto-estima, tor-
VD~GHSUHYHQomRGHOHV}HVSHUIRUPDQFHGHVSRUWLYDOD]HUHDWLYLGD-
QDQGRRPDLVDXWRFRQ¿DQWH)D]HUDWLYLGDGHItVLFDVLJQL¿FDROKDU-
des cotidianas. Esses aspectos, se compartilhados por grupos especí-
VHPDLVSHUFHEHUVHPDLVH[SRUVHPDLVHQ¿P³JRVWDUVH´1HVVH
¿FRVSRGHPFRQVWLWXLUUHSUHVHQWDo}HVVRFLDLVVREUHRWHPD
sentido, a pessoa passa a cuidar mais de si, incorpora o movimento
físico à vida, dá novos rumos a sua existência. Os exercícios físicos
/(*,6/$dÆ2
podem ser trabalhados como procedimento terapêutico também em
doenças das vias aéreas como asma, por exemplo. Em avaliação de
um programa de treinamento físico por quatro meses para crianças /(,1ž'('($*2672'(
asmáticas, pesquisadores revelaram que exercícios físicos reali- 'LVS}HVREUHR'LDGR3UR¿VVLRQDOGH(GXFDomR)tVLFD
]DGRVHPVRORHiJXDGXDVYH]HVSRUVHPDQDFRPVHVV}HVGH O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congres-
minutos, proporcionaram melhor CF e aumento de força muscular VR1DFLRQDOGHFUHWDHHXVDQFLRQRDVHJXLQWH/HL$UWž)LFDLQVWL-
nessas crianças. WXtGRRGLDRGHVHWHPEURFRPRR'LDGR3UR¿VVLRQDOGH(GXFDomR
2&RQVHOKR/DWLQR$PHULFDQR  DSXG0DUWXV  Yr Física. Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
no exercício físico uma atividade física planejada e estruturada com %UDVtOLDGHDJRVWRGHRGD,QGHSHQGrQFLDHRGD
o propósito de melhorar ou manter o CF. Segundo Oliveira e Furtado 5HS~EOLFD
 RH[HUFtFLRItVLFRUHJXODUFRQWULEXLSDUDXPHQYHOKHFLPHQ-
to saudável. Exercício físico e atividade física, ao contrário do que /8,=,1È&,2/8/$'$6,/9$2UODQGR6LOYDGH-HVXV-~QLRU
SDUHFHQmRVmRFRQVLGHUDGRVVLQ{QLPRV&DVSHUVHQHWDO  GH- (VWHWH[WRQmRVXEVWLWXLRSXEOLFDGRQR'28GH
¿QHPDWLYLGDGHItVLFDFRPR³TXDOTXHUPRYLPHQWRFRUSRUDOSURGX]L-
GRSHORVP~VFXORVHVTXHOpWLFRVTXHUHVXOWHPHPJDVWRHQHUJpWLFR´ 0HQVDJHP GH YHWR /(, 1R  '( ž '( '(=(0%52
Consideram exercício físico subgrupo das atividades físicas, que é '($OWHUDDUHGDomRGRDUW†žHGRDUWGD
planejado, estruturado e repetitivo, tendo como meta a manutenção /HLQRGHGHGH]HPEURGHTXH³HVWDEHOHFHDV
ou a otimização do CF. A intencionalidade e o planejamento é o diretrizes e bases da educação nacional”, e dá outras providências.
que diferencia exercício físico de atividade física. A aptidão física é O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congres-
GH¿QLGDSHORVDXWRUHVFRPR³DKDELOLGDGHGRFRUSRGHDGDSWDUVHjV VR1DFLRQDOGHFUHWDHHXVDQFLRQRDVHJXLQWH/HL$UWž2†ž do
demandas do esforço físico que a atividade precisa para níveis mo- DUWGD/HLQRGHGHGH]HPEURGHSDVVDDYLJRUDU
GHUDGRVRXYLJRURVRVVHPOHYDUDFRPSOHWDH[DXVWmR´ S 6H- FRPDVHJXLQWHUHGDomR³$UW
JXQGR*XHGHV  DSWLGmRItVLFDpXPHVWDGRGLQkPLFRGHHQHU- .....................
gia e vitalidade que permite a cada um realizar tarefas do cotidiano, †ž A educação física, integrada à proposta pedagógica da es-
desfrutar ativamente as horas de lazer e enfrentar emergências im- cola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo
SUHYLVWDVVHPIDGLJDH[FHVVLYD'HDFRUGRFRP*XHGHV  DDWL- sua prática facultativa ao aluno:

Didatismo e Conhecimento 11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis como prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria, reali-
horas; II – maior de trinta anos de idade; zar treinamentos especializados, participar de equipes multidisci-
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em SOLQDUHVHLQWHUGLVFLSOLQDUHVHHODERUDULQIRUPHVWpFQLFRVFLHQWt¿FRV
situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; IV e pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas e do desporto.
±DPSDUDGRSHOR'HFUHWR/HLQRGHGHRXWXEURGH $UWž6mRFULDGRVR&RQVHOKR)HGHUDOHRV&RQVHOKRV5HJLR-
V – (VETADO) VI – que tenha prole. QDLVGH(GXFDomR)tVLFD$UWž2VSULPHLURVPHPEURVHIHWLYRVH
...........................................................................” (NR) suplentes do Conselho Federal de Educação Física serão eleitos para
$UWž 9(7$'2 $UWž(VWD/HLHQWUDHPYLJRUQRDQROHWL- um mandato tampão de dois anos, em reunião das associações repre-
YRVHJXLQWHjGDWDGHVXDSXEOLFDomR%UDVtOLDRGHGH]HPEURGH VHQWDWLYDVGH3UR¿VVLRQDLVGH(GXFDomR)tVLFDFULDGDVQRVWHUPRV
RGD,QGHSHQGrQFLDHRGD5HS~EOLFD da Constituição Federal, com personalidade jurídica própria, e das
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Cristovam Ricardo Caval- LQVWLWXLo}HVVXSHULRUHVGHHQVLQRGH(GXFDomR)tVLFDR¿FLDOPHQWH
cante Buarque autorizadas ou reconhecidas, que serão convocadas pela Federação
(VWHWH[WRQmRVXEVWLWXLRSXEOLFDGRQR'28GH %UDVLOHLUDGDV$VVRFLDo}HVGRV3UR¿VVLRQDLVGH(GXFDomR)tVLFD
FBAPEF, no prazo de até noventa dias após a promulgação desta
/(,1R'('('(=(0%52'( Lei.
Introduz a palavra “obrigatório” após a expressão “curricu- $UWž(VWD/HLHQWUDHPYLJRUQDGDWDGHVXDSXEOLFDomR%UD-
lar”, constante do † ž GR DUW  GD /HL QR  GH  GH GH- VtOLDGHVHWHPEURGHRGD,QGHSHQGrQFLDHRGD5H-
]HPEURGHTXHHVWDEHOHFHDVGLUHWUL]HVHEDVHVGDHGXFDomR S~EOLFD
nacional. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Edward Amadeo
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- (VWHWH[WRQmRVXEVWLWXLRSXEOLFDGRQR'28GH
JUHVVR1DFLRQDOGHFUHWDHHXVDQFLRQRDVHJXLQWH/HL$UWž2§
žGRDUWGD/HLQRGHGHGH]HPEURGHSDVVDD LEI Nº 9.615, DE 24 DE MARÇO DE 1998.
YLJRUDUFRPDVHJXLQWHUHGDomR³$UW
.................................. ............................................................. Regulamento
† ž A educação física, integrada à proposta pedagógica da
Vide Decreto nº 3.659, de 2000
escola, é componente curricular obrigatório da Educação Básica,
Vide Decreto nº 4.201, de 2002
ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar,
Vide Lei nº 12.876, de 2013
sendo facultativa nos cursos noturnos.
.................................................................................” (NR)
Institui normas gerais sobre desporto e dá outras providên-
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
cias.
%UDVtOLDGHGH]HPEURGHRGD,QGHSHQGrQFLDHR
GD5HS~EOLFD O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Paulo Renato Souza Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
(VWHWH[WRQmRVXEVWLWXLRSXEOLFDGRQR'28GH
CAPÍTULO I
/(,1ž'('(6(7(0%52'( DISPOSIÇÕES INICIAIS
'LVS}HVREUHDUHJXODPHQWDomRGD3UR¿VVmRGH(GXFDomR)t-
sica e cria os respectivos Conselho Federal e Conselhos Regionais $UW ž 2 GHVSRUWR EUDVLOHLUR DEUDQJH SUiWLFDV IRUPDLV H QmR-
de Educação Física. -formais e obedece às normas gerais desta Lei, inspirado nos funda-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- mentos constitucionais do Estado Democrático de Direito.
JUHVVR 1DFLRQDO GHFUHWD H HX VDQFLRQR D VHJXLQWH /HL$UW ž 2 †žA prática desportiva formal é regulada por normas nacio-
exercício das atividades de Educação Física e a designação de Pro- nais e internacionais e pelas regras de prática desportiva de cada
¿VVLRQDOGH(GXFDomR modalidade, aceitas pelas respectivas entidades nacionais de admi-
)tVLFDpSUHUURJDWLYDGRVSUR¿VVLRQDLVUHJXODUPHQWHUHJLVWUD- nistração do desporto.
dos nos Conselhos Regionais de Educação Física. § 2º A prática desportiva não-formal é caracterizada pela liber-
Art. 2º Apenas serão inscritos nos quadros dos Conselhos Re- GDGHO~GLFDGHVHXVSUDWLFDQWHV
JLRQDLVGH(GXFDomR)tVLFDRVVHJXLQWHVSUR¿VVLRQDLV,RVSRV-
VXLGRUHVGHGLSORPDREWLGRHPFXUVRGH(GXFDomR)tVLFDR¿FLDO- CAPÍTULO II
mente autorizado ou DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
reconhecido; II - os possuidores de diploma em Educação Fí-
sica expedido por instituição de ensino superior estrangeira, re- Art. 2º O desporto, como direito individual, tem como base os
validado na forma da legislação em vigor; III - os que, até a data princípios:
do início da vigência desta Lei, tenham comprovadamente exerci- I - da soberania, caracterizado pela supremacia nacional na or-
GRDWLYLGDGHVSUySULDVGRV3UR¿VVLRQDLVGH(GXFDomR)tVLFDQRV ganização da prática desportiva;
termos a serem estabelecidos pelo Conselho Federal de Educação ,,GDDXWRQRPLDGH¿QLGRSHODIDFXOGDGHHOLEHUGDGHGHSHV-
Física. soas físicas e jurídicas organizarem-se para a prática desportiva;
$UWž&RPSHWHDR3UR¿VVLRQDOGH(GXFDomR)tVLFDFRRUGH- III - da democratização, garantido em condições de acesso às
nar, planejar, programar, supervisionar, dinamizar, dirigir, organi- atividades desportivas sem quaisquer distinções ou formas de dis-
zar, avaliar e executar trabalhos, programas, planos e projetos, bem criminação;

Didatismo e Conhecimento 12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
IV - da liberdade, expresso pela livre prática do desporto, de ,,GHPRGRQmRSUR¿VVLRQDOLGHQWL¿FDGRSHODOLEHUGDGHGH
acordo com a capacidade e interesse de cada um, associando-se ou prática e pela inexistência de contrato de trabalho, sendo permitido
não a entidade do setor; o recebimento de incentivos materiais e de patrocínio.
V - do direito social, caracterizado pelo dever do Estado em a) (revogada);
fomentar as práticas desportivas formais e não-formais; b) (revogada).
VI - da diferenciação, consubstanciado no tratamento especí-
¿FRGDGRDRGHVSRUWRSUR¿VVLRQDOHQmRSUR¿VVLRQDO CAPÍTULO IV
9,,GDLGHQWLGDGHQDFLRQDOUHÀHWLGRQDSURWHomRHLQFHQWLYR DO SISTEMA BRASILEIRO DO DESPORTO
às manifestações desportivas de criação nacional;
VIII - da educação, voltado para o desenvolvimento integral SEÇÃO I
do homem como ser autônomo e participante, e fomentado por DA COMPOSIÇÃO E DOS OBJETIVOS
PHLRGDSULRULGDGHGRVUHFXUVRVS~EOLFRVDRGHVSRUWRHGXFDFLRQDO
IX - da qualidade, assegurado pela valorização dos resultados $UWž26LVWHPD%UDVLOHLURGR'HVSRUWRFRPSUHHQGH
desportivos, educativos e dos relacionados à cidadania e ao desen- I - o Ministério do Esporte;
volvimento físico e moral; II - (Revogado)
X - da descentralização, consubstanciado na organização e III - o Conselho Nacional do Esporte - CNE;
IV - o sistema nacional do desporto e os sistemas de desporto
funcionamento harmônicos de sistemas desportivos diferenciados
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, organizados de
e autônomos para os níveis federal, estadual, distrital e municipal;
forma autônoma e em regime de colaboração, integrados por víncu-
XI - da segurança, propiciado ao praticante de qualquer mo-
ORVGHQDWXUH]DWpFQLFDHVSHFt¿FRVGHFDGDPRGDOLGDGHGHVSRUWLYD
dalidade desportiva, quanto a sua integridade física, mental ou
†žO Sistema Brasileiro do Desporto tem por objetivo garantir
sensorial; a prática desportiva regular e melhorar-lhe o padrão de qualidade.
;,,GDH¿FLrQFLDREWLGRSRUPHLRGRHVWtPXORjFRPSHWrQFLD § 2º A organização desportiva do País, fundada na liberdade
desportiva e administrativa. de associação, integra o patrimônio cultural brasileiro e é conside-
3DUiJUDIR~QLFR$H[SORUDomRHDJHVWmRGRGHVSRUWRSUR¿V- UDGDGHHOHYDGRLQWHUHVVHVRFLDOLQFOXVLYHSDUDRV¿QVGRGLVSRVWR
sional constituem exercício de atividade econômica sujeitando-se, QRVLQFLVRV,H,,,GR$UWžGD/HL&RPSOHPHQWDUQo , GHGH
HVSHFL¿FDPHQWHjREVHUYkQFLDGRVSULQFtSLRV PDLRGH
,GDWUDQVSDUrQFLD¿QDQFHLUDHDGPLQLVWUDWLYD †žPoderão ser incluídas no Sistema Brasileiro de Desporto as
II - da moralidade na gestão desportiva; pessoas jurídicas que desenvolvam práticas não-formais, promovam
III - da responsabilidade social de seus dirigentes; a cultura e as ciências do desporto e formem e aprimorem especia-
IV - do tratamento diferenciado em relação ao desporto não listas.
SUR¿VVLRQDOH
V - da participação na organização desportiva do País. SEÇÃO II
DOS RECURSOS DO MINISTÉRIO DO ESPORTE
CAPÍTULO III (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.395, DE 2011).
DA NATUREZA E DAS FINALIDADES DO DESPORTO
$UW º Os recursos do Ministério do Esporte serão aplicados
$UWž2GHVSRUWRSRGHVHUUHFRQKHFLGRHPTXDOTXHUGDVVH- conforme dispuser o Plano Nacional do Desporto, observado o dis-
guintes manifestações: SRVWRQHVWD6HomR 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
I - desporto educacional, praticado nos sistemas de ensino e †ž(Revogado)
em formas assistemáticas de educação, evitando-se a seletividade, § 2º (Revogado)
D KLSHUFRPSHWLWLYLGDGH GH VHXV SUDWLFDQWHV FRP D ¿QDOLGDGH GH †º Caberá ao Ministério do Esporte, ouvido o CNE, nos termos
alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação GRLQFLVR,,GRDUWSURSRUR3ODQR1DFLRQDOGR'HVSRUWRGHFH-
para o exercício da cidadania e a prática do lazer; QDOREVHUYDGRRGLVSRVWRQRDUWGD&RQVWLWXLomR)HGHUDO 5H-
II - desporto de participação, de modo voluntário, compreen- GDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
†º 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH 
GHQGRDVPRGDOLGDGHVGHVSRUWLYDVSUDWLFDGDVFRPD¿QDOLGDGHGH
contribuir para a integração dos praticantes na plenitude da vida
$UWž&RQVWLWXHPUHFXUVRVGR0LQLVWpULRGR(VSRUWH
VRFLDOQDSURPRomRGDVD~GHHHGXFDomRHQDSUHVHUYDomRGRPHLR
I - receitas oriundas de concursos de prognósticos previstos em
ambiente;
lei;
III - desporto de rendimento, praticado segundo normas gerais II - adicional de quatro e meio por cento incidente sobre cada
desta Lei e regras de prática desportiva, nacionais e internacionais, bilhete, permitido o arredondamento do seu valor feito nos concur-
FRPD¿QDOLGDGHGHREWHUUHVXOWDGRVHLQWHJUDUSHVVRDVHFRPXQL- VRVGHSURJQyVWLFRVDTXHVHUHIHUHR'HFUHWR/HLQžGHGH
dades do País e estas com as de outras nações. PDLRGHHD/HLQo GHGHQRYHPEURGHGHVWLQD-
3DUiJUDIR~QLFR2GHVSRUWRGHUHQGLPHQWRSRGHVHURUJDQL- GRDRFXPSULPHQWRGRGLVSRVWRQRDUWo;
zado e praticado: III - doações, legados e patrocínios;
,GHPRGRSUR¿VVLRQDOFDUDFWHUL]DGRSHODUHPXQHUDomRSDF- IV - prêmios de concursos de prognósticos da Loteria Esportiva
tuada em contrato formal de trabalho entre o atleta e a entidade de Federal, não reclamados;
prática desportiva; V - outras fontes.

Didatismo e Conhecimento 13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
†žO valor do adicional previsto no inciso II deste artigo não $UWž$QXDOPHQWHDUHQGDOtTXLGDWRWDOGHXPGRVWHVWHVGD
VHUiFRPSXWDGRQRPRQWDQWHGDDUUHFDGDomRGDVDSRVWDVSDUD¿QVGH Loteria Esportiva Federal será destinada ao Comitê Olímpico Brasi-
cálculo de prêmios, rateios, tributos de qualquer natureza ou taxas leiro-COB, para treinamento e competições preparatórias das equi-
de administração. SHVROtPSLFDVQDFLRQDLV 9LGH'HFUHWRQžGH
†ž'RDGLFLRQDOGH TXDWURHPHLRSRUFHQWR GHTXHWUDWD †žNos anos de realização dos Jogos Olímpicos e dos Jogos
RLQFLVR,,GHVWHDUWLJR XPWHUoR VHUiUHSDVVDGRjV6HFUHWDULDV Pan-Americanos, a renda líquida de um segundo teste da Loteria Es-
de Esporte dos Estados e do Distrito Federal ou, na inexistência portiva Federal será destinada ao Comitê Olímpico Brasileiro-COB,
destas, a órgãos que tenham atribuições semelhantes na área do para o atendimento da participação de delegações nacionais nesses
esporte, proporcionalmente ao montante das apostas efetuadas em eventos.
cada unidade da Federação, para aplicação prioritária em jogos § 2º Ao Comitê Paraolímpico Brasileiro serão concedidas as
escolares de esportes olímpicos e paraolímpicos, admitida também rendas líquidas de testes da Loteria Esportiva Federal nas mesmas
sua aplicação nas destinações previstas nos incisos I, VI e VIII do condições estabelecidas neste artigo para o Comitê Olímpico Brasi-
$UWžGHVWD/HL 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH  leiro-COB.
†ž$SDUFHODUHSDVVDGDDRV(VWDGRVHDR'LVWULWR)HGHUDOQD
forma do § 2º VHUiDSOLFDGDLQWHJUDOPHQWHHPDWLYLGDGHV¿QDOtVWLFDV $UW2VUHFXUVRV¿QDQFHLURVFRUUHVSRQGHQWHVjVGHVWLQDo}HV
GRHVSRUWHVHQGRSHORPHQRV FLQTXHQWDSRUFHQWR LQYHVWLGRV SUHYLVWDVQRLQFLVR,,,GR$UWžHQRFDSXWGR$UWžFRQVWLWXHP
em projetos apresentados pelos Municípios ou, na falta de projetos, UHFHLWDVSUySULDVGRVEHQH¿FLiULRVTXHOKHVVHUmRHQWUHJXHVGLUHWD-
em ações governamentais em benefício dos Municípios. (Reda- PHQWHSHOD&$,;$ 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
omRGDGDSHOD/HLQžGH  †žO direito da entidade de prática desportiva de resgatar os
† ž 7ULPHVWUDOPHQWH D &DL[D (FRQ{PLFD )HGHUDO  &$,;$ UHFXUVRVGHTXHWUDWDRLQFLVR,,,GR$UWžGHVWD/HLGHFDLHP
apresentará balancete ao Ministério do Esporte, com o resultado (noventa) dias, a contar da data de sua disponibilização pela Caixa
da receita proveniente do adicional de que trata o inciso II deste Econômica Federal – CEF.
artigo. 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH  § 2º Os recursos que não forem resgatados no prazo estipulado
no †ždeste artigo serão repassados ao Ministério do Esporte para
aplicação em programas referentes à política nacional de incentivo e
$UWž2VUHFXUVRVGR0LQLVWpULRGR(VSRUWHWHUmRDVHJXLQWH
desenvolvimento da prática desportiva.
destinação:
†ž(VETADO)
I - desporto educacional;
II - desporto de rendimento, nos casos de participação de enti-
SEÇÃO III
dades nacionais de administração do desporto em competições in-
DO CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO DO DESPORTO
ternacionais, bem como as competições brasileiras dos desportos de
BRASILEIRO – CDDB
criação nacional;
III - desporto de criação nacional;
$UW2&1(pyUJmRFROHJLDGRGHQRUPDWL]DomRGHOLEHUDomR
IV - capacitação de recursos humanos: e assessoramento, diretamente vinculado ao Ministro de Estado do
a) cientistas desportivos; Esporte, cabendo-lhe:
b) professores de educação física; e I - zelar pela aplicação dos princípios e preceitos desta Lei;
c) técnicos de desporto; II - oferecer subsídios técnicos à elaboração do Plano Nacional
V - apoio a projeto de pesquisa, documentação e informação; do Desporto;
VI - construção, ampliação e recuperação de instalações espor- III - emitir pareceres e recomendações sobre questões despor-
tivas; tivas nacionais;
9,,DSRLRVXSOHWLYRDRVLVWHPDGHDVVLVWrQFLDDRDWOHWDSUR¿V- IV - propor prioridades para o plano de aplicação de recursos do
VLRQDOFRPD¿QDOLGDGHGHSURPRYHUVXDDGDSWDomRDRPHUFDGRGH Ministério do Esporte;
trabalho quando deixar a atividade; V - exercer outras atribuições previstas na legislação em vigor,
9,,,DSRLRDRGHVSRUWRSDUDSHVVRDVSRUWDGRUDVGHGH¿FLrQFLD relativas a questões de natureza desportiva;
$UWž$DUUHFDGDomRREWLGDHPFDGDWHVWHGD/RWHULD(VSRUWLYD VI - aprovar os Códigos de Justiça Desportiva e suas alterações,
terá a seguinte destinação: com as peculiaridades de cada modalidade; e (Redação dada pela
I - quarenta e cinco por cento para pagamento dos prêmios, in- /HLQžGH 
cluindo o valor correspondente ao imposto sobre a renda; 9,,H[SHGLUGLUHWUL]HVSDUDRFRQWUROHGHVXEVWkQFLDVHPpWR-
II - vinte por cento para a Caixa Econômica Federal - CEF, des- dos proibidos na prática desportiva.
tinados ao custeio total da administração dos recursos e prognósti- 3DUiJUDIR~QLFR20LQLVWpULRGR(VSRUWHGDUiDSRLRWpFQLFRH
cos desportivos; administrativo ao CNE.
III - dez por cento para pagamento, em parcelas iguais, às en-
tidades de práticas desportivas constantes do teste, pelo uso de suas $UW 9(7$'2
GHQRPLQDo}HVPDUFDVHVtPERORV 9LGH/HLQžGH
IV - quinze por cento para o INDESP. $UW $ 2 &1( VHUi FRPSRVWR SRU YLQWH H GRLV PHPEURV
IV - quinze por cento para o Ministério do Esporte. indicados pelo Ministro do Esporte, que o presidirá.
9 GH]SRUFHQWR SDUDD6HJXULGDGH6RFLDO ,QFOXtGR 3DUiJUDIR~QLFR2VPHPEURVGR&RQVHOKRHVHXVVXSOHQWHVVH-
SHOD/HLQžGH  rão indicados na forma da regulamentação desta Lei, para um man-
3DUiJUDIR~QLFR 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH  dato de dois anos, permitida uma recondução.

Didatismo e Conhecimento 14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
SEÇÃO IV $UW$VHQWLGDGHVGHSUiWLFDGHVSRUWLYDHDVHQWLGDGHVGH
DO SISTEMA NACIONAL DO DESPORTO administração do desporto, bem como as ligas de que trata o art.
 VmR SHVVRDV MXUtGLFDV GH GLUHLWR SULYDGR FRP RUJDQL]DomR H
$UW26LVWHPD1DFLRQDOGR'HVSRUWRWHPSRU¿QDOLGDGHSUR- IXQFLRQDPHQWR DXW{QRPR H WHUmR DV FRPSHWrQFLDV GH¿QLGDV HP
mover e aprimorar as práticas desportivas de rendimento. seus estatutos. 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
3DUiJUDIR~QLFR26LVWHPD1DFLRQDOGR'HVSRUWRFRQJUHJDDV †žAs entidades nacionais de administração do desporto po-
SHVVRDVItVLFDVHMXUtGLFDVGHGLUHLWRSULYDGRFRPRXVHP¿QVOXFUD- GHUmR ¿OLDU QRV WHUPRV GH VHXV HVWDWXWRV HQWLGDGHV UHJLRQDLV GH
tivos, encarregadas da coordenação, administração, normatização, administração e entidades de prática desportiva.
apoio e prática do desporto, bem como as incumbidas da Justiça § 2º $VOLJDVSRGHUmRDVHXFULWpULR¿OLDUVHRXYLQFXODUVHD
'HVSRUWLYDHHVSHFLDOPHQWH 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH entidades nacionais de administração do desporto, vedado a estas,
  VRETXDOTXHUSUHWH[WRH[LJLUWDO¿OLDomRRXYLQFXODomR
I - o Comitê Olímpico Brasileiro-COB; † ž e IDFXOWDGD D ¿OLDomR GLUHWD GH DWOHWDV QRV WHUPRV
II - o Comitê Paraolímpico Brasileiro; previstos nos estatutos das respectivas entidades de administração
III - as entidades nacionais de administração do desporto; do desporto.
IV - as entidades regionais de administração do desporto;
V - as ligas regionais e nacionais; $UW 9(7$'2
9,DVHQWLGDGHVGHSUiWLFDGHVSRUWLYD¿OLDGDVRXQmRjTXHODV
referidas nos incisos anteriores. $UW  6RPHQWH VHUmR EHQH¿FLDGDV FRP LVHQo}HV ¿VFDLV H
VII - a Confederação Brasileira de Clubes. (Incluído pela Lei UHSDVVHVGHUHFXUVRVS~EOLFRVIHGHUDLVGDDGPLQLVWUDomRGLUHWDHLQ-
QžGH  GLUHWDQRVWHUPRVGRLQFLVR,,GRDUWGD&RQVWLWXLomR)HGHUDO
as entidades do Sistema Nacional do Desporto que:
$UW2&RPLWr2OtPSLFR%UDVLOHLUR&2%R&RPLWr3DUDR- ,SRVVXtUHPYLDELOLGDGHHDXWRQRPLD¿QDQFHLUDV
límpico Brasileiro - CPB e as entidades nacionais de administração do ,, 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH 
GHVSRUWRTXHOKHVVmR¿OLDGDVRXYLQFXODGDVFRQVWLWXHPVXEVLVWHPD
III - atendam aos demais requisitos estabelecidos em lei;
HVSHFt¿FRGR6LVWHPD1DFLRQDOGR'HVSRUWR 5HGDomRGDGDSHOD
,9HVWLYHUHPHPVLWXDomRUHJXODUFRPVXDVREULJDo}HV¿V-
/HLQžGH 
FDLVHWUDEDOKLVWDV 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
†ž$SOLFDVHDRVFRPLWrVHjVHQWLGDGHVUHIHULGDVQRcaput o
V - demonstrem compatibilidade entre as ações desenvolvidas
GLVSRVWRQRLQFLVR,,GRDUWGD&RQVWLWXLomR)HGHUDOGHVGHTXH
para a melhoria das respectivas modalidades desportivas e o Plano
seus estatutos estejam plenamente de acordo com as disposições cons-
1DFLRQDOGR'HVSRUWR 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH
titucionais e legais aplicáveis. ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
 
§ 2º Compete ao Comitê Olímpico Brasileiro - COB e ao
Comitê Paraolímpico Brasileiro - CPB o planejamento das atividades 3DUiJUDIR~QLFR$YHUL¿FDomRGRFXPSULPHQWRGDVH[LJrQ-
GRHVSRUWHGHVHXVVXEVLVWHPDVHVSHFt¿FRV(Incluído pela Lei nº cias contidas nos incisos I a V deste artigo será de responsabilidade
GH  GR0LQLVWpULRGR(VSRUWH 5HGDomRGDGDSHOD/HLQž
GH 
$UW$R&RPLWr2OtPSLFR%UDVLOHLUR&2%HQWLGDGHMXUtGLFD
de direito privado, compete representar o País nos eventos olímpicos, $UW$6HPSUHMXt]RGRGLVSRVWRQRDUWDVHQWLGDGHV
pan-americanos e outros de igual natureza, no Comitê Olímpico In- VHP¿QVOXFUDWLYRVFRPSRQHQWHVGR6LVWHPD1DFLRQDOGR'HVSRU-
ternacional e nos movimentos olímpicos internacionais, e fomentar o WR UHIHULGDV QR SDUiJUDIR ~QLFR GR DUW  VRPHQWH SRGHUmR UH-
movimento olímpico no território nacional, em conformidade com as FHEHU UHFXUVRV GD DGPLQLVWUDomR S~EOLFD IHGHUDO GLUHWD H LQGLUHWD
disposições da Constituição Federal, bem como com as disposições FDVR ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
estatutárias e regulamentares do Comitê Olímpico Internacional e da I - seu presidente ou dirigente máximo tenham o mandato de
Carta Olímpica. DWp TXDWUR DQRVSHUPLWLGD XPD ~QLFDUHFRQGXomR ,QFOXt-
†žCaberá ao Comitê Olímpico Brasileiro-COB representar o GRSHOD/HLQžGH 
ROLPSLVPREUDVLOHLURMXQWRDRVSRGHUHVS~EOLFRV II - atendam às disposições previstas nas alíneas “b” a “e”
§ 2º É privativo do Comitê Olímpico Brasileiro – COB e do Co- do § 2º e no †žGRDUWGD/HLQo GHGHGH]HPEURGH
mitê Paraolímpico Brasileiro – CPOB o uso das bandeiras, lemas,  ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
hinos e símbolos olímpicos e paraolímpicos, assim como das deno- ,,,GHVWLQHPLQWHJUDOPHQWHRVUHVXOWDGRV¿QDQFHLURVjPDQX-
minações «jogos olímpicos», «olimpíadas», «jogos paraolímpicos» e tenção e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais; (Incluí-
©SDUDROLPStDGDVªSHUPLWLGDDXWLOL]DomRGHVWDV~OWLPDVTXDQGRVHWUD- GRSHOD/HLQžGH 
tar de eventos vinculados ao desporto educacional e de participação. IV - sejam transparentes na gestão, inclusive quanto aos da-
†ž$R&RPLWr2OtPSLFR%UDVLOHLUR&2%VmRFRQFHGLGRVRVGL- GRV HFRQ{PLFRV H ¿QDQFHLURV FRQWUDWRV SDWURFLQDGRUHV GLUHLWRV
reitos e benefícios conferidos em lei às entidades nacionais de admi- de imagem, propriedade intelectual e quaisquer outros aspectos de
nistração do desporto. JHVWmR ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
†ž6mRYHGDGRVRUHJLVWURHXVRSDUDTXDOTXHU¿PGHVLQDOTXH V - garantam a representação da categoria de atletas das res-
integre o símbolo olímpico ou que o contenha, bem como do hino e SHFWLYDVPRGDOLGDGHVQRkPELWRGRVyUJmRVHFRQVHOKRVWpFQLFRV
dos lemas olímpicos, exceto mediante prévia autorização do Comitê incumbidos da aprovação de regulamentos das competições; (In-
Olímpico Brasileiro-COB. FOXtGRSHOD/HLQžGH 
†žAplicam-se ao Comitê Paraolímpico Brasileiro, no que cou- VI - assegurem a existência e a autonomia do seu conselho
ber, as disposições previstas neste artigo. ¿VFDO ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 

Didatismo e Conhecimento 15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
VII - estabeleçam em seus estatutos: (Incluído pela Lei nº § 2º As entidades de prática desportiva que organizarem ligas,
GH  na forma do caput deste artigo, comunicarão a criação destas às
D  SULQFtSLRV GH¿QLGRUHV GH JHVWmR GHPRFUiWLFD   ,QFOXtGR entidades nacionais de administração do desporto das respectivas
SHOD/HLQžGH  modalidades.
b) instrumentos de controle social; (Incluído pela Lei nº †žAs ligas integrarão os sistemas das entidades nacionais
GH  de administração do desporto que incluírem suas competições nos
c) transparência da gestão da movimentação de recursos; (In- UHVSHFWLYRVFDOHQGiULRVDQXDLVGHHYHQWRVR¿FLDLV
FOXtGRSHOD/HLQžGH  †žNa hipótese prevista no caput deste artigo, é facultado às
G ¿VFDOL]DomRLQWHUQD ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  entidades de prática desportiva participarem, também, de campeo-
H DOWHUQkQFLDQRH[HUFtFLRGRVFDUJRVGHGLUHomR ,QFOXtGR natos nas entidades de administração do desporto a que estiverem
SHOD/HLQžGH  ¿OLDGDV
f) aprovação das prestações de contas anuais por conselho de † ž e YHGDGD TXDOTXHU LQWHUYHQomR GDV HQWLGDGHV GH DGPL-
nistração do desporto nas ligas que se mantiverem independentes.
GLUHomRSUHFHGLGDSRUSDUHFHUGRFRQVHOKR¿VFDOH ,QFOXtGRSHOD
† ž As ligas formadas por entidades de prática desportiva
/HLQžGH 
HQYROYLGDVHPFRPSHWLo}HVGHDWOHWDVSUR¿VVLRQDLVHTXLSDUDPVH
g) participação de atletas nos colegiados de direção e na elei-
SDUD¿QVGRFXPSULPHQWRGRGLVSRVWRQHVWD/HLjVHQWLGDGHVGH
omRSDUDRVFDUJRVGDHQWLGDGHH ,QFOXtGRSHOD/HLQž
administração do desporto.
GH  †žAs entidades nacionais de administração de desporto se-
9,,,JDUDQWDPDWRGRVRVDVVRFLDGRVH¿OLDGRVDFHVVRLUUHVWUL- rão responsáveis pela organização dos calendários anuais de even-
to aos documentos e informações relativos à prestação de contas, WRVR¿FLDLVGDVUHVSHFWLYDVPRGDOLGDGHV
bem como àqueles relacionados à gestão da respectiva entidade $UW$VHQWLGDGHVGHSUiWLFDGHVSRUWLYDSRGHUmR¿OLDUVH
de administração do desporto, os quais deverão ser publicados na em cada modalidade, à entidade de administração do desporto do
tQWHJUDQRVtWLRHOHWU{QLFRGHVWD ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH Sistema Nacional do Desporto, bem como à correspondente enti-
  dade de administração do desporto de um dos sistemas regionais.
†ž$VHQWLGDGHVGHSUiWLFDGHVSRUWLYDHVWmRGLVSHQVDGDVGDV Art. 22. Os processos eleitorais assegurarão:
condições previstas: ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  ,FROpJLRHOHLWRUDOFRQVWLWXtGRGHWRGRVRV¿OLDGRVQRJR]R
I - no inciso V do caput ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH de seus direitos, admitida a diferenciação de valor dos seus votos;
  II - defesa prévia, em caso de impugnação, do direito de par-
II - na alínea “g” do inciso VII do caput; e (Incluído pela Lei ticipar da eleição;
QžGH  III - eleição convocada mediante edital publicado em órgão da
III - no inciso VIII do caput, quanto aos contratos comerciais imprensa de grande circulação, por três vezes;
FHOHEUDGRVFRPFOiXVXODGHFRQ¿GHQFLDOLGDGHUHVVDOYDGDVQHVWH IV - sistema de recolhimento dos votos imune a fraude;
FDVRDFRPSHWrQFLDGH¿VFDOL]DomRGRFRQVHOKR¿VFDOHDREULJD- V - acompanhamento da apuração pelos candidatos e meios
ção do correto registro contábil de receita e despesa deles decor- de comunicação.
UHQWH ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  3DUiJUDIR~QLFR1DKLSyWHVHGDDGRomRGHFULWpULRGLIHUHQFLD-
†ž$YHUL¿FDomRGRFXPSULPHQWRGDVH[LJrQFLDVFRQWLGDV do de valoração dos votos, este não poderá exceder à proporção de
nos incisos I a VIII do caput deste artigo será de responsabilidade um para seis entre o de menor e o de maior valor.
GR0LQLVWpULRGR(VSRUWH ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
†ž3DUD¿QVGRGLVSRVWRQRLQFLVR,GRcaput: (Incluído pela $UW2VHVWDWXWRVGDVHQWLGDGHVGHDGPLQLVWUDomRGRGHV-
/HLQžGH  porto, elaborados de conformidade com esta Lei, deverão obriga-
toriamente regulamentar, no mínimo:
I - será respeitado o período de mandato do presidente ou diri-
I - instituição do Tribunal de Justiça Desportiva, nos termos
gente máximo eleitos antes da vigência desta Lei; (Incluído pela
desta Lei;
/HLQžGH 
II - inelegibilidade de seus dirigentes para desempenho de car-
II - são inelegíveis o cônjuge e os parentes consanguíneos ou
gos e funções eletivas ou de livre nomeação de:
D¿QVDWpRo (segundo) grau ou por adoção. (Incluído pela Lei nº D FRQGHQDGRVSRUFULPHGRORVRHPVHQWHQoDGH¿QLWLYD
GH  E LQDGLPSOHQWHVQDSUHVWDomRGHFRQWDVGHUHFXUVRVS~EOLFRV
†ž$SDUWLUGRo (sexto) mês contado da publicação desta HPGHFLVmRDGPLQLVWUDWLYDGH¿QLWLYD
Lei, as entidades referidas no caput deste artigo somente farão jus c) inadimplentes na prestação de contas da própria entidade;
DRGLVSRVWRQRDUWGD/HLQo GHGHGH]HPEURGH G  DIDVWDGRV GH FDUJRV HOHWLYRV RX GH FRQ¿DQoD GH HQWLGDGH
H QRV DUWV  H  GD 0HGLGD 3URYLVyULD Qo  GH  GH GHVSRUWLYDRXHPYLUWXGHGHJHVWmRSDWULPRQLDORX¿QDQFHLUDLUUH-
DJRVWRGHFDVRFXPSUDPRVUHTXLVLWRVGLVSRVWRVQRVLQFLVRV gular ou temerária da entidade;
I a VIII do caput ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  e) inadimplentes das contribuições previdenciárias e traba-
lhistas;
$UW 9(7$'2 f) falidos.
3DUiJUDIR ~QLFR ,QGHSHQGHQWHPHQWH GH SUHYLVmR HVWDWXWiULD
$UW $V HQWLGDGHV GH SUiWLFD GHVSRUWLYD SDUWLFLSDQWHV GH é obrigatório o afastamento preventivo e imediato dos dirigentes,
competições do Sistema Nacional do Desporto poderão organizar eleitos ou nomeados, caso incorram em qualquer das hipóteses do
ligas regionais ou nacionais. inciso II, assegurado o processo regular e a ampla defesa para a
†ž(VETADO) destituição.

Didatismo e Conhecimento 16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW$VSUHVWDo}HVGHFRQWDVDQXDLVGHWRGDVDVHQWLGDGHV ,UHDOL]DUWRGRVRVDWRVQHFHVViULRVSDUDSHUPLWLUDLGHQWL¿FD-
de administração integrantes do Sistema Nacional do Desporto omRH[DWDGHVXDVLWXDomR¿QDQFHLUD
serão obrigatoriamente submetidas, com parecer dos Conselhos II - apresentar plano de resgate e plano de investimento;
)LVFDLVjVUHVSHFWLYDVDVVHPEOpLDVJHUDLVSDUDDDSURYDomR¿QDO ,,,JDUDQWLUDLQGHSHQGrQFLDGHVHXVFRQVHOKRVGH¿VFDOL]DomR
3DUiJUDIR~QLFR7RGRVRVLQWHJUDQWHVGDVDVVHPEOpLDVJHUDLV e administração, quando houver;
terão acesso irrestrito aos documentos, informações e comprovan- ,9DGRWDUPRGHORSUR¿VVLRQDOHWUDQVSDUHQWHH
tes de despesas de contas de que trata este artigo. 9DSUHVHQWDUVXDVGHPRQVWUDo}HV¿QDQFHLUDVMXQWDPHQWHFRP
RVUHVSHFWLYRVUHODWyULRVGHDXGLWRULDQRVWHUPRVGH¿QLGRVQRLQFLVR
SEÇÃO V ,GRDUW$GHVWD/HL 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH
DOS SISTEMAS DO DESPORTO DOS ESTADOS, DO DIS-  
TRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS †ž2VUHFXUVRVGR¿QDQFLDPHQWRYROWDGRVjLPSOHPHQWDomRGR
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.395, DE 2011). plano de resgate serão utilizados:
,SULRULWDULDPHQWHSDUDTXLWDomRGHGpELWRV¿VFDLVSUHYLGHQ-
$UW2V(VWDGRVHR'LVWULWR)HGHUDOFRQVWLWXLUmRVHXVSUy- ciários e trabalhistas; e
prios sistemas, respeitadas as normas estabelecidas nesta Lei e a II - subsidiariamente, para construção ou melhoria de estádio
REVHUYkQFLDGRSURFHVVRHOHLWRUDO SUySULRRXGHTXHVHXWLOL]DPSDUDPDQGRGHVHXVMRJRVFRPD¿-
3DUiJUDIR~QLFR$RV0XQLFtSLRVpIDFXOWDGRFRQVWLWXLUVLVWH- QDOLGDGHGHDWHQGHUDFULWpULRVGHVHJXUDQoDVD~GHHEHPHVWDUGR
mas próprios de desporto, observado o disposto nesta Lei e, no que torcedor.
couber, na legislação do respectivo Estado. (Redação dada pela †žNa hipótese do inciso II do †ž, a entidade de prática des-
/HLQžGH  SRUWLYDGHYHUiDSUHVHQWDUjLQVWLWXLomR¿QDQFLDGRUDRRUoDPHQWRGDV
obras pretendidas.
CAPÍTULO V † ž e IDFXOWDGR jV HQWLGDGHV GHVSRUWLYDV SUR¿VVLRQDLV
DA PRÁTICA DESPORTIVA PROFISSIONAL constituírem-se regularmente em sociedade empresária, segundo
um dos tipos regulados nos DUWVDGD/HLQžGH
GHMDQHLURGH&yGLJR&LYLO
$UW $WOHWDV H HQWLGDGHV GH SUiWLFD GHVSRUWLYD VmR OLYUHV
†  &RQVLGHUDVH HQWLGDGH GHVSRUWLYD SUR¿VVLRQDO SDUD
SDUDRUJDQL]DUDDWLYLGDGHSUR¿VVLRQDOTXDOTXHUTXHVHMDVXDPR-
¿QV GHVWD /HL DV HQWLGDGHV GH SUiWLFD GHVSRUWLYD HQYROYLGDV HP
dalidade, respeitados os termos desta Lei.
FRPSHWLo}HVGHDWOHWDVSUR¿VVLRQDLVDVOLJDVHPTXHVHRUJDQL]DUHP
3DUiJUDIR ~QLFR &RQVLGHUDVH FRPSHWLomR SUR¿VVLRQDO SDUD
HDVHQWLGDGHVGHDGPLQLVWUDomRGHGHVSRUWRSUR¿VVLRQDO
os efeitos desta Lei aquela promovida para obter renda e disputada
†2VDGPLQLVWUDGRUHVGHHQWLGDGHVGHVSRUWLYDVSUR¿VVLRQDLV
SRUDWOHWDVSUR¿VVLRQDLVFXMDUHPXQHUDomRGHFRUUDGHFRQWUDWRGH
respondem solidária e ilimitadamente pelos atos ilícitos praticados,
trabalho desportivo.
de gestão temerária ou contrários ao previsto no contrato social ou
estatuto, nos termos da /HLQžGHGHMDQHLURGH&y-
$UW $V HQWLGDGHV GH SUiWLFD GHVSRUWLYD SDUWLFLSDQWHV GH
GLJR&LYLO 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
FRPSHWLo}HV SUR¿VVLRQDLV H DV HQWLGDGHV GH DGPLQLVWUDomR GH †(VETADO)
desporto ou ligas em que se organizarem, independentemente da †3DUDRV¿QVGH¿VFDOL]DomRHFRQWUROHGRGLVSRVWRQHVWD
forma jurídica adotada, sujeitam os bens particulares de seus diri- /HLDVDWLYLGDGHVSUR¿VVLRQDLVGDVHQWLGDGHVGHTXHWUDWDRFDSXW
JHQWHVDRGLVSRVWRQRDUWGD/HLQo GHGHMDQHLURGH deste artigo, independentemente da forma jurídica sob a qual estejam
DOpPGDVVDQo}HVHUHVSRQVDELOLGDGHVSUHYLVWDVQRcaput do constituídas, equiparam-se às das sociedades empresárias. (Reda-
DUWGD/HLQo GHGHMDQHLURGHQDKLSyWHVH omRGDGDSHOD/HLQžGH 
de aplicarem créditos ou bens sociais da entidade desportiva em
proveito próprio ou de terceiros. $UW$1HQKXPDSHVVRDItVLFDRXMXUtGLFDTXHGLUHWDRXLQ-
†ž SDUiJUDIR~QLFRRULJLQDO  5HYRJDGR  diretamente, seja detentora de parcela do capital com direito a voto
§ 2º A entidade a que se refere este artigo não poderá utilizar ou, de qualquer forma, participe da administração de qualquer en-
seus bens patrimoniais, desportivos ou sociais para integralizar sua WLGDGHGHSUiWLFDGHVSRUWLYDSRGHUiWHUSDUWLFLSDomRVLPXOWkQHDQR
parcela de capital ou oferecê-los como garantia, salvo com a con- capital social ou na gestão de outra entidade de prática desportiva
FRUGkQFLDGDPDLRULDDEVROXWDGDDVVHPEOpLDJHUDOGRVDVVRFLDGRV GLVSXWDQWHGDPHVPDFRPSHWLomRSUR¿VVLRQDO
e na conformidade do respectivo estatuto. †žeYHGDGRTXHGXDVRXPDLVHQWLGDGHVGHSUiWLFDGHVSRUWLYD
†ž(Revogado) GLVSXWHPDPHVPDFRPSHWLomRSUR¿VVLRQDOGDVSULPHLUDVVpULHVRX
†ž(Revogado) divisões das diversas modalidades desportivas quando:
†ž2GLVSRVWRQRDUWDSOLFDVHQRTXHFRXEHUjVHQWLGD- a) uma mesma pessoa física ou jurídica, direta ou indiretamen-
des a que se refere o caput deste artigo. te, através de relação contratual, explore, controle ou administre di-
† ž 6HP SUHMXt]R GH RXWURV UHTXLVLWRV SUHYLVWRV HP OHL DV reitos que integrem seus patrimônios; ou,
entidades de que trata o caput deste artigo somente poderão obter b) uma mesma pessoa física ou jurídica, direta ou indiretamen-
¿QDQFLDPHQWR FRP UHFXUVRV S~EOLFRV RX ID]HU MXV D SURJUDPDV te, seja detentora de parcela do capital com direito a voto ou, de
GH UHFXSHUDomR HFRQ{PLFR¿QDQFHLURV VH FXPXODWLYDPHQWH qualquer forma, participe da administração de mais de uma socie-
atenderem às seguintes condições: (Redação dada pela Lei nº dade ou associação que explore, controle ou administre direitos que
GH  integrem os seus patrimônios.

Didatismo e Conhecimento 17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
§ 2º A vedação de que trata este artigo aplica-se: $UW$DWLYLGDGHGRDWOHWDSUR¿VVLRQDOpFDUDFWHUL]DGDSRU
a) ao cônjuge e aos parentes até o segundo grau das pessoas remuneração pactuada em contrato especial de trabalho desportivo,
físicas; e ¿UPDGRFRPHQWLGDGHGHSUiWLFDGHVSRUWLYDQRTXDOGHYHUiFRQVWDU
b) às sociedades controladoras, controladas e coligadas das REULJDWRULDPHQWH 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
mencionadas pessoas jurídicas, bem como a fundo de investimento, I - cláusula indenizatória desportiva, devida exclusivamente à
condomínio de investidores ou outra forma assemelhada que resulte entidade de prática desportiva à qual está vinculado o atleta, nas
na participação concomitante vedada neste artigo. VHJXLQWHVKLSyWHVHV ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
†žExcluem-se da vedação de que trata este artigo os contra- a) transferência do atleta para outra entidade, nacional ou es-
tos de administração e investimentos em estádios, ginásios e pra- trangeira, durante a vigência do contrato especial de trabalho des-
ças desportivas, de patrocínio, de licenciamento de uso de marcas e SRUWLYRRX ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
símbolos, de publicidade e de propaganda, desde que não importem E SRURFDVLmRGRUHWRUQRGRDWOHWDjVDWLYLGDGHVSUR¿VVLRQDLV
na administração direta ou na co-gestão das atividades desportivas HPRXWUDHQWLGDGHGHSUiWLFDGHVSRUWLYDQRSUD]RGHDWp WULQWD 
SUR¿VVLRQDLV GDV HQWLGDGHV GH SUiWLFD GHVSRUWLYD DVVLP FRPR RV
PHVHVH ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
contratos individuais ou coletivos que sejam celebrados entre as de-
II - cláusula compensatória desportiva, devida pela entidade de
tentoras de concessão, permissão ou autorização para exploração de
prática desportiva ao atleta, nas hipóteses dos incisos III a V do §
serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens, bem como de
ž ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
WHOHYLVmRSRUDVVLQDWXUDHHQWLGDGHVGHSUiWLFDGHVSRUWLYDSDUD¿QV
de transmissão de eventos desportivos. †ž2YDORUGDFOiXVXODLQGHQL]DWyULDGHVSRUWLYDDTXHVHUHIHUH
†žA infringência a este artigo implicará a inabilitação da en- o inciso I do caput deste artigo será livremente pactuado pelas partes
tidade de prática desportiva para percepção dos benefícios de que HH[SUHVVDPHQWHTXDQWL¿FDGRQRLQVWUXPHQWRFRQWUDWXDO5HGDomR
WUDWDRDUWGHVWD/HL GDGDSHOD/HLQžGH 
†žAs empresas detentoras de concessão, permissão ou autori- ,DWpROLPLWHPi[LPRGH GXDVPLO YH]HVRYDORUPpGLR
zação para exploração de serviço de radiodifusão sonora e de sons e do salário contratual, para as transferências nacionais; e (Incluído
LPDJHQVEHPFRPRGHWHOHYLVmRSRUDVVLQDWXUD¿FDPLPSHGLGDVGH SHOD/HLQžGH 
patrocinar ou veicular sua própria marca, bem como a de seus canais II - sem qualquer limitação, para as transferências internacio-
e dos títulos de seus programas, nos uniformes de competições das QDLV ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
entidades desportivas. § 2º São solidariamente responsáveis pelo pagamento da
†žA violação do disposto no †žimplicará a eliminação da cláusula indenizatória desportiva de que trata o inciso I do caput
entidade de prática desportiva que lhe deu causa da competição ou deste artigo o atleta e a nova entidade de prática desportiva
GRWRUQHLRHPTXHDTXHODVHYHUL¿FRXVHPSUHMXt]RGDVSHQDOLGDGHV empregadora. 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
que venham a ser aplicadas pela Justiça Desportiva. , 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH 
,, 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH 
$UW%6mRQXODVGHSOHQRGLUHLWRDVFOiXVXODVGHFRQWUDWRV ,,, 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH 
¿UPDGRVHQWUHDVHQWLGDGHVGHSUiWLFDGHVSRUWLYDHWHUFHLURVRXHQWUH † ž 2 YDORU GD FOiXVXOD FRPSHQVDWyULD GHVSRUWLYD D TXH VH
HVWHVHDWOHWDVTXHSRVVDPLQWHUYLURXLQÀXHQFLDUQDVWUDQVIHUrQFLDV refere o inciso II do caput deste artigo será livremente pactuado
GHDWOHWDVRXDLQGDTXHLQWHU¿UDPQRGHVHPSHQKRGRDWOHWDRXGD entre as partes e formalizado no contrato especial de trabalho
entidade de prática desportiva, exceto quando objeto de acordo ou GHVSRUWLYRREVHUYDQGRVHFRPROLPLWHPi[LPR TXDWURFHQWDV 
FRQYHQomRFROHWLYDGHWUDEDOKR ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH vezes o valor do salário mensal no momento da rescisão e, como
  limite mínimo, o valor total de salários mensais a que teria direito o
$UW &  6mR QXORV GH SOHQR GLUHLWR RV FRQWUDWRV ¿UPDGRV atleta até o término do referido contrato. (Redação dada pela Lei
pelo atleta ou por seu representante legal com agente desportivo,
QžGH 
pessoa física ou jurídica, bem como as cláusulas contratuais ou de
† ž $SOLFDPVH DR DWOHWD SUR¿VVLRQDO DV QRUPDV JHUDLV
LQVWUXPHQWRVSURFXUDWyULRVTXH ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH
da legislação trabalhista e da Seguridade Social, ressalvadas
 
as peculiaridades constantes desta Lei, especialmente as
,UHVXOWHPYtQFXORGHVSRUWLYR ,QFOXtGRSHOD/HLQž
GH  seguintes: 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
II - impliquem vinculação ou exigência de receita total ou I - se conveniente à entidade de prática desportiva, a concentra-
parcial exclusiva da entidade de prática desportiva, decorrente de omRQmRSRGHUiVHUVXSHULRUD WUrV GLDVFRQVHFXWLYRVSRUVHPDQD
transferência nacional ou internacional de atleta, em vista da exclu- desde que esteja programada qualquer partida, prova ou equivalente,
VLYLGDGHGHTXHWUDWDRLQFLVR,GRDUW ,QFOXtGRSHOD/HLQž DPLVWRVDRXR¿FLDOGHYHQGRRDWOHWD¿FDUjGLVSRVLomRGRHPSUHJD-
GH  dor por ocasião da realização de competição fora da localidade onde
III - restrinjam a liberdade de trabalho desportivo; (Incluído WHQKDVXDVHGH 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
SHOD/HLQžGH  II - o prazo de concentração poderá ser ampliado, independen-
IV - estabeleçam obrigações consideradas abusivas ou despro- temente de qualquer pagamento adicional, quando o atleta estiver
SRUFLRQDLV ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  à disposição da entidade de administração do desporto; (Redação
9LQIULQMDPRVSULQFtSLRVGDERDIpREMHWLYDRXGR¿PVRFLDO GDGDSHOD/HLQžGH 
GRFRQWUDWRRX ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  III - acréscimos remuneratórios em razão de períodos de con-
VI - versem sobre o gerenciamento de carreira de atleta em for- centração, viagens, pré-temporada e participação do atleta em parti-
PDomRFRPLGDGHLQIHULRUD GH]RLWR DQRV ,QFOXtGRSHOD/HL da, prova ou equivalente, conforme previsão contratual; (Redação
QžGH  GDGDSHOD/HLQžGH 

Didatismo e Conhecimento 18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
,9UHSRXVRVHPDQDOUHPXQHUDGRGH YLQWHHTXDWUR KRUDV †ž$¿OLDomRRXDYLQFXODomRGHDWOHWDDXW{QRPRDHQWLGDGH
ininterruptas, preferentemente em dia subsequente à participação do de administração ou a sua integração a delegações brasileiras
DWOHWDQDSDUWLGDSURYDRXHTXLYDOHQWHTXDQGRUHDOL]DGDQR¿QDOGH partícipes de competições internacionais não caracteriza vínculo
VHPDQD 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH  empregatício. ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
9IpULDVDQXDLVUHPXQHUDGDVGH WULQWD GLDVDFUHVFLGDVGR † ž 2 GLVSRVWR QHVWH DUWLJR QmR VH DSOLFD jV PRGDOLGDGHV
abono de férias, coincidentes com o recesso das atividades desporti- desportivas coletivas. ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
YDV ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  $UW$HQWLGDGHGHSUiWLFDGHVSRUWLYDIRUPDGRUDGRDWOHWD
9,MRUQDGDGHWUDEDOKRGHVSRUWLYDQRUPDOGH TXDUHQWDH WHUiRGLUHLWRGHDVVLQDUFRPHOHDSDUWLUGH GH]HVVHLV DQRVGH
TXDWUR KRUDVVHPDQDLV ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  idade, o primeiro contrato especial de trabalho desportivo, cujo pra-
†ž2YtQFXORGHVSRUWLYRGRDWOHWDFRPDHQWLGDGHGHSUiWLFD ]RQmRSRGHUiVHUVXSHULRUD FLQFR DQRV 5HGDomRGDGDSHOD
desportiva contratante constitui-se com o registro do contrato /HLQžGH 
especial de trabalho desportivo na entidade de administração 3DUiJUDIR~QLFR 9(7$'2
do desporto, tendo natureza acessória ao respectivo vínculo § 2º É considerada formadora de atleta a entidade de prática
empregatício, dissolvendo-se, para todos os efeitos legais: (Reda- desportiva que: 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
omRGDGDSHOD/HLQžGH  I - forneça aos atletas programas de treinamento nas categorias
I - com o término da vigência do contrato ou o seu distra- de base e complementação educacional; e (Incluído pela Lei nº
WR ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  GH 
II - com o pagamento da cláusula indenizatória desportiva ou da II - satisfaça cumulativamente os seguintes requisitos: (Incluído
FOiXVXODFRPSHQVDWyULDGHVSRUWLYD ,QFOXtGRSHOD/HLQž SHOD/HLQžGH 
GH  a) estar o atleta em formação inscrito por ela na respectiva enti-
III - com a rescisão decorrente do inadimplemento salarial, de GDGHUHJLRQDOGHDGPLQLVWUDomRGRGHVSRUWRKiSHORPHQRV XP 
responsabilidade da entidade de prática desportiva empregadora, DQR ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
QRVWHUPRVGHVWD/HL ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  b) comprovar que, efetivamente, o atleta em formação está
IV - com a rescisão indireta, nas demais hipóteses previstas na LQVFULWR HP FRPSHWLo}HV R¿FLDLV ,QFOXtGR SHOD /HL Qž  GH
OHJLVODomRWUDEDOKLVWDH ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
 
V - com a dispensa imotivada do atleta. (Incluído pela Lei nº
c) garantir assistência educacional, psicológica, médica e odon-
GH 
tológica, assim como alimentação, transporte e convivência fami-
†ž(Revogado)
OLDU ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
† ž $ HQWLGDGH GH SUiWLFD GHVSRUWLYD SRGHUi VXVSHQGHU R
d) manter alojamento e instalações desportivas adequados, so-
FRQWUDWR HVSHFLDO GH WUDEDOKR GHVSRUWLYR GR DWOHWD SUR¿VVLRQDO
bretudo em matéria de alimentação, higiene, segurança e salubrida-
¿FDQGR GLVSHQVDGD GR SDJDPHQWR GD UHPXQHUDomR QHVVH SHUtRGR
GH ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
quando o atleta for impedido de atuar, por prazo ininterrupto
VXSHULRUD QRYHQWD GLDVHPGHFRUUrQFLDGHDWRRXHYHQWRGHVXD H  PDQWHU FRUSR GH SUR¿VVLRQDLV HVSHFLDOL]DGRV HP IRUPDomR
exclusiva responsabilidade, desvinculado da DWLYLGDGHSUR¿VVLRQDO WHFQLFRGHVSRUWLYD ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
conforme previsto no referido contrato. (Redação dada pela Lei f) ajustar o tempo destinado à efetiva atividade de formação
QžGH  GRDWOHWDQmRVXSHULRUD TXDWUR KRUDVSRUGLDDRVKRUiULRVGR
†ž2FRQWUDWRHVSHFLDOGHWUDEDOKRGHVSRUWLYRGHYHUiFRQWHU FXUUtFXORHVFRODURXGHFXUVRSUR¿VVLRQDOL]DQWHDOpPGHSURSLFLDU-
cláusula expressa reguladora de sua prorrogação automática na -lhe a matrícula escolar, com exigência de frequência e satisfatório
RFRUUrQFLDGDKLSyWHVHSUHYLVWDQR†ž deste artigo. (Incluído pela DSURYHLWDPHQWR ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
/HLQžGH  g) ser a formação do atleta gratuita e a expensas da entidade de
†ž4XDQGRRFRQWUDWRHVSHFLDOGHWUDEDOKRGHVSRUWLYRIRUSRU SUiWLFDGHVSRUWLYD ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
SUD]RLQIHULRUD GR]H PHVHVRDWOHWDSUR¿VVLRQDOWHUiGLUHLWR h) comprovar que participa anualmente de competições organi-
por ocasião da rescisão contratual por culpa da entidade de prática zadas por entidade de administração do desporto em, pelo menos, 2
desportiva empregadora, a tantos doze avos da remuneração mensal (duas) categorias da respectiva modalidade desportiva; e (Incluído
quantos forem os meses da vigência do contrato, referentes a férias, SHOD/HLQžGH 
DERQRGHIpULDVHR GpFLPRWHUFHLUR VDOiULR(Incluído pela Lei i) garantir que o período de seleção não coincida com os horá-
QžGH  ULRVHVFRODUHV ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
†1mRVHDSOLFDPDRFRQWUDWRHVSHFLDOGHWUDEDOKRGHVSRUWLYR † ž $ HQWLGDGH QDFLRQDO GH DGPLQLVWUDomR GR GHVSRUWR
os DUWVHGD&RQVROLGDomRGDV/HLVGR7UDEDOKR&/7DSUR- FHUWL¿FDUi FRPR HQWLGDGH GH SUiWLFD GHVSRUWLYD IRUPDGRUD DTXHOD
YDGDSHOR'HFUHWR/HLQžGHžGHPDLRGH ,QFOXtGR que comprovadamente preencha os requisitos estabelecidos nesta
SHOD/HLQžGH  Lei. 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
$UW$&DUDFWHUL]DVHFRPRDXW{QRPRRDWOHWDPDLRUGH †ž2DWOHWDQmRSUR¿VVLRQDOHPIRUPDomRPDLRUGHTXDWRU]H
(dezesseis) anos que não mantém relação empregatícia com enti- HPHQRUGHYLQWHDQRVGHLGDGHSRGHUiUHFHEHUDX[tOLR¿QDQFHLURGD
dade de prática desportiva, auferindo rendimentos por conta e por entidade de prática desportiva formadora, sob a forma de bolsa de
PHLRGHFRQWUDWRGHQDWXUH]DFLYLO ,QFOXtGRSHOD/HLQž aprendizagem livremente pactuada mediante contrato formal, sem
GH  que seja gerado vínculo empregatício entre as partes.
†ž2YtQFXORGHVSRUWLYRGRDWOHWDDXW{QRPRFRPDHQWLGDGHGH † ž $ HQWLGDGH GH SUiWLFD GHVSRUWLYD IRUPDGRUD IDUi MXV D
prática desportiva resulta de inscrição para participar de competição YDORU LQGHQL]DWyULR VH ¿FDU LPSRVVLELOLWDGD GH DVVLQDU R SULPHLUR
e não implica reconhecimento de relação empregatícia. (Incluído contrato especial de trabalho desportivo por oposição do atleta,
SHOD/HLQžGH  ou quando ele se vincular, sob qualquer forma, a outra entidade de

Didatismo e Conhecimento 19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
prática desportiva, sem autorização expressa da entidade de prática II - a entidade proponente deverá dar conhecimento da propos-
desportiva formadora, atendidas as seguintes condições: (Redação ta à correspondente entidade regional de administração; e (Incluído
GDGDSHOD/HLQžGH  SHOD/HLQžGH 
I - o atleta deverá estar regularmente registrado e não pode ter III - a entidade de prática desportiva formadora poderá, no pra-
sido desligado da entidade de prática desportiva formadora; (Incluí- ]RPi[LPRGH TXLQ]H GLDVDFRQWDUGRUHFHELPHQWRGDSURSRV-
GRSHOD/HLQžGH  ta, comunicar se exercerá o direito de preferência de que trata o §
II - a indenização será limitada ao montante correspondente a žQDVPHVPDVFRQGLo}HVRIHUHFLGDV ,QFOXtGRSHOD/HLQž
 GX]HQWDV YH]HVRVJDVWRVFRPSURYDGDPHQWHHIHWXDGRVFRPD GH 
IRUPDomR GR DWOHWD HVSHFL¿FDGRV QR FRQWUDWR GH TXH WUDWD R † ž †$HQWLGDGHGHDGPLQLVWUDomRGRGHVSRUWRGHYHUiSXEOLFDU
GHVWHDUWLJR ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  RUHFHELPHQWRGDVSURSRVWDVGHTXHWUDWDPRV††žHžQRVVHXV
III - o pagamento do valor indenizatório somente poderá ser PHLRVR¿FLDLVGHGLYXOJDomRQRSUD]RGH FLQFR GLDVFRQWDGRVGD
efetuado por outra entidade de prática desportiva e deverá ser efeti- data do recebimento. ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
vado diretamente à entidade de prática desportiva formadora no pra- †&DVRDHQWLGDGHGHSUiWLFDGHVSRUWLYDIRUPDGRUDRIHUWHDV
]RPi[LPRGH TXLQ]H GLDVFRQWDGRVGDGDWDGDYLQFXODomRGR mesmas condições, e, ainda assim, o atleta se oponha à renovação
atleta à nova entidade de prática desportiva, para efeito de permitir do primeiro contrato especial de trabalho desportivo, ela poderá
novo registro em entidade de administração do desporto. (Incluído exigir da nova entidade de prática desportiva contratante o valor
SHOD/HLQžGH  LQGHQL]DWyULRFRUUHVSRQGHQWHDQRPi[LPR GX]HQWDV YH]HVR
†ž2FRQWUDWRGHIRUPDomRGHVSRUWLYDDTXHVHUHIHUHR†ž valor do salário mensal constante da proposta. (Incluído pela Lei nº
deste artigo deverá incluir obrigatoriamente: (Redação dada pela Lei GH 
QžGH  †$FRQWUDWDomRGRDWOHWDHPIRUPDomRVHUiIHLWDGLUHWDPHQWH
,LGHQWL¿FDomRGDVSDUWHVHGRVVHXVUHSUHVHQWDQWHVOHJDLV 5H- pela entidade de prática desportiva formadora, sendo vedada a sua
GDomRGDGDSHOD/HLQžGH  realização por meio de terceiros. ,QFOXtGR SHOD /HL Qž  GH
,,GXUDomRGRFRQWUDWR 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH  
  †   $ HQWLGDGH GH SUiWLFD GHVSRUWLYD IRUPDGRUD GHYHUi
III - direitos e deveres das partes contratantes, inclusive garantia registrar o contrato de formação desportiva do atleta em formação na
de seguro de vida e de acidentes pessoais para cobrir as atividades entidade de administração da respectiva modalidade desportiva. (In-
GRDWOHWDFRQWUDWDGRH 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH  FOXtGRSHOD/HLQžGH 
,9  HVSHFL¿FDomR GRV LWHQV GH JDVWR SDUD ¿QV GH FiOFXOR GD $UW$6HPSUHTXHRFRUUHUWUDQVIHUrQFLDQDFLRQDOGH¿QLWL-
indenização com a formação desportiva. (Redação dada pela Lei nº YDRXWHPSRUiULDGHDWOHWDSUR¿VVLRQDODWp FLQFRSRUFHQWR GR
GH  valor pago pela nova entidade de prática desportiva serão obrigato-
†ž$HQWLGDGHGHSUiWLFDGHVSRUWLYDIRUPDGRUDHGHWHQWRUDGR riamente distribuídos entre as entidades de práticas desportivas que
primeiro contrato especial de trabalho desportivo com o atleta por contribuíram para a formação do atleta, na proporção de: (Incluído
HOD SUR¿VVLRQDOL]DGR WHUi R GLUHLWR GH SUHIHUrQFLD SDUD D SULPHLUD SHOD/HLQžGH 
UHQRYDomR GHVWH FRQWUDWR FXMR SUD]R QmR SRGHUi VHU VXSHULRU D  , XPSRUFHQWR SDUDFDGDDQRGHIRUPDomRGRDWOHWDGRV
(três) anos, salvo se para equiparação de proposta de terceiro. (Re-  TXDWRU]H DRV GH]HVVHWH DQRVGHLGDGHLQFOXVLYHH ,QFOXt-
GDomRGDGDSHOD/HLQžGH  GRSHOD/HLQžGH 
, 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH  ,, PHLRSRUFHQWR SDUDFDGDDQRGHIRUPDomRGRV
,, 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH  GH]RLWR DRV GH]HQRYH DQRVGHLGDGHLQFOXVLYH ,QFOXtGRSHOD
,,,  5HYRJDGRSHOD/HLQžGH  /HLQžGH 
,9 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH  † ž &DEHUi j HQWLGDGH GH SUiWLFD GHVSRUWLYD FHVVLRQiULD GR
9 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH  atleta reter do valor a ser pago à entidade de prática desportiva
† ž 3DUD DVVHJXUDU VHX GLUHLWR GH SUHIHUrQFLD D HQWLGDGH GH FHGHQWH FLQFRSRUFHQWR GRYDORUDFRUGDGRSDUDDWUDQVIHUrQFLD
prática desportiva formadora e detentora do primeiro contrato distribuindo-os às entidades de prática desportiva que contribuíram
HVSHFLDOGHWUDEDOKRGHVSRUWLYRGHYHUiDSUHVHQWDUDWp TXDUHQWD para a formação do atleta. ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
e cinco) dias antes do término do contrato em curso, proposta ao †ž&RPRH[FHomRjUHJUDHVWDEHOHFLGDQR†ž deste artigo,
DWOHWDGHFXMRWHRUGHYHUiVHUFLHQWL¿FDGDDFRUUHVSRQGHQWHHQWLGDGH caso o atleta se desvincule da entidade de prática desportiva de for-
regional de administração do desporto, indicando as novas condições ma unilateral, mediante pagamento da cláusula indenizatória des-
contratuais e os salários ofertados, devendo o atleta apresentar SRUWLYDSUHYLVWDQRLQFLVR,GRDUWGHVWD/HLFDEHUijHQWLGDGHGH
resposta à entidade de prática desportiva formadora, de cujo teor prática desportiva que recebeu a cláusula indenizatória desportiva
GHYHUiVHUQRWL¿FDGDDUHIHULGDHQWLGDGHGHDGPLQLVWUDomRQRSUD]R GLVWULEXLU FLQFRSRUFHQWR GHWDOPRQWDQWHjVHQWLGDGHVGHSUi-
GH TXLQ]H GLDVFRQWDGRVGDGDWDGRUHFHELPHQWRGDSURSRVWD tica desportiva responsáveis pela formação do atleta. (Incluído pela
sob pena de aceitação tácita. ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  /HLQžGH 
†ž1DKLSyWHVHGHRXWUDHQWLGDGHGHSUiWLFDGHVSRUWLYDUHVROYHU † ž 2 SHUFHQWXDO GHYLGR jV HQWLGDGHV GH SUiWLFD GHVSRUWLYD
oferecer proposta mais vantajosa a atleta vinculado à entidade de formadoras do atleta deverá ser calculado sempre de acordo com
prática desportiva que o formou, deve-se observar o seguinte: (In- certidão a ser fornecida pela entidade nacional de administração
FOXtGRSHOD/HLQžGH  do desporto, e os valores distribuídos proporcionalmente em
I - a entidade proponente deverá apresentar à entidade de prá- DWp  WULQWD  GLDV GD HIHWLYD WUDQVIHUrQFLD FDEHQGROKH H[LJLU R
tica desportiva formadora proposta, fazendo dela constar todas as cumprimento do que dispõe este parágrafo. (Incluído pela Lei nº
FRQGLo}HVUHPXQHUDWyULDV ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  GH 

Didatismo e Conhecimento 20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW2FRQWUDWRGHWUDEDOKRGRDWOHWDSUR¿VVLRQDOWHUiSUD]R GHVSRUWLYDFHGHQWHSDUDTXHUHQGRSXUJDUDPRUDQRSUD]RGH
determinado, com vigência nunca inferior a três meses nem superior (quinze) dias, não se aplicando, nesse caso, o disposto no caput do
a cinco anos. DUWGHVWD/HL 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
3DUiJUDIR~QLFR1mRVHDSOLFDDRFRQWUDWRHVSHFLDOGHWUDEDOKR † ž 2 QmR SDJDPHQWR DR DWOHWD GH VDOiULR H FRQWULEXLo}HV
GHVSRUWLYRGRDWOHWDSUR¿VVLRQDORGLVSRVWRQRVDUWVHGD previstas em lei por parte da entidade de prática desportiva
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto- cessionária, por 2 (dois) meses, implicará a rescisão do contrato de
/HL Qž  GH ž GH PDLR GH  5HGDomR GDGD SHOD /HL Qž empréstimo e a incidência da cláusula compensatória desportiva
GH  nele prevista, a ser paga ao atleta pela entidade de prática desportiva
$UW$HQWLGDGHGHSUiWLFDGHVSRUWLYDHPSUHJDGRUDTXHHV- cessionária. ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
WLYHUFRPSDJDPHQWRGHVDOiULRGHDWOHWDSUR¿VVLRQDOHPDWUDVRQR †ž2FRUUHQGRDUHVFLVmRPHQFLRQDGDQR†žGHVWHDUWLJRR
WRGRRXHPSDUWHSRUSHUtRGRLJXDORXVXSHULRUD WUrV PHVHVWHUi atleta deverá retornar à entidade de prática desportiva cedente para
o contrato especial de trabalho desportivo daquele atleta rescindido, cumprir o antigo contrato especial de trabalho desportivo. (Incluído
¿FDQGRRDWOHWDOLYUHSDUDVHWUDQVIHULUSDUDTXDOTXHURXWUDHQWLGDGH SHOD/HLQžGH 
de prática desportiva de mesma modalidade, nacional ou interna- $UW1DFHVVmRRXWUDQVIHUrQFLDGHDWOHWDSUR¿VVLRQDOSDUD
cional, e exigir a cláusula compensatória desportiva e os haveres entidade de prática desportiva estrangeira observar-se-ão as instru-
GHYLGRV 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH  ções expedidas pela entidade nacional de título.
† ž São entendidos como salário, para efeitos do previsto † ž  $V FRQGLo}HV SDUD WUDQVIHUrQFLD GR DWOHWD SUR¿VVLRQDO
no caputRDERQRGHIpULDVRGpFLPRWHUFHLURVDOiULRDVJUDWL¿FD- para o exterior deverão integrar obrigatoriamente os contratos de
ções, os prêmios e demais verbas inclusas no contrato de trabalho. trabalho entre o atleta e a entidade de prática desportiva brasileira
§ 2º A mora contumaz será considerada também pelo não reco- que o contratou. (Renumerado do Parágrafo Único para †žpela
OKLPHQWRGR)*76HGDVFRQWULEXLo}HVSUHYLGHQFLiULDV /HLQžGH
†ž 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH  § 2º O valor da cláusula indenizatória desportiva internacional
†ž ,QFOXtGRHYHWDGRSHOD/HLQžGH originalmente pactuada entre o atleta e a entidade de prática
$UWeOtFLWRDRDWOHWDSUR¿VVLRQDOUHFXVDUFRPSHWLUSRUHQ- desportiva cedente, independentemente do pagamento da cláusula
tidade de prática desportiva quando seus salários, no todo ou em indenizatória desportiva nacional, será devido a esta pela entidade
parte, estiverem atrasados em dois ou mais meses; de prática desportiva cessionária caso esta venha a concretizar
$UW 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH  WUDQVIHUrQFLDLQWHUQDFLRQDOGRPHVPRDWOHWDHPSUD]RLQIHULRUD
$UW6mRGHYHUHVGDHQWLGDGHGHSUiWLFDGHVSRUWLYDHPSUH- (três) meses, caracterizando o conluio com a entidade de prática
gadora, em especial: desportiva estrangeira. 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
I - registrar o contrato especial de trabalho desportivo do atleta
SUR¿VVLRQDOQDHQWLGDGHGHDGPLQLVWUDomRGDUHVSHFWLYDPRGDOLGDGH $UW$SDUWLFLSDomRGHDWOHWDVSUR¿VVLRQDLVHPVHOHo}HVVHUi
GHVSRUWLYD 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH  estabelecida na forma como acordarem a entidade de administração
II - SURSRUFLRQDUDRVDWOHWDVSUR¿VVLRQDLVDVFRQGLo}HVQHFHV- convocante e a entidade de prática desportiva cedente.
sárias à participação nas competições desportivas, treinos e outras † žA entidade convocadora indenizará a cedente dos encar-
atividades preparatórias ou instrumentais; gos previstos no contrato de trabalho, pelo período em que durar a
,,,VXEPHWHURVDWOHWDVSUR¿VVLRQDLVDRVH[DPHVPpGLFRVHFOt- convocação do atleta, sem prejuízo de eventuais ajustes celebrados
nicos necessários à prática desportiva. entre este e a entidade convocadora.
§ 2º O período de convocação estender-se-á até a reintegração
$UW6mRGHYHUHVGRDWOHWDSUR¿VVLRQDOHPHVSHFLDO do atleta à entidade que o cedeu, apto a exercer sua atividade.
I - participar dos jogos, treinos, estágios e outras sessões prepa-
ratórias de competições com a aplicação e dedicação corresponden- $UW3HUWHQFHjVHQWLGDGHVGHSUiWLFDGHVSRUWLYDRGLUHLWRGH
tes às suas condições psicofísicas e técnicas; arena, consistente na prerrogativa exclusiva de negociar, autorizar
II - preservar as condições físicas que lhes permitam participar RXSURLELUDFDSWDomRD¿[DomRDHPLVVmRDWUDQVPLVVmRDUHWUDQV-
das competições desportivas, submetendo-se aos exames médicos e missão ou a reprodução de imagens, por qualquer meio ou processo,
tratamentos clínicos necessários à prática desportiva; de espetáculo desportivo de que participem. (Redação dada pela Lei
,,,H[HUFLWDUDDWLYLGDGHGHVSRUWLYDSUR¿VVLRQDOGHDFRUGRFRP QžGH 
as regras da respectiva modalidade desportiva e as normas que re- † ž 6DOYR FRQYHQomR FROHWLYD GH WUDEDOKR HP FRQWUiULR 
gem a disciplina e a ética desportivas. (cinco por cento) da receita proveniente da exploração de direitos
desportivos audiovisuais serão repassados aos sindicatos de atletas
$UW 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH SUR¿VVLRQDLV H HVWHV GLVWULEXLUmR HP SDUWHV LJXDLV DRV DWOHWDV
SUR¿VVLRQDLVSDUWLFLSDQWHVGRHVSHWiFXORFRPRSDUFHODGHQDWXUH]D
$UW 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH civil. 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
†ž2GLVSRVWRQHVWHDUWLJRQmRVHDSOLFDjH[LELomRGHÀDJUDQWHV
$UW4XDOTXHUFHVVmRRXWUDQVIHUrQFLDGHDWOHWDSUR¿VVLRQDO GH HVSHWiFXOR RX HYHQWR GHVSRUWLYR SDUD ¿QV H[FOXVLYDPHQWH
RXQmRSUR¿VVLRQDOGHSHQGHGHVXDIRUPDOHH[SUHVVDDQXrQFLD jornalísticos, desportivos ou educativos, respeitadas as seguintes
condições: 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
$UW2DWOHWDFHGLGRWHPSRUDULDPHQWHDRXWUDHQWLGDGHGH ,DFDSWDomRGDVLPDJHQVSDUDDH[LELomRGHÀDJUDQWHGHHV-
prática desportiva que tiver os salários em atraso, no todo ou em petáculo ou evento desportivo dar-se-á em locais reservados, nos
SDUWHSRUPDLVGH GRLV PHVHVQRWL¿FDUiDHQWLGDGHGHSUiWLFD estádios e ginásios, para não detentores de direitos ou, caso não

Didatismo e Conhecimento 21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
disponíveis, mediante o fornecimento das imagens pelo detentor de $UW$$VOLJDVGHVSRUWLYDVDVHQWLGDGHVGHDGPLQLVWUDomR
GLUHLWRVORFDLVSDUDDUHVSHFWLYDPtGLD ,QFOXtGRSHOD/HLQž de desporto e as de prática desportiva envolvidas em qualquer com-
GH  SHWLomRGHDWOHWDVSUR¿VVLRQDLVLQGHSHQGHQWHPHQWHGDIRUPDMXUtGL-
,,DGXUDomRGHWRGDVDVLPDJHQVGRÀDJUDQWHGRHVSHWiFXORRX FDDGRWDGD¿FDPREULJDGDVD
HYHQWRGHVSRUWLYRH[LELGDVQmRSRGHUiH[FHGHU WUrVSRUFHQWR  ,HODERUDUVXDVGHPRQVWUDo}HV¿QDQFHLUDVVHSDUDGDPHQWHSRU
do total do tempo de espetáculo ou evento; (Incluído pela Lei nº atividade econômica, de modo distinto das atividades recreativas e
GH  sociais, nos termos da lei e de acordo com os padrões e critérios es-
III - é proibida a associação das imagens exibidas com base nes- tabelecidos pelo Conselho Federal de Contabilidade, e, após terem
te artigo a qualquer forma de patrocínio, propaganda ou promoção sido submetidas a auditoria independente, providenciar sua publi-
FRPHUFLDO ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  FDomRDWpR~OWLPRGLD~WLOGRPrVGHDEULOGRDQRVXEVHTXHQWHSRU
† ž O espectador pagante, por qualquer meio, de espetáculo SHUtRGRQmRLQIHULRUD WUrV PHVHVHPVtWLRHOHWU{QLFRSUySULRHGD
ou evento desportivo equipara-se, para todos os efeitos legais, ao respectiva entidade de administração ou liga desportiva; (Redação
FRQVXPLGRUQRVWHUPRVGRDUWžGD/HLQžGHGHVHWHPEUR GDGDSHOD/HLQžGH 
GH II - apresentar suas contas juntamente com os relatórios da audi-
toria de que trata o inciso I ao Conselho Nacional do Esporte - CNE,
$UWeYHGDGDDSDUWLFLSDomRHPFRPSHWLo}HVGHVSRUWLYDV VHPSUHTXHIRUHPEHQH¿FLiULDVGHUHFXUVRVS~EOLFRVQDIRUPDGR
SUR¿VVLRQDLVGHDWOHWDVQmRSUR¿VVLRQDLVFRPLGDGHVXSHULRUDYLQWH regulamento.
anos. †žSem prejuízo da aplicação das penalidades previstas na le-
gislação tributária, trabalhista, previdenciária, cambial, e das conse-
$UWeYHGDGDDSUiWLFDGRSUR¿VVLRQDOLVPRHPTXDOTXHU qüentes responsabilidades civil e penal, a infringência a este artigo
modalidade, quando se tratar de: implicará:
I - desporto educacional, seja nos estabelecimentos escolares de I - para as entidades de administração do desporto e ligas des-
žHžJUDXVRXVXSHULRUHV portivas, a inelegibilidade, por dez anos, de seus dirigentes para o
II - desporto militar; desempenho de cargos ou funções eletivas ou de livre nomeação,
HPTXDLVTXHUGDVHQWLGDGHVRXyUJmRVUHIHULGRVQRSDUiJUDIR~QLFR
III - menores até a idade de dezesseis anos completos.
GRDUWGHVWD/HL
II - para as entidades de prática desportiva, a inelegibilidade,
$UW$VHQWLGDGHVGHSUiWLFDGHVSRUWLYDVmRREULJDGDVDFRQ-
por cinco anos, de seus dirigentes para cargos ou funções eletivas
tratar seguro de vida e de acidentes pessoais, vinculado à atividade
ou de livre nomeação em qualquer entidade ou empresa direta ou
GHVSRUWLYDSDUDRVDWOHWDVSUR¿VVLRQDLVFRPRREMHWLYRGHFREULURV
LQGLUHWDPHQWHYLQFXODGDjVFRPSHWLo}HVSUR¿VVLRQDLVGDUHVSHFWLYD
ULVFRVDTXHHOHVHVWmRVXMHLWRV 5HGDomRGDGDSHOD/HLQž
modalidade desportiva.
GH 
§ 2º $V HQWLGDGHV TXH YLRODUHP R GLVSRVWR QHVWH DUWLJR ¿FDP
†ž$LPSRUWkQFLDVHJXUDGDGHYHJDUDQWLUDRDWOHWDSUR¿VVLRQDO ainda sujeitas:
RXDREHQH¿FLiULRSRUHOHLQGLFDGRQRFRQWUDWRGHVHJXURRGLUHLWRD I - ao afastamento de seus dirigentes; e
indenização mínima correspondente ao valor anual da remuneração II - à nulidade de todos os atos praticados por seus dirigentes
pactuada. ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  em nome da entidade, após a prática da infração, respeitado o direito
§ 2º A entidade de prática desportiva é responsável pelas GHWHUFHLURVGHERDIp 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
despesas médico-hospitalares e de medicamentos necessários †žOs dirigentes de que trata o § 2º serão sempre:
DR UHVWDEHOHFLPHQWR GR DWOHWD HQTXDQWR D VHJXUDGRUD QmR ¿]HU R I - o presidente da entidade, ou aquele que lhe faça as vezes; e
SDJDPHQWRGDLQGHQL]DomRDTXHVHUHIHUHR†ž deste artigo. (In- II - o dirigente que praticou a infração ainda que por omissão.
FOXtGRSHOD/HLQžGH  †ž ,QFOXtGRHYHWDGRSHOD/HLQžGH
$UW$RHVWUDQJHLURDWOHWDSUR¿VVLRQDOGHPRGDOLGDGHGHV- CAPÍTULO VI
SRUWLYDUHIHULGRQRLQFLVR9GRDUWGD/HLQžGHGH DA ORDEM DESPORTIVA
DJRVWRGHSRGHUiVHUFRQFHGLGRYLVWRREVHUYDGDVDVH[LJrQ-
FLDVGDOHJLVODomRHVSHFt¿FDSRUSUD]RQmRH[FHGHQWHD FLQFR  $UW1RkPELWRGHVXDVDWULEXLo}HVRV&RPLWrV2OtPSLFRH
DQRVHFRUUHVSRQGHQWHjGXUDomR¿[DGDQRUHVSHFWLYRFRQWUDWRHVSH- Paraolímpico Brasileiros e as entidades nacionais de administração
FLDOGHWUDEDOKRGHVSRUWLYRSHUPLWLGDXPD~QLFDUHQRYDomR 5HGD- do desporto têm competência para decidir, de ofício ou quando lhes
omRGDGDSHOD/HLQžGH  IRUHPVXEPHWLGDVSHORVVHXV¿OLDGRVDVTXHVW}HVUHODWLYDVDRFXP-
† ž e YHGDGD D SDUWLFLSDomR GH DWOHWD GH QDFLRQDOLGDGH primento das normas e regras de prática desportiva.
estrangeira como integrante de equipe de competição de entidade de
SUiWLFDGHVSRUWLYDQDFLRQDOQRVFDPSHRQDWRVR¿FLDLVTXDQGRRYLVWR $UW&RPRREMHWLYRGHPDQWHUDRUGHPGHVSRUWLYDRUHV-
de trabalho temporário recair na hipótese do LQFLVR,,,GRDUWGD peito aos atos emanados de seus poderes internos, poderão ser apli-
/HLQžGHGHDJRVWRGH 5HGDomRGDGDSHOD/HLQž cadas, pelas entidades de administração do desporto e de prática
GH  desportiva, as seguintes sanções:
§ 2º A entidade de administração do desporto será obrigada a I - advertência;
exigir da entidade de prática desportiva o comprovante do visto de II - censura escrita;
trabalho do atleta de nacionalidade estrangeira fornecido pelo Mi- III - multa;
nistério do Trabalho e Emprego, sob pena de cancelamento da ins- IV - suspensão;
FULomRGHVSRUWLYD 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH  9GHV¿OLDomRRXGHVYLQFXODomR

Didatismo e Conhecimento 22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
†žA aplicação das sanções previstas neste artigo não prescin- $UW1R6XSHULRU7ULEXQDOGH-XVWLoD'HVSRUWLYDSDUDMXO-
de do processo administrativo no qual sejam assegurados o contra- gamento envolvendo competições interestaduais ou nacionais, e
ditório e a ampla defesa. nos Tribunais de Justiça Desportiva, funcionarão tantas Comissões
§ 2º As penalidades de que tratam os incisos IV e V deste arti- 'LVFLSOLQDUHVTXDQWDVVH¿]HUHPQHFHVViULDVFRPSRVWDVFDGDTXDO
JRVRPHQWHSRGHUmRVHUDSOLFDGDVDSyVGHFLVmRGH¿QLWLYDGD-XVWLoD GH FLQFR PHPEURVTXHQmRSHUWHQoDPDRVUHIHULGRVyUJmRVMXGL-
Desportiva. cantes, mas sejam por estes escolhidos. (Redação dada pela Lei nº
GH 
CAPÍTULO VII †ž(VETADO)
DA JUSTIÇA DESPORTIVA § 2º A Comissão Disciplinar aplicará sanções em procedimento
sumário, assegurados a ampla defesa e o contraditório.
$UW$-XVWLoD'HVSRUWLYDDTXHVHUHIHUHPRV††že 2o do †žDas decisões da Comissão Disciplinar caberá recurso ao
DUWGD&RQVWLWXLomR)HGHUDOHRDUWGD/HLQo GHGH Tribunal de Justiça Desportiva e deste ao Superior Tribunal de Jus-
DEULOGHUHJXODVHSHODVGLVSRVLo}HVGHVWH&DStWXOR tiça Desportiva, nas hipóteses previstas nos respectivos Códigos de
Justiça Desportiva.
$UW$RUJDQL]DomRRIXQFLRQDPHQWRHDVDWULEXLo}HVGD †žO recurso ao qual se refere o parágrafo anterior será recebi-
Justiça Desportiva, limitadas ao processo e julgamento das infra- do e processado com efeito suspensivo quando a penalidade exceder
o}HVGLVFLSOLQDUHVHjVFRPSHWLo}HVGHVSRUWLYDVVHUmRGH¿QLGRVQRV de duas partidas consecutivas ou quinze dias.
Códigos de Justiça Desportiva, facultando-se às ligas constituir seus
próprios órgãos judicantes desportivos, com atuação restrita às suas $UW  2 PHPEUR GR7ULEXQDO GH -XVWLoD 'HVSRUWLYD H[HUFH
FRPSHWLo}HV 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH  IXQomRFRQVLGHUDGDGHUHOHYDQWHLQWHUHVVHS~EOLFRHVHQGRVHUYLGRU
† žAs transgressões relativas à disciplina e às competições S~EOLFRWHUiDERQDGDVVXDVIDOWDVFRPSXWDQGRVHFRPRGHHIHWLYR
desportivas sujeitam o infrator a: exercício a participação nas respectivas sessões.
I - advertência;
II - eliminação; $UW  2 6XSHULRU 7ULEXQDO GH -XVWLoD 'HVSRUWLYD H RV 7UL-
III - exclusão de campeonato ou torneio;
bunais de Justiça Desportiva serão compostos por nove membros,
IV - indenização;
sendo:
V - interdição de praça de desportos;
I - dois indicados pela entidade de administração do desporto;
VI - multa;
II - dois indicados pelas entidades de prática desportiva que par-
VII - perda do mando do campo;
WLFLSHPGHFRPSHWLo}HVR¿FLDLVGDGLYLVmRSULQFLSDO
VIII - perda de pontos;
III - dois advogados com notório saber jurídico desportivo, in-
IX - perda de renda;
dicados pela Ordem dos Advogados do Brasil;
X - suspensão por partida;
XI - suspensão por prazo. ,9 XP UHSUHVHQWDQWHGRViUELWURVLQGLFDGRSHODUHVSHFWLYD
§ 2º As penas disciplinares não serão aplicadas aos menores de HQWLGDGHGHFODVVH 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
quatorze anos. V - 2 (dois) representantes dos atletas, indicados pelas respecti-
† žAs penas pecuniárias não serão aplicadas a atletas não- YDVHQWLGDGHVVLQGLFDLV 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
SUR¿VVLRQDLV †ž(Revogado).
†žCompete às entidades de administração do desporto pro- § 2º O mandato dos membros dos Tribunais de Justiça Des-
mover o custeio do funcionamento dos órgãos da Justiça Desportiva portiva terá duração máxima de quatro anos, permitida apenas uma
que funcionem junto a si. recondução.
† ž e YHGDGR DRV GLULJHQWHV GHVSRUWLYRV GDV HQWLGDGHV GH
$UW2GLVSRVWRQHVWD/HLVREUH-XVWLoD'HVSRUWLYDQmRVH administração e das entidades de prática o exercício de cargo ou
aplica aos Comitês Olímpico e Paraolímpico Brasileiros. função na Justiça Desportiva, exceção feita aos membros dos
conselhos deliberativos das entidades de prática desportiva.
$UW2VyUJmRVLQWHJUDQWHVGD-XVWLoD'HVSRUWLYDVmRDXW{QR- †žOs membros dos Tribunais de Justiça Desportiva poderão
mos e independentes das entidades de administração do desporto de ser bacharéis em Direito ou pessoas de notório saber jurídico, e de
cada sistema, compondo-se do Superior Tribunal de Justiça Despor- conduta ilibada.
tiva, funcionando junto às entidades nacionais de administração do †ž 9(7$'2  ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
desporto; dos Tribunais de Justiça Desportiva, funcionando junto às
entidades regionais da administração do desporto, e das Comissões CAPÍTULO VIII
Disciplinares, com competência para processar e julgar as questões DOS RECURSOS PARA O DESPORTO
previstas nos Códigos de Justiça Desportiva, sempre assegurados a
ampla defesa e o contraditório. $UW2VUHFXUVRVQHFHVViULRVDRIRPHQWRGDVSUiWLFDVGHV-
†ž6HPSUHMXt]RGRGLVSRVWRQHVWHDUWLJRDVGHFLV}HV¿QDLV SRUWLYDVIRUPDLVHQmRIRUPDLVDTXHVHUHIHUHRDUWGD&RQVWL-
dos Tribunais de Justiça Desportiva são impugnáveis nos termos tuição Federal serão assegurados em programas de trabalho especí-
gerais do direito, respeitados os pressupostos processuais estabele- ¿FRVFRQVWDQWHVGRVRUoDPHQWRVGD8QLmRGRV(VWDGRVGR'LVWULWR
cidos nos ††žHžGRDUWGD&RQVWLWXLomR)HGHUDO. Federal e dos Municípios, além dos provenientes de:
§ 2º O recurso ao Poder Judiciário não prejudicará os efeitos I - fundos desportivos;
desportivos validamente produzidos em conseqüência da decisão II - receitas oriundas de concursos de prognósticos;
proferida pelos Tribunais de Justiça Desportiva. III - doações, patrocínios e legados;

Didatismo e Conhecimento 23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
IV - prêmios de concursos de prognósticos da Loteria Esportiva ,RVSURJUDPDVHSURMHWRVGHVHQYROYLGRVSRUHQWLGDGHEHQH¿-
Federal não reclamados nos prazos regulamentares; FLDGD ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
9LQFHQWLYRV¿VFDLVSUHYLVWRVHPOHL ,,RVYDORUHVJDVWRV ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
VI – dois por cento da arrecadação bruta dos concursos de prog- ,,,RVFULWpULRVGHHVFROKDGHFDGDEHQH¿FLiULRHVXDUHVSHFWLYD
nósticos e loterias federais e similares cuja realização estiver sujeita SUHVWDomRGHFRQWDV ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
a autorização federal, deduzindo-se este valor do montante destina- †ž2VUHFXUVRVFLWDGRVQR†žVHUmRJHULGRVGLUHWDPHQWHSHOR
GRDRVSUrPLRV 9LGH'HFUHWRQžGH Comitê Olímpico Brasileiro - COB e pelo Comitê Paraolímpico
9,,RXWUDVIRQWHV 5HQXPHUDGRSHOD/DLQžGH Brasileiro - CPB, ou de forma descentralizada em conjunto com as
9,,, XPVH[WR GRVUHFXUVRVGHVWLQDGRVDR0LQLVWpULRGRV entidades nacionais de administração ou de prática do desporto. (In-
(VSRUWHVDTXHVHUHIHUHRLQFLVR,,GRDUWžGHVWD/HLFDOFXODGR FOXtGRSHOD/HLQžGH 
após deduzida a fração prevista no § 2º do referido artigo. (Incluído †2VUHFXUVRV¿QDQFHLURVGHTXHWUDWDRLQFLVR9,,,VHUmR
SHOD/HLQžGH  repassados à Confederação Brasileira de Clubes - CBC e destinados
†ž'RWRWDOGHUHFXUVRV¿QDQFHLURVUHVXOWDQWHVGRSHUFHQWXDOGH ~QLFD H H[FOXVLYDPHQWH SDUD D IRUPDomR GH DWOHWDV ROtPSLFRV H
TXHWUDWDRLQFLVR9,GRFDSXW RLWHQWDHFLQFRSRUFHQWR VHUmR paraolímpicos, devendo ser observado o conjunto de normas
GHVWLQDGRV DR &RPLWr 2OtPSLFR %UDVLOHLUR  &2% H  TXLQ]H aplicáveis à celebração de convênios pela União. (Incluído pela Lei
por cento) ao Comitê Paraolímpico Brasileiro - CPB, devendo ser QžGH 
observado, em ambos os casos, o conjunto de normas aplicáveis $UW$eFRQGLomRSDUDRUHFHELPHQWRGRVUHFXUVRVS~EOL-
à celebração de convênios pela União. (Redação dada pela Lei nº cos federais que as entidades nominadas nos incisos I, II e III do pa-
GH  UiJUDIR~QLFRGRDUWGHVWD/HLFHOHEUHPFRQWUDWRGHGHVHPSHQKR
§ 2º Dos totais dos recursos correspondentes ao Comitê com o Ministério do Esporte, na forma do regulamento. (Incluído
Olímpico Brasileiro - COB, ao Comitê Paraolímpico Brasileiro - SHOD/HLQžGH 
CPB e à Confederação Brasileira de Clubes - CBC: (Redação dada † ž (QWHQGHVH SRU FRQWUDWR GH GHVHPSHQKR R LQVWUXPHQWR
SHOD/HLQžGH  ¿UPDGRHQWUHR0LQLVWpULRGR(VSRUWHHDVHQWLGDGHVGHTXHWUDWDR
, GH]SRUFHQWR VHUmRGHVWLQDGRVDRGHVSRUWRHVFRODU FDSXWFRPYLVWDVQRIRPHQWRS~EOLFRHQDH[HFXomRGHDWLYLGDGHV
relacionadas ao Plano Nacional do Desporto, mediante cumprimento
HPSURJUDPDomRGH¿QLGDFRQMXQWDPHQWHFRPD&RQIHGHUDomR%UD-
de metas de desempenho. ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
sileira do Desporto Escolar - CBDE;
§ 2º São cláusulas essenciais do contrato de desempenho: (In-
,, FLQFRSRUFHQWR VHUmRGHVWLQDGRVDRGHVSRUWRXQLYHUVL-
FOXtGRSHOD/HLQžGH 
WiULRHPSURJUDPDomRGH¿QLGDFRQMXQWDPHQWHFRPD&RQIHGHUDomR
,DGRREMHWRTXHFRQWHUiDHVSHFL¿FDomRGRSURJUDPDGHWUD-
Brasileira do Desporto Universitário - CBDU.
EDOKRSURSRVWRSHODHQWLGDGH ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
† ž 2V UHFXUVRV D TXH VH UHIHUH R LQFLVR 9, VHUmR H[FOXVLYD
II - a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingi-
e integralmente aplicados em programas e projetos de fomento,
dos e dos respectivos prazos de execução ou cronograma; (Incluído
desenvolvimento e manutenção do desporto, de formação de
SHOD/HLQžGH 
recursos humanos, de preparação técnica, manutenção e locomoção III - a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação
de atletas, bem como sua participação em eventos desportivos. (Re- de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de resulta-
GDomRGDGDSHOD/HLQžGH  GR ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
, 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH  IV - a que estabelece as obrigações da entidade, entre as quais
,, 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH  a de apresentar ao Ministério do Esporte, ao término de cada exercí-
†ž2VUHFXUVRVGHTXHWUDWDR†žVHUmRGLVSRQLEL]DGRVDRV cio, relatório sobre a execução do seu objeto, contendo comparativo
EHQH¿FLiULRV QR SUD]R GH  GH]  GLDV ~WHLV D FRQWDU GD GDWD GH HVSHFt¿FRGDVPHWDVSURSRVWDVFRPRVUHVXOWDGRVDOFDQoDGRVDFRP-
ocorrência de cada sorteio, conforme disposto em regulamento. (Re- panhado de prestação de contas dos gastos e receitas efetivamente
GDomRGDGDSHOD/HLQžGH  UHDOL]DGRV ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
† ž 'RV SURJUDPDV H SURMHWRV UHIHULGRV QR † ž VHUi GDGD V - a que estabelece a obrigatoriedade de apresentação de regu-
ciência ao Ministério da Educação e ao Ministério do Esporte. (Re- lamento próprio contendo os procedimentos que adotará para a con-
GDomRGDGDSHOD/HLQžGH  tratação de obras e serviços, bem como para compras com emprego
†ž&DEHDR7ULEXQDOGH&RQWDVGD8QLmR¿VFDOL]DUDDSOLFDomR GHUHFXUVRVSURYHQLHQWHVGRSRGHUS~EOLFRREVHUYDGRVRVSULQFtSLRV
dos recursos repassados ao Comitê Olímpico Brasileiro - COB, ao HVWDEHOHFLGRVQRLQFLVR,GRDUW%GHVWD/HL ,QFOXtGRSHOD/HL
Comitê Paraolímpico Brasileiro - CPB e à Confederação Brasileira QžGH 
de Clubes - CBC em decorrência desta Lei. (Redação dada pela Lei 9,DGHSXEOLFDomRQR'LiULR2¿FLDOGD8QLmRGHVHXH[WUDWRH
QžGH  GHGHPRQVWUDWLYRGDVXDH[HFXomRItVLFDH¿QDQFHLUDFRQIRUPHPR-
†ž20LQLVWpULRGR(VSRUWHGHYHUiDFRPSDQKDURVSURJUDPDV GHORVLPSOL¿FDGRHVWDEHOHFLGRQRUHJXODPHQWRGHVWD/HLFRQWHQGR
H SURMHWRV UHIHULGRV QR † ž GHVWH DUWLJR H DSUHVHQWDU DQXDOPHQWH os dados principais da documentação obrigatória referida no inciso
relatório da aplicação dos recursos, que deverá ser aprovado pelo V, sob pena de não liberação dos recursos nele previstos. (Incluído
&RQVHOKR1DFLRQDOGR(VSRUWHVRESHQDGHDHQWLGDGHEHQH¿FLDGD SHOD/HLQžGH 
não receber os recursos no ano subsequente. (Incluído pela Lei nº † ž$ FHOHEUDomR GR FRQWUDWR GH GHVHPSHQKR FRQGLFLRQDVH
GH  à aprovação do Ministério do Esporte quanto ao alinhamento e à
†ž2UHODWyULRDTXHVHUHIHUHR†žGHVWHDUWLJRVHUiSXEOLFDGR compatibilidade entre o programa de trabalho apresentado pela
no sítio do Ministério do Esporte na internet, do qual constarão: (In- entidade e o Plano Nacional do Desporto. (Incluído pela Lei nº
FOXtGRSHOD/HLQžGH  GH 

Didatismo e Conhecimento 24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
† ž 2 FRQWUDWR GH GHVHPSHQKR VHUi DFRPSDQKDGR GH SODQR $UW&$VHQWLGDGHVLQWHUHVVDGDVHP¿UPDURFRQWUDWRGH
estratégico de aplicação de recursos, considerando o ciclo olímpico desempenho deverão formular requerimento escrito ao Ministério
RXSDUDROtPSLFRGH TXDWUR DQRVHPTXHGHYHUmRconstar a estra- do Esporte, instruído com cópias autenticadas dos seguintes docu-
tégia de base, as diretrizes, os objetivos, os indicadores e as metas a PHQWRV ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
VHUHPDWLQJLGDV ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  ,HVWDWXWRUHJLVWUDGRHPFDUWyULR ,QFOXtGRSHOD/HLQž
† ž 3DUD HIHLWR GHVWD /HL FLFOR ROtPSLFR H SDUDROtPSLFR p R GH 
SHUtRGR GH  TXDWUR  DQRV FRPSUHHQGLGR HQWUH D UHDOL]DomR GH  II - ata de eleição de sua atual diretoria; (Incluído pela Lei nº
(dois) Jogos Olímpicos ou 2 (dois) Jogos Paraolímpicos, de verão GH 
ou de inverno, ou o que restar até a realização dos próximos Jogos III - balanço patrimonial e demonstração do resultado do exer-
Olímpicos ou Jogos Paraolímpicos. ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH FtFLR ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
  ,9LQVFULomRQR&DGDVWUR*HUDOGH&RQWULEXLQWHVH ,QFOXtGR
†ž$YHUL¿FDomRGRFXPSULPHQWRGRVWHUPRVGRFRQWUDWRGH SHOD/HLQžGH 
desempenho será de responsabilidade do Ministério do Esporte. (In- 9  FRPSURYDomR GD UHJXODULGDGH MXUtGLFD H ¿VFDO ,QFOXtGR
FOXtGRSHOD/HLQžGH  SHOD/HLQžGH 
†ž20LQLVWpULRGR(VSRUWHSRGHUiGHVLJQDUFRPLVVmRWpFQLFD $UW&RQVWLWXLUmRUHFXUVRVSDUDDDVVLVWrQFLDVRFLDOHHGX-
de acompanhamento e avaliação do cumprimento dos termos do FDFLRQDODRVDWOHWDVSUR¿VVLRQDLVDRVH[DWOHWDVHDRVDWOHWDVHPIRU-
contrato de desempenho, que emitirá parecer sobre os resultados PDomRRVUHFROKLGRV 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
DOFDQoDGRVHPVXEVtGLRDRVSURFHVVRVGH¿VFDOL]DomRHSUHVWDomRGH I - diretamente para a federação das associações de atletas pro-
contas dos resultados do contrato sob sua responsabilidade perante ¿VVLRQDLV)$$3HTXLYDOHQWHVD 5HGDomRGDGDSHOD/HLQž
os órgãos de controle interno e externo do Poder Executivo. (Incluí- GH 
GRSHOD/HLQžGH  D  FLQFRGpFLPRVSRUFHQWR GRYDORUFRUUHVSRQGHQWHj
†ž2GHVFXPSULPHQWRLQMXVWL¿FDGRGDVFOiXVXODVGRFRQWUDWR parcela ou parcelas que compõem o salário mensal, nos termos do
de desempenho é condição para a sua rescisão por parte do Ministério FRQWUDWRGRDWOHWDSUR¿VVLRQDOSHUWHQFHQWHDR6LVWHPD%UDVLOHLURGR
do Esporte, sem prejuízo das medidas administrativas cabíveis. (In- Desporto, a serem pagos mensalmente pela entidade de prática des-
FOXtGRSHOD/HLQžGH 
SRUWLYDFRQWUDWDQWHH ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
†ž&ySLDVDXWrQWLFDVLQWHJUDLVGRVFRQWUDWRVGHGHVHPSHQKR
E  RLWRGpFLPRVSRUFHQWR GRYDORUFRUUHVSRQGHQWHjV
celebrados entre o Ministério do Esporte e as entidades nominadas
transferências nacionais e internacionais, a serem pagos pela enti-
QRVLQFLVRV,,,H,,,GRSDUiJUDIR~QLFRGRDUWGHVWD/HLVHUmR
GDGHGHSUiWLFDGHVSRUWLYDFHGHQWHH ,QFOXtGRSHOD/HLQž
GLVSRQLELOL]DGDVQDSiJLQDHOHWU{QLFDR¿FLDOGDTXHOH0LQLVWpULR(In-
GH 
FOXtGRSHOD/HLQžGH 
,,GLUHWDPHQWHSDUDD)HGHUDomR1DFLRQDOGRV$WOHWDV3UR¿V-
$UW%6HPSUHMXt]RGHRXWUDVQRUPDVDSOLFiYHLVDUHSDV-
VLRQDLVGH)XWHERO)(1$3$)HTXLYDOHQWHVD GRLVGpFLPRV
se de recursos para a assinatura do contrato de desempenho será
H[LJLGRGDVHQWLGDGHVEHQH¿FLDGDVTXHVHMDPUHJLGDVSRUHVWDWXWRV por cento) do valor correspondente às transferências nacionais e in-
cujas normas disponham expressamente sobre: (Incluído pela Lei nº ternacionais de atletas da modalidade de futebol, a serem pagos no
GH  ato do recebimento pela entidade de prática desportiva cedente; (Re-
,  REVHUYkQFLD GRV SULQFtSLRV GD OHJDOLGDGH LPSHVVRDOLGDGH GDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
PRUDOLGDGHSXEOLFLGDGHHFRQRPLFLGDGHHGDH¿FLrQFLD ,QFOXtGR ,,, 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH 
SHOD/HLQžGH  ,9 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH 
II - adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e † ž $ HQWLGDGH UHVSRQViYHO SHOR UHJLVWUR GH WUDQVIHUrQFLDV
VX¿FLHQWHVDFRLELUDREWHQomRGHIRUPDLQGLYLGXDORXFROHWLYDGH GH DWOHWD SUR¿VVLRQDO GH HQWLGDGH GH SUiWLFD GHVSRUWLYD SDUD RXWUD
benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação deverá exigir, sob pena de sua não efetivação, além dos documentos
QRUHVSHFWLYRSURFHVVRGHFLVyULR ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH QHFHVViULRV R FRPSURYDQWH GR UHFROKLPHQWR GRV YDORUHV ¿[DGRV
  neste artigo. ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
,,,FRQVWLWXLomRGHFRQVHOKR¿VFDORXyUJmRHTXLYDOHQWHGRWD- § 2º Os recursos de que trata este artigo serão integralmente
do de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho aplicados em conformidade com programa de assistência social e
¿QDQFHLURHFRQWiELOHVREUHDVRSHUDo}HVSDWULPRQLDLVUHDOL]DGDV educacional, previamente aprovado pelas entidades de que tratam
emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade; (In- os incisos I e II deste artigo, nos termos dos seus estatutos. (Incluído
FOXtGRSHOD/HLQžGH  SHOD/HLQžGH 
IV - prestação de contas a serem observadas pela entidade, que
GHWHUPLQDUmRQRPtQLPR ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  $UW 9(7$'2
D  D REVHUYkQFLD GRV SULQFtSLRV IXQGDPHQWDLV GH FRQWDELOLGD-
de e das normas brasileiras de contabilidade; (Incluído pela Lei nº CAPÍTULO IX
GH  DO BINGO
E TXHVHGrSXEOLFLGDGHSRUTXDOTXHUPHLRH¿FD]QRHQFHUUD-
PHQWRGRH[HUFtFLR¿VFDODRUHODWyULRGHDWLYLGDGHVHGDVGHPRQV- $UW 5HYRJDGR
WUDo}HV¿QDQFHLUDVGDHQWLGDGHLQFOXLQGRVHDVFHUWLG}HVQHJDWLYDV $UW 5HYRJDGR
de débitos com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e com $UW 5HYRJDGR
R)XQGRGH*DUDQWLDGR7HPSRGH6HUYLoR)*76FRORFDQGRRVj $UW 5HYRJDGR
disposição para exame de qualquer cidadão. (Incluído pela Lei nº $UW 5HYRJDGR
GH  $UW 5HYRJDGR

Didatismo e Conhecimento 25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW 5HYRJDGR 3DUiJUDIR~QLFR$VHPSUHVDVGHWHOHYLVmRGHFRPXPDFRUGR
$UW 5HYRJDGR ou por rodízio, ou por arbitramento, resolverão como cumprir o dis-
$UW 5HYRJDGR posto neste artigo, caso nenhuma delas se interesse pela transmis-
$UW 5HYRJDGR são. O órgão competente fará o arbitramento.
$UW 5HYRJDGR
$UW 5HYRJDGR $UW2VVLVWHPDVGHHQVLQRGD8QLmRGRV(VWDGRVGR'LV-
$UW 5HYRJDGR trito Federal e dos Municípios, bem como as instituições de ensino
$UW 5HYRJDGR VXSHULRUGH¿QLUmRQRUPDVHVSHFt¿FDVSDUDYHUL¿FDomRGRUHQGLPHQ-
$UW 5HYRJDGR to e o controle de freqüência dos estudantes que integrarem repre-
$UW 5HYRJDGR sentação desportiva nacional, de forma a harmonizar a atividade
$UW 5HYRJDGR desportiva com os interesses relacionados ao aproveitamento e à
$UW 5HYRJDGR promoção escolar.
$UW 5HYRJDGR
$UW 5HYRJDGR $UWeLQVWLWXtGRR'LDGR'HVSRUWRDVHUFRPHPRUDGRQR
$UW 5HYRJDGR GLDGHMXQKR'LD0XQGLDOGR'HVSRUWR2OtPSLFR
$UW 5HYRJDGR
$UW 5HYRJDGR $UW $ GHQRPLQDomR H RV VtPERORV GH HQWLGDGH GH DGPL-
nistração do desporto ou prática desportiva, bem como o nome ou
CAPÍTULO X DSHOLGRGHVSRUWLYRGRDWOHWDSUR¿VVLRQDOVmRGHSURSULHGDGHH[FOX-
DISPOSIÇÕES GERAIS siva dos mesmos, contando com a proteção legal, válida para todo
o território nacional, por tempo indeterminado, sem necessidade de
$UW2VGLULJHQWHVXQLGDGHVRXyUJmRVGHHQWLGDGHVGHDG- registro ou averbação no órgão competente.
ministração do desporto, inscritas ou não no registro de comércio, 3DUiJUDIR~QLFR$JDUDQWLDOHJDORXWRUJDGDjVHQWLGDGHVHDRV
QmRH[HUFHPIXQomRGHOHJDGDSHOR3RGHU3~EOLFRQHPVmRFRQVLGH- atletas referidos neste artigo permite-lhes o uso comercial de sua
UDGDVDXWRULGDGHVS~EOLFDVSDUDRVHIHLWRVGHVWD/HL denominação, símbolos, nomes e apelidos.

$UW$$VHQWLGDGHVGHSUiWLFDGHVSRUWLYDGHSDUWLFLSDomR $UW$2GLUHLWRDRXVRGDLPDJHPGRDWOHWDSRGHVHUSRU
RX GH UHQGLPHQWR SUR¿VVLRQDO RX QmR SUR¿VVLRQDO SURPRYHUmR ele cedido ou explorado, mediante ajuste contratual de natureza ci-
REULJDWRULDPHQWHH[DPHVSHULyGLFRVSDUDDYDOLDUDVD~GHGRVDWOH- YLO H FRP ¿[DomR GH GLUHLWRV GHYHUHV H FRQGLo}HV LQFRQIXQGtYHLV
WDVQRVWHUPRVGDUHJXODPHQWDomR ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH com o contrato especial de trabalho desportivo. (Incluído pela Lei
 QžGH 

$UW$VHQWLGDGHVGHVSRUWLYDVLQWHUQDFLRQDLVFRPVHGHSHU- $UW2ViUELWURVHDX[LOLDUHVGHDUELWUDJHPSRGHUmRFRQVWL-
PDQHQWH RX WHPSRUiULD QR 3DtV UHFHEHUmR GRV SRGHUHV S~EOLFRV R tuir entidades nacionais, estaduais e do Distrito Federal, por moda-
mesmo tratamento dispensado às entidades nacionais de adminis- lidade desportiva ou grupo de modalidades, objetivando o recruta-
tração do desporto. mento, a formação e a prestação de serviços às entidades de admi-
QLVWUDomRGRGHVSRUWR 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH 
$UW  6HUi FRQVLGHUDGR FRPR HIHWLYR H[HUFtFLR SDUD WRGRV 3DUiJUDIR~QLFR,QGHSHQGHQWHPHQWHGDFRQVWLWXLomRGHVRFLH-
RV HIHLWRV OHJDLV R SHUtRGR HP TXH R DWOHWD VHUYLGRU S~EOLFR FLYLO dade ou entidades, os árbitros e seus auxiliares não terão qualquer
RXPLOLWDUGD$GPLQLVWUDomR3~EOLFDGLUHWDLQGLUHWDDXWiUTXLFDRX vínculo empregatício com as entidades desportivas diretivas onde
fundacional, estiver convocado para integrar representação nacional atuarem, e sua remuneração como autônomos exonera tais entida-
em treinamento ou competição desportiva no País ou no exterior. des de quaisquer outras responsabilidades trabalhistas, securitárias
† ž 2 SHUtRGR GH FRQYRFDomR VHUi GH¿QLGR SHOD HQWLGDGH e previdenciárias.
nacional de administração da respectiva modalidade desportiva,
cabendo a esta ou aos Comitês Olímpico ou Paraolímpico Brasileiros $UW  (P FDPSHRQDWRV RX WRUQHLRV UHJXODUHV FRP PDLV GH
fazer a devida comunicação e solicitar ao Ministério do Esporte a uma divisão, as entidades de administração do desporto determi-
competente liberação do afastamento do atleta, árbitro e assistente, narão em seus regulamentos o princípio do acesso e do descenso,
cabendo ao referido Ministério comunicar a ocorrência ao órgão de observado sempre o critério técnico.
origem do servidor ou militar. 5HGDomRGDGDSHOD/HLQž
GH  $UW$$VHQWLGDGHVUHVSRQViYHLVSHODRUJDQL]DomRGHFRP-
§ 2º 2GLVSRVWRQHVWHDUWLJRDSOLFDVHWDPEpPDRVSUR¿VVLRQDLV SHWLo}HV GHVSRUWLYDV SUR¿VVLRQDLV GHYHUmR GLVSRQLELOL]DU HTXLSHV
especializados e dirigentes, quando indispensáveis à composição da para atendimento de emergências entre árbitros e atletas, nos termos
delegação. GDUHJXODPHQWDomR ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH

$UW$7RGRVRVMRJRVGDVVHOHo}HVEUDVLOHLUDVGHIXWHERO $UWeYHGDGRDRVDGPLQLVWUDGRUHVHPHPEURVGHFRQVHOKR
HPFRPSHWLo}HVR¿FLDLVGHYHUmRVHUH[LELGRVSHORPHQRVHPXPD ¿VFDOGHHQWLGDGHGHSUiWLFDGHVSRUWLYDRH[HUFtFLRGHFDUJRRXIXQ-
rede nacional de televisão aberta, com transmissão ao vivo, inclu- ção em entidade de administração do desporto.
sive para as cidades brasileiras nas quais os mesmos estejam sendo
realizados. $UW$ ,QFOXtGRHYHWDGRSHOD/HLQžGH

Didatismo e Conhecimento 26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW% ,QFOXtGRHYHWDGRSHOD/HLQžGH $UW6mRUHYRJDGRVDSDUWLUGDYLJrQFLDGRGLVSRVWRQR§
2 o GRDUWGHVWD/HLRVLQFLVRV,,H9HRV††žHžGRDUWž
$UW&$VSDUWHVLQWHUHVVDGDVSRGHUmRYDOHUVHGDDUELWUD- RVDUWVžžHR§ 2ºGRDUWRSDUiJUDIR~QLFRGRDUW
gem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponí- HRVDUWVHGD/HLQo GHGHVHWHPEURGHVmR
veis, vedada a apreciação de matéria referente à disciplina e à com- revogadas, a partir da data de publicação desta Lei, as Leis noV
SHWLomRGHVSRUWLYD ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  GHGHMXOKRGHHGHGHGH]HPEURGH
3DUiJUDIR~QLFR$DUELWUDJHPGHYHUiHVWDUSUHYLVWDHPDFRUGR %UDVtOLDGHPDUoRGHo GD,QGHSHQGrQFLDHo da
ou convenção coletiva de trabalho e só poderá ser instituída após a 5HS~EOLFD
FRQFRUGkQFLDH[SUHVVDGHDPEDVDVSDUWHVPHGLDQWHFOiXVXODFRP- FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
SURPLVVyULDRXFRPSURPLVVRDUELWUDO ,QFOXtGRSHOD/HLQž Iris Rezende
GH  Pedro Malan
Paulo Renato Souza
$UW'2VDWOHWDVSUR¿VVLRQDLVSRGHUmRVHUUHSUHVHQWDGRV Paulo Paiva
em juízo por suas entidades sindicais em ações relativas aos contra- Reinhold Stephanes
tos especiais de trabalho desportivo mantidos com as entidades de Edson Arantes do Nascimento
SUiWLFDGHVSRUWLYD ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  (VWHWH[WRQmRVXEVWLWXLRSXEOLFDGRQR'28GH

$UW(2GLVSRVWRQR†žGRDUWTXDQGRKRXYHUYtQFXOR LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996.


empregatício aplica-se aos integrantes da comissão técnica e da área (Vide Adin 3324-7, de 2005)
GHVD~GH ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH  (Vide Decreto nº 3.860, de 2001)
(Vide Lei nº 10.870, de 2004)
$UW)2VSUR¿VVLRQDLVFUHGHQFLDGRVSHODV$VVRFLDo}HVGH (Vide Lei nº 12.061, de 2009)
Cronistas Esportivos quando em serviço têm acesso a praças, está- Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
dios e ginásios desportivos em todo o território nacional, obrigando-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
-se a ocupar locais a eles reservados pelas respectivas entidades de
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
DGPLQLVWUDomRGRGHVSRUWR ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH 
TÍTULO I
CAPÍTULO XI
DA EDUCAÇÃO
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
$UWž$HGXFDomRDEUDQJHRVSURFHVVRVIRUPDWLYRVTXHVHGH-
$UW$WpDHGLomRGRV&yGLJRVGD-XVWLoDGRV'HVSRUWRV3UR-
senvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho,
¿VVLRQDLVH1mR3UR¿VVLRQDLVFRQWLQXDPHPYLJRURVDWXDLV&yGL- nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e or-
gos, com as alterações constantes desta Lei. ganizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
†ž(VWD/HLGLVFLSOLQDDHGXFDomRHVFRODUTXHVHGHVHQYROYH
$UW2VDWXDLVDWOHWDVSUR¿VVLRQDLVGHIXWHEROGHTXDOTXHU predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.
idade, que, na data de entrada em vigor desta Lei, estiverem com § 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do
passe livre, permanecerão nesta situação, e a rescisão de seus con- trabalho e à prática social.
WUDWRVGHWUDEDOKRGDUVHiQRVWHUPRVGRVDUWVHGD&/7
TÍTULO II
$UW2GLVSRVWRQRDUW§ 2º, desta Lei somente produzirá DOS PRINCÍPIOS E FINS DA EDUCAÇÃO NACIONAL
HIHLWRV MXUtGLFRV D SDUWLU GH  GH PDUoR GH  UHVSHLWDGRV RV
direitos adquiridos decorrentes dos contratos de trabalho e vínculos Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos
GHVSRUWLYRVGHDWOHWDVSUR¿VVLRQDLVSDFWXDGRVFRPEDVHQDOHJLVOD- princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem
ção anterior. SRU¿QDOLGDGHRSOHQRGHVHQYROYLPHQWRGRHGXFDQGRVHXSUHSDUR
3DUiJUDIR~QLFR 9(7$'2  SDUDRH[HUFtFLRGDFLGDGDQLDHVXDTXDOL¿FDomRSDUDRWUDEDOKR

$UW2GLVSRVWRQžVDUWV$$ $UWž2HQVLQRVHUiPLQLVWUDGRFRPEDVHQRVVHJXLQWHVSULQ-
HQž†žGRDUWGHVWD/HLVHUiREULJDWyULRH[FOXVLYDPHQWHSDUD cípios:
DWOHWDV H HQWLGDGHV GH SUiWLFD SUR¿VVLRQDO GD PRGDOLGDGH GH IXWH- I - igualdade de condições para o acesso e permanência na es-
bol. 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH  cola;
3DUiJUDIR~QLFReIDFXOWDGRjVGHPDLVPRGDOLGDGHVGHVSRUWL- II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultu-
vas adotar os preceitos constantes dos dispositivos referidos no ca- ra, o pensamento, a arte e o saber;
put deste artigo. III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
,9UHVSHLWRjOLEHUGDGHHDSUHoRjWROHUkQFLD
$UW$23RGHU([HFXWLYRUHJXODPHQWDUiRGLVSRVWRQHVWD 9FRH[LVWrQFLDGHLQVWLWXLo}HVS~EOLFDVHSULYDGDVGHHQVLQR
Lei, inclusive a distribuição dos recursos, gradação das multas e os 9,JUDWXLGDGHGRHQVLQRS~EOLFRHPHVWDEHOHFLPHQWRVR¿FLDLV
procedimentos de sua aplicação. 9,,YDORUL]DomRGRSUR¿VVLRQDOGDHGXFDomRHVFRODU
9,,,JHVWmRGHPRFUiWLFDGRHQVLQRS~EOLFRQDIRUPDGHVWD/HL
$UW(VWD/HLHQWUDHPYLJRUQDGDWDGHVXDSXEOLFDomR e da legislação dos sistemas de ensino;

Didatismo e Conhecimento 27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
IX - garantia de padrão de qualidade; ,,ID]HUOKHVDFKDPDGDS~EOLFD
X - valorização da experiência extra-escolar; III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à es-
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práti- cola.
cas sociais. † ž (P WRGDV DV HVIHUDV DGPLQLVWUDWLYDV R 3RGHU 3~EOLFR
XII - consideração com a diversidade étnico-racial. (Incluído assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório, nos
SHOD/HLQžGH termos deste artigo, contemplando em seguida os demais níveis e
modalidades de ensino, conforme as prioridades constitucionais e
TÍTULO III legais.
DO DIREITO À EDUCAÇÃO E DO DEVER DE EDUCAR †ž4XDOTXHUGDVSDUWHVPHQFLRQDGDVQRcaput deste artigo tem
legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, na hipótese do § 2º
$UWž2GHYHUGR(VWDGRFRPHGXFDomRHVFRODUS~EOLFDVHUi GRDUWGD&RQVWLWXLomR)HGHUDO, sendo gratuita e de rito sumário
efetivado mediante a garantia de: a ação judicial correspondente.
,HGXFDomREiVLFDREULJDWyULDHJUDWXLWDGRV TXDWUR DRV † ž &RPSURYDGD D QHJOLJrQFLD GD DXWRULGDGH FRPSHWHQWH
(dezessete) anos de idade, organizada da seguinte forma: (Redação para garantir o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser
GDGDSHOD/HLQžGH imputada por crime de responsabilidade.
D SUpHVFROD ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH †ž3DUDJDUDQWLURFXPSULPHQWRGDREULJDWRULHGDGHGHHQVLQR
E HQVLQRIXQGDPHQWDO ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH R3RGHU3~EOLFRFULDUiIRUPDVDOWHUQDWLYDVGHDFHVVRDRVGLIHUHQWHV
F HQVLQRPpGLR ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH níveis de ensino, independentemente da escolarização anterior.
,,HGXFDomRLQIDQWLOJUDWXLWDjVFULDQoDVGHDWp FLQFR DQRV
GHLGDGH 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH $UWž É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula
III - atendimento educacional especializado gratuito aos edu- GDV FULDQoDV QD HGXFDomR EiVLFD D SDUWLU GRV  TXDWUR  DQRV GH
FDQGRV FRP GH¿FLrQFLD WUDQVWRUQRV JOREDLV GR GHVHQYROYLPHQWR idade. 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH
e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis,
etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensi- $UWž2HQVLQRpOLYUHjLQLFLDWLYDSULYDGDDWHQGLGDVDVVHJXLQ-
QR 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH tes condições:
,9DFHVVRS~EOLFRHJUDWXLWRDRVHQVLQRVIXQGDPHQWDOHPpGLR I - cumprimento das normas gerais da educação nacional e do
para todos os que não os concluíram na idade própria; (Redação respectivo sistema de ensino;
GDGDSHOD/HLQžGH II - autorização de funcionamento e avaliação de qualidade pelo
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da 3RGHU3~EOLFR
criação artística, segundo a capacidade de cada um; ,,,  FDSDFLGDGH GH DXWR¿QDQFLDPHQWR UHVVDOYDGR R SUHYLVWR
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições QRDUWGD&RQVWLWXLomR)HGHUDO
do educando;
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, TÍTULO IV
com características e modalidades adequadas às suas necessidades e DA ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NACIONAL
disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as con-
dições de acesso e permanência na escola; $UWž$8QLmRRV(VWDGRVR'LVWULWR)HGHUDOHRV0XQLFtSLRV
VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educa- organizarão, em regime de colaboração, os respectivos sistemas de
ção básica, por meio de programas suplementares de material didá- ensino.
WLFRHVFRODUWUDQVSRUWHDOLPHQWDomRHDVVLVWrQFLDjVD~GH 5HGDomR † ž &DEHUi j 8QLmR D FRRUGHQDomR GD SROtWLFD QDFLRQDO GH
GDGDSHOD/HLQžGH educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo
,;SDGU}HVPtQLPRVGHTXDOLGDGHGHHQVLQRGH¿QLGRVFRPRD função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais
variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensá- LQVWkQFLDVHGXFDFLRQDLV
veis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. § 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos
;±YDJDQDHVFRODS~EOLFDGHHGXFDomRLQIDQWLORXGHHQVLQR termos desta Lei.
fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a partir
GRGLDHPTXHFRPSOHWDU TXDWUR DQRVGHLGDGH ,QFOXtGRSHOD/HL $UWž$8QLmRLQFXPELUVHiGH
QžGH  I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
$UWž2DFHVVRjHGXFDomREiVLFDREULJDWyULDpGLUHLWRS~EOLFR ,,RUJDQL]DUPDQWHUHGHVHQYROYHURVyUJmRVHLQVWLWXLo}HVR¿-
subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação ciais do sistema federal de ensino e o dos Territórios;
comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra ,,,SUHVWDUDVVLVWrQFLDWpFQLFDH¿QDQFHLUDDRV(VWDGRVDR'LV-
OHJDOPHQWH FRQVWLWXtGD H DLQGD R 0LQLVWpULR 3~EOLFR DFLRQDU R trito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus siste-
SRGHUS~EOLFRSDUDH[LJLOR 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH mas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória,
 exercendo sua função redistributiva e supletiva;
†ž2SRGHUS~EOLFRQDHVIHUDGHVXDFRPSHWrQFLDIHGHUDWLYD IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Fe-
deverá: 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH deral e os Municípios, competências e diretrizes para a educação
I - recensear anualmente as crianças e adolescentes em idade es- infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os
colar, bem como os jovens e adultos que não concluíram a educação FXUUtFXORVHVHXVFRQWH~GRVPtQLPRVGHPRGRDDVVHJXUDUIRUPDomR
EiVLFD 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH básica comum;

Didatismo e Conhecimento 28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação; mente as necessidades de sua área de competência e com recursos
VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Fe-
escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração deral à manutenção e desenvolvimento do ensino.
FRPRVVLVWHPDVGHHQVLQRREMHWLYDQGRDGH¿QLomRGHSULRULGDGHVH VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede munici-
a melhoria da qualidade do ensino; pal.
VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós- 3DUiJUDIR~QLFR2V0XQLFtSLRVSRGHUmRRSWDUDLQGDSRUVH
-graduação; integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sis-
VIII - assegurar processo nacional de avaliação das instituições WHPD~QLFRGHHGXFDomREiVLFD
de educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem
responsabilidade sobre este nível de ensino; $UW2VHVWDEHOHFLPHQWRVGHHQVLQRUHVSHLWDGDVDVQRUPDV
IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
os estabelecimentos do seu sistema de ensino. (Vide Lei nº
,,DGPLQLVWUDUVHXSHVVRDOHVHXVUHFXUVRVPDWHULDLVH¿QDQ-
GH
ceiros;
†ž1DHVWUXWXUDHGXFDFLRQDOKDYHUiXP&RQVHOKR1DFLRQDO
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula
de Educação, com funções normativas e de supervisão e atividade
estabelecidas;
permanente, criado por lei.
§ 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada
União terá acesso a todos os dados e informações necessários de docente;
todos os estabelecimentos e órgãos educacionais. V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor ren-
† ž $V DWULEXLo}HV FRQVWDQWHV GR LQFLVR ,; SRGHUmR VHU dimento;
delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando pro-
instituições de educação superior. cessos de integração da sociedade com a escola;
9,,  LQIRUPDU SDL H PmH FRQYLYHQWHV RX QmR FRP VHXV ¿-
$UW2V(VWDGRVLQFXPELUVHmRGH lhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e
,RUJDQL]DUPDQWHUHGHVHQYROYHURVyUJmRVHLQVWLWXLo}HVR¿- rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta
ciais dos seus sistemas de ensino; pedagógica da escola;
,,GH¿QLUFRPRV0XQLFtSLRVIRUPDVGHFRODERUDomRQDRIHUWD 9,,, ± QRWL¿FDU DR &RQVHOKR 7XWHODU GR 0XQLFtSLR DR MXL]
do ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição pro- competente da Comarca e ao respectivo representante do Minis-
porcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser WpULR3~EOLFRDUHODomRGRVDOXQRVTXHDSUHVHQWHPTXDQWLGDGHGH
DWHQGLGDHRVUHFXUVRV¿QDQFHLURVGLVSRQtYHLVHPFDGDXPDGHVVDV faltas acima de cinqüenta por cento do percentual permitido em lei.
HVIHUDVGR3RGHU3~EOLFR
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em $UW2VGRFHQWHVLQFXPELUVHmRGH
FRQVRQkQFLDFRPDVGLUHWUL]HVHSODQRVQDFLRQDLVGHHGXFDomRLQWH- I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabe-
grando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios; lecimento de ensino;
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta
respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e pedagógica do estabelecimento de ensino;
os estabelecimentos do seu sistema de ensino; III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
V - baixar normas complementares para o seu sistema de en- IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de
sino; menor rendimento;
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além
o ensino médio a todos que o demandarem, respeitado o disposto no
de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamen-
DUWGHVWD/HL
WRjDYDOLDomRHDRGHVHQYROYLPHQWRSUR¿VVLRQDO
VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual.
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com
3DUiJUDIR~QLFR$R'LVWULWR)HGHUDODSOLFDUVHmRDVFRPSHWrQ-
as famílias e a comunidade.
cias referentes aos Estados e aos Municípios.

$UW2V0XQLFtSLRVLQFXPELUVHmRGH $UW2VVLVWHPDVGHHQVLQRGH¿QLUmRDVQRUPDVGDJHVWmR
,RUJDQL]DUPDQWHUHGHVHQYROYHURVyUJmRVHLQVWLWXLo}HVR¿- GHPRFUiWLFDGRHQVLQRS~EOLFRQDHGXFDomREiVLFDGHDFRUGRFRP
ciais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
educacionais da União e dos Estados; ,SDUWLFLSDomRGRVSUR¿VVLRQDLVGDHGXFDomRQDHODERUDomR
II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas; do projeto pedagógico da escola;
III - baixar normas complementares para o seu sistema de en- II - participação das comunidades escolar e local em conse-
sino; lhos escolares ou equivalentes.
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos
do seu sistema de ensino; $UW2VVLVWHPDVGHHQVLQRDVVHJXUDUmRjVXQLGDGHVHVFR-
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, ODUHV S~EOLFDV GH HGXFDomR EiVLFD TXH RV LQWHJUDP SURJUHVVLYRV
com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em ou- JUDXVGHDXWRQRPLDSHGDJyJLFDHDGPLQLVWUDWLYDHGHJHVWmR¿QDQ-
tros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plena- FHLUDREVHUYDGDVDVQRUPDVJHUDLVGHGLUHLWR¿QDQFHLURS~EOLFR

Didatismo e Conhecimento 29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW2VLVWHPDIHGHUDOGHHQVLQRFRPSUHHQGH CAPÍTULO II
I - as instituições de ensino mantidas pela União; DA EDUCAÇÃO BÁSICA
II - as instituições de educação superior criadas e mantidas pela
iniciativa privada; SEÇÃO I
III - os órgãos federais de educação. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

$UW2VVLVWHPDVGHHQVLQRGRV(VWDGRVHGR'LVWULWR)HGHUDO $UW$HGXFDomREiVLFDWHPSRU¿QDOLGDGHVGHVHQYROYHUR
compreendem: educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o
I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Po- exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no traba-
GHU3~EOLFRHVWDGXDOHSHOR'LVWULWR)HGHUDO lho e em estudos posteriores.
II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder
3~EOLFRPXQLFLSDO
$UW  $ HGXFDomR EiVLFD SRGHUi RUJDQL]DUVH HP VpULHV
III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas e
mantidas pela iniciativa privada; DQXDLVSHUtRGRVVHPHVWUDLVFLFORVDOWHUQkQFLDUHJXODUGHSHUtRGRV
IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, res- de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência
pectivamente. e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre
3DUiJUDIR~QLFR1R'LVWULWR)HGHUDODVLQVWLWXLo}HVGHHGXFD- que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.
ção infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, integram seu †ž$HVFRODSRGHUiUHFODVVL¿FDURVDOXQRVLQFOXVLYHTXDQGRVH
sistema de ensino. tratar de transferências entre estabelecimentos situados no País e no
exterior, tendo como base as normas curriculares gerais.
$UW2VVLVWHPDVPXQLFLSDLVGHHQVLQRFRPSUHHQGHP § 2º O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades
I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação locais, inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo
LQIDQWLOPDQWLGDVSHOR3RGHU3~EOLFRPXQLFLSDO VLVWHPDGHHQVLQRVHPFRPLVVRUHGX]LURQ~PHURGHKRUDVOHWLYDV
II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela previsto nesta Lei.
iniciativa privada;
III – os órgãos municipais de educação. $UW $ HGXFDomR EiVLFD QRV QtYHLV IXQGDPHQWDO H PpGLR
será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:
$UW$VLQVWLWXLo}HVGHHQVLQRGRVGLIHUHQWHVQtYHLVFODVVL¿- I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distri-
cam-se nas seguintes categorias administrativas:
buídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar,
,S~EOLFDVDVVLPHQWHQGLGDVDVFULDGDVRXLQFRUSRUDGDVPDQ-
H[FOXtGRRWHPSRUHVHUYDGRDRVH[DPHV¿QDLVTXDQGRKRXYHU
WLGDVHDGPLQLVWUDGDVSHOR3RGHU3~EOLFR
II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por ,,DFODVVL¿FDomRHPTXDOTXHUVpULHRXHWDSDH[FHWRDSULPHLUD
pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. do ensino fundamental, pode ser feita:
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamen-
$UW$VLQVWLWXLo}HVSULYDGDVGHHQVLQRVHHQTXDGUDUmRQDV to, a série ou fase anterior, na própria escola;
seguintes categorias: b) por transferência, para candidatos procedentes de outras es-
I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as que são colas;
instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas c) independentemente de escolarização anterior, mediante ava-
de direito privado que não apresentem as características dos incisos OLDomRIHLWDSHODHVFRODTXHGH¿QDRJUDXGHGHVHQYROYLPHQWRHH[-
abaixo; periência do candidato e permita sua inscrição na série ou etapa ade-
II - comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por quada, conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino;
grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, in- III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por
FOXVLYHFRRSHUDWLYDVHGXFDFLRQDLVVHP¿QVOXFUDWLYRVTXHLQFOXDP série, o regimento escolar pode admitir formas de progressão par-
na sua entidade mantenedora representantes da comunidade; cial, desde que preservada a seqüência do currículo, observadas as
III - confessionais, assim entendidas as que são instituídas por normas do respectivo sistema de ensino;
grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de sé-
DWHQGHPDRULHQWDomRFRQIHVVLRQDOHLGHRORJLDHVSHFt¿FDVHDRGLV- ries distintas, com níveis equivalentes de adiantamento na matéria,
posto no inciso anterior;
para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes
,9¿ODQWUySLFDVQDIRUPDGDOHL
curriculares;
TÍTULO V 9DYHUL¿FDomRGRUHQGLPHQWRHVFRODUREVHUYDUiRVVHJXLQWHV
DOS NÍVEIS E DAS MODALIDADES DE EDUCAÇÃO critérios:
E ENSINO a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno,
com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e
CAPÍTULO I dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas
DA COMPOSIÇÃO DOS NÍVEIS ESCOLARES ¿QDLV
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atra-
$UW$HGXFDomRHVFRODUFRPS}HVHGH so escolar;
I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino fun- c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante ve-
damental e ensino médio; UL¿FDomRGRDSUHQGL]DGR
II - educação superior. d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;

Didatismo e Conhecimento 30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência $UW$1RVHVWDEHOHFLPHQWRVGHHQVLQRIXQGDPHQWDOHGH
paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento es- HQVLQRPpGLRS~EOLFRVHSULYDGRVWRUQDVHREULJDWyULRRHVWXGRGD
colar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus história e cultura afro-brasileira e indígena.
regimentos; † ž  2 FRQWH~GR SURJUDPiWLFR D TXH VH UHIHUH HVWH DUWLJR
9,RFRQWUROHGHIUHTrQFLD¿FDDFDUJRGDHVFRODFRQIRUPH incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a
o disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos,
ensino, exigida a freqüência mínima de setenta e cinco por cento do tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos
total de horas letivas para aprovação; negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos esco- brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional,
ODUHVGHFODUDo}HVGHFRQFOXVmRGHVpULHHGLSORPDVRXFHUWL¿FDGRV resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e
GHFRQFOXVmRGHFXUVRVFRPDVHVSHFL¿FDo}HVFDEtYHLV política, pertinentes à história do Brasil.
†ž2VFRQWH~GRVUHIHUHQWHVjKLVWyULDHFXOWXUDDIUREUDVLOHLUD
$UW6HUiREMHWLYRSHUPDQHQWHGDVDXWRULGDGHVUHVSRQViYHLV H GRV SRYRV LQGtJHQDV EUDVLOHLURV VHUmR PLQLVWUDGRV QR kPELWR GH
DOFDQoDUUHODomRDGHTXDGDHQWUHRQ~PHURGHDOXQRVHRSURIHVVRUD todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística
carga horária e as condições materiais do estabelecimento. e de literatura e história brasileiras.
3DUiJUDIR~QLFR&DEHDRUHVSHFWLYRVLVWHPDGHHQVLQRjYLVWD
das condições disponíveis e das características regionais e locais, $UW2VFRQWH~GRVFXUULFXODUHVGDHGXFDomREiVLFDREVHUYD-
HVWDEHOHFHUSDUkPHWURSDUDDWHQGLPHQWRGRGLVSRVWRQHVWHDUWLJR rão, ainda, as seguintes diretrizes:
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos di-
$UW2VFXUUtFXORVGDHGXFDomRLQIDQWLOGRHQVLQRIXQGD- reitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem
mental e do ensino médio devem ter base nacional comum, a ser democrática;
complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabeleci- II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em
PHQWRHVFRODUSRUXPDSDUWHGLYHUVL¿FDGDH[LJLGDSHODVFDUDFWHUtV- cada estabelecimento;
ticas regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos III - orientação para o trabalho;
HGXFDQGRV 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas des-
† ž 2V FXUUtFXORV D TXH VH UHIHUH R caput devem abranger, portivas não-formais.
obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática,
o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e $UW1DRIHUWDGHHGXFDomREiVLFDSDUDDSRSXODomRUXUDO
política, especialmente do Brasil. os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua
§ 2º O ensino da arte, especialmente em suas expressões adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, espe-
regionais, constituirá componente curricular obrigatório nos diversos cialmente:
níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento ,FRQWH~GRVFXUULFXODUHVHPHWRGRORJLDVDSURSULDGDVjVUHDLV
cultural dos alunos. 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH necessidades e interesses dos alunos da zona rural;
†žA educação física, integrada à proposta pedagógica da es- II - organização escolar própria, incluindo adequação do calen-
cola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo dário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas;
sua prática facultativa ao aluno: III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis ho-
ras; SEÇÃO II
II – maior de trinta anos de idade; DA EDUCAÇÃO INFANTIL
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em
situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; $UW$HGXFDomRLQIDQWLOSULPHLUDHWDSDGDHGXFDomREiVL-
IV – amparado pelo Decreto-Lei no GHGHRXWXEURGH FDWHPFRPR¿QDOLGDGHRGHVHQYROYLPHQWRLQWHJUDOGDFULDQoDGH
 DWp FLQFR DQRVHPVHXVDVSHFWRVItVLFRSVLFROyJLFRLQWHOHFWXDO
V – (VETADO) e social, complementando a ação da família e da comunidade. (Re-
VI – que tenha prole. GDomRGDGDSHOD/HLQžGH
† ž 2 HQVLQR GD +LVWyULD GR %UDVLO OHYDUi HP FRQWD DV
contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do $UW$HGXFDomRLQIDQWLOVHUiRIHUHFLGDHP
povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três
européia. anos de idade;
† ž 1D SDUWH GLYHUVL¿FDGD GR FXUUtFXOR VHUi LQFOXtGR ,,SUpHVFRODVSDUDDVFULDQoDVGH TXDWUR D FLQFR DQRV
obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo menos GHLGDGH 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH
XPD OtQJXD HVWUDQJHLUD PRGHUQD FXMD HVFROKD ¿FDUi D FDUJR GD
comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição. $UW  $ HGXFDomR LQIDQWLO VHUi RUJDQL]DGD GH DFRUGR FRP
† ž  $ P~VLFD GHYHUi VHU FRQWH~GR REULJDWyULR PDV QmR DVVHJXLQWHVUHJUDVFRPXQV 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH
exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2º deste artigo. 
†ž2VFXUUtFXORVGRHQVLQRIXQGDPHQWDOHPpGLRGHYHPLQFOXLU I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desen-
os princípios da proteção e defesa civil e a educação ambiental de volvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para
IRUPDLQWHJUDGDDRVFRQWH~GRVREULJDWyULRV(Incluído pela Lei nº R DFHVVR DR HQVLQR IXQGDPHQWDO ,QFOXtGR SHOD /HL Qž  GH
GH 

Didatismo e Conhecimento 31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
,,FDUJDKRUiULDPtQLPDDQXDOGH RLWRFHQWDV KRUDVGLVWUL- †ž2VVLVWHPDVGHHQVLQRUHJXODPHQWDUmRRVSURFHGLPHQWRV
EXtGDSRUXPPtQLPRGH GX]HQWRV GLDVGHWUDEDOKRHGXFDFLR- SDUDDGH¿QLomRGRVFRQWH~GRVGRHQVLQRUHOLJLRVRHHVWDEHOHFHUmRDV
QDO ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH normas para a habilitação e admissão dos professores.
,,,  DWHQGLPHQWR j FULDQoD GH QR PtQLPR  TXDWUR  KRUDV § 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída
GLiULDVSDUDRWXUQRSDUFLDOHGH VHWH KRUDVSDUDDMRUQDGDLQWH- SHODV GLIHUHQWHV GHQRPLQDo}HV UHOLJLRVDV SDUD D GH¿QLomR GRV
JUDO ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH FRQWH~GRVGRHQVLQRUHOLJLRVRª
IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-
HVFRODUH[LJLGDDIUHTXrQFLDPtQLPDGH VHVVHQWDSRUFHQWR  $UW$MRUQDGDHVFRODUQRHQVLQRIXQGDPHQWDOLQFOXLUiSHOR
GRWRWDOGHKRUDV ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo pro-
V - expedição de documentação que permita atestar os proces- gressivamente ampliado o período de permanência na escola.
sos de desenvolvimento e aprendizagem da criança. (Incluído pela †ž6mRUHVVDOYDGRVRVFDVRVGRHQVLQRQRWXUQRHGDVIRUPDV
/HLQžGH alternativas de organização autorizadas nesta Lei.
§ 2º O ensino fundamental será ministrado progressivamente
em tempo integral, a critério dos sistemas de ensino.
SEÇÃO III
DO ENSINO FUNDAMENTAL
SEÇÃO IV
DO ENSINO MÉDIO
$UW2HQVLQRIXQGDPHQWDOREULJDWyULRFRPGXUDomRGH
QRYH DQRVJUDWXLWRQDHVFRODS~EOLFDLQLFLDQGRVHDRV VHLV DQRV $UW2HQVLQRPpGLRHWDSD¿QDOGDHGXFDomREiVLFDFRP
de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: GXUDomRPtQLPDGHWUrVDQRVWHUiFRPR¿QDOLGDGHV
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos ad-
meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; quiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema po- estudos;
lítico, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educan-
a sociedade; do, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo FRP ÀH[LELOLGDGH D QRYDV FRQGLo}HV GH RFXSDomR RX DSHUIHLoRD-
em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação mento posteriores;
de atitudes e valores; III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, in-
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de so- cluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelec-
OLGDULHGDGHKXPDQDHGHWROHUkQFLDUHFtSURFDHPTXHVHDVVHQWDD tual e do pensamento crítico;
vida social. ,9  D FRPSUHHQVmR GRV IXQGDPHQWRV FLHQWt¿FRWHFQROyJLFRV
† ž e IDFXOWDGR DRV VLVWHPDV GH HQVLQR GHVGREUDU R HQVLQR dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no
fundamental em ciclos. ensino de cada disciplina.
§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por
série podem adotar no ensino fundamental o regime de progressão $UW2FXUUtFXORGRHQVLQRPpGLRREVHUYDUiRGLVSRVWRQD
continuada, sem prejuízo da avaliação do processo de ensino- Seção I deste Capítulo e as seguintes diretrizes:
aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do
ensino. VLJQL¿FDGRGDFLrQFLDGDVOHWUDVHGDVDUWHVRSURFHVVRKLVWyULFRGH
†ž2HQVLQRIXQGDPHQWDOUHJXODUVHUiPLQLVWUDGRHPOtQJXD transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como
portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a utilização de instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício
suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. da cidadania;
† ž 2 HQVLQR IXQGDPHQWDO VHUi SUHVHQFLDO VHQGR R HQVLQR D II - adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimu-
lem a iniciativa dos estudantes;
GLVWkQFLDXWLOL]DGRFRPRFRPSOHPHQWDomRGDDSUHQGL]DJHPRXHP
III - será incluída uma língua estrangeira moderna, como disci-
situações emergenciais.
plina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segun-
†ž2FXUUtFXORGRHQVLQRIXQGDPHQWDOLQFOXLUiREULJDWRULD-
da, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição.
PHQWH FRQWH~GR TXH WUDWH GRV GLUHLWRV GDV FULDQoDV H GRV DGROHV-
,9±VHUmRLQFOXtGDVD)LORVR¿DHD6RFLRORJLDFRPRGLVFLSOLQDV
FHQWHVWHQGRFRPRGLUHWUL]D/HLQRGHGHMXOKRGH obrigatórias em todas as séries do ensino médio.
que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, observada a †ž2VFRQWH~GRVDVPHWRGRORJLDVHDVIRUPDVGHDYDOLDomR
produção e distribuição de material didático adequado. VHUmR RUJDQL]DGRV GH WDO IRUPD TXH DR ¿QDO GR HQVLQR PpGLR R
†ž2HVWXGRVREUHRVVtPERORVQDFLRQDLVVHUiLQFOXtGRFRPR educando demonstre:
tema transversal nos currículos do ensino fundamental. (Incluído ,GRPtQLRGRVSULQFtSLRVFLHQWt¿FRVHWHFQROyJLFRVTXHSUHVL-
SHOD/HLQžGH  dem a produção moderna;
,,FRQKHFLPHQWRGDVIRUPDVFRQWHPSRUkQHDVGHOLQJXDJHP
$UW2HQVLQRUHOLJLRVRGHPDWUtFXODIDFXOWDWLYDpSDUWHLQ- III (Revogado)
tegrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos § 2º (Revogado)
KRUiULRVQRUPDLVGDVHVFRODVS~EOLFDVGHHQVLQRIXQGDPHQWDODVVH- † ž 2V FXUVRV GR HQVLQR PpGLR WHUmR HTXLYDOrQFLD OHJDO H
gurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas habilitarão ao prosseguimento de estudos.
quaisquer formas de proselitismo. †ž 5HYRgado)

Didatismo e Conhecimento 32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
SEÇÃO IV-A †ž2VVLVWHPDVGHHQVLQRDVVHJXUDUmRJUDWXLWDPHQWHDRVMR-
DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE vens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade
NÍVEL MÉDIO regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as
características do alunado, seus interesses, condições de vida e de
$UW$6HPSUHMXt]RGRGLVSRVWRQD6HomR,9GHVWH&DStWX- trabalho, mediante cursos e exames.
lo, o ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá †ž23RGHU3~EOLFRYLDELOL]DUiHHVWLPXODUiRDFHVVRHDSHU-
SUHSDUiORSDUDRH[HUFtFLRGHSUR¿VV}HVWpFQLFDV manência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e
3DUiJUDIR~QLFR$SUHSDUDomRJHUDOSDUDRWUDEDOKRHIDFXOWD- complementares entre si.
WLYDPHQWHDKDELOLWDomRSUR¿VVLRQDOSRGHUmRVHUGHVHQYROYLGDVQRV †ž$HGXFDomRGHMRYHQVHDGXOWRVGHYHUiDUWLFXODUVHSUH-
próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com IHUHQFLDOPHQWHFRPDHGXFDomRSUR¿VVLRQDOQDIRUPDGRUHJXOD-
LQVWLWXLo}HVHVSHFLDOL]DGDVHPHGXFDomRSUR¿VVLRQDO mento.

$UW%$HGXFDomRSUR¿VVLRQDOWpFQLFDGHQtYHOPpGLRVHUi $UW2VVLVWHPDVGHHQVLQRPDQWHUmRFXUVRVHH[DPHVVX-
desenvolvida nas seguintes formas: pletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo,
I - articulada com o ensino médio; habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular.
II - subseqüente, em cursos destinados a quem já tenha concluí- †ž2VH[DPHVDTXHVHUHIHUHHVWHDUWLJRUHDOL]DUVHmR
do o ensino médio. I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maio-
3DUiJUDIR~QLFR$HGXFDomRSUR¿VVLRQDOWpFQLFDGHQtYHOPp- res de quinze anos;
dio deverá observar: II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de
,RVREMHWLYRVHGH¿QLo}HVFRQWLGRVQDVGLUHWUL]HVFXUULFXODUHV dezoito anos.
nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação; § 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos
II - as normas complementares dos respectivos sistemas de en- por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.
sino;
III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de CAPÍTULO III
seu projeto pedagógico. DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
$UW&$HGXFDomRSUR¿VVLRQDOWpFQLFDGHQtYHOPpGLRDU-
ticulada, prevista no inciso I do caput GRDUW%GHVWD/HLVHUi $UW   $ HGXFDomR SUR¿VVLRQDO H WHFQROyJLFD QR FXPSUL-
desenvolvida de forma: mento dos objetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes
I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da
ensino fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir ciência e da tecnologia.
RDOXQRjKDELOLWDomRSUR¿VVLRQDOWpFQLFDGHQtYHOPpGLRQDPHVPD †ž2VFXUVRVGHHGXFDomRSUR¿VVLRQDOHWHFQROyJLFDSRGHUmR
LQVWLWXLomRGHHQVLQRHIHWXDQGRVHPDWUtFXOD~QLFDSDUDFDGDDOXQR ser organizados por eixos tecnológicos, possibilitando a construção
II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio de diferentes itinerários formativos, observadas as normas do
ou já o esteja cursando, efetuando-se matrículas distintas para cada respectivo sistema e nível de ensino.
curso, e podendo ocorrer: † ž  $ HGXFDomR SUR¿VVLRQDO H WHFQROyJLFD DEUDQJHUi RV
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportuni- seguintes cursos:
dades educacionais disponíveis; ,±GHIRUPDomRLQLFLDOHFRQWLQXDGDRXTXDOL¿FDomRSUR¿VVLR-
b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as opor- nal;
tunidades educacionais disponíveis; ,,±GHHGXFDomRSUR¿VVLRQDOWpFQLFDGHQtYHOPpGLR
c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios de ,,,±GHHGXFDomRSUR¿VVLRQDOWHFQROyJLFDGHJUDGXDomRHSyV-
intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao desenvolvi- -graduação.
PHQWRGHSURMHWRSHGDJyJLFRXQL¿FDGR † ž  2V FXUVRV GH HGXFDomR SUR¿VVLRQDO WHFQROyJLFD GH
graduação e pós-graduação organizar-se-ão, no que concerne a
$UW'2VGLSORPDVGHFXUVRVGHHGXFDomRSUR¿VVLRQDOWpF- objetivos, características e duração, de acordo com as diretrizes
nica de nível médio, quando registrados, terão validade nacional e curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de
habilitarão ao prosseguimento de estudos na educação superior. Educação.
3DUiJUDIR ~QLFR  2V FXUVRV GH HGXFDomR SUR¿VVLRQDO WpFQLFD
de nível médio, nas formas articulada concomitante e subseqüente, $UW$HGXFDomRSUR¿VVLRQDOVHUiGHVHQYROYLGDHPDUWLFXOD-
quando estruturados e organizados em etapas com terminalidade, ção com o ensino regular ou por diferentes estratégias de educação
SRVVLELOLWDUmRDREWHQomRGHFHUWL¿FDGRVGHTXDOL¿FDomRSDUDRWUD- continuada, em instituições especializadas ou no ambiente de tra-
balho após a conclusão, com aproveitamento, de cada etapa que ca- balho.
UDFWHUL]HXPDTXDOL¿FDomRSDUDRWUDEDOKR $UW2FRQKHFLPHQWRDGTXLULGRQDHGXFDomRSUR¿VVLRQDOH
tecnológica, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação,
SEÇÃO V UHFRQKHFLPHQWRHFHUWL¿FDomRSDUDSURVVHJXLPHQWRRXFRQFOXVmRGH
DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS estudos.
$UW$VLQVWLWXLo}HVGHHGXFDomRSUR¿VVLRQDOHWHFQROyJLFD
$UW$HGXFDomRGHMRYHQVHDGXOWRVVHUiGHVWLQDGDjTXHOHV além dos seus cursos regulares, oferecerão cursos especiais, abertos
que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino funda- à comunidade, condicionada a matrícula à capacidade de aproveita-
mental e médio na idade própria. mento e não necessariamente ao nível de escolaridade.

Didatismo e Conhecimento 33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
CAPÍTULO IV † ž $SyV XP SUD]R SDUD VDQHDPHQWR GH GH¿FLrQFLDV
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR HYHQWXDOPHQWH LGHQWL¿FDGDV SHOD DYDOLDomR D TXH VH UHIHUH HVWH
artigo, haverá reavaliação, que poderá resultar, conforme o caso, em
$UW$HGXFDomRVXSHULRUWHPSRU¿QDOLGDGH desativação de cursos e habilitações, em intervenção na instituição,
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito em suspensão temporária de prerrogativas da autonomia, ou em des
FLHQWt¿FRHGRSHQVDPHQWRUHÀH[LYR credenciamento. 9LGH/HLQžGH
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, † ž 1R FDVR GH LQVWLWXLomR S~EOLFD R 3RGHU ([HFXWLYR
DSWRVSDUDDLQVHUomRHPVHWRUHVSUR¿VVLRQDLVHSDUDDSDUWLFLSDomR responsável por sua manutenção acompanhará o processo de
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua for- saneamento e fornecerá recursos adicionais, se necessários, para a
mação contínua; VXSHUDomRGDVGH¿FLrQFLDV
,,,LQFHQWLYDURWUDEDOKRGHSHVTXLVDHLQYHVWLJDomRFLHQWt¿FD
visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação $UW1DHGXFDomRVXSHULRURDQROHWLYRUHJXODULQGHSHQGHQ-
e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do
te do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmi-
homem e do meio em que vive;
FRHIHWLYRH[FOXtGRRWHPSRUHVHUYDGRDRVH[DPHV¿QDLVTXDQGR
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, cientí-
houver.
¿FRVHWpFQLFRVTXHFRQVWLWXHPSDWULP{QLRGDKXPDQLGDGHHFRPX-
nicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas †ž$VLQVWLWXLo}HVLQIRUPDUmRDRVLQWHUHVVDGRVDQWHVGHFDGD
de comunicação; período letivo, os programas dos cursos e demais componentes
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e FXUULFXODUHV VXD GXUDomR UHTXLVLWRV TXDOL¿FDomR GRV SURIHVVRUHV
SUR¿VVLRQDOHSRVVLELOLWDUDFRUUHVSRQGHQWHFRQFUHWL]DomRLQWHJUDQ- recursos disponíveis e critérios de avaliação, obrigando-se a cumprir
do os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura inte- as respectivas condições.
lectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; § 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento nos
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo pre- estudos, demonstrado por meio de provas e outros instrumentos de
sente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços es- DYDOLDomR HVSHFt¿FRV DSOLFDGRV SRU EDQFD H[DPLQDGRUD HVSHFLDO
pecializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de poderão ter abreviada a duração dos seus cursos, de acordo com as
reciprocidade; normas dos sistemas de ensino.
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, †žeREULJDWyULDDIUHTrQFLDGHDOXQRVHSURIHVVRUHVVDOYR
visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação QRVSURJUDPDVGHHGXFDomRDGLVWkQFLD
FXOWXUDOHGDSHVTXLVDFLHQWt¿FDHWHFQROyJLFDJHUDGDVQDLQVWLWXLomR †ž$VLQVWLWXLo}HVGHHGXFDomRVXSHULRURIHUHFHUmRQRSHUtRGR
noturno, cursos de graduação nos mesmos padrões de qualidade
$UW$HGXFDomRVXSHULRUDEUDQJHUiRVVHJXLQWHVFXUVRVH mantidos no período diurno, sendo obrigatória a oferta noturna nas
programas: LQVWLWXLo}HVS~EOLFDVJDUDQWLGDDQHFHVViULDSUHYLVmRRUoDPHQWiULD
I - cursos seqüenciais por campo de saber, de diferentes níveis
de abrangência, abertos a candidatos que atendam aos requisitos es- $UW2VGLSORPDVGHFXUVRVVXSHULRUHVUHFRQKHFLGRVTXDQ-
tabelecidos pelas instituições de ensino, desde que tenham concluí- do registrados, terão validade nacional como prova da formação re-
do o ensino médio ou equivalente; cebida por seu titular.
II - de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído † ž 2V GLSORPDV H[SHGLGRV SHODV XQLYHUVLGDGHV VHUmR SRU
RHQVLQRPpGLRRXHTXLYDOHQWHHWHQKDPVLGRFODVVL¿FDGRVHPSUR- elas próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições não-
cesso seletivo; universitárias serão registrados em universidades indicadas pelo
III - de pós-graduação, compreendendo programas de mestra-
Conselho Nacional de Educação.
do e doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros,
§ 2º Os diplomas de graduação expedidos por universidades
abertos a candidatos diplomados em cursos de graduação e que aten-
HVWUDQJHLUDV VHUmR UHYDOLGDGRV SRU XQLYHUVLGDGHV S~EOLFDV TXH
dam às exigências das instituições de ensino;
IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisi- tenham curso do mesmo nível e área ou equivalente, respeitando-se
tos estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino. os acordos internacionais de reciprocidade ou equiparação.
3DUiJUDIR~QLFR2VUHVXOWDGRVGRSURFHVVRVHOHWLYRUHIHULGRQR † ž 2V GLSORPDV GH 0HVWUDGR H GH 'RXWRUDGR H[SHGLGRV
inciso II do caputGHVWHDUWLJRVHUmRWRUQDGRVS~EOLFRVSHODVLQVWLWXL- por universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos por
ções de ensino superior, sendo obrigatória a divulgação da relação universidades que possuam cursos de pós-graduação reconhecidos
QRPLQDOGRVFODVVL¿FDGRVDUHVSHFWLYDRUGHPGHFODVVL¿FDomREHP e avaliados, na mesma área de conhecimento e em nível equivalente
como do cronograma das chamadas para matrícula, de acordo com ou superior.
os critérios para preenchimento das vagas constantes do respectivo
edital. $UW$VLQVWLWXLo}HVGHHGXFDomRVXSHULRUDFHLWDUmRDWUDQV-
IHUrQFLDGHDOXQRVUHJXODUHVSDUDFXUVRVD¿QVQDKLSyWHVHGHH[LV-
$UW$HGXFDomRVXSHULRUVHUiPLQLVWUDGDHPLQVWLWXLo}HVGH tência de vagas, e mediante processo seletivo.
HQVLQRVXSHULRUS~EOLFDVRXSULYDGDVFRPYDULDGRVJUDXVGHDEUDQ- 3DUiJUDIR~QLFR$VWUDQVIHUrQFLDVH[RI¿FLR dar-se-ão na forma
gência ou especialização. da lei.

$UW$DXWRUL]DomRHRUHFRQKHFLPHQWRGHFXUVRVEHPFRPR $UW$VLQVWLWXLo}HVGHHGXFDomRVXSHULRUTXDQGRGDRFRU-
o credenciamento de instituições de educação superior, terão prazos rência de vagas, abrirão matrícula nas disciplinas de seus cursos a
limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular alunos não regulares que demonstrarem capacidade de cursá-las
de avaliação. 9LGH/HLQžGH com proveito, mediante processo seletivo prévio.

Didatismo e Conhecimento 34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW  $V LQVWLWXLo}HV GH HGXFDomR VXSHULRU FUHGHQFLDGDV † ž 1R H[HUFtFLR GD VXD DXWRQRPLD DOpP GDV DWULEXLo}HV
como universidades, ao deliberar sobre critérios e normas de sele- DVVHJXUDGDV SHOR DUWLJR DQWHULRU DV XQLYHUVLGDGHV S~EOLFDV
ção e admissão de estudantes, levarão em conta os efeitos desses poderão:
critérios sobre a orientação do ensino médio, articulando-se com I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e adminis-
os órgãos normativos dos sistemas de ensino. trativo, assim como um plano de cargos e salários, atendidas as nor-
mas gerais pertinentes e os recursos disponíveis;
$UW$VXQLYHUVLGDGHVVmRLQVWLWXLo}HVSOXULGLVFLSOLQDUHVGH II - elaborar o regulamento de seu pessoal em conformidade
IRUPDomRGRVTXDGURVSUR¿VVLRQDLVGHQtYHOVXSHULRUGHSHVTXLVD com as normas gerais concernentes;
de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se ca- III - aprovar e executar planos, programas e projetos de investi-
racterizam por: mentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, de acordo
I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo com os recursos alocados pelo respectivo Poder mantenedor;
sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais;
GHYLVWDFLHQWt¿FRHFXOWXUDOTXDQWRUHJLRQDOHQDFLRQDO 9DGRWDUUHJLPH¿QDQFHLURHFRQWiELOTXHDWHQGDjVVXDVSHFX-
II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação liaridades de organização e funcionamento;
acadêmica de mestrado ou doutorado; 9,  UHDOL]DU RSHUDo}HV GH FUpGLWR RX GH ¿QDQFLDPHQWR FRP
III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral. aprovação do Poder competente, para aquisição de bens imóveis,
3DUiJUDIR~QLFReIDFXOWDGDDFULDomRGHXQLYHUVLGDGHVHVSH- instalações e equipamentos;
cializadas por campo do saber. VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras providên-
FLDVGHRUGHPRUoDPHQWiULD¿QDQFHLUDHSDWULPRQLDOQHFHVViULDVDR
$UW  1R H[HUFtFLR GH VXD DXWRQRPLD VmR DVVHJXUDGDV jV seu bom desempenho.
universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes atribuições: § 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser
I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e progra- HVWHQGLGDV D LQVWLWXLo}HV TXH FRPSURYHP DOWD TXDOL¿FDomR SDUD R
mas de educação superior previstos nesta Lei, obedecendo às nor- ensino ou para a pesquisa, com base em avaliação realizada pelo
mas gerais da União e, quando for o caso, do respectivo sistema 3RGHU3~EOLFR
de ensino;
,,¿[DURVFXUUtFXORVGRVVHXVFXUVRVHSURJUDPDVREVHUYD- $UW&DEHUij8QLmRDVVHJXUDUDQXDOPHQWHHPVHX2UoD-
das as diretrizes gerais pertinentes; PHQWR *HUDO UHFXUVRV VX¿FLHQWHV SDUD PDQXWHQomR H GHVHQYROYL-
III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa mento das instituições de educação superior por ela mantidas.
FLHQWt¿FDSURGXomRDUWtVWLFDHDWLYLGDGHVGHH[WHQVmR
,9  ¿[DU R Q~PHUR GH YDJDV GH DFRUGR FRP D FDSDFLGDGH $UW$VLQVWLWXLo}HVS~EOLFDVGHHGXFDomRVXSHULRUREHGHFH-
institucional e as exigências do seu meio; rão ao princípio da gestão democrática, assegurada a existência de
V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em con- órgãos colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos
VRQkQFLDFRPDVQRUPDVJHUDLVDWLQHQWHV da comunidade institucional, local e regional.
VI - conferir graus, diplomas e outros títulos; 3DUiJUDIR~QLFR(PTXDOTXHUFDVRRVGRFHQWHVRFXSDUmRVH-
9,,¿UPDUFRQWUDWRVDFRUGRVHFRQYrQLRV tenta por cento dos assentos em cada órgão colegiado e comissão,
VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de LQFOXVLYHQRVTXHWUDWDUHPGDHODERUDomRHPRGL¿FDo}HVHVWDWXWiULDV
investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, e regimentais, bem como da escolha de dirigentes.
bem como administrar rendimentos conforme dispositivos insti-
tucionais; $UW1DVLQVWLWXLo}HVS~EOLFDVGHHGXFDomRVXSHULRURSUR-
IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma pre- IHVVRU¿FDUiREULJDGRDRPtQLPRGHRLWRKRUDVVHPDQDLVGHDXODV
vista no ato de constituição, nas leis e nos respectivos estatutos;
X - receber subvenções, doações, heranças, legados e coope- CAPÍTULO V
UDomR¿QDQFHLUDUHVXOWDQWHGHFRQYrQLRVFRPHQWLGDGHVS~EOLFDVH DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
privadas.
3DUiJUDIR~QLFR3DUDJDUDQWLUDDXWRQRPLDGLGiWLFRFLHQWt¿FD $UW(QWHQGHVHSRUHGXFDomRHVSHFLDOSDUDRVHIHLWRVGHVWD
das universidades, caberá aos seus colegiados de ensino e pesquisa Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente
decidir, dentro dos recursos orçamentários disponíveis, sobre: QDUHGHUHJXODUGHHQVLQRSDUDHGXFDQGRVFRPGH¿FLrQFLDWUDQVWRU-
,FULDomRH[SDQVmRPRGL¿FDomRHH[WLQomRGHFXUVRV nos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdota-
II - ampliação e diminuição de vagas; omR 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH
III - elaboração da programação dos cursos; †ž+DYHUiTXDQGRQHFHVViULRVHUYLoRVGHDSRLRHVSHFLDOL]DGR
IV - programação das pesquisas e das atividades de extensão; na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de
V - contratação e dispensa de professores; educação especial.
VI - planos de carreira docente. § 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas
ou serviços especializados, sempre que, em função das condições
$UW$VXQLYHUVLGDGHVPDQWLGDVSHOR3RGHU3~EOLFRJR]D- HVSHFt¿FDVGRVDOXQRVQmRIRUSRVVtYHODVXDLQWHJUDomRQDVFODVVHV
rão, na forma da lei, de estatuto jurídico especial para atender às comuns de ensino regular.
SHFXOLDULGDGHVGHVXDHVWUXWXUDRUJDQL]DomRH¿QDQFLDPHQWRSHOR † ž $ RIHUWD GH HGXFDomR HVSHFLDO GHYHU FRQVWLWXFLRQDO GR
3RGHU3~EOLFRDVVLPFRPRGRVVHXVSODQRVGHFDUUHLUDHGRUHJLPH Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a
jurídico do seu pessoal. educação infantil.

Didatismo e Conhecimento 35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW2VVLVWHPDVGHHQVLQRDVVHJXUDUmRDRVHGXFDQGRVFRP $UW$IRUPDomRGHGRFHQWHVSDUDDWXDUQDHGXFDomREiVLFD
de¿FLrQFLDWUDQVWRUQRVJOREDLVGRGHVHQYROYLPHQWRHDOWDVKDELOLGD- far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação
GHVRXVXSHUGRWDomR 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH plena, em universidades e institutos superiores de educação, admiti-
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organi- da, como formação mínima para o exercício do magistério na edu-
]DomRHVSHFt¿FRVSDUDDWHQGHUjVVXDVQHFHVVLGDGHV FDomRLQIDQWLOHQRV FLQFR SULPHLURVDQRVGRHQVLQRIXQGDPHQWDO
,,  WHUPLQDOLGDGH HVSHFt¿FD SDUD DTXHOHV TXH QmR SXGHUHP a oferecida em nível médio na modalidade normal. (Redação dada
atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em SHOD/HLQžGH
YLUWXGHGHVXDVGH¿FLrQFLDVHDFHOHUDomRSDUDFRQFOXLUHPPHQRU †º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios,
tempo o programa escolar para os superdotados; em regime de colaboração, deverão promover a formação inicial, a
III - professores com especialização adequada em nível médio FRQWLQXDGDHDFDSDFLWDomRGRVSUR¿VVLRQDLVGHPDJLVWpULR
ou superior, para atendimento especializado, bem como professores § 2º$IRUPDomRFRQWLQXDGDHDFDSDFLWDomRGRVSUR¿VVLRQDLV
do ensino regular capacitados para a integração desses educandos de magistério poderão utilizar recursos e tecnologias de educação a
nas classes comuns; GLVWkQFLD
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva in- † º $ IRUPDomR LQLFLDO GH SUR¿VVLRQDLV GH PDJLVWpULR GDUi
tegração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para preferência ao ensino presencial, subsidiariamente fazendo uso de
os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competi- UHFXUVRVHWHFQRORJLDVGHHGXFDomRDGLVWkQFLD
WLYRPHGLDQWHDUWLFXODomRFRPRVyUJmRVR¿FLDLVD¿QVEHPFRPR †ž$8QLmRR'LVWULWR)HGHUDORV(VWDGRVHRV0XQLFtSLRV
para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas ar- adotarão mecanismos facilitadores de acesso e permanência em
tística, intelectual ou psicomotora; cursos de formação de docentes em nível superior para atuar na
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais su- HGXFDomREiVLFDS~EOLFD ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH
plementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. †ž$8QLmRR'LVWULWR)HGHUDORV(VWDGRVHRV0XQLFtSLRV
LQFHQWLYDUmR D IRUPDomR GH SUR¿VVLRQDLV GR PDJLVWpULR SDUD DWXDU
$UW2VyUJmRVQRUPDWLYRVGRVVLVWHPDVGHHQVLQRHVWDEH- QD HGXFDomR EiVLFD S~EOLFD PHGLDQWH SURJUDPD LQVWLWXFLRQDO GH
OHFHUmRFULWpULRVGHFDUDFWHUL]DomRGDVLQVWLWXLo}HVSULYDGDVVHP¿QV bolsa de iniciação à docência a estudantes matriculados em cursos
de licenciatura, de graduação plena, nas instituições de educação
lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação es-
superior. ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH
SHFLDOSDUD¿QVGHDSRLRWpFQLFRH¿QDQFHLURSHOR3RGHU3~EOLFR
†ž20LQLVWpULRGD(GXFDomRSRGHUiHVWDEHOHFHUQRWDPtQLPD
3DUiJUDIR ~QLFR  2 SRGHU S~EOLFR DGRWDUi FRPR DOWHUQDWLYD
em exame nacional aplicado aos concluintes do ensino médio como
SUHIHUHQFLDODDPSOLDomRGRDWHQGLPHQWRDRVHGXFDQGRVFRPGH¿-
pré-requisito para o ingresso em cursos de graduação para formação
ciência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades
de docentes, ouvido o Conselho Nacional de Educação - CNE. (In-
RXVXSHUGRWDomRQDSUySULDUHGHS~EOLFDUHJXODUGHHQVLQRLQGHSHQ-
FOXtGRSHOD/HLQžGH
dentemente do apoio às instituições previstas neste artigo. (Redação
†ž 9(7$'2  ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH
GDGDSHOD/HLQžGH
$UW$$IRUPDomRGRVSUR¿VVLRQDLVDTXHVHUHIHUHRLQFLVR
TÍTULO VI ,,,GRDUWIDUVHiSRUPHLRGHFXUVRVGHFRQWH~GRWpFQLFRSHGD-
DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO gógico, em nível médio ou superior, incluindo habilitações tecnoló-
JLFDV ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH
$UW&RQVLGHUDPVHSUR¿VVLRQDLVGDHGXFDomRHVFRODUEiVL- 3DUiJUDIR ~QLFR  *DUDQWLUVHi IRUPDomR FRQWLQXDGD SDUD RV
ca os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados SUR¿VVLRQDLVDTXHVHUHIHUHRFDSXWQRORFDOGHWUDEDOKRRXHPLQVWL-
em cursos reconhecidos, são: tuições de educação básica e superior, incluindo cursos de educação
I – professores habilitados em nível médio ou superior para a SUR¿VVLRQDOFXUVRVVXSHULRUHVGHJUDGXDomRSOHQDRXWHFQROyJLFRVH
docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio; GHSyVJUDGXDomR ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH
II – trabalhadores em educação portadores de diploma de peda-
gogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, $UW2VLQVWLWXWRVVXSHULRUHVGHHGXFDomRPDQWHUmR
inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mes- ,FXUVRVIRUPDGRUHVGHSUR¿VVLRQDLVSDUDDHGXFDomREiVLFD
trado ou doutorado nas mesmas áreas; inclusive o curso normal superior, destinado à formação de docentes
III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de cur- para a educação infantil e para as primeiras séries do ensino funda-
VRWpFQLFRRXVXSHULRUHPiUHDSHGDJyJLFDRXD¿P mental;
3DUiJUDIR~QLFR$IRUPDomRGRVSUR¿VVLRQDLVGDHGXFDomRGH II - programas de formação pedagógica para portadores de di-
PRGRDDWHQGHUjVHVSHFL¿FLGDGHVGRH[HUFtFLRGHVXDVDWLYLGDGHV plomas de educação superior que queiram se dedicar à educação
bem como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da edu- básica;
cação básica, terá como fundamentos: ,,,SURJUDPDVGHHGXFDomRFRQWLQXDGDSDUDRVSUR¿VVLRQDLVGH
I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhe- educação dos diversos níveis.
FLPHQWRGRVIXQGDPHQWRVFLHQWt¿FRVHVRFLDLVGHVXDVFRPSHWrQFLDV
de trabalho; $UW$IRUPDomRGHSUR¿VVLRQDLVGHHGXFDomRSDUDDGPLQLV-
II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios su- tração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional
pervisionados e capacitação em serviço; para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pe-
III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, dagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de
em instituições de ensino e em outras atividades. ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.

Didatismo e Conhecimento 36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW$IRUPDomRGRFHQWHH[FHWRSDUDDHGXFDomRVXSHULRU †ž$SDUFHODGDDUUHFDGDomRGHLPSRVWRVWUDQVIHULGDSHOD8QLmR
incluirá prática de ensino de, no mínimo, trezentas horas. aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados
aos respectivos Municípios, não será considerada, para efeito do cál-
$UW$SUHSDUDomRSDUDRH[HUFtFLRGRPDJLVWpULRVXSHULRU culo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.
far-se-á em nível de pós-graduação, prioritariamente em programas § 2º Serão consideradas excluídas das receitas de impostos men-
de mestrado e doutorado. cionadas neste artigo as operações de crédito por antecipação de recei-
3DUiJUDIR~QLFR2QRWyULRVDEHUUHFRQKHFLGRSRUXQLYHUVLGDGH ta orçamentária de impostos.
FRPFXUVRGHGRXWRUDGRHPiUHDD¿PSRGHUiVXSULUDH[LJrQFLDGH †ž3DUD¿[DomRLQLFLDOGRVYDORUHVFRUUHVSRQGHQWHVDRVPtQL-
título acadêmico. mos estatuídos neste artigo, será considerada a receita estimada na lei
do orçamento anual, ajustada, quando for o caso, por lei que autorizar
$UW2VVLVWHPDVGHHQVLQRSURPRYHUmRDYDORUL]DomRGRV a abertura de créditos adicionais, com base no eventual excesso de
SUR¿VVLRQDLV GD HGXFDomR DVVHJXUDQGROKHV LQFOXVLYH QRV WHUPRV arrecadação.
†ž$VGLIHUHQoDVHQWUHDUHFHLWDHDGHVSHVDSUHYLVWDVHDVHIHWL-
GRVHVWDWXWRVHGRVSODQRVGHFDUUHLUDGRPDJLVWpULRS~EOLFR
vamente realizadas, que resultem no não atendimento dos percentuais
,LQJUHVVRH[FOXVLYDPHQWHSRUFRQFXUVRS~EOLFRGHSURYDVH
mínimos obrigatórios, serão apuradas e corrigidas a cada trimestre do
títulos;
H[HUFtFLR¿QDQFHLUR
,,DSHUIHLoRDPHQWRSUR¿VVLRQDOFRQWLQXDGRLQFOXVLYHFRPOL-
† ž 2 UHSDVVH GRV YDORUHV UHIHULGRV QHVWH DUWLJR GR FDL[D GD
FHQFLDPHQWRSHULyGLFRUHPXQHUDGRSDUDHVVH¿P União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios ocorrerá
,,,SLVRVDODULDOSUR¿VVLRQDO imediatamente ao órgão responsável pela educação, observados os
IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e seguintes prazos:
na avaliação do desempenho; I - recursos arrecadados do primeiro ao décimo dia de cada mês,
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, in- até o vigésimo dia;
cluído na carga de trabalho; II - recursos arrecadados do décimo primeiro ao vigésimo dia de
VI - condições adequadas de trabalho. cada mês, até o trigésimo dia;
†žA experiência docente é pré-requisito para o exercício pro- ,,,UHFXUVRVDUUHFDGDGRVGRYLJpVLPRSULPHLURGLDDR¿QDOGH
¿VVLRQDOGHTXDLVTXHURXWUDVIXQo}HVGHPDJLVWpULRQRVWHUPRVGDV cada mês, até o décimo dia do mês subseqüente.
normas de cada sistema de ensino. †ž2DWUDVRGDOLEHUDomRVXMHLWDUiRVUHFXUVRVDFRUUHomRPR-
†ž3DUDRVHIHLWRVGRGLVSRVWRQR†žGRDUW e no †ž do netária e à responsabilização civil e criminal das autoridades compe-
DUWGD&RQVWLWXLomR)HGHUDOVmRFRQVLGHUDGDVIXQo}HVGHPD- tentes.
gistério as exercidas por professores e especialistas em educação no
desempenho de atividades educativas, quando exercidas em esta- $UW&RQVLGHUDUVHmRFRPRGHPDQXWHQomRHGHVHQYROYL-
belecimento de educação básica em seus diversos níveis e moda- mento do ensino as despesas realizadas com vistas à consecução dos
lidades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção de objetivos básicos das instituições educacionais de todos os níveis,
unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico. compreendendo as que se destinam a:
†ž$8QLmRSUHVWDUiDVVLVWrQFLDWpFQLFDDRV(VWDGRVDR'LVWULWR I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais
)HGHUDOHDRV0XQLFtSLRVQDHODERUDomRGHFRQFXUVRVS~EOLFRVSDUD SUR¿VVLRQDLVGDHGXFDomR
SURYLPHQWRGHFDUJRVGRVSUR¿VVLRQDLVGDHGXFDomR(Incluído pela II - aquisição, manutenção, construção e conservação de insta-
/HLQžGH lações e equipamentos necessários ao ensino;
III – uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino;
TÍTULO VII IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando
precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à expansão do en-
DOS RECURSOS FINANCEIROS
sino;
V - realização de atividades-meio necessárias ao funcionamen-
$UW6HUmRUHFXUVRVS~EOLFRVGHVWLQDGRVjHGXFDomRRVRUL-
to dos sistemas de ensino;
ginários de:
9,FRQFHVVmRGHEROVDVGHHVWXGRDDOXQRVGHHVFRODVS~EOLFDV
I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Dis- e privadas;
trito Federal e dos Municípios; VII - amortização e custeio de operações de crédito destinadas
II - receita de transferências constitucionais e outras transfe- a atender ao disposto nos incisos deste artigo;
rências; VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção de
III - receita do salário-educação e de outras contribuições so- programas de transporte escolar.
ciais;
,9UHFHLWDGHLQFHQWLYRV¿VFDLV $UW1mRFRQVWLWXLUmRGHVSHVDVGHPDQXWHQomRHGHVHQYROYL-
V - outros recursos previstos em lei. mento do ensino aquelas realizadas com:
I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou,
$UW$8QLmRDSOLFDUiDQXDOPHQWHQXQFDPHQRVGHGH]RLWR quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que não vise, preci-
e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por puamente, ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão;
FHQWRRXRTXHFRQVWDQDVUHVSHFWLYDV&RQVWLWXLo}HVRX/HLV2UJkQL- ,,VXEYHQomRDLQVWLWXLo}HVS~EOLFDVRXSULYDGDVGHFDUiWHUDV-
cas, da receita resultante de impostos, compreendidas as transferên- sistencial, desportivo ou cultural;
cias constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino ,,,IRUPDomRGHTXDGURVHVSHFLDLVSDUDDDGPLQLVWUDomRS~EOL-
S~EOLFR ca, sejam militares ou civis, inclusive diplomáticos;

Didatismo e Conhecimento 37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
IV - programas suplementares de alimentação, assistência mé- ,FRPSURYHP¿QDOLGDGHQmROXFUDWLYDHQmRGLVWULEXDPUHVXO-
dico-odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras formas de tadosGLYLGHQGRVERQL¿FDo}HVSDUWLFLSDo}HVRXSDUFHODGHVHXSD-
assistência social; trimônio sob nenhuma forma ou pretexto;
9REUDVGHLQIUDHVWUXWXUDDLQGDTXHUHDOL]DGDVSDUDEHQH¿FLDU ,,DSOLTXHPVHXVH[FHGHQWHV¿QDQFHLURVHPHGXFDomR
direta ou indiretamente a rede escolar; III - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola
VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quan- FRPXQLWiULD¿ODQWUySLFDRXFRQIHVVLRQDORXDR3RGHU3~EOLFRQR
do em desvio de função ou em atividade alheia à manutenção e de- caso de encerramento de suas atividades;
senvolvimento do ensino. ,9SUHVWHPFRQWDVDR3RGHU3~EOLFRGRVUHFXUVRVUHFHELGRV
†ž2VUHFXUVRVGHTXHWUDWDHVWHDUWLJRSRGHUmRVHUGHVWLQDGRV
$UW$VUHFHLWDVHGHVSHVDVFRPPDQXWHQomRHGHVHQYROYL- a bolsas de estudo para a educação básica, na forma da lei, para os
mento do ensino serão apuradas e publicadas nos balanços do Poder TXHGHPRQVWUDUHPLQVX¿FLrQFLDGHUHFXUVRVTXDQGRKRXYHUIDOWDGH
3~EOLFRDVVLPFRPRQRVUHODWyULRVDTXHVHUHIHUHR†žGRDUW YDJDVHFXUVRVUHJXODUHVGDUHGHS~EOLFDGHGRPLFtOLRGRHGXFDQGR
da Constituição Federal. ¿FDQGR R 3RGHU 3~EOLFR REULJDGR D LQYHVWLU SULRULWDULDPHQWH QD
expansão da sua rede local.
$UW2VyUJmRV¿VFDOL]DGRUHVH[DPLQDUmRSULRULWDULDPHQWH § 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão
QDSUHVWDomRGHFRQWDVGHUHFXUVRVS~EOLFRVRFXPSULPHQWRGRGLV- UHFHEHU DSRLR ¿QDQFHLUR GR 3RGHU 3~EOLFR LQFOXVLYH PHGLDQWH
SRVWRQRDUWGD&RQVWLWXLomR)HGHUDOQRDUWGR$WRGDV'LV- bolsas de estudo.
posições Constitucionais Transitórias e na legislação concernente.
TÍTULO VIII
$UW$8QLmRHPFRODERUDomRFRPRV(VWDGRVR'LVWULWR DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Federal e os Municípios, estabelecerá padrão mínimo de oportuni-
dades educacionais para o ensino fundamental, baseado no cálculo $UW26LVWHPDGH(QVLQRGD8QLmRFRPDFRODERUDomRGDV
do custo mínimo por aluno, capaz de assegurar ensino de qualidade. agências federais de fomento à cultura e de assistência aos índios,
3DUiJUDIR~QLFR2FXVWRPtQLPRGHTXHWUDWDHVWHDUWLJRVHUi desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta
FDOFXODGRSHOD8QLmRDR¿QDOGHFDGDDQRFRPYDOLGDGHSDUDRDQR de educação escolar bilingüe e intercultural aos povos indígenas,
com os seguintes objetivos:
subseqüente, considerando variações regionais no custo dos insu-
I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recu-
mos e as diversas modalidades de ensino.
SHUDomRGHVXDVPHPyULDVKLVWyULFDVDUHD¿UPDomRGHVXDVLGHQWLGD-
des étnicas; a valorização de suas línguas e ciências;
$UW$DomRVXSOHWLYDHUHGLVWULEXWLYDGD8QLmRHGRV(VWDGRV
II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso
será exercida de modo a corrigir, progressivamente, as disparidades
jVLQIRUPDo}HVFRQKHFLPHQWRVWpFQLFRVHFLHQWt¿FRVGDVRFLHGDGH
de acesso e garantir o padrão mínimo de qualidade de ensino.
nacional e demais sociedades indígenas e não-índias.
†ž$DomRDTXHVHUHIHUHHVWHDUWLJRREHGHFHUiDIyUPXODGH
GRPtQLRS~EOLFRTXHLQFOXDDFDSDFLGDGHGHDWHQGLPHQWRHDPHGLGD
$UW$8QLmRDSRLDUiWpFQLFDH¿QDQFHLUDPHQWHRVVLVWHPDV
GR HVIRUoR ¿VFDO GR UHVSHFWLYR (VWDGR GR 'LVWULWR )HGHUDO RX GR
de ensino no provimento da educação intercultural às comunidades
Município em favor da manutenção e do desenvolvimento do ensino. indígenas, desenvolvendo programas integrados de ensino e pesqui-
†ž$FDSDFLGDGHGHDWHQGLPHQWRGHFDGDJRYHUQRVHUiGH¿QLGD sa.
pela razão entre os recursos de uso constitucionalmente obrigatório † ž 2V SURJUDPDV VHUmR SODQHMDGRV FRP DXGLrQFLD GDV
na manutenção e desenvolvimento do ensino e o custo anual do comunidades indígenas.
aluno, relativo ao padrão mínimo de qualidade. § 2º Os programas a que se refere este artigo, incluídos nos
† ž &RP EDVH QRV FULWpULRV HVWDEHOHFLGRV QRV †† ž H ž Planos Nacionais de Educação, terão os seguintes objetivos:
a União poderá fazer a transferência direta de recursos a cada I - fortalecer as práticas sócio-culturais e a língua materna de
HVWDEHOHFLPHQWR GH HQVLQR FRQVLGHUDGR R Q~PHUR GH DOXQRV TXH cada comunidade indígena;
efetivamente freqüentam a escola. II - manter programas de formação de pessoal especializado,
†ž$DomRVXSOHWLYDHUHGLVWULEXWLYDQmRSRGHUiVHUH[HUFLGD destinado à educação escolar nas comunidades indígenas;
em favor do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios se ,,,GHVHQYROYHUFXUUtFXORVHSURJUDPDVHVSHFt¿FRVQHOHVLQ-
estes oferecerem vagas, na área de ensino de sua responsabilidade, FOXLQGR RV FRQWH~GRV FXOWXUDLV FRUUHVSRQGHQWHV jV UHVSHFWLYDV FR-
FRQIRUPHRLQFLVR9,GRDUWHRLQFLVR9GRDUWGHVWD/HLHP munidades;
Q~PHURLQIHULRUjVXDFDSDFLGDGHGHDWHQGLPHQWR IV - elaborar e publicar sistematicamente material didático es-
SHFt¿FRHGLIHUHQFLDGR
$UW$DomRVXSOHWLYDHUHGLVWULEXWLYDSUHYLVWDQRDUWLJRDQ- † ž No que se refere à educação superior, sem prejuízo de
WHULRU ¿FDUi FRQGLFLRQDGD DR HIHWLYR FXPSULPHQWR SHORV (VWDGRV outras ações, o atendimento aos povos indígenas efetivar-se-á, nas
Distrito Federal e Municípios do disposto nesta Lei, sem prejuízo de XQLYHUVLGDGHVS~EOLFDVHSULYDGDVPHGLDQWHDRIHUWDGHHQVLQRHGH
outras prescrições legais. assistência estudantil, assim como de estímulo à pesquisa e desen-
volvimento de programas especiais. ,QFOXtGR SHOD /HL Qž 
$UW2VUHFXUVRVS~EOLFRVVHUmRGHVWLQDGRVjVHVFRODVS~EOL- GH
cas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou
¿ODQWUySLFDVTXH $UW$ 9(7$'2

Didatismo e Conhecimento 38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW%2FDOHQGiULRHVFRODULQFOXLUiRGLDGHQRYHPEUR TÍTULO IX
como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’. DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

$UW23RGHU3~EOLFRLQFHQWLYDUiRGHVHQYROYLPHQWRHD $UWeLQVWLWXtGDD'pFDGDGD(GXFDomRDLQLFLDUVHXP
YHLFXODomRGHSURJUDPDVGHHQVLQRDGLVWkQFLDHPWRGRVRVQtYHLV ano a partir da publicação desta Lei.
e modalidades de ensino, e de educação continuada. †ž$8QLmRQRSUD]RGHXPDQRDSDUWLUGDSXEOLFDomRGHVWD
† ž $ HGXFDomR D GLVWkQFLD RUJDQL]DGD FRP DEHUWXUD H Lei, encaminhará, ao Congresso Nacional, o Plano Nacional de
UHJLPH HVSHFLDLV VHUi RIHUHFLGD SRU LQVWLWXLo}HV HVSHFL¿FDPHQWH Educação, com diretrizes e metas para os dez anos seguintes, em
credenciadas pela União. sintonia com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos.
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização †ž 5HYRJDGRSHODOHLQžGH
de exames e registro de diploma relativos a cursos de educação a † ž  2 'LVWULWR )HGHUDO FDGD (VWDGR H 0XQLFtSLR H
GLVWkQFLD supletivamente, a União, devem:
† ž $V QRUPDV SDUD SURGXomR FRQWUROH H DYDOLDomR GH I 5HYRJDGRSHODOHLQžGH
SURJUDPDV GH HGXFDomR D GLVWkQFLD H D DXWRUL]DomR SDUD VXD a) (Revogado)
implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, b) (Revogado)
podendo haver cooperação e integração entre os diferentes c) (Revogado)
sistemas. ,,SURYHUFXUVRVSUHVHQFLDLVRXDGLVWkQFLDDRVMRYHQVHDGXO-
†ž$HGXFDomRDGLVWkQFLDJR]DUiGHWUDWDPHQWRGLIHUHQFLDGR WRVLQVX¿FLHQWHPHQWHHVFRODUL]DGRV
que incluirá: III - realizar programas de capacitação para todos os profes-
I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de sores em exercício, utilizando também, para isto, os recursos da
radiodifusão sonora e de sons e imagens; HGXFDomRDGLVWkQFLD
I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino fundamental
radiodifusão sonora e de sons e imagens e em outros meios de do seu território ao sistema nacional de avaliação do rendimento
comunicação que sejam explorados mediante autorização, conces- escolar.
VmRRXSHUPLVVmRGRSRGHUS~EOLFR 5HGDomRGDGDSHOD/HLQž †ž 5HYRJDGRSHODOHLQžGH
GH
† ž 6HUmR FRQMXJDGRV WRGRV RV HVIRUoRV REMHWLYDQGR D
,,FRQFHVVmRGHFDQDLVFRP¿QDOLGDGHVH[FOXVLYDPHQWHHGX-
SURJUHVVmR GDV UHGHV HVFRODUHV S~EOLFDV XUEDQDV GH HQVLQR
cativas;
fundamental para o regime de escolas de tempo integral.
,,,UHVHUYDGHWHPSRPtQLPRVHP{QXVSDUDR3RGHU3~EOLFR
†ž$DVVLVWrQFLD¿QDQFHLUDGD8QLmRDRV(VWDGRVDR'LVWULWR
pelos concessionários de canais comerciais.
Federal e aos Municípios, bem como a dos Estados aos seus
$UWeSHUPLWLGDDRUJDQL]DomRGHFXUVRVRXLQVWLWXLo}HVGH
0XQLFtSLRV¿FDPFRQGLFLRQDGDVDRFXPSULPHQWRGRDUWGD
ensino experimentais, desde que obedecidas as disposições desta
Constituição Federal e dispositivos legais pertinentes pelos gover-
Lei.
QRVEHQH¿FLDGRV
$UW2VVLVWHPDVGHHQVLQRHVWDEHOHFHUmRDVQRUPDVGH
realização de estágio em sua jurisdição, observada a lei federal $UW$ 9(7$'2  ,QFOXtGRSHODOHLQžGH
sobre a matéria.
$UW$8QLmRRV(VWDGRVR'LVWULWR)HGHUDOHRV0XQLFt-
$UW2HQVLQRPLOLWDUpUHJXODGRHPOHLHVSHFt¿FDDGPL- pios adaptarão sua legislação educacional e de ensino às disposi-
WLGDDHTXLYDOrQFLDGHHVWXGRVGHDFRUGRFRPDVQRUPDV¿[DGDV ções desta Lei no prazo máximo de um ano, a partir da data de sua
pelos sistemas de ensino. publicação.
$UW2VGLVFHQWHVGDHGXFDomRVXSHULRUSRGHUmRVHUDSUR- † ž$V LQVWLWXLo}HV HGXFDFLRQDLV DGDSWDUmR VHXV HVWDWXWRV H
veitados em tarefas de ensino e pesquisa pelas respectivas institui- regimentos aos dispositivos desta Lei e às normas dos respectivos
ções, exercendo funções de monitoria, de acordo com seu rendi- sistemas de ensino, nos prazos por estes estabelecidos.
mento e seu plano de estudos. § 2º O prazo para que as universidades cumpram o disposto
QRVLQFLVRV,,H,,,GRDUWpGHRLWRDQRV
$UW4XDOTXHUFLGDGmRKDELOLWDGRFRPDWLWXODomRSUySULD
SRGHUi H[LJLU D DEHUWXUD GH FRQFXUVR S~EOLFR GH SURYDV H WtWXORV $UW$VFUHFKHVHSUpHVFRODVH[LVWHQWHVRXTXHYHQKDPD
SDUD FDUJR GH GRFHQWH GH LQVWLWXLomR S~EOLFD GH HQVLQR TXH HVWL- ser criadas deverão, no prazo de três anos, a contar da publicação
ver sendo ocupado por professor não concursado, por mais de seis desta Lei, integrar-se ao respectivo sistema de ensino.
DQRVUHVVDOYDGRVRVGLUHLWRVDVVHJXUDGRVSHORVDUWVGD&RQVWL-
WXLomR)HGHUDOHGR$WRGDV'LVSRVLo}HV&RQVWLWXFLRQDLV7UDQ- $UW $V TXHVW}HV VXVFLWDGDV QD WUDQVLomR HQWUH R UHJLPH
sitórias. anterior e o que se institui nesta Lei serão resolvidas pelo Con-
selho Nacional de Educação ou, mediante delegação deste, pelos
$UW  $V LQVWLWXLo}HV GH HGXFDomR VXSHULRU FRQVWLWXtGDV órgãos normativos dos sistemas de ensino, preservada a autonomia
como universidades integrar-se-ão, também, na sua condição de universitária.
instituições de pesquisa, ao Sistema Nacional de Ciência e Tecno-
ORJLDQRVWHUPRVGDOHJLVODomRHVSHFt¿FD $UW(VWD/HLHQWUDHPYLJRUQDGDWDGHVXDSXEOLFDomR

Didatismo e Conhecimento 39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW5HYRJDPVHDVGLVSRVLo}HVGDV/HLVQžVGH $UWƒ1DLQWHUSUHWDomRGHVWD/HLOHYDUVHmRHPFRQWDRV
dHGH]HPEURGHHGHGHQRYHPEURGHQmR ¿QVsociais e a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os
DOWHUDGDVSHODV/HLVQžVGHGHQRYHPEURGHH direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da
GHGHGH]HPEURGHHDLQGDDV/HLVQžVGHGH criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
DJRVWRGHHGHGHRXWXEURGHHDVGHPDLVOHLV
HGHFUHWRVOHLTXHDVPRGL¿FDUDPHTXDLVTXHURXWUDVGLVSRVLo}HV TÍTULO II - DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
em contrário. CAPÍTULO I - DO DIRIETO À VIDA E À SAÚDE
%UDVtOLDGHGH]HPEURGHžGD,QGHSHQGrQFLDH
žGD5HS~EOLFD $UWƒ$FULDQoDHRDGROHVFHQWHWrPGLUHLWRDSURWHomRjYLGD
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO HjVD~GHPHGLDQWHDHIHWLYDomRGHSROtWLFDVVRFLDLVS~EOLFDVTXH
Paulo Renato Souza permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso,
(VWHWH[WRQmRVXEVWLWXLRSXEOLFDGRQR'28GH em condições dignas de existência.

LEI N° 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 $UWƒeDVVHJXUDGRjJHVWDQWHDWUDYpVGR6LVWHPDÒQLFRGH


6D~GHRDWHQGLPHQWRSUpHSHULQDWDO
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, e dá † ƒ $ JHVWDQWH VHUi HQFDPLQKDGD DRV GLIHUHQWHV QtYHLV GH
outras providências. DWHQGLPHQWRVHJXQGRFULWpULRVPpGLFRVHVSHFt¿FRVREHGHFHQGRVH
aos princípios de regionalização e hierarquização do Sistema.
LIVRO I - PARTE GERAL § 2° - A parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo
TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES médico que a acompanhou na fase pré-natal.
†ƒ,QFXPEHDR3RGHU3~EOLFRSURSLFLDUDSRLRDOLPHQWDUj
$UWƒ(VWD/HLGLVS}HVREUHDSURWHomRLQWHJUDOjFULDQoDH gestante e à nutriz que dele necessitem.
ao adolescente.
$UW ƒ  2 3RGHU 3~EOLFR DV LQVWLWXLo}HV H RV HPSUHJDGRUHV
Art. 2° - Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pes- propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive
soa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre DRV¿OKRVGHPmHVVXEPHWLGDVDPHGLGDSULYDWLYDGHOLEHUGDGH
doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo Único - Nos casos expressos em lei, aplica-se ex- $UW2VKRVSLWDLVHGHPDLVHVWDEHOHFLPHQWRVGHDWHQomRj
cepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um VD~GHGHJHVWDQWHVS~EOLFRVHSDUWLFXODUHVVmRREULJDGRVD
anos de idade. I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de
prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
$UWƒ$FULDQoDHRDGROHVFHQWHJR]DPGHWRGRVRVGLUHLWRV ,,LGHQWL¿FDURUHFpPQDVFLGRPHGLDQWHRRUHJLVWURGHVXDLP-
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção pressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo
integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa com-
RXWURVPHLRVWRGDVDVRSRUWXQLGDGHVHIDFLOLGDGHVD¿PGHOKHV petente;
facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e so- III - proceder a exames visando ao diagnóstiico e terapêutica de
cial, em condições de liberdade e de dignidade. anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como pres-
tar orientação aos pais;
$UW ƒ  e GHYHU GD IDPtOLD GD FRPXQLGDGH GD VRFLHGDGH IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessa-
HPJHUDOHGR3RGHU3~EOLFRDVVHJXUDUFRPDEVROXWDSULRULGDGH riamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neo-
DHIHWLYDomRGRVGLUHLWRVUHIHUHQWHVjYLGDjVD~GHjDOLPHQWDomR nato;
j HGXFDomR DR HVSRUWH DR OD]HU j SUR¿VVLRQDOL]DomR j FXOWXUD V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e permanência junto à mãe.
comunitária.
Parágrafo Único - A garantia de prioridade compreende: $UWeDVVHJXUDGRDWHQGLPHQWRPpGLFRjFULDQoDHDRDGR-
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer cir- OHVFHQWH DWUDYpV GR 6LVWHPD ÒQLFR GH 6D~GH JDUDQWLGR R DFHVVR
FXQVWkQFLDV universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção
E  SUHFHGrQFLD GR DWHQGLPHQWR QRV VHUYLoRV S~EOLFRV RX GH HUHFXSHUDomRGDVD~GH
UHOHYkQFLDS~EOLFD † ƒ  $ FULDQoD H R DGROHVFHQWH SRUWDGRUHV GH GH¿FLrQFLD
e) preferência na formulação e na execução das políticas so- receberão atendimento especializado.
FLDLVS~EOLFDV †ƒ,QFXPEHDR3RGHU3~EOLFRIRUQHFHUJUDWXLWDPHQWHjTXHOHV
G GHVWLQDomRSULYLOHJLDGDGHUHFXUVRVS~EOLFRVQDViUHDVUHOD- que necessitarem os medicamentos, próteses e outros recursos
FLRQDGDVFRPDSURWHomRjLQIkQFLDHjMXYHQWXGH relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.

$UWƒ1HQKXPDFULDQoDRXDGROHVFHQWHVHUiREMHWRGHTXDO- $UW2VHVWDEHOHFLPHQWRVGHDWHQGLPHQWRjVD~GHGHYHUmR
quer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, proporcionar condições para a permanência em tempo integral de
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou
por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. adolescente.

Didatismo e Conhecimento 40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW   2V FDVRV GH VXVSHLWD RX FRQ¿UPDomR GH PDXVWUDWRV Art. 22 - Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e edu-
contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados FDomRGRV¿OKRVPHQRUHVFDEHQGROKHVDLQGDQRLQWHUHVVHGHVWHV
ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
providências legais.
$UW$IDOWDRXDFDUrQFLDGHUHFXUVRVPDWHULDLVQmRFRQV-
$UW26LVWHPDÒQLFRGH6D~GHSURPRYHUiSURJUDPDVGH WLWXLPRWLYRVX¿FLHQWHSDUDDSHUGDRXDVXVSHQVmRGRSiWULRSRGHU
assistência médica e odontolóógica para a prevenção das enfermida- Parágrafo Único - Não existindo outro motivo que por si só
des que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de autorize a decretação da medida, a criança ou o adolescente será
educação sanitária para pais, educadores e alunos. PDQWLGRHPVXDIDPÀLDGHRULJHPDTXDOGHYHUiREULJDWRULDPHQWH
Parágrafo Único - É obrigatória a vacinação das crianças nos ca- VHULQFOXtGDHPSURJUDPDVR¿FLDLVGHDX[tOLR
sos recomendados pelas autoridades sanitárias.
$UW$SHUGDHDVXVSHQVmRGRSiWULRSRGHUVHUmRGHFUHWDGDV
judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos
CAPÍTULO II - DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO
na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injus-
E À DIGNIDADE
WL¿FDGRGRVGHYHUHVHREULJDo}HVDTXHDOXGHRDUW
$UW$FULDQoDHRDGROHVFHQWHWrPGLUHLWRjOLEHUGDGHDR
SEÇÃO II - DA FAMÍLIA NATURAL
respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de de-
senvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais $UW(QWHQGHVHSRUIDPtOLDQDWXUDODFRPXQLGDGHIRUPDGD
garantidos na Constituição e nas leis. pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
$UW2GLUHLWRjOLEHUGDGHFRPSUHHQGHRVVHJXLQWHVDVSHFWRV $UW2V¿OKRVKDYLGRVIRUDGRFDVDPHQWRSRGHUmRVHUUHFR-
,LUYLUHHVWDUQRVORJUDGRXURVS~EOLFRVHHVSDoRVFRPXQLWiULRV nhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo
ressalvadas as restrições legais; de nascimento. Por testamento, mediante escritura ou outro docu-
II - opinião e expressão;> PHQWRS~EOLFRTXDOTXHUTXHVHMDDRULJHPGD¿OLDomR
III - crença e culto religioso; Parágrafo Único - O reconhecimento pode preceder o nasci-
IV - brincar, praticar esportes e divertir--se; PHQWRGR¿OKRRXVXFHGHUOKHDRIDOHFLPHQWRVHGHL[DUGHVFHQGHQ-
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; tes.
VI - participar da vida política, na forma da lei;
9,,EXVFDUUHI~JLRDX[LOLRHRULHQWDomR $UW2UHFRQKHFLPHQWRGRHVWDGRGH¿OLDomRpGLUHLWRSHU-
sonalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado
$UW2GLUHLWRDRUHVSHLWRFRQVLVWHQDLQYLRODELOLGDGHGDLQ- contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado
sanidade física, psíquica e moralda criança e do adolescente, abran- o segredo de Justiça.
gendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos
valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. SEÇÃO III - DA FAMÍLIA SUBSTITUTA
SUBSEÇÃO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
$UW(GHYHUGHWRGRVYHODUSHODGLJQLGDGHGDFULDQoDHGR
adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, vio- $UW$FRORFDomRHPIDPtOLDVXEVWLWXWDIDUVHiPHGLDQWH
lento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica da
criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
†ƒ6HPSUHTXHSRVVtYHODFULDQoDRXDGROHVFHQWHGHYHUiVHU
CAPÍTULO III - DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR
previamente ouvido e a sua opinião devidamente considerada.
E COMUNITÁRIA
§ 2° - Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de
SDUHQWHVFRHDUHODomRGDD¿QLGDGHRXGHDIHWLYLGDGHD¿PGHHYLWDU
SEÇÃO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
ou minorar as conseqüências decorrentes da medida.
$UW7RGDFULDQoDRXDGROHVFHQWHWHPGLUHLWRDVHUFULDGRH $UW1mRVHGHIHULUiFRORFDomRHPIDPtOLDVXEVWLWXWDDSHV-
educado no seio da sua família e excepcionalmente, em família substi- soa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a nature-
tuta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente li- za da medida ou não ofereça ambiente familiar adequada.
YUHGDSUHVHQoDGHSHVVRDVGHSHQGHQWHVGHVXEVWkQFLDVHQWRUSHFHQWHV
$UW$FRORFDomRHPIDPtOLDVXEVWLWXWDQmRDGPLWLUiWUDQV-
$UW2V¿OKRVKDYLGRVRXQmRGDUHODomRGRFDVDPHQWRRX ferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades gover-
SRUDGRomRWHUmRRVPHVPRVGLUHLWRVHTXDOL¿FDo}HVSURLELGDVTXDLV- namentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.
TXHUGHVLJQDo}HVGLVFULPLQDWyULDVUHODWLYDVj¿OLDomR
$UW$FRORFDomRHPIDPÀLDVXEVWLWXWDHVWUDQJHLUDFRQVWLWXL
$UW2SiWULRSRGHUVHUiH[HUFLGRHPLJXDOGDGHGHFRQGL- medida excepcional, somente admissível na modalidade de adoção.
ções, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil,
assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discorGkQFLD $UW$RDVVXPLUDJXDUGDRXDWXWHODRUHVSRQViYHOSUHVWDUi
recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da diver- FRPSURPLVVRGHEHPH¿HOPHQWHGHVHPSHQKDURHQFDUJRPHGLDQWH
gência. termo nos autos.

Didatismo e Conhecimento 41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
SUBSEÇÃO II - DA GUARDA § 2° - É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus des-
cendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais
$UW$JXDUGDREULJDjSUHVWDomRGHDVVLVWrQFLDPDWHULDO DWpRƒJUDXREVHUYDGDDRUGHPGHYRFDomRKHUHGLWiULD
moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu de-
tentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. $UW3RGHPDGRWDURVPDLRUHVGHYLQWHHXPDQRVLQGHSHQ-
†ƒ$JXDUGDGHVWLQDVHDUHJXODUL]DUDSRVVHGHIDWRSRGHQGR dentemente de estado civil.
ser deferida, liminar ou incidentaimente, nos procedimentos de † ƒ  1mR SRGHP DGRWDU RV DVFHQGHQWHV H RV LUPmRV GR
tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros. adotando.
§ 2° - Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos § 2° - A adoção por ambos os cônjuges ou concubinos poderá
de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a ser formalizada, desde que um deles tenha completado vinte e um
falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o anos de idade, comprovada a estabilidade da família.
direito de representação para a prática de atos determinados. †ƒ2DGRWDQWHKiGHVHUSHORPHQRVGH]HVVHLVDQRVPDLV
† ƒ $ JXDUGD FRQIHUH j FULDQoD RX DGROHVFHQWH D FRQGLomR velho do que o adotando.
GH GHSHQGHQWH SDUD WRGRV RV ¿QV H HIHLWRV GH GLUHLWR LQFOXVLYH † ƒ  2V GLYRUFLDGRV H RV MXGLFLDOPHQWH VHSDUDGRV SRGHUmR
previdenciários. adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o
regime de visitas, e desde que o estágio de convivência tenha sido
$UW23RGHU3~EOLFRHVWLPXODUiDWUDYpVGHDVVLVWrQFLDMX- LQLFLDGRQDFRQVWkQFLDGDVRFLHGDGHFRQMXJDO
UtGLFDLQFHQWLYRV¿VFDLVHVXEVtGLRVRDFROKLPHQWRVREDIRUPDGH † ƒ  $ DGRomR SRGHUi VHU GHIHULGD DR DGRWDQWH TXH DSyV
guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado. inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do
procedimento, antes de prolatada a sentença.
$UW$JXDUGDSRGHUiVHUUHYRJDGDDTXDOTXHUWHPSRPH-
GLDQWHDWRMXGLFLDOIXQGDPHQWDGRRXYLGRR0LQLVWpULR3~EOLFR $UW$DGRomRVHUiGHIHULGDTXDQGRDSUHVHQWDUUHDLVYDQWD-
gens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.
SUBSEÇÃO III - DA TUTELA
$UW(QTXDQWRQmRGHUFRQWDGHVXDDGPLQLVWUDomRHVDOGDU
$UW$WXWHODVHUiGHIHULGDQRVWHPRVGDOHLFLYLODSHVVRD o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o
de até vinte e um anos incompletos. curatelado.
Parágrafo Único - O deferimento da tutel pressupäe a prévia
decretação da Perda ou suspensão do pátrio poder e implica neces- $UW$DGRomRGHSHQGHGRFRQVHQWLPHQWRGRVSDLVRXGR
sariamente o dever de guarda. representante legal do adotando.
†ƒ2FRQVHQWLPHQWRVHUiGLVSHQVDGRHPUHODomRjFULDQoD
$UW  $ HVSHFLDOL]DomR GH KLSRWHFD OHJDO VHUi GLVSHQVDGD ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido
sempre que o tutelado não possuir bens ou rendimentos ou por qual- destituídos do pátrio poder.
quer outro motivo relevante. § 2° - Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade,
Parágrafo Único - A especialização de hipoteca legal será tam- será também necessário o seu consentimento.
bém dispensada se os bens, porventura existentes em nome do tute-
ODGRFRQVWDUHPGHLQVWUXPHQWRS~EOLFRGHYLGDPHQWHUHJLVWUDGRQR $UW  $ DGRomR VHUi SUHFHGLGD GH HVWiJLR GH FRQYLYrQFLD
UHJLVWURGHLPyYHLVRXVHRVUHQGLPHQWRVIRUHPVX¿FLHQWHVDSHQDV com a criança ou adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária
SDUDDPDQWHQoDGRWXWHODGRQmRKDYHQGRVREUDVLJQL¿FDWLYDRXSUR- ¿[DUREVHUYDGDVDVSHFXOLDULGDGHVGRFDVR
vável. † ƒ  2 HVWiJLR GH FRQYLYrQFLD SRGHUi VHU GLVSHQVDGR VH R
adotando não tiver mais de um ano de idade ou se, qualquer que
$UW$SOLFDVHjGHVWLWXLomRGDWXWHODRGLVSRVWRQRDUW seja a sua idade, já estiver na companhia do adotante durante tempo
SUBSEÇÃO IV - DA ADOÇÃO VX¿FLHQWHSDUDVHSRGHUDYDOLDUDFRQYHQLrQFLDGDFRQVWLWXLomRGR
vínculo.
$UW$DGRomRGHFULDQoDHGHDGROHVFHQWHUHJHUVHiVHJXQ- § 2° - Em caso de adoção por estrangeiro residente ou
do o disposto, nesta Lei. domiciliado fora do País, o estágio de convivência, cumprido no
Parágrafo Único - E vedada a adoção por procuração. território nacional, será de no mínimo quinze dias para crianças de
até dois anos de idade, e de no mínimo trinta dias quando se tratar de
$UW2DGRWDQGRGHYHFRQWDUFRPQRPi[LPRGH]RLWRDQRV adotando acima de dois anos de idade.
à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos ado-
tantes. $UW2YtQFXORGDDGRomRFRQVWLWXLVHSRUVHQWHQoDMXGLFLDO
que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se
$UW$DGRomRDWULEXLXDFRQGLomRGH¿OKRDRDGRWDGRFRP fornecerá certidão.
os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o †ƒ$LQVFULomRFRQVLJQDUiRQRPHGRVDGRWDQWHVFRPRSDLV
de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos bem como o nome de seus ascendentes.
matrimoniais. § 2° - O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o
†ƒ6HXPGRVF{QMXJHVRXFRQFXELQRVDGRWDR¿OKRGRRXWUR registro original do adotado.
PDQWrPVHRVYtQFXORVGH¿OLDomRHQWUHRDGRWDGRHRFyQMXJHRX † ƒ  1HQKXPD REVHUYDomR VREUH D RULJHP GR DWR SRGHUi
concubino do adotante e os respectivos parentes. constar nas certidões do registro.

Didatismo e Conhecimento 42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
†ƒ$FULWpULRGDDXWRULGDGHMXGLFLiULDSRGHUiVHUIRUQHFLGD III - direito de contestar critérios avaliattivos, podendo recorrer
certidão para a salvaguarda de direitos. jVLQVWkQFLDVHVFRODUHVVXSHULRUHV
†ƒ$VHQWHQoDFRQIHULUiDRDGRWDGRRQRPHGRDGRWDQWHHD IV - direito de organização e participação em entidades estu-
SHGLGRGHVWHSRGHUiGHWHUPLQDUDPRGL¿FDomRGRSUHQRPH dantis;
† ƒ  $ DGRomR SURGX] VHXV HIHLWRV D SDUWLU GR WUkQVLWR HP 9DFHVVRDHVFRODS~EOLFDHJUDWXLWDSUy[LPDGHVXDUHVLGrQFLD
MXOJDGR GD VHQWHQoD H[FHWR QD KLSyWHVH SUHYLVWD QR DUW  † ƒ Parágrafo Único - É direito dos pais ou responsáveis ter ciência
caso em que terá força retroativa à data do óbito. GRSURFHVVRSHGDJyJLFREHPFRPRSDUWLFLSDUGDGH¿QLomRGDVSUR-
postas educacionais.
$UW$DGRomRpLUUHYRJiYHO
$UW   e GHYHU GR (VWDGR DVVHJXUDU j FULDQoD H DR DGROHV-
$UW$PRUWHGRVDGRWDQWHVQmRUHVWDEHOHFHRSiWULRSRGHU cente:
dos pais naturais. I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os
que a ele não tiveram acesso na idade própria;
$UW$DXWRULGDGHMXGLFLiULDPDQWHUiHPFDGDFRPDUFDRX II - progressiva extensão da obrigatoriedadde e gratuidade ao
foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condições ensino médio;
de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção. III - atendimento educacional especializado aos portadores de
†ƒ2GHIHULPHQWRGDLQVFULomRGDUVHiDSyVSUpYLDFRQVXOWD GH¿FLrQFLDSUHIHUHQFLDOPHQWHQDUHGHUHJXODUGHHQVLQR
DRVyUJmRVWpFQLFRVGR-XL]DGRRXYLGRR0LQLVWpULR3~EOLFR IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a
§ 2° - Não será deferida a inscrição se o interessado não seis anos de idade;
VDWLVID]HURVUHTXLVLWRVOHJDLVRXYHUL¿FDGDTXDOTXHUGDVKLSyWHVHV V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
SUHYLVWDVQRDUW criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adeqquado às condições
$UW&XLGDQGRVHGHSHGLGRGHDGRomRIRUPXODGRSRUHV- do adolescente trabalhador;
trangeiro residente ou domiciliado fora do País, observar-se-á o dis- VII - atendimento no ensino fundamental, atrravés de progra-
mas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimen-
SRVWRQRDUW
WDomRHDVVLVWrQFLDjVD~GH
† ƒ  2 FDQGLGDWR GHYHUi FRPSURYDU PHGLDQWH GRFXPHQWR
†ƒ2DFHVVRDRHQVLQRREULJDWyULRHJUDWXLWRpGLUHLWRS~EOLFR
expedido pela autoridade competente do respectivo domicílio, estar
subjetivo.
devidamente habilitado à adoção, consoante as leis do seu país,
§ 2° - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder
bem como apresentar estudo psicossocial elaborado por agência
3~EOLFR RX VXD RIHUWD LUUHJXODU LPSRUWD UHVSRQVDELOLGDGH GD
especializada e credenciada no país de origem.
autoridade competente.
§ 2° - A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento
† ƒ  &RPSHWH DR 3RGHU 3~EOLFR UHFHQVHDU RV HGXFDQGRV QR
GR 0LQLVWpULR 3~EOLFR SRGHUi GHWHUPLQDU D DSUHVHQWDomR GR WH[WR
ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou
pertinente à legislação estrangeira, acompanhado de prova da responsável, pela freqüência à escola.
respectiva vigência.
† ƒ  2V GRFXPHQWRV HP OtQJXD HVWUDQJHLUD VHUmR MXQWDGRV $UW2VSDLVRXUHVSRQViYHOWrPDREULJDomRGHPDWULFXODU
aos autos, devidamente autenticados pela autoridade consular, VHXV¿OKRVRXSXSLORVQDUHGHUHJXODUGHHQVLQR
observados os tratados e convenções internacionais, e acompanhados
GDUHVSHFWLYDWUDGXomRSRUWUDGXWRUS~EOLFRMXUDPHQWDGR $UW   2V GLULJHQWHV GH HVWDEHOHFLPHQWRV GH HQVLQR IXQGD-
†ƒ$QWHVGHFRQVXPDGDDDGRomRQmRVHUiSHUPLWLGDDVDtGD mental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
do adotando do território nacional. I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
,,UHLWHUDomRGHIDOWDVLQMXVWL¿FDGDVHGHHYDVmRHVFRODUHVJR-
$UW$DGRomRLQWHUQDFLRQDOSRGHUiVHUFRQGLFLRQDGDDHVWX- tados os recursos escolares;
do prévio e análise de uma comissão estadual judiciária de adoção, III - elevados níveis de repetêntia.
que fornecerá o respectivo laudo de habilitação para instruir o pro-
cesso competente. $UW   2 3RGHU 3~EOLFR HVWLPXODUi SHVTXLVDV H[SHULrQFLDV
Parágrafo Único - Competirá à comissão manter registro cen- e novas propostas relativas a calendário, serração, currículo, meto-
tralizado de interessados estrangeiros em adoção. dologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e
adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.
CAPÍTULO IV - DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA,
AO ESPORTE E AO LAZER $UW   1R SURFHVVR HGXFDFLRQDO UHVSHLWDUVHmR RV YDORUHV
culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da crian-
$UW   $ FULDQoD H R DGROHVFHQWH WrP GLUHLWR j HGXFDomR ça e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade de criação e o
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o acesso às fontes de cultura.
H[HUFtFLRGDFLGDGDQLDHTXDOL¿FDomRSDUDRWUDEDOKRDVVHJXUDQGR-
-se-lhes: $UW2V0XQLFtSLRVFRPDSRLRGRV(VWDGRVHGD8QLmR
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na es- estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para pro-
cola; JUDPDo}HVFXOWXUDLVHVSRUWLYDVHGHOD]HUYROWDGDVSDUDDLQIkQFLDH
II - direito de ser respeitado por seus eduucadores; a juventude.

Didatismo e Conhecimento 43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
CAPÍTULO V - DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E TÍTULO III - DA PREVENÇÃO
À PROTEÇÃO NO TRABALHO
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
$UWeSURLELGRTXDOTXHUWUDEDOKRDPHQRUHVGHTXDWRU]H
anos de idade, salvo na condição de aprendiz. $UWeGHYHUGHWRGRVSUHYHQLUDRFRUUrQFLDGHDPHDoDRX
violação dos direitos da criança e do adolescente.
$UW$SURWHomRDRWUDEDOKRGRVDGROHVFHQWHVpUHJXODGD
por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei. $UW$FULDQoDHRDGROHVFHQWHWrPGLUHLWRDLQIRUPDomRFXO-
tura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que
$UW&RQVLGHUDVHDSUHQGL]DJHPDIRUPDomRWpFQLFRSUR- respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
¿VVLRQDOPLQLVWUDGDVHJXQGRDVGLUHWUL]HVHEDVHVGDOHJLVODomRGH
educação em vigor. $UW$VREULJDo}HVSUHYLVWDVQHVWD/HLQmRH[FOXHPGDSUH-
venção especial outras decorrentes dos princípios por ela adorados.
$UW  $ IRUPDomR WpFQLFRSUR¿VVLRQDO REHGHFHUi DRV VH-
guintes princípios: $UW$LQREVHUYkQFLDGDVQRUPDVGHSUHYHQomRLPSRUWDUiHP
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino re- UHVSRQVDELOLGDGHGDSHVVRD¿VLFDRXMXUtGLFDQRVWHUPRVGHVWD/HL
gular;
II - atividade compatível com o desenvolvimmento do ado- CAPÍTULO II - DA PREVENÇÃO ESPECIAL
lescente;
III - horário especial para o exercício das atividades. SEÇÃO I - DA INFORMAÇÃO, CULTURA, LAZER, ESPOR-
TES, DIVERSÕES E ESPETÁCULOS
$UW$RDGROHVFHQWHDWpTXDWRU]HDQRVGHLGDGHpDVVHJX-
rada bolsa de aprendizagem. $UW23RGHU3~EOLFRDWUDYpVGRyUJmRFRPSHWHQWHUHJXODUi
DVGLYHUV}HVHHVSHWiFXORVS~EOLFRVLQIRUPDQGRVREUHDQDWXUH]DGH-
$UW$RDGROHVFHQWHDSUHQGL]PDLRUGHTXDWRU]HDQRVVmR
les, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horário em que
assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.
sua apresentação se mostre inadequada.
Parágrafo Único - Os responsáveis pelas diversões e espetáculos
$UW$RDGROHVFHQWHSRUWDGRUGHGH¿FLrQFLDpDVVHJXUDGR
S~EOLFRVGHYHUmRD¿[DUHPOXJDUYLVtYHOHGHIiFLODFHVVRjHQWUDGD
trabalho protegido.
do local de exibição, informação destacada sobre a natureza do es-
SHWiFXORHDIDL[DHWiULDHVSHFL¿FDGDQRFHUWL¿FDGRGHFODVVL¿FDomR
$UW$RDGROHVFHQWHHPSUHJDGRDSUHQGL]HPUHJLPHID-
miliar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade
$UW7RGDFULDQoDRXDGROHVFHQWHWHUiDFHVVRjVGLYHUV}HVH
governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e HVSHWiFXORVS~EOLFRVFODVVL¿FDGRVFRPRDGHTXDGRVjVXDIDL[DHWiULD
as cinco horas do dia seguinte; Parágrafo Único - As crianças menores de dez anos somente po-
II - perigoso, insalubre ou penoso; derão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição
III - realizado em locais prejudiciais à suaa formação e ao seu quando acompanhadas dos pais ou responsável.
desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
IV - realizado em horários e locais que nãoo permitam a fre- $UW$VHPLVVRUDVGHUiGLRHWHOHYLVmRVRPHQWHH[LELUmRQR
qüência à escola. KRUiULRUHFRPHQGDGRSDUDRS~EOLFRLQIDQWRMXYHQLOSURJUDPDVFRP
¿QDOLGDGHVHGXFDWLYDVDUWtVWLFDVFXOWXUDLVHLQIRUPDWLYDV
$UW2SURJUDPDVRFLDOTXHWHQKDSRUEDVHRWUDEDOKRHGX- Parágrafo Único - Nenhum espetáculo será apresentado ou anun-
cativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não- FLDGRVHPDYLVRGHVXDFODVVL¿FDomRDQWHVGHVXDWUDQVPLVVmRDSUH-
JRYHUQDPHQWDO VHP ¿QV OXFUDWLYRV GHYHUi DVVHJXUDU DR DGROHV- sentação ou exibição.
cente que dele participe condições de capacitação para o exercício
de atividade regular remunerada. $UW2VSURSULHWiULRVGLUHWRUHVJHUHQWHVHIXQFLRQiULRVGH
†ƒ(QWHQGHVHSRUWUDEDOKRHGXFDWLYRDDWLYLGDGHODERUDO HPSUHVDVTXHH[SORUHPDYHQGDRXDOXJXHOGH¿WDVGHSURJUDPDo}HV
em que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em desacordo
pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo. FRPDFODVVL¿FDomRDWULEXtGDSHORyUJmRFRPSHWHQWH
§ 2° - A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho 3DUiJUDIRÒQLFR$V¿WDVDTXHDOXGHHVWHDUWLJRGHYHUmRH[tELU
efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa etária a
QmRGHV¿JXUDRFDUiWHUHGXFDWLYR que se destinam.

$UW   2 DGROHVFHQWH WHP GLUHLWR j SUR¿VVLRQDOL]DomR H j $UW$VUHYLVWDVHSXEOLFDo}HVFRQWHQGRPDWHULDOLPSUySULR


proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre ou- ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser comercializadas
tros: HPHPEDODJHPODFUDGDFRPDDGYHUWrQFLDGHVHXFRQWH~GR
I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimen- Parágrafo Único - As editoras cuidarão para que as capas que
to; FRQWHQKDPPHQVDJHQVSRUQRJUi¿FDVRXREVFHQDVVHMDPSURWHJLGDV
,,FDSDFLWDomRSUR¿VVLRQDODGHTXDGDDRPHUFDGRGHWUDEDOKR com embalagem opaca.

Didatismo e Conhecimento 44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW  $V UHYLVWDV H SXEOLFDo}HV GHVWLQDGDV DR S~EOLFR LQ- LIVRO II - PARTE ESPECIAL
fantoMXYHQLOQmRSRGHUmRFRQWHULOXVWUDo}HVIRWRJUD¿DVOHJHQGDV TÍTULO I - DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO
FU{QLFDVRXDQ~QFLRVGHEHELGDVDOFRyOLFDVWDEDFRDUPDVHPX- CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
nições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e
da família. $UW  $ SROtWLFD GH DWHQGLPHQWR GRV GLUHLWRV GD FULDQoD H
do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações
$UW2VUHVSRQViYHLVSRUHVWDEHOHFLPHQWRVTXHH[SORUHP governamentais e não-governamentais, da União, dos Estados, do
comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, Distrito Federal e dos Municípios.
assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmen-
te, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência $UW6mROLQKDVGHDomRGDSROtWLFDGHDWHQGLPHQWR
GHFULDQoDVHDGROHVFHQWHVQRORFDOD¿[DQGRDYLVRSDUDRULHQWDomR I - políticas sociais básicas;
GRS~EOLFR II - políticas e programas de assistência ssocial, em caráter su-
pletivo, para aqueles que deles necessitem;
III - serviços especiais de prevenção e atenndimento médico
SEÇÃO II - DOS PRODUTOS E SERVIÇOS
e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração,
abuso, crueldade e opressão;
$UWe3URLELGDDYHQGDjFULDQoDRXDRDGROHVFHQWHGH
,9VHUYLoRGHLGHQWL¿FDomRHORFDOL]DomRRGHSDLVUHVSRQVi-
I - armas, munições e explosivos;
vel, crianças e adolescentes desaparecidos;
II - bebidas alcoólicas;< V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos
III - produtos cujos componentes possam caussar dependência da criança e do adolescente.
física ou psíquica ainda que por utilização indevida;
IV - fogos de estampido e de artifício, excceto aqueles que $UW6mRGLUHWUL]HVGDSROtWLFDGHDWHQGLPHQWR
pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer I - municipalização do atendimento;
dano físico em caso de utilização indevida; II - criação de conselhos municipais, estadduais e nacional dos
9UHYLVWDVHSXEOLFDo}HVDTXHDOXGHRDUW direitos da criança e do adolescente, orgãos deliberativos e controla-
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. dores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popu-
lar paritária por meio de organizações representativas, segundo leis
$UWeSURLELGDDKRVSHGDJHPGHFULDQoDRXDGROHVFHQWH federal, estaduais e municipais;
em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se ,,,FULDomRHPDQXWHQomRGHSURJUDPDVHVSHHFt¿FRVREVHUYD-
autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável. da a descentralização político-administrativa;
IV - manutenção de fundos nacional, estaduaais e municipais
SEÇÃO III - DA AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do,
adolescente;
$UW1HQKXPDFULDQoDSRGHUiYLDMDUSDUDIRUDGDFRPDUFD V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério
onde reside, desacompanhada dos pais ou responsável, sem ex- 3~EOLFR 'HIHQVRULD 6HJXUDQoD 3~EOLFD H$VVLVWrQWLD 6RFLDO SUH-
pressa autorização judicial. ferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização do
†ƒ$DXWRUL]DomRQmRVHUiH[LJLGDTXDQGR atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, infracional;
se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região 9,PRELOL]DomRGDRSLQLmRS~EOLFDQRVHQWWLGRGDLQGLVSHQVi-
metropolitana; vel participação dos diversos segmentos da sociedade.
b) a criança estiver acompanhada:
$UW  $ IXQomR GH PHPEUR GR &RQVHOKR 1DFLRQDO H GRV
 GHDVFHQGHQWHRXFRODWHUDOPDLRUDWpRWHUFHLURJUDXFRP-
conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do ado-
provado documentalmente o parentesco;
OHVFHQWHpFRQVLGHUDGDGHLQWHUHVVHS~EOLFRUHOHYDQWHHQmRVHUiUH-
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe
munerada.
ou responsável.
§ 2° - A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou CAPÍTULO II - DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO
responsável. conceder autorização válida por dois anos.
SEÇÃO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
$UW4XDQGRVHWUDWDUGHYLDJHPDRH[WHULRUDDXWRUL]DomR
é dispensável, se a criança ou adolescente: $UW  $V HQWLGDGHV GH DWHQGLPHQWR VmR UHVSRQViYHLV SHOD
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável; manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento e
II - viajar na companhia de um dos pais, auutorizado expres- execução de programas de proteção e sócio-educativos destinados a
VDPHQWHSHORRXWURDWUDYpVGHGRFXPHQWRFRP¿UPDUHFRQKHFLGD crianças e adolescentes, em regime de:
I - orientação e apoio sócio-familiar;
$UW6HPSUpYLDHH[SUHVVDDXWRUL]DomRMXGLFLDOQHQKXPD II - apoio sócio-educativo em meio aberto;<
criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair III - colocação familiar;<
do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no IV - abrigo;
exterior. V - liberdade assistida;

Didatismo e Conhecimento 45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
VI - semiliberdade; VII - oferecer instalações físicas em condiçções adequadas de
VII - internação, habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos neces-
Parágrafo Único - As entidades govemamentais e não-gover- sários à higiene pessoal;
namentais deverão proceder a inscrição de seus programas, especi- 9,,,RIHUHFHUYHVWXiULRHDOLPHQWDomRVX¿FFLHQWHVHDGHTXDGRV
¿FDQGRRVUHJLPHVGHDWHQGLPHQWRQDIRUPDGH¿QLGDQHVWHDUWLJR à faixa etária dos adolescentes atendidos;
junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adoles- IX - oferecer cuidados médicos, psicológicoos, odontológicos
cente, o qual manterá registro das inscrições e de suas alterações, do e farmacêuticos;
que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. ;SURSLFLDUHVFRODUL]DomRHSUR¿VVLRQDOL]DomR
XI - propiciar atividades culturais, esporttivas e de lazer;
$UW  $V HQWLGDGHV QmRJRYHPDPHQWDLV VRPHQWH SRGHUmR XII - propiciar assistência religiosa àquelees que desejarem, de
funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos Direi- acordo com suas crenças;
tos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade. XIV - reavaliar periodicamente cada caso, coom intervalo má-
Parágrafo Único - Será negado o registro à entidade que: ximo de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade com-
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de petente;
habitabilidade, higiene, salubridade e segurança; XV - informar, periodicamente, o adolescentte internado sobre
b) não apresente plano de trabalho compatível com os princí- sua situação processual;
pios desta Lei; XVI - comunicar às autoridades competentes ttodos os casos de
c) esteja irregularmente constituída; adolescente portadores de moléstias infecto-contagiosas;
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas, XVII - fornecer comprovante de depósito dos ppertences dos
adolescentes;
$UW$VHQWLGDGHVTXHGHVHQYROYDPSURJUDPDVGHDEULJR XVIII - manter programas destinados ao apoio ee acompanha-
deverão adotar os seguintes princípios: mento de egressos;
I - preservação dos vínculos familiares; XIX - providenciar os documentos necessárioss ao exercício da
II - integração em família substituta, quanndo esgotados os re- cidadania àqueles que não os tiverem;
cursos de manutenção na família de origem; XX - manter arquivo de anotações onde consttem data e cir-
III - atendimento personalizado e em pequenoos grupos;
FXQVWkQFLDVGRDWHQGLPHQWRQRPHGRDGROHVFHQWHVHXVSDLVRXUHV-
IV - desenvolvimento de atividades em regimme de co-educa-
ponsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua
ção;
formação, relação de seus pertences e demais dados que possibili-
V - não-desmembramento de grupos de irmãos;
WHPVXDLGHQWL¿FDomRHDLQGLYLGXDOL]DomRGRDWHQGLPHQWR
VI - evitar, sempre que possível, a transfeerência para outras
† ƒ  $SOLFDPVH QR TXH FRXEHU DV REULJDo}HV FRQVWDQWHV
entidades de crianças e adolescentes abrigados;
deste artigo às entidades que mantêm programa de abrigo.
VII - participação na vida da comunidade loccal;
§ 2° - No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as
VIII - preparação gradativa para o desligamennto;
entidades utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade.
IX - participação de pessoas da comunidade no processo edu-
cativo,
Parágrafo Único - O dirigente de entidade de abrigo é equipara- SEÇÃO II - DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES
do ao guardião, para todos os efeitos de direito.
$UW$VHQWLGDGHVJRYHUQDPHQWDLVHQmRJRYHUQDPHQWDLV
$UW   $V HQWLGDGHV TXH PDQWHQKDP SURJUDPD GH DEULJR UHIHULGDVQRDUWVHUmR¿VFDOL]DGDVSHOR-XGLFLiULRSHOR0LQLVWp-
poderão, em caráter excepcional e de urgência, abrigar crianças e ULR3~EOLFRHSHORV&RQVHOKRV7XWHODUHV
adolescentes sem prévia determinação da autoridade competente,
ID]HQGRFRPXQLFDomRGRIDWRDWpRƒGLD~WLOLPHGLDWR $UW2VSODQRVGHDSOLFDomRHDVSUHVWDo}HVGHFRQWDVVHUmR
apresentados ao Estado ou ao Município, conforme a origem das
$UW$VHQWLGDGHVTXHGHVHQYROYHPSURJUDPDVGHLQWHUQD- dotações orçamentárias.
ção têm as seguintes obrigações, entre outras:
I - observar os direitos e garantias de que são titulares os ado- $UW0HGLGDVDSOLFiYHLVjVHQWLGDGHVGHDWHQGLPHQWRTXH
lescentes; GHVFXPSULUHPREULJDomRFRQVWDQWHGRDUWVHPSUHMXt]RGDUHV-
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de ponsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:
restrição na decisão de internação; I - às entidades governamentais:
III - oferecer atendimento personalizado, emm pequenas unida- a) advertência;
des e grupos reduzidos; b) afastamento provisório de seus dirigentes;
IV - preservar a identidade e oferecer ambiiente de respeito e F DIDVWDPHQWRGH¿QLWLYRGHVHXVGLULJHQWHV
dignidade ao adolescente; d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação II - às entidades não-governamentais:<
dos vínculos familiares; a) advertência;
VI - comunicar à autoridade judiciária, perriodicamente, os E VXVSHQVmRWRWDORXSDUFLDOGRUHSDVVHGHYHUEDVS~EOLFDV
casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
vínculos familiares; d) cassação do registro.

Didatismo e Conhecimento 46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Parágrafo Único - Em caso de reiteradas infrações cometidas TÍTULO III - DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL
por entidades de atendimento, que coloquem em risco os direitos CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério
3~EOLFRRXUHSUHVHQWDGRSHUDQWHDXWRULGDGHMXGLFLiULDFRPSHWHQWH $UW&RQVLGHUDVHDWRLQIUDFLRQDODFRQGXWDGHVFULWDFRPR
para as providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades crime ou contravenção penal.
ou dissolução da entidade.
$UW6mRSHQDOPHQWHLQLPSXWiYHLVRVPHQRUHVGHGH]RLWR
TÍTULO II - DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
Parágrafo Único - Para os efeitos desta Lei, deve ser considera-
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS da a idade do adolescente à data do fato.

$UW$VPHGLGDVGHSURWHomRjFULDQoDHDRDGROHVFHQWH $UW$RDWRLQIUDFLRQDOSUDWLFDGRSRUFULDQoDFRUUHVSRQGH-
UmRDVPHGLGDVSUHYLVWDVQRDUW
são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
ameaçados ou violados:
CAPÍTULO II - DOS DIREITOS INDIVIDUAIS
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais oou responsável; $UW1HQKXPDGROHVFHQWHVHUiSULYDGRGHVXDOLEHUGDGH
III - em razão de sua conduta. VHQmRHPÀDJUDQWHGHDWRLQIUDFLRQDORXSRURUGHPHVFULWDHIXQGD-
mentada da autoridade judiciária competente.
CAPÍTULO II - DAS MEDIDAS ESPECÍE;FICAS D 3DUiJUDIRÒQLFR2DGROHVFHQWHWHPGLUHLWRjLGHQWL¿FDomRGRV
E PROTEÇÃO responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de
seus direitos.
$UW   $V PHGLGDV SUHYLVWDV QHVWH &DStWXOR SRGHUmR VHU
aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituidas a $UW$DSUHHQVmRGHTXDOTXHUDGROHVFHQWHHRORFDORQGH
qualquer tempo. se encontra recolhido serão incontinente comunicados à autoridade
judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele
$UW1DDSOLFDomRGDVPHGLGDVOHYDUVHmRHPFRQWDDV indicada.
necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao for- Parágrafo Único - Examinar-se-á, desde logo e sob pena de res-
talecimento dos vínculos familiares e comunitários. ponsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.

$UW9HUL¿FDGDTXDOTXHUGDVKLSyWHVHVSUHYLVWDVQRDUW $UW$LQWHUQDomRDQWHVGDVHQWHQoDSRGHVHUGHWHUPLQDGD
DDXWRULGDGHFRPSHWHQWHSRGHUiGHWHUPLQDUGHQWUHRXWUDVDV pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
seguintes medidas: Parágrafo Único - A decisão deverá ser fundamentada e basear-
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo VHHPLQGtFLRVVX¿FLHQWHVGHDXWRULDHPDWHULDOLGDGHGHPRQVWUDGD
de responsabilidade; a necessidade imperiosa da medida.
II - orientação, apoio e acompanhamento temmporários;
III - matrícula e freqüência obrigatórias emm estabelecimento $UW2DGROHVFHQWHFLYLOPHQWHLGHQWL¿FDGRQmRVHUiVXE-
R¿FLDOGHHQVLQRIXQGDPHQWDO PHWLGRDLGHQWL¿FDomRFRPSXOVyULDSHORVyUJmRVSROLFLDLVGHSURWH-
,9LQFOXVmRHPSURJUDPDFRPXQLWiULRRXRI¿FLDOGHDX[tOLR omRHMXGLFLDLVVDOYRSDUDHIHLWRGHFRQIURQWDomRKDYHQGRG~YLGD
à família, à criança e ao adolescente; fundada.
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiá-
CAPÍTULO III - DAS GARANTIAS PROCESSUAIS
trico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
9,LQFOXVmRHPSURJUDPDR¿FLDORXFRPXQLLWiULRGHDX[tOLR
$UW1HQKXPDGROHVFHQWHVHUiSULYDGRGHVXDOLEHUGDGH
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; sem o devido processo legal.
VII - abrigo em entidade;<
VIII - colocação em família substituta. > $UW6mRDVVHJXUDGDVDRDGROHVFHQWHHQWUHRXWUDVDVVH-
Parágrafo Único - O abrigo é medida provisória e excepcio- guintes garantias:
nal, utilizável como forma de transição para a colocação em famí- I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracio-
lia substituta, não implicando privação de liberdade. nal, mediante citação ou meio equivalente;
II - igualdade na relação processual, podenndo conf’rontar-se
$UW$VPHGLGDVGHSURWHomRGHTXHWUDWDHVWH&DStWXOR com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias
serão acompanhadas da regularização do registro civil. à sua defesa;
†ƒ9HUL¿FDGDDLQH[LVWrQFLDGHUHJLVWURDQWHULRURDVVHQWR III - defesa técnica por advogado;
de nascimento da criança ou adolescente será feito à vista dos IV - assistência judiciária gratuita e inteegral aos necessitados,
elementos disponíveis, mediante requisição da autoridade na forma da lei;
judiciária. V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade com-
§ 2° - Os registros e certidões necessárias à regularização de petente;
que trata este artigo são isentos de multas, custas e emolumentos, VI - direito de solicitar a presença de seuus pais ou responsável
gozando de absoluta prioridade. em qualquer fase do procedimento.

Didatismo e Conhecimento 47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
CAPÍTULO IV - DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS SEÇÃO V - DA LIBERDADE ASSISTIDA

SEÇÃO I - DISPOSIÇÕES GERAIS $UW$OLEHUGDGHDVVLVWLGDVHUiDGRWDGDVHPSUHTXHVHD¿-


JXUDUDPHGLGDPDLVDGHTXDGDSDUDR¿PGHDFRPSDQKDUDX[LOLDU
$UW9HUL¿FDGDDSUiWLFDGHDWRLQIUDFLRQDDODDXWRULGDGH e orientar o adolescente.
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: † ƒ  $ DXWRULGDGH GHVLJQDUi SHVVRD FDSDFLWDGD SDUD
I - advertência; acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade
II - obrigação de reparar o dano; ou programa de atendimento.
III - pressão de serviços à comunidade;
†ƒ$OLEHUGDGHDVVLVWLGDVHUi¿[DGDSHORSUD]RPtQLPRGH
IV - liberdade assistida;>
seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada
V - inserção em regime de semiliberdade;
ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério
VI - internação em estabelecimento educacioonal;
9,,TXDOTXHUXPDGDVSUHYLVWDVQRDUW,D9, 3~EOLFRHRGHIHQVRU
† ƒ $ PHGLGD DSOLFDGD DR DGROHVFHQWH OHYDUi HP FRQWD D
VXD FDSDFLGDGH GH FXLQSULOD DV FLUFXQVWkQFLDV H D JUDYLGDGH GD $UW,QFXPEHDRRULHQWDGRUFRPRDSRLRHDVXSHUYLVmR
infração. da autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, en-
§ 2° - Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida tre outros:
a prestação de trabalho forçado. I - promover socialmente o adolescente e sua família, forne-
† ƒ  2V DGROHVFHQWHV SRUWDGRUHV GH GRHQoD RX GH¿FLrQFLD cendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa
mental receberão tratamento individual e especializado, em local R¿FLDORXFRPXQLWiULRGHDX[tOLRHDVVLVWrQFLDVRFLDO
adequado às suas condições. II - supervisionar a freqüência e o aproveiitamento escolar do
adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;
$UW$SOLFDVHDHVWH&DStWXORRGLVSRVWRQQRVDUWVH ,,,GLOLJHQFLDUQRVHQWLGRGDSUR¿VVLRQDOOL]DomRGRDGROHV-
 cente e de sua inserção no mercado trabalho;
IV- apresentar relatório do caso.
$UW $ LPSRVLomR GDV PHGLGDV SUHYLVWDV QRV LQFLVRV ,,
D9, GR DUW  SUHVVXS}H D H[LVWrQFLD GH SURYDV VX¿FLHQWHV GD SEÇÃO VI - DO REGIME DE SEMILIBERDADE
autoria e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de
UHPLVVmRQRVWHUPRVGRDUW
$UW2UHJLPHGHVHPLOLEHUGDGHSRGHVHUGqWHQQLQDGR
Parágrafo Único - A advertência poderá ser aplicada sempre
desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto,
TXHKRXYHUSURYDGDPDWHULDOLGDGHHLQGtFLRVVX¿FLHQWHVGDDXWR-
ria. possibilitada a realização de atividades externas, independente-
mente de autorização judicial.
SEÇÃO II - DA ADVERTÊNCIA † ƒ  p REULJDWyULD D HVFRODUL]DomR H D SUR¿VVLRQDOL]DomR
devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes
$UW  $ DGYHUWrQFLD FRQVLVWLUi HP DGPRHVWDomR YHUEDO na comunidade.
que será reduzida a termo e assinada. § 2° - A medida não comporta prazo determinado, aplicando-
se, no que couber, as disposições relativas internação.
SEÇÃO III - DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
SEÇÃO VII - DA INTERNAÇÃO
$UW(PVHWUDWDQGRGHDWRLQIUDFLRQDOFRPUHÀH[RVSD-
trimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o $UW$LQWHUQDomRFRQVWLWXLPHGLGDSULYDWLYDGDOLEHUGD-
adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, de, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respei-
por outra forma, compense o prejuízo da vítima. to à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Parágrafo Único - Havendo manifesta impossibilidade, a me- § l° - Será permitida a realização de atividades externas, a
dida poderá ser substituída por outra adequada. critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação
judicial em contrário.
SEÇÃO IV - DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À
§ 2° - A medida não comporta prazo determinado, devendo
COMUNIDADE
sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada,
$UW  $ SUHVWDomR GH VHUYLoRV FRPXQLWiULRV FRQVLVWH QD no máximo a cada seis meses.
realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não †ƒ(PQHQKXPDKLSyWHVHRSHUtRGRPi[LPRGHLQWHUQDomR
excedente a seis meses, junto a entidades assistências hospitais, excederá a três anos.
escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em pro- † ƒ $WLQJLGR R OLPLWH HVWDEHOHFLGR QR SDUiJUDIR DQWHULRU
gramas comunitários ou governamentais. R DGROHVFHQWH GHYHUi VHU OLEHUDGR FRORFDGR ¿P UHJLPH GH
Parágrafo Único - As tarefas serão atribuídas conforme as semiliberdade ou de liberdade assistida.
aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada † ƒ $ OLEHUDomR VHUi FRPSXOVyULD DRV YLQWH H XP DQRV GH
máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados idade.
RXGLDV~WHLVGHPRGRDQmRSUHMXGLFDUDIUHTrQFLDjHVFRODRXj †ƒ(PTXDOTXHUKLSyWHVHDGHVLQWHUQDomRVHUiSUHFHGLGDGH
jornada normal de trabalho. DXWRUL]DomRMXGLFLDORXYLGRR0LQLVWpULR3~EOLFR

Didatismo e Conhecimento 48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW   $ PHGLGD GH LQWHUQDomR Vy SRGHUi VHU DSOLFDGD CAPÍTULO V - DA REMISSÃO
quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave amea- $UW   $QWHV GH LQLFLDGR R SURFHGLPHQWR MXGLFLDO SDUD
ça ou violência a pessoa; DSXUDomRGHDWRLQIUDFLRQDORUHSUHVHQWDQWHGR0LQLVWpULR3~EOLFR
II - por reiteração no cometimento de outraas infrações gra- poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo,
ves; DWHQGHQGR jV FLUFXQVWkQFLDV H FRQVHTrQFLDV GR IDWR DR FRQWH[WR
,,,SRUGHVFXPSULPHQWRUHLWHUDGRHLQMXVWLL¿FiYHOGDPHGLGD social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou
anteriormente imposta. menor participação no ato infracional.
†ƒ2SUD]RGHLQWHUQDomRQDKLSyWHVHGRLQFLVR,,,GHVWH Parágrafo Único - Iniciado o procedimento, a concessão da re-
artigo não poderá ser superior a três meses. missão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extin-
§ 2° - Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, ção do processo.
havendo outra medida adequada.
$UW$UHPLVVmRQmRLPSOLFDQHFHVVDULDPHQWHRUHFRQKH-
cimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para
$UW$LQWHUQDomRGHYHUiVHUFXPSULGDHPHQWLGDGHH[-
efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação
clusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao
de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em
abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, com-
regime de semiliberdade e a internação.
pleição física e gravidade da infração.
Parágrafo Único - Durante o período de internação, inclusive $UW$PHGLGDDSOLFDGDSRUIRUoDGDUHPLVVmRSRGHUiVHU
provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas. revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso
GRDGROHVFHQWHRXGHVHXUHSUHVHQWDQWHOHJDORXGR0LQLVWpULR3~-
$UW6mRGLUHLWRVGRDGROHVFHQWHSULYDGRGHOLEHUGDGH blico.
entre outros os seguintes:
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Minis- TÍTULO IV - DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS
WpULR3~EOLFR OU RESPONSÁVEL
II - peticionar diretamente a qualquer autooridade;
lll - avistar-se reservadamente com seu defeensor; $UW6mRPHGLGDVDSOLFiYHLVDRVSDLVRXUHVSRQViYHO
IV - ser informado de sua situação processuual, sempre que ,HQFDPLQKDPHQWRDSURJUDPDR¿FLDORXFRPXQLWiULRGHSUR-
solicitada; moção à família;
V - ser tratado com respeito e dignidade; ,,  LQFOXVmR HP SURJUDPD R¿FLDO RX FRPXQLLWiULR GH DX[LOLR
VI - permanecer internado na mesma localidaade ou naquela orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável; III - encaminhamento a tratamento psicológicco ou psiquiátri-
VII - receber visitas, ao menos semanalmentee; co;
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; IV - encaminhamento a cursos ou programas dde orientação;
IX - ter acesso aos objetos necessários à hhigiene e asseio pes- 9REULJDomRGHPDWULFXODUR¿OKRRXSXSLORHDFRPSDQKDUVXD
soal; freqüência e aproveitamento escolar;
X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e VI - obrigação de encaminhar a criança ou aadolescente a tra-
salubridade; tamento especializado;
;,UHFHEHUHVFRODUL]DomRHSUR¿VVLRQDOL]]DomR VII - advertência;
XII - realizar atividades culturais, esportiivas e de lazer; VIII - perda da guarda;
XIII - ter acesso aos meios de comunicação soocial; >
IX - destituição da tutela;
XIV - receber assistência religiosa, segundoo a sua crença, e
X - suspensão ou destituição do pátrio poder.
desde que assim o deseje;
Parágrafo Único - Na aplicação das medidas previstas nos in-
XV - manter a posse de seus objetos pessoaiis e dispor de local
FLVRV,;H;GHVWHDUWLJRREVHUYDUVHiRGLVSRVWRQRVDUWVH
seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porven-
tura depositados em poder da entidade; $UW   9HUL¿FDGD D KLSyWHVH GH PDXVWUDWRV RSUHVVmR RX
XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade ju-
pessoais indispensáveis à vida em sociedade. diciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do
†ƒ(PQHQKXPFDVRKDYHUiLQFRPXQLFDELOLGDGH agressor da moradia comum.
§ 2° - A autoridade judiciária poderá suspender
temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se TÍTULO V - DO CONSELHO TUTELAR
existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos
interesses do adolescente. CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS

$UW   e GHYHU GR (VWDGR ]HODU SHOD LQWHJULGDGH ItVLFD H $UW2&RQVHOKR7XWHODUpyUJmRSHUPDQHQWHHDXW{QRPR
mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumpri-
contenção e segurança. PHQWRGRVGLUHLWRVGDFULDQoDHGRDGROHVFHQWHGH¿QLGRVQHVWD/HL

Didatismo e Conhecimento 49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW(PFDGD0XQLFtSLRKDYHUiQRPtQLPRXP&RQVH- CAPÍTULO III - DA COMPETÊNCIA
lho Tutelar composto de cinco membros, escolhido pela comuni-
dade local para mandato de três anos, permitida uma recondução ( $UW$SOLFDVHDR&RQVHOKR7XWHODUDUHJUDGHFRPSHWrQ-
Nova redação conforme Lei Federal 8.242/91, de 12/10/91) FLDFRQVWDQWHGRDUW

$UW3DUDDFDQGLGDWXUDDPHPEURGR&RQVHOKR7XWHODU CAPÍTULO IV - DA ESCOLHA DOS CONSELHEIROS


serão exigidos os seguintes requisitos:
I - reconhecida idoneidade moral; $UW2SURFHVVRSDUDDHVFROKDGRVPHPEURVGR&RQVH-
II - idade superior a vinte e um anos;> lho Tutelar será estabelecido em Lei Municipal e realizado sob a
III - residir no município. responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança
HGR$GROHVFHQWHHD¿VFDOL]DomRGR0LQLVWpULR3~EOLFR(Nova re-
$UW/HL0XQLFLSDOGLVSRUiVREUHORFDOGLDHKRUiULRGH dação conforme Lei Federal 8.242/91, de 12/10/91)
funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto a eventual
remuneração de seus membros. CAPÍTULO V - DOS IMPEDIMENTOS
Parágrafo Único - Constará da Lei Orçamentária Municipal
previsão dos recursos necessários ao funcionamento do Conselho $UW6mRLPSHGLGRVGHVHUYLUQRPHVPR&RQVHOKRPD-
Tutelar. rido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora,
irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou
$UW2H[HUFtFLRHIHWLYRGDIXQomRGHFRQVHOKHLURFRQV- madrasta e enteado.
WLWXLUiVHUYLoRS~EOLFRUHOHYDQWHHVWDEHOHFHUiSUHVXQomRGHLGRQHL- Parágrafo Único - Estende-se o impedimento do conselhei-
dade moral e assegurará prisão especial, em caso de crime comum, ro, na forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao
DWpRMXOJDPHQWRGH¿QLWLYR UHSUHVHQWDQWHGR0LQLVWpULR3~EOLFRFRPDWXDomRQD-XVWLoDGD,Q-
IkQFLDHGD-XYHQWXGHHPH[HUFtFLRQD&RPDUFD)RUR5HJLRQDO
CAPÍTULO II - DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO ou Distrital.

$UW6mRDWULEXLo}HVGR&RQVHOKR7XWHODU TÍTULO VI - DO ACESSO À JUSTIÇA


I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas
QRVDUWVHDSOLFDQGRDVPHGLGDVSUHYLVWDVQRDUW,D CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
VII;
II - atender e aconselhar os pais ou responnsável, aplicando as $UWeJDUDQWLGRRDFHVVRGHWRGDFULDQoDRXDGROHVFHQWH
PHGLGDVSUHYLVWDVQRDUW,D9,, j'HIHQVRULD3~EOLFDDR0LQLVWpULR3~EOLFRHDR3RGHU-XGLFLiULR
III - promover a execução de suas decisäes, podendo para tan- por qualquer de seus órgãos.
to: †ƒ$DVVLVWrQFLDMXGLFLiULDJUDWXLWDVHUiSUHVWDGDDRVTXH
D UHTXLVLWDUVHUYLoRVS~EOLFRVQDViUHDVGHVD~GHHGXFDomR GHOD QHFHVVLWDUHP DWUDYpV GH GHIHQVRU S~EOLFR RX DGYRJDGR
serviço social, previdência, trabalho e segurança; nomeado.
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de des- †ƒ$VDo}HVMXGLFLDLVGDFRPSHWrQFLDGD-XVWLoDGD,QIkQFLD
FXPSULPHQWRLQMXVWL¿FDGRGHVXDVGHOLEHUDo}HV e da Juventude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a
,9  HQFDPLQKDU DR 0LQLVWpULR 3~EOLFR QRWtFFLD GH IDWR TXH KLSyWHVHGHOLWLJkQFLDGHPiIp
constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da
criança ou adolescente; $UW2VPHQRUHVGHGH]HVVHLVDQRVVHUmRUHSUHVHQWDGRV
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua com- e os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos assistidos
petência; por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou
VI - providenciar a medida estabelecida pella autoridade judi- processual.
FLiULDGHQWUHDVSUHYLVWDVQRDUWGH,D9,SDUDRDGROHVFHQWH Parágrafo Único - A autoridade judiciária dará curador espe-
autor de ato infracional; cial à criança ou adolescente, sempre que os interesses destes co-
9,,H[SHGLUQRWL¿FDo}HV lidirem com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de
VIII - requisitar certidões de nascimento e dde óbito de crian- representação ou assistência legal, ainda que eventual.
ça ou adolescente quando necessário;
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da pro- $UW(YHGDGDDGLYXOJDomRGHDWRVMXGLFLDLVSROLFLDLVH
posta orçamentária para planos e programas de atendimento dos administrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a que
direitos da criança e do adolescente; se atribua autoria de ato infracional.
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a vio- Parágrafo Único - Qualquer notícia a respeito do fato não po-
ODomRGRVGLUHLWRVSUHYLVWRVQRDUW†LQFLVR,,GD&RQVWL- GHUi LGHQWL¿FDU D FULDQoD RX DGROHVFHQWH YHGDQGRVH IRWRJUD¿D
tuição Federal; UHIHUrQFLDDQRPHDSHOLGR¿OLDomRSDUHQWHVFRHUHVLGrQFLD
;,UHSUHVHQWDUDR0LQLVWpULR3~EOLFRSDUUDHIHLWRGDVDo}HV
de perda ou suspensão do pátrio poder. $UW  $ H[SHGLomR GH FySLD RX FHUWLGmR GH DWRV D TXH
$UW$VGHFLV}HVGR&RQVHOKR7XWHODUVRPHQWHSRGHUmR se refere o artigo anterior somente será deferida pela autoridade
ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha le- MXGLFLiULDFRPSHWHQWHVHGHPRQVWUDGRRLQWHUHVVHHMXVWL¿FDGDD
gítimo interesse. ¿QDOLGDGH

Didatismo e Conhecimento 50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
CAPÍTULO LI - DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E G FRQKHFHUGHSHGLGRVEDVHDGRVHPGLVFRUGkQFLDSDWHUQDRX
DA JUVENTUDE materna, em relação ao exercício do pátrio poder;
e) conceder a emancipação nos termos da lei civil, quando fal-
SEÇÃO I - DISPOSIÇÕES GERAIS tarem os pais;
f) designar curador especial em casos de apresentação de quei-
$UW2V(VWDGRVHR'LVWULWR)HGHUDOSRGHUmRFULDUYDUDV xa ou representação, ou de outros procedimentos judiciais ou extra-
HVSHFLDOL]DGDVHH[FOXVLYDVGDLQIkQFLDHGDMXYHQWXGHFDEHQGRDR judiciais em que haja interesses de criança ou adolescente;
3RGHU-XGLFLiULRHVWDEHOHFHUVXDSURSRUFLRQDOLGDGHSRUQ~PHURGH g) conhecer de ações de alimentos;
habitantes, dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, K GHWHUPLQDURFDQFHODPHQWRDUHWL¿FDomRHRVXSULPHQWRGRV
inclusive em plantões. registros de nascimento e óbito.

SEÇÃO II - DO JUIZ $UW&RPSHWHjDXWRULGDGHMXGLFLiULDGLVFLSOLQDUDWUDYpV


de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
$UW$DXWRULGDGHDTXHVHUHIHUHHVWD/HLpR-XL]GD,Q- I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacom-
IkQFLDHGD-XYHQWXGHRXR-XL]TXHH[HUFHHVVDIXQomRQDIRUPDGD panhado dos pais ou responsável, em:
Lei de Organização Judiciária local. a) estádio, ginásio e campo desportivo;
b) bailes ou promoções dançantes;
$UW$FRPSHWrQFLDVHUiGHWHUPLQDGD c) boate ou congêneres;
I - pelo domicílio dos pais ou responsável; d) casa que explore comercialmente diversäes eletrônicas;
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta H HVW~GLRVFLQHPDWRJUi¿FRVGHWHDWURUiGLRHWHOHYLVmR
dos pais ou responsável. II - a participação de criança e adolescentte em:
†ƒ1RVFDVRVGHDWRLQIUDFLRQDOVHUiFRPSHWHQWHDDXWRULGDGH D HVSHWiFXORVS~EOLFRVHVHXVHQVDLRV
do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, b) certames de beleza.
continência e prevenção. † ƒ  3DUD RV ¿QV GR GLVSRVWR QHVWH DUWLJR D DXWRULGDGH
§ 2° - A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade judiciária levará em conta, dentre outros fatores:
competente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde a) os princípios desta Lei;
sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente. b) as peculiaridades locais;
† ƒ  (P FDVR GH LQIUDomR FRPHWLGD DWUDYpV GD WUDQVPLVVmR c) a exigência de instalações adequadas;
VLPXOWkQHDGHUiGLRRXWHOHYLVmRTXHDWLQMDPDLVGHXPDFRPDUFD d) o tipo de freqüência habitual ao local;
será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade e) a adequação do ambiente a eventual participação ou freqüên-
judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a cia de criança e adolescentes;
VHQWHQoD H¿FiFLD SDUD WRGDV WUDQVPLVVRUDV RX UHWUDQVPLVVRUDV GR f) a natureza do espetáculo.
respectivo Estado. § 2° - As medidas adoradas na conformidade deste artigo
deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as determinações
$UW$-XVWLoDGD,QIkQFLDHGD-XYHQWXGHpFRPSHWHQWH de caráter geral.
para:
,FRQKHFHUGHUHSUHVHQWDo}HVSURPRYLGDVSHOR0LQLVWpULR3~- SEÇÃO III - DOS SERVIÇOS AUXILIARES
blico, para apuração de ato infracional atribuído a adolescente, apli-
cando as medidas cabíveis; $UW&DEHDR3RGHU-XGLFLiULRQDHODERUDomRGHVXDSUR-
II - conceder a remissão como forma de susppensão ou extinção posta orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe
do processo; LQWHUSUR¿VVLRQDO GHVWLQDGD D DVVHVVRUDU D -XVWLoD GD ,QIkQFLD H GD
III - conhecer de pedidos de adoção e seus iincidentes; Juventude.
IV - conhecer de ações civis fundadas em innteresses indivi-
duais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, obser- $UW   &RPSHWH j HTXLSH LQWHUSUR¿VVLRQDO GHQWUH RXWUDV
YDGRRGLVSRVWRQRDUW atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer
V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entida- subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiên-
des de atendimento, aplicando as medidas cabíveis; cia, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orienta-
VI - aplicar penalidades administrativas noos casos de infrações ção, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata su-
contra norma de proteção a criança ou adolescentes; bordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Coonselho Tutelar, do ponto de vista técnico.
aplicando as medidas cabíveis.
Parágrafo Único - Quando se tratar de criança ou adolescente CAPÍTULO III - DOS PROCEDIMENTOS
QDVKLSyWHVHVGRDUWpWDPEpPFRPSHWHQWHD-XVWLoDGD,QIkQFLD
HGD-XYHQWXGHSDUDR¿PGH SEÇÃO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
b) conhecer de ações de destituição do pátrio poder, perda ou $UW$RVSURFHGLPHQWRVUHJXODGRVQHVWD/HLDSOLFDPVH
PRGL¿FDomRGDWXWHODRXJXDUGD subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação processual
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento; pertinente.

Didatismo e Conhecimento 51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW6HDPHGLGDMXGLFLDODVHUDGRWDGDQmRFRUUHVSRQGHUD † ƒ $ UHTXHULPHQWR GH TXDOTXHU GDV SDUWHV GR 0LQtVWpULR
procedimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade judiciária 3~EOLFR RX GH R¿FLR D DXWRULGDGH MXGLFLiULD SRGHUi GHWHUPLQDU D
poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as providências neces- realização de estudo social ou, se possível, de perícia por equipe
ViULDVRXYLGRR0LQLVWpULR3~EOLFR LQWHUSUR¿VVLRQDO
†ƒ1DDXGLrQFLDSUHVHQWHVDVSDUWHVHR0LQLVWpULR3~EOL-
$UW$SOLFDVHjVPXOWDVRGLVSRVWRQRDUW co, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer
técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-se su-
SEÇÃO II - DA PEDRA E DA SUSPENSÃO DO FHVVLYDPHQWHRUHTXHUHQWHRUHTXHULGRHR0LQLVWpULR3~EOLFRSHOR
PÁTRIO PODER tempo de vinte minutos cada um, prorrogável por mais dez. A de-
cisão será proferida na audiência, podendo a autoridade judiciária,
$UW2SURFHGLPHQWRSDUDDSHUGDRXDVXVSHQVmRGRSi- excepcionalmente, designar data para sua leitura no prazo máximo
WULRSRGHUWHUiLQtFLRSRUSURYRFDomRGR0LQLVWpULR3~EOLFRRXGH de cinco dias.
quem tenha legítimo interesse.
$UW$VHQWHQoDTXHGHFUHWDUDSHUGDRXDVXVSHQVmRGR
$UW$SHWLomRLQLFLDOLQGLFDUi pátrio poder será averbada à margem do registro de nascimento da
I - a autoridade judiciária a que for dirigida; criança ou adolescente.
,,RQRPHRHVWDGRFLYLODSUR¿VVmRHDUHVLGrQFLDGRUHTXH-
UHQWHHGRUHTXHULGRGLVSHQVDGDDTXDOL¿FDomRHPVHWUDWDQGRGH SEÇÃO III - DA DESTRUIÇÃO DA TUTELA
SHGLGRIRUPXODGRSRUUHSUHVHQWDQWHGR0LQLVWpULR3~EOLFR
III - a exposição sumária do fato e o pedidoo; $UW1DGHVWLWXLomRGDWXWHODREVHUYDUVHiRSURFHGLPHQ-
IV - as provas que serão produzidas, ofereccendo desde logo, o to para a remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no que
rol de testemunhas e documentos. couber, ao disposto na seção anterior.

$UW   +DYHQGR PRWLYR JUDYH SRGHUi D DXWRULGDGH MXGL- SEÇÃO IV - DA COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA
FLiULDRXYLGRR0LQLVWpULR3~EOLFRGHFUHWDUDVXVSHQVmRGRSiWULR
SRGHU OLPLQDU RX LQFLGHQWDOPHQWH DWp R MXOJDPHQWR GH¿QLWLYR GD $UW6mRUHTXLVLWRVSDUDFRQFHVVmRGHSHGLGRVGHFRORFD-
FDXVD¿FDQGRDFULDQoDRXDGROHVFHQWHFRQ¿DGRDSHVVRDLG{QHD ção em família substituta:
mediante termo de responsabilidade. ,TXDOL¿FDomRFRPSOHWDGRUHTXHUHQWHHGHVHXHYHQWXDOF{QMX-
gue, ou companheiro, com expressa anuência deste;
$UW2UHTXHULGRVHUiFLWDGRSDUDQRSUD]RGHGH]GLDV II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu
oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e F{QMXJXHRXFRPSDQKHLURFRPDFULDQoDRXDGROHVFHQWHHVSHFL¿-
oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos. cando se tem ou não parente vivo;
Parágrafo Único - Deverão ser esgotados todos os meios para ,,,TXDOL¿FDomRFRPSOHWDGDFULDQoDRXGRDGROHVFHQWHHGH
a citação pessoal. seus pais, se conhecidos;
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexan-
$UW6HRUHTXHULGRQmRWLYHUSRVVLELOLGDGHGHFRQVWLWXLU do, se possível, uma cópia da respectiva certidão.
advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, po- V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimen-
derá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual tos relativos à criança ou adolescente.
incumbirá a apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir Parágrafo Único - Em se tratando de adoção, observar-se-ão
da intimação do despacho de nomeação. WDPEpPRVUHTXLVLWRVHVSHFt¿FRV

$UW6HQGRQHFHVViULRDDXWRULGDGHMXGLFLiULDUHTXLVLWDUi $UW6HRVSDLVIRUHPIDOHFLGRVWLYHUHPVLGRGHVWLWXtGRV
GH TXDOTXHU UHSDUWLomR RX yUJmR S~EOLFR D DSUHVHQWDomR GH GRFX- ou suspensos do pátrio poder, ou houverem aderido expressamente
mento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das partes ao pedido de colocação em família substituta, este poderá ser formu-
RXGR0LQLVWpULR3~EOLFR lado diretamente em cartório, em petição assinalada pelos própios
requerentes.
$UW1mRVHQGRFRQWHVWDGRRSHGLGRDDXWRULGDGHMXGLFLi- 3DUiJUDIRÒQLFR1DKLSyWHVHGHFRQFRUGkQFLDGRVSDLVHOHV
ULDGDUiYLVWDGRVDXWRVDR0LQLVWpULR3~EOLFRSRUFLQFRGLDVVDOYR serão ouvidos pela autoridade judiciária e pelo representante do Mi-
quando este for o requerente, decidindo em igual prazo. QLVWpULR3~EOLFRWRUQDQGRVHSRUWHUPRDVGHFODUDo}HV
† ƒ  +DYHQGR QHFHVVLGDGH D DXWRULGDGH MXGLLFLiULD SRGHUi
determinar a realização de estudo social ou perícia por equipe $UW$DXWRULGDGHMXGLFLiULDGHRItFLRRXDUHTXHULPHQ-
LQWHUSUR¿VVLRQDOEHPFRPRDRLWLYDGHWHVWHPXQKDV WRGDVSDUWHVRXGR0LQLVWpULR3~EOLFRGHWHUPLQDUiDUHDOL]DomRGH
† ƒ  6H R SHGLGR LPSRUWDU HP PRGL¿FDomR GH JXDUGD VHUi HVWXGR VRFLDO RX VH SRVVtYHO SHUtFLD SRU HTXLSH LQWHUSUR¿VVLRQDO
obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou decidindo sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no
adolescente. caso de adoção, sobre o estágio de convivência.

$UW$SUHVHQWDGDDUHVSRVWDDDXWRULGDGHMXGLFLiULDGDUi $UW  $SUHVHQWDGR R UHODWyULR VRFLDO RX R ODXGR SHULFLDO


YLVWDGRVDXWRVDR0LQLVWpULR3~EOLFRSRUFLQFRGLDVVDOYRTXDQGR e ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-
este for o requerente, designando, desde logo, audiência de instrução iYLVWDGRVDXWRVDR0LQLVWpULR3~EOLFRSHORSUD]RGHFLQFRGLDV
e julgamento. decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.

Didatismo e Conhecimento 52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW1DVKLSyWHVHTXHDGHVWLWXLomRGDWXWHODDSHUGDRX $UW6HQGRRDGROHVFHQWHOLEHUDGRDDXWRULGDGHSROLFLDO
a suspensão do pátrio poder constituir presuposto lógico da medida HQFDPLQKDUiLPHGLDWDPHQWHDRUHSUHVHQWDQWHGR0LQLVWpULR3~EOLFR
principal de colocação em famílai substituta, será observado o pro- cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
cedimento contraditório previsto nas seções II e III deste Capítulo.
3DUiJUDIRÒQLFR$SHUGDRXDPRGL¿FDomRGDJXDUGDSRGHUi $UW6HDIDVWDGDDKLSyWHVHGHÀDJUDQWHKRXYHULQGtFLRV
ser decretada nos mesmos autos do procedimento, observado o dis- de participação de adolescente na prática de ato infracional, a auto-
SRVWRQRDUW ULGDGHSROLFLDOHQFDPLQKDUiDRUHSUHVHQWDQWHGR0LQLVWpULR3~EOLFR
relatório das investigações e demais documentos.
$UW&RQFHGLGDDJXDUGDRXDWXWHODREVHUYDUVHiRGLV-
SRVWRQRDUWHTXDQWRjDGRomRRFRQWLGRQRDUW $UW2DGROHVFHQWHDTXHPVHDWULEXDDXWRULDGHDWRLQIUD-
cional não poderá ser conduzido ou transportado em compartimento
SEÇÃO V - DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRI- fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua digni-
BUÍDO A ADOLESCENTE dade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob
pena de responsabilidade.
$UW2DGROHVFHQWHSRUIRUoDGHRUGHPMXGLFLDOVHUiGHVGH
logo, encaminhado à autoridade judiciária. $UW$SUHVHQWDGRRDGROHVFHQWHRUHSUHVHQWDQWHGR0LQLV-
WpULR3~EOLFRQRPHVPRGLDHjYLVWDGRDXWRGHDSUHHQVmREROHWLP
$UW2DGROHVFHQWHDSUHHQGLGRHPÀDJUDQWHGHDWRLQIUD- de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo car-
cional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial compe- tório judicial e com informação sobre os antecedentes do adoles-
tente. cente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo
Parágrafo Único - Havendo repartição policial especializada possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.
para atendimento de adolescente e em se tratando de ato infracio- Parágrafo Único - Em caso de não-apresentação, o representan-
nal praticado em coautoria com maior, prevalecerá a atribuição da WHGR0LQLVWpULR3~EOLFRQRWL¿FDUiRVSDLVRXUHVSRQViYHOSDUDDSUH-
repartição especializada, que, após as providências necessárias e sentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das Polícias
conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial própria. Civil e Militar.

$UW(PFDVRGHÀDJUDQWHGHDWRLQIUDFLRQDOFRPHWLGRPH- $UW$GRWDGDVDVSURYLGrQFLDVDTXHDOXGHRDUWLJRDQWH-
diante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade policial, ULRURUHSUHVHQWDQWHGR0LQLVWpULR3~EOLFRSRGHUi
VHPSUHMXt]RGRGLVSRVWRQRVDUWVSDUiJUDIR~QLFRHGH- I - promover o arquivamento dos autos;
verá: II - conceder a remissão;
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o ado- III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medi-
lescente; da não-educativa.
II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprova- $UW3URPRYLGRRDUTXLYDPHQWRGRVDXWRVRXFRQFHGLGDD
ção da materialidade e autoria da infração. UHPLVVmRSHORUHSUHVHQWDQWHGR0LQLVWpULR3~EOLFRPHGLDQWHWHUPR
3DUiJUDIRÒQLFR1DVGHPDLVKLSyWHVHVGHÀDJUDQWHDODYUDWX- fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão con-
ra do auto poderá ser substituída por boletim de ocorrência circuns- clusos à autoridade judiciária para homologação.
tanciada. †ƒ+RPRORJDGRRDUTXLYDPHQWRRXDUHPLVVmRDDXWRULGDGH
judiciária determinará, conforme o caso, cumprimento da medida.
$UW&RPSDUHFHQGRTXDOTXHUGRVSDLVRXUHVSRQViYHOR § 2° - Discordando, a autoridade judiciária fará remessa
adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, sob GRV DXWRV DR 3URFXUDGRU*HUDO GH -XVWLoD PHGLDQWH GHVSDFKR
termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao fundamentado, e este oferecerá representação, designará outro
UHSUHVHQWDQWHGR0LQLVWpULR3~EOLFRQRPHVPRGLDRXVHQGRLP- PHPEUR GR 0LQLVWpULR 3~EOLFR SDUD DSUHVHQWiOD RX UDWL¿FDUi
SRVVtYHOQRSULPHLURGLD~WLOLPHGLDWRH[FHWRTXDQGRSHODJUDYL- o arquivamento ou a remissão, que só então estará a autoridade
dade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente judiciária obrigada a homologar.
permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal
RXPDQXWHQomRGDRUGHPS~EOLFD $UW6HSRUTXDOTXHUUD]mRRUHSUHVHQWDQWHGR0LQLVWpULR
3~EOLFRQmRSURPRYHURDUTXLYDPHQWRRXFRQFHGHUDUHPLVVmRRIH-
$UW(PFDVRGHQmROLEHUDomRDDXWRULGDGHSROLFLDOHQ- recerá representação à autoridade judiciária, propondo a instauração
caminhará, desde logo, o adolescente ao representante do Ministério de procedimento para aplicação da medida sócio-educativa que se
3~EOLFRMXQWDPHQWHFRPFySLDGRDXWRGHDSUHHQVmRRXEROHWLPGH D¿JXUDUDPDLVDGHTXDGD
ocorrência. †ƒ$UHSUHVHQWDomRVHUiRIHUHFLGDSRUSHWLomRTXHFRQWHUiR
†ƒ6HQGRLPSRVVtYHODDSUHVHQWDomRLPHGLDWDDDXWRULGDGH EUHYHUHVXPRGRVIDWRVHDFODVVL¿FDomRGRDWRLQIUDFLRQDOHTXDQGR
policial encaminhará o adolescente a entidade de atendimento, que necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida oralmente,
IDUiDDSUHVHQWDomRDRUHSUHVHQWDQWHGR0LQLVWpULR3~EOLFRQRSUD]R em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
de vinte e quatro horas. § 2° - A representação independe de prova pré-constituída da
§ 2° - Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, autoria e materialidade.
a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de repartição
policial especializada, o adolescente aguardará a apresentação em $UW2SUD]RPi[LPRHLPSURUURJiYHOSDUDDFRQFOXVmR
dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em do procedimento, estando o adolescente internado provisoriamente,
qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior. será de quarenta e cinco dias.

Didatismo e Conhecimento 53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW2IHUHFLGDDUHSUHVHQWDomRDDXWRULGDGHMXGLFLiULDGH- III - não constituir o fato ato infracional;
signará audiência de apresentação do adolescente, decidindo, desde IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato
logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, observado o infracional.
GLVSRVWRQRDUWHSDUiJUDIR Parágrafo Único - Na hipótese deste artigo, estando o adoles-
†ƒ2DGROHVFHQWHHVHXVSDLVRXUHVSRQViYHOVHUmRFLHQWL¿FD- cente internado, será imediatamente colocado em liberdade.
GRVGRWHRUGDUHSUHVHQWDomRHQRWL¿FDGRVDFRPSDUHFHUjDXGLrQ-
cia, acompanhados de advogados. $UW$LQWLPDomRGDVHQWHQoDTXHDSOLFDUPHGLGDGHLQWH-
§ 2° - Se os pais ou responsável não forem localizados, a auto- mação ou regime de semiliberdade será feita:
ridade judiciária dará curador especial ao adolescente. I - ao adolescente e ao seu defensor;
†ƒ1mRVHQGRORFDOL]DGRRDGROHVFHQWHDDXWRULGDGHMXGLFLi- II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou
ria expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o sobres- responsável, sem prejuízo do defensor.
tamento do feito, até a efetiva apresentação. † ƒ  6HQGR RXWUD D PHGLGD DSOLFDGD D LQWLPDomR IDUVHi
†ƒ(VWDQGRRDGROHVFHQWHLQWHUQDGRVHUiUHTXLVLWDGDDVXD unicamente na pessoa do defensor.
DSUHVHQWDomRVHPSUHMXt]RGDQRWL¿FDomRGRVSDLVRXUHVSRQViYHO § 2° - Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá
este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.
$UW$LQWHUQDomRGHFUHWDGDRXPDQWLGDSHODDXWRULGDGH
judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional. SEÇÃO VI - DA APURAÇÃO DE IRREGULARIDADE EM
†ƒ,QH[LVWLQGRQDFRPDUFDHQWLGDGHFRPDVFDUDFWHUtVWLFDV ENTIDADE DE ATENDIMENTO
GH¿QLGDVQRDUWRDGROHVFHQWHGHYHUiVHULPHGLDWDPHQWHWUDQV-
ferido para a localidade próxima. $UW2SURFHGLPHQWRGHDSXUDomRGHLUUHJXODULGDGHHP
§ 2° - Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente entidade governamental e não-governamental terá início mediante
aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em seção SRUWDULDGDDXWRULGDGHMXGLFLiULDRXUHSUHVHQWDomRGR0LQLVWpULR3~-
isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo ul- blico ou do Conselho Tutelar, onde consite, necessariamente, resu-
trapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabili- mo dos fatos.
dade.
Parágrafo Único - Havendo motivo grave, poderá a autorida-
GHMXGLFLiULDRXYLGRR0LQLVWpULR3~EOLFRGHFUHWDUOLPLQDUPHQWHR
$UW&RPSDUHFHQGRRDGROHVFHQWHVHXVSDLVRXUHVSRQVi-
afastamento provisório do diligente da entidade, mediante decisão
vel, a autoridade judiciára procederá à oitiva dos mesmos, podendo
fundamentada.
VROLFLWDURSLQLmRGHSUR¿VVLRQDOTXDOL¿FDGR
†ƒ6HDDXWRULGDGHMXGLFLiULDHQWHQGHUDGHTXDGDDUHPLVVmR
$UW2GLULJHQWHGDHQWLGDGHVHUiFLWDGRSDUDQRSUD]R
RXYLUiRUHSUHVHQWDQWHGR0LQLVWpULR3~EOLFRSURIHULQGRGHFLVmR
§ 2° - Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e
internação ou colocação em regime de semiliberdade, a autorida- indicar as provas a produzir.
GH MXGLFLiULD YHUL¿FDQGR TXH R DGROHVFHQWH QmR SRVVXL DGYRJDGR
constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência $UW$SUHVHQWDGDRXQmRDUHVSRVWDHVHQGRQHFHVViULRD
em continuação, podendo determinar a realização de diligência e autoridade judiciária designará audiência de instrução e julgamento,
estudo do caso. intimando as partes.
†ƒ2DGYRJDGRFRQVWLWXtGRRXRGHIHQVRUQRPHDGRQRSUD]R †ƒ6DOYRPDQLIHVWDomRHPDXGLrQFLDDVSDUWHVHR0LQLVWpULR
de três dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defesa 3~EOLFRWHUmRFLQFRGLDVSDUDRIHUHFHUDOHJDo}HV¿QDLVGHFLGLQGRD
prévia e rol detestemunhas. autoridade judiciária em igual prazo.
†ƒ1DDXGLrQFLDHPFRQWLQXDomRRXYLGDVDVWHiWHPXQKDV †ƒ(PVHWUDWDQGRGHDIDVWDPHQWRSURYLVyULRRXGH¿QLWLYRGH
arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as diligên- GLULJHQWHGHHQWLGDGHJRYHUQDPHQWDODDXWRULGDGHMXGLFLiULDR¿FLDUi
FLDV H MXQWDGR R UHODWyULR GD HTXLSH LQWHUSUR¿VVLRQDO VHUi GDGD D à autoridade administrativa imediatamente superior ao afastado,
SDODYUD DR UHSUHVHQWDQWH GR 0LQLVWpULR 3~EOLFR H DR GHIHQVRU VX- marcando prazo para a substituição.
cessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogá- † ƒ  $QWHV GH DSOLFDU TXDOTXHU GDV PHGLGDV D DXWRULGDGH
vel por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida MXGLFLiULD SRGHUi ¿[DU SUD]R SDUD D UHPRomR GDV LUUHJXODULGDGHV
proferirá decisão. YHUL¿FDGDV6DWLVIHLWDVDVH[LJrQFLDVRSURFHVVRVHUiH[WLQWRVHP
julgamento de mérito.
$UW6HRDGROHVFHQWHGHYLGDPHQWHQRWL¿FDGRQmRFRP- †ƒ$PXOWDHDDGYHUWrQFLDVHUmRLPSRVWDVDRGLULJHQWHGD
SDUHFHU LQMXVWL¿FDGDPHQWH j DXGLrQFLD GH DSUHVHQWDomR D DXWRUL- entidade ou programa de atendimento.
dade judiciária designará nova data, determinando sua condução
coercitiva. SEÇÃO VLL - DA APURAÇÃO DE INFRAÇÃO ADMINIS-
TRATIVA ÀS NORMAS DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO
$UW$UHPLVVmRFRPRIRUPDGHH[WLQomRRXVXVSHQVmR ADOLESCENTE
do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento,
antes da sentença. $UW2SURFHGLPHQWRSDUDLPSRVLomRGHSHQDOLGDGHDG-
ministrativa por infração às normas de proteção à criança e ao ado-
$UW$DXWRULGDGHMXGLFLiULDQmRDSOLFDUiTXDOTXHUPHGLGD OHVFHQWHWHUiLQtFLRSRUUHSUHVHQWDomRGR0LQLVWpULR3~EOLFRRXGR
desde que reconheça na sentença: Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor efetivo
I - estar provada a inexistência do fato; ou voluntário credenciado, e assinado por duas testemunhas, se pos-
II - não haver prova da existência do fato; sível.

Didatismo e Conhecimento 54
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† ƒ  1R SURFHGLPHQWR LQLFLDGR FRP R DXWR GH LQIUDomR VIII - mantida decisão apelada ou agravada, o escrivão reme-
SRGHUmRVHUXVDGDVIyUPXODVLPSUHVVDVHVSHFL¿FDQGRVHDQDWXUH]D WHUiRVDXWRVRXRLQVWUXPHQWRjVXSHULRULQVWkQFLDGHQWURGHYLQWH
e as ciUFXQVWkQFLDVGDLQIUDomR e quatro horas, independentemente de novo pedido do recorrente;
†ƒ6HPSUHTXHSRVVtYHOjYHUL¿FDomRGDLQIUDomRVHJXLU se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido expresso da
VHi D ODYUDWXUD GR DXWR FHUWL¿FDQGRVH HP FDVR FRQWUiULR GRV SDUWHLQWHUHVVDGDRXGR0LQLVWpULR3~EOLFRQRSUD]RGHFLQFRGLDV
motivos do retardamento. contados da intimação.

$UW2UHTXHULGRWHUiSUD]RGHGH]GLDVSDUDDSUHVHQWD- $UW&RQWUDDVGHFLV}HVSURIHULGDVFRPEDVHQRDUW
ção de defesa, contado da data da intimação, que será feita: caberá recurso de apelação.
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na
presença do requerido; CAPÍTULO V - DO MINISTÉRIO PÚBLICO
,,SRUR¿FLDOGHMXVWLoDRXIXQFLRQiULROHJDOPHQWHKDELOLWDGR
que entregará cópia do auto ou da representação ao requerido, ou a $UW$VIXQo}HVGR0LQLVWpULR3~EOLFRSUHYLVWDQHVWD/HL
seu representante legal, lavrando certidão; VHUmRH[HUFLGDVQRVWHUPRVGDUHVSHFWLYD/HL2UJkQLFD
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for en-
contrado o requerido ou seu representante legal; $UW&RPSHWHDR0LQLVWpULR3~EOLFR
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sa- I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
bido o paradeiro do requerido ou de seu representante legal. II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às in-
frações atribuídas a adolescentes;
$UW1mRVHQGRDSUHVHQWDGDDGHIHVDQRSUD]ROHJDOD III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os pro-
DXWRULGDGH MXGLFLiULD GDUi YLVWD GRV DXWRV DR 0LQLVWpULR 3~EOLFR cedimentos de suspensão e destituição do pátrio poder, nomeação
por cinco dias, decidindo em igual prazo. HUHPRomRGHWXWRUHVFXUDGRUHVHJXDUGL}HVEHPFRPRR¿FLDUHP
WRGRVRVGHPDLVSURFHGLPHQWRVGDFRPSHWrQFLDGD-XVWLoDGD,QIkQ-
$UW$SUHVHQWDGDDGHIHVDDDXWRULGDGHMXGLFLiULDSUR- cia e da Juventude;
cederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo necessário, ,9SURPRYHUGHR¿FLRRXSRUVROLFLWDomRGRVLQWHUHVVDGRVD
designará audiência de instrução e julgamento. especialização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de contas
Parágrafo Único - Colhida a prova oral, manifestar-se-ão su- dos tutores, curadores e quaisquer administradores de bens de crian-
FHVVLYDPHQWH R 0LQLVWpULR 3~EOLFR H R SURFXUDGRU GR UHTXHULGR oDVHDGROHVFHQWHVQDVKLSyWHVHVGRDUW
pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais 9  SURPRYHU R LQTXpULWR FLYLO H D DomR FLYLO S~EOLFD SDUD D
dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos relativos
sentença. jLQIkQFLDHjDGROHVFrQFLDLQFOXVLYHRVGH¿QLGRVQRDUW†
inciso II, da Constituição Federal;
CAPÍTULO IV - DOS RECURSOS VI - instaurar procedimentos administrativos e, para, instruí-
-los:
$UW1RVSURFHGLPHQWRVDIHWRVj-XVWLoDGD,QIkQFLDHGD D H[SHGLUQRWL¿FDo}HVSDUDFROKHUGHSRLPHQWRVRXHVFODUHFL-
-XYHQWXGH¿FDDGRWDGRRVLVWHPDUHFXUVDOGR&yGLJRGH3URFHVVR PHQWRVHHPFDVRGHQmRFRPSDUHFLPHQWRLQMXVWL¿FDGRUHTXLVLWDU
&LYLODSURYDGRSHOD/HLQƒGHGHMDQHLURGHHVXDV condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar;
alterações posteriores, com as seguintes adaptações: b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de
I - os recursos serão interpostos independentemente de pre- autoridades municipais, estaduais e federais, da administração direta
paro; ou indireta, bem como promover inspeções e diligências investiga-
II - em todos os recursos, salvo o de agravo de insento e de tórias;
embargos de declaração, o prazo para interpor e para responder c) requisitar informações e documentos a particulares e insti-
será sempre de dez dias; tuições privadas;
III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão 9,,LQVWDXUDUVLQGLFkQFLDVUHTXLVLWDUGLOLJrQFLDVLQYHVWLJDWy-
revisor; rias e determinar a instauração de inquérito policial, para apuração
IV - o agravo será intimado para, no prazo de cinco dias, ofe- GHLOtFLWRVRXLQIUDo}HVjVQRUPDVGHSURWHomRjLQIkQFLDHjMXYHQ-
recer resposta e indicar as peças a serem trasladadas; tude;
V - será de quarenta e oito horas o prazo para a extração, a VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais
conferência e o conserto do traslado; assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as medidas ju-
VI - a apelação será recebida em seu efeito devolutivo. Será diciais e extrajudiciais cabíveis;
também conferido efeito suspensivo quando interposta contra sen- IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e “habeas
tença que deferir a adoção por estrangeiro e, a juízo da autoridade FRUSXV´ HP TXDOTXHU MXt]R LQVWkQFLD RX WULEXQDO QD GHIHVD GRV
judiciária, sempre que houver perigo de dano irreparável ou de interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e ao
difícil reparação; adolescente;
VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior ins- X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por
WkQFLDQRFDVRGHDSHODomRRXGRLQVWUXPHQWRQRFDVRGHDJUDYR infrações cometidas contra as normas de proteção à infància e à ju-
a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, manten- ventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil e pe-
do ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias; nal do infrator, quando cabível;

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;,LQVSHFLRQDUDVHQWLGDGHVS~EOLFDVHSDUWLFXODUHVGHDWHQ- § 2° - A ausência do defensor não a determinará o adiamento
dimento e os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto de nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda
as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
LUUHJXODULGDGHVSRUYHQWXUDYHUL¿FDGDV †ƒ6HUiGLVSHQVDGDDRXWRUJDGHPDQGDWRTXDQGRVHWUDWDU
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido indicado por
serviços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência social, ocasião de ato formal com a presença da autoridade judiciária.
S~EOLFRVRXSULYDGRVSDUDRGHVHPSHQKRGHVXDVDWULEXLo}HV
† ƒ  $ OHJLWLPDomR GR 0LQLVWpULR 3~EOLFR SDUD DV Do}HV CAPÍTULO VII - DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERES-
cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas SES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS
hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei.
§ 2° - As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, $UW   5HJHPVH SHODV GLVSRVLo}HV GHVWD /HL DV Do}HV GH
GHVGHTXHFRPSDWtYHLVFRPD¿QDOLGDGHGR0LQLVWpULR3~EOLFR responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e ao
†ƒ2UHSUHVHQWDQWHGR0LQLVWpULR3~EOLFRQRH[HUFtFLRGH adolescente, referentes ao não-oferecimento ou oferta irregular:
suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre criança I - o ensino obrigatório;
ou adolescente. II - de atendimento educacional especializado aos portadores
†ƒ2UHSUHVHQWDQWHGR0LQLVWpULR3~EOLFRVHUiUHVSRQViYHO GHGH¿FLrQFLD
pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar, nas Ill - de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero
hipóteses legais de sigilo. a seis anos de idade;
†ƒ3DUDRH[HUFtFLRGDDWULEXLomRGHTXHWUDWDRLQFLVR9,,, IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do edu-
GHVWHDUWLJRSRGHUiRUHSUHVHQWDQWHGR0LQLVWpULR3~EOLFR cando;
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o V - de programas suplementares de oferta de material didático-
competente procedimento, sob sua presidência; HVFRODUWUDQVSRUWHHDVVLVWrQFLDjVD~GHGRHGXFDQGRGRHQVLQRIXQ-
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade recla- damental;
PDGDHPGLDORFDOHKRUiULRSUHYLDPHQWHQRWL¿FDGRVRXDFHUWDGRV VI - de serviço de assistência social visando à proteção à famí-
F HIHWXDUUHFRPHQGDo}HVYLVDQGRjPHOKRULDGRVVHUYLoRVS~- OLDjPDWHUQLGDGHjLQIkQFLDHjDGROHVFrQFLDEHPFRPRDRDPSDUR
EOLFRVHGHUHOHYkQFLDS~EOLFDDIHWRVjFULDQoDHDRDGROHVFHQWH¿- às crianças e adolescentes que dele necessitem;
cando prazo razoável para sua perfeita adequação. 9,,GHDFHVVRjVDo}HVHVHUYLoRVGHVD~GH
9,,,  GH HVFRODUL]DomR H SUR¿VVLRQDOL]DomR GRV DGROHVFHQWHV
$UW1RVSURFHVVRVHSURFHGLPHQWRVHPTXHQmRIRUSDUWH privados de liberdade.
DWXDUiREULJDWRULDPHQWHR0LQLVWpULR3~EOLFRQDGHIHVDGRVGLUHLWRV Parágrafo Único - As hipóteses previstas neste artigo não ex-
e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos cluem da proteção judicial outros interesses individuais, difusos ou
autos depois das partes, podendo juntar documentos e requerer dili- FROHWLYRV SUySULRV GD LQIkQFLD H GD DGROHVFrQFLD SURWHJLGRV SHOD
gências, usando os recursos cabíveis. Constituição e pela Lei.

$UW$LQWLPDomRGR0LQLVWpULR3~EOLFRHPTXDOTXHUFDVR $UW$VDo}HVSUHYLVWDVQHVWH&DStWXORVHUmRSURSRVWDVQR
será feita pessoalmente. foro local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo
$UW$IDOWDGHLQWHUYHQomRGR0LQLVWpULR3~EOLFRDFDUUHWD juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas
DQXOLGDGHGRIHLWRTXHVHUiGHFODUDGDGHR¿FLRSHORMXL]RXDUHTXH- a competência da Justiça Federal e a competência originária dos Tri-
rimento de qualquer interessado. bunais Superiores.

$UW  $V PDQLIHVWDo}HV SURFHVVXDLV GR UHSUHVHQWDQWH GR $UW3DUDDVDo}HVFtYHLVIXQGDGDVHPLQWHUHVVHVFROHWLYRV


0LQLVWpULR3~EOLFRGHYHUmRVHUIXQGDPHQWDGDV ou difusos, consideram-se legitimados concorrentemente:
,R0LQLVWpULR3~EOLFR
CAPÍTULO VI - DO ADVOGADO II - a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal e os
Territórios;
$UW$FULDQoDRXRDGROHVFHQWHVHXVSDLVRXUHVSRQViYHO III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um
e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide DQRHTXHLQFOXDPHQWUHVHXV¿QVLQVWLWXFLRQDLVDGHIHVDGRVLQWHUHV-
poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, através de ses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a autorização da
advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmente ou assembléia, se houver prévia autorização estatutária.
SRUSXEOLFDomRR¿FLDOUHVSHLWDGRRVHJUHGRGHMXVWLoD †ƒ$GPLWLUVHiOLWLVFRQVyUFLRIDFXOWDWLYRHQWUHRV0LQLVWpULRV
Parágrafo Único - Será prestada assistência judiciária integral e 3~EOLFRVGD8QLmRHGRV(VWDGRVQDGHIHVDGRVLQWHUHVVHVHGLUHLWRV
gratuita àqueles que dela necessitarem. de que cuida esta Lei.
§ 2° - Em caso de desistência ou abandono da ação por
$UW1HQKXPDGROHVFHQWHDTXHPVHDWULEXDDSUiWLFDGH DVVRFLDomR OHJLWLPDGD R 0LQLVWpULR 3~EOLFR RX RXWUR LQWLPDGR
ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será processado sem poderá assumir a titularidade ativa.
defensor.
†ƒ6HRDGROHVFHQWHQmRWLYHUGHIHQVRUVHUOKHViQRPHDGR $UW2VyUJmRVS~EOLFRVOHJLWLPDGRVSRGHUmRWRPDUGRV
pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de interessados compromissos de ajustamento de sua conduta às exi-
sua preferência. JrQFLDVOHJDLVRTXDOWHUiH¿FiFLDGHWtWXORH[HFXWLYRH[WUDMXGLFLDO

Didatismo e Conhecimento 56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW3DUDGHIHVDGRVGLUHLWRVHLQWHUHVVHVSURWHJLGRVSRU $UW   1DV Do}HV GH TXH WUDWD HVWH &DStWXOR QmR KDYH-
esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes. rá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
†ƒ$SOLFDPVHjVDo}HVSUHYLVWDVQHVWH&DStWXORDVQRUPDV quaisquer outras despesas.
do Código de Processo Civil.
† ƒ  &RQWUD DWRV LOHJDLV RX DEXVLYRV GH DXWRULGDGH S~EOLFD $UW4XDOTXHUSHVVRDSRGHUiHRVHUYLGRUS~EOLFRGHYHUi
ou agente de pessoa jurídica no exercício de arribações do Poder SURYRFDU D LQLFLDWLYD GR 0LQLVWpULR 3~EOLFR SUHVWDQGROKH LQIRU-
3~EOLFRTXHOHVHPGLUHLWROtTXLGRHFHUWRSUHYLVWRQHVWD/HLFDEHUi mações sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e indican-
ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado do-lhe os elementos de convicção.
de segurança.
$UW6HQRH[HUFtFLRGHVXDVIXQo}HVRVMXt]HVHWULEX-
$UW1DDomRTXHWHQKDSRUREMHWRRFXPSULPHQWRGHREUL- nais tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propo-
JDo}HVGHID]HURXQmRID]HURMXL]FRQFHGHUiDWXWHODHVSHFt¿FDGD VLWXUDGHDomRFLYLOUHPHWHUmRSHoDVDR0LQLVWpULR3~EOLFRSDUDDV
obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
providências cabíveis.
prático equivalente ao do adimplemento.
† ƒ  6HQGR UHOHYDQWH R IXQGDPHQWR GD GHPDQGD H KDYHQGR
Art. 222 - Para instruir a petição inicial, o interessado poderá
MXVWL¿FDGRUHFHLRGHLQH¿FiFLDGRSURYLPHQWR¿QDOpOtFLWRDRMXL]
requerer às autoridades competentes as certidões e informações
FRQFHGHUDWXWHODOLPLQDUPHQWHRXDSyVMXVWL¿FDomRSUpYLDFLWDQGR
o réu. que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze
§ 2° - O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na dias.
sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido
GRDXWRUVHIRUVX¿FLHQWHRXFRPSDWtYHOFRPDREULJDomR¿[DQGR $UW20LQLVWpULR3~EOLFRSRGHUiLQVWDXUDUVREVXDSUH-
prazo razoável para o cumprimento do preceito. sidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, orga-
†ƒ$PXOWDVyVHUiH[LJtYHOGRUpXDSyVRWUiQVLWRHPMXOJDGR QLVPR S~EOLFR RX SDUWLFXODU FHUWLGlHV LQIRUPDo}HV H[DPHV RX
da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a
VHKRXYHUFRQ¿JXUDGRRGHVFXPSULPHQWR GH]GLDV~WHLV
†ƒ6HRyUJmRGR0LQLVWpULR3~EOLFRHVJRWDGDVWRGDVDV
$UW2VYDORUHVGDVPXOWDVUHYHUWHUmRDRIXQGRJHULGRSHOR diligências, se convencer da inexistência de fundamento para
Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do respectivo a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos
município. autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o
†ƒ$VPXOWDVQmRUHFROKLGDVDWpWULQWDGLDVDSyVRWUkQVLWRHP fundamentadamente.
julgado da decisão serão exigidas através de execução promovida § 2° - Os autos do inquérito civil ou as peças de informação
SHOR0LQLVWpULR3~EOLFRQRVPHVPRVDXWRVIDFXOWDGDLJXDOLQLFLDWLYD arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave,
aos demais legitimados. QRSUD]RGHWUrVGLDVDR&RQVHOKR6XSHULRUGR0LQLVWpULR3~EOLFR
§ 2° - Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro †ƒ$WpTXHVHMDKRPRORJDGDRXUHMHLWDGDDSURPRomRGH
¿FDUiGHSRVLWDGRUHPHVWDEHOHFLPHQWRR¿FLDOGHFUpGLWRHPFRQWD arquivamento, em sessão do Conselho Superior do Ministério
com correção monetária. 3~EOLFR SRGHUmR DV DVVRFLDo}HV OHJLWLPDGDV DSUHVHQWDU UD]}HV H
atas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou
$UW2MXL]SRGHUiFRQIHULUHIHLWRVXVSHQVLYRDRVUHFXUVRV anexados às peças de informação.
para evitar dano irreparável à parte. †ƒ$SURPRomRGHDUTXLYDPHQWRVHUiVXEPHWLGDDH[DPHH
GHOLEHUDomRGR&RQVHOKR6XSHULRUGR0LQLVWpULR3~EOLFRFRQIRUPH
$UW7UDQVLWDGDHPMXOJDGRDVHQWHQoDTXHLPSXVHUFRQ- dispuser o seu Regimento.
GHQDomRDR3RGHU3~EOLFRRMXL]GHWHUPLQDUiDUHPHVVDGHSHoDVj
† ƒ  'HL[DQGR R &RQVHOKR 6XSHULRU GH KRPRORJDU D
autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e
promoção de arquivo, designará, desde logo, outro órgão do
administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
0LQLVWpULR3~EOLFRSDUDRDMXL]DPHQWRGDDomR
$UW'HFRUULGRVVHVVHQWDGLDVGRWUkQVLWRHPMXOJDGRGD
sentença condenatória sem que a associação autora lhe promova a $UW$SOLFDPVHVXEVLGLDULDPHQWHQRTXHFRXEHUDVGLV-
H[HFXomRGHYHUiID]rORR0LQLVWpULR3~EOLFRIDFXOWDGDLJXDOLQL- SRVLo}HVGD/HLQƒGHGHMXOKRGH
ciativa aos demais legitimados.
TÍTULO VII - DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES
$UW2MXL]FRQGHQDUiDDVVRFLDomRDXWRUDDSDJDUDRUpX ADMINISTRATIVAS
RVKRQRUiULRVDGYRFDWtFLRVDUELWUDGRVQDFRQIRUPLGDGHGR†GR
DUWGD/HLQƒGHGHMDQHLURGH&yGLJRGH3UR- CAPÍTULO I - DOS CRIMES
cesso Civil, quando reconhecer que a pretensão é manifestamente
infundada. SEÇÃO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
3DUiJUDIRÒQLFR(PFDVRGHOLWLJkQFLDGHPiIpDDVVRFLDomR
autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão $UW(VWH&DStWXORGLVS}HVREUHFULPHVSUDWLFDGRVFRQWUD
solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do
responsabilidade por perdas e danos. disposto na legislação penal.

Didatismo e Conhecimento 57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW$SOLFDPVHDRVFULPHVGH¿QLGRVQHVWD/HLDVQRU- $UW'HL[DUDDXWRULGDGHFRPSHWHQWHVHPMXVWDFDXVD
PDVGD3DUWH*HUDOGR&yGLJR3HQDOHTXDQWRDRSURFHVVRDVSHU- de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo
tinentes ao Código de Processo Penal. tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
$UW2VFULPHVGH¿QLGRVQHVWD/HLVmRGHDomRS~EOLFD $UW'HVFXPSULULQMXVWL¿FDGDPHQWHSUD]R¿[DGRQHVWD
incondicionada. Lei em benefício de adolescente privado de liberdade:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
SEÇÃO II - DOS CRIMES EM ESPÉCIE
$UW,PSHGLURXHPEDUDoDUDDomRGHDXWRULGDGHMXGLFLiULD
PHPEURGR&RQVHOKR7XWHODURXUHSUHVHQWDQWHGR0LQLVWpULR3~EOL-
$UW'HL[DURHQFDUUHJDGRGHVHUYLoRRXRGLULJHQWHGH
co no exercício de função prevista na Lei.
HVWDEHOHFLPHQWRGHDWHQomRjVD~GHGHJHVWDQWHGHPDQWHUUHJLVWUR
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art.
 GHVWD /HL EHP FRPR GH IRUQHFHU j SDUWXULHQWH RX D VHX UHV- $UW6XEWUDLUFULDQoDRXDGROHVFHQWHDRSRGHUGHTXHPR
ponsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, WHPVREVXDJXDUGDHPYLUWXGHGHOHLRXRUGHPMXGLFLDOFRPR¿P
onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento de colocação em lar substituto:
do neonato: Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo Único - Se o crime é culposo: $UW3URPHWHURXHIHWLYDUDHQWUHJDGH¿OKRRXSXSLORD
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. terceiro, mediante paga ou recompensa:
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
$UW'HL[DURPpGLFRHQIHUPHLURRXGLULJHQWHGHHVWD- Parágrafo Único - Incide nas mesmas penas quem oferece ou
EHOHFLPHQWRGHDWHQomRjVD~GHGHJHVWDQWHGHLGHQWL¿FDUFRUUHWD- efetiva a paga ou recompensa.
mente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como
GHL[DUGHSURFHGHUDRVH[DPHVUHIHULGRVQRDUWGHVWD/HL $UW3URPRYHURXDX[LOLDUDHIHWLYDomRGHDWRGHVWLQDGRDR
Pena - detenção de seis meses a dois anos. HQYLRGHFULDQoDRXDGROHVFHQWHSDUDRH[WHULRUFRPLQREVHUYkQFLD
Parágrafo Único - Se o crime é culposo: GDVIRUPDOLGDGHVOHJDLVRXFRPR¿WRGHREWHUOXFUR
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.

$UW3URGX]LURXGLULJLUUHSUHVHQWDomRWHDWUDOWHOHYLVLYD
$UW3ULYDUDFULDQoDRXRDGROHVFHQWHGHVXDOLEHUGDGH
RXSHOtFXODFLQHPDWRJUi¿FDXWLOL]DQGRVHGHFULDQoDRXDGROHVFHQWH
SURFHGHQGRjVXDDSUHHQVmRVHPHVWDUHPÀDJUDQWHGHDWRLQIUD-
HPFHQDGHVH[RH[SOtFLWRRXSRUQRJUi¿FD
cional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária com-
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
petente: Parágrafo Único - Incorre na mesma pena quem, nas condições
Pena - detenção de seis meses a dois anos. referidas neste artigo, contracena com criança ou adolescente.
Parágrafo Único - Incide na mesma pena aquele que procede à
DSUHHQVmRVHPREVHUYkQFLDGDVIRUPDOLGDGHVOHJDLV $UW)RWRJUDIDURXSXEOLFDUFHQDGHVH[RH[SOtFLWRRXSRU-
QRJUi¿FDHQYROYHQGRFULDQoDRXDGROHVFHQWH
$UW   'HL[DU D DXWRULGDGH SROLFLDO UHVSRQViYHO SHOD Pena - reclusão de um a quatro anos.
apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata comunica-
ção à autoridade judiciária competente e à família do aprendido ou $UW9HQGHUIRUQHFHUDLQGDTXHJUDWXLWDPHQWHRXHQWUHJDU
à pessoa por ele indicada: de qualquer forma, a criança o ou adolescente arma, munição ou
Pena - detenção de seis meses a dois anos. explosivo:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
$UW6XEPHWHUFULDQoDRXDGROHVFHQWHVREVXDDXWRULGD-
GHJXDUGDRXYLJLOkQFLDDYH[DPHRXDFRQVWUDQJLPHQWR $UW9HQGHUIRUQHFHUDLQGDTXHJUDWXLWDPHQWHPLQLVWUDU
Pena - detenção de seis meses a dois anos. ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente, sem justa
causa, produtos cujos componentes possam causar dependência físi-
$UW6XEPHWHUFULDQoDRXDGROHVFHQWHVREVXDDXWRULGD- ca ou psíquica, ainda que por utilização indevida:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa, se o fato não
GHJXDUGDRXYLJLOkQFLDDWRUWXUD
constitui crime mais grave.
Pena - reclusão de um a cinco anos.
†ƒ6HUHVXOWDUOHVmRFRUSRUDOJUDYH
$UW9HQGHUIRUQHFHUDLQGDTXHJUDWXLWDPHQWHRXHQWUHJDU
Pena - reclusão de dois a oito anos. de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou
§ 2° - Se resultar lesão corporal gravíssima: GHDUWL¿FLRH[FHWRDTXHOHVTXHSHORVHXUHGX]LGRSRWHQFLDOVHMDP
Pena - reclusão de quatro a doze anos. incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização
†ƒ6HUHVXOWDUPRUWH indevida:
Pena - reclusão de quinze a trinta anos. Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.

Didatismo e Conhecimento 58
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CAPÍTULO II - DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS $UW'HL[DURUHVSRQViYHOSRUGLYHUVmRRXHVSHWiFXORS~-
EOLFRGHD¿[DUHPOXJDUYLVtYHOHGHIiFLODFHVVRjHQWUDGDGRORFDO
$UW'HL[DURPpGLFRSURIHVVRURXUHVSRQViYHOSRUHVWD- de exibição, informação destacada sobre a natureza da diversão ou
EHOHFLPHQWRGHDWHQomRjVD~GHHGHHQVLQRIXQGDPHQWDOSUpHVFROD HVSHWiFXORHDIDL[DHWiULDHVSHFL¿FDGDQRFHUWL¿FDGRGHFODVVL¿FD-
ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que ção:
WHQKDFRQKHFLPHQWRHQYROYHQGRVXVSHLWDRXFRQ¿UPDomRGHPDXV- Pena - multa de três a vinte salários de referência aplicando-se
-tratos contra criança ou adolescente:Pena - muita de três a vinte o dobro em caso de reincidência.
salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
$UW$QXQFLDUVHSHoDVWHDWUDLV¿OPHVRXTXDLVTXHUUHSUH-
$UW,PSHGLURUHVSRQViYHORXIXQFLRQiULRGHHQWLGDGHGH sentações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não
atendimento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, se recomendem:
9,,9,,,H;,GRDUWGHVWD/HL Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada em
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espetáculo
o dobro em caso de reincidência. e aos órgãos de divulgação ou publicidade.

$UW'LYXOJDUWRWDORXSDUFLDOPHQWHVHPDXWRUL]DomRGH- $UW7UDQVPLWLUDWUDYpVGHUiGLRRXWHOHYLVmRHVSHWiFXOR
vida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento HPKRUiULRGLYHUVRGRDXWRUL]DGRRXVHPDYLVRGHVXDFODVVL¿FDomR
de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a crian- Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada
ça ou adolescente a que se atribua ato infracional: em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se suspensão da programação da emissora por até dois dias.
o dobro em caso de reincidência.
†ƒ,QFRUUHQDPHVPDSHQDTXHPH[LEHWRWDORXSDUFLDOPHQWH $UW([LELU¿OPHWUDLOHUSHoDDPRVWUDRXFRQJpQHUHFODV-
IRWRJUD¿DGHFULDQoDRXDGROHVFHQWHHQYROYLGRHPDWRLQIUDFLRQDO VL¿FDGR SHOR yUJmR FRPSHWHQWH FRPR LQDGHTXDGR jV FULDQoDV RX
RXTXDOTXHULOXVWUDomRTXHOKHGLJDUHVSHLWRRXVHUH¿UDDDWRVTXH adolescentes admitidos ao espetáculo:
OKHVHMDPDWULEXtGRVGHIRUPDDSHUPLWLUVXDLGHQWL¿FDUmRGLUHWDRX Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reincidên-
cia, a autoridade poderá determinar a suspensão do espetáculo ou o
indiretamente.
fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
§ 2° - Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou
emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a
$UW9HQGHURXORFDUDFULDQoDRXDGROHVFHQWH¿WDGHSUR-
autoridade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação
JUDPDomR HP YtGHR HP GHVDFRUGR FRP D FODVVL¿FDomR DWULEXtGD
ou a suspensão da programação da emissora até por dois dias, bem
pelo órgão competente:
FRPRGDSXEOLFDomRGRSHULyGLFRDWpSRUGRLVQ~PHURV
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de
reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamen-
$UW'HL[DUGHDSUHVHQWDUjDXWRULGDGHMXGLFLiULDGHVHX
to do estabelecimento por até quinze dias.
GRPLFtOLRQRSUD]RGHFLQFRGLDVFRPR¿PGHUHJXODUL]DUDJXDUGD
adolescente trazido de outra comarca para a prestação de serviço $UW   'HVFXPSULU REULJDomR FRQVWDQWH GRV DUWV  H 
doméstico, mesmo que autorizado pelos pais ou responsável: desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se
o dobro em caso de reincidência, independentemente das despesas a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista
de retorno do adolescente, se for o caso. ou publicação.

$UW'HVFXPSULUGRORVDRXFXOSRVDPHQWHRVGHYHUHVLQH- $UW'HL[DURUHVSRQViYHOSHORHVWDEHOHFLPHQWRRXRHP-
rentes ao pátrío poder ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim presário de observar o que dispõe esta lei sobre o acesso de criança
determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua participação no
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se espetáculo.
o dobro em caso de reincidência. Pena - muita de três a vinte salários de referência; em caso de
reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamen-
$UW+RVSHGDUFULDQoDRXDGROHVFHQWHGHVDFRPSDQKDGR to do estabelecimento por até quinze dias.
dos pais ou responsável ou sem autorização escrita destes, ou da
autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere: DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRLAS
Pena - multa de dez a cinqüenta salários de referência; em caso
de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha- $UW$8QLmRQRSUD]RGHQRYHQWDGLDVFRQWDGRVGDSX-
mento do estabelecimento por até quinze dias. blicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo sobre a
criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política de aten-
$UW   7UDQVSRUWDU FULDQoD RX DGROHVFHQWH SRU TXDOTXHU GLPHQWR¿[DGDVQRDUWHDRTXHHVWDEHOHFHR7tWXOR9GR/LYUR,,
PHLRFRPLQREVHUYkQFLDGRGLVSRVWRQRVDUWVHGHVWD/HL Parágrafo Único - Compete aos Estados e Municípios promo-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se verem a adaptação de seus órgãos e programas às diretrizes e princí-
o dobro de reincidência. pios estabelecidos nesta Lei.

Didatismo e Conhecimento 59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW 2V FRQWULEXLQWHVSRGHUmRGHGX]LUGRLPSRVWRGH-  $UW
vido, na declaração do Imposto sobre a Renda, o total das doa- § ƒ$XPHQWDVHDSHQDGHXPWHUoRVHRFULPHpSUDWLFDGR
ções feitas aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente contra pessoa menor de catorze anos.
- nacional, estaduais ou municipais - devidamente comprovadas,  $UW
obedecidos os limites estabelecidos em Decreto do Presidente da Parágrafo Único - Se a ofendida é menor de catorze anos:
5HS~EOLFD Pena - reclusão de quatro a dez anos.
†ƒ$VGHGXo}HVDTXHVHUHIHUHHVWHDUWLJRQmRHVWmRVXMHLWDV  $UW
a outros limites estabelecidos na legislação do imposto de renda, Parágrafo Único - Se o ofendido é menor de catorze anos:
nem excluem ou reduzem outros benefícios ou abatimentos e Pena - reclusão de três a nove anos.
deduções em vigor, de maneira especial as doações a entidades de
XWLOLGDGHS~EOLFD $UW2DUWGD/HLQƒGHGHGH]HPEURGH
§ 2° - Os Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos ¿FDDFUHVFLGRGRVHJXLQWHLWHP
'LUHLWRVGD&ULDQoDHGR$GROHVFHQWH¿[DUmRFULWpULRVGHXWLOL]DomR $UW
através de planos de aplicação das doações subsidiadas e demais †ƒ$SHUGDHDVXVSHQVmRGRSiWULRSRGHU
receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao
acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente, $UW$,PSUHQVD1DFLRQDOHGHPDLVJUi¿FDVGD8QLmRGD
yUImRRXDEDQGRQDGRQDIRUPDGRGLVSRVWRQRDUW†ƒ9, administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e
da Constituição Federal. PDQWLGDVSHOR3RGHU3~EOLFR)HGHUDOSURPRYHUmRHGLomRSRSXODU
†ƒ2'HSDUWDPHQWRGH5HFHLWD)HGHUDOGR0LQLVWpULRGD do texto integral deste Estatuto, que será posto à disposição das
Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a comprovação escolas e das entidades de atendimento e de defesa dos direitos da
das doações feitas aos Fundos, nos termos deste artigo. (Nova re- criança e do adolescente.
dação conforme Lei Federal n° 8.242/91, de 12/10/91)
† ƒ  2 0LQLVWpULR 3~EOLFR GHWHUPLQDUi HP FDGD FRPDUFD $UW(VWD/HLHQWUDHPYLJRUQRYHQWDGLDVDSyVVXDSX-
D IRUPD GH ¿VFDOL]DomR GD DSOLFDomR SHOR )XQGR 0XQLFLSDO GRV blicação.
'LUHLWRV GD &ULDQoD H GR $GROHVFHQWH GRV LQFHQWLYRV ¿VFDLV 3DUiJUDIRÒQLFR'XUDQWHRSHUtRGRGHYDFkQFLDGHYHUmRVHU
referidos neste artigo. promovidas atividades e campanhas de divulgação e esclarecimen-
to acerca do disposto nesta Lei.
$UW¬IDOWDGRV&RQVHOKRV0XQLFLSDLVGRV'LUHLWRVGD
Criança e do Adolescente, os registros, inscrições e alterações a $UW5HYRJDPVHDV/HLVQƒVGHHGH
TXHVHUHIHUHRVDUWVSDUiJUDIR~QLFRHGHVWD/HLVHUmRHIH- GHRXWXEURGH &yGLJRGH0HQRUHV HDVGHPDLVGLVSRVL-
tuados perante a autoridade judiciária da comarca a que pertence ções em contrário.
a entidade. %UDVtOLD HP  GH MXOKR GH  ƒ GD ,QGHSHQGrQFLD H
3DUiJUDIRÒQLFR$8QLmR¿FDDXWRUL]DGDDUHSDVVDUDRV(V- ƒGD5HS~EOLFD
tados e Municípios, e os Estados aos Municípios, os recursos re-
ferentes aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo
estejam criados os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adoles-
cente nos seus respectivos níveis.
CONHECIMENTOS DE FISIOLOGIA DO
EXERCÍCIO, TREINAMENTO DESPORTIVO,
DESENVOLVIMENTO MOTOR.
$UW   (QTXDQWR QmR LQVWDODGRV RV &RQVHOKRV 7XWHODUHV
as atribuições a eles conferidas serão exercidas pela autoridade
judiciária.

$UW2'HFUHWROHLQƒGHGHGH]HPEURGH Princípios Básicos e Efeitos do Treinamento Físico


Código Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações:
 $UW Os princípios do treino desportivo são basicamente seis, ha-
†ƒ1RKRPLFtGLRFXOSRVRDSHQDpDXPHQWDGDGHXPWHUoR vendo diferenciações pessoais de autores que lidam com o trei-
VHRFULPHUHVXOWDGHLQREVHUYkQFLDGHUHJUDWpFQLFDGHSUR¿VVmR QDPHQWRD¿UPDQGRDLQGDPDLVDQHFHVVLGDGHGHDSURIXQGDPHQWR
arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à nos meios teóricos para o controle prático dos treinos. Treinamen-
vítima, não procura diminuir as conseqiiéncias do seu ato, ou foge to desportivo como estrutura lógica é a organização para a aplica-
SDUDHYLWDUSULVmRHPÀDJUDQWH6HQGRGRORVRRKRPLFtGLRDSHQD omRGRVPpWRGRVFLHQWt¿FRVGHWUHLQDPHQWRTXHYLVDPSRUPHLR
e aumentada de um terço, se o crime é praticado contra pessoa de mecanismos pedagógicos, atingir o mais alto rendimento hu-
menor de catorze anos. mano, nos aspectos e características técnicas, físicas, psicológicas,
 $UW sociais e espirituais do indivíduo ou equipe. “O treinamento, já
†ƒ$XPHQWDVHDSHQDGHXPWHUoRVHRFRUUHUTXDOTXHUGDV DFHLWR Ki DOJXP WHPSR FRPR FLrQFLD WHP VXD SRVLomR FLHQWt¿FD
KLSyWHVHVGRDUW†ƒ reforçada com referências consideradas essenciais para todos os
†ƒ$SOLFDVHjOHVmRFXOSRVDRGLVSRVWRQR†ƒGRDUW que buscam o alto rendimento atlético”. Tubino.

Didatismo e Conhecimento 60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Toda e qualquer atividade necessita de normas para uma conduta racional de aplicação. No caso do treinamento desportivo e muscula-
ção particularmente, algumas normas e regras foram sendo criadas ou desenvolvidas com base em princípios relacionados com a constitui-
omRItVLFDKXPDQDHFRPDVUHVSRVWDVRUJkQLFDVDRVHVWtPXORVDSOLFDGRV2VSULQFtSLRVGRWUHLQRGHVSRUWLYRVmREDVLFDPHQWHVHLVHDEDL[R
HVFDORQDGRV+iGLIHUHQFLDo}HVSHVVRDLVGHDXWRUHVTXHOLGDPFRPRWUHLQDPHQWRD¿UPDQGRDLQGDPDLVDQHFHVVLGDGHGHDSURIXQGDPHQWRQRV
meios teóricos para o controle prático dos treinos. É comum o surgimento de subdivisões dentro de algum dos princípios do treinamento, situa-
ção esta que será visualizada em alguns parágrafos abaixo.
3ULQFtSLRGDLQGLYLGXDOLGDGHELROyJLFD
2. Princípio da adaptação
3ULQFtSLRGDVREUHFDUJD
3ULQFtSLRGDFRQWLQXLGDGHUHYHUVLELOLGDGH
3ULQFtSLRGDLQWHUGHSHQGrQFLDYROXPH;LQWHQVLGDGH
3ULQFtSLRGDHVSHFL¿FLGDGHGRVPRYLPHQWRV

3ULQFtSLRVHVSHFt¿FRVGDPXVFXODomRA musculação possui particularidades no momento da aplicação prática dos trabalhos, que estão
sempre vinculadas aos princípios do treinamento desportivo. Os princípios do treino neste caso são singularmente aplicados de maneira mais
TXDOL¿FDGDHHQFDPSDQGREDVLFDPHQWHDLQGLYLGXDOLGDGHELROyJLFDDVREUHFDUJD HDHVSHFL¿FLGDGHGRVPRYLPHQWRV$HVWUXWXUDomRGDVVH-
quencias de exercícios, tornou-se um conceito paralelo e considerado, como sendo um principio do treinamento exclusivo dos trabalhos contra
resistência.

3ULQFtSLRGDLQGLYLGXDOLGDGHELROyJLFDCada ser humano possui estruturas físicas e psicológicas individualizadas ou diferenciadas dos
GHPDLVVXJHULQGRTXHFDGDXPGHQyVVHMDXPVHU~QLFR2VHUKXPDQRpDXQLmRHQWUHDVFDUDFWHUtVWLFDVGRJHQyWLSR FDUJDJHQpWLFDUHFHELGD 
com o fenótipo (carga geral de elementos que são adicionados ao indivíduo após o nascimento) que criam o suporte de individualização huma-
QD$EDL[RQRTXDGURHQFRQWUDVHDOJXPDVFDUDFWHUtVWLFDVGRJHQyWLSRHGRIHQyWLSR

Quadro 01

Genótipo Fenótipo
Estatura Habilidades motoras e esportivas
Biótipo ou estrutura corporal Nível intelectual
Aptidões físicas e intelectuais Consumo máximo de oxigênio e limiar anaeróbio
Força máxima 3HUFHQWXDOGH¿EUDVPXVFXODUHV
Composição corporal
3HUFHQWXDOGRVWLSRVGH¿EUDVPXVFXODUHV

$VUHVSRVWDVDRWUHLQDPHQWRDSOLFDGRVmRGHWHUPLQDGDVSRUFDUDFWHUtVWLFDVKHUHGLWiULDVDVVRFLDGDVjVLQÀXrQFLDVGRPHLRDPELHQWH%XVFD-
PRVFRQWLQXDPHQWHRDSHUIHLoRDPHQWRGDVFDUDFWHUtVWLFDVWpFQLFRHVSRUWLYDVGDIRUPDPDLVHVSHFt¿FDHLQGLYLGXDOL]DGDSRVVtYHO4XDQWRPDLVR
WUHLQRDSUR[LPDUVHGDVFDUDFWHUtVWLFDVSRVLWLYDVGHUHVSRVWDVLQGLYLGXDLVPDLRUHVVHUmRDVSHUIRUPDQFHVDOFDQoDGDV&DGDVHUKXPDQRp~QLFRH
por este motivo necessita de um direcionamento personalizado para o treinamento visando o alto rendimento físico e desportivo. É inadmissível
a padronização de qualquer forma de treinamento, para grupos inteiros de indivíduos. O genótipo caracteriza os potenciais, a predisposição
LQDWDRXDSWLGmR$VKDELOLGDGHVVmRSDUWHGRIHQyWLSRRXGDVFDUDFWHUtVWLFDVSRVVtYHLVGHVHUHPLQFRUSRUDGDVDRLQGLYtGXR2VSUR¿VVLRQDLVGD
Educação físicas são bem familiarizados com os termos Aptidão e habilidade.
Entendemos por aptidão didaticamente expondo, como sendo os potenciais ou as qualidades inatas do homem, que são expressas continua-
mente por meio da predisposição e do talento. Como exemplos citamos a aptidão de força muscular máxima, a aptidão de resistência cardio-
YDVFXODUPi[LPDÀH[LELOLGDGHHYHORFLGDGHPi[LPDDWLQJtYHO³(YLGHQWHPHQWHRWUHLQDPHQWRItVLFRQmRPHOKRUDDFDSDFLGDGHGHGHVHPSHQKR
além daquele limite preestabelecido pelo genótipo”. Hollmann & Hettinger. As habilidades referem-se aos elementos que são adquiridos ou
aprendidos ao longo do tempo de vida, somando-se e formando um quadro de experiências. O ato de jogar ou praticar esportes, são transmitidos
aos indivíduos por meio de treinos e repetições contínuos, e são bons exemplos do que sejam as habilidades. “As condições neuromusculares,
SVLFRFRJQLWLYDVHDQkWRPRELRPHFkQLFDVTXHVmRKHUGDGDVFDUDFWHUL]DPGHXPDIRUPDJHUDODDSWLGmR8PGHVHQYROYLPHQWRPXLWRDFLPDGD
média dessas condições denomina-se talento”. “Pode-se dizer que os potenciais são determinados geneticamente e as capacidades ou habilida-
des expressas são decorrentes do fenótipo”).

3ULQFtSLRGDDGDSWDomRO princípio da adaptação do organismo ao treinamento possui particularidades relacionadas com o nível de estí-
mulo a ele aplicado. Durante a aplicação de estímulos de treinamento sobre o organismo deparamo-nos com o conceito de síndrome de adapta-
omRJHUDO 6$* DTXDOSRVVXLIDVHVFRUUHODFLRQDGDVFRPRVHVWtPXORVRXVWUHVVHV2VVWUHVVHVSRGHPVHUGHRUGHPItVLFDELRTXtPLFDHPHQWDO
A síndrome de adaptação geral possui três fases distintas abaixo escalonadas.

Didatismo e Conhecimento 61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
([FLWDomRRXFKRTXHDSUHVHQWHIDVHSRGHUiSURYRFDUGRUHVHSRUHVWHPRWLYRTXHGDPRPHQWkQHDQRUHQGLPHQWRSURYRFDQGRXPSH-
ríodo de reação de alarme no organismo.
2. Resistência ou adaptação - esta fase tende a provocar uma adaptação ao estímulo aplicado com elevação no rendimento.
([DXVWmRRXFDQVDoRQHVWDIDVHRFRUSRQmRUHVSRQGHSRVLWLYDPHQWHDRVHVWtPXORVSRUMiHVWDUDGDSWDGRSRVVLYHOPHQWHKDYHUiTXHGD
de rendimento nos casos de treinamento excessivo. Há o risco de lesões temporárias ou permanentes.

1RVFDVRVHPTXHRHVWtPXORVHMDPXLWRIUDFRHVWHQmRSURGX]LUiDGDSWDomRVDWLVIDWyULDHVHUiFODVVL¿FDGRFRPRHVWtPXOR'pELO2VHVWtPX-
ORVGHEDL[DLQWHQVLGDGHTXHDSHQDVH[FLWDPRRUJDQLVPRHQmRSURGX]HPDGDSWDo}HVSRVWHULRUHVVmRFODVVL¿FDGRVFRPR0pGLRV2VHVWtPXORV
Fortes são exatamente aqueles que proporcionam as adaptações mais seguras, plenas e prolongadas. Busca-se no treinamento consciente e
organizado, na maior parte do tempo, exatamente a manutenção desta forma de estímulo. Os estímulos Muito Fortes acarretam sensíveis danos
ao organismo e podem seguramente causar lesões, se não forem extremamente controlados por meio de testes periódicos e avaliações genera-
lizadas prévias relacionadas ao estado biológico maturacional e também psicológico do indivíduo.
Os conceitos acima descritos, trazem consigo um alerta e a base para que sejamos cautelosos no momento da aplicação de sobrecargas no
RUJDQLVPRGXUDQWHRVWUHLQDPHQWRV$EXVFDLQFHVVDQWHSRUFRPELQDo}HVLGHDLVGHDOWHUQkQFLDHQWUHRVHVWtPXORV0pGLRVH)RUWHV são a base para
o sucesso do treinamento. Saber em qual momento elevar o estímulo e ou reduzi-lo é a chave para as portas do alto rendimento. A utilização
de estímulos Muito Fortes é necessária para a ultrapassagem das barreiras que surgem no decorrer dos treinamentos dos atletas de alto nível.
Não devemos utilizar treinamentos nesta faixa de estímulo por mais de um ciclo (microciclo de choque), ou seja, mais do que sete dias, e muito
PHQRVXWLOL]iORFRPDWOHWDVRXSUDWLFDQWHVQRYDWRV8PFLFORGHWUHLQDPHQWRGHDDQRVFRQVHFXWLYRV OHLGRVTXDWURDQRV ID]VHQHFHVViULR
antes de arriscar estes níveis tão elevados de cargas nos treinos. Não devemos esquecer que grandes performances atléticas são alcançadas após
DDQRVGHWUHLQRVLQWHQVLYRVHVLVWHPiWLFRV$EDL[RQRTXDGURDSUHVHQWDVHXPDSURSRVWDFODVVL¿FDWyULDFRPDVFRQGLo}HVGHLQWHQVLGDGH
e carga adicional referente aos estímulos proveniente do treinamento contra resistência.

Quadro 02

Condições de intensidade Carga adicional Estímulo


Máxima  Muito forte
Submáxima D Muito forte
*UDQGHžVXE]RQD D Forte
*UDQGHžVXE]RQD D Forte
0RGHUDGDžVXE]RQD D Forte
Moderada 2º subzona D Médio
3HTXHQDžVXE]RQD D Médio
Pequena 2º subzona D Fraco

O organismo humano responde de maneira diferenciada a cada estímulo a ele aplicado. O estresse vivido quotidianamente no meio ambien-
te, produz interferências que devem ser consideradas em conjunto aos estímulos do treino. As respostas aos treinamentos podem ser negativas
FDVRKDMDLQÀXrQFLDGRPHLRVHPXPDGHTXDGRFRQWUROHGRWUHLQDGRU$VUHVSRVWDVDRVHVWtPXORVSVtTXLFRVHVRFLDLVVmRUHOHYDQWHVVREUHD
SHUIRUPDQFH$VDWLWXGHVSVLFROyJLFDVQHJDWLYDVFRPRDQVLHGDGHDQJXVWLDFRQ¿DQoDH[FHVVLYDGHSUHVVmRHWFHIDWRUHVVRFLDLVFRPRRDEXVR
de bebidas alcóolicas, festas, excessos sexuais, tabagismo e outros, necessitam estar sob controle do treinador. A individualidade deverá possuir
grande atenção aos períodos de adaptação, como exemplo citamos as crianças e os adolescentes, que possuem um estado de predisposição para
DGDSWDUHPVHPDLVIDFLOPHQWHDRVHVWtPXORVGHWUHLQRFRPSUHGRPLQkQFLDGHYROXPHDOWRFRPLQWHQVLGDGHPRGHUDGDDEDL[D
Em muitos casos surgem quedas sobre o rendimento biológico, sem uma explicação plausível. Quando após uma minuciosa pesquisa dos
hábitos de vida, surge o diagnóstico preciso de excesso de atividades paralelas, que são degradantes sobre as respostas do treinamento. A falta
de repouso adequado e maus hábitos alimentares são exemplos clássicos. O estresse no treinamento é necessário. As situações de estresse no
cotidiano são pouco prováveis de serem eliminadas. Resta ao treinador para que haja uma adaptação plena do organismo de seu educando, con-
centrar esforços e atenção, aos fatores que podem estar conduzindo o organismo a um estado de treinamento excessivo quer sejam eles durante
DVVHVV}HVGHWUHLQRRXGXUDQWHDVKRUDVIRUDGRkPELWRGHFRQWUROHWpFQLFR

3ULQFtSLRGDVREUHFDUJDRelaciona-se à aplicação das cargas de trabalho. O presente princípio está intimamente ligado ao treinamento
diário do indivíduo em sala de aula, assim como possui estreita relação com o princípio da adaptação e com o princípio da continuidade. Após a
aplicação de uma sobrecarga de treinamento o organismo necessita repor novamente a energia utilizada e reconstituir as estruturas desgastadas,
para que no ato da aplicação das sobrecargas futuras o organismo esteja em condições favoráveis para receber um novo estímulo, com intensida-
GHLJXDORXVXSHULRUDRDQWHULRUDSOLFDGR2IHQ{PHQRGDVXSHUFRPSHQVDomRDSOLFDGRDRVPHFDQLVPRVHQHUJpWLFRVRUJkQLFRVFDUDFWHUL]DVHSRU
promover o armazenamento a níveis ligeiramente acima daquele encontrado durante o início do treinamento. As reservas energéticas estarão,
após uma relação equilibrada entre repouso e reposição alimentar adequada, com um superávit ou estoque extra de energia, para ser utilizada
prontamente no próximo treinamento.

Didatismo e Conhecimento 62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Sabendo-se da possibilidade da supercompensação, procura-se ampliar a intensidade das cargas de treinamento sempre que possível,
visDQGRSURYRFDUPDLRUHVYROXPHVQRVHVWRTXHVHQHUJpWLFRVSRUPHLRGHWUHLQDPHQWRVSHULyGLFRVFRPFDUDFWHUtVWLFDVHVSHFt¿FDVFRQWtQXDV
crescentes, variadas, assim como exatas. O tempo que levará para o organismo repor energia e estocá-la em suas reservas, esta intimamente
UHODFLRQDGRFRPDVREUHFDUJDLPSRVWDDEDL[RQRTXDGURDHQFRQWUDVHRSHUtRGRSDUDDUHFXSHUDomRGDVIRQWHVHQHUJpWLFDVXWLOL]DGDVGXUDQWH
XPWUHLQDPHQWRPi[LPR1RTXDGUREHQFRQWUDVHXPDFODVVL¿FDomRUHODFLRQDGDjVFDUJDGHWUHLQDPHQWRHPXPDVHVVmR

Quadro 03 a.
Sobrecarga de característica máxima

Fonte Anaeróbia láctica Aeróbia alática


Anaeróbia láctica (ATP-PC)
energética (Glicogênio) (glicogênio e gorduras)
Recuperação DPLQXWRV PLQXWRVDKRUDV DGLDV

Quadro 03 b.

Carga de treinamento por sessão Tempo para restauração


Extrema 0DLRUTXHKRUDV
*UDQGH 'HKDK
Substancial 'HKDK
Média 'HKDK
Pequena 0HQRUTXHKRUDV

Nos trabalhos contra resistência é fundamental a escolha das cargas exatamente dentro dos objetivos predeterminados, ou seja os percen-
tuais de carga devem estar dentro dos padrões relacionados ao desenvolvimento da qualidade física alvo. Cada carga imposta ao organismo
SURGX]UHVSRVWDVPHWDEyOLFDVItVLFDVHSVLFROyJLFDVHVSHFt¿FDVHHPFRPXPDFRUGRFRPDLQWHQVLGDGHLPSRVWD6REUHFDUJDVFRQWUDUHVLVWrQFLD
PXVFXODomR  SURGX]HP PRGL¿FDo}HV SULQFLSDOPHQWH VREUH D HVWUXWXUD SURWpLFD H PHWDEROLVPR JOLFROtWLFR RX DQDHUyELR GD ¿EUD PXVFXODU
principalmente as do tipo IIb e IIa, em contrapartida treinos cíclicos e contínuos de baixa e média intensidade, estimulam melhorias sobre os
DVSHFWRVPHWDEyOLFRVDHUyELRVVREUHDV¿EUDVPXVFXODUHVGRWLSR,HVREUHRVLVWHPDFiUGLRSXOPRQDUHFLUFXODWyULR9HUL¿FDVHGHVWDIRUPD
XPDFDUDFWHUtVWLFDEiVLFDSDUDRVXUJLPHQWRGRSULQFtSLRGDFDUJDHVSHFt¿FD
$VVREUHFDUJDVGHWUHLQDPHQWRSRGHPVHUFODVVL¿FDGDVFRPRVREUHFDUJDHVWLPXODQWHVREUHFDUJDGHPDQXWHQomRRXVREUHFDUJDGHGHV-
treinamento. A sobrecarga estimulante é sempre mais elevada que o nível neutro e produz adaptações sobre o organismo. A sobrecarga de
PDQXWHQomRpDTXHODRQGHRQtYHOHVWDGHQWURGD]RQDQHXWUD FRPSUHHQGHVHFRPR]RQDQHXWUDDVREUHFDUJDTXHQmRSURGX]PRGL¿FDo}HV
VLJQL¿FDWLYDVQHPSRVLWLYDVQHPQHJDWLYDVVREUHRRUJDQLVPRGRDWOHWD HSRUHVWHPRWLYRQmRHVWLPXODPHOKRULDVVREUHRRUJDQLVPRKDYHQGR
apenas a manutenção do estado de treinamento. A sobrecarga de destreinamento localiza-se abaixo da zona neutra e impossibilita a manutenção
RXHOHYDomRGHXPHVWDGRGHWUHLQDPHQWRGHVWDIRUPDLGHQWL¿FDVHXPGHFUpVFLPRQRUHQGLPHQWR9HUL¿FDVHXPDTXHGDQDFRQGLomRItVLFD
mais acentuada nos primeiros dias de sobrecargas de destreinamento, quando estas situam-se em limiares próximos aos de repouso.
2FRQFHLWRGHVREUHFDUJDFRQVLGHUDDSHQDVDVFDUJDVGHWUDEDOKRTXHLPS}HPDRVVLVWHPDVRUJkQLFRVHWHFLGRVFRUSRUDLVXPHVWtPXORDFL-
ma daquele limite, ao qual o organismo já esteja acostumado. Neste caso, seguindo-se o conceito proposto no presente parágrafo, os estímulos
TXHSURYRFDPGHVWUHLQDPHQWRQmRVHULDPFODVVL¿FDGRVFRPRVREUHFDUJDVHVLPFRPRHVWtPXORVGpEHLV)RUoRVDPHQWHGHYHPRVHPSUHJDUD
estas condições que propiciam ao estado de destreinamento, o conceito de princípio da reversibilidade. Este princípio será abordado juntamente
FRPRSULQFtSLRGDFRQWLQXLGDGH$EDL[RQRTXDGURHQFRQWUDPVHRVSHUFHQWXDLVGHFDUJDVUHODFLRQDGRVSDUDRWUHLQDPHQWRGDVYDOrQFLDV
físicas.

Quadro 04.

Valência física Repetições Grupos % de cargas


Força pura D D D
)RUoDGLQkPLFD D D D
Força explosiva D D D
Resistência de força muscular localizada D D D

Didatismo e Conhecimento 63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Busca-se na aplicação das cargas o momento mais propício e manas consecutivas. Sucessivamente a este período, aplicamos um
exato em que o organismo esteja em seu mais alto nível de recupe- WUDEDOKRFRPFDUJDVGHHVWtPXORPpGLRGXUDQWHVHPDQDVVHJXLGD
ração física e psicológica. Esta forma de aplicação das cargas é uma GH  D  VHPDQDV FRP HVWtPXOR PXLWR IRUWH QHVWH FDVR DV VpULHV
das variáveis que buscamos freqüentemente para elevar continua- dos exercícios na musculação são repetidas no máximo duas vezes
mente o nível de rendimento. Esta forma de manipulação das cargas na semana). Outra maneira de variação nas cargas de treinamento
é também aceita como um principio de relacionado ao treinamento SDUDLQLFLDQWHVpRWUHLQDPHQWRHPVHPDQDVFRPHVWtPXORVPp-
desportivo e conceituado como princípio da sucessão exata das car- GLRVVHPDQDVFRPHVWtPXORIRUWHHDVVLPFRQWLQXDPHQWHDWpTXH
JDV+iXPDJUDQGHGL¿FXOGDGHHPSUHGHWHUPLQDURH[DWRHVWDGRGH LGHQWL¿TXHVHRLQLFLRGDHVWDELOL]DomRQRUHQGLPHQWRFRPDVFDU-
UHFXSHUDomRRUJkQLFRLQGLYLGXDOSRUHVWHIDWRGHYHPRVHVWDUFRQWL- gas de estímulo forte. A partir deste momento começamos a mesclar
nuamente indagando com os nossos alunos sobre sensações subje- HVWtPXORV PXLWR IRUWH GXUDQWH FLFORV GH WUHLQDPHQWRV FXUWRV GH 
WLYDVUHODFLRQDGDVDRHVWDGRGHkQLPRVRQRFDQVDoRRXGRUHVTXH VHPDQDFRPHVWtPXORVIUDFRVRXUHFXSHUDWLYRVGHDVHPDQDV
podem ser de grande ajuda na determinação de uma recuperação Como observado no parágrafo anterior as cargas possuem ca-
plena do organismo. Períodos muito curtos ou prolongados de inati- racterísticas diferenciadas, não sendo iguais mesmo durante o trei-
vidade, podem produzir as reações citadas. no contínuo, pelo fato de os atletas submeterem-se a competições
A recuperação plena do organismo poderá ocorrer em mo- com fases distintas de polimento e destreino programado. Por estes
mentos diferenciados, e em relação direta aos fatores exógenos e motivos expostos surgiu o princípio da carga periódica. As sobre-
LQWHQVLGDGHGRWUHLQDPHQWRYLGHTXDGUREFRPRVRQRDGHTXDGR cargas devem ser programadas com antecedência no plano geral de
DOLPHQWDomR EDODQFHDGD H VX¿FLHQWH YROXPH FDOyULFR HVWtPXOR RX treinamento em ordem direta com as competições alvo, feito isto
sobrecarga muito forte e periódica etc. Para um controle mais ra- saberemos com exatidão os momentos oportunos para a aplicação
cional deve-se fazer uso constante dos testes para a determinação GDV VREUHFDUJDV HVSHFt¿FDV YLVDQGR R GHVHQYROYLPHQWR GD TXDOL-
do estado atual de desempenho, e avaliar a evolução/involução do dade física mais importante para o presente momento. O estado de
mesmo em relação ao estado de desempenho no início de cada me- treinamento ideal deverá ser atingido em comum acordo com prá-
sociclo de treino. A comparação dos resultados pode ser a luz para o ticas de sobrecargas adequadas de treinamento e no período exato
acerto das sobrecargas que visam a elevação máxima da qualidade para a sua utilização. Caso as cargas de treinamento sejam de inten-
física alvo, e principalmente dentro do tempo previsto para o desem- sidade muito forte nos períodos iniciais ou mesmo débil durante a
penho máximo. IDVHFRPSHWLWLYDDVUHVSRVWDVRUJkQLFDVSRVLWLYDVSDUDRVXFHVVRQR
As cargas de trabalho devem ser contínuas e variadas na me- desenvolvimento das mais altas performances não serão atingidas.
dida do possível. A manutenção desta forma de dosagem de cargas
é o princípio da aplicação contínua das cargas. Cargas contínuas Princípio da continuidade/reversibilidade
(estímulo de treino permanente) criam a condição de treinamento
crônico ou prolongado e estão diretamente relacionadas ao acumulo $V PRGL¿FDo}HV LQGX]LGDV SHOR WUHLQDPHQWR VmR WUDQVLWyULDV
de experiências motoras, que após serem assimiladas ao longo dos ou passageiras. Todas as características secundárias adquiridas por
anos, serão perdidas na mesma proporção em que foram adquiridas meio do treino, perdem-se e retornam aos limites iniciais pré treina-
em caso de interrupção do treino, assim como, a recuperação será mento, após determinado período de inatividade. Pelo motivo ex-
mais rápida após a retomada dos trabalhos, mesmo que em condi- posto há sempre a necessidade de manutenção do treinamento em
ções de intensidade inferiores. Durante o período programado de níveis contínuos para a manutenção de um estado de treinamento
transição do treinamento, não deve ser permitido ao atleta excluir-se mais elevado. A perda nos níveis de adaptação adquiridos no treino
dos treinos por longos períodos, é preferível a redução dos trabalhos estão intimamente relacionados ao período de tempo em que foram
em termos de volume, para que não seja atingido o destreinamento, adquiridos. Como regra “quanto mais longo o período de treinamen-
o qual ocorre com longos períodos de inatividade. to mais longo será o período de destreino. Toda aquisição que se
Pelo motivo exposto acima, deve-se programar os treinamentos ganha lentamente e em um tempo prolongado mantém-se com mais
FRPDQWHFHGrQFLDVX¿FLHQWHSDUDTXHVHMDPLQFOXVRVSHUtRGRVPtQL- facilidade e perde-se com mais lentidão do que as aquisições conse-
mos de inatividade durante todo o ciclo de treinamento. A mesma re- guidas rapidamente e em um tempo curto.
gra é válida não só para o período de treinamento competitivo, mas Alguns aspectos morfológicos e funcionais como no caso das
também para todo o ciclo da vida humana. Não devemos manter os adaptações anaeróbias que perdem-se mais rapidamente do que as
percentuais de treinamento em níveis permanentes e muito menos as DGDSWDo}HV DHUyELDV H GH IRUoD Pi[LPD$ KLSHUWUR¿D PXVFXODU p
FDUJDVVHUHP¿[DV$DSOLFDomRGRSULQFtSLRGDVFDUJDVYDULiYHLVRX tanto quanto vagarosa em sua evolução durante o treino quanto no
variadas, é para que não haja uma estabilização e acomodação (que- destreinamento. A redução da força durante o destreino dá-se em
da) e seja um estímulo permanente ao desenvolvimento do estado uma velocidade inferior quando comparada com o tempo para aqui-
de treinamento. Para que o estímulo de cargas torne-se permanente sição no treino. Vale lembrar, que os níveis de força muscular em
e crescente há uma variação entre estímulos fortes, médios, e muito períodos curtos de destreino, permanecem um pouco acima daque-
fortes, este ultimo no caso de atletas de elite. Saber manipular com les encontrados no pré treinamento. Para evitar uma drástica perda
exatidão as cargas de trabalho intenso e recuperativo faz a diferença nos níveis de força alcançados, e criando condições para preservar
QRSURGXWR¿QDOGRWUHLQDPHQWR um declínio mais vagaroso da mesma, deve-se programar períodos
Os ciclos de treinamentos divididos e organizados em micro- curtos de trabalhos contra resistência. A atitude de criar microciclos
ciclos de choque, ordinário e recuperativo, criam as condições para breves de treinamento de força, visando uma manutenção satisfató-
um maior controle e menor erro sobre a aplicação de cargas elevadas ULDGDIRUoDFRPPHQRUSHUGDPRPHQWkQHDID]VHOyJLFDQHFHVViULD
e intermediárias. A utilização de um ciclo de treino ordinário com e econômica, assim como aproveita de maneira otimizada os efeitos
LQWHQVLGDGH GH HVWtPXOR IRUWH p EHP WROHUDGR GXUDQWH  D  VH- residuais do treinamento.

Didatismo e Conhecimento 64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Para a manutenção ou preservação da força durante um breve período de destreino ou manutenção, deve-se trabalhar contra resistência
duas vezes por semana, salientamos que estas cargas de trabalhos possuem baixo volume mas com intensidade elevada nos casos de atletas de
elite e praticantes assíduos. A escolha dos exercícios torna-se valiosa, e é imprescindível a presença dos exercícios principais no caso de atletas
GHHOLWH'iVHSUHIHUrQFLDDRVH[HUFtFLRVPXOWLDUWLFXODUHVHGHJUDQGHVPDVVDVPXVFXODUHVH[FHWRQRVFDVRVHVSHFt¿FRVHVSRUWLYRV

Princípio da interdependência volume X intensidade

O presente princípio baseia-se na relação ótima de aplicação do volume e da intensidade no treinamento, comumente sempre que o volume
GHWUHLQRHOHYDVHUHGX]VHDLQWHQVLGDGH&RPRUHJUDJHUDOGHVHJXUDQoDGiVHSULRULGDGHDRYROXPHQDVSULPHLUDVPRGL¿FDo}HVGRWUHLQR
HPVHJXLGDHOHYDVHDLQWHQVLGDGH(QWHQGHPRVFRPRYROXPHDTXDQWLGDGHGHWUHLQDPHQWRFDUDFWHUL]DGDSRUWRGDPXGDQoDRXPRGL¿FDomR
UHODFLRQDGDDRQ~PHURGHUHSHWLo}HVSRUVpULHGHH[HUFtFLRVQ~PHURGHH[HUFtFLRVHPFDGDVpULHRXVHTXrQFLDQ~PHURGHJUXSRVQ~PHURGH
treinos diários, semanais e mensais do macrociclo. A intensidade é reconhecida como a qualidade do treinamento, possui estreita relação com
as manipulações sobre a sobrecarga de trabalho(percentual de cargas), intervalos de repouso, velocidade de execução dos gestos etc.
O volume de treinamento na atualidade encontra um lugar de destaque tão alto quanto a intensidade. Em alguns esportes é elemento deter-
minante do sucesso esportivo, e relacionado diretamente com a quantidade de treinamento alcançado no decorrer da preparação do atleta. Como
exemplo os esportes de resistência (maratona, esqui de fundo, triatlon etc.) fazem parte desse seleto grupo.

“Elevar o volume de treinamento é uma necessidade para qualquer desporto ou evento aeróbio”.

“Uma característica adicional de treinamento, importante sob o ponto de vista prático, é o alto volume de treinamento ou a quantidade
total de peso levantado durante uma sessão de treinamento”.

A intensidade do treinamento é prioritária e inerente aos esportes de força e velocidade, por este motivo há uma grande preocupação com
o controle das sobrecargas empregadas no cotidiano. Para que haja um acompanhamento periódico sobre a intensidade aplicada no treinamento
GHIRUoDGHYHPRVXWLOL]DURFDOFXORGRFRH¿FLHQWHGHLQWHQVLGDGHSRUPHLRGDHTXDomR&RH¿FLHQWHGHLQWHQVLGDGHHP  PpGLDGHSHVR
OHYDQWDGR.J[ 6RPD FDUJDVPi[LPDV GRGHVHPSHQKRDWOpWLFR.J%XVFDVHH[FHSFLRQDOPHQWHQRWUHLQDPHQWRDWXDODPDQXWHQomR
dos treinos de atletas de elite, um alto volume associado a uma intensidade também elevada. A presente forma de estímulo só deve ser utilizada
durante períodos breves de treinos, e visam principalmente ultrapassar os limites de estagnação ou estabilização da performance física.

“A elevação contínua do volume de treinamento é provavelmente uma das mais altas prioridades do treinamento contemporâneo”.

1RTXDGURHQFRQWUDVHXPPRGHORLPDJLQiULRGHPHVRFLFORFRPRVPLFURFLFORVGHLQWHQVLGDGHHYROXPHHOHYDGRVGHWUHLQDPHQWR

Quadro 05

0HVRFLFORHVSHFt¿FR3HUFHQWXDOGHFDUJDV

Semanas Microciclos Volume Intensidade


ž Choque Alto Alta
2º Recuperativo Moderado Moderada
ž Choque Alto Alta
ž Recuperativo Moderado Moderada

$DSOLFDomRGHXPHVWtPXORGHWUHLQDPHQWRSURYRFDVREUHRRUJDQLVPRXPDUHVSRVWDHVSHFL¿FDHUHODFLRQDGDGLUHWDPHQWHjIRUPDGHH[HU-
FtFLRXWLOL]DGR7UHLQDPHQWRGHIRUoDSURYRFDDGDSWDo}HVVREUHRVPHFDQLVPRVQHXURPXVFXODUHVHVSHFt¿FRVGDV¿EUDVPXVFXODUHVTXHIRUDP
solicitadas nos treinos. Contrariamente, os exercícios de resistência provocam adaptações musculares sobre as mitocôndrias e capilares para
HOHYDUDFDSDFLGDGHGHJHUDUHQHUJLDDHUyELD$SUySULDÀH[LELOLGDGHSRVVXLHOHPHQWRVUHODFLRQDGRVFRPDVUHVSRVWDVHVSHUDGDVGRWUHLQDPHQWR
2WUHLQDPHQWRGHÀH[LELOLGDGHGHYHVHURPDLVSUy[LPRSRVVtYHOGDUHDOLGDGHGRHVSRUWHSUDWLFDGRRXVHMDDSRVLomRGRPRYLPHQWRQRWUHLQR
poderá trazer respostas diferenciadas caso não esteja adequada à posição normalmente utilizada durante a prática esportiva. Os fusos muscula-
res reagem de maneira semelhante àquela já habituada (treinada) e a cada novo processo de utilização diferenciado, este deve ser ajustado ou
regulado mediante a nova exigência motora.
Mesmo nas atividades com a mesma característica de movimento e energética, obtêm-se respostas diferentes, e em comum acordo com
DH[LJrQFLDPRWRUDDSOLFDGD$VPRGL¿FDo}HVLQGX]LGDVSRUWUHLQDPHQWRGHFRUULGDHFLFOLVPRVREUHROLPLDUGHODFWDWRVDQJtQHR)RUDP
FRPSDUDGDVDPRVWUDVSRUPHLRGHWHVWHVUHDOL]DGRVQRLQtFLRHQR¿QDOGRWHPSRGHWUHLQDPHQWR2VWHVWHVIRUDPUHDOL]DGRVHPWDSHWHURODQWHH
ELFLFOHWD5HVSHFWLYDPHQWHRVUHVXOWDGRVIRUDPRWUHLQDPHQWRGHFRUULGDDXPHQWRXHHOHYRXHPRVUHVXOWDGRVGRVWHVWHVQDHVWHLUDH
QDELFLFOHWD2WUHLQDPHQWRGHFLFOLVPRHOHYRXHPRVUHVXOWDGRVQDELFLFOHWDHVHPQHQKXPDPHOKRULDQROLPLDUQDHVWHLUD

Didatismo e Conhecimento 65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
“A transferência dos ganhos de treinamento pode diferir signi- ¿FDVHRXLQGLFDGDVSDUDFRPDUHDOLGDGHPRPHQWkQHDGRFRQGLcio-
¿FDWLYDPHQWHPHVPRHPH[HUFtFLRVPXLWRVLPLODUHV´ namento ou estado de treinamento do aluno/atleta. Abaixo estarão
enumeradas algumas das possíveis divisões, que podem ser utili-
Há a possibilidade de possibilitarmos melhorias sobre a endu- zadas no ato da confecção das séries ou sequências de exercícios.
rance intensa, quando esta for treinada paralelamente e principal-
mente em dias alternados com a força muscular, neste caso detec- 6HTXrQFLD6LPSOHVRXDOWHUQDGDSRUDUWLFXODomR realiza-
tamos uma transferência positiva da forma de treinamento e não da -se um exercício em uma região articular, o próximo será executa-
HVSHFL¿FLGDGH GR WUHLQR MXVWL¿FDQGR D XWLOL]DomR PRPHQWkQHD GR do em outra região distinta e após repouso predeterminado. Alter-
Cross training neste caso em particular. Necessitamos ainda de mais na-se progressivamente os exercícios durante a realização de toda
pesquisas relacionadas à possível síndrome de transferencia positiva a sequência. Utiliza-se esta forma de treinamento principalmente
para varias atividades de treinamento cruzado ou combinado. Como SDUDRVLQLFLDQWHVREMHWLYDQGRSRUPHLRGDDOWHUQkQFLDGRVJUXSRV
H[HPSOR FOiVVLFR GD HVSHFL¿FLGDGH GR PRYLPHQWR WHPRV QDWXUDO- musculares não elevar demasiadamente o nível de fadiga local. Os
mente uma diferença no desenvolvimento da força, relacionada com
WUHLQDPHQWRVYLVDQGRIRUoDPi[LPDIRUoDH[SORVLYDHIRUoDGLQk-
cada angulo do arco do jogo articular. Por este fato, um treinamento
PLFDVmREHQH¿FLDGRVTXDQGRKiSRXFDRXQHQKXPDIDGLJDDFHQ-
voltado apenas para o desenvolvimento das qualidades físicas espe-
tuada no momento da realização da exigência motora.
Ft¿FDVGRHVSRUWHWRUQDVHSRXFRSURGXWLYRRXSRWHQFLDOPHQWHLQ-
IHULRUFDVRQmRVHMDDVVRFLDGRDRVPRYLPHQWRVHJHVWRVHVSHFt¿FRV
HVSRUWLYRV$ELRPHFkQLFDHVSRUWLYDSRVVXLHOHPHQWRVGHWHUPLQDQ- 6HTXrQFLD%iVLFD dá-se ênfase aos exercícios que envolvam
tes no momento da escolha dos exercícios, para serem introduzidos RV JUDQGHV JUXSRV RX FDGHLDV PXVFXODUHV HVSHFL¿FDPHQWH
e treinados a cada período do programa geral de treinamento . exercícios biarticulares. A inclusão dos exercícios que envolvam
Nadadores devem destinar a maior parte do tempo do treina- RVP~VFXORVGHFDUDFWHUtVWLFDGHVXVWHQWDomRFRUSRUDOFRPRFR[DV
mento, realizando e aperfeiçoando o nado propriamente dito, corre- JO~WHRVORPEDUHVDEGRPLQDLVGRUVDLVVXSHULRUHVHRPEURVGHYHP
dores devem correr e assim logicamente os outros esportes devem sempre estar presentes nesta série, caso não haja impedimentos de
fazer o mesmo, na aplicação dos gestos e das técnicas inerentes ao ordem anatomopatológica, para a inclusão dos mesmos.
esporte. Na escolha dos exercícios para o desenvolvimento dos jo-
YHQVDWOHWDVTXDVHWRGRVRVH[HUFtFLRVVmREHQp¿FRVHSURSRUFLR- 6HTXrQFLD3ULRULWiULD a escolha dos exercícios dá-se fren-
nam melhorias da performance, devendo ser usados na formação WH D XPD H[LJrQFLD HVSHFt¿FD VREUH XP JUXSDPHQWR RX UHJLmR
física de base ou geral durante os primeiros anos de desenvolvimen- muscular previamente selecionado. Neste exemplo os exercícios
to esportivo. À medida que o atleta aproxima-se de seu limite máxi- são aglomerados em função da característica de atuação do mesmo
mo geneticamente determinado, e passa a competir rotineiramente grupo muscular sobre os movimentos.
buscando a superação de recordes, surge a necessidade de otimizar
a escolha dos exercícios, para que os mesmos sejam produtivos na 6HTXrQFLD3DUFHODGD os exercícios são dispostos em se-
elevação do estado de treinamento. ries distintas e divididos ou distribuídos ao longo do dia (manhã,
A complexidade do exercício torna-o cada vez mais estressante. tarde , noite) ou durante a semana de treino. Treinos ao longo do
À medida que os exercícios complexos são introduzidos no treina- GLDVmREDVLFDPHQWHXWLOL]DGRVSRUKDOWHUR¿OLVWDV$IRUPDSDUFHOD-
mento, de forma lenta e gradual passam a ser melhor compreendidos da semanalmente é alvo principal dos culturistas, por proporcionar
e assimilados por parte do organismo do atleta, tornando-se mais maior período de repouso entre as solicitações dos grupos muscu-
plástico e até certo ponto realizado de modo intuitivo. As exigências lares selecionados em cada série. A presente série também poderá
para o treino de alta complexidade técnica são inerentes aos esportes ser utilizada nos trabalhos da musculação atual, nos casos daquelas
competitivos. Os treinamentos técnicos devem ser precedidos por SHVVRDVTXHWUHLQDPDSDUWLUGHGLDVQDVHPDQDGHYHVHGLYLGLUD
período de repouso pleno, para que a assimilação pelo sistema ner- VpULHFRPPXLWDDWHQomRJDUDQWLQGRTXHRVP~VFXORVVHMDPVROLFL-
voso central dos engramas motores dos gestos, seja facilitada e não
tados no mínimo ideal de duas vezes durante a semana.
possua interferências geradas principalmente por cansaço extremo
ou má adaptação.
6HTXrQFLD6HOHWLYD faz-se a seleção de exercícios de carac-
terística biarticular ou multiarticular, com esse treinamento visa-se
“A transferência do ganho de treinamento é baixa em bons
atletas; para iniciantes quase todos exercícios são úteis”. DWLQJLU HVWDGRV GH IDGLJD H[WUHPRV VREUH RV P~VFXORV VHOHFLRQD-
GRV$R¿QDOGDUHDOL]DomRGRQ~PHURGHUHSHWLo}HVSUHGHWHUPLQD-
Os exercícios para desenvolvimento da velocidade de desloca- dos para cada grupo, aplica-se duas contrações de caráter estático
mento, da força explosiva e coordenação motora, devem ser intro- RXLVRPpWULFRHPWRUQRGHDVHJXQGRV(VWDPDQHLUDGHPRQ-
duzidos no início da sessão de treinamento, exceto nos casos em que tagem e execução dos exercícios deve ser encorajada apenas aos
YLVDVHDFDSDFLGDGHGHUHVLVWrQFLDRXPDQXWHQomRGDH¿FLrQFLDGRV DOXQRVH[SHULHQWHVRXHPIDVHGHWUHLQDPHQWRHVSHFt¿FR
gestos sobre estresse ou fadiga competitiva.
6HTXrQFLD$VVRFLDGDjDUWLFXODomRDGMDFHQWH o segundo
3ULQFtSLRGDHVWUXWXUDomRGDVVHTXHQFLDVGHH[HUFtFLRVEsse exercício é composto pela articulação que foi utilizada durante o
princípio é responsável pela criação ou montagem das séries ou se- primeiro exercício, e adicionada a uma articulação próxima ou
quências de exercícios, na forma de aplicação prática durante os trei- DGMDFHQWHYLVDQGRDPDQXWHQomRPi[LPDGRÀX[RVDQJXtQHRQD
nos contra resistência. Em função direta com os períodos ou fases de região articular promovendo uma maior vascularização por meio
treinamento, deve-se selecionar e utilizar as sequências mais especí- de uma elevada hiperemia local.

Didatismo e Conhecimento 66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
 6HTXrQFLD $OWHUQDGD SRU RULJHP H LQVHUomR PXVFXODU Habilidades Motoras Fundamentais
esta forma de ordenação é aplicada utilizando-se os exercícios que Estabilizadoras
envolvem cadeias musculares de característica biarticular. Comu- - É o aspecto mais fundamental do aprendizado de movimentar-
PHQWHKDYHUiDOWHUQkQFLDHQWUHRWUDEDOKRLQLFLDOVHUVREUHDRULJHP -se;
RXDLQVHUomRQmRKDYHQGRXPDUHJUDHVSHFL¿FDGHWHUPLQDQWH - Envolve a disposição de manter em equilíbrio a relação indi-
víduo / força da gravidade.
8. Sequência Continuada, bombeada ou localizada por - Todo movimento envolve um elemento de estabilidade quan-
DUWLFXODomR há uma exploração «máxima» dos movimentos do analisado da perspectiva do equilíbrio;
permitidos por uma articulação. A forma de montagem da série - A estabilidade implica na manutenção do controle corporal em
JHUDOPHQWHXWLOL]DPRYLPHQWRVRXP~VFXORVRSRVWRVVREUHDPHVPD movimentos que favoreçam o equilíbrio;
articulação ou seja agonista/antagonista, podendo-se aplicar ou - Todas as atividades locomotoras e manipulativas são, em par-
excluir os intervalos de recuperação entre os exercícios opostos. A te, movimentos estabilizadores.
característica de manutenção da hiperemia muscular no membro
utilizado é objetivada da mesma forma que a série do parágrafo Locomotoras
anterior. Manipulativas
0RYLPHQWRV $[LDLV Movimentos do tronco ou dos mem-
Os princípios do treinamento desportivo e musculação são bros que direcionam o corpo em posição estacionária. Inclinar-se,
inter-relacionados, e não há a possibilidade de exclusão de algum. esticar-se, virar-se, balançar-se, alcançar, erguer, empurrar, puxar;
Sempre um princípio estará em conformidade com os outros, e caso Frequentemente combinam-se com outros para criar habilidades
não sejam respeitados e dentro de uma lógica ou controle racional, PRWRUDV PDLV HODERUDGDV 'HVHPSHQKRV H¿FLHQWHV HP JLQiVWLFD
cria-se com esta atitude de negligência, as condições exatas para a patinação e dança, incorporam movimentos axiais, bem como mo-
instalação de lesões e ou mesmo, não atingir o maior rendimento vimentos locomotores.
individual predeterminado geneticamente. Conhecer e dominar os
princípios básicos do treinamento desportivo e musculação, assim
como, aplica-los coerentemente, é parte integrante de um conjunto
de situações reais que devem sempre nortear os caminhos de um
treinador.
O professor deve estar preparado e fundamentado nos princí-
SLRVWHyULFRVDFLPDH[SRVWRVSDUDWULOKDUVHJXURHFLHQWL¿FDPHQWH
alicerçado, e assim obter sucesso, por meio do controle sobre os me-
FDQLVPRV¿VLROyJLFRVSVLFROyJLFRVHVRFLDLVTXHLQFLGHPVREUHDV
UHVSRVWDVRUJkQLFDV2FRQWUROHVREUHDVUHVSRVWDVGRRUJDQLVPRDRV
treinos aplicados, é decisivo para elevar de forma segura o estado de
treinamento dos educandos. Sempre que for alcançado um degrau a
mais na escada que conduz ao equilíbrio entre a condição física, psí-
quica, social e espiritual, obteremos por meio deste degrau a certeza
GRFXPSULPHQWRGDWDUHIDWpFQLFRSUR¿VVLRQDOGD(GXFDomR)tVLFD

Habilidades Motoras Fundamentais

Fatores que interferem no desenvolvimento das habilidades


motoras fundamentais 5RWDomR&RUSRUDO Requerem quantidades excessivas de con-
trole de equilíbrio. Envolvem labirinto e cerebelo.
- Embora relacionada à idade, a aquisição das habilidades mo-
toras não é dependente da idade, mas de outros fatores:
- Da tarefa em si
- Do indivíduo
- Do ambiente

Habilidades motoras fundamentais e desenvolvimento

- O movimento é um processo em desenvolvimento nos anos


LQLFLDLVGDLQIkQFLD
- O estágio de amadurecimento da maior parte das habilidades
PRWRUDVIXQGDPHQWDLVVHGiSRUYROWDGRVDQRV
- Um “movimento fundamental” envolve os elementos básicos
somente daquele movimento em particular;
- Os traços básicos de um movimento fundamental devem ser
os mesmos para todas as crianças.

Didatismo e Conhecimento 67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
'HVYLRCombinado de movimentos locomotores de deslizar com rápidas alterações de direção, requerendo reações rápidas.

Equilíbrio em um só pé

(TXLOtEULR(VWiWLFR o mais comum a ser avaliado.

Caminhada Direcionada

$SRLR,QYHUWLGR onde o corpo assume a posição de cabeça para baixo, por alguns segundos, antes da interrupção do movimento.

Didatismo e Conhecimento 68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Movimentos Locomotores Fundamentais

&DPLQKDGD Processo de perder e recuperar equilíbrio continuamente. O desenvolvimento da caminhada independente pode surgir entre
RVHPHVHV$PDWXUDomRGHVWHSDGUmRGHORFRPRomRpDWLQJLGDHQWUHRVHRVDQRV

A Marcha

Desenvolvimento Motor

Didatismo e Conhecimento 69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$ &RUULGD Não está associada ao desenvolvimento da
marcha, toda criança que anda, em princípio, corre. O padrão
amadurecido da corrida é fundamental para a participação bem
sucedida nas atividades recreativas, de lazer e desportivas.

3XOR é similar à corrida, envolve transferência de peso de um


pé a outro, perda de contato com a superfície, maior elevação e co-
EUHPDLRUHVGLVWkQFLDVTXHDFRUULGD

6DOWR 0LVWR envolve a passada e o salto juntos, em padrão


FRPELQDGR GH PRYLPHQWR e XP ÀX[R FRQWtQXR GD SDVVDGD H GR
6DOWRGHXPDDOWXUDConcentra-se no impulso, na fase de ele- salto, envolvendo o ritmo.
vação e no padrão do pouso.
0RYLPHQWRV 0DQLSXODWLYRV )XQGDPHQWDLV Envolve o rela-
6DOWR9HUWLFDOEnvolve a projeção do corpo verticalmente no cionamento de um indivíduo com objetos e caracteriza-se pela apli-
ar, o impulso dado por um ou dois pés e o pouso, com os dois pés cação de força nos objetos e a recepção da força.
.
0RYLPHQWRV$PRUWHFHGRUHV quando o corpo ou parte dele é
posicionado no caminho de um objeto em movimento, com o pro-
pósito de parar ou desviar esse objeto: apanhar; aparar.

0RYLPHQWRV3URSXOVRUHV quando um objeto é movimentado


para longe do corpo: arremessar; chutar; bater; rolar.

Os Movimentos Manipulativos Envolvem

- Projeção de estimativa da trajetória


- Velocidade da viagem
3UHFLVmR'LVWkQFLD
- Massa do objeto em movimento

OBS: combinam movimentos estabilizadores e locomotores.

Movimentos Manipulativos Fundamentais

- Rolamento de bola
- Arremesso supramanual
- Ato de apanhar
- Chute
- Ato de aparar
6DOWR+RUL]RQWDO É um movimento explosivo que requer o de- - Ato de rebater
sempenho coordenado de todas as partes do corpo. Impulso e pouso - Drible
devem ser feitos com os dois pés. - Voleio

Didatismo e Conhecimento 70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Sequência do surgimento das habilidades de estabilidade

Movimento Emergência Maturidade


(TXLOtEULRGLQkPLFR DQRV DQRV
Equilíbrio estático PHVHV DQRV
Movimentos axiais 2 meses DQRV

Sequência do surgimento das habilidades locomotoras

Movimento Emergência Maturidade


Caminhada PHVHV PHVHV
Corrida PHVHV DQRV
Salto PHVHV DQRV
Saltito DQRV DQRV
*DORSH DQRV DQRV

Sequência do surgimento das habilidades manipulativas

Movimento Emergência Maturidade


Alcançar, segurar e soltar DPHVHV PHVHV
Lançar DQRV DQRV
Agarrar, pegar 2 anos DQRV
Chutar PHVHV DQRV
Bater DQRV DQRV

$VKDELOLGDGHVPRWRUDVIXQGDPHQWDLVVmRDEDVHGDSVLFRPRWULFLGDGHSDUDDIXWXUDDTXLVLomRGDVKDELOLGDGHVPRWRUDVHVSHFt¿FDVSDUDFDGD
desporto... e o desenvolvimento continua...

$SWLGmR0RWRUD3RGHVHUGH¿QLGDFRPRDVFRQGLo}HVLQWUtQVHFDVjWDUHIDDFHUWRLQGLYtGXRHDRDPELHQWHTXHWRUQDPRGRPtQLRGHXPD
tarefa particular apropriado.

+DELOLGDGHV0RWRUDV(VSHFLDOL]DGDV6mRSDGU}HVPRWRUHVIXQGDPHQWDLVPDGXURVTXHIRUDPUH¿QDGRVHFRPELQDGRVSDUDIRUPDU
KDELOLGDGHVHVSRUWLYDVHVSHFt¿FDVHKDELOLGDGHVPRWRUDVFRPSOH[DV+DELOLGDGHVPRWRUDVHVSHFLDOL]DGDVVmRHVSHFt¿FDVGHWDUHIDV2V
movimentos fundamentais não o são.

Progresso das Habilidades Motoras Especializadas

Estágio de Transição
3ULPHLUDVWHQWDWLYDVGHFRPELQDUHUH¿QDUSDGU}HVPRWRUHVPDGXURV
- Aumento de interesse nos esportes e nos padrões de desempenho;
$VFULDQoDVQmRVHVHQWHPOLPLWDGDVSRUIDWRUHVDQDW{PLFRV¿VLROyJLFRVRXDPELHQWDLV
- O indivíduo procura “compreender a ideia” de como desempenhar a habilidade esportiva;
- A habilidade e a competência são limitadas.

Estágio de Aplicação
- O indivíduo torna-se mais consciente de seus recursos físicos pessoais;
- A ênfase está na melhora da competência;
- O treino é a chave para o desenvolvimento de níveis superiores de habilidade.

Estágio de Utilização Permanente


- Os indivíduos reduzem a área de suas buscas atléticas;
- Algumas áreas são escolhidas para a participação em atividades competitivas;
- Atividades permanentes são escolhidas com base nos interesses pessoais, habilidades, disponibilidade e em experiências passadas;
- Ocorre uma crescente responsabilidade e compromisso de tempo.

Didatismo e Conhecimento 71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
- O desenvolvimento motor fundamental maduro é pré-requi- inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente. Não
sito para a incorporação bem sucedida de habilidades motoras es- LPSRUWDSRUWDQWRTXHRFDGiYHUHVWHMHVREUHDPHVDHPGHF~ELWR
pecializadas. YHQWUDOGHF~ELWRGRUVDORXGHF~ELWRODWHUDODVGHVFULo}HVDQDW{PLFDV
- O desenvolvimento de habilidades motoras especializadas é são feitas considerando o indivíduo em posição anatômica.
altamente dependente de oportunidades para a prática, encorajamen-
to e ensino de qualidade. Planos de Delimitação e Secção do Corpo Humano

Depois que uma criança alcança o estágio maduro de um pa- Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por
drão motor fundamental, poucas alterações ocorrem na forma da- planos tangentes á superfície. Estes planos são ditos planos de de-
TXHODKDELOLGDGHPRWRUDQDIDVHPRWRUDHVSHFLDOL]DGD2UH¿QDPHQ- limitação.
to do padrão e variações na forma de estilo ocorrem à medida que
se alcança maior habilidade (precisão, exatidão e controle), porém, Têm-se assim, os seguintes planos:
o padrão básico permanece inalterado. As habilidades motoras es-
pecializadas são movimentos fundamentais maduros que foram -Dois planos verticais, um tangente ao ventre (plano ventral ou
anterior) e outro ao dorso (plano dorsal ou posterior). Estes e outros
DGDSWDGRVjVQHFHVVLGDGHVHVSHFt¿FDVGHXPDDWLYLGDGHHVSRUWLYD
a eles paralelos são também designados como planos frontais, por
recreativa ou do cotidiano.
serem paralelos á “fronte”.
-Dois planos verticais tangentes aos lados do corpo (planos la-
terais direito e esquerdo).
&21&(,726$1$720,$%,20(75,$ -Dois planos horizontais, um tangente á cabeça (plano cranial
BIOMECÂNICA E FISIOLOGIA DO ESFORÇO. ou superior) e outro á planta dos pés (plano podálico ou inferior).
Já os planos de secção são:
-Plano que divide o corpo humano em metades direita e esquer-
da é denominado de mediano. Toda secção do corpo feita por planos
paralelos ao mediano é uma secção sagital (corte sagital) e os planos
Fisiologia:(do grego physis  QDWXUH]D IXQomR RX IXQFLRQD- de secção são também chamados sagitais.
mento; e logos SDODYUDRXHVWXGR pRUDPRGDELRORJLDTXHHVWX- -Planos de secção que são paralelos aos planos ventral e dorsal
GDDVP~OWLSODVIXQo}HVPHFkQLFDVItVLFDVHELRTXtPLFDVQRVVHUHV são ditos frontais e a secção é também denominada frontal (corte
YLYRV'HXPDIRUPDPDLVVLQWpWLFDD¿VLRORJLDHVWXGDRIXQFLRQD- frontal).
mento do organismo. -Planos de secção que são paralelos aos planos cranial podálico
e caudal são horizontais. A secção é denominada transversal (corte
Para o entendimento do funcionamento do nosso organismo, e transversal).
necessária a visão de noções básicas de como se dá a inter-relação
entre os sistemas. É disto que trata a Fisiologia. A homeostase de- )LJXUD3ODQRVGHVHFomRGRFRUSRKXPDQR
signa a tendência do organismo vivo em manter constante o meio
interno, em equilíbrio. Quando o organismo não consegue manter a
homeostase ocorre a doença. Quando o corpo é ameaçado ou sofre
um trauma, sua resposta pode envolver mudanças estruturais ou fun-
cionais. Essas mudanças podem ser adaptativas ou mal adaptativas.
Os mecanismos de defesa que o corpo suporta vai determinar a dife-
UHQoDHQWUHVD~GHHGRHQoD

Quando você procura assistência médica, precisa usar os


termos anatômicos corretos para descrever a posição, a direção e a
localização da vítima. Primeiramente, veremos os termos relativos à
posição, direção e localização.

Posição anatômica

Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômica,


considerando que a posição pode ser variável, optou-se por uma po-
sição padrão, denominada posição de descrição anatômica (posição
anatômica). A B C D - Plano cranial ou superior
()*+3ODQRSRGiOLFRRXLQIHULRU
Descrição da posição anatômica: indivíduo em posição ereta A B E F - Plano ventral ou anterior
(em pé, posição ortostática ou bípede), com a face voltada pra fren- &'*+3ODQRGRUVDORXSRVWHULRU
te, olhar dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos, %&)*3ODQRODWHUDOHVTXHUGR
aplicados ao tronco e com as palmas voltadas para frente, membros A D E H - Plano lateral direito

Didatismo e Conhecimento 72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
)LJXUD3ODQRVGHGHOLPLWDomRGRFRUSRKXPDQR Princípios gerais de construção corpórea nos vertebrados
- Antimeria: o plano mediano divide o corpo do indivíduo em
duas metades, direita e esquerda. Estas metades são denominadas
antímeros e são semelhantes, morfológica e funcionalmente, sendo
possível dizer que o homem é construído segundo o princípio da
simetria bilateral.
- Metameria: superposição, no sentido longitudinal, de segmen-
WRV VHPHOKDQWHV FDGD VHJPHQWR FRUUHVSRQGHQGR D XP PHWkPHUR
Exemplo: coluna vertebral (superposição das vértebras), caixa torá-
cica (superposição de costelas).
- Paquimeria: é o princípio segundo o qual o segmento axial do
corpo do indivíduo é constituído, esquematicamente, por dois tubos.
Os tubos, denominados paquímeros, são respectivamente, ventral e
dorsal. O paquímero ventral, maior, contém a maioria das vísceras
e, por esta razão é também denominado paquímero visceral. O pa-
químero dorsal compreende a cavidade craniana e o canal vertebral
e aloja o sistema nervoso central; por esta razão, também é chamada
de paquímero neural.
(VWUDWL¿FDomRRFRUSRVHULDIRUPDGRSRUXPDVpULHGHFDPD-
das, (estratos) superpostas umas as outras. Exemplo: pele, tecido
- Eixos do corpo humano FHOXODUVXEFXWkQLRDSRQHXURVHP~VFXORVSHULW{QLR
São linhas imaginárias traçadas no indivíduo. Os eixos princi-
pais seguem três direções ortogonais: Planos dos movimentos
(L[RVDJLWDOkQWHURSRVWHULRUXQHRFHQWURGRSODQRYHQWUDODR +iSODQRVHVSHFt¿FRVGHPRYLPHQWRQRVTXDLVRVYiULRVPR-
centro do plano dorsal (héteropolar) YLPHQWRVDUWLFXODUHVSRGHPVHUFODVVL¿FDGRV4XDQGRRPRYLPHQWR
(L[RORQJLWXGLQDOFUkQLRFDXGDOXQHRFHQWURGRSODQRFUDQLDO ocorre em um plano, a articulação move-se ou gira em torno de um
ao centro do plano podálico (héteropolar). HL[RTXHWHPXPDUHODomRGHžFRPHVVHSODQR
-Eixo transversal, látero-lateral: une o centro do plano lateral - Plano antero-posterior ou sagital: esse plano bisseciona o cor-
direito ao centro do plano lateral esquerdo (homopolar). po da frente para trás, dividindo-o em metades simétricas direita e
x Termos de posição e direção HVTXHUGD'HPRGRJHUDORVPRYLPHQWRVGHÀH[mRHH[WHQVmRWDLV
-Estruturas situadas no plano mediano (linha xy) são denomina- como rosca bíceps, extensões de joelhos e elevações de deitado a
das medianas (a, b, c). Exemplo: coluna vertebral, nariz. sentado (abdominais) ocorrem neste plano.
- As estruturas (d, e , f) são ditas, respectivamente, medial, in- - Plano lateral, frontal ou coronal: ele bisseciona o corpo lateral-
termédia e lateral. Exemplo: o V dedo ( mínimo) é medial em rela- mente de lado a lado, dividindo-o em metades da frente e de trás. Os
ção ao polegar, enquanto este é lateral em relação ao V dedo. movimentos de abdução e adução tais como abdução de quadril e de
- As estruturas (g, h, i) são ditas, respectivamente, dorsal (pos- RPEURHÀH[mRODWHUDOHVSLQKDORFRUUHPQHVWHSODQR
terior), média e ventral (anterior). - Plano transverso ou horizontal: divide o corpo horizontalmen-
$VHVWUXWXUDV H UHSUHVHQWDPDIDFHH[WHUQDHDIDFHLQWHU- te em metade superior e inferior. De maneira geral, os movimentos
na da costela. rotacionais tais como pronação, supinação e rotação espinhal ocor-
- Nos membros empregam-se termos especializados de posi- rem neste plano.
ção. Por exemplo, a mão é distal, o antebraço é médio e o braço é
proximal em relação ao corpo. Termos relativos à posição:
Posição anatômica – o paciente está em pé, ereto, os braços para
baixo ao longo do corpo, as palmas voltadas para frente. “Direita” e
“esquerda” referem-se à direita e esquerda da vítima.
3RVLomRGHGHF~ELWRGRUVDO±RDFLGHQWDGRHVWiGHLWDGRGHFRVWDV
(com a barriga para cima).
3RVLomRGHGHF~ELWRYHQWUDO±RDFLGHQWDGRHVWiGHLWDGRFRPD
barriga para baixo (de bruços).
3RVLomR GH GHF~ELWR ODWHUDO ± R SDFLHQWH HVWi GHLWDGR GH ODGR
(direito ou esquerdo).

Termos relativos à direção e à localização:


- Superior – em direção à cabeça.
- Inferior – em direção aos pés.
- Anterior – em direção à frente.
- Posterior – em direção ao dorso.
- Medial – em direção à linha mediana ou centro do corpo.
)LJXUDWHUPRVGHSRVLomRHGLUHomR - Lateral – para a esquerda ou direita da linha mediana.

Didatismo e Conhecimento 73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
- Proximal – próximo ao ponto usado como referência. Derme
- Distal – longe do ponto usado como referência.
6XSHU¿FLDO – próximo à superfície. $GHUPHFyULRF~WLVYHUGDGHLUDRXSHOHYHUGDGHLUDpULMDÀH[tYHO
- Profundo – distante da superfície. e elástica. É mais espessa na superfície dorsal do corpo que na ventral
- Interno – do lado de dentro. e na parte lateral mais que na medial dos membros. Nas pálpebras,
- Externo – do lado de fora. HVFURWRHSrQLVpH[FHVVLYDPHQWH¿QDHGHOLFDGD
A pele consiste em um tecido conjuntivo com quantidade variável
GH¿EUDVHOiVWLFDVHQXPHURVRVQHUYRVYDVRVVDQJXtQHRVHOLQIiWLFRV
O tecido conjuntivo se dispõe em duas camadas: uma profunda ou
reticular eDRXWUDVXSHU¿FLDORXSDSLODU
$ FDPDGD UHWLFXODU FRQVLVWH GH WHFLGR FRQMXQWLYR ¿EURHOiVWLFR
composto sobretudo de feixes colágenos. As células desta camada são
SULQFLSDOPHQWH¿EUREODVWRVHKLVWLyFLWRV1DVFDPDGDVPDLVSURIXQ-
GDV GD FDPDGD UHWLFXODU HQFRQWUDPVH JOkQGXODV VXGRUtSDUDV VHEi-
FHDVIROtFXORVGRSrORHSHTXHQRVDF~PXORVGHFpOXODV
A camada papilar consiste em numerosas eminências vasculares
altamente sensitivas, as papilas. As papilas são pequenas eminências
cônicas de extremidades arredondadas ou dilatadas.

7HFLGR6XEFXWkQHR

$GHUPHHVWiVLWXDGDVREUHDWHODVXEFXWkQHD(VWD~OWLPDFDPDGD
não é considerada como pertencente à pele e por isso é chamada de
WHODRXWHFLGRVXEFXWkQHRRXKLSRGHUPH2WHFLGRVXEFXWkQHRpFRP-
posto principalmente por tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo.
Ela desempenha duas funções principais: auxilia a isolar o corpo das
YDULDo}HVH[WUHPDVGRPHLRDPELHQWHH¿[DDSHOHjVHVWUXWXUDVVXEMD-
centes. Poucas áreas do corpo não possuem esse tecido; nestes locais,
Sistema Tegumentar DSHOHHVWi¿[DGDGLUHWDPHQWHQRRVVR$SHOHGDVDUWLFXODo}HVHGRV
O tegumento ou pele cobre a superfície do corpo protegendo-o dedos apresenta dobras e é enrugada porque está aderida ao osso.
GDVLQÀXrQFLDVDPELHQWDLVGDQRVDV&RPRDSHOHpIDFLOPHQWHDFHV-
sível, ela é importante nos exames físicos. A pele propicia: Anexos da Pele
- Proteção do corpo contra o meio ambiente, abrasões, perda de 2VDQH[RVGDSHOHVmRDVXQKDVRVSrORVHDVJOkQGXODVVXGRUtSD-
OtTXLGRVXEVWkQFLDVQRFLYDVHPLFURRUJDQLVPRVLQYDVRUHV ras e sebáceas com seus respectivos ductos.
5HJXODomRGRFDORUDWUDYpVGDVJOkQGXODVVXGRUtSDUDVHYDVRV - Unhas: são estruturas achatadas, elásticas, de textura córnea,
sanguíneos. aplicadas sobre a superfície dorsal das falanges distais. Cada unha está
6HQVLELOLGDGHSRUPHLRGRVQHUYRVVXSHU¿FLDLVHVXDVWHUPL- implantada por uma porção chamada raiz em um sulco da pele; a por-
nações sensitivas. ção exposta é denominada corpo e a extremidade distal, borda livre.
$XQKDp¿UPHPHQWHDGHUHQWHDRFyULRHH[DWDPHQWHPROGDGD
A pele forma um envoltório para as estruturas do corpo e subs- sobre a superfície; a parte de baixo do corpo e da raiz da unha é
WkQFLDVYLWDLV OtTXLGRV IRUPDQGRDVVLPRPDLRUyUJmRGRFRUSR chamada matriz da unha porque é esta que a produz. Próximo a raiz
A pele é composta de: GDXQKDRWHFLGRQmRHVWi¿UPHPHQWHDGHULGRDRWHFLGRFRQMXQWLYR
(SLGHUPHFDPDGDFHOXODUVXSHU¿FLDO mas apenas em contato com o mesmo; por isso esta porção da unha é
Derme: camada de tecido conectivo profunda. esbranquiçada e chDPDGDO~QXODGHYLGRDVXDIRUPD
Pelos: são encontrados em quase toda superfície do corpo. Va-
Epiderme riam muito em comprimento, espessura e cor nas diferentes partes do
A epiderme, ou cutícula, não é vascularizada, consiste de epi- corpo e nas várias raças humanas. Um pêlo consiste em raiz (a parte
WpOLRHVWUDWL¿FDGRDPROGDVHSHUIHLWDPHQWHVREUHDFDPDGDSDSLODU implantada na pele) e haste (a porção que se projeta da superfície).
da derme, e varia de espessura em diferentes partes. Em alguns lu- A raiz do pelo termina no bulbo do pelo que é mais esbranquiça-
gares como na palma da mão e planta dos pés, ela é espessa, dura do e de textura mais mole do que a haste e está alojado em um canalí-
HGHWH[WXUDFyUQHD2HSLWpOLRHVWUDWL¿FDGRGDHSLGHUPHFRPS}HVH culo da epiderme que o envolve, chamado folículo do pelo. No fundo
de várias camadas denominadas de acordo com diversas categorias, de cada folículo encontra-se uma pequena eminência cônica vascular
tais como o aspecto das células, textura, composição e posição. Es- ou papila. Ela é contínua com a camada dérmica do folículo e supri-
VDVFDPDGDVVmRGHVXSHU¿FLDOSDUDSURIXQGRHVWUDWRFyUQHRHVWUDWR GDFRP¿EULODVQHUYRVDV2IROtFXORSLORVRFRQVLVWHHPGXDVW~QLFDV
O~FLGRHVWUDWRJUDQXORVRHVWUDWRHVSLQKRVRHHVWUDWREDVDO2HVWUDWR externa e interna ou epidérmica. O bulbo piloso é moldado sobre a
FyUQHRpUHPDQHVFHQWHGDVFpOXODVTXHFRQWpPXPDSURWHtQD¿EURVD papila e compõe-se de células epiteliais poliédricas que, ao passarem
a queratina. para o interior da raiz do pêlo, se alongam, tornando-se fusiformes.

Didatismo e Conhecimento 74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
A haste do pelo consiste, de dentro para fora, de três partes: a - Terminações Nervosas Encapsuladas
medula, o córtex e a cutícula. A medula em geral está ausente em &RUS~VFXORV7iWHLV 0HLVVQHU (QFRQWUDGRVQDVSDSLODVGpU-
delgados pêlos que cobrem a superfície do corpo e comumente nos micas da mão e do pé, parte anterior do antebraço, lábios, pálpe-
GD FDEHoD &RPS}HVH GH ¿OHLUDV GH FpOXODV SROLpGULFDV FRQWHQGR bra e língua. Tem forma cilíndrica e possui uma cápsula de tecido
JUkQXORV GH HOHLGLQD H IUHTXHQWHPHQWH HVSDoRV DpUHRV 2 FyUWH[ FRQMXQWLYRHXPFHUQHFHQWUDOFRP¿EUDVQHUYRVDVPLHOtQLFDV6mR
constitui a parte da haste; suas células são alongadas e unidas para mecanorreceptores de adaptação rápida, fornecendo informações a
IRUPDU¿EUDVIXVLIRUPHVDDFKDWDGDVFRQWHQGRJUkQXORVGHSLJPHQWR UHVSHLWRGDVIRUoDVPHFkQLFDVUDSLGDPHQWHÀXWXDQWHV
em pêlos escuros e ar nos brancos. A cutícula compõe-se de uma *UDQGHV&RUS~VFXORV/DPHODGRVGH9DWHU3DFFLQL(QFRQWUDGRV
simples camada de escamas achatadas que se sobrepõem da profun- nas faces ventrais da mão e do pé, órgãos genitais, braço, pescoço,
didade para a superfície. papila mamária, periósteo e próximos à articulações. São ovóides,
Correlacionado aos folículos pilosos há um conjunto de HVIpULFRVHHVSLUDODGRVHFDGDXPSRVVXLXPDFiSVXOD ODPHODV 
SHTXHQLQRV IHL[HV GH ¿EUDV PXVFXODUHV OLVDV LQYROXQWiULDV XPD ]RQD GH FUHVFLPHQWR LQWHUPHGLiULD H XP FHUQH FHQWUDO 
GHQRPLQDGDVHUHWRUHVGRVSrORV(PHUJHPGDFDPDGDVXSHU¿FLDOGD ODPHODV  TXH FRQWpP XP WHUPLQDO D[{QLFR &DGD FRUS~VFXOR p
derme e se inserem no folículo. Colocam-se do lado para onde o suprido por uma ou, raramente, duDV¿EUDVPLHOLQL]DGDV $DOID 
pêlo se inclina, e pela sua ação diminuem a obliqüidade do folículo, (VVD¿EUDSHUGHDEDLQKDGHPLHOLQDHQDMXQomRFRPDFHUQH
tornando-o reto. perde a célula de Schwann. São mecanoceptores de adaptação muito
*OkQGXODV6XGRUtSDUDV *OGRVXRU VmRHQFRQWUDGDVHPTXD- UiSLGDUHVSRQGHQGRVRPHQWHDGLVW~UELRVUHSHQWLQRVHHVSHFLDOPHQ-
se toda a parte da pele. Consistem de um simples tubo cuja a parte WHVHQVtYHLVjYLEUDomR3RGHPFKHJDUDXPFRPSULPHQWRGHD
profunda constitui uma bolsa esférica ou oval chamada corpo da PPYLVtYHLVDROKRQ~FRPRFRUSRVEUDQFRVRYDODGRV$RFRUWH
JOkQGXODHQTXDQWRDSRUomRVXSHULRURXGXFWRDWUDYHVVDDGHUPHH microscopicamente, tem o aspecto de uma cebola.
a epiderme, abrindo-se na superfície da pele por uma abertura afu- $UUDQMRV&XWkQHRV(VSHFLDLV$UUDQMRVTXHLQIRUPDPRHVWD-
QLODGD1DVFDPDGDVVXSHU¿FLDLVGDGHUPHRGXFWRpUHWLOtQHRPDV GRPHFkQLFRHWpUPLFRGDVXSHUItFLHGRFRUSRLQFOXVLYHHVWtPXORV
nas camadas profundas o ducto é enrolado ou mesmo retorcido. São nocivos.
muito abundantes na palma das mãos e planta dos pés. São subdivididos em: mecanoceptores, termoceptores e noci-
*OkQGXODV6HEiFHDVVmRyUJmRVJODQGXODUHVSHTXHQRVHVDFX-
FHSWRUHV$DWLYLGDGHGH¿EUDVQHUYRVDVVHQVLWLYDVLVRODGDVpDWLYDGD
liformes alojados na derme, encontradas em muitas partes da pele,
somente por certos tipos de estímulos aplicados à área da pele que
PDV HP DEXQGkQFLD QR FRXUR FDEHOXGR H QD IDFH &DGD JOkQGXOD
HODLQHUYDRTXHPRVWUDRVHXDOWRJUDXGHHVSHFL¿FLGDGHWRUQDQGR
consiste de um simples ducto que emerge de um agrupamento ova-
difícil uma correlação estreita entre morfologia e função.
lado ou em forma de garrafa – os alvéolos, que são em geral de dois
a cinco, podendo chegar, em alguns casos, até vinte. Cada alvéolo é
composto de uma membrana basal transparente contendo um certo
Q~PHURGHFpOXODVHSLWHOLDLV

Receptores Sensitivos Encontrados na Pele


- Terminações Nervosas Livres: são encontradas em todos os
tecidos conjuntivos. São mielinizadas ou amielínicas, mas sempre
GH GLkPHWUR SHTXHQR H EDL[D YHORFLGDGH GH FRQGXomR *UXSR ,,,
RX*UXSR,9 3RGHPVHUSROLPRGDLVRXXQLSRGDLV QRFLFHSWRUHV 
6mR VHQVtYHLV DRV HVWtPXORV PHFkQLFRV WpUPLFRV H HVSHFLDOPHQWH
DRVGRORURVRV6mRIRUPDGDVSRUXPD[{QLRUDPL¿FDGRHQYROWRSRU
células de Schwann sendo, por sua vez, ambos envolvidos por uma
membrana basal.
- Terminações Epidérmicas: Associadas com folículos pilosos
¿EUDVPLHOLQL]DGDV  ANOTAÇÕES
7HUPLQDo}HV HP 3DOLoDGD  DV ¿EUDV VH DSUR[LPDP GR IROt-
culo em diferentes direções, logo abaixo do ducto sebáceo, onde
se divide e corre paralela com o pêlo na camada folicular externa.
Caracterizam-se como terminações nervosas livres.

0HQLVFRV7iWHLV &pOVGH0HUNHO 8PD¿EUDDIHUHQWHFRVWX- —————————————————————————


PDHVWDUUDPL¿FDGDFRPYiULRVGLVFRVWHUPLQDLVGHVWDVUDPL¿FDo}HV
nervosas. Estes discos estão englobados em uma célula especiali- —————————————————————————
]DGD FXMD VXSHUItFLH GLVWDO VH ¿[D jV FpOXODV HSLGpUPLFDV SRU XP —————————————————————————
prolongamento de seu protoplasma e se interdigitam com os cerati-
nócitos adjacentes. —————————————————————————
Assim, os movimentos de pressão e tração sobre epiderme de-
sencadeam o estímulo. São mecanorreceptores (Tipo I) e de adapta- —————————————————————————
ção lenta, receptivos à pressão vertical e servidos por grandes afe-
—————————————————————————
rentes mielinizados (A alfa). São encontrados nas partes distais das
extremidades e na pele dos lábios e genitais externos. —————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Esquema resumido dos receptores sensitivos encontrados na pele:

RECEPTORES DE SUPERFÍCIE SENSAÇÃO PERCEBIDA


5HFHSWRUHVGH5XI¿QL Calor
Discos de Merkel Tato e pressão
Receptores de Vater-Pacini Pressão
Receptores de Meissner Tato
Terminações nervosas livres Principalmente dor

Sistema Esquelético

O sistema esquelético é composto de ossos e cartilagens.

Conceito de Ossos: Ossos são órgãos esbranquiçados, muito duros, que unindos-se aos outros, por intermédio das junturas ou articula-
ções constituem o esqueleto. É uma forma especializada de tecido conjuntivo cuja a principal característica é a mineralização (cálcio) de sua
PDWUL]yVVHD ¿EUDVFROiJHQDVHSURWHRJOLFDQDV 

2RVVRpXPWHFLGRYLYRFRPSOH[RHGLQkPLFR8PDIRUPDVyOLGDGHWHFLGRFRQMXQWLYRDOWDPHQWHHVSHFLDOL]DGRTXHIRUPDDPDLRU
SDUWHGRHVTXHOHWRHpRSULQFLSDOWHFLGRGHDSRLRGRFRUSR2WHFLGRyVVHRSDUWLFLSDGHXPFRQWtQXRSURFHVVRGHUHPRGHODPHQWRGLQkPLFR
produzindo osso novo e degradando osso velho.

O osso é formado por vários tecidos diferentes: tecido ósseo, cartilaginoso, conjuntivo denso, epitelial, adiposo, nervoso e vários tecidos
formadores de sangue.

Quanto a irrigação do osso, temos os canais de Volkman e os canais de Havers. O tecido ósseo não apresenta vasos linfáticos, apenas o
tecido periósteo tem drenagem linfática.

Canais de Havers-VmRXPDVpULHGHWXERVHPWRUQRGHHVWUHLWRVFDQDLVIRUPDGRVSRUODPHODVFRQFrQWULFDVGH¿EUDVFROiJHQDV(VWDUHJLmR
pGHQRPLQDGDRVVRFRPSDFWRRXGLi¿VH9DVRVVDQJtQHRVHFpOXODVQHUYRVDVHPWRGRRRVVRFRPXQLFDPVHSRURVWHyFLWRV TXHHPLWHP
expansões citoplasmáticas que põem em contato um osteócito com o outro) em lacunas (espaços dentro da matriz óssea densa que contêm
células ósseas). Este arranjo original é propício ao depósito de sal mineral, o que dá resistência ao tecido ósseo. Deve-se ainda ressaltar
que esses canais percorrem o osso no sentido longitudinal levando dentro de sua luz, vasos sanguíneos e nervos que são responsáveis pela
nutrição do tecido ósseo. Ele faz que os vasos sanguínios passem pelo tecido ósseo.

Canais de Volkmann são canais microscópicos encontrados no osso compacto, são perpendiculares aos Canais de Havers, e são um dos
componentes do sistema de Haversian. Os canais de Volkmann também podem transportar pequenas artérias em todo o osso. Os canais de
Volkmann não apresentam lamelas concêntricas.

2LQWHULRUGDPDWUL]yVVHDH[LVWHHVSDoRVFKDPDGRVODFXQDVTXHFRQWrPFpOXODVyVVHDVFKDPDGDVRVWHyFLWRV&DGDRVWHy¿WRSRVVXLSUR-
longamentos chamados canalículos, que se estendem a partir das lacunas e se unem aos canalículos das lacunas vizinhas, formando assim,
uma rede de canalículos e lacunas em toda a massa de tecido mineralizado.

Conceito de Cartilagem: É uma forma elástica de tecido conectivo semirígido - forma partes do esqueleto nas quais ocorre movimento.
A cartilagem não possui suprimento sangüíneo próprio; conseqüentemente, suas células obtêm oxigênio e nutrientes por difusão de longo
alcance.

Funções do Sistema Esquelético:

- Sustentação do organismo (apoio para o corpo)


- Proteção de estruturas vitais (coração, pulmões, cérebro)
%DVHPHFkQLFDSDUDRPRYLPHQWR
- Armazenamento de sais (cálcio, por exemplo)
- Hematopoiética (suprimento contínuo de células sangüíneas novas).

Didatismo e Conhecimento 76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
1~PHURGH2VVRVGR&RUSR+XPDQR

eFOiVVLFRDGPLWLURQ~PHURGHRVVRV

Cabeça  Membro Superior 


&UkQLR  &LQWXUD(VFDSXODU 
)DFH  %UDoR 
$QWHEUDoR 
Pescoço  0mR 

Tórax  Membro Inferior 


FRVWHODV &LQWXUD3pOYLFD 
YpUWHEUDV &R[D 
HVWHUQR -RHOKR 
3HUQD 
Abdômen  3p 
YpUWHEUDVORPEDUHV
VDFUR
FyFFL[ Ossículos do Ouvido Médio 

Divisão do Esqueleto:

Esqueleto Axial - Composta pelos ossos da cabeça, pescoço e do tronco.


Esqueleto Apendicular - Composta pelos membros superiores e inferiores.
A união do esqueleto axial com o apendicular se faz por meio das cinturas escapular e pélvica.

&ODVVL¿FDomRGRV2VVRV

2VRVVRVVmRFODVVL¿FDGRVGHDFRUGRFRPDVXDIRUPDHP

Ossos Longos: Tem o comprimento maior que a largura e são constituídos por um corpo e duas extremidades. Eles são um pouco encur-
YDGRVRTXHOKHVJDUDQWHPDLRUUHVLVWrQFLD2RVVRXPSRXFRHQFXUYDGRDEVRUYHRHVWUHVVHPHFkQLFRGRSHVRGRFRUSRHPYiULRVSRQWRVGH
WDOIRUPDTXHKiPHOKRUGLVWULEXLomRGRPHVPR2VRVVRVORQJRVWrPVXDVGLi¿VHVIRUPDGDVSRUWHFLGRyVVHRFRPSDFWRHDSUHVHQWDPJUDQGH
TXDQWLGDGHGHWHFLGRyVVHRHVSRQMRVRHPVXDVHSt¿VHV([HPSOR)rPXU
Ossos Curtos: São parecidos com um cubo, tendo seus comprimentos praticamente iguais às suas larguras. Eles são compostos por osso
HVSRQMRVRH[FHWRQDVXSHUItFLHRQGHKi¿QDFDPDGDGHWHFLGRyVVHRFRPSDFWR([HPSOR2VVRVGR&DUSR
2VVRV/DPLQDUHV 3ODQRV 6mRRVVRV¿QRVHFRPSRVWRVSRUGXDVOkPLQDVSDUDOHODVGHWHFLGRyVVHRFRPSDFWRFRPFDPDGDGHRVVRHVSRQ-
MRVRHQWUHHODV2VRVVRVSODQRVJDUDQWHPFRQVLGHUiYHOSURWHomRHJHUDPJUDQGHViUHDVSDUDLQVHUomRGHP~VFXORV([HPSORV)URQWDOH3DULHWDO
$OpPGHVVHVWUrVJUXSRVEiVLFRVEHPGH¿QLGRVKiRXWURVLQWHUPHGLiULRVTXHSRGHPVHUGLVWULEXtGRHPJUXSRV
Ossos Alongados: São ossos longos, porém achatados e não apresentam canal central. Exemplo: Costelas.
Ossos Pneumáticos: São osso ocos, com cavidades cheias de ar e revestidas por mucosa (seios), apresentando pequeno peso em relação ao
seu volume. Exemplo: Esfenóide.
Ossos Irregulares: Apresentam formas complexas e não podem ser agrupados em nenhuma das categorias prévias. Eles têm quantidades
variáveis de osso esponjoso e de osso compacto. Exemplo: Vértebras.
Ossos Sesamóides: Estão presentes no interior de alguns tendões em que há considerável fricção, tensão e estresse físico, como as palmas
HSODQWDV(OHVSRGHPYDULDUGHWDPDQKRHQ~PHURGHSHVVRDSDUDSHVVRDQmRVmRVHPSUHFRPSOHWDPHQWHRVVL¿FDGRVQRUPDOPHQWHPHGHP
DSHQDVDOJXQVPLOtPHWURVGHGLkPHWUR([FHo}HVQRWiYHLVVmRDVGXDVSDWHODVTXHVmRJUDQGHVRVVRVVHVDPyLGHVSUHVHQWHVHPTXDVHWRGRVRV
seres humanos.
2VVRV6XWXUDLV6mRSHTXHQRVRVVRVORFDOL]DGRVGHQWURGHDUWLFXODo}HVFKDPDGDVGHVXWXUDVHQWUHDOJXQVRVVRVGRFUkQLR6HXQ~PHUR
varia muito de pessoa para pessoa.

Estrutura dos Ossos Longos:

A disposição dos tecidos ósseos compactos e esponjoso em um osso longo é responsável por sua resistência. Os ossos longos contém locais
de crescimento e remodelação, e estruturas associadas às articulações. As partes de um osso longo são as seguintes:

'Li¿VH: é a haste longa do osso. Ele é constituída principalmente de tecido ósseo compacto, proporcionando, considerável resistência ao
osso longo.

Didatismo e Conhecimento 77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
(St¿VHDVH[WUHPLGDGHVDODUJDGDVGHXPRVVRORQJR$HSt¿VHGHXPRVVRRDUWLFXODRXXQHDXPVHJXQGRRVVRHPXPDDUWLFXODomR
&DGDHSt¿VHFRQVLVWHGHXPD¿QDFDPDGDGHRVVRFRPSDFWRTXHUHYHVWHRRVVRHVSRQMRVRHUHFREHUWRVSRUFDUWLODJHP

0HWi¿VHSDUWHGLODWDGDGDGLi¿VHPDLVSUy[LPDGDHSt¿VH

&RQ¿JXUDomR([WHUQDGRV2VVRV

SALIÊNCIAS ÓSSEAS
Articulares Não Articulares
- Processos
- Tubérculos
- Cabeça 7URFkQWHU
- Côndilo - Espinha
- Faceta - Eminência
/kPLQDV
- Cristas

Cabeça do Fêmur Processos Transverso e Espinhoso (Vértebras)


DEPRESSÕES ÓSSEAS
Articulares Não Articulares
- Fossas
- Sulcos
- Cavidades - Forames
- Acetábulo - Meatos
- Fóvea - Seios
- Fissuras
- Canais

&DYLGDGH*OHQyLGH (VFiSXOD Processos Transverso e Espinhoso (Vértebras)

Didatismo e Conhecimento 78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
&RQ¿JXUDomR,QWHUQDGRV2VVRV

$VGLIHUHQoDVHQWUHRVGRLVWLSRVGHRVVRFRPSDFWRHHVSRQMRVRRXUHWLFXODUGHSHQGHPGDTXDQWLGDGHUHODWLYDGHVXEVWkQFLDVVyOLGDVHGD
TXDQWLGDGHHWDPDQKRGRVHVSDoRVTXHHOHVFRQWpP7RGRVRVRVVRVWHPXPD¿QDOkPLQDVXSHU¿FLDOGHRVVRFRPSDFWRHPWRUQRGHXPDPDVVD
FHQWUDOGHRVVRHVSRQMRVRH[FHWRRQGHR~OWLPRpVXEVWLWXtGRSRUXPDFDYLGDGHPHGXODU
2RVVRFRPSDFWRGRFRUSRRXGLi¿VHTXHHQYROYHDFDYLGDGHPHGXODUpDVXEVWkQFLDFRUWLFDO$DUTXLWHWXUDGRRVVRHVSRQMRVRHFRPSDFWR
varia de acordo com a função. O osso compacto fornece força para sustentar o peso.
1RVRVVRVORQJRVSODQHMDGRVSDUDULJLGH]HLQVHUomRGHP~VFXORVHOLJDPHQWRVDTXDQWLGDGHGHRVVRFRPSDFWRpPi[LPDSUy[LPRGRPHLR
GRFRUSRRQGHHOHHVWiVXMHLWRDFXUYDUVH2VRVVRVSRVVXHPDOJXPDHODVWLFLGDGH ÀH[LELOLGDGH HJUDQGHULJLGH]

Periósteo e Endósteo:

O PeriósteopXPDPHPEUDQDGHWHFLGRFRQMXQWLYRGHQVRPXLWR¿EURVRTXHUHYHVWHDVXSHUItFLHH[WHUQDGDGLi¿VH¿[DQGRVH¿UPHPHQWH
DWRGDDVXSHUItFLHH[WHUQDGRRVVRH[FHWRjFDUWLODJHPDUWLFXODU3URWHJHRRVVRHVHUYHFRPRSRQWRGH¿[DomRSDUDRVP~VFXORVHFRQWpPRV
vasos sanguíneos que nutrem o osso subjacente.

O Endósteo se encontra no interior da cavidade medular do osso, revestido por tecido conjuntivo.

Tecido Ósseo Compacto Tecido Ósseo Esponjoso


Contém poucos espaços em seus componentes rígidos. Dá Constitui a maior parte do tecido
proteção e suporte e resiste às forças produzidas pelo peso e ósseo dos ossos curtos, chatos e irregulares. A maior parte é
PRYLPHQWR(QFRQWUDGRVJHUDOPHQWHQDVGLi¿VHV HQFRQWUDGDQDVHSL¿VHV

Ossos da Cabeça

2FUkQLRpRHVTXHOHWRGDFDEHoDYiULRVRVVRVIRUPDPVXDVGXDVSDUWHVR1HXURFUkQLRHR(VTXHOHWRGD)DFH2QHXURFUkQLRIRUQHFHR
LQYyOXFURSDUDRFpUHEURHDVPHQLQJHVHQFHIiOLFDVSDUWHVSUR[LPDLVGRVQHUYRVFUDQLDQRVHYDVRVVDQJtQHRV2FUkQLRSRVVXLXPWHWRVHPH-
OKDQWHDXPDDEyEDGD±DFDOYiULD±HXPDVVRDOKRRXEDVHGRFUkQLRTXHpFRPSRVWDGRHWPyLGHHSDUWHVGRRFFLSLWDOHGRWHPSRUDO2HVTXHOHWR
da face consiste em ossos que circundam a boca e o nariz e contribuem para as órbitas.

Tórax

É uma caixa osteocartilagínea que contém os principais órgãos da respiração e circulação e cobre parte dos órgãos abdominais.
A face dorsal é formado pelas doze vértebras torácicas, e a parte dorsal das doze costelas. A face ventral é constituída pelo esterno e car-
tilagens costais. As faces laterais são compostas pelas costelas e separadas umas das outras pelos onze espaços intercostais, ocupados pelos
P~VFXORVHPHPEUDQDVLQWHUFRVWDLV

Coluna Vertebral

$FROXQDYHUWHEUDOWDPEpPFKDPDGDGHHVSLQKDGRUVDOHVWHQGHVHGRFUkQLRDWpDSHOYH(ODpUHVSRQViYHOSRUGRLVTXLQWRVGRSHVR
corporal total e é composta por tecido conjuntivo e por uma série de ossos, chamados vértebras, as quais estão sobrepostas em forma de uma
FROXQDGDtRWHUPRFROXQDYHUWHEUDO$FROXQDYHUWHEUDOpFRQVWLWXtGDSRUYpUWHEUDVVDFURFyFFL[HFRQVWLWXLMXQWRFRPDFDEHoDHVWHUQR
e costelas, o esqueleto axial.

Membro Superior

Os ossos dos membros superiores podem ser divididos em quatro segmentos:

Cintura Escapular - Clavícula e Escápula


Braço - Úmero
Antebraço - Rádio e Ulna
Mão - Ossos da Mão

Membro Inferior

O membro inferior tem função de sustentação do peso corporal, locomoção, tem a capacidade de mover-se de um lugar para outro e manter
o equilíbrio. Os membros inferiores são conectados ao tronco pelo cíngulo do membro inferior (ossos do quadril e sacro).

Didatismo e Conhecimento 79
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$EDVHGRHVTXHOHWRGRPHPEURLQIHULRUpIRUPDGRSHORVGRLVRVVRVGRTXDGULOTXHVmRXQLGRVSHODVtQ¿VHS~ELFDHSHORVDFUR2FtQJXOR
do membro inferior e o sacro juntos formam a PELVE ÓSSEA.
Os ossos dos membros inferiores podem ser divididos em quatro segmentos:

Cintura Pélvica - Ilíaco (Osso do Quadril)


Coxa - Fêmur e Patela
Perna - Tíbia e Fíbula
Pé - Ossos do Pé
Sistema Muscular
&RQFHLWRGH0~VFXORV

São estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua contração são capazes de transmitir-lhes movimento. Este
pHIHWXDGRSRUFpOXODVHVSHFLDOL]DGDVGHQRPLQDGDV¿EUDVPXVFXODUHVFXMDHQHUJLDODWHQWHpRXSRGHVHUFRQWURODGDSHORVLVWHPDQHUYRVR2V
P~VFXORVVmRFDSD]HVGHWUDQVIRUPDUHQHUJLDTXtPLFDHPHQHUJLDPHFkQLFD
2P~VFXORYLYRpGHFRUYHUPHOKD(VVDFRORUDomRGHQRWDDH[LVWrQFLDGHSLJPHQWRVHGHJUDQGHTXDQWLGDGHGHVDQJXHQDV¿EUDVPXVFX-
lares.
2VP~VFXORVUHSUHVHQWDPGRSHVRFRUSRUDOWRWDO

)XQo}HVGRV0~VFXORV

a) Produção dos movimentos corporais: Movimentos globais do corpo, como andar e correr.
E (VWDELOL]DomRGDV3RVLo}HV&RUSRUDLV$FRQWUDomRGRVP~VFXORVHVTXHOpWLFRVHVWDELOL]DPDVDUWLFXODo}HVHSDUWLFLSDPGDPDQXWHQomR
GDVSRVLo}HVFRUSRUDLVFRPRDGH¿FDUHPSpRXVHQWDU
F 5HJXODomRGR9ROXPHGRVÏUJmRV$FRQWUDomRVXVWHQWDGDGDVIDL[DVDQHODUHVGRVP~VFXORVOLVRV HVItQFWHUHV SRGHLPSHGLUDVDtGDGR
FRQWH~GRGHXPyUJmRRFR
G 0RYLPHQWRGH6XEVWkQFLDVGHQWURGR&RUSR$VFRQWUDo}HVGRVP~VFXORVOLVRVGDVSDUHGHVYDVRVVDQJtQHRVUHJXODPDLQWHQVLGDGHGR
ÀX[R2VP~VFXORVOLVRVWDPEpPSRGHPPRYHUDOLPHQWRVXULQDHJDPHWDVGRVLVWHPDUHSURGXWLYR2VP~VFXORVHVTXHOpWLFRVSURPRYHPRÀX[R
de linfa e o retorno do sangue para o coração.
H 3URGXomRGH&DORU4XDQGRRWHFLGRPXVFXODUVHFRQWUDLHOHSURGX]FDORUHJUDQGHSDUWHGHVVHFDORUOLEHUDGRSHORP~VFXORpXVDGRQD
manutenção da temperatura corporal.

*UXSRV0XVFXODUHV

(PQ~PHURGHQRYH6mRHOHV
a) Cabeça
b) Pescoço
c) Tórax
d) Abdome
e) Região posterior do tronco
f) Membros superiores
g) Membros inferiores
h) Órgãos dos sentidos
i) Períneo

&ODVVL¿FDomRGRV0~VFXORV

Quanto a Situação:

D 6XSHU¿FLDLVRX&XWkQHRV(VWmRORJRDEDL[RGDSHOHHDSUHVHQWDPQRPtQLPRXPDGHVXDVLQVHUo}HVQD
FDPDGDSURIXQGDGDGHUPH(VWmRORFDOL]DGRVQDFDEHoD FUkQLRHIDFH SHVFRoRHQDPmR UHJLmRKLSRWHQDU 
Exemplo: Platisma.

Didatismo e Conhecimento 80
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo

E 3URIXQGRVRX6XEDSRQHXUyWLFRV6mRP~VFXORVTXHQmRDSUHVHQWDPLQVHUo}HVQDFDPDGDSURIXQGDGD
GHUPHHQDPDLRULDGDVYH]HVVHLQVHUHPHPRVVRV(VWmRORFDOL]DGRVDEDL[RGDIiVFLDVXSHU¿FLDO([HPSOR
Pronador quadrado.

Quanto à Forma:

D /RQJRV6mRHQFRQWUDGRVHVSHFLDOPHQWHQRVPHPEURV2VPDLVVXSHU¿FLDLVVmRRVPDLVORQJRVSRGHQGR
passar duas ou mais articulações. Exemplo: Bíceps braquial.

b) Curtos: Encontram-se nas articulações cujos movimentos tem pouca amplitude, o que não exclui força
QHPHVSHFLDOL]DomR([HPSOR0~VFXORV da mão.

c) Largos: Caracterizam-se por serem laminares. São encontrados nas paredes das grandes cavidades (tórax
e abdome). Exemplo: Diafragma.

Didatismo e Conhecimento 81
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Quanto à Disposição da Fibra: 7LSRVGH0~VFXORV:

a) Reto: Paralelo à linha média. Ex: Reto abdominal.


b) Transverso: Perpendicular à linha média. Ex: Transverso
abdominal.
c) Oblíquo: Diagonal à linha média. Ex: Oblíquo externo.

Quanto à Origem e Inserção:

a) Origem: Quando se originam de mais de um tendão. Ex. Bí-


ceps, Quadríceps. D 0~VFXORV(VWULDGRV(VTXHOpWLFRV&RQWUDHPVHSRULQÀXrQ-
b) Inserção: Quando se inserem em mais de um tendão. Ex: cia da nossa vontade, ou seja, são voluntários. O tecido muscular
Flexor Longo dos Dedos. esquelético é chamado de estriado porque faixas alternadas claras e
escuras (estriações) podem ser vistas no microscópio óptico.

Quanto à Função:

D $JRQLVWDV6mRRVP~VFXORVSULQFLSDLVTXHDWLYDPXPPR-
YLPHQWRHVSHFt¿FRGRFRUSRHOHVVHFRQWUDHPDWLYDPHQWHSDUDSUR-
duzir um movimento desejado. Ex: Pegar uma chave sobre a mesa,
DJRQLVWDVVmRRVÀH[RUHVGRVGHGRV
E $QWDJRQLVWDV0~VFXORVTXHVHRS}HPjDomRGRVDJRQLVWDV
quando o agonista se contrai, o antagonista relaxa progressivamente,
produzindo um movimento suave. Ex: idem anterior, porém os anta- E 0~VFXORV/LVRV/RFDOL]DGRQRVYDVRVVDQJtQHRVYLDVDp-
gonistas são os extensores dos dedos. reas e maioria dos órgãos da cavidade abdômino-pélvica. Ação in-
c) Sinergistas: São aqueles que participam estabilizando as arti- voluntária controlada pelo sistema nervoso autônomo.
culações para que não ocorram movimentos indesejáveis durante a
ação principal. Ex: idem anterior, os sinergistas são estabilizadores F 0~VFXOR(VWULDGR&DUGtDFR5HSUHVHQWDDDUTXLWHWXUDFDUGtD-
do punho, cotovelo e ombro.
FDeXPP~VFXORHVWULDGRSRUpPLQYROXQWiULR±$8725,70,&,-
d) Fixadores: Estabilizam a origem do agonista de modo que
DADE.
HOHSRVVDDJLUPDLVH¿FLHQWHPHQWH(VWDELOL]DPDSDUWHSUR[LPDOGR
membro quando move-se a parte distal.

Quanto à Nomenclatura:

2QRPHGDGRDRVP~VFXORVpGHULYDGRGHYiULRVIDWRUHVHQWUH &RPSRQHQWHV$QDW{PLFRVGRV0~VFXORV(VWULDGRV:
HOHVR¿VLROyJLFRHRWRSRJUi¿FR
a) Ação: Extensor dos dedos. D 9HQWUH0XVFXODUpDSRUomRFRQWUiWLOGRP~VFXORFRQVWLWXtGD
b) Ação Associada à Forma: Pronador redondo e pronador qua- SRU¿EUDVPXVFXODUHVTXHVHFRQWUDHP&RQVWLWXLRFRUSRGRP~VFX-
drado. lo (porção carnosa).
F $omR$VVRFLDGDj/RFDOL]DomR)OH[RUVXSHU¿FLDOGRVGHGRV E 7HQGmRpXPHOHPHQWRGHWHFLGRFRQMXQWLYRULFRVHP¿EUDV
G )RUPD0~VFXOR'HOWyLGH OHWUDJUHJDGHOWD  FROiJHQDVHTXHVHUYHSDUD¿[DomRGRYHQWUHHPRVVRVQRWHFLGR
e) Localização: Tibial anterior. VXEFXWkQHRHHPFiSVXODVDUWLFXODUHV3RVVXHPDVSHFWRPRUIROyJLFR
I 1~PHURGH2ULJHP%tFHSVIHPRUDOHWUtFHSVEUDTXLDO GH¿WDVRXGHFLOLQGURV

Didatismo e Conhecimento 82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Componentes Anatômicos do Tecido Conjuntivo:

D )iVFLD6XSHU¿FLDOVHSDUDRVP~VFXORVGDSHOH
E )iVFLD0XVFXODUpXPDOkPLQDRXIDL[DODUJDGHWHFLGRFRQ-
MXQWLYR¿EURVRTXHDEDL[RGDSHOHFLUFXQGDRVP~VFXORVHRXWURV
órgãos do corpo.
c) Epimísio é a camada mais externa de tecido conjuntivo, cir-
FXQGDWRGRRP~VFXOR
G 3HULPtVLRFLUFXQGDJUXSRVGHDRXPDLV¿EUDVPXVFX-
lares individuais, separando-as em feixes chamados fascículos. Os
fascículos podem ser vistos a olho nu.
H (QGRPtVLRpXP¿QRUHYHVWLPHQWRGHWHFLGRFRQMXQWLYRTXH
SHQHWUDQRLQWHULRUGHFDGDIDVFtFXORHVHSDUDDV¿EUDVPXVFXODUHV
individuais de seus vizinhos.

c) Aponeurose é uma estrutura formada por tecido conjuntivo.


0HPEUDQDTXHHQYROYHJUXSRVPXVFXODUHV*HUDOPHQWHDSUHVHQWD-
VHHPIRUPDGHOkPLQDVRXHPOHTXHV
G %DLQKDV7HQGtQHDVVmRHVWUXWXUDVTXHIRUPDPSRQWHVRXW~-
neis entre as superfícies ósseas sobre as quais deslizam os tendões.
Sua função é conter o tendão, permitindo-lhe um deslizamento fácil.
H %ROVDV6LQRYLDLVVmRHQFRQWUDGDVHQWUHRVP~VFXORVRXHQWUH
XPP~VFXORHXPRVVR6mRSHTXHQDVEROVDVIRUUDGDVSRUXPDPHP-
brana serosa que possibilitam o deslizamento muscular.

Tipos de Contrações:

2QRPHGDGRDRVP~VFXORVpGHULYDGRGHYiULRVIDWRUHVHQWUH
HOHVR¿VLROyJLFRHRWRSRJUi¿FR
D &RQWUDomR&RQFrQWULFDRP~VFXORVHHQFXUWDHWUDFLRQDRXWUD
Sistema Circulatório
HVWUXWXUDFRPRXPWHQGmRUHGX]LQGRRkQJXORGHXPDDUWLFXODomR
Ex: Trazer um livro que estava sobre a mesa ao encontro da cabeça. O sistema circulatório é formado por dois sistemas de transpor-
b) Contração Excêntrica: quando aumenta o comprimento total te principais: o sistema cardiovascular, que compreende o coração,
GRP~VFXORGXUDQWHDFRQWUDomR([LGHPDQWHULRUSRUpPTXDQGR vasos sanguíneos e sangue, com o objetivo de carregar oxigênio e
recolocamos o livro sobre mesa. nutrientes para as células do corpo e transportar os resíduos das célu-
c) Contração Isométrica: servem para estabilizar as articulações las corporais para os rins. O sistema linfático fornece drenagem para
HQTXDQWR RXWUDV VmR PRYLGDV *HUD WHQVmR PXVFXODU VHP UHDOL]DU o líquido dos tecidos, denominado linfa.
movimentos. É responsável pela postura e sustentação de objetos
HPSRVLomR¿[D([LGHPDQWHULRUSRUpPTXDQGRROLYURpVXVWHQ- Funções do sistema cardiovascular
WDGRHPDEGXomRGHƒ
x transporte de gases: os pulmões, responsáveis pela
Anatomia Microscópica da Fibra Muscular: obtenção de oxigênio e pela eliminação de dióxido de carbono,
comunicam-se com os demais tecidos do corpo por meio do sangue.
O tecido muscular consiste de células contráteis especializadas, x transporte de nutrientes: no tubo digestório, os nutrientes
RX¿EUDVPXVFXODUHVTXHVmRDJUXSDGDVHGLVSRVWDVGHIRUPDDOWD- UHVXOWDQWHVGDGLJHVWmRSDVVDPDWUDYpVGHXP¿QRHSLWpOLRHDOFDQ-
PHQWHRUJDQL]DGD&DGD¿EUDGHP~VFXORHVTXHOpWLFRDSUHVHQWDGRLV çam o sangue. Por essa verdadeira “auto-estrada”, os nutrientes são
WLSRVGHHVWUXWXUDV¿OLIRUPHVPXLWRGHOJDGDVFKDPDGDVPLR¿ODPHQ- levados aos tecidos do corpo, nos quais se difundem para o líquido
WRVJURVVRV PLRVLQD H¿QRV DFWLQD  intersticial que banha as células.
x transporte de resíduos metabólicos: a atividade metabóli-
ca das células do corpo origina resíduos, mas apenas alguns órgãos
podem eliminá-los para o meio externo. O transporte dessas subs-
WkQFLDVGHRQGHVmRIRUPDGDVDWpRVyUJmRVGHH[FUHomRpIHLWRSHOR
sangue.
x WUDQVSRUWH GH KRUP{QLRV KRUP{QLRV VmR VXEVWkQFLDV VH-
cretadas por certos órgãos, distribuídas pelo sangue e capazes de
PRGL¿FDURIXQFLRQDPHQWRGHRXWURVyUJmRVGRFRUSR$FROHFLVWR-
cinina, por exemplo, é produzida pelo duodeno, durante a passagem
do alimento, e lançada no sangue. Um de seus efeitos é estimular a
contração da vesícula biliar e a liberação da bile no duodeno.

Didatismo e Conhecimento 83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
x LQWHUFkPELRGHPDWHULDLVDOJXPDVVXEVWkQFLDVVmRSURGX- coração, os impulsos originados dele espalham-se para os átrios e
zidas ou armazenadas em uma parte do corpo e utilizadas em outra ventrículos, estimulando essas áreas tão rapidamente, de modo que
parte. Células do fígado, por exemplo, armazenam moléculas de o ritmo do nódulo SA torna-se o ritmo de todo o coração; por isso é
glicogênio, que, ao serem quebradas, liberam glicose, que o sangue chamado marcapasso.
leva para outras células do corpo. x Sistema De Purkinje ou fascículo átrio-ventricular: embo-
x transporte de calor: o sangue também é utilizado na dis- UDRLPSXOVRFDUGtDFRSRVVDSHUFRUUHUSHUIHLWDPHQWHWRGDVDV¿EUDV
tribuição homogênea de calor pelas diversas partes do organismo, musculares cardíacas, o coração possui um sistema especial de con-
colaborando na manutenção de uma temperatura adequada em todas dução denominado sistema de Purkinje ou fascículo átrio-ventri-
as regiões; permite ainda levar calor até a superfície corporal, onde FXODU FRPSRVWR GH ¿EUDV PXVFXODUHV FDUGtDFDV HVSHFLDOL]DGDV RX
pode ser dissipado. ¿EUDVGH3XUNLQMH )HL[HGH+LVVRXPLyFLWRViWULRYHQWULFXODUHV 
x distribuição de mecanismos de defesa: pelo sangue circu- que transmitem os impulsos com uma velocidade aproximadamente
lam anticorpos e células fagocitárias, componentes da defesa contra YH]HVPDLRUGRTXHRP~VFXORFDUGtDFRQRUPDOFHUFDGHPSRU
agentes infecciosos. VHJXQGRHPFRQWUDVWHFRPPSRUVHJXQGRQRP~VFXORFDUGtDFR
x coagulação sanguínea: pelo sangue circulam as plaquetas,
pedaços de um tipo celular da medula óssea (megacariócito), com b- Controle Nervoso do Coração
função na coagulação sanguínea. O sangue contém ainda fatores de O sistema nervoso é conectado com o coração através de dois
coagulação, capazes de bloquear eventuais vazamentos em caso de grupos diferentes de nervos do sistema nervoso autônomo: paras-
rompimento de um vaso sanguíneo. simpáticos e simpáticos. A estimulação dos nervos parassimpáticos
FDXVDRVVHJXLQWHVHIHLWRVVREUHRFRUDomR  GLPLQXLomRGDIUH-
x O coração é um órgão muscular oco que se localiza no quência dos batimentos cardíacos; (2) diminuição da força de con-
meio do peito, sob o osso esterno, ligeiramente deslocado para a WUDomRGRP~VFXORDWULDO  GLPLQXLomRQDYHORFLGDGHGHFRQGXomR
esquerda. Ele contrai e relaxa alternadamente para bombear os pul- dos impulsos através do nódulo AV (átrio-ventricular), aumentando
mões (onde ocorre a oxigenação) e depois para a vasta rede de vasos RSHUtRGRGHUHWDUGRHQWUHDFRQWUDomRDWULDOHDYHQWULFXODUH  
sanguíneos. As artérias e arteríolas carregam o sangue oxigenado do GLPLQXLomR GR ÀX[R VDQJXtQHR DWUDYpV GRV YDVRV FRURQiULRV TXH
coração para as células do corpo. A troca de líquido, oxigênio e gás PDQWrPDQXWULomRGRSUySULRP~VFXORFDUGtDFR
carbônico entre o sangue e as células dos tecidos ocorre através dos x Todos esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se que
capilares. As vênulas e veias carregam o sangue pobre em oxigênio a estimulação parassimpática diminui todas as atividades do cora-
de volta para o coração, onde o ciclo recomeça. ção. Usualmente, a função cardíaca é reduzida pelo parassimpático
x Cada vez que o coração contrai, a corrente sanguínea pode durante o período de repouso, juntamente com o restante do corpo.
ser sentida, na forma de pulsação, em qualquer lugar onde uma ar- Isso talvez ajude a preservar os recursos do coração, pois durante
téria passa próxima a superfície da pele. As principais localizações os períodos de repouso, indubitavelmente há um menor desgaste do
onde podem ser sentidas o pulso são: no punho, na virilha e no pes- órgão.
coço. x A estimulação dos nervos simpáticos apresenta efeitos
x As emergências envolvendo o sistema circulatório ocor- H[DWDPHQWHRSRVWRVVREUHRFRUDomR  DXPHQWRGDIUHTXrQFLDFDU-
rem quando há sangramento descontrolado, comprometimento da GtDFD  DXPHQWRGDIRUoDGHFRQWUDomRH  DXPHQWRGRÀX[R
circulação ou quando o coração perde sua capacidade de bombear. sanguíneo através dos vasos coronários visando a suprir o aumento
x O coração humano, como o dos demais mamíferos, apre- GDQXWULomRGRP~VFXORFDUGtDFR(VVHVHIHLWRVSRGHPVHUUHVXPL-
senta quatro cavidades: duas superiores, denominadas átrios e duas dos, dizendo-se que a estimulação simpática aumenta a atividade
inferiores, denominadas ventrículos. O átrio direito comunica-se cardíaca como bomba, algumas vezes aumentando a capacidade
FRPRYHQWUtFXORGLUHLWRDWUDYpVGDYiOYXODWULF~VSLGH2iWULRHV- GH ERPEHDU VDQJXH HP DWp  SRU FHQWR (VVH HIHLWR p QHFHVVi-
querdo, por sua vez, comunica-se com o ventrículo esquerdo através rio quando um indivíduo é submetido a situações de estresse, tais
GDYiOYXODELF~VSLGHRXPLWUDO$IXQomRGDVYiOYXODVFDUGtDFDVp como exercício, doença, calor excessivo, ou outras condições que
JDUDQWLUTXHRVDQJXHVLJDXPD~QLFDGLUHomRVHPSUHGRViWULRVSDUD H[LJHPXPUiSLGRÀX[RVDQJXtQHRDWUDYpVGRVLVWHPDFLUFXODWyULR
os ventrículos. Por conseguinte, os efeitos simpáticos sobre o coração constituem
x  $V FkPDUDV FDUGtDFDV FRQWUDHPVH H GLODWDPVH o mecanismo de auxílio utilizado numa emergência, tornando mais
DOWHUQDGDPHQWH  YH]HV SRU PLQXWR HP PpGLD 2 SURFHVVR GH forte o batimento cardíaco quando necessário.
FRQWUDomRGHFDGDFkPDUDGRPLRFiUGLR P~VFXORFDUGtDFR GHQR- x Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso sim-
mina-se sístole. O relaxamento, que acontece entre uma sístole e a pático secretam principalmente noradrenalina, razão pela qual são
seguinte, é a diástole. denominados neurônios adrenérgicos. A estimulação simpática do
a- A atividade elétrica do coração FpUHEURWDPEpPSURPRYHDVHFUHomRGHDGUHQDOLQDSHODVJOkQGXODV
x Nódulo sinoatrial (SA) ou marcapasso ou nó sino-atrial: adrenais ou supra-renais. A adrenalina é responsável pela taquicar-
região especial do coração, que controla a frequência cardíaca. Lo- dia (batimento cardíaco acelerado), aumento da pressão arterial e
caliza-se perto da junção entre o átrio direito e a veia cava superior da frequência respiratória, aumento da secreção do suor, da glicose
e é constituído por um aglomerado de células musculares especia- sangüínea e da atividade mental, além da constrição dos vasos san-
OL]DGDV$IUHTXrQFLDUtWPLFDGHVVDV¿EUDVPXVFXODUHVpGHDSUR[L- guíneos da pele.
PDGDPHQWHFRQWUDo}HVSRUPLQXWRHQTXDQWRRP~VFXORDWULDOVH x O neurotransmissor secretado pelos neurônios pós-gan-
FRQWUDLFHUFDGHYH]HVSRUPLQXWRHRP~VFXORYHQWULFXODUFHUFD glionares do sistema nervoso parassimpático é a acetilcolina, razão
GHYH]HVSRUPLQXWR'HYLGRDRIDWRGRQyGXORVLQRDWULDOSRVVXLU pela qual são denominados colinérgicos, geralmente com efeitos an-
uma frequência rítmica mais rápida em relação às outras partes do tagônicos aos neurônios adrenérgicos. Dessa forma, a estimulação

Didatismo e Conhecimento 84
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
parassimpática do cérebro promove bradicardia (redução dos bati- - O transporte, no sangue e nos líquidos corporais, do oxigênio
mentos cardíacos), diminuição da pressão arterial e da frequência (dos pulmões para as células) e do dióxido de carbono (das células
respiratória, relaxamento muscular e outros efeitos antagônicos aos para os pulmões).
da adrenalina. - A regulação da ventilação e de outros aspectos da respiração.
x Em geral, a estimulação do hipotálamo posterior aumenta São exemplos de doenças do sistema respiratórias a DPOC
a pressão arterial e a frequência cardíaca, enquanto que a estimulação GRHQoD SXOPRQDU REVWUXWLYD FU{QLFD  TXH QHOD LQFOXL R HQ¿VHPD
da área pré-óptica, na porção anterior do hipotálamo, acarreta efeitos pulmonar e a bronquite crônica; embolia pulmonar; síndrome do
opostos, determinando notável diminuição da frequência cardíaca e desconforto respiratório agudo (SDRA); edema agudo de pulmão
da pressão arterial. Esses efeitos são transmitidos através dos centros ($3  SQHXPRQLD LQIHFo}HV LQVX¿FLrQFLD UHVSLUDWyULD DJXGD
de controle cardiovascular da porção inferior do tronco cerebral, e (IRA); dentre outras.
daí passam a ser transmitidos através do sistema nervoso autônomo. A inspiração, que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se
SHODFRQWUDomRGDPXVFXODWXUDGRGLDIUDJPDHGRVP~VFXORVLQWHU-
Sistema Respiratório costais. O diafragma abaixa e as costelas elevam-se, promovendo
O corpo depende de um suprimento constante de oxigênio, que o aumento da caixa torácica, com consequente redução da pressão
é disponibilizado para o sangue pelo sistema respiratório, que com- interna (em relação à externa), forçando o ar a entrar nos pulmões. A
preende as cavidades nasais, faringe, laringe, traquéia e os pulmões. expiração, que promove a saída de ar dos pulmões, dá-se pelo rela-
A passagem do ar para dentro e para fora dos pulmões é deno- [DPHQWRGDPXVFXODWXUDGRGLDIUDJPDHGRVP~VFXORVLQWHUFRVWDLV
minada respiração. Durante a inspiração, o ar entra através do na- O diafragma eleva-se e as costelas abaixam, o que diminui o volume
riz chegando até os pulmões. Estes se expandem para preencher a da caixa torácica, com conseqüente aumento da pressão interna, for-
cavidade torácica, o sangue que circula nos pulmões é oxigenado. çando o ar a sair dos pulmões.
'XUDQWHDH[SLUDomRRVP~VFXORVGRSHLWRUHOD[DPOLEHUDQGRRDU
dos pulmões, o ar exalado carrega com ele gás carbônico. Cinética do movimento inspiratório com elevação das costelas
$IUHTXrQFLDUHVSLUDWyULDQRUPDOHPUHSRXVRPHGLGDSHORQ~- e abaixamento do diafragma.
PHURGHUHVSLUDo}HVSRUPLQXWRpGHDHPDGXOWRVGHD O transporte de gás oxigênio está a cargo da hemoglobina,
HPFULDQoDVHGHDHPEHErV
proteína presente nas hemácias. Cada molécula de hemoglobina
As emergências envolvendo o sistema respiratório incluem a
FRPELQDVH FRP  PROpFXODV GH JiV R[LJrQLR IRUPDQGR D R[L
REVWUXomR DV¿[LD GL¿FXOGDGHSDUDUHVSLUDUHSDUDGDUHVSLUDWyULD
hemoglobina. Nos alvéolos pulmonares o gás oxigênio do ar
difunde-se para os capilares sangüíneos e penetra nas hemácias,
onde se combina com a hemoglobina, enquanto o gás carbônico
(CO2) é liberado para o ar. Nos tecidos ocorrem um processo in-
verso: o gás oxigênio dissocia-se da hemoglobina e difunde-se pelo
líquido tissular, atingindo as células.
(PUHSRXVRDIUHTXrQFLDUHVSLUDWyULD )5 pGDRUGHPGHDWp
movimentos por minuto. A respiração é controlada automaticamen-
te por um centro nervoso localizado no bulbo. Desse centro partem
RV QHUYRV UHVSRQViYHLV SHOD FRQWUDomR GRV P~VFXORV UHVSLUDWyULRV
GLDIUDJPDHP~VFXORVLQWHUFRVWDLV 
Os sinais nervosos são transmitidos desse centro através da co-
OXQD HVSLQKDO SDUD RV P~VFXORV GD UHVSLUDomR 2 PDLV LPSRUWDQWH
P~VFXORGDUHVSLUDomRRGLDIUDJPDUHFHEHRVVLQDLVUHVSLUDWyULRV
através de um nervo especial, o nervo frênico, que deixa a medula
espinhal na metade superior do pescoço e dirige-se para baixo, atra-
vés do tórax até o diafragma.
$UHVSLUDomRpRLQWHUFkPELRGHJDVHVHQWUHXPRUJDQLVPRHR  2V VLQDLV SDUD RV P~VFXORV H[SLUDWyULRV HVSHFLDOPHQWH RV
PHLRQRTXDOHVVHRUJDQLVPRYLYH0DLVHVSHFL¿FDPHQWHWUDWDVHGD P~VFXORV DEGRPLQDLV VmR WUDQVPLWLGRV SDUD D SRUomR EDL[D GD
absorção de oxigênio, sua utilização nos tecidos e a eliminação de PHGXODHVSLQKDOSDUDRVQHUYRVHVSLQKDLVTXHLQHUYDPRVP~VFXORV
dióxido de carbono pelo organismo. Existem algumas ocasiões em que a concentração de oxigênio
Para o diagnóstico e o tratamento da maioria das doenças respi- nos alvéolos cai a valores muito baixos. Isso ocorre especialmente
UDWyULDVpQHFHVViULRFRPSUHHQGHURVSULQFtSLRVGD¿VLRORJLDUHVSL- em locais de grande altitude ou quando uma pessoa contrai pneumo-
ratória e das trocas gasosas. Algumas doenças respiratórias resultam nia, por exemplo.
de ventilação inadequada, ao passo que outras resultam de anorma-
lidades na difusão através da membrana pulmonar ou no transporte PULMÕES
de gases dos pulmões para os tecidos.
Podemos dividir a respiração em quatro grandes eventos, do Os pulmões são órgãos essenciais na respiração. São duas vís-
ponto de vista funcional: ceras situadas uma de cada lado, no interior do tórax e onde se dá
- A ventilação pulmonar, que é a remoção cíclica do gás alveo- o encontro do ar atmosférico com o sangue circulante, ocorrendo
lar pelo ar atmosférico. então, as trocas gasosas (HEMATOSE). Eles estendem-se do dia-
- A difusão do oxigênio e do dióxido de carbono entre os alvéo- fragma até um pouco acima das clavículas e estão justapostos às
los e o sangue. costelas.

Didatismo e Conhecimento 85
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
O pulmão direito é o mais espesso e mais largo que o esquerdo. Ele também é um pouco mais curto pois o diafragma é mais alto no lado
direito para acomodar o fígado. O pulmão esquerdo tem uma concavidade que é a incisura cardíaca.
&DGDSXOPmRWrPXPDIRUPDTXHOHPEUDXPDSLUkPLGHFRPXPiSLFHXPDEDVHWUrVERUGDVHWUrVIDFHV
Ápice do Pulmão: Está voltado cranialmente e tem forma levemente arredondada. Apresenta um sulco percorrido pela artéria subclávia,
denominado sulco da artéria subclávia. No corpo, o ápice do pulmão atinge o nível da articulação esterno-clavicular.
Base do Pulmão: A base do pulmão apresenta uma forma côncava, apoiando-se sobre a face superior do diafragma. A concavidade da base
do pulmão direito é mais profunda que a do esquerdo (devido à presença do fígado).
Margens do Pulmão: Os pulmões apresentam três margens: uma anterior, uma posterior e uma inferior. A borda anterior é delgada e
estende-se à face ventral do coração. A borda anterior do pulmão esquerdo apresenta uma incisura produzida pelo coração, a incisura cardíaca. A
ERUGDSRVWHULRUpURPEDHSURMHWDVHQDVXSHUItFLHSRVWHULRUGDFDYLGDGHWRUiFLFD$ERUGDLQIHULRUDSUHVHQWDGXDVSRUo}HV  XPDTXHpGHOJDGD
e projeta-se no recesso costofrênico e (2) outra que é mais arredondada e projeta-se no mediastino.

3HVR2VSXOP}HVWHPHPPpGLDRSHVRGHJUDPDV
$OWXUD2VSXOP}HVWHPHPPpGLDDDOWXUDGHFHQWtPHWURV
Faces: O pulmão apresenta três faces:

a) Face Costal (face lateral): é a face relativamente lisa e convexa, voltada para a superfície interna da cavidade torácica.
E )DFH'LDIUDJPiWLFD IDFHLQIHULRU pDIDFHF{QFDYDTXHDVVHQWDVREUHDF~SXODGLDIUDJPiWLFD
c) Face Mediastínica (face medial): é a face que possui uma região côncava onde se acomoda o coração. Dorsalmente encontra-se a região
denominada hilo ou raiz do pulmão. Pulmonar.

Divisão: Os pulmões apresentam características morfológicas diferentes.


2SXOPmRGLUHLWRDSUHVHQWDVHFRQVWLWXtGRSRUWUrVORERVGLYLGLGRVSRUGXDV¿VVXUDV8PD¿VVXUDREOLTXDTXHVHSDUDORERLQIHULRUGRVORERV
PpGLRHVXSHULRUHXPD¿VVXUDKRUL]RQWDOTXHVHSDUDRORERVXSHULRUGRORERPpGLR
2SXOPmRHVTXHUGRpGLYLGLGRHPXPORERVXSHULRUHXPORERLQIHULRUSRUXPD¿VVXUDREOtTXD$QWHULRUPHQWHHLQIHULRUPHQWHRORER
superior do pulmão esquerdo apresenta uma estrutura que representa resquícios do desenvolvimento embrionário do lobo médio, a língula do
pulmão.
Cada lobo pulmonar é subdividido em segmentos pulmonares, que constituem unidades pulmonares completas, consideradas autônomas
sob o ponto de vista anatômico.

Pulmão Direito
/RER6XSHULRUDSLFDODQWHULRUHSRVWHULRU
/RER0pGLRPHGLDOHODWHUDO
/RER,QIHULRUDSLFDO VXSHULRU EDVDODQWHULRUEDVDOSRVWHULRUEDVDOPHGLDOHEDVDOODWHUDO

Pulmão Esquerdo
/RER6XSHULRU$SLFRSRVWHULRUDQWHULRUOLQJXODUVXSHULRUHOLQJXODULQIHULRU
/RER,QIHULRUDSLFDO VXSHULRU EDVDODQWHULRUEDVDOSRVWHULRUEDVDOPHGLDOHEDVDOODWHUDO

),6,2/2*,$'$5(63,5$d­2

Ventilação pulmonar
$LQVSLUDomRTXHSURPRYHDHQWUDGDGHDUQRVSXOP}HVGiVHSHODFRQWUDomRGDPXVFXODWXUDGRGLDIUDJPDHGRVP~VFXORVLQWHUFRVWDLV2
diafragma abaixa e as costelas elevam-se, promovendo o aumento da caixa torácica, com consequente redução da pressão interna (em relação
à externa), forçando o ar a entrar nos pulmões.

A expiração, que promove a saída de ar dos pulmões, dá-se pelo relaxamento


GDPXVFXODWXUDGRGLDIUDJPDHGRVP~VFXORVLQWHUFRVWDLV2GLDIUDJPDHOHYDVHH
as costelas abaixam, o que diminui o volume da caixa torácica, com conseqüente
aumento da pressão interna, forçando o ar a sair dos pulmões.

Transporte de gases respiratórios


O transporte de gás oxigênio está a cargo da hemoglobina, proteína presente nas hemácias. Cada molécula de hemoglobina combina-se
FRPPROpFXODVGHJiVR[LJrQLRIRUPDQGRDR[LKHPRJORELQD

Didatismo e Conhecimento 86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
FDGDVHJXQGRVXPLPSXOVRQHUYRVRTXHHVWLPXODDFRQWUDomRGD
musculatura torácica e do diafragma, fazendo-nos inspirar. O CR é
capaz de aumentar e de diminuir tanto a frequência como a ampli-
tude dos movimentos respiratórios, pois possui quimiorreceptores
que são bastante sensíveis ao pH do plasma. Essa capacidade permi-
te que os tecidos recebam a quantidade de oxigênio que necessitam,
além de remover adequadamente o gás carbônico. Quando o sangue
torna-se mais ácido devido ao aumento do gás carbônico, o centro
respiratório induz a aceleração dos movimentos respiratórios. Dessa
forma, tanto a frequência quanto a amplitude da respiração tornam-
-se aumentadas devido à excitação do CR.
Em situação contrária, com a depressão do CR, ocorre diminui-
ção da frequência e amplitude respiratórias.
A respiração é ainda o principal mecanismo de controle do pH
do sangue.

Nos alvéolos pulmonares o gás oxigênio do ar difunde-se para


os capilares sangüíneos e penetra nas hemácias, onde se combina
com a hemoglobina, enquanto o gás carbônico (CO2) é liberado para
o ar (processo chamado hematose)

O aumento da concentração de CO2 desloca a reação para a


direita, enquanto sua redução desloca para a esquerda.
Dessa forma, o aumento da concentração de CO2 no sangue
SURYRFDDXPHQWRGHtRQV+HRSODVPDWHQGHDRS+iFLGR6HD
concentração de CO2 diminui, o pH do plasma sangüíneo tende a se
tornar mais básico (ou alcalino).
Se o pH está abaixo do normal (acidose), o centro respiratório é
excitado, aumentando a a freqüência e a amplitude dos movimentos
respiratórios. O aumento da ventilação pulmonar determina elimi-
nação de maior quantidade de CO2, o que eleva o pH do plasma ao
seu valor normal.
Caso o pH do plasma esteja acima do normal (alcalose), o cen-
tro respiratório é deprimido, diminuindo a frequência e a amplitu-
de dos movimentos respiratórios. Com a diminuição na ventilação
pulmonar, há retenção de CO2 e maior produção de íons H, o que
determina queda no pH plasmático até seus valores normais.
A ansiedade e os estados ansiosos promovem liberação de adre-
nalina que, freqüentemente levam também à hiperventilação, algu-
mas vezes de tal intensidade que o indivíduo torna seus líquidos
Controle da respiração RUJkQLFRV DOFDOyWLFRV EiVLFRV  HOLPLQDQGR JUDQGH TXDQWLGDGH GH
GLy[LGRGHFDUERQRSUHFLSLWDQGRDVVLPFRQWUDo}HVGRVP~VFXORV
(PUHODWLYRUHSRXVRDIUHTXrQFLDUHVSLUDWyULDpGDRUGHPGH de todo o corpo.
DPRYLPHQWRVSRUPLQXWR Se a concentração de gás carbônico cair a valores muito baixos,
A respiração é controlada automaticamente por um centro outras conseqüências extremamente danosas podem ocorrer, como
nervoso localizado no bulbo. Desse centro partem os nervos res- o desenvolvimento de um quadro de alcalose que pode levar a uma
SRQViYHLV SHOD FRQWUDomR GRV P~VFXORV UHVSLUDWyULRV GLDIUDJPD H irritabilidade do sistema nervoso, resultando, algumas vezes, em
P~VFXORV LQWHUFRVWDLV  2V VLQDLV QHUYRVRV VmR WUDQVPLWLGRV GHVVH tetania (contrações musculares involuntárias por todo o corpo) ou
FHQWURDWUDYpVGDFROXQDHVSLQKDOSDUDRVP~VFXORVGDUHVSLUDomR mesmo convulsões epilépticas.
2PDLVLPSRUWDQWHP~VFXORGDUHVSLUDomRRGLDIUDJPDUHFHEHRV Existem algumas ocasiões em que a concentração de oxigênio
sinais respiratórios através de um nervo especial, o nervo frênico, nos alvéolos cai a valores muito baixos. Isso ocorre especialmente
que deixa a medula espinhal na metade superior do pescoço e dirige- quando se sobe a lugares muito altos, onde a pressão de oxigênio é
-se para baixo, através do tórax até o diafragma. Os sinais para os muito baixa ou quando uma pessoa contrai pneumonia ou alguma
P~VFXORVH[SLUDWyULRVHVSHFLDOPHQWHRVP~VFXORVDEGRPLQDLVVmR outra doença que reduza o oxigênio nos alvéolos. Sob tais condi-
transmitidos para a porção baixa da medula espinhal, para os nervos ções, quimiorreceptores localizados nas artérias carótida (do pes-
HVSLQKDLVTXHLQHUYDPRVP~VFXORV,PSXOVRVLQLFLDGRVSHODHVWLPX- coço) e aorta são estimulados e enviam sinais pelos nervos vago e
lação psíquica ou sensorial do córtex cerebral podem afetar a respi- glossofaríngeo, estimulando os centros respiratórios no sentido de
ração. Em condições normais, o centro respiratório (CR) produz, a aumentar a ventilação pulmonar.

Didatismo e Conhecimento 87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
A capacidade e os volumes respiratórios
2VLVWHPDUHVSLUDWyULRKXPDQRFRPSRUWDXPYROXPHWRWDOGHDSUR[LPDGDPHQWHOLWURVGHDU±DFDSDFLGDGHSXOPRQDUWRWDO'HVVHYROXPH
apenas meio litro é renovado em cada respiração tranqüila, de repouso. Esse volume renovado é o volume corrente.
6HQR¿QDOGHXPDLQVSLUDomRIRUoDGDH[HFXWDUPRVXPDH[SLUDomRIRUoDGDFRQVHJXLUHPRVUHWLUDUGRVSXOP}HVXPDTXDQWLGDGHGHDSUR[L-
PDGDPHQWHOLWURVGHDURTXHFRUUHVSRQGHjFDSDFLGDGHYLWDOHpGHQWURGHVHXVOLPLWHVTXHDUHVSLUDoão pode acontecer.
0HVPRQR¿QDOGHXPDH[SLUDomRIRUoDGDUHVWDQDVYLDVDpUHDVFHUFDGHOLWURGHDURYROXPHUHVLGXDO

1XQFDVHFRQVHJXHHQFKHURVSXOP}HVFRPDUFRPSOHWDPHQWHUHQRYDGRMiTXHPHVPRQR¿QDOGHXPDH[SLUDomRIRUoDGDRYROXPHUHVLGXDO
permanece no sistema respiratório. A ventilação pulmonar, portanto, dilui esse ar residual no ar renovado, colocado em seu interior
O volume de ar renovado por minuto (ou volume-minuto respiratório) é obtido pelo produto da frequência respiratória (FR) pelo volume
FRUUHQWH 9& 905 )5[9&

Em um adulto em repouso, temos:


)5 PRYLPHQWRVSRUPLQXWR
9& OLWURV
3RUWDQWRYROXPHPLQXWRUHVSLUDWyULR [ OLWURVPLQXWR
2VDWOHWDVFRVWXPDPXWLOL]DURFKDPDGR³VHJXQGRI{OHJR´1R¿QDOGHFDGDH[SLUDomRFRQWUDHPRVP~VFXORVLQWHUFRVWDLVLQWHUQRVTXH
abaixam as costelas e eliminam mais ar dos pulmões, aumentando a renovação.

Sistema Digestório

O trato digestório e os órgãos anexos constituem o sistema digestório. O trato digestório é um tubo oco que se estende da cavidade bucal
DRkQXVVHQGRWDPEpPFKDPDGRGHFDQDODOLPHQWDURXWUDWRJDVWULQWHVWLQDO$VHVWUXWXUDVGRWUDWRGLJHVWyULRLQFOXHPERFDIDULQJHHV{IDJR
HVW{PDJRLQWHVWLQRGHOJDGRLQWHVWLQRJURVVRUHWRHkQXV
2FRPSULPHQWRGRWUDWRJDVWULQWHVWLQDOPHGLGRQRFDGiYHUpGHFHUFDGHP1DSHVVRDYLYDpPHQRUSRUTXHRVP~VFXORVDRORQJRGDV
paredes dos órgãos do trato gastrintestinal mantém o tônus.
2VyUJmRVGLJHVWyULRDFHVVyULRVVmRRVGHQWHVDOtQJXDDVJOkQGXODVVDOLYDUHVRItJDGRYHVtFXODELOLDUHRSkQFUHDV2VGHQWHVDX[LOLDP
no rompimento físico do alimento e a língua auxilia na mastigação e na deglutição. Os outros órgãos digestórios acessórios, nunca entram em
contato direto com o alimento. Produzem ou armazenam secreções que passam para o trato gastrintestinal e auxiliam na decomposição química
do alimento.
2WUDWRJDVWURLQWHVWLQDOpXPWXERORQJRHVLQXRVRGHDPHWURVGHFRPSULPHQWRGHVGHDH[WUHPLGDGHFHIiOLFD FDYLGDGHRUDO DWpD
caudal (kQXV .

FUNÇÕES

1- 'HVWLQDVHDRDSURYHLWDPHQWRSHORRUJDQLVPRGHVXEVWkQFLDVHVWUDQKDVGLWDVDOLPHQWDUHVTXHDVVHJXUDPDPDQXWHQomRGHVHXVSUR-
cessos vitais.
2- 7UDQVIRUPDomRPHFkQLFDHTXtPLFDGDVPDFURPyOpFXODVDOLPHQWDUHVLQJHULGDV SURWHtQDVFDUERKLGUDWRVHWF HPPROpFXODVGHWDPD-
nhos e formas adequadas para serem absorvidas pelo intestino.
3- Transporte de alimentos digeridos, água e sais minerais da luz intestinal para os capilares sangüíneos da mucosa do intestino.
4- Eliminação de resíduos alimentares não digeridos e não absorvidos juntamente com restos de células descamadas da parte do trato
JDVWURLQWHVWLQDOHVXEVWkQFLDVVHFUHWDGDVQDOX]GRLQWHVWLQR

Didatismo e Conhecimento 88
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Órgãos Anexos: A porção seguinte do intestino grosso é o cólon, segmento que
*/È81'8/$66$/9$5(6VmRUHSUHVHQWDGDVSRUSDUHV VHSURORQJDGRFHFRDWpRkQXV
que são as parótidas, submandibulares e sublinguais. Cólon Ascendente - Cólon Transverso - Cólon Descendente -
*/Æ1'8/$63$5Ï7,'$6DPDLRUGDVWUrVHVLWXDVHQD Cólon Sigmóide
parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha. Irrigada Colo Ascendente – é a segunda parte do intestino grosso. Passa
por ramos da artéria carótida externa. Inervada pelo nervo auriculo- para cima do lado direito do abdome a partir do ceco para o lobo
temporal, glossofaríngeo e facial. GLUHLWRGRItJDGRRQGHVHFXUYDSDUDDHVTXHUGDQDÀH[XUDGLUHLWDGR
 */Æ1'8/$6 68%0$1',%8/$5(6 p DUUHGRQGDGD H FROR ÀH[XUDKHSiWLFD 
VLWXDVHQRWULkQJXORVXEPDQGLEXODUeLUULJDGDSRUUDPRVGDDUWpULD Colo Transverso – é a parte mais larga e mais móvel do intesti-
IDFLDOHOLQJXDO2VQHUYRVVHFUHWRPRWRUHVGHULYDPGH¿EUDVSDUDV- QRJURVVR(OHFUX]DRDEGRPHDSDUWLUGDÀH[XUDGLUHLWDGRFRORDWpD
VLPSiWLFDVFUDQLDLVGRIDFLDODV¿EUDVVLPSiWLFDVSURYrPGRJkQJOLR ÀH[XUDHVTXHUGDGRFRORRQGHFXUYDVHLQIHULRUPHQWHSDUDWRUQDUVH
cervical superior. FROR GHVFHQGHQWH$ ÀH[XUD HVTXHUGD GR FROR ÀH[XUD HVSOrQLFD 
*/Æ1'8/$668%/,1*8$,6pDPHQRUGDVWUrVHORFDOL- normalmente mais superior, mais aguda e menos móvel do que a
za-se abaixo da mucosa do assoalho da boca. É irrigada pelas arté- ÀH[XUDGLUHLWDGRFROR
rias sublinguais e submentonianas. Os nervos derivam de maneira &ROR'HVFHQGHQWH±SDVVDUHWURSHULWRQHDOPHQWHDSDUWLUGDÀH-
LGrQWLFDDRVGDJOkQGXODVXEPDQGLEXODU xura esquerda do colo para a fossa ilíaca esquerda, onde ele é contí-
)Ë*$'22ItJDGRpDPDLRUJOkQGXODGRRUJDQLVPRHpWDP- nuo com o colo sigmóide.
bém a mais volumosa víscera abdominal. Sua localização é na re- Colo Sigmóide – é caracterizado pela sua alça em forma de “S”,
JLmRVXSHULRUGRDEG{PHQORJRDEDL[RGRGLDIUDJPD¿FDQGRPDLV de comprimento variável. O colo sigmóide une o colo descendente
DGLUHLWDLVWRpQRUPDOPHQWHGHVHXYROXPHHVWmRDGLUHLWDGD DRUHWR$WHUPLQDomRGDVWrQLDVGRFRORDSUR[LPDGDPHQWHDFP
OLQKDPHGLDQDHjHVTXHUGD3HVDFHUFDGHJHUHVSRQGHSRU GRkQXVLQGLFDDMXQomRUHWRVLJPyLGH
DSUR[LPDGDPHQWHGRSHVRGRFRUSRDGXOWR O reto recebe este nome por ser quase retilíneo. Este segmento
 3Æ1&5($6 2 SkQFUHDV SURGX] DWUDYpV GH XPD VHFUHomR GRLQWHVWLQRJURVVRWHUPLQDDRSHUIXUDURGLDIUDJPDGDSHOYH P~V-
exócrina o suco pancreático que entra no duodeno através dos duc- FXORVOHYDQWDGRUHVGRkQXV SDVVDQGRDVHFKDPDUGHFDQDODQDO
tos pancreáticos, uma secreção endócrina produz glucagon e insu-
2FDQDODQDODSHVDUGHEDVWDQWHFXUWR FHQWtPHWURVGHFRPSUL-
OLQD TXH HQWUDP QR VDQJXH 2 SkQFUHDV SURGX] GLDULDPHQWH 
mento) é importante por apresentar algumas formações essenciais
±POGHVXFRSDQFUHático.
SDUD R IXQFLRQDPHQWR LQWHVWLQDO GDV TXDLV FLWDPRV RV HV¿QFWHUHV
anais.
,17(67,12*52662
O esfíncter anal interno é o mais profundo, e resulta de um es-
SHVVDPHQWRGH¿EUDVPXVFXODUHVOLVDVFLUFXODUHVVHQGRFRQVHTHQ-
O intestino grosso pode ser comparado com uma ferradura,
WHPHQWHLQYROXQWiULR2HVItQFWHUDQDOH[WHUQRpFRQVWLWXtGRSRU¿-
DEHUWDSDUDEDL[RPHGHFHUFDGHFHQWtPHWURVGHGLkPHWURH
PHWURVGHFRPSULPHQWR(OHVHHVWHQGHGRtOHRDWpRkQXVHHVWi¿[R bras musculares estriadas que se dispõem circularmente em torno do
à parede posterior do abdômen pelo mesecolo. esfíncter anal interno, sendo este voluntário. Ambos os esfíncteres
O intestino grosso absorve a água com tanta rapidez que, em devem relaxar antes que a defecação possa ocorrer.
FHUFDGHKRUDVRPDWHULDODOLPHQWDUWRPDDFRQVLVWrQFLDWtSLFD
do bolo fecal. )XQo}HVGR,QWHVWLQR*URVVR
O intestino grosso apresenta algumas diferenças em relação ao
intestino delgado: o calíbre, as tênias, os haustros e os apêndices - Absorção de água e de certos eletrólitos;
epiplóicos. - Síntese de determinadas vitaminas pelas bactérias intestinais;
O intestino grosso é mais calibroso que o intestino delgado, por - Armazenagem temporária dos resíduos (fezes);
isso recebe o nome de intestino grosso. A calibre vai gradativamente - Eliminação de resíduos do corpo (defecação).
D¿QDQGRFRQIRUPHYDLFKHJDQGRQRFDQDODQDO
$VWrQLDVGRFyORQ ¿WDVORQJLWXGLQDLV VmRWUrVIDL[DVGHDSUR- PERITÔNIO
[PDGDPHQWH  FHQWtPHWUR GH ODUJXUD H TXH SHUFRUUHP R LQWHVWLQR
grosso em toda sua extensão. São mais evidentes no ceco e no cólon O peritônio é a mais extensa membrana serosa do corpo. A parte
ascendente. que reveste a parede abdominal é denominada peritônio parietal e a
Os haustros do cólon (saculações) são abaulamentos ampulares TXHVHUHÀHWHVREUHDVYtVFHUDVFRQVWLWXLRSHULW{QLRYLVFHUDO2HV-
separados por sulcos transversais. paço entre os folhetos parietal e visceral do peritônio é denominada
Os apêndices epiplóicos são pequenos pingentes amarelados cavidade peritoneal.
constituídos por tecido conjuntivo rico em gordura. Aparecem prin- Determinadas vísceras abdominais são completamente envol-
cipalmente no cólon sigmóide. YLGDVSRUSHULW{QLRHVXVSHQVDVQDSDUHGHSRUXPDGHOJDGDOkPLQD
2LQWHVWLQRJURVVRpGLYLGLGRHPSDUWHVSULQFLSDLVFHFR FH- ¿QDGHWHFLGRFRQMXQWLYRUHYHVWLGDSHODVHURVDFRQWHQGRRVYDVRV
cum), cólon (ascendente, transverso, descendente e sigmóide), reto sangüíneos. A estas pregas é dado o nome geral de mesentério.
HkQXV Os mesentérios são: o mesentério propriamente dito, o meso-
A primeira é o ceco, segmento de maior calibre, que se comu- cólon transverso e o mesocólon sigmóide. Em adição a estes, estão
QLFDFRPRtOHR3DUDLPSHGLURUHÀX[RGRPDWHULDOSURYHQLHQWHGR presentes, algumas vezes, um mesocólon ascendente e um descen-
intestino delgado, existe uma válvula localizada na junção do íleo dente.
com o ceco - válvula ileocecal (iliocólica). No fundo do ceco, en- O mesentério propriamente dito – tem origem nas estruturas
contramos o Apêndice Vermiforme. ventrais da coluna vertebral e mantém suspenso o intestino delgado.

Didatismo e Conhecimento 89
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
O mesocólon transverso – prende o cólon transverso à parede O néfron é formado por dois componentes principais:
posterior do abdome.
O mesocólon sigmóide – mantém o cólon sigmóide em cone- &RUS~VFXOR5HQDO
xão com a parede pélvica. &iSVXOD*ORPHUXODU GH%RZPDQ 
O mesocólon ascendente e descendente – ligam o cólon ascen- *ORPpUXOR±UHGHGHFDSLODUHVVDQJtQHRVHQRYHODGRVGHQWUR
dente a descendente à parede posterior do abdome. da cápsula glomerular
O peritônio apresenta dois omentos: o maior e o menor.
O omento maior é um delgado avental que pende sobre o cólon 7~EXOR5HQDO
transverso e as alças do intestino delgado. Está inserido ao longo 7~EXORFRQWRUFLGRSUR[LPDO
da curvatura maior do estômago e da primeira porção do duodeno. - Alça do Néfron (de Henle);
O omento menor estende-se da curvatura menor do estômago e da 7~EXORFRQWRUFLGRGLVWDO
porção inicial do duodeno até o fígado. 7~EXORFROHWRU.
Apêndices Epiplóicos – são pequenas bolsas de peritônio cheias
de gordura, situadas ao longo do cólon e parte superior do reto. Funções dos Rins
Os rins realizam o trabalho principal do sistema urinário, com
Sistema Urinário as outras partes do sistema atuando, principalmente, como vias de
SDVVDJHPHiUHDVGHDUPD]HQDPHQWR&RPD¿OWUDomRGRVD:=Q-
O sistema urinário é constituído pelos órgãos uropoéticos, isto gue e a formação da urina, os rins contribuem para a homeostasia
é, incumbidos de elaborar a urina e armazená-la temporariamente dos líquidos do corpo de várias maneiras. As funções dos rins in-
até a oportunidade de ser eliminada para o exterior. Na urina encon- cluem:
WUDPRViFLGR~ULFRXUHLDVyGLRSRWiVVLRELFDUERQDWRHWF - Regulação da composição iônica do sangue;
Este aparelho pode ser dividido em órgãos secretores - que pro- - Manutenção da osmolaridade do sangue;
duzem a urina - e órgãos excretores - que são encarregados de pro- - Regulação do volume sangüíneo;
cessar a drenagem da urina para fora do corpo. - Regulação da pressão arterial;
- Regulação do pH do sangue;
Os órgãos urinários compreendem os rins (2), que produzem
- Liberação de hormônios;
a urina, os ureteres (2) ou ductos, que transportam a urina para a
- Regulação do nível de glicose no sangue;
EH[LJD  RQGH¿FDUHWLGDSRUDOJXPWHPSRHDXUHWUD  DWUDYpV
([FUHomRGHUHVtGXRVHVXEVWkQFLDVHVWUDQKDV
da qual é expelida do corpo.
Além dos rins, as estruturas restantes do sistema urinário fun-
*OkQGXODV6XSUDUHQDLV
cionam como um encanamento constituindo as vias do trato uriná-
$VJOkQGXODVVXSUDUHQDLV DGUHQDLV HVWmRORFDOL]DGDVHQWUHDV
ULR(VVDVHVWUXWXUDV±XUHWHUHVEH[LJDHXUHWUD±QmRPRGL¿FDPD
IDFHVVXSHURPHGLDLVGRVULQVHRGLDIUDJPD&DGDJOkQGXODVXSUD-
urina ao longo do caminho, ao contrário, elas armazenam e condu- UHQDOHQYROYLGDSRUXPDFiSVXOD¿EURVDHXPFR[LPGHJRUGXUD
zem a urina do rim para o meio externo. possui duas partes: o córtex e a medula supra-renal, ambas produ-
zindo diferentes hormônios.
RIM O córtex secreta hormônios essenciais à vida, enquanto que os
hormônios medulares não são essenciais para a vida. A medula da
Os rins são órgãos pares, em forma de grão de feijão, localiza- supra-renal pode ser removida, sem causar efeitos que comprome-
dos logo acima da cintura, entre o peritônio e a parede posterior do tem a vida.
abdome. Sua coloração é vermelho-parda. A medula supra-renal secreta dois hormônios: epinefrina (adre-
Os rins estão situados de cada lado da coluna vertebral, por dian- nalina) e norepinefrina. Já o córtex supra-renal secreta os esteróides.
te da região superior da parede posterior do abdome, estendendo-se
HQWUHDFRVWHODHRSURFHVVRWUDQVYHUVRGDYpUWHEUDORPEDU6mR Sistema Nervoso
descritos como órgãos retroperiotoneais, por estarem posicionados
por trás do peritônio da cavidade abdominal. O sistema nervoso é responsável por controlar a maioria das
Os rins são recobertos pelo peritônio e circundados por uma funções de um organismo, coordenando e regulando as atividades
massa de gordura e de tecido areolar frouxo. Cada rim tem cerca de corporais. O neurônio é a unidade funcional deste sistema.
FPGHFRPSULPHQWRDFPGHODUJXUDHXPSRXFRPDLV Neurônio
TXHFPGHHVSHVVXUD2HVTXHUGRpXPSRXFRPDLVFRPSULGRH Os neurônios comunicam-se através de sinapses; por eles pro-
mais estreito do que o direito. O peso do rim do homem adulto varia pagam-se os impulsos nervosos.
HQWUHDJQDPXOKHUDGXOWDHQWUHDJ2ULPGLUHLWR O neurônio é a unidade funcional do sistema nervoso formado
normalmente situa-se ligeiramente abaixo do rim esquerdo devido por: dendrito, corpo celular e axônio. A transmissão ocorre apenas
ao grande tamanho do lobo direito do fígado. no sentido do dendrito ao axônio.
Os dendritosVmRSURORQJDPHQWRVJHUDOPHQWHPXLWRUDPL¿FDGRV
Néfrons e que atuam como receptores de estímulos, funcionando portanto,
como “antenas” para o neurônio.
O néfron é a unidade morfofuncional ou a unidade produtora de Os axônios são prolongamentos longos que atuam como condu-
XULQDGRULP&DGDULPFRQWpPFHUFDGHPLOKmRGHQpIURQV WRUHVGRVLPSXOVRVQHUYRVRV2VD[{QLRVSRGHPVHUDPL¿FDUHHVVDV
A forma do néfron é peculiar, inconfundível, e admiravelmente UDPL¿FDo}HVVmRFKDPDGDVGHcolaterais. Todos os axônios têm um
adequada para sua função de produzir urina. início (cone de implantação), um meio (o axônio propriamente dito)

Didatismo e Conhecimento 90
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
H XP ¿P WHUPLQDO D[RQDO RX ERWmR WHUPLQDO  2 WHUPLQDO D[RQDO Cerebelo
é o local onde o axônio entra em contato com outros neurônios e/ O cerebelo é responsável pelo controle motor. A organização
ou outras células e passa a informação (impulso nervoso) para eles. básica do cerebelo é praticamente a mesma em todos os vertebra-
A região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a GRVGLIHULQGRDSHQDVQRQ~PHURGHFpOXODVHJUDXGHHQUXJDPHQWR
célula adjacente chama-se sinapse. Às vezes os axônios têm muitas Pesquisas recentes sugerem que a principal função do cerebelo seja
UDPL¿FDo}HV HP VXDV UHJL}HV WHUPLQDLV H FDGD UDPL¿FDomR IRUPD a coordenação sensorial e não só o controle motor.
XPDVLQDSVHFRPRXWURVGHQGULWRVRXFRUSRVFHOXODUHV(VWDVUDPL¿-
cações são chamadas coletivamente de arborização terminal. Funções:
Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados x Movimento
em áreas restritas do sistema nervoso, que formam o Sistema Ner- x Equilíbrio
YRVR&HQWUDO 61& RXQRVJkQJOLRVQHUYRVRVORFDOL]DGRVSUy[LPR x Postura
da coluna vertebral. x Tônus muscular
Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neu-
Tronco Encefálico
rônios, formando feixes chamados nervos, que constituem o Siste-
Funções:
ma Nervoso Periférico (SNP).
x Respiração
O axônio está envolvido por um dos tipos celulares se- x Ritmo dos batimentos cardíacos
guintes: célula de Schwann (encontrada apenas no SNP)ou x Pressão Arterial
oligodendrócito(encontrado apenas no SNC) Em muitos axônios,
esses tipos celulares determinam a formação da bainha de mielina Mesencéfalo
- invólucro principalmente lipídico (também possui como consti-
tuinte a chamada proteína básica da mielina) que atua como isolante Funções:
térmico e facilita a transmissão do impulso nervoso. Em axônios x Visão
mielinizados existem regiões de descontinuidade da bainha de mie- x Audição
lina, que acarretam a existência de uma constrição (estrangulamen- x Movimento dos Olhos
to) denominada nódulo de Ranvier. No caso dos axônios mieliniza- x Movimento do corpo
dos envolvidos pelas células de Schwann, a parte celular da bainha
GHPLHOLQDRQGHHVWmRRFLWRSODVPDHRQ~FOHRGHVWDFpOXODFRQVWLWXL Ponte
o chamado neurilema. A função da ponte é transmitir as informações da medula e do
Sistema nervoso central - divide-se em encéfalo e medula. O bulbo até o córtex cerebral. Faz conexão com centros hierarquica-
encéfalo corresponde ao telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencé- mente superiores.
falo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco cefálico, que se divide O córtex sensorial coordena os estímulos vindos de várias par-
em: BULBO, situado caudalmente; MESENCÉFALO, situado cra- tes do sistema nervoso. O córtex motor é responsável pelas ações
nialmente; e PONTE, situada entre ambos. voluntárias e o córtex de associação está relacionado com o armaze-
namento da memória.
Medula espinhal
A medula espinhal é o centro dos DUFRVUHÀH[RV. Encontra-se Principais divisões do Sistema Nervoso Periférico
organizada em segmentos (região cervical, lombar, sacral, caudal, O SNP pode ser divido em voluntário e autônomo.
raiz dorsal e ventral). É uma estrutura subordinada ao cérebro, po-
rem pode agir independente dele. Sistema Nervoso Voluntário
Está relacionado com os movimentos voluntários. Os neurônios
levam a informação do SNC aos P~VFXORVHVTXHOpWLFRV, inervando-
Cérebro
-os diretamente. Pode haver movimentos involuntários.
O cérebro está relacionado com a maioria das funções:
Córtex Cerebral Sistema Nervoso Autônomo
(VWi UHODFLRQDGR FRP RV PRYLPHQWRV LQYROXQWiULRV GRV P~V-
Funções: culos como não-estriado e estriado cardíaco, sistema endócrino e
x Pensamento respiratório.
x Movimento voluntário É divido em simpático e parassimpático. Eles têm função
x Linguagem antagônica sobre o outro. São controlados pelo SNC, principalmente
x Julgamento pelo hipotálamo e atuam por meio da adrenalina e da acetilcolina. O
x Percepção mediador químico do SNA simpático é a acetilcolina e a adrenalina,
enquanto do parassimpático é apenas a acetilconlina.
O encéfalo dos mamíferos é dividido em: telencéfalo (cérebro), Os DWRV UHÀH[RV são reações involuntárias que envolvem
diencéfalo (tálamo e hipotálamo), mesencéfalo (teto), metencéfalo impulsos nervosos, percorrendo um caminho chamDGRDUFRUHÀH[R
(ponte e cerebelo) e mielencéfalo (bulbo). 8PH[HPSORPXLWRFRQKHFLGRGHDUFRUHÀH[RpRUHÀH[RSD-
telar. O tendão do joelho é o órgão receptor do estímulo. Quando
Bulbo ou medula oblonga UHFHEHRHVWtPXOR H[XPDSDQFDGD RVGHQGULWRVGRVQHXU{QLRV¿-
O bulbo tem a função relacionada com a respiração e é consi- cam excitados. O impulso é transmitido aos neurônios associativos
GHUDGRXPFHQWURYLWDO7DPEpPHVWiUHODFLRQDGRFRPRVUHÀH[RV por meio de sinapses, que por sua vez transmitem o impulso aos
cardiovasculares e transmissão de informações sensoriais e motoras. neurônios motores.

Didatismo e Conhecimento 91
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
2VQHXU{QLRVDVVRFLDWLYRVOHYDPDLQIRUPDomRDRHQFpIDORHRVQHXU{QLRVPRWRUHVH[FLWDPRVP~VFXORVGDFR[DID]HQGRFRPTXHDSHUQD
se movimente.
1R61&H[LVWHPDVFKDPDGDVVXEVWkQFLDVFLQ]HQWDHEUDQFD$VXEVWkQFLDFLQ]HQWDpIRUPDGDSHORVFRUSRVGRVQHXU{QLRVHDEUDQFDSRU
VHXVSURORQJDPHQWRV&RPH[FHomRGREXOERHGDPHGXODDVXEVWkQFLDFLQ]HQWDRFRUUHPDLVH[WHUQDPHQWHHDVXEVWkQFLDEUDQFDPDLVLQWHU-
namente.
Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa craniana, protegendo o encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a
medula - também denominada raque) e por membranas denominadas meninges, situadas sob a proteção esquelética: dura-máter (a externa),
aracnóide (a do meio) e pia-máter (a interna). Entre as meninges aracnóide e pia-máter há um espaço preenchido por um líquido denominado
líquido cefalorraquidiano ou líquor.

O impulso nervoso

A membrana plasmática do neurônio transporta alguns íons ativamente, do líquido


H[WUDFHOXODUSDUDRLQWHULRUGD¿EUDHRXWURVGRLQWHULRUGHYROWDDROtTXLGRH[WUDFHOXODU$VVLP
funciona a bomba de sódio e potássio, que bombeia ativamente o sódio para fora, enquanto
o potássio é bombeado ativamente para dentro.Porém esse bombeamento não é equitativo:
para cada três íons sódio bombeados para o líquido extracelular, apenas dois íons potássio são
bombeados para o líquido intracelular.

O telencéfalo compreende uma parte mediana, da qual se envagina duas porções laterais, as vesículas telencefálicas laterais. A parte media-
na é fechada anteriormente por uma lamina que constitui a porção mais cranial do sistema nervoso e se denomina lamina terminal. As vesículas
telencéfalicas laterais crescem muito para formar os hemisférios cerebrais e escondem quase completamente a parte mediana e o diencéfalo.
O diencéfalo apresenta quatro pequenos divertículos: dois laterais, as vesículas ópticas, que formam a retina; um dorsal, que forma a
JOkQGXODSLQHDOHXPYHQWUDORLQIXQGtEXORTXHIRUPDDQHXURKLSy¿VH
Cavidade do tubo neuralDOX]GRWXERQHXUDOSHUPDQHFHQRVLVWHPDQHUYRVRGRDGXOWRVRIUHQGRHPDOJXPDVSDUWHVYDULDVPRGL¿FDo}HV
A luz da medula primitiva forma, no adulto, o canal central da medula. A cavidade dilatada do rombencéfalo forma o IV ventrículo. A cavidade
do diencéfalo e a da parte mediana do telencéfalo forma o III ventrículo.
A luz do mesencéfalo permanece estreita e constitui o aqueduto cerebral que une o III ao IV ventrículo. A luz das vesículas telencéfalicas
laterais forma, de cada lado, os ventrículos laterais, unidos ao III ventrículo pelos dois forames interventriculares. Todas as cavidades são
revestidas por um epitélio cuboidal denominado epêndima e, com exceção do canal central da medula, contêm um liquido cérebro-espinhal,
ou líquor.
FlexurasGXUDQWHRGHVHQYROYLPHQWRGDVGLYHUVDVSDUWHVGRDUTXHQFpIDORDSDUHFHPÀH[XUDVRXFXUYDWXUDVQRVHXWHWRRXDVVRDOKRGHYLGDV
SULQFLSDOPHQWHDULWPRVGHFUHVFLPHQWRGLIHUHQWHV$SULPHLUDÀH[XUDDDSDUHFHUpDÀH[XUDFHIiOLFDTXHVXUJHQDUHJLmRHQWUHRPHVHQFpIDOR
HRSURVHQFpIDOR/RJRVXUJHHQWUHDPHGXODSULPLWLYDHRDUTXHQFpIDORXPDVHJXQGDÀH[XUDGHQRPLQDÀH[XUDFHUYLFDO(ODpGHWHUPLQDGD
SRUXPDÀH[mRYHQWUDOGHWRGDDFDEHoDGRHPEULmRQDUHJLmRGRIXWXURSHVFRoR)LQDOPHQWHDSDUHFHXPDWHUFHLUDÀH[XUDGHGLUHomRFRQWUDULD
DVGXDVSULPHLUDVQRSRQWRGHXQLmRHQWUHRPHWDHRPLHOHQFpIDORDÀH[XUDSRQWLQD&RPRGHVHQYROYLPHQWRDVGXDVÀH[XUDVFDXGDLVVH
GHVID]HPHSUDWLFDPHQWHGHVDSDUHFHP(QWUHWDQWRDÀH[XUDFHIiOLFDSHUPDQHFHGHWHUPLQDGRQRHQFpIDORGRKRPHPDGXOWRXPkQJXORHQWUH
o cérebro, derivando do prosencéfalo, e o resto do neuro-eixo.

Didatismo e Conhecimento 92
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Divisão do sistema nervoso com base em critérios anatômicos +LSy¿VH
e funcionais
$KLSyWHVHpXPDSHTXHQDJOkQGXODXPFRUSRRYyLGHFRPWD-
PDQKRVHPHOKDQWHGHXPDHUYLOKDWDPEpPFRQKHFLGDFRPRJOkQ-
dula pituitária. Tem coloração cinza-avermelhado, medindo cerca
GHPPGHGLkPHWURWUDQVYHUVRHPPGHGLkPHWURDQWHURSRVWH-
ULRUHSHVDQGRDSUR[LPDGDPHQWHPJ$KLSy¿VHHVWiORFDOL]DGD
abaixo do hipotálamo, posteriormente ao quiasma óptico, em uma
depressão em forma de sela do osso esfenóide, denominada fossa
KLSR¿ViULDeFREHUWDVXSHULRUPHQWHSHORGLDIUDJPDGDVHODFLU-
FXODUGDGXUDPiWHU$KLSy¿VHHVWi¿[DGDjVXSHUItFLHLQIHULRUGR
hipotálamo, por uma curta haste denominada infundíbulo. Ela pos-
VXLGXDVSDUWHVXPDDQWHULRUDDGHQRKLSy¿VHHRXWUDSRVWHULRUD
QHXURKLSy¿VH$KLSy¿VHVHFUHWDRLWRKRUP{QLRVHSRUWDQWRDIHWD
quase todas as funções do corpo.

$GHQRKLSy¿VH

$SDUWHDQWHULRUGDKLSy¿VHDDGHQRKLSy¿VHpFRPSRVWDGH
tecido epitelial glandular e é altamente vascular e constituída de
células epiteliais de tamanho e forma variados, dispostas em cor-
dões ou folículos irregulares. Sintetiza e libera pelo menos oito
hormônios importantes:
- Somatotropina (STH), envolvida no controle do crescimento
SISTEMA ENDÓCRINO do corpo;
- Mamotropina (LTH), que estimula o crescimento e a secre-
2VLVWHPDQHUYRVRHDVJOkQGXODVHQGyFULQDVVmRRVGRLVSULQ- ção da mama feminina;
cipais mecanismos de comunicação e coordenação do corpo hu- - Adrenocorticotropina (ACTH), que controla a secreção de
PDQR (OHV UHJXODP TXDVH WRGRV RV VLVWHPDV RUJkQLFRV (PERUD DOJXQVKRUP{QLRVFRUWLFDLVGDJOkQGXODVXSUDUHQDO
o sistema nervoso e o sistema endócrino trabalham intimamente 7LURWURSLQD 76+ TXHHVWLPXODDDWLYLGDGHGDJOkQGXODWL-
associados, eles possuem várias diferenças. reóide;
O sistema nervoso comunica-se através de sinais elétricos - Hormônio estimulador do folículo (FSH), que estimula o
chamados impulsos nervosos, que transmitem a informação crescimento e a secreção de estrógenos nos folículos ováricos e a
rapidamente e, geralmente, realizam efeitos de curta duração. espermatogênese nos testículos;
No sistema endócrino, ao contrário, a comunicação se faz por - Hormônio das células intersticiais (ICSH), que ativa a secre-
VLQDLV TXtPLFRV DWUDYpV GH VXEVWkQFLDV FKDPDGDV KRUP{QLRV 2 ção de andrógenos através do testículo;
sistema endócrino responde mais lentamente e normalmente causa - Hormônio Luteinizante (LH), que induz a secreção de pro-
efeitos mais duradouros. JHVWHURQDSHORFRUSRO~WHR
2VLVWHPDHQGyFULQRpIRUPDGRSRUJOkQGXODVHQGyFULQDVTXH - Hormônio estimulador de melanócitos (MSH), que aumenta
produzem hormônios e estão amplamente distribuídas pelo cor- DSLJPHQWDomRFXWkQHD
SR$VJOkQGXODVHQGyFULQDVVmRJOkQGXODVVHPGXFWRVLVWRpHODV
secretam hormônios diretamente no interior de capilares (sanguí-
1HXURKLSy¿VH
neos).
2ORERSRVWHULRUGDKLSy¿VHpXPDHYDJLQDomRGHVFHQGHQWHGR
O sistema endócrino produz seus efeitos por meio da secreção
de hormônios. Os hormônios são mensageiros químicos que in- DVVRDOKRGRGLHQFpIDOR$SRUomRSRVWHULRUGDKLSy¿VHpFRPSRVWD
ÀXHQFLDPRXFRQWURODPDVDWLYLGDGHVGHRXWURVWHFLGRVRXyUJmRV SRUWHFLGRQHUYRVRHSRUWDQWRpFKDPDGDGHQHXURKLSy¿VH6LQWH-
A maioria dos hormônios é transportada pelo sangue a outras par- tiza dois hormônios:
tes do corpo, exercendo efeitos em tecidos mais distantes. - Vasopressina (ADH), antidiurético, que controla a absorção
$VSULQFLSDLVJOkQGXODVHQGyFULQDVVmR GHiJXDDWUDYpVGRW~EXORVUHQDLV
±+LSy¿VH 2FLWRFLQDTXHSURPRYHDFRQWUDomRGRP~VFXORQmRHVWULDGR
±*OkQGXOD7LUHyLGH GR~WHURHGDPDPD
±*OkQGXODV3DUDWLUHyLGHV
±*OkQGXODV6XSUDUHQDLV 2VGRLVKRUP{QLRVGDQHXURKLSy¿VHVmRSURGX]LGRVQRKLSR-
±3kQFUHDV WiODPRHWUDQVSRUWDGRVQRLQWHULRUGRLQIXQGtEXOR KDVWHKLSR¿Vi-
±*{QDGDV 2YiULRVH7HVWtFXORV ULD HDUPD]HQDGRVQDJOkQGXODDWpVHUHPXWLOL]DGRV2VLPSXOVRV
±7LPR nervosos para o hipotálamo estimulam a liberação dos hormônios
±*OkQGXOD3LQHDO GDQHXURKLSy¿VH

Didatismo e Conhecimento 93
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
*OkQGXOD7LUHyLGH Córtex Supra-renal

$JOkQGXODWLUHyLGHSRVVXLWRPYHUPHOKRDFDVWDQKDGRFHU- 2FyUWH[VXSUDUHQDOXPD¿QDFDPDGDH[WHUQD SHULIpULFD 


FDGHJHpDOWDPHQWHYDVFXODUL]DGD(VWiORFDOL]DGDQDUHJLmR mostra três zonas celulares: as zonas glomerulosa (mais externa),
kQWHURLQIHULRUGRSHVFRoRkQWHURODWHUDOPHQWHjWUDTXpLDHORJR fasciculada (mais larga) e reticulada (mais interna). O córtex secreta
abaixo da laringe, no nível entre a quinta vértebra cervical e a os hormônios chamados esteroides.
primeira vértebra torácica. A tireóide possui dois lobos (direito =RQD *ORPHUXORVD 3URGX]HP DOGRVWHURQD PLQHUDORFRUWLFyL-
e esquerdo) que são conectados entre si por uma parte central de), que tem função importante na regulação do volume e da pressão
GHQRPLQDGDLVWPRGDJOkQGXODWLUHyLGH&DGDORERSRVVXLDSUR[L- do sangue, e na concentração do equilíbrio eletrolítico do sangue.
PDGDPHQWHFPGHFRPSULPHQWR$JOkQGXODHVWiHQYROYLGDSRU Em geral, a aldosterona retém o sódio e a água e elimina potássio.
uma cápsula de tecido conjuntivo e contém dois tipos de células: Zona Fasciculada: Produzem hormônios que mantêm o equi-
as células foliculares, localizadas nos folículos tereoideanos, e as líbrio dos carboidratos, proteínas e gorduras (glicocorticóides). O
células parafoliculares, localizadas entre os folículos. principal glicocorticóide é o cortisol.
)ROtFXOR 7LUHRLGHDQR D JOkQGXOD WLUHyLGHD p FRPSRVWD SRU Zona Reticulada: Podem produzir hormônios sexuais (proges-
muitas unidades secretoras chamadas folículos. As células foli- terona, estrógenos e andrógenos).
culares secretam e armazenam dois hormônios tireoideanos: O córtex é essencial para a vida; a remoção completa é letal sem
7ULLRGRWLURQLQD 7 terapia de substituição. Também exerce considerável controle sobre
7HWUDLRGRWLURQLQD 7RXWLUR[LQD os linfócitos e tecido linfático.
 'RV GRLV KRUP{QLRV WLUHyLGHRV D 7 p SURYDYHOPHQWH R
estimulador principal do ritmo metabólico da célula, com ação Medula Supra-renal
PXLWR SRGHURVD H LPHGLDWD HQTXDQWR D 7 p SRGHURVD SRUpP
menos rápida. $PHGXODVXSUDUHQDODSDUWHLQWHUQDGDJOkQGXODpFRQVLGHUD-
$VJOkQGXODVSDUDIROLFXODUHVVHFUHWDPRVHJXLQWHKRUP{QLR da uma extensão da parte simpática do sistema nervoso autônomo. É
- Calcitonina, que regula o metabolismo de cálcio, principal- FRQVWLWXtGDGHJUXSRVHFROXQDVGHFpOXODVFURPD¿QVVHSDUDGRVSRU
mente suprindo a reabsorção óssea. largos sinusóides venosos. Pequenos grupos de neurônios ocorrem
na medula.
*OkQGXODV3DUDWLUHyLGHV
A medula da supra-renal secreta dois hormônios:
±(SLQHIULQD $GUHQDOLQD TXHSRVVXLHIHLWRDFHQWXDGRVREUH
$VJOkQGXODVSDUDWLUHyLGHVVmRSHTXHQDVHVWUXWXUDVRYyLGHV
o metabolismo de carboidratos.
RXOHQWLIRUPHVPDUURQDPDUHODGDVSHVDQGRFHUFDGHJHJH-
2 – Norepinefrina (Noradrenalina), que produz aceleração do
UDOPHQWHVHVLWXDQGRHQWUHDVPDUJHQVGRORERSRVWHULRUGDJOkQ-
coração vasoconstrição e pressão sanguínea elevada.
GXOD WLUHyLGH H VXD FiSVXOD *HUDOPHQWH H[LVWHP GXDV GH FDGD
(VVHVKRUP{QLRVVmRFODVVL¿FDGRVFRPRDPLQDVHSRUHVWDUHP
lado, superior e inferior.
no grupo químico chamado catecol, são denominados catecolami-
&DGD JOkQGXOD SDUDWLUHyLGH SRVVXL XPD ¿QD FiSVXOD GH WH-
nas. Esses hormônios são produzidos em situações de emergência e
cido conjuntivo com septos intraglandulares, mas carecendo de estresse, produzindo os seguintes efeitos (além dos descritos acima):
lóbulos. - Conversão de glicogênio em glicose no fígado;
$VJOkQGXODVSDUDWLUHyLGHVVHFUHWDPRKRUP{QLRSDUDWLUHyL- - Elevação do padrão metabólico da maioria das células;
deo (PTH) que está relacionado com o controle do nível e da - Dilatação dos brônquios.
distribuição de cálcio e fósforo. O PTH atua em três órgãos-alvo:
ossos, trato digestório (intestino) e rins. O efeito geral do PTH é 3kQFUHDV
o aumento dos níveis plasmáticos de cálcio e a diminuição dos
níveis plasmáticos de fosfato. 2 SkQFUHDV VHFUHWD GRLV KRUP{QLRV D LQVXOLQD H R JOXFDJRQ
As células que produzem esses hormônios são denominadas ilhotas
*OkQGXODV6XSUDUHQDLV DGUHQDLV pancreáticas (Langerhans). As ilhotas são constituídas de aglome-
rações esferóides ou elipsóides de células, dispersas no tecido exó-
$VJOkQGXODVVXSUDUHQDLVVmRSHTXHQRVFRUSRVDPDUHODGRV crino, juntamente com células endócrinas esparsas, frequentemente
DFKDWDGRVkQWHURSRVWHULRUPHQWHHVWmRVLWXDGRVkQWHURVXSHULR- VROLWiULDV2SkQFUHDVKXPDQRSRGHFRQWHUPDLVGHXPPLOKmRGH
res a cada extremidade superior do rim. Circundadas por tecido ilhas, geralmente mais numerosas na cauda. Essas ilhotas possuem
conjuntivo contendo muita gordura perinéfrica, são envolvidos dois tipos de células: os endocrinócitos alfa, que produzem glucagon
SHODIiVFLDUHQDOPDVVHSDUDGDVGRVULQVSRUWHFLGR¿EURVR&DGD e os endocrinócitos beta que produzem insulina. Esses dois hormô-
XPDPHGHDSUR[LPDGDPHQWHPPYHUWLFDOPHQWHPPWUDQV- nios ajudam a controlar os níveis de glicose no sangue. O efeito
YHUVDOPHQWHHPPQDGLPHQVmRDQWHURSRVWHULRUSHVDQGRFHU- da insulina é baixar os níveis de glicose enquanto que o glucagon
FDGHJ aumenta esses níveis.
8PDJOkQGXODVXSUDUHQDOVHFFLRQDGDUHYHODXPFyUWH[H[- Ação da insulina: diminui os níveis de glicose através de dois
WHUQRGHFRUDPDUHODHIRUPDQGRDPDVVDSULQFLSDOHXPD¿QD PHFDQLVPRV DXPHQWDRWUDQVSRUWHGHJOLFRVHGRVDQJXHSDUDR
PHGXOD YHUPHOKRHVFXUR IRUPDQGR FHUFD GH  GD JOkQGXOD interior das células; 2) estimula as células a queimar glicose como
A medula é completamente envolvida pelo córtex, exceto no seu FRPEXVWtYHO$LQVXOLQDpR~QLFRKRUP{QLRTXHGLPLQXLDJOLFRVH
hilo. sanguínea.

Didatismo e Conhecimento 94
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Ação do glucagon: esse hormônio aumenta a glicose sanguínea O timo situa-se na parte superior da cavidade torácica, poste-
GHGXDVPDQHLUDV HVWLPXODQGRDFRQYHUVmRGHJOLFRJrQLRHPJOL- riormente ao esterno e das quatro cartilagens costais superiores, in-
cose no fígado; 2) estimulando a conversão de proteínas em glicose. IHULRUPHQWHjJOkQGXODWLUHyLGH(DQWHULRUPHQWHDRSHULFiUGLRDUFR
da aorta e seus ramos. Sendo mais preciso, o timo localiza-se nos
*{QDGDV 2YiULRVH7HVWtFXORV mediastinos superior e inferior anterior, estendendo-se inferiormen-
WHDWpDTXDUWDFDUWLODJHPFRVWDOFRPVXDVSDUWHVVXSHULRUHVD¿ODQ-
$VJ{QDGDVVmRJOkQGXODVVH[XDLVTXHFRQVWLWXHPQRVRYiULRV do-se em direção ao pescoço e, algumas vezes, alcançando os pólos
(mulheres) e testículos (homens). Essas gônadas, além de produzi- LQIHULRUHVGDJOkQGXODWLUHRLGH
rem os gametas (óvulos e espermatozóides), também secretam hor- 2WLPRWHPDIXQomRGHSURGX]LUGLYHUVDVVXEVWkQFLDV LQFOXVLYH
mônios, que serão descritos abaixo. hormônios) que regulam a produção de linfócitos, a diferenciação e
DVDWLYLGDGHVQRWLPR(VVDVVXEVWkQFLDVLQFOXHPTXDWURSROLSHSWt-
Ovários: existem dois ovários localizados um de cada lado da deos principais quimicamente bem distribuídos: timulina, timopoe-
cavidade pélvica. tina, timosina alfa I e timosina beta IV.
A timulina é produzida dentro do timo e precisa da presença
Os ovários produzem dois hormônios sexuais femininos: o
de zinco para a atividade funcional (reage exclusivamente com as
estrógeno e a progesterona. Esses hormônios participam do desen-
FpOXODV7 $WLPRSRHWLQDLQWHQVL¿FDGLYHUVDVIXQo}HVGDFpOXOD7$
volvimento e do funcionamento dos órgãos genitais femininos e da
timulina e a timopoetina agem sistematicamente para dar regulação
expressão das características sexuais femininas, sendo que tais ca-
imune perfeitamente ajustadas das células T, auxiliando a manuten-
racterísticas desenvolvem-se principalmente em resposta ao estró- ção do equilíbrio entre as atividades de seus diferentes subconjuntos.
geno. Elas incluem: As atividades da timosina alfa I e beta IV não são bem claras. Sabe-
- Desenvolvimento das mamas; -se que as timosinas promovem maturação dos linfócitos no interior
- Distribuição da gordura nos quadris, coxas e mamas; do timo e também estimulam o desenvolvimento e a atividade dos
'LVWULEXLomRGHSHORVHPiUHDVHVSHFt¿FDVGRFRUSR linfócitos no desempenho de suas funções linfáticas por todo corpo.
- Maturação de órgãos genitais;
)HFKDPHQWRGDVFDUWLODJHQVHSL¿VLDLVGRVRVVRVORQJRV &RUSR *OkQGXOD 3LQHDO
Tanto o estrógeno como a progesterona são controlados por
hormônios de liberação no hipotálamo, e pelas gonadotropinas da 2FRUSRSLQHDORXHSt¿VHGRFpUHEURpXPSHTXHQRyUJmRSLUL-
DGHQRKLSy¿VH forme, cinza-avermelhado, que ocupa uma depressão entre os co-
lículos superiores. Está inferiormente ao esplênio do corpo caloso,
Testículos: estão localizados dentro do escroto separado deste pela tela corióidea do terceiro ventrículo. O corpo
O principal hormônio secretado pelos testículos é a testostero- PHGHDSUR[LPDGDPHQWHPPGHFRPSULPHQWR6XDEDVHHVWiSUHVD
na, um esteróide produzido por suas células intersticiais. O estímulo SRUXPSHG~QFXORTXHVHGLYLGHHPOkPLQDVLQIHULRUHVXSHULRUVH-
para secreção da testosterona é o hormônio luteinizante (LH), pro- paradas pelo recesso pineal do terceiro ventrículo. E contendo, res-
YHQLHQWHGDDGHQRKLSy¿VH SHFWLYDPHQWHDVFRPLVVXUDVHSLWDOkPLFDVHGDKDErQXOD
A testosterona auxilia na maturação dos espermatozóides e é O corpo pineal contém cordões e folículos de pinealócitos e cé-
responsável pelas características sexuais masculinas, tais como: OXODVGDQHXURJOLDHQWUHDVTXDLVVHUDPL¿FDPPXLWRVYDVRVVDQJXt-
- Crescimento e desenvolvimento dos órgãos genitais neos e nervos. Septos se estendem até o corpo a partir da pia-máter
masculinos; adjacente.
- Crescimento musculoesquelético; 2FRUSRSLQHDOPRGL¿FDDDWLYLGDGHGDDGHQRKLSy¿VHQHXURKL-
- Crescimento e distribuição dos pêlos; Sy¿VHSkQFUHDVHQGyFULQRSDUDWLUHyLGHVFyUWH[HPHGXODGDJOkQ-
- Aumento da laringe, acompanhado por alterações da voz. dula supra-renal e gônadas. As secreções pineais podem alcançar
suas células-alvo via líquido cérebro-espinal ou através da corrente
A secreção da testosterona é controlada por hormônios de libe-
sanguínea.
ração produzidos no hipotálamo, e pelos hormônios luteinizantes da
$JOkQGXODSLQHDOVHFUHWDDPHODWRQLQDXPKRUP{QLRTXHDOWHUD
DGHQRKLSy¿VH
RFLFORUHSURGXWLYRLQÀXHQFLDQGRDVHFUHomRGHKRUP{QLRVGHOLEH-
ração do hipotálamo. Acredita-se também que a melatonina esteja
Timo relacionada com ciclo sono/vigília, possuindo um efeito tranqüili-
zante. Ela tem sido chamada de “relógio biológico do corpo”, con-
O timo possui determinadas funções secretoras hormonais e lin- trolando a maioria dos biorritmos.
fáticas (produzindo linfócitos T). Ele varia de tamanho e atividade,
GHSHQGHQGRGDLGDGHGRHQoDHGRHVWDGR¿VLROyJLFRPDVSHUPDQH- OUTROS HORMÔNIOS
FHDWLYRPHVPRQDLGDGHDYDQoDGD$RQDVFLPHQWRSHVDFHUFDGH
DJFUHVFHQGRDWpDSXEHUGDGHTXDQGRHOHSHVDGHDJPRX +RUP{QLRV$VVRFLDGRVD6LVWHPD2UJkQLFRV(VSHFt¿FRV
seja, apresenta-se muito maior na criança do que no adulto, sendo
TXHDSyVDSXEHUGDGHDJOkQGXODLQYROXLRXVHWRUQDPHQRUVHQGR Esses hormônios normalmente controlam as atividades de um
substituído por tecido conjuntivo a adiposo. No início da vida, ele é yUJmR HVSHFt¿FR 3RU H[HPSOR FpOXODV SURGXWRUDV GH KRUP{QLRV
GHFRUFLQ]DUy]HRPROHH¿QDPHQWHOREXODGRFRQVWLWXtGRHPGRLV presentes no trato digestório secretam colecistoquinina, gastrina e
lobos piramidais iguais, unidos por tecido conectivo frouxo. Após a secretina. Esses hormônios ajudam a regular a digestão. Os rins se-
meia idade, o timo torna-se amarelado devido à sua gradual substi- cretam eritropoietina, que auxilia a regular a produção de glóbulos
tuição por tecido adiposo. vermelhos do sangue.

Didatismo e Conhecimento 95
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Prostaglandinas

$VSURVWDJODQGLQDVVmRVXEVWkQFLDVTXtPLFDV KRUP{QLRV GHULYDGRVGHiFLGRVJUD[RVHGRiFLGRDUDFG{QLFR6mRSURGX]LGDVSRUGLYHUVRV


WHFLGRVHJHUDOPHQWHDJHPSUy[LPRDRVVHXVVtWLRVGHVHFUHomR(ODVH[HUFHPLPSRUWDQWHSDSHOQDUHJXODomRGDFRQWUDomRGRP~VFXOROLVRHQD
UHVSRVWDLQÀDPDWyULD$VSURVWDJODQGLQDVWDPEpPVmRDVVRFLDGDVDRDXPHQWRGDVHQVLELOLGDGHGDVWHUPLQDo}HVQHUYRVDVSDUDDGRU

5HVXPRGDV*OkQGXODV(QGyFULQDVH+RUP{QLRV

*OkQGXOD
Hormônio Tecidos/Órgãos Alvo Ação Principal do Hormônio
Endócrina

Liberadores: estimulam a secreção


Hipotálamo $GHQRKLSy¿VH hormonal
Liberadores e inibidores
Inibidores: inibem a secreção hormonal

Hormônio do
Promove crescimento de todos os tecidos
FUHVFLPHQWR *+  Ossos e tecidos moles
(somatopropina)
Estimula a produção de leite
Prolactina (PRL) *OkQGXODVPDPiULDV
(VWLPXODDSURGXomRGH7H7
Tireoestimulante *OkQGXODWLUHyLGH
(TSH e Tireotropina)
$GHQRKLSy¿VH Estimula a secreção de hormônios do córtex
Adrenocorticotrópico Córtex da supra-renal
da supra-renal, principalmente o cortisol
(ACTH)
Estimula o desenvolvimento dos óvulos/
*RQDGRWUR¿QDV Ovários e testículos
espermatozóides e estrógeno nas mulheres
- Folículo-estimulante
(FSH)
Provoca a ovulação; estimula secreção
de progesterona na mulher e testosterona nos
Ovários e testículos
homens
- Luteinizante (LH)

Rins e vasos Estimula reabsorção da água pelos rins e


Antidiurético (ADH) sanguíneos determina a constricção dos vasos sanguíneos
1HXURKLSy¿VH
Contração da musculatura uterina no parto
HOLEHUDomRRXHMHomRGROHLWHGDVJOkQGXODV
Ocitocina Útero e mamas mamárias

Estimulam o padrão metabólico e regulam o


Todos os tecidos
crescimento e o desenvolvimento
*OkQGXOD 7H7
Tireóide
Favorece a formação de osso e diminui os
Calcitocina Ossos e rins
níveis de cálcio

Determina a reabsorção óssea, aumenta os


*OkQGXODV Ossos, rins e níveis de cálcio, estimula a absorção de cálcio
Paratireóides Paratireóideo (PTH) intestinos pelos rins e intestinos e estimula a excreção de
fosfato pelos rins

Didatismo e Conhecimento 96
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo

Diversos tecidos,
*OkQGXOD
Epinefrina (em pequena especialmente coração e Estimula na elevação dos níveis de glicose e
Supra-renal
TXDQWLGDGHDQRUH¿QHIULQD vasos sanguíneos participa da resposta ao estresse.
Medula

Auxiliam na regulação do metabolismo de


*OLFRFRUWLFyLGHV proteínas, carboidratos e gorduras, elevam os
Todos os tecidos
(cortisol) níveis de glicose no sangue e participam na
resposta ao estresse
*OkQGXOD
Estimulam os rins a reabsorver sódio
Supra-renal Rins
Mineralocorticóides e excretar potássio e auxiliam a regular o
Córtex
(aldolterona) equilíbrio hídrico e eletrolítico
Órgãos sexuais,
Estimula o desenvolvimento das
RVVRVP~VFXORVHSHOH
Hormônios sexuais características sexuais secundárias em homens
e mulheres
3kQFUHDV
)tJDGRP~VFXORVH
(Ilhotas *OXFDJRQ
tecido adiposo Eleva níveis de glicose no sangue
pancreáticas)
Células Alfa
3kQFUHDV
)tJDGRP~VFXORVH Regula o metabolismo de carboidratos,
(Ilhotas Insulina
tecido adiposo gorduras e proteínas e diminui os níveis de
pancreáticas)
glicose no sangue
Células Beta
Estrógenos e Órgãos sexuais, pele,
*{QDGDV Estimulam o desenvolvimento dos óvulos e
progesterona RVVRVHP~VFXORV
Ovários das características sexuais femininas

Andrógenos Órgãos sexuais, pele Estimulam o desenvolvimento dos


*{QDGDV
(testosterona) HP~VFXORV espermatozóides e das características sexuais
Testículos
masculinas

Timo Linfócitos T
Timosina Estimula a maturação dos linfócitos T

*OkQGXOD
Diversos tecidos Auxilia a ajustar o biorritmo e controla o
Pineal Melatonina
sono

LEGISLAÇÃO RELACIONADA AOS


ESPORTES.

Legislação do Esporte

LEI Nº 11.438, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2006.

Dispõe sobre incentivos e benefícios para fomentar as atividades de caráter desportivo e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DOS INCENTIVOS AO DESPORTO

$UWž$SDUWLUGRDQRFDOHQGiULRGHHDWpRDQRFDOHQGiULRGHLQFOXVLYHSRGHUmRVHUGHGX]LGRVGRLPSRVWRGHUHQGDGHYLGRapura-
do na Declaração de Ajuste Anual pelas pessoas físicas ou em cada período de apuração, trimestral ou anual, pela pessoa jurídica tributada com
base no lucro real os valores despendidos a título de patrocínio ou doação, no apoio direto a projetos desportivos e paradesportivos previamente
aprovados pelo Ministério do Esporte.

Didatismo e Conhecimento 97
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
† ž  $V GHGXo}HV GH TXH WUDWD R FDSXW GHVWH DUWLJR ¿FDP II - doação:
limitadas: D DWUDQVIHUrQFLDJUDWXLWDHPFDUiWHUGH¿QLWLYRDRSURSRQHQWH
,UHODWLYDPHQWHjSHVVRDMXUtGLFDD XPSRUFHQWR GRLP- de que trata o inciso V do caput deste artigo de numerário, bens ou
posto devido, observado o disposto no †žGR$UWžGD/HLQo serviços para a realização de projetos desportivos e paradesportivos,
GHGHGH]HPEURGH, em cada período de apuração; desde que não empregados em publicidade, ainda que para divulga-
,,UHODWLYDPHQWHjSHVVRDItVLFDD VHLVSRUFHQWR GRLP- ção das atividades objeto do respectivo projeto;
posto devido na Declaração de Ajuste Anual, conjuntamente com as b) a distribuição gratuita de ingressos para eventos de caráter
deduções de que trata o art. 22 da Lei noGHGHGH]HPEUR desportivo e paradesportivo por pessoa jurídica a empregados e seus
GH. dependentes legais ou a integrantes de comunidades de vulnerabili-
§ 2º As pessoas jurídicas não poderão deduzir os valores de dade social;
TXHWUDWDRFDSXWGHVWHDUWLJRSDUD¿QVGHGHWHUPLQDomRGROXFURUHDO III - patrocinador: a pessoa física ou jurídica, contribuinte do
e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido imposto de renda, que apóie projetos aprovados pelo Ministério do
- CSLL. Esporte nos termos do inciso I do caput deste artigo;
† ž  2V EHQHItFLRV GH TXH WUDWD HVWH DUWLJR QmR H[FOXHP RX IV - doador: a pessoa física ou jurídica, contribuinte do imposto
UHGX]HPRXWURVEHQHItFLRV¿VFDLVHGHGXo}HVHPYLJRU de renda, que apóie projetos aprovados pelo Ministério do Esporte
†ž1mRVmRGHGXWtYHLVRVYDORUHVGHVWLQDGRVDSDWURFtQLRRX nos termos do inciso II do caput deste artigo;
GRDomRHPIDYRUGHSURMHWRVTXHEHQH¿FLHPGLUHWDRXLQGLUHWDPHQWH 9SURSRQHQWHDSHVVRDMXUtGLFDGHGLUHLWRS~EOLFRRXGHGL-
pessoa física ou jurídica vinculada ao doador ou patrocinador. UHLWRSULYDGRFRP¿QVQmRHFRQ{PLFRVGHQDWXUH]DHVSRUWLYDTXH
†ž&RQVLGHUDPVHYLQFXODGRVDRSDWURFLQDGRURXDRGRDGRU tenha projetos aprovados nos termos desta Lei.
I - a pessoa jurídica da qual o patrocinador ou o doador seja ti-
tular, administrador, gerente, acionista ou sócio, na data da operação $UWž$DYDOLDomRHDDSURYDomRGRHQTXDGUDPHQWRGRVSURMH-
RXQRV GR]H PHVHVDQWHULRUHV WRVDSUHVHQWDGRVQDIRUPDSUHYLVWDQR$UWžGHVWD/HLFDEHPDXPD
,,RF{QMXJHRVSDUHQWHVDWpRWHUFHLURJUDXLQFOXVLYHRVD¿QV Comissão Técnica vinculada ao Ministério do Esporte, garantindo-
e os dependentes do patrocinador, do doador ou dos titulares, ad- -se a participação de representantes governamentais, designados
ministradores, acionistas ou sócios de pessoa jurídica vinculada ao pelo Ministro do Esporte, e representantes do setor desportivo, indi-
patrocinador ou ao doador, nos termos do inciso I deste parágrafo; cados pelo Conselho Nacional de Esporte.
III - a pessoa jurídica coligada, controladora ou controlada, ou 3DUiJUDIR~QLFR$FRPSRVLomRDRUJDQL]DomRHRIXQFLRQD-
que tenha como titulares, administradores acionistas ou sócios algu- PHQWRGDFRPLVVmRVHUmRHVWLSXODGRVHGH¿QLGRVHPUHJXODPHQWR
ma das pessoas a que se refere o inciso II deste parágrafo.
Art. 2º Os projetos desportivos e paradesportivos, em cujo fa- $UWž2VSURMHWRVGHVSRUWLYRVHSDUDGHVSRUWLYRVGHTXHWUD-
vor serão captados e direcionados os recursos oriundos dos incenti- WD R$UW ž GHVWD /HL VHUmR VXEPHWLGRV DR 0LQLVWpULR GR (VSRUWH
vos previstos nesta Lei, atenderão a pelo menos uma das seguintes acompanhados da documentação estabelecida em regulamento e de
PDQLIHVWDo}HVQRVWHUPRVHFRQGLo}HVGH¿QLGDVHPUHJXODPHQWR orçamento analítico.
I - desporto educacional; †ž$DSURYDomRGRVSURMHWRVGHTXHWUDWDRFDSXWGHVWHDUWLJR
II - desporto de participação; VRPHQWH WHUi H¿FiFLD DSyV D SXEOLFDomR GH DWR R¿FLDO FRQWHQGR
III - desporto de rendimento. o título do projeto aprovado, a instituição responsável, o valor
† ž  3RGHUmR UHFHEHU RV UHFXUVRV RULXQGRV GRV LQFHQWLYRV autorizado para captação e o prazo de validade da autorização.
previstos nesta Lei os projetos desportivos destinados a promover § 2º Os projetos aprovados e executados com recursos desta
a inclusão social por meio do esporte, preferencialmente em Lei serão acompanhados e avaliados pelo Ministério do Esporte.
comunidades de vulnerabilidade social.
§ 2º É vedada a utilização dos recursos oriundos dos incentivos CAPÍTULO II
previstos nesta Lei para o pagamento de remuneração de atletas DISPOSIÇÕES GERAIS
SUR¿VVLRQDLVQRVWHUPRVGDLei noGHGHPDUoRGH,
em qualquer modalidade desportiva. $UW ž $ GLYXOJDomR GDV DWLYLGDGHV EHQV RX VHUYLoRV UHVXO-
†ž2SURSRQHQWHQmRSRGHUiFDSWDUSDUDFDGDSURMHWRHQWUH WDQWHV GRV SURMHWRV GHVSRUWLYRV H SDUDGHVSRUWLYRV ¿QDQFLDGRV QRV
patrocínio e doação, valor superior ao aprovado pelo Ministério do termos desta Lei mencionará o apoio institucional, com inserção da
Esporte, na forma do $UWžGHVWD/HL Bandeira Nacional, nos termos da Lei noGHo de setembro
GH.
$UWž3DUD¿QVGRGLVSRVWRQHVWD/HLFRQVLGHUDVH
I - patrocínio: $UWž$SUHVWDomRGHFRQWDVGRVSURMHWRVEHQH¿FLDGRVSHORV
D DWUDQVIHUrQFLDJUDWXLWDHPFDUiWHUGH¿QLWLYRDRSURSRQHQWH LQFHQWLYRV SUHYLVWRV QHVWD /HL ¿FD D FDUJR GR SURSRQHQWH H VHUi
de que trata o inciso V do caput deste artigo de numerário para a apresentada ao Ministério do Esporte, na forma estabelecida pelo
UHDOL]DomRGHSURMHWRVGHVSRUWLYRVHSDUDGHVSRUWLYRVFRP¿QDOLGDGH regulamento.
promocional e institucional de publicidade;
b) a cobertura de gastos ou a utilização de bens, móveis ou imó- $UWž20LQLVWpULRGR(VSRUWHLQIRUPDUij6HFUHWDULDGD5H-
veis, do patrocinador, sem transferência de domínio, para a realiza- FHLWD)HGHUDODWpR~OWLPRGLD~WLOGRPrVGHPDUoRRVYDORUHVFRU-
ção de projetos desportivos e paradesportivos pelo proponente de respondentes a doação ou patrocínio, destinados ao apoio direto a
que trata o inciso V do caput deste artigo; projetos desportivos e paradesportivos, no ano-calendário anterior.

Didatismo e Conhecimento 98
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
3DUiJUDIR~QLFR$VLQIRUPDo}HVGHTXHWUDWDHVWHDUWLJRVHUmR $UW%$GLYXOJDomRGDVDWLYLGDGHVEHQVRXVHUYLoRVUH-
prestadas na forma e condições a serem estabelecidas pela Secre- sultantes de projetos desportivos e paradesportivos, culturais e de
taria da Receita Federal. SURGXomR DXGLRYLVXDO H DUWtVWLFD ¿QDQFLDGRV FRP UHFXUVRV S~EOL-
cos mencionará o apoio institucional com a inserção da Bandeira
$UWž&RPSHWHj6HFUHWDULDGD5HFHLWD)HGHUDOQRkPELWRGH Nacional, nos termos da Lei noGHoGHVHWHPEURGH.
VXDVDWULEXLo}HVD¿VFDOL]DomRGRVLQFHQWLYRVSUHYLVWRVQHVWD/HL $UW&6HPSUHMXt]RGRGLVSRVWRQRDUWGD&RQVWLWXL-
ção Federal, os Ministérios da Cultura e do Esporte encaminharão
$UW&RQVWLWXHPLQIUDomRDRVGLVSRVLWLYRVGHVWD/HL ao Congresso Nacional relatórios detalhados acerca da destinação
I - o recebimento pelo patrocinador ou doador de qualquer e regular aplicação dos recursos provenientes das deduções e be-
YDQWDJHP¿QDQFHLUDRXPDWHULDOHPGHFRUUrQFLDGRSDWURFtQLRRX QHItFLRV¿VFDLVSUHYLVWRVQDV/HLVQosGHGHGH]HPEURGH
da doação que com base nela efetuar; HGHGHGH]HPEURGHSDUD¿QVGHDFRP-
II - agir o patrocinador, o doador ou o proponente com dolo, SDQKDPHQWRH¿VFDOL]DomRRUoDPHQWiULDGDVRSHUDo}HVUHDOL]DGDV
fraude ou simulação para utilizar incentivo nela previsto; $UW(VWD/HLHQWUDHPYLJRUQDGDWDGHVXDSXEOLFDomR
,,,GHVYLDUSDUD¿QDOLGDGHGLYHUVDGD¿[DGDQRVUHVSHFWLYRV %UDVtOLDGHGH]HPEURGHo da Independência
projetos dos recursos, bens, valores ou benefícios com base nela HoGD5HS~EOLFD
obtidos;
IV - adiar, antecipar ou cancelar, sem justa causa, atividade LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
GHVSRUWLYDEHQH¿FLDGDSHORVLQFHQWLYRVQHODSUHYLVWRV Orlando Silva de Jesus Júnior
V - o descumprimento de qualquer das suas disposições ou
das estabelecidas em sua regulamentação. - LEGISLAÇÃO ESTADUAL

$UW$VLQIUDo}HVDRVGLVSRVLWLYRVGHVWD/HLVHPSUHMXt]R LEI QUE CRIA O PRÓ-ESPORTE


das demais sanções cabíveis, sujeitarão: LEI Nº 9.365
I - o patrocinador ou o doador ao pagamento do imposto não
recolhido, além das penalidades e demais acréscimos previstos na Cria o Programa Estadual de Fomento e Incentivo ao Esporte
legislação; e Lazer e o Fundo de Incentivo ao Esporte e Lazer do Estado do
II - o infrator ao pagamento de multa correspondente a 2 Espírito Santo - PRÓ-ESPORTE e dá outras providências.
(duas) vezes o valor da vantagem auferida indevidamente, sem
prejuízo do disposto no inciso I do caput deste artigo. 2*29(51$'25'2(67$'2'2(63Ë5,726$172
3DUiJUDIR~QLFR2SURSRQHQWHpVROLGDULDPHQWHUHVSRQViYHO Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sancio-
SRULQDGLPSOrQFLDRXLUUHJXODULGDGHYHUL¿FDGDTXDQWRDRGLVSRVWR no a seguinte Lei:
no inciso I do caput deste artigo.
$UW2VUHFXUVRVSURYHQLHQWHVGHGRDo}HVRXSDWURFtQLRV $UWž)LFDFULDGRR3URJUDPD(VWDGXDOGH)RPHQWRH,QFHQ-
HIHWXDGRVQRVWHUPRVGR$UWžGHVWD/HLVHUmRGHSRVLWDGRVHPR- tivo ao Esporte e Lazer no Estado do Espírito Santo, visando o
YLPHQWDGRVHPFRQWDEDQFiULDHVSHFt¿FDQR%DQFRGR%UDVLO6$ desenvolvimento e a promoção de práticas no campo do esporte,
ou na Caixa Econômica Federal, que tenha como titular o propo- lazer e atividade física, nas suas diversas dimensões.
nente do projeto aprovado pelo Ministério do Esporte.
3DUiJUDIR~QLFR  1mR VmR GHGXWtYHLVQRV WHUPRVGHVWD/HL Art. 2º O Programa Estadual de Fomento e Incentivo ao Es-
os valores em relação aos quais não se observe o disposto neste porte e Lazer no Estado do Espírito Santo será realizado pela Se-
artigo. cretaria de Estado de Esportes e Lazer - SESPORT, mediante ajus-
WHVFRPHQWLGDGHVS~EOLFDVHSULYDGDVFRPRVVHJXLQWHVSULQFtSLRV
$UW7RGRVRVUHFXUVRVXWLOL]DGRVQRDSRLRGLUHWRDSURMH- e objetivos:
tos desportivos e paradesportivos previstos nesta Lei deverão ser I - descentralização administrativa e apoio institucional às fe-
disponibilizados na rede mundial de computadores, de acordo com derações esportivas;
a Lei noGHGHGH]HPEURGH. II - promoção prioritária do desporto escolar;
3DUiJUDIR ~QLFR  2V UHFXUVRV D TXH VH UHIHUH R FDSXW GHVWH III - a prática e o desenvolvimento do esporte e do lazer entre
artigo ainda deverão ser disponibilizados, mensalmente, no sítio crianças, adolescentes e jovens em situação de risco pessoal e so-
do Ministério do Esporte, constando a sua origem e destinação. FLDOSHVVRDVFRPGH¿FLrQFLDHDLGDGH
IV - formação continuada, nas áreas do conhecimento, apli-
$UW$2YDORUPi[LPRGDVGHGXo}HVGHTXHWUDWDR$UW cadas ao esporte e lazer, de atletas, dirigentes, árbitros, técnicos,
žGHVWD/HLVHUi¿[DGRDQXDOPHQWHHPDWRGR3RGHU([HFXWLYR SUR¿VVLRQDLVGDiUHDGHHGXFDomRItVLFDHiUHDVD¿QV
com base em um percentual da renda tributável das pessoas físicas V - incremento do interesse da população pela prática habitual
e do imposto sobre a renda devido por pessoas jurídicas tributadas de esportes;
com base no lucro real. VI - construção, ampliação e recuperação de instalações es-
3DUiJUDIR ~QLFR  'R YDORU Pi[LPR D TXH VH UHIHUH R FDSXW portivas;
GHVWHDUWLJRR3RGHU([HFXWLYR¿[DUiRVOLPLWHVDVHUHPDSOLFDGRV VII - apoio a atletas de alto rendimento;
para cada uma das manifestações de que trata o Art. 2º desta Lei. VIII - ampliação do Projeto Campeões de Futuro.

Didatismo e Conhecimento 99
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UWž)LFDFULDGRR)XQGRGH,QFHQWLYRDR(VSRUWHH/D]HUGR IV - os controles necessários à execução orçamentária do Fun-
Estado do Espírito Santo, doravante denominado PRÓ-ESPORTE, do;
que será regido pelas normas estabelecidas nesta Lei e pelo seu re- V - as prestações de contas ao grupo coordenador;
gulamento. VI - a forma de liquidação e a destinação a ser dada ao patrimô-
nio do Fundo na hipótese de sua liquidação ou extinção.
$UWž&RQVWLWXLUmRUHFXUVRVGR35Ï(63257(
I - dotação consignada no orçamento anual do Estado do Espí- $UWž&RPRyUJmRJHVWRUGR35Ï(63257(FRPSHWHj6(6-
rito Santo; PORT:
II - doações, auxílios e transferências de entidades nacionais, I - cumprir e zelar pelo cumprimento do Regulamento do Fun-
internacionais, governamentais e não governamentais; do;
,,,HPSUpVWLPRVHRXWUDVFRQWULEXLo}HV¿QDQFHLUDVGHHQWLGD- II - estabelecer normas e critérios gerais que devem ser atendi-
des nacionais e internacionais; dos pelos programas, projetos e ações passíveis de serem custeados
IV - recursos de transferências negociadas e não onerosas, junto com recursos do Fundo;
a organismos nacionais e internacionais de apoio e fomento; ,,,RUJDQL]DURFURQRJUDPD¿QDQFHLURGHUHFHLWDHGHVSHVDGR
V - recursos oriundos da amortização, correção, juros e multas Fundo e acompanhar sua execução;
GRV¿QDQFLDPHQWRVHIHWXDGRVSHORSUySULR)XQGR IV - conduzir o processo de seleção dos projetos inscritos nos
VI - recursos patrimoniais; editais de incentivo ao esporte;
VII - outros recursos, créditos e rendas adicionais ou extraordi- V - apreciar e deliberar sobre a criação e condições operacio-
nárias que, por sua natureza, lhe possam ser destinadas. QDLVGHOLQKDVGH¿QDQFLDPHQWR
VI - analisar e decidir sobre o mérito de projetos que busquem
$UWž2VUHFXUVRVGR35Ï(63257(VHUmRDSOLFDGRVHPFRQ- ¿QDQFLDPHQWRV GLVSRQLELOL]DGRV FRP UHFXUVRV GR )XQGR MXQWR DR
VRQkQFLDFRPRGLVSRVWRQRDUWLJRžGHVWD/HLHFRPRVSULQFtSLRV DJHQWH¿QDQFHLURUHFRPHQGDQGRRVRXQmR
da preservação da integridade patrimonial do Fundo e da maximiza- VII - acompanhar e avaliar, por meio de relatórios periódicos,
ção dos resultados e da cooperação sob os aspectos esportivo, social, DVRSHUDo}HVGH¿QDQFLDPHQWRFRPULVFRRSHUDFLRQDOGDLQVWLWXLomR
DPELHQWDOHHFRQ{PLFRWHQGRDLQGDDVVHJXLQWHV¿QDOLGDGHV ¿QDQFHLUD
I - o treinamento e a participação de atletas e equipes esportivas VIII - responsabilizar-se pelo acompanhamento do cronograma
em competições; físico dos projetos que receberam recursos do Fundo, exceto para a
II - a criação de prêmios, inclusive em espécie, para reconheci- PRGDOLGDGH UHHPEROViYHO FRP ULVFR GD LQVWLWXLomR ¿QDQFHLUD TXH
mento de boas práticas do esporte e do lazer no Estado; será responsável pelo procedimento;
III - a concessão de Bolsa-Atleta destinada a atletas praticantes IX - deliberar sobre a elaboração dos editais;
do desporto de rendimento, em todas as suas formas de expressão. X - editar instruções normativas e resolutivas;
XI - avaliar e aprovar a criação de subcontas para melhor con-
$UWž1DDSOLFDomRGRVUHFXUVRVGR35Ï(63257(D6(6- trole e acompanhamento dos recursos do Fundo;
3257REVHUYDGRVRVSUD]RVGH¿QLGRVHPUHJXODPHQWRSXEOLFDUi XII - outras ações e iniciativas que lhe sejam cometidas pelo
anualmente, um ou mais editais de incentivo ao esporte e ao lazer, Regulamento do Fundo.
FXMRVEHQH¿FLiULRVVHUmRDVSHVVRDVItVLFDVHMXUtGLFDVGHGLUHLWRSUL-
YDGRFRPRXVHP¿QVOXFUDWLYRVGHFDUiWHUHVWULWDPHQWHHVSRUWLYR $UW  2 yUJmR FRQVXOWLYR GR 35Ï(63257( p R *UXSR
†ž6HUmRGH¿QLGRVSHORVHGLWDLVGHLQFHQWLYRDRHVSRUWH Coordenador, a quem competirá:
I - os requisitos e as condições de inscrição de projetos candida- I - estabelecer as diretrizes e as prioridades para a aplicação dos
WRVjREWHQomRGHDSRLR¿QDQFHLURGR)XQGR recursos do Fundo;
II - as hipóteses de vedação à participação no processo seletivo; II - orientar e aprovar a captação e a aplicação dos recursos do
III - os critérios para a seleção e a aprovação dos projetos ins- Fundo;
critos; III - propor normas e procedimentos visando à melhoria opera-
,9RXWUDVGHWHUPLQDo}HVTXHVH¿]HUHPQHFHVViULDV cional do Fundo;
§ 2º A SESPORT designará, na forma do regulamento, um ou IV - acompanhar e propor , quando necessário, ajustes na regu-
mais especialistas de notório saber da sociedade civil para atuação lamentação do Fundo;
nos processos de análise, seleção e julgamento de mérito dos projetos V - analisar as propostas de programação orçamentárias anuais
inscritos, no termos dos editais de incentivo ao esporte. do Fundo;
VI - acompanhar a aplicação dos recursos do Fundo;
$UWž2VUHFXUVRVGR)XQGRVHUmRDSOLFDGRVPHGLDQWHSUHPLD- VII - avaliar as atividades desenvolvidas e os resultados obtidos
ção, acordos, contratos, termos de compromisso, convênios, ajustes, com a aplicação dos recursos do Fundo, consubstanciados em rela-
protocolos e patrocínios. tórios, no que concerne ao cumprimento das diretrizes e prioridades
estabelecidas.
$UWž235Ï(63257(VHUiDGPLQLVWUDGRSHOD6(63257D
TXHPFRPSHWHHODERUDUR5HJXODPHQWRGHVWD/HLQRSUD]RGHDWp $UW&RPS}HR*UXSR&RRUGHQDGRUGR35Ï(63257(XP
(noventa) dias, contados de sua publicação, no qual se disciplinará, integrante de cada um dos seguintes órgãos e entidade:
dentre outras, as seguintes matérias: I - Secretaria de Estado de Esportes e Lazer, que o presidirá;
I - a elaboração do Plano de Aplicações do Fundo; II - Secretaria de Estado de Economia e Planejamento;
II - as modalidades de aplicação dos recursos do Fundo; III - Secretaria de Estado da Fazenda;
III - as demonstrações de receita e despesas; IV - Conselho Estadual de Esportes e Lazer.

Didatismo e Conhecimento 100


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW235Ï(63257(WHUiHVFULWXUDomRFRQWiELOSUySULD †ž)LFDPWUDQVIHULGRVHUHQRPHDGRVRVFDUJRVGHSURYLPHQWR
¿FDQGRDDSOLFDomRGHVHXVUHFXUVRVVXMHLWDjSUHVWDomRGHFRQWDVDR em comissão da SEDU para a SESPORT, constantes no Anexo I,
Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo, nos prazos previs- que integra a presente Lei Complementar.
tos na legislação pertinente. § 2º Fica transferida para a SESPORT a localização dos
VHUYLGRUHVS~EOLFRVTXHGHVHPSHQKDYDPVXDVIXQo}HVQDVXQLGDGHV
$UW2VUHFXUVRVGHVWLQDGRVDR)XQGRQmRXWLOL]DGRVDWpR organizacionais extintas, de que trata o “caput” deste artigo e seus
¿QDOGRH[HUFtFLRDSXUDGRVQREDODQoRDQXDOVHUmRWUDQVIHULGRVD incisos.
crédito do mesmo Fundo no exercício seguinte. † ž )LFDP WUDQVIHULGRV SDUD D 6(63257 R DFHUYR GH EHQV
$UW2VUHFXUVRVGR)XQGRVHUmRGHSRVLWDGRVHPLQVWLWXLomR móveis, imóveis, os programas e projetos, materiais de consumo,
¿QDQFHLUDR¿FLDO os equipamentos, as máquinas e instalações das unidades
$UW$VGHVSHVDVGHFRUUHQWHVGDLPSODQWDomRGR)XQGRGH organizacionais extintas, de que trata o “caput” deste artigo e seus
Incentivo ao Esporte e Lazer do Estado do Espírito Santo correrão incisos.
por conta de recursos orçamentários da SESPORT.
$UWž$6HFUHWDULDGH(VWDGRGD(GXFDomRH(VSRUWHV6('8
$UW)LFDR3RGHU([HFXWLYRDXWRUL]DGRDDEULURVFUpGLWRV passa a denominar-se Secretaria de Estado da Educação - SEDU.
adicionais necessários ao cumprimento desta Lei.
$UWž)LFDFULDGRHLQFOXtGRQDHVWUXWXUDRUJDQL]DFLRQDOEiVLFD
$UW)LFDPDXWRUL]DGDVDVDOWHUDo}HVQR33$SDUDRTXDGULr- da SESPORT, em nível de direção superior, o Conselho Estadual de
QLRQHFHVViULDVDRFXPSULPHQWRGHVWD/HL Esportes e Lazer - CEEL, órgão colegiado, de caráter consultivo e
normativo.
$UW(VWD/HLVHUiUHJXODPHQWDGDQRSUD]RGHDWp QRYHQ-
ta) dias a contar da data de sua vigência. $UWž6mRDWULEXLo}HVGR&((/
I - manifestar-se sobre matéria relacionada com o esporte e la-
$UW(VWD/HLHQWUDHPYLJRUDSDUWLUGHž zer;
II - interpretar a legislação desportiva nacional e estadual, ela-
3DOiFLR$QFKLHWDHP9LWyULDGH'H]HPEURGH
borar instruções normativas sobre a sua aplicação e zelar pelo seu
3$8/2&(6$5+$5781**20(6
cumprimento;
*RYHUQDGRUGR(VWDGR
III - homologar os planos e programas estaduais de incentivo
ao esporte e lazer;
,9DFRPSDQKDUDDSOLFDomRGRVUHFXUVRVPDWHULDLVH¿QDQFHL-
LEI COMPLEMENTAR Nº 322
ros do Estado, destinados às atividades esportivas e de lazer;
O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
V - desenvolver outras atividades relacionadas com o desporto
Cria a Secretaria de Estado de Esportes e Lazer SES- e o lazer.
PORT e dá outras providências.
Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono $UWž2&((/VHUiFRQVWLWXtGRGH RQ]H PHPEURVUHSUH-
a seguinte Lei: sentativos dos setores e entidades a seguir:
I - o Secretário de Estado de Esportes e Lazer, seu Presidente e
$UW ž )LFD FULDGD H LQFOXtGD QD HVWUXWXUD RUJDQL]DFLRQDO Ei- membro nato;
VLFDGR3RGHU([HFXWLYR(VWDGXDOQRVWHUPRVGD/HLQžGH ,, WUrV UHSUHVHQWDQWHVHVFROKLGRVGHQWUHSHVVRDVGHQRWy-
D6HFUHWDULDGH(VWDGRGH(VSRUWHVH/D]HU6(63257 ria e reconhecida capacidade e experiência em assuntos desportivos,
yUJmRGHž SULPHLUR HVFDOmRKLHUiUTXLFR indicados pelo Secretário da Pasta;
,,, GRLV UHSUHVHQWDQWHVGDVIHGHUDo}HVLQWHJUDQWHVGRVLV-
$UWž$6(63257pGHQDWXUH]DVXEVWDQWLYDHWHPSRU¿QD- tema desportivo nacional, com atuação regular no Estado;
lidade formular a política estadual voltada ao desenvolvimento do ,9 XP UHSUHVHQWDQWHGR&RQVHOKR5HJLRQDOGH(GXFDomR
HVSRUWHHGROD]HUPDQWHULQWHUFkPELRFRPRUJDQLVPRVS~EOLFRVH Física;
privados, nacionais e internacionais, voltados à promoção do espor- 9   XP  UHSUHVHQWDQWH GD LPSUHQVD HVSRUWLYD GR (VStULWR
WHHOD]HUHVWLPXODUDVLQLFLDWLYDVS~EOLFDVHSULYDGDVQRGHVHQYROYL- Santo;
mento das atividades esportivas e de lazer; planejar, coordenar, su- 9, XP UHSUHVHQWDQWHGR&ROpJLR%UDVLOHLURGH&LrQFLDV
pervisionar e avaliar os planos e programas de incentivo ao esporte do Esporte - CBCE;
e lazer e as ações de democratização da prática esportiva. 9,, XP UHSUHVHQWDQWHGDVHQWLGDGHVGDVSHVVRDVSRUWDGR-
ras de necessidades especiais;
$UWž$VDWLYLGDGHVGDiUHDGHHVSRUWHVGD6HFUHWDULDGH(VWDGR 9,,, XP UHSUHVHQWDQWHGDVHVFRODVGHHQVLQRVXSHULRUGH
GD(GXFDomRH(VSRUWHV6('8¿FDPWUDQVIHULGDVSDUDD6(63257 educação física do Espírito Santo;
,;   XP  UHSUHVHQWDQWH GD$VVRFLDomR GDV )HGHUDo}HV GH
$UW ž )LFDP H[WLQWDV QD HVWUXWXUD RUJDQL]DFLRQDO EiVLFD GD Esporte Amador.
SEDU, as seguintes unidades organizacionais: †ž$RUJDQL]DomRHRIXQFLRQDPHQWRGR&((/VHUmRGH¿QLGRV
I - Subsecretaria de Estado de Esportes; no seu regimento interno.
II - Coordenação de Esportes Comunitário; § 2º Os membros do CEEL serão indicados ao Secretário de
III - Coordenação de Esportes Competição. Estado de Esportes e Lazer e por ele designados.

Didatismo e Conhecimento 101


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UWž$HVWUXWXUDRUJDQL]DFLRQDOEiVLFDGD6(63257pDVH- $UW¬*HUrQFLD7pFQLFD$GPLQLVWUDWLYDFRPSHWHGDUVX-
guinte: porte técnico-administrativo para planejar e gerenciar as ativida-
I - nível de direção superior: des GHDGPLQLVWUDomRJHUDOUHFXUVRVKXPDQRVRUoDPHQWRH¿QDQoDV
a) a posição do Secretário de Estado de Esportes e Lazer; HLQIUDHVWUXWXUDItVLFDGDViUHDVHVSRUWLYDVQRkPELWRGHDEUDQJrQ-
b) o CEEL; cia da Secretaria; outras atividades correlatas.
II - nível de assessoramento:
D R*DELQHWHGR6HFUHWiULR $UW  ¬ *HUrQFLD GH (VSRUWH GH )RUPDomR H 5HQGLPHQWR
b) a Assessoria Técnica; compete formular políticas esportivas e de lazer de caráter competi-
III - nível de gerência: tivo; coordenar e elaborar plano estadual de esportes e lazer; elabo-
a) a posição do Subsecretário de Estado de Esportes e Lazer; rar o plano plurianual de ações; elaborar as diretrizes e prioridades
IV - nível de atuação instrumental: de formação e rendimento esportivos; elaborar projetos de capaci-
D *UXSRGH$GPLQLVWUDomRH5HFXUVRV+XPDQRV WDomRGHUHFXUVRV¿QDQFHLURVFRRUGHQDUDHODERUDomRGDSURSRVWD
E *UXSRGH3ODQHMDPHQWRH2UoDPHQWR RUoDPHQWiULDDQXDOHPDUWLFXODomRFRPR*UXSRGH3ODQHMDPHQWRH
F *UXSR)LQDQFHLUR6HWRULDO 2UoDPHQWRSURJUDPDURRUoDPHQWRHPFRQVRQkQFLDFRPDGLVSRQL-
ELOLGDGH¿QDQFHLUDDFRPSDQKDUHFRQWURODUDDSOLFDomRGRVUHFXUVRV
V - nível de execução programática:
vinculados ao esporte e lazer; outras atividades correlatas.
D *HUrQFLD7pFQLFD$GPLQLVWUDWLYD
6XEJHUrQFLDGH,QIUD(VWUXWXUD)tVLFD
$UW¬*HUrQFLDGH(VSRUWHH/D]HUFRPSHWHIRUPXODUSROt-
6XEJHUrQFLDGH*HVWmR&RPSDUWLOKDGD
ticas esportivas e de lazer, tendo o esporte como qualidade de vida,
E *HUrQFLDGH(VSRUWHGH)RUPDomRH5HQGLPHQWR VD~GHHEHPHVWDUItVLFRHSVLFROyJLFRFRRUGHQDUHHODERUDUSODQR
6XEJHUrQFLDGH)RUPDomRH5HQGLPHQWR estadual de esporte e lazer; elaborar o plano plurianual de ações;
2. Subgerência de Eventos; elaborar as diretrizes e prioridades; elaborar projetos de captação
F *HUrQFLDGH(VSRUWHH/D]HU GHUHFXUVRV¿QDQFHLURVHPDUWLFXODomRFRP*UXSRGH3ODQHMDPHQ-
6XEJHUrQFLDGH(VSRUWHH/D]HUGD,GDGHHSRUWDGRUHVGH WRH2UoDPHQWRHPFRQVRQkQFLDFRPDGLVSRQLELOLGDGH¿QDQFHLUD
necessidades especiais; acompanhar e controlar a aplicação dos recursos vinculados ao es-
2. Subgerência de Eventos de Esporte Social e Comunitário; porte e lazer; outras atividades correlatas.
G *HUrQFLDGH(VSRUWH(GXFDFLRQDOH&RPXQLWiULR
6XEJHUrQFLDGH(VSRUWHGH&RPSHWLomR $UW  ¬ *HUrQFLD GH (VSRUWH (GXFDFLRQDO H &RPXQLWiULR
2. Subgerência de Esporte Educacional e Lazer. FRPSHWHIRUPXODUSROtWLFDVS~EOLFDVHVSRUWLYDVHGXFDFLRQDOHFRPX-
3DUiJUDIR~QLFR$UHSUHVHQWDomRJUi¿FDGDHVWUXWXUDRUJDQL- nitária como instrumento de inserção social e complemento a ativi-
zacional básica da SESPORT é a constante do Anexo II, que inte- GDGHHVFRODUHPFRQVRQkQFLDFRPDVGLUHWUL]HVHDo}HVHVWDEHOHFLGDV
gra a presente Lei Complementar. SHOR*RYHUQRHODERUDURSODQRSOXULDQXDOGHDo}HVHODERUDUGLUH-
trizes e prioridades para a Lei de Diretrizes Orçamentárias; elaborar
$UW  $V DWULEXLo}HV GR 6HFUHWiULR GH (VWDGR GR 6XEVH- SURMHWRVGHFDSWDomRGHUHFXUVRV¿QDQFHLURVFRRUGHQDUDHODERUDomR
FUHWiULRGH(VWDGRGR*DELQHWHGR6HFUHWiULRGRV*UXSRVGH$G- GDSURSRVWDRUoDPHQWiULDDQXDOHPDUWLFXODomRFRPR*UXSRGH
ministração, Recursos Humanos, Financeiro e de Planejamento e Planejamento e Orçamento; programar o orçamento em conso-
2UoDPHQWRVmRDVFRQWLGDVQRVDUWLJRVH QkQFLD FRP D GLVSRQLELOLGDGH ¿QDQFHLUD DFRPSDQKDU H FRQWURODU
GD/HLQž a aplicação dos recursos vinculados ao esporte e lazer; elaborar os
projetos e atividades em todas as manifestações e formas; incentivar
$UW  ¬ $VVHVVRULD 7pFQLFD FRPSHWH DVVHVVRUDU WHFQLFD- a efetiva participação da comunidade na elaboração de planos e pro-
mente o Secretário da Pasta e as demais unidades administrativas postas esportivas; outras atividades correlatas.
da Secretaria, sob a forma de estudos, projetos, pareceres, pesqui-
sas, exposição de motivos, análises, redação e interpretação de $UW¬6XEJHUrQFLDGH,QIUD(VWUXWXUD)tVLFDFRPSHWHHOD-
ERUDUDVHVSHFL¿FDo}HVWpFQLFDVSDUDPRELOLiULRHHTXLSDPHQWRVGDV
WH[WRVOHJDLVHQRUPDWLYRVDUWLFXODUVHFRPD3URFXUDGRULD*HUDO
quadras esportivas e áreas de lazer; desenvolver levantamentos para
GR(VWDGR3*(YLVDQGRjVROXomRKRPRJrQHDGRVSUREOHPDVGH
LGHQWL¿FDomRGDVQHFHVVLGDGHVGDViUHDVGHHVSRUWHHOD]HUGRVPX-
ordem legal; outras atividades correlatas.
nicípios; planejar, organizar, coordenar e acompanhar as atividades
UHODFLRQDGDVDRVVHUYLoRVGHREUDVQRkPELWRGD6HFUHWDULDRFHQWUR
$UW¬6XEVHFUHWDULDGH(VWDGRGH(VSRUWHVH/D]HUFRP- GH WUHLQDPHQWR DGPLQLVWUDU HVSDoRV ItVLFRV GRV JUi¿FRV TXDGUDV
SHWHIRUPXODULPSOHPHQWDUHH[HFXWDUDVDo}HVSROtWLFDVS~EOLFDV polivalentes, pistas, piscinas e áreas de lazer; outras atividades cor-
de esportes e lazer, de modo a assegurar as práticas formais e não relatas.
formais como direito de cada um nas suas modalidades diferentes,
em articulação com os municípios; integrar as ações esportivas e $UW¬6XEJHUrQFLDGH*HVWmR&RPSDUWLOKDGDFRPSHWHGH-
GHOD]HUFRPDVDo}HVGHyUJmRVJRYHUQDPHQWDLVHPiUHDVD¿QV VHQYROYHUSDUFHULDVYLVDQGRjFRRSHUDomRP~WXDHDFRQFHQWUDomR
SURPRYHURHVSRUWHSUR¿VVLRQDOHPDUWLFXODomRFRPRVLVWHPDIH- GHHVSDoRVFRPXWLOLGDGHVS~EOLFDVSULYDGDVHRUJDQL]Do}HVQmRJR-
deral e setor privado; desenvolver políticas de formação contínua vernamentais nas áreas de transportes, alimentação de atletas e alo-
e de utilização esportiva; promover a organização das ações dos jamentos, material esportivo, dentre outros; integrar ações de coope-
órgãos estaduais e municipais voltadas para o desporto; outras ati- ração entre Estado e municípios para a ampliação de oportunidades,
vidades correlatas. melhoria e qualidades desportivas; outras atividades correlatas.

Didatismo e Conhecimento 102


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW  ¬ 6XEJHUrQFLD GH )RUPDomR H 5HQGLPHQWR FRPSHWH $UW)LFDFULDGRRFDUJRGH6HFUHWiULRGH(VWDGRGH(VSRUWHV
promover a capacitação de técnicos e árbitros com formação em e Lazer, sem referência.
esportes de alto rendimento; realizar as competições previstas nos
FDOHQGiULRV R¿FLDLV GDV HQWLGDGHV HVSRUWLYDV SURPRYHU R GHVHQ- $UW)LFDFULDGR XP FDUJRGHSURYLPHQWRHPFRPLVVmR
volvimento do esporte de base e de alto rendimento para atletas; GH&KHIHGH*UXSR)LQDQFHLUR6HWRULDOUHI4&LQWHJUDQWHGDHV-
FRRUGHQDUHDFRPSDQKDUDVDWLYLGDGHVGHFRQWUROHH¿VFDOL]DomRGRV trutura organizacional da Secretaria de Estado da Fazenda - SEFAZ,
FRQYrQLRV ¿UPDGRV GHVHQYROYHU HVWXGRV H DQiOLVHV VREUH SOHLWRV FRPDWXDomRQRkPELWRGD6(63257
programas, projetos e ações, em sua área; outras atividades corre-
latas. $UW)LFDPFULDGRVRVFDUJRVGHSURYLPHQWRHPFRPLVVmR
com suas nomenclaturas, quantitativos, referências e valores, para
$UW¬6XEJHUrQFLDGH(YHQWRVFRPSHWHFRRUGHQDUDVDo}HV atender às necessidades de funcionamento da SESPORT, constantes
dos centros esportivos visando à realização de estudos e pesquisas no Anexo III, que integra a presente Lei Complementar.
com vistas ao desenvolvimento do esporte; planejar, coordenar,
acompanhar e apoiar a realização de eventos estadual e municipal; $UW)LFDH[WLQWRR&RQVHOKR5HJLRQDOGH'HVSRUWRFULDGR
outras atividades correlatas. SHOD/HL'HOHJDGDQžGH

$UW¬6XEJHUrQFLDGH(VSRUWHH/D]HUGD,GDGHHSRU- $UW  )LFD R 3RGHU ([HFXWLYR DXWRUL]DGR D WUDQVIHULU GD


tadores de necessidades especiais compete incentivar o idoso e os SEDU para a SESPORT, por meio de créditos adicionais, os saldos
portadores de necessidades especiais a desenvolver atividades es- orçamentários das ações desenvolvidas pela Coordenação de Espor-
portivas e de lazer; pesquisar e elaborar projetos que congreguem tes Competição e pela Coordenação de Esportes Comunitário, bem
estes seguimentos esportivos; incentivar e criar programas de espor- como às de manutenção da Subsecretaria de Estado de Esportes e
te e lazer e atividades físicas que proporcionem melhor qualidade de aquelas relativas a pessoal e encargos sociais necessários ao cumpri-
vida e hábitos que estimulem a participação comunitária; desenvol- mento desta Lei Complementar.
ver projetos de acesso aos locais de desenvolvimento de atividades
de esporte e lazer; outras atividades correlatas. $UW)LFDR3RGHU([HFXWLYRDXWRUL]DGRDSURPRYHUDVDOWH-
UDo}HVQR3ODQR3OXULDQXDOSDUDRTXDGULrQLRQHFHVVi-
Art. 22. À Subgerência de Eventos de Esporte Social e Co- rias ao cumprimento desta Lei Complementar.
munitário compete planejar e promover ações voltadas à políticas
HVSRUWLYDVQRkPELWRFRPXQLWiULRHODERUDUH[HFXWDUVXSHUYLVLRQDU $UW  )LFD R 3RGHU ([HFXWLYR DXWRUL]DGR D UHJXODPHQWDU D
e controlar os calendários e programações de projetos desportivos SUHVHQWH/HL&RPSOHPHQWDUQRSUD]RGH QRYHQWD GLDVDFRQWDU
comunitários e acompanhar os eventos realizados no Estado; asses- da data de sua publicação.
sorar tecnicamente a realização de eventos promovidos por asso-
ciações, prefeituras ou grupos comunitários; elaborar propostas de $UW(VWD/HL&RPSOHPHQWDUHQWUDHPYLJRUQDGDWDGHVXD
ações que permitam a formação nas diversas modalidades desporti- publicação.
vas da população em geral, principalmente, em nível regional e/ou 3DOiFLRGD)RQWH*UDQGHHP9LWyULDHPGHPDLRGH
municipal; outras atividades correlatas.
3$8/2&(6$5+$5781**20(6
$UW  ¬ 6XEJHUrQFLD GH (VSRUWH GH &RPSHWLomR FRPSHWH *RYHUQDGRUGR(VWDGR
planejar, orientar e coordenar as atividades de caráter amadorista e
HVWXGDQWLODSRLDUUHDOL]Do}HVDPDGRULVWDHSUR¿VVLRQDOSURPRYLGDV
por federações desportivas, prestando-lhes a devida orientação téc- LEI Nº 8 641
nica; realizar estudos, pesquisas e levantar dados que informem a
VLWXDomRGRGHVSRUWRDPDGRUHSUR¿VVLRQDOHPWRGDVDViUHDVPXQL- Institui o Programa Estadual de Incentivo à Realização de
cipal, estadual e federal; organizar e promover cursos de arbitragem Competições Esportivas no Estado do Espírito Santo.
e atualização técnica nas diversas modalidades desportivas em ação
conjunta com as federações; outras atividades correlatas. O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

$UW¬6XEJHUrQFLDGH(VSRUWH(GXFDFLRQDOH/D]HUFRP- Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono


pete coordenar e implementar as políticas relativas ao esporte edu- a seguinte Lei:
cacional e lazer; planejar e coordenar projetos, ações, capacitação
de recursos humanos destinados ao esporte escolar; coordenar e $UWž)LFDLQVWLWXtGRQR(VWDGRGR(VStULWR6DQWRR3URJUDPD
DFRPSDQKDUDVDWLYLGDGHVHVSRUWLYDVHGHOD]HUFRQWURODUH¿VFDOL]DU Estadual de Incentivo à Realização de Competições Esportivas de
RV FRQYrQLRV ¿UPDGRV UHDOL]DU HVWXGRV H SHVTXLVDV FRP YLVWD DR kPELWRPXQLFLSDOHVWDGXDOQDFLRQDOHLQWHUQDFLRQDO
desenvolvimento de esporte escolar; planejar, coordenar e avaliar 3DUiJUDIR~QLFR)LFDPLQFOXtGDVQR3URJUDPDDVFRPSHWLo}HV
ações voltadas à proteção, ao resgate e ao incentivo de esporte esco- paradesportivas.
lar; outras atividades correlatas.
$UWž23URJUDPDGHTXHWUDWDRDUWLJRžWHUiFRPRREMHWLYRV
$UW  2 FDUJR GH 6HFUHWiULR GH (VWDGR GD (GXFDomR H (V- EXVFDU DSRLR ¿QDQFHLUR PpGLFR H WpFQLFR H DVVHJXUDU ORFDO FRP
portes, sem referência, passa a intitular-se Secretário de Estado da a devida estrutura de segurança, para a realização de competições
Educação, sem referência. esportivas no Estado.

Didatismo e Conhecimento 103


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$UW ž 6y SRGHUmR UHFHEHU R DSRLR GR 3URJUDPD DV FRPSH- Art. 2º Poderão, também, pleitear a concessão da Bolsa os
WLo}HV R¿FLDLV UHDOL]DGDV SHODV IHGHUDo}HV HVSRUWLYDV HVWDGXDLV RX atletas de reconhecido destaque, de modalidades não olímpicas ou
pelas confederações esportivas brasileiras, mediante apresentação não paraolímpicas que não sejam vinculadas ao COI ou ao Comitê
GH3URMHWR2¿FLDO'HVFULWLYRGHWRGDHVWUXWXUDGDFRPSHWLomRRQGH Paraolímpico, mediante indicação dos dirigentes das entidades dos
deverá constar o levantamento do custo da mesma, comprovado por respectivos esportes, referendado por histórico de resultados e situa-
orçamento de empresa legalmente constituída e hábil a prestar o ser- ção no “ranking” estadual, nacional e/ou internacional da respectiva
viço e, ainda, apresentação de plano de aplicação dos recursos. modalidade.

3DUiJUDIR~QLFR$VHQWLGDGHVUHIHULGDVQR³FDSXW´GHVWHDUWLJR $UWž&DEHDR&RQVHOKR(VWDGXDOGH(VSRUWHVH/D]HUSHULR-
para efeito de recebimento do apoio do Programa, só poderão reali- GLFDPHQWH UDWL¿FDU RX VXVSHQGHU R EHQHItFLR PHQVDO FRQFHGLGR
zar atividades previstas no seu Estatuto. diante do recebimento de relatórios encaminhados pelas federações
correspondentes, atestando resultados e dedicação de seus atletas
$UWž23RGHU([HFXWLYRSRGHUiLPSOHPHQWDUR3URJUDPD(V- EHQH¿FLiULRV
tadual de Incentivo à Realização de Competições Esportivas, atra-
vés do seu órgão competente, facultando-lhe, ainda, a realização de $UWž$%ROVD$WOHWD&DSL[DEDVHUiFRQFHGLGDSHORSUD]RGH
FRQYrQLRV FRP DV DGPLQLVWUDo}HV S~EOLFDV PXQLFLSDLV H SDUFHULDV XP XP DQRFRQ¿JXUDQGR GR]H UHFHELPHQWRVPHQVDLVSRGHQ-
com a iniciativa privada, para que os objetivos contidos no artigo 2º do ser renovada por iguais períodos.
desta Lei sejam alcançados.
$UWž$FRQFHVVmRGD%ROVD$WOHWD&DSL[DEDQmRJHUDTXDO-
3DUiJUDIR~QLFR9(7$'2 TXHUYtQFXORHQWUHRVDWOHWDVEHQH¿FLDGRVHDDGPLQLVWUDomRS~EOLFD
estadual.
$UW ž 2 FULWpULR SDUD DV FRPSHWLo}HV UHFHEHUHP R DSRLR GR
Programa deverá ser o da alternatividade das modalidades esporti- $UWž$VGHVSHVDVGHFRUUHQWHVGDFRQFHVVmRGD%ROVD$WOHWD
vas e o retorno que as mesmas trarão para o Estado sob o aspecto Capixaba correrão por conta dos recursos orçamentários da Secreta-
turístico, social e econômico. ria de Estado de Esportes e Lazer.

$UWž$VGHVSHVDVGHFRUUHQWHVGDDSOLFDomRGHVWD/HLFRUUHUmR $UWž2VDWOHWDVEHQH¿FLDGRVSUHVWDUmRFRQWDGRVUHFXUVRV¿-
por conta de dotações orçamentárias próprias, que serão suplemen- QDQFHLURVUHFHELGRVQDIRUPDHQRVSUD]RV¿[DGRVHPUHJXODPHQWR
tadas se necessário.
$UW ž )LFD R 3RGHU ([HFXWLYR DXWRUL]DGR D DEULU RV FUpGLWRV
$UWž9(7$'2 adicionais necessários ao cumprimento desta Lei.

$UWž(VWD/HLHQWUDHPYLJRUQDGDWDGHVXDSXEOLFDomR $UWž)LFDPDXWRUL]DGDVDVDOWHUDo}HVQR33$SDUDRTXDGULr-
QLRQHFHVViULDVDRFXPSULPHQWRGHVWD/HL
3DOiFLRGD)RQWH*UDQGHHP9LWyULDGHRXWXEURGH
3$8/2&(6$5+$5781**20(6 $UW(VWD/HLVHUiUHJXODPHQWDGDQRSUD]RGHDWp QRYHQ-
*RYHUQDGRUGR(VWDGR ta) dias a contar da data de sua vigência.

LEI QUE CRIA O BOLSA-ATLETA CAPIXABA $UW(VWD/HLHQWUDHPYLJRUDSDUWLUGHž


LEI Nº 9.366
3DOiFLR$QFKLHWDHP9LWyULDGH'H]HPEURGH
Institui o Programa Bolsa-Atleta Capixaba e dá outras provi-
dências. 3$8/2&(6$5+$5781**20(6
2*29(51$'25'2(67$'2'2(63Ë5,726$172 *RYHUQDGRUGR(VWDGR
Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono
a seguinte Lei: TRANSFORMAÇÃO DO ESPORTE EM ESPETÁCULO E
EM NEGÓCIO.
$UWž)LFDFULDGRR3URJUDPD%ROVD$WOHWD&DSL[DEDGHVWLQD-
do a atletas praticantes do desporto de rendimento em modalidades Na realidade empresarial, institucional e social brasileira iden-
olímpicas e paraolímpicas, bem como naquelas modalidades vincu- WL¿FDPVHGLIHUHQWHVS~EOLFRVHQYROYLGRVHQWUHDVSRVVLELOLGDGHVGR
ladas ao Comitê Olímpico Internacional - COI e ao Comitê Parao- Negócio do Esporte, assim como em todo o globo. Os investimentos
OtPSLFR,QWHUQDFLRQDOQRYDORUDQXDOJOREDOGHDWp VHWH- YHUL¿FDGRVDSRQWDPR(VSRUWHFRPRRSURGXWRFRPPDLRUSRWHQFLDO
centos e cinquenta mil) Valores de Referência do Tesouro Estadual de crescimento nos próximos anos. O interesse de agentes econômi-
957(VD¿PGHSRVVLELOLWDUDFRQWLQXLGDGHGHWUHLQDPHQWRjTXHOHV cos nos desportos congrega, inevitavelmente, as formas de comu-
que tenham obtido destaque em suas modalidades esportivas. nicação de massa; portanto, a utilização da Mídia nesse processo é
3DUiJUDIR ~QLFR 3DUD R SURSyVLWR GH TXH WUDWD R FDSXW GHVWH fundamental. É importante a observação da relação das partes que
artigo, os atletas serão selecionados e adotados, anualmente, tendo compõem esse mercado, - a mídia, os atletas e equipes, as próprias
como critério a colocação no “ranking” estadual, nacional e/ou in- empresas e instituições, as confederações esportivas e a sociedade
ternacional de cada modalidade. GHFRQVXPRFDGDTXDOFRPVHXVLQWHUHVVHVDOpPGDUHÀH[mRFUtWLFD

Didatismo e Conhecimento 104


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
sobre o papel dos meios de comunicação: a manipulação ou am- impõem-lhe como que uma desconfortável imobilidade: para
SOLDomRGDFRQVFLrQFLDGDRSLQLmRS~EOLFDDLQYHVWLJDomRVREUHRV inocentá-la, gela-a. É que o mito é uma fala roubada e restituída.
mecanismos ideológicos e a produção das ideias dominantes. Para Simplesmente, a fala que se restitui não é exatamente a mesma que
tanto, ressalta-se os pensamentos de alguns autores das correntes foi roubada: trazida de volta, não foi colocada no seu lugar exato. É
teóricas do estruturalismo, da escola de Frankfurt e do pós-estru- HVVHEUHYHURXERHVVHPRPHQWRIXUWLYRGHIDOVL¿FDomRTXHFRQVWLWXL
WXUDOLVPR(VVDUHÀH[mRWHyULFDHFUtWLFDDUHVSHLWRGRVSURFHVVRV o aspecto transido da fala mítica.
comunicacionais de massa, fornecem subsídios indispensáveis à in- E os mitos ídolos do esporte - cuja imagem de heróis vencedo-
vestigação das relações entre comunicação e mercado, sob a ótica do res é amplamente explorada pelos investidores, agentes do capitalis-
chamado Marketing Esportivo. mo - nos remete à perspectiva de Barthes sobre O Mito, na Direita,
em que é essencial: bem alimentado, de Leites Nestlé e Parmalat,
9LVLWDQGRR0LWRBartKHVUHWUDWDRVPHFDQLVPRVGDPLWL¿FD- lustroso, com Bombril, expansivo, como a Coca-Cola ou o McDo-
ção, que reduz o signo à forma, deformando o sentido original, em- nalds, falador, como as redes de TV e rádio, e inventa-se continua-
pobrecendo o contexto histórico, pela repetição e eternização. Cria- mente pela classe dominante. Apodera-se de tudo: justiças, morais,
VHSRUWDQWRRXWURVHQWLGRSDUDRS~EOLFRWUDQVIRUPDQGRDKLVWyULD estéticas, diplomacias, artes domésticas, literatura e espetáculos,
HPQDWXUH]DSRLVDIRUPDSURGX]RFRQFHLWRSHUPLWLQGRD³VLJQL¿- inclusive os esportivos.
cação”, que é o próprio mito. Podem-se ilustrar esses mecanismos:
A sua expansão tem a exata medida da omissão do nome bur-
a mídia necessita - para seus objetivos comerciais, editoriais e de
guês. A burguesia pretende conservar o ser sem o parecer: é, por-
programação - da audiência de campeonatos fortes como espetáculo
WDQWRDSUySULDQHJDWLYLGDGHTXHVROLFLWDLQ¿QLWDPHQWHRPLWR2
e de atletas carismáticos como seus personagens reais, os mitos, para
oprimido não é coisa nenhuma, possui apenas uma fala, a de sua
alimentarem a avidez de consumo do esporte pela população, em
emancipação, o opressor é tudo, a sua fala é rica, multiforme, ma-
qualquer classe social e em qualquer tempo. É quando assistimos
leável, dispõe de todos os graus possíveis de dignidade: tem a posse
DRDWOHWDtGRORGHRXWURUDQDPtGLDTXHRFRQFHLWRGHVLJQL¿FDomR
exclusiva da metalinguagem. O oprimido faz o mundo, possui ape-
PDQLIHVWDVHHPWRGDDVXDDSURSULDomR$LPDJHPGH0DQp*DU-
nas uma linguagem ativa, transitiva (política). O opressor conser-
rincha, por exemplo, vem até nós para nos obrigar a reconhecer o
va o mundo, a sua fala é plenária, intransitiva, gestual, teatral: é o
corpo de intenções que o motivou e o colocou ali como sinal de uma
KLVWyULDLQGLYLGXDOGHJrQLRGRIXWHEROFRPRXPDFRQ¿GrQFLDHXPD Mito; a linguagem do oprimido tem como objetivo a transformação,
cumplicidade: é um verdadeiro apelo que a mídia nos dirige. Esse a linguagem do opressor, a eternização. Os investimentos interna-
apelo para se tornar mais imperativo, consentiu todos os empobreci- cionais - cada vez maiores nas atividades econômicas relacionadas
PHQWRVWXGRRTXHMXVWL¿FDYDRKRPHP0DQp*DUULQFKDVXDYLGD ao esporte no Brasil – absorvem o mercado esportivo como negócio
quase miserável, seu problema de alcoolismo, sua pouca instrução PXLWROXFUDWLYR$¿QDOOHYDQGRVHHPFRQWDTXHXPDGDVYHUGD-
etc., tudo isso desapareceu; permaneceu apenas um sinal breve, in- deiras forças do Brasil é o esporte, e que a televisão brasileira é am-
discutível: suas jogadas magistrais, seus dribles desconcertantes. O plamente engajada no sistema capitalista, a burguesia produz, com
apelo é tão franco, que a sensação é a deste mito ter sido criado no facilidade, mitos em grande quantidade no meio esportivo.
instante em que assistimos a um documentário, somente para nós, Como visto, a mídia tem necessidade de produção de novas
como um objeto mágico surgindo no nosso presente, sem nenhum “mercadorias”. O capitalismo cria mitos profanos, cotidianamente:
vestígio da história que o produziu, assim como Barthes considera. pessoas que têm uma aparência comum, de origem em camadas po-
(VWDIDODLQWHUSHODWLYDpVLPXOWDQHDPHQWHXPDIDODSHWUL¿FDGD pulares. O esporte é uma possibilidade de ascensão social a esses
no momento que me atinge, suspende-se, gira sobre si própria, e que sonham em ser candidatos a mito, e ser veículo para algum tipo
UHFXSHUDXPDJHQHUDOLGDGH¿FDWUDQVLGDSXUDLQRFHQWH$DSURSULD- de consumo. Esse consumo é proporcionado pelo entretenimento,
ção do conceito é assim, de repente, afastada pela literalidade do SHODLQIRUPDomRHPXLWDVYH]HVSHODSDL[mR$SDUWLUGDtRVUHÀH-
sentido físico do termo: a imperialidade francesa condena os negros xos nos consumidores serão persuasivos perante um produto, um
TXHID]DVDXGDomRPLOLWDUDQmRVHUQDGDPDLVGRTXHXPVLJQL¿- serviço, uma marca, uma organização. Barthes nos faz examinar o
cante instrumental, o negro interpela-me em nome da imperialidade papel das classes dominantes, permitindo desenvolver o tema sobre
francesa; mas, ao mesmo tempo, a saudação militar do negro torna- a mídia e o esporte nacional (Seleção Brasileira de Futebol na Copa
VHHVSHVVDYLWUL¿FDGDSHWUL¿FDGDQXPFRQVLGHUDQGRHWHUQRGHVWL- GHHRMDUJmRR¿FLDO³3UD)UHQWH%UDVLO´SRUH[HPSOR HRVLQ-
nado a fundar a imperialidade francesa. Essa consideração lembra vestidores capitalistas, compostos por empresas e instituições, que
os imigrantes das colônias francesas e os descendentes destes que já experimentaram e aprovaram, na comunicação da sua imagem, a
MRJDUDPQDVHOHomRGHIXWHEROGD)UDQoDQD&RSDGHFRQGHQDQ- utilização de mitos esportivos (Pelé, Ayrton Senna, Seleção Brasilei-
GRRVDVHUDTXHOHVLJQL¿FDQWHLQVWUXPHQWDO$LPDJHPGHVVHV³FR- UDGH9{OHLGD2OLPStDGDHWF TXHSURSRUFLRQDUDPSHORVPHLRV
ORQL]DGRV´SHU¿ODGRVODGRDODGRDRVMRJDGRUHVJHQXLQDPHQWHIUDQ- de comunicação: alta credibilidade e consistente reconhecimento da
FHVHVQD&RSDHPTXHIRUDPFDPSH}HVWRUQDVHRHWHUQRYLWUL¿FDGR RSLQLmR S~EOLFD HPSDWLD HQWUH D SRSXODomR H XPD PDUFD JUDQGH
HSHWUL¿FDGRGHVWLQDGRDFRQVROLGDUDLJXDOGDGHIUDQFHVD poder de penetração em mercados potenciais, difusão de informação
É o esporte na mídia como veículo do poder. Os «colonizados» no dia-a-dia das pessoas, ser sempre notícia. Outro aspecto: já que
sofrem discriminação racial pelos considerados franceses genuíno. o mito possui um caráter imperativo, poderia - por meio do esporte
2 PLWR GD VHOHomR IUDQFHVD ©PLVFLJHQDGDª DPHQL]D HVVH FRQÀLWR HGDPtGLDFRQVFLHQWL]DUDMXYHQWXGHHDRSLQLmRS~EOLFDHPJHUDO
aos olhos do mundo. À superfície da linguagem, algo se mobiliza; sobre sociabilidade e cidadania, cultura e estilo de vida saudável
R XVR GD VLJQL¿FDomR HVWi HVFRQGLGR VRE R IDWR GDQGROKH XP DU - longe da marginalidade e das drogas - e até mesmo uma sensibili-
QRWL¿FDGRU PDV VLPXOWDQHDPHQWH R IDWR SDUDOLVD D LQWHQomR ]DomRSUR¿VVLRQDO

Didatismo e Conhecimento 105


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Ideias de Louis Althusser vendedores de jornais que, apoiados em sua bicicleta, comentam os
resultados de uma competição de ciclismo. Não é sem razão que os
O também estruturalista Althusser presume que toda formação editores de jornais organizam competições reservadas a seus em-
social surge de um modo de produção dominante e, para existir, toda pregados jovens. Tais corridas despertam um imenso interesse entre
formação social, ao mesmo tempo em que produz, e para poder pro- aqueles que delas participam, pois o vencedor tem a oportunidade
duzir, tem que reproduzir as condições de produção. Então pode- GHGHL[DUDYHQGDGHMRUQDLVSHODVLWXDomRGHFRUUHGRUSUR¿VVLRQDO
mos dizer que, o processo de produção põe em movimento as forças 'HPRGRLGrQWLFRJUDoDVDRV¿OPHVGHDWXDOLGDGHVTXDOTXHUSHVVRD
produtivas existentes em e sob a vigência das relações de produção tem a sua chance de aparecer na tela. Pode ser mesmo, que venha
GH¿QLGDV'LVVHPRV HHVWDWHVHDSHQDVUHSHWLDFpOHEUHVSURSRVLo}HV a ocasião de aparecer numa verdadeira obra de arte... Não há nin-
do materialismo histórico) que Marx concebe a estrutura de toda a JXpPKRMHHPGLDDIDVWDGRGDSUHWHQVmRGHVHU¿OPDGRHD¿PGH
VRFLHGDGHFRPRFRQVWLWXtGDSRU³QtYHLV´RX³LQVWkQFLDV´DUWLFXODGDV melhor entender essa pretensão, vale considerar a situação atual dos
SRUXPDGHWHUPLQDomRHVSHFt¿FDDLQIUDHVWUXWXUDRXEDVHHFRQ{PL- escritores.
ca (“unidade” de forças produtivas e relações de produção) e a supe- Podem-se investigar as características do capitalismo e a dire-
UHVWUXWXUDTXHFRPSUHHQGHGRLV³QtYHLV´RX³LQVWkQFLDV´DMXUtGLFR- ção em substituir os processos sociais em processos mercantilistas e
-política (o direito e o Estado) e a ideológica (as distintas ideologias, estudar a industrialização da produção cultural, ambiguamente de-
religiosa, moral, jurídica, política, etc...). PRFUiWLFDHPDQLSXODGRUDWUDoDQGRVHXPSDUDOHORj³LQG~VWULD´GR
,VVRSRVVLELOLWDXPDLQWHUHVVDQWHUHÀH[mRVREUHDVUHODo}HVGH esporte, cujos artistas (equipes e atletas) se submetem às produções
um investidor que, aplicando recursos nos Negócios do Esporte, (organização de eventos e transmissões em rádio e TV). Os con-
interage com seus fornecedores, seus revendedores, seus consumi- IURQWRVHVSRUWLYRVSRGHPVHUXPDDSDULomR~QLFDGHXPDUHDOLGDGH
GRUHV VHX S~EOLFRDOYR SRWHQFLDO RV IRUPDGRUHV GH RSLQLmR VHXV quando vistos in loco nas praças desportivas, ou reproduções próxi-
IXQFLRQiULRVRSRGHUS~EOLFRDOpPGHDWOHWDVRXHTXLSHVGRVVHXV mas às massas, quando assistidos ou ouvidos na mídia eletrônica. A
torcedores, as federações esportivas e os meios de comunicação. LPSRUWkQFLDGD79SDUDDFRPXQLFDomRYLDHVSRUWHpDSRQWDGDFRPR
Outro ponto a ser examinado, é o fato de que, os AIEs (Aparelhos YLWDOSDUDRDXPHQWRGRS~EOLFRFRQVXPLGRUHSDUDDVREUHYLYrQFLD
Ideológicos de Estado) compreendem várias instituições. “Enume- dos clubes e atletas. A tendência é o investimento em: a) tecnologia
UDPRV QDV IRUPDo}HV VRFLDLV FDSLWDOLVWDV FRQWHPSRUkQHDV XP Q~- da reprodução, privilegiando o espetáculo nas transmissões televi-
mero relativamente elevado de aparelhos ideológicos de Estado: o sivas e b) arenas esportivas menores como cenário, “quase um es-
aparelho escolar, o aparelho religioso, o aparelho familiar, o apare- W~GLR´FRPFRQIRUWRHUHTXLQWHSDUDRVPDLVDEDVWDGRVXPFDUiWHU
~QLFRGD³REUDGHDUWH´HVXDLQVHUomRKLVWyULFDKLFHWQXQF DXWHQ-
lho político, o aparelho sindical, o aparelho de informação, o apare-
ticidade da presença do evento no próprio local onde se encontra).
lho cultural etc...”. Essa análise é importante, já que todos os AIEs
Para Adorno e Horkheimer, a industrialização e o sistema cul-
contribuem para um mesmo resultado: a reprodução das relações de
tural fragmentado de racionalidade técnica a serviço da dominação,
produção, isto é, das relações capitalistas de exploração.
deixam claros os pontos a se observar, principalmente a manipula-
Althusser propõe uma teoria da ideologia em geral como uma
omRGDVQHFHVVLGDGHVGRS~EOLFRHGDLQG~VWULDFXOWXUDOGHSHQGHQWH
representação da relação imaginária dos indivíduos com suas con-
dos setores empresariais mais poderosos. Os investidores buscam
dições reais de existência. Ele defende a tese de que a ideologia tem o seu diferencial, utilizando o esporte e os meios de comunicação.
uma existência material. A ideologia reconhece, apesar de sua de- O cinema e o rádio não precisam mais se apresentar como arte.
formação imaginária, que as ‘ideias’ de um sujeito humano existem A verdade de que não passam de um negócio, eles a utilizam como
ou devem existir em seus atos, e que quando isso acontece, ela lhe uma ideologia destinada a legitimar o lixo que propositalmente pro-
atribui outras ideias correspondentes aos atos (mesmo perversos) GX]HP (OHV VH GH¿QHP D VL PHVPRV FRPR LQG~VWULDV H DV FLIUDV
que ele de fato pratica. Essa ideologia fala de atos; nós falaremos de publicadas dos rendimentos de seus diretores gerais suprimem toda
atos inseridos em práticas. E essas práticas são regidas por rituais em G~YLGDTXDQWRjQHFHVVLGDGHVRFLDOGRVVHXVSURGXWRV2HVSRUWHQD
que elas se inscrevem, dentro da existência material de um aparelho PtGLDpDSUySULDLQG~VWULDGDGLYHUVmRRSURORQJDPHQWRGRWUDEDOKR
ideológico, nem que seja numa pequena parte desse aparelho: uma e as operações padronizadas, que geram as reações esperadas por
pequena missa numa igrejinha, um enterro, um pequeno jogo num parte do espectador: a promessa do prazer associado ao consumo
clube esportivo, um dia de aula numa escola, uma reunião de um (consumidor eterno). O esporte na mídia é persuasivo no desejo da
partido político, etc. ascensão social, na ideia de felicidade (sorte, talento), mantendo a
Uma simples transmissão televisiva de um presidente home- ideologia do capitalismo.
nageando uma seleção de futebol, por exemplo, ganha dimensões
de sustentação da superestrutura dominante, estabelecendo a per- O poder da imagem via esporte
manência das atuais relações entre o poder político e econômico e a
classe trabalhadora. Pode-se revisitar a questão já abordada anteriormente por Ben-
MDPLQ TXDQGR FLWDGD D LPSRUWkQFLD GD PtGLD SDUD D FRPXQLFDomR
A Manipulação pelo esporte, na tendência à valorização do espetáculo pela TV. A
imagem televisiva da arena de competição como cenário é um simu-
Para o importante integrante da Escola de Frankfurt Walter lacro. “A simulação põe em causa a diferença do ‘verdadeiro’ e do
Benjamin, a mídia, pela sua capacidade de reprodução, permite o ‘falso’, do ‘real’ e do ‘imaginário’. O simulador está ou não doen-
acesso das camadas sociais menos privilegiadas às obras culturais. te, se produz ‘verdadeiros’ sintomas?” (Baudrillard). Além disso,
Tanto como apreciador quanto como participante. A técnica do ci- observa-se hoje, o anseio de transformar as praças esportivas em
nema assemelha-se àquela do esporte, no sentido de que todos os verdadeiros centros de consumo - como um shopping -, com res-
espectadores são, nos dois casos, semiespecializas. Basta, para isso taurantes, lojas, outras atividades de lazer etc., a exemplo do que já
¿FDU FRQYLQFHQWH KDYHU HVFXWDGR DOJXP GLD XP JUXSR GH MRYHQV ocorre nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos.

Didatismo e Conhecimento 106


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
A mídia é a impulsionadora da disseminação do esporte - e 6HULDSUHFLVRHQ¿PDQDOLVDURVGLIHUHQWHVHIHLWRVGDLQWHQVL¿FD-
consequentemente do Negócio do Esporte - pela ocupação cada ção da competição entre as nações que a televisão produziu através
vez maior de tempo e espaço principalmente na TV. Pierre Bordieu da planetarização do espetáculo olímpico, como o aparecimento
HQIDWL]D D DPSOLDomR GD FDSDFLGDGH GH FRPSUHHQVmR GR S~EOLFR H de uma política esportiva dos Estados orientados para os sucessos
o poder da TV. O peso das instituições, a posição dominante dos internacionais, a exploração simbólica e econômica das vitórias e
PHLRVGHFRPXQLFDomRRDMXVWHjVHVWUXWXUDVPHQWDLVGRS~EOLFRR a industrialização da produção esportiva, que implica o recurso ao
FDPSRMRUQDOtVWLFRHRFRQWUROHGHYLVLELOLGDGHS~EOLFDDLPSRVLomR doping e a formas autoritárias de treinamento.
do sensacionalismo e a adulação das paixões elementares são todos No esporte, o atleta é apenas o sujeito aparente de um espetácu-
aspectos preciosos encontrados no ambiente do esporte e da mídia, lo que é produzido de certa maneira duas vezes: uma primeira vez,
por exemplo, nos Jogos Olímpicos. por todo um conjunto de agentes, atletas, treinadores, médicos, orga-
O referencial aparente é a manifestação “real”, isto é, um espe- nizadores, juízes, cronometristas, encenadores de todo o cerimonial,
táculo propriamente esportivo, confronto de atletas vindos de todo o que concorrem para o bom transcurso da competição esportiva no
mundo que se realiza sob o signo de ideais universalistas e uma ima- estádio; uma segunda vez, por todos aqueles que produzem a repro-
JHPFRPIRUWHFRORUDomRQDFLRQDOLVWDGHV¿OHSRUHTXLSHVQDFLRQDLV dução em imagens desse espetáculo, muitas vezes sob a pressão da
entrega de medalhas com bandeiras e hinos nacionais. O referencial concorrência e de todo o sistema das pressões exercidas sobre eles
oculto é o conjunto das representações desse espetáculo fotografa- pela rede de relações objetivas na qual estão inseridos. É na segun-
GR H SULQFLSDOPHQWH ¿OPDGR GLYXOJDGR SHODV WHOHYLV}HV VHOHo}HV da, dentro desses contextos, por meio das imagens, que a história
nacionais efetuadas no material em aparência nacionalmente indi- dos jogos olímpicos, em cada era, se perpetuará e será contada às
ferenciado (já que a competição é internacional) que é oferecido no futuras gerações.
estádio. Objeto duplamente oculto, já que ninguém o vê em sua tota- Como o Negócio do Esporte é instrumento da eternização do
lidade e ninguém vê que ele não é visto, podendo cada telespectador capitalismo, é necessário passar pela “eternização do presente” de
ter a ilusão de ver o espetáculo olímpico em sua verdade. F. Jameson. A relação do passado com o presente é uma questão
As emissoras de TV de cada país dão tanto espaço a um atleta de imagem (presente que se projeta no futuro). O poder da ima-
ou a uma prática esportiva, quanto mais eles forem capazes de sa- gem alicerça a valorização da ideia da liberdade de mercado, que se
tisfazer o orgulho nacionalista e, consequentemente os patrocinado- prende na materialidade, e da impossibilidade da individualidade.
res. A representação televisiva, embora apareça como um simples Interessante analisar o controle das imagens em um mercado incon-
registro transforma a competição esportiva entre atletas originários
trolável, assim como a onipresença dos meios de comunicação a que
de todo universo em um confronto entre campeões de diferentes na-
nos submetemos.
ções.
Para compreender esse processo seria preciso primeiro, analisar
a construção social do espetáculo olímpico, das próprias competi-
ções, mas também de todas as manifestações de que elas são cerca-
GDVFRPRRVGHV¿OHVGHDEHUWXUDHHQFHUUDPHQWR6HULDSUHFLVRHP POLÍTICA NACIONAL DO ESPORTE
seguida, analisar a produção da imagem televisiva desse espetáculo,
que, enquanto suporte de spots publicitários, torna-se um produto
comercial que obedece à lógica do mercado e, portanto, deve ser
concebido de maneira a atingir e prender o mais duradouramente
SRVVtYHORS~EOLFRPDLVDPSORSRVVtYHODOpPGHGHYHUVHURIHUHFLGD DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA Documento Principal
nos horários de grande audiência nos países economicamente domi- ‡'RFXPHQWRVGHVHQYROYLGRVHHODERUDGRVSHORV6HWRUHVGD&k-
QDQWHVHODGHYHVXEPHWHUVHjGHPDQGDGHS~EOLFRFXUYDQGRVHjV PDUD6HWRULDOGR(VSRUWHHP
SUHIHUrQFLDV GRV GLIHUHQWHV S~EOLFRV QDFLRQDLV SRU HVWH RX DTXHOH
esporte e mesmo às suas expectativas nacionais ou nacionalistas, por Documentos Legais
uma seleção ponderada dos esportes e das provas capazes de pro- ‡ $UW  GD &RQVWLWXLomR )HGHUDO GH  ‡ /HL Qž 
porcionar sucessos em seus países e satisfações a seu nacionalismo. GH  H VXD UHJXODPHQWDomR SHOR 'HFUHWR Qž  GH
$LPSRUWkQFLDGRVGLIHUHQWHVHVSRUWHVQDVFRQIHGHUDo}HVHVSRU- 
tivas internacionais dependem cada vez mais do seu sucesso televi- ‡ /HL Qž  GH  TXH DOWHURX GLVSRVLWLYRV GD /HL
sual e dos lucros econômicos relativos. As pressões da transmissão Qž  ‡ 0HGLGD 3URYLVyULD Qž  GH  TXH
afetam também cada vez mais a escolha dos esportes olímpicos, dos DOWHURXGLVSRVLWLYRVGD/HLQžHGLVS{VVREUHDRUJDQL]D-
lugares e dos momentos oferecidos e a própria duração das provas omRGD3UHVLGrQFLDGD5HS~EOLFDHGRV0LQLVWpULRVDOpPGHRXWUDV
e cerimônias. providências.
A atração é o campo de produção dos Jogos Olímpicos como ‡/HLQžGH /HLGH'LUHWUL]HVH%DVHVGD(GX-
espetáculo televisivo, ou melhor, como ferramenta de comunicação, cação Nacional Outros Documentos Importantes.
isto é, o conjunto das relações objetivas entre os agentes e as gran- ‡ ,QIRUPH ¿QDO GD 7HUFHLUD &RQIHUrQFLD ,QWHUQDFLRQDO GH 0L-
des redes de televisão, que disputam os direitos de retransmissão e nistros e Altos Funcionários Encarregados da Educação Física e do
os dólares dos representantes de poderosas marcas internacionais: (VSRUWH±
os patrocinadores. Para atender aos interesses destes, produtores da ‡3URSRVWDGH3ODQRSDUDR(VSRUWHGR%UDVLODSUHVHQWDGDSHOR
imagem destinada à TV estão comprometidos, orientando um traba- Panathlon Internacional, de autoria do Prof. Henrique Nicolini.
lho individual e coletivo de construção da representação dos Jogos: ‡ 3ODQR 1DFLRQDO GH 'HVHQYROYLPHQWR GR (VSRUWH SXEOLFDGR
seleção, enquadramento e montagem das imagens. HP

Didatismo e Conhecimento 107


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
CONTEXTO ESPORTIVO BRASILEIRO 2 JUDQGH LGHyORJR GR WH[WR GR DUWLJR  IRL$OYDUR 0HOR )LOKR
A Evolução da Legislação Esportiva Brasileira A Legislação e quem apresentou-o na Assembléia Constituinte foi o presidente
Esportiva Brasileira teve na sua história apenas cinco leis do esporte: do Conselho Nacional de Desportos (CND), prof. Manoel Tubino.
ž 2'HFUHWR/HLQžGHž $/HLQžGH $SHVDUGRJUDQGHQ~PHURGHHPHQGDVRWH[WRIRLPDQWLGRQDVXD
ž $/HLQž /HL=LFR GHž $/HL essência, graças a determinação do relator da Comissão de Educa-
Qž /HL3HOp GHž $/HLQž /HL0DJXLWR ção, Artur da Távola.
9LOHOD GH1XPDSHTXHQDVtQWHVHLQLFLDOSHUFHEHVHTXH eHYLGHQWHTXHDSyVD&RQVWLWXLomRGHWHULDTXHRFRUUHU
RVGRLVSULPHLURVGRFXPHQWRVOHJDLVR'HFUHWR/HLQžHD/HL XPDQRYDOHLSRLVDDQWLJD/HLHVWDYDFRPSOHWDPHQte in-
SHUWHQFHPDRVSHUtRGRVFRQKHFLGRVFRPRDXWRULWiULRVTXHR compatibilizada com o novo status quo. Foi então que surgiu a Lei
Brasil já ultrapassou, o Estado Novo e o Período Militar de Poder. Já QžHPGHMXOKRGHPDLVFRQKHFLGDFRPR/HL=LFRTXH
DVOHLV /HL=LFR HD /HL3HOp SRGHPVHUFRQVLGHUDGDV YLULDDVHUUHJXODPHQWDGDSHOR'HFUHWRQžGHGHQRYHPEURGH
FRPRFRQVHTrQFLDVQDWXUDLVGRDUWLJRGD&RQVWLWXLomR)HGHUDO 2PDLVLPSRUWDQWHGHVWDOHLIRLRIDWRGDPHVPDVHUXPDOHL
GH)LQDOPHQWHD/HLUHFHQWHPHQWHDSURYDGDHMiFRQKH- conceitual e principiológica. Além disso, foi a Lei Zico que rompeu
cida como Lei Maguito Vilela, nada mais é do que um ajustamento GH¿QLWLYDPHQWHDWXWHODHVWDWDOVREUHRHVSRUWHEUDVLOHLURDWHQGHQGR
na Lei Pelé, em função das pressões existentes no futebol brasileiro, RVSUHFHLWRVGD&RQVWLWXLomRGH
por causa da lei anterior. A Lei Zico teve uma grande contribuição de Artur da Távola.
Para o entendimento desta evolução da legislação esportiva A extinção do CND, a preconização de critérios e diretrizes para a
brasileira, é importante explicitar algumas observações conjuntu- organização e funcionamento das entidades esportivas foram mar-
rais que permitem as interpretações das etapas correspondentes a cas desta lei.
HVWDVOHLV1DGpFDGDGHRFRUULDPLQ~PHURVFRQÀLWRVQDiUHD &RPDFKHJDGDGR*RYHUQR)HUQDQGR+HQULTXH&DUGRVRIRL
do futebol brasileiro, que já era o esporte mais popular na nação. nomeado um Ministro Extraordinário de Esportes, Edson Arantes
O Estado, então, ao resolver regulamentar as atividades esportivas, do Nascimento (Pelé) que, com a contribuição de alguns esportistas,
estendem essa normatização além do futebol, atingindo todas as mo- apresentou projeto de lei, que viria a ser mais uma vez relatada por
dalidades esportivas praticadas no Brasil, estabelecendo o Decreto- Artur da Tavola. Esta lei recebeu o nome de “Lei Pelé”, e trouxe
/HLQžHPGHDEULOGH(VWHGHFUHWRWUDWRXGDVEDVHV LQ~PHURVDYDQoRVFRPRDH[WLQomRGRSDVVHGRMRJDGRUSUR¿VVLRQDO
da organização dos esportes no país e já no artigo segundo criava o de futebol, a pressão para que as associações esportivas (do futebol
&RQVHOKR1DFLRQDOGH'HVSRUWRV &1' GHVWLQDGRDRULHQWDU¿VFD- SULQFLSDOPHQWH VHWRUQDVVHPSUR¿VVLRQDLVHDLQGDPDQWHYHDSDUWH
lizar e incentivar a prática dos esportes em todo o território nacional. conceitual e principiológica da Lei Zico.
2 DXWRU LQWHOHFWXDO GHVWH GHFUHWROHL DVVLQDGR SRU *HW~OLR 9DUJDV Como as mudanças incidiam no futebol, vários interesses foram
foi João Lyra Filho. Com este decreto, estava instalada no Brasil ameaçados e este fato gerou uma resistência crescente que mais tar-
a burocratização e a cartorialização no esporte brasileiro, o que vi- de provocaria uma revisão da Lei Pelé.
ria obstaculizar os fatos esportivos brasileiros por muito tempo. O O Congresso Nacional passou a constituir-se palco desta nova
próprio CND viria a consolidar a tutela estatal sobre o Esporte com discussão sobre a Lei Pelé e os pontos considerados polêmicos fo-
as seguidas deliberações que cada vez mais tiravam a autonomia ram adaptados à nova conjuntura, invertendo-se algumas perspecti-
das entidades esportivas. Este quadro permaneceu até a metade da vas da Lei Pelé. Esta nova lei passou a ser conhecida como Lei Ma-
GpFDGDGHTXDQGRR%UDVLODWUDYHVVDYDXPQRYRSHUtRGRDXWR- JXLWR9LOHODDTXDODLQGDGHL[RXSRQWRVGHFRQÀLWRQDFRPXQLGDGH
ULWiULRTXHSHUGXURXGHD)RLQHVWHSHUtRGRTXHVDLXD nacional do futebol, que viriam a ser tratados pelo Poder Executivo,
/HLQžHPGHRXWXEURGH(VWHOHLIRLUHJXODPHQWDGD através do Ministério do Esporte e Turismo. O Ministro do Esporte
SHOR'HFUHWRQžGHGHDJRVWRGH5HJLVWUDVHTXH e Turismo, Carlos Melles, liderou um movimento de ajustamento da
esta lei e o seu decreto regulamentador mantiveram as imposições legislação brasileira para que o futebol nacional pudesse se adequar
burocráticas e disciplinadoras. Entretanto, foi nesta lei que pela pri- as suas necessidades do momento e ainda criou um Conselho Nacio-
meira vez um texto legal tratou da Política Nacional de Educação nal de Esporte, órgão destinado a acompanhar o processo do esporte
Física e Desportos e introduziu um Sistema Desportivo Nacional, brasileiro, buscando as soluções emergenciais, mas sem constituir-
além de também abordar, com normas, as entidades esportivas como -se num aparelho de Estado para interferir na autonomia das en-
as confederações, federações e clubes. A justiça esportiva também tidades. Ao contrário, pela representatividade dos Conselheiros, as
mereceu atenção neste documento legal. deliberações serão o atendimento das expectativas da comunidade
(VWH SDQRUDPD SHUPDQHFHX DWp R ¿P GR SHUtRGR PLOLWDU HP esportiva nacional.
TXDQGRR0LQLVWpULRGD(GXFDomRTXHWLQKDRHQWmRPLQLVWUR A Expansão Quantitativa das Práticas Esportivas no Brasil e
Marco Maciel como seu titular, criou sob a presidência de Manoel suas Desigualdades a expansão quantitativa das práticas esportivas
Tubino a Comissão de Reformulação do Esporte Brasileiro. Desta QR%UDVLOpYLVtYHOHHVWiH[SUHVVDQRFUHVFHQWHQ~PHURGHSUDWL-
FRPLVVmRVDtUDPLQGLFDo}HVGHUHIRUPXODomRDSDUWLUGDQHFHVVL- cantes formais e não-formais de esportes, de eventos esportivos,
dade de revisão do próprio conceito de esporte no Brasil. A grande GH SUR¿VVLRQDLV TXH RFXSDP R HVSDoR GH WUDEDOKR UHODFLRQDGR DR
conseqüência desta comissão, ou o seu melhor produto, foi a consti- fenômeno esportivo, de cientistas que direcionam seus estudos nas
WXFLRQDOL]DomRGRHVSRUWHEUDVLOHLURSHORDUWLJRGD&RQVWLWXLomR TXHVW}HVHVSRUWLYDVGHLQG~VWULDVFRPSURPHWLGDVFRPHTXLSDPHQ-
)HGHUDO GH  1R SUHkPEXOR GHVWH DUWLJR R (VSRUWH QR %UDVLO tos e materiais esportivos, de manifestações da mídia (TVs, rádios,
teve o seu conceito atualizado ao ser considerado como direito de jornais, sites, bancos de dados etc), de modalidades esportivas pra-
FDGDXP1HVWHPHVPRDUWLJR¿FDYDGHWHUPLQDGDDDXWRQRPLDGDV ticadas no país, de instalações esportivas espalhadas pelo território
entidades e associações esportivas. Desse modo, estava rompida a brasileiro e por muitos outros fatos. Esta expansão quantitativa pode
tutela do Estado sobre a Sociedade em relação à área do Esporte. VHU H[SOLFDGD SULQFLSDOPHQWH SRU D  FUHVFLPHQWR GHPRJUi¿FR GR

Didatismo e Conhecimento 108


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
país; b) desenvolvimento sócio-econômico; c) proliferação da mídia dividuais as práticas esportivas, têm sido desenvolvida, com ênfa-
HVSHFt¿FD LQFOXVLYHSHORVPHLRVLQWHUQDFLRQDLVGDPtGLD G EXVFD se, em todo o país, através de campanhas esclarecedoras, algumas
GHHQWUHWHQLPHQWRHTXDOLGDGHGHYLGDSHORKRPHPFRQWHPSRUkQHR FRPH[FHOHQWHH¿FiFLD$VH[SHULrQFLDVPXQLFLSDLVHYLGHQFLDPTXH
e) mais consciência e conhecimento do valor do esporte. Entretan- somente a presença de instalações e equipamentos ainda não são
to, numa análise desta expansão, não é difícil perceber que as desi- VX¿FLHntes para a adesão das populações aos programas de esporte
gualdades quanto à ocupação do esporte no território nacional ainda comunitário ou popular. Programas e campanhas consistentes são
persiste, embora em alguns casos tenha diminuído. A desigualdade imprescindíveis. O sucesso do programa “Agita São Paulo” é uma
de prática esportiva no país praticamente acompanha o nosso mapa prova inconteste da necessidade de orientação, acompanhamento e
de desigualdades sócio-econômicas. No esporte ainda ocorrem de- até avaliação, a qual, além de qualitativa deve ser quantitativa, uma
VLJXDOGDGHVHVSHFt¿FDVHPUHODomRjVPRGDOLGDGHVHVSRUWLYDV(P vez que o aumento da participação é o objetivo. Na manifestação
FDGD XP GRV HVSRUWHV H[LVWHP GHVSURSRUo}HV QRV SURFHVVRV GH ‡ esporte de rendimento é que se encontra a maior diversidade de si-
IRPHQWR‡LQLFLDomRHVSRUWLYD‡SUiWLFDHVSRUWLYDIHPLQLQD tuações e onde está expressa esta grande pluralidade do esporte bra-
Um dos pontos a serem adequados no esporte brasileiro será sileiro. Abaixo, listamos várias situações relativas às modalidades
justamente a correção destes processos. HVSRUWLYDV  2 )XWHERO EUDVLOHLUR p SUDWLFDGR JHQHUDOL]DGDPHQWH
&RQVLGHUDo}HVVREUHD'LQkPLFDGR(VSRUWH%UDVLOHLUR$SDUWLU em todo o país, com equipes de diversos níveis disputando compe-
GD&RPLVVmRGH5HIRUPXODomRGR(VSRUWH%UDVLOHLUR  HSULQ-
WLo}HVSUR¿VVLRQDLVUHJLRQDLVHQDFLRQDLV$OJXPDVHTXLSHVGHIX-
FLSDOPHQWH GD &RQVWLWXLomR )HGHUDO GH  R (VSRUWH EUDVLOHLUR
tebol mobilizam grandes massas de torcedores. É o maior interesse
pelo menos teoricamente e parcialmente em termos de prática, é
da mídia esportiva.
entendido sob o pressuposto do direito de todos ao esporte e as for-
2. Os Esportes Coletivos Terrestres com Bola (Basquetebol,
mas de exercício deste direito são o esporte educacional, o esporte
escolar, o esporte-lazer e o esporte de rendimento. A abrangência Voleibol, Futsal, Handebol, Vôlei de Praia) se apresentam em dife-
GHVWHHVSRUWHYHPGHVGHDLQIkQFLDFKHJDQGRjWHUFHLUDLGDGHSDV- UHQWHVSHUVSHFWLYDV‡HTXLSHVGHFOXEHVGHIXWHEROFRPJUDQGHVWRU-
sando pela adolescência, juventude e idade adulta. Como é direito de FLGDV‡HTXLSHVTXHUHSUHVHQWDPPXQLFtSLRV‡HTXLSHVGHHPSUHVDV
todos, evidentemente que existem práticas organizadas institucio- ‡HTXLSHVGHFOXEHVTXHQmRWHPIXWHEROSUR¿VVLRQDO‡HTXLSHVGH
nalmente e práticas não- formais também para as pessoas com ne- XQLYHUVLGDGHV‡HTXLSHVGHSHVVRDVItVLFDVTXHVHUHSUHVHQWDPVHP
cessidades especiais. A principal característica do esporte brasileiro instituições (ex: Vôlei de Praia)
é a pluralidade de situações. Interessante é que esta pluralidade ou ‡HTXLSHVUHVXOWDQWHVGHFRPELQDo}HVHQWUHDVRSo}HVDFLPD
diversidade ocorre nas quatro manifestações (esporte educacional, Os esportes coletivos com bola também se apresentam nas op-
esporte escolar, esporte-lazer e esporte de rendimento), o que está ções acima variando por modalidade. Outra observação é que exis-
expresso em quadros circunstanciais diferentes. O esporte educacio- tem clubes tradicionais em alguns esportes, cidades tradicionais em
nal, muitas vezes, é entendido equivocadamente como uma repro- algumas modalidades e até equipes itinerantes que trocam de loca-
dução do esporte de rendimento no ambiente escolar. Recordando- OLGDGHGHSHQGHQGRGRDSRLR¿QDQFHLUR1RFDVRGDVFLGDGHVWUDGL-
-se que o esporte educacional deve estar referenciado em princípios FLRQDLVSRGHVHDWpD¿UPDUTXHDLGHQWLGDGHGHDOJXQVPXQLFtSLRV
sócio-educativos e deve constituir-se como componente do processo estão relacionados com alguns esportes. Dois exemplos são Franca
educativo para a formação da cidadania, observa-se que nos esta- %DVTXHWHERO H6HUWmR]LQKR +yTXHLVREUH3DWLQV 2V(VSRUWHV
dos e municípios brasileiros existem poucos exemplos de prática 7UDGLFLRQDLV 2OtPSLFRV7HUUHVWUHV $WOHWLVPR *LQiVWLFD (VJULPD
de esporte educacional. O que existe, na verdade, são competições Tênis de Mesa, Tiro, Tiro ao Arco etc), praticados principalmente
estudantis de rendimento, conhecidas como esporte escolar, o que em clubes e as vezes em esquemas municipais em apenas alguns
não pode ser condenado, porque representa o exercício do direito HVWDGRVEUDVLOHLURV$OJXQVFRPHQWiULRVHVSHFt¿FRV‡2$WOHWLVPR
dos jovens de talento ao esporte e às possibilidades de ocupação distribuído irregularmente no país, carece de instalações e equipa-
PDLVWDUGHGHHVSDoRSUR¿VVLRQDOGHWUDEDOKRQHVWDRSomRGRHVSRU- mentos modernos. É praticado pelas classes de menor prestígio so-
te. A lamentar, apenas, o fato de que as oportunidades de prática cial, o que resulta na necessidade de mais investimentos. Fora Ma-
esportiva escasseiam para aqueles que não possuem talento ou bio- naus, os pólos principais estão nas regiões Leste e Sul. Apesar disso,
tipos adequados para o esporte de resultados. Com isto, muitos não a história esportiva brasileira tem sido contemplada com grandes he-
vivenciam nas escolas as práticas esportivas que contribuem para
UyLVFDPSH}HVHQXPQ~PHURFRQVLGHUiYHOGHPHGDOKDVROtPSLFDV
a formação da cidadania. Entretanto, existem várias experiências
‡$ *LQiVWLFD SUDWLFDGD QDV UHJL}HV /HVWH H 6XO QHFHVVLWD GH
YLWRULRVDVGHHVSRUWHHGXFDFLRQDOQRSDtVGHVGHR¿QDOGDGpFDGD
DSDUHOKRVGHXPFHUWRPRGRVR¿VWLFDGRV*HUDOPHQWHpGHVHQYROYL-
GH4XDQWRDRHVSRUWHOD]HUSRGHVHD¿UPDUpXPDUHVSRQVD-
GDQXPQ~PHURSHTXHQRGHFOXEHVEUDVLOHLURV1RQtYHOLQWHUQDFLR-
bilidade praticamente direta dos estados e municípios, pois atinge
as pessoas comuns e está invariavelmente ligado à disponibilidade nal o Brasil está distante dos primeiros colocados, sobrando apenas
de instalações e equipamentos, além da formulação de programas e algum destaque na América Latina;
campanhas para as práticas esportivas. É o Esporte Comunitário e ‡$(VJULPDSRXFRGHVHQYROYLGDQR%UDVLOSRUIDOWDGHHTXL-
sua principal característica é que ele atende somente a voluntários. pamentos, que são produzidos no exterior, é um esporte praticado
Atualmente, no Brasil, existem excelentes programas em alguns SRUXPQ~PHURUHGX]LGRGHLQVWLWXLo}HVGDVUHJL}HV/HVWHH6XO$
municípios, principalmente no Estado de São Paulo (São Caetano e Esgrima ainda carece de recursos humanos;
Sorocaba são bons exemplos). Alguns governos estaduais também ‡27rQLVGH0HVDGHSRLVGHXPUHODWLYRGHVHQYROYLPHQWRHQ-
apresentam ótimos programas de esporte-lazer, onde a participação trou num processo de estagnação, sem obter resultados expressivos
e o prazer são fundamentais. A grande responsabilidade de mudança LQWHUQDFLRQDLV3UHFLVDGHXPDXPHQWRPDUFDQWHQRQ~PHURGHSUD-
de hábitos das pessoas para que incorporem em suas culturas in- WLFDQWHVHFUHVFLPHQWRQRLQWHUFkPELRLQWHUQDFLRQDO

Didatismo e Conhecimento 109


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
‡27LURGHPXLWDWUDGLomRROtPSLFDHVWiH[WUHPDPHQWHGL¿- 2V(VSRUWHVGH,GHQWLGDGH&XOWXUDOFRPRD&DSRHLUD3H-
cultado no país, pelo avanço tecnológico das armas e a nossa con- teca, Tamboréu, Futevolei, são modalidades ainda pouco organiza-
seqüente inacessibilidade a esta tecnologia, e pela necessidade de das nacionalmente e que não tem recebido o devido apoio do poder
muita munição para treinamento; S~EOLFRHPERUDHVWHVHMDXPSUHFHLWRFRQVWLWXFLRQDO $UWGD
‡27LURDR$UFRHR/HYDQWDPHQWRGH3HVRVHPERUDWUDGLFLR- &RQVWLWXLomRGH $&DSRHLUDDRFRQWUiULRDRVSRXFRVYDLIX-
nais, são modalidades pouco elegidas para a prática no país. Poucos gindo deste status quo e chega, inclusive, em outros países. Ela tem
resultados expressivos em competições internacionais. sido objeto de livros, dissertações e teses em universidades.
2V(VSRUWHV$TXiWLFRV 1DWDomR6DOWRV2UQDPHQWDLV1DGR  2V (VSRUWHV ,QWHOHFWLYRV LVWR p DTXHOHV GH SRXFR PRYL-
Sincronizado e Pólo Aquático), tem que ser analisados separada- mento como o Xadrez, Bilhar, Aeromodelismo, etc, de boa difusão
PHQWH ‡ $ 1DWDomR GH YLVtYHO SURJUHVVR SHOR DSRLR UHFHELGR H interna no país, têm poucos resultados internacionais expressivos.
entusiasmo crescente da comunidade nacional deste esporte, tem 2V(VSRUWHVGH([SUHVVmR&RUSRUDOFRPRD*LQiVWLFD5tW-
REWLGRVLJQL¿FDWLYRVUHVXOWDGRVLQWHUQDFLRQDLVHXPDTXDQWL¿FDomR mica Desportiva, Aeróbica, Dança Esportiva etc, apresentam-se
FUHVFHQWHGRQ~PHURGHQDGDGRUHV FRPGLIHUHQWHVJUDXVGHGHVHQYROYLPHQWR$*LQiVWLFD5tWPLFD'HV-
SRUWLYDpSUDWLFDGDHPERPQtYHODSHQDVHPDOJXQVQ~FOHRVHVWD-
‡$RFRQWUiULRR1DGR6LQFURQL]DGRHRV6DOWRV2UQDPHQWDLV
GXDLV 3DUDQi0LQDV*HUDLV6mR3DXORH5LRGH-DQHLURSULQFLSDO-
FRP DOJXP SURJUHVVR QHFHVVLWDP GH XP DXPHQWR GR Q~PHUR GH
PHQWH $$HUyELFDRX*LQiVWLFD$HUyELFDWHPVHXVSyORVSULQFLSDLV
praticantes e técnicos especializados;
nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Os demais esportes de
‡23yOR$TXiWLFRFRPXPQ~PHURSHTXHQRGHHTXLSHVORFD- expressão corporal têm pouca prática no país.
lizadas no eixo Rio-São Paulo, tem neste fator uma causa do pouco 27rQLVPHUHFHXPFRPHQWiULRHVSHFLDO(UDKiSRXFRWHP-
desenvolvimento brasileiro neste esporte, embora exista um poten- po, um esporte praticado pelas chamadas elites sociais, isto é, por
cial considerável de melhoria desta modalidade no Brasil. DTXHOHVGHPDLVUHQGD'HSRLVGR³(IHLWR*XJD´HVWHHVSRUWHHVWiVH
25HPRGHJUDQGHSRWHQFLDOGHYLGRDQRVVDLPHQVDFRVWD PXOWLSOLFDQGRTXDQWRDRQ~PHURGH
HDRVODJRVODJRDVHULRVGRSDtVFRQWLQXDFRPPXLWDVGL¿FXOGDGHV praticantes, principalmente entre os jovens brasileiros e hoje,
de desenvolvimento. Ao que parece, a falta de barcos modernos em pode-se esperar bons resultados num futuro próximo.
TXDQWLGDGHLQWHUFkPELRVFRPRH[WHULRULQIUDHVWUXWXUDHFDOHQGi- 1RV(VSRUWHVGH0RWRUHVR%UDVLOWHPJUDQGHGHVWDTXHLQ-
rios, explicam a ausência de um processo de melhoria. ternacional no Automobilismo, devido ao processo contínuo provo-
$&DQRDJHPSHORWHPSRTXHH[LVWHR¿FLDOPHQWHQR%UDVLO cado pelos mitos Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna,
tem apresentado progressos, mas está longe dos níveis que pode al- que, pelos seus sucessos, causaram uma grande migração de jovens
cançar. Tem todas as possibilidades de crescimento a medida que vá pilotos para as principais competições pelo mundo. De certa forma,
PXOWLSOLFDQGRRQ~PHURGHFDQRtVWDVHRVORFDLVGHSUiWLFD os pilotos brasileiros continuam brilhando. Nos outros esportes com
2V(VSRUWHV'HULYDGRVGDV$UWHV0DUFLDLV -XG{.DUDWr-LX- motores, como o Motociclismo, Motonáutica, Jet Sky e outros, a
-LWVX7DHNZRQG{$LNLG{HWF DSUHVHQWDPVHFRPXPJUDQGHQ~- participação brasileira é irregular, sem continuidade de registros ex-
mero de praticantes em todo o território nacional, sendo que, depois pressivos. Os esportes com motores são auto-sustentados, por causa
GR)XWHEROHGR)XWVDOUHSUHVHQWDPRPDLRUQ~PHURGHDWOHWDVFRP dos patrocínios e muitas vezes pelo interesse das televisões, como é
registro nas entidades. Apenas o Judô e o Taekwondô tiveram dis- o caso do Motociclismo.
putas olímpicas. Aliás, no Judô, o Brasil teve grandes conquistas, 1RV(VSRUWHV6XEDTXiWLFRV &DoD6XEPDULQD3HVFD0HU-
inclusive, dois campeões olímpicos. Os esportes derivados das artes JXOKRHWF R%UDVLOWHPXPUHWURVSHFWRVLJQL¿FDWLYRFRPXPDDWXD-
marciais são modalidades, que no esporte de rendimento, o inter- lidade apenas regular em termos de competições internacionais. O
FkPELRLQWHUQDFLRQDOpGHFLVLYRSDUDTXHVHREWHQKDERQVUHVXOWD- Q~PHURGHSUDWLFDQWHVDRORQJRGDQRVVDFRVWDHQRVULRVHODJRV
dos. Estes esportes têm nas graduações (faixas) um grande estímulo deixam um prognóstico favorável se a estrutura for melhorada.
para o desenvolvimento. 2,DWLVPRSUDWLFDGRSHODVFODVVHVGHSUHVWtJLRVRFLDOPDLV
elevadas, nas suas diversas opções de barcos, tem uma prática inter-
$V/XWDV %R[H/XWD2OtPSLFD/XWD*UHFR5RPDQD QmR
na auto-sustentada e grandes resultados e glórias nas competições
são da cultura esportiva nacional. Apenas o Boxe, praticado por es-
internacionais, como os Jogos Olímpicos e campeonatos mundiais.
tratos sociais mais baixos tem uma procura regular pela motivação
$VSDUWLFLSDo}HVEUDVLOHLUDVQRH[WHULRUFDUHFHPGHUHFXUVRV¿QDQ-
GH XP SRVVtYHO SUR¿VVLRQDOLVPR ,VWR ID] FRP TXH R %UDVLO WHQKD ceiros. As diversas classes de barco tem seus movimentos principal-
alguns destaques. Atualmente o “efeito Popó” tem provocado um mente nas regiões Leste e Sul do país.
aumento considerável de jovens ao Boxe, principalmente na Bahia. 27ULDWORHVSRUWHFULDGRQRV~OWLPRVDQRVFRPELQDQGR-
1DV OXWDV GH GLVSXWD ROtPSLFD D GL¿FXOGDGH GR HTXLSDPHQWR -se provas de Atletismo, Natação e Ciclismo, cresce rapidamente no
FDPSRGHOXWD WHPGL¿FXOWDGRDLQGDPDLVVHXVGHVHQYROYLPHQWRV SDtVFRPRDX[tOLRGDPtGLD0DVQRV~OWLPRVDQRVSDUHFHTXHHVWH
A indução por campanhas e facilitações são os caminhos para que os processo desacelerou. Por outro lado, o potencial continua grande
brasileiros procurem estas modalidades. pelo interesse que desperta nos jovens.
1RV(VSRUWHVGH$YHQWXUDHGD1DWXUH]DGHQRPLQDGRVSHOD 2&LFOLVPRSRGHULDHVWDUHPQtYHOGHFRPSHWLomREHPPDLV
mídia de Esportes Radicais, individuais, o Brasil tem obtido grandes DOWR SHOR SRWHQFLDO TXH DSUHVHQWD$ IDOWD GH LQWHUFkPELR LQWHUQD-
UHVXOWDGRV QDV FRPSHWLo}HV QR H[WHULRU$OpP GLVVR R Q~PHUR GH cional e de um calendário intenso que promova de fato este esporte
praticantes no país é considerável (Skate, Surfe, Vôo Livre etc). De SDUHFHTXHVmRDVYDULiYHLVGHGL¿FXOGDGHTXHH[LVWHP
XP PRGR JHUDO VmR HVSRUWHV VHP JUDQGHV GL¿FXOGDGHV ¿QDQFHLUDV 2%HLVHEROFRPRXPHVSRUWHFOiVVLFRQD$PpULFDGR1RUWH
para as competições, pois além dos patrocínios e espaço crescente e Central, no Brasil apenas atingiu a comunidade japonesa de São
QDPtGLDH[LVWHPRVSUrPLRV¿QDQFHLURV'HSRLVGR)XWHEROHVVHV Paulo. Para o seu desenvolvimento há a necessidade de uma difusão
esportes são os que ocupam maior tempo na televisão a cabo. mais ampliada.

Didatismo e Conhecimento 110


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
2V(VSRUWHV'HULYDGRVGH2XWURV(VSRUWHVIRUPDPXPFRQ- c) O ex-diretor da UNESCO René Maheu, que defendeu a tese
junto de franco progresso no Brasil. Do Tênis, as modalidades Bad- de que o Esporte e a Cultura vieram de uma mesma fonte: o lazer.
PLQJWRQ6TXDVKMiWHPXPQ~PHURUD]RiYHOGHDGHSWRVHQTXDQWR Para ele, o Esporte e a Cultura, ao introduzir a espontaneidade, além
o Paddle ainda está nos seus primeiros passos. Do Futebol saíram de remeterem a valores éticos, oferecem dignidade à liberdade.
o Futebol de Praia (Beach Soccer, uma variação), o Futebol Sete Pelos autores citados, e por muitos outros, é nítido que as prá-
RX6RFLHW\)XWVDOHWFWRGRVFRPJUDQGHQ~PHURGHSUDWLFDQWHV2V ticas de Esporte são componentes dos quadros culturais dos países.
esportes derivados de outros esportes não param de aparecer e de Existem, inclusive, modalidades esportivas que são consideradas
crescer. expressões de identidade cultural. No Brasil, o Futebol é uma mar-
2+LSLVPREHPGHVHQYROYLGRQRSDtVVHFRQVLGHUDUPRVDV ca cultural reconhecida em todo o mundo. Além do Futebol, outros
VXDVGL¿FXOGDGHVGHSUiWLFDpWDPEpPXPDPRGDOLGDGHSUDWLFDGD esportes também fazem parte do retrato cultural brasileiro. Por outro
por pessoas com mais possibilidades sociais. O Brasil tem melhora- lado, ainda há as modalidades esportivas de criação nacional como
do muito nas suas performances no exterior e a prática interna tem a capoeira, o futevolei, a peteca e outras que representam manifesta-
FUHVFLGR$GL¿FXOGDGHGHHQYLRGRVDQLPDLVSDUDFRPSHWLo}HVIRUD ções culturais surgidas no país e que até já estão chegando em outras
GR%UDVLOpVHPG~YLGDXPGRVyELFHVSDUDXPJUDQGHGHVHQYROYL- culturas do exterior.
mento deste esporte no país. $1HFHVVLGDGHGD'H¿QLomRGH3DSpLVGD8QLmRHGH6HJPHQ-
22. Os Esportes de Outras Identidades Culturais, são escassa- WRVGD6RFLHGDGH'LDQWHGR(VSRUWH([LVWHSRXFDVG~YLGDVVREUHRV
PHQWHSUDWLFDGRVQR%UDVLOFRPRH[HPSORR*ROIHSUDWLFDGRHP diversos papéis dos diferentes segmentos e setores da sociedade e do
FOXEHV H KRWpLV VR¿VWLFDGRV SRU SHVVRDV GH SRGHU DTXLVLWLYR PDLV Estado em relação ao Esporte. Entretanto, faz-se necessário reforçar
alto. O Cricket é apenas praticado nos centros de tradição inglesa. O a descrição destes papéis, uma vez que muitas vezes os quadros cir-
mesmo acontece com o Sumô, que tem conseguido algumas com- cunstanciais afastam esses setores sociais de suas missões e funções
petições nas comunidades japonesas. Outros tipos de lutas (Krav- e pelo fato de que uma Política dependerá sempre do exercício cor-
Magá, Kiukushin-Oyama etc) são praticados por comunidades loca- reto e adequado dos mesmos. Assim achou-se pertinente repassar
lizadas. O Brasil tem competido em algumas destas modalidades em os papéis da União, Estados, Municípios, entidades do Esporte ins-
eventos no exterior e até tem obtido alguns bons resultados. titucionalizado, universidades e instituições de Ciência, empresas,
1R(VSRUWH0LOLWDU 3HQWDWORV&RUULGDGH2ULHQWDomRHWF R PtGLDHGHPDLVyUJmRVS~EOLFRVHSULYDGRVHQYROYLGRVQRSURFHVVR
Brasil tem historicamente conseguido manter-se entre os principais esportivo brasileiro.
FRPSHWLGRUHVGRPXQGR$JUDQGHGL¿FXOGDGHVmRRVUHFXUVRV¿QDQ- Papel da União – A União deve considerar o Esporte em toda a
ceiros para esta participação internacional. sua abrangência social, como uma questão nacional de Estado, en-
 2V (VSRUWHV 3DUDROtPSLFRV SDUD DGDSWDGRV R %UDVLO WHYH volvendo todos os Ministérios e seus setores para que as práticas es-
XPDYDQoRPXLWRJUDQGHQRV~OWLPRVDQRVTXDQWRDUHVXOWDGRVHV- portivas venham constituir-se em meios de promoção da população,
SRUWLYRVLQWHUQDFLRQDLV(QWUHWDQWRQRSDtVRSURFHVVRGHTXDQWL¿- inclusive, visando a melhoria da qualidade de vida e auto- estima
cação ainda está longe do desejável. GRVEUDVLOHLURV3DUDDWLQJLUHVWD¿QDOLGDGHR(VWDGRGHYHUiFXPSULU
 2 (VSRUWH 8QLYHUVLWiULR GHSRLV GH GXUDQWH PXLWR WHPSR o seu Plano de Desenvolvimento do Esporte, no qual deverá estar
permanecer num processo entrópico referenciado nos Jogos Univer- inserida uma Política de maior alcance. No papel da União, invaria-
sitários Brasileiros (JUBs), começa a deslocar-se para as universi- velmente estão as seguintes indicações ou diretrizes:
GDGHV3HORQ~PHURFUHVFHQWHGHXQLYHUVLGDGHVSDUWLFXODUHVTXHYmR (VWDEHOHFHUR(VSRUWHFRPRXPDGDVSULRULGDGHVVRFLDLV
aderindo às federações e confederações nacionais, inclusive, dispu- 2. Elaborar o Plano Nacional de Desenvolvimento do Esporte;
WDQGRDVFRPSHWLo}HVSULQFLSDLVGRSDtV¿FDYLVtYHOTXHRHVSRUWH  3URPRYHU R GHVHQYROYLPHQWR GR (VSRUWH (GXFDFLRQDO (V-
universitário , reformulado, tem tudo para um grande progresso. porte Escolar e Esporte-lazer;
+iDLQGDXPERPQ~PHURGHHVSRUWHVSUDWLFDGRVQR%UDVLO )RPHQWDUDFDSDFLWDomRGHUHFXUVRVKXPDQRVTXHDWXDPQR
na perspectiva do rendimento, e em função do seu locus (ex.: Espor- Esporte do país;
te Classista), que ainda não possuem a representatividade descrita  'LVSRQLELOL]DU UHFXUVRV DWUDYpV GH DJrQFLDV GH IRPHQWR j
neste documento. ciência aplicada ao Esporte (Congressos, pesquisas, estudos, inter-
PREMISSAS O Reconhecimento do Esporte como Manifesta- FkPELRVODERUDWyULRVWHFQRORJLDHGLIXVmRGDLQIRUPDomR 
ção Cultural (VWLPXODUDLQG~VWULDQDFLRQDOGR(VSRUWH
A Cultura, entendida no sentido subjetivo como um complexo %XVFDUFRQYrQLRVLQWHUQDFLRQDLVHVSRUWLYRVTXHWUDJDPSUR-
GH YDORUHV VLJQL¿FDo}HV H REMHWRV VLPEyOLFRV TXH HVWmR LQVHULGRV gresso esportivo e/ou que contribuam para a cultura da paz;
no processo de formação intelectual do homem como um todo e, no  3URSLFLDU H LQFHQWLYDU D OLYUH LQLFLDWLYD QD RUJDQL]DomR HV-
sentido objetivo, como um conjunto de hábitos e criações humanas portiva;
em todos os seus planos de atividades, permite nestas duas concei- /HJLVODUSDUDTXHRSURFHVVRHVSRUWLYREUDVLOHLURWHQKDXP
tuações perceber que o Esporte deve ser compreendido como uma referencial legal compatível com o estágio de desenvolvimento al-
manifestação cultural. cançado;
Diversos autores da contemporaneidade reforçaram esta pers- &ULDUFRQGLo}HVOHJDLVIDYRUiYHLVDWUDYpVGHOHJLVODomRHV-
pectiva do Esporte como manifestação cultural, entre os quais: a) SHFt¿FDTXHWUDJDPRLQWHUHVVHGHSDWURFtQLRVHLQYHVWLPHQWRVGD
2HVSDQKRO*XLPDTXHQRVVHXVHVFULWRVHYLGHQFLRXTXHHQWHQGH iniciativa privada e atração da mídia, no sentido de um desenvolvi-
a cultura pela interpretação da sociedade a partir das práticas espor- mento auto sustentado do Esporte;
tivas; /HJLVODUSDUDTXHDVHQWLGDGHVHVSRUWLYDVSRVVDPDGTXLULU
E  2 ¿OyVRIR SRUWXJXrV 0DQXHO 6HUJLR SDL GD FRQFHSomR GD sem tributação, os equipamentos esportivos indisponíveis no Brasil;
Ciência da Motricidade Humana, que mostrou que o Esporte e a (VWDEHOHFHUOHLVHQRUPDVTXHFRPEDWDPRVLOtFLWRVGR(V-
Cultura se encontram no jogo; porte, inclusive, contra o doping;

Didatismo e Conhecimento 111


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
(VWLPXODUHDSRLDURV(VWDGRVH0XQLFtSLRVQDVVXDVDo}HV  $SRLDU DV RUJDQL]Do}HV HVSRUWLYDV HVWDGXDLV IHGHUDo}HV
para o desenvolvimento do Esporte em seus territórios; associações etc);
'LVSRQLELOL]DUSDWURFtQLRVHLQYHVWLPHQWRVSHODVHPSUHVDV 'LIXQGLUHSURPRYHURVHVSRUWHVGHFULDomRGR(VWDGRFRP
de responsabilidade da União, para as entidades esportivas e ações SURJUDPDVHVSHFLDLV$SRLDUDVSUiWLFDVHVSRUWLYDVGDVSHVVRDV
do Plano Nacional de Desenvolvimento do Esporte; com necessidades especiais;
,QYHVWLUUHFXUVRVS~EOLFRVQDLQIUDHVWUXWXUDHVSRUWLYD LQV- 'HVHQYROYHUHDSRLDUSURJUDPDVSDUDFULDQoDVHDGROHVFHQ-
talações e equipamentos) de acordo com os objetivos formulados no tes carentes;
Plano Nacional de Desenvolvimento do Esporte; $SRLDUHGHVHQYROYHUSURJUDPDVHVSRUWLYRVSDUDDFKDPDGD
 &RQWULEXLU SDUD D PHOKRULD FRQVWDQWH GD SHUIRUPDQFH GDV terceira idade;
equipes nacionais nos competições internacionais; 3URSLFLDUDLQVHUomRGHSURJUDPDVHHYHQWRVHVSRUWLYRVQRV
'LIXQGLUHSURPRYHUFRPSURJUDPDVGLIHUHQFLDGRVRVHV- calendários e programações turísticas;
portes de criação nacional e identidade cultural; Papel dos Municípios – Os Municípios têm um papel dos mais
$SRLDUR(VSRUWHSDUDSHVVRDVFRPQHFHVVLGDGHVHVSHFLDLV importantes nas práticas esportivas populares ou comunitárias, além
inclusive, nas participações internacionais; de uma responsabilidade direta nas escolas fundamentais quanto ao
'HVHQYROYHUHDSRLDUSURJUDPDVGHSUiWLFDVHVSRUWLYDVSDUD Esporte Educacional e Esporte Escolar. A seguir, apresenta-se as
grupos em estado de carência, principalmente com crianças e ado- ações consideradas prioritárias para os governos municipais:
lescentes; (QWHQGHURHVSRUWHFRPRXPDGDVSULRULGDGHVPXQLFLSDLVUH-
'HVHQYROYHUSURJUDPDVHVSHFLDLVHVSRUWLYRVGHSUHVHUYDomR lacionadas à Qualidade de Vida das pessoas, elaborando uma Políti-
GDFXOWXUDLQGtJHQD$SRLDUSURJUDPDVHVSRUWLYRVGDFKDPDGD ca Municipal de Esporte e um Plano conseqüente;
terceira Idade; 2. Desenvolver o Esporte Educacional no ensino fundamental
22. Estimular a interseção do Esporte com o Turismo, favore- na perspectiva da formação para a cidadania e de dar oportunidades
cendo a introdução de programas e eventos esportivos nos calendá- de práticas esportivas para os jovens que se apresentarem com con-
rios e promoções turísticas; dições;
3URPRYHUHDSRLDUDUHDOL]DomRGHFRPSHWLo}HVHVSRUWLYDV  ,QYHVWLU UHFXUVRV S~EOLFRV SDUD GLVSRQLELOL]DomR GH LQVWDOD-
internacionais no Brasil;
ções esportivas para as práticas populares de lazer, atendendo as vo-
$SRLDUDSDUWLFLSDomRGHEUDVLOHLURV GLULJHQWHVWpFQLFRVH
cações esportivas e culturais das pessoas do município;
cientistas) nas entidades internacionais esportivas.
3URPRYHUHYHQWRVHVSRUWLYRV
Papel dos Estados – Os Estados, incluindo o Distrito Federal e
'HVHQYROYHUSURMHWRVHVSRUWLYRVHVSHFt¿FRVGHLQWHUHVVHGR
os Territórios, deverão formular e aplicar as Políticas e Planos Esta-
município;
duais do Esporte, a partir de diagnósticos ou inventários efetuados.
0RELOL]DUDLQLFLDWLYDSULYDGDSDUDRVSURMHWRVHVSRUWLYRVGR
Nestes planos estarão as ações que delinearão o papel desejável.
município;
Lista-se abaixo as ações julgadas prioritárias:
'HVWLQDUUHFXUVRVSDUDDVDWLYLGDGHVHVSRUWLYDVHPJHUDO )RPHQWDUHVFRODVGHDSUHQGL]DJHPHVSRUWLYDSULQFLSDOPHQWH
2. Desenvolver o Esporte Educacional e Esporte Escolar nas em determinadas modalidades que expressam as vocações esporti-
perspectivas da formação para a cidadania e de dar oportunidades vas do município;
de práticas esportivas para os jovens que se apresentarem com con-  'DU FRQGLo}HV GH WUDEDOKR SDUD RV UHFXUVRV KXPDQRV TXH
dições; DWXDPQRVHVSDoRVS~EOLFRVHVSRUWLYRVGRPXQLFtSLR
3URPRYHUHYHQWRVHVSRUWLYRVVREGLYHUVDVIRUPDV FLGDGHV  &ULDU QR kPELWR PXQLFLSDO XPD OHJLVODomR TXH IDYRUHoD R
associações, escolas, mistas etc); desenvolvimento esportivo do município com a adesão, inclusive,
(VWLPXODUDSHVTXLVDFLHQWt¿FDUHODWLYDDR(VSRUWHDWUDYpVGD da iniciativa provada;
GLVSRQLELOL]DomRGHUHFXUVRVSRUDJrQFLDVGH¿QDQFLDPHQWR  &RQWULEXLU FRP DV DVVRFLDo}HV HVSRUWLYDV SULQFLSDOPHQWH
 'HVHQYROYHU SURMHWRV HVSRUWLYRV HVSHFt¿FRV GH VLWXDo}HV H aquelas que possam representar a imagem do município quanto às
FLUFXQVWkQFLDVGRHVWDGRGHDFRUGRFRPD3ROtWLFD(VWDGXDOGH(V- suas tradições e vocações esportivas;
porte; $SRLDUDWUDYpVGHSURJUDPDVHVSHFLDLVRVWDOHQWRVHVSRU-
$SRLDU DV LQLFLDWLYDV H PRYLPHQWRV PXQLFLSDLV D IDYRU GR tivos surgidos, de forma que eles tenham condições de desenvolvi-
desenvolvimento do Esporte; mento atlético;
)RPHQWDUDFDSDFLWDomRGHUHFXUVRVKXPDQRVTXHDWXDPQR 'LIXQGLUHSURPRYHURVHVSRUWHVGHFULDomRUHJLRQDO
(VSRUWHGRHVWDGR)DYRUHFHUDLQVWDODomRGHXQLGDGHVLQGXVWULDLV $SRLDUDVSUiWLFDVHVSRUWLYDVGDVSHVVRDVFRPQHFHVVLGDGHV
produtoras de equipamentos e material esportivo no estado; especiais;
&ULDUQDVXDMXULVGLomROHLVTXHIDYRUHoDPRGHVHQYROYLPHQ- 'HVHQYROYHUSURJUDPDVHVSRUWLYRVSDUDFULDQoDVHDGROHV-
WRHVSRUWLYRHVWDGXDO'LVSRQLELOL]DUSDWURFtQLRVHLQYHVWLPHQWRV centes carentes;
pelas empresas de responsabilidade do Estado, para as entidades &ULDUHGHVHQYROYHUSURJUDPDVHVSRUWLYRVSDUDDFKDPDGD
esportivas estaduais e ações previstas no Plano Estadual de Desen- terceira idade;
volvimento do Esporte; 3URSLFLDUTXHRVSURJUDPDVHHYHQWRVHVSRUWLYRVIDoDPSDU-
,QYHVWLUUHFXUVRVS~EOLFRVGR(VWDGRQDLQIUDHVWUXWXUDHV- te dos calendários e programações turísticas do município;
portiva estadual (instalações e equipamentos), de acordo com os Papel das Entidades do Esporte Institucionalizado – O Comi-
objetivos formulados no Plano Estadual de Desenvolvimento do tê Olímpico Brasileiro (COB) e o Comitê Paraolímpico Brasileiro
Esporte; (CPB), as Confederações Esportivas Nacionais, as Federações Es-
&RQWULEXLUSDUDDPHOKRULDGDVUHSUHVHQWDo}HVHVSRUWLYDVGR portiva Estaduais e as associações esportivas constituem as entida-
Estado nas competições nacionais; des principais do esporte institucionalizado e têm um papel relacio-

Didatismo e Conhecimento 112


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
nado com o desenvolvimento do esporte de rendimento. O COB, RPRGHORXVDGRHPQmRVHUYLULDSDUDXPHVWXGRVREUHRDWXDO
por sua vez, além desta responsabilidade, tem compromissos diretos momento do esporte brasileiro, pois na situação anterior, inclusive, o
com o Movimento Olímpico Internacional, que tem sido o sentido esporte era entendido somente como rendimento, isto é, existia uni-
de ética esportiva em todo o mundo. Estas entidades, entre as quais camente no documentos legais do país o esporte institucionalizado e
também se encontram aquelas desvinculadas ao Olimpismo, têm seu as práticas não-formais esportivas eram entendidas como recreação.
papel expresso pelas seguintes ações: Hoje, o Brasil precisa de um processo permanente de avaliação
5HSUHVHQWDUR%UDVLOQDVFRPSHWLo}HVLQWHUQDFLRQDLV2&2% que permita um direcionamento correto dos recursos disponíveis
coordenará a participação brasileira nas competições do Movimento para o esporte. Em outras palavras, precisa ser instado um processo
Olímpico e o CPB, as competições do movimento paraolímpico; de aplicação contínua de diagnósticos que permita os retratos do
2. Estabelecer Planos de Expectativa para cada esporte, os quais esporte no país, a cada novo momento. Como o Esporte Educa-
compreenderão um ciclo de alguns anos. O mais comum será o ciclo cional, o Esporte Escolar e o Esporte-Lazer são responsabilidades
olímpico, isto é, de uma disputa de Jogos Olímpicos ao próximo. preponderantes dos Estados e cidades, os diagnósticos sobre estas
Entretanto, de acordo com as características e o contexto de cada manifestações deverão ser desenvolvidos pelos governos estaduais
modalidade, este plano poderá variar, chegando a mais ou menos e prefeituras municipais, sobre indicadores sócio-esportivos como:
tempo;  LQVWDODo}HV H HTXLSDPHQWRV GLVSRQtYHLV JLQiVLRV TXDGUDV
(ODERUDUXP3ODQR,QWHUQRGH'HVHQYROYLPHQWRGDVPRGDOL- praças, praias, aparelhos para esporte etc);
dades sob suas responsabilidades no país, inclusive, quanto a recur- Q~PHURGHSUDWLFDQWHV
sos humanos (técnicos, administradores, árbitros etc); SURJUDPDVH[LVWHQWHV HVFRODVHVSRUWLYDVSURJUDPDVGHDGXO-
%XVFDUPHLRVSDUDXPDSDUWLFLSDomRSROtWLFDQRH[WHULRUSDUD tos e idosos etc);
fortalecer a posição brasileira no contexto internacional; YRFDo}HVHVSRUWLYDV SHODVWUDGLo}HV 
2UJDQL]DUFDOHQGiULRVGRVHVSRUWHVVREVXDUHVSRQVDELOLGDGH WLSRVGHJHVWmRHRUJDQL]DomR
QRSDtVHFXPSULORFRPH¿FLrQFLD UHFXUVRV¿QDQFHLURVGLVSRQtYHLV
$GPLQLVWUDUWRGRVRVDVVXQWRVGRVHVSRUWHVGRVTXDLVVmRUHV- DSRLRGDLQLFLDWLYDSULYDGD DTXHH[LVWHHDSRWHQFLDO 
ponsáveis, por todo o território nacional. UHFXUVRVKXPDQRVH[LVWHQWHV
Papel da Universidades e das Agências de Fomento à Ciência – HVWXGRVREUHDSRSXODomR SHUFHQWXDLVSRUIDL[DHWiULD 
As Universidades e as Agências de Ciência são responsáveis diretas  RXWURV LQGLFDGRUHV MXOJDGRV SHUWLQHQWHV SDUD FDGD FDVR$
pela formação de recursos humanos e pela transformação do conhe- FRQVWUXomRGHXPDUHGHH¿FD]GHLQIRUPDo}HVSHUPLWLUiDVWRWDOL-
cimento. Assim, na área do Esporte, o papel destas instituições pode zações necessárias nestes indicadores do chamado Esporte Social.
ser descrito por estas ações: Entretanto, um diagnóstico nacional exige ainda uma análise
 )RUPDU UHFXUVRV KXPDQRV SHOD XQLYHUVLGDGHV SDUWLFXODU- detalhada sobre cada modalidade esportiva, com outros indicadores
mente no curso de Educação Física, para atuar nos diversos espaços HVSHFt¿FRVDVHUHPOHYDQWDGRVFRPR
de trabalho ao Esporte, em nível de extensão, graduação e pós-gra- DQiOLVHTXDOLWDWLYDGDJHVWmRHRUJDQL]DomRHVSRUWLYD FRQIH-
duação (Universidades); deração nacional e federações esportivas)
2. Debater nas universidades sobre os problemas e questões do 2. posicionamento político no cenário internacional (participa-
processo do esporte brasileiro (Universidades); ções de dirigentes da federação internacional da modalidade)
 )LQDQFLDU LQYHVWLJDo}HV FLHQWt¿FDV VREUH R (VSRUWH SHODV  DQiOLVH GR SRVLFLRQDPHQWR LQWHUQDFLRQDO GD PRGDOLGDGH
DJrQFLDVGH¿QDQFLDPHQWRGHSHVTXLVD $JrQFLDVGH3HVTXLVD  DWUDYpVGRVUHVXOWDGRVLQWHUQDFLRQDLVGRV~OWLPRVWHPSRVQRPDV-
$SRLDURVSHVTXLVDGRUHVGD&LrQFLDGR(VSRUWHSURSLFLDQGR culino e no feminino)
DVFRQGLo}HVQHFHVViULDVSDUDDVVXDVDWLYLGDGHVFLHQWt¿FDV 8QLYHU- PRGHORGDPRGDOLGDGHQRSDtV RSo}HVUHJLVWUDGDVQDVHTXL-
sidades e Agências de Pesquisa). pes: clubes, cidades, empresas, universidades, esquemas mistos etc)
O Papel das Empresas Estatais (Banco do Brasil, Caixa Econô- OHYDQWDPHQWRGDLQLFLDomRHVSRUWLYDQDPRGDOLGDGH TXDQWL-
PLFD3HWUREUDV&RUUHLRVHRXWURVD¿QV ±$WpRPRPHQWRDVFKDPD- GDGHHGLVWULEXLomRJHRJUi¿FD
das empresas estatais têm patrocinado alguns esportes num entendi- FRPSURPHWLPHQWRGDPtGLD SULQFLSDOPHQWHDWHOHYLVmR SHOD
mento direto empresa-confederação esportiva. Este processo parece modalidade
incompleto, uma vez que ao tratar-se de uma empresa estatal e con- FRPSURPHWLPHQWRGHSDWURFLQDGRUHV SULYDGRVHHVWDWDLV QD
sequentemente inserida numa política de Estado, muitas vezes não modalidade
está atendendo às prioridades esportivas formuladas pelo governo, HODERUDomRGHUDQNLQJVWpFQLFRV SRUHVWDGRVHDVVRFLDo}HV
através do Ministério do Esporte e Turismo (MET). Embora estas de prática, masculino e feminino)
empresas estatais têm propiciado grandes progressos em alguns es- GHSHQGrQFLDGHHTXLSDPHQWRVGRH[WHULRU
portes, há necessidade de uma revisão neste papel. A reformulação,  DQiOLVH TXDOLWDWLYD GRV FDPSHRQDWRV H WRUQHLRV QDFLRQDLV
para que elas exerçam um papel compatível com o seu potencial regionais e estaduais masculinos e femininos)
de contribuição, passa pela direção dos recursos disponibilizados, DQiOLVHGRVPHLRVFLHQWt¿FRVGHDSRLRjPRGDOLGDGH ODERUD-
revisão do processo decisório e aumento dos repasses. tórios, congressos, estudos etc)
HVTXHPDVGHLQWHUFkPELRLQWHUQDFLRQDO
A Necessidade de um Diagnóstico para o Esporte Brasileiro DQiOLVHTXDOLWDWLYDHTXDQWLWDWLYDGRVWpFQLFRVHPDWLYLGDGH
e dos outros recursos humanos da modalidade
O Brasil só teve um diagnóstico esportivo, o qual ocorreu em ORFDOL]DomRJHRJUi¿FDGRVSyORVPDLVGHVHQYROYLGRVGRHV-
HTXHQDpSRFDVHUYLXSDUDWRGDDSROtWLFDQDFLRQDOGH(GXFDomR porte (de rendimento e de prática não-formal masculino e feminino)
)tVLFDH(VSRUWHVHVHUYLXFRPRUD]mRSDUDPRGL¿FDomRGDOHJLVOD- LGHQWL¿FDomRGRVSRQWRVFRQVLGHUDGRVIRUWHVGDSUiWLFDGHV-
omRYLJHQWHSURYRFDQGRD/HLQžHP(YLGHQWHPHQWHTXH te esporte no país

Didatismo e Conhecimento 113


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
GHVFULomRGDVGH¿FLrQFLDVGHVWHHVSRUWHQRSDtV ros às práticas esportivas, estabeleceu, no seu primeiro momento,
RXWURVLQGLFDGRUHVMXOJDGRVSHUWLQHQWHVSDUDFDGDFDVR$SyV um Ministro Extraordinário dos Esportes, convidando, para o exer-
o levantamento relativo a estes indicadores listados, a modalidade cício da missão, o mais famoso dos esportistas do país: o Pelé. Num
GLDJQRVWLFDGDGHYHUiVHUFODVVL¿FDGDGHDFRUGRFRPFDGDXPDGDV segundo momento, o presidente Fernando Henrique Cardoso criou
opções abaixo: o Ministério do Esporte e do Turismo, elevando o status do trata-
a) esportes considerados desenvolvidos; mento dos assuntos esportivos para o nível ministerial. Esta medida
b) esportes considerados em desenvolvimento; consolidou a posição do esporte como questão nacional, o que pode
F HVSRUWHVFRQVLGHUDGRVQmRGHVHQYROYLGRV(VWDFODVVL¿FDomR VHUMXVWL¿FDGRSHODDPSOLDomRFRQVLGHUiYHOGHVHXDOFDQFHVRFLDO
poderá receber outras categorias de acordo com os dados levanta- O Esporte, ao deixar de ser entendido unicamente na perspec-
dos. Outra observação importante é a indispensável distinção entre tiva do rendimento e passar a ser percebido também na perspectiva
a categorização do esporte masculino e do esporte feminino. Esta GR VRFLDO (VSRUWH (GXFDFLRQDO (VSRUWH SDUD 3RUWDGRUHV GH 'H¿-
FDWHJRUL]DomR VHP G~YLGD IDFLOLWDUi QD HODERUDomR GRV SODQRV GH ciências, Esporte para a Terceira Idade, Esporte para as Pessoas Co-
GHVHQYROYLPHQWRHGHVWLQDomRGHPHGLGDVHUHFXUVRV¿QDQFHLURV PXQVHWF SDVVRXDLQWHUYLUHIHWLYDPHQWHQD6D~GHQD(GXFDomRH
no Lazer das pessoas. É evidente que esta abrangência ampliada do
O Esporte Brasileiro Deve Ser Uma Questão de Estado alcance do Esporte no país, fez com que o mesmo fosse gradualmen-
te se tornando uma prioridade do Estado.
Um dos aspectos mais discutidos pela intelectualidade bra- Esta mobilização do povo brasileiro em torno do Esporte, seja
sileira tem sido quais são as verdadeiras questões nacionais. Esse nas práticas esportivas não-formais ou acompanhando o esporte de
DVVXQWR VHPSUH GHL[RX G~YLGDV DWp SHORV FRQWRUQRV GLIHUHQWHV GH DOWD FRPSHWLomR FRPR D¿FLRQDGR SURYRFRX XP HQYROYLPHQWR GD
nosso próprio processo civilizatório, pois até a nossa independência maioria dos setores governamentais nos assuntos do esporte. Atual-
foi concretizada por um herdeiro da Coroa Portuguesa, não permi- PHQWHH[LVWHXPDLQG~VWULDGR(VSRUWHHPFUHVFLPHQWRXPDEXVFD
tido, como ocorreu em outros países, uma consolidação desejável permanente de qualidade de vida através de um estilo de vida ativo
do conceito de nação. A Abolição da Escravatura foi ainda mais um no qual a prática esportiva está sempre presente, um aumento dos
episódio histórico conseqüente da Coroa Portuguesa do que da as- espaços ocupacionais de trabalho nas atividades esportivas, um de-
piração do povo brasileiro. Da mesma forma, também a Proclama- senvolvimento da ciência aplicada ao esporte e interseções cada vez
omRGD5HS~EOLFDIRLRULXQGDGDVHOLWHVGRSDtVQmRGHL[DQGRXPD PDLVIRUWHVGDViUHDVGD6D~GH(GXFDomR/D]HUH7XULVPRFRPRV
participação protagonista da maioria dos brasileiros. Foi nesse pro-
fatos esportivos. No Brasil, cada vez mais o esporte se efetiva como
cesso, recheado de concessões das elites e de soluços nacionalistas,
questão nacional. O interesse e o acompanhamento do povo brasi-
misturadas com apelos patrióticos isolados, que o Estado brasileiro
leiro pelos resultados esportivos brasileiros nas Copas do Mundo,
cresceu, alternando as questões nacionais legítimas e não-legítimas,
Jogos Olímpicos, Torneios Internacionais de Tênis, Provas Interna-
DVTXDLVIRUDPGHPDUFDQGRVREGLIHUHQWHVkQJXORVHSHUVSHFWLYDV
cionais de Automobilismo e demais competições esportivas contra
a nossa própria história. A população, muitas vezes, chegou a aderir
outros países colocam o esporte de forma inequívoca como questão
a essas questões e, em outras, apenas acompanhar o processo ins-
QDFLRQDOLPSRUWDQWH6RPDVHDLVWRDVSROtWLFDVS~EOLFDVPXQLFLSDLV
WDODGR1RPXQGRFRQWHPSRUkQHRJOREDOL]DGRXPGRVH[HUFtFLRV
e estaduais, preocupados em desenvolver o esporte educacional e
GLItFHLVpMXVWDPHQWHLGHQWL¿FDUDVTXHVW}HVHVVHQFLDOPHQWHQDFLR-
nais, destacando-as das outras, as quais, na verdade, constituem-se o esporte lazer, procurando a democratização das oportunidades de
DSHQDVHPSUREOHPDVHSLVyGLFRV2H[HUFtFLRGDLGHQWL¿FDomRGDV prática esportiva.
verdadeiras questões nacionais nos encaminha para os nortes das Nesta perspectiva do esporte como questão nacional, o Minis-
SROtWLFDVHDo}HVS~EOLFDV WpULRGR(VSRUWHH7XULVPR 0(7 QmRSRGHVHUR~QLFRUHVSRQViYHO
2(VSRUWHVHPG~YLGDpXPDGDVTXHVW}HVTXHWHPSDVVDGR pelo esporte brasileiro. Ao contrário, na sua missão de coordenar e
GHVSHUFHELGR QHVVH FDPLQKR GH LGHQWL¿FDomR GDV TXHVW}HV QDFLR- D¿UPDUDRUTXHVWUDomRVRFLDOSDUDTXHRHVSRUWHIDYRUHoDDWRGRVRV
nais de cada ciclo histórico. Paradoxalmente, quando estamos no brasileiros em mais este dos seus direitos constitucionais, o MET
exterior, facilmente tomamos conhecimento que o Brasil é identi- criará relações de interdependência e interação entre os poderes e
¿FDGRSULQFLSDOPHQWHSHODQRVVDDUWHHSHORQRVVRHVSRUWH1RVVRV com os outros Ministérios, Estados e Municípios. A consciência na-
heróis esportivos como Pelé, Ayrton Senna, Ademar Ferreira da FLRQDOVREUHDUHOHYkQFLDVRFLDOGR(VSRUWHHGHTXHRPHVPRGHYD
6LOYD*XJD.XHUWHQHPXLWRVRXWURVIRUDPHFRQWLQXDPDVHURV ser tratado como questão de Estado, certamente propiciará mais e
grandes embaixadores do Brasil em todos os cantos do mundo. O melhores condições para a projeção internacional do país e, na pró-
futebol, como todos sabemos, é parte essencial da identidade brasi- pria auto-estima e qualidade de vida dos brasileiros.
leira, como relata Roberto da Matta. Por outro lado, internamente,
em todo o país, nossos atletas e nossas conquistas esportivas, cons- AÇÕES OPERATIVAS
tituem-se nos próprios pilares da auto-estima da nação brasileira.
1RPXQGRGLQkPLFRGRVHVSRUWHVHPTXHDFDGDGLDVXUJHP ¬ OX] GDV VXJHVW}HV GRV *UXSRV 7HPiWLFRV (VSRUWH GH %DVH
mais modalidades, acontecem mais competições e a mídia (princi- Desenvolvimento do Esporte, Esporte de Rendimento e Esporte
palmente a televisão) vai aumentando o interesse, o Brasil vai se SDUD3HVVRDV3RUWDGRUDVGH'H¿FLrQFLDTXHFRQVWLWXHPD&kPDUD
D¿UPDQGRQRVFHQiULRVLQWHUQDFLRQDOHQDFLRQDOIRUWDOHFHQGRDLQGD Setorial do Esporte, instalados pelo Exmo. Sr. Ministro de Estado
mais a relação do Esporte na nossa identidade cultural. O governo do Esporte e Turismo, Carlos Melles, após a análise das premissas
EUDVLOHLURDRUHFRQKHFHUDLPSRUWkQFLDGRIHQ{PHQRHVSRUWLYRHP da Política Nacional do Esporte, e considerando as referências
FRPSOHWDFRQVRQkQFLDFRPRSUHkPEXORGRDUWGD&RQVWLWXLomR necessárias, chegou-se às Ações Operacionais, as quais estão
)HGHUDOGHTXHUHFRQKHFHXRGLUHLWRGHFDGDXPGRVEUDVLOHL- vinculadas nos temas dos grupos.

Didatismo e Conhecimento 114


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Esporte de Base Ações

A Educação Física, o Esporte Educacional, o Esporte Escolar $(GXFDomR)tVLFDFRPRGLUHLWRGHWRGRVGHYHVHUREULJDWy-


H R (VSRUWH &RPXQLWiULR &RQVLGHUDo}HV ‡$ (GXFDomR )tVLFD QR ria no ensino fundamental e médio, inclusive nos cursos noturnos;
seu conceito renovado pelo Manifesto Mundial de Educação Físi-  2 (VSRUWH (GXFDFLRQDO SHOD VXD UHOHYkQFLD FRQFHLWXDO H
FD ),(3  HGLWDGR SHOD )HGHUDomR ,QWHUQDFLRQDO GH (GXFDomR como meio de desenvolvimento integral dos indivíduos e para a sua
)tVLFD p LQGLFDGD FRPR XP GLUHLWR GH WRGRV H TXH D /HL Qž  formação de cidadão, deve ser promovido em todo território educa-
GH  /HL GH 'LUHWUL]HV H %DVHV GD (GXFDomR 1DFLRQDO  FLRQDODWUDYpVGHFDPSDQKDVHSURJUDPDVHVSHFt¿FRV
DSHQDVSUHVFUHYHSHOR†žGRDUWTXHD(GXFDomR)tVLFDGHYH 2(VSRUWH(VFRODUGHYHVHULPSOHPHQWDGRSRUXP3URJUDPD
estar integrada à proposta pedagógica da escola, como componente Nacional do Esporte Escolar, que atinja todos os estados brasilei-
curricular da Educação Básica, sendo facultada ao ensino noturno; ros, fomentando desde as competições escolares municipais até as
‡$ (GXFDomR )tVLFD DSUHVHQWDVH FRP DPSODV SRVVLELOLGDGHV nacionais. Este programa deverá ainda propiciar diagnósticos (mu-
de desenvolver a dimensão psicomotora dos alunos, conjuntamente nicipais, estaduais e nacional), publicações de esclarecimento e inte-
com os domínios cognitivos e sociais, oferecendo oportunidades de gração com as comunidades;
aumentar suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva, $VDo}HVGH(GXFDomR)tVLFD(VSRUWH(GXFDFLRQDOH(VSRUWH
aprimorando-os como seres humanos; (VFRODUGHYHUmRDSUHVHQWDUSURJUDPDVHVSHFt¿FRVFRPDGDSWDo}HV
‡$'HFODUDomRGH3XQWDGHO(VWHSXEOLFDGDQRLQIRUPH¿QDOGD LQFOXVLYH GH LQVWDODo}HV H DJUXSDPHQWRV DRV SRUWDGRUHV GH GH¿-
Terceira Conferência Internacional de Ministros e Altos Funcioná- ciências físicas;
rios Encarregados da Educação Física e do Esporte (MINEPS III), 2(VSRUWHFRPRTXHVWmRGH(VWDGRGHYHSURSLFLDUQRDP-
SURPRYLGDSHOD81(6&2QRVHXDUWUHLWHURXDLPSRUWkQFLDGD biente escolar, a consecução de parcerias entre segmentos do gover-
Educação Física e do Esporte como elemento essencial e parte in- no para que a juventude brasileira tenha a oportunidade de obter os
tegrante do processo de Educação Permanente e desenvolvimento seus benefícios;
humano e social; 1DFRQVWUXomRGHQRYDVHVFRODVQRSDtVGHYHUmRFRQVWDUGH
‡$&RPLVVmR,,GD0,1(36,,,DSyVHVWDEHOHFHUD(GXFDomR instalações e espaços esportivos para a Educação Física, Esporte
Educacional e Esporte Escolar;
Física e o Esporte como direito fundamental das crianças e jovens
2(VSRUWH&RPXQLWiULRFRPRXPDPDQLIHVWDomRGHGHPR-
do mundo, reconheceu que são meios essenciais para a qualidade de
cratização das oportunidades de práticas esportivas, deve ser fomen-
YLGDDVD~GHHREHPHVWDUGHWRGDVDVSHVVRDV
tado por um Programa Nacional de Esporte Comunitário.
‡2(VSRUWH(GXFDFLRQDOSHOD/HLQžGHQRVHX
DUWž,QFLVR,HVWiFRQFHLWXDGRFRPRDTXHODPDQLIHVWDomRHVSRU-
Desenvolvimento do Esporte Legislação e Esporte Brasileiro
tiva praticada nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas
Auto-Sustentado
de Educação, evitando-se a seletividade, a hipercompetitividade de
VHXV SUDWLFDQWHV FRP D ¿QDOLGDGH GH DOFDQoDU R GHVHQYROYLPHQWR Considerações
integral do indivíduo e a sua formação para o exercício da cidadania
e a prática do lazer; ‡2SURFHVVRGHGHVHQYROYLPHQWRGRHVSRUWHEUDVLOHLURIRLKLV-
‡2(VSRUWH(GXFDFLRQDOQRFRQFHLWRDFLPDpUHIHUHQFLDGRHP WRULFDPHQWHLQVX¿FLHQWHHSUHMXGLFDGRSHODIDOWDGHHVWtPXORVOHJDLV
princípios sócio- educativos, como os princípios da inclusão, da par- e tarifários, principalmente o esporte de rendimento, pelo seu alto
ticipação, da cooperação, da co-educação, da co-responsabilidade, e custo, explicado pelo cumprimento dos calendários internacionais e
RXWURVHHVWiFRQVROLGDGRFRPRSULRULGDGHGHUHFXUVRVS~EOLFRVQR nacionais, importação de equipamentos de competição, treinamento
DUWGD&RQVWLWXLomR)HGHUDOGH HSHVTXLVDSUR¿VVLRQDOLVPRDLQGDQmRYLDELOL]DGR¿QDQFHLUDPHQWH
‡+iXPDDFHLWDomRLQWHUQDFLRQDOTXHHR(VSRUWH(VFRODUGL- no que diz respeito às receitas de patrocínio e adesão da mídia;
ferentemente do Esporte Educacional, embora tenham pontos co- ‡$DQWLJD/HLQžDUWFRQFHGLDLVHQomRDR,PSRV-
muns ao incorporar objetivos educativos, é aquele disputado nos to de Importação e ao Imposto sobre Produtos Industrializados, aos
ambientes escolares, com os mesmos códigos e regras do esporte de equipamentos destinados à prática de esportes e que, a eliminação
competição de adultos, privilegiando os jovens de mais habilidade deste benefício deixou o Brasil em grande desvantagem diante dos
esportiva, inclusive, oferecendo condições para que desenvolvam centros esportivos da Europa, América do Norte e Ásia;
suas potencialidades, sem descuidar da formação para a cidadania; ‡$VHQWLGDGHVGLULJHQWHVGR(VSRUWHDSHVDUGRLPSRUWDQWHVHU-
‡2IDWRGD/HLQžWHUHVWDEHOHFLGRD(GXFDomR)tVLFDSHOR viço que prestam à representatividade do Brasil no exterior e da ação
DUW†žFRPRFRPSRQHQWHFXUULFXODUGD(GXFDomR%iVLFDHTXH esportiva social federativa que praticam pelo desenvolvimento es-
a promoção do Esporte Educacional e das práticas esportivas não- portivo interno das modalidades esportivas no país, não estão isentas
IRUPDLVHVWmRFRPSUHHQGLGRVQRDUW,QFLVR9SHUPLWHDLQWHU- HP WHUPRV ¿VFDLV QR &yGLJR7ULEXWiULR 1DFLRQDO GH  /HL Qž
pretação de que a Educação Física e o Esporte Educacional pelo art. DUW
,QFLVRV,,,,,9H9,,WrPDDTXLVLomRHPDQXWHQomRGHPDWHULDO ‡2GLUHLWRGHLPDJHP/HLQžDUWQmRLQFOXLDV
contemplados, quando efetuados em ambiência escolar; entidades de administração esportiva nos eventos por elas organi-
‡9iULRVPLQLVWpULos e setores do governo federal têm responsa- zados;
bilidades diretas com as crianças, adolescentes e jovens, principal- ‡2(VSRUWHEUDVLOHLURDSHVDUGDVDOWHUDo}HVUHFHQWHVQDOHJLV-
mente o Ministério da Educação e o Conselho Nacional dos Direitos ODomR HVSRUWLYD FRQWLQXD D QHFHVVLWDU GH XPD OHL HVSHFt¿FD SDUD
da Criança e do Adolescente e que, o Ministério do Esporte e Turis- R )XWHERO HP YLUWXGH GH VXD LPSRUWkQFLD QRV FRQWH[WRV QDFLRQDO
mo deve desenvolver programas conjuntos com estes segmentos; H PXQGLDO GH VXD UHOHYkQFLD VyFLR HFRQ{PLFD GH VXDV UHODo}HV
‡$VDo}HVQDVHVFRODVVRPHQWHWHUmRH¿FiFLDFDVRFKHJXHPDRV complexas e ainda por representar expressivo fator na construção da
Estados e principalmente aos municípios. identidade cultural nacional;

Didatismo e Conhecimento 115


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
‡([LVWHPGLYHUVDVGL¿FXOGDGHVQRSURFHVVROHJDOHVSRUWLYREUD- ‡$VHPSUHVDVGHFRPXQLFDomRHPDUNHWLQJHVSRUWLYRWrPHYL-
sileiro, tais como: denciado um crescente interesse pelo esporte em todo o país;
D FRQÀLWRVHQWUHSURFHGLPHQWRVHVSRUWLYRVQR%UDVLOHSURFH- ‡4XHHPRXWURVSDtVHVDVHPSUHVDVGHFRPXQLFDomRGHVWLQDP
dimentos internacionais; percentuais do arrecadado em contratos relativos à divulgação do
(b) criação sem critérios e indiscriminada de entidades nacio- esporte para o desenvolvimento esportivo;
nais e estaduais de direção esportiva;
(c) ausência de mecanismos legais, por órgão superior, que per- Ação
PLWDDVROXomRGHLUUHJXODULGDGHVHFRQÀLWRVDWUDYpVGHLQWHUYHQo}HV
FRPSUD]RVGH¿QLGRV 7RGRVRVFRPSRQHQWHVGR6LVWHPD(VSRUWLYR%UDVLOHLURLQ-
‡2V(VWDGRVH0XQLFtSLRVWrPSDSpLVVRFLDLVHFXOWXUDLVUHOH- clusive o Ministério do Esporte e Turismo, pelo que a mídia pode
vantes diante dos assuntos do Esporte e por isto devem criar opor- RIHUHFHU GH UHWRUQR DR HVSRUWH GHYHP HVWDEHOHFHU HVWUDWpJLDV H¿-
WXQLGDGHVHIHWLYDVGHUDWL¿FDUSRUDo}HVH[HFXWLYDVHOHJLVODWLYDVRV cazes de aproximação com os meios de comunicação e marketing
seus compromissos com o desenvolvimento do Esporte em seus
esportivo, para que o Esporte receba a difusão necessária no sentido
territórios, como meio incontestável de Educação, Cultura, Quali-
de um processo efetivo de desenvolvimento.
GDGHGH9LGD6D~GH/D]HUH7XULVPRDOpPGDDXWRHVWLPDGHVXDV
populações;
‡4XHDVFRPSHWLo}HVHVSRUWLYDVQRSDtVH[LJHPPXLWDVYH]HV Ciência e Tecnologia
YLDJHQVGHORQJDGLVWkQFLDHGLVSXWDGDVFRPJUDQGHTXDQWLGDGHGH
jovens, inclusive menores; &RQVLGHUDo}HV ‡ 1RV ~OWLPRV DQRV R %UDVLO WHP REWLGR XP
grande destaque nos Congressos Internacionais das chamadas Ciên-
Ações cias ou Ciência do Esporte, inclusive nos Congressos Pré-Olímpicos
H GR$PHULFDQ &ROOHJH RI 6SRUW 0HGLFLQH ¿FDQGR D PDLRULD GDV
2(VSRUWHFRPRPDQLIHVWDomRFXOWXUDOLQFRQWHVWHHGHLQH- YH]HVHQWUHRVWUrVSULPHLURVSDtVHVHPQ~PHURGHWUDEDOKRVVHOHFLR-
TXtYRFDUHOHYkQFLDVRFLDOQRSDtVSDUDRVHXGHVHQYROYLPHQWRFRPR nados e apresentados;
fenômeno sócio-cultural prioritário da nação, precisa receber estí- ‡ 2 %UDVLO Mi WHP SURJUDPDV GH SyVJUDGXDomR VWULFWRVHQVX
mulos legais imprescindíveis para a arrancada de um processo de em nível de doutoramento e mestrado em vários estados, aproxi-
viabilização econômica, tais como: PDGDPHQWH  GRXWRUHV HP (GXFDomR )tVLFD DOJXQV EUDVLOHLURV
D RVPHVPRVPHFDQLVPRVOHJDLVGH¿QDQFLDPHQWRGDiUHDGD QD GLUHomR GH RUJDQLVPRV LQWHUQDFLRQDLV FLHQWt¿FRV TXH WUDWDP GD
&XOWXUDRXRHVWDEHOHFLPHQWRGHQRYRVPHFDQLVPRV¿VFDLVHVSHFt¿- Educação Física e do Esporte, uma considerável produção de livros
cos para o Esporte, de modo que a iniciativa privada possa ser mo- e periódicos esportivos especializados, uma produção anual extensa
bilizada para investimento na área esportiva; quanto a eventos (Congressos, simpósios etc) sobre atividade física
(b) retirada de impostos de Importação e o Sobre Produtos In- e esportiva, entidades nacionais nos diversos ramos da Ciência do
dustrializados para equipamentos esportivos de competição, treina- (VSRUWH 0HGLFLQD (VSRUWLYD 3VLFRORJLD (VSRUWLYD %LRPHFkQLFD
mento e pesquisa; Aplicada ao Esporte etc) e outros indicadores que atestem a boa po-
2)XWHEROEUDVLOHLURSHODVVXDVFLUFXQVWkQFLDVHHVSHFLDOLGD- VLomRDRSDtVHQWUHDTXHOHVGHJUDQGHSURGXomRFLHQWt¿FDQDiUHDGR
GHVGHYHVHUUHJXODGRSRUXPDOHLHVSHFt¿FD Esporte;
2&RQVHOKR1DFLRQDOGR(VSRUWHUHFpPFULDGRQDHVWUXWXUD ‡([LVWHXPFUHVFHQWHQ~PHURGHXQLYHUVLGDGHVTXHMiGHEDWHP
esportiva brasileira, deve ser o órgão superior legalmente indicado o Esporte no seu ambiente, inclusive em dissertações de mestrados
SDUDGLULPLURVFRQÀLWRVGRHVSRUWHLQVWLWXFLRQDOL]DGRGR%UDVLO e teses de doutorados, além de grupos de pesquisadores que investi-
2V(VWDGRVH0XQLFtSLRVQRH[HUFtFLRGHVHXVSDSpLVGLDQWH gam os assuntos e problemas do Esporte nacional;
dos seus compromissos com as suas populações através do Esporte,
‡([LVWHXPD5HGH&(1(63 &HQWURGH([FHOrQFLD(VSRUWLYD 
devem estabelecer mecanismos legais de incentivo às práticas es-
fomentada pela União há alguns anos junto a algumas universidades
portivas formais e não-formais;
brasileiras, que têm demonstrado capacidade e potencial de atuação
$VHQWLGDGHVGLULJHQWHVHVSRUWLYDVQDFLRQDLVSHODUHOHYkQFLD
de suas atuações no desenvolvimento de suas modalidades esporti- para o Esporte;
vas, devem ser contempladas pela legislação esportiva com meca- ‡([LVWHPQR%UDVLODJrQFLDVIHGHUDLV &13T),1(3 HHVWD-
nismos que permitam recursos para as suas manutenções; duais (Sistema FAP- Fapesp, Faperj etc), que destinam poucos re-
6HMDLQVWLWXtGRXP6HJXUR2EULJDWyULRSDUDRVSDUWLFLSDQWHV cursos para as investigações relativas ao Esporte;
de competições dos Calendários esportivos nacionais; ‡$SHVDUGRVXFHVVREUDVLOHLURQDGLYXOJDomRGHWUDEDOKRVFLHQ-
$TXHVWmRGR'RSLQJQR%UDVLOGHYHVHUUHJXODGDSRUXPD Wt¿FRVQRH[WHULRUDLQGDQmRH[LVWHXPDUHODomRUD]RiYHOGHDSUR-
OHJLVODomR HVSHFt¿FD DWXDOL]DGD HP UHODomR DR WUDWDPHQWR LQWHUQD- veitamento interno e de integração dos centros de pesquisa com as
cional deste assunto. entidades esportivas de direção;

Esporte e Mídia Ações


2%UDVLOGHYHFRQVROLGDUDVXDSRVLomRLQWHUQDFLRQDOQD&LrQ-
Considerações FLD GR (VSRUWH GHVWLQDQGR UHFXUVRV ¿QDQFHLURV FRPSDWtYHLV SDUD
reforçar e apoiar: (a) apresentação de trabalhos em congressos no
‡1RPXQGRFRQWHPSRUkQHRDPtGLDpREVHUYDGDFRPRDSULQ- H[WHULRU E SHVTXLVDVFLHQWt¿FDVUHODWLYDVDSUREOHPDVGR(VSRUWH
FLSDOYDULiYHOGHGHVHQYROYLPHQWRGRHVSRUWHSRLVLQÀXHQFLDGLUHWD- (c) programas de pós-graduação stricto-sensu; (d) participação de
mente nas possibilidades de patrocínio e de chamamento dos jovens brasileiros nos organismos internacionais de Educação Física e Es-
para o interesse com as práticas esportivas; SRUWH H SHULyGLFRVQDFLRQDLVGHQtYHOFLHQWt¿FR I HYHQWRVFLHQ-

Didatismo e Conhecimento 116


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Wt¿FRVLQWHUQDFLRQDLVDVHUHPUHDOL]DGRVQR%UDVLO J ODERUDWyULRV 2. Deverá ser criado o Passaporte Anti-Doping, que irá constituir-
de Ciência do Esporte com a aquisição de equipamentos; (h) apoio -se numa obrigatoriedade para os atletas que forem representar o Bra-
DLQWHUFkPELRVFLHQWt¿FRVLQWHUQDFLRQDLV L FULDUFRPLWrVWpFQLFR- sil em competições internacionais;
FLHQWt¿FRVQDVFRQIHGHUDo}HVHVSRUWLYDVQDFLRQDLV $VHQWLGDGHVGHGLUHomRGH(VSRUWHGHYHUmRFULDUQDDEUDQJrQ-
2. A Rede CENESP, pelo seu potencial e pelas suas possibili- cia de suas atuações, programas anti-doping;
dades deve: (a) integrar parte de suas atividades com as entidades
esportivas; (b) crescer, permitindo que outras universidades sejam Diagnóstico do Esporte
WDPEpPFRQWHPSODGDVFRPUHFXUVRVS~EOLFRV
$VDJrQFLDVGHSHVTXLVDQR%UDVLOIHGHUDLVHHVWDGXDLVGH- Considerações
YHPGHVWLQDUUHFXUVRV¿QDQFHLURVGHDFRUGRFRPDVQHFHVVLGDGHVjV ‡1mRH[LVWH3ODQHMDPHQWRVHPXPGLDJQyVWLFRSUHFHGHQWHFRP
Ciência do Esporte, pelo que pode representar o avanço do conheci- indicadores que evidenciam os pontos fortes e os pontos fracos da
mento desta área para o país e sua população; área a ser planejada;
‡2~OWLPRGLDJQyVWLFRGHVHQYROYLGRVREUHD(GXFDomR)tVLFDHR
Empresas Estatais e Esporte (VSRUWHEUDVLOHLURIRLHP

&RQVLGHUDo}HV‡$VHPSUHVDVHVWDWDLVEUDVLOHLUDVGHVGHDGpFD- Ação
GDGHSUHVWDPH[FHOHQWHDSRLRDDOJXQVHVSRUWHVSDWURFLQDQGR 2%UDVLOGHYHGHVHQYROYHUXPGLDJQyVWLFRHVSRUWLYRFRPR
suas entidades de direção nacional nas suas atividades pelo país e levantamento da infra-estrutura e dos recursos humanos, materiais e
no exterior, contribuindo para expressivos resultados esportivos das ¿QDQFHLURVGLYLGLQGRRHPGXDVSDUWHV
representações nacionais; ž 2(VSRUWH6RFLDODVHUDSOLFDGRQRV(VWDGRVH0XQLFtSLRV
‡2VSDWURFtQLRVGDVHVWDWDLVHPERUDFRQWULEXtVVHPPXLWRSDUD onde serão analisados o Esporte Educacional, o Esporte Escolar e o
alguns esportes, somente foram conseqüência de um entendimento Esporte-lazer;
das empresas com os dirigentes dos esportes patrocinados, sem ne- ž R(VSRUWHGH5HQGLPHQWRFRPDQiOLVHHVSHFt¿FDVREUHLQGL-
nhuma participação dos órgãos governamentais responsáveis pelo FDGRUHVGHGHVHQYROYLPHQWRGHFDGDPRGDOLGDGHHVSRUWLYDHDR¿QDO
Esporte; FODVVL¿FDQGRDVHPHVSRUWHVGHVHQYROYLGRVHVSRUWHVHPGHVHQYROYL-
‡$VHPSUHVDVS~EOLFDVHVWDGXDLVSRXFRFRQWULEXtUDPSDUDR(V- mento e esportes não- desenvolvidos.
porte nos Estados;
Planos, Projetos Plurianuais e Talentos Esportivos
Ações
$VHPSUHVDVHVWDWDLVEUDVLOHLUDVGHYHPFRQWLQXDUDSRLDQGRR Considerações
Esporte brasileiro, aumentando as dotações publicitárias neste sen- ‡2VJUDQGHVUHVXOWDGRVQDVSULQFLSDLVFRPSHWLo}HVGHDOWRUHQ-
tido; dimento são sempre conseqüências de Planos de Expectativa bem
2. O Ministério do Esporte e Turismo (MET), coordenador do IRUPXODGRVDFUHVFLGRVGHXPDERDSROtWLFDGHLGHQWL¿FDomRHGHVHQ-
esporte brasileiro como questão de Estado, deve participar do pro- volvimento de talentos;
cesso decisório da seleção da distribuição das dotações publicitárias ‡$H[SHFWDWLYDHVSRUWLYDLQWHUQDFLRQDOHEUDVLOHLUD FDVRGRYROHL-
das empresas estatais brasileiras, inclusive, apresentando um plano bol masculino) evidenciam que os Planos de Expectativa no esporte
de distribuição, de acordo com o Plano de Desenvolvimento do Es- de rendimento devem compreender um período de oito anos.
porte Brasileiro; Ações
$V HPSUHVDV HVWDWDLV HVWDGXDLV GHYHP DGHULU DR SDWURFtQLR 2&RPLWr2OtPSLFR%UDVLOHLURGHYHUiFRQWLQXDUSODQHMDQGRRV
GR (VSRUWH QRV kPELWRV HVWDGXDLV DUWLFXODQGR VXDV Do}HV FRP DV esportes dos Jogos Olímpicos com planos de expectativa plurianuais
secretarias estaduais responsáveis pelo Esporte; FRPREMHWLYRVHPHWDVEHPGH¿QLGRV
2. O Comitê Paraolímpico Brasileiro deverá planejar os esportes
O Problema Doping dos Jogos Paraolímpicos com planos de expectativa plurianuais com
REMHWLYRVHPHWDVEHPGH¿QLGRV
Considerações $V HQWLGDGHV GH GLUHomR QDFLRQDO UHVSRQViYHLV SRU HVSRUWHV
‡2GRSLQJpDWXDOPHQWHFRQVLGHUDGRRJUDQGH³ÀDJHOR´GR(V- não-olímpicos e não-paraolímpicos também deverão elaborar os pla-
porte, pois a “ciência do doping” cresce as vezes mais que a “ciência nos de expectativa plurianuais;
contra o doping”; $VHQWLGDGHVHVSRUWLYDVGHGLUHomRQDFLRQDOGHYHUmRQRVOLPL-
‡$LPDJHPGRVSDtVHVHGRVDWOHWDV¿FDLUUHYHUVLYHOPHQWHPDQ- tes do regime democrático brasileiro que consagra o direito de ir e vir,
chada quando são constatados casos de doping em competições in- criar e desenvolver um programa de talentos esportivos que permita
ternacionais; ao Brasil chegar ao maior nível em todas as modalidades da cultura
‡1R%UDVLODOHJLVODomRVREUHGRSLQJHVWiFRPSOHWDPHQWHXO- HVSRUWLYDQDFLRQDOHQDTXHODVHPTXHRSDtVVH¿]HUSUHVHQWH
trapassada e há um consenso internacional de que esta legislação
precisa ser continuamente revista; Bingo
‡$SHVDUGHH[LVWLUQR%UDVLOFLHQWLVWDVGHUHQRPHLQWHUQDFLRQDO
sobre doping, o Brasil ainda não possui um controle efetivo sobre Considerações
seus atletas de equipes nacionais; ‡2%LQJRSHODOHJLVODomRDWXDOWHPRVHXFRQWUROHHIHWXDGRSHOD
$o}HV2&RQVHOKR1DFLRQDOGR(VSRUWHGHYHUiVHURyUJmR Caixa Econômica Federal;
que tratará da atualização da normatização contra o doping, podendo ‡2%LQJRWHPVLGRSDUDDOJXPDVHQWLGDGHVHDVVRFLDo}HVHVpor-
usar assessores ad-hoc entre os especialistas do assunto, e propor WLYDVGRSDtVXPFRPSOHPHQWR¿QDQFHLURTXHWHPFRQWULEXtGRGH
XPDOHJLVODomRHVSHFt¿FDSDUDHVWDTXHVWmR alguma forma para o desenvolvimento de modalidades esportivas.

Didatismo e Conhecimento 117


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Ação ‡ 1R VLVWHPD DWXDO GH GLVSRQLELOL]DomR GH UHFXUVRV S~EOLFRV
$&DL[D(FRQ{PLFD)HGHUDOGHYHDSULPRUDURFRQWUROHGR com contrapartidas das entidades receptoras, os projetos do espor-
Bingo no país, de modo que as entidades de direção e de prática te de rendimento brasileiros são extremamente prejudicados pois
esportiva obtenham mais recursos para o desenvolvimento dos es- são exigidos recursos das entidades de direção, a maioria das vezes
portes sob suas responsabilidades. inexistentes, e dependentes de outras fontes variáveis como patrocí-
nios, inscrições etc.
O Esporte de Rendimento A Comissão Nacional de Atletas
Ações
Considerações $VHQWLGDGHVHVSRUWLYDVGHDGPLQLVWUDomRQDFLRQDODRFULDU
‡$ &RPLVVmR 1DFLRQDO GH$WOHWDV IRUPDGD SRU DWOHWDV GHV- equipes nacionais permanentes, com planos de expectativa para
WDFDGRV UHVXOWDGRV HVSRUWLYRV IRL FULDGD SHOD 3RUWDULD Qž  GH as modalidades sob as suas responsabilidades, devem tratar, com
GR0LQLVWpULRGR(VSRUWHH7XULVPR 0(7 FRPRRE- ênfase, das processos de iniciação e desenvolvimento esportivo e
GD LGHQWL¿FDomR GH WDOHQWRV FRP RV ELRWLSRV LQGLFDGRV SDUD HVVHV
jetivo de assessorar as ações deste Ministério indicando necessida-
esportes;
des, expectativas e aspirações dos atletas;
2. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e o Comitê Paraolím-
‡1DFRPSRVLomRGD&RPLVVmR1DFLRQDOGH$WOHWDVRVDWOHWDV
pico Brasileiro (CPB) devem aprovar e supervisionar os planos de
integrantes deverão ter participado de Jogos Olímpicos ou Parao- VXDV¿OLDGDVDFRPSDQKDQGRRVHDYDOLDQGRRVSHORVUHODWyULRVSH-
límpicos, sendo que cada modalidade deverá ter no máximo dois riódicos;
participantes; 20LQLVWpULRGR(VSRUWHH7XULVPRSRUDo}HVLQWHUPLQLVWH-
‡$WOHWDVGHHVSRUWHVQmRROtPSLFRVGHH[SUHVVmRWDPEpPSR- riais, no exercício de suas responsabilidades, deve ser co-respon-
derão ser convidados para participar na Comissão. sável pelas representações esportivas nacionais, cabendo-lhe uma
atuação de articulação e apoio aos planos;
Ação  2V DWOHWDV H RV GHPDLV UHFXUVRV KXPDQRV SDUWLFLSDQWHV GH
 2 0LQLVWpULR GR (VSRUWH H 7XULVPR 0(7  GHYHUi UHXQLU equipes nacionais permanentes e/ou de representações brasileiras
periodicamente a Comissão Nacional de Atletas para coletar su- devem ter todas as garantias de que não sofrerão prejuízos em suas
gestões e indicações que contribuam para o processo esportivo RXWUDVDWLYLGDGHVSUR¿VVLRQDLVRXHVFRODUHVDOpPGHHVWDUFREHUWRV
brasileiro; SRUVHJXURVHSODQRVGHVD~GH
Equipes Permanentes, Representações Esportivas Brasileiras 2WUHLQDPHQWRGDVHTXLSHVSHUPDQHQWHVHRXGHUHSUHVHQWD-
Olímpicas e Paraolímpicas ções nacionais deverá dispor de instalações e equipamentos compa-
tíveis com o alto nível;
Considerações (PVLWXDo}HVGHWUHLQDPHQWRHIRUPDomRGHHTXLSHVUHSUH-
‡ 2V SODQRV GDV HQWLGDGHV HVSRUWLYDV GH DGPLQLVWUDomR QD- sentativas do país, todos os problemas relativos a superposição de
cional, pelas experiências vencedoras olímpicas e paraolímpicas, patrocínios entre as entidades e atletas devem ser resolvidas a priori;
devem estar previstos para que os jovens cheguem às competi- 2VUHFXUVRVS~EOLFRVSDUDRVSODQRVGHVSRUWLYRVGHH[SHFWD-
o}HVLQWHUQDFLRQDLVQXPSHUtRGRFRPSUHHQGLGRHQWUHHDQRV tiva deverão ser distribuídos em cotas anuais e a contrapartida das
GHSHQGHQGRGDVFLUFXQVWkQFLDVHHVSHFL¿FLGDGHVGHFDGDHVSRUWH entidades nacionais de direção esportiva deverá constituir-se numa
‡$LQLFLDomRHVSRUWLYDDGHTXDGDHDLGHQWL¿FDomRGHWDOHQWRV avaliação positiva de cumprimento do projeto ou alcance das metas
com biotipos corretos posteriormente são considerados estratégias propostas.
imprescindíveis para futuros sucessos esportivos em todos os es-
portes; Projeções e Prioridades para os Planos das Entidades Esporti-
vas de Direção Nacional
‡$TXDQWL¿FDomRGHSURFHVVRVGHLQLFLDomRHVSRUWLYDSDUDRV
sexos masculino e feminino é consensualmente aceito como uma
Considerações
YDULiYHOSRVLWLYDQDIXWXUDTXDOL¿FDomRGHFDGDPRGDOLGDGHHVSRU-
‡2%UDVLOSDUWLFLSDUiGRV-RJRV2OtPSLFRVH3DUDROtPSLFRVGH
tiva; HGRV-RJRV3DQDPHULFDQRVGHHGRV-RJRV
‡&DEHjVHQWLGDGHVGHDGPLQLVWUDomRQDFLRQDO D SUHSDUDUDV 6XODPHULFDQRV GH  H  GRV -RJRV GH ,QYHUQR GH  H
representações nacionais para as competições internacionais; (b) GRVFDPSHRQDWRVPXQGLDLVSDQDPHULFDQRVVXODPHULFDQRV
selecionar e desenvolver os recursos humanos que atuam tecnica- MRJRVPXQGLDLVPLOLWDUHVHGHXPJUDQGHQ~PHURGHMRJRVFDPSHR-
mente nos processos esportivos de rendimento; (c) planejar e de- natos e torneios internacionais nos quais a imagem esportiva nacio-
senvolver equipes permanentes que tenham potencial para sucesso nal estará sendo exposta;
no exterior; ‡ &DGD HQWLGDGH GH DGPLQLVWUDomR QDFLRQDO LQFOXVLYH R &2%
‡([LVWHPLQ~PHUDVGL¿FXOGDGHVSDUDDSDUWLFLSDomRGRVLQWH- e o CPB, tem o dever de estabelecer suas prioridades na projeção
grantes das representações esportivas em eventos internacionais do calendário internacional existente e desenvolver os seus planos
quanto a garantias e dispensas de trabalho, escolas, universidades de desenvolvimento e de expectativa para as modalidades sob suas
durante as competições e treinamentos; responsabilidades;
‡1DVVLWXDo}HVGHH[LVWrQFLDGHHTXLSHVQDFLRQDLVSHUPDQHQ- ‡1R%UDVLORVPRGHORVGHGLVSXWDHVSRUWLYDVmRYDULiYHLVSRU
tes, há necessidade de locais de treinamento com instalações com- HVSRUWHUHJLmRFLGDGHHRXWUDVFLUFXQVWkQFLDVHTXHHVWDGLYHUVLGD-
patíveis com o treinamento de alta competição; GHpDRPHVPRWHPSRGL¿FXOGDGHHDVSHFWRSRVLWLYR
‡([LVWHPFRQÀLWRVHPUHODomRDRVSDWURFtQLRVGHDWOHWDVHGH ‡2VFDOHQGiULRVLQWHUQDFLRQDLVHQDFLRQDLVQRVTXDLVHVWiHQ-
equipes nacionais que muitas vezes interferem no desenvolvimen- volvido o Esporte brasileiro, deverão ser divulgados numa delimi-
to dos programas de treinamento estabelecidos; tação de dois anos.

Didatismo e Conhecimento 118


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Ações Eventos Esportivos Internacionais no Brasil
20LQLVWpULRGR(VSRUWHH7XULVPRGHYHHVWDEHOHFHUXPSUR-
cesso de coleta de informações sobre os calendários dos diversos Considerações
esportes praticados institucionalmente no Brasil, para elaborar um ‡eFRQVHQVRQRHVSRUWHPXQGLDOTXHWRGRVRVSDtVHVTXHSUR-
Calendário Nacional Esportivo, que deve ser bienal; movem as megacompetições (Jogos Olímpicos, Jogos Pan-ameri-
2. Nas competições internas dos diferentes esportes, as entida- canos, Campeonatos Mundiais etc) aceleram os seus processos de
des de direção deverão admitir, a pluralidade circunstancial de cada desenvolvimento esportivo;
situação, permitindo que as equipes participantes sejam de natureza ‡2%UDVLOFRPDOJXQVSURJUDPDVHDMXVWHVWHPWRGDVDVFRQGL-
distintas (exemplo: participação de universidades em competições ções de sediar os grandes eventos esportivos do planeta;
promovidas pelas confederações e federações). ‡2SULPHLURJUDQGHHYHQWRSRVVtYHORQGHR%UDVLOSRGHVHGLDU
a sua realização, em termos cronológicos, são os Jogos Pan-ameri-
Formação e Capacitação de Recursos Humanos FDQRVGHVHQGRTXHDFLGDGHGR5LRGH-DQHLURpDLQGLFDGD
‡3DUDTXHRFRUUDXPDFRQ¿DQoDLQWHUQDFLRQDOQDVSRVVLELOLGD-
Considerações
des do Brasil sediar eventos como Jogos Olímpicos, Copa do Mun-
‡2VUHFXUVRVKXPDQRVSDUDR(VSRUWH WUHLQDGRUHVDGPLQLVWUD-
do, Universíade etc, há a necessidade de aumentar consideravelmen-
GRUHVSUHSDUDGRUHVItVLFRVPpGLFRVHVSRUWLYRV¿VLRWHUDSHXWDVELR-
PHFkQLFRV SVLFyORJRV QXWULFLRQLVWDV H RXWURV  VHUmR VHPSUH XPD WHRQ~PHURGHFRPSHWLo}HVLQWHUQDFLRQDLVQRSDtV
variável de qualidade em qualquer processo de desenvolvimento
esportivo; Ações
‡ (PERUD H[LVWDP QR H[WHULRU SULQFLSDOPHQWH QD (XURSD 2&RPLWr2OtPSLFR%UDVLOHLUR &2% HR&RPLWr3DUROtPSL-
processos de formação para treinadores, utilizando-se ex-atletas, co Brasileiro (CPB) devem evidenciar internacionalmente o empe-
no Brasil, não é possível uma abertura deste tipo, pois: (a) a Lei QKRHPWUD]HUDVPHJDFRPSHWLo}HVHVSRUWLYDVVHPSUHUHD¿UPDQGR
Qž  UHJXODPHQWRX R H[HUFtFLR SUR¿VVLRQDO GD (GXFDomR a vontade política do governo brasileiro neste sentido;
)tVLFD QR %UDVLO GHWHUPLQDQGR FRPR SUHUURJDWLYD GR SUR¿VVLRQDO 
graduado em curso superior de Educação Física, com registro no sis- 2. O governo federal e os governos municipal e estadual corres-
tema CONFEF/CREF a prestação de serviços à população em todas pondentes às cidades candidatas aos eventos internacionais devem,
as atividades à Educação Física nas suas diversas manifestações; (b) além das cartas de garantia, disponibilizar recursos que evidenciem
a Educação Física, pelo art. 2 do Manifesto Mundial de Educação esta vontade política do Estado;
)tVLFD),(3pXPSURFHVVRGH(GXFDomRTXHXWLOL]DDWLYLGDGHV $V(QWLGDGHV(VSRUWLYDVGHGLUHomRQDFLRQDOGHYHPGLVSXWDU
físicas na forma de exercícios ginásticos, jogos, esportes, danças, a sede de campeonatos sul-americanos, pan-americanos, mundiais e
atividades de aventura, relaxamento e outras opções de lazer ativo, outras competições de grande apelo na mídia internacional.
com propósitos educativos;
‡$LQGDQR%UDVLOD/HLQžGHTXHGLVS{VVR- ,QLFLDomR(VSRUWLYDH&HUWL¿FDomR
EUHRV7UHLQDGRUHV3UR¿VVLRQDLVGH)XWHEROHHVWLPXORXSDUDTXH
os treinadores completassem cursos superiores de Educação Física, Consideração
FDUDFWHUL]RXRVFRPRDTXHOHVSUR¿VVLRQDLVFRQWUDWDGRVSRUFOXEHV ‡$LQLFLDomRHVSRUWLYDpDSULPHLUDHWDSDGRSURFHVVRGHGHVHQ-
GHIXWHEROFRPD¿QDOLGDGHGHWUHLQDUDWOHWDVGHIXWHEROSUR¿VVLRQDO volvimento esportivo e, para que seja um fator positivo no mesmo,
ou amador, ministrando-lhes técnicas e regras de Futebol, com o é imprescindível que se apresente com qualidade.
REMHWLYRGHDVVHJXUDUOKHVFRQKHFLPHQWRVWiWLFRVVX¿FLHQWHVSDUDD
prática desse Esporte. Esta caracterização permite uma transferência Ação
para os treinadores de outros esportes que desse modo podem dirigir
'HYHVHUFULDGDXPDFHUWL¿FDomRDSRLDGDHPFULWpULRVULJR-
equipes mas não podem exercer atividades esportivas de ensino;
URVRVGHTXDOLGDGHSDUDRVQ~FOHRVGHLQLFLDomRHVSRUWLYD
‡([LVWHPYiULRVWLSRVGHSUR¿VVLRQDLVTXHSRGHPDWXDUQRSUR-
cesso esportivo como advogados, engenheiros, arquitetos, médicos,
SVLFyORJRVELRTXtPLFRVELRPHFkQLFRV¿VLRWHUDSHXWDVSURIHVVRUHV 3ULRULGDGHVGRV5HFXUVRV3~EOLFRV
de Educação Física, nutricionistas etc.
Considerações
Ações ‡2VUHFXUVRVS~EOLFRVSDUDR(VSRUWHEUDVLOHLURVHPSUHIRUDP
$VXQLYHUVLGDGHVEUDVLOHLUDVSHODDXWRQRPLDTXHOKHVIDFXOWD LQVX¿FLHQWHV H RV FULWpULRV GH SULRUL]DomR QXQFD IRUDP VX¿FLHQWH-
D/HLQžGH /HLGH'LUHWUL]HVH%DVHVGD(GXFD- mente claros;
ção Nacional) poderão oferece cursos de extensão, cursos de pós- ‡2%UDVLOFRPXPDH[WHQVmRFRQWLQHQWDOHVWiDH[LJLUFULWpULRV
-graduação lato-sensu e programas de pós- graduação stricto-sensu, JHRJUi¿FRVGHGLVWULEXLomRGHUHFXUVRV
além de desenvolver projetos de pesquisa e debates relativos ao Es-
SRUWH3RGHUmRLQFOXVLYHFULDUQRVHXkPELWRDFDGrPLFRVHWRUHVVRE Ações
a denominação de “Universidade do Esporte” ou outro qualquer; $GLVWULEXLomRGRVUHFXUVRVS~EOLFRVGHYHUmRVHUHIHUHQFLDU
2. O Comitê Olímpico Brasileiro, o Comitê Parolímpico Brasi- em diagnósticos do esporte brasileiro;
leiro e as Entidades esportivas de administração nacional, poderão 2. No esporte de rendimento, as prioridades, além de se basea-
FRPSRUFRPDVXQLYHUVLGDGHVLQWHUFkPELRVTXHSHUPLWDPDFULDomR UHPQDFODVVL¿FDomRHPHVSRUWHVGHVHQYROYLGRVHPGHVHQYROYLPHQ-
de “Universidades do Esporte”, olímpicos ou paraolímpicos, que se- to e em não-desenvolvidos, deverão levar em conta preferencial-
rão setores para o aperfeiçoamento dos recursos humanos para atuar mente as modalidades olímpicas, paraolímpicas, pan-americanas e
nos meios esportivos e para o desenvolvimento de pesquisas. pan-americanas paraolímpicas.

Didatismo e Conhecimento 119


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
2(VSRUWHSDUD3HVVRDV3RUWDGRUDVGH'H¿FLrQFLD ‡2VSRUWDGRUHVGHGH¿FLrQFLDItVLFDPHQWDODXGLWLYDYLVXDO
HP~OWLSODVDOYRUHVWULomRUDUDVmRFDSD]HVGHSDUWLFLSDUGHDXODV
Estruturas Organizacionais das Entidades Esportivas de Pes- de Educação Física, assim como atividades de lazer e de esporte
soas Portadoras de Dediciência competitivo ou não e que os efeitos desta participação são extre-
mamente positivos, inclusive, muitas vezes com a reversão do es-
Considerações tigma;
‡$VHQWLGDGHVHVSRUWLYDVGHSHVVRDVSRUWDGRUDVGHGH¿FLrQFLD ‡ $ &DUWD ,QWHUQDFLRQDO GD (GXFDomR )tVLFD H GR (VSRUWH
WrP JUDQGHV GL¿FXOGDGHV GH PDQXWHQomR GHYLGR D  SRXFR DSHOR 81(6&2 HR0DQLIHVWR0XQGLDOGH(GXFDomR)tVLFD),(3
SDUDDPtGLD E Q~PHURSHTXHQRGHUHJLVWURVGHDWOHWDVHPFDGD FRQVDJUDUDPD(GXFDomR)tVLFDFRPRXPGLUHLWRGHWRGRV
HQWLGDGH F GL¿FXOGDGHVQDPRELOL]DomRGHSUDWLFDQWHVHVSRUWLYRV
SDUD VHXV HYHQWRV G  IDOWD GH Q~FOHRV GH LQLFLDomR HVSRUWLYD H  Ações
GL¿FXOGDGHVGHSDWURFtQLRV I UHFXUVRVS~EOLFRVLQVX¿FLHQWHV $VHVFRODVGHYHPFULDUFRQGLo}HVHLQFOXLURVSRUWDGRUHVGH
‡([LVWHPLPSRVWRVHWD[DVTXHWrPDOJXPWLSRGHUHODomRFRP GH¿FLrQFLDVItVLFDVQDVDXODVGH(GXFDomR)tVLFD
RVSRUWDGRUHVGHGH¿FLrQFLDFRPRR'39$7 6HJXUR2EULJDWyULR 2. As escolas devem promover as práticas esportivas em ter-
de Automóvel). mos educacionais no Ensino Fundamental e Médio;
 2V (VWDGRV H 0XQLFtSLRV VHUmR RV UHVSRQViYHLV SHOR IR-
Ação PHQWR GH FRPSHWLo}HV H GH (VSRUWH (VFRODU QR kPELWR GH VXDV
2(VWDGRGHYHGHVWLQDUDOJXPWLSRUHFHLWDH[WUDtGDGHXP atuações.
imposto ou taxa, ou de um incentivo para a iniciativa privada, no
VHQWLGR GH TXH DV HQWLGDGHV GLULJHQWHV GR HVSRUWH SDUD GH¿FLHQWHV As Entidades de Direção Nacional dos Esportes para Portado-
tenham condições de implementar seus programas e suas manuten- UHVGH'H¿FLrQFLD
ções.
Considerações
2(VSRUWHSDUD3RUWDGRUHVGH'H¿FLrQFLDQRV(VWDGRVH0X- ‡$WXDOPHQWHH[LVWHP D DVHQWLGDGHVGHDGPLQLVWUDomRQD-
nicípios FLRQDO¿OLDGDVDR&RPLWr3DUDROtPSLFR%UDVLOHLUR $%5$'(&$5
– Associação Brasileira de Desporto em Cadeira de Rodas, ANDE
Considerações ±$VVRFLDomR1DFLRQDOGH'HVSRUWRSDUD'H¿FLHQWHV$%'&±$V-
‡23URJUDPDGH$omR0XQGLDOSDUD3HVVRDV3RUWDGRUDVGH'H- sociação Brasileira de Desporto para Cegos, ABDEM – Associa-
¿FLrQFLDDWUDYpVGHVXDV1RUPDVH5HFRPHQGDo}HV,QWHUQDFLRQDLV omR%UDVLOHLUDSDUD'H¿FLHQWHV0HQWDLV  E RXWUDVHQWLGDGHVQmR
VREUH'H¿FLrQFLD  GH¿QLXD'H¿FLrQFLDFRPRSHUGDRXOLPL- ¿OLDGDVDR&RPLWr3DUDROtPSLFR%UDVLOHLUR $2(%±$VVRFLDomR
tação de oportunidades de participar da vida comunitária em con- Olimpíadas Especiais, CBBC – Confederação Brasileira de Bas-
GLo}HVGHLJXDOGDGHFRPDVGHPDLVSHVVRDVSRUWDQWRLGHQWL¿FDUD quete em Cadeira de Rodas, CBBS – Confederação Brasileira de
situação de incapacidade pessoal em detrimento do próprio meio Desportos para Surdos, CDLB – Confederação Brasileira de Luta
social; de Braço, CBTM – Confederação Brasileira de Tênis de Mesa
‡$VUHVSRQVDELOLGDGHVGHSURPRomRGHLQLFLDWLYDVQHFHVViULDV Adaptado;
para a inclusão, a integração social, a melhoria da qualidade de vida ‡$VHQWLGDGHVGHDGPLQLVWUDomRQDFLRQDOGHHVSRUWHVSDUDGH-
e a garantia dos direitos dessas pessoas, têm sido divididas entre o ¿FLHQWHVWrPDUHVSRQVDELOLGDGHGDRUJDQL]DomRHGHVHQYROYLPHQ-
(VWDGRHD6RFLHGDGHSRUPHLRGHLQVWLWXLo}HVS~EOLFDVHSULYDGDV to das modalidades sob suas responsabilidades, além do planeja-
‡$VGL¿FXOGDGHVSDUDRGHVHQYROYLPHQWRGHSHVVRDVSRUWDGR- mento para as participações internacionais;
UDVGHGH¿FLrQFLDUHFDHPQDLQDFHVVLELOLGDGHDRVPHLRVItVLFRVHGH ‡$ SDUWLFLSDomR PDVFXOLQD p YLVLYHOPHQWH PDLRU QR HVSRUWH
comunicação, e são, de um modo geral, conseqüências de condições SDUDSHVVRDVSRUWDGRUHVGHGH¿FLrQFLDV
culturais, econômicas e ambientes desfavoráveis;
‡2(VSRUWHSDUDSHVVRDVSRUWDGRUDVGHGH¿FLrQFLDDLQGDQmR Ação
encontrou na maioria dos Estados e municípios brasileiros o apoio $V(QWLGDGHVGH'LUHomR1DFLRQDOGH(VSRUWHVSDUD'H¿-
necessário para o seu desenvolvimento. FLHQWHVGHYHUmR D HODERUDUXPSODQRGHH[SDQVmRSDUDDQRV
Ação FRPPHWDVTXDQWL¿FDGDVSDUDFDGDDQRTXDQWRDRDXPHQWRGHSUD-
2V(VWDGRVH0XQLFtSLRVGHYHPLQFOXLUR(VSRUWHSDUD3HV- WLFDQWHV HVSRUWLYRV QXPD GLVWULEXLomR JHRJUi¿FD GHVHMiYHO E 
VRDV3RUWDGRUDVGH'H¿FLrQFLDQRVVHXVSODQRVHSURJUDPDVGHGH- EXVFDUSDWURFtQLRVHUHFXUVRV¿QDQFHLURVSDUDR¿QDQFLDPHQWRGH
senvolvimento do Esporte, inclusive, criando setores responsáveis suas atividades; (c) formular planos de expectativa para as equipes
por estas ações. nacionais que farão parte das competições internacionais; (d) de-
senvolvimento de campanhas e estratégias de divulgação do espor-
A Educação Física e o Esporte para Pessoas Portadoras de De- WHSDUDGH¿FLHQWHVQDVPtGLDVQDFLRQDOHUHJLRQDO H HODERUDomR
¿FLrQFLD e execução de um calendário esportivo expressivo; (f) criar bolsas
SDUDROtPSLFDVGHLQFHQWLYRDRVDWOHWDVHSUR¿VVLRQDLVGHQtYHOQD-
Considerações cional e internacional; (g) estimular a formação e capacitação de
‡1R%UDVLODVFRPSHWLo}HVHVSRUWLYDVHVFRODUHVHQWUHSHVVRDV recursos humanos especializados; (h) estimular brasileiros a par-
SRUWDGRUHVGHGH¿FLrQFLDVmRHVFDVVDV WLFLSDUGHHQWLGDGHVHVSRUWLYDVLQWHUQDFLRQDLVSDUDGH¿FLHQWHVItVL-
‡1mRH[LVWHDREULJDWRULHGDGHGH(GXFDomR)tVLFD3DUD3HVVRDV FRV L HVWLPXODUDSDUWLFLSDomRIHPLQLQDQRVGH¿FLHQWHVHPWRGR
3RUWDGRUDVGH'H¿FLrQFLD o território nacional.

Didatismo e Conhecimento 120


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
O Ministério do Esporte e Turismo e os Esportes para Porta- ‡4XHDR5HFRQKHFHUTXHSUiWLFDVFRUSRUDLVUHODFLRQDGDVDR
GRUHVGH'H¿FLrQFLD desenvolvimento de valores, podem levar à participação de cami-
nhos sociais responsáveis e busca da cidadania; CONSTITUI-SE
Considerações num meio efetivo para a conquista de um estilo de vida ativo dos
‡&DEHDR0LQLVWpULRGR(VSRUWHH7XULVPR 0(7 JHULUERD seres humanos.
parte dos recursos políticos destinados ao Esporte e cuidar de uma Esporte: Fenômeno sócio-cultural, que tem no jogo o seu vín-
distribuição planejada de forma que as práticas esportivas cada vez culo cultural e na competição o seu elemento essencial e que nas
mais cresçam no país como direito de todos; suas diferentes formas, contribui para a formação e aproximação dos
seres humanos ao reforçar o desenvolvimento de valores como a
‡20LQLVWpULRGR(VSRUWHH7XULVPR 0(7 WDPEpPGHYHVHU
moral, a ética, a solidariedade, a fraternidade e a cooperação, o que
responsável pelas participações nacionais nos eventos internacio-
RWRUQDQXPGRLVPHLRVPDLVH¿FD]HVSDUDDFRQYLYrQFLDKXPDQD
QDLVSDUDSHVVRDVSRUWDGRUDVGHGH¿FLrQFLDV
Esporte de Rendimento: Praticado de acordo com as regras e
‡20LQLVWpULRGR(VSRUWHH7XULVPR 0(7 WHPUHVSRQVDELOL- FyGLJRVGDVHQWLGDGHVLQWHUQDFLRQDLVHTXHWHPFRPR¿QDOLGDGHD
dades diretas no desenvolvimento do processo esportivo brasileiro. obtenção de resultados expressivos, vitórias, recordes, tudo dentro
de um referencial ético expresso na formação de um espírito espor-
Ações tivo dos seus praticantes.
 2 0LQLVWpULR GR (VSRUWH H7XULVPR 0(7  GHYHUi DSRLDU Esporte Educacional: Praticado nos sistemas de ensino e em
e estimular, articulando com as entidades de direção dos espor- formas assistemáticas de educação, evitando-se a seletividade, a
WHV SDUD SRUWDGRUHV GH GH¿FLrQFLD D  QD EXVFD GH SDWURFtQLRV H KLSHUFRPSHWLWLYLGDGHGHVHXVSUDWLFDQWHVFRPD¿QDOLGDGHGHDO-
UHFXUVRV¿QDQFHLURV E QDGLIXVmRGHVVHVHVSRUWHVSHORSDtV F  cançar o desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação
QDFULDomRGHEROVDVSDUDROtPSLFDVSDUDRVDWOHWDVHSUR¿VVLRQDLV SDUDRH[HUFtFLRGDFLGDGDQLDHDSUiWLFDGROD]HU $UWžGD/HLQž
destas modalidades; (d) na formação e capacitação de recursos hu-  
manos especializados; (e) na participação de dirigentes brasileiros Esporte Lazer ou Comunitário: Praticado de modo voluntário,
QDV HQWLGDGHV LQWHUQDFLRQDLV GH HVSRUWHV SDUD GH¿FLHQWHV I  QDV FRPDVPRGDOLGDGHVLQVWLWXFLRQDOL]DGDVRXQmRFRPUHJUDVR¿FLDLV
equipes nacionais paraolímpicos e de esportes não-paraolímpicos; ou adaptadas, e que contribui para a integração dos praticantes, para
2. O Ministério do Esporte e Turismo (MET) deverá ainda DSURPRomRGDVD~GHHRXWURVDVSHFWRVLPSRUWDQWHVGDYLGDVRFLDO
apoiar e estimular, articulando com outros setores do Estado e So- Esporte Escolar: Praticado pelos jovens de talento no ambien-
ciedade, no sentido de que: (a) os governos estaduais e municipais WHHVFRODUFRPD¿QDOLGDGHGHGHVHQYROYLPHQWRHVSRUWLYRGRVVHXV
praticantes, sem perder de vista a formação dos mesmos para a ci-
criem ou mantenham setores de desenvolvimento do esporte para
dadania.
SHVVRDVSRUWDGRUDVGHGH¿FLrQFLD E DVHPSUHVDVHVWDWDLVWDPEpP
Política Nacional do Esporte: Conjunto de ações que formu-
DSRLHPRVHVSRUWHVSDUDGH¿FLHQWHV F R0LQLVWpULRGD(GXFDomR lam um sentido para a convivência Estado-Sociedade, congregando
faça as alterações necessárias na legislação e nas suas ações para expectativas sociais, fundamentos axiológicos, visão de futuro e os
TXHRVGH¿FLHQWHVItVLFRVSRVVDPSDUWLFLSDUGDVDXODVGH(GXFDomR meios existentes.
Física, Esporte Educacional e das competições de Esporte Escolar; 3UR¿VVLRQDOGH(GXFDomR)tVLFD)RUoDGHWUDEDOKRTXDOL¿FDGD
(d) as universidades e estabelecimentos de ensino superior, para e registrada no Sistema CONFEF/CREF, responsável pelo exercício
que preparem recursos humanos com possibilidades em nível de SUR¿VVLRQDOQDiUHDGH(GXFDomR)tVLFD
extensão, pós-graduação lato-sensu e em linhas de pesquisa nos
SURJUDPDVVWULFWRVHQVX H DVDJrQFLDVGH¿QDQFLDPHQWRH[LVWHQ-
tes no Brasil (CNPq, Sistema FAP etc) destinem recursos para as
DIMENSÕES BIOLÓGICAS APLICADAS À
investigações em problemas relacionados ao esporte para pessoas
EDUCAÇÃO FÍSICA E AO ESPORTE.
SRUWDGRUDVGHGH¿FLrQFLD

*/266È5,2
Educação Física: como direito de todas as pessoas, é um pro-
FHVVRGH(GXFDomRVHMDSRUYLDVIRUPDLVRXQmRIRUPDLV‡4XHDR O ser humano não é biologicamente estático.
,QWHUDJLUFRPDVLQÀXrQFLDVFXOWXUDLVHQDWXUDLV iJXDDUVROHWF  Desde o momento da concepção até a morte, é por demais co-
nhecida a ocorrência de transformações quantitativas e qualitativas,
GHFDGDUHJLmRHLQVWDODo}HVHHTXLSDPHQWRVDUWL¿FLDLVDGHTXDGRV
quer no sentido evolu- tivo quer no involutivo. Durante as duas pri-
‡4XHDR8WLOL]DUDWLYLGDGHVItVLFDVQDIRUPDGHH[HUFtFLRVJL-
meiras décadas de vida, a principal atividade do organismo humano
násticos, jogos, esportes, danças, atividades de aventura, relaxa-
p³FUHVFHU´H³GHVHQYROYHUVH´IHQ{PHQRVVLPXOWkQHRVHFRQGLFLR-
mento e outras opções de lazer ativo, com propósitos educativos; nados à maior ou à menor velocidade do processo maturacional e de
‡4XHDR2EMHWLYDUDSUHQGL]DJHPHGHVHQYROYLPHQWRGHKDEL- sua inte- ração com indicadores do ambiente. Por conta da existência
lidades motoras de crianças, jovens, adultos e idosos, aumentando de forte interação entre o crescimento e o desenvolvimento, muitas
as suas condições pessoais para a aquisição de conhecimentos e vezes ambos os conceitos vêm sendo empregados de forma indiscri-
atitudes favoráveis para a consolidação de hábitos sistemáticos de PLQDGDFRPRPHVPRVLJQL¿FDGR7RGDYLDFUHVFLPHQWRHGHVHQ-
prática física; volvimento referem-se a pro- cessos que, embora indissociáveis e
‡4XHDR3URPRYHUXPDHGXFDomRHIHWLYDSDUDDVD~GHHRFX- cuja ocorrência isolada é impossível, são fenômenos diferentes que
pação saudável do tempo livre de lazer; VHPSUHGHPRQVWUDPFRUUHVSRQGrQFLDGLUHWDHQWUHVL3RUGH¿QLomR

Didatismo e Conhecimento 121


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
crescimento corresponde ao processo resultante da multiplicação e talmente os propósitos da monitoração do crescimento físico. Por
da diferenciação celular que determina alterações progressivas nas exemplo, o biologista humano, preocupado com a relação causa-
GLPHQV}HVGRFRUSRLQWHLURRXGHSDUWHVHVHJPHQWRVHVSHFt¿FRV HIHLWR GRV IDWRUHV ¿VLROyJLFRV H HFROyJLFRV GHYHUi HVWDU LQWHUHVVD-
em relação ao fator tempo, do nascimento à idade adulta. Em con- do em determinada série de medidas; o engenheiro de “design”,
trapartida, o desenvolvimento caracteriza-se pela sequência de mo- preocupado com a construção de equipamentos ou vestimentas,
GL¿FDo}HVHYROXWLYRVHPyUJmRVHVLVWHPDVGRRUJDQLVPRKXPDQR GHYHUiHVWDULQWHUHVVDGRHPRXWUDVpULHGHPHGLGDVHRSUR¿VVLR-
que induzem ao aperfeiçoamento de suas complexas funções. Desse nal de Educação Física e Esporte, preocupado com a interação de
modo, o crescimento refere-se essencialmente às transformações fatores ambientais no desenvolvimento de atributos biológicos no
quantitativas, enquanto o desenvolvimento engloba simultaneamen- organismo jovem, deverão interessar-se por uma terceira série de
te tanto as transformações quantitativas quanto as qualitativas e é re- medidas. Por consequência, em determinados momentos algumas
sultante de aspectos associados ao próprio processo de crescimento medidas antropométricas podem ser comuns a diferentes tipos de
físico, à maturação biológica e às experiências vivenciadas no atri- análise do crescimento físico; outras medidas antropométricas, po-
buto considerado: desempenho motor, emocional, social, cognitivo, UpP SRGHP VHU HVSHFt¿ FDV GH GHWHUPLQDGD iUHD GH DWXDomR 3RU
etc. Por consequência, considera-se que desenvol- vimento apresen- TXHVWmRGHFRQYHQLrQFLDSDUDRSUR¿VVLRQDOGH(GXFDomR)tVLFDH
ta conceito mais abrangente que crescimento; contudo, com base em Esporte o crescimento físico pode ser visualizado e analisado com
pressupostos associados às inter-relações entre atributos morfo- ló- base em um grupo restrito de medidas antropométricas que apresen-
JLFRVHIXQFLRQDLVYHUL¿FDVHTXHLQGLFDGRUHVGHFUHVFLPHQWRItVLFR tam alguma relação entre si, considerando a similaridades de seus
GH¿QHPVHFRPRSUpUHTXLVLWRVSDUDDRWLPL]DomRGRSURFHVVRGH aspectos biológicos. Em relação ao tamanho corporal, aquelas di-
desenvolvimento no organismo jovem; sobretudo no que se refere mensões obtidas com base no eixo longitudinal do corpo são as mais
ao desempenho motor. Portanto, a monitoração do crescimento físi- indicadas, considerando-se a estatura como principal medida, apesar
ca em crianças e adolescente torna-se consensualmente aceita como de outras medidas antropométricas serem também frequentemente
sensível instrumento de utilização singular na aferição das condi- utilizadas, como é o caso da altura de diferentes segmentos; sobre-
ções predisponentes voltadas à maximização do desenvolvimento tudo a altura do tronco cefálica. O crescimento físico relacionado
RUJkQLFR ao tamanho corporal também pode ser analisado com indicadores
$LQÀXrQFLDGHFRPSRQHQWHVJHQpWLFRVQDGHWHUPLQDomRGRV da largura do corpo. Trata-se, nesse caso, de medidas realizadas no
níveis de crescimento físico parece ser indiscutível. Entretanto, faz- SODQRSHUSHQGLFXODUDRHL[RORQJLWXGLQDO'LkPHWURVELDFURPLDLVH
-se necessário considerar que fatores ambientais como alimentação, bicrista-ilíacos são as medidas antropométricas mais empregadas
atividade física, estímulos psicossociais, patologias debilitantes e SDUDHVVH¿PSRUUHÀHWLUHPDOWHUDo}HVLQWHUQDVPXLWRFRPSOH[DV
DVSHFWRVEiVLFRVGHVD~GHS~EOLFDSRGHPPRGL¿FDUGHVIDYRUDYHO- na arquitetura da região dos ombros e dos quadris. Quando se de-
mente o que o patrimônio genético estabeleceu como predetermi- seja obter informações sobre a estimativa do cres- cimento de ossos
QDQWH(PYLVWDGLVVRSDUDD2UJDQL]DomR0XQGLDOGD6D~GHQtYHLV HVSHFt¿FRVGHYHPVHWDPEpPLQFOXLUPHGLGDVGHFRPSULPHQWRH
de crescimento físico de jovens podem ser considerados importantes GLkPHWURVGDVH[WUHPLGDGHVGRVRVVRVHQYROYLGRV1HVVHSDUWLFXODU
LQGLFDGRUHV GH VD~GH H TXDOLGDGH GH YLGD LQGLYLGXDO H FROHWLYD GH com relação aos membros inferiores, destacam-se o comprimento
uma comunidade. Em vista disso, um programa regular de acompa- GDFR[DHGDSHUQDHRVGLkPHWURVELHSLFRQGLODUGRIrPXUHELPD-
nhamento de indicadores associados ao crescimento físico poderá leolar. A respeito dos membros superiores, têm primazia os com-
DX[LOLDUQDGHWHFomRGHHYHQWXDLVDJUHVV}HVUHODFLRQDGDVjVD~GHGH SULPHQWRVGREUDoRHGRDQWHEUDoRHRVGLkPHWURVELHSLFRQGLODUGR
FULDQoDVHDGROHVFHQWHV1HVVHSDUWLFXODURVSUR¿VVLRQDLVGH(GXFD- ~PHURHELHVWLOyLGH2XWURJUXSRGHPHGLGDVDQWURSRPpWULFDVFRP
ção Física e de Esporte se encontram em posição privilegiada para a características biológicas bem diferentes das anteriores são aquelas
IXQomRjYLVWDGHVHXVLJQL¿FDWLYRHQYROYLPHQWRFRPDVSHFWRVHGX- relacionadas aos perímetros. Com exceção do perímetro cefálico,
FDFLRQDLVHGHSURPRomRGDVD~GHQDSRSXODomRMRYHP/RQJHGH comumente utilizado no acompanhamento do desenvolvimento das
GLDJQRVWLFDU SUREOHPDV UHODFLRQDGRV DRV GLVW~UELRV GH FUHVFLPHQ- estruturas cerebrais em crianças nos primeiros meses de vida, as
WRItVLFRDVLQIRUPDo}HVFROHWDGDVSRUHVVHVSUR¿VVLRQDLVSRGHUmR demais medidas de perímetros devem ser empregadas com alguma
DX[LOLDUQDLGHQWL¿FDomRGHIDWRUHVDPELHQWDLVTXHSRVVLYHOPHQWH FDXWHODHPUD]mRGHLQFOXtUHPSDUWLFLSDomRVLPXOWkQHDGHGLPHQV}HV
YHQKDPQDVHTXrQFLDLQGX]LUDDOJXPDGLVIXQomRUHODWLYDjVD~GH associadas tanto ao tecido ósseo como muscular, circundada por ca-
PDGD GH JRUGXUD VXEFXWkQHD 2X VHMD QmR DSUHVHQWDP GH¿ QLomR
Monitoração do crescimento físico FODUDFRPUHODomRjSDUWLFLSDomRGHXP~QLFRWHFLGRSRUVLVyHP
suas dimensões. No entanto, considerando que nos casos das me-
A antropometria, técnica sistematizada utilizada para medir didas de perímetros realizadas em determinados pontos anatômicos
dimensões corporais, é o recurso empregado na monitoração do localizados nos membros superiores e inferiores, o tecido muscular
crescimento físico. A técnica antropo- métrica caracteriza-se como pode apresentar importante participação em suas dimensões, ocasio-
metodologia originalmente desenvolvida por antropologistas físi- nalmente tem-se recorrido aos perímetros do braço, do antebraço, da
cos; hoje, no entan- to, vem sendo utilizada e aprimorada também coxa e da perna como indicadores do crescimento físico associado
SRUSUR¿VVLRQDLVYLQFXODGRVDYiULDVRXWUDViUHDV7HFQLFDPHQWH ao tecido muscular.
as medidas antropométricas devem ser realizadas com instrumentos (VSHVVXUDV GH GREUDV FXWkQHDV VmR PHGLGDV DQWURSRPpWULFDV
HVSHFt¿FRVHSURFHGLPHQWRVULJRURVDPHQWHSDGURQL]DGRVHSUHIH- que também podem oferecer importantes informações sobre o cres-
rencialmente determinados nos limites de erros de medidas conhe- cimento físico de crianças e adolescentes. Suas dimensões procuram
cidos. As opções de medidas antropométricas possíveis de serem apresentar indicações sobre a disposição da gordura corporal loca-
realizadas no corpo de um jovem são quase ilimitadas. Para escolha OL]DGD QDV UHJL}HV VXEFXWkQHDV$V GXDV PHGLGDV GH HVSHVVXUD GH
das medidas, contudo, devem-se levar em consideração fundamen- GREUDV FXWkQHDV PDLV FRPXPHQWH HPSUHJDGDV QD PRQLWRUDomR GR

Didatismo e Conhecimento 122


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
crescimento físico são destacadas nas regiões tricipital e subesca- rencial normativo para monitoração do crescimento físico. Existem
pular. A principal medida do crescimento físico com base na massa evidências de que jovens saudáveis de mesma idade e sexo, quando
corporal é, naturalmente, o peso corporal. No entanto, precauções submetidos a condições adequadas de vida, mesmo pertencentes a
devem ser toma- das quando da interpretação de seus valores tendo diferentes origens étnicas, podem apresentar medidas de estatura e
em vista que, diferentemente das demais medidas antropométricas de peso corporal similares. Comparações de dados antropométricos
consideradas, as dimensões do peso corporal são resultantes da parti- provenientes de países industrializados com os de países subdesen-
FLSDomRGHGLIHUHQWHVFRQVWLWXLQWHVFRUSRUDLVFRPRRVVRVP~VFXORV volvidos mostram que as diferenças das condições socioeco- nômi-
gorduras e tecidos residuais. Portanto, para se obterem informações cas podem ser responsáveis por variações de crescimento físico em
mais precisas sobre o crescimento físico em relação à massa corpo- PDLRUJUDX GHYDULDomRSDUDDVPHGLGDVGHHVWDWXUDHSDUD
ral, os valores do peso corporal devem vir acompanhados de outras DVPHGLGDVGHSHVRFRUSRUDO TXHGLIHUHQoDVpWQLFDV YDULDo}HVGH
LQIRUPDo}HV TXH SURFXUHP LGHQWL¿ FDU D SURSRUomR GRV GLIHUHQWHV DUHVSHFWLYDPHQWHSDUDDVPHGLGDVGHHVWDWXUDHGHSHVRFRUSR-
constituintes corporais. Além de considerar cada informação isola- UDO (VWXGRGHJUDQGHSRUWHHODERUDGRFRP¿QDOLGDGHGHSURSRU
damente, algumas medidas antropométricas podem ser relacionadas referenciais normativos voltados à monitoração do crescimento fí-
umas com as outras mediante determinação dos chamados índices sico vem sendo desenvolvido periodicamente pelo National Center
corporais, que fornecem informações adicionais de considerável im- for Health Statistics (NCHS). Em seu delineamento, inicialmente
SRUWkQFLDSDUDDQiOLVHGRFUHVFLPHQWRItVLFR utilizou-se amostragem nacional norte-americana, em que foram
DQDOLVDGDV PDLV GH  PLO FULDQoDV H DGROHVFHQWHV HQWUH XP H 
Análise das medidas antropométricas anos de idade. Para tanto, optou-se por envolver três ciclos de coleta
GHGDGRVXPWHUoRGDVFULDQoDV VHLVDDQRV IRLDQDOLVDGRHQWUH
Apesar de ser possível estabelecer quase ilimitada sequência de HRXWURWHUoR DDQRV HPHRUHVWDQWH
medidas antropométricas na tentativa de traduzir o crescimento fí- XPDDQRV HQWUHH0DLVUHFHQWHPHQWHSURFHVVRX-
sico, especialistas da área apontam com unanimidade a estatura e o -se a atualização dessas informações na tentativa de propor novos
SHVRFRUSRUDOFRPRSULQFLSDLVLQGLFDGRUHV(VVDSRVLomRMXVWL¿FDVH referenciais normativos. Esses novos estudos, desenvolvidos pela
considerando que a estatura e o peso corporal, mesmo admitindo-se 2UJDQL]DomR 0XQGLDO GD 6D~GH 206  LQFOXHP GDGRV GH MRYHQV
VXDVOLPLWDo}HVSDUDWDLV¿QDOLGDGHVFDUDFWHUL]DPVHFRPRSULQFL- norte-americanos e de vários outros países obtidos mediante levan-
pais indicadores antropométricos associados às variações das di- WDPHQWRVSRSXODFLRQDLVUHDOL]DGRVQRVDQRV1R%UDVLOD~QLFD
mensões lineares e à massa de todo o corpo. Em vista disso, para a tentativa de proposição de referencias normativos voltada à moni-
maioria dos interesses volta- dos à monitoração do crescimento físi- toração do crescimento físico foi desenvolvida no início da década
co sugere-se a utilização de informações sobre o peso corporal para GHFRPEDVHQR3URMHWR6DQWR$QGUpHQYROYHQGRDSRSXODomR
idade e sexo (peso corporal//idade), a estatura para idade e sexo (es- MRYHP GR PXQLFtSLR KRP{QLPR QD *UDQGH 6mR 3DXOR 2 HVWXGR
tatura//idade) e o peso corporal para estatura e sexo (peso corporal// IRLUHDOL]DGRLQLFLDOPHQWHFRPFULDQoDVFRPDWpDQRVGHLGDGH
estatura). Com relação à análise das medidas antropométricas asso- H SRVWHULRUPHQWH FRP DGROHVFHQWHV GH  D  DQRV$ SRSXODomR
ciadas ao crescimento físico, informações a respeito da estatura e do HVWXGDGDIRLFODVVL¿FDGDHPTXDWURHVWUDWRVVRFLRHFRQ{PLFRVPDV
peso corporal devem ser interpretadas com referenciais normativos. DSHQDVXPGHOHVRGHPDLRUSRGHUDTXLVLWLYRIRLXWLOL]DGRSDUDGH¿
Nesse particular, referenciais normativos são propostos com base nição dos referenciais normativos. No entanto, considerando-se que
em levantamentos populacionais cujos sujeitos têm oportunidade de QDFRPSDUDomRGRVYDORUHVHQFRQWUDGRVHQWUHRVMRYHQVFODVVL¿FD-
desenvolver plenamente todo o potencial de crescimento físico sem dos no estrato socioeconômico mais elevado do estudo brasileiro
DJUHVV}HVDPELHQWDLVVLJQL¿FDWLYDVTXHSRVVDPLQWHUIHULUQHJDWLYD- com aqueles apresentados no levantamento realizado pelo NCHS,
mente nesse processo. O que tem sido observado, portanto, é a uti- são constatadas medidas de estatura e peso corporal muito similar
lização de resultados estatísticos provenientes de levantamentos de SDUDWRGDVDVLGDGHVHPDPERVRVVH[RVR0LQLVWpULRGD6D~GHYHP
populações que, em princípio, tiveram as melhores oportunidades de adotando informações produzidas recentemente pela OMS como
alcançar todas as possibilidades genotípicas de crescimento, como é referenciais normativos para a monitoração do crescimento físico
o caso das populações sadias de regiões desenvolvidas ou de grupos da população brasileira. Como adendo, os referenciais normativos
populacionais pertencentes a estratos socioeconômicos elevados de provenientes do Projeto Santo André podem estar se tornando inade-
países em desenvolvimento. Outro aspecto importante a ser levado TXDGRVGHSRLVGHDQRVGROHYDQWDPHQWRUHDOL]DGRDGPLWLQGRVH
em conta a respeito dos referenciais normativos voltados à moni- que o fenômeno da aceleração secular ainda possa estar presente
toração do crescimento físico é que estes podem sofrer variações entre os jovens brasileiros. Com relação à interpretação das dimen-
com o decorrer do tempo por causa das mudanças nas condições sões antropométricas voltadas à monitoração do crescimento físico,
de vida da população. Nesse particular, evidências disponibilizadas as medidas de estatura e peso corporal devem ser confrontadas com
na literatura sugerem que, em países desenvolvidos ou em desen- YDORUHVUHSUHVHQWDWLYRVGHSRQWRVHVSHFt¿FRVGDGLVWULEXLomRGHSHU-
volvimento, crianças e adolescentes têm crescido mais rapidamente centis con- siderada como referência para análise; ou ainda, por in-
GXUDQWHDV~OWLPDVGpFDGDVHDWLQJHPSDUDFDGDLGDGHPHGLGDVGH termédio de estimativas associadas ao escore “z”, com informações
estatura e de peso corporal sucessivamente maiores graças ao fenô- sobre média e desvio-padrão da população de referência, de acordo
meno da aceleração secular do crescimento físico. Enquanto a ação com sexo e idade.
de tendências como esta estiver sendo registrada em determinada Acompanhamento da maturação biológica Desde o nascimen-
população, recomenda-se que os referenciais normativos associados to até a idade adulta, o organismo jovem passa por uma série de
DRFUHVFLPHQWRItVLFRVHMDPUHGH¿QLGRVDFDGDRXDQRV(VWX- estágios, o que implica grau crescente de maturação e caracteriza
dos com crianças e adolescentes de diferentes regiões do mundo têm RSURFHVVRHYROXWLYRGDHVSpFLHKXPDQD3RUGH¿QLomRDPDWXUD-
SURFXUDGRPRVWUDUDSRVVLELOLGDGHGHXWLOL]DomRGHXP~QLFRUHIH- omR ELROyJLFD UHIHUHVH jV VXFHVVLYDV PRGL¿FDo}HV TXH VH SURFHV-

Didatismo e Conhecimento 123


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VDPHPGHWHUPLQDGRWHFLGRVLVWHPDRXIXQomRDWpTXHVHXHVWiJLR¿ análise de atributos considerados para acompanhamento dos jovens
nal seja alcançado. Portanto, a maturação deve ser entendida como SHORVSUR¿VVLRQDLVGH(GXFDomR)tVLFDH(VSRUWHQDPHGLGDHPTXH
o processo de amadurecimento mediante o qual se atinge o estado VmRLGHQWL¿FDGDVUHODo}HVGHFDXVDHHIHLWRH[WUHPDPHQWHHOHYDGDV
maduro, ou seja, a maturidade. Embora o processo de amadureci- entre estágios de maturação biológica e indicadores morfológicos,
mento possa estar associado à evolução do organismo ainda jovem funcionais e motores nas primeiras duas décadas de vida.
- diferentemente do que ocorre com o crescimento, quando a carac- Recursos utilizados para estimativa da idade biológica
WHUtVWLFDSULQFLSDOpDKLSHUSODVLDHRXDKLSHUWUR¿DFHOXODU DXPHQWR 'HQWUHRVLQ~PHURVDVSHFWRVTXHVHPDQLIHVWDPQRRUJDQLVPR
GRQ~PHURHRXGRWDPDQKRFHOXODU QDPDWXUDomRVmRHQYROYLGRV jovem e que podem traduzir diferen- tes estágios de maturação bio-
processos de especialização e de diferenciação celular. É por isso lógica, os indicadores utilizados devem satisfazer cinco condições:
que informações apenas quantitativas com relação às dimensões de D UHÀHWLUPXGDQoDVHPFDUDFWHUtVWLFDELROyJLFDHVSHFt¿FD
DWULEXWRVELROyJLFRVFRQVLGHUDGRVSRGHPQmRUHÀHWLURVUHDLVHVWi- E DOFDQoDURPHVPRHVWiJLR¿QDOHPWRGRVRVMRYHQV
gios de maturação. Todo indivíduo atinge o estágio adulto, ou seja, c) mostrar contínua evolução quantitativa e/ou qualitativa, de
maduro biologicamente nos diferentes tecidos, sistemas ou funções, maneira que discretos estágios nesse “continuum” possam ser iden-
pode, porém, apresentar diferentes níveis de crescimento físico. De WL¿FDGRV
maneira geral, essa é a distinção fundamental entre evolução em di- G VHUDSOLFiYHOGXUDQWHWRGRRSURFHVVRGHPDWXUDomRRUJkQLFD
UHomRjPDWXULGDGH PDWXUDomR HGLPHQV}HVFRUSRUDLV¿QDLV FUHV- e
FLPHQWRItVLFR 6HSRUXPODGRDGLQkPLFDGRVGLIHUHQWHVHVWiJLRV e) ser independente de tamanho. Ao rever literatura especializa-
de maturação dos sistemas biológicos é semelhante em todos os GDQDiUHDYHUL¿FDVHTXHRVLQGLFDGRUHVPDLVFRPXPHQWHXWLOL]D-
indivíduos jovens, por outro podem ocorrer variações individuais GRVQDLGHQWL¿FDomRGDPDWXUDomRELROyJLFDLQFOXHP
VLJQL¿FDWLYDVHPUHODomRjpSRFDHPTXHRVHVWiJLRVPDWXUDFLRQDLV a) idade de erupção dos dentes temporários e permanentes - ma-
mais avançados são atingidos. Consequentemente, torna-se possí- turação dental;
vel distinguir jovens, de mesmo sexo, com maior ou menor grau b) idade de aparecimento das características sexuais secundá-
de maturação que outros de mesma idade cronológica, o que leva ULDVPDWXUDomRVH[XDOF LGDGHGHRVVL¿FDomRHIXV}HVHSL¿VLDLV
DDOJXPDVGL¿FXOGDGHVTXDQGRGDQHFHVVLGDGHGHGHVHQYROYHUDQi- - maturação óssea; e
OLVHVPDLVFRQ¿áveis sobre o processo evolutivo das características d) idade de alcance de diferentes proporções em relação à esta-
biológicas antes de o indivíduo alcançar o estágio adulto. Em vis- tura adulta - maturação morfológica. Estimativas sobre a maturação
WDGLVVRSDUDRSUR¿VVLRQDOGH(GXFDomR)tVLFDH(VSRUWHDOém da dental são realizadas com o acompanhamento de eventos associados
idade cronológica, informações sobre os estágios de maturação bio- DRSURFHVVRGHRVVL¿FDomRGRVGHQWHVWHPSRUiULRVHSHUPDQHQWHV
OyJLFDSRGHPGH¿QLUVHFRPRGHIXQGDPHQWDOLPSRUWkQFLDTXDQGR (PUHJUDDWpDVXDIRUPDomRFRPSOHWDVmRLGHQWL¿FDGRVWUrVHV-
do desenvolvimento de análises de atributos associados aos aspectos WiJLRVGHGHVHQYROYLPHQWRGDGHQWLomRD QtYHOGHFDOFL¿FDomRGD
morfológicos e funcionais de indivíduos jovens. F~VSLGHE HUXSomRQRQtYHOGRUHERUGRDOYHRODUHF HUXSomRFOtQL-
Idade cronológica “versus” idade biológica A idade cronológica ca à altura da gengiva.
refere-se aos anos de vida do jovem em relação ao calendário civil; Assim, com o auxílio de indicadores previamente estabeleci-
logo, pode ser estabelecida mediante diferenças entre determinada GRVSDUDFDGDLGDGHFURQROyJLFDDRLGHQWL¿FDUHPTXHHVWiJLRGH
data e sua data de nascimento. Em contrapartida, a idade biológica desenvolvimento da dentição temporária e/ou permanente o jovem
corresponde ao estágio em que determinado indicador biológico se se encontra, torna-se possível estabelecer sua idade dental. Os indi-
encontra em seu “continuum” maturacional; logo, oferece informa- FDGRUHVXWLOL]DGRVQDLGHQWL¿FDomRGRVHVWiJLRVGHPDWXUDomRVH[XDO
ções sobre sua maturação biológica. Desse modo, pode-se estimar estão estreitamente associados às manifestações hormonais e às mu-
a idade biológica pela análise comparativa entre características GDQoDV¿VLROyJLFDVGLUHFLRQDGDVDRHVWiJLRDGXOWRHSRUWDQWRFDUDF-
quantitativas e qualitativas observadas no jovem sobre o indicador terizam-se como importante instrumento de medida envolvido com
biológico considerado e as características esperadas em cada idade estimativas da idade biológica. Seus procedimentos baseiam-se na
cronológica para esse mesmo indicador biológico. Idade cronológi- observação das características sexuais secundárias: desenvolvimen-
ca e idade esperada para ocorrência de características maturacionais to mamário e menarca em moças; desenvolvimento escrotal e da
HVSHFt¿ FDV QmR QHFHVVDULDPHQWH GHYHUmR FRLQFLGLU $V YDULDo}HV genitália em rapazes; e desenvolvimento da pilosidade pubiana tanto
observadas quando da confrontação das características observadas em moças como em rapazes. O recurso mais indicado para análise
e esperadas com relação à idade cronológica real e a idade crono- da maturação biológica é a estimativa da idade óssea, considerando
lógica em que a característica esperada do indicador biológico con- TXH VXDV LQIRUPDo}HV SRGHP VHU LGHQWL¿FDGDV GHVGH RV SULPHLURV
VLGHUDGRGHYHUiRFRUUHUGH¿QHPRHVWiJLRPDWXUDFLRQDOGRMRYHP PHVHVGHYLGDDWpSRUYROWDGRVDQRVGHLGDGHHDSUHVHQWDP
Na eventualidade de a idade cronológica apresentada pelo jo- elevado nível de precisão e exatidão associado à coleta dos dados.
vem ser inferior à idade esperada para que a característica do atri- As estimativas da maturação óssea baseiam-se no pressuposto de
buto biológico considerado seja observada, considera-se que este que cada osso inicia sua evolução biológica como centro primário de
apresenta estágio maturacional avançado. Pelo contrário, se a idade RVVL¿FDomRTXHVXFHVVLYDPHQWHYDLVHFDOFL¿FDQGRHVHUHPRGHODQ-
cronológica do jovem for superior à idade esperada para ocorrên- GRDWpDGTXLULUVXDIRUPD¿QDOFRPIXVmRGDVHSt¿VHVFRPRFRUSR
cia do fenômeno biológico, considera-se que este apresenta estágio GR RVVR$ VHTXrQFLD H D FURQRORJLD GDV IXV}HV HSL¿ViULDV SRGHP
maturacional tardio. No caso do estágio maturacional esperado, VHUGHWHFWDGDVFRPUHFXUVRVUDGLRJUi¿FRVGHVHJPHQWRVHVSHFt¿FRV
deverá ocorrer coincidência entre a idade cronológica do jovem e do corpo. Desta forma, ao se radiografar uma região óssea os ossos
a idade esperada para ocorrência do fenômeno biológico: Informa- FDUWLODJLQRVRVTXHDLQGDQmRVHFDOFL¿FDUDPGHYHUmRUHÀHWLULPDJHP
ções sobre a idade biológica, se não tão simples e imediatas quanto mais clara, e à medida que cada osso cartilaginoso vai avançando
jVGDLGDGHFURQROyJLFDWRUQDPVHGHIXQGDPHQWDOLPSRUWkQFLDQD QRSURFHVVRGHRVVL¿FDomRHVHWRUQDQGRPDLVGHQVRVXDLPDJHP

Didatismo e Conhecimento 124


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
vDLVHDSUHVHQWDQGRPDLVRSDFDTXDQGRUHÀHWLGD&RPRDGLPHQVmR 'HVHPSHQKRPRWRU,QIkQFLDHDGROHVFrQFLDVmRSHUtRGRVFUtWL-
GDiUHDRVVL¿FDGDGRRVVRHPTXHVWmRDXPHQWDFRPDPDWXUDomRyV- cos, extremamente importantes, associados aos aspectos de conduta
VHDTXDQWRPDLRUDiUHDPDLVRSDFDDSUHVHQWDGDQDUDGLRJUD¿DPDLV e de solicitação motora. Nessa fase do desenvolvimento humano,
elevado o estágio maturacional diagnosticado. Portanto, a análise da DOpPGDVLPSOLFDo}HVGHFXQKR¿VLROyJLFRUHODFLRQDGDVDRVDVSHFWRV
maturação óssea está alicerçada em dois indicadores esqueléticos: a) de maturação biológica, o organismo jovem encontra-se especial-
TXDQWLGDGHGHRVVL¿FDo}HVDSUHVHQWDGDVSHORVRVVRVHE Q~PHURGH PHQWHVHQVtYHOjLQÀXrQFLDGHIDWRUHVDPELHQWDLVHFRPSRUWDPHQWDLV
IXV}HVHSL¿VLiULDVRFRUULGDV2EVHUYDo}HVTXDQWRjPDWXUDomRPRUIR- tanto de natureza positiva como negativa. Assim sendo, o acompa-
lógica implicam necessariamente o envolvimento de medidas antro- nhamento dos índices de desempenho motor de crianças e adoles-
pométricas que procurem oferecer informações relacionadas ao cres- centes poderá contribuir de forma decisiva na tentativa de promover
cimento físico, particularmente no que se refere à estatura. Associa- a prática de atividade física no presente e para toda a vida.
ções estatísticas entre indicadores de maturação biológica e medidas O acompanhamento dos índices de desempenho motor em
de estatura se apresentam tão acentuadas que a pró- pria idade óssea DGXOWRVQmRHVWiWRWDOPHQWHGHVFDUWDGRFRQWXGRHPUD]mRGRSHU¿
SRGHVHUXWLOL]DGDFRPRLPSRUWDQWHSUHGLWRUDQDLGHQWL¿FDomRGRFRP- l biológico apresentado, oferece informações extremamente limita-
portamento do crescimento estatural. Neste particular, sob o ponto de das e de menor aplicabilidade quando de análises das capacidades
vista esquelético, quanto mais avançado o estágio maturacional, mais motoras. Recomenda-se que prováveis indicações dos atributos re-
próximo da estatura adulta se encontra o jovem. A análise dos aspec- lacionados ao desempenho motor sejam estabelecidas o mais preco-
tos maturacionais com os recursos da maturação morfológica torna-se FHPHQWHSRVVtYHOFRPR¿PGHDVVHJXUiORVHPQtYHLVHVSHUDGRVDWp
mais atrativa em razão de o acesso às medidas antropométricas ser que o processo de maturação biológica possa completar todo o seu
relativamente mais simples e menos invasivo que outros indicadores. potencial de desenvolvimento.
Registros na literatura apresentam três opções em que as medidas da 0RGHORV GH FODVVL¿ FDomR GDV FDSDFLGDGHV PRWRUDV 3RU PHLR
estatura podem ser empregadas como indicadores de maturação mor- das informações disponíveis na literatura, percebe-se a existência
IROyJLFD$SULPHLUDPHGLDQWHYHUL¿FDomRGDLGDGHHPDQRVHPHVHV GH YDULDGDV IRUPDV GH FODVVL¿FDomR H RUGHQDPHQWR GDV FDSDFLGD-
com que a estatura observada do jovem se iguala à estatura esperada des motoras. Apesar de as diferentes propostas procurarem buscar
para sua idade cronológica e sexo, indicada por tabelas de referência IXQGDPHQWDomRHPSULQFtSLRV¿VLROyJLFRVVLPLODUHVHSRUWDQWRQmR
QRUPDWLYDUHODFLRQDGDDRFUHVFLPHQWRItVLFR$LGHQWL¿FDomRGDLGDGH
apresentarem divergências conceituais notáveis entre si, consideran-
cronológica com que ocorre o pico máximo de velocidade de cres-
do a inter-relação entre os atributos motores, a proposição de rotinas
cimento da estatura (PVE) tem-se caracterizado como outra opção
de monitoração do desempenho motor depende fundamentalmente
associada à maturação morfológica. Para tanto, torna-se necessário
GRPRGHORGHFODVVL¿FDomRGDVFDSDFLGDGHVPRWRUDVFRQVLGHUDGR
envolver o jovem em sucessivas medidas de estatura por vários anos,
2VPRGHORVWUDGLFLRQDOPHQWHHPSUHJDGRVQDFODVVL¿FDomRGDV
HPLQWHUYDORVGHWHPSRUHJXODUHVFRPR¿PGHHVWDEHOHFHUDFXUYDGH
capacidades motoras procuram reunir as informações em dois seg-
YHORFLGDGHLQGLYLGXDOGLUHFLRQDGDjGH¿QLomRGRLQtFLRGDLQWHQVLGD-
PHQWRV FODUDPHQWH GH¿QLGRV DTXHODV SHUWHQFHQWHV DR JUXSR GDV
de e da duração do crescimento máximo da estatura.
A terceira opção empregada para análise da maturação morfoló- FDSDFLGDGHV PRWRUDV FRQGLFLRQDQWHV H DV TXH VH LGHQWL¿FDP FRP
gica refere-se à determinação da proporção da medida da estatura pre- o grupo das capacidades motoras coordenativas. O primeiro grupo
sente do jovem, estabelecida em determinada idade cronológica, em é constituído pelo conjunto de capacidades motoras que apresenta
relação jSUySULDPHGLGDGDHVWDWXUD¿nal adulta predita. Esta técnica como fator primordial as características da ação muscular, a dispo-
REYLDPHQWHUHTXHUFRQKHFLPHQWRTXDQWRjPHGLGDGDHVWDWXUD¿QDO nibilidade de energia biológica e, por conseguinte, as condições or-
adulta predita do jovem, a qual pode ser estimada mediante análise JkQLFDVGRMRYHP
UDGLRJUi¿FDGHHSt¿VHVyVVHDVRXSRULQWHUPpGLRGHPRGHORVPDWH- No segundo grupo, o das capacidades motoras coordenativas, o
máticos que envolvam informações quanto à estatura dos pais. Neste ponto central refere-se aos processos de controle motor, responsável
caso, chama-se atenção para o fato de que todo processo de predição pela organização e formação dos movimentos. Desse modo, as capa-
deverá gerar erro de estimativa associado; portanto, na determinação FLGDGHVPRWRUDVFRQGLFLRQDQWHVLGHQWL¿FDPVHFRPDWULEXWRVDVVR-
GDHVWDWXUD¿QDODGXOWDSUHGLWDQmRVHSRGHGHL[DUGHUHFRQKHFHUHYHQ- ciados à resistência, à força, à velocidade e às suas combinações. Por
tual presença desses erros de estimativa de alguma magnitude. Em outro lado, as capacidades motoras coordenativas se fundamentam
relação à interdependência dos indicadores de maturação biológica na assunção, na elaboração e no processamento de informações e
utilizados, não se pode ignorar que nem todos os indicadores apre- no controle da execução dos movimentos por meio dos analisadores
sentam ritmo maturacional na mesma velocidade. Por exemplo, até o WiWHLVYLVXDLVDF~VWLFRVHVWiWLFRGLQkPLFRVHFLQHVWpVLFRV3RUYH-
¿QDOGDSULPHLUDGpFDGDGHYLGDRIHQ{PHQRELROyJLFRUHODFLRQDGRj zes, os atributos relacionados à velocidade podem ser considerados
erupção dos dentes permanentes já está bem avançado; contudo, ca- como capacidade motora intermediária e não propriamente condi-
racterísticas sexuais secundárias apresentam-se, nesse momento, em cionante, tendo em vista que, quando solicitados, pode não existir
fase de franca imaturidade, muito mais distante do estágio adulto que predomínio de fatores energéticos limitantes, senão estreita relação
a dentição. Assim, por apresentarem origens embrionárias diferentes, HLQÀXrQFLDGHPHFDQLVPRVUHJXODWLYRVHSRUWDQWRFRRUGHQDWLYRV
a maturação dental e a maturação óssea são substancialmente inde- 2VDWULEXWRVGHFRUUHQWHVGDÀH[LELOLGDGHWDPEpPQmRGHYHPVHUFD-
SHQGHQWHVXPDGDRXWUD3RURXWURODGRLGHQWL¿FDPVHRXWURVLQGLFD- racterizados unicamente por fatores condicionantes ou coordenati-
dores de maturação biológica que podem se associar entre si; sobretu- vos, mas sim pela participação de ambos. Partindo da suposição de
do na puberdade. Nesse particular, estágios mais avançados sobre as TXHRGHVHPSHQKRPRWRUFDUDFWHUL]DVHSRUHOHYDGDHVSHFL¿FLGDGH
características sexuais secundárias (maturação sexual), à idade com de cada uma das capacidades motoras isoladamente e substituindo a
que várias proporções da estatura adulta são alcançadas (maturação noção de desempenho motor geral pelo conceito de que cada jovem
PRUIROyJLFD HjLGDGHFRPTXHGLIHUHQWHVIXV}HVHSL¿VLDLVVmRFRP- DSUHVHQWDGHVHPSHQKRHVSHFt¿FRHPFDGDXPDGDVFDSDFLGDGHVPR-
pletadas (maturação óssea) estão fortemente relacionados. toras, mais recentemente surgiu outra proposição. Esse novo modelo

Didatismo e Conhecimento 125


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
EDVHLDVHQRSDUDGLJPDGDDSWLGmRItVLFDHFODVVL¿FDDVFDSDFLGDGHV Os testes motores caracterizam-se pela realização de uma
PRWRUDVHPFRPSRQHQWHVGDDSWLGmRItVLFDUHODFLRQDGDjVD~GHHHP tarefa motora conduzida em situação que procure solicitar predo-
componentes da aptidão física relacionada ao desempenho atlético. PLQDQWHPHQWHXPDFDSDFLGDGHPRWRUDHVSHFt¿FD'HVVHPRGRXP
Por essa abordagem, a aptidão física refere-se às condições que aspecto importante a considerar quando da utilização dos testes mo-
permitem ao jovem ser submetido a situações que envolvem es- WRUHVUHIHUHVHjQHFHVVLGDGHGHWHQWDUHVWDEHOHFHUDYDULiYHO¿VLROy-
forços físicos. Portanto, em relação à capacidade motora podem gica que deverá melhor relacionar-se com os resultados a serem al-
VHULGHQWL¿FDGRVRLWRFRPSRQHQWHVUHVLVWrQFLDFDUGLRUUHVSLUDWyULD cançados. No entanto, essa relação não deverá ser considerada como
IRUoDUHVLVWrQFLD PXVFXODU ÀH[LELOLGDGH YHORFLGDGH SRWrQFLD causa e efeito, pois os resultados dos testes motores deverão envol-
agilidade, coordenação e equilíbrio. Pela óptica da aptidão físi- ver uma multiplicidade de fatores que não podem ser explicados
FDDTXHOHVFRPSRQHQWHVQHFHVViULRVjSUiWLFDPDLVH¿FLHQWHGRV DSHQDVSHORVDVSHFWRV¿VLROyJLFRV3RUVXDYH]RVWHVWHVPRWRUHV
esportes - levando em consideração que cada especialidade espor- pelas suas características, não devem ser empregados como instru-
WLYD SRGH DSUHVHQWDU H[LJrQFLDV HVSHFt¿FDV  GHYHP VHU WUDWDGRV PHQWRTXHSRVVDGHWHUPLQDUFRPSRQHQWHV¿VLROyJLFRVTXHLQÀXHQ-
como componentes da aptidão física relacionada ao desempenho ciam diretamente a capacidade motora envolvida, mas apenas para
DWOpWLFR$DSWLGmRItVLFDUHODFLRQDGDjVD~GHHQYROYHDTXHOHVFRP- VHUYLU FRPR LQGLFDGRU GDTXHOH IDWRU ¿ VLROyJLFR SUHVXPLYHOPHQWH
ponentes que, em questões motoras, podem ser creditados alguma VROLFLWDGRQDTXHODVFLUFXQVWkQFLDVSUHYLDPHQWHHODERUDGDV(PYLVWD
disso, a seleção e a administração dos testes motores deverão ser res-
proteção ao surgimento e ao desenvolvimento de disfunções dege-
tritas àqueles que são mais sensíveis e podem responder às variações
nerativas induzidas pelo estilo de vida sedentário.
GRVIDWRUHV¿VLROyJLFRVGHVHMDGRV(VVHPpWRGRH[LJHSRUWDQWRTXH
Nesse contexto, a resistência cardiorrespiratória, a força/re-
HVWXGRVSUpYLRVVHMDPGHVHQYROYLGRVD¿PGHVHUHPHYLGHQFLDGRV
VLVWrQFLD PXVFXODU H D ÀH[LELOLGDGH VmR FRPSRQHQWHV TXH FDUDF-
TXDLVIDWRUHV¿VLROyJLFRVRVWHVWHVPRWRUHVSRVVDPVROLFLWDUSULR-
WHUL]DP D DSWLGmR ItVLFD UHODFLRQDGD j VD~GH 3RU RXWUR ODGR HP ritariamente. Se, por um lado, os testes motores apresentam maior
DGLomRDRVFRPSRQHQWHVUHODFLRQDGRVjVD~GHTXHWDPEpPVmR facilidade quando de sua administração e têm como principal van-
IXQGDPHQWDLVQDiUHDHVSRUWLYDRVFRPSRQHQWHVHVSHFL¿FDPHQWH tagem o fato de nmRH[LJLUHPHTXLSDPHQWRVVR¿sticados e com eles
direcionados à aptidão física relacionada ao desempenho atlético ser possível obter informações com menor demanda de tempo, por
incluem velocidade, potência, agilidade, coordenação e equilíbrio. outro, seu ponto fraco reside no fato de que os aspectos culturais,
As capacidades motoras associadas aos componentes da aptidão motivacionais e ambientais podem facilmente contaminar seus re-
ItVLFDUHODFLRQDGDjVD~GHSRGHPGLIHULUFRQVLGHUDYHOPHQWHGDVFD- sultados. Dessa forma, os testes motores passam a apresentar maior
SDFLGDGHVPRWRUDVLGHQWL¿FDGDVFRPFRPSRQHQWHVUHODFLRQDGRVDR aplicação prática quando utilizados em avaliações comparativas de
desempenho atlético, pois esses apresentam acentuada dependên- resultados de um mesmo jovem em diferentes momentos ou entre
FLDJHQpWLFDHGHPRQVWUDPHOHYDGDUHVLVWrQFLDjVPRGL¿FDo}HVGR jovens que apresentem aspectos culturais e de motivação similares.
DPELHQWHHQTXDQWRDTXHOHVGDDSWLGmRItVLFDUHODFLRQDGDjVD~GH Devem, portanto, ser evitadas avaliações comparativas entre resul-
FDUDFWHUL]DPVHSRUDSUHVHQWDUIRUWHLQÀXrQFLDGRQtYHOGHSUiWLFD tados de testes motores administrados em jovens pertencentes a di-
KDELWXDOGHDWLYLGDGHItVLFD&RPSRQHQWHVHVSHFt¿FRVGDDSWLGmR ferentes realidades em relação aos hábitos de prática de atividade
física relacionada ao desempenho atlético estão também estreita- física. Ademais, quando da administração de um teste motor admite-
mente relacionados às habilidades exigidas na prática de grande -se que a capacidade motora supostamente envolvida com esse teste
variedade de esportes. Quando da elaboração das rotinas de moni- apresenta interferência decisiva em sua resposta. Ao examinar seus
toração do desempenho motor, torna-se extremamente importante resultados, porém, torna-se necessário ponderar que a tarefa motora
GLIHUHQFLDURVFRPSRQHQWHVGDDSWLGmRItVLFDUHODFLRQDGDjVD~GHH GH¿QLGDSRGHGHPDQGDUKDELOLGDGHVHVSHFt¿FDVGRMRYHPHH[LJLU
ao desempenho atlético, considerando que a extensão de participa- portanto, alguma experiência motora anterior. Consequentemente, a
ção com que cada um desses componentes se apresenta deverá in- DQiOLVHFRQ¿iYHOGDIXQomR¿VLROyJLFDTXHSRVVDYLUDLQWHUIHULUQD
ÀXHQFLDUQDLQWHUSUHWDomRGHVHXVUHVXOWDGRV'HVVHPRGRTXDQGR FDSDFLGDGH PRWRUD HQYROYLGD QR WHVWH SRGH ¿FDU SUHMXGLFDGD 3RU
do envolvimento de jovens não-atletas, independentemente de sua intermédio das tarefas motoras, por vezes torna-se impossível isolar
idade, torna-se aconselhável envolver itens do desempenho mo- a participação de determinadas capacidades motoras, o que torna
tor que se relacionem com os três componentes da aptidão física os resultados de alguns testes motores dependentes de mais de uma
capacidade motora. Em vista disso, testes motores têm sido proje-
UHODFLRQDGDjVD~GHHDSHQDVFRPDOJXQVFRPSRQHQWHVGHPDLRU
tados de modo que, pela sua natureza, alguns deles podem requerer
representatividade associados ao desempenho atlético. No caso de
PDLRUQ~PHURGHFDSDFLGDGHVPRWRUDVTXHRXWURV1RHQWDQWRFRP
jovens atletas, pelo contrário, os itens de desempenho motor abor-
relação à abrangência do desempenho motor, esta situação não deve
dados deverão estar relacionados com todo o rol de componentes
tornar esses testes motores mais relevantes que os demais, tendo em
TXHVHLGHQWL¿FDPFRPRGHVHPSHQKRDWOpWLFR YLVWDDSRVVLELOLGDGHGHDPHQRUHVSHFL¿FLGDGHGHXPWHVWHPRWRU
comprometer um diagnóstico mais preciso dos níveis de desempe-
Testes motores nho motor apresentados. No tocante à sua interpretação, os resul-
De modo geral, o principal propósito de acompanhar o desem- tados provenientes dos testes motores podem ser analisados, em
penho motor é procurar obter informações do tipo quantitativo que relação aos propósitos de análise do desempenho motor, em valores
possam propiciar comparações inter e intra-jovens com o objetivo relativos e/ou absolutos. Quando a análise dos resultados for reali-
GHLGHQWL¿FDUFRPSRUWDPHQWRUHODFLRQDGRDRVDVSHFWRVGHFRQGXWD zada com base em valores expressos em razão da própria unidade
e de solicitação motora. Dessa forma, em relação às estratégias GHPHGLGDFRPRGLVWkQFLDWHPSRQ~PHURGHUHSHWLo}HVHWFGL]VH
GHFROHWDGDVLQIRUPDo}HVWHPVHGLVSRQtYHOXPD~QLFDRSomRD que a análise está sendo realizada em termos absolutos. No entanto,
administração de testes motores. quando os resultados dos testes motores forem corrigidos por rela-

Didatismo e Conhecimento 126


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
ções matemáticas, por alguma variável morfológica (peso corporal, ¿VLROyJLFDV TXH HQYROYHP HVVDV FDSDFLGDGHV PRWRUDV $OpP GLV-
esta- tura, comprimento do membro inferior etc.), diz-se que análise so, após a administração dos testes de caminhada/corrida de longa
está sendo realizada em termos relativos. Por conseguinte, torna-se GLVWkQFLDUHFRPHQGDVHSURORQJDGRWHPSRSDUDUHFXSHUDomRHSRU
possível que a análise do desempenho motor em relação ao sexo e à HVVHPRWLYRVHPSUHHVWHVGHYHUmRVHUDGPLQLVWUDGRVQR¿QDOGDVH-
LGDGHFURQROyJLFDSRVVDUHÀHWLUFRPSRUWDPHQWRHVSHFt¿FRDRVHXWL- quência de testes motores de uma bateria. Entre as baterias de testes
lizarem os resultados dos testes motores em termos absolutos, mas, PRWRUHVORFDOL]DGDVQDOLWHUDWXUDYHUL¿FDVHTXHSUDWLFDPHQWHWRGDV
ao se considerarem os resultados desses mesmos testes motores em as propostas disponíveis têm em comum o fato de serem seguras
WHUPRVUHODWLYRVSRGHVHREWHUDQiOLVHVLJQL¿FDWLYDPHQWHGLIHUHQWH contra a ocorrência de eventuais acidentes e simples na adminis-
da anterior, em razão de as variáveis mor- fológicas se apresenta- tração dos testes motores, exigirem mínimo de equipamento, per-
UHPFRPRIDWRUGHLQÀXrQFLDGLUHWDHPVHXVYDORUHV(PYLVWDGLVVR mitirem a sua utilização em ambos os sexos e se ajustarem a ampla
sugere-se que, quando da realização de análises comparativas em faixa etária. Infelizmente, em razão de as baterias dependerem em
relação ao desempenho motor, as diferenças entre valores absolutos grande parte do protocolo com que os testes motores são adminis-
e relativos devem ser consideradas. trados e considerando que seus idealizadores introduzem diferentes
Bateria de testes motores Cada teste motor deverá apresentar procedimentos na administração de alguns desses testes motores, há
LQIRUPDo}HVFRPUHODomRDJUXSRHVSHFt¿FRGHIDWRUHVDVVRFLDGRV GL¿FXOGDGH VHQmR LPSRVVLELOLGDGH GH UHDOL]DomR GH FRPSDUDo}HV
à determinada solicitação motora e se constituirá, portanto, em uma entre seus resultados, ainda que aparentemente apresentem testes
unidade totalmente independente dentro do rol das capacidades mo- motores similares. Outro aspecto que pode comprometer compa-
toras. Por outro lado, o desempenho motor deverá ser visto como rações entre resultados de testes motores de jovens submetidos a
um constructo multifatorial resultante do comportamento apresen- diferentes baterias de testes refere-se às diferenças culturais entre
tado pelo conjunto das capacidades motoras. Dessa forma, no que os povos. Neste particular, o princípio básico na administração de
se refere à sua avaliação, parece impossível obter visão mais abran- qualquer teste motor é a tentativa de o jovem oferecer o melhor
gente sobre o desempenho motor por meio da administração de um resultado possível na tarefa motora proposta. Entretanto, quando a
~QLFRWHVWHPRWRU(PYLVWDGLVWRWUDGLFLRQDOPHQWHWHPVHUHFRUULGR bateria de testes motores for conduzida e não houver o devido in-
à utilização de baterias de testes motores para reunir em uma mes- teresse em obter os melhores resultados, a análise do desempenho
ma sequência diversos testes motores, em que cada um deles deverá motor poderá ser irreal. Além disso, em determinados testes motores
oferecer informações sobre uma capacidade motora em particular, RV UHVXOWDGRV VmR IRUWHPHQWH LQÀXHQFLDGRV SHORV KiELWRV GH SUiWL-
HRVHXFRQMXQWRVREUHRGHVHPSHQKRPRWRU*UDQGHYDULHGDGHGH ca de atividade física que envolve movimentos exigidos no próprio
baterias de testes motores tem sido idealizada e está disponível na teste motor. Com relação à reprodutibilidade das baterias de testes
OLWHUDWXUDRTXHSHUPLWHJUDQGHQ~PHURGHRSo}HVTXDQGRGDDYD- motores, deve-se descartar a hipótese de que, se a reprodutibilidade
liação do desempenho motor. Todas elas apresentam em comum a de cada teste motor que compõe a bateria é satisfatória, a reprodu-
SUHRFXSDomRHPHQYROYHUXPQ~PHURPtQLPRGHWHVWHVPRWRUHVH tibilidade de toda a bateria de teste motor é aceitável. Com base no
uma sequência, em sua administração, em que o desgaste funcional pressuposto de que as baterias de testes motores são compostas por
induzido pela realização de um teste motor possa interferir minima- vários itens destinados a fornecer informações bem distintas sobre
mente nos resultados dos testes motores subsequentes. Neste parti- o desempenho motor, e de que, por sua vez, as baterias de testes
FXODUVXJHUHVHTXHRQ~PHURLGHDOTXHGHYHFRPSRUXPDEDWHULDGH PRWRUHVFRQVWLWXHPLQVWUXPHQWR~QLFRGHSHQGHQWHWDQWRGDGLVSRVL-
WHVWHVPRWRUHVGHYHUiHVWDUUHVWULWRDLWHQVTXDQGRHVWDHQYROYH ção como da inter-relação entre os testes motores que as compõem,
FRPSRQHQWHVGHDSWLGmRItVLFDUHODFLRQDGDjVD~GHHHQWUHVHLVHRLWR a reprodutibilidade das baterias de testes motores como unidade é
itens quando procura privilegiar componentes de aptidão física re- tão importante quanto à reprodutibilidade de cada teste motor isola-
lacionada ao desempenho atlético. Caso a bateria de testes motores damente. A reprodutibilidade de uma bateria de testes motores tem
VHMDLGHDOL]DGDSDUDVHUDGPLQLVWUDGDHPXP~QLFRGLDRVWHVWHVPR- como principal vantagem o fato de fornecer informações sobre a
tores que procuram oferecer informações sobre a capacidade motora ocorrência de eventuais variações nos resultados encontrados em
ÀH[LELOLGDGH GHYHUmR LQLFLDU D VHTXrQFLD 'HSRLV SHOD RUGHP RV consequência da disposição de cada um dos testes (variação inter-
testes motores que exigem participação da potência, da velocidade, -testes), embora sua magnitude seja também afetada pela inconsis-
da agilidade e da força/resistência muscular. Deve-se completar essa tência dos próprios resultados dos testes individualmente (variação
série com os testes motores que envolvem a resistência cardiorres- intra-teste). Variações inter-testes tornam-se fator importante a se
piratória. Caso, porém, a bateria de testes motores seja planejada de considerar, na medida em que cada teste motor que compõe a bateria
maneira que os testes motores possam ser administrados em dois não é administrado independentemente do outro. Assim, o resultado
dias separadamente, sugere-se que, no primeiro dia, se concentrem GHXPWHVWHPRWRUSRGHLQÀXHQFLDURUHVXOWDGRGHXPVHJXQGRWHVWH
os testes motores que possam ser administrados “indoor”, como é o motor em proporção tal que este pode não ser semelhante se for
caso daqueles testes motores que procuram envolver as capacidades DGPLQLVWUDGRFRPRVHQmR¿]HVVHSDUWHLQWHJUDQWHGDEDWHULD&RPR
PRWRUDVDVVRFLDGDVjÀH[LELOLGDGHjSRWrQFLDHjIRUoDUHVLVWrQFLD informação adicional, a reprodutibilidade associada à variabilidade
muscular, e, no dia seguinte, os testes motores administrados em entre réplicas de administração de bateria de testes motores pode ser
ambiente “outdoor”, como os testes de caminhada/corrida de curta estimada por meio de procedimentos de correlação canônica. Apesar
HORQJDGLVWkQFLD de esse recurso estatístico ser bastante complexo em valores mate-
(VVD VHTXrQFLD SDUD DGPLQLVWUDomR GRV WHVWHV PRWRUHV MXVWL¿- máticos, pode oferecer importantes informações sobre a utilização
ca-se em razmR GH DV FDSDFLGDGHV PRWRUDV Àexibilidade, potência, de uma bateria de testes motores, como: a) a reprodutibilidade teste-
velocidade e agilidade serem mais bem testadas no início de uma -reteste “ótima” da bateria de testes motores; b) a variabilidade inter
série de esforços físicos seguida por testes motores que procuram e intratestes entre duas administrações da bateria de testes motores;
envolver força/resistência muscular, tendo em vista as implicações e c) a contribuição da variação dos resultados de cada teste motor na

Didatismo e Conhecimento 127


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reprodutibilidade de toda a bateria. Infelizmente, apesar da existên- jVD~GH(PSULQFtSLRPHVPRDGPLWLQGRVHLPSRUWDQWHDVVRFLDomR
FLDGHLQ~PHUDVEDWHULDVGHWHVWHVPRWRUHVLGHDOL]DGDVFRPLQWHQomR entre os indicadores mais elevados de aptidão física e as condições
GHDYDOLDURGHVHPSHQKRPRWRUYHUL¿FDVHDOJXPDGL¿FXOGDGHHP VDWLVIDWyULDVGHVD~GHHPSRSXODo}HVMRYHQVDQiOLVHVHTXLYDOHQWHV
LGHQWL¿FDUDUHSURGXWLELOLGDGHGHTXDOTXHUXPDGHODVQXPDPRVWUD às posições mais elevadas na distribuição de percentis podem não
de que, quando de suas proposições, foi levada em consideração, JDUDQWLUQHFHVVDULDPHQWHFRQGLo}HVVDWLVIDWyULDVGHVD~GHQDPH-
entre outros aspectos, apenas a reprodutibilidade de cada teste mo- dida em que as características da amostra da qual a distribuição de
tor individualmente e não a repro- dutibilidade dos testes motores SHUFHQWLVIRLGHULYDGDGHYHUmRDIHWDUGHPDQHLUDVLJQL¿FDWLYDDFDSD-
quando estes são administrados em conjunto com os demais. Dentre cidade de detecção das diferenças. Assim, as posições de resultados
as baterias de testes motores à disposição na literatura, com relação individuais podem localizar-se no extremo superior da distribuição
às capacidades motoras direcionadas à aptidão física relacionada à GHSHUFHQWLVGHVHQYROYLGDHPVHJPHQWRHVSHFt¿FRGDSRSXODomRTXH
VD~GHWUrVGHODVGHRULJHPQRUWHDPHULFDQDYrPUHFHEHQGRPDLRU possivelmente venha a apresentar hábitos de prática de atividade fí-
aceitação: a Physical Best, idealizada pela American Alliance for VLFDLQDGHTXDGRVSDUDJDUDQWLUFRQGLo}HVVDWLVIDWyULDVGHVD~GHH
Health, Physical Education, Recreation and Dance; a NCYFS (Na- ao mesmo tempo e de forma antagônica, idênticos resultados podem
tional Children and Youth Fitness Study), preconizada pelo U.S. De- situar-se no extremo inferior quando confrontados com a distribui-
partment of Health and Human Services; e a Fitnessgram, proposta ção de percentis derivada com base em segmento da população que
pelo Cooper Institute for Aerobics Research. No que se refere às ca- apresenta comportamentos favoráveis ao desenvolvimento de me-
SDFLGDGHVPRWRUDVLGHQWL¿FDGDVFRPDDSWLGmRItVLFDUHODFLRQDGDjV OKRUHVFRQGLo}HVGHVD~GH&RPDLQWURGXomRGRVQRYRVFRQFHLWRV
capacidades atléticas, nos Estados Unidos e no Canadá destacam-se UHODFLRQDGRV j DSWLGmR ItVLFD H j VD~GH DGPLWHVH TXH TXDQGR DV
as baterias de testes motores preconizadas pela American Alliance diferenças entre os jovens deixam de ser importantes, as análises re-
for Health, Physical Education, Recreation and Dance e pela Cana- ferenciadas por critérios deverão apresentar vantagens em relação às
dian Association for Health, Physical Education and Recreation. Em confrontações com dados normativos. Nestes casos, os critérios de-
países europeus tem-se oferecido maior atenção à bateria de testes YHUmRUHSUHVHQWDUSRQWRVGHFRUWHLGHQWL¿FDGRVFRPLQGLFDGRUHVGH
PRWRUHVVXJHULGDSHORSURJUDPD(XUR¿W$SyVHVWXGRVSDUDFRQFL- DSWLGmRItVLFDFRQVLVWHQWHVFRPDVFRQGLo}HVVDWLVIDWyULDVGHVD~GH
liar aspectos associados à reprodutibilidade e à garantia de qualidade independentemente da posição em que se encontram na distribuição
das informações, idealizou-se uma bateria de testes motores direcio- de percentis. Dessa forma, ao recorrer às análises referenciadas por
nada à avaliação do desempenho motor de jovens brasileiros. FULWpULRVpLQWHUHVVDQWHLGHQWL¿FDUVHFDGDMRYHPLQGLYLGXDOPHQWH
Análises dos resultados de testes motores Resultados de testes se torna capaz de alcançar pontos de corte previamente estabeleci-
PRWRUHVDGPLQLVWUDGRVFRPR¿PGHGHVHQYROYHULQIHUrQFLDVVREUHR dos em relação aos indicadores de aptidão física que possam asse-
desempenho motor de jovens têm sido tradicionalmente analisados
gurar algum grau de proteção diante do aparecimento e do desen-
e interpretados pela confrontação com dados normativos, envolven-
volvimento de disfunções hipocinéticas. A essência da teoria que
do referenciais idealizados com base em distribuição de percentis.
SURFXUDMXVWL¿FDUDSURSRVLomRGHSRQWRVGHFRUWHSDUDLQGLFDGRUHV
Parece evidente que avaliações com essas características tornam-se
GHDSWLGmRItVLFDUHODFLRQDGDjVD~GHEDVHLDVHQDSUHPLVVDGHTXH
H[WUHPDPHQWH~WHLVTXDQGRDLQWHQomRpGHVHQYROYHUDQiOLVHVLQWUD
SDUDRFRUUHUUHGXomRQDLQFLGrQFLDGHGLVIXQo}HVRUJkQLFDVWRUQDVH
e interavaliados, o que permite a visualização precisa da magnitude
necessário alcançar níveis desejáveis de resistência cardiorrespira-
de eventuais alterações que possam ocorrer. Abordagens desse tipo
WyULDIRUoDUHVLVWrQFLDPXVFXODUHÀH[LELOLGDGHTXHSRVVDPFRQWHU
acarretam inferências sobre localização dos resultados alcançados
eventual processo degenerativo induzido por hábitos de vida inade-
QRVWHVWHVPRWRUHVGLDQWHGHSRQWRVHVSHFt¿FRVGDGLVWULEXLomRGH
percentis estabelecida com base em amostras representativas de quados com relação à prática de atividade física. Em oposição ao en-
subgrupos populacionais. Contudo, diferentemente do que se pre- foque oferecido à análise referenciada por norma - em que o objeti-
coniza quando da análise de indicadores associados ao crescimento vo é apresentar resultados equivalentes aos mais elevados valores de
ItVLFRHPUD]mRGDVLJQL¿FDWLYDSDUWLFLSDomRGHDVSHFWRVUHODFLRQD- percentis - os jovens que não alcançam pontos de corte previamente
dos à interação entre fatores culturais, habilidade motora e hábitos HVWDEHOHFLGRVFRPRLQGLFDGRUHVGDDSWLGmRItVLFDUHODFLRQDGDjVD~-
de prática da atividade física nos resultados dos testes motores indu- de deverão apresentar maior predisposição aos sintomas crônico-
bitavelmente a transferência de referências normativas de uma rea- -degenerativos, enquanto os que alcançam ou excedem os pontos de
lidade para outra se torna muito temerosa. Nesses casos, a situação corte estabelecidos demonstram menor risco neste sentido. Assim, o
indicada é dispor de referenciais estabelecidos com base em levan- importante não é comparar os resultados apresentados por um jovem
WDPHQWRVTXHSURFXUDPDWHQGHUjVFDUDFWHUtVWLFDVHVSHFt¿FDVGHFDGD FRPRXWURVUHVXOWDGRVPHGLDQWHYDORUHVQRUPDWLYRVPDVVLPYHUL¿-
subgrupo populacional para que, fundamentalmente, os jovens, ao car se seus resultados alcançam os pontos de corte estabelecidos em
terem seus resultados confrontados com algum referencial, venham UHODomRjVD~GH1HVWHSDUWLFXODUDPDLRUGL¿FXOGDGHHQFRQWUDGDSH-
a apresentar características motoras bem similares às da amostra so- los especialistas da área se concentra na determinação de resultados
bre a qual os referenciais normativos foram idealizados. Em vista associados aos indicadores de desempenho motor que possam ser
disso, diferentes opções relativas à proposição de referenciais nor- utilizados como ponto de corte, garantindo níveis desejados e ab-
mativos estão disponíveis na literatura. Apesar de ser possível reunir VROXWRVQHFHVViULRVjPHOKRUFRQGLomRGHVD~GH,QIHOL]PHQWHWXGR
importantes informações com a análise dos resultados dos testes mo- LQGLFDTXHQDDWXDOLGDGHQmRH[LVWHQHQKXPPHFDQLVPRFRQ¿ável
tores mediante envolvimento de referenciais normativos atualizados direcionado à proposição de pontos de corte que possam assegurar,
e adequados à realidade do jovem em questão, seus procedimentos com alguma convicção, níveis mínimos requeridos à redução dos
não conVHJXHPRIHUHFHUVXEVtGLRVTXHSRVVDPFRQWULEXLUFRPR¿P riscos de disfunções degenerativas mediante indicadores de aptidão
de esclarecer se os resultados dos testes motores efetivamente evi- física. Diante dessa situação incômoda, com base em pesquisas
denciam níveis satisfatórios em relação à aptidão física relacionada experimentais, achados clínicos e desig- nações arbitrárias baseadas

Didatismo e Conhecimento 128


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em dados normativos observam-se algumas iniciativas direcionadas
à proposição de pontos de corte relacionados aos indicadores de AS MUDANÇAS FISIOLÓGICAS
desempenho motor associados à aptidão física relaciRQDGDjVD~GH RESULTANTES DA ATIVIDADE FÍSICA.
Dois dos principais programas de diagnóstico e acompanhamento
GRVQtYHLVGHDSWLGmRItVLFDUHODFLRQDGDjVD~GHHPSRSXODomRMR-
vem são o Physical Best e o Fitnessgram. Se, por um lado, existe
consenso entre ambas as propostas quanto às estratégias de ação Exercícios Resistidos
empregadas na proposição dos pontos de corte, por outro se constata
que escores associados aos pontos de corte sugeridos na tentativa de A utilização de exercícios contra resistência, conhecidos tam-
DWHQGHULGrQWLFRVWHVWHVPRWRUHVQmRVmRVLPLODUHV(VVDGLVFUHSkQFLD bém como exercícios resistidos, ou popularmente chamado de mus-
RFRUUHHPUD]mRGHGLVFRUGkQFLDVHQWUHDVGXDVSURSRVWDVGHDMXVWHV culação, tem sido amplamente recomendada para diferentes popula-
QHFHVViULRVjFRUUHomRGDLQÀXrQFLDGRVLQGLFDGRUHVGHFUHVFLPHQWR ções especialmente para pessoas jovens ou idosas com ou sem doen-
físico e de maturação biológica nos resultados dos testes motores. ças associadas. E somente através de um olhar multidisciplinar que
Portanto, ao interpretar os resultados dos testes motores mediante busque a compreensão do corpo humano e abrangendo suas funções
análise referenciada por critério, faz-se necessário levar em conta e limitações, o Educador Físico irá possuir uma poderosa ferramenta
que um mesmo valor, produzido por um mesmo jovem em um mes- que transformará o conhecimento acumulado em prática, e assim,
mo momento, pode receber julgamento diferente se analisado frente SUHYHQLUGHVGHDLQIkQFLDDWpDYHOKLFHXPH[SUHVVLYRQ~PHURGH
a uma ou a outra proposta de ponto de corte. declínios funcionais que ocorrem durante a vida.
Apesar do avanço nesse campo, desconhece-se qualquer tenta- Os principais objetivos da prescrição da musculação são a pro-
tiva de validação dos pontos de corte até então sugeridos. Em vista ¿OD[LD WUDWDPHQWR H UHDELOLWDomR GH GRHQoDV H GHIRUPLGDGHV SUR-
disso, deve-se levar em conta que análises de escores provenientes moção de aptidão para as atividades da vida diária, para o trabalho,
de testes motores mediante pontos de corte relativos aos indicado- para o lazer e para o esporte, além de estímulo à estética corporal
res de desempenho motor associados à aptidão física relacionada à H DR EHPHVWDU SVLFROyJLFR$OJXQV SDUkPHWURV GH DSWLGmR H VD~-
VD~GHDWpHQWmRGLVSRQLELOL]DGDVQDOLWHUDWXUDGHYHUmRVHUUHDOL]DGDV de apresentam incremento em seus valores de medida em função
com alguma reserva. da pratica em musculação, entre eles a massa óssea, massa mus-
Nos dias atuais, existe maior conscientização visando a aban- cular, taxa metabólica, gasto calórico, hormônios anabólicos, for-
GRQDURFRQFHLWRWUDGLFLRQDOPHQWHHPSUHJDGRSDUDGH¿QLUVD~GHH oDSRWrQFLDUHVLVWrQFLDÀH[LELOLGDGHFRRUGHQDomR922 máximo,
GHVVHPRGRSURFXUDVHLQFRUSRUDUXPVLJQL¿FDGRPDLVDEUDQJHQWH limiar anaeróbio, sensibilidade à insulina, HDL colesterol e níveis
que permite exprimir de maneira mais adequada a multiplicidade GH HQGRU¿QDV 2XWURV SDUkPHWURV DSUHVHQWDP UHGXomR GH YDORUHV
GHDVSHFWRVTXHDHQYROYH1HVWHVHQWLGRVD~GHGHYHVHUHQWHQGLGD massa adiposa, sensibilidade adrenérgica, LDL e VLDL colesterol,
não somente como ausência de doenças ou enfermidades, mas, so- triglicerídeos e níveis de cortisol. Esta grande gama conhecimentos
bretudo, como um estado favorável de bem-estar. Assumindo essa em relação aos benefícios do exercício só é possível, graças ao
FRQFHSomRGHVD~GHpHYLGHQWHTXHQmREDVWDDSHQDVQmRHVWDUGRHQ- avanço da ciência para o estudo do treinamento resistido.
te; é preciso apresentar evidências, atitudes e comportamentos que
afastem ao máximo possíveis fatores de risco que possam induzir Exercício Físico em Treinamento Resistido
ao aparecimento e ao desenvolvimento de doenças. Ao admitir que
algumas doenças se manifestam no organismo muito antes de ser 7UHLQDPHQWR5HVLVWLGR'H¿QLo}HV&RQFHLWRVH%HQHItFLRV
possível o seu diagnóstico, e seus sintomas são consequência de es-
tágios mais avançados de agentes agressivos, não se pode conside- 6HJXQGR SXEOLFDo}HV FLHQWt¿FDV R WUHLQDPHQWR GH IRUoD WUHL-
rar, por exemplo, que jovens ao apresentarem índices de crescimen- namento contra a resistência, treinamento resistido ou musculação
to físico aquém do esperado, ou quantidades de gordura corporal são termos utilizados para descrever uma variedade de meios de
QmRFRPSDWtYHLVFRPRVOLPLWHVDGPLVVtYHLVRXDLQGDDOJXPDGH¿ treinamento de força, resistência ou potência muscular e eventos
ciência em relação ao desempenho motor, possam demonstrar esta- GH¿VLFXOWXULVPRRXOHYDQWDPHQWRVGHSHVR2WUHLQDPHQWRGHIRUoD
GRGHVD~GHVDWLVIDWyULRDSHQDVSRUTXHQRPRPHQWRQmRHVWDULDP não somente inclui o levantamento de pesos, mas também, o uso de
apresentando nenhum sintoma de qualquer tipo de doença. Com isso resistências em máquinas ou de elásticos. Tecnicamente, o treina-
em mente, informações relacionadas com atributos que procuram mento com pesos refere-se ao levantamento dos pesos livres e pelas
evidenciar características de crescimento físico, maturação biológi- PiTXLQDVTXHSURSLFLDPDSURGXomRGHUHVLVWrQFLDGLQkPLFDLQYD-
ca, desempenho motor e suas interações, podem se constituir, reco- riável e variável. No documentário intitulado, Princípios e variáveis
QKHFLGDPHQWH HP LPSRUWDQWHV LQGLFDGRUHV GR HVWDGR GH VD~GH GH metodológicas do treinamento de força, o treinamento de força tem
uma população jovem. Logo, dentre as muitas razões que estimulam se tornado uma das mais populares formas de exercícios utilizada
estudiosos de todo o mundo a desenvolverem estudos nesta área, para a obtenção de vários aspectos de aptidão física, com resultados
inequivocadamente estão aquelas vinculadas à preocupação de pre- GHH¿FLrQFLDVLJQL¿FDWLYDSDUDDPDQXWHQomRGDVD~GHUHWDUGDURHQ-
YHQomRSULPiULDHSURPRomRGDVD~GHGHFULDQoDVHDGROHVFHQWHV velhecimento e reduzir os índices de doenças causadas pelo sedenta-
Por esse motivo, em alguns países não é surpresa encontrar grande rismo. E para que um programa de treinamento físico objetivando a
variedade de estudos epidemiológicos que procuram documentar, aptidão física, seja considerado completo, é necessário a inclusão do
analisar e compreender aspectos relacionados ao trinômio cresci- WUHLQDPHQWRGHIRUoDHGHVWDFDRVDWULEXWRVUHODFLRQDGRVFRPDVD~GH
mento físico - maturação biológica - desempenho motor, fazendo e o desempenho atlético: composição corporal, resistência cardio-
com que, nessas realidades, já exista uma notável tradição no desen- YDVFXODUIRUoDPXVFXODUUHVLVWrQFLDPXVFXODUÀH[LELOLGDGHDJLOL-
YROYLPHQWRGHDo}HVFRPHVVD¿QDOLGDGH dade, equilíbrio, potência, tempo de reação e coordenação motora.

Didatismo e Conhecimento 129


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Os exercícios resistidos eram muito contestados, de todas as controle das variáveis do movimento o sedentarismo, combinado a
formas, devido à visão desportista do levantamento olímpico e ao outros fatores de risco, contribui para a ocorrência de um conjunto
culturismo o, que é musculação de competição. Nas ultimas déca- GHGRHQoDVFU{QLFDVFRPRGLDEHWHVRVWHRSRURVHFkQFHUGHFyORQ
GDV D TXDQWLGDGH GH WUDEDOKRV FLHQWt¿FRV QD iUHD YHP PRVWUDQGR de pulmão e de próstata e, sobretudo, doenças cardiovasculares. Po-
credibilidade, sendo uma das principais atividades físicas para os rem relatos na literatura aponta que com a prática regular de exercí-
professores de Educação Física na área de preparação desportiva em cios físicos ocorrem diversos benefícios físicos e psicossociais.
WRGRVRVHVSRUWHVQDiUHDGH¿VLRWHUDSLDQDUHDELOLWDomRGHSDFLHQ- Entre eles, estão: o aumento da força muscular, a melhora do
WHVQDiUHDPpGLFDFRPDSUR¿OD[LDGHYiULDVGRHQoDVHFRQGLo}HV condicionamento cardiorrespiratório, a redução de gordura, o au-
físicas, entre elas a obesidade, diabetes e cardiopatias. mento da densidade óssea, a melhora do humor e da autoestima e
Atualmente os exercícios resistidos fazem parte de programas a redução da ansiedade e da depressão. Sabe-se que os benefícios à
de condicionamento físico, visando à prevenção e reabilitação de VD~GHRFRUUHPPHVPRTXDQGRDSUiWLFDGHH[HUFtFLRItVLFRpLQLFLDGD
indivíduos idosos e portadores de diversas doenças. Onde a prin- HPXPDIDVHWDUGLDGHYLGDSRUVXMHLWRVVHGHQWiULRVVHQGREHQp¿FD
cipal vantagem desse método é o adequado controle de todas as inclusive para portadores de doenças crônicas, como também preve-
variáveis do movimento sendo estas: posição e postura; velocidade nindo principalmente as doenças associadas ao sedentarismo, como:
de execução; amplitude do movimento; volume e intensidade, com coronariopatias; diabetes; hipertensão arterial; hipercolesterolemia;
VHJXUDQoD FDUGLRYDVFXODU H P~VFXOR HVTXHOpWLFR $OpP GLVVR RV DFLGHQWH YDVFXODU FHUHEUDO RVWHRSRURVH RVWHRDUWULWH H FkQFHU GH
equipamentos utilizados para a realização dos exercícios resistidos próstata, mama e cólon intestinal. Os principais motivos para o iní-
permitem a regulagem das sobrecargas a serem utilizadas de acordo cio da prática de exercícios físico regular, independente da idade, es-
com o nível de aptidão do indivíduo. Com relação à segurança para WmRUHODFLRQDGRVFRPDTXDOLGDGHGHYLGDHVD~GHRQGHpHQIDWL]DGR
RVLVWHPDP~VFXORHVTXHOpWLFRRVH[HUFtFLRVUHVLVWLGRVSRUSHUPL- o controle ou perda de peso, redução de risco de ocorrência ou recor-
tirem o controle das principais variáveis de treinamento, promovem rência de doenças, principalmente as cardiovasculares, diminuição
a atenuação dos fatores de risco para lesões tais como: acelerações do estresse ou depressão, melhora da autoestima e socialização.
desacelerações bruscas, torções, impacto, trauma direto e risco de A questão da dose adequada de exercícios para o objetivo em
quedas. Esse controle, por sua vez, tem feito com que esta modali- questão, é crucial na prescrição do programa de treinamento, tanto
dade seja extremamente recomendada no tratamento de diferentes na reabilitação como na prevenção. Nas ultimas décadas, sabe-se
que, a dose adequada difere bastante no resultado como por exem-
GLVIXQo}HVP~VFXORHVTXHOpWLFRWDLVFRPRLQVWDELOLGDGHVDUWLFXOD-
plo: a pressão arterial em repouso pode ser melhorada com uma in-
res, artroses, artrites, artralgias idiopáticas, entesopatias, tendinites e
tensidade de exercício inferior a necessidade para a obtenção de um
WHQRVLQRYLWHVFDSVXOLWHVGLVWUR¿DUHÀH[DEXUVLWHVIDVFLLWH¿EURVL-
aumento de VO2max considerando que, a frequência com a qual o
WH¿EURPLDOJLDSDQLFXOLWHGLVFRSDWLDVGRUHVUHIHULGDVRXLUUDGLDGDV
exercício deve ser realizado para obter o efeito desejado varia com a
QDFROXQDYHUWHEUDOHGLVW~UELRVSRVWXUDLV
intensidade e a duração da sessão.
A atividade física aumenta o tamanho e a força dos ligamen-
tos, tendões e ossos, se tornando aptos para poder suportar maior
Exercício para o Tratamento e Reabilitação da Doença
HVIRUoRV³$SyVRWUHLQDPHQWRRP~VFXORHVWiPDLVIRUWHHPWRGDV
as velocidades de movimento, desde uma ação isométrica até uma Em relação a algumas doenças crônicas degenerativas o exer-
ação realizada na velocidade máxima”. “Um programa de treina- FtFLRItVLFRXWLOL]DQGRGHWUHLQDPHQWRUHVLVWLGRSRGHLQÀXHQFLDUQD
mento com pesos, planejado e adequado pode resultar em aumentos estabilização da doença ou regressão a níveis próximo do normal.
VLJQL¿FDWLYRVQDIRUoDHKLSHUWUR¿DPXVFXODUQDGHQVLGDGHyVVHDH O efeito do exercício físico sobre os níveis de repouso da pressão
QDÀH[LELOLGDGH´$SHVDUGHRVH[HUFtFLRVGHIRUoDHPPXVFXODomR arterial de grau leve a moderado é especialmente importante, uma
não utilizarem como fonte predominante a gordura no momento do vez que o indivíduo hipertenso pode diminuir a dosagem dos seus
exercício e utilizar forma mais intensa as vias energéticas ATP-PC e PHGLFDPHQWRVDQWLKLSHUWHQVLYRVRXDWpWHUDVXDSUHVVmRDUWHULDO
glicólise anaeróbia, há uma grande utilização de lipídios entre uma controlada, sem a adoção de medidas farmacológicas, pois o exercí-
série e outra dos exercícios, por causa das atividades aeróbias au- cio físico promove a redução da pressão arterial devido à diminuição
mentada, no intuito de recuperar os sistemas anaeróbios depletados. do débito cardíaco que está associado ao decréscimo da frequência
Ainda, o metabolismo permanece alto por várias horas, o que au- cardíaca.
menta a oxidação de gordura. “Os exercícios de musculação tam- 2VHIHLWRVEHQp¿FRVGRH[HUFtFLRItVLFRGHYHPVHUDSURYHLWDGRV
bém levam a secreção de hormônio de crescimento. Isto é impor- no tratamento inicial do indivíduo hipertenso, visando evitar o uso
tante porque, além das propriedades anabólicas deste hormônio, ele RXUHGX]LURQ~PHURGHPHGLFDPHQWRVHGHVXDVGRVHV(PLQGLYt-
aumenta a utilização de gordura, no período seguinte ao exercício.” duos sedentários e hipertensos, reduções na pressão arterial podem
ser conseguidas com o aumento modesto na atividade física, acima
Benefícios do Exercício a Promoção da Saúde dos níveis dos sedentários, além do que o volume de exercício ne-
cessário para reduzir a pressão arterial pode ser pequeno, possível
(VWXGRVGD¿VLRORJLDGRH[HUFtFLRDLQDWLYLGDGHItVLFDpXPIDWRU de ser atingido mesmo por indivíduos sedentários. Os exercícios
de risco primário de doenças coronarianas comparável ao tabagis- UHVLVWLGRVSRGHPVHUPXLWRVEHQp¿FRVHVHJXURVSDUDRVFDUGtDFRV
mo, à hipertensão e o colesterol sérico elevado. O exercício físico garante a segurança aos cardíacos devido à forma como são exe-
pode reduzir o risco global dos tabagistas e dos hipertensos, apre- cutados, não aumentam muito a frequência cardíaca e o aumento
sentando uma menor taxa de mortalidade geral em comparação com DSUHVVmRSHUPDQHFHHPSDUkPHWURVVHJXURVGHVGHTXHVHHYLWHP
os que permanecem sedentários. A principal vantagem da utilização cargas máximas, isométricas e apneia. Deve estar presente na vida
dos exercícios resistidos, são as melhorias expressivas da aptidão das pessoas, pois este relacionamento com quase todas as atividades
física e qualidade de vida de diferentes populações, com o adequado e esportes em geral e para grupos especiais.

Didatismo e Conhecimento 130


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Dentre os diversos exercícios físicos, o treinamento resistido podem avançar até que uma pessoa idosa não possa realizar ativida-
pode prover estímulos para formação de massa óssea e diminuir os des comuns da vida diária. Além da perda força muscular a habilida-
fatores de risco relacionados à osteoporose, além de compensar a de para exercer força rapidamente diminui com a idade. As quedas
sarcopenia, tipicamente associada com envelhecimento sedentá- são o vilão das lesões, fraturas, pendendo levar a óbito. Outro fator
rio. Ao incrementar força, massa muscular, equilíbrio, estabilidade que pode ocorrer no processo de envelhecimento é depressão, sendo
SRVWXUDO ÀH[LELOLGDGH H SURYHU PDLRU DFHUYR PRWRU UHGX] R ULVFR XP GRV PDLRUHV SUREOHPDV GH VD~GH S~EOLFD GR PXQGR GHYLGR j
de quedas associado com lesões e fraturas. Durante muitos anos, o sua alta morbidade, e algumas de suas principais características são
exercício foi considerado uma parte do tratamento do diabetes tipo perdas de peso, sentimento de culpa, ideação suicida, hipocondria,
I devendo manter a regularidade dos exercícios em termos de inten- queixa de dores e, eventualmente, psicose.
sidade, frequência e duração assim como a manutenção da glicemia. Esses sintomas são mais acentuados em deprimidos idosos do
Existem algumas evidencias epidemiológicas de que o diabetes tipo que em deprimidos jovens e contribuem para declínio cognitivo e
II esta relacionada à falta de atividade física, neste caso o exercício do condicionamento cardiorrespiratório nessa faixa etária. O exercí-
físico é uma recomendação primária auxiliando também no controle cio pode propiciar benefícios agudos e crônicos para depressão. São
da obesidade e com uma dieta indicada não necessita da insulina ou eles: redução da incapacidade funcional, da intensidade dos pensa-
de medicação para estimular a secreção de insulina. mentos negativos e das doenças físicas; e promoção da melhoria
2VH[HUFtFLRVDXPHQWDPRVQtYHLVGHHQGRU¿QDVHUHGX]HPRV do bem estar e do humor. A depressão têm incapacitado idosos em
de cortisol, contribuindo para o bem-estar psicológico. Níveis de todo o mundo por levarem à perda da independência e quase ine-
hormônios anabólicos como os esteroides sexuais, hormônio de vitavelmente, da autonomia. As desordens mentais comprometem
crescimento, e suas proteínas transportadoras também aumentam, GDSRSXODomRLGRVDHQWUHDVTXDLVVHGHVWDFDPDGHPrQFLDH
principalmente com os exercícios de musculação. A sensibilidade a depressão como prevalentes. A participação em atividades físicas
adrenérgica dos vasos diminui, contribuindo para a redução da pres- leves e moderadas pode retardar os declínios funcionais. Assim,
são arterial. A sensibilidade insulínica das células são aumentadas XPDYLGDDWLYDPHOKRUDDVD~GHPHQWDOHFRQWULEXLQDJHUrQFLDGH
com qualquer atividade física, fazendo com que a pessoa viva com GHVRUGHQVPHQWDLVRQGHHYLGrQFLDDSRQWDPTXHLGRVRV¿VLFDPHQWH
PHQRUHVQtYHLVGHLQVXOLQDHDVVLPHYLWDQGRDIDOrQFLDGRSkQFUHDV ativos apresentam menor prevalência de doenças mentais do que os
por sobrecarga crônica e consequente diabetes mellitus. “Os exercí- não-ativos.
cios resistidos são interessantes, pois durante a atividade física a gli- Os benefícios da prática regular de exercícios físicos não se li-
cose é utilizada sem a necessidade da insulina, e o aumento da massa mita a melhora das capacidades físico funcional e mental dos indi-
PXVFXODUDXPHQWDULDQmRVyRFRQVXPRFRPRWDPEpPRQ~PHURGH víduos, mas repercutem também na dimensão social, melhorando o
receptores de glicose”. Com os exercícios físicos e o esporte podem desempenho funcional, mantendo e promovendo a independência
ser considerados uma técnica não tradicional de diminuição do nível HDDXWRQRPLDGDTXHOHVTXHHQYHOKHFHP(VSHFLDOPHQWHHQWUHRV
de ansiedade do indivíduo usuário da drogas. O valor do exercício idosos, é constatado que a prática de exercício diminui o uso de ser-
físico para a prevenção e o tratamento da ansiedade e da depressão, YLoRVGHVD~GHGHVSHVDVFRPPHGLFDPHQWRVHRULVFRGHLQVWLWXFLR-
era reconhecido pelos médicos desde o tempo de Hipócrates. Os QDOL]DomR(PXPDSHVTXLVDUHDOL]DGDFRPLGRVRVHQWUHYLVWDGRV
efeitos psicológicos promovidos por exercícios físicos são, sensação no Projeto Processos do Envelhecimento Saudável na cidade de Juiz
de prazer e sensação de bem estar. O treinamento resistido mostrou- GH)RUDHP0LQDV*HUDLV2LQVWUXPHQWRGHSHVTXLVDIRLXPDHQWUH-
-se um instrumento de inestimável valia na recuperação de usuário YLVWDVHPLHVWUXWXUDGDFRPGXDVSHUJXQWDVDEHUWDVVREUHDGH¿QLomR
de dragas. de envelhecimento saudável. As categorias mais apontados pelos
idosos para as perguntas o que é envelhecimento saudável e o que
Treinamento Resistido no Envelhecimento pLPSRUWDQWHSDUDVHREWHUHVVHHQYHOKHFLPHQWRIRUDPVD~GHItVLFD
  VD~GH VRFLDO   VD~GH HPRFLRQDO   SUHRFXSDomR
³$GH¿QLomRGHHQYHOKHFLPHQWRVDXGiYHOSULRUL]DEDL[RULVFR FRPDOLPHQWDomRHH[HUFtFLRV  HHYLWDUIDWRUHVGHULVFR  
de doenças e de incapacidades funcionais relacionadas às doenças; Devemos assumir a responsabilidade de estimular o idoso a
funcionamento mental e físico excelentes; e envolvimento ativo pratica do exercício físico, e a segurar-lhe de um programas de trei-
com a vida”. É fartamente documentada na literatura médica, que QDPHQWRHVSHFt¿FRVFRPDYDOLDo}HVSODQHMDPHQWRVHSUHVFULomRGH
a maior ameaça ao envelhecimento não é o processo do envelheci- exercícios que de alguma maneira lhe trará benefícios, ajudando-os,
PHQWRHPVLPDVDLQDWLYLGDGH$DWLYLGDGHItVLFDQmRWHPLQÀXrQFLD não a ser um atleta, e sim um indivíduo integrado na sociedade, fí-
sobre os mecanismo intrínseco do envelhecimento normal, contudo, sico e mentalmente ativo, aptos para desenvolver com liberdade as
acredita-se que o exercício físico regular pode ser capaz de desace- tarefas do seu cotidiano, melhorando de forma considerável a quali-
OHUDURVHIHLWRV¿VLROyJLFRVTXHDFRPSDQKDPRHQYHOKHFLPHQWRDWp GDGHGHYLGDTXHGDTXLSDUDIUHQWHVHUiRSULQFLSDOGHVD¿RGHFDGD
FHUFDGH'HQWUHDVPRGDOLGDGHVGHH[HUFtFLRItVLFRRVH[HUFt- FLGDGmRTXHFHUWDPHQWHYDLPXGDUDUHDOLGDGHGRQ~PHURGHLGRVRV
cios resistidos têm sido amplamente utilizados no tratamento e rea- vivendo bem.
bilitação de indivíduos idosos e portadores de doenças crônicas não Um aspecto que pode confundir as pessoas é a existência de
transmissíveis. WUDEDOKRV GRFXPHQWDQGR SUREOHPDV GH VD~GH HP DWOHWDV GH IRUoD
Os declínios associados com o avançar da idade não são apenas condenando logo a pratica da musculação. No entanto, os fatores
atribuídos ao processo de envelhecimento. Tem sido demonstrado etiológicos destes problemas invariavelmente são as drogas, princi-
que a capacidade de trabalho da pessoa sedentária é reduzida em palmente os esferoides anabolizantes, e a pratica incorreta da mus-
FHUFDGHHQWUHRVHDQRVGHLGDGHDFUHGLWDQGRVHTXHR culação. Problemas com a interrupção do crescimento do adolescen-
GHVXVRVHMDUHVSRQViYHOSRUFHUFDGHGHVVHGHFOtQLRHRSUR- WHKLSHUWHQVmRDUWHULDOKLSHUWUR¿DFRQFrQWULFDGRPLRFiUGLRGLVS-
FHVVRGRHQYHOKHFLPHQWRSRURXWURV)UDTXH]DGRVP~VFXORV QHLDV DOWHUDo}HV KRUPRQDLV GLVW~UELRV FRPSRUWDPHQWDLV H RXWUR

Didatismo e Conhecimento 131


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
são todos reconhecidamente produzidos pelo abuso de drogas por para o processo de emagrecimento decorre do aumento no gasto ca-
atletas de diversas modalidades esportivas. Concluísse que a prática lórico diário. No caso dos exercícios resistidos, além do gasto caló-
de exercício físico em treinamento resistido, popularmente chamado rico da atividade, ocorre também o estímulo para elevação da taxa
GHPXVFXODomRpGHJUDQGHVLJQL¿FkQFLDSDUDDSURPRomRGDVD~GH metabólica basal, em decorrência do aumento da massa muscular.
de indivíduos saudáveis e debilitados por alguma doença, bem com Acredita-se que a tendência das pessoas engordarem com a idade
EHQH¿FLDUQRSURFHVVRGHHQYHOKHFLPHQWRWRUQDQGRRLGRVRXPLQ- seja devida, em grande parte, à redução da taxa metabólica basal
divíduo mais capas de integrar na sociedade. decorrente da perda progressiva de massa muscular. O fato de que
a mobilização de gordura do tecido adiposo ocorre apenas pela via
Adaptações Morfológicas energética aeróbia levou à conclusões precipitadas no sentido de que
apenas os exercícios aeróbios estimulariam o emagrecimento. Na
O aumento da massa muscular é um dos mais marcantes efeitos realidade, os exercícios anaeróbios levam à mobilização de gordura
GRVH[HUFtFLRVUHVLVWLGRVMXVWL¿FDQGRRQRPHGH³PXVFXODomR´2 no período de repouso, que é uma situação de metabolismo aeróbio.
HVWtPXOREiVLFRSDUDRDXPHQWRGRYROXPHGRVP~VFXORVHVTXHOp- Numerosos estudos documentam redução de tecido adiposo, prin-
ticos é a sobrecarga de tensão, que ocorre sempre que a contração cipalmente intra-abdominal, estimulada pelos exercícios resistidos.
muscular é realizada contra alguma resistência. Nessa situação ocor-
UHRFDWDEROLVPRGDV¿EUDVPXVFXODUHVGXUDQWHDDWLYLGDGHRTXH Aptidão Física
leva ao aumento de proteínas contráteis no sarcoplasma durante o
SHUtRGR GH UHFXSHUDomR FDUDFWHUL]DQGR R SURFHVVR GH KLSHUWUR¿D Qualidades de aptidão física como força, resistência, coordena-
Algumas evidências levantam a possibilidade de que a hiperplasia omRYHORFLGDGHSRWrQFLDHÀH[LELOLGDGHVmRHVWLPXODGDVGHIRUPD
SRVVDRFRUUHUHPVLWXDo}HVHVSHFt¿FDV$VREUHFDUJDWHQVLRQDOGDV diferente pelos diversos tipos de exercícios. Potência aeróbia máxi-
contrações contra-resistências também leva à proliferação do tecido PDHOLPLDUDQDHUyELRVmRSDUkPHWURVPHWDEyOLFRVGHDSWLGmRTXH
conjuntivo muscular, explicando o aumento da elasticidade observa- também recebem estímulos diferentes em cada tipo de exercício.
GDQRVP~VFXORVKLSHUWUR¿DGRV $VVLPVHQGRSDUDREMHWLYRVHVSHFt¿FRVDOJXQVWLSRVGHH[HUFtFLRV
A hidratação celular aumenta de forma importante estimula- SRGHUmRVHUPDLVH¿FLHQWHV2DSULPRUDPHQWRGDVTXDOLGDGHVGHDS-
da pelos exercícios resistidos. A sobrecarga metabólica energética WLGmRItVLFDVWHPHYLGHQWHLPSRUWkQFLDTXDQGRH[LVWHRREMHWLYRGH
anaeróbia produz depleção do glicogênio muscular, o que estimula realizar grandes esforços, como na prática esportiva. No entanto, os
a sua síntese aumentada no período de recuperação. O porcentual esforços da vida diária exigem aptidão em níveis adequados para
HPSHVRGRJOLFRJrQLRSRGHDXPHQWDUWUrVYH]HVQRP~VFXORWUHL- que as atividades sejam possíveis e não representem fatores de des-
nado, o que leva ao aumento da hidratação por atração molecular. conforto ou risco de lesões ou acidentes cardiovasculares. O seden-
Cada grama de glicogênio é responsável pelo aumento de quase três tarismo ou a hipocinesia induzida por doenças levam a uma redu-
JUDPDVGHiJXDLQWUDFHOXODUQRP~VFXORHVTXHOpWLFR(VVHVHIHLWRV ção gradativa e às vezes acentuada das qualidades de aptidão física,
H[SOLFDPRDXPHQWRGDFRQVLVWrQFLDGRVP~VFXORVWUHLQDGRVRTXH podendo comprometer a capacidade de realizar atividades diárias,
p FRQKHFLGR FRPR ³WRQL¿FDomR´(VVD GHQRPLQDomR QmR p FRUUHWD GL¿FXOWDQGR D ORFRPRomR DXPHQWDQGR D SRVVLELOLGDGH GH TXHGDV
SRUTXHQmRRFRUUHKLSHUWRQLDQRVP~VFXORVKLSHUWUR¿DGRVDQmRVHU e criando situações de risco cardiovascular nos esforços habituais.
na fase de metabolismo alterado pós-exercício, que desaparece no )RUoDPXVFXODUSRGHVHUGH¿QLGDFRPRDFDSDFLGDGHGHJHUDU
decorrer da recuperação. WHQVmR$FRQWUDomRKDELWXDOGRVP~VFXORVFRQWUDUHVLVWrQFLDVSUR-
O aumento da massa óssea tende a ocorrer na atividade física GX] KLSHUWUR¿D H WDPEpP R DSULPRUDPHQWR GD FRRUGHQDomR QHX-
por meio das compressões dos ossos, e por meio de estímulos a um romuscular, no sentido do recrutamento de unidades motoras para
SHU¿OKRUPRQDOIDYRUiYHO$FRPSUHVVmRyVVHDSRGHRFRUUHUFRPR DomRVLPXOWkQHD$KLSHUWUR¿DHDPHOKRUFRRUGHQDomRUHVXOWDPHP
suporte do peso corporal ou de equipamentos, ou com o “impacto”, aumento da força muscular. Na ausência de doenças, o enfraque-
que é a desaceleração brusca do corpo em movimento. Nos exercí- FLPHQWR GRV P~VFXORV HVTXHOpWLFRV SHOR GHVXVR H SHOR HQYHOKHFL-
cios resistidos a compressão óssea ocorre pela ação da resistência mento é a mais limitante das perdas de aptidão física. A redução das
aos movimentos, geralmente pesos, e não há impacto. O impacto sobrecargas sobre as articulações é um importante benefício propor-
é uma sobrecarga de difícil controle na atividade física, e com fre- FLRQDGRSRUP~VFXORVIRUWHVHFRPERDHODVWLFLGDGH3RUPHLRGH
quência está implicado na origem de lesões. Exercícios resistidos e FRQWUDo}HVH[FrQWULFDVRVP~VFXORVHVTXHOpWLFRVDEVRUYHPIRUoDV
VDOWRVVmRDVDWLYLGDGHVPDLVH¿FLHQWHVSDUDHVWLPXODUDPDVVDyV- H[WHUQDV H IXQFLRQDP FRPR DPRUWHFHGRUHV PHFkQLFRV 0~VFXORV
sea, mas os primeiros são preferenciais em função da segurança. As fracos fazem com que as articulações sejam sobrecarregadas até
cartilagens articulares, discos intervertebrais, ligamentos e tendões mesmo nos esforços da vida diária, explicando a frequente ocor-
são estruturas cujas integridades são importantes para a boa função rência de dores, mesmo na ausência de processos patológicos. Do
P~VFXORHVTXHOpWLFDTXHpHVWLPXODGDSHORVH[HUFtFLRVUHVLVWLGRVGH SRQWRGHYLVWDELRPHFkQLFRDIRUoDPXVFXODUpIXQGDPHQWDOSDUDD
IRUPDH¿FLHQWHHVHJXUD realização dos movimentos. Tomando como exemplo a situação de
A redução da gordura corporal é estimulada pelos exercícios re- levantar-se da posição sentada, sabe-se que uma pessoa idosa seden-
sistidos, tal como ocorre com todos os tipos de atividade física. Con- WiULDSRGHDSUHVHQWDUH[WUHPDGL¿FXOGDGHRXPHVPRVHULQFDSD]GH
dição indispensável para que ocorra mobilização de tecido adiposo realizar a ação.
é o balanço calórico negativo, cujo principal mecanismo é a redução A realização dos movimentos necessários para a vida diária de-
da ingestão alimentar. Sendo o tecido adiposo a maior reserva de pende de graus relativamente elevados de força muscular, o que não
energia do organismo, compreende-se que quando faltam calorias na é percebido pelas pessoas quando a força necessária está disponí-
alimentação para suprir a demanda energética, ocorra mobilização YHO3DUWLFXODUPHQWHRWUDEDOKREUDoDOSUR¿VVLRQDORXGRPpVWLFRp
de gordura corporal. A contribuição dos exercícios físicos em geral muito dependente da força muscular. A redução da força parece ser

Didatismo e Conhecimento 132


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
a principal responsável pelo aumento da ocorrência de quedas em KRVGHÀH[LELOLGDGH2VH[HUFtFLRVUHVLVWLGRVWrPVHPRVWUDGRPXLWR
pessoas idosas. O desequilíbrio do corpo pode ocorrer por mecanis- H¿FLHQWHVSDUDDXPHQWDUDÀH[LELOLGDGHTXDQGRHVWDVHHQFRQWUDGL-
mos diversos, mas com boa força muscular para recuperar o equilí- PLQXtGD3DUDDXPHQWDUDÀH[LELOLGDGHRVH[HUFtFLRVUHVLVWLGRVGH-
brio, a pessoa poderá não cair. O treinamento resistido parece ser a vem ser realizados forçando os limites da amplitude de movimento,
intervenção que mais evita quedas em pessoas idosas. A capacidade alongando as estruturas articulares. A proliferação de tecido conjun-
de locomoção pode ser seriamente afetada pela redução da força WLYRQRVP~VFXORVKLSHUWUR¿DGRVIDFLOLWDRSURFHVVRGHDXPHQWRGD
muscular. Para que a marcha seja possível, confortável e segura, a ÀH[LELOLGDGHGHYLGRjPDLRUHODVWLFLGDGHPXVFXODU1DSUHVHQoDGH
força é a aptidão mais importante. A capacidade de manutenção da dores ou alterações anatômicas que limitem o alongamento das arti-
postura e do equilíbrio, e a capacidade de aceleração para os passos, culações, os ganhos de amplitude serão discretos, qualquer que seja
dependem diretamente da força muscular. o tipo de exercício ou de manipulação.
5HVLVWrQFLDSDUDFDPLQKDUVLJQL¿FDSRGHUSURORQJDUDPDUFKD A potência aeróbia máxima, medida pelo VO2Pi[LPRpXP
confortavelmente. Esta condição depende da força muscular, que parâmetro metabólico de aptidão necessário para prolongar
p SURSRUFLRQDO DR OLPLDU DQDHUyELR 'H¿QHVH OLPLDU DQDHUyELR D atividades contínuas com produção energética relativamente
intensidade de esforço que não pode ser realizada com produção elevada, como é o caso de correr, pedalar ou nadar. O VO2
HQHUJpWLFDH[FOXVLYDPHQWHDHUyELD6HPSUHTXHDV¿EUDVPXVFXODUHV Pi[LPR p XPD YDULiYHO IUHTXHQWHPHQWH DVVRFLDGD FRP
apresentarem pouca capacidade de gerar tensão, a força necessária parâmetros de saúde cardiovascular, mas a relação não é de
para os movimentos será produzida por meio do recrutamento de FDXVD H HIHLWR 3HVVRDV TXH UHDOL]DP KDELWXDOPHQWH H[HUFtFLRV
PDLRUQ~PHURGH¿EUDV3HVVRDVIRUWHVFDPLQKDPFRPDWLYDomRGH contínuos com características adequadas para treinamento,
poucas unidades motoras, enquanto que pessoas mais fracas utili- conseguem aumentar os seus níveis de VO2Pi[LPRHWDPEpP
]DPPXLWDV¿EUDVPXVFXODUHVSDUDDPDUFKD4XDQGRPDLVGRTXH costumam apresentar bons indicadores de saúde cardiovascular.
DGDV¿EUDVPXVFXODUHVVmRDWLYDGDVDSURGXomRHQHUJpWLFD No entanto, pessoas com níveis adequados de outras formas de
não pode ser realizada exclusivamente pela via metabólica aeróbia DWLYLGDGHItVLFDFRPRRVH[HUFtFLRVUHVLVWLGRVWDPEpPFRVWXPDP
devido à oclusão parcial da circulação. Idosos debilitados caminham apresentar bons indicadores de saúde cardiovascular, embora
anaerobiamente, com desconforto por acidose metabólica e conse- sem valores elevados de VO2 Pi[LPR 1R FDVR GH SHVVRDV
quente fadiga precoce. O quadro clínico é o de claudicação intermi- idosas com limitações patológicas ou de aptidão que impedem
H[HUFtFLRVFRQWtQXRVQmRGHYHKDYHUSUHRFXSDomRFRPRVQtYHLV
tente, com o repouso permitindo continuar a marcha por mais algum
de VO2 Pi[LPR GHVGH TXH RXWUDV IRUPDV GH DWLYLGDGH ItVLFD
tempo.
HVWHMDPVHQGRUHDOL]DGDV([HUFtFLRVUHVLVWLGRVFRQVHJXHPHOHYDU
Pessoas debilitadas têm limiar anaeróbio baixo porque peque-
o VO2Pi[LPRGHIRUPDGLVFUHWDHPMRYHQVPDVVmRDGHTXDGRV
QDVSRWrQFLDVGHHVIRUoRMiVROLFLWDPPDLVGHGDV¿EUDVPXV-
para impedir a sua redução para valores críticos, durante o
culares. O aumento da força muscular eleva o limiar anaeróbio, o
envelhecimento. Em pessoas idosas, aumentos de VO2Pi[LPR
que melhora a resistência para esforços de baixa intensidade, como
de até 23% já foram documentados . Outros parâmetros de
FDPLQKDU 2V H[HUFtFLRV UHVLVWLGRV WDPEpP VmR RV PDLV H¿FLHQWHV
DSWLGmRFDUGLRYDVFXODUWDPEpPVmRHVWLPXODGRVSHORVH[HUFtFLRV
para aumentar a chamada Resistência Muscular localizada (RML),
resistidos.
permitindo prolongar as atividades intensas. Aspecto relevante é que
a força muscular também é importante para evitar elevações acen-
tuadas de freqüência cardíaca e de pressão arterial nos esforços da
vida diária, diminuindo assim o risco de acidentes cardiovascula- NUTRIÇÃO E ATIVIDADE FÍSICA.
res. Isto ocorre porque as pessoas mais fortes realizam as atividades
FRP PHQRU Q~PHUR GH ¿EUDV PXVFXODUHV FRPSDUDWLYDPHQWH FRP
SHVVRDVPDLVGHELOLWDGDV$XWLOL]DomRGHPHQRUQ~PHURGHXQLGD- Alimentação e Exercício Físico
des motoras ativa menos os ergoceptores musculares, que são ter-
PLQDo}HV QHUYRVDV OLYUHV GLVSHUVDV HQWUH DV ¿EUDV$ DWLYDomR GRV 7UDQVLomR DOLPHQWDU H QXWULFLRQDO QR %UDVLO As evidências
HUJRFHSWRUHV GHVHQFDGHLD SRU PHFDQLVPRV UHÀH[RV R DXPHQWR GD sobre a evolução da disponibilidade de alimentos no Brasil indicam
frequência cardíaca e da pressão arterial, e também da frequência que a transição alimentar no país tem sido, de modo geral, favorável
respiratória. Assim sendo, pessoas mais fortes realizam tarefas com do ponto de vista dos problemas associados à subnutrição (aumento
PHQRUHVDOWHUDo}HVKHPRGLQkPLFDVGRTXHSHVVRDVGHELOLWDGDV1RV na disponibilidade de calorias per capita e aumento da participação
esforços da vida diária, as sobrecargas cardiovasculares são menores de alimentos de origem animal na alimentação) e desfavorável no
nas pessoas mais fortes, o que é demonstrado pelos menores valores que se refere à obesidade e às demais doenças crônicas não trans-
GHGXSORSURGXWR$VVLPVHQGRDVSHVVRDVFRPP~VFXORVPDLVIRU- missíveis (DCNT), (aumento da participação na ingestão de gor-
tes realizam esforços diários com menores riscos cardiovasculares e GXUDVHPJHUDOJRUGXUDVGHRULJHPDQLPDOHDo~FDUHGLPLQXLomR
com maior conforto cardiorespiratório. no consumo de cereais, leguminosas e frutas, verduras e legumes).
Flexibilidade é a capacidade de realizar movimentos amplos Ainda que incompletas, as evidências quanto a padrões de atividade
QDVDUWLFXODo}HV$UHGXomRGDÀH[LELOLGDGHSRGHGL¿FXOWDUDUHDOL- física apontam para um baixo gasto energético e para o crescimen-
zação de movimentos ou até mesmo impedi-los. O envelhecimento to do sedentarismo. A evolução do estado nutricional da população
VHGHQWiULRWHQGHDUHGX]LUDÀH[LELOLGDGHRTXHSRGHVHUDJUDYDGR brasileira, por sua vez, é indicativa de um importante aumento do
por situações patológicas com dor articular, rigidez muscular, ou sobrepeso com tendência especialmente preocupante entre as crian-
necessidade de imobilizações frequentes. No entanto, mesmo na ças em idade escolar e os adolescentes, bem como nos estratos de
presença de doenças, exercícios adequados podem promover gan- baixa renda.

Didatismo e Conhecimento 133


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$OFDQoDUEDODQoRHQHUJpWLFRHSHVRVDXGiYHOO crescimento altamente processados e pobres em micronutrientes. Em oposição a
GDLQFLGrQFLDGH'&17REVHUYDGRQDV~OWLPDVGpFDGDVUHODFLRQDVH eles, estão os alimentos de baixa densidade calórica, ricos em água,
em grande parte, com os hábitos de vida adquiridos nesse período. como frutas, verduras e legumes. Teoriza-se que alimentos com
Entre eles, destacam-se os comportamentos que desequilibram o densidade energética muito elevada promoveriam um “superconsu-
balanço energético, induzindo ganho excessivo de peso. Estima-se mo passivo” de energia total. Estudos que manipularam, de forma
TXH SDUD FDGD  GH DXPHQWR GH SHVR DFLPD GDTXHOH DSUHVHQWD- PDVFDUDGD FHJD RFRQWH~GROLStGLFRHDGHQVLGDGHHQHUJpWLFDGH
GRDRVDQRVGHLGDGHRFRUUHXPDXPHQWRGHQRULVFRGH alimentos apoiam essa hipótese, mas o mascaramento nesses tipos
desenvolver a síndrome metabólica na meia idade. Esse complexo GHHVWXGRVpOLPLWDGRHpSRVVtYHOTXHRXWURVHIHLWRVQmR¿VLROyJL-
PHWDEyOLFR LQÀDPDWyULR H KHPRGLQkPLFR SRU VXD YH] HVWi DVVR- FRVWHQKDPLQÀXHQFLDGRHVVHVUHVXOWDGRV7HPVLGRSURSRVWRLJXDO-
ciado ao desenvolvimento da doença cardiovascular e de DCNT. O mente, que humanos seriam capazes de reconhecer alimentos de
princípio fundamental para manter um balanço energético é que as alta densidade energética, diminuindo sua ingestão para manter sua
mudanças nos depósitos energéticos se equilibrem com a diferença homeostase energética; contudo, a ingestão de alimentos de excep-
entre ingestão energética e gasto energético. Se a ingestão excede o cional densidade energética, típicos oferecidos por serviços de fast
gasto, ocorre um desequilíbrio positivo, com deposição energética e food, burlaria esse controle do apetite, permitindo a ingestão energé-
tendência ao ganho de peso; quando a ingestão é inferior ao gasto, tica excessiva e o desenvolvimento de obesidade. Não há evidência
ocorre um desequilíbrio negativo, com depleção dos depósitos ener- de que alimentos ricos em gordura mereçam maior atenção na pre-
JpWLFRVHWHQGrQFLDjSHUGDGHSHVR(PFLUFXQVWkQFLDVQRUPDLVR venção da obesidade do que outros alimentos com alta densidade
balanço energético oscila ao longo do dia e de um dia para o outro, energética, como aqueles ricos em amido ou carboidratos simples.
sem, contudo, levar a uma mudança duradoura do balanço energéti-
FRRXGRSHVRFRUSRUDO,VVRSRUTXHPHFDQLVPRV¿VLROyJLFRVP~OWL- $XPHQWRUHJXODUGDDWLYLGDGHItVLFDHá evidência convincen-
plos determinam mudanças coordenadas entre ingestão e gasto ener- te de que a atividade física regular protege contra o ganho excessivo
gético, regulando o peso corporal em torno de um ponto de ajuste de peso, enquanto os hábitos sedentários, especialmente as ocupa-
que mantém o peso estável. ções e recreações sedentárias, promovem-no. Revisão sistemática
$LQJHVWmRGLiULDpGH¿QLGDSHORYDORUHQHUJpWLFRWRWDO 9(7  demonstrou que pessoas que exercem atividade física regular em
expresso em Kj [ou o valor calórico total (VCT), expresso em kcal], quantidades moderadas a grandes apresentam menor ganho de peso
que compreende a energia diária total consumida em forma de ali- e menor ocorrência de sobrepeso e obesidade. Os resultados de en-
mento ou bebida e que pode ser metabolizada pelo corpo. A gordura VDLRV FOtQLFRV UDQGRPL]DGRV VmR FRQÀLWDQWHV SURYDYHOPHQWH SHOD
SURGX]PDLVHQHUJLDSRUJUDPDGHSHVR NFDOJ GRTXHRVFDUERL- diferença na aderência ao exercício de moderada a grande intensi-
GUDWRV NFDOJ DVSURWHtQDV NFDOJ HRiOFRRO NFDOJ $V¿EUDV dade no longo prazo. Além disso, a recomendação geral para adul-
FRQWULEXHPFRPNFDOJHQHUJLDUHVXOWDQWHGHiFLGRVJUD[RVYR-
WRVUHDOL]DUHPDWLYLGDGHVGHPRGHUDGDDJUDQGHLQWHQVLGDGHSRU
láteis produzidos no cólon a partir da degradação bacteriana. O gas-
PLQXWRVGHSUHIHUrQFLDWRGRVRVGLDVPHVPRTXHH¿FD]QDSUHYHQ-
to energético do indivíduo compõe-se da taxa metabólica basal, do
omR GD GRHQoD FDUGLRYDVFXODU SDUHFH VHU LQVX¿FLHQWH SDUD PXLWRV
gasto energético para metabolizar e armazenar o alimento, do efeito
indivíduos prevenirem ganho de peso. A prevenção de recobro de
térmico da atividade física e da termogênese adaptativa, que varia
peso em obesos prévios com atividades de intensidade moderada
em resposta à ingestão calórica crônica (aumenta com o aumento
SRGHUHTXHUHUDPLQXWRVGLiULRV RXPHQRVTXDQGRGHJUDQGH
da ingestão calórica). O efeito térmico da atividade física deve ser
intensidade). Mesmo na ausência de evidências conclusivas, estabe-
abordado sob dois aspectos/componentes, a termogênese de ativi-
leceu-se que a transição de sobrepeso a obesidade pode ser preve-
dades não ligadas ao exercício físico e a termogênese de atividades
ligadas ao exercício. QLGDFRPDWLYLGDGHVGHPRGHUDGDLQWHQVLGDGHGHDPLQXWRV
$GH¿QLomRGHXPSHVRVDXGiYHODLQGDpWHPDFRQWURYHUVRPDV SRUGLD,VVRLOXVWUDDLPSRUWkQFLDGHPDQWHUREDODQoRHQHUJpWLFRH
D WHQGrQFLD p GH¿QLOR D SDUWLU GD UHODomR HQWUH R tQGLFH GH PDV- o peso adequado. Para tanto, desde cedo na vida, deve-se reduzir os
sa corporal (IMC), uma função do peso pela altura ao quadrado, e hábitos sedentários, incorporando atividades novas no dia a dia e na
GHVIHFKRVGHVD~GHFRPRPRUWDOLGDGHJHUDOGRHQoDFDUGLRYDVFXODU recreação. Isso requer decisões políticas sobre o ambiente social e
etc. A OMS recomenda para a população uma mediana de IMC en- físico que promovam essas mudanças, sejam elas na infraestrutura
WUHHNJP23DUDLQGLYtGXRVDIDL[DUHFRPHQGDGDpGH urbana, na escola ou no trabalho.
DNJP2HYLWDQGRJDQKRVGHSHVRPDLRUHVGRTXHNJQDYLGD
adulta. Dois problemas atuais precisam ser enfrentados diretamente: 1XWULomR (VSRUWLYD Nossa alimentação é composta por uma
o aumento do consumo de alimentos industrializados, normalmente FRPELQDomRGHQXWULHQWHVFDUERLGUDWRV &+2 SURWHtQDV FRP-
ricos em gorduras hidrogenadas e carboidratos simples e pobres em postas por aminoácidos), lipídios (gorduras), água, sais minerais e
carboidratos complexos; e o declínio do gasto energético associa- vitaminas. Os carboidratos e as vitaminas, apesar de existirem em
do ao transporte motorizado, à mecanização do trabalho e a outros quantidades pequenas no corpo, são os responsáveis pela produção
aspectos do desenvolvimento tecnológico. A seguir, são discutidas imediata de energia e uma série de reações químicas, respectiva-
recomendações de mudanças de comportamentos ligados a essa pro- PHQWH2EDODQoRQDLQJHVWmRGHVWHVFRPSRQHQWHVpIXQGDPHQWDO
blemática, para prevenção da obesidade, apresentando as evidências SDUDDVD~GHHSDUDRVXFHVVRGHVSRUWLYR$JUDQGHGLIHUHQoDGRDWOH-
que as apoiam. ta para o sedentário na verdade é em relação às quantidades inge-
ULGDV2VDWOHWDVSRGHPDSUHVHQWDUXPDQHFHVVLGDGHFDOyULFDDWp
5HGXomRGHDOLPHQWRVGHDOWDGHQVLGDGHFDOyULFDAlimentos vezes a de uma pessoa sedentária. O atleta deve procurar manter um
de alta densidade calórica promovem ganho de peso. Esses alimen- equilíbrio em cinco áreas: balanço calórico, de nutrientes, hídrico,
tos, ricos em gorduras, carboidratos simples ou amido, são, em geral, mineral e vitamínico.

Didatismo e Conhecimento 134


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
a) Balanço Calórico: envolve toda produção de energia a partir &DUERLGUDWRVOs CHO são a mais importante fonte de energia
dos CHO, aminoácidos e lipídios obtidos na alimentação e os gastos HDIRUPDGHHVWRFDJHPQRFRUSRpFRPRJOLFRJrQLR QRP~VFXORRX
basais e da atividade motora do atleta. Os carboidratos e as gorduras no fígado). O consumo de CHO é indicado antes, durante (quando
são muito importantes para o metabolismo energético enquanto que plausível) e após o exercício. Após a atividade, as enzimas que tra-
as proteínas são mais importantes para o metabolismo construtor. A balham na ressíntese de glicogênio estão em atividade máxima. Esse
energia básica (metabolismo basal) gasta diariamente varia com o efeito dura por volta de uma hora e por isso é tão importante iniciar
tamanho, sexo e idade da pessoa, sendo que mulheres têm um gas- DLQJHVWmRGH&+2ORJRDR¿QDOGDDWLYLGDGHSDUDDSURYHLWDUHVWH
WRDSUR[LPDGDPHQWHPHQRU2PHWDEROLVPREDVDOpPDLVDOWR momento de alta absorção que facilitará a restauração do glicogênio,
GXUDQWHDIDVHGHGHVHQYROYLPHQWR LQIkQFLD HGLPLQXLFRPDLGDGH principalmente se o atleta tem outra prova ou treinamento no dia se-
A energia gasta com atividade motora depende da intensidade e da guinte. Se os atletas de resistência queimam muita gordura durante
duração da mesma. DDWLYLGDGHTXDODLPSRUWkQFLDGRV&+2"$VUHDo}HVGHR[LGDomR
da gordura dependem dos CHO para acontecer. Esse conceito acaba
com o preconceito de que os CHO engordam, na verdade precisa-
b) Balanço Nutricional: é a relação entre as três principais
mos deles tanto para o exercício quanto para o emagrecimento. Mes-
classes de nutrientes: carboidratos, lipídios e proteínas. Uma dieta
mo em provas longas, o glicogênio é importante para as mudanças
QRUPDOGHYHWHUSRUYROWDGHGH&+2GHSURWHtQDVH
GHULWPRFRPRQXPVSULQWDR¿QDOGHXPDFRUULGDRXXPDHVFDODGD
de gorduras. Atletas de atividades de força ou de resistência podem
HPPRQWDQKDHPSURYDGHFLFOLVPR2Gp¿FLWGH&+2pXPIDWRU
precisar de um pequeno aumento no consumo de proteínas. A quan- limitante para atividades de todas as intensidades.
WLGDGH GH &+2 p GH H[WUHPD LPSRUWkQFLD SRUTXH HVWi GLUHWDPHQ-
te ligada aos depósitos de glicogênio muscular, que são utilizados D ,QWHQVLGDGH0RGHUDGD DEDL[RGHGR92Pi[LPR 
durante o exercício. Atletas de jogos e os de resistência precisam nesse caso o fator limitante é a provisão de glicose pelo fígado. Es-
de uma quantidade superior de carboidratos para manter um nível VDVDWLYLGDGHVSRGHPVHUPDQWLGDVSRUORQJRVSHUtRGRV PDLVGH
satisfatório de rendimento. Após a depleção do glicogênio, os de- horas) e ocorre uma diminuição da glicemia. Mesmo que o cérebro
SyVLWRVOHYDPDSUR[LPDGDPHQWHKRUDVSDUDVHUHVWDXUDUHPFRP seja um bom consumidor de lactato durante o exercício, o sistema
XPDDOLPHQWDomRFRPGHFDUERLGUDWRV nervoso utiliza muita glicose hepática por isso existe um sistema de
segurança que reserva glicose para o sistema nervoso.
c) Balanço Hídrico: a água tem a função de solvente no nosso
corpo, atua em reações enzimáticas e na termorregulação. A falta de E ,QWHQVLGDGH,QWHQVD DFLPDGHGR92Pi[LPR  são
água durante o exercício faz com que a frequência cardíaca e a tem- DWLYLGDGHV PDQWLGDV SRU QR Pi[LPR  KRUDV 1HVVDV VLWXDo}HV
peratura corporal subam, baixe o volume sistólico e a pessoa entre o limitante é o glicogênio muscular, mais do que a glicose
num estado de cansaço progressivo que resultará na interrupção da circulante. Essas atividades levam ao esgotamento do glicogênio
atividade. A ingestão de água durante o exercício e a recuperação PXVFXODU H LPSHGHP D PDQXWHQomR GR H[HUFtFLR $OpP GD
pode ser acompanhada de minerais, uma vez que estes elementos suplementação durante a atividade, o aumento das reservas
ajudam o organismo a reter líquido. musculares de glicogênio deve ser feito pela alimentação. Os
valores basais que são de 300 - 400 g, podem ir até 900 g com
d) Balanço Mineral: embora o treinamento faça com que se uma dieta rica em CHO.
percam menos minerais na transpiração, ainda assim existe uma ne-
cessidade alta porque o atleta sua muito mais também. Os principais F $WLYLGDGHVPi[LPDV nesse caso a limitação não está pro-
minerais perdidos são cloro, sódio, magnésio e potássio. O sódio e priamente na falta de substrato energético, mas na própria metabo-
o cloro são perdidos através do suor e devem ser repostos uma vez lização anaeróbica do glicogênio muscular. A degradação do gli-
cogênio nessa atividade leva a uma acidose que resulta em fadiga.
que são elementos participantes da contração muscular. A reposição
Nenhuma estratégia alimentar foi estabelecida até hoje para alterar
deve ocorrer já durante a atividade e alguns pesquisadores recomen-
isso. Os trabalhos que usaram soluções alcalinas para combater a
dam que atletas de resistência devam ter uma ingestão ligeiramente
acidose não tiveram resultados satisfatórios.
DXPHQWDGD GH VDO  JGLD  SULQFLSDOPHQWH HP SHUtRGRV SUp-
-competitivos. A perda de potássio durante a atividade também pode Lipídios: São a grande reserva energética do nosso corpo e a
piorar a performance por ser ele um cofator de diversas enzimas. O principal fonte de energia quando o corpo está em homeostase ou
mesmo vale para o magnésio que, além de ser cofator enzimático, steady-state, momentos em que o metabolismo aeróbico é o predo-
também tem papel na condução de estímulos neurais e na contração minante. Uma alimentação rica em gorduras é prejudicial a todos e
muscular. O ferro é importantíssimo devido ao seu papel de carrea- também para o atleta porque diminui a capacidade de resistência,
dor de oxigênio. Os jovens têm uma necessidade de ferro aumentada impede um armazenamento ótimo de glicogênio muscular e pertur-
devido ao crescimento e os atletas têm necessidades que podem che- ba o funcionamento do fígado, piorando a deposição de glicogênio
JDUDYH]HVDGHXPVHGHQWiULR hepático. Por outro lado, a gordura tem um poder de concentração
energética altíssimo. Nosso corpo tem um estoque de energia sob a
e) Balanço Vitamínico: uma alimentação normal fornece todas forma de gordura que é praticamente inesgotável, o que possibilita
as vitaminas necessárias ao atleta, não havendo necessidade em su- DWLYLGDGHV FRPR 8OWUDPDQ H FRUULGDV GH PDLV GH  NP 1HVWDV
plementação. Alguns atletas, contudo, precisam de uma necessidade DWLYLGDGHVDSyVHVJRWDURJOLFRJrQLRDWpGDHQHUJLDYHPGDV
OLJHLUDPHQWHDXPHQWDGDGHYLWDPLQDV%SRUHODVHUXPIDWRUSDUWL- gorduras. Quanto mais treinado o atleta, maior a sua capacidade em
cipante da degradação do CHO. usar gordura como energia e poupar CHO.

Didatismo e Conhecimento 135


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Um alto consumo de lipídios pelo corpo em exercício é fruto ga insulínica, sua ingestão em pequenas quantidades após o exercício,
GRWUHLQDPHQWRWDPEpPSRUTXHRWUHLQRGHUHVLVWrQFLDDXPHQWDDH¿- aumenta a secreção de insulina, facilitando o processo de recuperação
FLrQFLDHPTXHLPDUJRUGXUDSULQFLSDOPHQWHSHORDXPHQWRQRQ~PHUR celular. A falta de proteína na alimentação é rara em dietas normais.
e tamanho das mitocôndrias. O tipo de gordura mais recomendado $TXDQWLGDGHGLiULDSDUDXPDSHVVRDQmRDWOHWDpDEDL[RGHJSRUNJ
para ser ingerido (não só por atletas) é a gordura insaturada ou po- de peso e as recomendações mais exageradas chegam ao valor de até
liinsaturada (como o azeite de oliva). As gorduras animais (saturadas) JNJSDUDDWOHWDV
são menos saudáveis e levam ao aumento do colesterol. Apesar de Existe discussão em relação aos valores e tipo de esporte. Os atle-
H[LVWLUDSUR[LPDGDPHQWHYH]HVPHQRViFLGRVJUD[RVOLYUHV $*/  tas de endurance precisam de proteína extra porque a atividade longa
FLUFXODQWHGRTXH&+2RV$*/FRQVHJXHPHQWUDUQDFpOXODYH]HV provoca alterações estruturais nas membranas celulares. Já os de força
PDLVUiSLGRHSURGX]HPGHDYH]HVPDLVHQHUJLDSRUXQLGDGHGH SUHFLVDPGHSURWHtQDSRUVHUHODDSULQFLSDOVXEVWkQFLDIRUPDGRUDGH
peso. A gordura é importante para os praticantes de exercícios de força P~VFXOR H DX[LOLDU GD KLSHUWUR¿D PXVFXODU$SHVDU GD GLVFRUGkQFLD
por ser um componente de hormônios como a testosterona, que é um HQWUHDOJXQVDXWRUHVGXDVFRLVDVSDUHFHPFHUWDV6HGHQWiULRVSUH-
GRVIDWRUHVTXHOHYDPjKLSHUWUR¿D0HVPRDVVLPQmRH[LVWHHYLGrQ- FLVDPGHDSUR[LPDGDPHQWHJNJGLDH$WOHWDVGHHQGXUDQFHH
FLDVX¿FLHQWHTXHVXSRUWHDOJXPDVXSOHPHQWDomRFRPOLStGLRV8PD DTXHOHVTXHEXVFDPKLSHUWUR¿DPXVFXODURXID]HPWUDEDOKRVGHIRUoD
VLWXDomRSRVVtYHOHP¿VLFXOWXULVWDVGHDOWRQtYHOpTXHJHUDOPHQWHVmR intensos precisam de quantidades maiores. Por outro lado a discussão
pessoas que procuram ingerir pouca gordura. Com isso existe a possi- torna-se inócua ao constatar-se que na dieta ocidental, tanto atletas
bilidade da dieta pobre em gordura ser também pobre caloricamente, quanto sedentários normalmente apresentam consumos proteicos sa-
GL¿FXOWDQGRXPJDQKRDLQGDPDLRUGHPDVVDPXVFXODUSRUXPGp¿FLW tisfatórios e muitas vezes acima do recomendado. O momento em que
calórico. a proteína é ingerida é que pode fazer a diferença. Vários estudos já
PRVWUDUDPTXHDLQJHVWmRGH&+2SURWHtQDDSyVXPWUHLQRGHIRUoD
Proteínas é uma prática efetiva no auxílio do anabolismo muscular.

As proteínas são estruturas formadas por aminoácidos e uma de &RQVXPRH[FHVVLYRGHSURWHtQDVFoi demonstrado que aumen-
suas principais funções é restituir as estruturas corporais, como pele e WDURFRQVXPRGHSURWHtQDGHSDUDJNJPHOKRUDRJDQKRPXV-
P~VFXOR3HODVXDIXQomRSULPRUGLDODVSURWHtQDVVmRPDLVUHFRPHQ- FXODUPDVSDVVDUGHSDUDJNJQmRWURX[HTXDOTXHUEHQHItFLR
dadas para o pós-exercício, mas diversos trabalhos vêm pesquisando com o prejuízo de diminuir proporcionalmente o consumo de CHO e
o seu papel como suplementação durante a atividade, principalmente muitas vezes engordar o atleta. Entre os possíveis prejuízos do consu-
para atividades de várias horas. Existe um mito não penas no mun- mo excessivo de proteínas estão:
do esportivo, mas em nossa sociedade, de que uma dieta boa deve - Normalmente vem acompanhado de alimentos de origem ani-
ser rica em proteínas, quando na verdade o excesso da proteína não mal, ricos em gordura saturada;
traz qualquer benefício, podendo até sobrecarregar o fígado. Embora - Maior chance de problemas hepáticos e gota;
a proteína possibilite o anabolismo, a ingestão por si só não aumenta a - Diminuição do cálcio dos ossos.
PDVVDPXVFXODU$~QLFDPDQHLUDGHKLSHUWUR¿DURP~VFXORpFRPWUHL-
namento de força. Por isso é equivocada a ideia que se tem de ingerir Água
grandes quantidades de proteína e suplementos de aminoácidos como
se isso fosse imprescindível para o aumento muscular. A perda de água é um fator limitante ao desempenho e a melhor
*HUDOPHQWHDVVLWXDo}HVTXHH[LJHPUHDOPHQWHXPDVXSOHPHQ- maneira de se monitorar esta perda é pesando o atleta antes e depois da
tação proteica são com atletas que treinam muitas horas (acima de DWLYLGDGH'HSHQGHQGRGDVLWXDomRRDWOHWDSRGHSHUGHUDWpOLWURVSRU
KRUDV RXTXHSDUWLFLSDPGHSURYDVGHYiULRVGLDVFRPRDVYROWDV hora em atividade. A porcentagem de água corporal é menor nas mu-
ciclísticas. Ambas situações de alto catabolismo. O corpo consome lheres do que nos homens, e quanto maior a porcentagem de gordura
SURWHtQDGXUDQWHRH[HUFtFLRHHVWLPDVHTXHDSyVKRUDVGHDWLYLGDGH corporal, menor será a de água. A sede só é sentida quando se perdeu
DSUR[LPDGDPHQWHGDHQHUJLDSURYHQKDGRVDPLQRiFLGRV4XDQ- GRSHVRFRUSRUDOHPiJXD1HVVDVLWXDomRRUHQGLPHQWRMiHVWi
to menor for a ingestão de CHO em exercício, maior será o uso de FRPSURPHWLGRHXPDWOHWDGHNJSUHFLVDULDLQJHULUOLWURVGHiJXD
aminoácidos. Um dos conceitos que suportam a suplementação com SDUDYROWDUDRHVWDGRGHKLGUDWDomRQRUPDO&RPSHUGDVGHDIRUoD
proteína durante a atividade longa, é que, segundo Newsholme, os pDIHWDGDHDSDUWLUGHVXUJHPDOWHUDo}HV¿VLROyJLFDVJUDYHVFRPR
DPLQRiFLGRVGHFDGHLDUDPL¿FDGD OHXFLQDYDOLQDHLVROHXFLQD VmR DSDWLDY{PLWRVQiXVHDFmLEUDVHWF$SDUWLUGHGHSHUGDDYLGD
consumidos pela musculatura exercitada e têm suas concentrações FRUUHSHULJRFRPSHUGHVHDFDSDFLGDGHGHHQJROLUHDUHSRVLomR
reduzidas. Como estes aminoácidos competem com o triptofano para GHYHVHULQWUDYHQRVD$FLPDGHRULVFRGHPRUWHpLPLQHQWH
passar a barreira hematoencefálica, a produção de serotonina (que é Se a atividade foi feita com uma hidratação satisfatória, não deve
sintetizada a partir do triptofano) seria aumentada. A serotonina age haver diferença entre o peso antes e depois do exercício. O atleta deve
no sistema nervoso central, diminuindo a disposição e dando sensação acostumar-se a beber líquidos antes, durante e depois da atividade,
de fadiga. Este tipo de fadiga (central) ocorre em provas longas como mesmo sem sentir sede. Infelizmente, ainda é prática entre alguns
triathlons e maratonas. atletas o comportamento de beber pouca ou nenhuma água durante a
A suplementação com outros aminoácidos durante a atividade atividade. No alto nível isso praticamente não existe mais, mas mes-
vem sendo estudada também, entre eles ornitina e arginina. Durante mo estes atletas apresentam alguma resistência em adotar a prática.
a atividade, a degradação do ATP e o metabolismo dos aminoácidos No esporte amador muitos têm a crença de que beber pode piorar o
produzem amônia. Estes aminoácidos favoreceriam a conversão de desempenho. A desidratação em exercício leva a um rendimento pre-
amônia em ureia (no fígado) e a ureia é menos tóxica, permitindo o es- judicado, é extremamente perigosa e bem mais comum do que se
forço por mais tempo. Como o aminoácido também provoca descar- imagina. Entre os efeitos da desidratação estão:

Didatismo e Conhecimento 136


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$XPHQWRGH que devem ser monitorados. Dentre os diversos tipos de vegetaria-
- Perturbações intestinais; nismo, o menos indicado para o atleta é o tipo que exclui todo tipo
- Viscosidade do sangue; de alimento de origem animal (vegetarianismo estrito). No mundo
- Frequência cardíaca; RFLGHQWDO DSUR[LPDGDPHQWH  GD SURWHtQD p GH RULJHP DQLPDO
- Temperatura interna necessária para sudorese; (carnes, ovos e leite). No mundo oriental essa proporção cai para
- Temperatura interna para determinada intensidade de exercício. $V SURWHtQDV YHJHWDLV QmR FRQWrP WRGRV RV DPLQRiFLGRV HV-
senciais, portanto, para suprir suas necessidades, as pessoas que só
'LPLQXLomRGH comem vegetais precisam comer mais em quantidade e variedade
- Taxa de esvaziamento gástrico; de vegetais. O vegetarianismo não é incompatível com o esporte de
- Volume plasmático; alto nível, mas o atleta deve ser monitorado constantemente e ter
- Fluxo sanguíneo para os órgãos; uma ingestão grande de grãos, legumes e cereais. Alguns minerais
- Volume venoso central; como ferro e zinco, e vitaminas, principalmente D e B costumam
- Capacidade de bombeamento do coração; ser as principais carências causadas pelo vegetarianismo quando não
- Sudorese; feito com o auxílio de um nutricionista. Em relação ao rendimento
- Fluxo de sangue para a pele. absoluto, poucas pesquisas foram feitas, mas parece haver indicação
de que - quando um atleta passa da alimentação completa para o ve-
A água deve ser ingerida de maneira fracionada porque a ingestão getarianismo, ocorre ligeira queda no rendimento, mas de qualquer
de grandes volumes leva a um aumento na produção de urina. Por forma este efeito não foi avaliado em longo prazo.
isso, antes de um evento não se deve ingerir muita água. Um fator
muito importante é a velocidade de liberação dos líquidos pelo estô- $OLPHQWDomRHRWUHLQRComer pouco é prejudicial ao rendi-
PDJR6DEHVHTXHTXDQWRPDLRURFRQWH~GRFDOyULFRPDLVWHPSRR mento, por outro lado a comida em excesso não levará a um rendi-
líquido demora para sair do estômago. Além disso, para trabalhar com mento superior. Esse conceito vale tanto para o dia inteiro do atleta
a taxa de liberação mais rápida, o estômago deve estar com aproxi- quando para cada refeição – o atleta deve procurar fazer refeições
PDGDPHQWHPO3RULVVRGHYHVHEHEHUHPLQWHUYDORVUHJXODUHV pequenas. Refeições grandes o impedirão de treinar por várias ho-
Pessoas desidratadas e aquelas em atividades intensas também têm ras. O aumento na ingestão precisa ocorrer, mas deve ser bem distri-
velocidades de esvaziamento gástrico prejudicadas. buído e levar em conta que o gasto energético do atleta pode variar
de acordo com a fase de treino em que ele se encontra. Durante a
9LWDPLQDVH6DLV0LQHUDLVA carência de vitaminas e minerais atividade o consumo energético sobe de acordo com a intensidade.
não é uma preocupação do atleta, pois a dieta normal que tem o aporte Sendo assim é esperado que uma competição apresente um gasto
FDOyULFRVX¿FLHQWHpWXGRTXHVHSUHFLVD0DVDOJXQVSRQWRVGHYHP energético maior do que um treino com a mesma duração. Um dos
ser discutidos. O consumo de cálcio deve ser abundante para a mulher problemas do atleta é na verdade conseguir ingerir as calorias ne-
atleta em todas as fases da vida por estar ela mais propensa à osteopo- cessárias porque algumas modalidades juntam uma alta necessidade
rose e às fraturas por estresse. Atletas muito magras amenorreicas são FDOyULFDFRPXPHOHYDGRQ~PHURGHKRUDVGHWUHLQRGLiULR,PDJLQH
mais suscetíveis ainda. Em relação ao ferro, os grupos que apresentam XPWULDWOHWDTXHGXUPDKRUDVHWUHLQHKRUDVQHFHVVLWDQGRGH
maior risco de carência do mineral: mulheres que menstruam, pessoas PLOFDORULDVSRUGLD(OHSUHFLVDLQJHULODVHPKRUDVRXWHUiTXH
em dieta, atletas de endurance e vegetarianos. Algumas atitudes aju- ingerir muitas calorias durante o treino, normalmente sob a forma
dam a manter o aporte satisfatório de ferro: de suplementação.
- Consumir vegetais verdes-escuros e carnes preferencialmente
acompanhadas por bebidas ricas em vitamina C ou temporadas com $OLPHQWDomR FRPSHWLWLYD A alimentação base ou de treina-
limão; mento deve garantir a necessidade energética ao longo de todo ano.
- Evitar temperar saladas com vinagre; Deve ser variada, balanceada e de fácil digestão. No momento do
- Não beber chá ou café próximo às refeições pois o tanino inibe treinamento o estômago não deve estar vazio, mas não pode estar
a absorção do ferro; FKHLRWDPEpP2HVW{PDJRFKHLRWUDUiSUREOHPDVKHPRGLQkPLFRVH
'HYHKDYHUXPHVSDoRGHKRUDVHQWUHRFRQVXPRGHVXSOH- o estômago totalmente vazio reduz a mobilização de glicose e gor-
mentos de cálcio e a refeição rica em ferro, pois o cálcio pode atrapa- duras. Nos dias que antecedem a competição, os estoques energéti-
lhar a absorção do ferro; cos do atleta devem estar nos níveis ideais. É nessa fase que devem
ocorrer as adaptações em relação aos horários das refeições. Deve-
O controle da anemia no atleta deve levar em consideração o vo- VHSURFXUDUVLPXODURFRQWH~GRHKRUiULRGDVUHIHLo}HVGDPHVPD
lume plasmático aumentado, que pode levar à impressão de anemia forma que se pretende usar no dia da competição. Essa alimentação
apenas pela maior “diluição” das hemácias. A suplementação com deve ser adotada pelo menos 2 dias antes do evento e alguns atletas
ferro só é indicada em alguns casos de anemia, ou quando se cons- preferem iniciá-la até mesmo uma semana antes.
tata a carência na dieta. O excesso de ferro é tóxico e não aumenta
a concentração de hemoglobina nem o hematócrito, que só pode ser Última refeição: Os objetivos principais desta refeição são
DXPHQWDGRFRPRWUHLQDPHQWRRXFRPHULWURSRLHWLQDXPDVXEVWkQFLD fornecer CHO e hidratar o atleta. Deve-se levar em conta que o es-
banida do esporte por ser doping. WUHVVHSUpFRPSHWLWLYRSRGHDOWHUDURÀX[RVDQJXtQHRSDUDRWUDWR
GLJHVWLYRSUHMXGLFDQGRDDEVRUomRGRDOLPHQWR$~OWLPDUHIHLomR
9HJHWDULDQLVPR O vegetarianismo em todas suas variações VyOLGDGHYHVHUIHLWDSRUYROWDGHKRUDVDQWHVGDDWLYLGDGH/HP-
é uma prática de vários atletas em diversas modalidades. A atenção EUDQGRTXHTXDQWRPDLRURFRQWH~GRGHJRUGXUDQDUHIHLomRPDLV
principal para este atleta é em relação ao aporte proteico e de ferro, tempo a digestão levará. As proteínas são o segundo nutriente mais

Didatismo e Conhecimento 137


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
lento para digerir. Deve-se evitar também alimentos que produzem Pós-competição: A alimentação logo após o evento (ou o trei-
JDVHVFRPROHJXPHVHRXWURVULFRVHP¿EUDV$DOLPHQWDomRSUp- no) é importantíssima pelo seu poder regenerativo. Normalmente
-competitiva deve ser controlada porque muitos atletas (por estres- segue esta ordem: imediatamente - carboidratos líquidos; por volta
se) não sentem fome nesse momento e dessa forma correm o risco de uma hora depois - carboidratos de fácil digestão; proteínas e
GHKLSRJOLFHPLDGXUDQWHDDWLYLGDGH&RPRRVDo~FDUHVVLPSOHV¿- carboidratos numa refeição mais completa depois. Neste momento
FDPSRXFRWHPSRQRVDQJXH DOJXQVDSHQDVPLQXWRV pFRQYH- deve-se evitar a ingestão de gorduras porque quanto mais rápida
QLHQWHPLVWXUDUWLSRVGHDo~FDUGLIHUHQWHVHFRPSOH[RVSDUDTXHD for a digestão, melhor. Muitas pesquisas vêm sendo feitas com-
glicemia seja mantida. Alguns cereais fornecem CHO que mantêm parando o efeito da alimentação pós esforço combinando CHO e
DJOLFHPLDHVWiYHOSRUDWpKRUDV3DUDSURYDVORQJDVpIRUWHPHQ- proteína. Muitas delas mostram que a adição de proteína (de forma
te recomendado ingerir CHO complexos (baixo índice glicêmico) líquida e isenta de gordura) à refeição imediatamente após a ativi-
antes da competição porque eles entrarão na corrente sanguínea dade é melhor do que simplesmente CHO para promover uma re-
vagarosamente e manterão a glicemia estável por muito tempo. cuperação mais rápida. Após o exercício a absorção de CHO pelas
células é facilitada pelos transportadores de glicose intracelulares
3UpFRPSHWLomRLPHGLDWDNormalmente, deve-se ingerir be-
*/87  TXH IDYRUHFHP D HQWUDGD GH JOLFRVH QD FpOXOD SRU DWp
bidas carboidratadas nesse momento para garantir o estoque má-
 KRUDV DSyV D DWLYLGDGH$OpP GR DOLPHQWR FRQVXPLGR LPHGLD-
ximo no momento da largada e nos primeiros momentos da prova.
tamente após a competição (que preferencialmente deve ser um
Para provas longas, essa estratégia assegura que o atleta estará hi-
dratado e com boa glicemia até que a alimentação prevista para líquido carboidratado), é preciso atentar para a refeição sólida que
ocorrer durante a prova inicie. Caso a refeição ocorra por volta virá horas depois. Um costume de realizar comemorações após
de uma hora antes da atividade e seja composta por CHO de alto eventos, normalmente vai contra os princípios da recuperação,
índice glicêmico, os resultados podem ser prejudiciais. Esse tipo SRLVQHVVDVRFDVL}HVRFRQWH~GRGDUHIHLomRFRVWXPDVHUULFRHP
de CHO eleva rapidamente a glicemia, levando a uma liberação gordura e às vezes até álcool, o que é exatamente o que o corpo
excessiva de insulina e resultando numa hipoglicemia de rebote. menos precisa naquela hora. Esse tipo de costume deve ser evitado
Junto a isso, a insulina em alta inibe a mobilização de gorduras, no esporte amador e totalmente abolido no esporte de alto nível.
acarretando também uma depleção mais acelerada de glicogênio
muscular. O CHO que é ingerido antes da competição não causará (VWUDWpJLDV$OLPHQWDUHVDiversas maneiras vêm sendo testa-
KLSRJOLFHPLD VH R DWOHWD ¿]HU R FRQVXPR Mi HP H[HUFtFLR FRPR das para fazer com que os estoques de nutrientes e a água corporal
no aquecimento. Em relação ao tipo de CHO, a frutose não é uma sejam aumentados para favorecer o rendimento. Muitas estratégias
boa escolha. Apesar de gerar uma resposta insulínica pequena, seu fazem todo sentido em teoria, mas na prática têm efeitos colaterais
efeito sobre o rendimento é muito pequeno e costuma gerar des- indesejáveis, outras funcionam para situações e/ou atletas espe-
conforto gastrintestinal. Ft¿FRV VHP TXH VH SRVVD ID]HU XPD SUHVFULomR JHQHUDOL]DGD 'H
qualquer forma são maneiras de se tentar aumentar o rendimento
'XUDQWH D FRPSHWLomR Durante o exercício outros fatores sem o uso de drogas e de maneira legal, que podem ser testadas em
que não a insulina estão agindo e favorecem a entrada de glicose GLIHUHQWHVVLWXDo}HV4XDOTXHUVXEVWkQFLDRXHVWUDWpJLDDOLPHQWDU
na célula sem mediação de insulina. A própria contração muscu- que será usada pelo atleta na competição deve ter sido experimen-
lar facilita a absorção de glicose também. Por isso o consumo de tada várias vezes em treinamento.
CHO durante o exercício não leva a uma liberação de insulina. A
concentração de CHO a ser ingerida durante a atividade é alvo de Supercompensação de Carboidratos: Já está bem provado
GLYHUVDVSHVTXLVDV2VHVWXGRVMiDYDOLDUDPGHVGHGHFRQ- que a manipulação dietética com CHO leva a um aumento no gli-
FHQWUDomRDWpPDLVGH2WLSRGH&+2WDPEpPLPSRUWDHD cogênio muscular e consequente maior resistência. Uma das ma-
concentração adotada normalmente é inversamente proporcional neiras de se fazer isso é através da supercompensação com CHO.
à intensidade do exercício. Internacionalmente recomenda-se que
A forma clássica de fazer a supercompensação consiste em fazer
GXUDQWHDDWLYLGDGHDFRQFHQWUDomRGHFDUERLGUDWR¿TXHDEDL[RGH
GHGLDVGHH[HUFtFLRVH[WHQXDQWHVFRPRREMHWLYRGHGHSOHWDURV
SDUDDPDLRULDGDVDWLYLGDGHV6ROXo}HVFRQWHQGRSROtPHURV
HVWRTXHVGHJOLFRJrQLR2VGLDVTXHVHJXHPGHYHPVHUFRPFRQ-
de glicose, como a maltodextrina, favorecem a absorção de água
VXPRPDLVEDL[RSRVVtYHOGH&+2$SyVVHJXHPVHGLDVFRP
e o esvaziamento gástrico, que se encontra prejudicado após a in-
JHVWmRGHVROXo}HVPXLWRFRQFHQWUDGDVFRPRXWURVWLSRVGHDo~FDU consumo massivo de CHO e a competição seria no quarto dia. A
A adição de uma pequena quantidade de sódio facilita também a depleção deve ser feita com exercícios que usem a musculatura
absorção e retenção líquida. Esse sódio possui outro efeito positivo HVSHFt¿FDGRHYHQWR2VSRVVtYHLVEHQHItFLRVGDVXSHUFRPSHQVD-
que é repor parcialmente o sódio perdido pelo suor, ajudando a omRH[LVWHPDSHQDVSDUDDWLYLGDGHVDHUyELFDVORQJDV DFLPDGH
evitar a hiponatremia em atividades longas. A quantidade de líqui- PLQXWRV 4XDQWRPDLRUIRURFRQWH~GRXVXDOGH&+2QDGLHWDGR
do que um atleta pode ingerir em atividade varia dentro de certa atleta, menor é o efeito da supercompensação.
IDL[DLQGLYLGXDOPDVGHPDQHLUDJHUDODSDUWLUGH/SRUKRUD Esta estratégia, em seu formato clássico, tem pontos negati-
podem começar a surgir desconforto gastrintestinal. A ingestão de vos. Nos dias em que se faz a restrição de CHO o atleta passa por
iJXDSXUDGXUDQWHRH[HUFtFLRpPHQRVH¿FLHQWHGRTXHDEHELGD uma diminuição na capacidade de trabalho, alterações de humor,
carboidratada e com eletrólitos. Isso ocorre porque essas bebidas maior chance de infecção das vias respiratórias, gripes e resfria-
mantêm a osmolalidade do sangue superior à da água e com isso dos, acontecimentos indesejáveis próximo a uma competição. Ou-
o hormônio antidiurético mantém seu estímulo de reabsorção da tra maneira menos radical de se fazer uma supercompensação é um
água pelos rins, produzindo menos urina. SURWRFRORGHGLDVTXHWHPSUDWLFDPHQWHRPHVPRHIHLWR1HOH

Didatismo e Conhecimento 138


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
QRV  SULPHLURV GLDV R DWOHWD GHYH ID]HU WUHLQRV GH DSUR[LPDGD- de horários, precisa se exercitar antes do café da manhã, é consu-
PHQWHPLQXWRVDGRFRQVXPRGHR[LJrQLRFRQVXPLQGRQR mir soluções carboidratadas imediatamente antes da atividade ou
Pi[LPRGDGLHWDHP&+21RVGLDVVHJXLQWHVRH[HUFtFLRp durante o aquecimento, o que permitirá a execução de exercícios
reduzido progressivamente enquanto que o consumo de CHO sobe SRU PDLV WHPSR H FRP XPD LQWHQVLGDGH PDLRU GR TXH VH ¿FDVVH
SDUDSHORPHQRV,QGLYtGXRVTXHID]HPDWLYLGDGHVLQWHQVDV em jejum.
abaixo de 2 horas parecem não se aproveitar da supercompensa-
ção. Existem evidências de que nessa situação as capacidades de 7LSRVGHDWLYLGDGHVHDDOLPHQWDomRA alimentação diária do
WDPSRQDPHQWRGRP~VFXORHGRVDQJXH¿FDPSUHMXGLFDGDV&XULR- atleta em função de seu tipo de atividade praticamente não apre-
samente, dietas muito pobres em CHO dias antes do evento cau- senta diferenças qualitativas. O gasto energético é que irá impor a
sam efeitos semelhantes. quantidade de alimento a ser ingerido ao longo do dia, inclusive
Atualmente o plano mais usado pelos atletas é na verdade uma durante o treinamento quando for o caso.
sobrecarga de CHO apenas com manipulação dietética, sem alte-
rações no exercício ou depleção de glicogênio. É uma combinação $WLYLGDGHV FRQWtQXDV Para os atletas de esportes de longa
de redução na atividade (já prevista pelo microciclo) com um au- GXUDomRDLPSRUWkQFLDGRDOWRFRQVXPRGH&+2HVWiQRIDWRTXH
PHQWRLQWHQFLRQDOQRFRQVXPRGH&+2HiJXDQRVGLDVTXH quanto maiores forem os estoques de glicogênio, mais facilmente
antecedem o evento. Em qualquer método de sobrecarga de CHO, eles serão mobilizados. O glicogênio também é armazenado ligado
como o glicogênio é estocado com água, o atleta deve aumentar o à água, por isso, grandes reservas de glicogênio são importantes
seu consumo hídrico também e estar preparado para um ganho de para a economia de líquidos. Apesar de as atividades longas utili-
peso de até 2 kg. zarem muita gordura na produção de energia, o glicogênio permite
intensidades mais elevadas.
Aumentando os estoques de gordura: O exercício também
DXPHQWDDFDSDFLGDGHGDV¿EUDVGRWLSR OHQWDV HPHVWRFDUWUL- $WLYLGDGHV,QWHUPLWHQWHVPara os praticantes de atividades de
glicerídeos, que poderiam ser usados em exercício. Mas a capaci- quadra, o consumo de bebidas carboidratadas tem várias vanta-
dade muscular em oxidar lipídios é limitada, por isso uma dieta gens:
rica em lipídeos dias antes da competição não é uma estratégia - Permite manter os níveis de glicogênio muscular numa boa
válida para melhorar o desempenho. Alguns estudos que testaram
FRQFHQWUDomRHYLWDQGRDTXHGDGHUHQGLPHQWRGRLQtFLRSDUDR¿-
WDOHVWUDWpJLD GLHWDKLSHUOLStGLFDSRUVHPDQDV GHPRQVWUDUDP
nal do jogo;
uma pequena redução da utilização de glicogênio muscular, mas
- Evita que outras fontes energéticas sejam utilizadas;
sem alterar o tempo até a exaustão. A dieta hiperlipídica poderia
WHU XP SDSHO VLJQL¿FDQWH HP DWLYLGDGHV PXLWR ORQJDV H TXH QmR
e FRPXP QmR VHQWLU IRPH DSyV DWLYLGDGHV H[WHQXDQWHV
WLYHVVHPLQWHQVLGDGHVXSHULRUDGR922Pi[LPRRTXHQmR
ou estressantes. Nessas situações a bebida carboidratada vai
é a realidade de quase nenhum evento esportivo atualmente. A
agir no processo de reposição energética que se inicia durante
sobrecarga com gorduras não é indicada para atletas. Vários
D UHFXSHUDomR H p GH H[WUHPD LPSRUWkQFLD SDUD DWOHWDV
testes que mostraram resultados positivos foram feitos apenas
envolvidos em torneios que têm diversas partidas ao longo de
em laboratório e mesmo assim os resultados não foram os espe-
rados. Além do que, o método mais efetivo testado até hoje exige XPDVHPDQDSRUH[HPSOR8PDPDLRUUHVHUYDGHJOLFRJrQLR
LQMHo}HVVLPXOWkQHDVGHKHSDULQDTXHpXPDSUiWLFDFRQGHQDGD PXVFXODUQmRVySHUPLWHTXHRH[HUFtFLRVHMDPDQWLGRSRUPDLV
tempo, como também permite que uma intensidade mais alta
+LSHUKLGUDWDomR Semelhante à supercompensação com seja mantida. O consumo de CHO é importante também em
CHO, já se testou uma superhidratação, aumentando os depósitos DWLYLGDGHVLQWHUPLWHQWHVFRPRRVMRJRVHRVH[HUFtFLRVGHIRUoD
OtTXLGRVFRUSRUDLV3DUDTXHLVVRIRVVHIHLWRVHPDFHOHUDUD¿OWUDomR ([LVWHPevidências de que o glicogênio muscular seja sintetizado
renal (colocando o líquido fora) experimentou-se uma ingestão de nos períodos de intervalo. Isso permitiria um rendimento aumenta-
água combinada com glicerol. O resultado foi uma melhor hidra- do em ambos os tipos de exercício.
tação e melhor controle da temperatura corporal (central), dois
benefícios para o atleta. Mas entre os sintomas da ingestão de gli- Atividades curtas (com várias largadas – natação e atletis-
cerol, algumas pessoas experimentam: dor de cabeça, visão turva e PR  Como o metabolismo anaeróbico depende inteiramente de
náusea. Os atletas de provas muito longas em locais muito quentes &+2RVDWOHWDVGHDWLYLGDGHVGHGXUDomRPpGLD GHDPLQXWRV 
VHULDP RV SRVVtYHLV EHQH¿FLDGRV SHOR JOLFHURO QR HQWDQWR DWp R precisam ter grandes depósitos de glicogênio. Atletas de explo-
PRPHQWRQmRH[LVWHPSDUkPHWURVVHJXURVVREUHRPHOKRUPRPHQ- VmRPXVFXODUHDWLYLGDGHVTXHGXUDPPHQRVGHVHJXQGRVQmR
to nem quantidade a ser consumida. Muitos pesquisadores duvi- dependem tanto dos depósitos de glicogênio, mas ao aumentar
dam dos ganhos em rendimento que essa estratégia possa trazer. XPSRXFRDGXUDomRGRH[HUFtFLR DWLYLGDGHVGHVHJXQGRVD
PLQXWRV  DXPHQWD MXQWR D LPSRUWkQFLD GRV &+2 GHSRVLWDGRV QR
2H[HUFtFLRHPMHMXPA prática de exercício em jejum não P~VFXOR
é indicada para atletas porque pode levar a crises hipoglicêmicas
HSHUGDPRPHQWkQHDGDFRQVFLrQFLD$OpPGLVVRRH[HUFtFLRHP 'LIHUHQoDVHWiULDVHVH[XDLVA mulher tem em média uma
jejum depende muito dos níveis glicêmicos de jejum, algumas QHFHVVLGDGHHQHUJpWLFDPHQRUTXHRKRPHP(PUHODomRDRV
pessoas sentem-se bem e outras não conseguem nem imaginar se nutrientes, não há diferença percentual em relação aos homens,
exercitar em jejum. Uma alternativa para quem, por uma questão porém elas precisam de um aporte maior de ferro devido às perdas

Didatismo e Conhecimento 139


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
¿VLROyJLFDVGRPLQHUDOTXHRFRUUHPGXUDQWHDPHQVWUXDomR1RU- Crescimento, maturação e desenvolvimento do nascimento
malmente as atletas precisam de um acompanhamento dos níveis aos três anos de idade A partir do nascimento, inicia-se uma com-
séricos de ferro porque a anemia é um quadro bastante comum. As plexa relação entre o bebê e o ambiente que o cerca. As estruturas
crianças e adolescentes têm uma necessidade relativa de energia neurológicas já estão razoavelmente bem formadas, principalmen-
maior que os adultos. Seu metabolismo é aumentado devido aos te o cérebro e as funções sensoriais exteroceptivas (visão, audição,
processos de desenvolvimento e ao fato de eles se movimentarem tato, paladar e olfato), possibilitando um complexo interacional
mais que os adultos. Até a puberdade não existem diferenças ali- do bebê com seu entorno. Como decorrência do amplo repertório
mentares entre meninos e meninas com o mesmo tamanho. Após a funcional para interação com o ambiente, as relações afetivas e so-
SXEHUGDGHLQLFLDPDVGLIHUHQFLDo}HVHVSHFt¿FDVGRVH[R'XUDQWH ciais, principalmente com os pais, devem ser fortemente estabele-
a puberdade ocorre a máxima necessidade absoluta de calorias, FLGDV$VVLP¿FDFODURTXHGHVGHRQDVFLPHQWRREHErMipFDSD]
de sentir e começar a formar as primeiras impressões perceptuais e
pois nesta época o corpo cresce muito rápido e se dá a maturação
afetivas com o ambiente que o cerca, que serão fundamentais para
VH[XDO1DVPHQLQDVLVWRRFRUUHHQWUHRVDQRVHQRVPHQL-
seu futuro desenvolvimento. A atividade motora do recém-nascido
QRVHQWUHRVH
p EHP DWLYD PDV GHVRUGHQDGD H VHP ¿QDOLGDGH REMHWLYD PRYL-
As crianças atletas precisam de mais energia ainda. Devido mentando de modo assimétrico tanto os membros superiores como
ao crescimento as crianças precisam de mais proteína que um RVLQIHULRUHV SHGDODJHP $OJXQVUHÀH[RVVmRSUySULRVGHVWDLGD-
DGXOWR SUy[LPRGHJNJ &ULDQoDVDWLYDVSUHFLVDPGHJNJ de e ocorrem em praticamente todos os bebês, sendo inibidos nos
A quantidade consumida de líquidos por crianças e adolescentes meses subsequentes devido principalmente ao amadurecimento do
também deve ser aumentada. Apesar de o metabolismo basal de- cerebelo e do córtex frontal, iniciando-se assim o surgimento de
crescer com a idade, por questões estruturais, os idosos precisam movimentos voluntários e melhor organizados, como a locomo-
de bom aporte de proteína que deve ser acompanhado por um au- ção, manipulação de objetos e controle postural. Por isso, é fun-
mento no consumo de líquidos. Além disso, com o avanço da idade damental que o bebê seja exposto a estímulos motores adequados
R UHÀH[R GD VHGH p FDGD YH] PDLV DWUDVDGR ID]HQGR FRP TXH D ao seu nível de desenvolvimento. Esse conjunto de relações com
desidratação seja muito comum entre os mais velhos. A queda no o mundo deixa clara a interferência que o ambiente exerce no de-
metabolismo basal, apesar de inevitável, ocorre com muito menos senvolvimento humano, sendo fundamental para a estruturação e
intensidade em pessoas ativas. a organização do sistema nervoso no que se refere aos aspectos
emocionais, cognitivos e motores. Assim, o potencial de futuras
aquisições começa a ser estruturado desde o nascimento, e muito
do que vai ocorrer no futuro está diretamente ligado a essas inte-
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO rações iniciais entre o ambiente e o desenvolvimento biológico.
MOTOR.
&RQIRUPHH[SRVWRQD)LJXUDDFXUYDQHXUDODSUHVHQWDXPD
evolução (dimensional e funcional) extremamente rápida no início
da vida, de modo que por volta dos três anos de idade o cérebro e as
HVWUXWXUDVUHODFLRQDGDVMiDWLQJLUDPDSUR[LPDGDPHQWHGRVHX
O processo de crescimento, maturação e desenvolvimento tamanho na idade adulta. Essa elevada taxa de evolução biológica
humano interfere direta- mente nas relações afetivas, sociais e possibilita uma rápida aquisição da capacidade de organização e
motoras dos jovens; consequentemente, é necessário adequar os controle de movimentos, principalmente quando acompanhada de
estímulos ambientais em função desses fatores. Primeiramente, é experiências motoras adequadas. Em tese, uma experiência am-
necessário esclarecer que o crescimento inclui aspectos biológi- biental adequada favorece o surgimento de uma boa competência
FRV TXDQWLWDWLYRV GLPHQVLRQDLV  UHODFLRQDGRV FRP D KLSHUWUR¿D motora, a qual, por sua vez, tende a aumentar a prática de ativida-
H D KLSHUSODVLD FHOXODU HQTXDQWR D PDWXUDomR SRGH VHU GH¿QLGD de física, desenvolvendo assim um sistema de retroalimentação.
como um fenômeno biológico qualitativo, relacionando-se com o Em contrapartida, a falta de experiências motoras adequadas nessa
amadu- recimento das funções de diferentes órgãos e sistemas. Por fase pode comprometer o desenvolvimento posterior da criança,
sua vez, o desenvolvimento é entendido como uma interação entre não somente em termos motores
as características biológicas individuais (crescimento e maturação) como também cognitivos, afetivos e sociais. Portanto, essa
com o meio ambiente ao qual o sujeito é exposto durante a vida. etapa pode ser considerada importante tanto para a geração de
Crescimento, maturação e desenvolvimento humano são processos futuros atletas como para a formação de cidadãos que utilizam o
altamente relacionados que ocorrem continuamente durante todo esporte/atividade física apenas como ferramenta de educação, in-
WHJUDomRVRFLDOOD]HUHQWUHWHQLPHQWRHSURPRomRGDVD~GH
o ciclo de vida. Desse modo, as aquisições motoras de crianças e
Crescimento, maturação e desenvolvimento dos três aos cinco
adolescentes não podem ser compreendidas de forma exclusiva-
DQRV GH LGDGH (QWUH RV  H RV  DQRV GH LGDGH RV VLVWHPDV VHQ-
mente biológica ou ambiental; uma abordagem biocultural é es-
soriais devem continuar a ser estimulados através de uma ampla
sencial, reconhecendo a interação entre fatores biológicos e socio- gama de experiências, com ênfase nos mecanismos propriocep-
culturais presentes na vida do ser humano. Sendo assim, o presente tivos, proporcionando à criança diferentes modos de integração
texto tem como objetivo abordar as relações entre o desenvolvi- sensório-motora (exteroceptiva e proprioceptiva). As habilidades
PHQWRELROyJLFRHDH[SHULrQFLDDPELHQWDOGXUDQWHDLQIkQFLDHD motoras fundamentais adquiridas na etapa anterior são cada vez
adolescência e suas implicações para o processo de aquisição de PDLVUH¿QDGDVSRVVLELOLWDQGRDH[HFXomRGHPRYLPHQWRVGHFRP-
habilidades e capacidades motoras inerentes ao esporte. plexidade crescente.

Didatismo e Conhecimento 140


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo

A coordenação motora deve ser desenvolvida de modo integrado com o processamento cognitivo, em situações que exijam certo grau de
percepção e decisão referente à solução motora adequada, obviamente, condizente com a capacidade individual da criança. Nessa fase, as cur-
vas de crescimento em estatura e peso corporal mantêm-se relativamente estáveis em ambos os gêneros, com ganhos anuais médios em torno
GHFPHNJUHVSHFWLYDPHQWH(VVHULWPROHQWRGHFUHVFLPHQWR )LJXUD pLPSRUWDQWHSDUDDDTXLVLomRHUHWHQomRGHXPDPSORDFHUYR
PRWRU$OpPGLVVRWDQWRQDLQIkQFLDFRPRQDDGROHVFrQFLDDVIRUoDVPHFkQLFDVJUDYLWDFLRQDLV LPSDFWR HDVFRQWUDo}HVPXVFXODUHVLQHUHQWHV
à atividade física/ esportiva contribuem para um desenvol- vimento saudável do sistema esquelético, proporcionando uma maior densidade mi-
QHUDOyVVHDVHPLQÀXHQFLDUVHXFUHVFLPHQWRORQJLWXGLQDO7DQWRRULWPRGHFUHVFLPHQWRFRPRDHVWDWXUD¿QDOHVWmRYLQFXODGRVSULQFLSDOPHQWH
DIDWRUHVJHQpWLFRVHQXWULFLRQDLVHUHVSHLWDQGRVHRVOLPLWHV¿VLROyJLFRVHHVWUXWXUDLVGDFULDQoDQmRKiULVFRGDDWLYLGDGHItVLFDSUHMXGLFDUR
crescimento. Considerando a composição corporal, crianças e adolescentes ativos tendem a apresentar menores índices de gordura corporal,
fato positivo inclusive para o controle do sobrepeso e obesidade, principalmente quando associado a aspectos nutricionais adequados. Já em re-
ODomRjTXDQWLGDGHGHPDVVDPXVFXODUDDWLYLGDGHItVLFDQmRH[HUFHLQÀXrQFLDPDUFDQWHQDLQIkQFLDSRLVDTXDQWLGDGHGHKRUP{QLRVHVWHURLGHV
é baixa. Como consequência, as atividades direcionadas às crianças devem proporcionar maior ênfase em aspectos coordenativos e cognitivos
(tomada de decisão), ao invés da preocupação com o treinamento de capacidades como força e resistência. Considerando a individualidade da
criança em função de seu ritmo de desenvolvimento biológico e de experiências ambientais, é importante a iniciação esportiva. Idealmente, essa
SDUWLFLSDomRGHYHULDRFRUUHUHPDWLYLGDGHVSUD]HURVDVHGLYHUVL¿FDGDVSRVVLELOLWDQGRDSUiWLFDGHYiULDVKDELOLGDGHVPRWRUDVFRPLPSOLFDo}HV
também para o desenvolvimento cognitivo e social.

Didatismo e Conhecimento 141


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Crescimento, maturação e desenvolvimento dos cinco aos dez *rQHUR PDVFXOLQR 1RV PHQLQRV R SLFR GH FUHVFLPHQWR HP
DQRVGHLGDGH(QWUHRVHDQRVGHLGDGHRFRUUHXPDJUDQGH HVWDWXUDRFRUUHDSUR[LPDGDPHQWHDRVDQRVGHLGDGHFRPJUDQ-
evolução na coordenação e controle motor, facilitando a aprendi- des YDULDo}HVLQGLYLGXDLVVHQGRQRUPDOVXDRFRUUrQFLDHQWUHRV
zagem de habilidades motoras cada vez mais complexas. Durante HRVDQRVGHLGDGH$SUR[LPDGDPHQWHVHLVPHVHVDSyVRSLFRGH
esse período, a criança tem condições de entender as regras do crescimento em estatura, ocorre o pico de ganho de massa muscular,
esporte e participar em programas estruturados de treinamento, diretamente associado à elevação do hormônio testosterona. Esse
VHQGR DLQGD DFRQVHOKiYHO XPD JUDQGH GLYHUVL¿FDomR GRV PRYL- ganho de massa e o amadureci- mento das funções musculares pro-
mentos. A adoção de jogos reduzidos, com regras simples e vol- porcionam um aumento na capacidade metabólica, que por sua vez
tadas para a realização de diversas habilidades, é bastante válida. tende a aumentar os índices de força, velocidade e resistência, es-
Nesta fase assistimos a um aumento relativamente constante da pecialmente se houverem estímulos motores adequados. Em geral,
força, velocidade e resistência, especialmente quando ocorrem es- os jovens que apresentam maturação biológica precoce (antes dos
tímulos ambientais adequados. Assim, desde que adequado com DQRVGHLGDGH SRVVXHPPDLRUFDSDFLGDGHPHWDEyOLFDHWDPD-
as possibilidades da criança, é importante que sejam oferecidos nho corporal em comparação aos seus pares de mesma idade cro-
estímulos para a evolução dessas capacidades, preferencialmente QROyJLFDFRPULWPRPDWXUDFLRQDOQRUPDO SRUYROWDGRVDQRV 
em situações que privilegiem o desenvolvimento da coordenação RX WDUGLR DSyV RV  DQRV 9DOH GHVWDFDU D WUDQVLWRULHGDGH GHVVH
e a integração cognição- ação. Assim como nas fases anteriores, fenômeno biológico, ligado ao ritmo de crescimento e maturação
as diferenças no desempenho motor entre meninos e meninas é individual. Porém, especialmente em situações de esporte compe-
pequena ou inexistente, desde que ambos tenham oportunidade de WLWLYRDOJXQVMRYHQVSRGHPWHUGHVYDQWDJHPVLJQL¿FDWLYDHQTXDQWR
prática motora. Todavia, deve haver uma atenção especial com as estiverem em estágios de maturação biológica menos adiantada do
meninas, pois muitas vezes, por questões culturais, elas não têm o que seus colegas de mesma faixa etária. Portanto, sem a avaliação
mesmo acesso ao movimento dos meninos, fato que pode preju- da maturação biológica, não será possível interpretar adequadamen-
dicar a aquisição de habilidades motoras neste período crítico do WH VH R GHVHPSHQKR DSUHVHQWDGR SHOR LQGLYtGXR UHÀHWH D VXD UHDO
Crescimento, maturação e desenvolvimento . capacidade ou se, por outro lado, está sofrendo uma interferência
Na realidade, diversos pesquisadores têm destacado a existên- transitória do processo de maturação biológica. Como tal, nesta fase
FLDGHSHUtRGRVFUtWLFRVGXUDQWHDLQIkQFLDSDUDDDTXLVLomRGHKDEL- GHGHVHQYROYLPHQWRDOpPGHVHMXVWL¿FDUDQHFHVVLGDGHGHDGHTXDU
lidades motoras, devido principalmente ao rápido desenvolvimen-
as solicitações motoras em função das características individuais,
to neurológico e maior plasticidade neural. A argumentação central
exige-se uma avaliação do estágio de maturação biológica. Para isso
GHVWD YLVmR p D GH TXH D H[SHULrQFLD GXUDQWH D LQIkQFLD DOWHUD D
podem ser utilizadas medidas que permitem estimar a idade bioló-
arquitetura dos circuitos neurais devido à sua maior plasticidade,
gica. Entre os procedimentos utilizados para a estimativa da idade
fazendo com que certos padrões de conexão (sinapses) tornem-se
biológica podem ser citados:
mais estáveis e, consequentemente, fortalecidos.
a) maturação sexual – idade de aparecimento das características
7RGDYLDDDTXLVLomRPRWRUDGHSHQGHWDQWRGHIDWRUHVQHXUR¿-
sexuais secundárias;
siológicos como de fatores psicológicos como a atenção, motiva-
omRDXWRFRQ¿DQoDHDLQGDGHDVSHFWRVVRFLRFXOWXUDLVDVVRFLDGRV b)maturação morfológica – acompanhamento da curva de cres-
à experiência, estilos de ensino, entre outros. Portanto, os períodos cimento da estatura;
críticos de aquisição de habilidades motoras parecem ser depen- c) maturação dental – idade de erupção de dentes temporários
dentes de uma complexa interação de vários fatores, não sendo e permanentes; e
possível estabelecer uma relação causal com nenhuma variável G PDWXUDomRHVTXHOpWLFD±LGDGHGHRVVL¿FDomRHIXV}HVHSL¿-
isolada. Empiricamente, diversos estudos corroboram a existência siais.
de períodos críticos ao demonstrarem uma forte relação entre a $PDWXUDomRGHQWDOHHVTXHOpWLFDVmRPDLV¿GHGLJQDVGRTXHD
FRRUGHQDomR PRWRUD QD LQIkQFLD H QRV DQRV GH YLGD SRVWHULRUHV sexual e a morfológica; entretanto, devido a sua complexidade, cus-
além de maiores índices de prática de atividade física em indiví- WRUHODWLYDPHQWHHOHYDGRHGL¿FXOGDGHGHDSOLFDomRHPODUJDHVFDOD
GXRV ¿VLFDPHQWH DWLYRV GHVGH D LQIkQFLD RX VHMD SDUHFH TXH RV têm sido pouco utilizadas na área esportiva. Por esse motivo, serão
primeiros anos de vida compõem um período crítico tanto para a abordadas apenas a maturação sexual e a morfológica. Existe uma
aquisição de habilidades motoras quanto para a adesão à prática de relação razoavelmente linear entre o desenvolvimento dos caracte-
atividades físicas. De fato, é desejável que até aproximadamente res sexuais secundários (no caso masculino, o surgimento da pilo-
RVDQRVGHLGDGHDFULDQoDWHQKDXPDPSORGRPtQLRGDVKDELOL- sidade pubiana e o aumento dos genitais) e o estágio de maturação
dades motoras fundamentais. ELROyJLFDHPTXHRMRYHPVHHQFRQWUD1DSUiWLFDLVVRVLJQL¿FDTXH
Crescimento, maturação e desenvolvimento durante a puber- um adolescente precoce para o desenvolvimento das características
GDGH'XUDQWHDSXEHUGDGH DSUR[LPDGDPHQWHGRVDRVDQRV sexuais secundárias, também será precoce em sua curva de cres-
de idade), ocorrem diversas alterações morfológicas e funcionais cimento de estatura, ou seja, quanto mais adiantado o desenvolvi-
que interferem diretamente no envolvimento e na capacidade de mento genital, mais adiantado e próximo da estatura adulta o sujeito
GHVHPSHQKR HVSRUWLYR$ SXEHUGDGH p XP SHUtRGR GLQkPLFR GR estará, e vice-versa. Assim, os meninos precoces tendem a atingir
desenvolvimento marcado por rápidas alterações no tamanho e na a estatura adulta mais cedo e, em contrapartida, tendem a apresen-
composição corporal. Um dos principais fenômenos da puberdade tar valores médios de estatura adulta inferiores a meninos tardios. A
é o pico de crescimento em estatura, acompanhado da maturação partir da relação entre a curva de crescimento e o desenvolvimento
biológica (amadurecimento) dos órgãos sexuais e das funções GHJHQLWDLVSURS{VDFODVVL¿FDomRHPFLQFRHVWiJLRVLQGLFDWLYRVGD
musculares (metabólicas), além de importantes alterações na com- PDWXUDomRELROyJLFDFRQIRUPHH[SRVWRQDV)LJXUDVH1RUPDO-
posição corporal, as quais apresentam importantes diferenças entre mente, os meninos atingem a fase de pico de crescimento em estatu-
os gêneros. UDHGHJDQKRGHPDVVDPXVFXODUQRHVWiJLRORJRQHVVDIDVHGHYH

Didatismo e Conhecimento 142


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ser Crescimento, maturação e desenvolvimento iniciado o treinamento visando diretamente um amplo desenvolvimento das capacidades de
força, velocidade e resistência. Antes disso, principalmente até o estágio 2, o treinamento deve ter uma grande ênfase na coordenação motora.
$SHVDUGDYDOLGDGHHLPSRUWkQFLDGRDFRPSDQKDPHQWRGDPDWXUDomRELROyJLFDSRUPHLRGRGHVHQYROYLPHQWRGHSLORVLGDGHSXELDQDHJHQLWDLV
convém ressaltar que a maturação sexual é um processo contínuo e, portanto apresenta limitações quando é avaliada como uma variável discre-
WDGLYLGLGDHPHVWiJLRVGHD$OpPGLVVRQXPDSHTXHQDSDUFHODGDSRSXODomRQHPVHPSUHDLGDGHELROyJLFDHRVHVWiJLRVGHPDWXUDomR
sexual ocorrem em períodos iguais. Sendo assim, outros indicadores do processo de maturação biológica devem ser utilizados neste processo,
como o acompanhamento da curva de crescimento.

Com a realização de medidas trimestrais de peso e estatura, é possível calcular (matematicamente) a taxa de crescimento anual do jovem
HJUD¿FDPHQWHLGHQWL¿FDUDHYROXomRGDFXUYDGHFUHVFLPHQWR$)LJXUDUHSUHVHQWDYDORUHVPpGLRVGDVFXUYDVGHFUHVFLPHQWRHPHVWDWXUDGH
DPERVRVJrQHURV6HULDLGHDOTXHFDGDMRYHPWLYHVVHVHXJUi¿FRLQGLYLGXDOGHFXUYDGHFUHVFLPHQWRIDFLOLWDQGRDYLVXDOL]DomRGRHVWiJLRGH
maturação biológica em que se encontra, especialmente quando utilizado em conjunto com os estágios. Em função do exposto acima, podem
ser destacados quatro itens principais: i) a velocidade de maturação biológica é variável; ii) a maturação biológica favorece o desem- penho
esportivo masculino, principalmente porque está associada ao amadurecimento e ganho de massa muscular, proporcionando uma importante
HYROXomRGDVFDSDFLGDGHVGHIRUoDYHORFLGDGHHUHVLVWrQFLDLLL DLGDGHFURQROyJLFDQmRpXPLQGLFDGRUFRQ¿iYHOGRHVWiJLRGHPDWXUDomR
biológica; e iv) o professor tem melhores condições para a adequação do treinamento se conhecer o estágio de maturação biológica em que seu
aluno se encontra.
*rQHURIHPLQLQR'LIHUHQWHPHQWHGRVPHQLQRVDVPHQLQDVFRPPDWXUDomRELROyJLFDSUHFRFH DQWHVGRVDQRVGHLGDGH QmRDSUHVHQWDP
uma vantagem transitória no desempenho esportivo. Isso ocorre, tal como referimos a seguir, fundamentalmente em função da composição
FRUSRUDO1DVPHQLQDVRSLFRGHFUHVFLPHQWRHPHVWDWXUDRFRUUHSRUYROWDGRVDQRVGHLGDGHHDSUHVHQWDFRQVLGHUiYHLVYDULDo}HVHPUHODomR
jLGDGHFURQROyJLFDSRGHQGRRFRUUHUHQWUHRVHRVDQRV$SyVRSLFRGHFUHVFLPHQWRHPHVWDWXUDRFRUUHDPHQDUFDGLUHWDPHQWHDVVRFLDGD
à elevação da produção de hormônios femininos (estradiol). Entretanto, não há um ganho acentuado de massa muscular, uma vez que não há
HOHYDomRVLJQL¿FDWLYDQDSURGXomRGHWHVWRVWHURQD$VVLPDVPHQLQDVDXPHQWDPRSHUFHQWXDOGHJRUGXUDFRUSRUDO SULQFLSDOPHQWHQDUHJLmR
GRVVHLRVHTXDGULV RTXHQmRIDYRUHFHDH[HFXomRGHKDELOLGDGHVPRWRUDV(YLGHQWHPHQWHLVVRQmRVLJQL¿FDTXHDPHQLQDWHQKDXPDTXHGD
no desempenho após a menarca; é comum (e esperado) observar uma evolução do desempenho motor feminino após o pico de crescimento em
estatura e a menarca, especialmente se houver um envolvimento adequado em atividades físicas/esportivas desde idades anteriores. De qualquer
modo, é importante que o professor esteja atento para o fato de que as meninas que apresentam uma maturação biológica precoce têm certa
GHVYDQWDJHPHPUHODomRjVRXWUDVFRPPDWXUDomRQRUPDO SRUYROWDGRVDQRV RXWDUGLD DSyVRVDQRV (VVDFDUDFWHUtVWLFDIHPLQLQDp
especialmente importante para o processo de aquisição de habilidades motoras, pois caso a menina não tenha uma vivência motora/esportiva
DGHTXDGDGXUDQWHDLQIkQFLDDSUREDELOLGDGHGHHQYROYLPHQWRHHYROXomRGRGHVHPSHQKRHVSRUWLYRDSyVDPHQDUFDpUHGX]LGD$OpPGLVVR
especialmente durante a fase de aceleração do crescimento, o envolvimento adequado com atividades físicas vigorosas tem efeito positivo na
absorção de cálcio pelos ossos (em ambos os gêneros), fato positivo inclusive para a prevenção da osteoporose em idades posteriores. Assim,
pIXQGDPHQWDOTXHH[LVWDPSROtWLFDVS~EOLFDVGHLQFHQWLYRjSDUWLFLSDomRIHPLQLQDQRHVSRUWHHVSHFLDOPHQWHSRUTXHFXOWXUDOPHQWHHVVD

Didatismo e Conhecimento 143


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participação não é tão incentivada e valorizada como no gênero masculino. Conforme já destacado para os meninos, durante a puberdade é ne-
cessário considerar, além das experiências anteriores, o estágio de maturação biológica para interpretar adequadamente os fatores relacionados
ao desempenho esportivo. As meninas têm melhores condições de desenvolver a coordenação motora antes da menarca para, após a menarca, o
treinamento da força, velocidade e resistência poder ocupar um lugar de maior destaque. As mesmas estratégias apresentadas para a estimativa
da idade biológica no gênero masculino podem ser utilizadas no gênero feminino (maturação sexual, morfológica, dental e esquelética). Em
relação ao estudo de gênero feminino são consideradas as características sexuais secundárias relacionadas ao aumento da pilosidade pubiana e
YROXPHGRVVHLRVFRPXPDFODVVL¿FDomRTXHWDPEpPRFRUUHHPFLQFRHVWiJLRVGHPDWXUDomRELROyJLFDFRQIRUPHDSUHVHQWDGRQDV)LJXUDVH
1RUPDOPHQWHDVPHQLQDVDWLQJHPDIDVHGHSLFRGH&UHVFLPHQWRPDWXUDomRHGHVHQYROYLPHQWRFUHVFLPHQWRHPHVWDWXUDQRHVWiJLRRX
de Tanner de desenvolvimento dos seios e, conforme citado, esse crescimento em estatura não é acompanhado de um pico no ganho de massa
muscular. As mesmas limitações descritas no gênero masculino em relação ao método proposto por Tanner são válidas para o gênero femini-
no. Sendo assim, também é válido o acompanhamento das curvas de crescimento. Na prática, os seguintes conceitos devem ser considerados
durante a formação esportiva feminina no período pubertário: i) a velocidade de maturação biológica é variável; ii) a maturação biológica não
favorece o desempenho esportivo feminino, principal- mente porque proporciona uma maior quantidade de gordura corporal, sem um aumento
VLJQL¿FDWLYRGDTXDQWLGDGHGHPDVVDPXVFXODULLL RWUHLQDPHQWRQRVHVWiJLRVHGH7DQQHU DQWHVGRSLFRGHFUHVFLPHQWRHPHVWDWXUD 
deve proporcionar uma ampla base motora, principalmente no que se refere à coordenação; e iv) a idade cronológica não é um indicador con-
¿iYHOGRHVWiJLRGHPDWXUDomRELROyJLFD

O processo de aquisição de habilidades e capacidades motoras, assim como o desempenho esportivo, emerge em função das interações en-
WUHIDWRUHVELROyJLFRVHDPELHQWDLV3RUWDQWRDLQIkQFLDSRGHVHUFRQVLGHUDGDXPDIDVHGHWHUPLQDQWHGHVVHSURFHVVRWDQWRSHORULWPRDFHOHUDGR
de alterações biológicas, como pela elevada capacidade de adequação aos estímulos ambientais. É provável que a quantidade e a qualidade dos
HVWtPXORVSUHVHQWHVQHVVDIDVHLQÀXHQFLHPGLUHWDPHQWHRGHVHQYROYLPHQWRHPLGDGHVSRVWHULRUHV1DDGROHVFrQFLDRULWPRGHPDWXUDomRELROy-
gica, em conjunto com as experiências anteriores, resulta numa grande variabilidade no desempenho motor. Assim, programas de treinamento
nessa faixa etária devem avaliar ambos os fatores. Idealmente, no período pós-pubertário, o adolescente deveria possuir um excelente padrão
coordenativo e cognitivo (tomada de decisão), para que assim fosse priorizado o treinamento da força, velocidade e resistência, levando-se em
FRQVLGHUDomRDHVSHFL¿FLGDGHGHGHWHUPLQDGDPRGDOLGDGHHVSRUWLYD1HVVDSHUVSHFWLYDDVRSRUWXQLGDGHVDGHTXDGDVGHSUiWLFDPRWRUDQDLQIkQ-
cia e posteriormente o envolvimento com o treinamento esportivo, são estratégias efetivas não somente para a geração de futuros atletas, como
também para a geração de cidadãos que utilizam o esporte como ferramenta de educação, integração social, lazer, entre- tenimento e promoção
GDVD~GH'LDQWHGHVVDUHDOLGDGHHPHVWXGRVIXWXURVpLPSRUWDQWHDDGRomRGHGHOLQHDPHQWRVORQJLWXGLQDLVTXHFRQVLGHUHPDYDULDELOLGDGHGDV
FDUDFWHUtVWLFDVGRFRPSRUWDPHQWRKXPDQRGXUDQWHRFLFORGHYLGDHSHUPLWDPXPPDLRUHQWHQGLPHQWRGDVP~OWLSODVSRVVLELOLGDGHVRIHUHFLGDV
pelo esporte.

Didatismo e Conhecimento 144


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,QÀXrQFLD GR IDWRU JHQpWLFR QR FUHVFLPHQWR$ YDULDELOLGDGH
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DO genética normal é sempre levada em consideração, quando se rea-
ADOLESCENTE. OL]DPGLDJQyVWLFRVGHGp¿FLWGHFUHVFLPHQWR$LQÀXrQFLDGRIDWRU
genético no crescimento pode ser demonstrada através de vários
exemplos:

)DWRUHVTXHLQÀXHQFLDPRFUHVFLPHQWR ‡1RFUHVFLPHQWROLQHDU
O crescimento é um processo biológico, de multiplicação e 2FRH¿FLHQWHGHFRUUHODomRHQWUHDVPHGLGDVGHDOWXUDGRVSDLV
aumen- to do tamanho celular, expresso pelo aumento do tamanho HDDOWXUDFRPSULPHQWRGRV¿OKRVHPGLIHUHQWHVLGDGHVDRQDVFHU
corporal. Todo indivíduo nasce com um potencial genético de cres- HVVHFRH¿FLHQWHpGHSRUTXHRFUHVFLPHQWRGRUHFpPQDVFLGR
cimento, que poderá ou não ser atingido, dependendo das condi- UHÀHWHPDLVDVFRQGLo}HVLQWUDXWHULQDVGRTXHRJHQyWLSRIHWDO(VVH
ções de vida a que esteja submetido desde a concepção até a idade FRH¿FLHQWHVHHOHYDUDSLGDPHQWHGHPRGRTXHDRVPHVHVFKHJD
DGXOWD3RUWDQWRSRGHVHGL]HUTXHRFUHVFLPHQWRVRIUHLQÀXrQFLDV DTXHpDSUR[LPDGDPHQWHRYDORUTXHWHUiQDLGDGHDGXOWD'RV
de fatores intrínsecos (genéticos, metabólicos e malformações, DRVDQRVDWpDDGROHVFrQFLDDFRUUHODomRGDDOWXUDSDLVFULDQoD
muitas vezes correlacionados, ou seja, podem ser geneticamente pode ser usada para predizer padrões para a altura de crianças, em
determinadas) e de fatores extrínsecos, dentre os quais destacam- relação a altura de seus pais.
VH D DOLPHQWDomR D VD~GH D KLJLHQH D KDELWDomR H RV FXLGDGRV .
gerais com a criança. 2VFRH¿FLHQWHVGHFRUUHODomRHQWUHDVPHGLGDVGHHVWDWXUDGH
Como conseqüência, as condições em que ocorre o cresci- uma criança em sucessivas idades e sua própria altura na idade adul-
mento, em cada momento da vida da criança, incluindo o perío- ta: essa correlação do compri- mento ao nascer com a altura na idade
do intra-uterino, determinam as suas possibilidades de atingir ou DGXOWDpGHHOHYDQGRVHUDSLGDPHQWHGHPRGRTXHGRVDRV
não seu potencial máximo de crescimento, dotado por sua carga DQRVVHXYDORUpGH$LPSOLFDomRSUiWLFDGHVVDUHODomRpTXHD
genética. altura na idade adulta pode ser estimada preditivamente a partir da
Com relação ao crescimento linear (estatura), pode-se dizer DOWXUDGRVDRVDQRVFRPXPHUURDSUR[LPDGRGHDWpFP1DSX-
TXHDDOWXUD¿QDOGRLQGtYLGXRpRUHVXOWDGRGDLQWHUDomRHQWUHVXD berdade, essa correlação diminui porque algumas crianças maturam
carga genética e os fatores do meio ambiente que permitirão a mais cedo e outras mais tarde, mas se a idade óssea for tomada em
maior ou menor expressão do seu potencial genético. consideração é possível fazer a predicção.
1DVFULDQoDVPHQRUHVGHFLQFRDQRVDLQÀXrQFLDGRVIDWRUHV 2EDL[RFRH¿FLHQWHGHFRUUHODomRREVHUYDGRQRVSULPHLURVDQRV
GHYLGDUHÀHWHSRVVLYHOPHQWHDJUDQGHLQÀXrQFLDTXHRDPELHQWH
ambi- entais é muito mais importante do que a dos fatores gené-
exerce nessa fase do crescimento, minimi- zando a correlação com o
ticos para expressão de seu potencial de crescimento. Os fatores
SRWHQFLDOJHQpWLFR¬PHGLGDTXHDFULDQoD¿FDPDLVYHOKDDWHQXD-
JHQpWLFRVDSUHVHQWDPDVXDLQÀXrQFLDPDUFDGDQDFULDQoDPDLRU
VHDLQÀXrQFLDGRDPELHQWHJDQKDQGRLPSRUWkQFLDRVIDWRUHVJH-
no adolescente e no jovem.
néticos
A herança genética
Crescimento
A herança genética é a propriedade dos seres vivos de transmi-
‡1DYHORFLGDGHGRFUHVFLPHQWRGDVGLIHUHQWHVSDUWHVGRFRUSR
tirem suas características aos descendentes.
As diversas partes do corpo apresentam diferentes ritmos de
Do ponto de vista do crescimento, a herança genética recebi- crescimento. Assim, é que a cabeça no feto aos 2 meses de vida in-
da do pai e da mãe estabelece um potencial ou alvo que pode ser WUDXWHULQDUHSUHVHQWDSURSRUFLRQDOPHQWHGRFRUSRQRUHFpP-
atingido. QDVFLGRUHSUHVHQWDHQDLGDGHDGXOWD
Poucas funções biológicas dependem tanto do potencial gené-
tico como o crescimento. No entanto, a qualquer momento, desde
a concepção e especialmente nas crianças pequenas, fatores am-
bientais podem perturbar o ritmo e a qualidade deste processo. O
alcance dessa meta biológica depende, na verdade, das condições
do ambiente onde se dá o crescimento da criança sendo sua in-
ÀXência marcante.
Existem grandes variações individuais no potencial de cresci-
mento dado pela herança genética. Observa-se, por exemplo, que
a variação de altura da população adulta, saudável, do sexo mas-
FXOLQRpFHUFDGHFPHQTXDQWRTXHHVWDPHVPDYDULDomRHQWUH
LUPmRVpGHFPHHQWUHJrPHRVKRPR]LJyWLFRVpGHFP
$DQiOLVHGREDQFRGHGDGRVGD3HVTXLVD1DFLRQDOVREUH6D~-
GHH1XWULomR 3161 UHIHUHQWHjXPDDPRVWUDGHMRYHQVGH Crescimento
DQRVVDXGiYHLVHGHFODVVHPpGLDDOWDWRGRVFRPXPDJUDQGH ‡1DYHORFLGDGHGRFUHVFLPHQWRGDVGLIHUHQWHVSDUWHVGRFRUSR
probabilidade de terem atingido seu alvo genético de crescimento, As diversas partes do corpo apresentam diferentes ritmos de
mostra uma taxa de variação nas suas alturas, com os mais baixi- crescimento. Assim, é que a cabeça no feto aos 2 meses de vida in-
QKRVSRGHQGRDSUHVHQWDUPpGLDVHPWRUQRGHFPHQTXDQWR WUDXWHULQDUHSUHVHQWDSURSRUFLRQDOPHQWHGRFRUSRQRUHFpP-
RVPDLVDOWRVSRGHUmRWHUFPRXPDLV QDVFLGRUHSUHVHQWDHQDLGDGHDGXOWD)LJXUD

Didatismo e Conhecimento 145


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$PHQDUFDTXHH[SUHVVDRFUHVFLPHQWRGRWLSRUHSURGXWLYRVXUJHQDIDVHGHGHFOtQLRGRSLFRGHFUHVFLPHQWRGDSXEHUGDGH$LQÀXrQFLD
GRIDWRUJHQpWLFRQDLGDGHGDPHQDUFDSRGHVHUH[HPSOL¿FDGDQDREVHUYDomRGHTXHQRRHVWHHXURSHXLUPmVJrPHDVKRPR]LJyWLFDVDWLQJHPD
PHQDUFDHPPpGLDFRPGRLVPHVHVGHGLIHUHQoDHQTXDQWRJrPHDVKHWHUR]LJyWLFDVDSUHVHQWDPXPDGLIHUHQoDPpGLDGHPHVHVQRDSDUHFL-
mento do primeiro ciclo menstrual.
Existem também diferenças de crescimento de outros tecidos e partes do corpo, como, por exemplo, o sistema linfóide (timo, nódulos lin-
fáticos e massa linfática intestinal) e o crescimento do tecido ósseo (crescimento linear). Isso é muito importante por- que é no período de maior
velocidade de crescimento, quando os órgãos e tecidos estão se formando, que o organismo está mais exposto ás agressões externas, onde as
lesões são mais extensas e mais graves. Exemplo típico são as lesões do tubo neural que ocorrem nas quatro primeiras semanas de vida e que
GmRRULJHPjVPDOIRUPDo}HVGRVLVWHPDQHUYRVRGDVTXDLVDPDLVJUDYHpDFKDPDGDHVSLQKDEt¿GD

$LQÀXrQFLDGRPHLRDPELHQWH
$LQÀXrQFLDGRPHLRDPELHQWHRFRUUHGHVGHDYLGDLQWUDXWHULQDTXDQGRRFUHVFLPHQWRpOLPLWDGRDSDUWLUGHXPFHUWRPRPHQWRSHORHVSDoR
da cavidade intra-uterina, até a idade adulta.
+DELFKWHP 5HI GHPRQVWURXTXHFULDQoDVPHQRUHVGHDQRVGHGLYHUVDVQDFLRQDOLGDGHVFUHVFHPQXPULWPRVHPHOKDQWH D
exce- ção dos orientais e algumas tribos africanas), desde que submetidas a boas condições de vida. O mesmo não acontece com crianças de
mesma nacio- nalidade, porém sob condições socioeconômicas diferentes (as de nível alto crescem de modo similar às crianças de países de-
senvolvidos, enquanto as de baixo nível socioeconômico crescem em ritmo mais lento).
Cada vez mais, existem evidências sobre a uniformidade genética da espécie humana e o peso crescente de outros condicionantes, favo-
recendo ou impedindo a expressão do potencial genético.
7DPEpPVHFRPSURYRXTXH¿OKRVGHLPLJUDQWHVMDSRQHVHVTXHQDVFLDPHYLYLDPQRV(VWDGRV8QLGRVHUDPPDLVDOWRVTXHRVVHXVSDWUtFLRV
que permaneciam vivendo no Japão. Atualmente, com o desenvolvi- mento alcançado pelo Japão, essa diferença desapareceu, evidencian-
GRDVVLPDJUDQGHLQÀXrQFLDTXHRVIDWRUHVDPELHQWDLVH[HUFHPVREUHDWHQGrQFLDVHFXODUGHFUHVFLPHQWRGHJUXSRVSRSXODFLRQDLV
É importante salientar que quanto mais jovem a criança, mais de- pendente e vulnerável é em relação ao ambiente. Isso faz com que
condições favoráveis ao crescimento sejam função, não apenas dos recursos materiais e institucionais com que a criança pode contar (alimen-
WDomRPRUDGLDVDQHDPHQWRVHUYLoRVGHVD~GHFUHFKHVHSUpHVFRODV PDVWDPEpPGRVFXLGDGRVJHUDLVFRPRRWHPSRDDWHQomRRDIHWRTXH
DPmHDIDPtOLDHDVRFLHGDGHFRPRXPWRGROKHGHGLFDP7HPSRDWHQomRHDIHWRGH¿QHPDTXDOLGDGHGRFXLGDGRLQIDQWLOHTXDQGRPD[LPL-
zados, permitem a otimização dos recursos materiais e institucionais de que a criança dispõe.
1XPHVWXGRFRPSDUHVGHJêmeos homozigotos criados separados, e em condições socioeconômicas bem diferentes, observou-se uma
YDULDomRPpGLDGHFPGHDOWXUDTXDQGRDGXOWRVVHQGRTXHRVLQGLYtGXRVFULDGRVHPDPELHQWHVFDUHQWHVHFRPDFHVVROLPLWDGRjVDo}HVGH
VD~GHIRUDPVHPSUHPDLVEDL[RVTXHVHXVLUPmRV
$¿JXUDDEDL[RLOXVWUDDGLIHUHQoDQDDOWXUDPpGLDGHPHQLQRVFRPDQRVGHLGDGHGHSDtVHVGHVHQYROYLGRVHHPGHVHQYROYLPHQWRHGH
HVWUDWRVVRFLRHFRQ{PLFRVDOWRVHEDL[RVRQGHVHSRGHYHUDLQÀXrQFLDGDVFRQGLo}HVGHYLGD H[SUHVVDVDTXLSHORHVWUDWRVRFLRHFRQ{PLFR VREUH
o crescimento dessas crianças. Figura.

Didatismo e Conhecimento 146


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)DWRUHVH[WUtQVHFRVTXHLQÀXHQFLDPRFUHVFLPHQWR 1R LQtFLR GRV DQRV  R 81,&() MXQWDPHQWH FRP D 206
lançou a Revolução pela sobrevivência e desenvolvimento da crian-
Alimentação ? ça (CSDR/ Child Survival & Development Revolution), documento
que, embora se referisse ao tema como um dos seus componentes
$FULDQoDDWpFLQFRDQRVUHTXHUFXLGDGRVHVSHFt¿FRVFRPDVXD limitava-se à avaliação do crescimento com o objetivo de diagnos-
DOLPHQWDomR&UHVFHUFRQVRPHHQHUJLDGDVQHFHVVLGDGHVFDOy- ticar o estado nutricional. Essa proposta foi aceita com entusiasmo
ricas de um recém-nascido são destinadas ao crescimento. A dieta pelos países em vias de desenvolvimento, a exemplo do Brasil, que
da criança deve ter qualidade, quantidade, freqüência e consistência na época convivia com taxas de mortalidade infantil muito elevadas,
DGHTXDGDVSDUDFDGDLGDGH3DUDFULDQoDVFRPDWpPHVHVGHLGDGH decorrentes de uma alta prevalência de doenças infecciosas, asso-
o leite materno exclusivo é o melhor alimento. ciada à desnutrição.
(PTXDQGRSXEOLFDGDSHOR0LQLVWpULRGD6D~GHXPDVpULH
Infecções ? GHPDQXDLVVREUHDWHQomREiVLFDjFULDQoDGHDDQRVGHQWUHRV
quais o volume que se referia ao acompanhamento do crescimento e
É também muito importante para o crescimento adequado da desen- volvimento abordava, em sua maior parte, o acompanhamen-
criança. É essencial que as crianças sejam imunizadas, segundo o WRGRFUHVFLPHQWR$LPSRUWkQFLDGDYLJLOkQFLDGRGHVHQYROYLPHQWR
FDOHQGiULRGHYDFLQDomRSUHFRQL]DGRSHOR0LQLVWpULRGD6D~GHSDUD IRLWUDWDGDFRPPHQRUGHVWDTXHPDVDSXEOLFDomRLQFOXtDXPD¿FKD
que se evite a ocorrência das doenças imunopreveníveis. Quanto à com alguns dos principais marcos do desenvolvimento e um instru-
outros processos infecciosos, é necessário que sejam diagnosticados tivo sobre como lidar com a situação diante de atrasos ou suspeitas
e debelados precocemente para que não evoluam para um quadro de problemas do desenvolvimento. Posteriormente, alguns desses
adverso, com o aumento das necessidades nutricionais, associado marcos foram incluídos no Cartão da Criança.
à diminuição do apetite e, nos casos das diarréias e doenças parasi- Apesar de ter sido uma proposta tímida, teve o mérito de trazer
tárias, ao menor aproveitamento biológico dos alimentos. Nos pro- SDUD GHQWUR GD UHGH EiVLFD GH VD~GH TXHVW}HV UHODFLRQDGDV FRP D
cessos febris, observa-se que para cada grau de temperatura acima SURPRomRGDVD~GHGDFULDQoDRXGDSXHULFXOWXUDDWpHQWmRUHDOL-
GHž&HVWLPDVHXPDXPHQWRGHQDVQHFHVVLGDGHVFDOyULFDV zada apenas em ambulatórios de serviços mais complexos, como
hos- pitais universitários ou serviços especializados, por médicos ou
e protéicas da criança, além de causar perda acentuada de apetite.
estudantes de medicina que geralmente utilizavam uma abordagem
Dessa forma, as infecções repetidas podem levar ao retardo do cres-
FRQFHLWXDOPDLVQHXUROyJLFD$SURSRVWDMiHQIDWL]DYDDLPSRUWkQFLD
cimento e à des- nutrição que, por sua vez é responsável pela maior
do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento ser o eixo
vulnerabilidade das crianças aos episódios infecciosos mais graves e
FHQWUDOGDDWHQomRjFULDQoDLGHQWL¿FDQGRRVJUXSRVGHPDLRUULVFR
de maior duração, caracterizando, assim, uma ação sinérgica.
para intervenções apropriadas, com o intuito de efetivamente dimi-
nuir a morbimortalidade infantil.
Higiene ?
Nessa nova versão do manual, nos defrontamos com uma situa-
ção muito diferente: o acompanhamento do crescimento e desenvol-
A higiene adequada da criança, dos alimentos, do ambiente e de vimento já é entendido como sendo a ação básica que deve permear
todos aqueles que lidam com ela são fatores essenciais para seu bom toda a atenção à criança; e o panorama epidemiológico e demográ-
crescimento. Isso implica na disponibilidade de água potável, de ¿FRSDVVRXSRUJUDQGHVPRGL¿FDo}HVDPRUWDOLGDGHLQIDQWLOTXHHP
meios adequados para o esgotamento sanitário, e destinação de lixo HUDGHyELWRVPLOQDVFLGRVYLYRVFDLXHPSDUD
e em conhecimentos, atitudes e práticas corretas sobre o manuseio, yELWRVPLOQDVFLGRVYLYRVRTXHVLJQL¿FDXPDXPHQWRFRQVLGHUiYHO
armazenamento, preparo e conservação dos alimentos, de higiene de crianças sobreviventes nos seus primeiros anos de vida.
corporal e do ambiente. Se tomarmos esse indicador de forma invertida, como sugere
0H\HUV REVHUYDPRV TXH SDUD FDGD  FULDQoDV TXH KRMH QDVFHP
Cuidados gerais com a criança ? no Brasil apenas uma morrem, antes de completar o primeiro ano
GHYLGDRXVHMDVREUHYLYHPQRVUHPHWHQGRDXPFRPSURPLVVR
Assim como os demais aspectos citados acima, também é fun- não mais apenas com a sobrevivência, mas, principalmente, com o
damental para o bom crescimento e desenvolvimento a qualidade bem-estar e qualidade de vida dessas crianças.
dos cuidados dispendidos à criança. Em outras palavras, a crian- eHVVHRQRVVRGHVD¿RDWXDOHODERUDUXPPDWHULDOTXHIDFLOLWH
ça pequena necessita estabelecer relações afetivas, precisa de ou- RWUDEDOKRGDHTXLSHGHVD~GHSHUPLWLQGRTXHDDWHQomRjFULDQoD
tra pessoa para ir se estruturando como um sujeito e para ter uma em todos os seus momentos, seja permeada pela visão do seu cresci-
identidade própria. Estabelecer, desde o nascimento, relações com PHQWRHGHVHQYROYLPHQWRGHXPDPDQHLUDJOREDOLGHQWL¿FDQGRRV
pessoas que a escutem e entendam suas necessidades, que lhe dêem IDWRUHVGHULVFRWDQWRGRSRQWRGHYLVWDRUJkQLFRFRPRQRVDVSHFWRV
carinho e afeto, que lhe proporcionem oportu- nidades seguras de relacionais com a família.
explorar e conhecer o mundo que a rodeia, são condições essen-
ciais ao adequado crescimento e desenvolvimento da criança. Esse Desenvolvimento humano: fundamentos e princípios para a
tema será abordado de forma mais aprofundada na parte referente ao prática clínica
acompanhamento do desenvolvimento.
1DV~OWLPDVGpFDGDVRLQWHUHVVHSHORGHVHQYROYLPHQWRLQWHJUDO Quando perguntamos a uma pessoa o que ela entende por de-
da criança tem crescido em todo o mundo como resultado do au- VHQYROYLPHQWR RX TXDQGR GLVFXWLPRV FRP SUR¿VVLRQDLV GH VD~GH
mento constante da sobrevivência infantil e do reconhecimento de RXiUHDVD¿QVRVLJQL¿FDGRGRWHUPRGHVHQYROYLPHQWRGDFULDQoD
que a prevenção de problemas ou de patologias nesse período exerce ¿FDPRVVXUSUHVRVFRPDVPDLVYDULDGDVUHVSRVWDVXPDYH]TXHGH
efeitos duradouros na constituição do ser humano. fato, o desenvolvimento humano é perpassado por conceitos hetero-

Didatismo e Conhecimento 147


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gêneos das mais diversas origens. Acreditamos que isso se deva ao &RQGLo}HVEiVLFDVGRGHVHQYROYLPHQWRQDLQIkQFLD
IDWRGHRGHVHQYROYLPHQWRKXPDQRSRGHUVHUGH¿QLGRRXHQWHQGLGR $ SDODYUD LQIDQWH YHP GR ODWLP LQIDQV TXH VLJQL¿FD LQFDSD]
de várias formas, dependendo do referencial teórico que se queira GH IDODU *HUDOPHQWH GH¿QH R SHUtRGR TXH YDL GR QDVFLPHQWR DWp
ado- tar e de quais aspectos se queira abordar. DSUR[LPDGDPHQWH GRV  DRV  DQRV GH LGDGH TXDQGR D IDOD Mi VH
3DUD R SHGLDWUD VXUJH D GH¿QLção do livro de texto que diz: transformou em instrumento de comunicação. Nessa fase, muitos
desenvolvimento é o aumento da capacidade do indivíduo na rea- eventos ocorrem pela primeira vez: o primeiro sorriso, a primeira
lização de funções cada vez mais complexas? O neuropediatra cer- palavra, os primeiros passos, o primeiro alcançar de um objeto. A
tamente pensará mais na maturação do sistema nervoso central e FULDQoDpXPVHUGLQkPLFRFRPSOH[RHPFRQVWDQWHWUDQVIRUPDomR
FRQVHTHQWHLQWHJULGDGHGRVUHÀH[RV2SVLFyORJRGHSHQGHQGRGD que apresenta uma seqüência previsível e regular de crescimento
formação e experiência, estará pensando nos aspectos cognitivos, na físico e de desenvolvimento neuropsicomotor.
inteligência, adaptação, inter-relação com o meio ambiente, etc. O (VVH GHVHQYROYLPHQWR VRIUH D LQÀXrQFLD FRQWtQXD GH IDWRUHV
psicanalista dará mais ênfase às relações com os outros e à consti- intrínsecos e extrínsecos que provocam variações de um indivíduo
tuição do psiquismo. SDUDRXWURHTXHWRUQDP~QLFRRFXUVRGRGHVHQYROYLPHQWRGHFDGD
(QWUHWDQWR WRGRV HVVHV SUR¿VVLRQDLV HVWmR FRUUHWRV HP VXDV criança.
análises. Cada um deles pensa nos aspectos que vivencia na prática Os fatores intrínsecos determinam as características físicas da
SUR¿VVLRQDOHTXHSDUDRRXWURFRPH[SHULrQFLDGLIHUHQWHSRGHVHU criança, a cor dos seus olhos e outros atributos geneticamente de-
LQFRPSOHWD RX UHGXFLRQLVWD 2 TXH QRV FRQ¿UPD TXH R GHVHQYRO- terminados.
vimento vai além de uma determinação biológica e necessita uma Os fatores extrínsecos começam a atuar desde a concepção, es-
abordagem multiconceitual e, conseqüentemente, multidisciplinar. tando diretamente relacionados com o ambiente da vida intra-uteri-
Para serem válidas, as generalizações sobre o desenvolvimento QDSURSRUFLRQDGRSHODPmHSRUPHLRGDVVXDVFRQGLo}HVGHVD~GHH
infantil não podem estar baseadas apenas na avaliação das habili- ntrição. Além disso, mãe e feto sofrem os efeitos do ambiente que os
dades pertencentes a um determinado sistema: motor, perceptivo, FLUFXQGD2EHPHVWDUHPRFLRQDOGDPmHWDPEpPLQÀXHQFLDGHIRU-
linguagem, etc. Esses sistemas traduzem determinadas funções que PDVLJQL¿FDWLYDREHPHVWDUGRIHWRHPERUDHVVHWLSRGHLQÀXrQFLD
se apóiam em um processo de maturação neurológica, aperfeiçoam- não funcione, necessariamente, como causa direta de problemas de
VHGHVHQYROYHPVHVRIUHPLQÀXrQFLDVDPELHQWDLVHVHRUJDQL]DP
desenvolvimento ulteriores.
HPXPQ~FOHRFRQVWLWXtGRSHORSVLTXLVPR2DWUDVRGHXPDGHVVDV
Após o nascimento, o ambiente em que a criança vive, os cui-
KDELOLGDGHV SRU VL Vy QmR VLJQL¿FD QHFHVVDULDPHQWH XP SUREOHPD
dados que lhe são dispensados pelos pais, o carinho, estímulos e
patológico já que entendemos que cada ser humano se desenvolve
DOLPHQWDomRSDVVDPDID]HUSDUWHVLJQL¿FDWLYDQRSURFHVVRGHPD-
a partir de suas possibilidades e do meio em que está inserido. A
turação que a leva da dependência à independência.
criança deverá ser sempre vista como um todoo e em relação com
Características biológicas
seu ambiente, pais e família.
O ser humano apresenta algumas características que o diferen-
ciam dos outros animais. Algumas delas fazem paralelos com alguns
&RQFHLWRVHGH¿QLo}HV(QyVRTXHHQWHQGHPRVSRUGHVHQYRO-
vimento? Primeiramente, para respondermos a essa pergunta, faz-se aspectos que podemos observar na maioria das escalas ou roteiros
necessário diferenciar alguns termos muitas vezes utilizados como para avaliação do desenvolvimento, por exemplo:
VLQ{QLPRV HPERUD WHQKDP VLJQL¿FDGRV GLIHUHQWHV$VVLP YDPRV ‡ SRVLomR HUHWD HVWD p D SRVLomR TXH IDFLOLWD D ORFRPRomR H
FRPHoDUGH¿QLQGRDOJXQVFRQFHLWRVTXHQRVVLWXHPHPGHWHUPLQDGD permite manter uma série de atividades efetivas, deixando as mãos
perspectiva, a começar pelos próprios termos crescimento e desen- livres para a construção dos objetos da cultura, que não são outra
volvimento. coisa senão um prolongamento do equipamento biológico com o
‡&UHVFLPHQWRVLJQL¿FDDXPHQWRItVLFRGRFRUSRFRPRXPWRGR qual a criança nasce. Da posição supina em que se encontra o re-
ou em suas partes, e pode ser medido em termos de centímetros ou cém-nascido até quando ele é capaz de se colocar na posição ereta,
GHJUDPDV7UDGX]DXPHQWRGRWDPDQKRGDVFpOXODV"KLSHUWUR¿D" LQ~PHURVHYHQWRVRFRUUHPSDVVDQGRSRUYiULDVHWDSDVSUHGLWLYDVH
RXGHVHXQ~PHUR"KLSHUSODVLD pré-determinadas que se traduzem como desenvolvimento motor;
‡0DWXUDomRpDRUJDQL]DomRSURJUHVVLYDGDVHVWUXWXUDVPRUIR- ‡DSDUHOKRYLVXDOHÀH[LELOLGDGHPDQXDOSHUPLWHPDFRRUGHQD-
lógicas, já que, como o crescimento, seu potencial está geneticamen- ção e habilidade para construir e usar equipamentos, o que pode ser
te determinado. A maturação neurológica engloba os processos de REVHUYDGRDWUDYpVGRTXHFKDPDPRVGHYLVmRHPRYLPHQWRV¿QRV
crescimento, diferenciação celular, mielinização e o aperfeiçoamen- motores;
to dos sistemas que conduzem a coordenações mais complexas. ‡FDSDFLGDGHGHVHFRPXQLFDUDWUDYpVGDIDODHQYROYHDFRPSH-
‡'HVHQYROYLPHQWRpXPFRQFHLWRDPSORTXHVHUHIHUHDXPD tência auditiva e a escuta, e o uso da fala e da linguagem. Por isso, a
WUDQVIRUPDomRFRPSOH[DFRQWtQXDGLQkPLFDHSURJUHVVLYDTXHLQ- criança pequena é chamada infante, porque não fala, embora possa
clui, além do crescimento, a maturação, a aprendizagem e os aspec- se comunicar de outras maneiras. O surgimento da fala é um dos
tos psíquicos e sociais. aspectos importantes no acompanhamento do bebê e o seu atraso
‡'HVHQYROYLPHQWRSVLFRVVRFLDOpRSURFHVVRGHKXPDQL]DomR é uma das queixas mais comuns nos ambulatórios de pediatria. A
que interrelaciona aspectos biológicos, psíquicos, cognitivos, am- avaliação da fala e linguagem sempre consta de qualquer escala ou
bientais, socioeconômicos e culturais, mediante o qual a criança vai roteiro de avaliação do desenvolvimento da criança;
adquirindo maior capacidade para mover-se, coordenar, sentir, pen- ‡HYROXomRVRFLDORKRPHPYLYHHPXPDHVWUXWXUDVRFLDOFRP-
sar e interagir com os outros e o meio que a rodeia; em síntese, é o plexa e desde cedo o bebê tem de se adaptar à mãe e aos outros. Nos
que lhe permitirá incorporar-se, de forma ativa e transformadora, à roteiros de avaliação, essa área está sempre presente, denominada
sociedade em que vive. como social ou pessoal social.

Didatismo e Conhecimento 148


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Aspectos neurológicos Aspectos psíquicos

Do ponto de vista biológico, o desenvolvimento neurológico Diferentemente das estruturas biológicas, em que os fatores
inicia-se desde a concepção. As interações do indivíduo com o seu congênitos são determinantes, o psiquismo do ser humano se cons-
meio ambiente modelam, ao longo de sua vida (incluindo a intrau- titui no decorrer das relações/trocas realizadas entre a criança e os
terina), tanto a estrutura como o funcionamento do seu sistema ner- RXWURVGHVGHRVSULPyUGLRVGHVXDYLGD(PGHFRUUrQFLDGHVVDD¿U-
voso central (SNC) o qual, por sua vez, cresce e se desenvolve com mação, ganha relevo a participação daqueles que dela cuidam e fa-
grande velocidade, nos primeiros anos de vida. zem parte do mundo da criança, especialmente os pais.
O período de rápida multiplicação celular de um tecido ou ór- Antes mesmo de nascer, o psiquismo de um bebê já está em
gão é chamado de período crítico e, no organismo, varia de um órgão constituição. Seus pais desejam, imaginam, pensam e falam sobre
para outro. No caso do SNC, a maioria das suas células é adquirida ele, antecipando-lhe um lugar determinado no romance familiar. Ao
até os seis meses de vida extrauterina. Como conseqüência, o SNC nascer, é acolhido nesse lugar, tecido com as palavras e com as ima-
é muito vulnerável durante a gestação, o parto, o período pré-natal gens criadas por seus pais. A essa aposta dos pais a respeito desse
e os primeiros anos de vida. Aos 2 anos, o tamanho da cabeça da psiquismo pressuposto, o bebê poderá responder de modo inespera-
criança é praticamente o mesmo que terá na idade adulta. do, não coincidente com a imagem prévia, mas que não deixará de
Do ponto de vista clínico, qualquer evento ambiental nocivo, alimentar o desejo de seus pais em relação a ele. Tudo isso colocará
que ocorra na vida fetal (infecções congênitas, fumo, drogas, etc.), em jogo um circuito de trocas, cujo resultado será um ser humano
durante o parto (anóxia, hemorragias maternas, etc.) e nos primeiros VLQJXODU~QLFRGRWDGRGHXPHXFDSD]GHGLULJLUVHDRVRXWURV(VVH
anos de vida (infecções, desnutrição, etc.), podem lesar o SNC. Mas eu terá a função fundamental de articular todas as funções envolvi-
é preci- so lembrar que esse é um período de grande plasticidade das no processo de desenvolvimento.
cerebral, sendo o cérebro capaz de realizar novas funções, transfor- Assim sendo, devemos sempre considerar que uma família
mando de maneira duradoura e sob pressão do meio ambiente, seja é composta de crianças individuais cujas diferenças não são ape-
nas genéticas, mas também determinadas pela maneira como cada
os elementos que o compõem, seja a rede de conexões que os une.
uma delas se relaciona com seus pais e com aqueles que a cuidam
Quanto mais jovem o indivíduo, mais plástico é o seu cérebro, em-
e como é inserida no contexto das fantasias e crenças de sua famí-
bora também se saiba que essa plasticidade se conserva em certo
lia e dos acontecimentos inesperados. Esse contexto nunca é duas
grau durante toda a vida, mes- mo que na idade adulta seja menor
YH]HV R PHVPR H RULHQWD R GHVHQYROYLPHQWR HPRFLRQDO ~QLFR GH
GRTXHQDLQIkQFLD
cada criança.
Do ponto de vista da maturação, o desenvolvimento neurológi-
co não acontece de maneira arbitrária, mas de acordo com um plano
contido no potencial genético, através de etapas previsíveis e pré-
determinadas, no sentido céfalocaudal e do centro para a periferia. PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DO
9HU)LJXUD TREINAMENTO DESPORTIVO.

As estruturas da periodização
A periodização típica envolve três níveis fundamentais: a
macroHVWUXWXUD D PHVRHVWUXWXUD H D PLFURHVWUXWXUD 1HVWD ~OWLPD
considera-se o microciclo, de duração semanal típica, e as sessões
que o constituem. Na meso-estrutura surge o mesociclo, estrutura
intermédia que agrupa vários microciclos, orientando o processo de
WUHLQRGHDFRUGRFRPRVREMHFWLYRVGH¿QLGRVVLVWHPDWL]DQGRDDO-
WHUDomRGDVFRPSRQHQWHVGDFDUJDHGRVFRQWH~GRVGRVH[HUFtFLRV
GHWUHLQR3RU~OWLPRRPDFURFLFORTXHFRQVWLWXLXPWRGRLQWHJUDQ-
do as competições em que o atleta deverá participar e o período de
preparação necessário para que essa intervenção seja bem sucedida.
$VHVVmRGHWUHLQR
A sessão de treino será a unidade mais pequena nesta estrutu-
ração temporal em que consiste o processo de periodização do trei-
no, e nela se organizarão, numa sequência lógica e respeitando os
princípios biológicos e metodológicos do treino, os vários exercícios
seleccionados para promover o desenvolvimento do atleta ou a sua
preparação para a competição.
Como unidade elementar onde qualquer programa de treino é
colocado em interacção concreta com o atleta e as suas característi-
cas, ela é o local da operacionalização e concretização da preparação
com vista à participação em neste sentido, é o bloco básico sobre o

Didatismo e Conhecimento 149


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
qual se constrói o treino desportivo, embora em termos de perio- to das qualidades físicas, de que o melhor exemplo é a introdução às
dização deva estar subordinado a um plano do microciclo (plano WpFQLFDVHVSHFt¿FDVGHUHDOL]DomRGHH[HUFtFLRVSDUDRWUHLQRGDIRU-
corrente), normalmente de base semanal, onde se procederá ao nível ça com pesos livres, serão objecto de sessões de aprendizagem. De-
fundamental de integração dos diversos factores do treino. corre do exposto que as sessões de aprendizagem, se bem que mais
Na sessão de treino, no fundo, os atletas adquirem novas des- comuns no atleta jovem, no início dos macrociclos e nos esportes de
trezas técnicas e tácticas, melhoram a condição física e consolidam grande domínio técnico (atividades gímnicas, por exemplo) ou táti-
DDXWRFRQ¿DQoDDPRWLYDomRHDVHJXUDQoDQHFHVViULDVSDUDOHYDUD ca (caracteristicamente, os JDC), é de utilização universal, podendo
bom termo os seus objectivos desportivos, individuais e colectivos. surgir no atleta de fundo para a correcção de elementos técnicos da
Caberá ao treinador apurar ao máximo a capacidade de retirar corrida ou em pleno período competitivo, para trabalhar particulari-
do tempo de uma sessão de treino o máximo de impacto na prepara- GDGHVGRPRGHORGHMRJRQXP-'&$GLQkPLFDGDFDUJDGHVWHWLSR
omRGRDWOHWDHFXUWRHPpGLRSUD]R$GH¿QLomRFODUDGHSULRULGDGHV de sessões aponta, por razões óbvias, para volumes relativamente
e uma concepção correcta sobre as interacções entre elementos de baixos, pouca variedade dos exercícios utilizados, assim como para
QtYHOGHHVSHFL¿FLGDGHYDULDGDHVXSRUWHItVLFRGLVWLQWRDVVHJXUDPD intensidade baixas ou moderadas, já que a dominante nestas sessões
efectividade do processo de treino. é claramente cognitiva e de apreensão perceptivo-motora. Uma par-
Orientação da sessão de treino WH¿QDOGDVHVVmRGHGLFDGDjYHLFXODomRGHLQIRUPDomRGHUHWRUQR
Existem dois tipos básicos de sessão de treino no que diz res- referente à execução conseguida, acompanhada de reforço positivo
peito à sua orientação: TXHSHUVSHFWLYDDVVHVV}HVVHJXLQWHVGHkPELWRVHPHOKDQWHVHUiGH
A sessão de treino de orientação selectiva – caracteriza-se por LPSRUWkQFLDIXQGDPHQWDO
ter como objectivo o desenvolvimento preferencial de um determi- Em contraste com as sessões de aprendizagem, as sessões de
nado sistema de produção de energia ou de uma qualidade física. É repetição surgem com o intuito de promover o aperfeiçoamento e
uma forma de organização da sessão indicada para fases do treino de a automatização das habilidades técnicas ou dos esquemas tácticos
FDUiFWHUPXLWRHVSHFt¿FR$VVLPRSODQRGDVHVVmRVHUiRUJDQL]DGR num contexto de domínio avançado, explorando a variabilidade e a
de modo a que a maior parte dos exercícios vise o desenvolvimento replicação em situações de fadiga, perante oposição ou simulando
da mesma capacidade. as condições de competição. Por outro lado, o desenvolvimento e a
A sessão de treino de orientação complexa – tem uma estrutura manutenção das qualidades físicas será realizado com recurso a ses-
que implica a combinação de meios de treino visando o desenvolvi- V}HVGHVWHWLSRTXHSRXFRFRQWH~GRFRJQLWLYRWHUmRQDPHGLGDHP
mento de diversas qualidades. que se trata da realização de exercícios cuja execução se encontra
$VHVVmRGHRULHQWDomRFRPSOH[DHLQÀXrQFLDVXFHVVLYD±DVWD- bem dominada pelo atleta. As sessões de repetições caracterizam-
refas de treino correspondendo a objectivos diferentes são realizadas -se, assim, por volumes e intensidade elevados, constituindo a maior
VHTXHQFLDOPHQWHPDQWHQGRRVHXFDUiFWHUHVSHFt¿FREHPGHOLPLWD- parte das sessões de treino em muitas modalidades. Tal como as ses-
do. Constituem, assim, como que módulos independentes dentro de sões de aprendizagem, têm carácter universal, mas serão particular-
uma mesma sessão. mente abundantes nas modalidades cujo desempenho assenta mais
$VHVVmRGHRULHQWDomRFRPSOH[DHLQÀXrQFLDSDUDOHOD±VmRVH- directamente na expressão directa das qualidades físicas (desportos
leccionados meios de treino que possibilitem trabalhar simultanea- cíclicos de resistência e velocidade, desportos de força explosiva),
mente vários factores do treino ou várias expressões das qualidades no atleta mais experiente e, em termos gerais, na segunda fase da
físicas: a estimulação concomitante de duas zonas de intensidade: preparação geral e durante os chamados períodos competitivos.
SRWrQFLDOiFWLFDWROHUkQFLDOiFWLFDRWUDEDOKRFRQMXQWRSDUDDYHOR-
cidade e a resistência (potência láctica, por exemplo); a utilização 6HVVmRGHWUHLQRGHFRQWURORRXYHUL¿FDomR
GHH[HUFtFLRVTXHVROLFLWHPDIRUoDPi[LPDHDÀH[LELOLGDGHDFRQ- Consoante o plano de preparação do macrociclo, deverão apa-
cepção de tarefas de treino que visem elementos técnico-tácticos em recer ciclicamente sessões dedicadas à avaliação e controlo da evo-
FRQGLo}HVGHSUHSDUDomRHVSHFt¿FDGDUHVLVWrQFLDRXGDIRUoD lução do atleta. Estas sessões podem ser constituídas pela aplicação
As sessões de orientação complexa, e, de entre estas, as de de provas de avaliação e baterias de testes visando a recolha objec-
LQÀXrQFLD VXFHVVLYD VmR GH ORQJH DV TXH PDLV KDELWXDOPHQWH VH WLYDGHLQIRUPDomRVREUHDFDSDFLGDGHGHGHVHPSHQKRHPLQ~PHURV
utilizam no treino desportivo. Nos atletas mais jovens, assim como factores de preparação considerados relevantes, assumindo uma di-
nos períodos iniciais de preparação da época, poderão ser mesmo mensão analítica, ou, então,
DV ~QLFDV D VHU XWLOL]DGDV$ VHVVmR VHOHFWLYD TXDQGR GH QtYHO GH Faculdade de Motricidade Humana
carga importante ou elevado, é mais exigente em termos físicos e Licenciatura em Ciências do Desporto – Teoria e Metodologia
psicológicos, permitindo uma estimulação mais “profunda” numa do Treino Desportivo
só área de intervenção, o que também provoca níveis de fadiga mais Estruturas de Periodização
acentuados e localizados. Por tudo isto, só surgirá mais próximo da
IDVH¿QDOGDpSRFDHWRUQDUVHiPDLVIUHTXHQWHjPHGLGDTXHRDWOH- podem consistir na realização de situações simuladas de com-
ta entrar em etapas mais especializadas da sua preparação. petição ou mesmo na realização de competições preparatórias, sur-
Sessão de treino de aprendizagem A intenção com que se conce- gindo com uma dimensão integrada.
bem sessões de aprendizagem é a de promover a aquisição de acções 1HVWH~OWLPRFDVRHPHVSHFLDOSRGHPVXUJLUDVVRFLDGDVDQt-
PRWRUDVRXGHHQFDGHDPHQWRVHVSHFt¿FRVGHDFo}HVPRWRUDVGHFD- veis muito elevados de intensidade da carga. Este tipo de sessões
rácter novo. A assimilação de novos elementos ao reportório técnico pode ter como objectivo a selecção de jogadores que vão constituir a
e táctico do atleta (e da equipa no seu conjunto: desenvolvimento e equipa num próximo jogo, o escalonamento e escolha de atletas para
concretização do modelo de jogo), assim como a apresentação de diversas situações em competição, numa estafeta, em provas que só
exercícios com alguma complexidade no campo do desenvolvimen- admitem um ou dois participantes por equipa, etc.

Didatismo e Conhecimento 150


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Sessão de reconhecimento Parte Principal
É um tipo muito particular de sessão, pouco frequente, que Tem esta designação por ser aqui que se concretizam, através de
surge com o intuito de promover a avaliação inicial e o diagnóstico XPDFRQ¿JXUDomRPHWRGROyJLFDSUHFLVDHGDRUJDQL]DomRGRVFRQWH~-
de capacidades em situações em que haja grande desconhecimento dos seleccionados, os objetivos previstos para a sessão de treino. Estes
das características dos atletas. O treinador, que por razões diversas devem ser correctamente escolhidos e colocados adequadamente na
(início da época num novo clube, mudança de clube, estágio de nível estrutura organizativa da parte fundamental da sessão de treino. As
regional/nacional com atletas não habituais, etc.) se vê perante a outras duas partes (aquecimento e retorno à calma) são condicionadas
situação de ter que orientar um ciclo de preparação com atletas sobre H GHWHUPLQDGDV SHOR FRQWH~GR GHVWD 2 FDUiFWHU GLVWLQWR GDV WDUHIDV
os quais tem pouca informação, realizará uma ou mais sessões no que aqui podem surgir dará origem à caracterização das sessões de
sentido de apreciar qual o seu nível técnico e táctico. Será assim uma acordo com os seus objectivos, como de treino técnico, de aprendiza-
sessão de carácter especial, visando a avaliação dos atletas em aspectos JHPGDÀH[LELOLGDGHWUDEDOKRHPFRQGLo}HVSUySULDVGDFRPSHWLomR
HVSHFt¿FRVHGRPLQDQWHPHQWHQRVIDFWRUHVWpFQLFRVHWiFWLFRV treino táctico, treino da resistência, força, velocidade, coordenação ou
VHVVmRFRPSOH[DFRPELQDQGRTXDLVTXHUGHVWHVHOHPHQWRV$H¿FiFLD
A estrutura da sessão de treino de cada tipo de sessão depende, em qualquer caso, da sistematicidade
$H¿FiFLDGDVHVVmRGHWUHLQRYDLGHSHQGHUHPJUDQGHSDUWHGD com que se cumpram as seguintes condições.
VXDFRQVWLWXLomRFRPRXPWRGRIXQFLRQDOHPTXHDVSDUWHVVHD¿JX- Determinar a sequência temporal, isto é, a regulação do curso
UHPFRQJUXHQWHVFRPRVREMHFWLYRVSULQFLSDLVGH¿QLGRV segundo a qual se pretende que evolua o conjunto de exercícios a uti-
lizar, como por exemplo, no treino da técnica ou da táctica;
Parte Introdutória 'HWHUPLQDUDVXFHVVmRGRVFRQWH~GRVHGRVSURFHGLPHQWRVPH-
A Parte Introdutória prepara cognitiva e animicamente o prati- todológicos;
cante para a realização da sessão e para o esforço físico e de concen-
WUDomRQHODHQYROYLGRV3RGHVHUPXLWRFXUWDPDVDVXDLPSRUWkQFLD Planeamento dos locais e dos equipamentos necessários
é grande porque condiciona o estado de espírito com que o atleta irá
encarar a realização das tarefas do treino. Tem uma dimensão infor- Estruturas de Periodização
mativa: explicação dos objetivos da sessão, relação desses objectivos
Utilização de medidas de controlo (gravações vídeo no treino da
FRPRTXHVHSDVVRXQD~OWLPDFRPSHWLomRHFRPRTXHVHSUHWHQGH
técnica, tiragem de tempos no treina da velocidade ou da resistência,
conseguir na próxima, como se desenrolará a sessão (sequência das
FRQWURORGDIUHTXrQFLDFDUGtDFDSDUDDIHULomRHFRQ¿UPDomRGDV]R-
tarefas e prioridades). Tem uma dimensão organizativa: preparação
nas de intensidade, medição da força produzidas em diferentes acções
dos equipamentos, organização dos grupos, distribuição espacial e/ou
musculares, etc.)
por tarefas. Tem, ainda, uma dimensão psicológica: consciencializa-
0DQWHUXPÀX[RGHLQIRUPDomRFRQVWDQWHHQWUHRVPHPEURVGRV
omRSDUDDLPSRUWkQFLDGRTXHYDLVHUIHLWRHPRWLYDomRGRJUXSR(VWD
grupos de treino e o treinador.
~OWLPDpGHJUDQGHLPSRUWkQFLDQDFRQGXomRGRSURFHVVRGHWUHLQRH
nunca deverá estar ausente, mesmo quando as outras dimensões, pelas Recomendações práticas:
características da sessão, sejam desnecessárias. - O aperfeiçoamento da técnica, da velocidade de deslocamento
ou do tempo de reacção deverão ser trabalhados logo a seguir ao aque-
Parte Preparatória cimento, isto é, sem fadiga;
Nesta parcela da sessão pretende-se preparar o atleta sistematica- - O treino da força pode ser realizado logo a seguir; - O treino da
mente nos aspectos metabólicos, neuromusculares e controlo motor resistência, ao contrário da prática tradicional, deverá ser preferencial-
para as tarefas da secção principal. Terá que trabalhar a elasticidade PHQWHUHDOL]DGRQR¿PGDVHVVmR
muscular e a mobilidade articular óptimas, adaptando o organismo - As anteriores indicações metodológicas pressupõem uma visão
e ensaiando sequências motoras especiais (simulação da técnica de sectorial de cada capacidade motora, contudo, no jogo ou em qualquer
competição, mobilidade especial e tempo de reacção). É aquilo que outro tipo de competição, todas estão integradas, pelo que a sua renta-
vulgarmente se chama de aquecimento. Surge com uma fase geral: bilização exige que, por vezes a técnica e a velocidade sejam também
activar os grandes sistemas funcionais, cardiovascular e respiratório, solicitadas em situações de fadiga, tal como sucede na realidade;
aumentar a temperatura interna corporal, pôr em  6H SUHWHQGHUPRV PHOKRUDU D UHVLVWrQFLD HVSHFt¿FD D GXUDomR
desta fase deverá ser superior à da competição ou, caso seja menor,
Faculdade de Motricidade Humana GHYHUiWHUXPDLQWHQVLGDGHVXSHULRUHXPPHQRUQ~PHURGHSDXVDV
Licenciatura em Ciências do Desporto – Teoria e Metodologia do - Se pretendermos melhorar a velocidade, a duração desta fase
Treino Desportivo poderá ser inferior à da competição, mas com uma intensidade supe-
rior e um aumento de duração das pausas;
Estruturas de Periodização - Muitas vezes confunde-se o treino das componentes da veloci-
$omRRVPHFDQLVPRVQmRHVSHFt¿FRVGHSUHSDUDomRSDUDDDF- dade de dominante nervosa (máxima, capacidade de aceleração, de
ção motora, mentais, nervosos e hormonais; e com uma fase espe- execução ou o tempo de reacção) com o treino da velocidade resisten-
FLDOGHYHDSUR[LPDUDRPi[LPRGRFRQWH~GRHVSHFt¿FRGRGHVSRUWR WH(VWD~OWLPDSRGHVHUWUHLQDGDFRPDOJXPDIDGLJDUHVLGXDOHpHOD
praticado e dos exercícios que vão ser realizados na Parte Principal, que surge em muitas situações de competição de carácter acíclico e
solicitando as áreas musculares que vão ser mais utilizados com su- complexo (JDC, desportos de combate), podendo aqui ser trabalhada
¿FLHQWHLQWHQVLGDGHSDUDFRORFDUHPDFomRRVHIHLWRVDJXGRVLQLFLDLV a capacidade de o atleta executar repetidamente movimentos explo-
de adaptação ao esforço. O ideal é partir dos grupos musculares pe- sivos e rápidos num pano de fundo de instalação da fadiga, o que
quenos para os grandes, a duração dependerá do desporto, da idade LPSOLFDDXWLOL]DomRGHWDUHIDVGHWUHLQRGHVWHWLSRQR¿QDOGD3DUWH
e da temperatura. principal da sessão de treino.

Didatismo e Conhecimento 151


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
- Não será conveniente planear para uma mesma sessão impor- inWHQVL¿FDomRGRVSURFHVVRVGHUHJHQHUDomRPXVFXODUVmRLQFOXtGDV
tantes cargas de velocidade e treino aquisitivo técnico ou táctico, por alguns autores nesta fase da sessão de treino (massagem recupera-
pois qualquer um deles pode deixar traços de fadiga importantes no dora, banhos quentes, sauna, etc.) embora as mais das vezes seja mais
organismo. correcto considerá-las como integrando um período pós-sessão de
- Antes de treino de aptidões novas, técnicas ou tácticas (treino WUHLQRTXHQmRGHL[DGHVHUGHLPSRUWkQFLDFUXFLDOHGHHVWDULQWHJUD-
aquisitivo), poderão surgir pequenos segmentos de técnica ou tática do no processo de treino visto na globalidade, mas foge à lógica estrita
DQWHULRUPHQWHWUDEDOKDGRVHFRPUHODomRHVWUXWXUDOFRPRVFRQWH~- TXHSUHVLGLXjFRQFHSomRGDVHVVmRGHWUHLQRHjLQÀXrQFLDGLUHFWDGR
dos a trabalhar na presente sessão, assim como alguns exercícios de treinador. O que não pode deixar de ser realizado pelo treinador é o
força de carácter breve e intenso, que se saiba serem de regeneração que diz respeito à interacção afectiva e comunicacional a realizar no
contínua para os atletas alvo desta intervenção (ver mais à frente ¿PGHXPDVHVVmRGHWUHLQR1HQKXPDVHVVmRGHWUHLQRGHYHWHUPL-
níveis de recuperação das cargas de treino no seio do microciclo); nar com os atletas a irem para casa sem terem recebido do treinador
- Reforçando o anterior, frisemos que a noção de sessão de um reforço positivo sobre o trabalho realizado, uma apreciação sobre
DOJXQV GHWDOKHV PDLV VLJQL¿FDWLYRV RX VREUH R VHX FRPSRUWDPHQWR
DSUHQGL]DJHPDQWHULRUPHQWHGH¿QLGDFRORFDSUHFLVDPHQWHDTXHVWmR
global ou uma visão perspectivando o futuro próximo a curto ou mé-
de se isolar, quando necessário o treino aquisitivo técnico e táctico
GLRSUD]RID]HQGRDOLJDomRHQWUHDGLQkPLFDSURFXUDGDQDVHVVmRH
em sessões separadas de nível de carga baixo ou médio. Acresce a
DVFRPSHWLo}HVYLQGRXUDV(VWDLQWHUDFomRGHLPSRUWkQFLDHGXUDomR
HVWHIDFWRDQRomRGHTXHRVHQJUDPDVGLQkPLFRVHVWLPXODGRVQDV variável, individualizada ou colectiva, terá sempre que ser realizada,
tarefas de aquisição técnica necessitam de uma fase de consolidação constituindo parte de um dos mais fortes alicerces da efectividade do
posterior podendo haver interferência negativa caso este tipo de ses- SURFHVVRGHWUHLQRDFRQ¿DQoDTXHRDWOHWDGHSRVLWDQRWUHLQDGRUDR
são tenha uma segunda parte de aplicação de grandes cargas físicas estatuto de liderança que lhe reconhece.
ou grande complexidade técnica ou táctica.
- Em atletas de nível de treino elevado, considera-se que a apli- Duração da sessão de treino
cação de um conjunto de exercícios de força explosiva ou reactiva A sessão de treino pode ter durações muitas variadas, digamos
de pouco volume, não ultrapassando, portanto, o nível de regenera- TXHHQWUHPLQXWRVHKRUDV1RDWOHWDDGXOWRDGXUDomRPpGLDVHUi
ção contínua do atleta, pode ser favorável para o treina da velocida- GHKRUDVWHPSRVX¿FLHQWHSDUDTXHDVLQWHUDFo}HVSUHWHQGLGDVVHMDP
de, já que implica uma activação nervosa e neuromuscular prévia consistentes e que não se ultrapasse o tempo habitual de capacidade
favorável. Este mesmo efeito cruzado pode funcionar no sentido in- de concentração e focalização do atleta ou que se corra o risco de atin-
verso, ou seja, colocar algumas tarefas de velocidade antes do treino JLUQtYHLVGHIDGLJDGHPDVLDGRHOHYDGRVeDHVWUXWXUDGRVFRQWH~GRV
da força rápida (explosiva ou reactiva). e a capacidade individual de cada atleta (a sua fase desenvolvimento)
$WLYLGDGHVGHJUDQGHYROXPHQRkPELWRGDKLSHUWUR¿DPXV- que condicionarão a duração da sessão de treino. Num mesmo micro-
cular ou da resistência (láctica, potência ou capacidade aeróbias) ciclo, podem surgir sessões com durações muito diferentes, consoante
podem ser precedidas por tarefas de alongamento muscular de em- os objectivos em presença.
penhamento elevado. A duração relativa das partes da sessão indicada por Bompa
No atleta jovem ou em praticantes acomodados a níveis de car-  pDVHJXLQWH3DUWH,QWURGXWyULDDWp3DUWH3UHSDUDWyULD
ga moderada, os planos da Parte Principal das sessões de treino não D3DUWH3ULQFLSDOD3DUWH)LQDOD
sofrerá grandes alterações, seguindo, nas modalidades de dominante Microciclo
WpFQLFDRXWiFWLFDRHVTXHPDžSUHSDUDomRWpFQLFDHRXWiFWLFD O microciclo é a estrutura que organiza e assegura a coerência
VHJXQGROyJLFDVLQWHUQDVDRVSUySULRVFRQWH~GRVLQFRUSRUDGRVSUR- das cargas ao longo de uma sequência determinada de sessões de trei-
gressões, grau de complexidade crescente, etc.; 2º - Preparação fí- QRHQWUHDVHVV}HVHPERUDQRUPDOPHQWHFRUUHVSRQGDDVHPD-
sica, nas combinações velocidade-força, velocidade-resistência ou na de preparação.
1RPLFURFLFORGHYHPDSDUHFHUEHPLGHQWL¿FDGRVRVREMHFWLYRV
força- resistência.
de preparação em vista num determinado momento da época e que
constituem a base para a concepção das sessões de treino.
Parte Final
No confronto da organização das estruturas de periodização
Na Parte Final procura-se introduzir processos de recuperação com o calendário competitivo ocorre muitas vezes a necessidade de
sempre que necessário. Em sessões de nível de carga fraco, nor- VHSURFHGHUDPRGL¿FDo}HVSRQWXDLVHWHPSRUiULDVGDIXQFLRQDOLGDGH
malmente sessões de aprendizagem, sejam de dimensão técnica ou WiFWLFDEiVLFDGRSUDWLFDQWHRXGDHTXLSDTXHVHGH¿QHPDSDUWLUGD
táctica ou visando o domínio de procedimentos para o treino físico previsão das características de que se deverá revestir uma competição
(exemplo: exercícios de força com pesos livres) pode-se prescindir importante, a surgir num prazo de uma a três semanas. Este processo
da realização das tarefas típicas de “retorno à calma”. Sessões de decorre no quadro da elaboração de um plano estratégico (Castelo,
JUDQGHLPSDFWRRUJkQLFRVHMDPHODVGLULJLGDVSDUDRWUHLQRGDVTXD-  HDQDWXUH]DGDDOWHUDomRQRVFRQWH~GRVGRWUHLQRHDHODERUDomR
lidades físicas, com grande utilização de exercícios gerais ou espe- de novos esquemas tácticos depende inteiramente das particularida-
FLDLVVHMDPHODVRULHQWDGDVSDUDDVFDUJDVHVSHFt¿FDVUHSURGX]LQGR des do adversário que se vai enfrentar e das condições que rodeiam a
a situação de competição, exigem atenção redobrada para esta fase competição em causa.
da sessão. Entre os procedimentos habituais a utilizar na Parte Final $SDUWLUGDLGHQWL¿FDomRHFDUDFWHUL]DomRGRDWOHWDRXGDHTXL-
de uma sessão de treino de nível de empenho elevado para o atleta, SDRSRVLWRUHVGRWHUUHQRGHMRJRGDVFLUFXQVWkQFLDVTXHURGHLDPD
contam-se as tarefas aeróbias cíclicas de baixa intensidade, que po- competição e de outros factores, pretende-se criar condições para uma
GHPGXUDUHQWUHDPLQXWRVDORQJDPHQWRPXVFXODUHVWiWLFRDFWL- actuação no quadro da competição que retire uma vantagem decisiva
vo ou passivo submáximo, não procurando os limites da mobilidade das carências detectadas e, ao mesmo tempo, procurar minimizar os
articular, e, principalmente (mas não unicamente) em atletas mais DWULEXWRVVREUHRVTXDLVDVVHQWDDH¿FiFLDGRGHVHPSHQKRFRPSHWL-
MRYHQVIRUPDVMRJDGDVGHLPSDFWR¿VLROyJLFRPRGHUDGR)RUPDVGH tivo do adversário.

Didatismo e Conhecimento 152


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
A intervenção determinante do plano estratégico será mais im- 0LFURFLFORGHFDUJD
portante no período onde surgem as competições principais, embo- Trata-se do tipo mais habitual de microciclo de desenvolvi-
ra, por vezes, possa ocorrer mais cedo. Sendo uma prática comum mento, com uma constituição assente na utilização de sessões de
nos jogos desportivos colectivos e nos desportos de confronto di- repetição e com uma organização da carga claramente visando o de-
recto (desportos de combate, desportos de raquete), pode surgir em senvolvimento das qualidade físicas e das aptidões técnico-tácticas,
outras modalidades, sempre que o confronto desportivo se revista de VXUJLQGRQRTXHGL]UHVSHLWRjGLQkPLFDGDFDUJDFRPRHORGHXPD
um carácter bastante “personalizado” – superação de um determina- cadeia de microciclos onde se procede à progressão gradual da so-
do adversário. licitação de treino.
'HDFRUGRFRP&DVWHOR  DUHDOL]DomRGHXPSODQRHV-
WUDWpJLFR WHP FRPR ¿QDOLGDGH SUHYHU R FRPSRUWDPHQWR GD HTXLSD 2.2 Microciclo de choque
oponente, delineando um conjunto de cenários possíveis caso os É um microciclo de desenvolvimento que surge com
seus objectivos tácticos não estejam a ser cumpridos. A sua lógica FDUDFWHUtVWLFDVGHGLQkPLFDGDFDUJDHPDEUXSWDGLIHUHQFLDomRHP
está dependente do carácter circunstancial em que surge, ou seja, é relação aos microciclos precendentes, ou seja com um acréscimo ou
GRYROXPHRXGDLQWHQVLGDGHRXGHDPERVVLJQL¿FDWLYR9DULDo}HV
pensado para uma competição contra um determinado adversário e
GH  VmR DTXL FRPXQV 2 PLFURFLFOR GH FKRTXH VXUJH GD
SHUDQWHFRQGLo}HVTXHGL¿FLOPHQWHVHUHSHWLUmR
necessidade de propor, em certas alturas da época e para atletas
$VVLP p QD HODERUDomR GR SODQR FRUUHQWH TXH GH¿QH R FRQ-
com um nível de treino bastante elevado, estímulos adicionais que
WH~GR GH XP GHWHUPLQDGR PLFURFLFOR TXH R WUHLQDGRU GHWHUPLQDUi promovam adaptação através de uma concentração de cargas físicas
quais as alterações no esquema táctico a contemplar, embora se pos- QmRKDELWXDLV6yVXUJHDYH]HVSRUPDFURFLFORQmRID]HQGRSDUWH
sa dar o caso, especialmente se se tratar de competições de grande dos programas de treino nas fases de formação desportiva inicial. A
LPSRUWkQFLDSDUDRDWOHWDRXDHTXLSDGHXPSODQRHVWUDWpJLFRH[L- sua aplicação surge associada a processos contínuos e rigorosos de
JLUDVXERUGLQDomRGHPDLVGHXPPLFURFLFORRTXHVLJQL¿FDTXHD monitorização da carga e dos seus efeitos.
LQÀXrQFLDGHXPGHWHUPLQDGRSODQRHVWUDWpJLFRSRGHUiDEUDQJHUR
QtYHOGHXPPHVRFLFORGHDVHPDQD 0LFURFLFORGHDSUR[LPDomRRXSUpFRPSHWLWLYR
É um microciclo de desenvolvimento dedicado à preparação
3DUkPHWURVPHWRGROyJLFRVSDUDDFRQVWUXomRGRVPLFURFLFORV HVSHFLDOHHVSHFt¿FDSDUDDFRPSHWLomR2YROXPHpUHODWLYDPHQWH
baixo e corresponde, normalmente, aos momentos do macrociclo
No plano corrente devem surgir os programas detalhados de HPTXHDLQWHQVLGDGHVXUJHFRPPDLRUUHOHYkQFLDGDQGROXJDUDRV
cada sessão de treino, discriminando níveis de solicitação da carga picos máximos na curva de variação semanal desta característica.
HFRQWH~GRV$VVLPDVLQIRUPDo}HVFRQWLGDVQRSODQRFRUUHQWHGHV-
crevem: A distribuição das sessões de treino em cada dia da semana, 0LFURFLFORGHUHFXSHUDomR
marcando treinos matinais e vespertinos; Os microciclos de recuperação são utilizados basicamente no
A descrição detalhada da sequência dos procedimentos metodo- ¿QDOGHXPDVHTXrQFLDGHPLFURFLFORVGHGHVHQYROYLPHQWR WHUPL-
OyJLFRVHGHFRQWH~GRGHFDGDVHVVmRGHWUHLQR nando um mesociclo), antecedendo ou seguindo-se a um microciclo
O estabelecimento das exigências de carga associadas a cada GHFRPSHWLomR7rPSRUREMHFWLYRDVVHJXUDUDH¿FiFLDGRVSURFHVVRV
sessão, com indicação do volume e da intensidade relativa pretendi- de recuperação, doseando os efeitos das cargas e controlando o nível
dos (a densidade poderá ser de alguma utilidade nalgumas modali- de fadiga acumulada do atleta. Naturalmente que se procede nestes
dades), assim como uma apreciação, normalmente qualitativa sobre PLFURFLFORVDXPDUHGXomRVLJQL¿FDWLYDGRYROXPHGRVH[HUFtFLRV
o nível de carga da sessão. utilizados, acompanhada de uma redução ou, pelo menos, estabiliza-
0XLWDVYH]HVp~WLOWHUXPDUHSUHVHQWDomRHVTXHPiWLFDRXJUi¿- ção da intensidade. Consoante a fase da época, poderá ocorrer igual-
FDGRPLFURFLFORGHPRGRDPHOKRUYHUL¿FDUDGLQkPLFDGDVFDUJDV mente uma alteração na composição percentual das preparações
JHUDOHHVSHFLDOHVSHFt¿FDFRPDFUpVFLPRGDSULPHLUDDVVRFLDGDD
DVXDDOWHUQkQFLDHRVHIHLWRVGHUHFXSHUDomRFUX]DGDSUHWHQGLGRV
procedimentos de recuperação activa e redução relativa da segunda.
Em especial nos casos onde surgem treinos bi-diários, é importante
que os tempos de intervalo entre cada sessão sejam devidamente
0LFURFLFORGHFRPSHWLomR
considerados. O microciclo de competição ou competitivo é aquele onde sur-
ge a competição ou que a antecede imediatamente. Os microciclos
&ODVVL¿FDomRGRVPLFURFLFORV de competição são constituídos em conformidade com o calendário
FRPSHWLWLYRWHQGRHPFRQVLGHUDomRRQ~PHURGHFRPSHWLo}HVLP-
2. Microciclo gradual portante e principais e a duração do tempo que medeia entre elas.
Os microciclos graduais são caracterizados por um fraco nível Para conduzir o praticante ou a equipa às condições óptimas de de-
de solicitação e têm por objectivo a preparação do organismo para sempenho competitivo, é necessário conjugar, nestes microciclos, a
um trabalho intenso. Constituem a etapa inicial da meso-estrutura. SUHSDUDomRHVSHFt¿FD¿QDOFRPDSURPRomRGDUHFXSHUDomRFRPSOH-
Os microciclos de desenvolvimento são caracterizados por um ta ou quase completa dos níveis fadiga acumulados anteriormente.
grande volume global de treino e um nível de solicitação elevada. São microciclos onde o volume da carga é baixo e decrescente.
Têm por objectivo estimular os processos de adaptação do organis-
mo. Constituem uma parte importante do trabalho de preparação do Doseamento da carga ao longo do microciclo
praticante ou da equipa, mantendo-se na fase de trabalho próximo A construção do microciclo visando a optimização do nível de
GDVFRPSHWLo}HVPDVFRPFDUDFWHUtVWLFDVGHFRQWH~GRPXLWRSUy- carga que lhe está associado passa pela procura de sequências ade-
prias. quadas das actividades dominantes em cada sessão.

Didatismo e Conhecimento 153


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
As variáveis caracterizadoras de cada sessão a levar em conta Duração e constituição do mesociclo
serão, no fundamental: 2PHVRFLFORpXPSHUtRGRGHDVHPDQDVRQGHVHSURFHVVD
Os objectivos da sessão, ou seja, a natureza das cargas a uti- a organização e sucessão óptimas de microciclos de características
lizar, assim como os factores de treino predominantes (físico, téc- GLIHUHQFLDGDVGH¿QLQGRDVHWDSDVSUySULDVGHFDGDSHUtRGRGDpSRFD
nico, táctico); de treino.
2V SDUkPHWURV GD FDUJD YROXPH H LQWHQVLGDGH  RX D YLVmR Uma das suas funções fundamentais é a “ciclicização” da carga,
mais global expressa pelo nível de carga de cada sessão; fazendo surgir após uma ou mais semanas de sobrecarga uma sema-
O carácter selectivo ou complexo das sessões, o que diz res- na de recuperação ou manutenção. Por outro lado, serão agrupados
peito, em especial, ao modo com é organizada a Parte Principal QXPPHVRFLFORRVPLFURFLFORVGHFRQWH~GRLGrQWLFR SRUH[HPSOR
de cada sessão. Sessões de nível de carga importante ou elevado XPDVHTXrQFLDGHVHPDQDVIRUWHVHXPDPpGLDSDUDRGHVHQYRO-
e de orientação selectiva são, habitualmente, indutoras de níveis vimento do limiar anaeróbio) ou que se completam na realização
de fadiga muito localizada exigindo cuidado na sua recuperação. de um determinado objectivo de preparação (por exemplo, a prepa-
As combinações possíveis levarão em linha de conta a no- UDomRHVSHFt¿FDSDUDXPDGDGDSURYDUHXQLQGRIDFWRUHVGRWUHLQR
omR GH UHFXSHUDomR FUX]DGD ± FHUWRV FRQWH~GRV GH WUHLQR GHVGH físico, táctico e mental).
que aplicados com níveis de carga moderados, podem facilitar a Podem existir também mesociclos com uma prevalência de
aceleração da recuperação de cargas anteriores referentes a con- intervenção no treino técnico, ou na força, ou, por outro lado, um
WH~GRVGLIHUHQWHV H[HPSORVHVVmRDHUyELDDSyVVHVVmRGHJUDQGH mesociclo dedicado à recuperação e estabilização das adaptações
solicitação neuromuscular), a noção de irradiação dos efeitos por adquiridas, como momento de transição para um novo ciclo de tra-
proximidade de estimulação (uma sessão de força explosiva após balho exigente.
uma sessão de velocidade reforçará basicamente a fadiga instala- A duração e a constituição do mesociclo dependem directamen-
GDDWUDVDQGRDUHFXSHUDomR HSRU~OWLPRDHVWUDWpJLDTXHRWUHL- te do calendário competitivo, sendo habitual fazer coincidir o seu
nador pretenda seguir no que diz respeito ao nível de acumulação termo com a ocorrência de competições de diversa índole, prepa-
da carga (e dos seus efeitos) no microciclo. ratórias na fase inicial do macrociclo, preparatórias e importantes
mais tarde e, caracteristicamente, nas modalidades onde a estrutura
do calendário competitivo o permite (calendário de estrutura cíclica
Quanto a este aspecto, após uma sessão de treino com nível
ou distribuída), fazendo surgir as competições principais ao longo
de carga importante ou elevado, pode ser escolhida uma de três
GRSHUtRGRFRPSHWLWLYRQR¿QDOGHPHVRFLFORVFRQVWUXtGRVSDUDR
opções:
efeito.
Os mesociclos são assim duplamente demarcados no seu apa-
$XPHQWDURLPSDFWRGDFDUJDDQWHULRU±SDUDLVVRSRGHUH-
recimento ao longo do macrociclo: através da existência de compe-
mos realizar sessão de objectivos idêntico, mas reduzindo o nível
WLo}HV FRP VX¿FLHQWH UHOHYkQFLD H SHOD GH¿QLomR GHREMHFWLYRV GH
de carga para médio ou importante.
etapa, sejam estes de preparação ou de desempenho.
2. Estabilizar o nível de fadiga – manter objectivo idêntico,
PDVEDL[DUVLJQL¿FDWLYDPHQWHRQtYHOGHFDUJDIUDFRHPHVSHFLDOR Estrutura do mesociclo
volume referente à actividade principal da sessão. O princípio metodológico orientador da estruturação do meso-
)DFLOLWDURVSURFHVVRVGHUHFXSHUDomR±DOWHUQDURREMHFWLYR ciclo consiste no aumento progressivo da carga, sem prejudicar a ci-
da sessão seguinte, podendo aqui o nível de carga manter-se médio FOLFL]DomRMiUHIHULGDDVVLPFRPRDWUDQVLomRJUDGXDOGRVFRQWH~GRV
ou importante. do treino para a utilização cada vez mais importante de exercícios de
Naturalmente que a estratégia de sequenciação dos microciclo FDUiFWHUHVSHFLDOHHVSHFt¿FRUHGX]LQGRHPSURSRUomRDSDUFHODGR
DSUHVHQWDGDQRSRQWRpDPDLVKDELWXDOHDTXHODTXHGHYHSUH- volume de treino consagrada à preparação geral.
dominar nas fases de formação desportiva e, em termos gerais, no Quanto mais jovem for o atleta, mais longos e de composição
treino de jovens. XQLIRUPH SRXFD YDULDomR QRV SDUkPHWURV GD FDUJD GH PLFURFLFOR
$VRSo}HVHHVWDUmRUHODFLRQDGDVFRPDSURFXUDGHVREUH- para microciclo) serão os mesociclos. Por outro lado, à medida que
carga no seio de microciclos de desenvolvimento onde a acumula- se vai avançado no macrociclo, mais curtos tenderão a ser os me-
ção de fadiga é um efeito esperado, sendo lidado mais tarde, com a VRFLFORVSURSRQGRXPDDOWHUQkQFLDGHSHUtRGRPHQRUHQWUHFDUJDV
inclusão de microciclos de recuperação ou estabilização da carga. fortes e cargas de recuperação.
Assim, a construção racional dos microciclos permite propor Segundo a sua estrutura interna, os mesociclos podem ser clas-
cargas elevadas sem ultrapassar os índices de fadiga limite (em ter- VL¿FDGRVGRVHJXLQWHPRGR0HVRFLFORLQWURGXWyULR JUDGXDO 
mos de preparação para a competição, não em termos biológicos São os mesociclos iniciais de qualquer estrutura de treino.
WRWDLVQRomRDUUHGDGDGD¿ORVR¿DGRTXHpRWUHLQRGHVSRUWLYR GRV &RQVWLWXHP SHUtRGRV GH  D  VHPDQDV GH SUHSDUDomR JHUDO FRQ-
sistemas funcionais do organismo. ducentes à criação das bases da condição física necessárias para o
É constituída por mesociclos, períodos de planeamento trabalho posterior. São compostos, normalmente, por uma sequência
do treino mais curtos do que o macrociclo. Cada macrociclo de microciclos graduais, terminando com um de recuperação.
comporta, no maior parte dos casos, de quatro a dez mesociclos,
cada um focando aspectos diferenciados do treino, promovendo 0HVRFLFORGHEDVHRXGHGHVHQYROYLPHQWR
uma relação diferente entre esforço e recuperação, entre trabalho São mesociclos cuja estrutura interna está concebida para op-
JHUDO H WUDEDOKR HVSHFLDOHVSHFt¿FR HQWUH RV YiULRV IDFWRUHV GH timizar a aplicação das cargas fundamentais que permitirão novas
treino considerados, o que faz com que surjam também, muito aquisições e adaptações no atleta. Podem ser de dois tipos: de acti-
frequentemente, com durações variadas. vação e de estabilização. Nos primeiros, o praticante ganha as ba-

Didatismo e Conhecimento 154


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
VHVIXQFLRQDLVHWpFQLFDVHVSHFt¿FDVGDVXDPRGDOLGDGHGHVSRUWLYD &RPR H[HPSOR GD LQÀXrQFLD GD FXOWXUD JUHJD VREUH D WHRULD
enquanto que nos segundos se trata de consolidar e automatizar as GRWUHLQDPHQWRGHVSRUWLYRDWXDO78%,12  FLWDDSUHSDUDomR
aquisições conseguidas. dos helênicos, que se compara, em vários aspectos, ao treinamento
empregado hoje, pois os helênicos já faziam uma preparação gene-
0HVRFLFORSUpFRPSHWLWLYR FRQWURORHSUHSDUDomR ralizada (corridas, marchas, lutas, saltos, etc.); usavam cargas para
Destinam-se a transformar os níveis condicionais e técnicos al- melhoria dos rendimento; tinham preparo psicológico; utilizavam
cançados durante os mesociclos de base, em aptidão para o desem- o aquecimento no início e a volta à calma acrescida de massagens
penho competitivo, promovendo procedimentos precisos e concre- QR¿QDOGDVVHVV}HVDOpPGHSRVVXtUHPDH[HPSORGDVFRQFHSo}HV
WRVGHJUDQGHJUDXGHHVSHFL¿FLGDGHeKDELWXDOQRkPELWRGRWUD- FLHQWt¿FDVPRGHUQDVRVFKDPDGRVFLFORVGHWUHLQDPHQWRGHQRPL-
balho desenvolvido no mesociclo pré-competitivo, a simulação das QDGRVQDpSRFDSRUWHWUDV1RHQWDQWRIRLVRPHQWHQR¿QDOGRVpFXOR
condições técnicas, tácticas, físicas e ambientais que irá encontrar XIX, com o renascimento dos Jogos Olímpicos, que o treinamento
em competição. Tal como vimos para o microciclo de aproximação GHVSRUWLYRSDVVRXGHXPDIRUPDHVSRQWkQHDDXPDHVWUXWXUDPDLV
(ou pré- competitivo), a sua estrutura deve favorecer os processos de sistemática, visando elevar o rendimento esportivo.
integração dos vários factores do treino a médio prazo que condu- Atualmente, em quase todos os esportes, divide-se o ano de trei-
zem a um estado de supercompensação durante a competição, após QDPHQWRHPYiULRVSHUtRGRVHFLFORVFRPRREMHWLYRHVSHFt¿FRGH
alcançar um alto rendimento por meio de uma preparação sistemáti-
o adequado período de recuperação activa.
ca. Dessa necessidade de se organizar o processo de treinamento em
ciclos, fases, períodos, surgiu o termo periodização.
0HVRFLFORFRPSHWLWLYRRXGHSUHSDUDomRWHUPLQDO
'HDFRUGRFRP6,/9$  SHULRGL]DomRVLJQL¿FDDGLYLVmR
São os mesociclos que incluem as principais competições des- da temporada de preparação em períodos e etapas de treino com
portivas, especialmente as estruturas que englobam o trabalho a rea- objetivos, orientações e características particulares, o que implica
OL]DUHQWUHFRPSHWLo}HVSRXFRHVSDoDGDV$VXDGXUDomRpGHD DGH¿QLomRGHSURFHGLPHQWRVHRULHQWDo}HVGHWUHLQRHVSHFt¿FRV$
semanas. periodização, portanto, constitui-se numa das etapas mais importan-
WHVGRSODQHMDPHQWRGRWUHLQRXPDYH]TXHLQÀXLGHIRUPDGHFLVLYD
2PDFURFLFOR na organização e estruturação do treino.
Os macrociclos são períodos de preparação nos quais se con- ‘ Em uma revisão elaborada, relata-se que os fundamentos que
FUHWL]DXPHIHLWRHVSHFt¿FRRXXPDDGDSWDomRGRWUHLQRGHPRGRD MXVWL¿FDUDPDQHFHVVLGDGHGHVHGLYLGLUDWHPSRUDGDHPSHUtRGRVH
realizar um desempenho competitivo de relevo. Tem uma duração HWDSDVHVSHFt¿FDVGHSUHSDUDomRUHVLGLUDPLQLFLDOPHQWHQDQHFHV-
KDELWXDOGHDVHPDQDVRXVHMDSRGHUiKDYHUDPDFURFLFORV VLGDGHGHDWHQGHUjVHVSHFL¿FLGDGHVGRWUHLQRGHWHUPLQDGDVSHODV
num ano de treino (alguns modelos de planeamento podem chegar variações climáticas. Posteriormente, foram incorporadas necessi-
DRVPDFURFLFORVDQXDLVPDVQmRVmRGHIRUPDQHQKXPDRVPDLV dades impostas pelos calendários de competição, pelas exigências
utilizados, e nunca com atletas jovens ou em formação) e culmina IiVLFDV GD DGDSWDomR GR RUJDQLVPR H ¿QDOPHQWH SHOR UHFRQKHFL-
com uma competição ou com um período de competições que cons- mento de particularidades inerentes às várias modalidades esporti-
titui o objectivo de desempenho fundamental para esse período. vas, as quais precisam ser atendidas e respeitadas pela lógica dos
2 Q~PHUR GH PDFURFLFORV TXH VXUJHP QXP DQR GH WUHLQR RX processos de preparação.
QXPDpSRFDGHVSRUWLYDGiOXJDUDXPDFODVVL¿FDomRGRWLSRGHSH- Sobre os precursores dos estudos referentes à periodização
riodização que se utiliza: do treinamento desportivo, com base, ainda, na revisão de SILVA
3HULRGL]DomR6LPSOHVPDFURFLFORSRUDQR3HULRGL]DomR'X-  YHUL¿FDVHTXHDVSULPHLUDVQRo}HVVREUHRDVVXQWRIRUDP
SODPDFURFLFORSRUDQR3HULRGL]DomR7ULSODPDFURFLFORSRU elaboradas pelo russo Kotov, na segunda década do século XX
DQR3HULRGL]DomR0~OWLSOD±PDLVGHPDFURFLFORVSRUDQR  1DGpFDGDGHRSURIHVVRU/HY0DWYpLHYDWXDOL-
zou e aprofundou os conhecimentos desenvolvidos anteriormente e,
com base nos sistemas de preparação dos atletas soviéticos, estrutu-
rou os fundamentos teóricos de um sistema de treino que se tornou
PLANEJAMENTO E PERIODIZAÇÃO DE hegemônico em quase todo o mundo, passando a ser adotado como
TREINAMENTO PARA MODALIDADES referencial básico para os processos de preparação esportiva.
INDIVIDUAIS E COLETIVAS. -i VHJXQGR )/(&.  .5$(0(5   RV HVWXGRV VREUH
periodização do treinamento desportivo foram, inicialmente,
desenvolvidos entre os levantadores de peso da Europa Oriental
como uma maneira de mudar as sessões de treinamento desses atletas
ao longo do tempo visando permitir-lhes uma melhor recuperação e,
O treinamento desportivo é uma atividade bastante antiga, que com isso, maiores ganhos em força e potência.
vem evoluindo em uma progressão geométrica através dos tempos. Os técnicos e cientistas esportivos europeus orientais notaram
+iPLOKDUHVGHDQRVQR(JLWRHQD*UpFLDMipSRVVtYHOFRQVWDWDUR que o volume e a intensidade de treinamento de atletas bem-suce-
uso de alguns princípios do treinamento para preparar atletas para didos seguiam um certo padrão durante o ano de treinamento: no
RV-RJRV2OtPSLFRVHSDUDDJXHUUD6HPG~YLGDpQD$QWLJLGDGH início do ano, o volume era alto e a intensidade baixa; conforme o
grega que se encontra o ponto de partida para o desenvolvimento ano progredia, o volume diminuía e a intensidade aumentava; antes
GHVVDiUHDIDWRTXHVHGHYHDRJUDQGHQ~PHURGHMRJRVOiSUDWLFD- de uma competição, o volume estava no seu ponto mais baixo e a in-
dos, principalmente os Jogos Olímpicos, que serviram, inclusive, de tensidade, no ponto mais alto. Em virtude da necessidade de recupe-
LQVSLUDomRDREDUmR3LqUUHGH&RXEHUWLQSDUDDFULDomRGDV2OLPStD- ração para uma competição, a intensidade também era ligeiramente
das modernas. diminuída imediatamente antes dela.

Didatismo e Conhecimento 155


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
O conceito fundamental que promove a periodização baseia-se Na maioria das modalidades e para atletas de categorias diver-
na síndrome de adaptação geral de Selye, a qual propõe que a adap- sas, os limites racionais dos períodos do treino podem ser escolhidos
tação do corpo passa por três fases quando o organismo é defrontado HQWUHRVYDORUHVSURSRVWRVGHVGHTXHKDMDFRQGLo}HVVX¿FLHQWHVSDUD
com uma exigência, no caso, o estímulo oferecido pelo treinamento variar o planejamento do treino. De maneira geral, o período pre-
físico. A primeira fase é conhecida como choque: quando o corpo paratório mais longo é observado no caso do treino de corredores
enfrenta um novo estímulo de treinamento, a “dor” (desconforto) se de fundos e especialistas do pentatlo ou do decatlo; por sua vez, o
desenvolve e o desempenho realmente diminui. A segunda fase é a período competitivo mais longo é típico das modalidades que envol-
adaptação ao estímulo: o corpo adapta-se ao novo estímulo de trei- vem os jogos coletivos. No período competitivo dos jogos coletivos,
namento e o desempenho aumenta. A terceira fase é caracterizada a forma esportiva de todo o grupo pode ser conservada por mais
pelo cansaço: o corpo já se adaptou ao novo estímulo, não aconte- tempo que a forma individual mediante a sistemática rotação dos
cendo mais adaptações. Nessa fase, é possível que o desempenho jogadores.
não mude ou, no caso de muitos atletas altamente motivados, o de- Ainda dentro da estrutura de preparação do atleta, convém des-
sempenho pode diminuir pelo excesso de treino. tacar os quatro níveis de organização:
3DUD6,/9$  DJUDQGHLPSRUWkQFLDGDSHULRGL]DomRGR - macrociclo;
treinamento desportivo está na possibilidade de controle do proces- - mesociclo;
VRGDIRUPDHVSRUWLYDGRDWOHWD±GH¿QLGDSRU0$79e,(9   - microciclo;
como um estado de ótima (a melhor possível) preparação do atleta - sessão de treinamento.
para a obtenção de determinados resultados esportivos. De modo
geral, a forma esportiva é uma unidade harmoniosa de todos os as- O macrociclo, dentro da periodização do treinamento despor-
pectos (componentes) da capacidade ótima do atleta: físicos, psíqui- tivo, engloba o período preparatório, o período competitivo e o pe-
FRVWpFQLFRVHWiWLFRV$LQGDVHJXQGR0$79e,(9  VRPHQWH ríodo de transição. É a soma de todas as unidades de treinamento
DSUHVHQoDGHWRGRVHVVHVFRPSRQHQWHVSHUPLWHD¿UPDUTXHRDWOHWD necessárias para elevar o nível de treinamento do atleta.
se encontra em boa forma. Seguindo essa concepção, o treinador Já o mesociclo representa o elemento da estrutura de prepara-
procura, pela aplicação de cargas de treino adequadas, conduzir as ção do atleta e inclui uma série de microciclos, que, por sua vez,
representam o elemento de estrutura de preparação do atleta, o qual
várias etapas da forma do atleta, buscando fazer coincidir o período
inclui uma série de sessões de treinamento ou competições orienta-
de resultados elevados com a época das grandes competições.
das para a solução das tarefas de um dado macrociclo.
Nesse sentido, a periodização do treinamento desportivo pro-
3RU ¿P HQFRQWUDVH D VHVVmR GH WUHLQDPHQWR TXH p D PHQRU
cura organizar e orientar o processo de preparação de modo que
unidade na organização do processo de treinamento. Para a sessão
a ocorrência da forma aconteça por ocasião da competição ou das
de treinamento é o elemento integral de partida da estrutura de pre-
competições mais importantes da temporada. Assim, o treino para
paração do atleta e representa um sistema de exercícios que visa à
obedecer ao ciclo da forma deve ser dividido em três períodos: pre-
solução das tarefas de um dado macrociclo da preparação do atleta.
paração, competição e transição, que correspondem às três fases da 'HDFRUGRFRP6,/9$  DWUDGLFLRQDOWHRULDGDSHULRGL-
forma, respectivamente, aquisição, manutenção e perda temporária. zação do treino, direcionada para um quadro competitivo restrito e
O período de preparação, dividido em fase básica e fase concentrado, por vezes, não encontra respaldo na realidade do des-
HVSHFt¿FDFRUUHVSRQGHjIDVHHPTXHRDWOHWDDGTXLUHRVSUHVVXSRVWRV porto moderno, nem responde às exigências do seu quadro competi-
da forma, desenvolvendo, portanto, as condições necessárias a uma tivo em virtude das várias competições importantes que acontecem
boa participação esportiva. O período de competição é aquele em no decorrer de toda a temporada esportiva. Para o autor, o esporte
que o atleta, encontrando-se em forma, está apto para produzir GHDOWRUHQGLPHQWRWHPVHPRGL¿FDGRQRVHQWLGRGHXPDPDLRUSUR-
os melhores resultados. Já o período de transição destina-se a ¿VVLRQDOL]DomRGRVDWOHWDVFRPH[LJrQFLDVGHUHVXOWDGRVPDLVHOHYD-
administrar a queda da forma, como condição necessária à aquisição dos, freqüentes e estáveis para atender às exigências impostas pela
de uma nova forma em condições mais elevadas. OyJLFD GR HVSHWiFXOR H GR OXFUR ¿QDQFHLUR7DLV FDUDFWHUtVWLFDV GR
Em relação, ainda, ao tipo de periodização utilizada, MA- esporte de alto nível têm imposto ao atleta a necessidade de manter-
79e,(9  GHVWDFDRVFLFORVVHPHVWUDLVHDQXDLV3DUDRVHV- -se durante mais tempo em condições para a obtenção de elevados
portes de elevada exigência de resistência, sugere-se a periodização resultados, e a intensa especialização dos processos de treinamento
simples (ciclo anual), que busca apenas um período de resultados tem se confrontado com alguns aspectos das elaborações teóricas
elevados; para os esportes de força e velocidade, os ciclos semestrais existentes, os quais têm sido alvo de críticas e exigências de revisão.
(periodização dupla), ou seja, com mais de um período de resulta- Um dos aspectos que têm sido bastante questionados atualmen-
dos elevados. Existe, além dessas, a periodização tripla, que é usada te, dentro da estrutura de preparação do esporte de alto rendimento,
para atletas jovens em formação e que não têm ainda uma estrutura diz respeito à concepção da forma esportiva como uma fase curta
rígida. de cada temporada esportiva do atleta, que deve ser cuidadosamen-
'HDFRUGRFRPDSURSRVWDFOiVVLFDGH0$79e,(9  GH te conduzida para manifestar-se por ocasião das competições mais
forma aproximada, podem-se indicar os seguintes limites para os importantes. Tal concepção tem sido questionada por treinadores e
ciclos que caracterizam a periodização do treinamento desportivo: estudiosos do assunto, fundamentados na necessidade de se atender
- período preparatório: de três a quatro meses (principalmente às exigências cada vez maiores de prolongamento do período com-
nos ciclos semestrais) e até cinco a sete meses nos ciclos anuais; petitivo.
SHUtRGRFRPSHWLWLYRGHDGRLVPHVHVSRGHQGRVHHVWHQGHU As divergências sobre a forma esportiva têm apresentado duas
até quatro ou cinco meses; tendências: uma que admite a possibilidade da manutenção da forma
- período de transição: de três a quatro semanas até seis sema- por muito tempo – tendência que se confronta com a concepção de
nas. Matvéiev – e outra que, reconhecendo a validade dos princípios teó-

Didatismo e Conhecimento 156


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
ricos e a realidade do desporto atual, recomenda um ordenamento do HPpGLDGHDRORQJRGRDQR HQDLQWHQVLGDGH RVFLODo}HVPHQVDLV
calendário e uma atitude seletiva do atleta frente a esse calendário, HQWUHDFRPPpGLDGH GDVFDUJDVDRORQJRGHWRGDD
de forma que a participação em competições fora do período com- WHPSRUDGDDVFDUJDVGHQDWXUH]DHVSHFt¿FDDVVXPHPXPFDUiWHUSUH-
petitivo seja considerada como componente do processo de treino e dominante; o ciclo anual das cargas de treino é organizado na forma
obedeça a uma ordem crescente de exigências. de pequenas ondas uma vez que o treinamento não deve ser projetado
No conjunto das propostas e experiências para a reformulação para determinar uma transferência a longo prazo dos efeitos da carga.
ou aperfeiçoamento dos fundamentos e orientações para a estrutura- Com relação à proposta deste modelo em que as cargas de natu-
omRGRWUHLQDPHQWRGHDOWRQtYHOpSRVVtYHODLGHQWL¿FDomRGHFDUDF- UH]DHVSHFt¿FDDVVXPHPXPFDUiWHUSUHGRPLQDQWHDRORQJRGDWHPSR-
terísticas comuns, das quais se destacam: UDGDpFRQVLGHUDGRSRU76&+,(1(  XPSURJUHVVRQDWHRULDGR
- redução do tempo dedicado aos trabalhos de natureza geral em WUHLQDPHQWRGHVSRUWLYR'DPHVPDIRUPD6,/9$  DFUHGLWDTXH
EHQHItFLRGRVWUDEDOKRVGHQDWXUH]DHVSHFt¿FDHFRPSHWLWLYD a proposta de Vorobjev se constitui no primeiro modelo a, efetivamen-
- maior duração do período de predisposição do atleta para a te, estabelecer um certo afastamento dos esquemas da periodização
realização de resultados considerados de nível elevado; clássica de Matvéiev.
- aumento das participações em atividades competitivas;
- busca de máxima otimização dos efeitos positivos das cargas 7UHLQDPHQWRHPEORFR
de treino.
1R¿QDOGDGpFDGDGHHLQtFLRGH9HUFKRVDQVNLMGL-
Na tentativa de adequar a periodização do treinamento despor- vulgou os resultados das suas experiências do treinamento em blocos,
tivo à difícil realidade dos calendários de competição e à crescente que consiste na concentração de cargas unilaterais, formando verda-
especialização por que vêm passando os treinos dos atletas, têm sido GHLURVEORFRVGHWUHLQRHVSHFt¿FRVRVTXDLVVHGHVHQYROYHPSRUDSUR-
elaboradas algumas propostas alternativas das quais é possível des- ximadamente dois meses, levando-se em consideração os seguintes
tacar: a estrutura do treinamento pendular, a estrutura modular por fatores:
saltos, a estrutura de treinamento em blocos, o treinamento estrutu- - desenvolvimento da força como preocupação central das expe-
ral, a estruturação individual do treino e a estrutura de treinamento riências desenvolvidas;
para as modalidades coletivas. RWUDEDOKRGHIRUoDSDUDTXHVHMDH¿FD]GHYHVHUFRQFHQWUDGRR
que pode prejudicar, num primeiro momento, as adaptações no campo
2. Treinamento pendular da técnica e da velocidade, porém tem como objetivo central criar pré-
-requisitos para os programas de treinamento posteriores;
Esta sistemática para estruturação do processo de treino foi pro- - utilização do efeito posterior da carga para assegurar a conti-
SRVWDSRU$URVMHYQDGpFDGDGHHVHFRQVWLWXLQXPDWHQWDWLYDGH nuidade da melhoria da força rápida após um trabalho concentrado
aperfeiçoamento do sistema proposto por Matvéiev, pois se orienta de força, além de criar as condições ideais para o aprimoramento da
pelos princípios da teoria do referido autor. De acordo com, pode-se velocidade e da técnica do exercício competitivo.
concluir que a estrutura pendular de Arosjev representa apenas uma FRQFHQWUDomRGHFDUJDVXQLODWHUDLVFRPRUHFXUVRH¿FD]SDUDHOH-
reforma da periodização do treino de Matvéiev, já que a tradicional YDURDOWRQtYHOGHSUHSDUDomRHVSHFt¿FDFRQVHJXLGRSHORVDWOHWDVDSyV
subdivisão em períodos não é desconsiderada. O treinamento pen- PXLWRVDQRVGHWUHLQDPHQWR 6,/9$ 
dular tem como proposta básica a obtenção de vários momentos da
IRUPDD¿PGHDWHQGHUjVQHFHVVLGDGHVGRFDOHQGiULRGHFRPSHWL- 'HDFRUGRFRP9(5&+26$16.,-  SDUDDHODERUDomR
omRHIXQGDPHQWDVHQDDOWHUQkQFLDVLVWHPiWLFDHQWUHFDUJDVHVSHFt- GRVEORFRVGHWUHLQRGHYHKDYHUXPDGH¿QLomRFODUDGDVQHFHVVLGDGHV
¿FDVHJHUDLV'HXPDPDQHLUDJHUDODVFDUJDVJHUDLVGHFUHVFHPDR GHFDGDHVSRUWHD¿PGHSRVVLELOLWDURPHOKRURUGHQDPHQWRGRVHIHLWRV
longo do período até praticamente desaparecerem por ocasião das GRWUHLQRHVSHFt¿FRXPDYH]TXHDVFDUJDVSUHFHGHQWHVGHYHPDVVH-
competições mais importantes, ao passo que as cargas de natureza gurar condições funcionais para as cargas seguintes.
HVSHFt¿FD FUHVFHP D FDGD FLFOR GH WUHLQR (VVD DOWHUQkQFLD QD QD- O modelo em referência divide-se em dois grandes blocos: de
tureza das cargas em um mesmo ciclo de treino é responsável pela preparação e de competição, um mais volumoso e menos intenso e o
formação do chamado pêndulo. outro mais intenso e menos volumoso, no qual deverão ocorrer os me-
Quanto menores são os pêndulos durante o processo de treina- lhores resultados. Inicialmente, no treinamento por bloco, estabelece-
PHQWRPDLRUHVVHUmRDVFRQGLo}HVGHFRPSHWLUH¿FD]PHQWHWRGDYLD -se a utilização de um bloco de treinamento volumoso e concentrado,
se os pêndulos são maiores, maior será a possibilidade de sustentar a com mais ou menos dois meses de duração, direcionado para a força.
forma desportiva por um tempo maior por parte do atleta. $SURYHLWDQGRRVHIHLWRVSRVWHULRUHVGRWUDEDOKRGHIRUoDLQWHQVL¿FD-
Sinteticamente, nessa forma de organizar o treinamento despor- VHRWUHLQRVREUHDYHORFLGDGHDWpFQLFDRXDUHVLVWrQFLDHVSHFt¿FD
WLYR¿FDHYLGHQWHTXHVHPDQWpPDLPSRUWkQFLDGDVFDUJDVJHUDLVGH durante o qual acontece a primeira etapa competitiva.
treinamento e que existe a relativa separação igual, mas em menor A segunda etapa de preparação inicia-se com um novo bloco de
escala, do que na periodização do treinamento de Matvéiev é a pre- trabalho de força, menos volumoso e mais intenso, seguido de nova
paraçmRJHUDOHDHVSHFt¿FD FRQFHQWUDomRGHWUDEDOKRVREUHDVTXDOLGDGHVHVSHFt¿FDVSUHGRPLQDQ-
tes em cada esporte e outro período dedicado às competições.
7UHLQDPHQWRPRGXODU O sistema de treinamento em blocos pode ser estruturado de for-
PDGLIHUHQFLDGDGHDFRUGRFRPDVH[LJrQFLDVHHVSHFL¿FLGDGHVGDV
(ODERUDGRWDPEpPQDGpFDGDGHSRU9RUREMHYHVWHPR- modalidades esportivas ou as respostas do organismo aos efeitos do
GHOR GH WUHLQR IRL XWLOL]DGR SULQFLSDOPHQWH SHORV KDOWHUR¿OLVWDV H treino. Dentre as principais variantes do modelo referido destacam-
apresenta como características: a aplicação de mudanças bruscas e -se as seguintes: modelo ATR, sistema tetracíclico para nadadores e
IUHTHQWHVQRYROXPH YDULDo}HVGHDHQWUHXPDGRLVPHVes modelos de blocos em progressão.

Didatismo e Conhecimento 157


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
3DUD 76&+,(1(   HP JHUDO R PRGHOR HVWUXWXUDO GH 3DUD76&+,(1(  RWUHLQDPHQWRHVWUXWXUDOQmRVHGLIH-
Verchosanskij pode ser considerado um avanço dentro do pla- rencia completamente da idéia tradicional de periodização proposta
nejamento do treino desportivo e uma diferenciação, de fato, do por Matvéiev.
FRQWH~GRSURSRVWRSHORPRGHORGHSHULRGL]DomRGH0DWYpLHY1R
HQWDQWRGHDFRUGRFRP6,/9$  DHODERUDomRGHEORFRVHV- 7UHLQDPHQWRLQGLYLGXDOL]DGRGH%RQGDUFKXN
SHFt¿FRVGHWUHLQRFDSD]HVGHDWHQGHUjVH[LJrQFLDVGDPRGDOLGDGH
esportiva e, ao mesmo tempo, de se interligarem de forma lógica Campeão olímpico e recordista mundial do lançamento de
e racional demanda um elevado nível de conhecimento da modali- martelo, Bondarchuk, atualmente como treinador de atletismo, tem
dade esportiva considerada e uma especial atenção ao conceito de LQÀXHQFLDGR VLJQL¿FDWLYDPHQWH DV WHRULDV VREUH D SHULRGL]DomR GR
sucessão/interconexão, entendido como a separação dos trabalhos WUHLQDPHQWRGHVSRUWLYR 76&+,(1(6,/9$ 1DHV-
incompatíveis e aproximação dos que se complementam, de forma trutura de treinamento individualizado proposta por Bondarchuk,
DHVWDEHOHFHURQHFHVViULRHQFDGHDPHQWRGHFRQWH~GRVHDLQGLV- destacam-se as seguintes características:
pensável continuidade nas cargas de treino. - absoluta individualização do treino, tanto em termos de com-
3DUD)257(=$'(/$526$  D³(VWUXWXUDomRGH6X- SRVLomRHHVWUXWXUDomRGDVFDUJDVGHWUHLQDPHQWRTXDQWRGDGH¿QL-
cessões Interconexas, fundamenta-se basicamente no caso de que omRGRVSHUtRGRVGHLQFUHPHQWRHUHGXomRGDVFDUJDVD¿PGHDWHQ-
o trabalho de força deve ser concentrado em bloco de treinamento der às características da forma de cada atleta;
SDUDFULDUFRQGLo}HVGHPHOKRULDSRVWHULRUQRVFRQWH~GRVGRWUHL- - ciclo de treino composto por três períodos, que correspondem
namento relacionados ao desenvolvimento técnico e à qualidade às três fases da forma esportiva - desenvolvimento, conservação e
da velocidade do atleta. Essas condições são dadas pelo chamado descanso, ou, então, aquisição, manutenção e perda temporária. Es-
efeito de acumulação retardado do treinamento (EART)”. Ainda ses períodos podem se repetir mais de uma vez no ano e apresen-
GH DFRUGR FRP )257(=$ '( /$ 526$   R FRQFHLWR GD tar combinações diferentes, com uma duração bastante variada, de
Estruturação de Sucessões Interconexas é fundamental para essa acordo com as características individuais dos atletas;
forma de periodização do treinamento desportivo, pois constitui - evolução das exigências do treino e conseqüente melhoria
a estruturação do treinamento em blocos. O efeito do treinamento da capacidade de prestação, em razão da mudança do conjunto dos
H[HUFtFLRVHQmRGDGLQkPLFDGDVFDUJDV
posterior, a longo prazo, indica que os efeitos obtidos depois de
- ao longo da temporada, utiliza-se uma grande quantidade de
sucessivas sessões de aplicação de carga de força em um bloco
H[HUFtFLRVHVSHFt¿FRVFRPLQWHQVLGDGHHOHYDGDHVHPJUDQGHVYD-
concentrado, que pode durar várias semanas, criam as bases con-
riações no volume de treino.
dicionantes para o treinamento das demais capacidades dos atle-
tas e para o aperfeiçoamento da técnica. Para FORTEZA DE LA
Na proposta de Bondarchuk, a fase de manutenção da forma
526$  QDSUiWLFDHVVDHVWUXWXUDGHWUHLQDPHQWRWRPDIRU-
GXUDHPWRUQRGHTXDWURVHPDQDVDR¿QDOGDVTXDLVRFRQWH~GRGR
ma quando se concentram em diferentes blocos os aspectos físicos
WUHLQR GHYH VHU UHQRYDGR HP FHUFD GH $V SRVVLELOLGDGHV GH
e técnico-táticos: em um primeiro bloco, trabalha-se com determi-
variações da estrutura do treino (forma de intercalar os períodos de
nação as capacidades físicas, predominantemente a força; em um desenvolvimento e manutenção com o de repouso) variam de acor-
segundo bloco, as questões técnicas e táticas. do com as respostas adaptativas do atleta; daí a necessidade de se
conhecer profundamente o atleta e suas reações ao treinamento.
7UHLQDPHQWRHVWUXWXUDO
(VWUXWXUDGHWUHLQDPHQWRSDUDDVPRGDOLGDGHVFROHWLYDV
7DPEpPGHVHQYROYLGRQR¿QDOGDGpFDGDGHRHVTXHPD
de treinamento estrutural foi proposto por Peter Tschiene para o 6HJXQGR6,/9$  DWHRULDGH%RPSDVREUHRVQtYHLVGD
treinamento de alto nível, partindo do ponto de vista das expe- forma esportiva são utilizadas como fundamento para a estruturação
ULrQFLDV GD DQWLJD 5HS~EOLFD )HGHUDO DOHPm 76&+,(1(   de modelos de treino para os esportes com calendário de competição
O treinamento estrutural é um esquema de treino voltado, sobre- extenso, notadamente os esportes coletivos.
tudo, aos esportes de elevada exigência no campo da força rápida 1DDERUGDJHPDSUHVHQWDGDSRU%203$  RDXWRUFRQ-
e baseia-se na elevação e manutenção da intensidade e do volume sidera a forma esportiva como um processo no qual se sobrepõem,
da carga durante todo o ciclo de treinamento, com o objetivo de em seqüência, três diferentes estágios de prontidão esportiva: forma
alcançar rendimentos elevados durante quase toda a temporada. geral, alta forma e ótima forma.
76&+,(1(  GHVWDFDDVVHJXLQWHVFDUDFWHUtVWLFDVGRWUHLQD- O primeiro estágio - forma geral - representa um nível bastante
mento estrutural: elevado no plano das capacidades físicas e das habilidades motoras
GLQkPLFDGDVFDUJDVHPIRUPDGHSHTXHQDVRQGDVFRPXPD necessárias à prática de uma determinada modalidade (BOMPA,
GHVWDFDGDHSHUPDQHQWHDOWHUQkQFLDHQWUHYROXPHHLQWHQVLGDGH  &RQVWLWXLVHQXPHVWiJLRGHWUHLQREDVWDQWHHOHYDGRHUHSUH-
SUHGRPLQkQFLDGDLQWHQVLGDGHHPXQLGDGHVGHWUHLQRUHODWL- senta uma pré-condição para aqueles que pretendem a obtenção de
vamente curtas, nas quais se destacam as cargas de competição; resultados de altíssimo nível.
- controle individual das competições como procedimento O nível denominado de alta forma esportiva ou forma atléti-
para o desenvolvimento e manutenção da forma por intermédio do ca está baseado no nível de treinamento anterior (forma geral) e se
LQFUHPHQWRGDLQWHQVLGDGHHVSHFt¿FD mantém mais ou menos estável durante um período de tempo relati-
LQWURGXomRGR³LQWHUYDORSUR¿OiWLFR´DSyVDVFDUJDVHVSHFt- vamente longo (período competitivo), constituindo-se, dessa forma,
¿FDVHDQWHVGDFRPSHWLomRSURSRUFLRQDQGRDRDWOHWDRGHVFDQVR no nível de prontidão esportiva dos atletas das modalidades coleti-
que deve anteceder a sua participação nas competições. vas com período competitivo extenso.

Didatismo e Conhecimento 158


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
2~OWLPRQtYHOGHQRPLQDGRyWLPDIRUPDUHSUHVHQWDDSURQWL- PHQWR³VLJQL¿FDXPSURFHVVRXPHVWiJLRTXHpGH¿QLGRGHPDQHL-
dão do atleta para a obtenção ou superação do seu melhor resultado ras diferentes, dependendo do campo de pesquisa e do objeto de
e deve acontecer a partir do nível da forma anterior, ou seja, da alta LQWHUHVVH%LRORJLVWDVGH¿QHPHVWHSURFHVVRFRPRXPFRQMXQWRGH
forma, podendo ter várias manifestações (duas a quatro) em perío- alterações experimentadas por um organismo vivo, do nascimento
dos curtos (sete a dez dias) da temporada de treino. à morte”. Entende-se que exista um envelhecimento social, onde
Assim, tendo como base nos níveis de forma esportiva propos- a sociedade muitas vezes não se encontra preparada para encarar
to por Bompa, a estruturação do treinamento para os esportes com a velhice. O envelhecimento biológico começa tão precocemente
calendário esportivo extenso apresenta as seguintes características: quanto à puberdade e é caracterizado como um processo contínuo
- redução dos trabalhos de natureza geral, com elevadas con- durante a vida. O envelhecimento é um processo complexo que
centrações no volume das cargas em benefício da especialização do envolve variável como genética, estilo de vida e doenças crônicas
treino; TXH LQWHUDJHP HQWUH VL H LQÀXHQFLDP VLJQL¿FDWLYDPHQWH R PRGR
GH¿QLomRGHPRGHORVHVWUXWXUDLVGHWUHLQRHPIXQomRGDVFD- como alcançamos determinada idade. O termo idade cronológica
racterísticas e das exigências competitivas de cada modalidade; a SRGHDSUHVHQWDUFRQWH[WRVGLYHUVL¿FDGRV
GLQkPLFDGDVFDUJDVDVVXPHFDUDFWHUtVWLFDVPXLWRSDUWLFXODUHV±QR $ LQIkQFLD DGROHVFrQFLD H MXYHQWXGH FRPHoDP FRP R QDV-
período preparatório, as cargas de treino sofrem aumentos diferen- FLPHQWRHWHUPLQDPSRUROWDGRVDQRVGHLGDGH±HVVDPDUFD
ciados no volume e na intensidade de acordo com a modalidade con- VHULDR¿PGDSULPHLUDLGDGH'RVDRVDQRVVHGHVHQYROYHD
siderada; a partir do momento em que se atinge a fase competitiva, maturidade, sendo denominada de segunda idade. Os autores apre-
as cargas tendem a uma estabilização relativa, em termos de grandes VHQWDUDPRSHUtRGRGRVDRVDQRVFRPRRRXWRQRGDYLGD±D
ondas, para sofrerem alterações freqüentes de volume e intensidade WHUFHLUD LGDGH ( SRU ¿P DSyV RV  DQRV D FKDPDGD LGDGH GD
em um nível das microestruturas de treino; YHOKLFH RX TXDUWD LGDGH$ LPSRUWkQFLD GH VH GLIHUHQFLDU ORQJH-
- o procedimento cíclico centrado nas microestruturas de treino, vidade e envelhecimento populacional. A primeira refere-se aos
em razão da incompatibilidade entre grandes ondas de treino e da anos que um indivíduo ou seu grupo vivem, a segunda refere-se a
freqüência das competições consideradas importantes. XPDPXGDQoDQDHVWUXWXUDGHPRJUi¿FDGDSRSXODomRTXHGHSHQ-
GHPGHIDWRUHVELROyJLFRVHFRQ{PLFRVFLHQWt¿FRVHFXOWXUDLV2
3DUD6,/9$  ³DPDLRULDGDVSURSRVWDVGHSHULRGL]DomR
envelhecimento populacional é uma mudança na estrutura etária
do treinamento desportivo foram elaboradas e experimentadas em
GDSRSXODomRSURGX]LQGRXPDXPHQWRQRQ~PHURGHSHVVRDVGH
VLWXDo}HVHUHDOLGDGHVGLVWLQWDVHWRGDVHODVQDVHVSHFL¿FLGDGHVHP
uma determinada faixa etária considerada como velhice. Os auto-
que foram aplicadas, apresentaram resultados positivos e em alguns
UHVGHPRQVWUDUDPTXHDWpR%UDVLOHUDXPSDtVMRYHPFRP
casos até superiores à periodização tradicional. No entanto, ainda
 GD SRSXODomR GHQWUR GD IDL[D HWiULD GH  D  DQRV H 
FDUHFHPGHPDLRUGLYHUVL¿FDomRHPWHUPRVH[SHULPHQWDLVSDUDTXH
DFLPDGRVDQRV'HDHVVHQ~PHURSDVVRXGH
lhes seja garantida a necessária consistência e o indispensável res-
SDUDGDSRSXODomR2HVWXGRFRQFOXLXTXHRHQYHOKHFLPHQWR
paldo prático para aplicações mais genéricas”.
da população não seria afetado somente pela diminuição da fecun-
Parece claro que a utilização de uma ou de outra estrutura de
periodização do treinamento desportivo depende, basicamente, do didade da população, mas pelo aumento da sua longevidade. Ka-
esporte cujo treinamento se pretende planejar e, consequentemente, ODFKH  DSUHVHQWRXGDGRVLPSRUWDQWHVFRPRDH[SHFWDWLYDGH
alcançar a forma esportiva, isto é, se o esporte é coletivo ou indi- YLGDSDVVDQGRGHDQRVHPSDUDDQRVHPFRP
vidual; se predominam características de força ou resistência, ou, SUHYLVmRSDUDDOFDQoDUDQRVHP3DUDRDXWRURHQYHOKH-
então, uma forma combinada de ambas as capacidades, além da FLPHQWRSRSXODFLRQDORFRUUHXGHPDQHLUDDUWL¿FLDOMiTXHGHVGH
preocupação com o tempo disponível para a preparação do atleta, DGpFDGDGHH[LVWHPPHOKRUHVFRQGLo}HVGHYLGDLPXQL]DomR
assim como a duração do período competitivo a que o atleta será GHYiULDVGRHQoDVRXWUDWDPHQWRHVSHFt¿FRSDUDRXWUDV'HVVDPD-
submetido (calendário de competição). Seja qual for a estrutura neira, sugere-se que a população idosa deve ser observada com
de treinamento escolhida, essa deverá ter como objetivo provocar maior atenção, proporcionando um sistema médico mais efetivo e
adaptações no organismo do atleta para que obtenha a forma es- atuações voltadas à prevenção como o estímulo à prática de exer-
portiva exatamente no momento ou momentos mais importantes do cícios físicos. Alguns estudos demonstraram que a capacidade de
calendário competitivo. WUDEDOKRGRVHUKXPDQRVRIUHXPGHFOtQLRHQWUHDVLGDGHVGHD
DQRV2EVHUYDVHXPDGLPLQXLomRGHQRGpELWRFDUGtDFR
QDIUHTrQFLDPi[LPDQDWD[DPHWDEyOLFDEDVDO
QDPDVVDPXVFXODUQRFRQVXPRPi[LPRGHR[LJrQLR
ASPECTOS INTERVENIENTES NA QDYHORFLGDGHGHFRQGXomRQHUYRVDHQDFDSDFLGDGHGHIRU-
PERFORMANCE. ça com preensão manual O consumo máximo de oxigênio, que é
considerado um índice da função cardiovascular máxima decresce
GHDDSyVRVDQRV2VDXWRUHVGHPRQVWUDUDPTXHDPDV-
VDPXVFXODUGHFUHVFHXDSUR[LPDGDPHQWHHQWUHDVLGDGHVGH
Envelhecimento e Exercício Físico De acordo com Papaléo DDQRVHDDWUR¿DPXVFXODUIRLPHOKRUYLVXDOL]DGDHQWUHDV
1HWWRH3RQWH  ROLPLWHELROyJLFRGHEH[LVWrQFLDpGHDQRV mulheres. Dessa maneira, pessoas são levadas a imaginar que o
aparentemente em populações que conseguem manter o ambiente envelhecimento está associado à fragilidade e dependência, além
sob controle. Nos países em desenvolvimento, como no Brasil, o GDSHUGDGDYLWDOLGDGH2VSUR¿VVLRQDLVGDVD~GHVHHVTXHFHPGD
DXPHQWRQRQ~PHURGHLGRVRVWURX[HXPDTXDQWLGDGHFRQVLGHUiYHO LPSRUWkQFLDGRVSURJUDPDVGHPDQXWHQomRGDDSWLGmRItVLFDSULQ-
de problemas e de preocupações com o envelhecimento. Envelheci- cipalmente na fase da maturidade ou idade adulta.

Didatismo e Conhecimento 159


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
$SWLGmR)tVLFD([HUFtFLR)tVLFRH%HQHItFLRVSDUDD6D~- GRSDUDDVD~GHItVLFRHFRPSRVLomRFRUSRUDOGHFDGDSHVVRD&RP
de. A aptidão física pode ser conceituada como a capacidade geral o envelhecimento a mulher perde cerca de 2 kg de massa magra por
do indivíduo e seu rendimento e disposição para um determinado GpFDGDRFRUUHQGRXPDXPHQWRGDJRUGXUDFRUSRUDOGHD
trabalho. no mesmo período. A diminuição de massa magra que acomete as
$DSWLGmRItVLFDHVWiGHVWDPDQHLUDLQWLPDPHQWHOLJDGDDVD~- PXOKHUHVDSyVRVDQRVVHGiSHODGLPLQXLomRGDPDVVDPXVFXODU
de e seus componentes, como: resistência cardiorrespiratória; a for- e pela perda mineral do osso, resultado parcialmente adquirido pela
oDHUHVLVWrQFLDPXVFXODUDÀH[LELOLGDGHHDFRPSRVLomRFRUSRUDO LQDWLYLGDGHItVLFD2FRQWH~GRGHJRUGXUDFRUSRUDOGHSHVVRDV¿VL-
Podemos-se observar, ainda, as capacidades condicionantes e coor- camente ativas é menor do que o de pessoas inativas com a mesma
denativas, como velocidade e força explosiva e agilidade, equilíbrio IDL[DHWiULD$QXWULomRpXPLPSRUWDQWHDVSHFWRQDVPXGDQoDV¿VLR-
H ULWPR UHVSHFWLYDPHQWH $ DSWLGmR ItVLFD LQFOXL DLQGD UHÀH[RV OyJLFDVUHODFLRQDGDVjLGDGH2VDXWRUHVLQYHVWLJDUDPGRPL-
WHPSR GH UHDomR H H¿FLrQFLD PHWDEyOLFD 3RGH VHU FRPSUHHQGLGD FtOLRVHPWRGRRSDtVWRWDOL]DQGRSHVVRDVGHPXQLFtSLRV
como a capacidade do indivíduo manter seus cuidados pessoais e A pesquisa analisou dados antropométricos como: massa corporal,
realizar suas atividades do dia-a-dia. Os problemas relacionados à HVWDWXUDHtQGLFHGHPDVVDFRUSRUDODOpPGHYDULiYHLVGHPRJUi¿FDV
inatividade física observados por englobam doenças coronarianas, e sociais como região do domicílio, gênero, idade, renda domiciliar,
obesidade, dor nas costas, cansaço crônico, ansiedade e depressão. escolaridade e condições de moradia. Nos resultados expandidos na
É exatamente neste ponto que a atividade física torna-se importan- pSRFDGDSHVTXLVDDSRSXODomRLGRVDGR%UDVLOFRUUHVSRQGHD
te não apenas para minimizar a degeneração do corpo provocada GDSRSXODomRWRWDOWHQGRSUHGRPLQkQFLDGRVH[RIHPLQLQRHPWRGDV
pelo envelhecimento, mas também para controlar doenças causadas as faixas etárias. Os valores de índice de massa corporal eviden-
pelo sedentarismo ou atenuar seus efeitos. Essa preocupação deve ciaram que nos homens ocorre uma prevalência de magreza geral
LQVWDODUVHGHVGHDLQIkQFLD8PDFULDQoDDWLYD  HQTXDQWRTXHSDUDRVH[RIHPLQLQRHVWmRFRPVREUH-
hoje será um adulto ativo amanhã, e provavelmente um idoso peso e obesas. A pesquisa apontou que o grau de sobrepeso é maior
expedito. Para as crianças os exercícios devem ser diários e prazero- na área urbana em todas as regiões do país, correlacionada a uma
sos. O hábito da atividade física perdura por toda a vida, tornando-a maior renda domiciliar, sendo esse quadro muito mais visível nas re-
mais saudável e alegre. Os efeitos do exercício físico regular são giões sul e sudeste. A obesidade tornou-se uma doença preocupante
LQ~PHURVHRDXPHQWRGRWUDEDOKRItVLFRSURSRUFLRQDXPDGLPLQXL- SDUD RV yUJmRV UHVSRQViYHLV SHOD VD~GH S~EOLFD$XWRUHV DSUHVHQ-
ção no risco de doenças degenerativas. WDUDPGDGRVTXHDSRQWDPXPFUHVFLPHQWRGHSDUDDVSHVVRDV
Observa-se que existem controvérsias a respeito de qual tipo de FRPH[FHVVRGHSHVRHPXPSHUtRGRGHDQRVQDUHJLmRVXOGR
atividade, intensidade e duração do exercício a ser prescrito para a %UDVLO$SHVTXLVDFRQ¿UPRXTXHDREHVLGDGHDIHWRXSULQFLSDOPHQWH
PDQXWHQomRGDVD~GH$XWRUHVDSUHVHQWDPHVWXGRVTXHLQGLFDPTXH a população de maior poder aquisitivo. Analisando a incidência da
VRPHQWHXPWUDEDOKRFRPLQWHQVLGDGHPRGHUDGDDLQWHQVD D REHVLGDGHHPDGXOWRVHQWUHYLVWDUDPSHVVRDVFRPLGDGHHQWUH
GDIUHTrQFLDFDUGtDFDPi[LPD FRPGXUDomRGHPLQSRGHULD HDQRVHUHODWDUDPTXHDSHQDVSUDWLFDPH[HUFtFLRItVLFR
apresentar estímulos efetivos para melhorar a resposta cardíaca. GXUDQWHRDQR2VUHVXOWDGRVPRVWUDUDPDLQGDXPTXDGURGH
Para os autores, o exercício intenso melhora o mecanismo cardíaco, GHSHVVRDVREHVDVHGHSHVVRDVFRPVREUHSHVRVHQGRRVGDGRV
a função metabólica e está associado ao aumento da longevidade. VLJQL¿FDWLYDPHQWHPDLRUHVQDVPXOKHUHV  QDIDL[DHWiULDFRP
PDLVGHDQRV  $XPHQWRFRQVLGHUiYHOQDSRUFHQWDJHPGH
&RPSRVLomR&RUSRUDO0XGDQoDVQDVGLPHQV}HVFRUSRUDLV gordura em mulheres também foi observado por autores que ava-
ocorrem com o avançar da idade. OLDUDPLQGLYtGXRVGHDPERVRVVH[RVFRPLGDGHHQWUHH
Fatores como a hereditariedade, a dieta, a diminuição do gasto anos. O estudo foi limitado à análise das variáveis antropométricas
calórico, a falta de atividade física diária como o trabalho doméstico como peso, estatura, percentual de gordura, massa corporal magra
e higiene pessoal, aspectos psico-sociais e doenças estão diretamente e gorda. Observaram valores superiores para os homens no que se
relacionados às mudanças da composição corporal. A diminuição da refere a peso corporal, massa magra e massa corporal gorda, en-
estatura está associada à compressão vertebral e o estreitamento dos quanto o sexo feminino apresentou um maior percentual de gordura
discos intervertebrais e em alguns casos a cifose. O peso corporal quando comparada ao sexo masculino em todas as faixas etárias.
VRIUHXPDXPHQWRDSDUWLUGRVDQRVHVWDELOL]DVHDSDUWLUGRVH $XWRUHVDYDOLDUDPPXOKHUHVGHDDQRVGHLGDGHSUDWLFDQ-
RFRUUHXPDJUDGXDOSHUGDGHPDVVDPDJUDDSDUWLUGRVDQRV(P tes de exercício físico supervisionado, com freqüência de 2 vezes
conseqüência observa-se uma mudança no índice de massa corporal, SRUVHPDQDHGXUDomRGHPLQXWRV$VYROXQWiULDVIRUDPDYDOLDGDV
RQGH RV KRPHQV DWLQJHP VHX Pi[LPR DRV  DQRV H DV PXOKHUHV HPWUrVPRPHQWRVGXUDQWHDQRHREVHUYDUDPDVYDULiYHLVSHVR
HQWUHRVHDQRV$OpPGLVVRREVHUYDPVHDOWHUDo}HVQDFRP- altura, relação cintura/quadril e circunferência de braço e perna. Os
posição corporal quanto à massa livre de gordura, que pode ter uma JUXSRVIRUDPGLYLGLGRVSRULGDGHDQRVDQRVH
diminuição em função das doenças hipocinéticas (associadas ao se- DQRV&RPEDVHQRVUHVXOWDGRVDSUHVHQWDGRVFRQFOXtUDPTXHRSHU¿O
dentarismo) e da baixa atividade diária e distribuição e aumento da antropométrico se manteve estável durante o ano, o que sugere que
JRUGXUDFRUSRUDODSUHVHQWDQGRXPDXPHQWRVLJQL¿FDWLYRGDJRUGX- um programa de exercício supervisionado foi o responsável por não
ra abdominal e diminuição da densidade óssea, onde a perda começa RFRUUHUHPGLIHUHQoDVVLJQL¿FDWLYDVHQWUHDVYDULiYHLVLQGHSHQGHQWH
SRU YROWD GRV  DQRV H QDV PXOKHUHV RFRUUH XPD GLPLQXLomR da idade. Estudos apresentados até o momento indicam que a inati-
GHDFDGDDQRGRVDRVDQRV$PXOKHUDGXOWDDSUHVHQWD YLGDGHItVLFDSRGHSUHMXGLFDUDVD~GHID]HQGRFRPTXHDFRPSRVL-
PHQRUSHVR HPPpGLDDNJPHQRV DOWXUD HPPpGLDFP ção corporal apresente uma evolução no quadro de perda muscular e
PDLVEDL[D HPDVVDPDJUD HPPpGLDDNJPHQRV TXHXP aumento da quantidade de gordura. Discutindo esta questão e procu-
homem adulto, porém possui maior taxa de gordura corporal (com raram relacionar o efeito da idade, peso, altura, IMC e adiposidade
PpGLDGHD 2QtYHOLGHDOGHJRUGXUDGHYHVHULQGLYLGXDOL]D- FRUSRUDOFRPDFDSDFLGDGHIXQFLRQDOGHPXOKHUHVDFLPDGHDQRV

Didatismo e Conhecimento 160


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
SDUDUHDOL]DUDVDWLYLGDGHVGDYLGDGLiULD2HVWXGRFRQWRXFRP PXOKHUHV FRP LGDGH PpGLD GH  DQRV DSUHVHQWDUDP FDSDFLGDGH
PXOKHUHVFRPLGDGHPpGLDGHDQRVSHVRPpGLRGHNJDO- de esforço de sedentários, inclinando para o alto risco de doenças
WXUDPpGLDGHFPH,0&PpGLRGHNJP2VUHVXOWDGRV FDUGLRYDVFXODUHV3LWDQJD  FRUUHODFLRQRXRQtYHOGHDWLYLGDGH
apresentam evidências de que ocorre um efeito negativo da gordura física com as lipoproteínas plasmáticas (HDL-C; LDL-C; VLDL-C)
corporal e da idade sobre a capacidade de realizar as tarefas da vida em adultos de ambos os sexos, procurou observar como a gordura
diária. De acordo com os dados, a gordura corporal é responsável FRUSRUDO H R FRQVXPR Pi[LPR GH R[LJrQLR SRGHP LQÀXHQFLDU RV
SRUGDVOLPLWDo}HVHGLPLQXLomRGDSHUIRUPDQFH UHVXOWDGRV2VYROXQWiULRVIRUDPPXOKHUHVFRPLGDGHHQWUH
Em todos os aspectos os autores citados concordam que o trei- DQRVHKRPHQVFRPLGDGHHQWUHDQRV2VUHVXOWDGRV
namento físico pode auxiliar e retardar as alterações ocorridas pelo DSUHVHQWDGRVGHPRQVWUDUDPXPDIRUWHLQÀXrQFLDGDDWLYLGDGHItVLFD
envelhecimento na composição corporal. VREUHR+'/&2WUDEDOKRFRQ¿UPDDLPSRUWkQFLDGHLQFHQWLYDUD
população a aumentar a quantidade dos movimentos corporais tan-
 5HVLVWrQFLD &DUGLRUUHVSLUDWyULD 0XLWDV DOWHUDo}HV FDUGLR- to no trabalho quanto no lazer, assim como a preocupação com a
vasculares ocorrem com o envelhecimento. redução da gordura corporal e aumento da capacidade aeróbica. A
A diminuição da capacidade cardiorrespiratória está associada mudança cultural com relação à alimentação e exercícios físicos,
a diversos fatores como a diminuição da função cardiovascular; a UHVXOWDUiHPPHQRUHVQ~PHURVGHGRHQoDVFRURQDULDQDV
diminuição do débito cardíaco; a diminuição da função ventilatória
e pulmonar e ao aumento do trabalho respiratório devido à diminui- 5HVLVWrQFLDH)RUoD0XVFXODU2HQYHOKHFLPHQWRpDSRQWDGR
ção da força e resistência da musculatura respiratória. A capacidade como uma diminuição de todo desempenho motor demonstrando
Pi[LPDGHXWLOL]DomRGHR[LJrQLRGHFOLQDFHUFDGHHPKRPHQV que a fraqueza muscular pode ser considerada como um fator limi-
sedentários, porém se o indivíduo pratica exercícios físicos esse tante na independência das atividades da vida diária. As quedas e
GHFOtQLR GLPLQXL SDUD  2 WUHLQDPHQWR DHUyELFR SRGH GLPLQXLU DFLGHQWHVQRODUUHSUHVHQWDPGDVPRUWHVDSyVRVDQRV$SHU-
a freqüência cardíaca em repouso, aumentar o volume de ejeção e da da resistência e força muscular relacionadas à idade são resultan-
elevar o consumo máximo de oxigênio. Além disso, quando se pra- tes da perda de massa muscular e diminuição da atividade física cor-
WLFDUHJXODUPHQWHH[HUFtFLRVItVLFRVRFRUUHXPDXPHQWRVLJQL¿FDWLYR relacionado com o aumento do percentual de gordura corporal. Al-
da duração dos exercícios submáximos sem a presença de fadiga
JXQVHVWXGRVDSRQWDUDPDGLPLQXLomRQRQ~PHURHQRWDPDQKRGDV
RXRXWURHIHLWRQHJDWLYR292Pi[GHFOLQDSRUDQRGHLGDGH
¿EUDVPXVFXODUHVGXUDQWHRHQYHOKHFLPHQWRPRVWUDQGRXPDSHUGD
DSDUWLUGRVDQRVSRUpPHPLQGLYtGXRVTXHSUDWLFDPH[HUFtFLR
GHGDV¿EUDVPXVFXODUHVSRUGpFDGDDSyVRVDQRV(QWUHWDQ-
ItVLFRUHJXODUPHQWHHVVDGLPLQXLomRSRGHVHUUHGX]LGDSDUDRX
to, observa-se que não existem diferenças entre os sexos em relação
SRUGpFDGDDWpRVDQRV292Pi[DLQGDpYLVWRFRPRRPHOKRU
jIRUoDHDSRWrQFLDPXVFXODUTXDQGRFDGDXPGHVVHVSDUkPHWURVp
tQGLFHSDUDYHUL¿FDomRGDFDSDFLGDGHUHVSLUDWyULDGHXPLQGLYtGXR
expresso em função da massa corporal magra. Para o pico de força é
e representa a capacidade de liberação e utilização do oxigênio. O
DOFDQoDGRDRVDQRVHHVWDELOL]DVHDRVDQRVSRUpPH[LVWHXPD
92Pi[ GH XPD PXOKHU DGXOWD p FHUFD GH  D  GRKRPHP
SHUGDJUDGDWLYDGDPDVVDPXVFXODUHGDIRUoDHQWUHRVHDQRV
Pesquisadores compararam mulheres e homens durante um mes-
mo exercício com a mesma intensidade baseada na porcentagem A massa muscular é prioridade quando se atinge a terceira idade, que
de VO2máx. Os resultados apresentaram um maior catabolismo de VHULDDSDUWLUGRVDQRV$WLYLGDGHVLPSOHVFRPRVHOHYDQWDUGDFD-
gordura, com menor dependência de glicogênio muscular, utilizan- deira e carregar compras do supermercado tornam-se difíceis com o
GR WULJOLFHUtGHRV FRP PDLRU H¿FLrQFLD QR VH[R IHPLQLQR TXDQGR passar dos anos. O aumento da força muscular apresenta uma estrei-
comparado ao sexo masculino. Como já descrito acima, mulheres ta relação com a capacidade de independência do indivíduo nas ati-
adultas que não praticam exercício físico apresentam um consumo vidades da vida diária durante o processo de envelhecimento. Com
Pi[LPRGHR[LJrQLRFRPYDORUHVPHQRUHVHPDWpGDFDSDFLGD- HVVDSUHRFXSDomRR$&60FRQ¿UPRXTXHRWUHLQDPHQWRPXVFXODU
GHGHKRPHQVTXHQmRWUHLQDPPDVFRPXPWUHLQDPHQWRHVSHFt¿FR visando melhoria da força é a principal variável para atingir padrões
HVVDGLIHUHQoDSRGHFKHJDUHQWUHDGDFDSDFLGDGHGHKRPHQV yWLPRVGHDSWLGmRItVLFDUHODFLRQDGDjVD~GHGHYHQGRVHUHVWLPXODGD
WUHLQDGRV 3DUD HODV D FDSDFLGDGH FDUGLRUUHVSLUDWyULD GHFOLQD  HPWRGDVDVIDL[DVHWiULDVYHUL¿FDUDPXPDXPHQWRGRQ~PHURGH
SRUGpFDGDDSDUWLUGRVDQRVVHQGRTXHHVWmRUHODFLRQDGRV adultos e idosos nas salas de musculação e procuraram relacionar
ao aumento da gordura corporal e menores níveis de atividade física. os testes de carga máxima com a tabela de percepção subjetiva de
Entretanto, sabe-se que as mulheres apresentam um coração com esforço de Borg, na tentativa de facilitar o praticante a encontrar sua
menores dimensões, menor volume sangüíneo, com débito cardíaco FDUJDGHWUHLQRDGHTXDGD2VSHVTXLVDGRUHVDQDOLVDUDPPXOKHUHV
e consumo de oxigênio menor que os homens. Porém, sua freqüên- FRPLGDGHHQWUHHDQRVGXUDQWHDQRHPHLRFRPXPWUHLQD-
cia cardíaca é ligeiramente mais elevada durante o exercício ou em PHQWRUHVLVWLGRGHDH[HUFtFLRVGHPXVFXODomR&RPXPDIUHT-
HVWDGRGHUHSRXVR$XWRUHVDQDOLVDUDPYROXQWiULRVHFRQ¿UPDUDP rQFLDVHPDQDOGHYH]HVRVH[HUFtFLRVIRUDPUHDOL]DGRVHPVpULHV
DLPSRUWkQFLDGRH[HUFtFLRDHUyELFRQRDYDQoDUGDLGDGH2VDXWRUHV GHUHSHWLo}HVXWLOL]DQGRVHXPDFDUJDGHDGRWHVWHGH
examinaram a variabilidade da freqüência cardíaca durante os testes repetição máxima (RM). Juntamente com o teste foi apresentada a
físicos da AAHPERD, assim como a função física. Concluíram que escala de percepção de esforço de Borg. Os autores concluíram que
a função autonômica do coração está diretamente correlacionada à DPERV±7HVWHGH50H7DEHODGH3HUFHSomRGH(VIRUoR±IRUDP
idade e na capacidade física das pessoas. No Brasil, dados apresenta- ferramentas interessantes, de baixo custo e de fácil entendimento
GRVUHODWDUDPDVGRHQoDVFRURQDULDQDVFRPRUHVSRQViYHLVSRU para atingir as intensidades adequadas de treinamento. Para avaliar
das causas de óbito na cidade de São Paulo. Os motivos enumerados a força muscular de mulheres idosas utilizaram o treinamento re-
são: tabagismo, obesidade, diabetes melittus, hipertensão e inativi- VLVWLGRFRPFDUJDVSURJUHVVLYDVYLVDQGRDKLSHUWUR¿DHDXPHQWRGD
GDGHItVLFD'RVYROXQWiULRVDYDOLDGRVGRVKRPHQVHGDV IRUoD2HVWXGRDQDOLVRXPXOKHUHVFRPLGDGHHQWUHHDQRV

Didatismo e Conhecimento 161


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
WRGDVUHDOL]DUDPXPSURJUDPDGHWUHLQDPHQWRGXUDQWHVHPDQDV $ÀH[LELOLGDGH
com um total GHVHVV}HV)RUDPH[HFXWDGRVH[HUFtFLRVFRP $ÀH[LELOLGDGHpGH¿QLGDFRPRRJUDXGHH[WHQVmRGDDPSOLWX-
VpULHVGHDUHSHWLo}HVFRPFDUJDVSURJUHVVLYDV&DGDH[HUFtFLR de do movimento articular ou como amplitude máxima de uma ou
era seguido por um intervalo de descanso de 2 minutos. Após ava- PDLVDUWLFXODo}HVeVHPG~YLGDXPDFDUDFWHUtVWLFDPRUIRIXQFLRQDO
liação da força de preensão manual e da força isotônica, os autores das articulações e discos vertebrais, podendo ser trabalhada de ma-
concluíram que as voluntárias obtiveram um aumento considerável neira estática ou ativa. OQtYHOPi[LPRGHÀH[LELOLGDGHPXVFXODU é
GDFDUJDQRVH[HUFtFLRVFRPUHVXOWDGRVTXHYDULDUDPGHD DWLQJLGRHQWUHRVHDQRVGHLGDGH3RUpPTXDQGRVHPDQWpP
DPDLVFRPUHODomRDFDUJDLQLFLDO2VDXWRUHVFRQFOXtUDPTXH um treinamento adequado, o indivíduo pode conseguir aumentos em
o treinamento resistido com cargas progressivas seria uma estraté- qualquer idade. $ÀH[LELOLGDGHSRVVXLXPQtYHOyWLPRSDUDFDGDSHV-
JLDH¿FLHQWHHVHJXUDSDUDRWUDEDOKRPXVFXODUDWLQJLQGRRREMHWLYR soa, sendo relação direta da prática de exercícios sobre o organismo,
SURSRVWRHUHIRUoDQGRDLPSRUWkQFLDGRWUDEDOKRFRPSHVRV2WUHL- e caracterizada como uma capacidade treinável, portanto, é neces-
namento resistido pode compensar a redução da massa magra e da sária sua inclusão nos programas de treinamento, melhorando assim
força muscular quando associadas ao envelhecimento. A diminuição as atividades diárias dos praticantes e suas exigências biológicas. A
GDIRUoDpPXLWRPDLVVLJQL¿FDWLYDHQWUHRVHDQRVGHLGDGH ÀH[LELOLGDGHWRUQRXVHXPDGDVSULQFLSLDVYDULiYHLVGDDSWLGmRItVLFD
FRPXPDUHGXomRDSUR[LPDGDGH$VPRGL¿FDo}HVGDFRPSR- e quando inserida nos programas de exercício físico pode represen-
sição corporal que podem ocorrer em adultos jovens que realizam WDUXPDPHOKRULDGDVD~GH$VVLPFRPRRVGHPDLVFRPSRQHQWHVGD
treinamento com pesos. Os voluntários foram divididos em 2 grupos DSWLGmRItVLFDDÀH[LELOLGDGHGRTXDGULOGHFOLQDGHDHQWUH
– treinados e controle. O programa de treinamento foi realizado por DVLGDGHVGHDDQRV$LQDWLYLGDGHItVLFDWHPVLGRDSUHVHQWDGD
VHPDQDVHFRQVWLWXtGRSRUH[HUFtFLRVUHDOL]DGRVHPVpULHV como a maior responsável pela diminuição da amplitude articular. A
GHHUHSHWLo}HVFRPFDUJDFUHVFHQWH2VUHVXOWDGRVGHPRQV- LQÀXrQFLDGHXPDDWLYLGDGHItVLFDJHUDOVREUHDIRUoDPXVFXODUHD
WUDUDPTXHQRSHUtRGRGHVHPDQDVGHWUHLQDPHQWRDPDVVDPD- ÀH[LELOLGDGHHPPXOKHUHVFRPLGDGHHQWUHHDQRVDSyVVH-
JUDGRVLQGLYtGXRVDXPHQWRXUHVXOWDQGRHPXPDXPHQWRGD PDQDVGHWUHLQDPHQWR2EVHUYDUDPTXHKRXYHXPDLQÀXrQFLDVLJQL-
PDVVDFRUSRUDOWRWDOGH3RUpPDPERVRVJUXSRVDSUHVHQWDUDP ¿FDWLYDVREUHDIRUoDGHPHPEURVLQIHULRUHVHPHPEURVVXSHULRUHV
um discreto aumento na gordura corporal, sem apresentar diferença SRUpPDÀH[LELOLGDGHVHPDQWHYHQRVUHVXOWDGRVLQLFLDLV'HDFRUGR
VLJQL¿FDWLYD2VDXWRUHVFRQFOXtUDPTXHRWUHLQDPHQWRFRPSHVRV FRP RV GDGRV DSUHVHQWDGRV RV DXWRUHV D¿UPDUDP TXH D DWLYLGDGH
VHULDH¿FLHQWHQRGHVHQYROYLPHQWRPXVFXODUHQWUHWDQWRXPDRULHQ- física contribui para a manutenção da aptidão física. Entretanto, a
tação nutricional seria importante para reduzir os depósitos de gor- UHODomR HQWUH D ÀH[LELOLGDGH H D IRUoD PXVFXODU TXDQGR DQDOLVDGD
GXUD0XOKHUHVFRPLGDGHPpGLDGHDQRVDWLYDVHTXHSRVVXtDP em adultos jovens sadios (idade média de 22 anos), sugere que um
XP,0&GHNJP)RLUHDOL]DGRXPSURWRFRORGHWUHLQDPHQWR treinamento de uma capacidade não interfere na outra, não existin-
FRPSRVWR SRU  H[HUFtFLR SDUD PHPEURV VXSHULRUHV H  H[HUFtFLR GRUHODomRHQWUHHODV&RUWHVHWDO  GLVFRUGDGHVVDKLSyWHVH
para membros inferiores. O protocolo foi desenvolvido de forma H DFUHGLWD TXH IRUoD H ÀH[LELOLGDGH VmR FDUDFWHUtVWLFDV ItVLFDV TXH
IUDFLRQDGD VpULHVGHUHSHWLo}HV HFRQWtQXD VpULHVGHUH- VHFRPSOHWDP(PVXDUHYLVmRELEOLRJUi¿FDRVDXWRUHVFRQFOXtUDP
petições). Foram observadas pressão arterial, freqüência cardíaca e TXHIRUoDHÀH[LELOLGDGHHVWmRSDUDOHODPHQWHUHODFLRQDGDVTXDQGR
qualidade de execução. Frente aos resultados observados os autores se observa a amplitude de movimento. No treinamento de força a
FRQFOXtUDP TXH DV IRUPDV GH H[HFXomR QmR H[HUFHUDP LQÀXrQFLD ÀH[LELOLGDGH VH WRUQD LPSRUWDQWH SDUD UHGX]LU RV ULVFRV GH OHV}HV
QRTXRH¿FLHQWHGHH[HFXomRDGHPDQGDFDUGLRYDVFXODUSDUHFHVHU P~VFXORDUWLFXODUHVHDX[LOLDQRDXPHQWRGDH¿FLrQFLDPHFkQLFD2V
maior em séries contínuas do que nas séries fracionadas e a freqüên- autores sugeriram que essas duas capacidades, quando diminuídas
FLDFDUGtDFDQmRDSUHVHQWRXGLIHUHQoDVLJQL¿FDWLYDHPQHQKXPGRV interferem no desempenho das atividades diárias.
tipos de treinamento. Os autores sugerem que o treinamento resisti- Apesar da capacidade respiratória não estar intimamente liga-
do pode ser um importante exercício para a musculatura esqueléti- GDDÀH[LELOLGDGHLQGLYtGXRVTXHSRVVXHPXP92Pi[PDLVDOWR
ca e cardíaca. Durante o processo de envelhecimento muitas são as DSUHVHQWDUDP D ÀH[LELOLGDGH GHQWUR GRV SDGU}HV DGHTXDGRV 8P
causas que podem estar associadas à diminuição da resistência e da programa de exercício físico supervisionado é uma ferramenta in-
IRUoDPXVFXODU5HVVDOWDPDVDOWHUDo}HVP~VFXORHVTXHOpWLFDVFRPR WHUHVVDQWHSDUDPHOKRUDUDDSWLGmRItVLFD3DUDRVDXWRUHVDÀH[LEL-
DVDUFRSHQLDDF~PXORGHGRHQoDVFU{QLFDVDOWHUDo}HVGRVLVWHPD lidade é uma variável tão importante quanto às outras capacidades
QHUYRVRDOWHUDo}HVKRUPRQDLVHVWDGRQXWULFLRQDOHDWUR¿DPXVFXODU físicas e deve ser inserida em qualquer programa de treinamento.
por desuso como fatores importantes a se considerar. Com base na Dessa forma foi realizado um estudo que correlacionou ganhos de
QHFHVVLGDGHGHVHWUDEDOKDUDUHVLVWrQFLDHIRUoDPXVFXODUYHUL¿FD- ÀH[LELOLGDGHDWUDYpVGHXPSURJUDPDGHH[HUFtFLRVXSHUYLVLRQDGR
UDPWDPEpPDLPSRUWkQFLDGRWUHLQDPHQWRUHVLVWLGRSDUDLQGLYtGXRV FRP DWLYLGDGHV FRWLGLDQDV $ DPRVWUD FRQWRX FRP  LQGLYtGXRV
KLSHUWHQVRVDWUDYpVGHXPDH[WHQVDUHYLVmRELEOLRJUi¿FD2VDXWRUHV FRPPpGLDGHLGDGHGHDQRV)RLDSOLFDGRXPTXHVWLRQiULRSDUD
observaram que o treinamento de força não pode ser considerado DYDOLDomRGDVDo}HVFRWLGLDQDVHRÀH[LWHVWH2VUHVXOWDGRVDSUHVHQ-
um fator limitante, mas deve se ter um controle da pressão arterial WDUDPXPJDQKRQDÀH[LELOLGDGHJOREDOHRSURJUDPDGHH[HUFtFLRV
e freqüência cardíaca. Concluíram que através de um programa su- apresentou melhoras nas atividades da vida diária, incluindo a sen-
pervisionado de treinamento com pesos observa-se uma melhora no VDomRGHEHPHVWDUHDXWRFRQ¿DQoD3RUWDQWR¿FDHYLGHQWHDLPSRU-
consumo máximo de oxigênio, diminuição do peso gordo, aumento WkQFLDGRH[HUFtFLRItVLFRSDUDDPHOKRULDRXPDQXWHQomRGHWRGRVRV
GDPDVVDPDJUDDXPHQWRGDIRUoDPHOKRUDGRSHU¿OOLStGLFRGLPL- componentes da aptidão física, ainda mais se levarmos em conta a
nuição da pressão arterial e da freqüência cardíaca de repouso e um redução e as perdas do condicionamento físico que ocorrem durante
aumento da freqüência cardíaca máxima. o processo de envelhecimento.

Didatismo e Conhecimento 162


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
TIPOS DE AVALIAÇÃO:
AVALIAÇÃO FÍSICA E PRESCRIÇÃO DE $9$/,$d­2',$*1Ï67,&$1DGDPDLVpGRTXHXPDDQi-
EXERCÍCIOS. lise dos pontos fortes e fracos do indivíduo ou da turma, em relação
a uma determinada característica. Esse tipo de avaliação, comumen-
WHHIHWXDGRQRLQtFLRGRSURJUDPDDMXGDRSUR¿VVLRQDODFDOFXODU
as necessidades dos indivíduos e, elaborar o seu planejamento de
atividades, tendo como base essas características ou, então, a dividir
MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA a turma em grupos (homogêneos ou heterogêneos) visando facilitar
$ DYDOLDomR p XP SURFHVVR GH IXQGDPHQWDO LPSRUWkQFLD GHQ- o processo de assimilação da tarefa proposta.
tro da Educação Física, seja escolar, esportiva, de rendimento, entre
outras. AVALIAÇÃO FORMATIVA: Esse tipo de avaliação informa
sobre o progresso
MEDIDA: dos indivíduos, no decorrer do processo ensino-aprendizagem,
É uma determinação de grandeza e se constitui no primeiro GDQGRLQIRUPDo}HVWDQWRSDUDRVLQGLYtGXRVTXDQWRSDUDRVSUR¿V-
instrumento para se obter informação sobre algum dado pesquisado. VLRQDLVLQGLFDDRSUR¿VVLRQDOVHHOHHVWiHQVLQDQGRRFRQWH~GRFHU-
to, da maneira certa, para as pessoas certas e no tempo certo.
... é uma tecnica que fornece, atraves de processo precisos e A avaliação é realizada quase que diariamente. Quando a per-
objetivos, dados quantitativos que exprimen, em base numéricas, as formance do indivíduo é obtida e avaliada, em seguida é feita uma
quantidades que se deseja medir. retroalimentação, apontando e corrigindo os pontos fracos até ser
atingido o objetivo proposto.
Ela proporciona dados crus.
AVALIAÇÃO SOMATIVA: É a soma de todas as avaliações
Ex. O percurso realizado pelo aluno no Teste de Cooper. A me- UHDOL]DGDVQR¿PGHFDGDXQLGDGHGRSODQHMDPHQWRFRPRREMHWLYR
dida, em centímetros, da estatura do testado.
de obter um quadro geral da evolução do indivíduo.
Obs.: Deve ser ressaltado que para a perfeita aplicação da medi-
GDGHYHVHFRQKHFHUDUHVSRVWDSDUDTXHVW}HVEiVLFDV
OBJETIVOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES NA EDUCA-
ÇÃO FÍSICA:
2TXHPHGLU"
- Avaliar o estado do indivíduo ao iniciar a programação; - De-
2- 2- Por que medir?
WHFWDUGH¿FLrQFLDVSHUPLWLQGRXPDRULHQWDomRQRVHQWLGRGHVXSHUi-
&RPRPHGLU"
-la; - Auxiliar o indivíduo na escolha de uma atividade física que,
além de motiva-lo possa desenvolver suas aptidões;
AVALIAÇÃO: - Impedir que a atividade seja um fator de agressão; - Acompa-
'HWHUPLQD D LPSRUWkQFLD RX R YDORU GD LQIRUPDomR FROHWDGD nhar o progresso do indivíduo; - Selecionar elementos de alto nível
&ODVVL¿FDRVWHVWDGRV para integrar equipes de competição;
- Desenvolver pesquisa em Educação Física; - Acompanhar o
...é um processo pelo qual, utilizando as medidas, se pode sub- processo de crescimento e desenvolvimento dos nossos alunos.
jetiva e objetivamente, exprimir e comparar citerios.
PRINCÍPIOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES:
([2SHUFXUVRUHDOL]DGRSHORDOXQRpFODVVL¿FDGRFRPRERP - Para se avaliar, efetivamente, todas as medidas devem ser
2WHVWDGRpFODVVL¿FDGRFRPRVHQGRGHHVWDWXUDDOWDPpGLDRX conduzidas com os objetivos do programa em mente. Antes de se
baixa. administrar testes, é preciso determinar os objetivos do programa
para se poder avaliar os resultados advindos de acordo com os ob-
AVALIAÇÃO-ANÁLISE: jetivos propostos.
São técnicas que permitem visualizar a realidade do trabalho - Deve-se lembrar sempre a relação existente entre teste, medi-
que se desenvolve, criando condições para que se entenda o grupo e da e avaliação.
situe-se um indivíduo dentro deste grupo. A avaliação inclui testes e medidas. Entretanto, avaliar é muito
Indica se os objetivos estão ou não sendo atingidos, indica se a mais amplo do que simplesmente testar e medir. A avaliação é uma
metodologia de trabalho está sendo satisfatória. Ex. O aluno obteve tomada de decisão.
melhora no condicionamento aeróbico. A estatura do testado está na - Devem ser conduzidos e supervisionados por pessoas treina-
média do grupo. das. Não é qualquer pessoa que pode administrar efetivamente um
TESTE: É um instrumento, procedimento ou técnica usado para programa de medida e avaliação, que é um assunto sério para ser
se obter uma informação. desenvolvido por alguém não treinado na área. Além do mais, as de-
Forma: escrito, observação e “performance”. Ex.: O teste de cisões poderão afetar importantes aspectos da vida de um indivíduo.
Cooper, O estadiômetro - Os resultados devem ser interpretados em termos do indivíduo
como um todo: social, mental, física e psicologicamente.
PRINCIPAL DIFERENÇA ENTRE MEDIDA E AVALIAÇÃO 6HXPLQGLYtGXRYDLPDOQXPWHVWHRSUR¿VVLRQDOFRQVFLHQWHLUi
Medida: Abrange um aspecto quantitativo. YHUL¿FDUTXDLVDVUD]}HVTXHOHYDUDPDWDOUHVXOWDGRHQDPHGLGDGR
Avaliação: Abrange um aspecto qualitativo. possível e se necessário, prover assistência à pessoa.

Didatismo e Conhecimento 163


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
- Tudo que existe pode ser medido. Em outras palavras, qual- Erro Sistemático: como erro sistemático pode-se citar as di-
quer assunto incluído em um programa de Educação Física deve ferenças biológicas; por exemplo, se a medida da estatura de um
ser medido. Existem, naturalmente, áreas da Educação Física que indivíduo for realizada nas primeiras horas da manhã ter-se-á uma
DLQGDQmRVmREHPGH¿QLGDVHSRUHVWDUD]mRDLQGDQmRIRUDPGHVHQ- medida diferente de outra feita à tarde.
volvidas testes para medi-las (ex.: sociologia do esporte). Mesmo
algumas capacidades físicas ainda necessitam o desenvolvimento de VARIÁVEIS DE PERFORMANCE - VARIÁVEL PSÍQUI-
WHVWHVPDLVH¿FD]HVRXUHIRUPXODomRGHDOJXQVWHVWHVMiH[LVWHQWHV CA:
1HQKXPWHVWHRXPHGLGDpSHUIHLWR2VSUR¿VVLRQDLViVYH]HV
GHSRVLWDPWDQWDFRQ¿DQoDQRVWHVWHVHPHGLGDVTXHDFDEDPDFUHGL-
- VARIÁVEL METABÓLICA - VARIÁVEL NEUROMUS-
tando que eles são infalíveis. Deve-se usar sempre o melhor, mais
CULAR - VARIÁVEL CINEANTROPOMÉTRICA
atual e adequado a população, teste possível, mas ter sempre em
Ansiedade Motivação Inteligência Personalidade
mente que podem existir erros.
1mRKiWHVWHTXHVXEVWLWXDRMXOJDPHQWRSUR¿VVLRQDO6HQmR Sistema Aeróbico Sistema Anaeróbico
houvesse lugar para o julgamento em medidas e avaliação, então o Força Resistência Velocidade Flexibilidade Coordenação
SUR¿VVLRQDOSRGHULDVHUVXEVWLWXtGRSRUXPDPiTXLQDRXXPWpFQLFR Composição Corporal Somatotipo Proporcionalidade Cresc. e
Por outro lado, julgamentos feitos sem dados substanciais são sem- desenvolvimento
SUHLQDFHLWiYHLV$VPHGLGDVIRUQHFHPRVGDGRVTXHOHYDPRSUR¿V-
sional a fazer um melhor julgamento ou tomar uma melhor decisão. POR QUE FAZER UMA AVALIAÇÃO FÍSICA?
- Deve sempre existir o re-teste para se observar o desempenho. ‡ 3DUD YHUL¿FDU D FRQGLomR LQLFLDO GR DOXQR DWOHWD RX FOLHQWH
Se a habilidade inicial do indivíduo não for medida, então não se ‡3DUDREWHUGDGRVSDUDDSUHVFULomRDGHTXDGDGDDWLYLGDGH‡3DUD
terá conhecimento sobre o seu desempenho no programa de Educa- REWHUGDGRVSDUDLQFOXLUH[FOXLUHLQGLFDUXPDDWLYLGDGHItVLFD‡3DUD
ção Física. Não é possível reconhecer as necessidades do indivíduo SURJUDPDURWUHLQDPHQWR‡3DUDDFRPSDQKDUDSURJUHVVmRGRDOXQR
sem saber por onde começar, como também, não se pode determinar durante o treinamento (re- avaliações);
o que os indivíduos aprenderam ou melhoraram se não soubermos ‡3DUDYHUL¿FDUVHRVUHVXOWDGRVHVWmRVHQGRDWLQJLGRV
sua evolução, por isso é necessário o re-teste.
- Usar os testes que mais se aproximam da situação da ativida- QUANDO FAZER UMA AVALIAÇÃO FÍSICA?
GH2VWHVWHVGHYHPUHÀHWLUDVVLWXDo}HVGDDWLYLGDGH ‡,QtFLRGHTXDOTXHUSURJUDPDGHDWLYLGDGHItVLFD‡1RGHFRUUHU
do período de treinamento;
CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE TESTES:
‡$R¿QDOGHXPFLFORGHWUHLQDPHQWRRXTXDQGRIRUQHFHVViULD
uma reformulação do mesmo.
BATERIA DE TESTES: Conjunto de testes destinados a quan-
WL¿FDUDVYDULiYHLVGHSHUIRUPDQFH
QUANDO ENCAMINHAR PARA UMA AVALIAÇÃO MUL-
CRITÉRIOS DE AUTENTICIDADE CIENTÍFICA: TIDISCIPLINAR?
- VALIDADE: O teste mede o que é destinado a medir. Se es- ‡4XDQGRSRUDOJXPPRWLYRVHMD¿VLROyJLFRRXItVLFR DQDP-
tabelecermos uma correlação entre o resultado de um teste válido nese) o aluno não puder ser submetido a uma avaliação sem auxílio
realizado por uma pessoa e, o resultado colhido em um teste que de uma equipe multidisciplinar (médicos, professores, etc) em local
TXHUHPRVYDOLGDUFRPDPHVPDSHVVRDRFRH¿FLHQWHGHFRUUHODomR HVSHFt¿FR
deve ser elevado. ONDE FAZER UMA AVALIAÇÃO FÍSICA?
&21),$%,/,'$'(28),'(',*1,'$'((VWiOLJDGDD ‡/DERUDWyULR‡&DPSR‡$FDGHPLD‡(VFROD
consistência da medição. A medida repetida duas ou mais vezes den-
tro de um curto intervalo de tempo, sem que tenha havido, entre os PONTOS IMPORTANTES
testes, atividades que possam alterar a resposta, deve apresentar os ‡,QVWUXPHQWRV$HVFROKDFRUUHWDJDUDQWLUir[LWRQDVPHGLGDV
mesmos resultados ou serem altamente correlacionados. HVFROKHULQVWUXPHQWRVYiOLGRV¿GHGLJQRVDGHTXDGRVjSRSXODomRH
- OBJETIVIDADE: O teste deve produzir resultados consis- atualizados.
tentes quando usado por diversos testadores; não pode depender de ‡&RPSDUDomRGHGDGRVVHIRUPRVFRPSDUDUGDGRVGHYHPRV
XPD~QLFDSHVVRD
observar se foram coletados pelo mesmo avaliador e se foi utilizado
PRECISÃO DAS MEDIDAS A precisão das medidas depende,
o mesmo método.
HPSULPHLUROXJDUGDH[DWLGmRGRVLQVWUXPHQWRV4XDQWRPDLVUH¿-
‡/RFDODGHTXDGRHOLPSR‡2ULHQWDURDOXQRFOLHQWHTXHXWLOL]H
nado ele for melhor será o resultado da medida. Existem dois erros
mais comuns: Erro de Medida e Erro Sistemático. Erro de Medida: a roupa adequada para a avaliação e os procedimentos do testes.
nos erros de medida encontram-se inserido: ‡ 6HJXLU ULJRURVDPHQWH DV LQGLFDo}HV QRUPDV H SDGU}HV GRV
a) Erro de Equipamento: quando o equipamento não é aferido testes.
previamente.
b) Erro de Medidor: quando o medidor erra ao fazer uma leitura POR ONDE COMEÇAR UMA AVALIAÇÃO FÍSICA?
GRFURQ{PHWURQDOHLWXUDGDWUHQDQDFRQWDJHPGRQ~PHURGHUHSH- Como ponto de partida o interessante é fazer uma Anamnese
tições de execução, etc. (questionário), onde constarão perguntas simples, mas de funda-
c) Erro Administrativo: quando existe algo errado na adminis- PHQWDOLPSRUWkQFLD6HJXQGRR&ROpJLR$PHULFDQRGH0HGLFLQDGR
tração do teste; por exemplo, aquecimento prévio para a execução (VSRUWH $&60 DOJXQVDVSHFWRVVmRLPSRUWDQWHVSDUDFRQV-
do teste, quando não estava contido nas normas do teste, etc. tar em uma anamnese:

Didatismo e Conhecimento 164


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
‡'LDJQyVWLFRVFOtQLFRV‡([DPHVItVLFRVHFOtQLFRVDQWHULRUHV‡ SALTO EM QUADRANTE
+LVWyULFRGHVLQWRPDV‡(QIHUPLGDGHVUHFHQWHV‡3UREOHPDVRUWRSp-
GLFRV‡8VRGHPHGLFDPHQWRV‡$OHUJLDV‡2XWURVKiELWRV DWLYLGDGH Objetivo: medir a agilidade na mudança da posição do corpo
ItVLFDSUR¿VVmRGLHWDFRQVXPRGHiOFRROIXPR através de um salto.
‡+LVWyULFR)DPLOLDU 5HVXOWDGRpGDGRSHORQ~PHURGHYH]HVTXHRWHVWDQGRDWHUUL]D
8PH[HPSORGHTXHVWLRQiULRPXLWRXWLOL]DGRpR3DU4 3URQ- nas zonas corretas, no espaço de dez segundos. É computado o me-
tidão para atividade física. (Physical Activity Readiness Questio- lhor resultado de duas tentativas executadas. Penalidades: o testando
nnaire). Tem sido recomendado para a entrada em programas de é penalizado em meio ponto cada vez que aterriza sobre as linhas ou
H[HUFtFLRGHLQWHQVLGDGHEUDQGDHPRGHUDGDSDUDSHVVRDVHQWUH no quadrante errado.
DDQRV
QUESTIONÁRIO Par-Q Foi desenvolvido pela Sociedade
&DQDGHQVHGH)LVLRORJLDGR([HUFtFLR2TXHVWLRQiULRFRQVWDGH
perguntas de respostas simples e diretas, se o aluno responder sim a
XPD  RXPDLVTXHVW}HVHOHGHYHVHUHQFDPLQKDGRDXPDDYDOLD-
ção médica antes de iniciar qualquer atividade física. O Par-Q, “SO-
MENTE” deverá ser utilizado por inteiro, não deverá ter qualquer
das perguntas excluídas.

Par-Q
 6HX PpGLFR Mi PHQFLRQRX DOJXPD YH] TXH YRFr WHP XPD
condição cardíaca e que você só deve realizar atividade física reco-
mendada por um médico?
( ) Sim ( ) Não
2- Você sente dor no tórax quando realiza atividade física?
( ) Sim ( ) Não
1RPrVSDVVDGRYRFrWHYHGRUWRUiFLFDTXDQGRQmRHVWDYD
7(67('($*,/,'$'('(³6(02´
realizando atividade física?
( ) Sim ( ) Não
Objetivo: medir a agilidade geral do corpo movendo-se para
9RFrSHUGHXRHTXLOtEULRSRUFDXVDGHWRQWXUDRXDOJXPDYH]
frente, para trás e lateralmente.
perdeu a consciência?
Resultado: é computado o melhor resultado das duas tentativas
( ) Sim ( ) Não
executadas pelo testando. Pontos adicionais: o testando não pode
9RFrWHPDOJXPSUREOHPDyVVHRRXGHDUWLFXODomRTXHSR-
deria piorar em conseqüência de uma alteração em sua atividade cruzar os membros inferiores durante a corrida lateral; na corrida
física? ( ) Sim de costas o testando deve permanecer assim até cruzar pelo cone;
( ) Não são dadas tantas tentativas quanto necessárias para que o testando
6HXPpGLFRHVWiSUHVFUHYHQGRPHGLFDPHQWRVSDUDVXDSUHV- execute o teste dentro do padrão estabelecido. É dad a cada testando
são ou condição cardíaca? uma tentativa de prática para familiarização com o teste.
( ) Sim ( ) Não
9RFrFRQKHFHDOJXPDRXWUDUD]mRTXHRLPSHoDGHUHDOL]DU
atividade física?
( ) Sim ( ) Não

7(67(6'($*,/,'$'(

É uma variável neuro-motora caracterizada pela capacidade de


realizar trocas rápidas de direção, sentido e deslocamento da altura
do centro de gravidade de todo o corpo ou de parte dele.
$DJLOLGDGHpXPDFDSDFLGDGHTXHUHTXHUXPDPDJQt¿FDFRP-
binação entre força e coordenação para que todo o corpo possa se
mover de uma posição para a outra. O que determina o grau de di-
¿FXOGDGH EDVHLDVH QRV VHJXLQWHV IDWRUHV   PDQHMR GR FHQWUR GH
gravidade em relação à altura; 2) manejo do centro de gravidade em
UHODomRjGLVWkQFLD WURFDQDGLUHomRGRPRYLPHQWRGRFRUSR 
WURFDGHULWPR2QGHHUHTXHUHPIRUoDHHUHTXHUHPFRRUGH-
nação. A combinação destes quatro elementos leva a uma variedade
de padrões de movimento e de posições que são a forma mais avan-
çada para o desenvolvimento da agilidade.
&RPUHODomRDLPSRUWkQFLDGDDJLOLGDGHHVVDFDSDFLGDGHItVLFD
pGHVXPDLPSRUWkQFLDHPGLVFLSOLQDVHVSRUWLYDVFRPRER[HWrQLV
ginástica, handball, basquete, futebol, entre outros.

Didatismo e Conhecimento 165


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
(TXLSDPHQWRiUHDGHSRUPHWURVTXDWURFRQHVGLVSRVWRVQRVFDQWRVGRUHWkQJXORFURQ{PHWUR
Direções: o testando inicia o teste na posição em pé, atrás da linha de partida, de costas para o cone “A”. Ao ser dado o comando “VAI” , ele
desloca-se lateralmente até o cone “B”, passando por fora do cone e corre, de costas, até o cone “D”, dando a volta por dentro desse. A seguir,
corre de frente até o cone”A”, passando por fora, corre depois de costas até o cone “C”, passando por dentro. Depois, corre de frente, do cone
³&´DWpRFRQH³%´SDVVDQGRSRUIRUDH¿QDOPHQWHFRUUHODWHUDOPHQWHGRFRQH³%´DWpDOLQKDGHSDUWLGD

RESISTÊNCIA MUSCULAR

5HVLVWrQFLDPXVFXODUpDFDSDFLGDGHGHXPJUXSRPXVFXODUH[HFXWDUFRQWUDo}HVUHSHWLGDVSRUSHUtRGRGHWHPSRVX¿FLHQWHSDUDFDXVDUD
IDGLJDPXVFXODURXPDQWHUHVWDWLFDPHQWHXPDSHUFHQWDJHPHVSHFt¿FDGH&90SRUXPSHUtRGRGHWHPSRSURORQJDGR
7HVWHGH5HVLVWrQFLD$EGRPLQDO 6LWXS (VWHWHVWHpXPWDQWRFRQWURYHUVRSRLVVXDH[HFXomRQmRXWLOL]DVRPHQWHRVP~VFXORVDEGRPLQDLV
PDVWDPEpPRVÀH[RUHVGRTXDGULODLQGDDVVLPHOHpPXLWRXWLOL]DGR
2WHVWHFRQVLVWHHPH[HFXWDURPDLRUQ~PHURGHUHSHWLo}HVHPPLQXWR2DYDOLDGRGHYHGHLWDUHPXPFROFKRQHWHMRHOKRVÀH[LRQDGRV
SpVDSRLDGRVQRVRORDXPDGLVWkQFLDGHDFPGRVJO~WHRVDVPmRDSRLDPDQXFDRXFRWRYHORVÀH[LRQDGRVVREUHRSHLWR EUDoRVHP[ R
avaliador segura os pés do avaliado. O movimento deve ser completo, até os cotovelos encostarem nas coxas. Só serão validadas as repetições
que foram completas.

7HVWHGR$SRLRGH)UHQWHVREUHR6ROR(VWHWHVWHFRQVLVWHHPH[HFXWDURPDLRUQ~PHURGHUHSHWLo}HVHPPLQXWR
A posição inicial varia para homem e mulher. A mulher pode apoiar os joelhos no solo. Os cotovelos devem estender completamente na
YROWDSDUDDSRVLomRLQLFLDOHGHYHPÀH[LRQDUDWpSUy[LPRDRVROR6yVHUmRYiOLGDVDVUHSHWLo}HVH[HFXWDGDVFRUUHWDPHQWH

Didatismo e Conhecimento 166


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo

eXPDFDSDFLGDGHItVLFDTXHSRGHVHUUHODFLRQDGDjVD~GHHDRGHVHPSHQKR desportivo e descreve a Amplitude de Movimento que uma


DUWLFXODomRSRGHUHDOL]DU(PDUHFRPHQGDomRGR&ROpJLR$PHULFDQRGH0HGLFLQD(VSRUWLYDGL]LDTXHXPSURJUDPDyWLPRGHDWLYLGDGH
física deve incluir não somente exercícios cardiovasculares e de resistência muscular mas também exercícios de alongamento.

“SE QUEREMOS MELHORAR A CAPACIDADE TEMOS QUE TREINÁ-LA”

(PUHODomRDRVGHVSRUWRVRVSULQFLSDLVHVWXGRVQDiUHDWHPGHPRQVWUDGRDLPSRUWkQFLDGDÀH[LELOLGDGHSDUDRGHVHPSHQKRGDVRXWUDV
capacidades físicas, cooperando para um menor gasto energético quando há uma amplitude de movimento adequada do atleta.

MANIFESTAÇÃO DA FLEXIBILIDADE

$ÀH[LELOLGDGHSRGHVHPDQLIHVWDUGHPDQHLUDDWLYDRXSDVVLYD
ATIVA: A maior amplitude de movimento possível, que o indivíduo pode realizar devido à contração da musculatura agonista.
PASSIVA: A maior amplitude de movimento possível que o indivíduo pode alcançar sob ação de forças externas.

Flexibilidade

RESERVA DE FLEXIBILIDADE

eDGLIHUHQoDHQWUHDÀH[LELOLGDGHSDVVLYDHDDWLYD(ODH[SOLFDDSRVVLELOLGDGHGHPHOKRUDGDÀH[LELOLGDGHDWLYDDWUDYpVGDIRUWDOHFLPHQWR
da musculatura agonista e pela maior capacidade de alongamento dos antagonistas.

Didatismo e Conhecimento 167


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
FATORES LIMITANTES DA MOBILIDADE ARTICULAR conforto local no avaliado. A atribuição dos valores se dá de acordo
com a comparação com os mapas de análise. Não existem valores
)$725((1'Ï*(126 IUDFLRQiULRVRXLQWHUPHGLiULRV¿FDQGRRYDORUGHWHUPLQDGRGHDFRU-
a) Idade b) Sexo c) Estado do condicionamento físico GRFRPRkQJXORDUWLFXODUMiDOFDQoDGR
d) Individualidade biológica As principais articulações cor- As medidas são avaliadas de acordo com a seguinte escala:
porais são relacionadas são relacionadas morfológica e funcional- PXLWRSHTXHQD
PHQWHjVFiSVXODVDUWLFXODUHVDRVWHQG}HVDRVOLJDPHQWRVDRVP~V- SHTXHQD PpGLD JUDQGH PXLWR JUDQGH 'HVVD IRUPD
FXORV j JRUGXUD VXEFXWkQHD DRV RVVRV H D SHOH H  5HVSLUDomR I  PXLWRHPERUDDDQiOLVHGRÀH[LWHVWHSRVVDVHUUHDOL]DGDSDUDFDGD
Concentração XP GRV PRYLPHQWRV p YiOLGR VRPDU RV UHVXOWDGRV REWLGRV QR 
PRYLPHQWRVLVRODGRVHREWHUXPtQGLFHJOREDOGHÀH[LELOLGDGHGH-
)$725(6(;Ï*(126 nominado FLEXÍNDICE.
a) Hora do dia b) Temperatura ambiente c) Exercício De acordo com os dados obtidos na pesquisa podemos concluir
que:
MEDIDA E AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE D $ÀH[LELOLGDGHpEDVWDQWHVHPHOKDQWHHQWUHPHQLQRVHPHQL-
nas até os seis ou sete anos de idade, daí por diante, os indivíduos
2VPpWRGRVSDUDPHGLGDHDYDOLDomRGDÀH[LELOLGDGHSRGHPVHU GRVH[RPDVFXOLQRWHQGHPDVHUPDLVÀH[tYHLVGRTXHRVGRVH[R
FODVVL¿FDGRVHPIXQomRGDVXQLGDGHVGHPHQVXUDomRGRVUHVXOWDGRV masculino;
em três tipos principais: angulares, lineares e adimensionais. E $ÀH[LELOLGDGHpUDSLGDPHQWHUHGX]LGDQDSXEHUGDGHHPDP-
ERVRVVH[RVF 2ULWPRGHUHGXomRQDÀH[LELOLGDGHJOREDOpVLJQL¿-
Testes Angulares FDWLYDPHQWHUHGX]LGRGRVDRVDQRVHPDPERVRVVH[RV
Os testes angulares são aqueles que possuem os seus resultados G $SyVRVDQRVGHLGDGHKiQRYDPHQWHXPDDFHOHUDomRQD
H[SUHVVRVHPkQJXORV IRUPDGRVHQWUHRVGRLVVHJPHQWRVFRUSRUDLV SHUGDGDÀH[LELOLGDGHTXHpEDVWDQWHLQÀXHQFLDGDSRURXWURVIDWRUHV
TXHVHRS}HPQDDUWLFXODomR $PHGLGDGRVkQJXORVpGHQRPLQDGD WDLVFRPRSDGUmRGHDWLYLGDGHItVLFDHQtYHOGHVD~GH
*21,20(75,$ H $KLSHUPRELOLGDGH PDLVGHSRQWRVQRÀH[tQGLFH pPDLV
freqüente em mulheres do que em homens e muito mais comum na
Testes Lineares LQIkQFLD
Os testes lineares se caracterizam por expressar os resultados I 2WUHLQDPHQWRItVLFRHVSHFt¿FRGHÀH[LELOLGDGHSURYRFDPH-
HP XPD HVFDOD GH GLVWkQFLD WLSLFDPHQWH HP FHQWtPHWURV RX SROH- OKRUDQDPRELOLGDGHHVSHFt¿FDHJOREDOHPTXDOTXHUIDL[DHWiULD
JDGDV(OHVVHXWLOL]DPSULPDULDPHQWHGH¿WDVPpWULFDVUpJXDVRX g) Um alto grau de mobilidade em determinados movimentos
trenas para a mensuração dos resultados. Um importante teste linear articulares favorece o aprendizado ou aperfeiçoamento de alguns
é o sentar-e-alcançar descrito originalmente por Wells e Dillon, ava- atos motores desportivos;
OLDQGRRFRPSRQHQWHDWLYRGDÀH[LELOLGDGH1HVWHWHVWHPHGHVHD K ([LVWHXPDPDLRUYDULDELOLGDGHQDÀH[LELOLGDGHJOREDOGHLQ-
GLVWkQFLDHQWUHDSRQWDGRVPDLRUHVGHGRVHRDSRLRXWLOL]DGRSDUD divíduos adultos do que em crianças;
apoiar os pés na posição sentada com as pernas estendidas, sendo a i) O aquecimento físico melhora a amplitude máxima passiva
extensibilidade das musculaturas posteriores da coxa e das pernas o ¿VLROyJLFDGHDOJXQVPRYLPHQWRVHVSHFLDOPHQWHDTXHOHVHPTXHKi
principal fator limitante. Os testes lineares apresentam como pontos uma restrição primariamente muscular.
IUDFRVDLQFDSDFLGDGHGHGDUXPDYLVmRJOREDOGDÀH[LELOLGDGHGR
indivíduo e a provável interferência das dimensões antropométricas CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA Capacidade car-
sobre os resultados dos testes. GLRUUHVSLUDWyULDpGH¿QLGDFRPRDFDSDFLGDGHGHUHDOL]DUH[HUFtFLR
GLQkPLFRGHLQWHQVLGDGHPRGHUDGDDDOWDFRPJUDQGHJUXSRPXV-
Testes Adimensionais cular, por períodos longos. A realização de tal exercício depende do
3RGHPRVGH¿QLUXPWHVWHGHÀH[LELOLGDGHFRPRDGLPHQVLRQDO estado funcional dos sistemas respiratório, cardiovascular e mus-
TXDQGRQmRH[LVWHXPDXQLGDGHFRQYHQFLRQDOWDOFRPRkQJXORRX culoesquelético. Capacidade cardiorrespiratória relaciona-se com
centímetros, para expressar o resultado obtido. Como regra eles não VD~GHSRUTXH D QtYHLVPDLVEDL[RVGHDSWLGmRItVLFDWrPVLGRDV-
dependem de equipamentos, utilizando-se unicamente de critérios sociados a aumento notável do risco de morte prematura por várias
ou mapas de análise preestabelecidos. causas, principalmente por doenças cardiovasculares, e (b) aptidão
física mais alta associa-se a uma prática de atividade física habi-
FLEXITESTE tual que, por sua vez, está diretamente associada a muitos benefícios
O Flexiteste foi obtido através de um estudo realizado com mais SDUDDVD~GH
GHGRLVPLOLQGLYtGXRVFRPLGDGHVYDULDQGRHQWUHHDQRVGH
ambos os sexos, sem distinção de morfologia corporal, entre atletas &2168020È;,02'(2;,*Ç1,2±92Pi[LPR
e sedentários. O método consiste na medida e avaliação da mobili- 2FRQVXPRPi[LPRGH2VLJQL¿FDHP¿VLRORJLDGRH[HUFt-
GDGHSDVVLYDGHPRYLPHQWRVDUWLFXODUHVFRUSRUDLV VHFRQVLGH- cio, o máximo de oxigênio que as células de uma pessoa são capa-
rarmos bilateralmente). Cada um dos movimentos é medido em uma zes de captar, transportar e utilizar durante um exercício de inten-
HVFDODFUHVFHQWHHGHVFRQWtQXDGHQ~PHURVLQWHLURVGHDSHUID- sidade máxima. O tradicional critério de avaliação da capacidade
zendo um total de cinco valores possíveis. A medida é feita através cardiorrespiratória é a medida direta do consumo máximo de O2.
da realização lenta do movimento até a obtenção do ponto máximo Mas podemos medi-lo indiretamente também, e os resultados são
da amplitude articular. Habitualmente, o ponto máximo da amplitu- consistentes. Para a avaliação da capacidade cardiorrespiratória os
de de movimento é detectado com facilidade pela grande resistência valores de VO2 máx. são expressos com relação ao peso corporal
PHFkQLFDjFRQWLQXDomRGRPRYLPHQWRHRXSHORVXUJLPHQWRGHGHV- PO[ NJ[PLQ RXPONJPLQ 7DEHODVGHUHIHUrQFLD$1(;2,

Didatismo e Conhecimento 168


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
COMO UTILIZAR ESSA UNIDADE METABÓLICA, O Canadian Aerobic Fitness Test cronometrado. Depois de encer-
VO2máx.? Como vimos, o VO2max pode ser utilizado de forma rado o teste, deve-se, o mais rápido possível, fazer a contagem de
absoluta e relativa. As fórmulas utilizadas nos protocolos dos testes IUHTrQFLDFDUGtDFD )& GXUDQWHVHJXQGRVRUHVXOWDGRpPXO-
apresentam ambos resultados, e podemos transforma-los. WLSOLFDGRSRUHVHREWpPD)&GRPLQXWR&RPWRGRVRVGDGRV
DSXUDGRVDSOLFDVHDIyUPXOD 3ROORFN :LOPRUH 92Pi[
 [3 ± [,  [6 ± [7, 
± [)& 2QGH
3 OLEUD SHVRHPOLEUDV SHVRHPNJ[ , LGDGH DQR
PDLVSUy[LPR 6   PDVFXOLQRRX  IHPLQLQR7, WHPSRJDVWR
QDFDPLQKDGD)& IUHTrQFLDFDUGtDFDGD~OWLPDYROWD
([HPSOR3 NJ[ OE6 PDVFXOLQR)& 
, DQRV7, PLQ
92Pi[  [ ± [  
[ ± [ ± [ 92Pi[   
±    ±  ±  92Pi[ OPLQ±
±7HVWHGH&RUULGDGHPHWURV &RRSHU
3RSXODomRDOYRGHDDQRVSDUDKRPHQVHPXOKHUHV2
ideal que o testado esteja familiarizado com a prática de atividade
física regular. Para atletas também é conveniente.
Metodologia: o teste consiste em cronometrar o tempo gasto
SHORDYDOLDGRUSDUDSHUFRUUHUDGLVWkQFLDGHPHWURV

3URWRFRORVGH&DPSR
Uma das características mais positivas desses testes é que são
muito fáceis de administrar. Por outro lado, tais testes baseados no 2QGH' GLVWkQFLDHPPHWURV
desempenho têm algumas limitações substanciais. Por exemplo, o ([HPSOR8PLQGLYtGXRFRUUHXPHWURVHPPLQXWRV
nível individual de motivação e capacidade de ritmo pode ter um im-
SDFWRSURIXQGRQRVUHVXOWDGRV1RV~OWLPRVDQRVRWHVWHGH$SWLGmR
SDUD$QGDU8PD0LOKDWHPVHGLIXQGLGRFRPRXPPHLRH¿FD]GH
estimar a capacidade cardiorespiratória. A tarefa primária envolvida
nesse procedimento de avaliação é fazer com que o indivíduo ande
XPDPLOKD P WmRUiSLGRTXDQWRSRVVtYHOGHSUHIHUrQFLDHP
uma trilha ou superfície nivelada. Imediatamente depois de comple- OBSERVAÇÃO:
tada a caminhada, a FC é medida usando-se a técnica palpatória. O Para transformar minutos em segundos, basta aplicar uma regra
consumo de O2 é estimado por uma equação de regressão baseada de três.
em peso, idade, sexo, tempo de caminhada e FC pós- exercício. Ve- PLQXWRVHJXQGRV
remos a seguir alguns protocolos de teste de campo. PLQXWRV[
±7HVWHGH&DPLQKDGDGHNP3RSXODomRDOYRLQGLYtGXRV
GHEDL[DDSWLGmR>92Pi[LQIHULRUDPO NJPLQ  [ [
1RUPDOPHQWHHQFRQWUDPRVQHVWHJUXSRSHVVRDVLGRVDVREH- [ 
sas, indivíduos pós cirurgia e pacientes cardíacos. Metodologia: o
indivíduo deverá caminhar sempre no plano horizontal registrando o ±7HVWHGH$QGDUHFRUUHUPLQXWRV &RRSHU
WHPSRQHFHVViULRSDUDFDPLQKDUNP)yUPXOD /HLWH  População alvo: pessoas de baixo condicionamento e atletas,
92Pi[PO NJPLQ  [9 NPK PO NJPLQ  LGDGHHQWUHHDQRVDPERVRVVH[RV0HWRGRORJLDRDYDOLDGR
Exemplo: GHYHFRUUHURXFDPLQKDUVHPLQWHUUXSomRRWHPSRGHPLQXWRV
3HVR NJPXOKHUWHPSRJDVWR PLQXWRV8QLIRUPL]DU VHUiFRPSXWDGRDGLVWkQFLDSHUFRUULGDQHVVHWHPSR2LGHDOpDSOLFDU
Unidades: esse teste em pista já demarcada.
NP P· PPLQ[ ·  )yUPXODSDUD&RRSHU92Pi[  ' ' GLVWkQFLD
NPK(PSUHJDUHPRVDIyUPXOD92Pi[PO NJPLQ   percorrida
[  ð PO NJPLQ ±7HVWHGH&DPLQKDGDGH
GR3RSXODomRDOYRPHVPDFLWDGDQRWHVWHDQWHULRU,GHDOSDUD
quem não faz atividade física há algum tempo.
Metodologia: antes da aplicação do teste deve-se coletar os da-
dos de peso e idade.
$SOLFDomR R WHVWH LQFOXL HP XPD FDPLQKDGD GH  PHWURV
com tempo

Didatismo e Conhecimento 169


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
7HVWHGHFRUULGDGH%DONH3RSXODomRDOYR3HVVRDVMiFRQGLFLRQDGDVRXDWOHWDVSRLVRWHPSRGHGXUDomRGRWHVWHpUD]RDYHOPHQWHORQ-
JRSRGHQGRVHUDSOLFDGRHPLQGLYtGXRVGHDDQRVGHDPERVRVVH[RV0HWRGRORJLD%DVLFDPHQWHDPHVPDGRWHVWHGH&RRSHUFRPXP
tempo um pouco maior. Com o resultado apurado, deve-se calcular a velocidade expressa em metros por minuto, utilizando a seguinte fórmula.
9PPLQ GLVWkQFLDSHUFRUULGD P ·WHPSR PLQ 92PD[PO NJPLQ  > Y± @
Exemplo:
'LVWkQFLDSHUFRUULGDP9  PPLQ
92PD[PO NJPLQ  > ± @
92PD[  NJPLQ 

7HVWHGH&RUULGDGH5LELVO .DFKRGRULDQ3RSXODomRDOYR,QGLYtGXRVFRPDPSORQtYHOGHDSWLGmRItVLFDHIDL[DHWiULDEHPYDULiYHO
pois na fórmula de cálculo de VO2 são levados em consideração a idade e o tempo gasto na realização do teste. Metodologia: Basicamente
LJXDLVDVGRVGRLVWHVWHVDQWHULRUHV(QWUHWDQWRRTXHRGLIHUHQFLDGRVGHPDLVSURWRFRORVUHODFLRQDVHFRPD¿[DomRGDGLVWkQFLDDVHUSHUFRU-
ULGDQRFDVRPFRPRWHPSRJDVWRSDUDDUHDOL]DomRGDWDUHIDUHJLVWUDGRHPVHJXQGRVHSRUOHYDUHPHPFRQVLGHUDomRSDUDRFiOFXORGR
VO2max, o fator idade e o peso corporal. Para isso utiliza-se a fórmula:
92Pi[ ± ; ± ; ± ; PO NJPLQ 
Onde:
; WHPSRJDVWRSDUDSHUFRUUHURVPHPVHJXQGRV; ,GDGHHPDQRV; 3HVRFRUSRUDOHPNLORV
([HPSOR,GDGHDQRV3HVRNJ7HPSRPLQ VHJ
92Pi[ ± ; ± ; ± ; PO NJPLQ 92Pi[ ±  ±  ±
  PO NJPLQ 92Pi[ ±±±92Pi[ PO NJPLQ 
2%62VUHVXOWDGRVREWLGRVQRVWHVWHVSRGHPVHUFRPSDUDGRVFRPDVWDEHODVGH&ODVVL¿FDomRGH$SWLGmR&DUGLRUHVSLUDWyULDGD$PHULFDQ
Heart Association. Estas tabelas podem ser utilizadas como referência tanto para testes de campo quanto laboratoriais.

3URWRFRORVVXEPi[LPRHPFLFORHUJ{PHWUR3URWRFRORGD<0&$SDUDELFLFOHWDHUJRPpWULFD

Orientações:
$MXVWDUDSULPHLUDWD[DGHWUDEDOKRHPNJPPLQ NJDUSP 6HD)&QRWHUFHLURPLQXWRGDIDVHIRU"0HQRUTXHDMXVWDU
DVHJXQGDIDVHHPNJPPLQ NJDUSP "DMXVWDUDVHJXQGDIDVHHPNJPPLQ NJDUSP "DMXVWDUDVHJXQGD
IDVHHPNJPPLQ NJDUSP "PDLRUGRTXHDMXVWDUDVHJXQGDIDVHDNJPPLQ NJDUSP 
$MXVWDUDWHUFHLUDHTXDUWDIDVH VHQHFHVViULR GHDFRUGRFRPDVWD[DVGHWUDEDOKRQDVFROXQDVDEDL[RGDVHJXQGDIDVH
2WHVWHGHVWLQDVHDDXPHQWDUDIUHTXrQFLDFDUGtDFDGHXPHVWDGRHVWiYHOGRLQGLYtGXRSDUDDESPSRUGRLVHVWiJLRVFRQVHFXWLYRV
8PSRQWRLPSRUWDQWHDVHUOHPEUDGRpTXHGXDVPHGLGDVFRQVHFXWLYDVGDIUHTXrQFLDFDUGtDFDGHYHPVHUREWLGDVQDYDULDomRGHDESP
SDUDSUHYHURFRQVXPRPi[LPRGH21RSURWRFRORGD<0&$FDGDWD[DGHWUDEDOKRpUHDOL]DGDSRUPLQXWRVFRP)&UHJLVWUDGDVQRV
HVHJXQGRV¿QDLVGRVHJXQGRHWHUFHLURPLQXWRV6HHVVDV)&VQmRHVWLYHUHPHPEDWLPHQWRVPLQXWRFDGDXPDHQWmRVHPDQWpPDWD[D
GHWUDEDOKRSRUPDLVXPPLQXWR$)&PHGLGDQR~OWLPRPLQXWRGHFDGDIDVHpGHPDUFDGDFRQWUDWD[DGHWUDEDOKR$SUHVVmRDUWHULDOGHYHVHU
PRQLWRUDGDQD~OWLPDHWDSDGHFDGDHVWiJLR

CÁLCULO:
Valor absoluto (ml/min): VO2máx. 60E +5Pi[+5
Onde:
60 7UDEDOKRUHIHUHQWHDR~OWLPRHVWiJLR60 7UDEDOKRUHIHUHQWHDRSHQ~OWLPRHVWiJLR+5 )&DWLQJLGDQRSHQ~OWLPRHVWiJLR
+5 )&DWLQJLGDQR~OWLPRHVWiJLR+5Pi[ LGDGH )&Pi[

Didatismo e Conhecimento 170


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
3DUDHQFRQWUDUEE 6060+5+5
3DUDHQFRQWUDU6060  FDUJDGR~OWLPRHVWiJLR.JP[  [SHVR  POPLQ
3DUDHQFRQWUDU6060  FDUJDGRSHQ~OWLPRHVWiJLRNJP[  [3HVR  POPLQ 92UHODWLYR 92POPLQ3HVR
92HP0HWV 92UHODWLYR
2.2- Protocolo em cicloergômetro de Astrand-Ryhming Entre as técnicas de testes submáximos é que tem apresentado maior
aceitação.
eXPWHVWHGHIDVH~QLFDTXHGXUDPLQXWRV$WD[DGHWUDEDOKRVXJHULGDpVHOHFLRQDGDGHDFRUGRFRPRVH[RHHVWDGRLQGLYLGXDOGH
atividade do testado:

$IUHTrQFLDGHSHGDODGDpDMXVWDGDHPUSP"$IUHTrQFLDFDUGtDFDpPHGLGDQRTXLQWRHVH[WRPLQXWRGHWUDEDOKR$PpGLDGDVGXDV
freqüências cardíacas é então usada para estimar o consumo máximo de O2 a partir de um Nomograma. ? O valor encontrado deve então ser
FRUULJLGRSDUDGLIHUHQWHVLGDGHVSULQFLSDOPHQWHDSyVRVDQRVXVDQGRIDWRUHVGHFRUUHomRFRQIRUPHWDEHOD

Para populações que não encontram-se relacionadas na tabela o fator de correção pode ser calculado da seguinte forma:
)DWRUGHFRUUHomR )  [LGDGH±3URWRFRORVHP%DQFR
(VWHpXPWLSRGHWHVWHTXHQmRUHTXHUXPFXVWRPXLWRDOWRHSRGHVHUDSOLFDGRQXPDYDVWDSRSXODomR LGDGHVH[RHWF ±3URWRFROR
de Banco de Astrand
1HVWHSURWRFRORWDPEpPVHXWLOL]DXP~QLFRHVWiJLRSRUpPGLIHUHQFLDGRVHJXQGRRVH[R3DUDRPDVFXOLQRDDOWXUDGREDQFRGHYHUiVHUGH
FPMiSDUDRIHPLQLQRUHFRPHQGDVHXPEDQFRGHFP$VWUDQGLQGLFDVHXSURWRFRORSDUDDPERVRVVH[RVFRPLGDGHFRPSUHHQGLGDHQWUH
HDQRV2REMHWLYRSULQFLSDOGHVWHWHVWHpLGHQWL¿FDURQtYHOGHDSWLGmRItVLFDGRDYDOLDGRDWUDYpVGR92Pi[FRPRUHVXOWDGRH[SUHVVR
HPOPLQ±

Didatismo e Conhecimento 171


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Procedimentos:
$QWHVGDUHDOL]DomRGRWHVWHGHYHVHPHQVXUDURSHVRFRUSR-
UDOWRWDO2ULWPRGHWUDEDOKRGHYHUiVHUPDQWLGRHPSDVVDGDV
SRUPLQXWRDWpRLQGLYtGXRFRPSOHWDUPLQXWRV
$FRQWDJHPGD)&GHYHUiVHUIHLWDLQLFLDOPHQWHDSyVDLQWHU-
UXSomRGRWHVWHGXUDQWHVHJXQGRVHVHXUHVXOWDGRPXOWLSOLFDGR
SRU
&RPRVGDGRVFROHWDGRVGHYHUiVHUIHLWRDGHWHUPLQDomRGR
VO2max utilizando o nomograma.
([HPSOL¿FDQGR+RPHP )& ESP3HVR NJ
5HVXOWDGRSHORQRPRJUDPDOPLQ5HVXOWDGRHPPO NJ
PLQ  
3URWRFRORGHEDQFRGH.DWFK 0F$UGOH
eFRQVWLWXtGRGHFDUJD~QLFDFRPDOWXUDGHFPVXDDSOLFDomR
é indicada para homens e mulheres em idade universitária.
Procedimentos:
2WHPSRGHGXUDomRGRWHVWHpGHPLQXWRV$IUHTrQFLD
GHSDVVDGDpGHHSDVVRVSRUPLQXWRSDUDKRPHQVHPXOKHUHV
respectivamente.
$FRQVHOKDVHRXVRGHPHWU{QRPRDR¿QDOGRWHUFHLURPL-
QXWRRDYDOLDGRSHUPDQHFHHPSpHQTXDQWRRSXOVRpYHUL¿FDGRQXP
LQWHUYDORGHVHJXQGRVFRPHoDQGRVHJXQGRVDSyVRWpUPLQRGR
teste. O valo encontrado deve ser multiplicado por quatro.
2UHVXOWDGR¿QDOVHUiGR92PD[HPPO NJPLQ &RP
o resultado da FCM apurada aplica-se a seguinte fórmula.
HOMENS:
92PD[   ±  [ )&GR ¿QDO GR WHVWH 08/(5(6
92PD[ ±[)&GR¿QDOGRWHVWH

7HVWHVXEPi[LPRHPHVWHLUD

3URWRFRORHPHVWHLUDGH%UXFH
Este protocolo apresenta um alto grau de intensidade por ter
sua sobrecarga aplicada tanto em relação a inclinação quanto a ve-
ORFLGDGH(VWHWHVWHSRVVXLVHLV  HVWiJLRVFRPGXUDomRGHWUrV  
PLQXWRVFDGDHXPDLQFOLQDomRYDULiYHOLQLFLDQGRVHHPGH]  
JUDXVHDXPHQWDQGRGRLV  JUDXVDR¿QDOGHFDGDHVWiJLR$YHOR-
FLGDGHWDPEpPVHDOWHUDDR¿QDOGHFDGDHVWiJLRLQLFLDQGRVHHP
PLOKDVK NPK HLQGRDWpPLOKDVK NPK 

Antes de se iniciar o teste estima-se a FCM pela fórmula de


.DUYRQHQ  LGDGH  SDUD DSyV HVWDEHOHFHU  GD )&0 SDUD
VHUYLUGHUHIHUrQFLDSDUDR¿QDOGRWHVWH OBSERVAÇÃO: Foi desenvolvida uma pesquisa que contou
$V IyUPXODV SDUD R FiOFXOR GR92PD[ HP PO  NJPLQ  FRPHVWXGRVGHJUXSRVFRPXPQ~PHURDPRVWUDODYDOLDGR
estão descritas abaixo: GHLQGLYtGXRVHQWUHHDQRV(VWHHVWXGRIRLFRQGX]LGR
+20(092PD[PO NJPLQ   [WHPSR  por Douglas Seals e Hirofumi Tanaka na Universidade do Colorado
08/+(592PD[PO NJPLQ   [WHPSR  - USA.

ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES

————————————————————————— —————————————————————————

————————————————————————— —————————————————————————

————————————————————————— —————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 172


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo

Didatismo e Conhecimento 173


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo

INEANTROPOMETRIA HISTÓRICO:
6HPVRPEUDGHG~YLGDRIHQ{PHQRTXHPDLVWHPFDSWDGRDDWHQomRGRVHUKXPDQRDWUDYpVGDVXDKLVWyULDWHPVLGRRSUySULRKRPHPH
tão complexo é analisar sua totalidade que se faz necessário dividi-lo, e uma destas divisões, é a cineantropometria.
D&+LSyFUDWHVID]DVSULPHLUDVUHIHUrQFLDVDRFRQFHLWRGHHVWUXWXUDKXPDQDIRLXPGRVSULPHLURVDFODVVL¿FDURVLQGLYtGXRVVHJXQGR
sua morfologia. - tísicos ou delgados com predomínio do eixo longitudinal. - apopléticos ou musculosos com predomínio do eixo transversal.
VpFXOR;9,,(OVKROW]HPSUHJDSHODYH]RWHUPR³DQWURSRPHWULD´HPXPDVpULHGHHVWXGRVPRUIROyJLFRVUHDOL]DGRVQD8QLYHUVLGDGHGH
3iGXD GHVHQYROYHVHXP³FRPSDVVR´VLPLODUDXPDSLQoDTXHSHUPLWLDPHGLUDJRUGXUDHPGHWHUPLQDGDVSDUWHVGRFRUSR SHOD
SULPHLUDYH]XVDVHRWHUPR³FLQHDQWURSRPHWULD´QXPDUWLJRGH:LOOLDQ5RVVQDUHYLVWDFLHQWt¿FDEHOJD.LQDQWKUSRORJLH$FWLYLW\6FLHQFHV´
QR&RQJUHVVR&LHQWt¿FR2OtPSLFRFHOHEUDGRHP4XHEHFSRUPRWLYRGRV-RJRV2OtPSLFRVGH0RQWUHDOHGHQRPLQDGR³,QWHUQDWLRQDO

Didatismo e Conhecimento 174


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
C o A cineantropometria foi apresentada pela primeira vez como 2HVWXGRPDLVLPSRUWDQWHHVLJQL¿FDWLYRGHGLVVHFDomRDQDW{-
uma especialidade emergente e de grande aplicabilidade na área da PLFDQRkPELWRGDFLQHDQWURSRPHWULDIRLUHDOL]DGRQD8QLYHUVLGDGH
atividade física, ngress of Physical nutrição e alto rendimento. Na GH9ULMH%pOJLFDHQWUHRXWXEURGHHMXQKRGH
conferência principal deste simpósio, William Ross desenvolveu   FDGiYHUHV HQWUH  H  DQRV ,1',5(726  7DPEpP
o conceito de cineantropometria como sendo “o uso da medida no denominados “in vivo”, considera-se assim porque para calcular
estudo do tamanho, forma, proporcionalidade, composição e matu- TXDOTXHU SDUkPHWUR R ID]HP j SDUWLU GD PHGLGD GH RXWUR FRPR
ração do corpo humano, com o objetivo de ampliar a compreensão por exemplo a densidade corporal total, pressupondo uma teórica e
do comportamento humano em relação ao crescimento, à atividade constante relação quantitativa entre ambas variáveis. ex: - Excreção
ItVLFDHDRHVWDGRQXWULFLRQDO´>'(5@ de creatinina - Radiologia convencional
 (P  RFRUUHX R UHFRQKHFLPHQWR GD &LQHDQWURSRPHWULD - Densitometria (pesagem hidrostática) Excreção de creatinina:
como ciência pela “International Council of Sport and Physical A creatinina é um metabólito da Creatina que está em uma propor-
(GXFDWLRQ´)RLUHDOL]DGRRR&RQJUHVVR,QWHUQDFLRQDOGH&LQHDQ- omRGHQRP~VFXOR7RPDQGRHVWHYDORUFRPRFRQVWDQWHHPH-
tropometria. dindo sua concentração na urina ou no plasma sangüíneo, se poderá
Apesar do Brasil ser considerado como o principal pólo de de- estimar a massa muscular, já que cada mg. de creatinina no plasma
senvolvimento da cineantropometria na América Latina, o tema é HTLYDOHDNJGHP~VFXOR
ainda hoje pouco discutido e estudado no país. Nossa produção bi- Pode ser prejudicada por dietas hiperproteícas, má nutrição,
EOLRJUi¿FDHQRVVDVSHVTXLVDVQDiUHDVmRDLQGDEDVWDQWHHVFDVVDV exercício (especialmente os de contração excêntrica). Radiologia
TXDVHDWRWDOLGDGHGDELEOLRJUD¿DHQFRQWUDGDpHVWUDQJHLUD convencional: A utilização de raios-x permite, com a adequada du-
CINEANTROPOMETRIA Palavra de origem grega que sig- ração e nível de intensidade de exposição, delimitar bastante clara-
QL¿FD³0HGLURKRPHPHPPRYLPHQWR´.,1(,1RVX¿[RVLJQL- PHQWHRWHFLGRVXEFXWkQHRPXVFXODUHyVVHR$LQGDTXHXWLOL]DGD
¿FD³PRYLPHQWR´HUHÀHWHRHVWXGRGRPRYLPHQWRGDVWURFDVTXH DWpSULQFtSLRVGRVDQRVSRUVLJQL¿FDWLYRVDXWRUHVFRPR7DQQHUH
ocorrem no homem. É o símbolo da vida, da evolução e do desen- Behnke, sua falta de contraste para com os tecidos macios e espe-
volvimento do ser humano. ANTHROPOS: o tema central cujo cialmente seu perigo de radiação, propiciaram seu declínio.
VLJQL¿FDGRp³KRPHP´RTXDOYDPRVPHGLURREMHWRSULQFLSDOGR 'HQVLWRPHWULD$GHQVLWRPHWULDFRQVWLWXLVHPG~YLGDDOJXPDR
QRVVRHVWXGR0(75(,1RVX¿[RTXHWHPXPVLJQL¿FDGRGHIiFLO método de laboratório mais amplamente utilizado para a estimativa
da massa de gordura e da massa livre de gordura. Considerado o mé-
compreensão, “medida”.
todo padrão por excelência em que todos os demais devem buscar
Somente através de uma análise de cada um dos componentes
YDOLGDomRFLHQWt¿FDDGHQVLWRPHWULDHVWiEDVHDGDQRPRGHORGH³
TXHFRQVWLWXHPRFRUSRKXPDQRJRUGXUDRVVRVP~VFXORVHRXWURV
componentes”: massa de gordura e massa magra. Embora os termos
tecidos - de forma isolada e em relação ao próprio peso corporal
massa magra e massa livre de gordura serem utilizados em grande
total, é que se torna possível observar as alterações produzidas pelos
SDUWHGDELEOLRJUD¿DGHIRUPDVLQ{QLPDLVWRQmRpFRUUHWR‡0DV-
programas de atividades motoras e pelas dietas alimentares no or-
VD/LYUHGH*RUGXUD ))%IDWIUHHERG\PDVV eDPDVVDFRUSRUDO
ganismo de uma pessoa, oferecendo valiosas informações quanto a
livre de toda gordura extraível, inclusive a gordura essencial, não
VXDH¿FLrQFLDRXSRVVLYHOPHQWHLQGLFDQGRUHIRUPXODo}HVHPVHXV
FRQWpP OLStGLRV ‡ 0DVVD 0DJUD /%0 OHDQ ERG\ PDVV  &RQWpP
princípios. Um dos primeiros estudos a demonstrar a inadequação XPDTXDQWLGDGHGHOLStGLRVGHjJRUGXUDHVVHQFLDOVHPDTXDO
da utilização do peso corporal total na avaliação dos efeitos dos R RUJDQLVPR QmR FRQVHJXH PDQWHU XP IXQFLRQDPHQWR ¿VLROyJLFR
programas de atividades motoras no organismo foi realizado por adequado.
:(/+$0 %(+1.(  TXHXWLOL]DQGRVHGHMRJDGRUHV
SUR¿VVLRQDLV GH IXWHERO DPHULFDQR GRV TXDLV  IRUDP UHFXVDGRV '83/$0(17(,1',5(7266HWHPGHFODVVL¿FDUGHVWDPD-
para o serviço militar por terem sido considerados obesos, observa- neira, porque resultam de equações ou normogramas derivados por
UDPXPSHVRFRUSRUDOPpGLRHPWRUQRGHDFLPDGRVSDGU}HV sua vez, de algum dos métodos indiretos. A antropometria constitui
esperados para os homens de mesma idade e estatura, o que os en- XPERPH[HPSORSRLVDSDUWLUGDVPHGLGDVGHDOJXQVSDUkPHWURV
quadrariam numa faixa de obesidade. e da densidade corporal de uma população determinada, se calcula
Uma estimativa precisa da composição corporal proporciona uma equação de regressão. Esta em teoria permitirá valorar a por-
uma base importante para se formular um programa adequado de centagem de massa de gordura de outros grupos de população, a
DSWLGmRItVLFD2SDGUmRTXHpXWLOL]DGRGHIRUPDEDVWDQWHVLJQL¿- SDUWLUVRPHQWHGHPHGLGDGHVXDVSUHJDVFXWkQHDVH[V,PSHGkQFLD
cativa, ainda nos dias de hoje - as tabelas de peso e altura - são de bio-elétrica. Antropometria (principal objeto do nosso estudo)
valor muito limitado na avaliação corporal. Estas tabelas que são
utilizadas para avaliar o grau de “excesso de peso”, se baseiam es- ,PSHGkQFLDELRHOpWULFD([LVWHXPDFRUUHODomRHQWUHRFRQWH~-
sencialmente nas estatísticas das variações médias do peso corporal do total de iJXDFRUSRUDO 7%:³WRWDOERG\ZDWHU´ HDLPSHGkQFLD
SDUDSHVVRDVHQWUHHDQRVGHLGDGHTXDQGRDWD[DGHPRUWDOL- elétrica do organismo, ou o que é igual, a resistência que os diversos
GDGHpPDLVEDL[DVHPOHYDUHPFRQVLGHUDomRDVFDXVDVHVSHFt¿FDV componentes corporais oferecem a passagem de uma corrente
GDPRUWHRXDTXDOLGDGHGHVD~GHDQWHVGDPRUWH alternada de baixa intensidade e freqüência elevada. Coloca-se
TXDWURHOHWURGRVVXSHU¿FLDLVQDVPmRVHQRVSpVGRHVWXGDGRDWUDYpV
MÉTODOS DE VALORAÇÃO CINEANTROPOMÉTRICOS dos quais circula uma corrente elétrica. Resulta evidente que, se
DIRETOS levarmos em conta que a resistência a passagem de uma corrente
- Baseados na dissecação de cadáveres e com lógicos proble- elétrica de baixa intensidade e alta freqüência está diretamente
PDVLQHUHQWHVDHVWHVSURWRFRORVR~QLFRDEVROXWDPHQWHYiOLGRSR- relacionada com o volume do condutor (em nosso caso massa magra
rém com evidentes limitações. e gordura), o fator que limitará realmente a capacidade condutiva

Didatismo e Conhecimento 175


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
GHQRVVRRUJDQLVPRVHUiRQ~PHURGHHOHWUyOLWRVGHiJXDRXVHMDRV MATERIAIS E MÉTODOS:
tQGLFHV GH KLGUDWDomR H GHVLGUDWDomR LQÀXHQFLDP JUDQGHPHQWH QR - Estadiometro
resultado do teste. Todos os testes citados acima com seus custos - Antropômetro
HOHYDGRVHDGL¿FXOGDGHRX impossibilidade de transporte dos ma- %DODQoD SUHFLVmRJ
teriais para que possam ser executadas avaliações de campo, fazem - Fita métrica - Paquímetro
com que pesquisas utilizando-os se limitem a pesquisas de labora- - Compasso de dobras
tório.
Antropometria: A técnica antropométrica, através das medidas O indivíduo estudado deverá estar inicialmente em posição
GHFLUFXQIHUrQFLDVGLkPHWURVHHVSHVVXUDVGHGREUDVFXWkQHDVWHP anatômica, marca-se primeiramente todos os pontos anatômicos,
sido um recurso freqüentemente utilizado no estudo da composi- somente depois iniciam-se as medidas pela parte superior do corpo.
omR FRUSRUDO GHYLGR j ‡6LPSOLFLGDGH GH VXDV PHGLGDV ¿WDV DQ-
WURS{PHWURVSDTXtPHWURVHDGLS{PHWURV ‡,QRFXLGDGHGRPpWRGR PONTOS ANATÔMICOS TRONCO
‡3RXFRRXQHQKXPVDFULItFLRSRUSDUWHGRVXMHLWRDYDOLDGR‡5HODWLYD
facilidade de seus procedimentos sujeitos. MESOESTERNAL: Situado no corpo do esterno ao nível da
‡&RQGLo}HVGHHVWXGRVGHFDPSRHOHYDQWDPHQWRGHXPJUDQGH FRVWHOD(VWDHVWDUiORFDOL]DGDQRHVSDoRLQWHUFRVWDOHQWUHDH
Q~PHURGH FRVWHODV
‡0HQRUHVUHVWULo}HVFXOWXUDLV‡&HUWDIDFLOLGDGHQRWUHLQDPHQWR ACROMIAL: Situado no bordo superior e externo do acrômio.
GHSHVVRDO‡%DL[RFXVWRRSHUDFLRQDO7XGRLVVRFRODERURXSDUDTXH Localizar primeiro o ponto superior e posteriormente o ponto mais
a antropometria fosse eleita como a técnica lateral do acrômio. Para localização pode-se ir apalpando ao longo
De maior aplicabilidade em nosso meio. do processo espinhoso da escápula.
68%(6&$38/$56LWXDGRQRERUGRGRkQJXORLQIHULRUGDHV-
O ser humano pode ser descrito com grande precisão através cápula. XIFOIDAL: Situado na extremidade inferior do processo
GH PHGLGDV GH VXD PRUIRORJLD H[WHUQD WDLV FRPR DOWXUDV GLkPH- xifóide.
WURVSHUtPHWURVHGREUDVFXWkQHDV2XVRGDGREUDFXWkQHDpXPGRV ILEOCRISTAL: Ponto mais lateral da crista ilíaca. Sobre a li-
mais práticos e hábeis métodos na avaliação corporal em popula- nha axilar média. Deve-se sempre usar as duas mãos para fazer a
o}HVDGXOWDVHQWUHHDQRVGHLGDGHLVWRSRUTXHjGD ORFDOL]DomRGHVWHSRQWRSRLVFDVRFRQWUiULRRDYDOLDGR¿FDUDWRWDO-
JRUGXUDFRUSRUDOWRWDOHVWiORFDOL]DGDVXEFXWkQHDPHQWH1RHQWDQWR mente desequilibrado. Utiliza-se a face palmar dos dedos para fazer
DOJXQVFXLGDGRVGHYHPVHUWRPDGRVDGREUDFXWkQHDGHYHVHUXVDGD a localização deste ponto.
somente em adultos que apresentem um percentual de gordura entre ,/(2(63,1+$/ /RFDOL]DGD QD HVSLQKD LOtDFD kQWHURVXSH-
jGRSHVRFRUSRUDOWRWDODFLPDGHSRGHRFRUUHUXPD rior, no seu extremo inferior (não na superfície mais frontal).
subestimativa no percentual de gordura.
&8,'$'26*(5$,6 MEMBRO SUPERIOR
- O local destinado ao estudo deve ser amplo e com regulação RADIAL: Bordo superior e lateral da cabeça do rádio. Para sua
de temperatura para torná-lo confortável ao estudado. localização deve-se apalpar para baixo na porção mais baixa
- A pessoa estudada deverá estar descalça e com a menor roupa da fossa lateral do cotovelo. Uma ligeira pronação/supinação
possível. do antebraço provoca um movimento de rotação na cabeça do rádio.
- Os aparelhos deverão estar calibrados. ESTILÓIDE: Ponto mais distal da processo estilóide do rádio.
- Todas as medidas deverão ser tomadas no lado direito, mesmo MEMBRO INFERIOR
que este não seja seu lado dominante. TROCANTÉRICO: Localizado no ponto mais superior do tro-
- Antes de iniciar a tomada das medidas, marca-se os pontos FkQWHUPDLRUGRIrPXU QmRpRSRQWRPDLVODWHUDO 
DQDW{PLFRVFRPOiSLVGHUPRJUi¿FR Deve-se estabilizar o estudado com a mão oposta ao lado no
qual se
RECOMENDAÇÕES: YDLUHDOL]DUDDSDOSDomRDSDOSDVHQD]RQDODWHUDOGRVP~VFX-
- É conveniente explicar de forma geral os procedimentos do ORVGRJO~WHRSRGHUHDOL]DUXPDSHTXHQDRVFLODomRODWHUDO GLUHLWD
HVWXGRDVVLQDODQGRDLPSRUWkQFLDGHSHUPDQHFHUQDSRVLomRGHWHU- HVTXHUGD FRPRVXMHLWRHVWXGDGRSDUDTXH¿TXHPDLVIiFLOORFDOL]DU
minada em cada uma das medidas. RSRQWR$SyVORFDOL]DUVHRSRQWRPDLVODWHUDOGRWURFkQWHUDSDOSD-
- A marcação dos pontos e a realização das medidas deverá ser VHSDUDFLPDD¿PGHORFDOL]DURSRQWRVXSHULRUGRWURFkQWHUPDLRU
feita de cima para baixo. - Os instrumentos devem ser manipulados do fêmur.
com a mão direita e devem ser TIBIAL MEDIAL: Localizado no ponto superior do bordo me-
aplicados de forma suave sobre a pele. dial do côndilo medial da tíbia.
- As trocas de posição do estudado devem ser feitas de forma Pode facilmente ser localizado, estando o estudado sentado,
não brusca e cruzando a perna direita sobre a esquerda com a tíbia paralela ao
se necessário com o auxílio do antropometrista. solo.
- Em estudos com medição ao longo do tempo, devem ser res- TIBIAL LATERAL: Localizado no ponto superior do bordo
peitados os lateral do côndilo lateral da tíbia.
horários que estes foram feitos pela primeira vez. Ponto de difícil localização em função, principalmente dos li-
- É conveniente poder contar com a colaboração de um aju- gamentos
dante. localizados nesta região do joelho. Deve ser localizado com o
0DQWHUXPDGLVWkQFLDUHVSHLWRVDGRHVWXGDGR DYDOLDGRÀH[LRQDQGRHHVWHQGHQGRRMRHOKR

Didatismo e Conhecimento 176


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
3URFHGLPHQWRWpFQLFRGHPHGLGDGDGREUDFXWkQHD2FRPSDVVRGHYHVHUWRPDGRQDPmRGLUHLWDHRJDWLOKRGRFRPSDVVRPDQXVHDGRFRPR
GHGRLQGLFDGRUFRPDPmRHVTXHUGDSLQoDPRVRWHFLGRDGLSRVRVXEFXWkQHRHQWUHRSROHJDUHRLQGLFDGRUFXLGDQGRSDUDTXHRP~VFXORQmRVHMD
SLQoDGRMXQWRQDG~YLGDVROLFLWDVHXPDOHYHFRQWUDomRHSRVWHULRUUHOD[DPHQWRGRP~VFXOR$SUHJDGHYHVHUSLQoDGDQRSRQWRGHWHUPLQDGR
DVH[WUHPLGDGHVGRFRPSDVVRVmRDMXVWDGDVSHUSHQGLFXODUPHQWHDSUHJDFPDEDL[RGRVGHGRVDJXDUGDVHGRLVVHJXQGRVDQWHVGHHIHWXDUD
OHLWXUD6mRUHDOL]DGDVWUrVPHGLGDVGHFDGDSUHJDFXWkQHDXWLOL]DQGRVHSDUDRVFiOFXORVRYDORUPHGLDQR6HRFRUUHUHPGXDVPHGLGDVFRP
YDORUHVLJXDLVWRPDVHDPRGDVHQGRHVWDVDVGXDVSULPHLUDVQmRpQHFHVViULRTXHVHIDoDXPDWHUFHLUD$VGREUDVFXWkQHDVVmRWRPDGDVVHPSUH
do lado direito, independente se este é o lado dominante, devendo o indivíduo estar com a musculatura relaxada.
3URFHGLPHQWRWpFQLFRSDUDPHGLGDGRVGLkPHWURV$VUDPDVGRSDTXtPHWURRXGRDQWURS{PHWURGHYHPHVWDUFRORFDGDVHQWUHRVGHGRVSR-
legar e indicador, utiliza-se o dedo médio para localizar o ponto anatômico desejado quando da utilização do paquímetro. Deve-se aplicar uma
SUHVVmR¿UPHVREUHDVUDPDVSDUDPLQLPL]DURHVSHVVDPHQWRGRVWHFLGRVFRPRP~VFXORVHJRUGXUD
3URFHGLPHQWRWpFQLFRSDUDPHGLGDGRVSHUtPHWURV7RPDUD¿WDPpWULFDQDPmRGLUHLWDHDH[WUHPLGDGHOLYUHQDPmRHVTXHUGD'HYHVHWHU
RFXLGDGRGHPDQWHUD¿WDIRUPDQGRXPkQJXORUHWRFRPRHL[RGRRVVRRXFRPRVHJPHQWRTXHVHHVWiPHGLQGR$¿WDSDVVDDRUHGRUGRORFDO
onde se vai realizar a medida, cuidando para não comprimir a pele.
([LVWHPWUrVSLODUHVTXHIRUPDPDSUD[LVGDFLQHDQWURSRPHWULD‡(VWXGRGDSURSRUFLRQDOLGDGH3HUPLWHTXHVHIDoDFRPSDUDo}HVGHLQGL-
víduos com o Phanton, entre indivíduos, um indivíduo com um grupo.
‡(VWXGRGRVRPDWRWLSR(VWXGDDVIRUPDVGRFRUSRKXPDQR8WLOL]DVHWUrVFLIUDVTXHTXDQWL¿FDPRVWUrVFRPSRQHQWHVSULPiULRVGRFRUSR
KXPDQR&RPSRQHQWH(QGRPyU¿FRVHUHIHUHDTXDQWLGDGHUHODWLYDGHJRUGXUD&RPSRQHQWH0HVRPyU¿FRVHUHIHUHDRGHVHQYROYLPHQWR
UHODWLYRP~VFXORHVTXHOpWLFR&RPSRQHQWH(FWRPyU¿FRVHUHIHUHDUHODWLYDOLQHDULGDGHDRSUHGRPtQLRGHPHGLGDVORQJLWXGLQDLVVREUHDV
transversais.
‡(VWXGRGDFRPSRVLomRFRUSRUDO$FDSDFLGDGHGRVHUKXPDQRSDUDUHDOL]DUTXDOTXHUWLSRGHHVIRUoRHVWiLQWLPDPHQWHUHODFLRQDGRFRPD
maior ou menor presença de seus tecidos corporais fundamentais.

Didatismo e Conhecimento 177


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo

Didatismo e Conhecimento 178


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESPORTIVA.

6HDWHQGHUPRVjVSRVLo}HVGRVGLYHUVRVDXWRUHVTXHQRV~OWLPRVYLQWHDQRVVHWrPGHGLFDGRjSUREOHPiWLFDGD*HVWmRGR'HVSRUWRSR-
GHPRVHQFRQWUDUXPFRQMXQWRGHLQGLFDGRUHVTXHGHWHUPLQDPDVXDH[LVWrQFLDFRPRXPDQRYDiUHDGHLQWHUYHQomRSUR¿VVLRQDO'HIDFWRDR
VLVWHPDWL]DUPRVRVDVSHFWRVPDLVVLJQL¿FDWLYRVSRGHPRVGHVHQKDUHVWDQRYDiUHDGHFRQKHFLPHQWRWHQGRHPDWHQomRXPFRQMXQWRGHVHLV
ideias que passamos a indicar. Em primeiro lugar, o estado de crise do desporto moderno que determina a necessidade de existirem novas men-
WDOLGDGHVQRTXHUHVSHLWDDRGHVHQYROYLPHQWR(PVHJXQGROXJDUDFRPSOH[L¿FDomRGDVSUiWLFDVGHVSRUWLYDVTXHREULJDDXPDVLVWHPDWL]DomR
das teorias da gestão contextualizadas ao mundo do desporto. Em terceiro lugar, o surgimento de várias organizações relacionadas das mais
diversas maneiras, com a gestão do desporto, o que permite a institucionalização não só duma área do conhecimento como, também, de inter-

Didatismo e Conhecimento 179


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
YHQomRSUR¿VVLRQDO$H[LVWrQFLDGHLQYHVWLJDomRFLHQWt¿FDQDiUHD volver novos projectos. Noutra perspectiva, a que podemos designar
pRTXDUWRDVSHFWRGHWHUPLQDQWHSDUDRGHVHQYROYLPHQWRGD*HVWmR GHDFDGpPLFDD*HVWmRGR'HVSRUWRWDPEpPWHPUD]mRGHH[LVWLU
GR 'HVSRUWR (P TXLQWR OXJDU DV RSRUWXQLGDGHV SUR¿VVLRQDLV TXH porque há ou surgem problemas imprevisíveis para os quais é ne-
estão a surgir num mundo em que os empregos interessantes estão cessário encontrar respostas originais. Para o efeito, utiliza-se aquilo
DUDUHDUGHPRQVWUDPTXHHVWDPRVHPSUHVHQoDGXPDGLQkPLFDGH a que se convencionou chamar de funções da gestão ou tarefas do
D¿UPDomRQRTXDGURGDVRSRUWXQLGDGHVGHHPSUHJRSDUDDVQRYDV gestor. Nesta segunda perspectiva, estamos perante um sistema em
gerações. Em sexto, a formação inicial de nível superior no kPELWR que as soluções são encontradas pela capacidade heurística de cons-
GD*HVWmRGR'HVSRUWRSDUHFHQRVVHUXPDUHDOLGDGHTXHYDLJDUDQWLU truir o algoritmo conducente à solução de determinado problema. É
a nível do sistema a existência duma forte pressão provocada pelas o que se espera dos licenciados ao serem capazes de formular per-
novas gerações acabadas de sair das universidades. Neste trabalho guntas, problematizar as questões, sistematizar as possíveis soluções
vamos desenvolver cada uma das ideias atrás expressas de forma e escolher a mais ajustada.
a avançarmos para aquilo que consideramos ser o enquadramento +RMHRHVWDGRGHFULVHWDQWRGR³GHVSRUWRSUR¿VVLRQDO´FRPR
LQVWLWXFLRQDOGD*HVWmRGR'HVSRUWRSDUDGHVHJXLGDDSUHVHQWDUPRV do “desporto educação” aconselham a que sem descurar os meca-
algumas conclusões e oportunidades futuras. nismos normalizados da primeira perspectiva, se aposte também
QD*HVWmRGR'HVSRUWRHQTXDQWRLQVWUXPHQWRFDSD]GHUHVROYHURX
CRISE DO DESPORTO MODERNO pelo menos, ajudar a resolver, os estigmas do desporto moderno.
A crise do desporto moderno parece-nos ser um dos indicadores Uma coisa parece-nos evidente. É que se continuarmos a utilizar
PDLVVLJQL¿FDWLYRVTXHQRVDFRQVHOKDPDUHHTXDFLRQDURVPRGHORV as mesmas soluções para os problemas que existem, não podemos
WUDGLFLRQDLV GH RUJDQL]DomR GHVSRUWLYD 7DQWR R ³GHVSRUWR SUR¿V- esperar obter resultados muito diferentes daqueles que já foram ob-
sional” como o “desporto educação” estão em profunda crise. Esta tidos no passado. Do mesmo modo, quer- nos parecer que não são
crise surge também da desagregação do modelo corporativo do des- as pessoas que estão há oito, dez, doze dezasseis e mais anos nos
SRUWR WUDGLFLRQDO TXH Mi QmR UHVSRQGH jV GLQkPLFDV GD VRFLHGDGH vértices estratégicos das organizações desportivas que vão mudar
da nova economia naquilo que esta tem a ver com a industria do seja o que for, por muito que elas apregoem a necessidade de mudar
entretenimento associada às novas tecnologias de informação e co- mentalidades.
municação e ao desporto. No desporto, sempre foi mais importante De facto, em nossa opinião, há que transformar a crise do des-
“fazer” do que “saber fazer”, ou mesmo até “porque é que se fazia porto moderno numa oportunidade para as novas gerações, com as
de determinada maneira”. O “just do it” da NIKE, representa bem mais diversas formações, em busca dum emprego e da consequente
uma atitude que conduziu à maior crise do desporto moderno, que UHDOL]DomR SHVVRDO H SUR¿VVLRQDO QXP PXQGR FRPR VH GLVVH HP
VXUJLXQRVPHGLDHPLQtFLRVGHPDVTXHYDLSHUVLVWLUQRVSUy- que os empregos interessantes estão a rarear.
ximos anos. Como se sabe, esta crise teve como protagonista mais
visível o Comité Internacional Olímpico que se viu envolvido em &203/(;,),&$d­2'$*(67­2
processos de corrupção relacionados com a escolha das cidades or- 1RTXHGL]UHVSHLWRDRWHUFHLURDVSHFWRVDOWDjYLVWDTXHQRV~O-
ganizadoras dos Jogos. O falso amadorismo dos dirigentes tem de WLPRVDQRVDJHVWmRWHPYLQGRDFRPSOH[L¿FDUVH$WHRULDGDJHVWmR
dar lugar a um sistema claro em que o próprio Olimpismo, como em geral tem vindo a desenvolver-se obrigando a um esforço com-
património da Humanidade, possa continuar a ter algum sentido plementar aqueles que, no mundo do desporto, querem acompanhar
para a generalidade das pessoas, por esse mundo fora. Actualmente, D HYROXomR (VWD FRPSOH[L¿FDomR ¿FD REYLDPHQWH D GHYHUVH j
a projecção do desporto na sociedade, obriga a outras estratégias, SUySULDFRPSOH[LGDGHGDGLQkPLFDVRFLDO$*HVWmRGR'HVSRUWRQmR
atitudes e procedimentos, no que concerne ao seu próprio desenvol- fugiu a esta regra, tanto na América do Norte como na Europa, pelo
vimento. Por isso, em matéria de desporto, já não chega só “fazer”, que não só a investigação como o próprio ensino têm evoluído duma
é necessário saber “porquê?” para depois se decidir “como” se vai DERUGDJHPSUDJPiWLFDGRVSUREOHPDVSDUDXPDSHUVSHFWLYD¿ORVy¿-
realizar e “qual” a melhor maneira possível de o conseguir, sob pena ca e, por isso, teórica dos mesmos. No entanto é bom que se entenda
de, se tudo for deixado ao acaso, o desporto poder vir a transformar- que se a prática só por si não passa duma mera repetição, por outro
-se num mero espectáculo circense gerido por pessoas sem ideias e lado, qualquer teoria que não seja cruzada com a realidade prática,
sem projectos para além dos seus interesses pessoais, e alimentado, não passa dum simples acto de contemplação. De facto, a teoria para
HP PXLWDV FLUFXQVWkQFLDV SRU PDVVDV DOLHQDGDV SHOD YLROrQFLD GD valer alguma coisa, terá sempre de ser testada pela realidade prática.
competição ou por regionalismos exacerbados, que atrairão inva- Vamos analisar este capítulo tendo em atenção três realidades dis-
riavelmente para as suas causas, políticos e empresários que vão, da tintas. Em primeiro a norte-americana. Em segundo a europeia. Em
pior maneira, aproveitar-se do desporto. Quer isto dizer que, não é terceiro a portuguesa. Finalmente fazemos uma síntese do capítulo.
TXDOTXHUSUiWLFDTXHLQWHUHVVDTXDQGRVHWUDWDGHWHRUL]DUD*HVWmR
do Desporto. A prática tem de ser susceptível de teorização e isto só Revista América do Norte
pSRVVtYHOVHIRUUHÀH[LYDHFUtWLFDSRUTXHVHQmRQmRSDVVDGXPD 1D$PpULFDGR1RUWHD*HVWmRGR'HVSRUWRSRGHVHUDQDOLVDGD
mera repetição. DSDUWLUGDVOLJDVSUR¿VVLRQDLVSRUXPODGRHRVLVWHPDGHFRPSH-
1HVWHTXDGURGHLGHLDVD*HVWmRGR'HVSRUWRSRGHMXVWL¿FDUVH tição inter colégios e universidades por outro. Em qualquer das si-
em duas perspectivas. Na primeira, a que podemos designar de prag- tuações, todo o sistema desenvolveu-se com uma lógica de negócio.
PiWLFDD*HVWmRGR'HVSRUWRH[LVWHSRUTXHWHPVROXo}HVSDUDUHVRO- 3DUD&DOKRXQ  ´WKHKLVWRU\RIVSRUWLVWKHVWRU\RIWUDQVLWLRQ
YHUSUREOHPDVTXHUGL]HUHVWDPRVSHUDQWHXPD*HVWmRGR'HVSRUWR from amateurism to professionalism.” No que diz respeito às ligas
do tipo “chaves na mão”. Trata-se de gerir rotinas. Toda e qualquer GHDFRUGRFRP*DOODQW  RVHXVXUJLPHQWRDFRQWHFHXHP
organização tem rotinas para processar e quanto melhor elas forem FRPREDVHEDOO³2UJDQL]HGSURIHVVLRQDOVSRUWVOHDJXHVLQWKH
realizadas mais a organização está disponível para idealizar e desen- 8QLWHG6WDWHVEHJDQLQZKHQEDVHEDOO¶V1DWLRQDO/HDJXHZDV

Didatismo e Conhecimento 180


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
formed. Several of its guiding principles have continued throughout 0DJQDPH  HDREUD³6RFLRORJLHGX6SRUW6LWXDWLRQGX/RLVLU
the subsequence development of professional sports in this country. 6SRUWLIGDQVOD&XOWXUH&RQWHPSRUDLQH´-HDQ0H\QDXG  FRP
Individual clubes began by cooperating with each other regarding ³6SRUWHW3ROLWLTXH´H%HUWKDXG* %URKP-0 *DQWKHUHW)
the market supply of producers and consumers. The producers were /DJXLOODXPLH3  FRPDREUDFROHFWLYD³6SRUW&XOWXUHHW
WKHSOD\HUVZKRPDGHWKHSURGXFWE\SOD\LQJWKHJDPHVRQWKH¿HOG 5HSUHVVLRQ´%HUQDUG-HX  FRP³/H6SRUWOD0RUWOD9LROHQ-
and the consumers were the fans, whose ticket purchases provided FH´(VWH~OWLPRDXWRUSURFXURXGH¿QLURVFRQFHLWRVDVHVWUXWXUDVH
RSHUDWLQJH[SHQVHVDQGSUR¿WV´³,QGLYLGXDOFOXEVZLWKLQDSURIHV- os modelos, em relação ao processo desportivo. O importante des-
sional sports league are nominally independent legal entities, free to ta obra é o facto de, pela primeira vez, partindo da necessidade da
make or lose money depending upon how they operate their busi- ³H[LJrQFLDGHUDFLRQDOLGDGH´RDXWRUIDODUHP³GH¿QLUSROtWLFDVGHV-
nesses.” “therefore each member club must be considered as both a portivas”, idealizando um conceito com uma dimensão em que pro-
private business entity, and a franchise, operated in accordance with cura captar a globalidade do fenómeno. Simultaneamente na Suiça,
the league-wide concerns.” A gestão territorial das ligas é realizada )UDQoRLV3LGRX[  SXEOLFRX³9HUVXQH3ROLWLTXHGH3URPRWLRQ
numa base de “conquista de monopólio, sem, contudo interferir com 6SRUWLYH´2)LQODQGrV3HNND.LYLDKR  SXEOLFRXDWUDYpVGD
o sistema de competição inter colégios e universidades. As compe- Universidade de Jyväskylä, o título “Sport Organizations and the
WLo}HV QR kPELWR GRV FROpJLRV H XQLYHUVLGDGHV DUUDQFDUDP VRE RV 6WUXWFWXUHRI6RFLHW\´(PGH0DUoRGHDFXOPLQDUWRGRXP
DXVStFLRV GR 3UHVLGHQWH 7KHRGRUH 5RRVHYHOW HP 'H]HPEUR  trabalho coordenado por Benito Castejon Paz, foi divulgado pelo
tendo sido fundada em Dezembro do mesmo ano em New York City, Conselho da Europa, a obra “La Rationalization des Choix en Ma-
a “Intercollegiate Athletic Association of the United States”, que a tiére de Politique Sportive”. Entretanto, o grande salto da pedagogia,
SDUWLUGHSDVVRXDWHUDGHVLJQDomRGH³1DWLRQDO&ROOHJLDWH$WK- da economia política e da própria sociologia para a administração
letic Association” (NCAA). Hoje, a estrutura central da NCAA tem GiVHHPDWUDYpVGR&RPLWp,QWHUQDFLRQDO2OtPSLFRDRHGLWDU
sede em Indianapolis – Indiana, e funciona com um quadro humano uma obra intitulada “Problemes d´Organisation et d´Administration
GHDSRLRGHPDLVGHSHVVRDV'XUDQWHYiULRVDQRVD1&$$QmR du Sport, onde aparecem nomes credenciados no domínio da peda-
IRLPDLVGRTXHXP³JUXSRGHGLVFXVVmR´QRkPELWRGDHVWDQGDUGL]D- gogia do desporto como era o de J. M. Cagical.
ção – “rules-making” – dos processos de coordenação e conjugação
GRWUDEDOKR(PIRLUHDOL]DGRRSULPHLURFDPSHRQDWRQDFLR- Portugal Em Portugal, a obra paradigmática que melhor re-
nal da NCAA em atletismo. A partir de então, novas regras e novos ferencia a necessidade do Estado intervir administrativamente no
campeonatos foram institucionalizados. De acordo com Berryman GHVSRUWRpDGH(XULFR6HUUD  LQWLWXODGD³'HVSRUWR(GXFDomR
 D¿ORVR¿DGXPVLVWHPDGHFRPSHWLomRRUJDQL]DGRSDUDSUp )tVLFDH(VWDGR´'L]LDRDXWRU³2&KHIHGR*RYHUQRDQXQFLRXMi
adolescentes, foi posto em causa pelo sistema educativo nos anos TXHGHKiPXLWRVHOKHD¿JXUDQHFHVViULDTXDOTXHULQWHUYHQomRSDUD
trinta, tendo muitos colégios abandonado a organização de quadros suprir o que de outro modo não poder ser feito, para coordenar o que
competitivos formais. Em consequência, o livre associativismo andasse disperso, para subordinar certos individualismos inevitáveis
composto fundamentalmente por pais e encarregados de educação ao alto interesse de todos. [...] A doutrina do Estado não é totalitária
responsabilizou-se pelo sistema de competições escolares. A partir quanto à essência, porque o poder encerra na sua origem limites de
GH ¿QDLV GRV DQRV WULQWD IRL RUJDQL]DGR XP VLVWHPD ³YROXQWiULR´ RUGHP HVSLULWXDO H PRUDO´ 6HUUD    (P  QXPD SHUV-
GH³/LJDV,QIDQWLV´FRPXPDHVWUXWXUDIRUWHPHQWHSUR¿VVLRQDOL]DGD pectiva ideológica diametralmente oposta José Esteves, publica “O
cuja missão era organizar, numa perspectiva de “gestão de negócio”, Desporto e as Estruturas Sociais”. Sob a coordenação de Prostes da
FRPSHWLo}HVSDUDFULDQoDVFRPPHQRVGHDQRVeHYLGHQWHTXH )RQVHFDIRLSXEOLFDGRHP³3ODQHDPHQWRGD$FomR(GXFDWLYD´
um sistema deste tipo conduziu aos excessos, hoje, sobejamente co- HGLWDGRSHOR0LQLVWpULRGD(GXFDomR1DFLRQDODRTXDO¿FDWDPEpP
QKHFLGRV7RGRRVLVWHPDGH*HVWmRGR'HVSRUWRQRV(8$HVWHYH OLJDGRHVVHQRPHIXQGDPHQWDOGDDGPLQLVWUDomRS~EOLFDSRUWXJXHVD
desde sempre, ligado à necessidade de “fazer dinheiro”, pelo que, TXH IRL -RVp 0DULD 1RURQKD )HLR 0DQXHO 6pUJLR   QD REUD
PXLWDVYH]HVRV¿QVMXVWL¿FDUDPRVPHLRV3RULVVRQmRpGHHVWUD- “Para uma Renovação do Desporto Nacional” dá abertura à discus-
QKDUTXHGHDFRUGRFRP=HLJOHU(  QDGpFDGDGHVHVVHQWD são política e administrativa da organização do desporto em Portu-
DLQGDQmRH[LVWLVVHPHVWXGRVVLJQL¿FDWLYRVUHODWLYRVjJHVWmRHDG- gal, já na vigência do regime democrático. Seguem-se obras como
ministração do desporto. 2DXWRUUHIHULGRSXEOLFRXHP³$G- DVGH0HORGH&DUYDOKR  ³'HVSRUWRH5HYROXomR8PD3ROtWL-
ministration of Physical Education and Athletics” e, posteriormente FD'HVSRUWLYD´HDGH-RUJH&UHVSR  ³2'HVHQYROYLPHQWRGR
HP³$GPLQLVWUDWLYH7KHRU\DQG3UDFWLFHLQ3K\VLFDO(GXFD- Desporto em Portugal um Acto Político”.
WLRQDQG$WKOHWLFV´(PD³$PHULFDQ$VVRFLDWLRQIRU+HDOWK Síntese Do exposto, é possível concluir que aquilo que conside-
Physical Education and Recreation” já tinha, também, publicado, UDPRVVHUD*HVWmRGR'HVSRUWRQmRQDVFHXGHJHUDomRHVSRQWkQHD
“Administration of Athletics in Colleges and Universities”. Do lado já que é o resultado dum processo de evolução longo, do qual, agora,
americano, estas são as primeiras referências a mencionar. FRPHoDPDH[LVWLUDVSULPHLUDVVtQWHVHVUHÀH[LYDV(PERUDSRUYLDV
distintas, uma norte-americana centrada na base do desporto uni-
Europa versitário das ligas e da gestão de negócios e outra europeia, mais
1RTXHGL]UHVSHLWRj(XURSDKRXYHDFHUFDGD*HVWmRGR'HV- SUHRFXSDGD QD LQWHUYHQomR SROtWLFD GD DGPLQLVWUDomR S~EOLFD H GD
porto uma atitude mais sociológica e “jurisdicizada” ou até do domí- consequente generalização da prática desportiva através do “Des-
nio da economia política.Em conformidade, os primeiros trabalhos SRUWRSDUD7RGRV´RTXHpIDFWRpTXHDDFWXDO*HVWmRGR'HVSRUWR
tendo em atenção a organização política da Educação Física e Des- encontra as suas raízes na pedagogia do desporto em geral e nas
porto datam já da segunda metade deste século em que os autores acções de lazer e recreação em particular. Nos EUA, na organiza-
de referência, em nossa opinião, podem ser, entre outros, Jean Du- ção das praticas desportivas de competição escolar. Na Europa, nas
PD]HGLHU  FRPDREUD³5HJDUGV1HXIVVXUOH6SRUW´*HRUJH actividades de lazer e competição organizadas pelos clubes sociais,

Didatismo e Conhecimento 181


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
promovidas e apoiadas pelo próprio Estado. Na sociedade globali- Na Europa Ocidental, a partir dos anos sessenta, foram de-
zada que estamos a viver qualquer dos modelos está a ser cada vez senvolvidos programas de promoção do desporto que obrigaram a
PDLV FRPHUFLDOL]DGR SHOD LQG~VWULD GR HQWUHWHQLPHQWR TXH YDL QR XPDVLJQL¿FDWLYDFDSDFLGDGHGHJHVWmRGRVJUDQGHVPRYLPHQWRVGH
futuro condicionar o processo de desenvolvimento do desporto e, massas, então iniciados, bem como, em consequência a produção de
em consequência a gestão das suas práticas. WUDEDOKRVGHLQYHVWLJDomRQRkPELWRGDVSROtWLFDVGHVSRUWLYDVHGRV
padrões de participação nos diversos países. Na realidade, o concei-
25*$1,=$d®(6 to de “Desporto para Todos”, sobejamente conhecido, deu origem
No que diz respeito ao surgimento de organizações relaciona- a processos de gestão desde as grandes decisões estratégicas, rea-
GDVFRPDSUREOHPiWLFDGD*HVWmRGR'HVSRUWRQD$PpULFDGR1RU- OL]DGDVDQtYHOGRV*RYHUQRVDWpDRSODQHDPHQWRRSHUDFLRQDOGRV
te a “North América Society for Sport Management” foi fundada em GLYHUVRVRUJDQLVPRVS~EOLFRVRXSULYDGRVTXHDFDEDUDPSRUWHUGH
5HYLVWDSRUDFDGpPLFRVWDQWRGRV(8$FRPRGR&DQDGi DVLPSOHPHQWDU1RkPELWRGR&RQVHOKRGD(XURSDIRLLQLFLDGRXP
Na Europa, a European Association for Sport Management, existe WUDEDOKR HP  SRU XP JUXSR GH SODQL¿FDomR HQFDUUHJDGR GH
GHVGH$PEDVDV$VVRFLDo}HVWrPYLQGRDUHDOL]DUUHVSHFWL- ³GH¿QLU R FRQWH~GR GD LGHLD GH ³'HVSRUWR SDUD7RGRV´ $FWHV GH
vamente, os seus congressos anuais e produzem, cada uma, uma la Conferences des Ministres Europeens Responsables du Sport,
revista com uma regularidade semestral. A “Journal of Sport Ma-  (VWHWUDEDOKRGHXRULJHPDTXHR&RPLWpGRV0LQLVWURVHP
QDJHPHQW´TXHFRPHoRXDVHUSXEOLFDGDHPSDUDD$PpULFD 6HWHPEURGHWHQKDDGRSWDGRDUHVROXomR³  ´UHODWLYDDRV
do Norte e a “European Journal for Sport Management”, publicada princípios de uma política de “Desporto para Todos”, tal como fo-
GHVGHSDUDD(XURSD(PERUDDDVVRFLDomRDPHULFDQDVHMDGH UDPGH¿QLGRVQD&RQIHUrQFLDGRV0LQLVWURVUHVSRQViYHLVSHORGHV-
pessoas, a europeia é de pessoas e organizações nacionais. Assim, porto realizada em Bruxelas no ano anterior. Estava, assim, lançada
QHVWDDVVRFLDomRHVWmR¿OLDGDVGLYHUVDVDVVRFLDo}HVQDFLRQDLVHQWUH a “Carta Europeia de Desporto para Todos” (Rapport sur les Acti-
DVTXDLVD$VVRFLDomR3RUWXJXHVDGH*HVWmRGH'HVSRUWRIXQGDGD YLWpVGX&RQVHLOGHO¶(XURSH TXHDRSURSRUTXHVHFULDVVHP
HPGH-DQHLURGH1D$XVWUiOLD1RYD=HOkQGLD-DSmRHRX- as condições para que a generalidade da população tivesse acesso à
tros países da região existe uma situação semelhante. Todas estas as- prática desportiva, estava, simultaneamente, a provocar que se uti-
sociações formam uma associação mundial, a “International Aliance OL]DVVHP SURFHVVRV GH JHVWmR GR GHVSRUWR PDLV VR¿VWLFDGRV R TXH
por sua vez desencadeou projectos de investigação que funcionaram
IRU6SRUW0DQDJHPHQW´GHFDUDFWHUtVWLFDVLQIRUPDLVTXHVHUH~QH
como “processos de tomada de decisão”. Portanto, não é de admirar
HPFRQJUHVVRPXQGLDOGHTXDWURHPTXDWURDQRV'HIDFWRDGLQk-
que tanto na América do Norte como na Europa, a investigação em
mica social, criada através da institucionalização de organizações
*HVWmRGR'HVSRUWRDLQGDPDQWHQKDODoRVPXLWRHVWUHLWRVFRPRTXH
GHFDUL]FLHQWt¿FRHSUR¿VVLRQDOWDPEpPQRVSDUHFHVHUXPDIRUWH
se passa no mundo da educação em geral e da Educação Física em
alavanca de desenvolvimento, para esta nova área de conhecimento.
SDUWLFXODUHWRGDDGLQkPLFDVXEMDFHQWHjVDFWLYLGDGHVLQWHUSHVVRDLV
e de decisão porque esta é, de facto, a tecnologia que tem de ser
,19(67,*$d­2 gerida. Por outro lado, é compreensível que a produção em matéria
A investigação parece ser outro aspecto de consenso entre os GH *HVWmR GR 'HVSRUWR DLQGD QmR WHQKD DWLQJLGR XP YROXPH SRU
diversos autores, no que diz respeito ao processo de instituciona- H[HPSORFRPSDUiYHODRUHDOL]DGRHP¿VLRORJLDSHGDJRJLDRXDWp
OL]DomRGD*HVWmRGR'HVSRUWReHYLGHQWHTXHDLQYHVWLJDomRQmR ELRPHFkQLFDSRUTXHVHHVWiQRLQtFLRGXPSURFHVVRFRPXPDLGLRV-
VXUJHGHJHUDomRHVSRQWkQHD'HIDFWRDSULPHLUDLQYHVWLJDomRHP sincrasia própria que surge precisamente da interface do cruzamento
*HVWmR GR 'HVSRUWR IRL UHDOL]DGD QR kPELWR GD SUySULD (GXFDomR da gestão com o desporto contextualizado a um dado ambiente. De
)tVLFD 1HP RXWUD FRLVD VHULD GH HVSHUDU Mi TXH IRL QR kPELWR GD resto, veja-se que muito embora a situação esteja a mudar, temos
Educação Física que surgiu, duma maneira natural, a investigação de considerar que também no mundo da própria gestão em geral, a
na área das Ciências do Desporto. 7HYRU6ODFN  GD8QLYHUVL- investigação empírica não está muito desenvolvida. Nestas circuns-
dade de Alberta no Canadá, um dos mais prestigiados investigadores WkQFLDVHPQRVVDRSLQLmRQmRSRGHPRVVHU³PDLVSDSLVWDVGRTXH
QRGRPtQLRGD*HVWmRGR'HVSRUWRD¿UPDTXH³PXFKRIWKHZRUN R3DSD´HHVSHUDUTXHQRPXQGRGD*HVWmRGR'HVSRUWRDVFRLVDV
we have produce has been restricted to studies of physical education sejam muito diferentes daquelas que acontecem na própria gestão.
or athletic programs, and to a lesser extent professional sport orga- É necessário dar tempo ao tempo e não querer que resultados que
nizations and national sport bodies.” Segundo o autor, nos primeiros RXWURVREWLYHUDPHPGX]HQWRVRXPDLVDQRVGHSUR¿VVmRVHMDPSRU
 Q~PHURV GR ³-RXUQDO RI 6SRUW 0DQDJHPHQW´ RV WUDEDOKRV SX- nós, obtidos em pouco mais de vinte anos.
EOLFDGRVFRPXPDSHUVSHFWLYDHPStULFDUHODFLRQDYDPVHFRP 1RHQWDQWRpERPTXHVHUH¿UDTXHDSDUWLUGRLQtFLRGRVDQRV
(GXFDomR)tVLFDRX³DWKOHWLFSURJUDPV´FRPRUJDQL]Do}HV noventa podem ser encontradas perspectivas diferentes de entender
GHVSRUWLYDVFRP¿WQHVVFOXEHVHFRP³SURIHVVLRQDOVSRUW o fenómeno de gestão do desporto, não a partir do desenvolvimen-
franchises”. É evidente que há que considerar a tradição que a este to dos currículos de Educação Física, mas a partir da própria orga-
UHVSHLWRUHVLGHHPPXLWDVFLUFXQVWkQFLDVQDSUySULD(GXFDomR)t- QL]DomR GDV SUiWLFDV GHVSRUWLYDV QR kPELWR GRV GLYHUVRV VLVWHPDV
sica. 3RU H[HPSOR HP  D ³$PHULFDQ$VVRFLDWLRQ IRU +HDOWK desportivos. Tanto na América do Norte Parkhouse, começaram a
Physical Education and Recreation” proclamava que “the respons- ser publicados trabalhos em que a estratégia principal começou a
ability for directing and managing intercollgiate athletics in the col- situar-se na necessidade de sistematizar o conhecimento tradicional
OHJHVDQGXQLYHUVLWLHVKDVSDVVHGWKURXJKVHYHUDOLGHQWL¿DEOHSKDVHV das ciências do desporto, com os ensinamentos que chegavam do
since the inception of competitive school sports. [...] The director of domínio da administração e da gestão, tanto na vertente que conduz
physical education has the ultimate responsability for the entire ath- à problemática da promoção social como à da gestão de negócios.
letic program.” Portanto, como referimos anteriormente, na Amé- 2VDQRVQRYHQWD¿FDPWDPEpPOLJDGRVDRDUUDQTXHGRVFRQ-
ULFDGR1RUWHDWUDGLomRGD*HVWmRGR'HVSRUWRYHPGRWUDEDOKR gressos de gestão do desporto organizados do lado americano pela a
desenvolvido no quadro dos programas desportivos nos colégios e “North América Society for Sport Management” e do lado europeu
universidades. pela European Association for Sport Management.

Didatismo e Conhecimento 182


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
 2325781,'$'(6 352),66,21$,6 $TXLOR D TXH VH 0XLWRHPERUDQHPDVRSRUWXQLGDGHVGHWUDEDOKRQHPRVSHU¿V
pode designar por gestão do desporto tem sido investigado por di- SUR¿VVLRQDLVHVWHMDPEHPGH¿QLGRVHVWDPRVHPFUHUTXHQmRSR-
versos autores sendo hoje já possível começar a desenhar os contor- demos entrar num processo de contemplação do sistema desportivo
nos daquilo que os gestores de desporto fazem. Através dum estudo DJXDUGDQGRTXHWXGR¿TXHHVFODUHFLGRDQWHVGHVHWRPDUTXDOTXHU
HP TXH FRQVXOWRX  JHVWRUHV GHVSRUWLYRV GH RUJDQL]Do}HV FRP decisão. Pelo contrário, defendemos que é necessária uma atitude
diferentes dimensões determinou áreas de competências que tinham proactiva, quer dizer, como não conseguimos prever o futuro no
inclusivamente a ver com a dimensão das organizações. A partir de mundo de mudança constante em que vivemos, só nos resta fazê-lo
 TXHVWLRQiULRV FRUUHVSRQGHQWHV j WD[D GH UHWRUQR GH  GH acontecer. Sabemos o futuro que queremos construir, pelo que, para
técnicos com formação inicial em gestão do desporto, procurou sa- nós, é clara a necessidade de existir uma especialização generalista
EHUTXDORSHU¿OGRVSRVWRVGHWUDEDOKREHPFRPRDVH[SHFWDWLYDV em matéria de gestão do desporto, fortemente contextualizada aos
de carreira, de forma a que a posteriormente a nível académico os diversos ambientes onde se processam actividades desportivas, que
estudantes pudessem ser informados acerca daquilo que se estava a respondam, duma forma pragmática, às necessidades que em maté-
SDVVDUQRFDPSRSUR¿VVLRQDO5HIRUoDDQHFHVVLGDGHGHVDEHUDFR-
ria de desporto, constantemente estão a surgir no sistema social. No
ORFDomRHRHVWDWXWRSUR¿VVLRQDOGDTXHOHVTXHWUDEDOKDPQRGRPtQLR
HQWDQWR SDUD TXH LVWR VHMD SRVVtYHO p QHFHVViULR HP VLPXOWkQHR
da gestão do desporto no sentido de, posteriormente, melhor orga-
esclarecer, por um lado, aquilo que se entende por gestão do des-
QL]DUDIRUPDomRLQLFLDO3HORTXHIRUDPHQYLDGRVTXHVWLRQiULRV
WD[DGHUHVSRVWDGH 2VUHVXOWDGRVSHUPLWLUDPFRQFOXLUDFHU- SRUWRHSRURXWURRSHU¿OGHIRUPDomRQHFHVViULRDRH[HUFtFLRGDV
ca do nível de formação, estratégia de colocação, posição e salários. funções.
O autor conclui pela necessidade de se continuarem a desenvolver
WUDEDOKRVGRWLSR³OHYDQWDPHQWRGRSHU¿OGRSRVWRSUR¿VVLRQDOQR )250$d­2(0*(67­2'2(63257(
domínio da gestão, mas numa perspectiva interdiciplinar. De fato, 'HVGHTXHRSULPHLURSURJUDPDGH*HVWmRGR'HVSRUWRDUUDQ-
R HVSRUWH DSUHVHQWDVH FRPR XP VHWRU GH LQWHUYHQomR SUR¿VVLRQDO FRX HP  QD 2KLR 8QLYHUVLW\ QRV (8$  HVWH SURFHVVR QXQFD
GLYHUVL¿FDGD FRP HQRUPHV SRWHQFLDOLGDGHV QmR Vy QR kPELWR GD PDLV SDURX +RMH H[LVWHP Vy QRV (8$ PDLV GH  LQVWLWXLo}HV
economia tradicional bem como no da emergente economia social. XQLYHUVLWiULDVDRIHUHFHUHPFXUVRVGH*HVWmRGR'HVSRUWRHFHUFD
(PFRQIRUPLGDGHRGHVSRUWRWHPYLQGRDFULDUXPFUHVFHQWHQ~PH- GHQRkPELWRGRVGLYHUVRVSDtVHVHXURSHXV1RTXHGL]UHVSHL-
ro de oportunidades de emprego com tendência para o crescimento. to a Portugal a Faculdade de Motricidade Humana foi a primeira a
Dos diversos trabalhos realizados é desde já possível concluir que iniciar este processo no início dos anos oitenta, tendo actualmente
existem a nível dos diversos países: XPDOLFHQFLDWXUDHP*HVWmRGR'HVSRUWRQRTXDGURHSLVWHPROyJLFR
± (VWUXWXUDV HVWDWDLV GHVFHQWUDOL]DGDV VHJXQGR XPD GLQkPLFD das Ciências do Desporto. Desde então outras universidades, tanto
WHUULWRULDOPDLVRXPHQRVRUJkQLFD S~EOLFDVFRPRSULYDGDVLQLFLDUDPWDPEpPRHQVLQRGH*HVWmRGR
±(VWUXWXUDVSUR¿VVLRQDLVGHDFROKLPHQWRWDQWRDQtYHOLQWHUQD- 'HVSRUWRH[LVWLQGRFRPGLIHUHQWHVSHU¿VGHIRUPDomRTXDWURFXU-
cional como nacional; sos (formação inicial) institucionalizados (Universidade Técnica de
– Estruturas de poder local com capacidade de intervenção no Lisboa, Universidade da Beira Interior, Universidade da Madeira,
mundo do desporto; Instituto Superior da Maia) e um outro, na Universidade de Coimbra
±8PFUHVFHQWHQ~PHURGHIHGHUDo}HVGHVSRUWLYDVLQWHUQDFLR- a arrancar. Para além destes cursos, tanto a Universidade Técnica de
nais, nacionais e regionais; Lisboa como a Universidade do Porto estão empenhadas na realiza-
±8PQ~PHURLQGHWHUPLQiYHOGHDVVRFLDo}HVGHPRGDOLGDGHV omRGH0HVWUDGRVGH*HVWmRGR'HVSRUWRHDWpWrPYLQGRDFRODERUDU
– Milhares de clubes, grandes, médios e pequenos; neste domínio.
±*LQiVLRVHFHQWURVGH³¿WQHVV´ A pergunta que se coloca neste momento é a de sabermos qual
– Empresas de serviços desportivos; a formação inicial necessária para a intervenção no mundo do des-
– Empresas de marketing e publicidade interessadas em inte-
porto na área da gestão? É claro, a nível mundial, que a comunidade
grarem a ideia e o produto desporto nos seus projectos;
académica necessita repensar constantemente todo o processo de
± *UDQGHV H PpGLDV HPSUHVDV D FRQVLGHUDUHP R GHVSRUWR QDV
ensino da gestão do desporto, de forma a assegurar que os alunos
suas políticas de recursos humanos;
– Milhares de instalações desportivas de diversos tipos que HVWmRDVHUGHYLGDPHQWHSUHSDUDGRVSDUDHQIUHQWDUHPRVGHVD¿RVGR
WHP GH VHU JHULGDV SRU SUR¿VVLRQDLV FRP IRUPDomR HVSHFLDOL]DGD futuro. Desta premissa, resulta um conjunto de questões que é neces-
podemos avaliar as possibilidades que, quer directa quer indirec- sário, em cada momento encontrar as respostas necessárias a cada
tamente o desporto está a abrir. É de notar que as instituições atrás situação. As questões a que nos referíamos são as seguintes:
UHIHULGDVDEULUDPDVSRUWDVjSDUWLFLSDomRGXPVLJQL¿FDWLYRQ~PHUR ±4XDLVDVJUDQGHVPRGL¿FDo}HVTXHSUHYLVLYHOPHQWHRFRUUH-
GHSHVVRDVSDUDLQWHUYLUHPQRkPELWRGDJHVWmRGRGHVSRUWRHHP rão no domínio da organização do desporto, nos próximos anos, para
VLPXOWkQHRWDPEpPIRUDPFULDQGRSRVWRVGHWUDEDOKRGHSHU¿OSRX- as quais é necessário preparar respostas?
co esclarecido, mas que constituíram o primeiro passo para a institu- – Porque é que as referidas transformações fazem com que a
FLRQDOL]DomRGHFDUUHLUDVSUR¿VVLRQDLVQRkPELWRGDJHVWmRGRGHV- JHVWmRVHMDFDGDYH]PDLVHHPJUDQGHPHGLGDDUHVSRVWDVLJQL¿-
SRUWR(PFRQIRUPLGDGHpKRMHSRVVtYHOLGHQWL¿FDUGLYHUVDVSRVWDV cante?
de trabalho na área da gestão do desporto, tais como, entre outros: ±4XDLVDVFRPSHWrQFLDVHVSHFt¿FDVQRkPELWRGDJHVWmRTXH
Directores técnicos; Secretários técnicos; Directores gerais; Técni- podem ser objecto duma transferência imediata e, porventura, direc-
cos de pelouros desportivos de autarquias; Directores de instalações; ta para o domínio do desporto?
*HVWRUHVGHHYHQWRVGHVSRUWLYRV*HVWRUHVGHSURGXWR*HVWRUHVGH – Como é que as competências referidas deverão ser contextua-
HPSUHVDVHGHRXWUDVRUJDQL]Do}HVRXHQWLGDGHVSULYDGDVHS~EOLFDV lizadas (espiritualizadas) ao mundo do desporto?
'LUHFWRUHVFRPHUFLDLV*HVWRUHVGHUHFXUVRVKXPDQRV*HVWRUHVGD – Devem os currículos universitários liderar ou seguir aquilo
área de marketing; Consultores; Investigadores. que se passa nos sistemas desportivos?

Didatismo e Conhecimento 183


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
– Em que medida deverão os currículos articular o domínio 6SRUW6FLHQFHVLQ+LJKHU(GXFDWLRQHHGLWDGRHP1HOHIRUDP
do desenvolvimento de conhecimentos com o da aprendizagem de estabelecidos os critérios mínimos respectivamente para atribuir os
competências? – Em que domínios podem ou devem interagir as diplomas de licenciatura e de mestrado a nível das universidades
XQLYHUVLGDGHVHRVLVWHPDGHVSRUWLYRQRkPELWRGRHQVLQRGD*HVWmR aderentes. O aspectos fundamentais que um programa de gestão do
do Desporto? desporto deve conter são os seguintes: Domínio das actividades des-
±4XHTXDOL¿FDo}HVHRSRUWXQLGDGHVSUR¿VVLRQDLVGHFRUUHPGD SRUWLYDV EHKDYLRUDO GLPHQVLRQV LQ VSRUW  *HVWmR H FRPSHWrQFLDV
IRUPDomRHP*HVWmRGR'HVSRUWR"±4XDOpRGHVHQKRFXUULFXODU organizacionais em desporto (management and organizational skills
PDLV DSURSULDGR SDUD UHVSRQGHU j IRUPDomR LQLFLDO HP *HVWmR GR in sport); Ética; Marketing; Comunicação; Finanças; Economia do
Desporto? desporto; Direito do desporto; Política desportiva; Experiência de
É evidente que as respostas a estas questões têm de ser terreno. Mais recentemente, os programas de gestão do desporto,
HQFRQWUDGDV QR kPELWR GDV GLYHUVDV QHFHVVLGDGHV VRFLDis que, em devem evoluir nos próximos anos, em termos estratégicos tendo em
matéria de gestão, o desenvolvimento do desporto, a nível mundial, atenção quatro características fundamentais: Envolvimento com as
está a desencadear numa pesquisa entre diversas instituições a ní- faculdades de economia e gestão; Incrementar diversidade e espe-
YHOPXQGLDODVRSRUWXQLGDGHVGHRIHUWDGHHPSUHJRQRkPELWRGR cialização; Enfatizar os aspectos internacionais e globais; Melho-
desporto, nos próximos dez anos, vão evoluir de acordo com os se- rar a capacidade empreendedora. Em conformidade, os currículos
guintes itens: deverão enfatizar as seguintes áreas do conhecimento: Marketing;
 7XULVPR Turismo; Recursos Humanos; Tecnologias da informação; Relações
2) Empreendimentos; LQWHUQDFLRQDLV3ODQHDPHQWRHVWUDWpJLFR*HVWmRGHQHJyFLRV
 *HVWmRGHHYHQWRV
 1HJyFLRV *(67­2'2(63257(
 (VSHFLDOLVWDV Muito embora recusemos qualquer sentimento xenófobo, - já
Fica claro da investigação referida que é necessária uma es- que a ciência e o conhecimento se constroem no trabalho de interfa-
SHFLDOL]DomRHP*HVWmRGR'HVSRUWRVHQGRGHSUHYHUQXPIXWXUR ce dos diversos especialistas -, somos de opinião que os licenciados
próximo, a necessidade de existirem, em áreas como o desporto, HPGHVSRUWR JHVWmRGHVSRUWLYD WrPXPHVSDoRFLHQWt¿FRGHDFWXD-
HVSHFLDOLVWDVTXHUHVSRQGDPFRPH¿FLrQFLDjVUiSLGDVPXGDQoDV omR FRP XP SDUDGLJPD SUySULR GH LQWHUYHQomR SUR¿VVLRQDO VHP
sociais. De facto, tem-se constatado que as licenciaturas em Educa- necessidade de subordinação epistemológica a outras especialidades
ção Física e/ou Ciências do Desporto já não respondem, como foram de conhecimento.
capazes de fazê-lo no passado, às necessidades actuais do processo *HULUXPKRVSLWDOXPDIiEULFDRXXPDHPSUHVDGHVHUYLoRVGH
de desenvolvimento do desporto, nos diversos países do mundo. limpeza, não é a mesma coisa que gerir uma federação desportiva.
Portanto, a pergunta que se coloca neste momento é a de sabermos Quem disser o contrário está completamente à parte daquilo que se
TXDODIRUPDomRLQLFLDOQHFHVViULDSDUDXPDLQWHUYHQomRH¿FD]QR passa no mundo do desporto. Querer encontrar invariantes que se
kPELWRGDJHVWmRQRGRPtQLRGRHVSRUWH" apliquem uniformemente, numa acepção cartesiana e tayloriana do
É evidente que é necessário encontrar critérios de credibilidade homem e das organizações, às mais diversas situações, sem aten-
sob pena do enorme esforço conduzido pelas mais diversas GHUjVGLQkPLFDVHVSHFt¿FDVGHFDGDDFWLYLGDGHVRFLDOpID]HUXP
instituições poder ser posto em causa. Em conformidade é necessário exercício de mera inutilidade especulativa. Entre, por exemplo, o
responder às seguintes questões: PDUNHWLQJ FRPHUFLDO H R VRFLDO H[LVWHP GLIHUHQoDV VLJQL¿FDWLYDV
– Qual a intenção subjacente ao desenho do currículo; (QWUHR³VSRQVRULQJ´GHVSRUWLYRHRPXVLFDOLGHQWL¿FDPVHDVSHF-
– Qual o (s) método (s) pedagógicos a implementar? tos que os afastam radicalmente. A palavra marketing está lá em
– Qual o material didáctico a ser utilizado? todas as situações, só que com sentidos e aplicações diferentes. Não
– Qual o controlo a exercer no sentido do programa não perder é a mesma “chave de parafusos” que aperta qualquer parafuso, nem
a sua coerência; qualquer parafuso serve para qualquer aplicação, muito embora
– Quais as experiências e trabalhos práticos a implementar? se utilizem para funções diferentes diversas “chaves” e parafusos.
± 4XDO D GLQkPLFD D LPSOHPHQWDU QR TXH GL] UHVSHLWR j VXD Cada ferramenta tem a sua função e dentro dessa função, pode ser
adaptabilidade ao Sistema Desportivo? utilizada de diversas maneiras, todas elas correctas, em função das
– Qual a estratégia de promoção do curso no futuro? FLUFXQVWkQFLDVHGRVFLUFXQVWDQFLDOLVPRVHPTXHHVWLYHUDVHUXWLOL-
zada. As organizações desportivas numa relação biunívoca podem
Foi o que aconteceu através de documentos produzidos por HVWDEHOHFHUUHODo}HVGHP~WXDWURFDGHLGHLDVHDSUHQGL]DJHPFRP
duas instituições de enorme prestígio e credibilidade a nível mun- todas as outras. O que já não nos parece tão evidente é que as or-
dial. Este documentos, em nossa opinião, marcam a década de no- ganizações desportivas abdiquem dos seus próprios paradigmas
venta naquilo que diz respeito à formação inicial e pós graduada organizacionais, para seguirem, em regime de exclusividade, para-
HP*HVWmRGR'HVSRUWR2SULPHLURpR³6WDQGDUGVIRU&XUULFXOXP GLJPDV DOKHLRV GHVYLUWXDQGR XPD GLQkPLFD TXH HQFRQWUD DV VXDV
and Voluntary Accreditation of Sport Mangement Education Progra- UDt]HVQDDQWLJD*UpFLDMiTXHHPWHUPRVPHUDPHQWHRSHUDFLRQDLV
ms”, um documento conjunto da NASPE (North America Society foi ali o berço da gestão do desporto moderno. Não se gere o vá-
for Physical Education e da NASSM (North America Society for cuo, gerem-se pessoas, organizações e sistemas com características,
6SRUW0DQDJHPHQW HGLWDGRHP1HOHIRUDPHVWDEHOHFLGRVRV objectivos, culturas e padrões de comportamento próprios que têm
FULWpULRVPtQLPRVSDUDXPFXUUtFXORGH*HVWmRGR'HVSRUWRSRGHU de ser conhecidos e considerados, para depois se poder agir (gerir)
funcionar, não só no que diz respeito às áreas burocráticas e admi- em conformidade, através da utilização das tecnologias apropriadas.
QLVWUDWLYDVFRPRFLHQWt¿FDV2VHJXQGRGRFXPHQWRIRLSURGX]LGR Por isso, as escolhas que, em cada momento, são realizadas acon-
a nível do Sport Management Committee da European Network of tecem porque existem opções que se tivessem sido realizadas por

Didatismo e Conhecimento 184


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
outra pessoa seriam, necessariamente, diferentes. Só por humor, se estão a ser aplicados. Quer dizer, não chega aplicar as funções da
SRGHDGPLWLUTXHpVX¿FLHQWHOHUXPMRUQDOGHVSRUWLYRSDUDVHDG- gestão – planear, liderar, coordenar e controlar. É necessário conhe-
quirir uma cultura desportiva. No entanto, a gestão do desporto em cer o ambiente cultural, económico, social, político e tecnológico
sentido geral é um espaço aberto à intervenção das mais diversas onde elas estão a ser aplicadas. Só assim a gestão ganha sentido e, só
HVSHFLDOLGDGHVPXLWDVGHODVFRQVHJXLGDVDSDUWLUGDSUySULD*HVWmR assim, é possível reivindicar um estatuto próprio. Portanto, para nós,
do Desporto. Não estamos em crer que nenhuma escola se possa não existe mágica na gestão. Quer dizer que não há nenhuma gestão
arvorar em detentora de todas as soluções que respondam a todos os que em termos absolutos seja uma mezinha que tudo pode resolver
problemas gerenciais que o mundo do desporto está a levantar. Tanto dentro do quadro do desporto. Mais do que objectivos e metas, re-
o desporto como a sua gestão são processos em plena evolução, pelo cursos humanos e materiais, muito mais do que conceitos, técnicas
que ninguém pode pretender ter o monopólio absoluto sobre este e procedimentos mais ou menos quantitativos ou, mais ou menos,
enorme espaço de intervenção social. Por isso, ao considerarmos o elaborados, a gestão, para ser efectiva, requer, acima de tudo, con-
conceito de gestão do desporto temos de o fazer tendo em atenção texto, pelo que está em causa é a capacidade do gestor ser capaz de
VHLVTXHVW}HVIXQGDPHQWDLV  3ROLVVHPLD  'LPHQVmRKtEULGD analisar e decidir no quadro desse contexto. Por isso, uma coisa é
 7HFQRORJLDHVSHFt¿FD  &RQWH[WXDOL]DomR  1tYHOGHLQWHU- gerir organizações desportivas – clube sociais ou comerciais, fede-
YHQomR  ÆPELWRGHLQWHUYHQomR rações e associações, desporto escolar - naquilo que diz respeito ao
GHVHQYROYLPHQWRGDVVXDVSUiWLFDVRXWUDpSRUH[HPSORDJHVWmR¿-
Polissemia nanceira por exemplo das novéis sociedades desportivas. O contexto
A palavra gestão é uma palavra polissémica, quer dizer, tem a GHWHUPLQDTXHVHJLUDPUHFXUVRVKXPDQRVPDWHULDLVH¿QDQFHLURV
qualidade de poder assumir vários sentidos. Por exemplo, um ges- em função dum dado quadro cultural e dos objectivos a atingir que
WRU¿QDQFHLURSRGHUiWHUDOJXPDGL¿FXOGDGHHPDFHLWDUTXHH[LVWH se devem coadunar com a vocação (aquilo que a organização tem de
JHVWmRQRGHVSRUWRWDOFRPRXPJHVWRUGHVSRUWLYRWHUiGL¿FXOGDGH fazer) e a missão (a maneira especial como a organização cumpre
em perceber que a gestão pode ser reduzida ao simples domínio das a sua vocação) duma dada organização, quer dizer, têm de estar de
DSOLFDo}HV¿QDQFHLUDV$SDODYUDJHVWmRDVVXPHGLIHUHQWHVVLJQL¿FD- DFRUGRFRPXPDGDGD¿ORVR¿DGHDFomRTXHFRQ¿JXUDXPDGHWHUPL-
dos para diferentes grupos sociais, podendo mesmo haver gestores, nada identidade cultural.
como já referimos, que trabalham no domínio do desporto sem que
com isso sejam gestores de desporto. Portanto, nesta fase em que o Híbrido Cultural
desporto moderno caminha para a sua maturidade, não é exagerado É fundamental referir que a gestão do desporto é um híbrido
dizer que estamos no domínio duma nova gestão que pode assu- cultural, já que advém do cruzamento de várias ciências. Por isso,
mir as mais variadas formas de intervenção, para aqueles que estão não pode ser analisada nem compreendida e avaliada, a não ser
encarregues de unidades ou sub unidades dum dado sistema orga- FRQVLGHUDQGR WRGDV DV FRQWULEXLo}HV WpFQLFDV FLHQWt¿FDV VRFLDLV H
nizacional e nele actuam através da manipulação duma tecnologia SHGDJyJLFDVGRTXDGURVRFLDOHVSHFt¿FRHPTXHHVWiDVHUDSOLFDGD
HVSHFt¿FD±RHVSRUWH±DGDSWDGDDXPGHWHUPLQDGRFRQWH[WR5H- Ao discorrer sobre o conceito de gestão do desporto, coloca desde
cordamos, ainda, as palavras de Mintzberg quando nos diz que “com logo, por um lado, problemas de especialização de algumas áreas
os mestrados em gestão, criou-se uma neo aristocracia gestora, de QRkPELWRGDJHVWmRGRGHVSRUWRPDVSRURXWURFRQFOXLTXHDLQ-
mercenários, sem ligação a nenhuma empresa ou projecto, que sal- da não existe uma capacidade absoluta para diferenciar áreas, pelo
tam para lugares cimeiros sem passar pelos intermédios. Na histó- TXHpPHOKRUMXQWDUIRUoDVQRVHQWLGRGHWHUSHU¿VSUR¿VVLRQDLVQR
ULDPXQGLDOSURYDYHOPHQWHGRVJHVWRUHVQXQFDUHFHEHUDP domínio da gestão mais consistentes. Em segundo lugar, levanta
formação para serem gestores. Foram-no porque tinham qualidades problemas de inter-relação com outras áreas do conhecimento no
LQDWDV´ LQ2V0HOKRUHV0%$VGR0XQGR³)RUWXQD´Qž$JRVWR domínio, por exemplo, da psicologia, da sociologia e de outras,
GH 0DLVUHFHQWHPHQWHHVWHDFDGpPLFRHPHQWUHYLVWDjUHYLVWD que por terem preconceitos em relação à área da gestão do despor-
)DVW&RPSDQ\ 1RY D¿UPDTXHRVPHVWUDGRVHVWmRDWUHLQDU to requerem da nossa parte um cuidado especial, já que por vezes
as pessoas erradas, de maneira errada, para funções erradas. Isto por- consideram a nossa área de conhecimento como sendo um território
TXHDJHVWmRSDUDWHUVLJQL¿FDGRWHUiVHPSUHGHVHUFRQWH[WXDOL]DGD pertença deles. Challadurai com a sabedoria de alguém que é um dos
a determinado ambiente social. iniciadores desta área do conhecimento, aconselha uma cooperação
muito íntima entre os gestores de desporto e os especialistas de ou-
Contextualização WUDVGLVFLSOLQDV7DOFRPRQRVGL]0LQW]EHUJ  ³JHVWRUpXPD
A gestão do desporto, nos problemas que é suposto resolver no pessoa encarregada de uma organização ou duma sub unidade dessa
dia a dia da vida das organizações, tem vindo a provocar uma apro- organização”. Para ele, tanto é gestor o primeiro ministro como o
ximação das ideias políticas, estratégicas e pedagógicas, que desde treinador de uma equipa desportiva, na medida em que cada gestor
sempre, duma forma mais ou menos implícita, orientaram a vida do no fundo é um técnico que gere um determinada tecnologia que co-
desporto em geral e das organizações desportivas em particular, da nhece e domina.
operacionalização das próprias práticas desportivas, de tal maneira
TXHJHULUHPPXLWDVFLUFXQVWkQFLDVFDGDYH]PDLVHVWiDVHUDJLU Tecnologia
Quer dizer, “a gestão do desporto desceu à terra” na medida em que Dos postulados anteriores decorre que tem de existir uma per-
se está a ocupar cada vez mais das questões concretas do seu desen- IHLWDLGHQWL¿FDomRGDTXHOHTXHJHUHFRPDTXLORTXHHVWiDVHUJHULGR
volvimento. A tecnologia dum gestor numa instituição bancária ao aconselhar
No mundo do desporto, apesar de se aplicarem todo um con- DSOLFDo}HV¿QDQFHLUDVDRVVHXVFOLHQWHVpFRPSOHWDPHQWHGLIHUHQWH
junto de conhecimentos relativos à gestão, estes conhecimentos só daquela que é usada pelo director técnico dum clube ao aconselhar
DGTXLUHPVLJQL¿FDGRVHIRUHPFRQWH[WXDOL]DGRVDRDPELHQWHRQGH os pais dum jovem, no que diz respeito à prática desportiva do seu

Didatismo e Conhecimento 185


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
¿OKR,VWRSDUHFHQRVXPDHYLGrQFLDTXHGLVSHQVDTXDOTXHUSURYD realizada pelo presidente duma sociedade desportiva. É evidente
1RHQWDQWRQmRTXHUHPRV¿FDUSRUDTXL3DUDSDVVDUGRVGDGRVj que, sem contar com as linhas hierárquicas intermédias, o sucesso
teoria há necessidade de imaginação criadora que, na maioria das GDHTXLSDGDVRFLHGDGHHRXGRFOXEHGHSHQGHVLJQL¿FDWLYDPHQWH
YH]HV UHVXOWD GR FRQÀLWR GH LGHLDV GH HVTXHPDV GH UHIHUrQFLD GH da capacidade de comunicação entre o vértice estratégico e o centro
FXOWXUDV GLVVHPHOKDQWHV RX DQWDJyQLFDV *HUHPVH WHFQRORJLDV HP operacional. Cada uma destas estruturas desenvolve discursos dife-
GHWHUPLQDGRVDPELHQWHVHVSHFt¿FRV(PFRQIRUPLGDGHR³WRTXHHV- UHQWHVSHORTXHFDGDXPDGHODVWHPGHVHUFDSD]GHGHVFRGL¿FDUR
SHFLDO´GD*HVWmRGR'HVSRUWRTXHUGL]HUDVXDRULJLQDOLGDGHWHP discurso da outra ou então arranjar quem o faça. Estamos recordados
de ser encontrada num conjunto de disciplinas que tenham a ver, sob da total incapacidade de comunicação entre de Santana Lopes e o
o ponto de vista biológico, sociológico, psicológico e cultural com técnico da equipa principal de futebol Carlos Queiróz. Esta inca-
o mundo do desporto. De facto, temos de gerir, quer dizer, saber uti- SDFLGDGHWUDGX]LXVHQDLQH¿FLrQFLDHH¿FiFLDGDHTXLSDGHIXWHERO
lizar os instrumentos da gestão, aplicados a um determinado conhe- SUR¿VVLRQDO H QR DIDVWDPHQWR GR WUHLQDGRU &RPR H[HPSOR GXPD
cimento tecnológico, o desporto. Esta gestão pode ser considerada boa comunicação, podemos ter como exemplo o Futebol Clube do
dentro duma dada organização tendo em atenção a sua estruturação 3RUWRHPTXHRVHXSUHVLGHQWHWHPUHYHODGRDRORQJRGRV~OWLPRV
KRUL]RQWDORXYHUWLFDO1RSULPHLURFDVRHVWDPRVDFRQVLGHUDURkP- DQRV XPD HQRUPH FDSDFLGDGH GH FRPXQLFDU GXPD IRUPD H¿FD]
bito da gestão, no segundo o nível. com o seu centro operacional.

Nível de Intervenção ÆPELWRVGH,QWHUYHQomR


Uma organização pode ser analisada segundo um eixo vertical Se os diversos níveis hierárquicos são determinados sempre
que determina os seus níveis hierárquicos (hierarquização). Estes que se desenvolve a estrutura no sentido vertical, se quisermos com-
níveis hierárquicos obrigam a diferentes processos de gestão. De preender o desenvolvimento horizontal da estrutura (departamenta-
facto, a gestão realizada no vértice estratégico das organizações ou lização), temos de compreender que existem critérios que já não têm
sistemas desportivos, é diferente daquela que se realiza a nível da DYHUFRPDKLHUDUTXLDPDVFRPDVXEVWkQFLDGDIXQomRTXHVHHVWi
tecnoestrutura, da logística, da linha hierárquica ou do centro opera- a processar.
cional. Cada um destes níveis hierárquicos obriga a conhecimentos, *HULU GLIHUHQWHV RUJDQL]Do}HV GHVSRUWLYDV GLIHUHQWHV IXQo}HV
ou até diferentes modalidades – de acordo com o critério de depar-
DWLWXGHVHFRPSRUWDPHQWRVHVSHFt¿FRVTXHWrPGHVHUFRQWH[WXDOL]D-
WDPHQWDOL]DomRTXHVHTXLVHUXWLOL]DU±WHPHVSHFL¿FLGDGHVWpFQLFDV
GRVDRPXQGRHVSHFt¿FRGRGHVSRUWRTXHHVWLYHUDVHUFRQVLGHUDGR
e metodológicas, para além de diversas subtilezas culturais, que não
A autonomia não só do ponto de vista quantitativo como qualitativo,
se compadecem com o atrevimento de qualquer curioso que, dum
para tomar decisões varia, em cada uma das sub estruturas indica-
momento para o outro, se vê alcandorado num lugar de gestão no
das. Em cada uma delas existe um processo de gestão em que a ca-
kPELWR GR GHVSRUWR VHP WHU TXDOTXHU FDSDFLGDGH RXFRPSHWrQFLD
pacidade de tomar decisões pode ser nenhuma ou toda. No primeiro
SDUDRRFXSDU,VWRVLJQL¿FDTXHjVHPHOKDQoDGDTXLORDTXHVHWHP
H[WUHPR QHQKXPD ¿FDVHQRGRPtQLRGDJHVWmRGDVQRUPDVHGRV
vindo a passar em diversas actividades humanas, também a gestão
regulamentos. Nesta situação gere-se um contexto eminentemente do desporto está a especializar-se, obrigando a existir até gestores
tecnológico e fechado. No segundo extremo (toda) entra-se no do- GHVSRUWLYRV FRP GLIHUHQWHV FDSDFLGDGHV FRPR WHP ¿FDGR FODUR
PtQLRGDJHVWmRHVWUDWpJLFDGHSHQGHQGRHVWDFLUFXQVWkQFLDGROXJDU nas mais diversas intervenções nos vários congressos de gestão do
que se ocupa no eixo vertical do organograma da organização. O que desporto realizados, tanto a nível nacional como internacional. Só
interessa aqui reter é que, por exemplo, enquanto que o presidente assim é possível realizar uma perfeita coordenação do trabalho, ou
dum clube está no vértice estratégico da organização e, por isso, reciproca, ou sequencial, ou em comunidade entre as várias unida-
as suas decisões devem ser estratégicas, já as decisões dos gestores des e sub-unidade que devem interagir em qualquer organização no
da linha intermédia caracterizam-se, em termos operacionais, por quadro do contexto das respectivas tecnologias. No entanto, o que
aquilo a que se convencionou chamar funções da gestão ou factores temos visto no país, é que estes gestores intermédios (chamados di-
GHGHVHQYROYLPHQWR3RU¿PRVWUHLQDGRUHVHPQRVVDRSLQLmRVmR rectores gerais, directores de projectos ou directores de função), em
os gestores de primeira linha que têm de gerir os diversos factores P~OWLSODVVLWXDo}HVWrPHVWDGRPDLVLQWHUHVVDGRVHPLQWHUYLUHPQD
de treino, quer directos quer indirectos, bem como as variáveis que vida do centro operacional do que em resolverem as questões de
facilitam e potencializam a sua gestão. No entanto, tal como um di- ligação entre aquele e o vértice estratégico, criando, deste modo,
rigente a funcionar a nível do vértice estratégico duma organização a retaguarda de apoio à linha de produção (as diversas equipas a
desportiva não deve descurar as questões técnicas, também um trei- participarem no respectivos quadros competitivos), a que, pelas suas
nador não pode ignorar as questões estratégicas do clube de modo funções, estariam obrigados. Faltam, em nossa opinião, estruturas
a integrá-las na gestão que faz da equipa. Cabe à gestão intermédia, intermédias que tenham consciência da sua função de interface entre
GHVFRGL¿FDUHLQWHJUDUFRHUHQWHPHQWHVHPSUHTXHQHFHVViULRDP- o vértice estratégico das organizações e o centro operacional, para
bos os discursos. Sabemos ser esta uma das questões cruciais no já não referirmos a tecnoestrutura e a logística. Estamos recordados
mundo dos grandes clubes desportivos. A nível do vértice estratégi- GDEUHYHSDVVDJHPGH$QWyQLR6LP}HVSHOR6SRUW/LVERDH%HQ¿FD
FRH[LVWHXPDYLVmRDFHUFDGDYLGDHFRQyPLFDH¿QDQFHLUDGRFOXEH que, na qualidade de Director geral, não foi capaz ou não o dei-
a médio e longo prazos, só que depois não existe capacidade para xaram ser a interface necessária ao funcionamento do sistema. A
idealizar a correspondente estratégia desportiva, principalmente actual crise do Sporting Clube de Portugal, em nossa opinião tem a
naquilo que tem a ver com a gestão do próprio conhecimento no ver também com o mesmo problema. O que está a acontecer é que
que diz respeito aos recursos materiais humanos e informacionais tanto o vértice estratégico do clube (presidente) bem como o centro
bem como aos projetos e atividades a desenvolver. De fato, a ges- operacional (treinador) estão, por assim dizer, a trabalhar sem rede
WmR GXPD HTXLSD SUR¿VVLRQDO GH IXWHERO REULJD j PDQLSXODomR GH e sujeitos a todas a vicissitudes dum campeonato de futebol em que
variáveis diferentes daquelas que caracterizam a gestão estratégica só pode haver um campeão.

Didatismo e Conhecimento 186


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
OPORTUNIDADES FUTURAS e sociais. Se por um lado, em matéria de gestão, existem especi-
Podemos antever um futuro de promissoras oportunidades. ¿FLGDGHV SUySULDV TXH VLQJXODUL]DP R GHVSRUWR GDV GHPDLV DFWLYL-
Numa pesquisa entre diversas instituições a nível mundial, as opor- dades, por outro, dentro dessa mesma singularidade, a gestão des-
tunidades de oferta de emprego nos próximos dez anos vão evoluir portiva caracteriza-se por ser uma atividade contextualizada onde
de acordo com os seguintes itens: numa perspectiva multicultural se gere uma tecnologia, o desporto,
– Turismo; WHQGR HP FRQVLGHUDomR R QtYHO H kPELWR GH LQWHUYHQomR$ JHVWmR
– Empreendimentos; dos recursos humanos, em qualquer sociedade, é um instrumento
±*HVWmRGHHYHQWRV estratégico de organização do futuro. Desencadear a regeneração
– Desporto negócio; dos diversos sistemas desportivos por esse mundo fora, através de
– Especialistas. estratégias conduzidas a montante é um desiderato que compete à
Fica claro da investigação referida que é necessária uma espe- sociedade civil, mas também aos próprios governos, porque, para
cialização em gestão do desporto, sendo de prever num futuro pró- DOpPGHFDGDYH]PDLVHVWDUHPHPMRJRYHUEDVGRHUiULRS~EOLFR
ximo a necessidade de existirem em algumas áreas, especialistas que colocam-se também questões de organização social. Por isso, é ne-
UHVSRQGDP FRP H¿FLrQFLD jV UiSLGDV PXGDQoDV VRFLDLV$V VLP- cessária uma formação inicial em gestão do desporto, já que a for-
ples licenciaturas em educação Física e/ou Ciências do Desporto, mação tradicional já não responde as necessidades sociais. Por nós,
deixaram de ser capazes de responder às necessidades actuais do acreditamos que é possível, através de uma aliança estratégica entre
processo de desenvolvimento do desporto nos vários sectores de de- organizações cuja perspectiva de futuro ultrapasse o imediatismo da
senvolvimento e nos diversos países do mundo. Em nossa opinião pressão dos problemas de todos os dias – quer dizer que não con-
DVFRPSHWrQFLDVHVSHFt¿FDVSDUDLQWHUYLUHPFDGDXPGRVVHFWRUHV IXQGHPXUJrQFLDFRPLPSRUWkQFLDFRQJUHJDULGHLDVSURMHFWRVHHV-
indicados podem ser obtidas, com padrões de especialização de di- forços, de forma a alterar o rumo dos acontecimentos. Se assim for,
IHUHQWHVFRQWH~GRVHQtYHLVQDVPDLVGLYHUVDVHVFRODVGHIRUPDomR estamos convencidos que as novas gerações de praticantes, técnicos
entendendo nós que nenhuma delas pode reivindicar o direito de e dirigentes que vão chegar ao mundo do desporto em busca de em-
monopólio sobre a formação em gestão para o mundo do desporto. prego num mundo em que o emprego está a escassear, serão capazes
Portanto, antevemos as mais diversas oportunidades para muita gen- de promover as mudanças necessárias. Trata-se dum investimento
te e não só para este ou aquele curso.
QDPXGDQoDDPpGLRHORQJRSUD]RVTXHUGL]HUGXPGHVD¿RjVLQV-
tituições e às pessoas sobre o tempo, já que necessitamos de tempo
&21&/86®(6(68*(67®(6
GHUHÀH[mRSDUDXPGHVSRUWRHXPDVRFLHGDGHTXHGHL[DUDPGHWHU
A velocidade das transformações sociais faz com que a expe-
tempo para aferir o sentido dos seus próprios valores. E quando as
riência e o conhecimento de há vinte anos estejam, hoje, profun-
sociedades e as instituições, através das pessoas, começam a pensar
damente desactualizados, sobretudo quando as pessoas não foram,
que não necessitam de nenhuns princípios nem valores, na medida
pelas mais diversas razões, capazes de evoluir. Em conformidade,
em que tudo se resume ao dinheiro, ao mando, ao sexo e ao des-
os sistemas desportivos nos mais diversos países do mundo têm de
ser capaz de se regenerar, sob pena de estagnarem, aliás como já é SRUWRFRPRQRVGL]RWHyORJR+DQV.QJ )7 GHIDWR
GH DOJXPD PDQHLUD QRWyULR HP P~OWLSODV RUJDQL]Do}HV GH kPELWR é necessário desencadear uma enorme vaga de mudança que alerte
nacional e internacional. Abrem-se, assim, enormes possibilidades as consciências das pessoas quanto à necessidade de organizarmos
GHLQWHUYHQomRSUR¿VVLRQDOTXHDVQRYDVJHUDo}HVLQWHUHVVDGDVQR um futuro que não se volte contra nós próprios. Portanto, aqueles
mundo do desporto, não devem deixar de aproveitar. Para nós, o que estão nos diversos vértices políticos da sociedade, hão-de ter de
PDLVLPSRUWDQWHQHVWHPRPHQWRSDUDDOpPGHVHUVHPSUH~WLOUHD- decidir se querem um desporto instrumento de educação, de lazer,
lizar o levantamento dos problemas que afectam a gestão do des- GHFXOWXUDHGHVD~GHHHPFRQVHTXrQFLDSURPRWRUGHHFRQRPLD
SRUWRpTXHVWLRQDUDTXLORTXHVHDQGDDID]HUQRkPELWRGDJHVWmR e de desenvolvimento humano, ou se, em alternativa, querem um
do desporto com repercussões no seu desenvolvimento. Isto porque, desporto desprovido de ética, socialmente injusto, alimentado pelo
em muitas situações os vértices das organizações desportivas fecha- yGLRHDLJQRUkQFLDJHUDGRUHVGHQRYRVyGLRVHGHPDLVLJQRUkQ-
ram-se sobre si próprios, sofrem uma desregulação inexorável em FLDVRUYHGRXURGHGLQKHLURVS~EOLFRVVHPRXWUDXWLOLGDGHTXHQmR
relação ao tempo que acabará por destruir as próprias organizações. seja a de animar massas acéfalas que outra perspectiva não têm da
5HSDUHVHSRUH[HPSORQRQ~PHURGHDQRVTXHDOJXQVGLULJHQWHV vida senão a de saciarem os seus mais primários instintos agonísti-
desportivos se mantêm à frente das organizações. O recorde perten- cos através dum espectáculo desportivo de valor social, pelo menos,
ce a Marc Hodler que é presidente da Federação Internacional de Ski questionável. As universidades podem assumir-se como a interface
GHVGHHFODURGR&RPLWp2OtPSLFR,QWHUQDFLRQDOGHVGH desta discussão. Isto já está a acontecer de alguma maneira, na Amé-
Este tipo de pessoas, se em relação ao passado foram a solução, a rica do Norte (EUA e Canadá) através da “North America Society
partir dum dado momento, passou a ser o problema. for Sport Management”, e na Europa através da “European Asso-
,VWR SRUTXH R FRQKHFLPHQWR WRUQDVH REVROHWR D DFomR LQH¿- ciation for Sport Management” que recentemente, com outras asso-
caz. Em consequência, os sistemas e as organizações acabam por ciações continentais constituíram a “International Aliance for Sport
estagnar por falta não só de novos recursos humanos como pela de- Management”. No entanto, não somos ingénuos ao ponto de pensar
sactualização daqueles que se perpetuam e multiplicam por vários que este movimento internacional provocará rapidamente transfor-
OXJDUHVSRUDQRVD¿RDOLPHQWDQGRVHGDVSUySULDVRUJDQL]Do}HVD mações em nível dos sistemas desportivos dos diversos países. Na
que pertencem. realidade, a cooperação que acontece a nível internacional ainda não
Em conformidade, hoje, no mundo do desporto, existe um es- tem efeitos nos diversos sistemas desportivos, na medida em que
SDoRHSLVWHPROyJLFRGHLQWHUYHQomRFXMDH[SUHVVmRSUR¿VVLRQDOVH estes, na grande maioria das vezes, são compostos por estruturas
FLUFXQVFUHYHjJHVWmRGDVSUiWLFDVGHVSRUWLYDVTXHGLIHUHVLJQL¿FDWL- muito pesadas, pouco receptivas ao conhecimento adquirido por via
vamente da gestão realizada em outras áreas ou sectores económicos académica e, sobretudo, com uma mentalidade de que é mais impor-

Didatismo e Conhecimento 187


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
tante fazer do que saber fazer. No entanto, a continuar este processo, aferição da aprendizagem por meio de uma avaliação de qualidade
tanto a nível internacional como dos diversos países, as mudanças, TXHYLVHXPSURFHVVRGHWUDQVIRUPDomRVRFLDO1RkPELWRGD(GXFD-
mais cedo ou mais tarde, acabarão por acontecer, a partir do momen- ção Física o problema é ainda maior, pois é um campoeducacional
to em que as Universidades, sejam elas quais forem, começarem a que tem como principal objeto de trabalho o corpo, a corporalidade e
colocar no mercado de trabalho, quadros com uma mentalidade e a cultura corporal. Assim, partindo desta concepção pode-se indagar
um posicionamento em relação às questões do desporto diferentes VHUiTXHH[LVWHXPDIRUPDHVSHFt¿FDGHDYDOLDURFRUSR"2XHQWmR
daquelas que formaram os dirigentes educados na lógica do sistema dizer que este aprendeu melhor corporalmente e aquele não? Dentro
industrial e condicionados aos processos de supercompensação dele GHVWHFDPSRGHHQVLQRWHQGRHPYLVWDVDVLQVX¿FLrQFLDVEXVFDVH
decorrentes. muitas vezes subsídios em outras áreas do conhecimento como, por
(VWHVGHVD¿RVUHTXHUHPHPPDWpULDGHJHVWmRRUJDQL]DomRH exemplo, o desenvolvimentopsicomotor do sujeito. Ainda assim não
desenvolvimento do desporto, novas atitudes e diferentes soluções, se consegue determinar com clareza como, porque e quando avaliar.
no sentido de serem criadas nova oportunidades para futuras gera- A partir das proposições postas, as principais questões que irão nor-
ções de praticantes, técnicos, dirigentes e espectadores. A não ser tearam a construçãodeste trabalho são de cunho pedagógico, legal
DVVLP DTXL ¿FD R DYLVR DV DFWXDLV JHUDo}HV GH GLULJHQWHV KmRGH e empírico. Sendo assim busca-se responder a seguinte indagação:
ser responsabilizadas por não terem sido capazes de promover um quais as possíveis relações e interfaces existentes entre concepções
modelo sustentado de desenvolvimento do desporto que não com- de avaliação no contexto educacional geral e concepções de avalia-
prometesse as práticas desportivas das gerações futuras. ção em Educação Física Escolar. Esta questão poderá dar subsídios
a futuras discussões e construções metodológicas sobre avaliação
em Educação Física Escolar, para tanto, esta pesquisa pretende ana-
lisar e discutir alguns dos pontos acima propostos, a partir de uma
SHVTXLVDELEOLRJUi¿FD&RPEDVHQDVGLYHUVDVUHIHUrQFLDVHVWXGDGDV
SISTEMAS DE AVALIAÇÃO. que estiveram delineando as discussões ao longo do texto e no texto
GD6XUD\D'DULGR  2VFRQWH~GRVGDHGXFDomRItVLFDHVFRODU
LQÀXrQFLDVWHQGrQFLDVGL¿FXOGDGHVHSRVVLELOLGDGHVIRUDPOHYDQWD-
das as principais concepções da Educação Física Escolar, os princi-
1RV~OWLPRVDQRVREVHUYDVHQRFHQiULRHGXFDFLRQDOTXHDDYD- SDLVDXWRUHVHVXDVREUDV$SDUWLUGHVWHOHYDQWDPHQWRYHUL¿FRXVHD
OLDomRHQTXDQWRSROtWLFDVS~EOLFDVRXFRPRDUWLFXODGRUDGRSURFHV- existência de discussões a respeito da avaliação em Educação Física
so de ensino aprendizagem, tem sido muito discutida nos bastidores Escolar e como se dá tal processo mediante cada tendência apre-
educacionais. Ela traz em si uma complexidade que deve ser estuda- sentada. Em seguida, foram realizadas discussões quanto aos pro-
da profundamente para que se compreenda o processo avaliativo no cessos avaliativos presentes na educação num contexto mais geral
qual nossa educação foi Inserida. O campo educacional tem sofrido confrontado com as tendências avaliativas presentes na Educação
grandes mudanças tentando encontrar seu sentido, sua utilidade e Física Escolar.
sua necessidade para o educando, concepções, métodos de ensi- 3RU¿PQRIHFKDPHQWRGHVWHWUDEDOKRVmRGLVFXWLGDVDOJXPDV
no, teorias foram elaboradas tentando satisfazer as questões acima questões que devem ser repensadas na prática avaliativa da Educa-
apresentadas. Também nesta direção as discussões sobre avaliação ção Física Escolar bem como sua condição como objeto de estudo
tentam superar suas concepções tradicionais, buscando determinar e pesquisa.
seu sentido, sua necessidade e sua utilidade de maneira mais crítica Desenvolvimento Inicialmente esta discussão prevê que sejam
H H¿FD] 1R TXH GL] UHVSHLWR j IRUPD TXH RV HVWDEHOHFLPHQWRV GH estabelecidas possíveis relações entre as concepções de avaliação
HQVLQRHVFROKHPSDUDDYDOLDUVHXVDOXQRVJHUDOPHQWHUHÀHWHPDV em Educação Física Escolar e perspectivas de avaliação num con-
IXQo}HVUHTXHULGDVGHXPVLVWHPDHGXFDWLYRHVSHFt¿FRQRTXDOD texto educacional mais amplo, a educação como um todo. Partindo
avaliação constitui-se num dos mais claros indicadores da relação desta idéia faremos passo a passo discussões sobre as relações exis-
HQWUHDHVFRODHDVRFLHGDGH %URDGIRRWDSXG$IRQVR 'HQWUR tentesentre cada uma das tendências/ métodos e abordagens avalia-
GHVWDHVSHFL¿FLGDGHDYDOLDomRHVFRODHVRFLHGDGH/XFNHVL   tivas da Educação Física Escolar confrontando com as interfaces da
GLVFXWLDVUHODo}HVHVFRODDYDOLDomRVRFLHGDGHDYDOLDomR(OHD¿UPD avaliação da aprendizagem em um contexto mais geral.
TXHDHVFRODSUHRFXSDVHJHUDOPHQWHFRPRVQ~PHURVGHDSURYDomR
reprovação, os pais com as notas e os professores em usar das notas Método Francês e Método Esportivo
e provas (sendo estas formas avaliativas mais comuns no sistema 20pWRGR)UDQFrVDSUHVHQWDYD³RVVHJXLQWHVFRQWH~GRVTXH
nacional de educação) como meio de coerção dos seus alunos, para GHYHULDPVHUWUDEDOKDGRVQDVLQVWLWXLo}HVGHHQVLQRMRJRVÀH[LRQD-
que se comportem conforme alguns padrões socialmente impostos. mentos, exercícios educativos, aplicações, esportes individuais e
(VWHpXPGRVSRQWRVPDLVFRQÀLWDQWHVTXDQGRWUDWDPRVGHDYDOLD- FROHWLYRV´$ DYDOLDomR HUD ³SDXWDGD HP GDGRV DQiWRPR¿VLROyJL-
omRGDDSUHQGL]DJHP2XWUDTXHVWmRGHJUDQGHGLVFXVVmRpDGL¿- FRVRXVHMDFRPEDVHHPUHVXOWDGRVGHPHGLGDVELRPpWULFDV¿FKDV
culdade da maioria dos professores emavaliar seus alunos ou de não médicas e testes padronizados, com tabelas de referências prontas.”
encontrar subsídios para avaliar o processo de ensino aprendizagem. Neste método a avaliação tinha características de reprodução do sis-
Em uma pesquisa realizada pela pesquisadora em educação Tania tema econômicovigente, pois ela apenas reforçava a força física e o
=DJXU\  DWHUFHLUDPDLRUGL¿FXOGDGHDSRQWDGDSHORVSURIHV- rendimento em detrimento de uma força de trabalho e competitivi-
sores em sala de aula é a de realizar a avaliação de seus alunos. Na dade que o sistema apresentava. Em um contexto educacional geral
PHVPD SHVTXLVD  GRV SURIHVVRUHV D¿UPDUDP TXH D DYDOLDomR a avaliação tinha como ênfase as cópias leituras, repetições e memo-
tem caráter meramente quantitativo, não valorizando a real aprendi- rização de conceitos e fórmulas, na EFE, pode-se observar uma re-
]DJHPGRDOXQR(VVHFDUiWHUTXDQWLWDWLYRGL¿FXOWDDRVSURIHVVRUHVD petição de exercícios físicos, testes padronizados caracterizando-se

Didatismo e Conhecimento 188


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
como uma avaliação de abordagem tradicional, objetiva e meramen- provas. A ênfase da avaliação estava no produto e sempreacontecia
WHTXDQWLWDWLYDD¿UPDTXHDDYDOLDomRQDHVFRODVRIUHXIRUWHVLQÀXrQ- DR¿QDOGRSURFHVVRGHPDQHLUDVRPDWLYDVHQGRUHDOL]DGDVHPSUH
cias dos testes emedidas desenvolvidos por europeus, tal fato é pos- pelo professor. Abordagens Construtivista, Desenvolvimentista e
VtYHO VHU LGHQWL¿FDGR QR 0pWRGR )UDQFrV TXDQGR GHVWDFDPRV DV Psicomotricista As tendências construtivista e psicomotora foram as
bases e os instrumentos avaliativos que constituíram os processos de primeiras a orientar de maneiramais sistemática a Educação Física
avaliação encontrados nesta abordagem. A avaliação no Método Escolar, contrapondo-se às ideologias esportivista/ tecnicista e tradi-
)UDQFrV DLQGD UHIRUoDYD D TXHVWmR FODVVL¿FDWyULD SUHVHQWH QRVSUR- cionais deste campo do conhecimento. Nestas tendências, o trabalho
cessos avaliativos, pois partindo de tabelas de referências prontas e pedagógico focou questões individuais e psicológicas doindivíduo,
WHVWHVSDGURQL]DGRVRSURIHVVRUFODVVL¿FDYDVHXDOXQRPHGLDQWHRV sendo assim, o processo avaliativo também destacou as questões in-
resultados apresentados. Na abordagem avaliativa tradicional a ên- dividuais e psicológicas de cada aluno. Prevalece, nestas aborda-
IDVHGRSURFHVVRDYDOLDWLYRHVWDYDQRUHVXOWDGR¿QDOQRSURGXWRQR gens, a auto-avaliação, sendo entendida como mediação. Oconceito
método Francês a lógica não poderia ser outra, visto que o importan- de avaliação qualitativa passa a ser o principal ponto do processo
WHHUDFRQVWDWDURTXHRDOXQRDOFDQoRXDR¿QDOGRSURFHVVRHQmR ³MXOJDQGRDFRPRXPSURFHVVRSHUPDQHQWHUHÀH[mRVREUHDDWLYLGD-
FRPRRFRUUHXRSURFHVVR$RREVHUYDPRVDTXHVWmRGDVFODVVL¿FD- de humana e que só pode ser captada através da vivência de cada
ções que recebe a avaliação, o Método Francês caracteriza-se, na um.” Estas tendências apresentam fortes características implantadas
SHUVSHFWLYD GH FRPR VRPDWLYD SRLV WHP IXQomR FODVVL¿FDWyULD D pela escola nova, comoa biopsciologização da sociedade, o olhar
qual procurava de maneira hierárquica determinar os níveis de apro- apurado para os aspectos cognitivos dos aluno, a relação do aprender
veitamento de cada indivíduo quanto ao que aprendeu. A prática a aprender, a descentralização do aspecto lógico em benefício do
avaliativa caracterizava-se pelo sistema de exames e provas, desta- psicológico. É possível destacar que houve uma mudança de foco,
cado no qual os alunos realizavam exames ou provas físicas para tanto nas tendências seguidas na educação, assim como da educação
dimensionar o seu desenvolvimento. A avaliação tradicional implica física, no qual observamos uma passagem do quantitativo para o
ao aluno uma adaptação social, porque submete-o aimposição de qualitativo, do rendimento para a individualização e a valorização
conhecimentos mediante a obediência, passividade anulando a pos- do que o aluno aprendeu. Existem algumas contradições sobre a
VLELOLGDGHGRGLiORJRHUHÀH[mRFUtWLFD(PFRQJUXrQFLDFRPHVWD avaliação educacionalno Brasil, uma destas contradições está na re-
abordagem tradicional no Método Francês de ensino da Educação ODomRHQWUHPHLRH¿PGDDYDOLDomR1DWHQGrQFLDDYDOLDWLYDWUDGL-
Física o aluno também era um cumpridor de ordens e regras. O Mé- FLRQDOWtQKDPRVFRPR¿P~QLFRDDYDOLDomRGDDSUHQGL]DJHP1DV
todo Esportivo assim como o Método Francês direcionava sua práti- WHQGrQFLDVDTXLDSUHVHQWDGDVDDYDOLDomRSDVVRXDQmRVHU¿PHjV
ca avaliativapara os resultados, para as performances motoras e nos YH]HVQHPPHVPRPHLRSDUDDYHUL¿FDomRGDDSUHQGL]DJHP(VWD
padrões de movimentos preestabelecidos. O método esportivo foi idéia quando relata um documento da CENP (Coordenadoria de Es-
PXLWRLQÀXHQFLDGRSHODHVFRODWHFQLFLVWDTXHSRUVXDYH]LQÀXHQFLRX tudos e Normas Pedagógicas do Estado de São Paulo) “pode parecer
a educação brasileira. A Educação Física neste período teve a função estranho que, em nenhum momento desta proposta tivéssemos a
de preparar atletas para atuarem nas competições, sendo assim, as SUHRFXSDomR GH TXDQWL¿FDU R FRPSRUWDPHQWR VHTXHU DYDOLiOR´
avaliações eram seletivas e excludentes, características esta de uma 'HQWURGRVDVSHFWRVGHFODVVL¿FDomRGDDYDOLDomRpSRVVtYHOFODVVL-
avaliação tradicional. Observa-se aqui que a EFE contribuiu e rece- ¿FDUDVWHQGrQFLDVDTXLGLVFXWLGDVFRPRKXPDQLVWDUHIRUPLVWDHP-
beu contribuição de perspectivas avaliativas que pertenciam ao mo- ERUDD¿UPHTXHHVWDWHQGrQFLDDSUHVHQWDWUDoRVGDOLQKDWUDGLFLRQDO
mento histórico que vivia a educação de uma maneira mais geral. A HDFRORTXHHFODVVL¿TXHQDWHQGrQDGLFLRQDOSRLVSUHRFXSDVHFRP
WHQGrQFLDWHFQLFLVWDGDHGXFDomREXVFDYDDH¿FLrQFLDHDSURGXWLYL- os aspectos psicológicos, com as mudanças qualitativas ocorridas no
dade, tendo comoconcepção a escola como uma empresa, modela- interior de cada indivíduo e permite a participação informal do aluno
dora do comportamento e formadora do indivíduo para o mercado nos processos avaliativos. Também pode ser considerada formativa,
de trabalho. O ensino estava centrado nas técnicas, em função disto pois é realizada ao longo do processo de aprendizagem. Na aborda-
a avaliação enfatizava a técnica igualmente. No método Esportivo o JHPGHVHQYROYLPHQWLVWDFRQVLGHUDGDFRPRXPDDERUGDJHPLQÀXHQ-
ensino também estava centrado nas técnicas das habilidades esporti- ciada pelas duas outras já mencionadas, psicomotora e construtivis-
vas, resultante disto a avaliação também privilegiava a técnica, as- WDQmRFRQVLGHUDHVSHFL¿FDPHQWHRLWHPDYDOLDomRPDVVXJHUHTXH
sim como na tendência tecnicista. É possível observar também ca- o professor observe “sistematicamente o comportamento dos seus
UDFWHUtVWLFDVGHXPDDYDOLDomRFODVVL¿FDWyULDHVHOHWLYDTXDQGRD¿U- DOXQRVQRVHQWLGRGHYHUL¿FDUHPTXHIDVHHOHVHHQFRQWUDORFDOL]DU
mam que os professores costumavam realizar comparações entre os os erros e oferecer informações relevantes para que os erros de de-
resultados obtidos por seus alunos, bem como os sucessos ou insu- sempenho sejam superados”. “As propostas de avaliação caminham
cessos nas competições esportivas. Como as avaliações “transfor- no sentido do uso da avaliação não punitiva,vinculada ao processo.”
maram-se em’estratégias – chave de manutenção da ordem’, sendo Existe um preocupação de considerar as experiências dos alunos,
simplesmente instrumentos disciplinadores a que os professores re- sua cultura propondo uma avaliação preocupada com o que o aluno
correm para impor aos estudantes os valores e comportamentos que aprendeu, mas deixa a desejar quando considera o aspecto motor
eles idealizam como adequados”. Ou seja, na Educação Física Esco- mais relevante que outros aspectos que permeiam o processo avalia-
lar, por meio dos exercícios repetitivos, da performance física os WLYR2REMHWLYRQHVWDDYDOLDomRpYHUL¿FDUDVDSUHQGL]DJHQVGRVDOX-
professores impunham aos estudantes os comportamentos desejados nos e deve considerarna hora de avaliar os aspectos afetivo-social,
naquele período histórico. Os dois métodos acima citados são carac- cognitivo e motor. A avaliação tem caráter qualitativo, utilizando
terizados como abordagem tradicional doensino, que tem como ob- como instrumentos a observação, a auto-avaliação e sociograma. A
MHWLYR DYDOLDU SDUD VHOHFLRQDU FODVVL¿FDU H DSURYDU RX UHSURYDU 2 ênfase está no processo e ocorre durante o ano todo de maneira for-
professor avaliava a aptidão física e as habilidades motoras de ma- mativa. Diferentemente da abordagem tradicional, o professor e o
neira quantitativa, utilizando como instrumentos normas, testes e aluno interagem e constroem o processo avaliativo.

Didatismo e Conhecimento 189


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
Abordagens Críticas A abordagem que iremos discutir agora algumas abordagens avaliativas em Educação Física Escolar ferem
procura superar as questões tradicionais e os entraves da Educa- D OHJLWLPLGDGH GR SURFHVVR DYDOLDWLYR IUHQWH DRV GHVD¿RV HGXFD-
ção Física Escolar, promovendo uma educação capaz de resultar na cionais. As abordagens avaliativas que detêm suas expectativas no
emancipação de cada indivíduo. As tendências críticas fundamen- produto, ainda muitopresentes nas práticas de alguns professores,
tam-se numa concepção diagnóstica, buscandorealizar um sonda- ferem até mesmo a concepção que se tem sobre avaliação. Pois
gem, projeção e retrospecção da situação de desenvolvimento do quando se busca chegar no resultado sem analisar o processo feri-
aluno, na qual se privilegia as condutas humanas, as decisões em mos o papel da avaliação, é de subsidiar a chegada aos resultados
conjunto, a compreensão crítica da realidade, a criatividade, a for- desejados, diagnosticando constantemente o que vem ocorrendo. Na
mação de conceito e a interpretação do insucesso e do erro. Esta abordagem tradicional de avaliação são levados em consideração
orientação possui características de avaliação pautada nos princípios somente osaspectos objetivos do processo avaliativo, que a avalia-
democráticos, para o qual essencial é participação de todos nopro- ção é um “processo de julgamento que se vale de meio objetivos
cesso avaliativo, facilitando ao aluno a tomada de atitudes críticas e subjetivos”. Sendo assim, quando um professor realiza uma ava-
IUHQWHDVVXDVSUiWLFDVVRFLDLVHRVFRQWH~GRVHVWXGDGRV'RSRQWR liação destacando apenas os gestos técnicos ou do comportamen-
de vista prático, busca superar a seletividade, a discriminação e ore- to motor,implicando uma nota ou um conceito sobre isto, ele esta
baixamento das camadas populares. A nova práxis avaliativa deve também ferindo a legitimação da avaliação, tornando-a autoritária e
“produzir conhecimento, transformar os atores do processo (indi- H[FOXGHQWH4XDQGRQRkPELWRGD(GXFDomR)tVLFD(VFRODUVmRUHD-
YtGXRVHQYROYLGRV HPRGL¿FDUFRQWH[WRV´3DUWLQGRGHVWDD¿UPD- lizadas práticas avaliativas queexcluem alguns e valorizam outros,
tiva e das propostas elaboradas pelas abordagens críticas da EFE, estas práticas tornam-se alienantes, pois sancionam e consagram
observamos que existe aí uma tentativa concreta em mudar concei- valores da cultura dominante. Nas práticas avaliativas mais huma-
tos e paradigmas quanto a prática avaliativa no Brasil. Também ao nistas e tradicionais, este fato está fortemente enraizado. No caso da
analisarmos as idéias de Luckesi, em que ele propõe uma concep- humanista, embora considere diversos elementos que contradizem
çãoavaliativa que vise a transformação social, a desdomesticação a prática tradicional, está muito presente esta inculcação ideológi-
do indivíduo e a autonomia e ao realizarmos um confronto entre as ca compatível com a cultura dominante. A “avaliação escolar não
idéias dele e as posições que esta abordagem crítica toma frente aos pode ser reduzida a umaquestão técnica, pois é, antes de tudo uma
contextos avaliativos, destacamos que muitos princípios elaborados questão política, ou seja, está relacionada ao poder, aos objetivos, as
estão de acordo com uma avaliação que vise a emancipação do indi- ¿QDOLGDGHVDRVLQWHUHVVHVTXHHVWmRHPMRJRQRWUDEDOKRHGXFDWLYR´
víduo. A avaliação com a participação dos alunos e dos colegiados é Seobservarmos esta idéia de que podemos considerar que as práticas
destacada para que o processo ocorra de maneira madura. É impor- avaliativas tradicionais e humanistas reforçam questões técnicas nas
tante enfatizar que quando o professor dá abertura para que o aluno práticas de avaliação. Também mediante as idéias acima levanta-
participe da construção do seu processo de aprendizado e avaliação, das podemos concluir quegeralmente as práticas e abordagens ava-
este por sua vez, torna-se muito mais produtivo e válido. Dentro de liativas da Educação Física estiveram atreladas aos interesses dos
uma concepção mais ampla da educação as abordagens críticas da professores, do sistema educacional, da comunidade escolar, mas
(GXFDomR)tVLFD(VFRODUIXQGDPHQWDVHQRVFRQWH~GRV±VyFLRVFXO- raramente o processo se deu levando em consideração os interesses
turais. Neste caso, bem como na tendência aqui tratada, a avaliação é dos alunos. Podemos perceber também que a avaliação na Educação
caracterizada pela prática emancipatória, diagnóstica e propõe uma Física Escolar está emprocesso de mudança de paradigma, porém tal
tomada de decisão com sentido transformador social. fato só é possível em função de alguns atores (professores, alunos,
3DUD¿QDOL]DUHVWDGLVFXVVmRYROWDPRVjVLGpLDVJHUDGDVVREUHD autores de obras críticas) que buscam constantemente discutir seu
prática avaliativa neste contexto. Ao responder a pergunta para quê papel. Já dentro das faculdades e universidades as discussões quanto
avaliar, as abordagens críticas destacam que ela é necessária para DRSURFHVVRDYDOLDWLYRWHPVLGRUDUDVGL¿FXOWDQGRXPDFRPSUHHQ-
uma tomada de decisão, seja para mudança de rumo no processo de são ampla por parte dos acadêmicos que serão futuros professores e
aprendizagem ou então mudança de atitude frente a este processo. que certamente terão que realizar avaliações no caminho de apren-
O professor e o aluno buscam observar o conhecimento, a habili- dizagem dos seus alunos. É fato também que a Educação Física tem
dade e a atitude durante o caminho de aprendizagem. Valoriza-se o VRIULGRLQÀXrQFLDGHDXWRUHVFUtWLFRVGD(GXFDomRSHUPLWLQGRXP
processo e não apenas o produto, enfatizando a qualidade, diferente aprofundamento teórico nas discussões quanto ao papel da avalia-
das outras posições tradicionais e algumas tendências da abordagem ção na Educação Física Escolar. Outra questão está na necessidade
humanista que enfatizam o resultado motor que a criança adquiriu, de abandonarmos concepções e práticas avaliativas ultrapassadas,
ainda que implicitamente este apresente a ênfase no produto. Os ins- autoritárias, promovendo práticas que incluam as camadas popula-
trumentos utilizados pelo professor são registros sistemáticos que res mais excluídas e que contribuam para exercer sobre os alunos a
serãorealizados de maneira diagnóstica e contínua. Participam do desalienação. Diante de todo estudo realizado, concluímos que al-
processo avaliativo o professor, o aluno, a equipe pedagógica e a gumas lacunas foram deixadas porfalta de elementos que pudessem
coletividade educativa. construir solidamente este estudo, algumas sugestões podem ser da-
Conclusão mediante os estudos e discussões até aqui realizados das, principalmente quanto aos estudos de cunho histórico, pois eles
é possível levantar algumas conclusões pontuais quanto à temática subsidiam qualquer discussão mais profunda de dimensão prática ou
estudada. Primeiramente, é possível concluir que existem poucos teórica da avaliação em Educação Física Escolar.
HVWXGRVUHIHUHQWHVjDYDOLDomRQRkPELWRGD(GXFDomR)tVLFD(VFR- Finalizamos nossa discussão até aqui realizada com uma idéia
ODURTXHGL¿FXOWRXFHUWDPHQWHUHÀH[}HVPDLVDSURIXQGDGDVGHVWH GH EXVFDU FRP HVWH WLSR GH UHÀH[mR DPSOLDU FRQFHSo}HV H YLV}HV
trabalho. No contexto histórico recente raras são as publicações re- assim como analisar as condições do ensino da Educação Física Es-
ferente a avaliação em EFE, um campo praticamente inexplorado. colar numa perspectiva crítica da Educação, de tal forma que possa-
Segundo ponto que podemos levar em consideração é o fato de que PRVUHSHQVDUVHXVREMHWLYRVHDSDUWLUGHVWHVGLYHUVL¿FDURVLQVWUX-

Didatismo e Conhecimento 190


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
mentos e as formas de avaliar, procurando a cada etapa do processo ve a capacidade criativa de transformar a concreta realidade mun-
ensino-aprendizagem diagnosticar o crescimento dos alunos e, por dana e histórica numa aquisição maior de educação em seu sentido
RXWUR ODGR HVWDEHOHFHU SDUD R SURIHVVRU SDUkPHWURV TXH HQFDPL- lato, humanizante e libertador do próprio sentido de ser no mundo.
nhem o replanejamento constante da sua ação docente. Nesse sentido, a ação pedagógica da interdisciplinaridade
6HFDVRDVVLPR¿]HUPRVFHUWDPHQWHFDPLQKDUHPRVSDUDXP aponta para a construção de uma escola participativa, que deriva da
sentido da educação que busque emancipar, formar cidadãos críticos formação do sujeito social, em articular saber, conhecimento e vi-
e que participem efetivamente do seu processo de formação. vência. Para que isso se efetive, o papel do professor é fundamental
no avanço construtivo do aluno. É ele, o professor, que pode perce-
ber necessidades do aluno e o que a educação pode proporcionar ao
mesmo. A interdisciplinaridade do professor pode envolver e insti-
VISÃO INTERDISCIPLINAR E gar o aluno a mudanças na busca do saber.
TRANSVERSAL DO CONHECIMENTO. A interdisciplinaridade perpassa todos os elementos do conhe-
cimento pressupondo a integração entre eles. A interdisciplinaridade
está marcada, ainda por um movimento ininterrupto, criando ou re-
criando outros pontos para a discussão.
Interdisciplinaridade 'LDQWHGLVVRSRGHPRVD¿UPDUTXHD³LQWHUGLVFLSOLQDULGDGHQmR
$LQWHUGLVFLSOLQDULGDGHVXUJLXQR¿QDOGRVpFXOR;,;SHODQH- se ensina, não se aprende, apenas vive-se, exerce-se e por isso exige
cessidade de dar uma resposta à fragmentação causada pela concep- uma nova pedagogia, a da comunicação”, nessa perspectiva cabe ao
ção positivista, pois as ciências foram subdivididas surgindo, várias professor, no momento certo articular teoria e prática, numa forma
disciplinas. Após longas décadas convivendo com um reducionis- interdisciplinar sem contudo perder os interesses próprios de sua
PRFLHQWt¿FRDLGpLDGHLQWHUGLVFLSOLQDULGDGHIRLHODERUDGDYLVDQGR disciplina.
restabelecer um diálogo entre as diversas áreas dos conhecimentos “Interdisciplinaridade e epistemologia: uma leitura pela ‘ótica’
FLHQWt¿FRV piagetiana”, analisam dois pensadores: Jean Piaget e Edgar Morin.
No livro “Práticas Interdisciplinares na Escola”, ressalta que Segundo os autores, para Piaget há “interdisciplinaridade quando a
solução de um determinado problema é buscada recorrendo-se a di-
QR LGLRPD ODWLQR R SUH¿[R µLQWHU¶ GHQWUH DV GLYHUVDV FRQRWDo}HV
versas disciplinas, ocorrendo reciprocidade capaz de gerar enrique-
TXH SRGHPRV OKHV DWULEXLU WHP R VLJQL¿FDGR GH µWURFD¶ µUHFLSUR-
FLPHQWRP~WXR´1DFRQFHSomRGH(GJDU0RULQSRGHPRVHQWHQGHU
cidade’, e ‘disciplina’, de ‘ensino’, ‘instrução’, ‘ciência’. Logo, a
que “interdisciplinaridade como decorrente de uma atitude intelec-
interdisciplinaridade pode ser compreendida como sendo a troca, de
WXDOQmRVLPSOL¿FDGRUDGHDERUGDJHPGDUHDOLGDGH(VVDDWLWXGHLP-
reciprocidade entre as disciplinas ou ciências, ou melhor, áreas do
SOLFDHPDGPLWLUTXHHPFDGDVLWXDomRH[LVWHPP~OWLSODVYDULiYHLV
conhecimento.
interferindo simultaneamente”.
Podemos, entretanto, perceber que a interdisciplinaridade pre-
Os autores analisam os dois pensadores e procuram através da
tende garantir a construção de conhecimentos que rompam as fron- UHÀH[mRGLVFXWLUDVSRVVLELOLGDGHVHOLPLWHVGRSHQVDPHQWRLQWHUGLV-
teiras entre as disciplinas. A interdisciplinaridade busca também en- ciplinar no ensino formal.
volvimento, compromisso, reciprocidade diante dos conhecimentos, $UHÀH[mRVREUHDLQWHUGLVFLSOLQDULGDGHQDHVFRODSUHFLVDQDVFHU
ou seja, atitudes e condutas interdisciplinares. do pensamento sobre o pensamento que orienta o fazer educacional.
No entanto, para que o trabalho interdisciplinar possa ser desen- ,GHQWL¿FDQGRDVFUHQoDVHSLVWHPROyJLFDVTXHRULHQWDPRVHXID]HUH
volvido pelos professores, há que se desenvolver uma metodologia nesse processo, buscar eliminar os procedimentos destinados a eco-
de trabalho interdisciplinar que implica: na integração dos conheci- nomizar pensamento, nascendo daí, talvez, uma cultura escolar que
mentos; passar de uma concepção fragmentada para uma concepção privilegie o direito de pensar. Nesse sentido, os autores questionam:
unitária de conhecimento; superar a dicotomia entre o ensino e pes- “É possível a interdisciplinaridade na escola?” Para Ruiz e Bellini é
quisa, considerando o estudo e a pesquisa a partir da contribuição possível, mas o principal problema é a cultura escolar, na qual o edu-
das diversas ciências e um processo de ensino aprendizagem centra- cando aprende do mais simples para o mais complexo, com avanços
dos numa visão de que aprendemos ao longo da vida. lentos que exigem pouco pensamento. Então é necessário superar
No seu livro “Interdisciplinaridade: História, Teoria e Pesqui- essa cultura, ter uma visão mais ampla, e não fragmentada, para isso
sa”, a metodologia interdisciplinar requer: uma atitude especial ante é preciso que a escola torne-se um espaço de pensamento, acabando
o conhecimento, que se evidencia no reconhecimento das competên- com a fragmentação do conhecimento, pois somente assim teremos
cias, incompetências, possibilidades e limites da própria disciplina uma cultura interdisciplinar.
HGHVHXVDJHQWHVQRFRQKHFLPHQWRHQDYDORUL]DomRVX¿FLHQWHVGDV Como sabemos, os PCNs diferenciam a transversalidade e a
demais disciplinas e dos que a sustentam. Nesse sentido, torna-se LQWHUGLVFLSOLQDULGDGH$ LQWHUGLVFLSOLQDULGDGH p GH¿QLGD QRV 3&1V
fundamental haver indivíduos capacitados para a escolha da melhor como a dimensão que (...) questiona a segmentação entre os dife-
forma e sentido da participação e sobretudo no reconhecimento da rentes campos do conhecimento produzida por uma abordagem que
provisoriedade das posições assumidas, no procedimento de ques- QmROHYDHPFRQWDDLQWHUUHODomRHDLQÀXrQFLDHQWUHHOHVTXHVWLRQD
tionar. Tal atitude conduzirá, evidentemente, a criação das expecta- a visão compartimentada (disciplinar) da realidade sobre a qual a
tivas de prosseguimento e abertura a novos enfoques ou aportes. E, escola, tal como é conhecida, historicamente se constituiu.
SDUD¿QDOL]DUDPHWRGRORJLDLQWHUGLVFLSOLQDUSDUWHGHXPDOLEHUGDGH Já a transversalidade diz respeito a:
FLHQWt¿FDDOLFHUoDVHQRGLiORJRHQDFRODERUDomRIXQGDVHQRGHVH- ... à possibilidade de se estabelecer, na prática educativa uma
jo de inovar, de criar, de ir além e suscita-se na arte de pesquisar, não relação entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados
objetivando apenas a valorização técnico- produtiva ou material, (aprender sobre a realidade) e as questões da vida real e de sua trans-
mas sobretudo, possibilitando um acesso humano, no qual desenvol- formação (aprender a realidade da realidade).

Didatismo e Conhecimento 191


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
6HWRPDUPRVDVD¿UPDo}HVFRPRUHIHUrQFLDVYHUHPRVTXHDLQ- Dessa forma podemRVDSUHQGHU*HRJUD¿DPHGLDQWHDOHLWXUDGHDX-
terdisciplinaridade consiste em um trabalho comum, tendo em vista WRUHVEUDVLOHLURVFRQVDJUDGRV eULFR9HUtVVLPR*UDFLOLDQR5DPRV
DLQWHUDomRGHGLVFLSOLQDVFLHQWt¿FDVGHVHXVFRQFHLWRVEiVLFRVGD- -RUJH$PDGR*XLPDUmHV5RVDHRXWURV FXMDVREUDVUHWUDWDPGL-
dos, metodologias, com base na organização cooperativa e coorde- ferentes paisagens do Brasil, em seus aspectos sociais, culturais e
nada do ensino. Trata-se do redimensionamento epistemológico das QDWXUDLV7DPEpPDVSURGXo}HVPXVLFDLVDIRWRJUD¿DHDWpPHVPR
GLVFLSOLQDVFLHQWt¿FDVHGDUHIRUPXODomRWRWDOGDVHVWUXWXUDVSHGDJy- o cinema são fontes que podem ser utilizadas por professores e
gicas de ensino, de forma a possibilitar que as diferentes disciplinas alunos para obter informações, comparar, perguntar e inspirar-se
VHLQWHUDMDPHPXPSURFHVVRGHLQWHQVLYDUHÀH[mR para interpretar as paisagens e construir conhecimentos sobre o
Essa concepção pressupõe educadores imbuídos de um verda- HVSDoRJHRJUi¿FR
GHLURHVStULWRFUtWLFRDEHUWRSDUDDFRRSHUDomRRLQWHUFkPELRHQWUH $ *HRJUD¿D DR WUDEDOKDU QRo}HV H FRQFHLWRV GH QDWXUH]D H
as diferentes disciplinas, o constante questionamento ao saber arbi- sociedade poderá articulá-los por meio da interdisciplinaridade,
trário e desvinculado da realidade. Por outro lado, exige a prática de pois não é muito correta a separação entre ciências do homem e
pesquisa, a troca e sistematização de idéias, a construção do conhe- da natureza, pois o homem, como animal, faz parte da natureza
cimento, em um processo de indagação e busca permanente. Mas, em que vive, lutando permanentemente com ela, transformando-a
DFLPDGHWXGRSUHVVXS}HDFODUH]DGRV¿QVDFHUWH]DGRVREMHWLYRV de acordo com os seus interesses. Nesse sentido cabe um trabalho
GDLQWHUGLVFLSOLQDULGDGH¬PHGLGDTXH¿FDFODURRVHXVHQWLGRFRPD UHODFLRQDQGR*HRJUD¿D)tVLFDH*HRJUD¿D+XPDQD
prática que possibilita a escola investir coletivamente na elaboração $OpPGLVVRD*HRJUD¿DSRGHDUWLFXODUGHIRUPDLQWHUGLVFLSOL-
GHFRQKHFLPHQWRVVLJQL¿FDWLYRVWRUQDVHSRVVtYHOXPDQRYDDWLWXGH nar com a História e Economia, para tratar de questões ligadas aos
pedagógica e a luta pela reformulação das estruturas de ensino. processos da formação da divisão internacional do trabalho e da
Portanto, a transversalidade e a interdisciplinaridade são nesse formação dos blocos econômicos. O estudo da espacialização dos
sentido, modos de trabalhar o conhecimento que visam reintegração problemas ambientais possibilita uma interação com a Biologia,
de dimensões isoladas uns dos outros pelo tratamento disciplinar. Química, Economia, Ecologia etc. Nesse sentido percebemos que
Com isso, pretendemos conseguir uma visão mais ampla da realida- D*HRJUD¿DpXPDGLVFLSOLQDTXHWHPXPFDUiWHULQWHUGLVFLSOLQDU
de que, tantas vezes, aparece fragmentada pelos meios de que dispo- que a relaciona às demais ciências, pois o espaço é interdisciplinar.
mos para conhecê-la.
A interdisciplinaridade permite questionar a fragmentação dos
Transversalidade
diferentes campos de conhecimento. Nessa perspectiva, procuramos
O Ministério da Educação e Desporto (MEC) do Brasil, está
tecer os possíveis pontos de convergência entre as várias áreas e a
SURPRYHQGRGHVGHXPGHEDWHDQtYHOQDFLRQDOUHIHUHQWHDRV
relação epistemológica entre as disciplinas. Com a interdisciplina-
3DUkPHWURV &XUULFXODUHV 1DFLRQDLV 3&1V  TXH p XPD SURSRVWD
ridade adquirimos mais conhecimentos dos fenômenos naturais e
GHFRQWH~GRVTXHUHIHUHQFLHPHRULHQWHPDHVWUXWXUDFXUULFXODUGR
sociais, que são normalmente complexos e irredutíveis ao conheci-
sistema educacional do país.
PHQWRREWLGRTXDQGRVmRHVWXGDGRVSRUPHLRGHXPD~QLFDGLVFL-
A maior ênfase desse documento são os ‘Temas transversais’
plina. As interconexões que acontecem nas disciplinas facilitará a
FRPSUHHQVmRGRVFRQWH~GRVGHXPDIRUPDLQWHJUDGDDSULPRUDQGR 2: Ética, Meio Ambiente, Educação Sexual, Pluralidade Cultural,
o conhecimento do educando. 6D~GH 7UDEDOKR H &RQVXPR 1R OLYUR ³7HPDV 7UDQVYHUVDLV HP
Existem temas cujo estudo exige uma abordagem particular- %XVFDGHXPD1RYD(VFROD´GH5DIDHO<XV  SHQFRQ-
PHQWHDPSODHGLYHUVL¿FDGDTXHIRUDPGHQRPLQDGRVWHPDVWUDQV- WUDPRVDVHJXLQWHGH¿QLomRGHWHPDVWUDQVYHUVDLV
versais que tratam de processos que estão sendo intensamente vivi- 7HPDVWUDQVYHUVDLVVmRXPFRQMXQWRGHFRQWH~GRVHGXFDWLYRV
dos pela sociedade, pelas comunidades, pelas famílias, pelos alunos e eixos condutores da atividade escolar que, não estando ligados
e educadores em seu cotidiano. São discutidos em diferentes espa- a nenhuma matéria particular, pode se considerar que são comuns
ços sociais, em busca de soluções e de alternativas, confrontando a todas, de forma que, mais do que criar novas disciplinas, acha-
SRVLFLRQDPHQWRVGLYHUVRVWDQWRHPUHODomRDLQWHUYHQomRQRkPELWR -se conveniente que seu tratamento seja transversal num currículo
social mais amplo quanto a atuação pessoal. São questões urgentes JOREDOGDHVFROD <86S
que interrogam sobre a vida humana, sobre a realidade que está sen- Sendo assim, esses temas expressam conceitos e valores fun-
do construída e que demandam transformações macro-social e tam- damentais à democracia e à cidadania e correspondem a questões
bém atitudes pessoais, exigindo, portanto, ensino e aprendizagem de importantes e urgentes para a sociedade brasileira de hoje, presen-
FRQWH~GRVUHODWLYRVDHVVDVGXDVGLPHQV}HV(VWHVWHPDVHQYROYHP tes sob várias formas na vida cotidiana. São amplos o bastante para
um aprender sobre a realidade e da realidade, destinando-se também traduzir preocupações de todo o país, são questões em debate na
a um intervir para transformá-la. Na verdade, os temas transversais sociedade atual.
prestam-se de modo muito especial para levar à prática a concepção 1RGRFXPHQWRGH,QWURGXomRDRV3DUkPHWURV&XUULFXODUHV
de formação integral da pessoa. Nacionais encontram-se explicados a fundamentação e os prin-
$RUHIHULUPRVDRHQVLQRGH*HRJUD¿DQR¿QDOGRVpFXOR;; cípios gerais dessa proposta. Nos documentos de áreas e Temas
e início do século XXI, esta vem deixando de ser uma ciência de 7UDQVYHUVDLVHVVDTXHVWmRUHDSDUHFHQDHVSHFL¿FLGDGHGHFDGDXP
síntese e vem buscando a interdisciplinaridade com outras ciências deles.
VHP SHUGHU VXD LGHQWLGDGH 1HVVH VHQWLGR R 3DUkPHWUR &XUULFXODU Diante desse contexto optou-se por integrá-las no currículo
1DFLRQDOGH*HRJUD¿DUHVVDOWDTXHDRSUHWHQGHURHVWXGRGDVSDLVD- SRU PHLR GR TXH VH FKDPD WUDQVYHUVDOLGDGH RX VHMD SUHWHQGH-
gens, territórios, lugares e regiões, o professor poderá exercer uma -se que “esses temas integrem as áreas convencionais de forma a
UHODomRGD*HRJUD¿DFRPD/LWHUDWXUDSURSRUFLRQDQGRXPWUDEDOKR estarem presentes em todas elas, relacionando-os às questões da
que provoca interesse e curiosidade sobre a leitura desse espaço. atualidade e que sejam orientadores também do convívio escolar”.

Didatismo e Conhecimento 192


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
2TXHVLJQL¿FDWUDEDOKDUWUDQVYHUVDOPHQWHHVVHVWHPDV" Tomamos como ponto de partida uma abordagem produtiva
Na apresentação do seu livro “Temas Transversais em Educa- que defende os temas transversais. Para ela,
ção: bases para uma formação integral” de Maria Dolors Busquets, (...) o verdadeiro conhecimento é aquele que é utilizável, é fruto
RHGXFDGRU8OLVVHV)HUUHLUDGH$UD~MRUHVVDOWDTXH de uma elaboração (construção) pessoal, resultado de um processo
HQWHQGHTXHRVFRQWH~GRVFXUULFXODUHVWUDGLFLRQDLVIRUPDP interno de pensamento durante o qual o sujeito coordena diferen-
um eixo longitudinal do sistema educacional e, em torno dessas WHVQRo}HVHQWUHVLDWULEXLQGROKHVXPVLJQL¿FDGRRUJDQL]DQGRDV
áreas de conhecimento, devem circular, ou perpassar, transversal- relacionando-as com outros anteriores. Este processo é inalienável e
mente esses temas, mais vinculados ao cotidiano da sociedade. As- intransferível, ninguém pode realizá-lo por outra pessoa.
sim, nessa concepção, se mantém as disciplinas que estamos cha- Neste contexto o ensino contribui para novos conhecimentos,
mando de tradicionais do currículo (como a Matemática, as Ciências facilita o acesso a novas aprendizagens e estratégias intelectuais que
HD/tQJXD PDVRVVHXVFRQWH~GRVGHYHPVHULPSUHJQDGRVFRPRV VHUmR~WHLVSDUDDSUHQGL]DJHQVIXWXUDVSDUDDFRPSUHHQVmRGHVLWXD-
temas transversais. Com base na citação anterior, o educador aborda ções novas e de propostas para soluções de problemas do educando.
três formas diferentes de entender como deve ser a relação entre os Nessa perspectiva:
FRQWH~GRVWUDGLFLRQDLVHRVWUDQVYHUVDLVTXHVmR Os temas transversais, que constituem o centro das atuais preo-
- Entender que essa relação com os temas transversais deve ser cupações sociais, devem ser o eixo em torno do qual devem girar a
intrínseca, ou seja, não tem sentido existir distinções claras entre temática das áreas curriculares, que adquirem assim, tanto para o
FRQWH~GRVWUDGLFLRQDLVHWUDQVYHUVDLV corpo docente como para os alunos, o valor de instrumentos neces-
- Entender que a relação com os temas transversais pode ser ViULRVSDUDDREWHQomRGDV¿QDOLGDGHVGHVHMDGDV
IHLWDSRQWXDOPHQWHDWUDYpVGHPyGXORVRXSURMHWRVHVSHFt¿FRVRX Assim, propõe um conceito totalmente diferente de ensino,
VHMDSULRUL]DQGRRFRQWH~GRHVSHFt¿FRGHVXDiUHDGHFRQKHFLPHQ- que permitira encarar as disciplinas atualmente obrigatórias do cur-
WRPDVDEULULDHVSDoRWDPEpPSDUDRXWURVFRQWH~GRV UtFXORQmRPDLVFRPR¿QVHPVLPHVPDVPDVFRPR³PHLR´SDUD
- Conceber essa relação e integrar interdisciplinarmente os con- DWLQJLURXWURV¿QVPDLVGHDFRUGRFRPRVLQWHUHVVHVHQHFHVVLGDGHV
WH~GRVWUDGLFLRQDLVHRVWHPDVWUDQVYHUVDLV1HVVHVHQWLGRDWUDQV- da maioria da população. Os temas transversais seriam trabalhados
nessa perspectiva.
versalidade só faz sentido dentro de uma concepção interdisciplinar
Essas transformações da realidade escolar precisam passar
do conhecimento.
QHFHVVDULDPHQWHSRUXPDPXGDQoDGHSHUVSHFWLYDQDTXDOFRQWH~-
- Diante disso podemos perceber que há diferentes formas de
GRVHVFRODUHVWUDGLFLRQDLVGHL[HPGHVHUHQFDUDGRVFRPR³¿QV´QD
trabalhar com os temas transversais, mas o que há em comum é que
educação. Eles devem ser “meio” para a construção da cidadania e
todas elas mantêm disciplinas curriculares tradicionais como eixo
GH XPD VRFLHGDGH PDLV MXVWD (VVHV FRQWH~GRV WUDGLFLRQDLV Vy ID-
principal dentro do sistema educacional, trabalhar os temas transver-
rão sentido para a sociedade se estiverem integrados em um projeto
sais em torno de cada área do conhecimento.
educacional que almeje o estabelecimento de relações interpessoais,
1RV3DUkPHWURV&XUULFXODUHVVmRTXDWURDVSURSRVWDVTXDQWRD sociais e éticas de respeito às pessoas, à diversidade e ao meio am-
RUJDQL]DomRGRVFRQWH~GRVDVHUHPWUDEDOKDGRVQDWUDQVYHUVDOLGDGH biente. Nesse sentido, sobre o processo de aprendizagem.
que são as seguintes: - O ponto de partida, ou seja, as idéias dos alunos e alunas têm
- Os temas não constituem novas áreas, pressupondo um trata- sobre a temática a estudar e que constituem uma espécie de moldes
mento integrado nas diferentes áreas. através dos quais eles formam e dão sentido às novas informações.
- A proposta de transversalidade traz a necessidade de a escola - O caminho a seguir, constituído pelos diferentes passos ou
UHÀHWLUHDWXDUFRQVFLHQWHPHQWHQDHGXFDomRGHYDORUHVHDWLWXGHV processos na aprendizagem.
em todas as áreas, garantindo que a perspectiva político-social se $LPSRUWkQFLDGHTXHRVDOXQRVDWULEXDPXPVLJQL¿FDGRjV
H[SUHVVH QR GLUHFLRQDPHQWR GR WUDEDOKR SHGDJyJLFR LQÀXHQFLD D aprendizagens propostas que seja apreciável para eles.
GH¿QLomRGHREMHWLYRVHGXFDFLRQDLVHRULHQWDHWLFDPHQWH O educando traz para a escola o seu próprio conhecimento de
Transversalidade diz respeito à possibilidade de se estabelecer, espaço de sua vivência. Ele é enriquecido das relações construídas
na prática educativa, uma relação entre aprender conhecimentos junto à família, ao grupo de amigos e à comunidade. Esse conheci-
teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade). E a uma mento deve ser trabalhado pelo professor como ponto de partida nas
forma de sistematizar esse trabalho é inclui-lo explícita e estrutu- diferentes áreas do conhecimento escolar.
ralmente na organização curricular, garantindo sua continuidade e Diante das pontuações é necessário dizer que é vital ao professor
aprofundamento ao largo da escolaridade as questões epistemológi- conhecer como as crianças e jovens compreendem várias dimensões
FDVPDLVJHUDLVGDViUHDVVHXVFRQWH~GRVHPHVPRDVRULHQWDo}HV de seu mundo. Como exemplo, podemos falar do relato que a autora
didáticas; faz sobre a compreensão de um garoto do seguinte problema de
- A perspectiva transversal aponta uma transformação da prática Matemática.
SHGDJyJLFDSRLVURPSHRFRQ¿QDPHQWRGDDWXDomRGRVSURIHVVRUHV Um senhor compra um terreno e constrói uma casa em cima
às atividades pedagogicamente formalizadas e amplia a responsa- GHOH2WHUUHQRFXVWD5HDFDVDVHLVYH]HVPDLV4XDQWR
bilidade com a formação dos alunos. Os Temas Transversais per- gastou ao todo?’ No dia seguinte, ela constata com desespero que
meiam necessariamente toda a prática educativa que abarca as rela- só um aluno conseguiu resolver corretamente o problema. Sua sur-
ções entre os alunos, entre os professores e alunos e entre diferentes presa é grande, porque seus alunos e alunas resolviam com grande
membros da comunidade escolar; facilidade problemas de adição e, recentemente, tinham aprendido
- A inclusão dos temas implica a necessidade de um trabalho a resolver problemas de multiplicação. Tratava-se apenas de com-
sistemático e contínuo no decorrer de toda a escolaridade, o que pos- binar ambas as operações, e este tão estrepitoso fracasso não tinha
sibilitará um tratamento cada vez mais aprofundado das questões RSRUTXHRFRUUHU'HVRODGDUHVROYHXSHGLUDR~QLFRDOXQRTXHWLQKD
eleitas... acertado que explicasse para o resto da classe como tinha resolvido

Didatismo e Conhecimento 193


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
o problema, pensando que talvez ele saberia se fazer compreender É preciso um projeto a partir de valores como parte essencial
melhor do que ela. O brilhante aluno aproximou-se da lousa e, se- do processo educativo da escola por meio de uma perspectiva mo-
gurando o giz, começou a explicar: “Era um homem que comprou ral e ética. No projeto os temas justiça, solidariedade, igualdade,
uma vaca e construiu uma casa em cima dela...” Como, uma vaca?, YLGDVD~GHOLEHUGDGHWROHUkQFLDUHVSHLWRSD]HUHVSRQVDELOLGDGH
interrompeu a professora assombrada. “Bem..., uma vaca ou um ter- são valores presentes em todos os temas transversais, pois apresen-
QHURWDQWRID]WDQWRID]´2IDWRGHVHWUDWDUGHXP³WHUUDQR´RX WDPFRQWH~GRVDWLWXGLQDLV YDORUHVDWLWXGHVHQRUPDV 
GHXP³WHUQHUR´FDUHFLDGHLPSRUWkQFLDSDUDDTXHOHDOXQRSRLVSDUD
1RV3DUkPHWURV&XUULFXODUHV1DFLRQDLVSRGHPRVGL]HUTXH
ele ambas as coisas estavam enormemente distante da sua realidade
estão sugeridos os temas Meio Ambiente, Orientação Sexual, Plu-
cotidiana. Parecia ter desistido de aplicar a lógica do bom senso, em
prol do “pensamento acadêmico” que costuma conter tantos misté- ralidade Cultural, Trabalho e Consumo, constituídos pela ‘Ética’.
rios para quem sente como vindo de fora... É nesse sentido que enfatizamos a ética como tema transversal
Esse exemplo demonstra que no ensino é preciso considerar a nuclear. A Ética é o tema transversal nuclear inseridos em todas
dupla ou mais dimensões da aprendizagem de crianças e jovens. A as disciplinas e que impregna todos os demais temas transversais,
compreensão, as noções das realidades físicas e biológicas, social contribuindo para a concretização do ensino e da aprendizagem.
entre outras decorrem de uma construção temporal. Assim, a apren- 3RGHPRV D¿UPDU TXH HP WRGRV RV WHPDV WUDQVYHUVDLV Ki GL-
dizagem escolar é a aprendizagem do dia a dia do educando nas mensão de valores. Diante dessa perspectiva, poderíamos propor
ruas, na família e em seu ambiente escolar devem ser levadas em um projeto de humanização escolar ou seja, um projeto ético para
consideração pelo professor durante o ensino e aprendizagem. RSUHVHQWHHIXWXURGHQRVVRVDOXQRVFRPSURPLVVRRXGHVD¿RVR-
1DHVFRODVHRSURIHVVRUFRQKHFHHVVDGLQkPLFDGHFRQVWUXomR lidário e que seja compartilhado por toda comunidade educativa.
do conhecimento, ele poderá intervir de modo a facilitar e ou am- Na Espanha o tema eixo que norteiam todas as áreas do co-
pliar o caminho de seus alunos. A sua ação como docente poderá nhecimento e Educação Moral e Cívica e os temas transversais são:
SULRUL]DUDGHVFREHUWDDG~YLGDDVSHUJXQWDVDVIRUPXODo}HVHHOD-
(GXFDomR$PELHQWDO(GXFDomRSDUDD6D~GHH6H[XDO(GXFDomR
ERUDomRLQWHOHFWXDOHHYLWDUDPHPRUL]DomRDUHSHWLomRGHFRQWH~GRV
SDUDR7UkQVLWR(GXFDomRSDUD3D](GXFDomRSDUDLJXDOGDGHGH
HVYD]LDGRVGHVLJQL¿FDGRV1HVVHVHQWLGRRVWHPDVWUDQVYHUVDLVSR-
GHPSURSRUFLRQDUXPYtQFXORHQWUHRFLHQWt¿FRHRFRWLGLDQR oportunidades, Educação do consumidor, Educação Multicultural.
O conhecimento se dá por meio de uma aprendizagem que:
Ternero, em português, é bezerro. Manteve-se a palavra ternero Nesse contexto podemos falar de temas transversais para veri-
no texto para que o leitor perceba as semelhanças entre “ternero” e ¿FDUDSUHVHQoDGDpWLFDFRPRWHPDHL[R3RUH[HPSOR
“terreno”. a) Meio Ambiente. Para administrar a problemática do lixo,
Caracteriza-se por desencadear processos mentais que ampliam é necessária uma combinação de metas, que vão da redução dos
a capacidade intelectual e de compreensão do indivíduo, assim, rejeitos durante a produção, até as soluções técnicas de destina-
quando é dado e esquecido, a função adquirida permanece, e, com ção, como a reciclagem, a compostagem, o uso de depósitos, etc.
HOD D SRVVLELOLGDGH GH UHDGTXLULOR IDFLOPHQWH ,VVR QmR VLJQL¿FD Entretanto para que esse processo ocorra é preciso que condutas
de modo algum, que rejeitamos a memorização de certos dados ne- valorativas estejam presentes nos educandos e no educador para
cessários, pois também é importante exercitar esta função, mas que desenvolver atitudes de compromisso com o ambiente.
devemos fazê-lo dentro de um contexto, porque os dados descontex-
E 6D~GH$DQDOLVHGDVFRQGLo}HVGHYLGDGDSRSXODomREUD-
tualizados carecem de sentido e são esquecidos muito mais rapida-
sileira a partir de informações como níveis de renda, taxa de es-
mente do que o caso de fazerem parte de um conjunto organizado de
pensamento, sendo muito deles inferíveis a partir do conjunto que colarização, saneamento básico, diversidade no acesso ao lazer e
OKHRXWRUJDXPVLJQL¿FDGR DRVHUYLoRGHVD~GHpXPDIRUPDGHYHUL¿FDUDVDVVRFLDo}HVHQWUH
As idéias indicam-nos que os temas transversais e o projeto TXDOLGDGHGHYLGDHVD~GH1HVVHVHQWLGRWDPEpPpSUHFLVRDGRomR
curricular da escola devem estabelecer um tema eixo que norteará de condutas éticas nos educandos e no educador.
todos os demais temas transversais bem como todas as áreas do co- Após termos estabelecido as prioridades a serem desenvolvi-
nhecimento. das com o projeto curricular da escola, devemos estipular as metas
Em nossa perspectiva, entendemos que, no Brasil, a Ética, seria a curto e médio prazos para planejar a metodologia de trabalho
VLJQL¿FDWLYDFRPRHL[RQRUWHDGRUGRVRXWURVWHPDVSDUDVHUHPWUD- docente.
balhados numa perspectiva transversal. Entretanto para transformar Os professores ao programarem suas aulas precisam desen-
os temas transversais em eixos que estruturam a aprendizagem e a volver técnicas e procedimentos didáticos que permitam levar à
DGHTXDomRGRVREMHWLYRVGRVFRQWH~GRVPDUFDGRVSHORFXUUtFXORHP aprendizagem,
cada etapa da escola, é necessário considerar a realidade educativa, ³  VHRVWHPDVWUDQVYHUVDLVIRUHPWRPDGRVFRPR¿RVFRQ-
marcada pelo ambiente sócio cultural predominante no meio onde
dutores dos trabalhos da aula, as matérias curriculares girarão em
os alunos estão inseridos.
torno deles, desta forma transformar-se-ão em valiosos instrumen-
6HJXQGRR3&1R³FRQYtYLRVRFLDOHpWLFD´VXUJHPSDUDUHD¿U-
mar a função social de a escola formar cidadãos capazes de inter- tos que permitirão desenvolver uma série de atividades”
vir criticamente na sociedade. Para tal é importante que o currículo Para uma melhor compreensão de transversalidade é necessá-
contemple temas sociais atuais e urgentes que não estão, necessaria- rio uma análise do documento de cada um dos temas transversais,
mente, presentes explicitamente nas áreas tradicionais do currículo. D¿PGHLGHQWL¿FDUHOHPHQWRVTXHSRVVDPVHULQVWLJDGRUHVSDUDR
Estes temas aparecem transversalizados nas áreas já existentes, isto professor, no sentido do ensino do tema, bem como do seu traba-
é, permeando-as no decorrer de toda a escolaridade obrigatória e não OKRRXDRFRQWUiULRLGHQWL¿FDUHOHPHQWRVTXHSRVVDPDWXDUFRPR
criando uma nova área. limitadores do encontro desse sentido.

Didatismo e Conhecimento 194


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
O Sonho Diferentemente das antigas sociedades que precisa-
ÉTICA NO TRABALHO. vamavançar com o desenvolvimento do homem e do labor, hoje é
o homem que precisa urgentemente trabalhar, acreditando que este
pR~QLFRPHLRGHVHGHVHQYROYHUHPVRFLHGDGH(PJUDQGHSDUWH
esse sonho é alimentado por uma necessidade: a do conhecimento.
(XQmRPHDÀLJLUHLVHRVKRPHQVQmRPHFRQKHFHUHP0DVPH Oconhecimento passa a ser visto como o elemento decisivo na traje-
DÀLJLUHLVHQmRFRQKHFHURVKRPHQV&RQI~FLR WyULDRFXSDFLRQDOFRPRDOJRTXHSHUPLWHTXDOL¿FDomRGHYLGDSUR-
Irei dialogar com vocês sobre dois temas complexos: a ética e o ¿VVLRQDODUHGXomRGRSHVRGRWUDEDOKRRXDVXSHUDomRGRWUDEDOKR
WUDEDOKR'HVGHMiD¿UPRTXHQmRSRGHUHLIDODUGHXPVHPPHUHIHULU forçado e pesado. É o conhecimento que alimenta o sonho de me-
ao outro, pois falar de umjá implica contemplar o outro.Assimcomo OKRUHVVDOiULRVGHDFHVVmRSUR¿VVLRQDOHGHOLEHUWDomRGDVFRQGLo}HV
nenhum santo se sustenta só, nenhuma idéia, nenhuma temática ou condicionantes do trabalho e do trabalho para amera sobrevivência.
pensamento se explica por simesmo, idéias, pensamentos, valores De certa forma, o sonho do homem moderno é omesmo sonho de
e ações são construídos e construtores de uma grande teia de rela- 'pGDORTXHWHQWDVHUHDOL]DUSRUPHLRGHVHX¿OKRËFDURRXWURSHU-
ções. Meu ponto de partida não é ummodelo que eu concebo,mas VRQDJHPGDPLWRORJLDJUHJD6HJXQGRDPLWRORJLDËFDURHUD¿OKRGH
uma compreensão que permite abrirminhas idéias ao diálogo.Mi- Dédalo, um dos homensmais criativos e habilidosos de Atenas.Um
nhas idéias se- rão luzes que irão iluminar outros aspectos dessas dos maiores feitos de Dédalo foi construir umgrande labirinto para
temáticas. Tratarei, ini- cialmente, da relação trabalho e subjetivi- o rei Minos de Creta. O objetivo dessa construção era aprisionar o
dade humana. Emseguida, discutirei a relação entre trabalho e ética. 0LQRWDXUR3RUWHUDMXGDGR$ULDGQHD¿OKDGH0LQRVDIXJLUFRP7H-
Para compreendermos essas questões recuei um pouco no tempo, seu, Dédalo provocou a ira do rei. Como punição, o rei ordenou que
na historicidade, recuei para poder avançar, para poder compreen- 'pGDORHVHX¿OKRIRVVHPMRJDGRVQRODELULQWR'pGDOR¿FRXSUHVR
dermelhor as raízes de um assunto que vem se estendendo há muito dentro de sua própria construção, a criatura presa na sua criação. Ele
WHPSR1DDQWLJD*UpFLDRWUDEDOKRDSUHVHQWDYDXPGXSORVHQWLGR sabia que sua prisão era intransponível, e que Minos controlava mar
o sublime e o pejorativo.No primeiro caso, o trabalho estava rela- e terra, sendo impossível escapar por estes meios. Criativo e habili-
cionado à política na organização e na administração da sociedade doso, Dédalo inventou asas, juntando penas de aves de vários tama-
humana. No segundo, era visto como uma condenação à busca de QKRVDPDUUDQGRDVFRP¿RVH¿[DQGRDVFRPFHUDSDUDTXHQmRVH
sobrevivência humana. Em sua mitologia (grega), o trabalho pode
GHVFRODVVHP)H]WXGRLVVRFRPDMXGDGHVHX¿OKRËFDURGHIRUPD
ser concebido em dois grandesmitos: o de Sísifo e o de Ícaro. Nomi-
que as asas se tornassem perfeitas como as das aves. Estando o tra-
to de Sísifo, percebemos que o homem, Sísifo, foi condenado pelos
balho pronto, ele bateu suas asas, se viu suspenso no ar. Equipou
deuses a, incessantemente, rolar uma rocha até o topo de uma mon-
VHX¿OKRHRHQVLQRXDYRDU0DVDGYHUWLXVHX¿OKRGHTXHGHYHULDP
tanha, de onde a pedra cairia de volta devido ao seu próprio peso.
voar nem muito alto para que o Sol não derretesse a cera que colava
Os deuses pensaram, comalguma razão, que não há pu- nição mais
as penas, nem muito baixo, para que o mar não pudesse molhá-las.
WHUUtYHOGRTXHRWUDEDOKRLQ~WLOHVHPHVSHUDQoD$SUySULDSDODYUD
Voando, eles se sentiram como deuses que haviam dominado o ar.
trabalho tambpPWUD]HPVLXPVLJQL¿FDGRSDrecido com esse que
se encontra no mito acima. Em latim “Trabalho” (tripalium) tem Inebriado pela sensação de liberdade e poder, Ícaro voou alto
um sentido ou se refere a uma espécie de canga igual a que é usada demais, esquecendo-se das orientações de seu pai. Acera de suas
pelos bois que puxamo arado ou atémesmo a uminstrumento de tor- asas rapidamente se derreteu e ele veio a cair no mar. Esse mito reve-
WXUDGHVRIULPHQWR6HMDQD*UpFLDDQWLJDHHPVXDPLWRORJLDVHMDQD la uma faceta importante do próprio homem diante do mundo do tra-
linguagemda ciência e nos discursos cotidianos, o labor até hoje se balho: por meio do labor, o homem exerce sua natureza de criatura
apresenta como algo pe- sado, mas constitutivo da condição humana criativa, animal criador: inventa o que não existe para recriar a exis-
e do mundo moderno. Foi por perceber isso que Clarice Lispector tência dada. Ícaro não representa apenas o sonho de liberdade, mas
FKHJRXDGL]HU³7UDEDOKDUpXPDVLQD´ S µ8PGHYHUSDUD a crença na técnica e no conhecimento como libertador do homem
FRPDVRFLHGDGH¶ S $FRQGLomRGRKRPHPHVWiLQGLVVR- que vive preso no labirinto que elemesmo construiu, que vive preso
ciavelmente ligada ao trabalho. e limitado pelo trabalho que ele faz. Por meio da técnica e do conhe-
Engels percebeu isso em sua obra “Adialética da natureza”, es- cimento, o homem tenta voar alto, mas é sempre uma tentativa que
SHFL¿FDPHQWHTXDQGRWUDWRXGR³3DSHOGRWUDEDOKRQDWUDQVIRUPDomR fracassa porque tanto nomito como na vida cotidiana, o homemtenta
GRPDFDFRHPKRPHP´  1HVVDREUDSHUFHEHVHFODUDPHQWH se libertar do trabalho trabalhando cada vez mais. Mais uma vez, é
que o homem não existe semtrabalho e que não há trabalho sem ho- importante frisar que a sociedade dita do conhecimento, não livrou o
mens.Dialogicamente, o homem constrói o trabalho que o constrói homemdo peso laboral bruto. Longe de trabalhar para conhecer e se
como homem em sociedade. O mundo de hoje não nos livrou da libertar, o que se desenvolve em nossa sociedade é a idéia e a prática
FRQGHQDomR GH 6tVLIR 2 WUDEDOKR DLQGD p YLVWR FRPR XP GHVD¿R de conhecer para trabalhar, conhecer para entrar nomundo do tra-
umfardo, umpeso semo qual a vida individual e societária inexis- EDOKRVHUXPERPSUR¿VVLRQDO2KRPHPGHKRMHWHPFDGDYH]PDLV
tiria. Ao contrário da condição de Sísifo, que foi obrigado a traba- necessidade de trabalhar,mas vive movido pelo sonho de liberdade
OKDUQRPXQGRFRQWHPSRUkQHRRWUDEDOKRSRGHVHUFRQFHELGRFRPR pormeio do próprio trabalho que executa. Isso porque a vida do ser
um sacrifício voluntário que todos nós fazemos para construirmos a humano é feita de necessidades e de sonhos, de força e inteligência,
vida societária e o futuro da humanidade. Se, por um lado, os deu- de dureza e leveza. Necessidades de Sísifo e sonhos de Ícaro, força
VHVFRQGHQDUDP6tVLIRDXPWUDEDOKRiUGXRLQ~WLOHVHPHVSHUDQoD de Sísifo e inteligência de Dédalo, dureza de pedra e leveza de asas.
por outro lado, os homensmodernos vêemno trabalho ummeio de Muitas vezes são os sonhos que nos fazem suportar as privações, as
salvação: queremse re- fazer como homens e superar a sensação de necessidades. Às vezes penso que o maior sacrifício de Sísifo não
inutilidade, confusão e falta de sentido na vida, algo tão comum ao foi viver fazendo todos os dias amesma coisa, amesma atividade
ser humano quando este vive no ócio. laboral, mas ser condenado a um trabalho que lhe tirava o sossego,

Didatismo e Conhecimento 195


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
a contemplação e os sonhos. Como muitos homens modernos, Sí- especializados, materialistas, pragmáticos e possuídos pela lógica
sifo vivia para trabalhar, enquanto que Ícaro representa o esforço mercadológica de produção e consumo. Essa lógica mercadológica
humano de trabalhar para viver e gozar. Penso também que omundo DWXDOOyJLFDGDH¿FiFLDSHODH¿FiFLDGHVFRQKHFHRVHUPDLVtQWLPR
de hoje convive com essas duas imagens míticas: a sociedade do dos homens, suas motivações, seu imaginá- rio e sua subjetividade.
conhecimento ou da “tecnociência”, como também é chamada, não Homem Maquinal. É essa lógica que enquadra a vida em mode-
substituiu a força bruta pela criatividade, o labor manual pelo labor los, em padrões, em modo de ser e fazer, de agir, pensar e sentir. En-
LQWHOHFWXDORWUDEDOKRREMHWLYRHPHFkQLFRSHORODGRFRQWHPSODWLYR fatizando a técnica, a racionalizaomRRFLHQWL¿FLVPRDREMHWLYLGDGH
da vida. Portanto, o homem moderno é uma mistura de Sísifo e Íca- e o materialismo, ela expurgou a sensibilidade, a qualidade, menos-
ro, umser de esforço físico emental, terrestre e aéreo, homo sapiens prezou os sonhos, desprezou a subjetividade, os desejos e o imagi-
faber e homo sapiens-demens-poeticus; um ser que carrega pedras QiULRKXPDQRV2KRPHPFRQWHPSRUkQHRDFDGDVHJXQGRWHQWDVHU
e é carregado por sonhos mais altos do que as montanhas. Uma das tudo para todos a todo instante. Se antes o homem buscava adaptar o
coisas mais perceptíveis no mundo de hoje é que essa atual socieda- mundo a seu mundo, hoje é o homem que tenta desesperadamente se
de consome o sujeito, desvaloriza a vida, a subjetividade do sujeito DGDSWDUDRPXQGRTXHHOHPHVPRFULRX$GHYDVWDGRUDOyJLFDGDH¿-
e o transforma em um ser maquinal. Por quê? Como isso acontece? FiFLDSHODH¿FiFLDJHUDXPVHUKXPDQRIHFKDGRHPVLPHVPRLQVH-
Uma possível resposta se encontra enraizada emnossa cultura. guro, medroso, individualista, ansioso, mas habilidoso tecnicamente
Estamos marcados por alguns imperativos culturais que se impreg- para suprir as exigências do mercado tecnológico ou as demandas
nam em nossos pensamentos e valores, algo da seguinte maneira: do mundo do trabalho. O homem está competindo com a própria
máquina, símbolo de sua criação. Acriatura agora serve de mode-
Pensamento ORSDUDRFULDGRUVHUHFULDU3DUHFHTXHRKRPHPQmRVHLGHQWL¿FD
$XWRD¿UPDWLYR mais com Sísifo, não se contenta em ser homem e deseja ser super-
Racional -homem, busca viver um sonho e um espelho para se ver. Mas seu
Análise espelho não é outro homem e sim a máquina, símbolo de perfeição,
Reducionista H¿FLrQFLDSURGXWLYLGDGHVtPERORTXHRKRPHPVRQKRXHTXHRIH]
Linear sonhar com uma outra realidade. Talvez seja por isso que se desen-
Integrativo YROYHXQHVVDFXOWXUDXPDWUR¿DPHQWRGRVVHQWLGRVXPDDQHVWHVLD
Intuitivo dos instintos e dos sonhos. Enquanto percebemos máquinas com
síntese qualidades cada vez mais humanas, o ser humano se torna cada vez
holístico mais maquinal. O homem maquinal está consumido pela lógica ope-
não-linear UDFLRQDOGDH¿FiFLDSHODH¿FiFLD(OHREHGHFHDRVSURJUDPDVGRVHX
trabalho, da empresa, dos afazeres políticos/econômicos/culturais/
Valores SUR¿VVLRQDLV(VVHKRPHPYLYHFRPDVXDYLGDFKHLDFKHLDGHWUD-
$XWRD¿UPDWLYR balho, de obrigações, de decisões impessoais a executar. O homem
Expansão PDTXLQDOWHPTXHPRVWUDUVHUYLoRWHPTXHVHUH¿FLHQWHUiSLGRSUH-
Competição FLVRDWHQWRUDFLRQDOGHYHHVWDUVHPSUHDWXDOL]DGRFRPDV~OWLPDV
Quantidade QRYLGDGHVFRPDV~OWLPDVLQIRUPDo}HVSRLVVHXIXWXURSRGHGHSHQ
Dominação GHUGLVVR(OHQmRGHVFDQVDSRLVVDEHTXHSRGH¿FDUXOWUDSDVVDGR
Integrativo Por isso ele diz: “não tenho tempo”, “não posso perder tempo”. Para
Conservação esse homem, o próprio tempo se transformou em mercadoria ou em
Cooperação um jogo consumidor da vida. É nessa sociedade construída em torno
Qualidade GHSHQVDPHQWRVHYDORUHVDXWRD¿UPDWLYRV TXDQWL¿FDomRH[SORUD-
Parceria ção, dominação e acumulação) que o homem se torna apenas uma
peça de uma engrenagem maior. É essa sociedade que faz o homem
A melhor imagem para visualizar esse quadro é a imagem da perder aquilo que o poeta D. H. Lawrence chama de “centelha hu-
balança. E se essa imagem é pertinente é porque por meio dela per- mana”, a parte mais importante de um homem:
FHEHPRV TXH D EDODQoD HVWi SHQVD GHVHTXLOLEUDGD 6LJQL¿FD GL]HU 8P KRPHP 7XGR TXH GRX LPSRUWkQFLD QXP KRPHP é esta
que investimos esforços físicos e cognitivos para construir uma so- centelha não domada nele em que ele é ele mesmo corajosamente.
ciedade fundada na ciência, na técnica, na racionalização, na espe- E tudo que quero ver é a centelha palpitar Viva e pura.
cialização, na materialidade, no pragmatismo econômico. Todo um 0DVQRVVDFLYLOL]DomRPHX'HXV&RPOX[~ULDHVPDJDDFHQWH-
sistema cultural, econômico, político e intelectual foi construído e lha E deixa os homens barro vivo.
DOLPHQWDGRSRUHVVHFRQMXQWRGHSHQVDPHQWRVHYDORUHVDXWRD¿UPD- Pois quando a centelha é esmagada no homem Ele não pode
tivos. Abalança está desequilibrada, pensa, porque a nossa cultura deixar de ser um escravo, um escravo do salário, Um escravo do
SULYLOHJLRX H[DJHUDGDPHQWH RV SHQVDPHQWRV DXWRD¿UPDWLYRV H RV dinheiro.
YDORUHVDXWRD¿UPDWLYRV$SURSRVWDGH&DSUDpUHHTXLOLEUDUDVFRL- Numa sociedade fundada na técnica, na razão e na ciência ins-
sas, buscar o equilíbrio a partir do qual ocorrerá a grande mutação na trumental, o homem se transforma em uma máquina de trabalho,
vida, em geral .A proposta de Capra é, antes de tudo, uma proposta GHVSURYLGRTXH¿FDGHWRGDVXEMHWLYLGDGHGDTXHODFHQWHOKDTXHID]
ética do homem diante da natureza, da sociedade, da vida e de si a vida palpitarmais alto, mais viva e pura diante de outro ser huma-
mesmo. Construímos essa sociedade e somos, dessa forma, cons- no. A poesia diz algo mais, diz em silêncio que não se trabalha mais
WUXtGRVSRUHOD&RPR'pGDORHËFDUR¿FDPRVSUHVRVjTXLORTXHQyV para o lazer. Não se trabalha mais para o bem-estar, para a felicida-
mesmos inventamos: tornamo-nos seres racionalizantes, técnicos, de, para a construção de uma base societária mais justa e humana.

Didatismo e Conhecimento 196


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
7UDEDOKDVHKRMHHQmRVHJR]DROD]HU7UDEDOKDVHH¿FDVHFRPXP de um progresso desordenado, fulgurante, enriquecedor das técni-
JUDQGHPDOHVWDUJUDQGHDQJ~VWLDSRUTXHQmRVHFRQVHJXHFRQFLOLDU cas, das racionalizações, especializações e desumanizações? Tudo
o trabalho com a vida privada, coma família. O trabalho consome o que podemos dizer sobre essa questão é que pormeio de uma ética
homemantes que o homem possa consumir o que ele obtém com o de humanização é que se deve investir na valorização do sujeito para
esforço de seu labor. O homem maquinal vive a insustentável leveza que omesmo não se transforme emumobjeto demercado, uma peça
das demandas de uma realidade que o transforma em um produ- da engrenagem produtiva da sociedade. E isso perpassa e exige uma
to ou em uma função para a sociedade. Esse homem-função ins- reorganização de nossos pensamentos e valores, portanto, a constru-
trumentaliza a vida e as relações societárias. Esse homem conhece omRFROHWLYDGHQRYDVUHODo}HVKXPDQDVHSUR¿VVLRQDLV(VVDpWLFD
informática, cibernética e é capaz de executar cálculos complexos, deve reconhecer e lutar para que o ser humano não viva de modo
construir tecnologias inteligentes, mas se desconhece profundamen- desumano e que não seja usado como se usa uma máquina. Se aqui
te. É um ser que vive uma alienação dos sentidos, das emoções e do reside uma possível solução ou saída, também reside um grande pro-
seu imaginário. Não é forçado dizer que foi isso que Lawrence tinha blema: não é fácil tratar de ética nesse contexto. Por quê? Porque éti-
emmente quando disse: ca exige um outro aprendizado e possivelmente uma outra maneira
O coração do homem Existe o outro universo, do coração do de ser-no-mundo, de ser-diante-do-outro. E reaprender é mais difícil
homem, Do qual não sabemos nada, que não ousamos explorar. do que aprender. Reaprender é mudar as estruturas mentais e mexer
8PD HVWUDQKD H FLQ]HQWD GLVWkQFLD VHSDUD QRVVD SiOLGD PHQWH GR no quadro de valores e pensamentos constituídos do sujeito.
continente pulsante do coração do homem. Ética e Trabalho Asociedade do conhecimento é fundada num
Os antepassados mal apontaram na praia e nenhum homem conjunto de obrigações e direitos. Ambos agora devem ser questio-
sabe, nenhuma mulher sabe o mistério do interior quando mais es- nados, regulados e dialogados por uma ética. Mas sabemos que há
FXURDLQGDTXHR&RQJRRXR$PD]RQDVÀXHPGRFRUDomRRVULRVGD PXLWDVHVSpFLHVGHpWLFDVHLQ~PHUDVPDQHLUDVGHDERUGiODV)DOD-
FRPSOHWXGHGRGHVHMRHDÀLomR mos em ética de que espécie? Ética religiosa? Éticamoral? Ética do
A lógica da efetividade se instalou no coração humano. Por poder? Ética da política? Ética cristã? Ética do pensamento? Ética
isso, o homem maquinal não se entrega ou não reconhece a grandeza GDFLrQFLD"eWLFDSUR¿VVLRQDO"eWLFDGRWUDEDOKR"1mRWUDWRDVFRL-
de sua sensibilidade, suas emoções. Ele busca a felicidade, mas não sas de forma isolada, porque a vida, o mundo, as leis, o trabalho e
sabe encontrá-la; deseja ser livre,mas está fechado ao mundo, aos RVKRPHQVVmRFRQVWUXtGRVSRUPHLRGHP~OWLSODVUHODo}HV,UHPRV
outro e a si mesmo; sonha comum grande amor, mas não sabe vivê- IDODUVRPHQWHGRKRPHPSUR¿VVLRQDORXDFLPDGHWXGRGRKRPHP
-lo; quer encontrar alguémpara compartilhar emoções, mas não se enquanto humano, do homem genérico ao qual se referiu Marx? Per-
entrega ao outro porque não aprendeu a se entregar a si mesmo; não JXQWRLVVRSRUTXHSDUDPLPRKRPHPSUR¿VVLRQDOH[SUHVVDDSHQDV
consegue viver um grande amor porque não sabe se amar. O homem uma dimensão daquilo que ele é em sua amplitude. É nesse contexto
maquinal sofre com a própria vida que construiu para simesmo. e nessa dimensão do labor que é possível tratar de ética e trabalho.
Pode até estar acompanhado, mas sempre se sente sozinho, confuso 3UH¿URIDODUGHpWLFDHWUDEDOKRHQmRGHpWLFDGRWUDEDOKRSRUTXHRV
com o que sente; ele não sabe decidir sua vida como decide as coisas diferencialismos, as apartações, os excessos de fragmentações têm
de seu trabalho. Vivemos hoje a morte da afetividade pela efetivida- JHUDGRFRQÀLWRVGLVSXWDVJXHUUDVHYLROrQFLDV6HQmRWUDEDOKDU-
de, e isso mata a humanidade do homem. É assim que, sem afetivi- mos com uma concepção de ética mais abrangente,mais universal,
dade, o ser humano se transforma, mais e mais, em um ser maquinal, menos fragmentária e disciplinar, uma ética vai se chocar com ou-
produto robótico do mercado de bens materiais. Paradoxalmente, tra, um princípio vai de encontro a outro e ao invés dos problemas
percebemos, hoje, que o homem começa a sentir seu coração seco, serem solucionados - por via de entendimentos, de diálogos e acor-
VHXSHLWRFDUHQWHVXDYLGDYD]LD1mRpVX¿FLHQWHLPLWDUDYLGDQmR dos - irão gerar apartações, desentendimentos, brigas e desacordos.
basta ter vida. A vida precisa sentir a própria vida. Quemquer vi- Defender éticas que fazemapologias às diferenças é algo bonito e
ver deve correr o risco de se entregar às demandas imprevisíveis de importante,mas é, também, algo arriscado: pode-se cair no diferen-
seu próprio eu profundo. Como dizia Clarice Lispector, a salvação cialismo, na apartação, numa espécie de relativismo que “relativiza”
pSHORULVFR2KRPHPFRQWHPSRUkQHRSHUFHEHDRVSRXFRVTXHD HMXVWL¿FDLQGLIHUHQWHPHQWHWRGRVRVSULQFtSLRVDWpPHVPRRVDEVXU-
GHYDVWDGRUD OyJLFD GD H¿FiFLD SHOD H¿FiFLD JHUD LQGLYLGXDOLVPRV GRVRVSRXFRVKXPDQRVHIHFKDGRV3RGHVHFDLUQDWROHUkQFLDTXH
egoísmos, competição, guerras e exclusões de todas as espécies. Ele tudo tolera, no extremismo de que tudo é diferente e tudo é possível,
QmR GHYH HVTXHFHU TXH DPDLV H¿FLHQWH H FRPSOH[D GDV PiTXLQDV que cada um é um, e só. Devemos ter cuidado com as éticas indi-
VHUiLQ¿QLWDPHQWHLQIHULRUDRKRPHPHVVHVHUGHDIHWLYLGDGHSUR- YLGXDOLVWDVTXHGHIHQGHPDWROHUkQFLDTXHWXGRWROHUDSRLV³DTXLOR
IXQGDGHHPRo}HVGHVFRQKHFLGDVHSDL[}HVYXOFkQLFDV que se aparenta ser uma atitude tolerante é, na prática, uma espécie
Quando KarlMarx escreveu “amercadoria”, ele não deixou de de dominação através do abraço, um consentimento através da do-
VHSUHRFXSDUFRPHVVDGLPHQVmRODERUDOTXHPHFDQL]DHFRLVL¿FDD mesticação, uma integração através da perda de identidade”. A to-
vida humana.O que interessava a Marx não era a relação entre os OHUkQFLDTXHWXGRWROHUDpWmRGHVXPDQDGHVUHVSHLWRVDWDQWRTXDQWR
homens e as coisas,mas as relações entre os homens que se apre- muitos atos e crimes contra a humanidade. Como disse Morin, “a
sentavam à consciência dos homens como relações entre coisas. Em WROHUkQFLDTXHWXGRWROHUDpLQWROHUiYHO´
Marx encontramos duas preocupações básicas: com a condição do e QHFHVViULR ¿FDUPRV DWHQWRV D LVVR, porque os contratos, os
homem genérico no mundo do trabalho e a construção de princípios DFRUGRVHDVpWLFDVFULDGDVHPWRUQRGHHVSHFL¿FLGDGHVDSHVDUGH
éticos capazes de reorganizar profundamente a sociedade de classe serem quase sempre necessários, sempre foram, também, motivos
fundada na exploração do trabalho, nos princípios de humanização de controvérsias, de desacordos e de disputas por verdades absolu-
das relações de trabalho, mas de acordo com a condição humana tas. Mesmo que cada pessoa pense e defenda sua ética, ela só fará
IXQGDPHQWDO0DVXPDTXHVWmR¿FDDTXLHPVXVSHQVRFRPRHVWDEH- sentido se tiver compatível com um meio socialmente mais justo,
lecer novas relações de valores e éticas, um novo humanismo diante mais humano e digno, se estiver em diálogo comoutras éticas. Como

Didatismo e Conhecimento 197


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
percebeu Cornelius Castoriadis, “desde que a história é registrada, Estamos diante de um ser que precisa ser melhor conhecido e
não se pára de violar os contratos mais importantes de todos, os tra- reconhecido enquanto humano, essencialmente humano. Mas esse
tados entre Estados, o que nem impede os tratados de se prolifera- saber sobre o ser deve estar sempre se reorganizando, constante-
rem, nem a história de existir”. Como já se pode perceber, defendo mente, pois, como lembra o poeta Michel Camus, “somos seres em
uma ética do gênero humano a partir da qual o homem possa ser devir, seres em transição, seres limitados e inacabados, mas atraves-
considerado dignamente homem em qualquer situação, em qualquer VDGRVSHORLQ¿QLWR´(PVXPDVRPRVXPVHUDVHU6RPRVVHUHVTXH
cultura, em qualquer tempo, algo que vai para além da condição temos sede de ilusões, fome de beleza e desejo de eternidade. Como
SUR¿VVLRQDOeQHVVDSHUVSHFWLYDTXHFRQFHERRHQWUHODoDPHQWRGD diz a escritora Jacqueline Kelen, “o ser humano começa quando se
ética como trabalho: o trabalho deve passar a ser uma melhor forma entrega ao exercício do sonho e da esperança, quando se consagra à
do homem melhorar a sua humanidade, pois o que é bom para o beleza e se oferece comomontaria ao amor”. Esse parece ser umdos
Homem é aquilo que lhe permite preservar, desenvolver e realizar a caminhos para o saber e o conhecimento do ser. texte adaptado de
sua condição humana – e isto de uma forma diferente da do passado. Ailton Siqueira.
O ser humano temde esgotar o seu potencial criador numa sociedade
tão humana quanto possível e num meio ambiente tão intacto quanto QUESTÕES
possível, diversamente do que aconteceu até agora. O ser humano
WHPGHSHUPDQHFHUXP¿P~OWLPRWHPGHVHUVHPSUHXP¿PHXP  (P  GH GH]HPEUR GH  IRL DSURYDGD XPD QRYD /HL
critério em si mesmo. Dinheiro e capital são meios, tal como o tra- de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional brasileira (n.
balho o é.   0DUTXH D DOWHUQDWLYD TXH LQGLFD FRUUHWDPHQWH FRPR D
O princípio de responsabilidade e o princípio de esperança de- (GXFDomR)tVLFDVHFRQ¿JXUDQHVVD/HL
vem, aqui, se fundir em um só. Se o fundamento do direito do tra- A) Componente curricular obrigatório em todos os níveis e mo-
balho está no próprio direito ao trabalho, qualquer forma de labor dalidades de educação e ensino.
deve ser fundamentada emuma ética que perceba a igual dignidade B) Componente curricular integrado à proposta pedagógica da
inerente a todos os seres humanos e a tudo aquilo que decorre dela, escola, sendo facultativa aos alunos do curso noturno.
como por exemplo, a proibição do trabalho escravo, a violência no C) Componente curricular obrigatório nos currículos plenos
campo, a super jornada do trabalho, o abuso do trabalho infantil, a dos estabelecimentos de primeiro e segundo graus.
exploração desumana da força de trabalho, as condições desumanas D) Componente curricular obrigatório nos cursos primário e
de trabalho. Trata-se, aqui, de uma ética da condição humana univer- médio, até a idade de dezoito anos.
sal, tão próxima da Declaração Universal dos Direitos Humanos e E) Componente curricular integrado à educação básica, sendo
do projeto planetário de cidadania. Essa ética é uma práxis humana, facultativa aos alunos maiores de dezoito anos.
“é uma modalidade do fazer humano”, nas palavras de Castoriadis.
É uma atividade que considera o outro como ser podendo ser 1D/'%D(GXFDomR)tVLFDFRQVWLWXLDEDVHQDFLRQDO
autônomo, e tenta ajudá-lo a chegar à sua autonomia. Ooutro é en- comum dos currículos de que nível escolar?
tendido aqui no sentido lato, me inclui a mim mesmo como ‘objeto’ A) Do primeiro e segundo graus.
de minha atividade (...). Ela visa a uma transformação de seu objeto: B) Da educação infantil e fundamental.
o ser humano. C) Do ensino fundamental e médio.
Falar em ética e relações de trabalho só faz sentido se for em D) Da educação básica e superior.
direção ou em busca de um novo caminho de relacionamento hu- ( 'RSULPiULRJLQiVLRHFLHQWt¿FR
mano, de entendimento e contrato societário. Diante dessa realidade
SODQHWiULD GHVVHV QRYRV GHVD¿RV GR PXQGR GR WUDEDOKR RV FyGL- 0DUTXHDDOWHUQDWLYDTXHDSUHVHQWDFRUUHWDPHQWHFRPRQRV
JRV DV UHODo}HV SUR¿VVLRQDLV H SHVVRDLV DFDGrPLFDV H FRWLGLDQDV 3DUkPHWURV &XUULFXODUHV 1DFLRQDLV GH  j  VpULHV RV EORFRV GH
precisam ser reinterpretadas, precisam de uma ética da condição FRQWH~GRVGD(GXFDomR)tVLFDVmRRUJDQL]DGRV
humana. Pensar numa ética fundamental é o mesmo que resistir à $ ,MRJRVHVSRUWHVJLQiVWLFDVHOXWDV,,SURPRomRGDVD~GH
degradação dos valores humanos fundamentais, resistir ao excesso III-esquema corporal; IV-temas transversais.
de tecnologias, de macanicismos, de materialidades que esquecem B) I- esportes; II- jogos; III- lutas; IV- ginásticas; V- danças.
aquilo que Jean-Paul Sartre e Clarice Lispector chamavam de “hu- & ,SURPRomRGDVD~GH,,FRQKHFLPHQWRVREUHRFRUSR
mano no humano”. O poeta Lawrence dizia que o homem não será D) I- esquema corporal; II- atividades rítmicas e expressivas;
precisamente homem a não ser que tenha seus puros momentos. Que III- esportes, danças, jogos, ginásticas.
momentos são esses? São momentos de deleite, de contemplação, de E) I- esportes, jogos, lutas e ginásticas; II- atividades rítmicas e
volta a si mesmo, de sensibilidade, de poesia (no sentido etimológi- expressivas; III- Conhecimentos sobre o corpo.
co do termo), ou seja, de poesis: criação, liberdade, expressão sem
propósito, mas também momentos emque o homem não se sinta es-  'H DFRUGR FRP RV 3DUkPHWURV &XUULFXODUHV 1DFLRQDLV HP
FUDYRGRVHXVDOiULRVXEPHWLGRRXSUHVRDXPDSUR¿VVmRPRPHQWR que segmento dos diferentes níveis de escolarização a Educação Fí-
em que ele sente a vida pulsar livre e pura. sica é considerada como constituinte da área de Linguagens, Códi-
Para mim, pensar em novas relações de trabalho, em direitos gos e suas Tecnologias?
mais humanos e em ética só faz sentido se construirmos um novo $ 'RžDRžDQRGRHQVLQRIXQGDPHQWDO
saber sobre o ser. O importante não é somente conhecer as coisas B) Na educação infantil.
que os homens fazem para, a partir delas, compreender a nature- & 'RžDRžDQRGRHQVLQRIXQGDPHQWDO
za humana e as suas relações interpessoais,mas conhecer o ser para D) Na educação básica.
compreender aquilo que ele é capaz de fazer. E) No ensino médio.

Didatismo e Conhecimento 198


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
/HYDQGRHPFRQVLGHUDomRD(GXFDomR)tVLFDQRV3DUkPHWURV $ FODVVL¿FDomR GH MRJRV TXH VH H[SUHVVD FRPR FRQWH~GR H
&XUULFXODUHV1DFLRQDLV 3&1¶V DQDOLVHDVD¿UPDWLYDVDEDL[RHHP HVWUDWpJLD HVSHFt¿FRV GD (GXFDomR )tVLFD QD iUHD GH /LQJXDJHQV
seguida assinale a alternativa correta. Códigos e suas Tecnologias é:
I - A Educação Física é um dos temas transversais. A) jogos esportivos, populares e de salão.
II - Respeitando-se as diferenças entre gêneros, é sugerido que B) jogos competitivos, simbólicos e sensíveis.
se separem meninos e meninas. C) jogos dramáticos, educativos e recreativos.
III - Por ser uma proposição em ciclos não é preciso avaliar em ' MRJRVFrQLFRVO~GLFRVHUtWPLFRV
Educação Física. E) jogos virtuais, de estafetas e olímpicos.
IV -A Educação Física é obrigatória na educação básica pelo
fato dos PCN’s terem força de lei. $VVLQDOHDDOWHUQDWLYDTXHLQGLFDFRUUHWDPHQWHGRLVGRVVHJ-
V - É tarefa da Educação Física escolar, garantir o acesso dos mentos emque éobrigatóriaapresençadaEducação Física como com-
alunos às práticas da cultura corporal. ponente curricular da educação básica.
A) Infantil emédio.
Está(ão) correta(s): B) Fundamental e superior.
$ DSHQDV & )XQGDPHQWDOHFLHQWt¿FR
% DSHQDV D) Médio e superior.
& DSHQDVH ( ,QIDQWLOHFLHQWt¿FR
' DSHQDVH
( DSHQDVH 'LDQWHGRDWXDOFRQWH[WRHGXFDFLRQDOEUDVLOHLURD(GXFDomR
Física é um componente curricular da educação básica que deve ter
/HYDQGRHPFRQVLGHUDomRD(GXFDomR)tVLFDQRV3DUkPHWURV como função:
&XUULFXODUHV1DFLRQDLVDQDOLVHDVD¿UPDWLYDVHYHUL¿TXHVHVmRYHU- A) o desenvolvimento das aptidões atléticas pelas práticas es-
dadeiras (V) ou falsas (F). portivas.
I - A Educação Física no ensino médio compõe o ciclo de cons- B) a formação de homens robustos pelo aprimoramento das ap-
WDWDomRHLGHQWL¿FDomRGRFRQKHFLPHQWR tidões físicas.
II - A Educação Física no ensino fundamental I compõe o ciclo C) a apropriação crítica dos conhecimentos de diferentes práti-
de compreensão e interpretação do conhecimento. cas corporais.
III -A Educação Física no ensino médio compõe o ciclo de ' DPDQXWHQomRHUHFXSHUDomRGDVD~GHSHORVH[HUFtFLRV
aprofundamento da sistematização do conhecimento. ( DFRPSUHHQVmRFUtWLFRVRFLDOGRVFRQWH~GRVHVSRUWLYRV
IV -A Educação Física no ensino fundamental I compõe o ciclo
de ampliação da compreensão do conhecimento. 1DOHJLVODomRHGXFDFLRQDOEUDVLOHLUDHPYLJRUD(GXFDomR
Física compõe o currículo das escolas de educação básica, caracteri-
A seqüência correta de cima para baixo é: ]DQGRVHGHGLIHUHQWHVIRUPDV$QDOLVHDVD¿UPDWLYDVDEDL[R
A) F, F, V, F. I - A Educação Física deve ser de caráter recreativo, despertan-
B) V, V, F, F. do o espírito comunitário da criatividade, o senso moral e cívico,
C) V, F, V, F. além de outras que concorram para completar a formação integral
D) V, V, F, V. da personalidade.
E) F, F, V, V. II - A Educação Física deve ser de caráter integrado, garantindo
a igualdade de acesso aos alunos por constituir- se área de conheci-
6HQGRD(GXFDomR)tVLFDFRQVWLWXLQWHGDÈUHDGH/LQJXDJHQV mento dos currículos das escolas.
Códigos e suas Tecnologias, suas aulas devem seguir que linha de III -A Educação Física deve ser de caráter desportivo, prefe-
pensamento? rentemente conduzindo à manutenção e aprimoramento da aptidão
A) Preparação atlética. física, à integração do estudante e à consolidação do sentimento de
% (GXFDomRSDUDDVD~GH nacionalidade.
C) Alfabetização corporal. IV -A Educação Física deve ser de caráter integrado, aprimo-
' 5HFXSHUDomRGDVD~GH rando todas as potencialidades físicas, morais e psíquicas do indiví-
E) Especialização esportiva duo, possibilitando-lhe o fortalecimento da vontade e implantação
de hábitos sadios.
$(GXFDomR)tVLFDHVWiLQVHULGDQDiUHDGH/LQJXDJHQV&yGL- V - A Educação Física deve ser de caráter interdisciplinar e con-
gos e suas Tecnologias pelo seguinte argumento: textualizado assegurado pelas propostas pedagógicas das escolas.
A) Por que o professor pode ministrar aulas expositivas verbais.
B) Por que o aluno pode usar cadernos didáticos para anotações Estão corretas:
escritas. $ DSHQDVH
C) Por que a expressão corporal é uma linguagemartística. D) % DSHQDVH
3RUTXHDOLQJXDJHPFRUSRUDOpREMHWRHVSHFt¿FRGD(GXFDomR)t- & DSHQDVH
sica. ' DSHQDVH
( 3RUTXHRFRUSRH[SUHVVDVLJQRVVHQWLGRVVLJQL¿FDGRV ( DSHQDVH

Didatismo e Conhecimento 199


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
(PUHODomRjDERUGDJHPGHVHQYROYLPHQWLVWDpFRUUHWRD¿U- (PTXDODERUGDJHPDJLQiVWLFDpFRQWH~GRGRFRPSRQHQWH
mar que valoriza: FXUULFXODUGDHGXFDomRItVLFDHRTXHDMXVWL¿FDFRPRFRQWH~GR"
A) os elementos biológicos e de rendimento corporal. $  &5Ë7,&2683(5$'25$ ± MXVWL¿FDVH SHOD FRQVWUXomR
B) o conhecimento de origem psicológica. histórica dasmanifestações da cultura corporal.
& RGHVHQYROYLPHQWRGRFRQWH~GRDWUDYpVGHXPDKLHUDUTXLD % &2167587,9,67$,17(5$&,21,67$±MXVWL¿FDVHSRU
GHKDELOLGDGHVEiVLFDVHHVSHFt¿FDV estimular não só o construtivismo na educação física escolar, mas
D) as habilidades e conhecimentos trazidos pelos alunos sobre principalmente pelapropostadeLeBouch, conhecida como psicomo-
jogos e brincadeiras. tricidade.
E) o desenvolvimento da criança, seus processos cognitivos e & 6Ï&,26,67Ç0,&$±MXVWL¿FDVHSHODH[SHULPHQWDomRGD
afetivos, buscando a formação integral
prática de movimentos alinhados com o conhecimento cognitivo e
as experiências afetivas advindas dessa prática.
 $ DERUGDJHP GHVHQYROYLPHQWLVWD WHP QDV REUDV GH 7DQL
' '(6(192/9,0(17,67$±MXVWL¿FDVHSHODXWLOL]DomRGR
 7DQLHWDOLL  H0DQRHO  DVXDSULQFLSDOIXQGD-
PHQWDomRQR%UDVLO6REUHHVVDDERUGDJHPpFRUUHWRD¿UPDU discurso social com bases nas teorias neomarxista.
A) Utiliza-se do discurso da justiça social como ponto de apoio ( 35202d­2'$6$Ò'(±MXVWL¿FDVHSHODQHFHVVLGDGH
e bases nas teoriasmarxistas e neomarxistas. do bem estar físico, como forma de manter um equilíbrio emocional.
B) Tem a alfabetização como seu objeto de estudo. C) Deve
proporcionar ao aluno condições para seu comportamento motor ser 6REUHDDERUGDJHPFRQVWUXWLYLVWDLQWHUDFLRQLVWDTXHVHIXQ-
desenvolvido através da interação entre o aumento da diversidade e GDPHQWDQRVWUDEDOKRVGH-HDQ3LDJHWpFRUUHWRD¿UPDU
a complexidade dos movimentos. $ 'HIHQGHDLGpLDGHTXHRPRYLPHQWRpRSULQFLSDOPHLRH¿P
D) Tem o objetivo de oferecer experiências de movimento ade- da educação física.
TXDGDVDRQtYHOGHFUHVFLPHQWRHGHVHQYROYLPHQWRD¿PGHVHUDO- B) Possibilita uma maior integração com uma proposta peda-
cançada as habilidadesmotoras. gógica ampla e integrada à educação física nos primeiros anos da
( &RQVLGHUDDVHOHomRGHFRQWH~GRVSDUDDVDXODVGHHGXFDomR educação formal.
ItVLFDOHYDHPFRQVLGHUDomRDUHOHYkQFLDVRFLDODFRQWHPSRUDQHLGD- & $VHOHomRGHFRQWH~GRVSDUDDVDXODVGHHGXFDomRItVLFDOHYD
de e adequação as características sócio- cognitivas dos alunos. HP FRQVLGHUDomR D UHOHYkQFLD VRFLDO D FRQWHPSRUDQHLGDGH H DGH-
quação as características sociocognitivas dos alunos.
$DERUGDJHPGDSURPRomRGDVD~GHWHPFRPRSUHVVXSRVWR ' 3UHRFXSDomRHPJDUDQWLUDHVSHFL¿FLGDGHGDHGXFDomRItVL-
$ 6XSHUDUDQmRHVSHFL¿FLGDGHGDHGXFDomRItVLFDUHODFLRQDQ- FDDSDUWLUGRELQ{PLRFRUSRPRYLPHQWRFRPRPHLRH¿PGDHGX-
do a sua função ao elemento corpo sem perder sua responsabilidade
cação física.
pedagógica.
E) Fundamenta-se em esquemas de assimilação e acomodação
% 6XSHUDUDIUDJLOLGDGHGDEDVHWHyULFRFLHQWt¿FDGDHGXFDomR
física. num processo de constante reorganização.
C) Ensinar as habilidadesmotoras. D) Focalizar a ação teórico-
-prática da atividade motora no sentido do bem estar do indivíduo $VVLQDOHDDOWHUQDWLYDTXHLQGLFDFRUUHWDPHQWHHPTXDOGDV
em relação às condições ambientais e sociais que o cercam. abordagens o jogo possui papel de destaque, assumindo caracterís-
E) Integrar o aluno na esfera da cultura corporal de movimento. ticas peculiares.
A) Desenvolvimentista, enfatizando a tradição do jogo na rela-
 (P TXH DERUGDJHP PHWRGROyJLFD R SURIHVVRU GH (GXFD- ção com o desenvolvimento do homem.
ção Física está fundamentado, ao tratar nas suas aulas a corrida de B) Crítico-superadora, estruturando-o como construção psico-
PGRDWOHWLVPRREMHWLYDQGRRGHVHQYROYLPHQWRGDFDSDFLGDGH genética.
aeróbica dos alunos? C) Sociológica, reconhecendo-o como possibilidade da apren-
$ $ERUGDJHPGD$SWLGmR)tVLFD3URPRomRGD6D~GH dizagem do, pelo e para omovimento.
B) Abordagem Crítico-Superadora. D) Construtivista-interacionista, considerando que, enquanto a
C) Abordagem Construtivista. FULDQoDMRJDHEULQFDHODDSUHQGHHVHXWLOL]DGHDPELHQWHVO~GLFRV
D) Abordagem Desenvolvimentista. e prazerosos.
E) Abordagem Sociológica. ( 3URPRomRGDVD~GHHQIDWL]DQGRDDSWLGmRItVLFDHREMHWLYDQ-
do informar, promover, mudar sobre um novo estilo de vida.
$OXQRVGHVpULHHVWmRYLYHQFLDQGRQXPDDXODGH(GX-
cação Física, várias atividades de correr e andar, tendo sido proble-
(PTXHDERUGDJHPPHWRGROyJLFDSDUDRHQVLQRGD(GXFD-
PDWL]DGRVSHORSURIHVVRUDLGHQWL¿FDUHPRVVHQWLGRVHVLJQL¿FDGRV
ção Física na escola a Educação Física é entendida como um sistema
desses movimentos básicos e a reconhecerem a diferença entre es-
ses. Que abordagem metodológica está fundamentando essa aula de hierárquico aberto, trabalhando com conceitos de tendências auto-
Educação Física? D¿UPDWLYDVHDXWRLQWHJUDWLYDV"
A) Abordagem Construtivista. A) Abordagem Construtivista.
% $ERUGDJHPGD$SWLGmR)tVLFD3URPRomRGD6D~GH B) Abordagem Desenvolvimentista.
C) Abordagem Crítico-Superadora. C) Abordagem Sociológica.
D) Abordagem Sociológica. ' $ERUGDJHPGD$SWLGmR)tVLFD3URPRomRGD6D~GH
E) Abordagem Desenvolvimentista. E) Abordagem Crítico-Superadora.

Didatismo e Conhecimento 200


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
22. O que legitima a ginástica nos programas de educação físi- $SURSRVWDFXUULFXODUGRHVWDGRGH3HUQDPEXFRGLYLGHRSUR-
ca, segundo a abordagem crítico superadora? FHVVRGHHVFRODUL]DomRHPFLFORVGHHQVLQR$TXHFRUUHVSRQGHRƒ
A) A necessidade de uma aptidão física necessária a uma for- ciclo?
mação atlética, para obtenção de uma vida saudável e ativa. A) Ao aprofundamento da sistematização do conhecimento,
B) As exercitações tradicionalmente desenvolvidas por atletas OLGDFRPDUHJXODULGDGHGRFRQKHFLPHQWRFLHQWt¿FR
em diversos níveis, observando os aspectos sócio-culturais. B) À especialização do conhecimento adquirido anteriormente,
C) As exercitações vindas do saltar, rolar, girar, correr, andar, no ciclo de ampliação do conhecimento.
balançar, embalar, trepar e os movimentos esportivos. & ¬,GHQWL¿FDomRGRVGDGRVGDUHDOLGDGHRQGHRFRUUHPDVSUL-
' $WUDGLomRKLVWyULFDVHXVVLJQL¿FDGRVFXOWXUDLVHDFRQIURQ- meiras aproximações com o esporte.
WDomRFRPDVSUiWLFDVFRQWHPSRUkQHDV
' ¬RUJDQL]DomRGRFRQKHFLPHQWRDWUDYpVGDLGHQWL¿FDomRGRV
E) As exercitações realizadas hoje, nas várias intervenções da
dados da realidade, estabelecendo generalidades.
ginástica e pela estruturação advinda do método calistênico.
( ¬FRQIURQWDomRGRVHOHPHQWRVGHVFREHUWRDSyVDLGHQWL¿FD-
)RUPDVGHJLQiVWLFDTXHLPSOLTXHPDVSUySULDVSRVVLELOL- ção dos dados da realidade.
GDGHVGHVDOWDUHTXLOLEUDUEDODQoDUHJLUDUHPVLWXDo}HVGHGHVD¿R
no ambiente natural, na escola, em praças e outros ambientes e com 2ƒFLFORGHHQVLQRVHJXQGRR&ROHWLYRGH$XWRUHVFRU-
utilização de materiais formais e alternativos. Estas formas se en- responde:
contram como característica de qual ciclo de escolarização segundo A) ao aprofundamento da sistematização do conhecimento, lida
o Coletivo de Autores? com a prática não sistematizada do esporte.
A) Primeiro Ciclo. B) Segundo Ciclo. C) Terceiro Ciclo. D) % jRUJDQL]DomRGRFRQKHFLPHQWRDWUDYpVGDLGHQWL¿FDomRGRV
Quarto Ciclo. E) Não se refere a nenhum ciclo. dados da realidade, estabelecendo generalidades acerca das diversas
formas da dança institucionalizada.
 (P UHODomR j JLQiVWLFD TXH GHYH VHU SUDWLFDGD QD HVFROD C) à ampliação do conhecimento adquirido anteriormente, em
DQDOLVHDVD¿UPDWLYDVDEDL[R relação aos fundamentos das manifestações da cultura corporal.
,1HFHVVLWDGHHVSDoRVHDSDUHOKRVHVSHFt¿FRVPDVFXOLQRVH ' jLGHQWL¿FDomRGRVGDGRVGDUHDOLGDGHRQGHRFRUUHXPVDOWR
femininos para sua prática. qualitativo na regularidade dos objetos.
II - Prioriza as seqüências de movimentos obrigatórios, desta- E) à prática dos fundamentos, suas técnicas e táticas elementa-
cando os mais habilidosos. UHVGRHVSRUWHHVXDVIRUPDVO~GLFDV
III -Estimula a co-participação de todos, destacando a possibili-
dade da criação de movimentos.
1RDWRGHSODQHMDURHQVLQRLQFOXVLYHGRFRPSRQHQWHFXU-
IV -Utiliza-se de espaços alternativos, estimulando a criação de
ricular Educação Física, três tipos de planos são clássicos: de cur-
séries livres independente do sexo.
São características da ginástica que deve ser praticada na es- so, de unidade e de aula. Marque a alternativa abaixo que indica
cola: corretamente os elementos didáticos que devem estar presentes em
$ $SHQDVDVD¿UPDWLYDV,H,,, qualquer tipo de plano.
% $VD¿UPDWLYDV,,,,,,H,9 $ 5HFXUVRVFRQWH~GRVREMHWLYRVPHWRGRORJLDHDYDOLDomR
& $SHQDVDVD¿UPDWLYDV,,H,9 % &URQRJUDPDELEOLRJUD¿DGDGRVGHLGHQWL¿FDomRHREMHWLYR
' $SHQDVDVD¿UPDWLYDV,,,H,9 & &RQWH~GRHVWUDWpJLDMXVWL¿FDWLYDPDWHULDOHLQWURGXomR
( $SHQDVDVD¿UPDWLYDV,H,, ' 2EMHWLYRJHUDOREMHWLYRHVSHFt¿FRHVWUDWpJLDUHFXUVRHDYD-
liação.
 1DV DXODV GH HGXFDomR ItVLFD R HVSRUWH p PXLWR XWLOL]DGR ( 'DGRVGHLGHQWL¿FDomRREMHWLYRHVSHFt¿FRDVVXQWRVHVWUD-
FRPRFRQWH~GR2ULWPRGHDSUHQGL]DJHPpQRUPDOPHQWHHVWDEH- tégias e cronograma.
lecido pelo nível dos alunos que já possuem competências relacio-
nadas à prática do esporte. Sobre este procedimento, em relação às 2EVHUYDQGRDVD¿UPDo}HVDEDL[RDFHUFDGDDYDOLDomRHP
DXODVGHHGXFDomRItVLFDpFRUUHWRD¿UPDU (GXFDomR)tVLFDHVFRODUYHUL¿TXHVHVmRYHUGDGHLUDV 9 RXIDOVDV
A) Os alunos que não possuem o mesmo nível de competências (F) e marque a alternativa que indica, de cima para baixo, a seqü-
SDUDDSUiWLFDGRHVSRUWHVHQWHPVHGHVD¿DGRVHEXVFDPLQFHVVDQWH- ência correta.
mente esta competência, na intenção de se nivelar aos demais. I - A Educação Física, perante a atual legislação educacional,
B) É um fator inibidor da participação levando muitas vezes à
VyUHSURYDVHRDOXQRQmRDWLQJLUDIUHTrQFLDPtQLPDGHGDV
exclusão dos menos competentes.
horas-aula ministradas no ano.
C) É um fator determinante para que os alunos se encaminhem
II - A Educação Física, perante a atual legislação educacional,
ao esporte escolar, através da participação em processos de aprendi-
zagem e treinamento nas escolinhas esportivas. GHYHDYDOLDURVDOXQRVSRUYHUL¿FDomRGRUHQGLPHQWRHVFRODU
D) Não traz qualquer conseqüência a turma, pois os alunos já III -A Educação Física, perante a atual legislação educacional,
possuem um controle emocional estimulado pela mídia em saber não mais reprova, pois seu critério de avaliação por controle de fre-
TXHRHVSRUWHHIHLWRSDUDSRXFRVKDELOLGRVRVHSULYLOHJLDGRV¿VL- qüência não mais é usado, já que a freqüência mínima exigida é
camente. YHUL¿FDGDSHODVKRUDVOHWLYDVWRWDOGDHVFRODSRUDQR
E) Todas as alternativas são verdadeiras em relação à utilização IV -A Educação Física, perante a atual legislação educacional,
do esporte nas aulas de educação física. GHYHDYDOLDURVDOXQRVSRUH[DPHV¿VLROyJLFRVHSUiWLFRV

Didatismo e Conhecimento 201


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
A seqüência correta é: $QDOLVH DV D¿UPDWLYDV DEDL[R VREUH RV SULQFtSLRV GR HV-
A) F, V, F, F. porte.
B) V, V, V, F. I - O aspecto educacional deve ser priorizado na iniciação
C) V, V, V, V. esportiva, não negando o direito posteriormente, da formação do
D) V, F, V, F. atleta.
E) V, V, F, F. II - A prática pedagógica do esporte deve ser coerente com os
princípios educacionais da escola, vinculado aos valores de natureza
 2 HVSRUWH FRPR FRQWH~GR GR FRPSRQHQWH FXUULFXODU GD formativa.
III -O ensino dos fundamentos técnicos, das estratégias e ações
educação física deve alinhar com determinados pressupostos. Indi-
táticas dos esportes deve ser adequado ao desenvolvimento das
que qual dos citados abaixo enquadra-se nesta perspectiva.
crianças e jovens.
A) Difusão na disseminação do esporte como um patrimônio
(QWUH DV D¿UPDWLYDV DFLPD GHFODUD P  SULQFtSLRV GR HVSRUWH
cultural da humanidade. escolar:
B) Constante inovação técnica e tecnológica. $  QHQKXPD GDV D¿UPDWLYDV UHSUHVHQWD SULQFtSLRV GR HVSRUWH
C) Produto em forma de rendimento e recordes. escolar.
' 3HODHVSHFLDOLGDGHHUHVXOWDGRV¿QDLV % DSHQDVDD¿UPDWLYD,UHIHUHVHDRVSULQFtSLRVGRHVSRUWHHV-
E) Preocupação com o potencial esportivo da pessoa. colar.
& DD¿UPDWLYD,,,pD~QLFDTXHVHUHIHUHDRHVSRUWHHVFRODU
$QDOLVHDVD¿UPDWLYDVDEDL[RVREUHRHVSRUWH ' DVD¿UPDWLYDV,,H,,,VHUHIHUHPDRVSULQFtSLRVGRHVSRUWH
I - Preocupação com o talento, objetivos máximos, competi- escolar.
omRFRPRSURFHVVRLGHQWL¿FDGRUYLVDDUHVXOWDGRV ( DVD¿UPDWLYDV,,,H,,,UHIHUHPVHDRHVSRUWHHVFRODU
II - Respeito às características físicas, psicológicas, sociais e
culturais, visa à aprendizagem, preocupação com todos. 4XDOGDVDOWHUQDWLYDVDEDL[RVHUHIHUHjWiWLFDHVSRUWLYD"
III -Orientado para a generalidade, oportunidade de acesso A) Sistema de planos de ação e possibilidades de tomada de de-
para todos, preocupação com o potencial e as limitações. cisão, delimitadas pelo tempo-espaço-situação de jogo, permitindo
a estruturação e execução de ações motoras que objetivam atingir
eFRUUHWRD¿UPDUTXH ameta desejada.
$ DD¿UPDWLYD,UHIHUHVHDRHVSRUWHGHUHQGLPHQWRPDVSRGH B) Liberdade de movimentos, habilidades em mover as articu-
lações do corpo utilizando a amplitude de movimento para a qual
VHUWDPEpPXWLOL]DGRFRPRFRQWH~GRGRFRPSRQHQWHFXUULFXODUGD
foram projetadas para resolver situações de jogo.
educação física.
C) Maneira pela qual os atletas se posicionam diante do adver-
% DVD¿UPDWLYDV,,H,,,UHIHUHPVHDRHVSRUWHFRPRFRQWH~GR
sário utilizando o condicionamento físico para resolver problemas
do componente curricular da educação física. do jogo.
& DVD¿UPDWLYDV,,,H,,,UHIHUHPVHDRHVSRUWHFRPRFRQWH~- D) Representa a utilização e a transformação da motricidade
do do componente curricular da educação física. para alcançar as exigências do jogo.
' DD¿UPDWLYD,UHIHUHVHDSHQDVDRHVSRUWHGHUHQGLPHQWR E) Função de harmonização dos processos analíticos do movi-
( WRGDVDVD¿UPDWLYDVUHIHUHPVHDRHVSRUWHGHUHQGLPHQWR mento, permitindo o alcance do objetivo da ação com menor gasto
energético.
eXPFRQWH~GRGRFRPSRQHQWHFXUULFXODUHGXFDomRItVLFD
que transmite emoções e sentimentos, representativa de aspectos 1RUPDWL]DDFRQGXWDGRVMRJDGRUHVGHOLPLWDQGRVXDOLEHU-
GDYLGDGRKRPHP$D¿UPDWLYDUHIHUHVH dade de ação e estabelecendo os requisitos necessários para pode-
A) à psicomotricidade. rem intervir no jogo e dar continuidade aos seus movimentos. A que
B) à expressão máxima da técnica esportiva. VHUHIHUHDD¿UPDWLYD"
C) a fatores psicomotores e qualidades física treináveis. A) À regulamentação dasmodalidades esportivas (regras).
D) ao jogo. B) À técnica empregada na realização dos fundamentos.
E) à dança. & ¬GLQkPLFDGDVWiWLFDVFROHWLYDVSUpHVWDEHOHFLGDV
D) Às formas de competição.
$GDQoDGHOLYUHLQWHUSUHWDomRGHP~VLFDVSDUDUHODFLRQDU- E) Aos processos de treinamento no esporte escolar.
VHFRPRXQLYHUVRPXVLFDOHDVGHLQWHUSUHWDomRGHWHPDV¿JXUD-
'HQWUHDVD¿UPDWLYDVDEDL[RTXDOFDUDFWHUL]DDFRPSHWLomR
dos, deve estar presente em que ciclo de ensino, segundo a aborda-
no esporte escolar?
gem crítico-superadora ( ou proposta do estado)?
A) A competição é a essência do esporte escolar, norteando todo
$ ž&LFORGHHQVLQR o processo de ensino-aprendizagem e treinamento.
% ž&LFORGHHQVLQR B) A competição é um processo de seleção natural que deve ser
C) em todo o ensino fundamental emédio. estimulada desde cedo.
' ž&LFORGHHQVLQR C) A competição com escolares deve ter as mesmas característi-
E) apenas no ensino médio. cas da competição de adultos, acarretando uma melhor compreensão
da aceitação da derrota.

Didatismo e Conhecimento 202


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Desportivo
D) A competição deve proporcionar aos participantes opor- GABRITO
tunidades de aplicar as aprendizagens, vivenciar experiências de
sucesso e insucesso, de adquirir valores que lhes serviram para  B  C
toda a vida.
E) A competição deve ser estimulada precocemente dando aos 2 C 22 D
participantes elementos para atuar numa sociedade competitiva.  E  D
 E  A
(PUHODomRjUHDOL]DomRGHFRPSHWLo}HVQRkPELWRHVFRODU
 B  B
pFRUUHWRD¿UPDU
A) As competições devem ser realizadas com base nos jogos  A  A
olímpicos, para que cada vez mais cedo o aluno aprenda a conviver  B  D
com este ambiente.  E  A
B) As competições devem ser utilizadas em sistemas de dis-
 A  A
puta e provas que não conduzam à eliminação precoce dos parti-
cipantes, assegurando esta participação em todo o seu processo.  A  A
C) O estabelecimento de um ambiente de rivalidade, promo-  C  ANULADA
verá um melhor nível de desempenho dos participantes, indivi-  C  E
dualmente e coletivamente.
' $FRPSHWLomRFRQVWLWXLXPPHLRGHD¿UPDomRSHVVRDOGH-  C  D
vendo distinguir os mais habilidosos dos menos habilidosos.  D  E
E) A vitória deve ser perseguida a qualquer custo, utilizando  D  A
todas as características da competição com esse objetivos.
 A  A
2HVSRUWHHVFRODUWHQGRDSUHRFXSDomRGHLQVHULURDOXQR  C  D
no universo da cultura corporal pressupõe a técnica como:  A  B
A) essencial à prática das modalidades, devendo obedecer a  E  E
modelos já consagrados e testados no universo do esporte de ren-
dimento.  D  B
B) elemento fundamental para o processo de formação do
atleta devendo ser aprendida no inicio deste processo, para pos-
teriormente servir de base para as aplicações táticas e estratégias
de jogo. ANOTAÇÕES
C) aptidão para realizar os fundamentos de uma modalidade
esportiva, adaptando aos modelos de execução, as habilidades mo-
toras e a capacidade tática necessária a uma participação efetiva
no jogo.
' ~QLFRIDWRUGHWHUPLQDQWHSDUDDLQVHUomRGRDOXQRDWUDYpV
—————————————————————————
do esporte no universo da cultura corporal.
E) um fator não limitante da participação, mas como um ele- —————————————————————————
mento que conjuntamente com espaço de jogo, equipamentos, re-
gulamentação, tática dentre outros, caracteriza a inclusão do aluno —————————————————————————
no universo da modalidade esportiva. —————————————————————————
2(VWDWXWRGD&ULDQoDHGR$GROHVFHQWHWUDWDGRGLUHLWRj —————————————————————————
HGXFDomRjFXOWXUDDRHVSRUWHDDROD]HUD¿UPDQGR
A) o dever do Estado em assegurar ensino médio, obrigatório —————————————————————————
e gratuito. —————————————————————————
B) a obrigatoriedade de dirigentes de estabelecimento de en-
sino de comunicar ao Conselho Tutelar os casos de maus-tratos —————————————————————————
envolvendo seus alunos.
—————————————————————————
& ROLYUHDUEtWULRGRVSDLVTXDQWRDPDWULFXODUVHXV¿OKRVRX
pupilos na rede regular de ensino. —————————————————————————
D) o dever dos pais de garantir o acesso às crianças de zero a
seis anos, a creche e pré-escola. —————————————————————————
E) o dever do Estado em atender todas as crianças e adoles- —————————————————————————
centes através de programas suplementares de material didático-
HVFRODUWUDQVSRUWHDOLPHQWDomRHDVVLVWrQFLDjVD~GH —————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 203

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