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Adaptação celular
Adaptações metabólicas fisiológicas
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Conceitos:
Atrofia numérica
Atrofia quantitativa
Atrofia simples
Tipos de Atrofia Atrofia Gorda
Atrofia Fibrosa
Atrofia Pigmentar
Atrofia Mucóide (serosa)
Hipertrofia- Aumento de tamanho de um tecido ou de um órgão por um aumento do tamanho das células.
Pseudo-hipertrofias
Tipos de Hipertrofia Hipertrofia compensatória ou adaptativa
Hipertrofia hormonal
Aplasias congénitas
Tipos de Aplasia
Aplasias adquiridas
Hipoplasias congénitas
Tipos de Hipoplasia Hipoplasias adquiridas
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Lesão Celular e necrose
Lesão Celular
Causas
Isquémia (ou anóxia) – Função respiratória ou circulatória anormal
Agentes físicos: Radiações, traumas, frio, calor, etc.
Agentes químicos: Metais pesados, tetracloreto de carbono, venenos, etc.
Agentes biológicos: Vírus, bactérias, fungos, parasitas, etc.
Hipersensibilidade
Alterações genéticas (Defeitos genéticos ou cromossómicos)
Alterações endócrinas (Actividade hormonal deficiente ou excessiva)
Desequilíbrios nutricionais (Deficiências proteicas e vitaminas- excessos de hidratos de carbono e de lípidos)
Mecanismos
Hipóxia
Interrupção da fosforilação oxidativa nas mitocôndrias e depleção e ATP
Alteração da membrana celular
Ca nas células
Patogenia
1. Aumento ligeiro de Ca++. A célula tem capacidade de reparação e a homeostasia é resposta.
2. Influxo de Ca++, aumento da permeabilidade para o Na e entrada de H2O. Membrana celular tem
capacidade para ser reparada se a causa for suspensa.
Anóxia
Paragem da produção de ATP pelas mitocôndrias
ATP celular
AMP e estimulação da glicólise anaeróbia
Glicogénio e acumulação de ácido láctico e fósforo (proveniente do ATP)
pH
Desnaturação das proteínas
Alteração da membrana celular (hidrólise de macromoléculas)
-Passagem de Na e H2O para a célula (tumefacção celular- edema celular)
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Falha de bomba de sódio (ausência de ATP)
-Entra Na e K
Libertação de enzimas para o exterior Se a fosforilação oxidativa for
Ribossomas destacam-se do RER reiniciada as alterações são
reversíveis.
Alteração das microvilosidades (quando existem)
Membrana celular perde a estrutura morfológica normal
Necrose
Acidofilia do citoplasma.
Alterações do núcleo.
Acção das enzimas dos lisossomas detritos celulares.
Diagnóstico diferencial:
Autólise- digestão pelas enzimas dos lisossomas
Heterólise- digestão por glóbulos brancos
Necrose- observa-se: inflamação, congestão, enfarte, trombo…
Putrefacção- lise dos tecidos necrosados por enzimas bacterianas
Núcleo
As alterações são muito frequentes (Ex: patologia tumoral)
Anomalias de tamanho (Ex: aumento irregular nos tumores)
Alterações do número (Ex: células multinucleadas em células de origem macrofágica e nos tumores.
Inclusões)
Citoplasma
Aumento de volume (+ frequente)
Hiperhidratação
Alterações com diferentes graus- reversíveis ou irreversíveis (Ex: Degenerescência. Tumefacção turva)
Acidofilia
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Lesões reversíveis da célula
Para alguns autores é sinónimo de degenerescência hidrópica, para outros é um estadio celular mais avançado e de
maior gravidade onde se observam vacúolos claros, de grandes dimensões.
Célula aumentada de volume, citoplasma claro, homogéneo, com os organitos de aspecto normal.
Penetração de água no citoplasma devido a uma lesão electiva da membrana plasmática. (Ex: antigénios virais fixos à
membrana e que são atacados pelo sistema imunitário (anticorpos e linfócitos T).
Etiologia (causa) - Vírus epiteliotrópicos (Febre aftosa, Esgana, Varíola), venenos, deficiências circulatórios
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Lesões irreversíveis da célula
Necrose
Fenómeno patológico (diferente da apoptose, alterações post-mortem, artefactos devido à colheita e
processamento de material)
Apoptose atinge células isoladas e a necrose atinge grupos de células
As células e os tecidos podem sobreviver mais ou menos tempo à ausência de nutrição:
Citoplasma
Necrose de coagulação- aspecto denso, opaco, granuloso
Necrose de liquefacção- desaparecimento das membranas e estruturas
Alterações: Aumento do volume celular
Vacuolização das mitocôndrias
Aparecimento de lípidos
Aumento da permeabilidade- lesão da membrana celular
Acidofilia
Coloração difusa do citoplasma e do núcleo
Perda dos limites celulares
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Núcleo
Alterações mais evidentes do que no citoplasma (Ex: picnose)
porém existem algumas alterações
Alterações: Hipercromatose nuclear
Picnose- Condensação da cromatina
Cariólise- Dissolução da cromatina
Cromatólise- inibição dos tecidos pela cromatina
Tipos de necrose
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2. Necrose de Caseificação- Enzimas libertadas produzem a coagulação das proteínas e particularmente das
gorduras.
Ocorrência- Granulomas (Ex: tuberculose), linfoadenite caseosa dos ovinos
Aspecto microscópico- perda do contorno das células e da coloração diferencial
Aspecto macroscópico- (aspecto de queijo) tecido necrótico seco, sem coesão, cor cinzento-amarelado.
4. Necrose Supurada- Devido à acção das enzimas das bactérias e dos neutrófilos. Ocorrência- abcessos.
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5. Necrose da gordura
Ocorrência- tecido adiposo
Etiopatogenia- Necrose traumática da gordura. Necrose pancreática (acção de lípases). Ingestão de certas
gramíneas (festuca nos bovinos)
A hidrólise dos triglicéridos provoca a formação de glicerol e ácidos gordos, os quais se
combinam com Na, K e Ca formando sabões.
Aspecto microscópico- Nos adipócitos há deposição de material opaco e homogéneo de cor azulada (sabões
de Na), rosada (sabões de K) e púrpura (Ca)
Aspecto macroscópico- opaco, sólido ou granuloso.
Úlcera- Perda de substância do revestimento cutâneo ou mucoso, com pouca tendência para cicatrizar.
Crosta- Tecido necrótico em processo de separação do tecido normal.
Evolução
Reparação:
Regeneração
Cicatrização Atrofia
(tecido
fibroso)
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Apoptose (Morte Celular Programada)
1-Adaptação dos tecidos a novas situações
Ocorre durante: estímulos fisiológicos, na regulação da constituição dos tecidos, estimulação dos linfócitos
pelas citoquinas
Alguns estímulos patológicos podem também aumentar (insuficiência funcional dos órgãos) ou diminuir a
apoptose (tumores)
Relacionado com a homeostase na regulação fisiológica dos tecidos. Mecanismo de controlo de qualidade
celular.
Desenvolvimento embrionário
Organogénese
Renovação de células epiteliais e hematopoiéticas
Involução de órgãos
Regressão de tumores
Morfologia
Organelos com estrutura normal (na necrose não), marginação e condensação da cromatina, fragmentação da
célula e do núcleo- corpos apoptóticos
Isolamento da célula em apoptose. Diminuição do volume com perda de água (na necrose não) e modificação da
forma.
Gangrena
Ocorre em tecidos necrosados onde crescem microorganismos saprófitas que levam à degradação dos açúcares
e das proteínas.
Corresponde a necrose com putrefacção
Surge principalmente em tecidos onde as bactérias saprófitas têm fácil acesso (pele, pulmão, intestino, glândula
mamária)
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Tipos de Gangrena
Seca- surge em focos de necrose com pouca quantidade de líquido devido a evaporação ou drenagem (pouco
favorável para o desenvolvimento microbiano)
Causa: Isquémia devido a vasoconstrição ou congelamento. Festuca arundinácea (substância vasoconstritora
concentrada na erva seca). Ergotismo (as toxinas produzidas por Claviceps purpura, presente em pastagens,
provocam vasoconstrição e lesões vasculares)
Aspecto macroscópico: Linha de demarcação entre o tecido gangrenoso de cor escura e o tecido normal
Alterações Pós-Morte
Rigor mortis
-Endurecimento e contracção dos músculos
-Diminuição de ATP
-Tempo:
1-6 horas- início
1-2 dias- desaparece
Algor mortis- arrefecimento do corpo
Livor mortis- palidez das mucosas
Alterações de cor
Hipostase- acumulação de sangue devido à gravidade
Inibição pós-morte- degradação dos eritrócitos e inibição dos tecidos por hemoglobina (avermelhado).
Actuação as bactérias sulfídricas na hemoglobina (azulado, esverdeado, púrpura- putrefacção)
Inibição pela bílis (esverdeado)
Amolecimento dos tecidos- a autólise confere um aspecto cozido
Distensão dos órgãos digestivos- devido à produção de gases
-Pode sair sangue pelas narinas e podem surgir falsos prolapsos rectais e falsas roturas do estômago.
Pressão- A dilatação de órgãos (ansas intestinais, abdómen) provoca pressão (fígado, miocárdio)
Bolhas de gás
Cheiro característico
Sangue no ventrículo esquerdo
Não coagulado
Morte recente (contracção do VE provoca a saída de sangue)
Rigor mortis desapareceu (24-72 horas após a morte)
Coagulado
Pode estar presente em doenças de evolução arrastada
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Causas e aceleração dos processos autolíticos
Temperatura elevada
Ambiente
Lã dos carneiros
Temperatura elevada no momento da morte (tétano)
Presença de bactérias de putrefacção
Fermentação dos reservatórios gástricos
(Para retardar os processos autolíticos: conservação a 4ºC e fixação rápida de acordo com as normas)
Autólise pós-morte
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Perturbações do metabolismo dos lípidos
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Perturbações do metabolismo dos lípidos
Esteatose
Órgãos: Ocorre em quase todos os órgãos (ex: coração, músculo esquelético, rim), mas é mais comum no
fígado (principal órgão envolvido no metabolismo dos lípidos).
Lesão reversível.
Resulta do transporte de lípidos para as células afectadas em quantidades que excedem a sua capacidade
para os metabolizar; e da incapacidade da célula para sintetizar proteínas e lipoproteínas necessárias para o
transporte de lípidos para o exterior das células afectadas.
Patogenia
A acumulação excessiva de triglicéridos pode resultar num defeito em qualquer uma das etapas numeradas no
esquema seguinte:
1- Entrada excessiva de ácidos gordos no fígado
2- Síntese de ácidos gordos aumentada
3- Oxidação reduzida de ácidos gordos (anóxia)
4- Esterificação aumentada dos ácidos gordos para
triglicéridos (álcool)
5- Síntese reduzida de apoproteínas (dietas pobres em
proteínas. Lesão do RER devido a álcool ou tetracloreto de
carbono)
6- Secreção comprometida de lipoproteínas do fígado
(tóxicos- álcool)
Significado
Na forma mais ligeira não tem efeito na função celular.
Quando é mais acentuada pode alterar a função celular
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Aspecto microscópico
Órgãos fixados pela formalina:
Desidratação pelo álcool- Dissolução de gordura
Células com vacúolos, por vezes confluentes. Núcleo em posição periférica.
Cortes de congelação
Coloração pelo Sudan- Gotas lipídicas coradas de vermelho ou negro
Coração
Miócitos (anemias graves)
Aspecto macroscópico
Fígado
- Aumento de volume
- Cor mais clara
- Brilho untuoso
- Peso específico diminuído
- Consistência friável
Rim
- Cor pálida
- Na medula presença de estrias esbranquiçadas e brilhantes
Coração
- Alterações pouco expressivas
- Por vezes surgem zonas com estrias claras
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Colesterol
Origem- Alimentação. Síntese endógena (fígado)
Utilização- Membranas celulares. Hormonas esteróides.
Circulação no plasma- LDL. HDL
Eliminação- Hepatócitos (bílis). Macrófagos
Aspecto microscópico
Colesterol intracelular
Colesterol acumulado- Pequenas gotas: inclusão em parafina (espaços vazios) ou cortes por
congelação
Colesterol extracelular
Precipitação de colesterol em grande quantidade no líquido extracelular sob a forma de cristais,
geralmente associados às células xantomatosas
Os cristais são grandes com forma característica
-Rectangulares (colesterol livre)
-Losângicos (colesterol esterificado)
Inclusão em parafina (espaços vazios) ou cortes por congelação
Corpos estranhos (reacção macrofágica e fibrose)
Ex: Placas aterosclerosas, quistos epidérmicos, colesteatomas
Aspecto macroscópico
Coloração amarelada (xantomatose). Podem estar presentes placas ou nódulos (xantomas)
-Pode estar presente fibrose (acinzentado) ou hemossiderina (acastanhado)
Presença de cristais (sobrecargas extracelulares)
- Ex: Placas ateromatosas, cálculos colesterólicos, focos de necrose, abcessos, quistos epidérmicos
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Por vezes endurecimento dos tecidos
- Presença de fibrose (ex: histiocitofibromas dérmicos, xantogranulomas)
Consoante a abundância e distribuição, as células xantomatosas podem formar:
-Xantomas- nódulos ou placas, principalmente na pele
-Xantomatoses- infiltração generalizada, principalmente nas vísceras (xantomatoses viscerais)
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Arteriosclerose
A arteriosclerose indica espessamento e perda de elasticidade das paredes arteriais.
Os 3 tipos de arteriosclerose são:
Aterosclerose
Arteriosclerose de Monckeberg (caracterizada por calcificações focais na camada média das artérias
musculares de pequeno e médio calibres, sem inflamação associada)
Arteriosclerose (os dois tipos (1) hialina e (2) hiperplásica, caracterizam-se por espessamento difuso da
parede arteriolar, estreitamento do lúmen e isquémia os tecidos distais)
Aterosclerose
Doença das artérias progressiva, caracterizada por placas
ateromatosas (fibrose e lípidos) da camada íntima, formadas a
partir da deposição de lípidos, proliferação e células musculares
lisas, síntese de matriz extracelular.
Morfologia
Placa ateromatosa típica (ateroma) é uma lesão amarelo-
esbranquiçada da camada íntima que faz saliência para dentro do
lúmen do vaso.
Aspecto microscópico
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Os lípidos extracelulares derivam da passagem de lípidos a partir do lúmen (devido à hipercolesterolémia e
das células espumosas). A acumulação de colesterol é consequência de um desequilíbrio entre a sua
passagem para o interior e a saída.
As células musculares lisas também acumulam lípidos, principalmente colesterol.
Os macrófagos produzem enzimas e citoquinas que agravam a lesão.
Complicações
-Calcificação, úlceras, predisposição para trombose local, hemorragia, atrofia medial, formação de microêmbolo de
colesterol e dilatação tipo aneurisma.
- A aterosclerose permanece assintomática até surgir:
Diminuição do lúmen vascular com necrose e gangrena
Ruptura da placa com trombose e oclusão do lúmen (enfarte)
Formação de êmbolos de uma placa ateromatosa (ex: enfartes renais devido a êmbolos)
Diminuição da resistência de um vaso com formação de aneurisma (eventual ruptura).
Pseudo-hipertrofia lipomatosa
Aspecto microscópico- Presença de áreas onde se observam fibras musculares e outras em que há substituição por
tecido adiposo. Também pode estar presente tecido fibroso.
Aspecto macroscópico- Aumento de volume (pseudo- hipertrofia muscular). Presença de trabéculas branco-
amareladas e a consistência pode estar aumentada (tecido fibroso).
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Perturbações do metabolismo dos Glúcidos
Sobrecarga de glicogénio
Causas:
Sobrecargas adquiridas
-Hiperglicémia (diabetes)
-Neoplasias (ex: carcinoma renal)
Sobrecargas congénitas
- Doenças de armazenamento de glicogénio (Glicogenoses)
Morfologia
Aspecto macroscópico
-Pouco expressivo
-Quando ocorrem grandes sobrecargas:
Aumento de volume do órgão afectado
Coloração mais clara
Aspecto microscópico
-Fixados alcoólicos e coloração com Carmim de Best
Glicogénio é visível de cor rosa vivo ou vermelho
-Fixadores aquosos
Célula aumentada de volume, muito clara, contorno celular muito evidente,
núcleo geralmente claro e em posição central (semelhante a célula vegetal)
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Perturbações do metabolismo das proteínas Patologia
dos espaços intercelulares com acumulação de proteínas
Esclerose ou Fibrose
Endurecimento de um órgão ( colagénio é o principal responsável)
Preserva ou altera a função dos tecidos ou dos órgãos afectados
Colagénio normal ou anormal
Aspecto microscópico- Colagénio em feixes espessos e densos. Número variável de fibroblastos. (Algumas
escleroses podem ter um número elevado de fibras elásticas espessas e irregulares ou fibras reticulares)
Esclerose sistematizada:
Acompanha a trama conjuntiva pré-existente e respeita inteiramente as estruturas tecidulares
Esclerose mutilante:
Não respeita a topografia pré-existente e desorganiza o tecido. Tem repercussões funcionais mais intensas.
Quanto à etiologia
-Esclerose pós-inflamatórias ou pós-necróticas
São as mais frequentes
- Escleroses distróficas
Secundárias a um processo geral (ex: senescência, insuficiência endócrina, factores
vasculares de hipoxia crónica). Acompanham e acentuam a arquitectura existente.
Quanto à patogenia
- Escleroses pós- inflamatórias correspondem muitas vezes a uma fase de reparação tecidular (citoquinas produzidas
por células de reacção inflamatória- macrófagos)
- Esclerose independentes de qualquer inflamação (factor tipo isquémico, agente físico, agente tóxico ou auto-
imunitário)
Esclerose sistémica progressiva (esclerodermia) – Deposição excessiva de colagénio em diversos
tecidos e órgãos. Provavelmente tem origem auto-imune.
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Substância Hialina
Deposição de material hialino (homogéneo, vítreo, claro, translúcido,
amorfo, denso, eosinófilo e refringente)
Gotas hialinas
Presentes no citoplasma das células epiteliais dos tubos contornados renais
Correspondem a excessiva reabsorção de proteínas do lúmen dos tubos renais (por endocitose)
Surgem em processos patológicos com proteinúria (por alteração da permeabilidade glomerular)
Cilindros Hialinos
Presença de substância hialina nos tubos renais
Hialinose arteriolar
Deposição de substância hialina entre as fibras musculares que se apresentam comprimidas.
Observa-se espessamento da parede do vaso e diminuição do lúmen
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Amiloidose
Substâncias amilóides
As substâncias amilóides correspondem a um conjunto de substâncias proteicas extracelulares que têm em
comum características morfológicas e físico-químicas.
As substâncias amilóides encontram-se em quadros variados.
Aspecto macroscópico- Alguns órgãos infiltrados pela substância amilóide aumentam de volume (nódulos ou
difuso) e adquirem consistência firme. Coloração pálida e brilho semelhante ao da cera virgem (vidrado e
translúcido). Órgãos friáveis, com tensão da cápsula com tendência para ruptura e hemorragia. Superfície de corte
pálida, translúcida, homogénea (Iardácea tipo toucinho). Baço lardáceo (deposição difusa) e baço sagu (deposição
focal).
Num corte macroscópico, um tecido ou órgão infiltrado com substância amilóide, adquire uma coloração
acastanhada sob o efeito do lugol, e esta adquire um aspecto azul violeta sob a acção do ácido sulfúrico diluído.
Aspecto microscópico- Homogéneo, sem estrutura tecidular ou celular visível, amorfo, eosinófilo (HE).
O tratamento pelo permanganato de potássio descora a substância amilóide se for do tipo AA (e não AL)
Coloração específica- Ex: Vermelho do Congo (alaranjado). Exame com luz polarizada, o amilóide é
refringente verde e ao exame com ultra violeta tem fluorescência avermelhada. PAS positivo
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Composição da substância amilóide
Proteínas (principal componente)
Constituída por fibrilas cuja natureza varia com a doença subjacente e forma a base da classificação.
As fibrilas são β-plissadas (que lhe confere resistência à degradação)
Carbohidratos (reacção com o PAS e iodo)
Lípidos
Origem
Parece estar ligada à fagocitose de imunocomplexos e proteínas desnaturadas em circulação pelas células
fagocitárias, com degradação enzimática e de várias proteínas e polipeptídeos e exocitose de cadeias leves de
globulinas, precursoras da substância amilóide.
2. Substância amilóide AA
Conhecida também como “amiloidose sistémica reactiva”. Presente nos estados inflamatórios
(amiloidose “secundária”)
Composta por uma única proteína chamada “amilóide AA” (“amyloid associated”). Derivada de uma
proteína percursora que existe normalmente no sangue, SAA (Serum amyloid associated). Esta
proteína é sintetizada e segregada pelos hepatócitos sob influência de citocinas (IL-1 e IL-6) libertada
durante a resposta inflamatória aguda.
Forma mais importante de amilóide nos animais.
Consequências
1. Deposição progressiva de amilóide provoca atrofia devido à compressão do parênquima adjacente.
2. Proteinúria
3. Insuficiência cardíaca
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GOTA
Alteração do metabolismo das purinas com deposição nos tecidos de ácido úrico sob a forma
essencialmente de cristais de urato de sódio. A deposição ocorre no tecido conjuntivo e membranas
serosas, afectando principalmente as articulações (Gota articular), pleura, peritoneu, tubos renais da
região papilar (Gota visceral).
A maioria dos mamíferos converte o ácido úrico em alantoína (através da uricase hepática) como produto
final do metabolismo das purinas
O homem, cão dálmata e aves eliminam ácido úrico (excretado principalmente pelos rins e é pouco solúvel
na urina) como produto final do metabolismo da purinas ( não possuem alantoína ou não ocorre a oxidação)
O excesso de uratos no sangue e nos fluidos orgânicos determina a deposição no tecido conjuntivo e nas
serosas de cristais hidrossolúveis em forma de agulhas, com a presença de uma reacção granulomatosa.
A fagocitose dos cristais provoca perfuração dos fagossomas pelos cristais determinando morte celular e
amplificação da reacção inflamatória, o que favorece ainda mais a precipitação de novos “ tofos gotosos”,
tornando o processo crónico, com deformação local e dor aguda e intensa.
Aspecto macroscópico
Cavidades articulares com substância esbranquiçada semelhante a gesso. As superfícies apresentam-se
polvilhadas de gesso com aspecto pulverulento.
Gota articular (deposição nas articulações). Gota visceral (deposição nas serosas e no interior dos órgãos,
principalmente no rim e nos ureteres).
Aspecto microscópico
Ao nível do “tofo gotoso”, observa-se uma zona central necrosada e com finas agulhas correspondentes aos
cristais (os cristais são hidrossolúveis, e são dissolvidos durante o processamento pela técnica de rotina).
Esta zona central está rodeada por um granuloma com macrófagos, células gigantes, linfócitos e
plasmócitos.
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Patologia do cálcio
Calcificação patológica
(Calcificação distrófica e Calcificação metastática)
Localização
Tecidos
Localizadas
Difusas
Lúmen dos canais excretores
Mecanismo
Calcificação Distrófica
Presença de um substrato anormal
Não há aumento de cálcio humoral
Ex: Necrose
Calcificação Metastática
Depende de hipercalcémia
Morfologia
Aspecto macroscópico
Endurecimento
Branco acinzentado
Range ao corte
Radio-opacos aos raios X
Aspecto microscópico (sem descalcificação)
-Grânulos irregulares que podem confluir. Às vezes fragmentados devido ao corte.
Púrpura (H.E.)
Negro (Von Kossa)
Calcificação distrófica
Localizado
Calcificação metastática
Principalmente rim, pulmão, estômago, coração, parede das artérias e córnea. A localização
preferencial é nas membranas basais e fibras elásticas.
Pulmão
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Consequências
Depende do local e da intensidade
Inócuo e inerte (apesar de permanente e irreversível)
Pode ter efeitos graves (ex: válvulas cardíacas, complicações de ateromas, alterações respiratórias,
insuficiência renal)
Aspecto macroscópico
Formações nodulares. Epiderme pode estar ulcerada. Ao corte estão presentes formações circunscritas de
substância branca, envolvida por tecido conjuntivo. Os nódulos podem estar encapsulados.
Aspecto microscópico
Massas isoladas ou confluentes de material basófilo envolvido por histiócitos, células gigantes e tecido
conjuntivo com neutrófilos e linfócitos.
Nomenclatura
Biliares (colelitíase e colélitos)
Urinários (urolitíase e urólitos)
Brônquicos (bronquiolitíase e bronquiólitos)
Salivares (sialolitíase e sialólitos)
Vasculares (flebólitos e arteriólitos- formados a partir de trombos)
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Litíases cálcicas
Mecanismo
Litíases primárias ou metabólicas
Concentração excessiva de cálcio ou diminuição da sua solubilidade
Litíase secundária
Substrato anormal (ex: corpo estranho, coágulo de fibrina, muco, células necrosadas, aglomerados microbianos)
Localização
Canais pancreáticos
Vasos sanguíneos
Glândulas salivares
Vesícula biliar
Vias urinária
-Causas (Ex: Hipercalciúria, Oligúria, substrato anormal)
-Consequências (Ex: Cólicas, Anúria, Hidronefrose)
Falsos cálculos
Formadas no aparelho gastro intestinal, constituídos por material exógeno (pêlos ou fibras vegetais)
Tipos:
Pilobezoários (piloconcreções ou egagropilos) são formadas por pêlos ingeridos
Bovinos, cães e suínos
Inócuos, obstruções, rupturas ou peritonite
Fitobezoários (fitoconcreções)
Equinos e ruminantes.
Fecalomas
Material fecal dessecado e endurecido
Pigmentos
Exógenos
Têm origem no exterior
Corpos estranhos
Endógenos
Fazem parte do organismo
Produzidos pelo organismo
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Patologia dos pigmentos
Aumento
Diminuição
Localização anormal
Pigmentos Exógenos
Tatuagens
Sais de prata- Argirismo
Sais de bismuto- Bismutismo
Sais de chumbo- Plumbismo
Carotenos- Carotenose
Sílica- Silicose
Ferro- Siderose
Aspecto microscópico- Presença de grânulos negros resistentes aos branqueadores (MNO4K e H2O2)
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Pigmentos endógenos
Melanina
Pigmento granular, castanho ou negro. Responsável pela cor escura da pele, cabelo, mucosa oral (cães),
cascos e chifres de alguns animais
Destruído pela oxidação (H2O2)
Diminuição
- Localizada
- Generalizada
Aumento
-Generalizado
-Localizado
Melanomas (neoplasias benignas ou malignas- ex: cães, equinos)
Melanose
Visceral e cutânea (geralmente congénitas)
Melanose maculosa (Pulmão, fígado)- Disposição tipo “tabuleiro de xadrez”
com limites nítidos. Mais frequente em animais jovens. Sem significado clínico
Lipofuscina
Derivam da oxidação dos lípidos
Ocorrem na senilidade, caquexia ou carências em vitamina E
Coração, músculo esquelético, fígado, adrenal, neurónios, tiróide, paratiróide,
rins, ovários, testículos, linfonodos.
Resistentes aos solventes dos lípidos
Substâncias sudanófilas (coram-se com os corantes dos lípidos)
Fígado Neurónio
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Pigmentos derivados da hemoglobina
Hemossiderina
Ocorre em locais onde há desintegração excessiva de hemácias. Pigmento amarelo dourado ou castanho
escuro. Tem aspecto granular e está presente principalmente dentro dos macrófagos
Resulta da degradação da Hb
Apresenta uma estrutura semelhante à da ferritina
Contém Ferro
Identificado com Azul da Prússia - Conversão do ferrocianeto de potássio em ferrocianeto férrico (azul
esverdeado)
Pulmão Fígado
Aspecto macroscópico- Coloração acastanhada dos órgãos quando presente em grande quantidade
Aspecto microscópico- Grânulos brilhantes amarelos dourados ou castanhos. Presentes entre as células, dentro das
células epiteliais ou dos macrófagos (geralmente estão fagocitados). Positivos ao Azul da Prússia
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Hemocromatose
-Alteração do metabolismo do ferro
Etiologia
- Quantidades excessivas de ferro são absorvidas no intestino ou através de transfusões
- Anemias por carências de ferro e cobalto
Lesões
- Deposição de pigmentos principalmente dentro das células epiteliais do fígado, rins, pâncreas, pele e
glândulas salivares. Os pigmentos são semelhantes à hemossiderina.
-Cirrose hepática e atrofia das ilhotas de Langerhans (“Diabetes bronzeada”)
Hematoidina
Presença de cristais extracelulares amarelados ou
alaranjados
Não reage com o Azul da Prússia
Ocorre junto a hemorragias antigas
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Pigmentos parasitários (Schistosomas, Fascíola, Plasmódio)
Hematina da malária
- Resulta da digestão enzimática da Hb pelo Plasmodium sp com ruptura das hemácias
- Presença de grânulos castanho escuros nos macrófagos (baço, fígado, linfonodos, medula
óssea)
Hematina provocada por Schistosoma sp (provocada pela digestão da Hb no aparelho digestivo
destes parasitas)
- Presença de grânulos castanho escuros nas células de Kupffer
Hematina provocada por Fascioloides sp
Porfirinas
Adquiridas
o Intoxicação por hexaclorobenzeno ( fungicida)
o Fenotiazina (antihelmíntico)
o Ingestão de plantas (Hypericum sp. Fagopyrum sp.)
o Alteração da excreção de filoeritrina (derivado da degradação da clorofila) devido a
lesão hepática.
Congénitas
Porfiria congénita
o Alteração na biossíntese do grupo Heme
o Bovinos (gene recessivo), suínos e gatos (gene dominante)
o Acumulação no organismo de porfirinas e dos seus percursores
o Presença de grande quantidade de uroporfirinas e coproporfirinas na
circulação sanguínea
o Aumento da excreção destas substâncias nas fezes e urina
Patologia e clínica
o Hiperporfirinémia
o Hiperporfirinúria (urina vermelha escura quando exposta à luz solar)
o Ossos castanhos e dentes rosados (fluorescência vermelha sob a acção de UV)
o Fotossensibilização (as porfirinas são pigmentos fotodinâmicos)
- Quando os animais são expostos à luz solar pode surgir eritrema, edema, necrose
Pigmentos Biliares
Não contêm ferro (azul da Prússia negativos)
Icterícia
Alteração caracterizada pela coloração amarela esverdeada dos tecidos, provocada pelo aumento do
nível sérico dos pigmentos biliares.
Classificação
Icterícia pré-hepática ou hemolítica
Icterícia hepática ou tóxica
Icterícia pós-hepática ou obstrutiva
33
Aspecto macroscópico- Coloração amarela facilmente reconhecível em alguns tecidos (esclerótica ovular,
mesentério, omento, gordura)
Aspecto microscópico- Observa-se bilirrubina nos tecidos (quando em maior quantidade). Nos rins podem estar
presentes pigmentos precipitados de coloração acastanhada (células epiteliais e lúmen do tubos renais). No fígado,
na colestase, podem estar presentes precipitados nos canalículos biliares e grânulos nas células de Kupffer,
macrófagos e hepatócitos.
Fígado com bilirrubina
Características da bilirrubina
Não conjugada
Não é hidrossolúvel
Não é excretada pela urina
Em excesso é tóxica para o cérebro
Conjugada
-Hidrossolúvel
-Não é tóxica
- Pode ser excretada pela urina (bilirrubinúria)
Mecanismo
Hemólise excessiva
Aumento de bilirrubina não conjugada
O fígado não tem capacidade para metabolizar e excretar
Características
o Aumento da bilirrubina não conjugada no sangue e deposição nos tecidos
o Aumento de urobilinogénio nas fezes e urina
34
Icterícia hepática ou tóxica
Causas
o Lesões hepáticas que provoca diminuição da capacidade funcional dos hepatócitos
Infecções (leptospiras, vírus)
Intoxicações (venenos)
Neoplasias
Mecanismo
Lesão dos hepatócitos
Diminuição da capacidade de metabolização e excreção
hepática
Tumefacção dos hepatócitos e bloqueio dos canalículos
biliares
Características
Aumento da bilirrubina não conjugada no sangue (devido à lesão dos hepatócitos)
Aumento da bilirrubina conjugada no sangue (devido à tumefacção dos hepatócitos)
Mecanismo
Diminuição do fluxo biliar
Características
Acumulação de bilirrubina conjugada no fígado com reabsorção
Aumento de bilirrubina conjugada no sangue
Diminuição de urobilinogénio
Fezes descoradas com esteatorreia
Urina descorada
35
Hiperémia e congestão passiva
Edema
Hemorragia
Choque
Trombose
Embolia
Isquémia
Enfarte
36
HIPERÉMIA E CONGESTÃO PASSIVA
Aumento do volume sanguíneo nos tecidos ou nas zonas afectadas
Na hiperémia todos os capilares estão funcionais, dilatados e cheios de sangue arterial, bem oxigenado, o que
origina a cor vermelho vivo dos tecidos. Há aumento do débito sanguíneo e de metabolitos para os tecidos
Fisiológica:
- Aumento de O2 e nutrientes.
- Aumenta o leito vascular
Ex: Digestão (estômago), exercício físico (músculo estriado), ovulação (ovários)
Patológica:
- Aumento do fluxo sanguíneo devido à libertação local de mediadores químicos da inflamação (acção na
musculatura dos vasos e na barreira endotelial)
- Relaxamento dos esfíncteres pré-capilares e diminuição da resistência pré-capilar
- Aumenta o leito vascular
- Vasos de reserva ficam funcionais
(Ex: Inflamação aguda, infecções, traumatismos, queimaduras, radiações, paralisia do simpático)
Etiologia:
Congestão passiva localizada
Compressão ou obstrução dos vasos (ex: neoplasias, granulomas, abcessos), embolias, trombos
venosos, garrote, torção das vísceras, congestão hipostática (animais acamados), gravidez (veia femoral)
Congestão passiva generalizada
Insuficiência cardíaca, embolias, trombos
37
Insuficiência cardíaca
– Esquerda – Congestão pulmonar por insuficiência ventricular esquerda, estenose ou insuficiência da mitral
Na fase inicial as lesões são reversíveis, tornando-se depois irreversíveis devido à fibrose.
Pulmão cardíaco – Pesado, firme, muito congestionado sobretudo na base onde se associa a serosidade
(edema alveolar). Ao microscópio observam-se células de insuficiência cardíaca (macrófagos com
hemossiderina)
Fígado Cardíaco
Aspecto microscópico – Capilares e veias dilatadas cheias de sangue. Na congestão aguda do fígado as veias centrais
e os capilares sinusóides estão dilatados mas podem não ter sangue (pode sair durante o corte ou processamento
dos tecidos)
Fígado Pulmão
38
– Congestão passiva
• Edema
• Hemorragias
• Degenerescência
• Atrofia
• Fibrose
• Necrose
• Trombose
EDEMA
- Acumulação anormal de líquido nos espaços intersticiais ou nas cavidades corporais (ex: derrame pericárdico,
pleural, peritoneal ou ascite)
- Pode ocorrer em qualquer região do organismo, incluindo as neoplasias e órgãos ocos
- Aumento de volume rápido ou lento
- A acumulação anormal de líquido corresponde a água, sais e quantidades variáveis de proteínas
Nomenclatura:
- Hidrotórax (cavidade pleural)
- Hidropericárdio (saco pericárdico)
- Ascite (cavidade abdominal)
- Hidropisia
- Hidroperitoneu
- Hidrocelo (testículo)
- Hidrartrose (articulações)
- Hidrocéfalo (cérebro)
- Anasarca (edema generalizado no tecido subcutâneo)
- Elefantíase (membros e órgãos genitais externos)
- Edema pulmonar, ...
Características macroscópicas:
Presença de líquido que pode ter coloração amarelada
- Edema subcutâneo – mais evidente nas zonas inferiores dos membros (edema gravitacional)
- Edema generalizado – (anasarca) caracterizado por edema facial, sobretudo periorbitário
Sinal de godé – Compressão com dedo provoca uma depressão que regressa à posição inicial lentamente
- Edema dos órgãos sólidos – Aumento de volume e peso, separação dos elementos parenquimatosos e compressão
dos vasos, palidez, aspecto liso e brilhante. Vasos linfáticos acinzentados distendidos nas serosas
- Pulmões – Pesados, diminuição da crepitação e húmidos. Septos podem estar alargados (ou líquido nos espaços
alveolares). Geralmente ocorrem também alterações congestivas. Ao corte sai líquido espumoso
Consequências do edema
– Aspectos positivos
• Diluição de toxinas bacterianas ou de toxinas
• Dispersão de bactérias
– Aspectos negativos
• Depende do órgão afectado e da intensidade do processo
• Pode ou não provocar riscos para a vida
– O edema subcutâneo, por ex., não provoca por si só perigo para a vida
– Pode existir dificuldade ou até impedimento da respiração de forma adequada ou asfixia
(ex: edema pulmonar ou da glote, hidrotórax)
– Dificuldade de expansão diastólica e morte (hidropericárdio)
– Hipertensão craniana (edema cerebral)
HEMORRAGIA
Saída de sangue para fora do sistema cardiovascular
Etiologia:
Traumáticas
– Necrose da parede do vaso (úlcera, neoplasia)
– Rotura de um aneurisma (dilatação com menos resistência)
Doenças septicémicas (carbúnculo)
Toxinas (Peste suína, Pasteurelose, Enterotoxémia)
Intoxicação por plantas (Pteridium aquilinum)
Venenos químicos (arsénio, produto para desratização)
Anóxia
Lesões do fígado (deficiência em protrombina, fibrinogénio, F. VII, F. X e F. IX)
Perturbações do metabolismo da coagulação (hipocalcémia, deficiência em vit. K, dicumarol,
trombocitopénia, hemofilia – defeitos hereditários da coagulação)
Classificação:
Quanto à etiologia
– Vascular (ex: formação e ruptura de aneurismas, toxinas e agentes endoteliotrópicos - Bacillus
anthracis, Pasteurella multocida, PSC, PSA)
– Hemática (ex: intoxicações por dicumarínicos, hipovitaminose K ou C, hemofilia, trombocitopénia)
41
Quanto ao mecanismo de formação - Patogenia
– Por rexis
• Ruptura dos vasos de origem traumática
– Por diabrose
• Por necrose ou por acção de enzimas (tuberculose, úlceras)
– Por diapdese (diátese hemorrágica)
• Sem lesão aparente dos vasos. As hemácias passam através da parede vascular.
Geralmente ocorre nos capilares. Ocorrem petéquias ou púrpura
(ex: congestão prolongada nas vénulas)
Quanto à origem
– Arterial, Venosa, Capilar, Cardíaca
Quanto à morfologia
– Petéquias (hemorragias punctiformes)
– Púrpura (até 1 cm de diâmetro ou conjunto de petéquias próximas)
• Também é utilizado para descrever processos hemorrágicos generalizados
(petéquias e sufusões extensas em mucosas e serosas). Está associado, geralmente, às diáteses
hemorrágicas
• (Diáteses hemorrágicas – Doenças com tendência para a formação de hemorragias por defeito
congénito ou adquirido dos mecanismos de coagulação: deficiência na coagulação e septicémias que
provocam lesões em pequenos vasos)
– Equimose (2-3 cm de diâmetro)
– Sufusão ou mácula (mais extensa que a equimose, manchas difusas, planas e irregulares – limites mal
definidos)
– Extravasão (hemorragias extensas que ocupam grandes áreas nos tecidos)
– Hematoma (cavidade com sangue formada pela hemorragia)
Quanto à localização
– Epistaxis (hemorragias nasais)
– Hemoptise (h. aparelho respiratório – expectoração)
– Hematemese (h. aparelho digestivo – boca)
– Enterorragia (h. aparelho digestivo – ânus. Formação de melenas)
– Rectorragia (h. recto – sangue vermelho vivo)
– Hematúria (h. aparelho urinário – urina)
– Otorragia (h. aparelho auditivo)
– Hemoperitoneu (h. peritoneu)
– Hemotórax (h. cavidade pleural)
– Hemopericárdio (h. pericárdio)
– Hemartrose (h. cavidade articular)
– Hematoma ou hematoquisto (h. em cavidade formada pela h.)
Intensidade Consequências
Ligeira Não interfere de forma significativa com a vida do indivíduo
Moderada Não apresenta risco de vida, mas requer cuidados
Quando ocorre perda rápida de grandes volumes de sangue
(perda de mais de 1/3 da volémia) ou quando atinge órgãos vitais
Grave
(cérebro, pericárdio).
Risco de vida. Choque hemorrágico.
Resolução da hemorragia:
O coágulo pode ser absorvido ou quando as hemorragias são mais amplas, pode ocorrer organização e fibrose
Podem surgir infecções microbianas e pus, ou podem-se ainda formar aderências ou calcificação
Aspecto macroscópico:
Coloração vermelho vivo ou arroxeada
Aspecto microscópico:
Presença de glóbulos vermelhos fora dos vasos aglomerados em coágulos, livres ou fagocitados por macrófagos.
CHOQUE
- Insuficiência vascular periférica aguda que resulta da diminuição do débito cardíaco, por diminuição da
capacidade do coração para bombear sangue ou por diminuição do retorno de sangue venoso
- Acumulação de sangue nos pequenos vasos terminais (vénulas)
- Causas variadas, que conduzem a uma insuficiente perfusão dos órgãos e dos tecidos
- O choque leva a uma diminuição da pressão e do fluxo sanguíneo, que o organismo tenta compensar por vários
mecanismos
- Quando a situação de choque não é controlada surgem lesões, que embora não sejam patognomónicas, quando
analisadas no seu conjunto, podem sugerir choque. O diagnóstico é fundamentalmente clínico
43
Etiopatogenia:
Choque cardiogénico
– Diminuição da função cardíaca
Choque hipovolémico
– Diminuição do volume sanguíneo
Perdas extensas de líquido ou acumulação interna
Choque séptico
– Causado por infecções septicémicas bacterianas, principalmente por bactérias Gram negativas (choque
endotóxico), mas também por microorganismos Gram positivos e mais raramente por fungos
Uma grande diminuição do rendimento cardíaco ou do tónus vascular periférico (sem compensação por um deles)
provocam diminuição da pressão arterial
Choque cardiogénico - provoca diminuição da função cardíaca
Choque hemorrágico ou séptico - provocam diminuição do retorno venoso
TROMBOSE
- Coagulação do sangue num organismo vivo, nos vasos ou no coração. Este coágulo é chamado trombo, o qual
se encontra sempre aderente à íntima. Esta situação patológica deve ser bem distinguida da coagulação do
sangue após rotura vascular ou por autólise pós-morte
- Os mecanismos da coagulação fisiológica e da trombose são semelhantes, a sua diferença reside nas causas e
nas consequências
- A trombose é uma consequência de três tipos de alterações (Tríade de Virchow)
Lesão endotelial (é a mais importante). Por si só pode induzir trombose
Alterações no fluxo normal
Hipercoagulabilidade
Quando as duas últimas estão presentes, não há necessidade de lesão endotelial
Lesão endotelial:
Ocorre na maioria das tromboses arteriais e cardíacas, e em algumas tromboses venosas
Causas
– Traumatismos, arteriosclerose, infecções virais das células endoteliais, presença de bactérias na
superfície dos vasos, migração de parasitas na parede vascular, lesões dos vasos devido a infiltrações
neoplásicas, enfartes no miocárdio
Mecanismo
– Lesão endotelial ou endocárdica
– Exposição do colagénio subendotelial
– Adesão e agregação de plaquetas
– Desencadeia-se o processo de coagulação, havendo ainda contracção das células endoteliais ou
endocárdicas
o Quanto à localização
– Capilares
• Geralmente hialinos
• Ocorre na “Coagulação Intravascular Disseminada” (CIVD, DIC)
– Arteriais
• Geralmente brancos
• Principalmente ocorrem nas coronárias ou cerebrais no homem
– Venosos
• Geralmente vermelhos
• Localizados predominantemente nos membros inferiores
• Associados com estase ou lesões
– Cardíacos
• Murais ou valvulares
o Quanto à infecção
– Séptico
• Causado por um processo inflamatório
• Infecção secundária
– Asséptico
45
Características macroscópicas:
– Friáveis. Superfície granulosa. Irregular. Aspecto estriado. Aderente à
superfície do vaso
Características microscópicas:
– Plaquetas aderentes à superfície do vaso – aspecto amorfo, rosado, que
alterna irregularmente com camadas de fibrina e leucócitos ou com fibrina e
eritrócitos, ou apenas onde predomina a fibrina. Assim, a secção de corte é
irregularmente laminada. O corte do trombo pode ser efectuado em locais onde
apenas se observa a sua estrutura no meio do vaso sem se observar o local da
aderência. As fibrilas de fibrina são relativamente espessas e abundantes, o que
pode permitir fazer um diagnóstico diferencial com o coágulo pós-morte
Consequências:
Congestão passiva
– Edema
– Degenerescência
– Atrofia
Isquémia
– Degenerescência
– Atrofia
– Enfarte
Embolia
* Depende de:
- Localização
- Tipo de trombo
- Tecidos ou órgãos onde ocorre
46
COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA (CIVD)
- Perturbação trombo-hemorrágica que ocorre como uma complicação secundária em diversas doenças
- Caracterizada pela activação dos mecanismos da coagulação
- Leva à formação de microtrombos por toda a microcirculação
- Como consequência existe consumo de plaquetas, fibrina e factores de coagulação, e secundariamente activação
dos mecanismos fibrinolíticos
Etiologia:
– Septicémias por microorganismos Gram-negativos (Coli, Proteus, Klebesiela, Pseudomonas, Salmonelas)
– Gram-positivos (Pneumococus, Streptococus, Estafilicocus)
– Viroses – Herpes, hepatite vírica dos cães
– Neoplasias (Ex: Hemangiosarcomas)
– Insuficiência cardíaca
– Venenos
EMBOLIA
Presença de um corpo figurado diferente do sangue normal (êmbolo) na corrente circulatória, o qual é transportado
por esta, podendo bloquear o lume de um vaso com menor calibre
Etiologia:
- Fragmentos de trombos (95%)
- Agentes infecciosos
- Agregados celulares
- Fragmentos de tecidos
- Corpos estranhos
Tipos de êmbolos:
o Sólidos
• Mais frequentes
• Maioria tem origem em trombos
o Líquidos
• Embolia amniótica
– Durante o parto o líquido amniótico pode entrar na circulação devido a lesão das veias uterina e
cervical
• Embolia lipídica
– Fracturas ósseas
– Traumatismos no tecido adiposo
– Esteatose hepática intensa
o Gasosos
• Menos frequentes
• Perfuração torácica, lesão do pulmão, pneumotórax
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Consequências:
Dependem do local atingido e do tipo de êmbolo (ex: isquémia com degenerescência e atrofia, enfarte, congestão
passiva com edema, degenerescência e atrofia)
Fenómenos mecânicos
– Obliteração vascular
Lesão do endotélio
– Trombose vascular
Êmbolo séptico
– Foco infeccioso
Êmbolo canceroso
– Metástase
Êmbolo do corpo estranho
– Reacção granulomatosa
ISQUÉMIA
Deficiência no aporte de sangue a um órgão ou tecido
Consequências:
– Depende de diversos factores
• Tecido, eficiência da circulação colateral, grau de diminuição do lume vascular, rapidez com que surge
– Variáveis
• Degenerescência, atrofia, enfarte, fibrose
ENFARTE
Área localizada de tecido necrótico (necrose de coagulação) que resulta duma interrupção brusca da circulação
Raramente é causado por obstrução da drenagem venosa. Geralmente a área afectada é nutrida por uma artéria
terminal, sendo por isso de limites bem definidos
Um enfarte recente tem geralmente muito sangue. Quando um tecido morre (o mesmo sucede com os seus
capilares), o sangue tem tendência para refluir dos capilares não lesados para os que estão afectados (com menor
resistência), e que deixam passar o sangue para a área afectada
Etiopatogenia:
Obstrução de um vaso, geralmente terminal, muitas vezes por um trombo ou êmbolo que obstrui o vaso
Diagnóstico:
Necrose com obstrução vascular
48
Morfologia:
o Enfartes vermelhos ou hemorrágicos
– Os enfartes vermelhos não são tão bem delimitados como os brancos
– Observa-se área de necrose com edema e hemorragia
– Podem ocorrer por oclusão venosa ou arterial
– Com oclusão venosa
• Ex: torção de vísceras, ovário, testículo, intestino
– Com oclusão arterial
• Ex: baço, órgãos com circulação dupla (pulmões e fígado) ou com circulação única mas com
anastomoses (intestino)
Consequências
- Podem ser muito graves ou insignificantes
- Dependem da extensão do enfarte e do tecido ou órgão atingido
- Ocorre dor, febre, aumento de enzimas (ex: transaminases, fosfatases, desidrogenases)
- Quando ocorrem enfartes vermelhos muito extensos pode surgir icterícia
49
Inflamação
Sinais Clínicos:
Calor
-Hiperémia e aumento do metabolismo local
Rubor
-Hiperémia
Tumor
-Aumento da permeabilidade vascular- edema
Dor
-Irritação química nas terminações nervosas e compressão mecânica provocada pelo edema
Perda de função
- Depende da gravidade do processo inflamatório e varia com a vulnerabilidade e capacidade regenerativa do
tecido afectado
Causas
Infecções bacterianas
Agentes físicos
Substâncias químicas
Tecido necrosados
Reacções imunológicas
Papel da inflamação
Isolar a lesão
Destruir os microorganismos invasores
Inactivar as toxinas
Atingir a cura
Reparar
Inflamação aguda
Principais eventos na inflamação
Alterações no fluxo e no calibre dos vasos sanguíneos
Permeabilidade vascular aumentada
Eventos celulares: marginação, migração e activação
50
Alterações no fluxo e no calibre dos vasos sanguíneos
Vasoconstrição inicial transitória das arteríolas
Seguidamente, vasodilatação que provoca aumento de fluxo
Permeabilidade vascular e velocidade de circulação- estase e edema
Menor velocidade marginação dos leucócitos
51
Extravasamento retardado e prolongado
- Aumento de permeabilidade tem inicio 2-12 horas depois do estímulo e permanece durante horas ou
dias
- Provocado por lesões térmicas moderadas, raios X, radiação ultravioleta e algumas toxinas bacterianas
- Ocorre em vénulas e capilares
Extravasamento dos capilares em regeneração
- Durante a cicatrização da ferida
- Ocorre a partir dos novos capilares em desenvolvimento
Eventos celulares
Extravasamento de leucócitos e fagocitose
Passagem de leucócitos para o local da lesão
Marginação, rolamento e adesão
Transmigração através do endotélio (também chamada diapedese)
Migração nos tecidos intersticiais em direcção ao estímulo quimiotáctico
Adesão e transmigração
Devido a interacções entre as moléculas complementares de adesão nos leucócitos e no endotélio
Os mediadores químicos produzidos durante a inflamação modulam esta adesão
As principais moléculas de adesão endotélio-leucócito incluem:
Selectinas (E, P e L)
Imunoglobulinas, incluindo o ICAM-1 endotelial (molécula 1 de adesão intercelular) e VCAM-1 (molécula
de adesão da célula vascular). ICAM-1 e VCAM-1 ligam-se a integrinas
Fagocitose
A fagocitose envolve:
Fixação das partículas opsonizadas a receptores na superfície dos leucócitos
Ingestão pelos pseudópodes envolvendo a partícula fagocitada, criando um fagossoma
Fusão dos grânulos lisossomais com o fagossoma, levando à desgranulação
Destruição e degradação das bactérias
52
Mediadores químicos
Substâncias que quando são activadas participam, desencadeando, mantendo e amplificando os diversos processos
envolvidos na resposta inflamatória
Para que uma substância seja considerada um mediador na inflamação, tem que:
Ser isolada do local da inflamação
Quando injectada, provocar reacção inflamatória
Quando bloqueada, impedir a recção inflamatória
Os processos vasculares e os eventos leucocitários anteriormente descritos são produzidos por vários
mediadores químicos, derivados do plasma ou das células.
A maioria realiza a sua actividade biológica ligando-se inicialmente a receptores específicos nas células alvo
(alguns têm actividade enzimática directa. Ex: proteases)
Um mediador pode estimular a libertação de outros mediadores através das próprias células alvo,
fornecendo um mecanismo para amplificação, ou, em certas circunstâncias, anulando a acção mediadora
inicial.
Uma vez activados e libertados a maioria dos mediadores tem vida curta, sofrendo rápida degradação ou
sendo inactivados por enzimas ou inibidos por inibidores.
Existe um sistema de controlo e de equilibro na regulação da acção mediadora, porque a maioria dos
mediadores também tem efeitos potencialmente nocivos.
Aminas vasoactivas
Histamina
Serotonina
Mediadores químicos Complemento
Sistema das cininas
Sistema de coagulação
53
Aminas vasoactivas
A histamina e a serotonina, encontradas nos mastócitos, nos basófilos e nas plaquetas, provocam a vasodilatação e
aumento da permeabilidade vascular
Histamina
Presente nos mastócito, basófilos e plaquetas
Libertada em resposta a estímulos
Libertada rapidamente depois do estímulo
Efeitos mediados pelos receptores H1
Promove a dilatação arteriolar e contracção endotelial venular
- Resulta na ampliação das junções das células endoteliais com aumento a permeabilidade vascular
Após a sua acção é rapidamente degradada
Serotonina
- Efeitos vasoactivos semelhantes à histamina
- Presente nas plaquetas
- Libertada quando há agregação das plaquetas
Complemento
A activação do complemento ocorre através da:
Via clássica, iniciada pelos complexos antigénio-
anticorpo
Via alternativa do complemento, activada por
endotoxinas, polissacarídeos complexos e globulinas
agregadas
Os componentes do complemento com actividade inflamatória
incluem:
C3a - aumenta permeabilidade vascular
C5a- aumenta a permeabilidade vascular e é altamente
quimiotáctica para a maioria dos leucócitos
C3b e C3bi- actua como opsonina e promove a fagocitose
das células através da formação de receptores para C3b
C5-9- o complexo de ataque à membrana que lisa as
células e estimula o metabolismo do ácido araquidónico
e a produção de metabolitos reactivos do oxigénio pelos
leucócitos (“Membrane Attack Complex”- MAC C5-9)
54
Sistema das cininas
A activação do factor de Hageman produz o factor de coagulação XIIa, que converte pré-calicreína plasmática em
calicreína.
A calicreína cliva o cininogénio de alto peso molecular (CAPM) para produzir bradicinina, um potente estimulador do
aumento da permeabilidade vascular.
Bradicinina provoca:
Aumento da permeabilidade vascular
Dilatação arteriolar
Contracção do músculo liso (ex: brônquico)
Dor quando injectado na pele
Bradicinina tem um tempo de vida curto
Acções semelhantes à histamina
A calicreína é um activador potente do factor de Hageman, tem actividade, quimiotáctica e causa
agregação de neutrófilos
Sistema de coagulação
Também activado pelo facto de Hageman.
Culmina na:
- Conversão de fibrinogénio em fibrina através da acção da trombina
- Libertação de fibrinopeptídeos
Aumentam a permeabilidade vascular
São quimiotácticos
55
Metabolitos do ácido araquidónico
Metabolitos do AA- tempo de vida curto e actuam localmente no sítio da sua formação.
Rapidamente ficam inactivos ou são destruídos
AA é libertado da membrana celular pelas fosfolipases, as quais foram activadas por inversos estímulos e/ou
mediadores da inflamação
O metabolismo do AA ocorre através de duas vias principais denominadas pelas enzimas que iniciam as
reacções; lipoxigenase e cicloxigenase
Diversos agentes anti-inflamatórios não esteróides
Aspirina e drogas anti-inflamatórias não esteróides- Via da cicloxigenase
Esteróides actuam, em parte, inibindo Fosfolipase A2
As prostaglandinas e os leucotrienos incluem:
PGI2 (prostaciclina) e PGE2 que provocam vasodilatação
Tromboxano A2 que causa vasoconstrição
Leucotrienos C4, D4 e E4 que aumentam a permeabilidade vascular e provocam
vasoconstrição
Leucotrieno B4, que é um poderoso agente quimiotáctico
Citocinas e quimiocinas
Citocinas
Polipéptidos que são produzidos por macrófagos e linfócitos e por outros tipos de células
Termos e definições
Monocinas (produzidas por monócitos e macrófagos)
Linfocinas (produzidas por linfócitos)
Interleucinas (produzidas por células hematopoiéticas e actuam nos leucócitos)
Quimiocinas (estimulam o movimento dos leucócitos- quimiocinese- ou induzem a sua migração
direccionada- quimiotaxia)
Actuam regulando comportamentos das células
Efeitos autócrinos, parácrinos ou endócrinos
IL-1 e FNF (Factor de necrose tumoral), em particular, apresentam os seguintes efeitos inflamatórios:
No endotélio, aumentam a adesão dos leucócitos estimulam a síntese de PGI2 e FAP, aumentam a
trombogenicidade da superfície e induzem a produção de outras citocinas e factores de crescimento
(ex: IL- 8, IL- 6). Estes efeitos endoteliais são chamados “activação endotelial”.
Induzem as respostas sistémicas da fase aguda, incluindo febre, neutrofilia, efeitos hemodinâmicos
(choque) e sono
Nos fibroblastos induzem proliferação, aumento da formação de colagénio e aumento da síntese de
colagenase
Quimiocinas
IL-8 pertence a uma família de pequenas proteínas, chamadas
quimiocinas.
Importante na quimiotaxia
Activador dos neutrófilos e é induzido nos macrófagos
activados e células endoteliais por outras citocinas (IL-1 e
FNT)
57
Monóxido de azoto (Óxido nítrico- NO)
Foi inicialmente chamado “factor de relaxamento endotelial”
Esta molécula causa vasodilatação, inibe a agregação e adesão plaquetária e actua como um radical livre,
tornando-se citotóxica para certo microorganismos, células tumorais, e possivelmente também para outras
células tecidulares
Foi implicado em certas doenças, incluindo o choque séptico
É sintetizado pela arginina, oxigénio molecular e NADPH pela enzima óxido nítrico sintase (NOS)
Neuropéptidos
Ex: Taquiquininas, Sustância P, Neuroquinina A
A substância P tem diversas funções biológicas, incluindo a transmissão da dor, regulação da pressão sanguínea e
estimulação da secreção de células endócrinas e imunitárias. Além disso é um potente mediador, aumento a
permeabilidade vascular.
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Resumo dos Mediadores Químicos da Inflamação
INFLAMAÇÃO SEROSA
Predomínio de edema- exsudado
Ocorrência
Cavidades serosas (pleural, pericárdica, peritoneal)
1ª fase de pneumonias
Queimaduras (vesículas)
Febre aftosa- Estomatite vesicular
Causas
Geralmente agentes pouco patogénicos
Pele- Queimaduras, venenos, traumatismos
No canal vertebral e cavidade do cérebro- bactérias e vírus
Pulmão- Bactérias ou vírus, clorofórmio, éter
Evolução
Pode evoluir para inflamação fibrinosa ou purulenta
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Características macroscópicas- Líquido ou fluido aquoso nas cavidades ou nos tecidos. Pode ser turvo..
Características microscópicas- Hiperémia. Presença de um precipitado rosa. Pouca quantidade de fibrina. Alguns
leucócitos e eritrócitos.
Características microscópicas- Aumento das células mucosas. Perda das superfícies do epitélio. Hiperémia.
Infiltração de células inflamatórias.
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Inflamação mucopurulenta- Predomínio de muco e pus
Inflamação mucofibrinosa- Predomínio de muco e fibrina
INFLAMAÇÃO FIBRINOSA
Predomínio de fibrina
Ocorrência
Membranas mucosas e serosas
Pericárdio, faringe, alvéolos pulmonares, pleura, peritoneu, sinoviais, intestino
Causas
Peripneumonia contagiosa dos bovinos, Vírus de laringotraqueíte, Enterite fibrinosa dos suínos, enterite e
peritonite infecciosa
Significado
Protecção contra a perda de sangue das mucosas necrosadas e da acção irritativa nos tecidos
Evolução
O exsudado fibrinoso pode ser removido
Pode sofrer organização (presença de fibroblastos e vasos sanguíneos) formando-se aderências que
impedem os movimentos e funções normais (ex: pericárdio)
Características macroscópicas- Formações e esbranquiçadas e irregulares. Aspecto turvo, rugoso e sem brilho. Pode
ter aspecto viloso. Nas mucosas, a fibrina pode formar pseudomembranas que se destacam facilmente dos tecidos-
inflamação crupal. Formam-se moldes que têm a forma dos brônquios e bronquíolos e que são expelidos com a
tosse. Também podem sair junto com as fezes “moldes do intestino”.
Quando a fibrina permanece intimamente aderente ao tecido necrosado designa-se inflamação diftérica e difteróide
no homem e nos animais respectivamente.
Características microscópicas- Aspecto rosado com detritos celulares. A fibrina surge sob a forma de fibrilas
acidófilas. A fibrina pode ter um aspecto denso não fibrilar. Pode também estar aderente às superfícies. Geralmente
está associada necrose de coagulação. Os tecidos subjacentes estão hiperémicos
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Inflamação crupal
Formação de pseudomembranas que se destacam facilmente
Ex: Mucosas da faringe laringe, traqueia, brônquios ou intestino
Os animais podem eliminar os moldes de fibrina
INFLAMAÇÃO PURULENTA
Predomínio de Pus
Pus
- Presença de um grande número de PMN’s vivos ou mortos, células necrosadas dos tecidos e exsudado.
Abcesso- Colecção de pus circunscrito
Fleimão- Difusão de pus nos tecidos
Empiema- Acumulação de pus em cavidades naturais
Causas
Bactérias piogénicas (ex: Corynecbacterium sp. E. coli, Staphylococcus sp, Streptococcus sp)
Significado e evolução
A necrose supurada que é característica da inflamação purulenta é uma resposta violenta contra
agentes patogénicos. Por vezes quando esta reacção é extensa e prolongada origina-se uma toxémia.
Características macroscópicas- Exsudado purulento. Cor branco amarelado ou esverdeado. Consistência cremosa
mais ou menos fluida (quase sólida)
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INFLAMAÇÃO HEMORRÁGICA
Exsudado com predomínio de glóbulos vermelhos, fibrina e proteínas plasmáticas.
Pode resultar de uma alteração grave do endotélio ou de uma estase venosa
Causas
Microorganismos muito patogénicos
Venenos
Ocorrência
Carbúnculo, Pasteurelose, Riquetsiose, Pneumonia hemorrágica, Leptospirose
Significado
Geralmente é de prognóstico muito reservado
Características macroscópicas- Superfícies e tecidos com material avermelhado, com consistência gelatinosa mais
ou menos fluída.
Características microscópicas- Muitos glóbulos vermelhos fora dos vasos. Hiperémia. Fibrina e proteínas
plasmáticas. Leucócitos.
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Evolução do processo inflamatório
- A penetração de um corpo estranho, ou de um agente vivo num hospedeiro, provoca uma reacção inflamatória
aguda, caracterizada pelo exsudado em que participam os neutrófilos e os fagócitos mononucleados. Estes
leucócitos fagocitam o invasor e tentam destruí-lo ou neutralizá-lo.
- Finalidade é atingida resolução do processo.
- Quando o agente agressor persiste, a situação pode complicar-se e evoluir para uma inflamação crónica, se não
existirem factores quimiotácticos para os neutrófilos.
- Contudo, se o agente patogénico continuar a persistir em altas concentrações, pode estimular a maturação dos
fagócitos mononucleados, que coalescem e se dividem originando um granuloma maturo (corpo estranho).
- Se o agente persistir e as linfocinas estimularem os macrófagos estes sofrem uma hipermaturação evoluindo para
células epitelióides, originando um granuloma epitelióide, que persiste até à destruição do agente patogénico.
INFLAMAÇÃO CRÓNICA
- Caracterizada por uma abundante infiltração linfocitária ou plasmocitária que traduz uma forte reacção imunitária
local.
- Os fenómenos exsudativos estão ausentes ou muito atenuados, a actividade macrofágica é moderada e embora,
por vezes, a fibrose cicatricial não seja muito marcada, condiciona a gravidade da lesão (ex: hepatite crónica).
- Existência de um infiltrado linfoplasmocitário não permite inferir sobre o tempo de evolução das lesões,
indicando apenas o desenvolvimento de uma reacção imunitária local.
- Acompanha as inflamações prolongadas devido à persistência do agente agressor, mas pode também caracterizar
reacções de evolução rápida, particularmente nas infecções virais, nomeadamente encefalites crónicas.
- A fibrose inflamatória é geralmente hipertrófica provocando um aumento de volume e da consistência do tecido
atingido, o que por vezes leva a que se possa confundir, macroscopicamente, esta lesão com uma neoplasia.
- Por vezes, a fibrose inflamatória pode ser atrófica e o órgão apresentar-se de dimensões inferiores ao normal. A
hiperplasia epitelial está frequentemente associada à reparação cicatricial, como se pode observar na epiderme, à
volta dos orifícios das fístulas cutâneas, na mucosa das trompas nas salpingites crónicas.
É uma inflamação que pode ter duração prolongada, na qual a inflamação activa, a destruição tecidular e as
tentativas de cicatrização ocorrem de forma simultânea.
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Surge de várias formas:
Pode ocorrer após inflamação aguda, devido à persistência do estímulo que desencadeou o processo ou
devido a alguma interferência no processo normal de cicatrização.
Pode ser o resultado de surtos repetidos de inflamação aguda
Pode começar de forma insidiosa como uma resposta latente de baixa intensidade que não segue a
inflamação aguda clássica, numa das seguintes situações:
Infecção persistente por microorganismos ( ex: bacilos da tuberculose, infecção viral), que
são de baixa toxicidade mas que desencadeiam uma reacção imunológica
Exposição prolongada a substâncias não degradáveis, mas potencialmente tóxicas (ex:
silicose, abestose nos pulmões)
Reacções imunes, em particular aquelas perpetuadas contras os próprios tecidos do
indivíduo (ex: doenças auto-imunes)
Características histológicas:
Infiltração por células mononucleadas, principalmente macrófagos, linfócitos e plasmócitos.
Destruição tecidular
Reposição do tecido conjuntivo da lesão por um processo que envolve a proliferação dos vasos sanguíneos
(angiogénese) e fibrose.
Infiltração mononuclear
Macrófagos:
- Elementos importantes na inflamação crónica devido ao grande número de produtos biologicamente activos que
podem segregar
- Derivados dos monócitos do sangue periférico que foram induzidos a migrar através do endotélio por agentes
quimiotácticos:
1. C5a
2. Fibrinopeptídeos
3. Citocinas (PQM-1)
4. Factor de crescimento derivado das plaquetas
5. Fragmentos de colagénio
6. Fibrinonectina
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Macrófagos são activados (pelas linfocinas, produzidas pelas células T imunes activadas ou por factores não imunes
- ex: endotoxina) para segregar:
1. Proteases neutras
2. Factores quimiotácticos
3. Metabolitos do ácido araquidónico
4. Metabolitos reactivos de oxigénio
5. Componentes do complemento
6. Factores de coagulação
7. Factores de crescimento
8. Citocinas (ex: IL-1, FNT)
9. Outros factores (ex: FAP, alfa-interferão)
Outras células
Linfócitos:
Os linfócitos são mobilizados por anticorpos e reacções imunes mediadas por células, e também por motivos
desconhecidos através de reacções não- imunológicas
Apresentam uma relação recíproca com os macrófagos na inflamação crónica. Podem ser activados através
do contacto com antigénio e inespecificamente por endotoxinas bacterianas.
Os linfócitos activados produzem linfocinas, e estes( em particular, gama-interferão) são os principais
estimuladores dos monócitos e dos macrófagos.
Os macrófagos activados produzem monocinas que, por sua vez, influenciam a função das células B e T.
NOTA: Macrófago activa linfócito por monocinas e este activa macrófago por linfocinas.
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Reparação de tecido conjuntivo:
Como a destruição tecidular na inflamação crónica envolve as células parenquimatosas e a estrutura do estroma, a
reparação não pode ser realizada apenas através da regeneração das células parenquimatosas. Portanto, a
reparação envolve substituição por tecido conjuntivo que com o tempo produz fibrose e cicatrização.
A migração dos fibroblastos e a sua subsequente proliferação também são mediadas por factores e crescimento.
(ex: Factor de crescimento derivado das plaquetas, Factor de crescimento endotelial, Factor de crescimento dos
fibroblastos, TGF-Beta)
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INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA
Caracteriza-se por granulomas- conjunto focal e organizado de fagócitos mononucleares ou de células epitelióides.
A formação de um granuloma significa que uma substância estranha resistiu à acção da inflamação aguda e está a
ser aprisionada e destruída por elementos maturos do sistema fagocitário mononuclear.
- A persistência dos granulomas resulta da longa sobrevivência dos macrófagos ou da sua multiplicação. Assim,
podem-se considerar 2 tipos de granulomas:
Granulomas de renovação baixa (low turn-over)- Geralmente provocados por substâncias inertes, presentes
em abundância nos macrófagos (ex: carvão). Quer a emigração exógena quer a proliferação endógena são
baixas, e as lesões perduram, devido ao tempo longo de vida dos macrófagos (4-6 semanas)
Granulomas de renovação alta (high turn-over)- São induzidos por substâncias tóxicas (ex: Mycobacterium)
e contêm a substância irritante em pequenas proporções nos macrófagos. A sobrevivência é devida à alta
capacidade de multiplicação e emigração. O tempo de vida dos macrófagos é apenas alguns dias
-Os granulomas persistem até à destruição do agente. Podem ainda emigrar ou morrer. Os elementos mais
maturos, como as células epitelióides e os macrófagos activados podem evoluir para formas menos maturas.
Morfologia
b) Fagócitos activados
Macrófagos, células maiores achatadas, sulcos, saliências, prolongamentos em contacto com outros macrófagos com
outros macrófagos mas sem se fundirem.
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c) Células epitelióides
São ainda maiores, citoplasma extenso e pálido, eosinófilo, aparelho de Golgi e RER muito desenvolvidos,
prolongamentos que se interligam com os das células vizinhas.
Células muito activas na pinocitose, degradação, exocitose e destruição de microorganismos. Embora a sua
capacidade de fagocitose seja inferior à dos macrófagos, têm uma actividade secretora superior. O aspecto
pseudoepitelial resulta do agrupamento em paliçada.
d) Células gigantes
Dimensões variadas, podem ter várias dezenas de núcleos que resultam da fusão dos macrófagos induzida por
citocinas.
Granulomas infecciosos
Actinomicose- Actinomyces bovis (Gram +)
Actinobacilose- Actinobacillus lignieresi (Gram -)
Coligranuloma- E. coli (Gram - )
Tuberculose (Mycobacterium sp.)
Paratuberculose (Mycobacterium paratuberculosis)
Aspergilose (Aspergillus fumigatus (PAS positivo)
Parasitas- Helmintes, voso de Shistosomas
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Ocorre também em estados patológicos em que as funções líticas dos macrófagos são deficientes.
Os granulomas exprimem, geralmente, uma reacção imunitária celular devido a interacções entre os macrófagos e
os linfócitos
-Acção das linfocinas. Quimiotactismo, imobilização dos macrófagos e formação de granulomas
Os granulomas representam um mecanismo de defesa do organismo contra o agressor que resistiu à reacção
inflamatória aguda. A reacção inflamatória aguda é uma reacção inespecífica, que pode ser desencadeada por
números mecanismos, a partir da alteração celular, qualquer que seja a natureza do agressor. Ao contrário, a
reacção granulomatosa é uma reacção biologicamente específica, em particular quanto está presente uma resposta
imunitária celular, desencadeada contra um antigénio de um determinado agressor.
3. Elaboração de proteínas da fase aguda pelo fígado (ex: Proteína C-reactiva, amilóide A) induzida
pela libertação de IL-1, FNT e IL-6.
Reparação
Regeneração dos tecidos lesados por célula parenquimatosas do mesmo tipo
Substituição por tecido conjuntivo
Renovação celular
Células lábeis- Boa capacidade de regeneração e de renovação
Ex: Epiderme, epitélio das mucosas, epitélio do trato gastrointestinal
Células estáveis- Boa capacidade de regeneração e pouca renovação
Ex: Hepatócitos, epitélio dos tubos renais, ácinos pancreáticos
Células permanentes- Sem capacidade regenerativa
Ex: Células nervosas, células musculares cardíacas, músculo esquelético
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Cicatrização de feridas:
Cicatrização de uma incisão cirúrgica limpa com os bordos aproximados (cicatrização de primeira intenção)
rapidamente é preenchida por coágulo. Envolve uma sequência de eventos:
Dia 1- Os neutrófilos das margens infiltram o coágulo. Começam a surgir mitoses nas células basais epiteliais.
O encerramento epitelial ocorre entre as 24-48 horas
Dia 3- Os neutrófilos são substituídos por macrófagos. Começa a surgir tecido de granulação
Dia 5- O espaço de incisão é preenchido com tecido de granulação. A neovascularização atinge o ponto
máximo, as fibrilas de colagénio começam a aparecer e agora a proliferação epitelial atinge o seu máximo.
Segunda semana- Ocorre a proliferação dos fibroblastos e acumulação contínua de colagénio. A inflamação
e os vasos recém- formados já desapareceram em grande parte
Segundo mês- Agora a fibrose consiste em tecido conjuntivo sem inflamação, coberto por epiderme intacta.
A cicatrização por segunda intenção ocorre quando há perda mais extensa de tecido, como enfarte, ulceração,
formação de abcessos e grandes feridas. O tecido de granulação abundante cresce a partir das margens para
preencher o defeito, mas ao mesmo tempo a ferida contrai, isto é, o defeito é acentuadamente reduzido. Os
miofibroblastos contribuem para a contracção da ferida.
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Mecanismos envolvidos na cicatrização da ferida:
3 tipos de influência importantes na reparação das feridas
1. Interacções entre células e entre células e matriz
2. Síntese de colagénio, degradação e remodelagem
3. Factores de crescimento:
Principais factores:
Factor de crescimento epidérmico
Factor de transformação do crescimento (α e β)
Factores de crescimento dos fibroblastos
Factor de crescimento derivado das plaquetas
Funções na cicatrização da ferida:
Quimiotaxia de monócitos
Migração de fibroblastos
Proliferação de fibroblastos
Angiogénese
Síntese de colagénio
Secreção de colagenase
Síntese de colagénio- Estimulada por factores de crescimento e por citocinas secretadas pelos leucócitos e pelos
fibroblastos na cicatrização das feridas.
A acumulação de colagénio não depende apenas da síntese de colagénio, mas também da degradação que é
realizada por metaloproteinases.
A secreção de metaloproteinases por fibroblastos e leucócitos- induzida- por factores de crescimento e citocinas-
inibida- pelo “Factor de transformação do crescimento beta”
Resistência da ferida:
No final da primeira semana é de cerca de 10% normal e depende em grande parte da sutura cirúrgica e
adesão dos tecidos.
A recuperação progressiva da força elástica está associada à grande síntese de colagénio que excede a sua
degradação e ao aumento de tamanho das fibras colagénicas.
A cicatrização da ferida envolve fenómenos de inflamação precoce, seguida por um estádio de fibroplasia
caracterizada por tecido de granulação, seguida de deposição de matriz extracelular, “remodelagem” tecidular e
fibrose.
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Factores que modificam a qualidade da resposta inflamatória e reparação
Factores sistémicos e locais modificam a intensidade da resposta inflamatória e a qualidade de reparação:
Suprimento sanguíneo adequado
Estado nutricional do hospedeiro
Existência ou não de infecção
Existência ou não de Diabetes mellitus
Terapêutica com glucorticóides, que impede o processo inflamatório ou de reparação
Níveis adequados de leucócitos em circulação
Definição de neoplasia
Crescimento tecidular novo, constituído por células com origem em tecidos normais, mas que sofreram modificações
genéticas transmissíveis à descendência, que lhes permite serem insensíveis aos mecanismos de controlo de
crescimento, expandindo-se para lá dos seus limites anatómicos.
Para além de neoplasia, podem ser usadas outras definições como tumor ou cancro (só se deve utilizar esta
definição quando se trata de uma neoplasia maligna).
Tipos de tumores
Tumores benignos
Não invadem os tecidos envolventes, não sofrem metastização (não se disseminam à distância) e raramente são a
causa de morte do seu portador.
Nomenclatura
A classificação das neoplasias é
baseada na origem das células que
sofreram transformação
neoplásica:
Mesenquimatosos – com
origem nas células formadas a
partir da mesoderme
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Nomenclatura dos tumores Epiteliais
- Tumores benignos – adenomas (aparência ou origem glandular), papilomas (superfície epitelial), pólipos
(superfície mucosa)
Exemplos: Adenoma sebáceo, adenoma das glândulas hepatóides
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Tumores Malignos
A principal característica que distingue os tumores malignos dos tumores benignos é a capacidade dos primeiros
metastizarem, podendo assim disseminar-se à distância para outros órgãos.
Os tumores malignos crescem e invadem os tecidos envolventes uma vez que as suas células têm capacidade
ilimitada de metastização, não estando sujeitos à inibição por contacto; são independentes dos mecanismos
moleculares de proliferação e resistem aos mecanismos indutores da apoptose; resistem à imunidade citotóxica e
estimulam a angiogénese.
Os tumores malignos metastizam porque se verifica um aumento da motilidade celular e diminuição da adesividade
celular.
Outra característica bastante relevante que distingue os tumores malignos dos tumores benignos é que os primeiros
geralmente são a causa de morte do seu portador, uma vez que:
São espoliadores
Afectam gravemente a capacidade funcional dos órgãos e sistemas
Interferem nos mecanismos de homeostasia
Comprimem e destroem estruturas vitais
Diferenciação Celular
Processo evolutivo pelo qual as células adquirem características morfológicas, organizacionais e funcionais que
permitem distinguir um tecido relativamente aos outros. Em regra, os tumores malignos são menos diferenciados
que os benignos, o que aumenta a variabilidade morfológica dos tumores.
Surgem então células bizarras, anormalmente grandes, multinucleadas ou macronucleadas, com perda de função e
que exibem um comportamento agressivo. Essas células são chamadas anaplásicas e são pouco diferenciadas, tem
grande capacidade de mitose e tem nucleo hipercrómatico (muito negro, devido ao aumento de DNA).
Tecidos labeis- dividem se continuamente (ex: epitelio de revestimento da pele, cavidade oral, etc), sendo as
mais susceptiveis a originarem tumores
Tecidos estáveis- boa capacidade de regeneração e pouca renovação (ex: hepatócitos, epitelio dos tubos
renais, acinos pancreaticos). Estão quase sempre em G0, podendo entrar em G1 quando necessário,
tornando-se ai suspectiveis a originar neoplasias.
Tecidos permanentes- sem qualquer capacidade regenerativa (ex: musculo cardiaco, musculo esquelético e
células nervosas), logo, não originam tumores porque estão constantemente em G0.
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Biologia do crescimento Tumoral
As células neoplásicas escapam ao limites de crescimento e divisão celular, tornando-se assim independentes dos
factores de crescimento externos e dos factos de inibição, perdendo também a susceptibilidade aos sinais de
apoptose. Em regra geral, as células neoplasicas são imortais e estão em constante divisão celular.
Evolução tumoral
O aparecimento de uma neoplasia tem inicio numa única célula, através de um processo
sequencial/ evolutivo de mutação/selecção (carcinogénse).
A evolução tumoral está dividida em 3 passos, iniciação, promoção e progressão:
INICIAÇÃO, induzida por exposição única a agente carcinogénico genotóxico que resulta em
mutação irreversível de um gene. A mutação equipa a célula com maior capacidade de
proliferação ou resistência à apoptose. - Irreversível.
PROMOÇÃO, aplicação repetida de agente carcinogénico não mutagénico/não genotóxico
que resulta em proliferação das células iniciadas – reversível
PROGRESSÃO, fase final da evolução tumoral que corresponde à conversão de um tumor
benigno em maligno e, numa fase ainda mais avançada, em tumor metastático –
irreversível, induzida frequentemente por segunda mutação e alterações epigenéticas
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Hematúria Enzoótica Bovina
Doença que afecta bovinos, após a ingestão de feto comum. Inicialmente, os bovinos ingerem o feto que contém
Ptaquilósido, que causa danos no DNA que podem ser reparadas ou levar a uma mutação em genes chave,
conferindo a célula resistência a apoptose, proliferação, invasão (INICIAÇÃO). Quando o animal está infectado com
Papiloma vírus Bovino BPV2, dá-se imunossupressão (PROMOÇÃO). 10 Semanas pós- exposição a neoplasia torna-se
maligna (PROGRESSÃO).
79
Microambiente tumoral
Tal como todos os outros tecidos, um tumor é constituído pelo parênquima (células tumorais) e pelo estroma
(estruturas de suporte não neoplásicas).
O estroma tumoral é constituído por:
Matriz extracelular- colagénio, proteoglicanos, entre
outros
Células inflamatórias- linfócitos, plasmócitos, entre outros
Fibroblastos
Vasos sanguíneos- endotélio
Inflamação
Alguns tumores encontram-se altamente infiltrados por neutrófilos, macrófagos, plasmócitos, linfócitos. Estas
células são atraídas por citocinas e quimiocinas libertadas pelas células tumorais ou pelas células mono e polimorfo
nucleares que estão infiltrados no estroma tumoral. Estas células libertam mediadores químicos da inflamação
originando uma resposta imunitária ao tumor. Regra geral, a inflamação não serve para proteger o individuo contra
o tumor e muitos processos inflamatórios aumentam o risco de aparecimento de cancro nos órgãos infectados
(vacina para gatos pode originar sarcomas na zona de injecção devido à resposta inflamatória posterior, onde se dá
produção de hidroxilo de etileno).
Angiogénese
O crescimento tumoral depende a quantidade de volume
sanguíneo que chega para nutrir as células tumorais.
A angiogénese é um processo onde se verifica a formação de
novos vasos a partir de vasos pré- existentes, sendo essencial
para a transição de tumores pequenos para tumores grandes,
potencialmente invasivos.
Quando o tumor atinge 2 mm e os nutrientes e oxigénio são
insuficientes para as células neoplásicas, ocorre o “switch
angiogénico”, onde o tumor passa a expressar factores pro-
angiogénicos em maior quantidade. Isto ocorre devido à libertação de factores angiogénicos como VEGF (factor de
crescimento do endotélio vascular).
Estes factores ligam-se aos vasos pré existentes, promovendo a proliferação e migração de células endoteliais. A
matriz extracelular e outros factores são também essenciais para a angiogénese. A angiogénese, para além de
promover a nutrição do tumor, estimula a produção de factores de crescimento tumorais, colagénio e acima de
tudo, permite a metastização tumoral.
Os vasos sanguíneos tumorais são mais dilatados, permeáveis e instáveis que os vasos normais.
Disseminação tumoral
Metastização
O que distingue tumores malignos de tumores benignos é capacidade das células dos primeiros metastizarem, isto é,
adquirirem mobilidade e invadirem outros órgãos e tecidos do corpo. A metastização causa 90% das mortes por
cancro e, quando do diagnóstico inicial dos tumores, cerca de 30% dos tumores já têm metástases.
Principais vias de metastização tumoral:
Trans- celómica
Via Linfática- comum em carcinomas
Via Sanguínea- comum em sarcomas
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Mecanismos de invasão e metástase
A metastização é um processo complexo que requer invasão da matriz
extracelular, invasão dos vasos sanguíneos ou linfáticos, extravasamento
das células tumorais e por fim colonização das metástases formadas.
Existem várias etapas durante este complexo processo:
Perda de adesão- Separação das células tumorais do tumor
principal, através da destruição de estruturas de adesão
(desmossomas, entre outros). Isto ocorre devido perda de
caderinas, que deixam de ser secretadas pelas células tumorais.
Capacidade de invasão- Penetração do tecido envolvente devido à
produção excessiva de protéases, que degradam a matriz
extracelular e membrana basal.
Migração através da parede vascular- Estimulada pela actina e
outros factores
Formação de êmbolos- Durante o seu percurso nos vasos
sanguíneos ou linfáticos, as células tumorais interagem com o
endotélio, levando à formação de êmbolos tumorais. Estes êmbolos
são envolvidos por plaquetas que protegem as células tumorais
(impedem ataque por parte das células imunitárias) e permitem a
metastização.
Para sair dos vasos sanguíneos, as metástases integram com
moléculas de adesão nas células endoteliais. Após extravasamento,
o organismo forma um microambiente favorável às células
tumorais.
Efeitos indirectos ou paraneoplásicos- Repercussão (efeito indirecto) sistémica dos efeitos de um processo
neoplásico, resultando da acção de substâncias produzidas pelas células neoplásicas e não propriamente da acção
directa da neoplasia primitiva ou das suas metástases.
Estes efeitos são de grande importância, uma vez que o diagnóstico oncológico pode ser feito com base nos
sintomas paraneoplásicos manifestados, que podem surgir precocemente e estar associados a uma neoplasia em
particular.
A terapêutica das alterações metabólicas deve fazer parte integrante da terapêutica oncológica. O síndrome
paraneoplásico pode ser uma medida de avaliação da evolução da terapêutica antineoplásica.
81
Existe uma grande variedade de síndromes paraneoplásicos:
Caquexia- magreza extrema, porque o tumor consome grande parte da energia e nutrientes do animal.
Endocrinopatias- geralmente ocorre devido ao aumento de células neoplásicas produtoras de hormonas.
Um distúrbio hormonal está muitas vezes associado a uma neoplasia específica (hipertiroidismo devido a um
tumor na tiróide, por exemplo).
Síndromes músculo-esqueléticas- Osteopatia hipertrófica, que resulta de um aumento de produção de
hormona de crescimento, que está associada a vários tumores, especialmente tumores torácicos que
ocupem muito espaço.
Síndromes hematológicas e vasculares.
Síndromes neurológicos
Síndromes dermatológicos
Factores etiológicos
Os tumores têm diferentes etiologias, podendo a etiologia ser hereditária ou devido a uma mutação adquirida.
Hereditariedade- Transmissão genética de geração em geração, onde o animal nasce com uma cópia do gene
defeituoso em cada célula.
Estas neoplasias apresentam um conjunto de diferenças, em comparação com outras com uma etiologia adquirida:
Aparecem em animais mais jovens
Formam tumores bilaterais nos órgãos pares
Ocorrência de múltiplos tumores primários
Família do animal com história de cancro
As raças mais resistentes e pouco susceptíveis a neoplasias são os rafeiros, devido à grande diversidade genética. No
entanto, existem raças onde o aparecimento de neoplasias é muito comum, como por exemplo o pastor alemão e o
boxer.
Exemplo: Adenocarcinoma quístico renal multifocal associado a dermatofibrose do Pastor Alemão; Osteossarcomas
associados a cães de grande porte
Mutação adquirida
As mutações adquiridas ocorrem em células somáticas e, dessa forma, não são transmitidas à descendência. Podem
surgir devido a factores intrínsecos ou factores extrínsecos.
Hallmarks of Câncer
Conjunto de “áreas” que estão envolvidas na formação e desenvolvimento do cancro. Em 2000, estas áreas estavam
quase todas focadas na célula neoplásica em si, mas hoje em dia estão focadas no estroma tumoral e no seu
microambiente. Os hallmarks tem vindo a ser alterados constantemente e existem terapias para cada “área”
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