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Parte 1.
- Mas afinal , o que é a Teoria do Caos ?
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-Entendimento Prático
Você certamente já planejou algo do tipo: “amanhã à tarde irei à casa de meu
colega para juntos irmos à praia”. Então você acorda com um belo dia
ensolarado, mas aos poucos o céu fica completamente nublado, mesmo com a
previsão meteorológica: “Fim de semana com sol durante o fim de semana em
todo o Estado”.
Você poderá ficar triste e dizer: devido a esta desordem do caos, nunca
saberei quando o clima estará propício a ir à praia. Mas e se eu lhe disser que
por trás desta desordem climática há uma ordem escondida?
Assim, a teoria do caos não é uma teoria de desordem, mas busca no aparente
acaso uma ordem intrínseca determinada por leis precisas. Além do clima,
outros processos aparentemente casuais apresentam certa ordem, como por
exemplo, o quebrar das ondas do mar, crescimento populacional, arritmias
cardíacas, flutuação do mercado financeiro, etc...
Talvez isto seja animador, mas você ainda deve saber que em situações onde
aparentemente há ordem, como por exemplo, o movimento de um pêndulo de
relógio cuco, um pouco de caos ainda subsiste. Esta é a teoria do caos: há
ordem na desordem e desordem na ordem.
Parte 2
Principais pesquisadores do Caos:
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- Edward Lorenz
No departamento de Meteorologia do Boston Tech, atualmente conhecido
como MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), ano: 1955. Um
cientista de cerca de 38 anos, chamado Eduard Norton Lorenz, preenche a
vaga deixada por Thomas Malone no corpo docente deste departamento.
Lorenz herda, desta forma, a direção de um projeto de pesquisa cujo
estudo se concentrava na previsão estatística do tempo. Herda também a
possibilidade de participar daquilo que seria o início de “uma nova ciência”.
A previsão estatística do tempo é muito parecida com a previsão sinóptica,
que se caracteriza por se basear mais em observações do passado do que
em princípios físicos. Tal forma de previsão era do tipo linear, ou seja, a
temperatura de um local poderia ser prevista e calculada como sendo uma
constante a, somada com uma constante b mais uma outra constante c
multiplicada pela temperatura de hoje em um outro local... O trabalho do
meteorologista se limitava a determinar os valores destas constantes a, b,
c ... e os preditores – elementos climáticos que multiplicam as constantes.
-Benoit Mandelbrot
"O mundo que nos cerca é caótico mas podemos tentar limitá-lo no computador.
A geometria fractal é uma imagem muito versátil que nos ajuda a lidar com os
fenómenos caóticos e imprevisíveis." Benoît Mandelbrot
Quando você pensa em uma certa mercadoria, qualquer que seja ela, você sabe
que seu preço ora sobe, ora desce, ou seja, dado um intervalo considerável de
tempo, este preço se comporta de forma imprevisível. Várias podem ser as
causas para este comportamento: a mudança de certas regras comerciais, uma
expectativa de falta iminente da mercadoria, ou ainda, uma retração geral da
economia... etc. De uma forma geral, os preços devem variar aleatoriamente e
ordenadamente. Paradoxo? Não. Em uma escala micro, em curto prazo, os
preços se comportam desordenados; mas em numa escala macro, em longo
prazo, há certas tendências ordenadas como quando, por exemplo, há um longo
período de recessão.
Quando um estatístico estuda certos dados, tais como o preço de certa
mercadoria, ele utiliza uma ferramenta indispensável: um gráfico em forma de
sino que representa a distribuição gaussiana ou normal dos dados. Esta curva
mostra, neste caso, os preços de certo produto em um certo período de tempo.
Desta forma a maioria dos valores discretos de preços se situa na parte
central desta curva, ou seja, a média. Porém, nos lados desta parte central, a
curva cai muito rapidamente.
Existiria um padrão nestes preços? O economista Hendrik Houtahkker aplicou
esta forma de sino para estudo de oito anos de preço de algodão, constatando
que a curva não se ajustava à distribuição normal perfeitamente. De forma
estranha, a curva se alongava ao invés de cair rapidamente.
Algum tempo depois, Benoit Mandelbrot, um jovem matemático, foi convidado
para fazer uma palestra no departamento de economia de Havard, do qual
Houtahkker era professor. Coincidentemente, Mandelbrot tinha em mente uma
figura bastante parecida com o diagrama de preços de algodão que Houtahkker
tinha em sua sala. Mandelbrot concluiu que os preços de algodão seriam um bom
conjunto de dados que ele poderia utilizar para prosseguir seus estudos. Eles
eram numerosos – havia dados de mais de um século – e não continham
interrupções.
Mandelbrot fazia parte da International Business Machines Corporation (IBM)
e usou os computadores da empresa para processar os dados dos preços do
algodão. Como Houtahkker já havia notado, os números mostravam aberração
quanto à distribuição normal. O que era impressionante é que havia certa
ordem oculta, havia simetria em pequenas e grandes escalas. Isto significava
que as seqüências de variações independia da escala. Olhando as variações
diárias e comparando-as com as variações mensais, notava-se que elas
correspondiam-se perfeitamente. Era isto o que Mandelbrot procurava! um
padrão onde , pensava-se, só existiria aleatoriedade.
Tempos depois a IBM começou a enfrentar problemas em suas linhas
telefônicas que eram usadas para a transmissão de dados. Vez ou outra havia
certos ruídos que causavam erro nos dados transmitidos. Quando Mandelbrot
começou a analisar o problema, soube que os ruídos, apesar de aleatórios,
apresentavam características peculiares: em certos períodos praticamente não
havia ruídos, enquanto que em outros, havia vários erros de transmissão e mais:
dentro de períodos de erro havia períodos de transmissão perfeita. A previsão
dos ruídos era simplesmente impossível.
Haveria alguma relação deste fenômeno com o comportamento dos preços de
algodão? Mandelbrot acreditava que sim. A intuição geométrica era uma de
suas qualidades e logo associou a distribuição de erros a uma construção
matemática chamada conjunto de Cantor, nome dado em homenagem ao
matemático russo George Cantor (1845-1918). Tal construção é simples.
Comece com uma linha de certo tamanho; tire o terço médio; tire o terço médio
das duas linhas restantes; repita o processo várias vezes. O que sobra são
finas linhas, chamadas poeira de Cantor (ver figura abaixo).
Parte 4.
A Magia do Caos.
A magia tende a ser tratada como separada ou além da nossa existência do dia
a dia. A Magia do Caos, contudo, sustenta que os trabalhos mágicos funcionam
melhor quando são adaptados às situações de nossa vida.
O ajuste do Caos é se tornar mais flexível e adaptado no mundo em que
vivemos, para abrir um vasto ângulo em vez de uma única visão direcionada do
universo e abrir novas alternativas para encontrar a posição e perspectiva para
agir e atuar decisivamente. Magia se torna não somente o que fazemos, mas
como vivemos.
A magia se estagna quando se torna presa em um conjunto de formulações e
procedimentos. Olhar além do que conhecemos como magia, é ir além.