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Seção Estilos musicais: percussão

SUPLEMENTO MUSICAL

1 Conhecendo o choro

Eduardo Lobo

Acompanhamento e Revisão Pedagógica


Chico Santana

ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO

ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE CULTURA

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1 Contextualizaçõa do Suplemento 1
1.1 Introdução/Justificativa 1
2 Aplicações em Ativdades Musicais 2
2.1 Proposta musical1: Quem é o choro? 2
2.1.1 Atividade 1 2
2.1.2 Atividade 2 4
2.2 Proposta musical 2: Aprofundando o choro: O Maxixe 6
2.2.1 Atividade 1 6
2.2.2 Atividade 2 9
2.3 Modo de aferição dos resultados 11
2.4 Referências Complementares 12
3 Atividades para levar para casa 13
3.1 Atividade 1: Entrevistas 13
3.2 Atividade 2: Composição de melodia 15
Anexo 1 – A percussão no choro e no maxixe 16
1 Pandeiro e caixeta no choro 16
2 A bandinha rítmica no maxixe 17
Anexo 2 – O violão e o cavaquinho no choro 19
1 Violão 19
2 Cavaquinho 20

Eduardo Lobo

Eduardo iniciou seus estudos de música e guitarra no ano de 1997 em Curitiba, sua cidade natal, onde, um ano mais
tarde, teve seus primeiros contatos com o violão e com a música brasileira. No ano de 1999 ingressou no curso de
Música Popular da Unicamp, graduando em 2003. Durante estes anos, participou de festivais de música e grupos de
choro, onde estreitou sua relação com este gênero sob os cuidados de Jayme Vignoli, Oscar Bolão e Joel Nascimento.
No ano seguinte, como integrante do Quatro a Zero, foi laureado com a segunda colocação no 7º Prêmio VISA de Música
Instrumental Brasileira. Com este grupo, gravou os CDs “Choro Elétrico” e “Porta Aberta”. Em 2008 participou do grupo
Fina Estampa, que teve seu primeiro CD “Abrideira” gravado sob direção musical de Maurício Carrilho. Atualmente
realiza seu mestrado em música na Unicamp sob orientação do Prof. Dr. Rafael dos Santos e financiamento da Fapesp.
Como parte de seus estudos acadêmicos, participou em 2010 do “Music Analysis Summer School”, promovido pela
Universidade de Durham (Inglaterra).

E-mail: eduardo.lobo@gmail.com

São Paulo I FEVEREIRO I 2011

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO SUPLEMENTO

1.1 Introdução/Justificativa

O choro, com uma história de mais de 150 anos, se coloca como um dos principais gêneros brasileiros de música
instrumental. No decorrer do século XX, foi experimentado com as mais diversas formações instrumentais: violões,
cavaquinhos, bandolins, flautas, clarinetas, trompetes, trombones, bandas de música e de gafieira, grupos de
câmara e orquestras sinfônicas já fizeram soar suas melodias e seu balanço.
Embora o choro faça parte do imaginário da maioria da população e seja difundido por clubes de choro espalhados
por quase todo o território brasileiro, sua história de ensino formal é recente e são poucas as escolas voltadas para
o estilo. Inserir este tema no ensino coletivo de crianças e jovens é um avanço para a difusão desta música junto a
um público que, quem sabe, nunca tivesse oportunidade a um acesso mais aprofundado a esta cultura.
A ideia central deste suplemento é tornar acessível a estudantes de todas as famílias de instrumentos um gênero
musical conhecido pelo virtuosismo. Para isso, será utilizada uma grande vantagem do ensino coletivo: a vivência
em grupo. Com essa vivência, fragmenta-se a dificuldade de execução e estimula-se a prática de conjunto.
A inserção do choro na educação musical de jovens é um passo importante e recente, que pode fazer parte de
um processo interessante: mostrar que existe no Brasil um gênero que exige do músico alto nível de execução
instrumental e que, ao mesmo tempo, consegue se comunicar artisticamente com um grande público.

Objetivo geral Objetivos específicos


Apresentar o gênero choro para Contextualizar a formação deste gênero instrumental
os alunos, através de atividades de de música brasileira, mesclando informações de
apreciação, execução e composição. caráter histórico e musical;
Trabalhar a criação coletiva de arranjos e a execução
do gênero;
Apresentar células rítmicas presentes na
condução rítmica do choro em seus formatos mais
elementares;
Trabalhar a incorporação da subdivisão de
semicolcheias.

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2 APLICAÇÕES EM ATIVIDADES MUSICAIS

2.1 Proposta musical 1: Quem é o choro?

Duração: de três a quatro aulas

Descrição geral da proposta: Materiais necessários:

Nesta etapa, o objetivo é propiciar ao aluno um primeiro Livro Pixinguinha. DINIZ, André, Lins, Juliana. (LV018)
contato com o gênero, sua história e suas características CD Só Pixinguinha, Zé da Velha e Silvério Pontes (CD075)
musicais mais evidentes.
CD Som Pixinguinha, (CD048)

Todos os materiais estão disponíveis no


acervo do Projeto Guri.

Organização dos alunos para as aulas:

Primeiramente, os alunos podem fazer um círculo sentados no chão para os momentos 1 e 2. Nos momentos 3 e 4, pede-se que
fiquem em pé e caminhem pela sala.
Na atividade 2, pode-se dispor os alunos como em uma camerata, fazendo um semicírculo e dividindo por naipes: baixos, acompa-
nhamento 1, acompanhamento 2 e melodia.

2.1.1 Atividade 1

Momento 1 - Quem é o choro?:


Questionar os alunos: “Alguém já ouviu um chorinho?”, “Quem conhece ‘Tico-tico no Fubá’ ou ‘Brasileirinho’?”, “Quem conhece
esta letra (canta a melodia do ‘Carinhoso’): ‘Meu coração, não sei por que, bate feliz, quando te vê...’?” Pode-se dar exemplos
de outros choros e colocar para tocar a música “Os Oito Batutas”, do disco Só Pixinguinha (faixa 11 CD075). Durante a au-
dição, ir questionando os alunos: “Quais instrumentos tocam?”. Se ninguém se manifestar, ir dirigindo a escuta perguntando:
“Tem cavaquinho?”, “Tem violão?”, “Tem trombone, trompete?”.

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Momento 2 - Compreendendo a semicolcheia:

os alunos de pé, peça para que marquem o pulso com os pés, como em uma marcha.

Quando todos estiverem marchando juntos, peça para que batam colcheias no peito somente com a mão direita.

Depois, que batam as semicolcheias, alternando as mãos.

Momento 3 - Montando a síncopa:


Peça para que cantem “ta” para cada nota tocada pela mão esquerda. Desta forma, montarão a síncopa,
compreendendo as vozes aguda e grave.

Momento 4 - Tocando a síncopa:


Agora, vamos vivenciar a síncopa em um evento musical. Mais importante do que a execução isolada de
qualquer exercício é o seu entendimento em um contexto musical real: o tocar junto. Para isso, coloque
“Ainda me Recordo” do disco Só Pixinguinha (faixa 08 - CD075). Peça então para que os alunos executem
o ritmo acima junto com a música, como se eles estivessem tocando com o disco. O primeiro objetivo é
buscar a sincronia da síncopa executada pelos alunos com a síncopa executada pelos músicos da gravação.
O objetivo secundário é buscar compreender as frases do baixo, tocadas pelos pés, e compará-las com os
baixos da música; buscar ouvir os baixos enquanto bate os pés. E fazer o mesmo com as frases da fala “ta
ta”; buscar ouvir o acompanhamento agudo enquanto canta a célula rítmica.

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2.1.2 Atividade 2

Momento 1:
Repita o momento 4 da atividade anterior.

Momento 2 - Pequena história do choro:


Mostre aos alunos o livro Pixinguinha (LV018), comente alguns trechos e mostre algumas
fotos. Na página 10 tem uma pequena história do choro, onde aparecem imagens dos primeiros
chorões, dentre eles, uma de Joaquim Calado. Explique que tocaremos uma música deste, que
foi um dos primeiros músicos de choro. Joaquim era um músico mestiço que tocava de uma
maneira diferente as músicas de dança que chegaram da Europa, em especial as polcas. Esta
maneira diferente de tocar tem origem na cultura do negro que estava no Brasil.

Momento 3 - Fazendo os baixos:


Mostre a partitura de “Flor Amorosa”, de Joaquim Calado e separe os alunos em 4 naipes: baixos,
acompanhamento 1, acompanhamento 2 e melodia. Escreva os acordes na lousa da seguinte maneira:
um acorde por semínima e, se necessário, repita o acorde. O educador deve cuidar para que os acordes,
quando montados na lousa, fiquem na região média da clave de sol, sem utilizar linhas suplementares.

Peça para que os baixos componham uma linha melódica para a cifra dada. Explique que, para isso, deverão
tocar a fundamental do acorde (a nota que dá nome à cifra) em semínimas, na região mais grave do seu
instrumento, como no exemplo abaixo:

Peça para que toquem o trecho composto. Enquanto os baixos tocam as notas, os outros alunos fazem o
exercício corporal da síncopa:

Peça aos alunos para que prestem atenção nos pés, que devem estar tocando junto com os baixos.

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Momento 4 - Montando o acompanhamento 1:
Peça para que o grupo acompanhamento 1 escolha uma nota de cada acorde e a circule na lousa
(como exemplo, as notas escolhidas foram trocadas por círculos).

Após, peça para que transcrevam as notas escolhidas na lousa, na próxima pauta abaixo da original

Então, peça para que toquem a transcrição, em semínimas.

Momento 5 - Montando o acompanhamento 2:


Peça para que o grupo acompanhamento 2 escolha uma nota de cada acorde, fazendo um quadrado em cada. Estas
notas não podem ser as escolhidas pelo grupo 1 (como exemplo, as notas escolhidas foram trocadas por um “X”).

Após, peça para que transcrevam as notas escolhidas na lousa, em pentagrama diferente que o do outro grupo.

Peça para que toquem as notas na sequência, em semínimas.

Momento 6 - Montando o acompanhamento com ritmo:


Agora, com o acompanhamento dos baixos, peça para que os grupos acompanhamento 1 e 2 toquem as notas na sequência e com o
ritmo da síncopa. Está formado o acompanhamento do choro. Um exemplo do resultado final deste exercício segue abaixo:

Depois, peça para que todos os alunos leiam a parte rítmica da melodia, para depois colocarem as notas. Após esta etapa,
pode-se dividir novamente o grupo em baixos, acompanhamento 1, acompanhamento 2 e melodia, para assim, montar o arranjo
completo de “Flor Amorosa”.

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2.2 Proposta musical 2: Aprofundando o choro: O Maxixe

Duração: de três a quatro aulas

Descrição geral da proposta: Materiais necessários:

Apresentar o maxixe, estilo que integra o repertório do CD Só Pixinguinha, Zé da Velha e Silvério Pontes (CD 075)
choro. Estimular a mudança de células rítmicas, e buscar a CD Som Pixinguinha, (CD048)
compreensão da relação entre as frases rítmicas.
CD Chorinhos didáticos para flauta,
Altamiro Carrilho. (CD025)
Livro Pixinguinha. DINIZ, André, Lins, Juliana. (LV 018)

Organização dos alunos para as aulas:

Primeiramente, os alunos podem fazer um círculo sentados no chão para o


momento 1. No momento 2, pede-se que fiquem em pé e caminhem pela Na atividade 2, pode-se dispor os
sala. Nos momentos 3 e 4 pode-se dispor os alunos como em uma camerata, alunos como em uma camerata,
fazendo um semicírculo e dividindo por naipes: baixos, acompanhamento 1, conforme a descrição ao lado.
acompanhamento 2 e melodia.

2.2.1 Atividade 1

Momento 1 - Aprendendo novas células rítmicas:


Com os alunos de pé, peça-os para que marquem o pulso com os pés, como em uma marcha.

Quando todos estiverem marchando juntos, peça para que batam colcheias no peito somente com a mão direita.

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Depois, que batam as semicolcheias, alternando as mãos.

Peça para que cantem “vou pra lá não” para cada grupo de semicolcheias.

Agora estamos prontos para aprender novas células rítmicas. Faça uma brincadeira, dizendo que esta célula rítmica é um pouco
“mal-humorada”. Peça para que subtraiam da frase o “pra lá” e que cantem somente o “não vou”, como escrito abaixo:

Depois de feito o exercício, explique que esta é uma célula rítmica de instrumentos graves. Estimule os alunos a imitarem uma
tuba utilizando as sílabas “pom” enquanto realizam este ritmo.
Peça novamente para que marchem e batam as semicolcheias com as mãos no peito. Faça uma brincadeira, dizendo que esta
célula rítmica é “bem humorada”. Agora peça para cantarem “vem também também”:

Depois do exercício feito, explique que este é um ritmo de instrumentos agudos.

Momento 2 - O baixo de “Flamengo” de Bomfiglio de Oliveira:


Mostre uma foto do Bomfiglio, com o trompete, na página 18 do livro Pixinguinha, contando que ele foi um dos
melhores instrumentistas no seu tempo. Escreva na lousa o baixo característico de “Flamengo”, chamando a atenção
dos alunos para a parte rítmica, que é idêntica à aprendida anteriormente.

Peça para que cantem o ritmo imitando uma tuba, com a sílaba “pom”. Depois, que realizem no instrumento
já com as notas.

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Momento 3 - Montando o acompanhamento do maxixe:
Escreva na lousa, de um lado, os acordes dos dois primeiros compassos da música da seguinte maneira:

Do outro lado, as duas células rítmicas que aprenderam anteriormente:

Peça para que o grupo acompanhamento 1 circule uma nota de cada acorde na lousa (como exemplo, as notas escolhidas foram
trocadas por círculos).

Após, peça para que os alunos transcrevam as notas escolhidas no pentagrama inferior, e que toquem a transcrição, em semínimas,
como no exemplo abaixo:

Peça para que o grupo acompanhamento 2 escolha uma nota de cada acorde, fazendo um quadrado em cada nota. As notas não
podem ser as escolhidas pelo grupo 1 (como exemplo, as notas escolhidas foram trocadas por um “X”).

Após, peça para que os alunos transcrevam as notas escolhidas no pentagrama inferior, e que toquem a transcrição, em semínimas,
como no exemplo abaixo:

Agora, juntos os dois grupos de acompanhamento, peça para que toquem a sequência com a célula 1.

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Depois com a célula 2.

Após, junte com os baixos e pratique o conjunto, pedindo para que os alunos prestem atenção para a sincronia entre as vozes.

Momento 4 - Um pouco de história:


Explique que o choro é na verdade, uma coleção de estilos musicais, como o maxixe, a polca e a valsa. E que, estes diversos estilos
podem ser tocados em diversas formações instrumentais, como: 1) o regional de choro: grupo mais difundido, é composto por 2
violões, 1 violão de 7 cordas, cavaquinho e um solista, que pode ser o bandolim, a flauta, o clarinete ou o acordeão. Coloque para
tocar um trecho da faixa 16 do disco Chorinhos didáticos para flauta (CD025). Explique que só tem o regional de choro tocando, sem o
solista. Após, pode tocar o mesmo trecho com o solo de flauta (faixa 4); 2) as bandas de música: grupo formado por instrumentos de
sopro e percussão; 3) as orquestras. Pode-se tocar um trecho da música Carinhoso do disco Som Pixinguinha (faixa 08 - CD048).
Coloque para tocar “O gato e o canário”, do disco Som Pixinguinha (CD048). Mostre o diálogo do começo da música entre os agudos
(o canário, representado pelo flautim) e os graves (o gato - representado pelo piano e guitarra elétricos e o saxofone). Explique
que o diálogo musical é uma das características mais marcantes do choro, e que, em um grupo regional, os músicos improvisam
constantemente, como acontece em uma conversa entre pessoas. Porém estes diálogos podem acontecer de maneira simultânea, por
exemplo, o violão “conversa” com o bandolim enquanto o cavaquinho “conversa” com o pandeiro.

2.2.2 Atividade 2

Momento 1 - O baixo do “Flamengo”:


Escreva na lousa a harmonia da primeira parte do “Flamengo”

Relembre o baixo característico do Flamengo, e explique que ele será usado nos compassos de 1 a 4 e de 9 a 12. Então, peça para
que os baixos componham uma linha melódica para os outros compassos. Explique que para isto, deverão tocar a fundamental
do acorde (a nota que dá nome à cifra), utilizando a célula rítmica “não vou”, na região mais grave do seu instrumento, como no
exemplo abaixo:

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Momento 2 - Montando o acompanhamento 1:
Peça para que o grupo acompanhamento 1 escolha uma nota de cada acorde, e as circule na lousa (como exemplo, as notas
escolhidas foram trocadas por círculos):

Após, peça para que transcrevam na lousa, no pentagrama inferior, abaixo do original.

Então, peça para que toquem a transcrição, em semínimas.

Momento 3 - Montando o acompanhamento 2:


Agora, peça para que o grupo acompanhamento 2 escolha uma nota de cada acorde, fazendo um quadrado em cada nota. As notas
não podem ser as escolhidas pelo grupo 1.

Após, peça para que transcrevam na lousa, em outro pentagrama que não pode ser o mesmo que o outro grupo escreveu.

Peça para que toquem as notas na sequência, em semínimas.

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Momento 4 - Montando o acompanhamento com ritmo:

Usando as células acima, proponha que nos primeiros 4 compassos se utilize a célula rítmica 1; do compasso 5 ao 8, a célula
rítmica 2; do compasso 9 ao 12 a célula 1; do compasso 13 ao 16 a célula 2. Então, com o acompanhamento dos baixos, peça para
que os acompanhamentos 1 e 2 executem cada um a sua linha de acompanhamento, obedecendo as mudanças de ritmo. Abaixo
segue um exemplo de como poderia ficar este exercício:

Está formado o acompanhamento do maxixe Flamengo. Pratique bastante o conjunto, pedindo aos alunos que procurem ouvir o que
os outros estão tocando, com a finalidade de buscar sincronia entre todas as vozes.
Depois, peça para que todos os alunos leiam a parte rítmica da melodia, para depois colocarem as notas. Após esta etapa, pode-se
montar o arranjo completo.

2.3 Modo de aferição dos resultados

Como o choro é um gênero de difícil execução instrumental, e considerando que o foco deste suplemento é a promoção de um
primeiro contato dos alunos com este gênero, deve-se relativizar os resultados obtidos nas avaliações, que devem ocorrer no
início, no desenvolvimento e no final do processo.
Inicialmente deve-se avaliar se o aluno tem conhecimento prévio sobre o assunto, ou se simplesmente, tem algum contato
com o gênero: ele pode ter ouvido choro por intermédio de alguma pessoa da família ou de amigos, por exemplo. As avaliações
realizadas durante o processo devem focar na sua evolução durante a compreensão da semicolcheia e das células rítmicas e a
execução destas no instrumento. A avaliação do fim do processo pode levar em conta, além destes fatores, a sua evolução na
prática em conjunto.
Quando os alunos chegarem ao ponto da execução no instrumento, pode-se sugerir a autocrítica do grupo: depois de tocar, os
alunos comentam sobre o que ouviram, o que acharam bom, e o que poderia melhorar. O professor deve ter o cuidado de mediar
estas conversas, procurando sempre exaltar o lado positivo que os alunos expõem além de utilizar o seu conhecimento musical
para guiar o grupo na busca de soluções para os possíveis problemas que serão levantados.

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2.4 Referências complementares

Livros Discos
CAZES, Henrique. Choro: do quintal Jacob do Bandolim e Época de Ouro - Vibrações
ao municipal. Editora 34. Grupo Arranca Toco
Traça um panorama histórico do Coleção Princípios do Choro
estilo, desde seu início até os dias Coleção Choro Carioca
atuais. Livro de fácil leitura, contém
Radamés Gnattali Sexteto - Depoimentos Vol. 1 e 2
histórias dos principais compositores
de choro. Orquestra Pixinguinha
Art Metal Quinteto & Banda de Câmara Anacleto de
Medeiros - Sempre Anacleto

Sites
http://www.samba-choro.com.br/
Possui uma agenda semanal de eventos de choro e samba pelo país. Tem uma seção
de troca de partituras, onde é possível baixar diversos títulos, disponibilizados pelos
próprios usuários do site.

http://www.acari.com.br/
Possui biografia de uma vasta gama de compositores. É o site de venda dos produtos
da Acari Records, um dos principais selos especializados em choro.

http://ims.uol.com.br/
Possui on-line parte dos acervos de discos de 78 RPM dos pesquisadores Humberto
Franceschi e José Ramos Tinhorão. É possível ouvir gravações de época com
Pixinguinha, Ernesto Nazareth, ou com a Banda do Corpo de Bombeiros com Anacleto
de Medeiros, além de outros artistas.

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3 Atividades para levar para casa

3.1 Atividade 1: Entrevistas

A ideia aqui é realizar uma pesquisa por faixas etárias. Peça aos alunos para escolher 6 pessoas, separando-as por grupos:
Grupo 1: até 25 anos; Grupo 2: dos 25 aos 50 anos; Grupo 3: acima de 50 anos. Depois, devem entrevistá-las,
utilizando o questionário abaixo.

Grupo 1 (até 25 anos):


Você conhece chorinho?
Resposta 1.
Resposta 2.
Resposta 3.

Que músicas de chorinho você se lembra?


Resposta 1.
Resposta 2.
Resposta 3.

Você conhece algum músico ou artista que tocam chorinho?


Resposta 1.
Resposta 2.
Resposta 3.

Grupo 2 (de 25 a 50 anos):


Você conhece chorinho?
Resposta 1.
Resposta 2.
Resposta 3.

Que músicas de chorinho você se lembra?


Resposta 1.
Resposta 2.
Resposta 3.

Você conhece algum músico ou artista que tocam chorinho?


Resposta 1.
Resposta 2.
Resposta 3.

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Grupo 3 (acima de 50 anos):
Você conhece chorinho?
Resposta 1.
Resposta 2.
Resposta 3.

Que músicas de chorinho você se lembra?


Resposta 1.
Resposta 2.
Resposta 3.

Você conhece algum músico ou artista que tocam chorinho?


Resposta 1.
Resposta 2.
Resposta 3.

Quando todos o alunos tiverem realizado a pesquisa, inicie um processo de comparação das respostas,
utilizando o seguinte questionário. (O educador pode propor outras perguntas que achar pertinente).
1. Qual grupo conhece mais músicas e músicos de chorinho?
2. Existiram diferenças entre os grupos entrevistados? Quais?
3. Existiu algum tipo de semelhança entre os resultados obtidos nas diferentes pesquisas? Que semelhanças
são estas?

Após, o educador pode mediar um debate buscando obter respostas dos alunos sobre o porquê dos resultados
obtidos. Caberá aos alunos chegar a algumas conclusões, utilizando seu próprio conhecimento, para assim,
buscar demonstrar e compreender os motivos que levaram às respostas dos entrevistados.

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3.2 Atividade 2: Composição de melodia

Exponha aos alunos as três células rítmicas abaixo, junto com os dois conjuntos de notas.

Célula 1 Célula 2 Célula 3

Grupo 1 Grupo 2


Aqui pede-se para evitar a pauta. Ela organizaria as notas e poderia influenciar na escolha da ordem destas pelos alunos.

Depois, peça para que, em casa, componham uma melodia de oito compassos. Para isto, dividirão os oito compassos em dois,
formando assim, dois grupos de quatro compassos.

O próximo passo será escolher uma célula rítmica para os primeiros quatro compassos e outra para os últimos quatro. Depois, o
aluno irá transcrever a célula no espaço em branco acima da partitura, criando uma espécie de guia. No exemplo abaixo foram
escolhidas aleatoriamente as células 1 e 3.

Depois, os alunos utilizarão as notas do grupo 1 para os primeiros quatro compassos e as notas do grupo 2 para os últimos quatro.
Aqui, eles têm a liberdade para utilizar em qualquer tessitura, porém, tem que conseguir tocar a melodia no seu instrumento. À
medida que vão tocando e ouvindo a melodia, devem ficar à vontade para efetuar quaisquer mudanças guiadas pelo “ouvido”. Abaixo
segue um exemplo de um possível resultado final deste exercício.

Quando todos tiverem suas melodias compostas, podem apresentá-las em aula, onde os alunos e o professor podem debater sobre
o que ouviram, apontar pontos positivos, e buscar alguns caminhos para melhorá-las. Como uma forma de incentivo à classe, o
professor pode participar do exercício e trazer sua melodia para apresentar aos alunos.

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ANEXO 1 - A percussão no choro e no maxixe

O objetivo deste anexo é tornar simples a adaptação de um grupo de percussão para o acompanhamento de algum
grupo que execute choro nos polos do Projeto Guri. Cada educador pode incorporar outras soluções para transmitir
estas informações. Porém, deve-se tomar o cuidado para não transformar todas as conduções em conduções de
samba, que é um acontecimento comum: o choro e o samba são estruturados em subdivisão de semicolcheias, e,
por este motivo, é fácil fazer um choro perder sua leveza característica e se transformar em samba.

1 Pandeiro e caixeta no choro

A condução do pandeiro no choro se assemelha muito à utilizada no samba. Porém, segundo Oscar Bolão, em seu livro
“Batuque é um Privilégio”, cada um destes gêneros possui uma acentuação característica. O autor aconselha ainda a
manter uma condução mais linear, com menos intervenções. Procurou-se aqui, na medida do possível, manter o padrão
de escrita para percussão desenvolvida por Bolão.

1.1 Pandeiro

Nesta notação de pandeiro, “membrana” refere-se ao toque que se faz na pele do instrumento com o dedo indicador
ou médio da mão que o empunha. Os outros três toques são realizados com a outra mão. “Dedos” referem-se ao toque
com a ponta dos dedos; “base” refere-se ao toque com a base da mão; “polegar” ao toque com o polegar.

Repare que a acentuação se dá na segunda semicolcheia, e na segunda e quarta semicolcheias. Interessante lembrar o
aluno de que este acento lembra a síncopa, característica destes gêneros.

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1.2 Caixeta (pode ser executada em um tamborim)

Oscar Bolão compara a execução da caixeta com um tamborim. Ela é tocada com baqueta, e usa-se o indicador da mão
que segura o instrumento para realizar o complemento rítmico da frase.

2 A bandinha rítmica do maxixe

O maxixe é um gênero que foi, e ainda é, bastante tocado com bandas de música, normalmente de corporações, como a
Banda do Corpo de Bombeiros. A formação característica destas bandas era instrumentos de sopro e percussão. E esta
era formada por bumbo, caixa-clara, pratos de choque, além de outros instrumentos. Este gênero tem em sua acentuação
característica, um ritmo bastante comum em música popular:

2.1 Bumbo

O acento importante do bumbo no maxixe é no segundo tempo. Coloco aqui, duas variações para o bumbo no maxixe:

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2.2 Pratos de choque

O acento importante dos pratos de choque é no contra tempo (colcheias). Pode-se executar o toque aberto ou fechado:

Porém, pode-se também marcar seu acento característico:

2.3 Caixa

A caixa normalmente irá marcar a acentuação característica do maxixe.

Pode também marcar a segunda semicolcheia do segundo tempo com um rulo. Esta ideia também pode ser estendida
ao primeiro tempo.

2.4 Caixeta

Chame a atenção do aluno para a acentuação. Faça-o notar que os acentos fazem parte da acentuação característica do maxixe.

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ANEXO 2 - O violão e o cavaquinho no choro

O violão talvez ocupe o cargo de principal, e mais difundido, acompanhador de choro. Desde a segunda metade do século XIX faz-se
presente em rodas de choro, em diversas maneiras de tocar, dentre elas a dos violões de 6 e 7 cordas. Este instrumento tem a
vantagem de concentrar, ao mesmo tempo, duas funções de acompanhamento: executar os baixos e os acordes, tornando possível o
acompanhamento solitário de um solista.

O cavaquinho possui uma importante função no acompanhamento de choro. Devido a sua tessitura, não assume a função dos
baixos, mas faz um importante papel de diálogo rítmico com o pandeiro em um regional. Instrumento de tradição portuguesa, faz-se
presente, como o violão, em rodas de choro desde meados do século XIX. É importante lembrar que o primeiro conjunto considerado
típico no choro foi o grupo “Choro Carioca”, criado por Joaquim Calado, no último quarto do século XIX. Este grupo era formado por
dois violões e cavaquinho, que acompanhavam sua flauta nos bailes da época.

O acompanhamento de choro é uma arte. Cada músico se expressa de maneira própria quando está fazendo acompanhamento, e
a improvisação e o diálogo entre os músicos são constantes. A improvisação se apresenta como um elemento complicador para a
transcrição: a mudança das células rítmicas presentes nos acompanhamentos é normalmente constante, tornando muito difícil
indicar um ritmo com precisão. Foge do objetivo deste anexo criar exímios acompanhadores de choro. A informação contida neste
anexo é de noções básicas de acompanhamento de choro nestes dois instrumentos.

1 Violão

A técnica básica de acompanhamento de violão de choro coincide com a técnica clássica do instrumento, utilizando os dedos polegar,
indicador, médio e anelar da mão direita. O polegar é utilizado para fazer os baixos e os outros três, os acordes.
Estas três conduções que seguem são tradicionais formas de acompanhamento de choro:

Esta é uma condução rítmica típica de maxixe:

Este é o baixo característico do maxixe “Flamengo”, de Bomfiglio de Oliveira:

Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo 19


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2 Cavaquinho

No samba e no choro, utiliza-se o palhetado alternado para fazer o acompanhamento. Abaixo, duas conduções rítmicas típicas de
choro. As setas indicam a direção da palheta.

Abaixo, duas conduções rítmicas de maxixe. Para executar a “nota fantasma”, basta aliviar a pressão na mão esquerda, para sair um
som seco e percussivo. A mão direita continuará com a pulsação das semicolcheias.

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Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo 11
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assinatura para o ano de 2011

ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO

ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE CULTURA

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