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COLEÇÃO
Matemática
SEGUNDA SÉRIE
COLEÇÃO
1a Edição - 2005
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.
M377
2. sér.
Inclui bibliografia
ISBN 85-7484-288-5
Presidente Governador
José Roberto Marinho Paulo Hartung
ficha técnica
Ilustração
Vicente Mendonça
Jesualdo Gelain
Capa
Inventum Design
AULA 2
Equações exponenciais................................................................................... 20
AULA 3
Funções exponenciais...................................................................................... 25
AULA 4
Usando potências de 10.................................................................................. 33
AULA 5
Os logaritmos decimais.................................................................................... 38
AULA 6
Função logarítmica........................................................................................... 47
AULA 7
Gráficos das funções exponencial e logarítmica............................................. 52
AULA 8
Aplicações de exponenciais e logaritmos........................................................ 59
AULA 9
Progressões geométricas................................................................................. 63
AULA 10
Somando os termos de uma progressão geométrica...................................... 68
AULA 11
Calculando porcentagens................................................................................ 73
AULA 12
A Matemática e o dinheiro............................................................................... 80
AULA 13
Juros simples e compostos............................................................................. 85
AULA 14
À vista ou a prazo?........................................................................................... 94
AULA 15
Problemas de Matemática Financeira.............................................................. 101
AULA 16
Revendo conceitos I......................................................................................... 107
AULA 17
Elementos de Geometria.................................................................................. 116
AULA 18
Sólidos geométricos......................................................................................... 124
AULA 19
Perspectiva e representações.......................................................................... 133
AULA 20
Relações métricas no paralelepípedo.............................................................. 145
AULA 21
Volume e capacidade....................................................................................... 153
AULA 23
Prismas............................................................................................................. 165
AULA 24
Cilindro............................................................................................................. 173
AULA 25
A pirâmide ....................................................................................................... 179
AULA 26
O cone.............................................................................................................. 186
AULA 27
Esfera............................................................................................................... 193
AULA 28
Sólidos semelhantes........................................................................................ 201
AULA 29
Aplicações de sólidos semelhantes................................................................. 207
AULA 30
Problemas de volume....................................................................................... 210
AULA 31
Revendo conceitos II........................................................................................ 216
AULA 32
A Matemática da incerteza............................................................................... 222
AULA 33
População e amostra....................................................................................... 228
AULA 34
Coletando e organizando dados...................................................................... 234
AULA 35
Organizando dados em gráficos...................................................................... 240
AULA 36
Médias.............................................................................................................. 248
AULA 37
Moda e mediana............................................................................................... 254
AULA 38
Distribuições de freqüências............................................................................ 260
AULA 39
Histogramas e polígonos de freqüência.......................................................... 267
AULA 40
Comparando e analisando dados.................................................................... 274
AULA 41
O relato de uma pesquisa estatística............................................................... 280
AULA 42
O princípio multiplicativo.................................................................................. 291
AULA 44
Mais sobre permutações.................................................................................. 305
AULA 45
Combinações .................................................................................................. 313
AULA 46
Revisão de combinatória.................................................................................. 318
AULA 47
O conceito de probabilidade............................................................................ 326
AULA 48
Calculando probabilidades.............................................................................. 331
AULA 49
Estimando probabilidades................................................................................ 337
AULA 50
Revendo conceitos III....................................................................................... 343
AULA 51
Módulo e equações modulares........................................................................ 347
AULA 52
A função modular............................................................................................. 352
AULA 53
Inequações....................................................................................................... 363
AULA 54
Inequações modulares..................................................................................... 370
AULA 55
Coordenadas no plano e no espaço................................................................ 376
AULA 56
Vetores.............................................................................................................. 381
AULA 57
Operações com vetores................................................................................... 386
AULA 58
O produto escalar............................................................................................. 391
AULA 59
Aplicação de vetores........................................................................................ 395
AULA 60
Revendo conceitos IV...................................................................................... 400
Caro aluno
E
ste livro foi feito para você que está cursando o Ensino Médio ou se
preparando para cursar uma universidade, que já trabalha ou está
prestes a entrar no mercado de trabalho – cada vez mais competitivo.
Sempre que possível, os conceitos e procedimentos apresentados nas aulas
são aplicáveis em situações reais. É que a Matemática trabalhada no Ensino
Médio tem muitas aplicações no mundo do trabalho; relaciona-se com questões
econômicas (como os cálculos de porcentagens e juros); auxilia a compreensão
de informações divulgadas pela imprensa; permite a defesa de seus direitos
como cidadão, entre diversas outras aplicações, que você encontrará neste
livro. Lembre-se, no entanto, que nem tudo na vida tem aplicação imediata,
instantânea. Como na construção de um prédio, algumas coisas importantes
têm de ser preparadas com antecedência para que a construção fique sólida e
não venha a ruir mais tarde. Não podemos esquecer, também, que há conteú-
dos da Matemática que são poderosas ferramentas para a própria Matemática
e para outras ciências, como a Física, a Biologia e a Química.
Você nunca será um bom jogador de futebol, somente assistindo aos jo-
gos em um estádio ou pela televisão, não é? Da mesma maneira, você não
aprenderá Matemática se não fizer Matemática, pois ela não é um esporte para
espectadores; ela exige participação, envolvimento e entusiasmo.
Para ajudá-lo nessa jornada, nossa seqüência de aulas foi planejada para
você desenvolver modos de solucionar, com sucesso, situações envolvendo
números, grandezas, dados ou informações numéricas e figuras no plano
ou no espaço. Ou seja, para você adquirir as competências e habilidades
relativas ao saber matemático do Ensino Médio. Para um aprendizado é pre-
Os autores
A meteorologia é a ciência que estuda o tempo. Informa, por exemplo, se o dia será
de chuva ou de céu limpo e claro; se a chuva será forte ou fraca; se há possibilidade
de ventos fortes ou não. Muitas pessoas organizam o seu dia, ou mesmo o seu fim
de semana, a partir das previsões da meteorologia. Mas, talvez, essas pessoas nem
1
imaginem o quanto de Matemática há no estudo dessa ciência.
E você já pensou sobre isso? Antes de ler o problema a seguir, discuta o assunto com
seus amigos.
Imagine-se um meteorologista que está estudando as previsões do tempo para a
próxima semana. Você quer saber se o tempo estará claro – com céu limpo – ou se
estará nublado. Na realidade, o meteorologista lida com outras possibilidades. Mas,
para facilitar o problema, vamos fixar a atenção nesses dois elementos, apenas: céu
limpo ou céu nublado.
Nessas condições, haverá quantas combinações diferentes de dias nublados ou
limpos? De quantas formas diferentes podem ser combinados os dias com céu limpo
ou nublado em uma semana?
A potenciação é uma multiplicação de fatores iguais. Como você já sabe, a potenciação é a operação equivalente à
multiplicação de fatores iguais. Assim, por exemplo: 23 = 2 × 2 × 2 = 8.
Nesta potência, o número 2 é a base e o expoente 3 indica o número de fatores iguais a 2. O resultado, chamado de
potência, é o número 8.
1 1
a) 2–1 = ___
1 =
___ ou 0,5 (cinco décimos)
2 2
5
1 1
b) 4 = ___
–3
3 =
___
4 64
1 1
c) 10–3 = ___3 = ____ ou 0,001 (um milésimo)
10 1 000
Podemos, ainda, transformar um número decimal numa potência de expoente negativo ou num produto de um número
por uma potência negativa, como você pode conferir a seguir:
1 1
a) 0,001 = ____ = ___3 = 10 –3
1 000 10
125 1 1
b) 0,125 = ____ = 125 × ____ = 125 × ___3 = 125 × 10 –3
1 000 1 000 10
5 5 1
c) 0,05 = ___ = ___2 = 5 × ___2 = 5 × 10
–2
100 10 10 7
Expoentes fracionários
Se o número a é maior do que 0 (a > 0) e n ≠ 0, a potência (a elevado a m sobre n) é definida por: .
..
Observe que:
o denominador da fração é o índice da raiz (n);
o numerador da fração é o expoente (m) do radicando: am.
8
Essa definição, que pode até parecer estranha e inútil, permite trabalhar com raízes e potências sem distingui-las. A definição
é feita para que, quaisquer que sejam os números racionais p e q e sendo a > 0, seja válida a seguinte igualdade:
.
então sempre existe . Se a for negativo, nem sempre existe . Por exemplo,
não existe, no contexto deste curso, pois estamos trabalhando somente com números
reais (números naturais, inteiros, racionais e irracionais).
15
Agora você já sabe como escrever potências com expoentes fracionários como raízes. Mas como escrever uma raiz na forma 10
de uma potência com expoente fracionário?
Tomemos, por exemplo, . Primeiro, fatoramos 16 e obtemos: 16 = 24.
Transformar radicais em potências com expoentes fracionários permite, às vezes, simplificar expressões aritméticas ou
algébricas. Veja alguns exemplos:
12
13
14
P ropriedades da potenciação
Vamos relembrar as propriedades da potenciação, para que você possa consultá-las quando estiver trabalhando sozinho ou
com seus colegas.
16
19
Se a é um número maior do que zero (a > 0) e p e q são números racionais, então é sempre verdade que: . 20
Vale mesmo quando p e q são números racionais (números fracionários), positivos ou negativos, como nos exemplos a seguir:
3 –2 –2–4 21
a) __4 = 3 = 3 ou __6
–6
Para dividir potências de mesma
3 3 base, repetimos a base
2
__ e subtraímos os expoentes.
53 2 –__
__ 1 1
__
b) ____1 = 5 3 3 = 5 3 = 5
3
22
53
3. Potências de potências
Você já sabe que: .
Esta propriedade se aplica a expoentes fracionários quaisquer, positivos ou negativos: se p e q são números fracionários
quaisquer (números racionais), positivos ou negativos, e a > 0, então: .
Nos exemplos a seguir, você pode observar que essa propriedade também se aplica a potências com expoentes negativos
ou fracionários.
23
Para elevar uma potência a
um outro expoente, repetimos 24
a base e multiplicamos os
c) Se x é um número positivo, então: expoentes.
25
17
p p
27
..
Foram transformados:
o produto ou o quociente de dois radicais de mesmo índice e radicandos diferentes em um único radical (itens a e b);
o produto ou o quociente de dois radicais de índices diferentes e mesmo radicando em um único radical (itens c e d).
28
Racionalização de denominadores
É mais fácil, utilizando o processo da divisão longa, dividir 8 por 5 do que por . Por essa razão, quando não havia calculadoras
eletrônicas, era recomendado eliminar os radicais dos denominadores de algumas expressões, como etc.
mesma forma, podemos transformar a fração em uma outra equivalente com denominador racional. Como:
Esse procedimento é chamado de racionalização do denominador. Com a utilização generalizada das calculadoras
eletrônicas, ele não é mais enfatizado. No entanto, ainda hoje, ao resolver problemas que envolvem expressões nas quais
constam divisões por radicais, é prudente deixar para substituir os radicais por valores aproximados apenas no final
do problema, pois freqüentemente ocorrem, durante os cálculos, simplificações nas quais eles desaparecem.
18
3 Efetue:
5 Copie e complete as expressões a seguir, de forma que os produtos sejam números racionais:
6 Calcule:
7 Racionalize os denominadores:
19
Equações exponenciais
Imagine a seguinte situação: sob certas condições, o número de bactérias B de uma
cultura, em função do tempo t, medido em horas, é dado por . Obtenha
em quantos dias o número de bactérias atingirá 1 024 após o início da contagem do
tempo. 1
Vamos apresentar, nesta aula, equações onde a incógnita aparece no expoente. São as equações exponenciais. Por
exemplo: 2x = 4.
Resolver uma equação é encontrar os valores da incógnita que tornam a igualdade verdadeira. Esses valores são chamados
de raízes da equação.
Para resolver uma equação exponencial, é preciso sempre obter uma igualdade de duas potências de mesma base, pois
se duas potências de mesma base são iguais, seus expoentes também são iguais. Por exemplo: para resolver a equação
3x = 243, podemos decompor o número 243 em fatores primos e escrevê-lo em forma de potência, assim:
3x = 35 → x = 5.
Logo, a raiz da equação é x = 5.
Exemplo 1
Resolva a equação 2x = 2.
Solução
Como você já sabe, todo número elevado a 1 (um) é igual a ele mesmo. Então, podemos escrever:
2x = 21.
Resposta: a raiz da equação é x = 1.
2
Exemplo 2
Resolva a equação 52x = 1.
Solução
Lembrando que um número diferente de zero, elevado a zero, é igual a um, a equação pode ser escrita assim:
52x = 50 → 2x = 0.
Resposta: a raiz é x = 0.
Exemplo 3
Resolva a equação .
Solução
Uma fração, cujo numerador é 1 (um), pode ser escrita na forma de uma potência de expoente negativo.
20 Decompondo o denominador da fração em fatores primos, temos:
Solução
3
O número 0,001 pode ser escrito como uma potência de expoente negativo. Logo:
10x –1 = 10–3 → x – 1 = –3 → x = –3 + 1.
Resolva a equação .
Solução
Vamos escrever a raiz na forma de uma potência com expoente fracionário:
Resolva a equação .
Solução
Neste exemplo, as potências já estão com as bases iguais. Portanto, podemos igualar diretamente seus expoentes.
Resposta: a raiz da equação é x = 2.
Exemplo 7
Solução
Devemos achar os números x que satisfaçam a igualdade. Portanto, vamos escrever o número 16 em forma de
potência de base 2. Temos que 16 = 24, logo: .
21
4x – x = 12 + 3 → 3x = 15.
Exemplo 8
Solução
Vamos substituir, na equação, por 10– 2.
Portanto x = 1.
Vamos agora fazer a verificação. Substituindo x na equação por 1, temos:
Exemplo 9
Solução
Neste exemplo, é preciso escrever (decompor) as duas bases em fatores primos, ou seja, 9 = 32 e 27 = 33.
Temos, então: (32)2x = (33)x – 1 .
Aplicando a propriedade de potenciação de potência:
34x = 33(x – 1) → 34x = 33x – 3 → 4x = 3x – 3.
Resposta: x = –3.
22
Solução
Este é um caso de utilização de equações exponenciais na resolução de problemas que envolvem progressões geométricas,
assunto que você vai estudar na Aula 9 deste livro. Porém, antecipando um pouco o que você vai aprender, temos que
a fórmula para o cálculo do termo geral an é: an = a1qn – 1 .
Onde: a1 é o 1o termo
q é a razão
an é um termo qualquer
n é o número de termos.
Exemplo 11
Resolva a equação 3x + 1 – 3x = 1 458.
Solução
3x + 1 – 3x = 1 458.
Aplicando a propriedade da potenciação:
3x . 3 – 3x = 1 458.
Colocando 3x em evidência:
3x (3 – 1) = 1 458.
3x . 2 = 1 458.
Dividindo por 2 toda a equação:
3x = 729.
Escrevendo 729 como potência de base 3, temos 36 no segundo membro da equação:
3x = 36
x = 6.
Resposta: a raiz da equação é x = 6.
Exemplo 12
Resolva a equação
Solução
Observe que x aparece como índice de raiz. Portanto, só pode ser um número natural maior do que zero (x > 0). 6
Logo, devemos escrever 100 = 102 e 1 000 = 103. 23
Resolvendo a equação, encontramos as raízes 3 e _5. A raiz negativa (_5) não será considerada, pois x é índice de raiz.
Resposta: a raiz da equação é x = 3.
2 112x = 11 7
4 63x = 1 9 125x – 1 = 5x + 7
5 10 100x – 4 = 1 000x
O caderno é o seu diário de Matemática. Ele deve conter sua história na construção
dos conhecimentos.
24
Funções exponenciais
Você se lembra do conceito de função?
Reúna-se com seus colegas e discuta a questão acima. Lembre-se da aula anterior
(Aula 2). Considerando que cada dia possui 24 horas, construa uma tabela para
1
permitir observar o que ocorre dia a dia.
Funções exponenciais são aquelas em que a variável aparece como na expressão matemática que define a lei de
correspondência da função. Dado um número real (a > 0 e a ≠ 1), denomina-se função exponencial de base a uma
função f de em +* definida por f(x) = ax. Ou seja, y = ax.
Vamos agora construir o gráfico de uma destas funções, f(x) = 2x. Podemos construir uma tabela na qual os valores
de x são arbitrados e, utilizando a definição da função, encontramos os valores correspondentes de f(x).
25
–2 –1 – 1 0 1 21 3 2 3 X 7
2 2 3 2
6
5
Considerando mais valores de x, podemos nos aproximar 4
com maior precisão do verdadeiro comportamento da 3
função. Ligando os pontos obtidos por uma curva suave,
2
obtemos o seguinte gráfico:
1
5
–3 –2 –1–10 1 2 1 3 2 3 4 X
2 23 2
Exemplo 1
Agora, construa o gráfico de , considerando como campo de definição da função o conjunto dos números reais.
Solução
Construa uma tabela da mesma forma que no caso anterior: atribua alguns valores para x e obtenha os valores de f(x) = y.
f (x) 6
Y
8
Y
a) b) 9
Y
125
27
25
9 3
5
3 1
1
– 4 – 3 – 2 –1 0 1 2 3 4 X -2 -1 0 1 2 X
O número e
Você já conhece o número irracional π. Existe outro número irracional muito importante
na Matemática, indispensável em muitas aplicações. É representado pela letra e.
Considere a expressão , que é um número real diferente de zero. Veja na tabela abaixo alguns valores que a
expressão assume quando x se aproxima de zero:
A função exponencial f(x) = a x é crescente em todo seu domínio se, e somente se, a >1.
Por outro lado, se 0 < a < 1, a função f(x) = a x é decrescente em todo seu domínio.
f ( x ) = ax y
Portanto, se x1< x2, temos que (0<a<1)
ax1 > ax2, para um número real a, tal a x2
que 0 < a < 1. Neste caso, o sentido da
desigualdade entre duas potências de a x1
mesma base a, sendo
0 < a < 1, é invertido para 1
os expoentes. x2 x1 0 x
Exemplo 3
Resolva em as seguintes inequações:
Solução
Em primeiro lugar, é preciso transformar os dois membros da desigualdade em potências com a mesma base (lembre-se da
aula de equações exponenciais): .
Como a base (5) é maior do que 1, temos, pela propriedade vista acima, que o sentido da desigualdade se mantém para
os expoentes. Portanto: .
Resposta: as soluções da inequação são todos os números reais maiores do que .
28
Solução
Inicialmente, devemos chegar a uma inequação que envolva potências de mesma base:
Como a base das potências é um número situado entre 0 e 1, temos, pelas propriedades da função exponencial,
que o sentido da desigualdade é invertido para os expoentes. Logo:
Solução
Já temos potências de mesma base, que é , ou seja, a base é um número situado entre 0 e 1. Pelas propriedades
da função exponencial, o sentido da desigualdade é invertido para os expoentes,
Resposta: a desigualdade é satisfeita para os números reais menores do que 1 ou maiores do que 2.
9
Volte à aula de inequações do 2o grau, para ter condições de resolver este
exemplo sem dificuldades.
29
Solução
Sendo a quantidade inicial M 0, o que se quer encontrar é o tempo para que a substância se desintegre, isto é, quando
M é igual à metade de M0.
Temos portanto: .
Resposta: resolvendo a equação, t = 4. O valor de t para que a metade da quantidade inicial se desintegre é 4 anos.
Exemplo 5
A população de certa cultura de bactérias é dada por , sendo t o tempo medido em horas.
a) Qual a população inicial (isto é, no instante t = 0) ?
b) Determine t para que se tenha o dobro da população inicial.
c) Em que instante t a população será 128 vezes a população inicial?
Solução
a) Substituindo t por 0 na relação, teremos:
c) Basta substituir o valor 128 na expressão . Observe que recaímos em um exercício sobre equações
exponenciais:
Resposta: 3,5 h, ou seja, em 3 horas e meia, a população será 128 vezes a população inicial.
Exemplo 6
Solução
Fique atento, pois neste caso não é necessário conhecer os valores de k ou de e para resolver este problema.
30 Sabendo que f(2) = 5, você tem que e2k = 5. Aplicando a propriedade de potência de uma potência, você poderá reescrever
Exemplo 7
A cada ano que passa, o valor de um carro diminui 20% em relação ao do ano anterior. Sendo V o valor do carro no ano
da compra, quanto custará após 10 anos?
Solução
.
Como o valor do carro diminui a cada ano 20%, podemos escrever que a lei de formação é:
.
passado o 1o ano:
.
passado o 2o ano:
passado o 3o ano:
Logo, no 10o ano: .
Resposta: após 10 anos, o carro custará .
y y
8 10
7 9
6 8
5 7
4 6
3 5
4
2
3
1
2
0 1
-2 -1 1 2 x x
-1
-3 -2 -1 0 1 2 3
a -1 b
31
3 Seja a um número maior do que 1. Nessa condição, qual é o conjunto solução da inequação
7 Chama-se montante M a quantia que uma pessoa deve receber após aplicar um capital C, a juros compostos, a
uma taxa i durante um tempo t . O montante pode ser calculado pela fórmula M = C (1 + i)t . Supondo que o capital
aplicado é de R$ 100 000,00 a uma taxa de 12% ao ano durante 3 anos, qual o montante no final da aplicação?
9 O gráfico de f (x) = ax2 intercepta a curva y = 2x no ponto P de abscissa 1. Determine outro ponto por onde
passa o gráfico de f .
32
Usando potências de 10
Certa estrela está a 1,2 milhão de anos-luz do Sol. Sabendo que 1 ano-luz é igual a
9,5 trilhões de quilômetros, determine, em quilômetros, a distância entre essa estrela
e o Sol. Pense um pouco antes de ver a solução. Procure exprimir os números dados
usando potências de 10.
Agora que você já pensou, vamos ver uma possível solução para a situação proposta: 1
P otências de 10
Nesta aula, você vai aprender que todo número positivo pode ser escrito como uma potência de base 10. Por exemplo,
o número 15 é aproximadamente igual a 101,176. Deve parecer estranho que um número tão simples como 15 possa ser
representado de uma forma tão complicada. E, também, por que fazer isso?
A complicação é apenas aparente. Na realidade, essa nova forma de escrever os números positivos permite que cálculos
complicados possam ser feitos de forma muito simples.
10 = 101
100 = 102
1 000 = 103 etc.
O mesmo ocorre para os números 0,1, 0,01 e 0,001, como se vê a seguir:
0,1 = 10–1
0,01 = 10–2 3
0,001 = 10–3
No entanto, na maioria dos casos, fica difícil escrever um número como potência de base 10. Cálculos muito trabalhosos
são necessários para obter, por exemplo, os seguintes resultados: 33
Exemplo 1
Represente os números 4 e 5 como potências de 10.
Solução
Levando em conta que demos (2 = 100,301) e as propriedades das potências, temos:
O exemplo acima mostra que, se for possível exprimir os números primos como potências de 10, pode-se representar
os outros da mesma forma, utilizando as propriedades das potências.
No século XVII, vários matemáticos se dedicaram a esse extenuante trabalho e construíram tabelas onde, do lado
esquerdo, apareceriam os números e, do lado direito, as potências de 10 correspondentes a cada um. Essas potências
passaram a ser conhecidas com o nome de logaritmos.
Reunindo as informações dadas até agora, vamos construir uma tabela de logaritmos:
NÚMEROS LOGARITMOS
1 0,000
2 0,301
3 0,477 Dizemos que o logaritmo de 2 é 0,301 e escrevemos log 2 = 0,301.
4 0,602 Isso significa que 10 0,301 = 2.
5 0,699 Dizemos que o logaritmo de 5 é 0,699 e escrevemos log 5 = 0,699.
7 0,845 Isso significa que 10 0,699 = 5.
10 1,000
Exemplo 2
Para completar a tabela, calcule os logaritmos dos números 6, 8 e 9.
Solução
a) 6 = 2 . 3 = 100,301 . 100,477 = 100,301 + 0,477 = 100,778.
Resposta: o logaritmo de 6 é 0,778.
As primeiras tabelas de logaritmos apareceram na primeira metade do século XVII. Eram livros que apresentavam uma
listagem dos números e, ao lado, sua potência de 10 correspondente. Essa tabela permitia substituir uma multiplicação
por uma adição e uma divisão por uma subtração. Isso quer dizer que a tabela de logaritmos permitiu substituir uma
operação por outra de natureza mais simples.
Observe a tabela para comprovar o que foi afirmado:
..
Se você quiser calcular 8 × 16, você pode proceder assim:
embaixo de 8 está 3
embaixo de 16 está 4
3+4=7
Com este resultado, podemos verificar que em cima de 7 está 128. Logo, 8 × 16 = 128.
..
Outro exemplo: 16 × 128= ?
embaixo de 16 está 4
embaixo de 128 está 7
4 + 7 = 11
Com este resultado, podemos verificar que em cima de 11 está 2 048. Portanto, 16 × 128 = 2 048.
..
Com a tabela de logaritmos, também é possível dividir. Por exemplo, para calcular: 1 024 ÷ 64 = ?
embaixo de 1 024 está 10
embaixo de 64 está 6
10 – 6 = 4
Com este resultado, podemos verificar que em cima de 4 está 16. Logo, 1 024 ÷ 64= 16.
Exemplo 3
Calcule o logaritmo de 1,2.
Solução
.
Vamos substituir os números 3 e 4 pelas correspondentes potências de 10 (que podem ser encontradas na pequena
tabela de logaritmos) e aplicar as propriedades das potências. 35
Exemplo 4
Determinado tipo de bactéria se reproduz aumentando seu número em 20% a cada dia. Em quantos dias o número de
bactérias será 100 vezes maior que o inicial?
Solução
Vamos imaginar que hoje haja um número x de bactérias. No dia seguinte, esse número terá aumentado em 20%, ou
seja, será igual a: .
Portanto, a cada dia a população de bactérias fica multiplicada por 1,2. Há, portanto, uma expressão que segue uma
regra de formação lógica, ou seja, no segundo dia, haverá (x . 1,2) . 1,2 = x . 1,22 bactérias; no terceiro dia teremos
(x . 1,22) . 1,2 = x . 1,23 bactérias. E assim por diante. Então, depois de n dias, teremos x . 1,2n bactérias.
O problema pede para que valor de n esse número é igual a 100 vezes o número inicial de bactérias, ou seja, é preciso
calcular: x . 1,2n = 100x
Resposta: depois de 25 dias e algumas horas (0,3 do dia é aproximadamente igual a 7 horas), a população de
bactérias terá ficado 100 vezes maior.
Os exemplos que você viu até aqui ilustram a afirmação feita no início da aula: todo número positivo pode ser escrito
como uma potência de 10.
Não será mostrado aqui como obter as potências de 10 correspondentes aos números primos. Elas serão fornecidas
sempre que necessário. Mas, para todos os outros números, você poderá, com auxílio das propriedades das potências,
calcular as potências de 10 correspondentes, ou seja, os seus logaritmos. Eles ajudarão a resolver problemas práticos 6
que envolvem cálculos complicados.
O desenvolvimento de cada problema deve
ser registrado em seu caderno.
36
4 Determine, com aproximação até a terceira casa decimal, o valor de x, na equação 3x = 70.
Sugestão
Escreva os números 3 e 70 como potências de 10 e aplique a
propriedade das potências para poder igualar os expoentes.
37
Os logaritmos decimais
Imagine que uma represa de área igual a 128 km2 tenha sido infestada por vegetação
aquática nociva. Estudo realizado sobre o problema concluiu que a área tomada
pela vegetação era de 8 km2 e que a taxa de aumento da área cumulativamente
infestada era de 50% ao ano. Nessas condições:
a) Qual seria a área infestada n anos depois do estudo, caso não se tomasse nenhuma
providência?
b) Com as mesmas hipóteses, em quantos anos a vegetação tomaria conta de toda
a represa? (Use os valores aproximados ) 1
Reúna-se com seus colegas e discutam as possíveis soluções para a situação proposta.
Os logaritmos foram inventados na primeira metade do século XVII para facilitar cálculos complicados que a vida na época
já exigia. Os navegantes precisavam saber onde estavam, a partir da posição de certas estrelas no céu. Os astrônomos, por sua
vez, precisavam determinar a posição das estrelas e dos planetas ao longo do ano, prever os eclipses e as marés a partir da
órbita da Lua e estudar diversos outros fenômenos do céu. Os banqueiros precisavam fazer os cálculos dos juros e para todas
essas atividades o trabalho era enorme. O astrônomo, por exemplo, podia saber que cálculos fazer para resolver um problema,
mas freqüentemente eram necessários meses para obter o resultado.
As primeiras tábuas de logaritmos foram festejadas como um enorme avanço da Ciência, pois possibilitavam uma
rapidez no cálculo, até então considerada inacreditável.
Mas o que as tábuas de logaritmos realmente fazem?
A tábua de logaritmos é uma tabela com duas colunas de números NÚMEROS LOGARITMOS
com a seguinte propriedade: multiplicar dois números na coluna da ... ...
esquerda é o mesmo que somar os números correspondentes na 36 1,5563
coluna da direita. Dessa forma, é possível substituir uma multiplicação 37 1,5682
por uma soma (que é uma operação muito mais rápida) e uma 38 1,5798
divisão por uma subtração. Note que hoje, com o uso da máquina ... ...
de calcular, essas tabelas tornaram-se desnecessárias. 64 1,8062
Veja ao lado uma pequena parte de uma tabela de logaritmos. 65 1,8129
Por exemplo: considere a multiplicação de 37 por 65. Primeiro, 66 1,8195
é preciso procurar os logaritmos desses números na coluna da ... ...
direita e somá-los: 1,5682 + 1,8129 = 3,3811. Em seguida, basta 2404 3,3809
procurar o número correspondente a esse resultado na coluna 2405 3,3811
38 da esquerda. Assim: 37 65 = 2 405. 2406 3,3813
P rimeiros conceitos
Os logaritmos que você estudará nesta aula são chamados de logaritmos decimais porque todos os números serão
representados como potências de base 10. Foi escolhida essa base (e não uma outra qualquer) porque é a mesma base
do nosso sistema de numeração. Entretanto, a teoria dos logaritmos pode ser desenvolvida de forma exatamente igual
em qualquer base. Do ponto de vista teórico, em Matemática é extremamente conveniente trabalhar com os logaritmos
neperianos, cuja base é o número e, cujo valor é aproximadamente 2,718.
Quando os logaritmos foram inventados, cálculos extremamente trabalhosos foram realizados para representar os números
positivos como potências de 10. Por exemplo, foi calculado que 100,301 é igual a 2. Isso significa que log 2 = 0,301.
Definição
O logaritmo (decimal) do número positivo x é o número y tal que 10 y = x.
Representando o logaritmo de x pelo símbolo log x, temos:
Log10 x = y (leia: log de x na base 10)
Significa que 10 y = x.
Desse modo, vemos que o logaritmo de um número é o expoente a que devemos elevar a base 10 para obter como
resultado esse número.
Quando estamos trabalhando somente com logaritmos na base 10, pode-se desprezar a indicação da base. A partir
dessa definição, concluímos que:
log 1 = 0 porque 100 = 1
log 10 = 1 porque 101 = 10
log 100 = 2 porque 102 = 100
log 1000 = 3 porque 103 = 1 000 e assim por diante.
Observe ainda que:
Propriedades
1. O logaritmo do produto
Suponha que o logaritmo do número a seja x e que o logaritmo do número b seja y:
log a = x
log b = y
39
2. Logaritmo do quociente
Considere novamente as igualdades:
10x = a
10y = b
Agora, dividindo membro a membro, obtemos:
Isso quer dizer que o logaritmo de um quociente é a diferença entre os logaritmos do dividendo e do divisor. 4
Exemplo 1
Sabendo que log 2 = 0,301 e log 3 = 0,477, calcule log 6 e log 1,5.
Solução
3
Como 6 = 2 × 3 e 1,5 = , vamos aplicar as duas primeiras propriedades:
2
a) log 6 = log 2 × 3 = log 2 + log 3 = 0,301 + 0,477 = 0,778.
Resposta: log 6 = 0,778.
Exemplo 2 5
Solução
O número 13,6 é igual a . Fatorando o número 136, encontramos 23 · 17. Veja novamente a aplicação das
Substituindo os valores de log 2 e log 17 que estão na tabela, e levando em conta que log 10 = 1, temos:
log 13,6 = 3 · 0,301 + 1,2304 – 1 = 1,1334 .
Resposta: log 13,6 = 1,1334. 41
anos.
Portanto, a vegetação tomaria conta da represa depois de 6,7 anos aproximadamente.
Características e mantissa
O logaritmo de um número é constituído de duas partes: uma antes da vírgula e outra depois da vírgula. A primeira
chama-se característica e a segunda chama-se mantissa.
log 24 = 1 , 3802
↓
↓
característica mantissa
A característica situa o número dado entre duas potências consecutivas de 10. Logaritmos de números entre 1 e 10
possuem característica 0; logaritmos de números entre 10 e 100 possuem característica 1; logaritmos de números entre
42 100 e 1 000 possuem característica 2. E assim por diante.
A tabela
No fim desta aula, você encontra uma parte de uma tabela de logaritmos. Veja como encontrar os logaritmos dos
..
números de 1 a 999.
a) Para números de 1 a 99, a mantissa está na primeira coluna, e a característica será:
0, se o número estiver entre 1 e 9;
1, se o número estiver entre 10 e 100.
Exemplos:
5 6990
40 6021
6 7782 41 6128
7 8451 → log 7 = 0,8451 42 6232
8 9031 43 6335 → log 43 = 1,6335
9 9542 44 6435
b) Para achar a mantissa de números entre 100 e 1 000, localize os dois primeiros algarismos na coluna da esquerda e o último
algarismo na linha que está acima da tabela. Na interseção está a mantissa. Assim, a característica será 2. Veja como localizar
o logaritmo de 267.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
25 3979 3997 4014 4031 4048 4065 4082 4099 4116 4133
26 4150 4166 4183 4200 4216 4232 4249 4265 4281 4298
27 4314 4330 4346 4362 4378 4393 4409 4425 4440 4456
7
28 4472 4487 4502 4518 4533 4548 4564 4579 4594 4609
29 4624 4639 4654 4669 4683 4698 4713 4728 4742 4757
log 267 = 2,4265 43
1 Usando só 3 decimais da tabela de logaritmos temos log 6 = 0,778 e log 7 = 0,845. Calcule log 42 pela primeira
propriedade e veja na tabela se o seu resultado está correto.
6 Calcule .
Sugestão: veja que .
Use a tabela e a terceira propriedade.
7 a) Qual é o número cujo logaritmo é 2,6180? b) Qual é o número cujo logaritmo é 1,6180?
c) Qual é o número cujo logaritmo é 0,6180?
8 Sabendo que a unidade para a medida das distâncias entre as estrelas é o ano-luz, que vale 9,5 trilhões de
quilômetros, responda: qual é o logaritmo desse número?
44
45
Função logarítmica
Um juiz determinou o pagamento de uma indenização até certa data. Determinou
também que, caso o pagamento não fosse feito, seria cobrada uma multa de R$ 2,00,
que dobraria a cada dia de atraso. Em quantos dias de atraso essa multa seria superior
a 1 milhão de reais?
Pare e pense: como devem ser feitos os cálculos? Reúna-se com seus colegas e, juntos,
proponham soluções para a situação apresentada.
1
Você, com certeza, deve ter percebido que o gráfico assim obtido é simétrico, em relação à reta y = x, ao gráfico da
função anterior.
Observe que se um ponto tem coordenadas (x;y), seu simétrico em relação à reta y = x terá coordenadas (y;x).
Se y = f(x), observe que o ponto (x; f(x)) tem a propriedade de que sua segunda coordenada é a imagem da primeira
pela função f(x)=2x. Tomando o simétrico deste ponto em relação à reta y = x, obtemos o ponto (f(x); x).
Dados esses pontos simétricos, podemos supor que são os pontos sobre o gráfico de uma função que transforma suas
primeiras coordenadas, f(x), nas segundas, ou seja, temos a seguinte situação: .
Essa nova função desfaz o que a função f(x) fez. Logo, é sua inversa.
Assim, o gráfico da função y = log2x é obtido facilmente usando-se o gráfico de y =2x: é suficiente refletir esse último
em torno da reta y = x.
Vamos, no mesmo sistema de eixos coordenados,
construir os gráficos de f(x)=2x e de y = log2x: x
Y f(x) = 2
.
Podemos concluir que:
se o par ordenado (a;b) ∈ f
bissetriz
.
6
então (b;a) ∈ f -1. ff-1((x)=log
x ) = log
x x
2 2
se y = ax então x = logay
Como os gráficos de duas funções inversas são simétricos
em relação à reta y = x (ou seja, a bissetriz dos quadrantes
ímpares), o gráfico da função logaritmo é de imediata
construção, uma vez que já conhecemos o gráfico da X
função exponencial. Ou seja, os gráficos de f(x) = 2x 0
e f(x) = log2x são simétricos em relação à reta y = x
e cada ponto construído acima da reta y = x possui um
48 correspondente situado abaixo da mesma.
Y
Y
Podemos afirmar, pela obser-
vação dos gráficos da função
f(x) = logax
.
crescente
loga x2
loga x1
(0 < a ≠ 1), que ele:
está todo à direita do eixo dos
0 1 x1 xa X 0
log x 1
log x2
1 x1 x2 X
decrescente .
Y (x > 0);
corta o eixo X no ponto de
abscissa 1 (pois loga1 = 0, para
10
No fim do século XVI, o desenvolvimento da Astronomia e da Navegação exigia longos e laboriosos cálculos aritméticos.
Um auxílio precioso já fora obtido com a então recente invenção das frações decimais, embora ainda não suficientemente
difundidas. Mesmo assim, achar um método que permitisse efetuar com presteza multiplicações, divisões, potenciações
e extrações de raízes era, nos anos próximos de 1600, um problema fundamental. 49
..
rapidez muito grande. Chamando de x o número de dias de atraso no pagamento, o valor da dívida será 2x. Veja:
1 dia de atraso, x =1. Logo, a multa é igual a 2¹ = 2.
.
2 dias de atraso, x =2. Logo, a multa é igual a 2² = 4.
3 dias de atraso, x =3. Logo, a multa é igual a 2³ = 8, e assim por diante.
Como vemos, as multas crescem exponencialmente. Devemos calcular em que dia essa multa atinge 1 milhão de reais,
ou seja, devemos resolver a equação: 2x = 1 000 000.
Para resolver essa equação, é preciso aplicar logaritmos aos dois membros da igualdade:
Agora vamos aplicar a propriedade dos logaritmos de potências:
Como log 10 = 1 e log 2 = 0,301, temos:
Resolva a inequação .
Solução
Em primeiro lugar, é preciso estabelecer a condição de existência para o logaritmo: x + 1 > 0, logo x > –1.
Como a base a = 3, a função é crescente e, portanto, mantém-se o sentido da desigualdade. Assim:
x + 1 > 5, logo x > 4
O resultado atende à condição de existência.
Resposta: .
Exemplo 2
Resolva a inequação .
Solução
Em primeiro lugar, é preciso estabelecer a condição de existência para o logaritmo: x + 2 > 0, logo x > –2.
Como a base , a função é decrescente e, portanto, inverte-se o sentido da desigualdade. Assim: x + 2 < 5, logo x < 3.
O resultado deve atender à condição de existência.
50 Resposta: .
5 Se a curva da figura representa o gráfico da função y = log x, x > 0, determine o valor da área colorida.
0 1 2 3 4 5 6 X
A y = log 2 x
a) (3;8) e (2;1)
b) (2;1) e (3;8) B
c) (2;1) e (1;2) X
d) (1;2) e (1;1)
e) (1;2) e (2;1)
51
Pare e pense. Como devem ser feitos os cálculos? É possível construir o gráfico que
descreve o crescimento dessa planta? Reúna-se com seus colegas e, trabalhando em
grupo, proponham soluções para a situação apresentada.
1
Y
x g ( x ) = ax
Y g(x) = a
y = x y = x
( 0, 1 )
( 0, 1 )
f ( x ) = log ax
X X
( 1, 0 ) ( 1, 0 )
f ( x ) = loga x
a > 1
0 < a < 1 2
52
Exemplo 1
Solução
É preciso atribuir valores para x, obtendo assim os valores de y. Logo:
a) x f (x)
Y
y = log 3 x
0 1 3 X
–1
Domínio = R*+
Imagem = R
b) x f (x)
Y
y = log 5 x
1
0 1 5 X
Domínio = R*+
Imagem = R
53
0 1 3 X
–1
Domínio = R*+
Imagem = R
Exemplo 2
No sistema cartesiano abaixo, estão representadas as funções y = log2 (x + a) e y = 3. Calcule o valor de a, sabendo-se que
a é um número real diferente de zero.
Solução
Os gráficos dessas duas funções têm um ponto Y y = log2 ( x + a )
comum: (2; 3). Para este ponto, temos que
y=3
log2(2+a) = 3. Aplicando-se a definição de logaritmo,
4
temos que:
2 + a = 2³
a=8–2=6
X
a=6 2
Resposta: o valor de a é 6.
Exemplo 3
A curva da figura representa o gráfico da função
Y
y = loga x (a>1). Dos pontos B(2;0) e C(4;0), são
levantadas perpendiculares ao eixo das abscissas, as quais E y = log a x
interceptam a curva em D e E, respectivamente. Se a área do
trapézio retangular BCED é 3, determine, nestas condições, a
D
área do triângulo ABD, sabendo que o ponto A é (1;0).
Solução
Os segmentos BD e CE fornecem respectivamente as X
A B C
ordenadas dos pontos D e E, ou seja, BD = loga 2 e CE =
loga 4. Assim, a área do trapézio BCED pode ser indicada
por:
Como essa área é 3, temos:
54
f(x)
h2
h1
Portanto, a relação que existe entre as alturas é:
4 8 X
Resposta: .
6
Exemplo 5
Suponha que uma certa cultura de bactérias esteja crescendo de acordo com a lei exponencial P (t) = P0 . e k t e que o tamanho
da colônia dobra a cada 9 dias. Determine a constante de crescimento k.
Solução
O problema não informa o tamanho inicial da população no instante t = 0. Entretanto, sabemos que
.
Aplicando loge aos dois membros da igualdade, temos que:
Assim: 9k . loge e = loge 2.
Utilizando uma máquina de calcular, verificamos que: loge 2 = 0,693.
Resposta: .
7
Crescimento exponencial
Decrescimento exponencial
Exemplo 6
O corpo de uma vítima de assassinato foi encontrado às 22 horas. Às 22h30min, o médico da polícia chegou e imediatamente
tomou a temperatura do cadáver, que era de 32,5° C. Uma hora mais tarde, tomou a temperatura outra vez e encontrou
31,5° C. A temperatura do ambiente foi mantida constante a 16,5° C. Admita que a temperatura que descreve o resfriamento
do corpo é dada por: D(t) = D0 . 2 (–2αt) 55
..
D0 é a diferença de temperatura do cadáver com o meio ambiente no instante t = 0;
D(t) é a diferença de temperatura do cadáver com o meio ambiente num instante t qualquer;
é uma constante positiva.
8
Assim, podemos calcular o 1o membro da igualdade:
b) Devemos determinar t tal que D(t) = 20. Isto é:
Assim: ; .
Temos que: ;
Resposta: a pessoa morreu 3 horas antes da primeira medição, que foi feita às 22h30min, ou seja, às19h30min.
1A pressão atmosférica, ao nível do mar, é de 1 atm. A cada quilômetro que se sobe acima desse nível, a pressão
diminui 10%. Copie, no seu caderno, o gráfico que melhor representa a pressão P, em atm, em função da altura h, em
km, medida a partir do nível do mar.
0 0 h 0 0
h h h
56
4 Segundo dados de uma pesquisa, a população de certa região do país vem decrescendo em relação ao tempo
t, contado em anos, aproximadamente, segundo a relação . A constante P0 é o valor da população
inicial dessa região e P(t) a população t anos depois. Determine quantos anos se passarão para que essa população
fique reduzida à quarta parte da que era inicialmente.
5 Um modelo matemático usado para estudar a decomposição de uma substância radioativa baseia-se na
suposição de que a taxa de variação da massa da substância em relação ao tempo é proporcional à massa existente
em cada instante, isto é, . M(t)
..
M 0
, onde:
Mo é o valor inicial da massa;
.
M(t) é a massa no tempo t;
k é uma constante característica da
substância.
M
2
0
0 T X
Chama-se meia-vida da substância o tempo T durante o
qual a massa da substância radioativa fica reduzida à metade de sua massa original. Nestas condições, calcule a constante k em função
da meia-vida T, conforme ilustra o gráfico ao lado.
6 Sejama e b dois números reais positivos e diferentes de 1. Considere as funções
cujos gráficos são mostrados na figura ao lado:
P1 f(x)
1
P2
p
Os pontos P1 = (8; 1) P2 = (m; p) pertencem ao gráfico m 8 X
de f, enquanto Q1 = (8; –3) e Q2 = (m; q) pertencem ao q
Q2
–3
Q1 g(x)
gráfico de g. Determine a razão .
7 O valor mínimo da função de variável real f definida por é obtido para qual (quais)
valor(es) de x?
2 log x
57
2
Calcule e responda no seu caderno: Qual o valor de f (256)?
0 16 X
É importante que você desenvolva sua autoconfiança para defender seus pontos
de vista e sua maneira de resolver problemas.
58
EEstaxponenciais e logaritmos
é uma aula de problemas envolvendo exponenciais e logaritmos. Observe que as palavras “exponencial” e
“logaritmo” não aparecem nos enunciados. Estes conceitos aparecerão naturalmente na solução dos problemas.
Exemplo 1
A população de uma cidade cresce 10% em cada período de 4 anos. Se a população hoje é de 20 000 habitantes, calcule qual
será, aproximadamente, a população desta cidade:
a) daqui a 20 anos; b) daqui a n anos.
Solução
a) Quando uma grandeza c sofre um aumento de 10%, seu novo valor será:
Portanto, aumentar 10% significa multiplicar por 1,1. Se um novo aumento de 10% acontecer, a nova quantidade, que
chamaremos de c2 , poderá ser calculada por:
Ou seja, multiplicamos novamente por 1,1 e, conseqüentemente, a grandeza original c ficará multiplicada por 1,12. E
assim por diante.
Períodos de tempo (p) Anos (n) População Portanto, como evolui a população da
0 0 20 000 cidade?
1 4 20 000 × 1,1 = 22 000 No quadro ao lado, p é o número de
2 8 20 000 × 1,12 = 24 200 períodos de tempo: p = 0 significa hoje,
3 12 20 000 × 1,13 = 26 620 p = 1 significa daqui a 4 anos, p = 2
4 16 20 000 × 1,14 = 29 282 significa daqui a 8 anos, e assim por
5 20 20 000 × 1,15 = 32 210 diante. 59
b) Observe que a população da cidade após p períodos de tempo é y = 20 000 × 1,1 p . Como cada período de tempo tem 4 anos,
então o número de períodos de tempo decorridos é igual ao número de anos decorridos divididos por 4, ou seja, .
Considerando a cidade do problema anterior, calcule daqui a quantos anos a população da cidade será o dobro da de hoje.
Solução
Conforme o item b do problema anterior, a população da cidade daqui a n anos será . Para que
a população seja de 40 000 habitantes, é preciso resolver a equação:
Ou seja: .
Esta é uma equação exponencial, ou seja, uma equação onde a incógnita está no expoente. Para resolvê-la, é preciso
considerar os logaritmos de ambos os membros e aplicar suas propriedades (veja Aula 4). Será também necessário usar
uma calculadora científica para obter os logaritmos e efetuar os cálculos.
Tomemos então os logaritmos decimais dos dois membros da equação:
No primeiro problema, encontramos uma função que fornece a população da cidade após n anos decorridos:
3
.
Esta é uma função do tipo y = b . a x chamada de função do tipo exponencial. Ou seja, uma função exponencial
multiplicada por uma constante. No caso da função da população, o expoente n é um número inteiro de anos. Entretanto,
a função pode ser utilizada para estimar a população em frações de anos. Por exemplo: para estimar a população daqui
a 2 anos e meio, basta fazer n = 2,5 e utilizar uma calculadora científica para as contas.
4
Exemplo 3
Uma bomba de vácuo consegue retirar 20% do ar de um recipiente em cada minuto. Se ficar ligada por 8 minutos, que
fração da quantidade inicial de ar restará no recipiente?
60
Portanto, diminuir 20% significa multiplicar por 0,8. Se uma nova diminuição de 20% acontecer, multiplicamos
novamente por 0,8 e, conseqüentemente, a grandeza original c ficará multiplicada por 0,82. E assim por diante.
Tomemos a quantidade de ar no reservatório como 100 e seja n o número de minutos em que a bomba fica ligada.
Observe no quadro abaixo como fica a quantidade de ar presente no reservatório após alguns minutos:
Portanto, após n minutos, a quantidade de ar restante no reservatório
Minutos Quantidade de ar será igual a 100 × 0,8n. Trata-se, novamente, de uma função do tipo
0 100 exponencial.
1 100 × 0,8 = 80 Para n = 8, obtemos 100 × 0,88 = 0,1678.
2 100 × 0,82 = 64 Como a quantidade inicial de ar no recipiente foi tomada como 100, concluí-
3 100 × 0,83 = 51,2 mos que, com 8 minutos de bomba ligada, a quantidade de ar restante será
aproximadamente 16,78% da inicial.
5
Resposta: restará no recipiente aproximadamente 16,78% da quantidade de ar inicial.
A resposta da primeira pergunta é 6 mg, pois o enunciado diz que em 4 horas metade da quantidade do remédio é
eliminada. Logo, metade também permanece no organismo.
No caso da segunda pergunta, temos a tendência de responder 9 mg, que é a média entre 12 e 6. Mas esta não é a resposta
correta. Vamos construir a solução da mesma forma que fizemos nos problemas anteriores.
Quando uma grandeza c sofre uma diminuição de 50%, ou seja, fica reduzida à metade, seu novo valor será:
.
Portanto, diminuir 50% significa multiplicar por 0,5. Se uma nova diminuição de 50% acontecer, deve-se novamente
multiplicar por 0,5 e, conseqüentemente, a grandeza original c ficará multiplicada por 0,52. E assim por diante.
Assim, após p períodos de tempo, a quantidade do remédio presente no organismo será igual à quantidade inicial
(12 mg) multiplicada por 0,5p. Como cada período de tempo tem 4 horas, para obter a informação 2 horas após a
aplicação, deveremos fazer . Assim:
Portanto, a quantidade do remédio presente no paciente após 2 horas da aplicação será 8,46 mg.
6
Observe o gráfico da página seguinte. Ele mostra a quantidade do remédio presente no organismo até 24 horas depois
da aplicação. Observe que, no fim de um dia, quase nada resta do remédio.
61
0 7
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
No decaimento exponencial, o tempo que uma substância leva para se reduzir à metade chama-se meia-vida da substância.
No problema que acabamos de resolver, dizemos então que a meia-vida do remédio é de 4 horas.
Este conceito é muito utilizado quando se trata de elementos radioativos, que se desintegram naturalmente, e sua massa ao
longo do tempo tem um decaimento exponencial. Por exemplo, o carbono 14 é um elemento radioativo com meia-vida de
5 500 anos. A meia-vida longa de certos elementos radioativos explica por que regiões atingidas por acidentes nucleares – por
exemplo, um vazamento em uma usina nuclear geradora de eletricidade – ficam sem poder ser habitadas durante séculos.
C onclusão importante
A função do tipo exponencial está presente em inúmeras situações da vida. Aparece sempre que a variação de uma
grandeza em um intervalo é proporcional ao valor dessa grandeza no início do intervalo. Observe o que foi importante
..
perceber em cada enunciado dos problemas que resolvemos.
No Para pensar: a quantidade do remédio diminui 50% em cada intervalo de 4 horas.
.
No Exemplo 1: a população cresce 10% em cada período de 4 anos.
No Exemplo 3: a quantidade de ar diminui 20% em cada minuto.
Portanto, sempre que o crescimento (ou diminuição) de uma grandeza em um intervalo for uma fração do valor dessa
grandeza no início desse intervalo, teremos uma função do tipo exponencial.
8
1 Considere a situação do problema do início da aula. Qual é a quantidade do remédio presente no organismo do
paciente 12 horas após a aplicação?
2 Em uma cultura de bactérias, a população (ou seja, a quantidade de bactérias) dobra em 6 horas. Se a amostra
inicial tinha 200 bactérias, qual será a população após 2 dias?
3 Em uma fazenda, a boiada cresce 20% em cada ano. Se são hoje 1 000 animais, quantos serão daqui a 6 anos?
Em uma fazenda de gado, a boiada cresce 20% em cada ano. Em quantos anos ela será 10 vezes maior que a
4
de hoje? (use log 2 = 0,301 e log 3 = 0,477).
5 Uma bomba de vácuo consegue retirar 20% do ar de um recipiente em cada minuto. Quanto tempo ela deve
ficar ligada para retirar 99% do ar do recipiente? (use log 2 = 0,301).
6 A meiavida do isótopo radioativo do carbono (C14) é de 5 500 anos. Que percentual da massa original de C14
62 restará em uma amostra após 10 000 anos?
Progressões geométricas
Muitas pessoas, preocupadas com o futuro do planeta, costumam dizer que a produção
de alimentos cresce em progressão aritmética, enquanto a população mundial cresce
em progressão geométrica. O que significa essa frase?
Você já estudou as progressões aritméticas e sabe que a primeira parte da frase diz
que o aumento da produção de alimentos é constante, ou seja, a cada ano aumenta
do mesmo valor. Já a segunda parte da frase fala de uma seqüência cujo crescimento
é cada vez mais rápido.
São essas seqüências que estudaremos nesta aula. Você poderá observar, no desenho
abaixo, a comparação feita entre alguns termos de uma progressão aritmética e de
uma progressão geométrica situados sobre uma régua. Veja o crescimento constante
da progressão aritmética e o crescimento cada vez mais rápido de uma progressão
geométrica.
PA
PG
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
P rogressões geométricas 1
Existem bactérias que se reproduzem de forma extremamente rápida. Um exemplo é a bactéria que causa a sífilis, chamada
treponema pallidum. Cada uma delas se transforma em 8 iguais no período de 1 hora. Observe o esquema:
Momento inicial → a1 = 1
1 hora depois → a2 = 1 × 8 = 8
2 horas depois → a3 = 8 × 8 = 64
3 horas depois → a4 = 64 × 8 = 512
O que você pode concluir?
Cada elemento da seqüência, a partir do segundo, é obtido multiplicando-se o anterior por 8. Dizemos, então, que essas
quantidades de bactérias formam uma progressão geométrica. 63
Os termos de uma progressão geométrica são representados, em geral, pela letra a, recebendo um índice que indica a
ordem dos termos na seqüência. A razão é representada pela letra q.
Exemplo 1
Solução
Para calcular a razão de uma progressão geométrica, basta calcular o quociente entre qualquer termo e o anterior.
Calcule as razões das duas progressões dos exemplos anteriores.
×q ×q × q
Considerando a definição de progressão geométrica, podemos escrever que a2 = a1 . q
Como podemos escrever os termos seguintes?
O terceiro termo é a3= a2 . q = a1 . q . q = a1 . q2.
O quarto termo é a4= a3 . q = a1 . q2 . q = a1 . q3 e assim por diante.
a2= a1 . q
a3= a1 . q2
a4= a1 . q3
64 a5= a1 . q4...
Solução
Para calcular a razão, é preciso dividir qualquer termo pelo anterior. Logo: q = 15 5 = 3.
Para calcular o 11o termo da progressão geométrica, basta substituir n por 11 na fórmula do termo geral: a11 = a1 . q11-1 = a1 q10.
Substituindo os valores do primeiro termo e da razão, encontraremos: a11 = 5 310 = 5 59 049 = 295 245.
Resposta: o 11 termo da progressão geométrica é 295 245.
o
Você verá aparecer no visor os seguintes números, que são os termos da progressão geométrica:
6 18 54 162 486 1 458 4 374 13 122
Exemplo 3
João investiu R$ 500,00 comprando ações de uma empresa. Para tristeza de João, esse dinheiro sofreu desvalorização de 5%
a cada mês. Com quanto João ainda ficou ao final de 1 ano?
Solução
O resultado encontrado é quanto sobrou do dinheiro de João depois das desvalorizações de 5% ao mês sofridas durante
esse ano.
5
Resposta: João ficou com apenas R$ 270,18.
Propriedades das
progressões geométricas
O gráfico
É possível visualizar os termos de uma progressão a
6
geométrica por meio de um gráfico.
exponencial. a2
a1
1 2 3 4 5 6
66 Nesse caso, dizemos que b é a média geométrica entre a e c.
1 Escreva os 8 primeiros termos da progressão geométrica cujo primeiro termo é 5 e cuja razão é 2.
2 Calcule o valor de x em cada uma das progressões geométricas, escreva os três termos e a razão de cada PG.
a) 4, 12, x b) 2, x, 50 c) x, 6, 9
3 Uma pequena empresa está em desenvolvimento e seu faturamento aumenta 20% todos os meses. Se em janeiro
o faturamento foi de R$ 7 400,00, quanto a empresa deve faturar em junho do mesmo ano?
4 O número x é positivo e os números 8, x e x + 6 formam, nessa ordem, uma progressão geométrica. Calcule x.
5 Uma indústria começou a funcionar em 1980 e aumentou a sua produção em 10% a cada ano. Em que ano a
produção será, pela primeira vez, maior do que o dobro da inicial?
6 O protozoário chamado plasmodium vivax é um dos causadores da malária. Ele se reproduz muito rápido. No
espaço de um dia, cada um deles se transforma em 4 iguais. Se um deles penetra no organismo de uma pessoa, quantos
eles serão (aproximadamente) 10 dias depois?
7 A partir de 1970, a incidência de certa doença passou a diminuir 40% a cada ano. Em que ano o número de
doentes foi de cerca de 1% do número registrado em 1970?
8 Uma pessoa aplicou R$ 5 000,00 à taxa de 0,85% ao mês. Calcule por quanto tempo esse dinheiro ficou aplicado
para se transformar em R$ 5 260,48.
9 (Fuvest-SP) Um país contraiu em 1829 um empréstimo de 1 milhão de dólares, para pagar em 100 anos, à taxa
de juros de 9% ao ano. Por problemas de balança comercial, nada foi pago até hoje, e a dívida foi sendo “rolada”, com
capitalização anual dos juros. Em 1989, qual dos valores abaixo está mais próximo do valor da dívida?
Para os cálculos, adote (1,09)8 2.
a) 14 milhões de dólares b) 500 milhões de dólares
c) 1 bilhão de dólares d) 80 bilhões de dólares
e) 1 trilhão de dólares
67
Você conhece o jogo de xadrez? É um jogo de tabuleiro com peças de diferentes formas:
um rei, uma rainha, dois cavalos, dois bispos, duas torres e oito peões. Contam que o
inventor desse jogo teria feito um pedido ao rei como pagamento pela invenção. Ele queria
um grão de trigo pela primeira casa do tabuleiro, dois pela segunda, quatro pela terceira e
assim por diante, dobrando a quantidade de grãos até a 64a casa.
Você faz idéia de qual é o total de grãos?
O inventor pediu: 1 + 2 + 4 + 8 + 16 .....+ 263 .
Essa soma também pode ser escrita assim: 1 + 2 + 22 +23 + 24+ ....... + 263 .
Observe que as parcelas dessa soma formam uma progressão geométrica de razão 2.
1
Será possível obter o resultado dessa soma sem precisar somar todas as parcelas?
Observe que os outros termos foram cancelados na subtração. Como a8=a1q7, temos:
S7 . q _ S7= a1. q7_ a1
Essa fórmula permite calcular a soma de sete termos de uma PG, cujo primeiro termo é a1 e cuja razão é q. Temos
então que, no caso geral, a soma dos n termos de uma progressão geométrica é dada por: .
Exemplo 1
Calcule, usando a fórmula, a soma dos 9 termos da progressão geométrica cujo primeiro termo é 8 e a razão é 3.
Solução
Substituindo na fórmula a1 por 8, q por 3 e n por 9, temos:
.
Resposta: a soma dos 9 termos da progressão geométrica é 78 728.
q x = = = = = = ... qn
/_________________________\
n –1 vezes
Exemplo 2
Uma indústria iniciou suas atividades produzindo 5 000 objetos por ano e, a cada ano, a produção aumentou 10% em
relação ao ano anterior. Qual foi o total de objetos produzidos em 10 anos?
Solução
Considere que a produção em um ano qualquer foi de x objetos. Então, no ano seguinte, será de:
.
Portanto, a produção de um ano é igual à do ano anterior multiplicada por 1,1.
Como o aumento da produção em cada ano é de 10%, vemos que as produções anuais dessa indústria formam uma
progressão geométrica de razão 1,1. Temos então: a1 = 5 000
a2 = 5 000 x 1,1
a3 = 5 000 x 1,12
Agora, é preciso usar a fórmula da soma dos termos de uma progressão geométrica para calcular o número total de
objetos produzidos em 10 anos. Basta substituir a1 por 5 000, n por 10 e q por 1,1 . 69
.
Essa indústria produziu, em 10 anos de atividade, aproximadamente 79 685 objetos. Observe que ao calcular 1,110, a
aproximação foi para menos. Portanto, o número real de objetos produzidos foi um pouco superior ao calculado.
Dizemos, então, que o número 79 685 é uma estimativa, que sabemos estar bem próxima do valor exato.
Resposta: em 10 anos, foram produzidos 79 685 objetos.
Exemplo 3
Em certa região do país, a pesca predatória fez com que a produção de pescados caísse em 20% a cada ano. Se, em 1991,
foram pescadas nessa região 2,5 toneladas de peixes, qual foi a produção total de 1991 até 1995?
Solução
Considerando que a produção em certo ano foi de x toneladas, então, no ano seguinte, será 20% menor. Ou seja:
.
Logo, se a produção em cada ano é igual à do ano anterior multiplicada por 0,8, temos a seguinte progressão:
toneladas
Para somar os resultados, usa-se a fórmula da soma dos termos de uma progressão geométrica.
70
Como -1 < q < 1, quanto maior n, melhor será essa aproximação. Matematicamente, esta propriedade é assim
representada:
Este resultado chama-se limite da soma dos termos de uma progressão geométrica decrescente. Daí o símbolo colocado
no lugar de lim Sn. Este limite é representado por S.
Esta fórmula fornece um resultado muito próximo da soma dos termos da progressão geométrica quando o número
de parcelas é muito grande e, quanto maior for o número de termos, melhor será o resultado.
Exemplo 4
Observe que: .
Que
Queconclusão
conclusãopode
podeser
sertirada
tiradaaapartir
partirdesses
dessesdois
doisresultados?
resultados?Pense
Penseeediscuta
discuta
com
comseus
seuscolegas
colegasde
degrupo.
grupo. 3
71
3
Calcule a soma com 6 parcelas.
4 João ganhou em janeiro R$ 70,00 e, a partir daí, passou a ganhar um aumento de 10% a cada mês. Qual foi o
total que ele ganhou em todos esses meses até o final do ano?
6 (Telecurso 2000 - 2o Grau) O treinamento de um nadador para as próximas 8 semanas consiste no seguinte: na
primeira semana, ele deve nadar 4 000 metros ; na segunda semana, deve nadar 20% a mais, isto é, 4 800 metros e
assim por diante, aumentando a cada semana a distância da semana anterior em 20%. No final das 8 semanas, quantos
metros o atleta terá nadado?
7 Uma pessoa compra uma casa pagando prestações mensais durante 10 anos. A prestação inicial é de R$ 800,00,
sendo que as prestações pagas em um mesmo ano são iguais. A cada ano, a prestação aumenta 15% em relação à do
ano anterior. Ao final dos pagamentos, quanto no total a pessoa terá pago pela casa?
8 Uma empresa produziu, em 1995, 100 000 unidades de certo produto. Supondo que o aumento anual da produção
tenha sido de 20%, quantas unidades esta empresa produziu desde 1995 até 1999?
9 No ano passado uma indústria produziu 30 000 unidades de certo produto. Determine quantas unidades foram
produzidas em cada trimestre do ano, supondo que a produção tenha dobrado a cada trimestre.
72
Calculando porcentagens
Seu Vicente e Dona Marta leram o seguinte artigo no jornal:
CONFIRA AS OFERTAS
Supermercado Supermercado Supermercado
“TEM TUDO” “OFERTÃO” “PREÇO BOM”
Feijão (1 kg) 0,85 0,81 0,89
Arroz (5 kg) 3,69 3,49 3,72
Café (500 g) 2,48 2,58 2,62
Sabão em pó (1 kg) 2,39 2,52 2,39
Óleo (900 ml) 2,10 1,40 1,75
Como é sempre uma fração de denominador 100, uma porcentagem pode também ser representada por um número
decimal, assim:
1,25.
Mas o que significa dizer “brasileiros gastam 30% do orçamento com moradia”? Significa que de cada R$ 100,00 do
seu orçamento, R$ 30,00 são gastos com moradia.
Forme um grupo com dois ou três colegas e discutam o significado das sentenças
apresentadas no início desta aula. 3
Exemplo 1
Na eleição para prefeito de uma cidade com 425 212 eleitores, 25% votaram no candidato vencedor. Com quantos votos ele
se elegeu?
Solução
25% de 425 212 = 0,25 de 425 212 = 0,25 × 425 212 = 106 303.
74 Resposta: 106 303 eleitores votaram no candidato eleito.
Exemplo 2
jardim 2%
Solução
lavagem
Analisando o gráfico, constata-se que 37% da água de carro
1%
37% = 37 = 0,37.
100
Como o consumo diário é de cerca de 50 litros, temos que calcular:
37% de 50 = 0,37 × 50 = 18,5.
Resposta: o consumo diário em banhos é de cerca de 18 litros e meio.
Exemplo 3
Solução
No Brasil, a gorjeta é geralmente 10% do total da conta. Assim, basta dividir mentalmente o valor da compra por 10
para calcular os 10% da gorjeta:
10% de 20 = 0,10 de 20 = 0,1 × 20 = 2.
Resposta: se a gorjeta é de 10% devo dar R$ 2,00 e então pagar ao todo R$ 22,00.
Exemplo 4
Comprei um terreno de 3 000 metros quadrados, mas apenas 50% da área do terreno é plana. Quantos metros quadrados
de superfície plana tenho? 75
Sabemos que, se o terreno todo é representado por 100%, então 50% representam a metade do terreno. E, para calcular 4
a metade, basta dividir, mentalmente, por 2:
3 000 ÷ 2 = 1 500.
Resposta: a parte plana do terreno tem 1 500 metros quadrados.
Algumas porcentagens devem ser calculadas com a máquina de calcular, pois exigem cálculos trabalhosos.
Exemplo 5
Solução 5
10,4% de 235 = 0,104 × 235 = 24,44.
2 3 5 × 1 0 . 4 %
Na máquina de calcular, apertamos as seguintes teclas:
E no visor já aparecerá 24,44.
Resposta: 10,4% de R$ 235,00 são R$ 24,44.
Dos 1 750 funcionários de uma empresa, 525 estudam à noite. Que porcentagem do total de funcionários esses indivíduos
representam?
Solução
Sabemos que: ... % de 1 750 = 525 ou ... × 1 750 = 525.
Então, para calcular a porcentagem faremos a divisão: 525 ÷ 1 750.
Fazendo essa conta, manualmente ou usando a calculadora, chegamos ao resultado 0,3. Como: 0,3 = 0,30 =
Exemplo 7
“A maioria das pessoas não tem noção dos impostos que paga ao comprar produtos no dia-a-dia. Esses impostos chamados
indiretos – Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS),
Programa de Integração Social (PIS) e outros – representam quase a metade de tudo que é arrecadado pela Receita Federal.
Ao comprar uma dúzia de ovos, por exemplo, que hoje custa em média R$ 1,15, o consumidor paga indiretamente R$ 0,33
de impostos” .
76 texto adaptado de O GLOBO de 25/12/2000
Solução
Sabemos que: x % de 1,15 = 0,33.
Cálculo de um número
sendo dada a porcentagem
Veja outra situação que exige o uso das porcentagens.
Exemplo 8
Uma área de 117 metros quadrados, que é 65% da área de um terreno, foi utilizada para a construção de uma casa. Calcule
a área desse terreno.
Solução
Vamos representar a área do terreno por x:
Ou seja:
Porcentagem de porcentagem
Algumas situações apresentam uma porcentagem que se refere a um número que já está relacionado a outra porcentagem.
Neste caso, essas porcentagens não podem ser somadas. Devemos, primeiro, calcular uma porcentagem e, depois desse
resultado obtido, calcular a outra porcentagem.
Exemplo 9
A turma de Paulo possui 40 alunos. Desse total, 60% são rapazes. Sabendo que 25 % dos rapazes praticam natação,
quantos rapazes praticam natação? Qual é a porcentagem de rapazes que praticam natação em relação ao total de alunos
da turma? 77
Um outro modo de calcular o número de rapazes que praticam natação é: 15% de 40 = 0,15 × 40 = 6.
5 40% das pessoas que morreram em dezembro foram vítimas de acidentes de carro. De cada 50 pessoas que
morreram, quantas foram vítimas de acidente de carro?
6 Calcule:
a) 3% de 2 100 c) 126% de 45
b) 72% de 7 922 d) 18% de 120
10 Em uma cidade, 53 100 habitantes têm menos de 18 anos, o que corresponde a 60 % do total de habitantes da
cidade. Quantos são os habitantes dessa cidade?
11 Na turma de Sandra, os alunos escolheram o esporte que gostariam de praticar nas aulas de Educação Física.
O gráfico mostra como foi a escolha:
vôlei
30%
futebol
40%
Observe bem o gráfico e responda:
a) Se a turma de Sandra tem 30 alunos,
10%
quantos escolheram praticar futebol?
20% outros
b) Quantos alunos optaram por vôlei ou
basquete?
basquete
12 Da população total do Brasil, 51 % são mulheres. Além disso, 20 % das mulheres possuem o ensino médio
completo. Qual a porcentagem das mulheres que possuem o ensino médio completo em relação ao total da população
brasileira?
13 Forme um grupo com alguns colegas para procurar, em jornais e revistas, notícias com dados numéricos escritos
na forma de porcentagem. Façam uma análise desses dados.
79
A Matemática e o dinheiro
O custo total de um aparelho eletrodoméstico é de R$ 215,00. Por quanto deve ser
vendido esse aparelho para que se obtenha um lucro de 20% sobre o preço de custo?
Que porcentagem representa o lucro em relação ao preço de venda?
Forme uma dupla com um colega e discuta como vocês resolveriam essas questões.
1
Muita gente pensa que, no que diz respeito a dinheiro, a Matemática só serve para fazer troco e para calcular o total a
pagar no caixa. Não é bem assim. Sem a Matemática, não seria possível entender os contracheques, calcular os aumentos
de salário, saber quais produtos aumentaram demasiadamente de preço, quanto realmente se paga de juros ao fazer
uma compra em prestações etc.
Nesta aula, vamos trabalhar com situações comerciais, como lucro e prejuízo e diversas outras que fazem parte do
dia-a-dia, como, por exemplo, aumentos e descontos. Aconselhamos que você confira os cálculos da aula usando uma
calculadora, que você também poderá usar para a resolução dos exercícios.
A umentos e descontos
Quando se deseja calcular em porcentagem um novo valor, obtido após um aumento, calcula-se antes o aumento e
depois acrescenta-se esse aumento ao valor anterior. Da mesma forma, resolve-se um problema de desconto. Neste
caso, calcula-se primeiro o desconto e depois subtrai-se o desconto do valor anterior.
Exemplo 1
Se uma conta de R$ 86,00 for paga após o vencimento, haverá uma multa de 5%. Quanto então deverá ser pago?
Solução
Exemplo 2
Uma loja de eletrodomésticos está oferecendo 15% de desconto nos pagamentos à vista de todas as suas mercadorias. Quanto
pagarei por uma televisão que custa R$ 300,00?
Solução
O desconto será de 15%, então: 15% de 300 = 0,15 × 300 = 45.
Pagarei pela televisão, com desconto: 300 _ 45 = R$ 255,00.
80 Resposta: o preço da TV, com desconto, será de R$ 255,00.
Logo, para calcular o novo valor da conta, já com o acréscimo da multa, basta
Para calcular o preço com desconto, basta multiplicar o preço anterior por:
.
LEmucro e prejuízo
todas as atividades comerciais, lucro e prejuízo são termos muito utilizados. Obter lucro é a meta de todo bom
comerciante ou empresário, assim como evitar prejuízos é o grande cuidado que eles devem tomar.
Lucro é o acréscimo dado ao preço de custo ou de produção de uma mercadoria ou de um produto para se calcular
seu preço de venda. Esse acréscimo é o ganho do comerciante ou empresário e, geralmente, é calculado em forma de
porcentagem sobre o preço de custo da mercadoria ou do produto.
Prejuízo é o que o comerciante perde quando, por algum motivo, vende a mercadoria por um preço menor do que o
preço de custo.
Exemplo 3
Para lucrar 24 %, por quanto um comerciante deverá vender uma mercadoria que lhe custou R$ 160,00?
Faça uma estimativa do lucro que o comerciante pretende obter. Troque idéias 2
com seus colegas.
Solução
Calculando o lucro: 24% de 160 = 0,24 × 160 = 38,40.
O lucro será de R$ 38,40.
Calculando o preço de venda da mercadoria: 160,00 + 38,40 = 198,40.
Resposta: o comerciante deverá vender a mercadoria por R$ 198,40.
O preço de venda pode ser calculado diretamente, sem que seja necessário calcular antes o lucro. Como o preço
de venda é a soma do preço de compra com o lucro, podemos fazer:
81
Logo, para calcular o preço de venda, basta multiplicar o preço da compra por 1,24 (1 + 0,24), onde 0,24 é a porcentagem
do lucro.
Exemplo 4
Um automóvel que custa R$ 8 000,00 foi vendido com um prejuízo de 15%. Qual foi o preço de venda?
Solução
Calculando o prejuízo: 15% de 8 000 = 0,15 × 8 000 = 1 200.
O prejuízo foi de R$ 1 200,00.
Para calcular por quanto foi vendido o automóvel: 8 000 – 1 200 = 6 800.
Resposta: o preço de venda do automóvel foi de R$ 6 800,00.
Vamos agora calcular o preço de venda sem calcular antes o prejuízo, da mesma forma como fizemos com o lucro:
Logo, para calcular o preço de venda, basta multiplicar o preço de compra por 0,85 (1 – 0,15), onde 0,15 é a
porcentagem do prejuízo.
Existem alguns termos, utilizados em outros setores ou atividades financeiras, com significado semelhante a
lucro e prejuízo.
Numa empresa, por menor que seja, existe uma pessoa encarregada de anotar o movimento de dinheiro, ou seja, as
entradas e saídas ou os créditos e débitos. No final do mês, calcula-se o resultado da movimentação, que pode ser de
lucro, superávit ou saldo positivo ou, ao contrário, de prejuízo, déficit ou saldo negativo.
82
Solução
Se o preço do artigo era 100, o primeiro desconto foi de 0,15 × 100 = 15, o que baixou o preço para 100 – 15 = 85.
O segundo desconto foi de 12% sobre R$ 85,00 isto é, 0,12 × 85 = 10,20. O preço do artigo vai para R$ 74,80, pois
85,00 – 10,20 = 74,80.
A redução total do preço foi de: 100 – 74,80 = 25,20 sobre um preço de 100.
Exemplo 6
Uma empresa distribuidora oferece, sobre o valor de uma fatura, os descontos sucessivos de 10% e 4%. Sabendo que o valor
da fatura é de R$ 6 000,00, qual o seu valor líquido?
Solução
É preciso calcular os valores líquidos parciais correspondentes aos abatimentos oferecidos, respeitando a ordem das
taxas, até obter o valor líquido final.
Para obter o 1o líquido parcial, calculamos: 10% de 6 000 = 0,1 × 6 000 = 600.
Valor do primeiro líquido parcial: 6 000 – 600 = 5 400.
2 Caso você multiplique o preço de uma mercadoria por 1,08, o resultado obtido será um preço com lucro ou
prejuízo? De quanto por cento em relação ao preço de custo?
83
4 Um comerciante vendeu mercadorias com um lucro de 8% sobre o preço de custo. Determine o preço de venda,
sabendo que essas mercadorias custaram R$ 135,00, para o comerciante.
5 Obtive um lucro de R$ 20,00 ao vender um objeto por R$ 270,00. Qual foi o preço de custo desse objeto? Qual
foi a porcentagem de lucro sobre o preço de custo?
6 Quanto custou um relógio vendido por R$ 198,00, com um prejuízo de R$ 28,00 sobre o preço de custo?
7 Ao efetuar o pagamento do imposto predial após o vencimento, uma pessoa pagou 4% de multa. Qual foi o valor
pago, se o imposto sem multa era de R$ 86,00?
8 O custo total de um objeto é R$ 184,00. Por quanto deve ser vendido esse objeto para que se obtenha um lucro
equivalente a 15%? Que porcentagem representa o lucro em relação ao preço de venda?
9 Aumentos sucessivos de 20% e de 30% equivalem a um aumento único de quanto? E descontos sucessivos de 20%
e 30% equivalem a um desconto único de quanto?
10 Os trabalhadores de certa categoria estão reivindicando uma reposição salarial de 29% mais um aumento real
de 5%. Qual é o aumento total que está sendo pleiteado?
É necessário saber conferir e justificar suas respostas e saber ouvir, respeitar e prestigiar
as idéias e pontos de vista das outras pessoas.
84
INFLAÇÃO DE 3% AO MÊS
Forme uma dupla com um colega e procurem responder às seguintes perguntas:
a) O que é inflação?
b) Se a inflação continuar nesse nível, ou seja, 3% ao mês, de quanto será a inflação
1
acumulada em um ano?
Nesta aula, você vai continuar trabalhando com atividades financeiras. Vai estudar os juros simples e compostos que
estão presentes em diversas situações cotidianas: operações com descontos, financiamentos para compra de bens,
empréstimos e aplicações financeiras.
É aconselhável que você confira os cálculos desta aula usando uma calculadora, que você também poderá usar para a
resolução de exercícios.
Na prática, cobra-se o valor dos juros por meio de uma taxa, denominada taxa de juros. Essa taxa é expressa por uma
porcentagem.
Por exemplo: Pedro toma um empréstimo de R$ 100,00 pelo prazo de dois meses. Ao final desse prazo, ele devolve
..
R$ 100,00 acrescidos de R$ 20,00. Podemos dizer que:
R$ 100,00 são o capital;
.
a taxa de juros considerada foi ao bimestre (dois meses);
R egimes de capitalização
Regime de capitalização é o processo de formação de juros. Há dois regimes de capitalização: juros simples e juros compostos.
Juros simples
Exemplo 1
Antônio tomou emprestado, a juros simples, a importância de R$ 8 000,00, pelo prazo de 4 meses, à taxa de 5% ao mês.
Qual será o valor dos juros a ser pago, após esse prazo?
Solução:
capital inicial R$ 8.000,00
taxa de juros 5%
Vamos construir uma tabela, calculando os juros mês a mês:
Capital Tempo de empréstimo (mês) Juros pagos a cada mês Juros acumulados
8 000 1 5% de 8 000 = 400 400
8 000 2 5% de 8 000 = 400 800
8 000 3 5% de 8 000 = 400 1 200
8 000 4 5% de 8 000 = 400 1 600
Resposta: o valor dos juros a ser pago, ao final do quarto mês, é de R$ 1 600,00.
Observe que o capital usado para o cálculo de juros foi sempre o mesmo (R$ 8 000,00). Isso quer dizer que os juros
formados ao final de cada período (mês) não são incorporados ao capital para render juros no período seguinte. Neste
caso, os juros pagos a cada mês são todos iguais, pois foram calculados sobre o mesmo valor de R$ 8 000,00, que é o
capital inicial. Dizemos, então, que os juros são simples.
800
400
Podemos concluir que o capital é diretamente proporcional aos juros. Isto quer dizer que se o capital duplica, os juros
também duplicam, e assim por diante.
Em um mês paga-se R$ 90,00 de juros. Sabemos que os juros são diretamente proporcionais ao período de tempo, pois,
quanto maior for o período, os juros também serão maiores.
Assim: 90 4 = 360.
Resposta: o valor dos juros a ser pago após o prazo de 4 meses é de R$ 360,00.
Observe que:
87
J=C . i . t
Onde J : juros
i : taxa de juros
C : capital
t : período de tempo
O montante é a soma do capital com o valor dos juros calculado: M=C+J
No exemplo, o total a ser pago é:
500 + 360 = 860
valor emprestado juros montante
Exemplo 3
Uma pessoa aplicou R$ 2 500,00 a juros simples, tendo recebido um montante de R$ 2 800,00 à taxa de 2% ao mês. Calcule
o tempo de aplicação.
Solução:
C = 2 500
i = 2% = 0,02
M = 2 800
t=?
Como: M = C + J,
temos: 2 800 = 2 500 + J.
Então: J = 2 800 – 2 500
J = 300.
Sabemos que J = C . i . t. Substituindo as incógnitas pelos valores, temos:
300 = 2 500 . 0,02 . t → 300 = 50 t
.
Juros compostos
Exemplo 4
Maria tomou emprestada, a juros compostos, a importância de R$ 8 000,00, pelo prazo de 4 meses, à taxa de 5% ao mês.
Qual será o valor dos juros a ser pago, após esse prazo?
Solução
capital inicial → R$ 8 000,00 taxa de juros → 5%
Vamos construir uma tabela, calculando os juros mês a mês:
Capital Tempo de empréstimo (mês) Juros pagos a cada mês Juros acumulados
8 000 1 5% de 8 000 = 400 400
8 400 2 5% de 8 400 = 420 820
8 820 3 5% de 8 820 = 441 1 261
88 9 262 4 5% de 9 261 = 463,05 1 724,05
1600
1400
5
1200
1000
800
600
No sistema de juros compostos, a sua representação
gráfica é uma curva, chamada curva exponencial. 400
Ao final do 1o mês, a dívida de Paulo será acrescida de:
10 reais = 10% de 100 = 0,10 × 100.
J = i . C
E o montante será:
110 = 100 + 10.
M1 = C + J
Substituindo J por iC, passamos a ter: M1 = C+ iC
Colocando C em evidência, temos: M1 = C (1 + i)
.
Ao final do 2o mês, a dívida de Paulo será acrescida de:
11 reais = 10 % de 110 = 0,10 × 110.
J1 = i . M1 89
Portanto: M2 = C (1 + i)2
Ou seja, após cada período de tempo, a dívida sofre uma multiplicação por 1 + i. Então, depois de dois períodos de
tempo, a dívida inicial C sofrerá duas multiplicações por 1 + i, isto é, ficará multiplicada por (1 + i)2.
Prosseguindo nesse raciocínio, a dívida em t períodos de tempo será igual à dívida inicial multiplicada por (1 + i)t,
ou seja, será igual a:
M = C (1 + i)t
Podemos então dizer que, no sistema de juros compostos, o capital C, aplicado à taxa i ao período, produz juros J e gera
um montante M ao final de t períodos.
M = C (1 + i)t e J= M _ C
A seqüência (C, M1, M2, ...) é uma progressão geométrica de razão 1 + i, onde:
C é o capital
M1 é o montante no final do 1o período
M2 é o montante no final do 2o período
Observe que, no caso de Paulo, a seqüência dos números 100, 110 e 121 forma uma progressão geométrica de razão
1,10, istó é, 1 + 0,10.
Exemplo 5
Cristina tomou um empréstimo de R$ 150,00 a juros compostos de 12% ao mês. Qual será a dívida de Cristina três
meses depois?
Solução
capital (C) = 150
taxa de juros (i) = 0,12 (12 %)
tempo (t) = 3 meses
O montante da dívida será:
M = C . (1 + i)t
M = 150 . (1 + 0,12)3
M = 150 . 1,123
M = 150 . 1,404928 = 210,7392
90 Resposta: a dívida de Cristina ao fim desses três meses será de R$ 210,74.
No exemplo, a seqüência (150; 168; 188,16; 210, 74; ...) é uma progressão geométrica de razão 1,12, onde:
150 é o capital;
168 é M1, isto é, M1 = 150 (1 + 0,12) = 150 . 1,12;
188,16 é M2, isto é M2=150 (1+0,12)2+150 . 1,122
JNouros
. e funções
sistema de juros simples, temos:
a) uma função linear do tipo y = ax, isto é, capaz de obter os juros em função do tempo de aplicação.
Tomemos, por exemplo, um capital de R$ 300,00 aplicado à taxa de juros simples de 20 % ao ano. Podemos representar
essa função por uma expressão matemática:
juros
.
J = 300 0,2 t ou J = 60 t
t J
0 0 60
1 60
2 120
0 1 2 tempo (anos)
b) uma função afim do tipo y = ax + b, isto é, capaz de obter o montante em função do tempo de aplicação.
Tomemos, por exemplo, um capital de R$ 300,00 aplicado à taxa de juros simples de 20 % ao ano.
Podemos representar essa função por uma expressão matemática:
montante
M = 300 + 60 t
0 1 2 tempo (anos)
91
400
A diferença entre os cálculos obtidos ao
aplicar juros simples e compostos, para 350
taxas pequenas e prazos curtos, não é
muito significativa. Por isso, o sistema 300
de juros simples é mais aplicado em
países que utilizam pequenas taxas (por 6
exemplo, 1% a.m.). Já em países onde
as taxas são altas (por exemplo, 10%
tempo (anos)
a.m.), os cálculos de juros compostos 0 1 2
são mais utilizados.
Para aumentar o preço em 3 % devemos multiplicá-lo por 1,03, ou seja, a cada mês o novo preço será igual ao preço
anterior multiplicado por 1,03.
E como calcular a taxa de inflação anual que o preço desse produto sofreu?
Basta lembrar da fórmula:
1 Um capital de R$ 300,00, aplicado a juros simples com uma taxa de 20 % ao mês, resultou no montante
de R$ 480,00, após um certo tempo. Qual foi o tempo de aplicação?
2 Qual o capital que, aplicado a juros compostos de 5 % ao mês, gera um montante de R$ 55 330,00 no
prazo de dois meses?
3 Marcelo ganhava R$ 800,00 por mês. Num período de 4 meses, a inflação mensal foi de 15 %. Qual deve ser
o novo salário de Marcelo para que ele mantenha seu poder aquisitivo, isto é, para que ele possa adquirir as mesmas
coisas que adquiria antes?
4 Um cliente, ao procurar por uma aplicação de juros compostos, encontrou duas opções:
a) i = 3 %, t = 10 e Mt = R$ 13 439,16 b) i = 3,5 %, t = 5 e Mt = R$ 12 470,70
Qual delas exige menor capital inicial?
5 Um carro é vendido em 8 prestações de R$ 1 500,00. Se o seu preço à vista é R$ 10 000,00, qual é a taxa de juros
simples cobrada?
6 Qual foi o capital que, aplicado à taxa de juros simples de 3,5 % ao mês, teve R$ 189,00 de rendimento em um
trimestre?
7 Um capital de R$ 2 000,00, aplicado a juros simples, com taxa de 1,4 % ao mês, quanto rendeu no final de 2 anos
e 4 meses? Lembre-se: a taxa e o tempo devem se referir à mesma unidade de tempo, isto é, se a taxa de juros for ao mês,
o tempo considerado também deve ser em meses.
8 Uma pessoa aplicou um capital de R$ 4 000,00 a juros compostos, rendendo após 4 meses o montante de
R$ 5 105,00. Qual foi a taxa de juros?
9 Uma pessoa aplicou, a juros compostos, R$ 10 000,00 à taxa de 2 % ao mês, gerando um montante de R$ 10.612,08.
Por quanto tempo esse capital foi aplicado?
Use log 1,06 = 0,0258 e log 1,02 = 0,0086.
93
À vista ou a prazo?
Um dos problemas matemáticos mais comuns no dia-a-dia é a decisão entre
comprar à vista ou a prazo. As lojas costumam atrair os consumidores com
promoções como esta:
Forme uma dupla com seu colega e discuta como vocês resolveriam essa questão.
Procurem responder a essas perguntas:
a) Qual é o valor do desconto para a compra à vista?
b) Qual é o valor de cada prestação?
94 1
F = A (1 + i)t
Todos os problemas de Matemática Financeira são apenas aplicações dessa fórmula fundamental, conforme você vai
constatar nos exemplos a seguir.
Exemplo 1
Os juros do cheque especial estão em 12% ao mês. Se João ficar com saldo negativo de R$ 80,00 durante um mês,
quanto terá de pagar?
Solução
É preciso transportar o valor atual (R$ 80,00) para o futuro (1 mês depois).
Como i = 12% = 0,12, podemos aplicar a fórmula:
F = 80 (1 + 0,12)1 → F = 80 . 1,12 → F = 89,60.
Resposta: João pagará R$ 89,60 para saldar sua dívida (zerar sua conta, se não houver utilizado o cheque especial
durante o mês).
Quando o valor futuro é pago antes de seu vencimento pode ocorrer um desconto.
Veja como isso pode acontecer. 95
Resposta: a dívida de R$ 100,00 em 15 de agosto poderá ser saldada em 15 de julho com um pagamento de R$ 94,34.
Exemplo 3
Maria tem duas opções na compra de um conjunto de panelas:
1a opção: R$ 160,00, com 10% de desconto à vista.
2a opção: duas prestações mensais de R$ 80,00 cada, vencendo a 1a prestação um mês após a compra.
Se o dinheiro vale 5% ao mês para Maria, qual das opções ela deve escolher?
2
Solução:
Para melhor visualizar a situação, vamos fazer uma representação gráfica para cada uma das opções. A escala horizontal
representa os instantes no tempo, que podem ser dias, semanas, meses ou anos. Assim, o zero representa a data inicial. O
número acima de cada traço vertical representa a quantia correspondente ao período de tempo.
Assim, temos:
1a opção 2a opção
144 80 80
0 0 1 2
Observe que: Nesta opção, temos duas parcelas de 80, uma na
• o valor do desconto é: época 1 (1a prestação) e outra na época 2 (2a
10 % de 160 = 0,10 × 160 = 16. prestação).
• o valor que Maria pagaria na data inicial é:
160 – 16 = 144.
Atenção!
Só podemos comparar quantias quando elas estiverem se referindo a uma mesma data.
As duas parcelas de R$ 80,00, na 2a opção, embora sejam iguais, estão em datas diferentes. Assim, não podem ser
comparadas.
Para comparar o preço à vista com o preço a prazo, é preciso transportar todas as quantias para a mesma data.
96 Observando as representações gráficas, podemos concluir que:
0 0 1 2
O valor 144 já está na data inicial . A 1a prestação deve voltar 1 mês para trás, isto é, ir
para a data inicial (data inicial = data da compra). Já
a 2a prestação deve voltar 2 meses para trás, isto é, ir
para a data inicial.
Vamos, então, transportar as duas prestações da 2a opção para a data inicial. Como a taxa de juros (o rendimento do
dinheiro de Maria) é de 5% (isto é, 0,05), podemos aplicar a fórmula de equivalência de capitais:
Onde A : valor atual;
F : valor futuro;
i : taxa de juros;
t : período de tempo.
.
Onde: F = 80 (2a prestação);
i = 0,05;
t = 2 (voltando 2 meses).
Agora, vamos somar os valores das duas prestações para a data inicial:
A = 76,19 + 72,56 = 148,75. 97
Exemplo 4
Geraldo tomou um empréstimo de R$ 300,00 a juros mensais de 6%. Dois meses depois, Geraldo pagou R$ 150,00 e, um
mês após esse pagamento, liquidou seu débito. Qual o valor desse último pagamento?
Solução
Os esquemas de pagamento (representações gráficas) a seguir são equivalentes. Logo, R$ 300,00 na data inicial (zero)
tem o mesmo valor de R$ 150,00 dois meses depois, mais um pagamento igual a P, na data 3 (três meses depois). Isso
é representado assim:
300
150 P
0 0 1 2 3
Para resolver a situação, é preciso igualar os valores pagos e recebidos, em uma mesma data (data inicial, por exemplo).
Lembre-se de que só é possível comparar quantias quando elas estiverem se referindo a uma mesma data.
Como todos os valores estão se referindo a uma mesma data (data inicial), temos:
98
Exemplo 5
Joana tem duas opções de pagamento na compra de uma televisão: 3 prestações mensais de R$ 123,00 cada ou 6 prestações
mensais de R$ 68,00 cada. Se o dinheiro vale 2 % ao mês para Joana, o que ela deve preferir?
Solução:
As alternativas de pagamento estão representadas deste modo:
68 68 68 68 68 68
0 1 2 3 4 5
Para resolver o problema, determinaremos o valor dos dois conjuntos de pagamento na mesma data (por exemplo,
na data 2). Isto quer dizer que os valores serão transportados do futuro para a data 2 ou transportados do atual
para a data 2.
Como i = 2 % = 0,02, temos:
• na primeira opção
• na segunda opção:
1 Você fez um empréstimo de R$ 800,00 a juros compostos de 8 % ao mês. Quanto você deverá pagar dois meses
depois?
2 Mário comprou tijolos para sua construção no valor de R$ 450,00. O vendedor da loja fez a seguinte oferta:
R$ 150,00 no ato da compra e R$ 300,00 dois meses depois. Se a loja cobra 3 % de juros ao mês, qual seria o preço à
vista que Mário deveria pagar pelos tijolos?
4 Lúcia comprou uma geladeira, pagando R$ 250,00 um mês após a compra e R$ 350,00 dois meses após a compra.
Se são pagos juros de 5% sobre o saldo devedor, qual é o preço à vista?
7 Forme um grupo com mais três colegas e faça um levantamento das ofertas de preços de diversos produtos que
aparecem nas propagandas de jornais, televisão, encartes. Vale também uma pesquisa nas lojas de sua cidade. Compare
as opções de oferta e verifique qual é a forma mais vantajosa de adquirir o produto. Quais são os cuidados que o
consumidor deve ter quando pretende fazer uma compra a prazo? Troque idéias com seus colegas.
100
A tividades comerciais
Nesta aula, vamos continuar a trabalhar com atividades comerciais. Você vai aprender como calcular o valor da prestação
de uma compra feita a prazo. É importante que você confira os cálculos desta aula usando uma calculadora, que você
também poderá usar para resolver os exercícios.
Exemplo 1
Uma loja vende uma cama à vista por R$ 140,00 ou em 2 prestações de R$ 77,00, sendo a primeira paga no ato da compra.
Qual é a taxa mensal de juros embutida na venda a prazo?
Solução
As alternativas de pagamento estão representadas deste modo:
0 0 1
101
Exemplo 2
Um televisor, cujo preço à vista é de R$ 1 200,00, é vendido em 8 prestações mensais iguais, a primeira sendo paga um mês
após a compra. Se os juros são de 9 % ao mês, determine o valor das prestações.
Solução
Os dois esquemas de pagamento aqui representados são equivalentes:
1200
P P P P P P P P
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Logo, a soma que aparece entre parênteses pode ser escrita da seguinte forma:
q + q2 + q3 + ... + q8.
Essa é a soma dos 8 primeiros termos de uma progressão geométrica, cujo primeiro termo é q e cuja razão também
é igual a q.
Utilizando uma máquina de calcular, vemos que q9 = 0,4604272. Então, a soma dos termos da progressão geométrica será:
Agora, calculada a soma dos termos da progressão geométrica, é possível finalmente calcular o valor da
prestação:
3
Resposta: o valor de cada prestação na compra a prazo será de R$ 216,81.
IInflação
nflação
é a média ponderada dos aumentos dos preços de certos bens e serviços, num intervalo de tempo dado. Para
calcular a inflação oficial, divulgada pelo governo, e que é utilizada para vários reajustes e projeções, são selecionados
certos bens e serviços e atribuído ao aumento de preço de cada um deles um peso correspondente à sua importância
nos gastos da população considerada.
Quando se diz que a inflação anual foi de 12%, isso não significa que todos os produtos subiram 12%, mas, sim, que a
média dos aumentos foi de 12%. Assim, alguns produtos podem ter subido 7%, outros 20%, por exemplo.
Quando os preços diminuem, dizemos que ocorreu uma deflação.
103
Exemplo 3
Num país em desenvolvimento, a taxa de inflação permaneceu em 10% ao mês, durante 3 meses consecutivos. Se antes desse
período um eletrodoméstico custava mil unidades monetárias desse país, quanto passou a custar depois de três meses? E qual
é a taxa de inflação acumulada nesse período?
Solução
Sabemos que:
C = 1 000
t = 3 meses
i = 10 % = 0,10
Substituindo esses valores na fórmula de juros compostos, temos:
M = 1 000 ⋅ (1 + 0,10)3 → M = 1 000 . 1,103 → M = 1 000 . 1,331 → M = 1 331.
Logo, o valor do eletrodoméstico ao final de três meses é de 1 331 unidades monetárias do país.
Resposta: o valor do eletrodoméstico passa a ser de 1 331 unidades monetárias do país ao final do trimestre. A taxa
de inflação acumulada foi de 33,1% .
Solução
Vamos considerar um valor de 100 unidades monetárias desse país anteriormente a esse período de 2 meses. Depois
do 1o mês, esse valor corrigido passa a ser: M1 = 100 (1 + 0,10) = 100 1,10 = 110.
Exemplo 5
Em 3 meses consecutivos, um produto aumentou 5%, 8% e 12%, respectivamente. Qual foi o aumento percentual no trimestre
correspondente?
Solução
Temos: 5% 8% 12%
0 1 2 3
C aderneta de poupança
As cadernetas de poupança constituem a forma mais popular de aplicação de capital no Brasil.
Agora, você vai aprender os cálculos dos rendimentos de uma caderneta de poupança em uma determinada época.
Lembre-se de que quando você for calcular os rendimentos de sua caderneta de poupança deve estar informado se as
regras de remuneração sofreram alguma mudança.
No ano de 2001 as cadernetas de poupança pagaram juros mensais de 0,5 % ao mês mais a taxa de referência de juros
do governo (TR). Então a taxa de rentabilidade é: TR + 0,5 %.
Exemplo 6
Em 10 de julho de 2001, foi feito um depósito de R$ 200,00 em uma caderneta de poupança. Sabendo que a taxa de
rentabilidade foi de 0,66% no primeiro mês e 0,85% no mês seguinte, qual o montante após esses dois meses?
Solução
Sabemos que a fórmula para investimento a uma taxa variável é:
M = C . (1 + i1) . (1 + i2) . (1 + i3) . ... . (1 + in)
Temos:
C : 200
i1: 0,66% = 0,0066
i2 : 0,85% = 0,0085.
Substituindo na fórmula:
M = 200 . (1 + 0,0066) . (1 + 0,0085) M = 200 . 1,0066 . 1,0085
M 203,03.
1 Carlos comprou um eletrodoméstico cujo preço à vista é R$ 850,00, dando R$ 300,00 de entrada, no ato da compra,
e o restante dois meses depois, com uma taxa de juros de 11% ao mês. Qual foi o valor desse último pagamento?
2 Uma geladeira custa R$ 800,00 à vista e pode ser paga em três prestações mensais iguais. Se são cobrados juros
de 12% ao mês sobre o saldo devedor, determine o valor da prestação, supondo a primeira prestação paga:
a) um mês após a compra;
b) no ato da compra.
3 Uma casa custava, no início de certo mês, R$ 70 000,00. Nesse mês ocorreu uma inflação de 5% e, no mês seguinte,
ocorreu uma inflação de 3%. Qual deve ser o preço dessa casa, após esses dois meses, se ele for corrigido por taxas de
inflação?
4 Júlia comprou uma bicicleta por R$ 200,00 num determinado mês. No primeiro mês após a compra, a inflação
foi de 2% e, no mês seguinte, foi de 1,5%. Por quanto a loja deve reajustar o preço dessa bicicleta, seguindo as taxas de
inflação desse período?
5 Em uma determinada época, uma pessoa aplicou na caderneta de poupança R$ 2 000,00 pelo prazo de 3 anos.
No primeiro ano, o rendimento foi de 12%, no segundo, 10% e no terceiro, 15%. Qual foi o montante acumulado no
final da aplicação?
6 Um produto custava R$ 400,00. Um comerciante, para acabar com seu estoque, deu um desconto de 4% sobre esse
preço, reduzindo-o para um novo preço p. Por falta de compradores, o comerciante descontou 6% sobre o preço p.
Qual foi o preço final do produto?
O caderno é o seu diário de Matemática, ele deve conter sua história na construção
dos conhecimentos.
106
Revendo conceitos I
Esta é uma aula de revisão e contém apenas exercícios. Seu objetivo é, além de
relembrar assuntos importantes vistos em aulas anteriores, enriquecer o aprendizado
com novos problemas. Na primeira parte da aula, os exercícios estão resolvidos e
comentados. Já na segunda parte, você encontrará uma nova coleção de exercícios,
propostos para que você aprenda mais e ganhe experiência. Em cada exercício da
primeira parte, leia atentamente o enunciado, mas não olhe logo a resolução do
problema. Pense um pouco, reveja a teoria das aulas anteriores, se precisar, e tente
resolvê-lo sozinho. Se não conseguir, não desanime. Leia atentamente a resolução
e procure entendê-la. Fazendo isso, você estará aprendendo bastante.
Exercícios resolvidos
Exemplo 1
(UFSC) Determine o valor de x na equação 5 x+1 + 5x + 5x - 1 = 775. 1
Solução
Nesse tipo de equação exponencial, não dá para transformar os dois lados em potências de mesma base. Mas é possível
dar um “jeitinho”. Em primeiro lugar, vamos “destacar” a potência 5x:
5x . 51 + 5x + 5x . 5- 1 = 775. 2
Resposta: x = 3. 107
Exemplo 2
Solução
Nesta equação, parece que não é possível igualar as bases. Além disso, note que 9x = (32)x = (3x)2. Vamos então
tentar resolver essa equação pelo mesmo método usado no exercício anterior, ou seja, “destacando” a potência 3x e
colocando-a em evidência:
Só que, na equação encontrada, não é possível colocar 3x em evidência. Teremos que usar outro método de resolução.
Como o problema é que a incógnita está no expoente, vamos “adiar o problema”, chamando 3x de y e substituindo 3x
por y na equação:
Assim, y = 4 ou y = –1.
.
7
.
Lembre-se que y = 3 . Assim:
se y = 4
3x = 4
x
se y = –1
3x = –1
x = log3 4 Não existe x que satisfaça essa equação.
8
Resposta: a resposta correta é a alternativa b ( x = log3 4 ).
Exemplo 3
Solução
Só para relembrar, resolver um sistema de equações nas incógnitas x e y é encontrar valores de x e y que satisfaçam as
duas equações ao mesmo tempo.
Como, nesse sistema, as duas equações são exponenciais, é recomendável tentar igualar as bases dos dois lados de cada
equação, para poder igualar os expoentes. Assim, obtém-se duas equações que expressam relações entre x e y, sem que
x e y estejam no expoente. Da primeira equação:
108
Exemplo 4
(UELONDRINA) Observe o gráfico:
Esse gráfico corresponde à qual das funções de em , a
Y
seguir relacionadas?
1
–1
–1 1 2 X
2
Solução
O aspecto da curva indica que a função deve ser exponencial. Para saber qual das funções corresponde ao gráfico, vamos
usar os pontos que fazem parte da curva e aparecem destacados no gráfico:
.
11
1
Isso significa que, na expressão algébrica da função, se substituirmos x por –1 encontraremos ; se
2
substituirmos x por 1 temos que encontrar y = 1; e se substituirmos x por 2 chegaremos a y = 3. Vejamos qual das
expressões dadas satisfaz a essas três condições.
12
Como a expressão algébrica dada no item a já satisfaz às condições, não é necessário verificar as demais.
Resposta: a alternativa correta é a letra a (y = 2x – 1).
109
Que tal você e seus colegas tentarem explicar por que nenhuma das outras funções
poderia ter o gráfico representado por esta curva? 13
Exemplo 5
(UNIRIO) É dada a função , onde a e b são constantes. Sabendo-se que f(0) = 5 e f(1) = 45,
Solução
Primeiro, é preciso encontrar os valores de a e b, usando que f (x) = a3bx, f (0) = 5 e f (1) = 45.
Se f(0) = 5, então substituindo x por 0 na expressão algébrica da função, temos que encontrar 5:
Exemplo 6
(VUNESP) Os biólogos dizem que há uma alometria entre duas variáveis, x e y, quando é possível determinar duas constantes,
c e n, de maneira que y = c . x . Nos casos de alometria, pode ser conveniente determinar c e n por meio de dados
n
experimentais. Consideremos uma experiência hipotética na qual foram obtidos os dados da tabela a seguir.
x y
2 16
20 40
Supondo que haja uma relação de alometria entre x e y e usando a aproximação log 2 = 0,301, determine o valor de n.
Solução
Os dados disponíveis são y = c . x e a tabela que dá, para dois valores de x (2 e 20), os valores correspondentes de
n
x = 2 e y = 16 e portanto 16 = c . 2n;
x = 20 e y = 40 e portanto 40 = c . 20n.
Chegamos a duas relações entre c e n (que formam um sistema!). Vamos isolar c em uma delas e substituir na outra:
Substituindo
15
16
E agora? Chegamos a uma equação exponencial que não pode ser resolvida pela transformação dos dois lados em
potências de mesma base. Nesse caso, usamos logaritmos para chegar à solução.
Como . 17
Aqui, usamos o logaritmo decimal (base 10, lembra?) porque uma das informações do problema foi dada na forma de
logaritmo decimal: log 2 = 0,301.
18
19
Resposta: n = 0,398.
Exemplo 7
(Fuvest) A figura a seguir mostra o gráfico da função logarítmica na base b.
Y
O valor de b é:
0,25
a)
1 X
b) 2
c) 3
d) 4
–1 e) 10
111
Solução
A expressão algébrica da função logaritmo na base b é y = logb x . Substituindo nessa expressão os pontos dados no
gráfico, que são (1 ; 0) e (0,25 ; –1), temos: 20
0 = logb 1
Isso não informa nada sobre b pois, em qualquer base, o logaritmo de 1 é igual a zero.
No entanto, temos:
Exemplo 8
5
X
–4
Solução
Primeiro, vamos encontrar os valores de a e b. De acordo com o gráfico, dois dos pontos pelos quais a curva passa são
(0 ; 0) e (5 ; –4). Isto é, f(0) = 0 e f(5) = –4. Substituindo x = 0 na expressão algébrica da função e igualando a zero,
temos:
Assim temos: 21
.
112
22
Exemplo 9
(Fuvest) A intensidade I de um terremoto, medida na escala Richter, é um número que varia de I = 0 até I = 8,9 para o
maior terremoto conhecido. I é dado pela fórmula:
Solução
a) A energia liberada é representada por E. A intensidade do terremoto é representada por I. Temos, então:
. Para calcular E, substituiremos os dados na fórmula:
23
.
b) Podemos encaminhar a resolução desse item de duas maneiras.
Já calculamos, no item a, a energia liberada por um terremoto de intensidade I = 8. Calculando a energia liberada
por um terremoto de intensidade I = 9, podemos fazer a razão (isto é, o quociente) entre elas.
Energia liberada por um terremoto de intensidade 9:
Portanto: E = 7 10 10,5
113
24
114
3
2
–3 X
6 (UFC) Suponha que o nível sonoro e a intensidade I de um som estejam relacionados pela equação logarítmica
, em que é medido em decibéis e I em watts por metro quadrado. Sejam I1 a intensidade
correspondente ao nível sonoro de 80 decibéis de um cruzamento de duas avenidas movimentadas e I2 a intensidade
correspondente ao nível sonoro de 60 decibéis do interior de um automóvel com ar-condicionado, a razão é igual a:
a)
b) 1
c) 10
d) 100
e) 1 000
É importante que você desenvolva sua autoconfiança para defender seus pontos de
vista e sua maneira de resolver problemas.
115
Elementos de geometria
Quando você olha um objeto, nem sempre
percebe a geometria que ele apresenta. Mas é só
uma questão de se habituar a olhar. Veja! A caixa
ao lado é apenas uma caixa de sapato. Se olhada
com olhos matemáticos, podemos visualizar
nela o conceito matemático de sólido geométrico com todos os seus elementos.
No encontro de duas faces temos uma aresta. Cada aresta é um segmento de reta.
Segmento de reta é uma parte da reta compreendida entre dois pontos, que são suas
extremidades. Representamos a aresta por meio das letras que identificam suas
extremidades. Por exemplo, a aresta AB começa no ponto A e termina no ponto B.
No encontro de duas ou mais arestas, temos os vértices. Cada vértice é um ponto.
O ponto pode ser identificado por meio de uma letra maiúscula. Assim, podemos
dizer que o ponto A é um vértice do sólido representado na figura.
C onceitos primitivos
No estudo da Geometria, há alguns elementos que não são definidos. Temos uma idéia do que sejam, temos um 2
conhecimento intuitivo desses elementos, decorrente da experiência. Isso acontece com o ponto, a reta e o plano, que
116 são tidos como conceitos primitivos, não se definem.
Ponto A
A
Reta r
Plano
Cada uma das arestas do sólido mostrado na figura é parte de uma reta. A reta é infinita, não tem começo nem fim.
Cada uma das faces do sólido é uma parte de um plano. O plano também é infinito, não tem começo nem fim.
E F
A B
G
H
C D
117
4. Por três pontos não colineares, isto é, que não estão na mesma reta, passa um único plano.
Muitas vezes, para que um
A banco de quatro pernas fique
firme no chão, é necessário
C colocar um calço, mas nunca é 3
B necessário calçar um banco de
três pernas. Com o que você
já aprendeu nesta aula, tente
explicar por que isso acontece.
Na Aula 22 do Livro 1 (O gráfico que é uma reta), você viu que para traçar uma
reta num gráfico não é necessário determinar mais de dois pontos dessa reta.
Qual a proposição primitiva que justifica esse procedimento? 4
R etas
Duas retas são coplanares quando estão
num mesmo plano. As retas AC e AB são E F
coplanares. Essas duas retas estão no plano
que contém a face ABCD. As retas AB e CD A B
também são coplanares. Já as retas AE e FH 5
estão em planos diferentes. Não existe
G
plano que passe ao mesmo tempo por AE H
118
As retas m e n da figura anterior são retas perpendiculares, pois, quando se cruzam, ficam determinados quatro ângulos retos.
As retas p e q são retas oblíquas pois, quando se cruzam, ficam determinados quatro ângulos, sendo dois agudos e dois
obtusos.
Trabalhando em grupo, responda:
a) Quais desses ângulos têm a mesma medida?
b) Quais são os ângulos agudos e quais são os ângulos obtusos? 7
c) Quando duas retas se interceptam, qual a soma das medidas dos ângulos
formados?
A m 8
r
Quando não existe nenhuma reta paralela a r que seja perpendicular A
9
a s, dizemos que as retas reversas r e s são não-ortogonais.
Em resumo:
Se r e s são duas retas distintas do espaço, podemos ter as seguintes situações:
.
r e s são paralelas
r e s estão num mesmo plano ou r e s são perpendiculares
(retas coplanares) r e s são concorrentes ou
r e s são oblíquas
.
r e s são ortogonais
r e s não estão num mesmo plano
ou
10
Uma reta que tem dois pontos comuns com um plano está contida nesse plano.
b) A reta é paralela ao plano.
120
t
Uma reta que tem apenas um ponto comum com um plano é
secante a esse plano. Dizemos também que a reta e o plano são
secantes ou concorrentes.
s
Quando essa reta é perpendicular a uma reta do plano, então
essa reta é perpendicular ao plano.
s
s 121
N Dois planos são perpendiculares quando um deles contém uma reta perpendicular
ao outro.
s
Em geral, cada parede de uma sala é perpendicular ao chão e ao teto dessa sala.
B
e são planos perpendiculares.
1 Represente no seu caderno três pontos distintos não-colineares. Quantas retas você pode traçar que passam por
pelo menos dois desses pontos?
122
4 Continue respondendo:
a) Quando duas retas se cortam, o que fica determinado na sua interseção?
b) Duas retas reversas podem se interceptar? Justifique sua resposta.
c) Qual a interseção entre um plano e uma reta contida nesse plano?
d) Qual a interseção entre uma reta e um plano concorrentes?
e) E entre um plano e uma reta paralela a esse plano?
5 Num prédio existe uma rampa que une dois níveis de estacionamento,
como mostra o esquema ao lado.
Observe-o, identificando dois planos paralelos e dois
planos oblíquos. Explique quais são eles no seu caderno.
6 Duas retas r e s são paralelas. A reta t é paralela à reta r. Qual a posição relativa das retas t e s?
7 Duas retas r e s são paralelas. A reta v é perpendicular à reta r. Quais as posições que a reta v pode apresentar em
relação à reta s?
8 Se uma reta for perpendicular a um plano, será perpendicular a todas as retas desse plano? Justifique sua resposta.
9 Observe as retas paralelas r e s. Unindo três pontos dos que estão marcados nessas retas, quantos triângulos podem
ser formados?
A B C r
s
D E
B
Identifique, nomeie e anote no seu caderno: A B
a) duas arestas contidas em retas paralelas;
b) duas arestas contidas em retas perpendiculares;
c) duas arestas contidas em retas ortogonais. G
H
C D
123
Sólidos geométricos
Observando as duas figuras abaixo, como você explica o fato de a figura 1 ser
chamada de figura plana e a figura 2 de sólido geométrico ou figura espacial?
Se você disse que a primeira é uma figura plana porque está totalmente contida num
Figura 1
Figura 2
plano, acertou. A figura 2, que é uma figura espacial ou sólido geométrico, não
cabe inteiramente em um plano. Pode estar apoiada num plano, ter uma face
em contato com um plano, mas todo o seu restante está acima do plano. Tome
como exemplo uma caixa colocada sobre sua mesa. A caixa tem uma face apoiada
sobre o tampo da mesa, mas todo o seu restante está acima do tampo da mesa.
De um jeito bastante simples é assim que podemos diferenciar figuras planas de
sólidos geométricos.
Dentre as figuras abaixo, quais são figuras planas e quais são os sólidos
geométricos?
1
124
Os sólidos que rolam em qualquer Um lápis não apontado tem a A casquinha de sorvete lembra
posição têm a forma de esfera. forma de um cilindro. O cilindro um cone. O cone tem uma parte
Uma esfera não tem nenhuma tem duas partes planas, que são plana, que é sua base, e uma parte
parte plana em sua superfície. suas bases, e uma parte não-plana, não-plana.
que forma o corpo.
125
P oliedros
Os poliedros têm sua superfície totalmente limitada por partes planas, que
são polígonos. Cada um desses polígonos é chamado de face do poliedro.
Os lados de cada face formam as arestas do poliedro. Os vértices das faces
dão origem aos vértices dos poliedros.
vértice
Poliedros convexos
Poliedro convexo é todo poliedro formado somente por polígonos convexos e nos quais o plano de cada uma das faces 5
deixa todas as demais num mesmo semi-espaço, ou seja, do mesmo lado do plano da face escolhida.
..
Alguns poliedros recebem nomes especiais de acordo com o número de suas faces:
tetraedro é um poliedro de 4 faces
.
pentaedro é um poliedro de 5 faces
hexaedro é um poliedro de 6 faces
Percebeu como isso funciona? É como com os times de futebol. Um clube que é campeão 4 vezes é tetracampeão, se
for 5 vezes é pentacampeão e assim por diante. Para formar esses nomes, são usados prefixos gregos que indicam
quantidade. Também podemos dizer poliedro de 13 faces, poliedro de 9 faces etc.
Junto com seu grupo, pesquise alguns prefixos gregos usados para indicar
quantidade. Responda:
a) Quantas faces tem um octaedro? 6
b) E um dodecaedro?
dodecaedro
Prismas
Os prismas são poliedros que têm
duas faces paralelas, que são suas
bases, e faces laterais, que são
7
paralelogramos.
126
Os prismas também recebem nomes de acordo com o número de lados de suas bases. Assim,
temos prismas triangulares, quadrangulares, pentagonais etc.
Projeção ortogonal
Na figura ao lado, a lâmpada está exatamente sobre a
perpendicular à mesa que passa pela bola. Nesse caso,
dizemos que a sombra da bola é sua projeção ortogonal
sobre a mesa.
α
10
Pirâmides
As pirâmides são poliedros que têm como base um polígono convexo. As outras faces são triângulos, que terão
obrigatoriamente um ponto comum, o chamado vértice da pirâmide.
As pirâmides também podem ser retas ou oblíquas.
V V
V'
V'
As pirâmides recebem nomes de acordo com o número de lados de sua base. Assim, temos
pirâmide quadrada, pirâmide triangular, pirâmide hexagonal, conforme sua base seja,
respectivamente, um quadrado, um triângulo ou um hexágono, por exemplo.
Pirâmide hexagonal
Pirâmide tetraedro
Exemplo 1
Um poliedro é formado por cinco faces quadrangulares e seis faces triangulares. Quantas arestas tem esse poliedro?
Solução
.
Considerando: as cinco faces quadrangulares, temos:
5 x 4 lados = 20 lados;
as seis faces triangulares, temos:
6 x 3 lados = 18 lados.
13
Ao todo são:
20 lados + 18 lados = 38 lados.
Para calcular o número de arestas basta fazer: 38 2 = 19.
Resposta: o poliedro tem 19 arestas.
A
B C
B D
D
C E F
pentaedro
Tetraedro Pentaedro
A B
D
C D
E E F
G H
Hexaedro Octaedro
Você deve ter constatado que, para cada um dos poliedros da tabela, a soma do número de faces com o número de
vértices é igual ao número de arestas mais 2. Essa é uma propriedade comum a todos os poliedros convexos e é conhecida
como Relação de Euler.
F+V=A+2
Exemplo 2
Quantas arestas tem um poliedro que possui 12 faces e 20 vértices?
Solução
Dados: F=12
V=20
130
Exemplo 3
Um poliedro convexo tem 6 arestas e seu número de faces é igual ao seu número de vértices.
Quantas faces possui esse poliedro?
Solução
Dados:
A=6
F=V
Aplicando a Relação de Euler, temos:
F+V=A+2
Isolando o número 2 no segundo membro da equação, ficamos com:
F+V –A=2
Considerando os dados do problema, temos:
Resposta: o poliedro possui 4 faces.
Exemplo 4
Um poliedro convexo é constituído por 2 faces pentagonais e 5 faces retangulares. Quantos vértices tem o poliedro?
Solução
Dados:
F = 2 + 5 = 7(são 2 faces pentagonais e 5 faces retangulares).
O número de arestas não foi dado. Mas para calculá-lo basta somar o número de lados de todas as faces e dividi-lo por 2.
Cada face pentagonal tem 5 lados e cada face retangular tem 4 lados. Então, temos:
Agora que já sabemos o número de faces e de arestas, podemos aplicar a Relação de Euler para determinar o número
de vértices:
2 Qual das duas figuras é plana: um triângulo ou uma pirâmide de base triangular?
4 Comparando um prisma hexagonal com uma pirâmide hexagonal, quais são as características comuns e quais
são as diferenças entre as duas figuras?
8 Existe poliedro convexo constituído por 15 faces, 12 vértices e 18 arestas? Justifique sua resposta.
9 Quantos vértices tem um poliedro convexo constituído por 10 faces quadrangulares e 2 pentagonais?
10 Num poliedro, o número de vértices é igual ao dobro do número de faces. Quantas faces tem esse poliedro se ele
é constituído por 16 arestas?
132
Perspectiva e representações
José, Márcio e Roberta viram o desenho do
sólido ao lado de diferentes pontos de
vista.
a) b) c)
O que é perspectiva?
Quando alguém quer transmitir um recado, pode utilizar a fala ou passar seus pensamentos para o papel na forma de
palavras escritas. Quem lê a mensagem fica conhecendo os pensamentos de quem a escreveu. Quando alguém desenha,
acontece o mesmo: passa seus pensamentos para o papel na forma de desenho. A escrita, a fala e o desenho representam
idéias e pensamentos. 133
Era assim que o homem das cavernas desenhava o ser humano. Com esse
desenho simples, isto é, só com os contornos, ele representa as coisas que
estavam ao seu redor. Esta é uma representação esquemática da figura
humana.
Qual das figuras dá a idéia menos deformada do cubo? Discuta isso com seus
colegas. 3
Eixos isométricos
120o
x y O desenho da perspectiva isométrica é baseado num sistema de três semi-retas
O que têm o mesmo ponto de origem e formam entre si três ângulos de 120o.
120o 120o
Cada uma das semi-retas é um eixo isométrico.
O traçado de qualquer perspectiva isométrica parte sempre
dos eixos isométricos.
z
x y
Retas isométricas s
u
O
Agora você vai conhecer outro elemento muito importante
para o traçado da perspectiva isométrica: as retas
isométricas. Qualquer reta paralela a um eixo isométrico
é chamada de reta isométrica, como na figura:
Traçando a perspectiva
isométrica do prisma
c : comprimento
Para aprender a traçar a perspectiva isométrica, você vai partir de um
: largura sólido simples: o prisma retangular.
h : altura
4
O traçado da perspectiva será demonstrado em cinco fases separadamente.
Na prática, porém, elas são traçadas em um mesmo desenho. Aqui, essas fases
estão representadas nas figuras da esquerda. Você deve repetir as instruções
no reticulado da direita. Assim, você poderá verificar se compreendeu bem
os procedimentos e, ao mesmo tempo, poderá praticar o traçado. Em cada
nova fase você deve repetir todos os procedimentos anteriores.
136
2a fase
A partir dos pontos onde você marcou o comprimento e a altura, trace duas retas isométricas que se cruzam. Assim,
ficará determinada a face da frente do modelo.
3a fase
Trace agora duas retas isométricas que se cruzam a partir dos pontos onde você marcou o comprimento e a largura.
Assim ficará determinada a face superior do modelo.
137
5a fase (conclusão)
Apague os excessos das retas de construção, isto é, das retas e dos eixos isométricos que serviram de base para a representação
do modelo. Depois, é só reforçar os contornos da figura e está concluído o traçado da perspectiva isométrica do prisma
retangular.
10
Modelo
É o objeto a ser representado em projeção ortogonal. Qualquer objeto pode ser tomado como modelo: uma figura geométrica,
138 um sólido geométrico, uma peça de máquina ou mesmo um conjunto de peças.
Observador
É a pessoa que vê, analisa, imagina ou
desenha o modelo. Para representar o
modelo em projeção ortogonal, o obser-
vador deve analisá-lo cuidadosamente em
várias posições.
As ilustrações a seguir mostram o observador
vendo o modelo de frente (ou vista frontal), de
cima (ou vista superior) e de lado (ou vista
lateral).
de cima
de frente de lado
Plano de projeção
É a superfície onde se projeta o modelo. A
tela de cinema é um bom exemplo de
plano de projeção.
VS
Observe o prisma ao lado representado
em perspectiva isométrica e, abaixo,
suas três vistas:
VF
VL Vista Superior
Vista Lateral Vista Frontal
139
c
d
a b
140
a b
141
Agora é sua vez. Em um papel quadriculado, desenhe as vistas superior, frontal e lateral de cada um desses
sólidos:
a b
142
a b
143
a b
144
A B
Como determinar o comprimento do segmento
C D
E EH? E do segmento AH?
F 1
G H
Paralelepípedo reto
Um prisma reto tem suas faces laterais com a forma de retângulos. O paralelepípedo é um prisma. Um paralelepípedo
reto é aquele que tem as faces laterais em forma de retângulo. 145
Paralelepípedo reto-retângulo
O paralelepípedo reto-retângulo é um paralelepípedo
reto que tem retângulos como bases. Ao lado, você vê
a figura de um paralelepípedo reto-retângulo.
Diagonais do paralelepípedo
A
diagonal do B
paralelepípedo
D
C
E aresta lateral
F
diagonal da
base G H
aresta da base
146
O segmento de reta EH é uma diagonal da base do paralelepípedo. O segmento de reta que une dois vértices de um poliedro
que não pertencem à mesma face é uma diagonal do poliedro. O segmento AH é uma diagonal do paralelepípedo.
B
Se a é a medida da hipotenusa,
a b a medida do cateto maior e c a
c medida do cateto menor, temos que
.
A b C
B
Para reavivar a memória, calcule a
medida da hipotenusa do triângulo
retângulo ao lado. a 7
9 cm
C
A 12 cm
147
cm d
3
4 cm
A B Solução
A figura ao lado representa a base do paralelepípedo.
d
3 cm Aplicando o teorema de Pitágoras, temos:
C D
4 cm
Observe que só é considerada a raiz quadrada positiva de 25 porque a medida de um comprimento nunca pode ser
um número negativo.
Resposta: a medida da diagonal da base desse paralelepípedo é 5 cm.
Nem sempre a medida de um segmento é um número inteiro. Algumas vezes ela pode ser até um número irracional.
Nesse caso, se quisermos escrever a medida encontrada como um número decimal, esse número será sempre uma
aproximação da medida real.
Exemplo 2
A base de um paralelepípedo é um retângulo cujos lados medem respectivamente 5 cm e 8 cm. Entre que números inteiros
se situa a medida da diagonal da base desse paralelepípedo?
148
.
Procurando os dois números quadrados perfeitos entre os quais se situa 89, temos: 81 < 89 < 100
Então:
Logo, é um número compreendido entre 9 e 10. Usando a calculadora, descobre-se que é um número
aproximadamente igual a 9,4.
Resposta: a medida da diagonal da base desse paralelepípedo é aproximadamente 9,4 cm.
9
Antes de continuar com seus estudos, faça o Exercício 1.
, então: D
c
Exemplo 3
Solução
6 cm 8 cm
Solução
10 cm 149
10
Qual a medida aproximada dessa diagonal?
quadrados
b d
Pelo teorema de Pitágoras, podemos escrever: .
c
b d .
Como já foi estudado, para calcular a medida da diagonal da base de um cubo
basta multiplicar a medida da aresta por .
c
150 , onde a é a medida da aresta do cubo.
3 cm
Também pode ser aplicada diretamente a fórmula que dá a medida da diagonal da base do cubo em função da aresta.
Teríamos então: . Como , logo
12
Resposta: a medida da diagonal da base é
a
d
a
D
a Como , substituindo, temos:
Logo, para calcular a diagonal do cubo em função da aresta basta multiplicar a medida da aresta por
Exemplo 5
A
Calcule a medida da diagonal do cubo que tem 4 cm de aresta.
Solução
Como , então: D
4 cm
4 cm C 151
1 Calcule a medida da diagonal da base de um paralelepípedo reto-retângulo cujas arestas da base medem 2 cm cada.
2 Quanto mede a diagonal de um paralelepípedo cujas arestas medem, respectivamente, 20 cm, 12 cm e 9 cm?
20 cm
12 cm
16 cm
5 A diagonal de um paralelepípedo mede cm. Calcule a medida da aresta desconhecida desse paralelepípedo,
sabendo que as outras duas medem, respectivamente, 4 cm e 5 cm.
6 A diagonal da base de uma das faces de um cubo mede 8 cm. Qual a medida da aresta do cubo?
9 Pode-se afirmar que as diagonais da base de um paralelepípedo reto-retângulo são iguais? Justifique sua
resposta.
10 E as diagonais do paralelepípedo são iguais? Justifique sua resposta. (Lembre-se de que a palavra paralelepípedo
refere-se ao paralelepípedo reto-retângulo.)
152
Volume e capacidade
Você, com certeza, já conhece o litro e já escutou falar em metro cúbico. Essas são,
respectivamente, unidades de capacidade e de volume. Nesta aula, você estudará
volume e capacidade, as unidades de medida mais usuais, e como calcular volume
e capacidade de paralelepípedos e cubos.
1
V olume e capacidade
Volume é a quantidade de espaço ocupado por um corpo.
Capacidade é o espaço de que um corpo dispõe para armazenar alguma coisa.
Muitas vezes, o volume de um corpo (ou recipiente) é igual à sua capacidade. Isto acontece quando a espessura das
paredes do corpo é tão fina que pode ser considerada desprezível. Nesse caso, a quantidade de espaço que ele ocupa
é praticamente igual à quantidade de espaço de que ele dispõe para armazenar alguma coisa. Habitualmente, quando
são dadas as dimensões de uma caixa ou um recipiente para se determinar sua capacidade, supomos que essas
medidas são as dimensões internas do recipiente, ou que a espessura de suas paredes é desprezível.
determinar quantas caixas cabem no caminhão. Na primeira camada de caixas, há 3 filas com 6 caixas em cada fila.
Para completar a capacidade do caminhão, é possível colocar 5 camadas de caixas. Logo, o número total de caixas é
5 3 6 = 90. Dizemos, então, que a capacidade do caminhão é de 90 caixas. A caixa foi a unidade de medida usada
para medir a capacidade do baú.
Mas encher o caminhão para poder contar as caixas não é muito prático, não é mesmo? Como o baú pode ser 2
completamente cheio com as caixas, então basta saber a capacidade do baú e o volume de cada caixa. Depois é só dividir
a capacidade do baú pelo volume de cada caixa para determinar o número de caixas.
V olume do paralelepípedo
Na Aula 20, você aprendeu que o paralelepípedo é um sólido geométrico que tem a forma de uma caixa, de um tijolo.
Essa é a forma do baú dos caminhões da carga. Assim, para calcular
o volume ou a capacidade de um paralelepípedo basta multiplicar
suas três dimensões.
V olume do cubo
O cubo é um paralelepípedo que tem as três dimensões iguais.
V=a3 a
a
Você já deve ter concluído que a utilização das unidades de medidas depende do que se quer medir. Para medir a capacidade
de pequenos frascos usamos o mililitro; para medir, por exemplo, a capacidade de uma piscina, usamos o litro. Para medir
pequenos volumes ou capacidades usamos o centímetro cúbico; já para medir por exemplo a capacidade de uma caixa-
d’água, o mais indicado é o metro cúbico. Há também o decímetro cúbico, cujo símbolo é dm3.
Metro cúbico é o volume de um cubo que tem 1 m de aresta. Da mesma forma, decímetro cúbico é o volume de um
cubo que tem 1 dm de aresta.
Exemplo 1
Qual o volume de uma caixa em forma de paralelepípedo que mede 1 m de comprimento, 0,80 m de largura e 0, 70 m de
altura?
Solução
Observe que, como as dimensões foram dadas em metros, a unidade de volume é o metro cúbico (m3). Se as medidas
forem expressas em unidades de medida diferentes, antes de calcular o volume ou a capacidade é necessário converter
as medidas para uma mesma unidade.
Exemplo 2
Qual a capacidade de um tanque que tem a forma de um paralelepípedo cujas dimensões são 1,50 m de comprimento,
80 cm de largura e 1 m de altura?
Solução
Primeiro é preciso converter as medidas para uma única unidade de medida. Escolhemos o metro.
Então as dimensões são:
comprimento: 1,5 m
largura: 0,80 m
altura :1 m
Agora é só calcular a capacidade: 1,50 m x 0,80 m x 1 m = 1, 2 m3.
Resposta: a capacidade do tanque é de 1, 2 m3. 4
155
Exemplo 3
Qual a capacidade de um cubo que tem 20 cm de aresta?
Solução
Sabemos que o volume ou a capacidade de um cubo é V = a3 . Então: V = 203 = 8 000 cm3.
Resposta: a capacidade do cubo é de 8 000 cm3.
O litro e o mililitro
O litro é a quantidade de líquido capaz de encher completamente
um cubo oco com 1 decímetro (1 dm) de aresta (1 decímetro é a
décima parte do metro ou 1 dm = 10 cm).
10 cm
10 cm
10 cm
Podemos arrumar os cubinhos dentro da caixa grande em fileiras de 10, de forma que o fundo da caixa fique com
10 x 10 = 100 cubinhos. Como podemos formar 10 camadas, temos: 10 x 10 x 10 = 1 000 cubinhos.
Portanto: 1 m3 = 1 000
156
1 m3 = 1 000
1 cm3 = 1
1 = 1dm3
1 = 1 000
1 = 1 000 cm3
3 Uma caixa-d’água cúbica, de 1m de aresta, está completamente cheia. Dela foram retirados 70 litros de água. De
quanto desce o nível d’água?
4 Suponha que em sua casa haja uma caixa-d’água em forma de paralelepípedo, cujas dimensões externas são 2 m de
largura, 1,5 m de comprimento e 1m de altura. É possível determinar a quantidade de água que essa caixa pode armazenar,
estando completamente cheia? Justifique sua resposta.
5 Precisamos construir uma caixa-d’água com o formato de um paralelepípedo. Quais podem ser as dimensões
internas dessa caixa para que sua capacidade seja de 5 000 litros?
6 Uma outra unidade usada para medir volume é a garrafa. Sabendo que a garrafa corresponde a de litro, indique
sua capacidade em mililitros.
8 Num tanque, estava mergulhado um bloco de chumbo e a água do tanque estava na marca de 4 000 litros. Quando
foi retirado o bloco de chumbo, o indicador de nível indicava que havia no recipiente 1 400 litros d’água. Qual o volume,
em metros cúbicos, desse bloco de chumbo?
9 Anote no seu caderno a unidade de medida que você usaria para indicar a quantidade de líquido existente em:
a) um copo de refrigerante b) um frasco de colírio c) um tanque de combustível de um carro
10 Uma caixa cúbica tem 27 metros cúbicos de volume. Qual a medida da aresta dessa caixa?
157
Conservação do volume
Um artesão fez uma mesa em madeira 0,50m
1
maciça. Para calcular o preço, ele considera
o valor da mão-de-obra e o preço da
madeira. Sabendo que 1 m3 da madeira
1m
custa R$ 1 500,00, quanto ele gastou na
1m
madeira consumida na mesa?
0,50m 0,40m
0,50m 0,10m
0,70m
O volume se conserva
Na aula anterior, você estudou o que é volume, capacidade e como calcular o volume de um paralelepípedo. Nesta aula,
você vai continuar a estudar o volume dos sólidos. Vai até mesmo descobrir que pode calcular os volumes de algumas 2
figuras espaciais, mesmo que elas não tenham uma forma geométrica clássica e, portanto, não exista uma fórmula para
calcular esses volumes.
Exemplo 1
1
200 200 200 200 200
ml ml ml ml ml
Solução
Pela indicação da jarra, há 1 litro de água. Em cada copo, há 200 d’água.
Como são cinco copos, há 5 x 200 = 1 000 = 1 . Se tivéssemos usado toda a água da jarra para encher
os copos e depois voltássemos com a água dos copos à jarra, a água atingiria exatamente a mesma marca na jarra, 3
supondo que não houve desperdício de água. Como você pode perceber, o volume de água que havia dentro da jarra
foi dividido, mas, retornando a água à jarra, recompôs-se o mesmo volume.
Solução
Observe que as duas esculturas têm a mesma quantidade de placas. Como as placas têm a mesma forma e dimensões,
embora as esculturas tenham formas diferentes, elas têm o mesmo volume.
Exemplo 3
João precisa construir uma cisterna em forma de paralelepípedo cujas dimensões internas são 2,5 m de comprimento, 2 m
de largura e 4 m de profundidade. Ao fazer a escavação, encontrou uma grande pedra e percebeu que a cisterna só poderia
ter 2 m de profundidade. Sabendo que a largura tem que ser mantida, qual deve ser o comprimento da cisterna para que
ela possa ter a mesma capacidade da cisterna projetada inicialmente?
Solução
O volume interno de um sólido é igual à sua capacidade.
A caixa (I) é um paralelepípedo e seu volume é:
4m
(I)
..
mesmo volume, as dimensões são:
largura : 2 m
2,5m
2m
.profundidade : 2 m
comprimento: x (precisa ser determinado).
2m
( II ) 2m
Resposta: como todas as medidas foram expressas em metros, temos que a nova cisterna deverá ter 5 m
de comprimento. 159
Mais uma vez, você pode ver que é possível mudar a forma de um sólido sem
alterar seu volume.
Exemplo 4
Solução:
Observe que a figura pode ser transformada em outra, da
qual é possível determinar o volume. Para isso, basta
transladar parte da figura, como mostrado ao lado.
Exemplo 5
Para fazer a construção mostrada ao lado, foi necessário usar
uma fôrma e enchê-la totalmente de concreto. Observando as
dimensões anotadas na figura, qual o volume de concreto
necessário?
2m 2m
4m
160
6m
2m
2m
6m
Exemplo 6
Qual a capacidade, em litros, de uma piscina que tem as 10 m
6m
8m
1,5 m
50 cm
8m
6m
1,5 m 8m Solução
A figura pode ser decomposta em duas outras: um
10 m paralelepípedo e um prisma reto de base triangular.
6m Chamando de V1 o volume do paralelepípedo e de V2
o volume do prisma triangular, podemos escrever que
o volume da piscina é V= V1 + V2 . Calculando
primeiramente o volume do paralelepípedo:
8m V1= 10 × 8 × 1,5 = 120 m3.
1,5 m 8m
Você ainda não aprendeu como se calcula o volume de
um prisma reto triangular. Mas é possível transformar
10 m
esse prisma num paralelepípedo cujas arestas da base
medem 3 m e 50 cm e a altura é 8 m.
50 cm 50 cm 0,50 m 0,50 m
Resposta: como 1 m3= 1 000 , a capacidade da piscina,
em litros, é 132 × 1 000 = 132 000 . 3m 3m 3m 3m 161
S ólidos equivalentes
Dizemos que dois sólidos são equivalentes quando seus volumes são iguais.
0,50 m 0,40 m
0,50 m
0,10 m 0,10 m
Como 1m3 de madeira custa R$ 1 500,00 , o preço (p) da madeira usada na peça é: p = 1 500 x 0,250 = 375
4 cm
2 cm
6 cm
4 cm
6 cm
6 cm 6 cm
163
40 cm
60 cm
10 cm
4 cm 3 cm
3m
1m
0,50 m 0,50 m
164
Prismas
O sr. Raimundo é pedreiro. Às vezes, tem algumas obras com pedidos um pouco
diferentes do que está acostumado. Desta vez, ele deve fazer uma coluna como
mostra a figura ao lado.
BASE
HEXAGONAL
Você e seus colegas podem pesquisar que nome recebe o sólido com que o sr. 1
Raimundo irá trabalhar e como se calcula o volume desse sólido.
A preocupação com o cálculo de volumes é bastante antiga. Há milhares de anos, a civilização egípcia já conhecia alguns
processos para esse cálculo. Os habitantes da Grécia Antiga aprimoraram esses processos e desenvolveram outros.
Destaca-se o trabalho do matemático e físico Arquimedes, que viveu no século III a.C. Desenvolvendo raciocínios
bastante criativos, Arquimedes mostrou como calcular o volume de diversas figuras geométricas.
Conta-se que, enquanto tomava banho em uma banheira, Arquimedes constatou que a água subia quando ele
mergulhava. Essa quantidade de água que subia tinha volume equivalente ao volume de seu corpo.
Observe que ao
colocar a pedra o nível
Veja como obter o volume de um da água subiu
sólido qualquer, como uma pedra,
uma fruta, um legume etc. usando o
princípio de Arquimedes.
165
O s prismas
Depois de fazer a pesquisa sugerida no início da aula, você e seus colegas devem ter concluído que o sólido com o qual o sr.
Raimundo irá trabalhar recebe o nome de prisma de base hexagonal. Observe abaixo alguns exemplos de prismas.
Você já sabe identificar os prismas e que eles são sólidos geométricos. Agora, vamos nomear seus elementos e dar suas
características:
CRE
ME
DEN
TAL
Dup
la pe
rform
ance
vértices
Base base
faces
laterais
b
arestas
laterais
Base
aresta
da base base
Resolva o Exercício 1.
2
Em primeiro lugar, os prismas
podem diferir entre si pelo
número de lados de suas
bases. O nome de um prisma
é dado utilizando o número
de lados de sua base, como
nos exemplos a seguir:
prisma prisma prisma prisma
166 prisma
triangular prisma
pentagonal prisma
hexagonal
prisma
quadrangular
triangular pentagonal hexagonal quadrangular
O princípio de Cavalieri:
a pilha entorta e o volume se mantém
Para compreender as idéias de Bonaventura Cavalieri (matemático italiano que viveu no século XVII), vamos imaginar
uma pilha formada com as cartas de quatro ou cinco jogos de baralho. Podemos formar pilhas de várias formas, que
tenham a mesma base e a mesma altura.
O volume da pilha é a soma dos volumes das cartas e, como as cartas são as mesmas, as pilhas têm o mesmo volume,
apesar de terem formas diferentes.
1 2 3 4
A primeira pilha tem a forma de um bloco retangular (ou paralelepípedo retângulo). É um sólido delimitado por seis retângulos
e as faces opostas são retângulos idênticos. A terceira pilha tem a forma de um paralelepípedo oblíquo (as arestas laterais não
são perpendiculares à base). Suas bases são retângulos, mas suas faces laterais são paralelogramos. Da pilha 1 para a pilha 3,
houve mudança de forma, mas o volume permaneceu inalterado. Como os paralelepípedos das pilhas 1 e 3 têm a mesma
base, a mesma altura e o mesmo volume, e como o volume do paralelepípedo da pilha 1 é igual ao produto da área da sua
base pela sua altura, concluímos que o volume do paralelepípedo da pilha 3 também é igual ao produto da área da sua base
pela sua altura. Aliás, os volumes dos quatro sólidos mostrados acima são iguais entre si.
Desse modo, conseguimos calcular o volume de um paralelepípedo oblíquo, que não pode ser decomposto em cubinhos
unitários. O cálculo do volume desse sólido ilustra a idéia central de Cavalieri, já trabalhada por Arquimedes. Essa idéia
consiste em imaginar um sólido decomposto em camadas muito finas, como as cartas de um baralho. Se dois sólidos
forem constituídos por camadas iguais, de mesma área e de mesma espessura, então seus volumes são iguais.
V olume do prisma
Você já sabe que para determinar o volume de um bloco retangular é usada a fórmula a seguir: V = A . h. b
Exemplo 1
Calcule o volume do prisma triangular reto da figura abaixo, sendo que suas bases são formadas por triângulos eqüiláteros
cujos lados medem 5 cm e cuja altura do prisma mede 10 cm. V = Ab . h.
Solução
Para obter o volume do prisma, deve-se calcular primeiro a área da sua base. 3
A base é um triângulo eqüilátero e, portanto, sua área é dada pela fórmula:
Portanto:
4
caixa desmontada 20 cm
(planificada)
2
280 cm 14 cm
20 cm 14 cm
20 cm
40 cm
2
desmontando 40 cm 800 cm2 560 cm2 800 cm2 560 cm 40 cm
a caixa
14 cm
6
20 cm 14 cm
caixa montada 2
14 cm 280 cm
20 cm
168 Logo, Marina precisará no mínimo de 3 280 cm² de papel para forrar uma caixa.
d) POTATOES CRISPS
e)
2 O desenho mostra uma figura plana que será dobrada e se tornará um sólido.
Anote no seu caderno a letra do sólido que será formado e o nome dele.
a)
b) c)
169
3 Para embalar seus produtos, uma fábrica adquiriu folhas de papelão com 40 cm de comprimento e 20 cm de largura.
Para transformar essas folhas em caixas, recorta-se de cada canto da folha um quadrado de lado medindo 5 cm,
como mostra a figura. A seguir, dobra-se essa folha, formando-se uma caixa sem tampa.
20 cm
5 cm
5m
2m
8 mm
170
calcule:
a) A área total do sólido.
b) O volume do sólido. 6 cm 6 cm
Para as questões de vestibular (exercícios 7 a 10) a seguir, desenvolva no seu caderno as estratégias de resolução que
achar conveniente.
a) 100 bolinhas
b) 300 bolinhas
c) 1 000 bolinhas
d) 2 000 bolinhas
e) 10 000 bolinhas
8 Uma segunda pessoa procurou encontrar outra maneira de arrumar as bolas na caixa achando que seria uma
boa idéia organizá-las em camadas alternadas, onde cada bolinha de uma camada se apoiaria em 4 bolinhas da
camada inferior, como mostra a figura abaixo. Deste modo, ela conseguiu fazer 12 camadas. Portanto, ela conseguiu
colocar na caixa:
a) 729 bolinhas
b) 984 bolinhas
c) 1 000 bolinhas
d) 1 086 bolinhas
e) 1 200 bolinhas
171
9 (MACK-SP) Na figura abaixo, cada cubo tem volume de 1 dm³. O volume da pilha em dm³, incluindo os cubos
invisíveis no canto, é:
a) 6
b) 8
c) 9
d) 10
e) 12
10 (FUVEST-SP) Um tanque em forma de paralelepípedo tem por base um retângulo horizontal de lados 0,8 m e
1,2 m. Um indivíduo, ao mergulhar completamente no tanque, faz o nível da água subir 0,075 m. Então o volume
do indivíduo, em m³, é:
a) 0,066
b) 0,072
c) 0,096
d) 0,6000
e) 1,000
172
Cilindro
Um restaurante costuma usar panelas enormes em dias de muito movimento. Para
encher de água uma dessas panelas, um cozinheiro utiliza galões de 18 litros.
Você vai ajudar o cozinheiro a determinar quantos galões são necessários para encher
a panela grande.
Você sabe, de aulas anteriores, que 1 litro é igual
a 1 decímetro cúbico. Portanto, para saber
quantos galões cabem na panela, é necessário 50 cm 18
O cilindro
A panela que o cozinheiro do problema vai encher tem a forma de um cilindro reto. Observe alguns tipos de
cilindros:
Cilindro oblíquo Cilindro reto Cilindro de revolução Cilindro equilátero
e
g g=h h = 2r
h
r
Um cilindro é circular se sua base é um círculo.
Dizemos que um cilindro é reto se sua geratriz é perpendicular à base.
Cilindro eqüilátero é o cilindro circular reto cuja altura (h) é igual ao dobro do raio da base (diâmetro).
Observação: embora a base de um cilindro não seja obrigatoriamente um círculo, os exemplos que estudaremos nesta
aula têm sempre base circular. 173
Volume do cilindro
Forme grupos de quatro ou cinco componentes. Cada componente do grupo deve
desenhar numa cartolina dez ou mais círculos, tendo 4 cm de raio cada um deles.
O grupo deve juntar todos os círculos recortados e empilhá-los, formando um 3
cilindro. Depois, entortá-lo, de modo a obter pilhas como nas ilustrações abaixo.
Cada um dos círculos de cartolina tem volume. A soma dos volumes dos círculos dará o volume total da pilha. Por isso,
todas as quatro pilhas montadas (como as da figura acima) têm o mesmo volume. Esses volumes podem, então, ser
calculados achando-se o volume da pilha da extremidade esquerda, que é um cilindro circular reto. Ora, como você
sabe desde o Ensino Fundamental, o volume de um cilindro circular reto é igual à medida da área da base vezes a medida
da altura (informalmente, dizemos que o volume é igual à base vezes a altura).
Generalizando, podemos afirmar que o volume de qualquer cilindro é igual à medida da área da base vezes a medida da altura.
Observe que a última figura à direita não é um cilindro. No entanto, seu volume é também igual à base vezes a altura.
Essa maneira de calcular volumes, decompondo-os em pequenas fatias (que podem ser tão
finas quanto se queira), originou-se com o matemático italiano Cavalieri, no século XVII. É
conhecida, em Matemática, como Princípio de Cavalieri e é muito útil para calcular volumes.
Este cilindro tem altura h e raio da base r. A área da base é , logo o seu volume é h
.
r
Exemplo 1
Qual é o volume (em centímetros cúbicos) e a capacidade (em mililitros) de uma lata que tem a forma
cilíndrica, com 6 cm de diâmetro e 14 cm de altura?
Solução
Se o diâmetro mede 6 cm, então o raio mede 3 cm. Como a altura mede 14 cm, aplicando a
fórmula e utilizando , teremos:
4
Como 1 dm3 = 1 litro e 1 dm3 = 1 000 cm3, então 1 cm3 = 1 . Logo, podemos expressar o
volume de 395,64 cm3 como 395,64 para descobrir a capacidade da lata.
174
Ó LEO
São comuns os objetos em forma cilíndrica. Num super-
mercado, se você observar as embalagens, vai identificar ERVILHA M IL H O
facilmente essa forma.
GOIABADA
Exemplo 2
Uma pessoa dispõe de dois recipientes cilíndricos: um tem raio de 20 cm e altura de 12 cm; o outro tem a metade do raio,
porém o dobro da altura.
Qual o recipiente de maior volume?
Solução
Vamos calcular seus volumes e comparar os resultados:
Como você pode observar, o recipiente A (mais baixo) possui maior volume. À primeira vista, pode parecer que o fato
de o recipiente ter a metade do raio será compensado por
ter o dobro da altura. Porém, isso não acontece.
No cálculo do volume do cilindro, h, observamos que
o raio (r) vem elevado ao quadrado e a altura não. Isso significa 24 cm
que, quando calculamos o volume, as variações ocorridas no 12 cm
Para a decoração da festa de sua filha, Marina resolveu utilizar latas vazias, substituindo os rótulos por papel decorado. Para
saber qual a quantidade de papel necessária para forrar cada lata, ela retirou o rótulo de uma lata e calculou a sua área.
10,5 cm
y
N
N ORO
Vitamina A 230 ml
N ORON
Vitamina B 30 ml
11,2 cm
Vitamina N 160 ml
x
Onosooso
Vitamina C 8 ml
Vitamina F 130 ml
Vitamina H 60 ml
F O RT I F I C A N T E Onosooso
F O RT
IFIC A N T E
Marina observou que o rótulo aberto sobre a mesa tem a forma de um retângulo. Para calcular a sua área, é necessário
saber o valor de x e y . O valor de x pode ser visto imediatamente: x = 11,2 cm. O valor de y pode ser obtido utilizando
o comprimento da circunferência de diâmetro 10,5 cm. 7
.
Logo, ela precisará aproximadamente de 370 cm de papel para forrar a lateral de cada lata.
2
175
Exemplo 3
Marina resolveu forrar também a tampa e o fundo das latas. Quanto de papel ela necessitará a mais?
base 8
superficie
abrindo o cilindro lateral
planificada
base
cilíndro planificado
Solução
O fundo da lata e a tampa são círculos de raio igual a: 10,5 2 = 5,25
Cada um deles tem área , ou seja, aproximadamente: 3,14 (5,25)2 = 3,14 (27,5625) 86,55cm².
Como são dois círculos: 2 86,55 = 173,10 cm2
7,4 cm
2 No rótulo de um pote de sorvete, encontra-se a informação de que seu conteúdo é de 3 litros. O pote tem forma
cilíndrica com 16 cm de diâmetro. Calcule quanto deve medir sua altura.
176
4 (UFES) As figuras seguintes descrevem os primeiros passos na fabricação de um cilindro a partir de uma chapa
retangular de lata:
20 cm
12 cm
r
2h
h h
2
R 2 2R
A B c
6 Um tubo de plástico tem diâmetro interno igual a 1,6 cm. Qual deve ser o seu comprimento para que ele possa
conter 1 de água? (Lembre-se de que 1 = 1 dm³).
7 A figura mostra um cilindro reto inscrito num cubo de aresta 4 cm. Calcule o volume do cilindro.
4 cm
r 4 cm
4 cm
177
8 (Enem-2001) Em muitas regiões do Estado do Amazonas, o volume de madeira de uma árvore cortada é avaliado
de acordo com uma prática dessas regiões:
I – Dá-se uma volta completa em torno do tronco com um barbante.
II - O barbante é dobrado duas vezes pela ponta e, em seguida, seu comprimento é medido com fita métrica.
1ª dobra 2ª dobra
III - O valor obtido com essa medida é multiplicado por ele mesmo e depois multiplicado pelo comprimento do tronco.
Esse é o volume estimado de madeira.
Outra estimativa pode ser obtida pelo cálculo formal do volume do tronco, considerando-o um cilindro perfeito. A diferença
entre essas medidas é praticamente equivalente às perdas de madeira no processo de corte para comercialização.
Pode-se afirmar que essas perdas são da ordem de:
a) 30% b) 22% c) 15% d) 12% e) 5%
Anote a sua opção e os cálculos realizados no seu caderno.
9 Uma peça de madeira tem as dimensões e a
forma da figura ao lado. Qual é o volume de madeira
empregado para fabricar essa peça? 10 cm
6 cm
20 cm
É importante que você desenvolva sua autoconfiança para defender seus pontos de
vista e sua maneira de resolver problemas.
178
A pirâmide
Quando pensamos em uma pirâmide, imaginamos logo uma pirâmide egípcia, cuja
base é um quadrado. Contudo, o conceito geométrico de pirâmide é um pouco mais
amplo: a base pode ser formada por qualquer polígono.
Trabalhando em grupo, faça uma pesquisa sobre pirâmides que têm como
base polígonos quaisquer.
179
aresta
face da face
altura
aresta
base A da base
superfície lateral
centro do
polígono base
Pirâmide planificada Pirâmide montada
A altura da pirâmide é um segmento perpendicular à base com extremidades em um ponto da base e no vértice. Na
figura acima, é o segmento .
Uma pirâmide é regular se a base é um polígono regular e as faces são triângulos isósceles e iguais.
Quando a pirâmide é regular, o centro do polígono da base é a extremidade da altura.
Nomenclatura
Uma pirâmide é designada pelo número de lados de sua base.
Pirâmides regulares e retas
Pirâmide oblíqua
Exemplo 1
Observe a pirâmide regular ao lado e nomeie sua altura, v
uma aresta lateral e uma aresta da base.
Solução
altura:
aresta lateral:
C 2
aresta da base:
D o B
E A
Resolva agora o Exercício 1.
Volume da pirâmide
Na Aula 24, você aprendeu que o volume do prisma é igual ao produto da sua altura pela área da base. Se tivermos um
prisma e uma pirâmide de mesma base e mesma altura, o volume do prisma será o triplo do volume da pirâmide.
= 3x h
181
Esse fato pode ser comprovado experimentalmente. Basta construir, em cartolina, um prisma e uma pirâmide de mesma
base e mesma altura.
Reúna-se com seus colegas e, juntos, construam um cubo e uma pirâmide com a
mesma base e a mesma altura e façam a experiência anterior para comprovar que
o volume da pirâmide é igual a um terço da área da sua base multiplicada pela sua
altura. Os modelos estão apresentados a seguir.
6 cm 6 cm 6 cm 6 cm Dobrar
5 cm
5 cm
3
Aba (colar) 6 cm 6 cm 6 cm 6 cm
Exemplo 2
Qual o volume de uma pirâmide quadrangular cuja altura mede
5 cm e a aresta da base 3 cm?
Solução
Exemplo 3
P
Considerando a pirâmide reta cuja base é um
quadrado de lados medindo 4 cm e com arestas
laterais medindo 10 cm, calcule a área da base, 5
P
a área lateral e a área total.
a
A B
A B
G pirâmide
planificada
C D C
.
D
Solução
Cálculo da área da base: a base é um quadrado de lado medindo 4 cm. Logo, sua área é:
42 = 16 cm2
4 cm
4 cm
. Cálculo da área lateral: a superfície lateral é formada por quatro triângulos isósceles, de
base igual a 4 cm e os outros dois lados medindo 10 cm cada.
P
h 10 cm
.
Se fizermos , aproximadamente, teremos:
Cálculo da área total: é igual à soma da área da base com a área lateral; logo:
.
183
C O E
B A
12 cm
D
C
A B
6 Leia o problema a seguir, desenhe um esboço da figura no seu caderno e sua estratégia para a escolha da opção correta.
(PUC-SP) O imperador de uma antiga civilização mandou construir uma pirâmide que seria usada como seu
184 túmulo. As características dessa pirâmide são:
B
D
6 cm 6 cm
C
6 cm
6 cm
185
O cone
Há muitas semelhanças entre o cone e a pirâmide. Observe a pirâmide e o
cone desenhados a seguir. Ambos podem ser imaginados como um conjunto de
segmentos que ligam um ponto P, exterior ao plano, a uma região do plano.
P
P
P P
Elementos do cone
Como sempre, quando começamos a estudar coisas novas, é necessário V
vértice
definir alguns termos, para que possamos discutir e trocar idéias sobre
geratriz 2
esses novos objetos matemáticos. Neste curso, estudaremos somente
cones cujas bases são círculos. Em um cone, temos: g
(altura) h
V é o vértice do cone.
h é a altura do cone.
g é a geratriz.
o r
A reta é o eixo do cone.
base
eixo
hexágonos etc. Os livros em uma biblioteca são classificados por assunto ou por nome do autor, e existem muitas outras
186 classificações.
Cones podem ser classificados pela posição do eixo em relação ao plano que contém a base:
r
r e
V
V
O
O
O r
e
v
O
r
187
Exemplo 1
Um cone reto tem 12 cm de altura e raio da base medindo 9 cm. Ache o comprimento da geratriz.
Solução
Aplicando a relação , teremos:
g=?
h-12 cm
Resposta: a geratriz mede 15 cm.
O
r = 9 cm
V olume do cone
Para determinar o volume do cone, vamos considerar um cone e um cilindro de mesma base e mesma altura, como mostra a
figura abaixo. Enchendo o cone com areia, será necessário despejar três vezes seu conteúdo no interior do cilindro para
que ele fique cheio.
Depois de realizar essa experiência, pode-se concluir que o
volume do cone é a terça parte do volume do cilindro de
h mesma base e mesma altura. O volume do cilindro é: 5
r r
1,5 cm
v
81º
9.85 cm
1,5 cm
Então temos:
188
12
7
De acordo com a proporção anterior, temos:
8
Assim, a área lateral de um cone cuja geratriz é g e o raio da base é r é: .
Exemplo 3
Quantos centímetros quadrados de cartolina serão usados
para fazer o chapéu de palhaço cujas medidas estão demons
tradas na figura? g
30 cm
20 cm 189
Solução
Sabemos que a quantidade de cartolina usada é dada pela área lateral do cone. Para calcular a geratriz g, basta aplicar
o teorema de Pitágoras:
Como , temos, aproximadamente:
Calculando a área lateral:
Resposta: serão gastos 992,24 cm² de cartolina.
12 cm
7 cm
3 cm 3 cm
190
5 E
6 (UNIRIO) Uma tulipa de chope tem a forma cônica,
como mostra a figura. Sabendo-se que sua capacidade é
10 cm
de 100 , a altura h é igual a:
a) 20 cm h
b) 16 cm
c) 12 cm
d) 8 cm
e) 4 cm 191
192
Esfera
Você já deve ter observado, nos jogos de futebol, basquete, vôlei e tênis, as bolas
com que eles são jogados. Elas têm tamanhos diferentes, mas uma característica
comum.
1
Você sabe dizer que característica é essa? Discuta com seus colegas.
essa característica?
S uperfície esférica
As bolas de futebol, vôlei, tênis, basquete, sinuca lembram superfícies esféricas.
O é o centro da esfera.
r é o raio da esfera.
Uma esfera pode ser obtida pela rotação completa de um círculo em torno do seu diâmetro.
Faça a experiência a seguir: 4
A
O r
3. Segure com uma das mãos a parte de cima do palito e com a outra, a parte
de baixo. Faça o círculo girar. A
Assim, você gera uma esfera.
O r
O
O volume da esfera
A fórmula que dá o volume da esfera foi demonstrada pelo matemático grego
Arquimedes, no século III a.C., em seu livro “Sobre a esfera e o cilindro”.
Arquimedes de Siracusa
194
Como: R 5
R3 R3 R3
Então o volume da esfera é: cone . Ou seja:
195
Exemplo 1
Determine o volume de uma esfera que tem raio igual a 4 cm.
Solução
Utilizando a fórmula obtida anteriormente, temos:
O r=4
Usando .
Resposta: o volume da esfera é 267,94 cm aproximadamente.
3
O r
O
Exemplo 2
Calcule a área de uma superfície esférica cujo raio mede 10 cm.
Solução
Fazendo , teremos:
Exemplo 3
A área da superfície de uma esfera é igual a . Calcule o raio da esfera e o seu volume.
Solução
Fazendo
Resposta: o raio mede 2 cm e o volume é aproximadamente 33,5 cm³.
Seção da esfera
Considere uma laranja como se fosse
uma esfera. Ao cortar esta laranja, como
mostra a figura, obtém-se uma seção seção
plana 8
plana da laranja (esfera). O
Observe que toda seção plana de uma
corte feito
esfera é um círculo. na laranja
Exemplo 4
Um plano corta uma esfera a uma distância de 4 cm do centro, determinando uma seção plana. Sabendo que o raio da
esfera mede 5 cm, determine a área da seção plana. 9
Solução
O raio da esfera, a distância do
O
plano ao centro da esfera e o raio da O
seção formam um triângulo r = 5 cm
4 cm 5 cm 4 cm
retângulo ABO, como mostra a
A x B B
figura. A
Agora, vocês devem calcular a área do quadrilátero formado. Para fazer isso, vocês terão de lembrar que qualquer figura
poligonal pode ser decomposta em triângulos, e vocês sabem calcular a área de um triângulo.
Construam outros quadriláteros com o mesmo laço de barbante e, para cada um deles, anote a área correspondente.
O que é que vocês observam? As áreas são iguais ou diferentes? Quando é que a
área é máxima? Isto é, qual é a maior área possível de obter com o laço que vocês
fizeram?
11
Se você e seus colegas disseram que a maior área Entre todos os polígonos com o
possível é a do quadrado, acertaram! mesmo número de lados e com
E, se em vez de eu formar quadriláteros, formar, por o mesmo perímetro, o de área
exemplo, hexágonos? Peguem seis pinos e, com o mesmo máxima é o polígono regular. 12
Este fato tem grande importância e é muito utilizado, inclusive pela natureza. Como é por sua superfície que um corpo tem
13
contato com o exterior, esse fato tem conseqüências importantes para a anatomia dos animais e vegetais. Assim, por exemplo,
muitas frutas têm forma aproximadamente esférica.
Da mesma forma, quando é necessário construir um reservatório para guardar, por exemplo, um líquido (gasolina, óleo etc.),
a forma esférica é a que permite economizar ao máximo o material utilizado para construir o reservatório.
1 O raio da Terra é de aproximadamente 6 400 km. Considerando que sua forma seja uma esfera, determine o
volume do planeta Terra.
199
r
8
6
Hemisfério Hemisfério
7 Uma esfera de raio r está inscrita num cubo de aresta secção (visão frontal)
medindo a = 6 cm, conforme mostra a figura. Calcule o
volume da esfera.
r a
r
a
a
a
A B
a
200
caixa antiga
caixa antiga
a=?
Discuta com seus colegas e, juntos, tentem desco-
1
brir qual deve ser a medida da aresta da2novam
caixa.
2m a=?
2m a=?
R ecordando semelhança
Ao lado estão desenhados dois triângulos
2
semelhantes.
6 9
Dizemos que duas figuras são semelhantes
quando uma delas é ampliação ou redução 2 3
da outra. 12 4
Os dois triângulos da figura são semelhantes. Observe que seus ângulos têm a mesma medida e seus lados são 3
proporcionais, na mesma razão, isto é: . O número 3 é chamado de razão de semelhança, que
geralmente é representada pela letra k.
No exemplo anterior, k = 3.
201
Exemplo 1
Os retângulos a seguir são semelhantes. A razão de M Q
semelhança do maior para o menor é k = 4. Se o lado
maior e a área do retângulo ABCD medem
3 cm e 6 cm², respectivamente, determine a medida A D
do lado maior e a área do retângulo MNPQ.
B 3 cm C
N P
Solução
Como a razão de semelhança é k = 4 e o lado maior do retângulo menor é igual a 3 cm, para obter a medida do lado
maior NP do retângulo MNPQ basta multiplicar 3 por 4. Assim, o lado maior do retângulo MNPQ medirá 12 cm.
Para determinar a área do retângulo maior, basta multiplicar a área do menor, que é 6 cm2, por 4². Assim, a área do
maior será .
Resposta: o lado maior do retângulo mede 12 cm e a área do retângulo MNPQ é 96 cm2.
Exemplo 2
O raio do círculo de centro O da figura ao lado foi
multiplicado por 2. Determine a área do círculo
maior de centro O’.
5
O r O' 2r
Solução
O círculo menor tem área igual a . Como o seu raio foi multiplicado por 2, sua área ficará multiplicada por 2² e a
área do círculo maior será igual a .
Resposta: a área do círculo maior é .
S ólidos semelhantes
Agora que você já recordou semelhança, vamos estudar a semelhança de sólidos. Há um quebra-cabeça bastante
conhecido, chamado “cubo mágico”, que consiste em um cubo dividido em diversos cubos menores.
Observando melhor, vemos que cada aresta desse cubo foi dividida em três partes do mesmo tamanho.
1 2 3
1 2 3
4 5 6
Cubinho menor
4 5 6 cuja aresta mede
7 8 9 a terça parte do
cubo maior.
7 8 9
Uma das faces dividida em
202 3² = 9 quadrados menores.
k k² k³
Exemplo 3
Uma loja vende miniaturas do Cristo Redentor
confeccionadas em madeira. São dois tamanhos
de miniaturas, sendo que uma delas tem a
metade da altura da outra.
2h
Supondo que o preço é proporcional ao volume
de madeira gasto na confecção das miniaturas, h h
qual deve ser o preço da maior, se a menor custa
R$ 5,00?
Solução
Como as duas imagens são semelhantes entre si, a razão entre seus comprimentos é constante e igual a k = 2 (razão da
maior para a menor). Logo, a razão entre seus volumes valerá: k3 = 23 = 8.
Como o preço deve ser proporcional ao volume e o volume da estatueta maior é oito vezes o volume da menor, seu 8
preço deve ser: R$ 5,00 8 = R$ 40,00.
Resposta: o preço da miniatura maior deverá ser R$ 40,00.
Exemplo 4
Os cones desenhados a seguir são semelhantes.
Sabendo que a razão de semelhança é k = 2 e o
volume do cone menor é igual a 41,86 cm³, h=?
10 cm
determine:
a) a altura h do cone maior;
b) o diâmetro d do cone maior;
c) o volume do cone maior. 4 cm
d= 203
Solução
a) Como a razão de semelhança é 2 e a altura do cone menor mede 10 cm, então a altura do cone maior medirá 20 cm.
b) Como o diâmetro do cone menor mede 4 cm e a razão de semelhança é 2, então o diâmetro do cone maior medirá 8 cm.
c) Há duas maneiras para calcular o volume do cone maior. Em primeiro lugar, como a razão de semelhança é 2 e o
volume do cone menor é igual a 41,86 cm3 , então o volume do cone maior será igual a 23 × 41,86 = 334,88 cm3.
Uma outra solução é aplicar a fórmula que permite calcular o volume do cone maior diretamente, pois seu diâmetro
Observação: a variação de 0,05 verificada nos resultados deve-se ao efeito do arredondamento do valor de π para 3,14 9
Exemplo 4
6 cm
Solução
a) Como a razão de semelhança é 3, então a altura
da pirâmide menor medirá 3 cm.
b) A área lateral da pirâmide maior é 9 vezes (32) a área lateral da pirâmide menor, que medirá, portanto, 13,87 cm2.
10
c) O volume da pirâmide maior é 27 vezes (33 ) o volume da pirâmide menor, que será, portanto, igual a 108÷27 = 4 cm3.
d) Para determinar a aresta lateral da pirâmide menor, podemos proceder de duas maneiras.
A diagonal da base da pirâmide maior mede . Então, para calcular a aresta lateral l da pirâmide maior,
temos: . (Lembre-se da aula sobre pirâmides.)
Como a razão de semelhança é 3, então a aresta lateral da pirâmide menor é igual a: .
Uma outra solução é calcular diretamente a aresta lateral da pirâmide menor, pois sua altura mede 3 cm e o
lado de sua base medirá 2 cm.
204
4 Um cubo teve suas arestas aumentadas de 20% do seu tamanho. Qual foi o percentual de aumento do volume
desse cubo?
5 Um triângulo teve seus lados aumentados de 30%, obtendo-se um novo triângulo semelhante ao primeiro.
a) Qual a razão de semelhança? b) Qual o percentual de aumento de sua área?
8
x
3 cm
6 cm
205
8 Quantos brigadeiros (bolinhas de chocolate) inteiros de raio 0,5 cm é possível fazer a partir de um brigadeiro
de raio 2 cm?
h
h
2
10 Se a área da base de um prisma diminui 10% e a altura aumenta 20%, o que acontece com o seu volume?
É necessário saber conferir e justificar suas respostas e saber ouvir, respeitar e prestigiar
as idéias e pontos de vista das outras pessoas.
206
Carlos resolveu vender sorvete no final de semana para reforçar seu orçamento. Para
isso, comprou uma máquina de fazer sorvetes e várias forminhas do mesmo
tamanho, em forma de cone, cuja altura mede 10 cm.
Nos primeiros dias de venda, ele notou que as pessoas pediam sorvetes menores,
pois as crianças não tomavam tudo. Resolveu então cortar algumas forminhas para
obter sorvetes menores e vendê-los pela metade do preço. Se cada sorvete grande é
vendido por R$ 0,80, e os pequenos serão vendidos por R$ 0,40, a que distância do
vértice Carlos deve cortar as forminhas para obter um sorvete com volume igual à
metade do volume do sorvete grande?
S ólidos semelhantes
Acompanhe a resolução do problema de Carlos.
O cone (forminha) maior de altura 10 cm e o cone (forminha) menor de altura d são semelhantes.
Como o volume do maior é igual ao dobro do volume do menor, podemos determinar a razão de semelhança k.
Se V é o volume do maior, então é o volume do menor. Assim:
corte
v 207
2 A escala da maquete de uma praça é de 1:50. Se a praça tem 6 000 m² de área, qual será a área da maquete?
A=? 2 A = 6 000 m 2
Maquete
Praça
3 (UFES) Um ourives deixou como herança para seus 8 filhos uma esfera maciça de ouro. Os herdeiros
resolveram fundir o ouro e, com ele, fazer 8 esferas iguais. Cada uma dessas esferas terá um raio igual a:
12 cm
a) 3,0 b) 3,5
c) 4,0 d) 4,5
e) 5,0 209
Problemas de volume
Reúna-se com alguns colegas e tentem resolver o problema seguinte. É uma
excelente oportunidade para que vocês revejam e apliquem conhecimentos que
adquiriram anteriormente. Somente depois de tentar resolvê-lo é que devem ver
a solução apresentada.
Na figura abaixo, vê-se uma piscina de 10 m de comprimento, por 6 m de largura.
Existe uma parte rasa, com 1,20 m de profundidade, uma descida e uma parte
funda, com 2 m de profundidade. 10 m
Com as medidas que aparecem no 6m
2m
O prisma reto
Vamos resolver juntos o problema proposto acima. Inicialmente, podemos constatar que essa piscina é um prisma
reto. Sabe por quê? Vamos recordar: todo prisma reto é formado por duas figuras paralelas e iguais chamadas bases e
por faces laterais que são retângulos, que ligam as bases. Suas arestas são paralelas, iguais e perpendiculares às bases e
correspondem à altura do prisma. Observe que a piscina está de acordo com essa definição. A figura que aparece na
frente é uma das bases e qualquer uma das arestas de comprimento 6 m (largura da piscina) é a altura do prisma.
A base do prisma foi dividida em três partes: um retângulo (A), um retângulo menor (B) e um triângulo retângulo (C).
Com as medidas que estão no desenho, podemos facilmente calcular as áreas das três partes:
210
Na construção de um prédio, para levar água da cisterna até a caixa superior foram usados canos de ferro de duas polegadas.
Considere os seguintes dados:
Comprimento de um cano: 6 m. Diâmetro externo: 5 cm. Diâmetro interno: 4,4 cm. Densidade do ferro: 7,8 g/cm3.
Quanto pesa um desses canos?
Solução cilindro interno
Vamos, inicialmente, recordar o significado da palavra
densidade. Se um objeto é feito do mesmo material, a
densidade desse material é um número que, multipli-
cado pelo volume desse objeto, dá como resultado a
sua massa.
Como o volume é expresso em centímetros cúbicos, a
cilindro externo
massa é dada em gramas. Logo, para determinar a massa
de um objeto, é preciso saber a densidade do material de
que é feito e o seu volume. Neste problema, tem-se um
cano de ferro cuja densidade é 7,8 g/cm3. Portanto, cal-
culando o volume de ferro num cano, podemos determi-
nar sua massa.
O cano tem a forma de um cilindro. Mas, como todo cano, tem um espaço vazio no interior, que também tem a forma
de um cilindro. Logo, o volume de ferro que estamos procurando é a diferença entre os volumes dos dois cilindros: um
externo, de diâmetro 5 cm, e um interno, com diâmetro 4,4 cm.
O comprimento dos canos é 6 m , mas como a densidade foi dada em gramas por centímetro cúbico, é preciso converter o
comprimento para centímetros, isto é, 600 cm. Essa é a altura dos dois cilindros. Seus raios são R = 2,5 cm e r = 2,2 cm.
Esse é o volume de ferro que há no cano. Multiplicando esse valor por 7,8, que é a densidade do ferro, calcularemos sua
massa:
Massa do ferro =
Resposta: com os dados apresentados, calculamos que um cano de ferro, de duas polegadas de diâmetro e 6 metros
de comprimento, pesa 20 quilos e 720 gramas aproximadamente. 211
Exemplo 2
Um reservatório de gás tem a forma de um cilindro com as extremidades esféricas, como mostra a figura abaixo. Se o compri-
mento total do reservatório mede 25 m e a medida de seu diâmetro é 6 m, quantos metros cúbicos de gás ele poderá conter?
Solução
Vamos dividir o reservatório em três partes: uma meia-
6m esfera no início, um cilindro no meio e uma outra
meia-esfera no final. O diâmetro é 6 m, logo o raio,
tanto das meias-esferas como do cilindro, mede 3m.
25 m
Logo:
Exemplo 3
A figura mostra a peça de uma máquina. Calcule seu 2 eixo da
peça
volume, a partir das medidas em centímetros que aparecem
no perfil dessa peça. 3
Solução 5
h g = 5 cm
Um objeto que tem bases circulares e paralelas, mas não do mesmo tamanho,
chama-se tronco de cone.
R
Solução
Como os diâmetros das bases medem 8 cm e 6 cm , os raios medem, r
respectivamente, 4 cm e 3 cm. Então, o volume do recipiente é:
1 Um feirante, para pesar meio quilo em sua balança de pratos, usa um cilindro de ferro (densidade 7,8 g/cm3)
com 4 cm de diâmetro e 5 cm de altura. Verifique se a massa dessa peça é, realmente, meio quilo.
213
Sugestão
Observe que a cisterna é um prisma. A situação é semelhante à apresentada no início desta aula.
Sugestão
A base da pirâmide é o quadrado ABCD de 20 cm de lado. Calcule sua diagonal AC e repare que
AO é a metade dessa diagonal. Para calcular a altura PO da pirâmide, use o teorema de Pitágoras
no triângulo AOP.
5 Para que os navios, quando atracam, não danifiquem a estrutura do cais, são
usadas defensas. Na Aula 22, você conheceu um tipo de defensa e aprendeu que
elas são construídas com borracha. Existem outros tipos de defensas. Um deles tem
a forma mostrada na figura. Calcule o volume de borracha existente nessa
defensa. 3m
214 0,5 m
1m
gasolina
14,4 m
1m
água
40 m
7 Um dique flutuante, usado para a construção ou reparo de navios, tem a forma de um paralelepípedo de 300 m
de comprimento, 40 m de largura e 10 m de altura. Quantos litros de água são necessários para encher esse dique?
8 (Fatec-89) Suponham-se dois cones retos, de modo que a altura do primeiro é quatro vezes a altura do segundo
e o raio da base do primeiro é a metade do raio da base do segundo. Se V1 e V2 são, respectivamente, os volumes do
primeiro e do segundo cone (anote sua opção e os cálculos realizados no seu caderno):
9 Um artesão faz velas decorativas. Calcule quantos litros de parafina líquida são necessários para fazer 20 velas
esféricas com 5 cm de raio.
60 cm
20 cm
20 cm
215
Revendo conceitos II
Nesta aula, você terá oportunidade de rever os assuntos estudados nas Aulas 17 a 30. Tente
resolver cada exercício aqui apresentado antes de ler a solução. Se tiver alguma dúvida,
retorne à aula correspondente ao assunto abordado e, se necessário, peça ajuda a seu
professor. Também vale fazer grupos de estudo. Você pode ajudar seus colegas e
também ser ajudado por eles. Depois faça os exercícios propostos. Compare sua
solução com a de seus colegas. Vamos em frente!
Exercícios resolvidos
Exemplo 1
Num poliedro convexo, 4 faces são quadriláteros e outras são triângulos. O número de arestas é o dobro do número de faces
triangulares. Quantas são as faces, arestas e vértices?
Solução
Esse sólido tem 4 faces quadrangulares. Como não se sabe quantas faces são triangulares, vamos chamar esse número
de t. Sabemos que o número de arestas é A = 2t.
O número de arestas é igual à metade da soma do número de lados de todas as faces. Como são t faces triangulares e 4
Exemplo 2
Um tanque de armazenamento de petróleo tem a forma de um cilindro com 40 m de diâmetro e 14,4 m de altura. Para
construir esse tanque, são utilizadas chapas de aço retangulares que medem 2,4 m de largura por 10 m de comprimento.
Qual o número mínimo de chapas necessárias para construir a superfície não-plana desse tanque?
Solução
O cilindro tem duas partes planas, que são suas bases, e uma parte não-plana, que é a sua superfície lateral.
Para determinar quantas chapas são necessárias, precisamos determinar a área lateral desse cilindro, a área de cada 1
216 chapa e, depois, dividir a área lateral do cilindro pela área da chapa.
Exemplo 3
Para assentar o tanque citado no exemplo anterior, é construída uma plataforma cilíndrica de concreto que tem o mesmo
raio que o tanque e 50 cm de altura. Qual o volume de concreto necessário para construir essa plataforma?
Solução
Essa plataforma é um cilindro de raio 20 m e altura 0,5 m.
O volume do cilindro é: (área da base vezes a altura do cilindro).
Exemplo 4
Determine o volume de uma pirâmide de 10 cm de altura,
sabendo que o plano paralelo à sua base passa pelos pontos O
médios das suas arestas laterais e determina na pirâmide uma
secção de 3 cm2 de superfície.
Solução
Observando a figura, podem ser identificadas duas pirâmides: H G
OABCD e OEFGH, que são semelhantes. Sabemos que,
se a razão entre os comprimentos das arestas de dois sólidos E
semelhantes é k, a razão entre suas áreas é k2 e entre seus F
volumes é k3. D C
.
217
Então: .
Exemplo 5
Qual a área total do cilindro equivalente a um cubo de 10 cm de aresta, sabendo que os dois têm a mesma altura?
Solução
Se os dois sólidos são equivalentes, então seus volumes são iguais.
O volume do cubo é .
O volume do cilindro é (área da base x altura).
Então:
Como o cilindro e o cubo têm a mesma altura, então h = 10. Assim, temos:
A área do cilindro é:
Exemplo 6
Calcule o volume de uma esfera cujo raio é a metade do raio de outra esfera que tem de volume.
Solução
Sejam R o raio e V o volume da maior esfera, r o raio e v o volume da menor.
Já vimos que se a razão entre os raios é k, a razão entre os volumes é k3.
Então:
Logo,
Solução
A área total da pirâmide é obtida somando-se a área da base
com a área lateral. A base é um quadrado de lado 20 cm.
As faces laterais são quatro triângulos isósceles.
Vamos calcular a área da base:
.
A
Agora, calcularemos a área lateral. A área de cada triângulo
A área total é:
Como é, aproximadamente, igual a 1,41, temos:
D E
2 (FUVEST-SP) Na figura:
E F
ABCD e EFHG são trapézios de lados 2,8,5 e 5;
C D
D A
F
G
o
H E
h=8 cm
2 cm
220
D B
2 cm
E
10 (Mackenzie- SP) Aumentando-se de 1 m cada aresta de um cubo, a sua área lateral aumenta de 164 m2. O volume
do cubo original é:
221
A Matemática da incerteza
a) Se você lançar 100 vezes uma moeda não viciada, quantas vezes o resultado
será cara? Por quê?
b) Você já ouviu dizer que “a população mundial cresce geometricamente”? Você
sabe explicar essa afirmação? Qual seria sua explicação? Como você acha que foi 1
possível chegar a esta conclusão?
c) Você confia nas pesquisas eleitorais? Como você acha que elas são realizadas?
d) Como você acha que as fábricas determinam a durabilidade das lâmpadas que
produzem?
EEstastatística e Probabilidade
é a primeira aula de uma área da Matemática onde a incerteza é a estrela principal. A Estatística e a Probabilidade
(aulas 32 a 50) realizam estudos que envolvem fatos, fenômenos, aspectos relacionados a pessoas, animais ou objetos
e que envolvem a incerteza. Estes estudos são realizados para que seja possível compreender melhor o mundo, fazer
previsões ou planejamentos para o futuro.
Compreender o que é Estatística, sabendo utilizá-la de forma crítica e matematicamente correta, é o objetivo das aulas
33 a 41. Esta aula mostra a importância, a utilidade e um pouco da história da Estatística e discute algumas visões e
crenças que costumam estar associadas a essa área.
Todos os dias os meios de comunicação estão repletos de tabelas e gráficos que expressam dados numéricos.
Exemplo 1
Jornal do Brasil - Rio de Janeiro IPCA INPC PME PIB PMC População Brasileira
19/12/2001
A idade média da população brasileira 1.6 Total Homens Mulheres
aumentou dois anos e meio na última 1.4
década, atingindo o patamar dos 24,2
anos. Em 1991, a idade média do 1.2 169 799 170 83 576 015 86 223 155
brasileiro era de 21,7 anos. As informações 1.0
que estão sendo divulgadas, neste 0.8
momento, pelo IBGE, fazem parte das 0.6 Situação do domicílio e sexo
perguntas respondidas no Censo 2000. 0.4
O Estado do Rio de Janeiro tem a maior 0.2
das idades médias (28,1 anos) enquanto
0.0
Urbana
a menor foi observada no Amapá, 18,3
anos. Em quase todos os estados do JUN JUL AGO SET OUT NOV
país houve um diferencial da idade Total Homens Mulheres
mediana de homens (23,5 anos) e
mulheres (24,9 anos), o que é explicado
pela maior expectativa de vida das 137 953 959 66 882 993 71 070 966
mulheres.
O Brasil já tem 20 idosos para cada 100
crianças. Em 1991 havia 13,90 idosos Rural
para cada 100 crianças. Em 2000, esse
indicador passou para 19,77.
Segundo o IBGE, esse indicador reflete a Total Homens Mulheres
influência combinada da queda da
fecundidade, cuja taxa está em torno de
2,2 filhos por mulher, com o aumento da 31 845 211 16 693 022 15 152 189
expectativa de vida da população
brasileira. Fonte: IBGE - www.ibge.gov.br 19/12/2001 IBGE - www.ibge.gov.br 19/12/2001
222
Ao longo dos séculos, as classes dirigentes demonstraram preocupação com a contagem do número de habitantes e
com o levantamento de outros dados numéricos relativos aos habitantes para caracterizar a população. Desde a
Antigüidade, vários povos já registravam o número de habitantes, as dimensões de terras, o volume de riquezas
individuais ou do Estado para a cobrança de impostos, por exemplo. Há indícios de que 3 000 anos antes de Cristo
já se faziam censos na Babilônia, na China e no Egito.
No Velho Testamento, a preocupação com a contagem e a caracterização da população aparece em algumas passagens
que contam fatos anteriores ao nascimento de Cristo, e um desses recenseamentos parece ter feito com que José e Maria,
grávida, viajassem para Belém, onde acabou ocorrendo o nascimento de Jesus.
Lemos no Evangelho de Lucas, cap.2:
“ Naquele tempo, saiu um édito de César Augusto para ser recenseada toda a orbe ... E iam todos
recensear-se, cada qual em sua cidade. Subiu José de Nazareth, cidade da Galiléa, à cidade de David,
chamada Belém, na Judéia, por ser ele da casa e da família de David, para ser alistado com Maria,
sua esposa, que estava prestes a ser mãe.”
Maria e José, que moravam na cidade de Nazaré, tiveram que ir a Belém, cidade dos antepassados de José, pois no recenseamento,
ordenado pelo imperador romano Augusto, cada pessoa devia ser recenseada na cidade de origem de sua família.
Durante toda a Idade Média colhiam-se informações censitárias com finalidades tributárias ou bélicas e os
recenseamentos são as únicas pesquisas estatísticas conhecidas dessa época. Em 1085, na Inglaterra, por exemplo, foi
feito um grande levantamento de dados sobre terras, proprietários e animais que serviria de base para o cálculo de
impostos. Esse levantamento está registrado num livro denominado Domesday Book.
No século XVI, começaram a surgir as primeiras análises de fatos sociais como nascimentos, batizados etc. As Tábuas
de Mortalidade ganham destaque no século XVII, assim como a Aritmética Política, de John Graunt (1662). Estudos
como os realizados naquela época ainda são realizados pelas companhias de seguros hoje em dia.
Por volta da metade do século XVIII, um alemão chamado Godofredo Achenwall batizou a nova ciência com o nome
de Estatística e determinou seus objetivos e relações com outras ciências.
A partir dessa época, os estudos de fatos sociais tornam-se mais completos, em especial a partir de 1850, com as
contribuições de grandes matemáticos como Laplace e Gauss. Surgem as primeiras representações gráficas para
interpretação de dados estatísticos e o conceito de distribuições de freqüências, que serão estudados na Aula 38.
No final do século XIX, começam a surgir institutos e órgãos de governos, em diversos países, especializados em estudos
estatísticos. No Brasil, em 1938, é criado o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No século XX, as técnicas
de pesquisa ganham o reforço e as facilidades introduzidas pela informática e, hoje em dia, programas de computador,
como as planilhas eletrônicas, possibilitam a qualquer pessoa, com alguma habilidade em informática, realizar pesquisas
estatísticas com muito pouco esforço. 223
Exemplo 2
Em 1662, o inglês John Graunt realizou diversas pesquisas estatísticas importantes. Ele se dedicou a estudar e publicar tabelas
sobre nascimentos e mortes. A seguir, você verá a tabela original com os resultados de um de seus estudos. Nesta tabela, 3
Graunt apresenta o número total de óbitos e o número de mortes causados pela peste (doença que arrasou durante muitos
anos a população da Idade Média).
“There have been in London, within this Age, five
times of great Mortality, that is to say,
the years 1592, 1593, 1603, 1625, and 1636.”
Traduzindo e reorganizando estes dados, podemos compreender melhor os resultados desta pesquisa estatística que
utiliza dados dos anos de 1592 a 1636.
As pesquisas estatísticas também são muito utilizadas para decisões políticas ou governamentais. Decisões sobre o lançamento
de um candidato são baseadas em pesquisas de opinião. Investimentos públicos ou projetos de governo também costumam ser
decididos após pesquisas. O Censo do IBGE, o censo escolar, pesquisas de saúde costumam orientar decisões governamentais.
M itos e preconceitos
Apesar do uso freqüente, as pesquisas estatísticas ainda estão cercadas de crenças e mitos. Uma crença da maioria das
pessoas reside na associação da palavra Estatística apenas à idéia de números, pilhas de números, e cálculos que podem
gerar previsões, muitas vezes incompreensíveis. Mas ninguém coleta números só para tê-los e exibi-los, como você vai
ver ao longo das próximas aulas.
Outra crença muito comum diz que a Estatística pode ser utilizada para provar qualquer coisa. Esta visão da Estatística se justifica já
que, às vezes, por má-fé ou por desconhecimento, dados numéricos são usados para dar credibilidade a interesses de grupos
econômicos ou políticos, indevidamente. No trecho a seguir, você pode observar essa preocupação e esse tipo de desconfiança.
“ Apesar de seus parcos êxitos na educação, o Brasil se converteu no país com o mais abrangente
sistema de avaliação educacional.(...) E agora, que fazemos com isso tudo? O primeiro desafio é
entender o que dizem os testes. Mas os conceitos subjacentes são baseados em métodos estatísticos
”
pouco intuitivos. A estatística, que serve para enganar, pode também servir para iluminar, desde
que saibamos interpretá-la.
Cláudio Moura Castro
Ponto de Vista – Revista Veja – 05 / 01 / 2000
225
A Estatística trata, sem dúvida alguma, de contagens e de medições, mas não tem como único objetivo a organização
e apresentação de coleções de números para influenciar a vida das pessoas ou enganá-las. As estatísticas são utilizadas 8
para compreender com mais clareza algumas situações e também para tomar decisões.
.
Exemplo 3
Os dados dos exames vestibulares e as avaliações do MEC fornecem informações que podem auxiliar na definição de
.
políticas educacionais, podem causar mudanças nos cursos, nos currículos, nos critérios de seleção e avaliação etc.
As estatísticas de trânsito são úteis para organizar o policiamento, definir novos projetos de ruas, vias e sinalização
.
que facilitem o escoamento do tráfego nas cidades e para que se evitem acidentes.
As estatísticas de saúde pública são fundamentais para decidir sobre a necessidade de uma campanha de vacinação
.
em massa, por exemplo, e para implantação de políticas regionais de saúde.
As estatísticas de audiência são fundamentais para definir a programação das televisões e rádios, em todo o país.
Nesta primeira aproximação com a Estatística você já deve ter notado a importância de sua aprendizagem. Não é possível
conviver com tantas informações se estas não puderem, pelo menos, ser lidas, interpretadas e compreendidas adequadamente.
Utilize seu caderno para resolver as questões.
O livro é sua fonte de consulta.
2 Usando os dados do Exemplo 2 e com ajuda dos professores de Matemática, História e Biologia, realize um
trabalho sobre a peste na Europa, nos séculos XIV (anos 1500) e XV (anos 1600).
3 Cite pelo menos mais um exemplo (diferente dos apresentados no Exemplo 3) da influência das pesquisas
estatísticas em decisões governamentais ou de empresas.
4 Quando ouvimos falar que, ao nascer, o peso médio das meninas brasileiras é de 3 350 g e dos meninos é de
3 500 g, estamos usando uma informação oriunda de pesquisa estatística.
a) Como você acha que este tipo de informação é obtido?
b) Como essa informação pode influenciar as pessoas?
5 Diga qual o objetivo e como devem ser realizadas as pesquisas descritas a seguir:
a) Verificar a qualidade da produção de parafusos de uma fundição.
b) Entrevistar 15% dos clientes de um serviço de telemarketing.
c) Fazer uma prévia eleitoral para as próximas eleições para o governo estadual.
d) Verificar a qualidade da água do mar nas praias do Rio de Janeiro.
Abr il
O caderno é o seu diário de Matemática. Ele deve conter sua história na construção
dos conhecimentos.
227
População e amostra
Usando seu conceito intuitivo de amostra, opine sobre a conveniência ou não da
utilização de amostras nas pesquisas abaixo:
a) testar o acendimento de fósforos de uma fábrica;
b) saber, com exatidão, a quantidade de livros das bibliotecas de sua cidade;
c) fazer uma prévia eleitoral durante a campanha para Presidência;
..
d) conhecer o desempenho matemático dos alunos da primeira série do Ensino Médio:
do Brasil;
.
de um estado;
de sua escola.
1
P opulação
Muitos termos utilizados em Estatística têm origem no tempo em que eram usados apenas para questões de Estado.
“População”, por exemplo, originariamente significa o número total de habitantes de um lugar, uma região, um estado
etc. Hoje em dia, para a Estatística, o significado da palavra “população” é muito mais amplo.
A população de uma pesquisa fica bem definida quando conseguimos especificar, com clareza, as características comuns
dos elementos (objetos ou observações) que serão pesquisados. Os objetos ou observações são chamados elementos
da população.
Exemplos de população 2
a) Para eleição do grêmio de sua escola, todos os alunos matriculados formam a população eleitoral. Nenhum professor,
funcionário de sua escola ou aluno de outra escola deverá votar. As características comuns desta população são: ser
aluno e estar matriculado na sua escola.
b) No controle de qualidade da produção de uma fábrica, a população é constituída por todos os produtos produzidos
por essa fábrica.
c) Para descobrir as principais causas de internação em um hospital, é preciso verificar as fichas de internação de
228 pacientes desse hospital e, neste caso, a população é determinada pelas doenças registradas.
Para especificar a população de uma pesquisa estatística, é preciso considerar a natureza do problema e questões práticas,
envolvendo a possibilidade de avaliação, observação, medição, enfim, de obtenção dos dados.
A mostra
Por motivos práticos, como limitação de recursos Uma amostra é uma parte da população.
ou de tempo, a maioria das pesquisas estatísticas
utiliza amostras.
Uma amostra é, basicamente, uma redução da população, sem perda das características. Para isso, é essencial que os
elementos da amostra sejam representativos da população. Só assim será possível assumir que um estudo sobre a
amostra pode ajudar a responder questões sobre a população.
Para compor uma amostra representativa, é preciso ser imparcial na escolha dos elementos da população que serão
estudados, ou seja, todo elemento da população deve ter a mesma chance de fazer parte da amostra. Não é possível, por
exemplo, considerar como população todos os habitantes de um país, se a pesquisa for realizada apenas na capital.
Exemplos de amostra
Em muitos casos, é justificável e necessário obter resultados de amostras para tirar conclusões sobre a população, como
nos exemplos a seguir. 4
a) Análise laboratorial de amostras de sangue de pacientes.
Não há como verificar todo o sangue de um paciente e, por isso, usam-se amostras de sangue!
b) Teste da resistência do pára-choque, em caso de impacto, em uma indústria automobilística.
É preciso usar amostra, pois para verificar toda a população de pára-choques seria preciso bater com todos os carros
produzidos pela fábrica e acabar com a produção.
Nos exemplos acima, a amostragem se faz necessária, pois a pesquisa é destrutiva.
.
d) Conhecer o desempenho matemático dos alunos da primeira série do Ensino Médio:
do Brasil. 229
.
O SAEB (Sistema de Avaliação da Escola Básica) do MEC (Ministério da Educação), por questões de custo e
dificuldade de aplicação dos exames em todo o país, usa amostra.
de um estado.
.
Para um estado, também é aconselhável usar-se uma amostra. Para realizar essa pesquisa com toda a população,
todos os alunos do Ensino Médio precisariam fazer uma prova única.
de sua escola.
Para apenas uma escola, é possível testar todos os alunos.
O tamanho da amostra
O ideal para qualquer pesquisador seria usar sempre toda a população. No entanto, o tamanho da população, o custo,
o tempo para a realização de uma pesquisa e as dificuldades de obtenção das informações necessárias são justificativas
para utilização de amostras. Mas quantos elementos da população uma amostra deve conter?
É natural imaginar que quanto maior a quantidade de elementos a serem examinados, mais representativa da realidade
será a informação. O tamanho da amostra possui um impacto direto sobre a informação fornecida pelas observações.
Na prática, podemos considerar que a amostra não deve ser menor que 10% do total de elementos da população.
Assim, estarão minimizadas as chances de as informações da amostra serem muito diferentes daquelas que seriam
obtidas caso toda a população fosse examinada.
Exemplo 1
Para fazer uma pesquisa sobre o porte físico dos 1 420 alunos da escola X, uma nutricionista já providenciou uma balança 6
médica para pesar e medir os alunos. Ela deve usar amostra? Quantos alunos devem fazer parte da amostra?
Solução
A pesquisadora precisará pesar e medir a altura dos alunos que compõem a população da escola. Para facilitar e diminuir
7
o tempo de pesquisa, pode-se usar uma amostra representativa dos alunos que deverá conter, pelo menos, 142 alunos,
ou seja, 10% da população.
Para o tema de pesquisa que seu grupo escolheu, planejem a utilização de uma
amostra representativa da população.
8
TParaécnicas de amostragem
garantir a representatividade e a imparcialidade, existem técnicas de amostragem. A seguir, as três técnicas mais utilizadas.
Amostragem estratificada
Quando a população se divide em grupos, recomenda-se o uso da técnica de amostragem estratificada. Para uma
população muito heterogênea, o uso dessa técnica de amostragem é praticamente obrigatório. Em populações de
pessoas, por exemplo, é preciso dividi-las por sexo, idade, local de moradia, renda etc.
O uso dessa técnica de amostragem depende da identificação de grupos mais homogêneos dentro da população. Com
os estratos da população identificados e separados, dentro de cada grupo usa-se uma amostragem aleatória simples ou
sistemática para selecionar elementos dos estratos. Por exemplo, para fazer o controle de qualidade em uma fábrica de
roupas, a amostra deve conter todos os tipos (estratos) de roupas produzidas.
Exemplo 2
Na pesquisa sobre o porte físico dos alunos da escola X (Exemplo 1), que técnica de amostragem você aconselharia?
Solução
Sabemos que será preciso escolher 142 alunos. Numa pesquisa sobre porte físico, a idade é importante. Por isso,
aconselhamos uma amostragem estratificada por faixa etária. Para usar essa técnica, devemos primeiro levantar quantos
alunos a escola possui em cada faixa etária e depois escolher 10% dos alunos de cada grupo de idade.
1 Para cada uma das situações, especifique no seu caderno a característica comum que define os conjuntos
como uma população:
a) Todos os alunos matriculados numa escola.
b) Todos os habitantes de uma cidade.
c) Todas as pessoas que constam de uma lista telefônica.
d) Todos os parafusos produzidos por uma fábrica.
e) Todos os livros de uma biblioteca.
f) Todos os acidentes de trânsito ocorridos em um determinado cruzamento de ruas. 231
2 Em cada uma das sentenças a seguir*, indique qual deve ter sido a população e a observação coletada.
a) Apenas 37% dos estudantes da 3a série do Ensino Médio pretendem fazer um curso universitário.
b) A porcentagem de crianças de 7 a 14 anos fora da escola no Brasil caiu de 11,4% em 1993 para 5,3% em 1998.
c) Numa degustação “às cegas”, os vinhos espumantes brasileiros foram tão bem classificados quanto os do resto do mundo.
3 Para realizar uma pesquisa sobre a incidência de cáries em crianças de 1a a 4a séries do Ensino Fundamental de
uma pequena cidade, sortearam-se 150 estudantes entre os 1 000 matriculados. Responda:
a) Qual a população envolvida na pesquisa?
b) Que técnica de amostragem foi utilizada?
4 Decida se os processos a seguir produzem amostras aleatórias ou não-aleatórias de metade (50%) dos 20
estudantes de uma classe. Justifique sua opção.
a) Escrever o nome de cada um dos estudantes num pequeno pedaço de papel. Dobrar os papeizinhos, colocá-los numa
caixa, sacudi-los e então retirar da caixa 10 nomes.
b) Colocar um professor, de olhos vendados, no centro de um círculo formado por todos os estudantes da classe. O
professor gira em torno de si mesmo e vai apontando para 10 posições do círculo. O estudante mais próximo da posição
apontada será um elemento da amostra.
c) Para cada estudante, jogar uma moeda. Se der cara, o estudante será escolhido, até terem sido selecionados 10 estudantes.
d) Organizar os estudantes em uma fila, do mais baixo para o mais alto. O 2o, 4o, 6o, ... , 20o estudantes farão parte da amostra.
5 Nos casos a seguir, aconselhe o uso de amostragem casual simples, amostragem sistemática ou amostragem
estratificada e justifique sua escolha.
a) Verificar a qualidade da produção de uma confecção de malhas onde são produzidos 4 tipos diferentes de camisetas.
b) Entrevistar 20% dos clientes de um serviço de telemarketing.
c) Fazer uma prévia eleitoral para as próximas eleições para a direção de uma escola.
d) Fazer a fiscalização alfandegária no desembarque de passageiros de vôos internacionais em um aeroporto.
e) Verificar a qualidade da água do mar nas praias do Rio de Janeiro.
6 Uma população encontra-se dividida em três estratos, com tamanhos diferentes. O estrato A tem 40 elementos,
o estrato B tem 100 e o C tem 60. Para realizar uma amostragem estratificada com 10% dos elementos, determine o
número de elementos de cada estrato na amostra.
7 A escola X, dos Exemplos 1 e 2, é uma escola de Ensino Médio e seus alunos estão divididos por série e por sexo,
como mostra a tabela abaixo. Organize uma amostra estratificada por série e por sexo.
232
a) b) c)
9 Uma população é formada pelos números de prontuários dos 100 atendimentos realizados em um posto de
saúde num dia. Escolha uma amostra sistemática de 20 dessas fichas de atendimento e anote em seu caderno os números
dos prontuários da amostra.
517 240 459 305 305 035 649 156 094 216
910 505 071 279 851 543 655 082 398 622
772 033 939 586 585 630 448 631 097 532
532 136 184 398 544 263 257 298 582 105
081 745 439 653 020 732 261 828 303 700
486 516 041 108 374 171 508 652 880 066
471 248 724 365 590 859 051 423 520 511
294 799 201 107 366 095 625 056 581 274
187 950 804 283 159 676 280 163 507 185
723 886 229 943 825 537 459 387 025 192
10 Como poderíamos obter uma amostra casual simples a partir dos números de prontuários do Exercício 9?
233
Você vai ver a seguir trechos de uma reportagem publicada no jornal O Globo em
13/08/2001com o título “Tudo pela audiência”. O texto contém resultados de uma
pesquisa estatística (pesquisa de audiência). Sua tarefa é organizar as informações
contidas no texto em uma tabela, para facilitar a leitura das informações. O ideal é
que você trabalhe com um ou dois colegas.
”
milhão) e Zip.net (1,788 milhão). Ainda segundo o Ibope, o Brasil tem 5,5 milhões de
internautas ativos.
C oletando dados
Qualquer atividade de pesquisa é motivada por uma dúvida, uma questão em aberto ou uma inquietação do pesquisador.
No planejamento inicial de uma atividade de pesquisa, há duas questões fundamentais que o pesquisador precisa
responder de forma clara e precisa:
1. Quais os objetivos da pesquisa? (Pesquisar o que e para quê?); 2
2. Quais são os dados (informações) necessários para alcançarmos os objetivos? (Quais as variáveis?).
A resposta à pergunta 1 possibilita a definição da população e a decisão sobre a necessidade ou não de utilizar uma
3
amostra. Já vimos que, no caso da utilização de uma amostra, é preciso decidir o tamanho da amostra e a técnica
de amostragem a ser utilizada.
A resposta à pergunta 2 irá auxiliar a identificação das variáveis da pesquisa, que dados serão coletados e de que forma
234 serão medidos.
Solução
Os dados necessários são peso e altura dos 142 alunos da amostra estratificada por faixa etária.
.
Para coletar esses dados a nutricionista precisa:
listar os alunos por faixa etária e selecionar aleatoriamente, dentro de cada estrato (idades), os alunos da
..
amostra;
uma balança médica, com boa precisão;
4
..
um local para instalar a balança;
horários marcados com os alunos para medir suas alturas e pesá-los, sem tumulto;
uma folha organizada para anotação dos dados: nome, faixa etária, peso e altura.
Com base neste exemplo, cada grupo deve responder à pergunta 2 para
sua pesquisa.
O próximo passo da pesquisa estatística é coletar e organizar os dados. Nesta fase, é preciso decidir como os dados serão
apresentados, qual a melhor forma de organizá-los para que descrevam precisa e claramente a situação ou o fenômeno
em estudo. Nesta aula, vamos estudar uma das formas de organização dos dados: as tabelas.
Variáveis estatísticas
Variável é um conceito fundamental em Matemática, muito importante na Álgebra, no estudo de Funções e na Estatística.
O conjunto dos valores que uma variável pode assumir é chamado domínio da variável. Quando a variável é substituída
por um dos elementos do domínio, dizemos que a variável “assumiu” ou “tomou” aquele valor.
Exemplo 2
Suponha que um pesquisador esteja interessado no desempenho em Matemática dos estudantes da 8a série do Ensino
Fundamental, divididos por sexo. Sabemos que estudantes diferem por sexo, idade, cor do cabelo, nível socioeconômico, raça
e assim por diante. No entanto, as duas únicas variáveis de interesse dessa pesquisa são sexo e notas em Matemática. Essas
serão as variáveis coletadas. As outras serão ignoradas.
Sabemos que as variáveis são “sexo” e “desempenho em Matemática”. Qual o domínio destas variáveis?
Solução
Um dos dados desta pesquisa poderia ser:
A variável sexo pode assumir um de dois valores,
masculino (M) ou feminino (F). Aluno Sexo Nota
A variável nota pode assumir valores de 0 a 10. Rodrigo M 7.2
235
Tipos de tabela 6
7
Tabelas que auxiliam na coleta de dados
É sempre útil preparar uma tabela para anotar os dados de uma pesquisa. Isto facilita o trabalho e a organização posterior
dos dados como, por exemplo, na contagem de resultados repetidos em pesquisas de opinião.
Lembre-se de que para preparar uma tabela desse tipo é preciso conhecer bem quais são as variáveis que importam
para a pesquisa. Observe os exemplos a seguir:
a) A tabela abaixo auxilia na organização dos dados da pesquisa sobre porte físico.
Nome do aluno Idade (anos) Peso (kg) Altura (m)
Organizem uma tabela para a coleta dos dados da pesquisa de grupo e comecem
o trabalho de coleta das informações.
8
Séries geográficas
Dizemos que uma tabela é uma série geográfica (espacial, territorial ou de localização) quando a organização dos dados
for construída por um critério geográfico, como países, regiões, estados, cidades ou bairros. Veja o exemplo abaixo:
ÁREAS DAS REGIÕES BRASILEIRAS
Regiões Área (km2)
Norte 3 869 637
Nordeste 1 561 177
Centro-Oeste 1 612 077
Sudeste 927 286
Veja, a título de exemplo, a pesquisa Avaliação do crescimento físico de estudantes ingressantes no Ensino Fundamental
(Florianópolis, 1993). A população de estudo é composta de 6 642 crianças distribuídas em 100 escolas que foram
classificadas em particulares, públicas urbanas e públicas rurais. A tabela a seguir mostra como essas crianças estavam
distribuídas na época da pesquisa.
Tipo de Escola Crianças
Pesquise e recorte de jornais
Particular 1 183
ou revistas tabelas que não
Pública urbana 1 250 estejam organizadas em
função de localização ou do 10
Pública rural 4 209
tempo.
TOTAL 6 642
1 Seu grupo já pode prever e planejar o tipo de tabela para apresentação final dos resultados da pesquisa? Como
ela seria?
237
2 Determine qual é a variável principal a ser coletada em cada uma das pesquisas.
a) Cor dos olhos dos jovens de uma cidade.
b) Quantidade de ações negociadas na bolsa de valores em um dia.
c) Cotação do dólar nas últimas 4 semanas.
d) Salários dos funcionários de uma empresa.
e) Número de homicídios nos diferentes estados de um país em 1999.
f) Sexo dos filhos de casais de uma cidade.
g) Grau de escolaridade dos funcionários de uma empresa.
h) Produção de algodão em propriedades agrícolas brasileiras.
i) Peso perdido pelos jogadores de futebol após uma partida.
j) Índice pluviométrico de uma cidade durante um ano.
k) Filiações partidárias dos congressistas brasileiros.
4 Para realizar uma pesquisa sobre a incidência de cáries em crianças de 1a a 4a séries do Ensino Fundamental
(Exercício 3 da Aula 33):
a) Qual a variável a ser investigada?
b) Apresente uma tabela que auxilie o pesquisador a anotar os dados.
5 Consultando a tabela sobre óbitos de jovens por Aids apresentada nesta Aula, calcule a razão entre os óbitos de
jovens do sexo masculino e do sexo feminino (M/F), apresentando o resultado na forma decimal.
Observação: se a razão for 1, morreram de Aids (naquele ano) o mesmo número de jovens dos dois sexos. Se a razão for
2, significa que, naquele ano, o número de rapazes é o dobro do número de mulheres entre os jovens que morreram de Aids.
Discuta com seus colegas e professor os resultados de seus cálculos.
6 Desenhe em seu caderno a tabela abaixo e, junto com seus colegas e o professor, obtenha os dados para completá-la.
FAMÍLIA DOS ALUNOS DA ESCOLA X
Aluno Idade Nº de irmãos Quantos irmãos moram com você?
1
2
Etc.
238
10 A tabela a seguir mostra o número de toneladas de trigo e de milho produzidas numa fazenda hipotética durante
os anos de 1990 a 1999.
Anos Toneladas de trigo Toneladas de milho
(com arredondamento para 5 t) (com arredondamento para 5 t)
1990 200 75
1991 185 90
1992 225 100
1993 255 85
1994 240 80
1995 195 100
1996 210 110
1997 225 105
1998 250 95
1999 230 110
239
Organizando dados
em gráficos
Na Aula 34, você aprendeu a coletar ou selecionar de textos os dados de uma pesquisa 1
e apresentá-los em tabelas. Na Aula 21 do Volume 1 desta coleção, você já trabalhou
com vários tipos de gráficos que podem ser utilizados para organizar dados e
informações. Nesta aula, você irá reunir esses dois conhecimentos, ou seja, tendo
dados ou informações de pesquisas estatísticas, escolher e construir o gráfico mais
adequado para apresentá-los. Para isso, a proposta é que você leia e interprete parte
da reportagem “Tributação recorde no Brasil” – publicada pelo jornal O Globo no
dia 11 de novembro de 2001 – para realizar as atividades abaixo.
a) Selecione os dados apresentados, que podem ser organizados numa única tabela.
b) Construa a tabela.
c) Dentre os tipos de gráfico que você conhece (gráfico de colunas, gráfico de
barras, gráfico poligonal, gráfico de setores, cartograma ou pictograma),
escolha o que seria mais adequado para apresentar os dados.
d) Descreva a seqüência de ações para a construção do gráfico. 2
”
exportações nacionais.
240
Exemplo 1 3
O gráfico abaixo apresenta o número de brasileiros matriculados nas séries iniciais do Ensino Fundamental.
Avalie a simplicidade, clareza e veracidade e responda: o que mais chama sua atenção nestes dados?
Solução
Este é um gráfico de colunas. Gráficos de colunas são bastante simples e fáceis de entender. Podemos observar que no
eixo horizontal estão representadas as séries e no eixo vertical a quantidade de alunos por série. O gráfico possui um
título que auxilia a compreensão, mas não informa a fonte dos dados (Inep- Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
do MEC – Ministério da Educação, com base no censo de 1996).
A leitura dos dados do gráfico mostra o grande número de crianças que abandonam os estudos logo nas primeiras
séries. A cada ano de escolaridade, o sistema escolar brasileiro perde muitos alunos: de aproximadamente 2 milhões e
500 mil alunos que se matriculam na 1a série, menos de 250 mil chegam à 4a série.
241
Apresentamos a seguir outra versão do mesmo gráfico. Quais as diferenças e semelhanças em relação à primeira opção?
Este é também um gráfico de colunas e com as mesmas variáveis nos dois eixos. Foi acrescentada a fonte (logo abaixo do título)
para dar mais confiabilidade. Mudou a forma de apresentar os valores das variáveis, usando-se agora informações gerais para
cada eixo. Foi feito um arredondamento para milhões de alunos para não utilizar números com muitas ordens escritos no eixo
vertical. Muitos gráficos utilizam arredondamentos, o que os torna mais “limpos”, mas supõe leitores mais “espertos”.
Matrículas por série no Brasil
Inep MEC - 1996
3.0
2.5
milhões de alunos
2.0
1.5
1.0
0,5
0,0
1ª série 2ª série 3ª série 4ª série
TNo Exemplo
ipos de gráficos e suas adequações
1, poderíamos ter escolhido outro tipo de gráfico para apresentar os mesmos dados. Essa escolha depende 5
sempre de características dos dados e do público leitor da informação. Não se deve escolher um tipo de gráfico
aleatoriamente, só por ser mais bonitinho ou fácil de fazer. Existem alguns critérios básicos importantes para uma
escolha mais consciente.
Gráfico poligonal 8
Os gráficos em linha são muito utilizados para mostrar tendências de aumento ou diminuição dos valores numéricos
de uma variável. Assim, encontramos, com freqüência, esse tipo de representação em análises econômicas, incidências
de moléstias, índices de crescimento populacional, de mortalidade infantil, índices de custo de vida etc.
Note que, na maioria dos exemplos acima, uma das variáveis é o tempo. As análises econômicas são realizadas em
relação ao tempo (medido em dias, meses, anos etc.). Da mesma forma, o tempo é fundamental para a compreensão
de questões populacionais. É claro que podemos também estudar a mortalidade ou a incidência de moléstias
geograficamente (por regiões), mas, neste caso, os gráficos mais adequados seriam de colunas ou barras.
Exemplo 3
a) No Exemplo 2, poderíamos apresentar os dados
Óbitos de Jovens por AIDS
da tabela b por um gráfico poligonal. 1 400
1 388
1 353
1 300
1 200
1 110
1 000
No entanto, não faz sentido usar um gráfico poli- 957
b) Produção de trigo
(fazenda hipotética)
Anos Toneladas de trigo
(com arredondamento para 5 t) Produção de trigo
t
1990 200 270
1991 185 250
1992 225
230
1993 255
210
1994 240
1995 195 190
1996 210 170
1997 225
150 anos 10
1998 250 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
1999 230 243
Na Aula 34, Exercício 10, você trabalhou com esta tabela de dados. Observe como o gráfico auxilia a iden-
tificação de períodos de crescimento e decrescimento da produção. Com o gráfico, seria bem mais fácil
responder ao item c daquele exercício: em que ano ocorreu o maior declínio da produção? Note que os
segmentos da linha poligonal que são decrescentes representam queda na produção e o maior declínio
ocorreu de 1994 para 1995.
Gráfico de setores
..
O gráfico de setores é utilizado para:
representar uma contagem do número de ocorrências dos valores de uma variável não-numérica;
mostrar a relação das partes com o todo. É importante salientar que todos os resultados encontrados (100%
..
dos resultados) devem ser representados num mesmo círculo;
mostrar que um dos resultados se destaca em relação ao conjunto de todos os valores da variável pesquisada;
quando a variável pesquisada assume uma quantidade pequena de valores, lembre-se de que o círculo ficará
dividido em tantos setores quantos forem os valores da variável e não se deve prejudicar a leitura subdividindo
demais o círculo.
Costuma-se usar gráficos de setores para tabelas geográficas ou por categorias, desde que não haja muitas subdivisões
(muitas regiões ou muitas profissões, por exemplo). Para a maioria das tabelas temporais, não é adequado usar gráficos
de setores.
Exemplo 4
Sudeste 7%
Norte 3 869 637 45
11%
Nordeste 1 561 177 18
45% Norte
Centro-Oeste 1 612 077 19
Nordeste 18%
Sudeste 927 286 11
Sul 577 214 7
19%
Fonte : IBGE Centro-Oeste
..
Observe que:
o círculo todo corresponde à área total do Brasil (100% da informação);
acrescentamos na tabela uma coluna com o cálculo do percentual da área ocupada por cada região e acrescentamos
11
.
esta informação no gráfico;
a informação da porcentagem de cada parte em relação ao todo é visualizada mais facilmente neste tipo de gráfico.
Cartogramas 12
Se os dados são totalizados por região (continentes, países, regiões ou estados), os cartogramas podem ser utilizados.
No entanto, é mais difícil construir este tipo de gráfico.
Exemplo 5
A tabela da página seguinte é geográfica. Apresenta o total de habitantes de cada estado da Região Sul (dados do IBGE-
1996). Para construir um cartograma, com estes dados, é preciso mostrar o mapa da região e estabelecer uma representação
244 para as quantidades.
RIO GRANDE
DO SUL
13
Estado População Pontos
Paraná 9 003 804 18
OCEANO
AT L Â N T I C O
Santa Catarina 4 875 244 10
Rio Grande do Sul 9 634 688 19
Pictogramas
Pictogramas são construídos a partir de outro gráfico, acrescentando-se a ele figuras relacionadas com a situação
pesquisada. Este tipo de gráfico pode ser atraente, mas torna a informação menos clara. Pictogramas costumam não
respeitar os requisitos de simplicidade, clareza e veracidade.
Exemplo 6
Rio Grande
do Sul
1 Seu grupo já pode prever e planejar os tipos de gráficos para apresentação final dos resultados da pesquisa?
Descrevam como estes gráficos serão.
245
3 Os gráficos a seguir mostram o número de alunos matriculados nas primeiras séries do Ensino Fundamental em
1996, por região.
a) Identifique e anote as Ensino Regular - Matrículas por Série - 1996
1 400 000
semelhanças e diferenças entre
estes dois gráficos. 1 200 000
1 000 000
b) Qual deles você considera Norte
Sudeste
600 000
Sul
400 000 Centro -
Oeste
200 000
0
1ª série 2ª série 3ª série 4ª série
1 200 000
1 000 000
1ªsérie
800 000
2ªsérie
600 000
3ªsérie
400 000
4ªsérie
200.000
0
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
4 Determine o tipo de gráfico (coluna, barra, polígono ou setor) que poderia ser usado para as seguintes pesquisas:
a) Contagem da quantidade de jovens classificados por cor dos olhos.
b) Cotação do dólar, por dia, nas últimas 4 semanas.
c) Número de homicídios nos diferentes estados de um país em 1999.
d) Grau de escolaridade dos funcionários de uma empresa.
e) Salário mínimo dos últimos 5 anos.
f) Filiações partidárias dos congressistas brasileiros.
g) Número de alunos por série de sua escola.
246 h) y = x + 1
6 No Exercício 6, da Aula 34, sua turma coletou dados e construiu uma tabela como esta:
família dos ALUNOS DA ESCOLA X
Aluno Idade No de irmãos Quantos irmãos moram com você?
1
2
Etc.
Para apresentar o resultado da variável No de irmãos Quantidade de alunos
número de irmãos em um gráfico, você
Nenhum irmão
precisa, antes, contar a quantidade de
alunos para cada caso e criar uma nova 1 irmão
tabela. 2 irmãos
a) Construa uma tabela como a que está etc.
ao lado e complete com as contagens.
b) Com esses dados, construa um gráfico
de barras.
8 A tabela abaixo demonstra o resultado do Exercício 8 da Aula 34. Para cada cidade, construa um gráfico de setor
para apresentar uma comparação da quantidade de praias próprias e impróprias para banho. Observe o exemplo.
SITUAÇÃO DAS PRAIAS DE ALGUNS PONTOS TURÍSTICOS BRASILEIROS
Maceió 19 7 12
Salvador 29 16 13
7
Vitória 22 11 11
Rio de Janeiro 57 8 49
15
Ubatuba 23 20 3
Florianópolis 60 36 24
9 A partir dos dados do Exemplo 2 b, refaça a tabela arredondando os valores para centenas exatas.
247
Médias
M édias
Nas aulas anteriores, você aprendeu que a Estatística é um ramo da Matemática que trabalha com dados comparativos,
pesquisas de opinião, pesquisas de mercado etc. Aprendeu também que os dados obtidos em pesquisas estatísticas são
2
mais facilmente observados quando organizados em tabelas ou gráficos. No entanto, se uma tabela contém um número
muito grande de dados, essa observação pode se tornar confusa. Nesses casos, é muito útil determinar um único valor que
possa representar o resultado da pesquisa: a média, a moda ou a mediana do conjunto de valores coletados. Nesta aula,
vamos estudar as médias e na aula seguinte você vai conhecer a moda e a mediana.
Estamos acostumados a frases como:
“Trabalhei em média 8 horas por dia.”
“A média da produção mensal das empresas aumenta no segundo semestre.”
“O tempo médio de vida do brasileiro é de 65 anos.”
“O preço médio da cesta básica não é o mesmo em todos os estados brasileiros.”
“Viajamos a uma velocidade média de 80 quilômetros por hora.”
Essas afirmações, como tantas outras deste tipo, se baseiam em dados numéricos e mostram um único valor que
representa os valores obtidos numa experiência de coleta de informação. A média costuma também ser usada para
avaliar o que é esperado se a experiência for repetida nas mesmas condições.
Exemplo 1
Na tabela, está indicado o número de veículos produzidos no PRODUÇÃO DE VEÍCULOS
Brasil no período de janeiro a abril de 1995. Neste período, qual Mês / Ano No de veículos
foi a produção média mensal brasileira de veículos? Jan/95 97 800 4
Note que na 2a -feira a produção foi igual Dia da Semana No de camisas produzidas
à média. Na 3a -feira, a produção superou
2a -feira 8
a média em duas camisas e na 6a feira
fabricaram uma camisa acima da média. 3a -feira 10
Foram três camisas a mais. 4 -feira
a
6
Por outro lado, na 4a -feira fizeram duas
5a -feira 7
camisas a menos e 5a -feira a produção
ficou com uma camisa abaixo da média. 6 -feira
a
9
Foram três camisas a menos em dois dias.
249
M édia ponderada
A média ponderada, ou média aritmética ponderada, é muito usada quando se torna necessário valorizar, dar peso a
um ou mais valores que entram no cálculo da média.
Exemplo 2
Numa escola, o critério para o cálculo da média anual dos alunos, em cada disciplina, é o seguinte:
1o bimestre: peso 1 2o bimestre: peso 2
3o bimestre: peso 3 4o bimestre: peso 4
Como determinar a média final (média ponderada) de um aluno que obteve, em Matemática, notas 10; 8,5; 7 e 5,5 em
cada bimestre?
Solução
Primeiro, multiplica-se cada nota pelo seu peso correspondente. Depois, somam-se todos os resultados obtidos nas
multiplicações. Em seguida, divide-se essa soma pelo total dos pesos.
..
exemplo, pesquisas onde:
conta-se o número de alunos de uma turma por idade;
7
.
conta-se o número de pessoas que ganham 1, 2, 3,... salários mínimos em uma cidade;
conta-se o número de gols por partida de um time.
A média ponderada facilita o cálculo da média quando uma ou mais parcelas se repetem, como ocorre em pesquisas
como essas. Para calcular a média, multiplicamos as parcelas pelo número de vezes que elas aparecem. Ou seja, o número
250 de ocorrências de cada valor é tratado como peso.
Resposta: no grupo de alunos observamos, em média, 2 cáries por aluno.
A média geométrica 8
Você já encontrou a média geométrica antes. Três das relações métricas mais conhecidas dos triângulos retângulos são
médias geométricas de dois números.
b h c
m n
a
Chamamos de média geométrica de dois números positivos a raiz quadrada do produto desses números. A origem
desta denominação é a seguinte: dados dois números a e b, se quisermos um número x tal que os números a, x , b 9
estejam em progressão geométrica, então x é a média geométrica de a e b (veja a Aula 9).
Exemplo 4
Mg Ma
Note que a média aritmética é o ponto médio entre 2 e 8 e a média geométrica é menor que a média aritmética. 251
Exemplo 5
Na fase de perfuração de um túnel, os operários precisam colocar estacas para sustentação. Como proceder para calcular o 10
comprimento de uma estaca, em determinado ponto?
Solução
h
m n
..
Considere que o corte vertical do túnel seja uma semicircunferência, como mostram as figuras acima.
Para resolver o problema, é preciso lembrar que:
.
todo ângulo inscrito numa semicircunferência mede 90o;
todo triângulo inscrito numa semicircunferência é um triângulo retângulo;
as estacas necessárias para resolver o problema serão as alturas dos triângulos retângulos que têm a
hipotenusa coincidindo com o diâmetro e o vértice oposto no teto do túnel.
A altura do triângulo retângulo relativa à hipotenusa divide-a em duas partes, na figura chamadas de m e n.
Sabemos, do estudo das relações métricas nos triângulos retângulos, que a altura h do triângulo em relação à hipotenusa
é a média geométrica das medidas de m e n. Sabemos ainda que a medida desta altura é dada por .
Resposta: os comprimentos das estacas serão dados pela média geométrica das distâncias entre o ponto de apoio
da estaca e as laterais do túnel.
1 Na seção Para pensar da Aula 35, você leu uma reportagem sobre o Imposto de Renda pago por empresas de
diferentes países. Naquela notícia, falava-se também em média mundial. Calcule a média dos valores relatados no texto
(que você organizou numa tabela) e compare-a com a média noticiada.
2 Usando os dados da produção de trigo de uma fazenda hipotética, apresentados no Exemplo 3 da Aula 35, calcule
a média anual do período de 1990 a 1999.
4 Num concurso constavam provas de Português, Matemática e Inglês. Português e Matemática tinham peso 2 e
Inglês, peso 1.
252
5 A média aritmética de cinco números é 12. Quatro destes números são 6, 7, 8 e 11. Qual é o 5o número?
7 Um carro fez uma viagem de 480 km em 8 horas. Qual a velocidade média?
8 Determine o número que está localizado no meio da distância entre os números e assinale-o na reta
numérica abaixo.
0 1 2
1 6
2 5
9 a) Escolha pares de números e verifique a afirmação: a média geométrica é menor ou igual à média aritmética
de dois números.
b) Para que tipo de par de números estas médias são iguais ?
10 a) na figura abaixo, desenhamos dois segmentos horizontais adjacentes a e b. Copie esta figura no seu caderno e marque
os pontos que, aproximadamente, localizem a média geométrica Mg e a média aritmética Ma das medidas de a e b.
a b
b) O que aconteceria se os segmentos a e b tivessem a mesma medida?
11 Calcule a média dos valores de uma variável com dados numéricos da pesquisa de seu grupo.
253
Moda e mediana
Numa rua movimentada, observaram-se as vestimentas de 2 500 mulheres que
passaram por lá num certo período de tempo. As informações que interessavam ao
pesquisador estão apresentadas na tabela abaixo.
Saia Saia no Saia Calça
Vestimenta Bermuda Short
longa joelho curta comprida
Número de
mulheres 100 250 280 650 1 120 100
M oda e mediana
Na aula anterior, você aprendeu que em Estatística a média é utilizada para mostrar uma característica geral dos resultados
de uma pesquisa. No entanto, muitas vezes não faz sentido calcular a média ou, ainda, essa informação média não é
importante para os objetivos do pesquisador ou de quem recebe a informação. Nesta aula, vamos estudar dois outros
valores que podem ser obtidos dos dados de uma pesquisa, a moda e a mediana, e quando convém utilizá-las.
A moda
A palavra moda faz parte do vocabulário coloquial. Quando você ouve dizer que “usar jeans está na moda”, compreende
que a maioria das pessoas usa roupas deste tipo de tecido. No entanto, sabemos que se usa a expressão “estar na moda”
sem nenhuma pesquisa. Na linguagem corrente, o termo “moda” está relacionado com consumo e com um grupo de
pessoas seduzidas pelo consumismo característico da sociedade atual. 2
Em estatística, esse conceito, apesar de semelhante, é obtido com mais rigor efetuando-se um levantamento de dados,
como o que é feito na seção Para pensar. Na pesquisa apresentada, a moda, para as mulheres que foram pesquisadas, é
bermuda, que é um dos valores possíveis da variável vestimenta.
A moda (Mo) dos valores de uma variável de pesquisa é o valor que mais aparece, o mais
típico, aquele que mais se repete.
254
O que você acha que aconteceu com os resultados para que o jornal publicasse aquela notícia?
Solução
Primeiramente, depois de dadas as respostas, foi preciso contar o número total de respostas para cada valor do domínio
da variável. Em seguida, contou-se o total de desempregados que tinham o 1o grau incompleto, o total dos que tinham
o 1o grau completo, e assim por diante. Com estas contagens, pode-se construir uma tabela assim:
1o grau completo
2o grau incompleto
2o grau completo
Nível superior incompleto
Nível superior completo
Pelo que diz a manchete do jornal, podemos concluir que o maior número de pessoas pesquisadas marcou a opção 4
“10 grau incompleto”.
Note que é preciso interpretar a moda cuidadosamente, pois este valor não significa que todos os alunos consideraram 6
o tema bom nem que a maioria dos alunos o classificou desta forma, já que a turma tinha 40 alunos e a moda corresponde
a 16 destes alunos, menos da metade dos alunos (40% do total). Lembre-se de que a moda representa apenas o valor
da variável com maior contagem.
A mediana
Para determinar a mediana, é preciso primeiro organizar os dados em alguma ordem (do maior para o menor, por exemplo).
Como o próprio nome sugere, a mediana é o dado “do meio”, quando observamos a lista completa dos resultados.
Como você vai ver nos exemplos, o procedimento para determinação da mediana depende do número de observações.
Quando o número de observações é pequeno, conseguimos determinar a mediana pela simples organização e inspeção
desses dados.
Exemplo 3
Considere que os números 4, 3, 7, 9, 11, 12, 1 são dados de uma pesquisa. Organizando esses números em ordem crescente, 7
temos a seqüência: 1, 3, 4, 7, 9, 11, 12.
Como temos um número ímpar (sete) de observações, sem repetições, a mediana é a 4a observação, o número 7, que 8
divide os dados em dois grupos com a mesma quantidade de observações.
Representando graficamente os resultados da pesquisa temos a seguinte situação:
Mediana = 7
Esta representação ajuda a perceber que a mediana não divide o intervalo de variação da variável [1 ; 12] ao meio.
A mediana divide a quantidade de dados observados em duas partes iguais. Note que três observações estão abaixo
do valor da mediana e três, acima.
9
Exemplo 4
Agora os dados observados são apenas seis: 1, 4, 7, 9, 11 e 12. Quando o número de observações é par, e sem repetições, a
mediana é a média aritmética dos dois valores centrais. Neste exemplo a mediana é 8 pois (média aritmética 10
de 7 e 9). Graficamente temos :
Mediana = 8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
256
Exemplo 5
Vejamos agora dois casos em que ocorrem repetições dos valores observados.
11
a) Se os dados são:
Solução
Neste caso, é simples afirmar que a mediana é 7, pois este valor divide o conjunto de valores observados em duas partes
com a mesma quantidade de observações. Graficamente podemos representar estes dados como a seguir:
Mediana = 7
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
4 valores 4 valores
Valor central
Solução
Neste caso, temos nove observações (um número ímpar de valores) e para a maioria das aplicações da mediana podemos
considerar que a mediana é o 5o valor observado, mesmo com repetição.
12
..
de pesquisa apresentados a seguir, o valor utilizado foi a mediana.
50% dos funcionários da empresa X ganham acima de 3 salários mínimos.
.
Num teste de Matemática, metade dos alunos teve notas acima de 5.
50% dos cursistas do Exemplo 2 gostaram do tema da palestra.
Exemplo 6
A tabela mostra o resultado da pesquisa sobre número de cáries realizada com uma amostra de 30 crianças. Na Aula 36 13
você já viu que a média dos dados é 2 cáries. Vejamos agora os valores da moda e da mediana. 257
No de cáries Freqüência
0 5 alunos
1 8 alunos
2 4 alunos
3 8 alunos
4 5 alunos
Total 30
Solução
Observe que temos dois valores da variável "número de cáries" com o mesmo número máximo de ocorrências. Foram
encontrados 8 alunos com apenas 1 cárie e 8 alunos com 3 cáries. Neste caso, temos duas modas – 1 cárie e 3 cáries – e
dizemos que a pesquisa é bimodal.
Para determinar a mediana desses dados, precisamos saber qual é o valor da variável que divide o grupo de alunos
examinados em duas partes com a mesma quantidade de alunos. Como são 30 alunos, a mediana está entre as 15a e a
16a observações.
Para ajudar a visualizar o resultado da mediana, listamos todos os números de cáries observados em ordem crescente.
15 observações 15 observações
mediana
O valor intermediário, a mediana, ocorre entre as crianças com 2 cáries. Podemos então afirmar que 50% das crianças
têm 2 cáries ou menos e 50% estão com 2 cáries ou mais. 14
1 Na tabela abaixo, está indicado o número de veículos produzidos no Brasil, no período de janeiro a abril de 1995.
Na Aula 36, vimos que a produção média, nesse período, é de 127 900 carros.
PRODUÇÃO DE VEÍCULOS
Mês / Ano No de veículos
Jan/95 97 800
Fev/95 130 800
Mar/95 151 800
Abr/95 131 200
Fonte: Jornal do Brasil, 02/07/95
No mesmo período, qual foi a moda da produção mensal brasileira de veículos? Escreva uma frase para informar ao
258 público em geral a média e a moda.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
4 Imagine que uma empresa contratou 5 profissionais para um serviço temporário com os seguintes salários:
Funcionário 1 → R$ 200,00
Funcionário 2 → R$ 300,00
Funcionário 3 → R$ 800,00
Funcionário 4 → R$ 1 000,00
Funcionário 5 → R$ 1 000,00
a) Determine a moda, a mediana e a média destes salários.
b) Qual destes valores você usaria para mostrar que os salários são bons e qual deles você usaria para mostrar o contrário?
Por quê?
5 Apresentamos a seguir alguns outros resultados de pesquisa. Para cada uma delas determine a moda, a mediana
e, se for adequado, a média.
a) notas de 25 alunos:
0, 2, 2, 3, 4, 4, 4, 4, 5, 5, 6, 6, 6, 6, 7, 7, 7, 7, 7, 8, 8, 9, 9, 9, 10
b) Número de turmas por série em uma escola de Ensino Médio:
1a série – 8 2a série – 5 3a série – 6
c) Preferência de programa noturno de 50 casais:
Jantar fora – 13 Visitar amigos – 6 Jogar bingo – 9
Ir ao cinema – 13 Ir ao teatro – 4 Dançar – 5
6 Calcule a moda e a mediana dos valores de uma variável da pesquisa de seu grupo.
259
Distribuições de freqüências
Como anda a sua freqüência às aulas este mês? Quantas aulas de Matemática
já ocorreram? Você faltou a alguma aula? Quantas? Qual o seu percentual de
freqüência?
Junto com seus colegas e professor, a partir do diário de classe de sua turma, estude
a freqüência dos alunos às aulas de Matemática e construa uma tabela que mostre
o número de alunos que tiveram 0 faltas, o número de alunos que tiveram 1 falta,
e assim por diante.
Procure no dicionário o significado da palavra freqüência. 1
FNasreqüência
aulas anteriores, você já viu vários exemplos de pesquisas onde são contadas as repetições dos valores possíveis de
uma variável. Em Estatística, quando numa pesquisa faz-se contagem das ocorrências de valores que se repetem para
algum evento ou aspecto, dizemos que se trata de uma pesquisa de freqüência.
Nestes casos, a preocupação do pesquisador está centrada na forma como se distribuem as repetições, ou seja, quantas
vezes cada valor da variável se repete, que valor é mais comum etc.
A pesquisa que você está desenvolvendo com seu grupo é uma pesquisa de
freqüência? Por quê? 2
FO resultado
reqüência absoluta
da contagem da freqüência de cada valor de uma variável de pesquisa é denominado freqüência simples
ou freqüência absoluta e é simbolizada pela letra F .
Exemplo 1
3
A tabela apresenta o resultado de uma pesquisa sobre o número de irmãos dos 40 alunos de uma turma. Esse é um exemplo de
260 pesquisa de freqüência porque contamos o número de ocorrências (freqüência de cada quantidade de irmãos).
..
Uma tabela como esta é denominada distribuição de freqüências. Observe que:
a freqüência absoluta de alunos com nenhum irmão é 6 (6 alunos não têm irmão);
..
a freqüência absoluta de alunos com 1 irmão é 10 (10 alunos têm 1 irmão);
a freqüência absoluta de alunos com 2 irmãos é 12 (12 alunos têm 2 irmãos);
.
a freqüência absoluta de alunos com 3 irmãos é 8 (8 alunos têm 3 irmãos);
a freqüência absoluta de alunos com 4 irmãos é 4 (4 alunos têm 4 irmãos).
Como todos os 40 alunos foram contados, vemos que não há, nesta turma, alunos com mais do que 4 irmãos.
FParareqüência relativa
comparar mais rapidamente a freqüência de cada valor da variável em relação ao total dos dados observados é
bom apresentar os resultados sob a forma de porcentagem. A freqüência apresentada na forma de porcentagem é
denominada freqüência relativa (Fr ou %).
Exemplo 2
Vamos voltar ao Exemplo1 e apresentar a freqüência relativa para cada quantidade de irmãos encontrada na pesquisa. 5
Solução
..
Usando a freqüência relativa, pode-se dizer que:
15% dos alunos não têm irmãos;
No de irmãos F (no de alunos) Fr ( % )
0 6 15
..
25% dos alunos possuem 1 irmão;
30% dos alunos possuem 2 irmãos;
1 10 25
.
20% dos alunos possuem 3 irmãos;
10% dos alunos possuem 4 irmãos.
Observe que a soma das freqüências relativas tem que ser
2
3
4
12
8
4
30
20
10
igual a 100% (total dos dados coletados). Total 40 100 6
FPodemos
reqüência acumulada
também, para cada valor da variável, apresentar os totais parciais, ou seja, a soma das freqüências dos valores anteriores.
Essa forma de organização da contagem é denominada freqüência acumulada (Fa).
A freqüência acumulada é muito utilizada em pesquisas econômicas ou para fazer controle de estoque ou de
vendas, por exemplo.
A freqüência acumulada ajuda também na determinação da mediana de uma distribuição de freqüências. 261
Exemplo 3
Observe que a última freqüência acumulada é igual ao total dos dados utilizados na pesquisa.
Você já calculou a mediana desta distribuição e deve ter encontrado Md = 2 irmãos. Você sabe que a mediana, para os 40
resultados ordenados de quantidades de irmãos, é a média aritmética simples entre o 20o e o 21o resultados. Observando
a Fa, vemos que até 1 irmão há 16 casos observados e até 2 irmãos há 28 casos. Logo, tanto o 20o quanto o 21o caso
observados possuem 2 irmãos. 8
Distribuição de freqüências
com dados agrupados
Em alguns casos, após o levantamento de dados de uma variável numérica, interessa ao pesquisador criar escalas ou
intervalos que mostrem os resultados de forma mais resumida. Nesses casos, dizemos que a distribuição de freqüência
apresenta dados agrupados ou ainda que os valores da variável estão organizados em classes ou intervalos.
..
Observe alguns exemplos de dados numéricos que podem ser posteriormente organizados em classes:
a classificação de pessoas em classes sociais a partir do levantamento da renda familiar;
Exemplo 4
A distribuição de freqüência ao lado mostra as notas de 2 000 Notas F Fr ou % Fa
candidatos em uma prova de concurso. As notas foram organizadas
0 | 2 40 2 40
em classes (intervalos).
2 | 4 440 22 480 10
Os símbolos | , | e || são notações de intervalos muito 4 | 6 520 26 1 000
comuns em Estatística. 6 | 8 640 32 1 640
8 || 10 360 18 2 000
0 | 2 é um intervalo fechado em zero e aberto em 2 e
poderíamos usar a notação [0 ; 2). Total 2 000 100
262
Se você não coletou os dados e só tem acesso à informação já organizada em intervalos, perderá precisão nos cálculos,
mas poderá realizá-los usando o ponto médio de cada intervalo como representativo dos dados que estão contados
naquele intervalo.
Exemplo 5
Usando a distribuição de freqüências do Exemplo 4, calcule a média geral das notas do concurso.
Solução
Primeiro, é preciso calcular o ponto médio de cada intervalo e depois usar este valor para representar o intervalo no
cálculo da média.
1 Copie a tabela abaixo no seu caderno, completando a linha das freqüências relativas aos resultados da pesquisa
sobre vestimentas utilizadas por um grupo de mulheres.
Fr (%)
264
3 Copie a tabela abaixo e acrescente colunas com a freqüência relativa e a freqüência acumulada.
Idade F
14 2
15 5
16 10
17 9
18 9
19 4
20 3
Total 42
a) Notas de 25 alunos:
0, 2, 2, 3, 4, 4, 4, 4, 5, 5, 6, 6, 6, 6, 7, 7, 7, 7, 7, 8, 8, 9, 9, 9, 10
b) Número de turmas por série em uma escola de Ensino Médio:
1a série – 8 2a série – 5 3a série – 6
c) Preferência de programa noturno de 50 casais:
Jantar fora – 13 Visitar amigos – 6 Jogar bingo – 9
Ir ao cinema – 13 Ir ao teatro – 4 Dançar – 5
5 Construa, com seus colegas, uma distribuição de freqüência com todas as iniciais dos nomes
dos alunos de sua turma.
Letras F %
a) Qual a letra inicial mais freqüente (a moda da distribuição)?
A–E
b) Use a freqüência acumulada para verificar a partir de que letra do alfabeto F–J
ordenado você já contou 50% dos alunos (a mediana da distribuição). L–P
c) Redistribua os dados numa tabela organizada em classes como a que Q–U
apresentamos ao lado. V–Z 265
6 Os salários dos empregados de uma empresa fictícia estão apresentados pela distribuição de freqüências a
seguir.
Salários F
7 Copie a tabela abaixo no seu caderno e complete-a com os dados do exercício 6. Verifique em que classe está um
empregado que ganha R$800,00.
Salários F % Fa
(salários mínimos)
0 —| 5 32
5 —| 10 28
10 —| 15 22
15 —| 20 20
20 —| 25 18
Total 120
8 Usando a notação de intervalo numérico do conjunto dos números reais, como as faixas salariais seriam
apresentadas?
9 Com os dados sobre os salários dos exercícios anteriores, copie e complete as manchetes para o jornal dos
funcionários (ou escreva outras que considerar mais interessantes):
A metade dos funcionários ganha menos do que____ salários mínimos.
____
% dos funcionários ganham até 5 salários mínimos enquanto
____
ganham mais do que 20 salários mínimos.
É importante que você desenvolva sua autoconfiança para defender seus pontos de
vista e sua maneira de resolver problemas.
266
A partir da tabela apresentada abaixo (com dados do Exercício 7 da Aula 38), foram
montados dois gráficos que serão estudados nesta aula: um histograma e um polígono 1
de freqüência.
Distribuição dos salários da empresa X
Faixas salariais
(quantidade de salários mínimos) F % Fa
0 —| 5 32 27 32
5 —| 10 28 23 60
10 —| 15 22 18 82
15 —| 20 20 17 102
20 —| 25 18 15 120
Total 120 100
a) Com que tipo de gráfico, dos que você já conhece, estas representações se parecem?
2
b) Em relação aos gráficos identificados no item a, que semelhanças e diferenças você
percebe nestes gráficos?
H istogramas de freqüência
Na Aula 35, você conheceu gráficos usados em Estatística e aprendeu a organizar e apresentar dados naqueles tipos de gráficos.
Histogramas e polígonos de freqüência são também gráficos estatísticos parecidos com os que você já conhece.
Um histograma de freqüência ou simplesmente histograma é similar, na aparência e na construção, a um gráfico 267
de colunas. Esse tipo de gráfico é usado para distribuições de freqüências de variáveis quantitativas (numéricas), em
..
especial para aquelas com dados agrupados em intervalos. Um histograma possui as seguintes características:
Os intervalos estabelecidos para a variável de pesquisa são representados ao longo do eixo horizontal.
.
Podemos representar no eixo vertical tanto as freqüências absolutas quanto as relativas.
As colunas são construídas de modo que o ponto médio de suas bases coincida com o ponto médio dos
..
intervalos e as larguras sejam do tamanho (amplitude) dos intervalos.
As colunas são contíguas (sem espaço entre elas).
.
A extremidade da coluna mais alta não deve superar 75%, aproximadamente, do comprimento do eixo horizontal.
As áreas dos retângulos são proporcionais às freqüências de cada intervalo.
Exemplo 1
Neste exemplo, a variável é numérica com domínio no intervalo real de 0 a 10.
Para estes dados, que você já conhece, a distribuição de freqüências das notas do concurso é apresentada com dados agrupados
em intervalos de amplitude 2. Portanto, temos 5 intervalos de classes.
3
Veja o histograma de freqüência para essa distribuição de notas.
Notas do concurso
Notas F % F
700
0 | 2 40 2 600
500
2 | 4 440 22
400
4 | 6 520 26 300
6 | 8 640 32 200
8 | 10 360 18 100
0 Notas
Total 2 000 100 0 2 4 6 8 10
4
No gráfico, marcamos os limites dos intervalos no eixo horizontal e usamos as freqüências absolutas no eixo vertical.
Outras versões do histograma podem também ser construídas, como é mostrado a seguir:
a) marcando, no eixo dos X, os pontos médios dos intervalos;
b) utilizando a freqüência relativa no eixo dos Y. 5
e assume valores no conjunto dos números naturais (variando de 0 a 4, nessa amostra). Para variáveis deste tipo, também
podemos fazer um histograma de freqüência, como mostrado a seguir:
Número de irmãos dos alunos da turma A
No de irmãos F (freqüência) F
14
0 6 alunos 12
1 10 alunos 10
2 12 alunos 8
6
3 8 alunos
4
4 4 alunos 2
Total 40 0 Nº de irmãos
0 1 2 3 4
P olígonos de freqüência
Como você deve ter notado, um polígono de freqüência é muito parecido com um gráfico de linha ou poligonal. Como
os histogramas, esse tipo de gráfico é usado para representar distribuições de freqüências.
A principal característica deste tipo de representação é que este gráfico é um polígono, ou seja, uma figura plana e
fechada, formada por segmentos de reta.
Apresentamos a seguir um roteiro para construção de um polígono de freqüência.
.
1. Desenhe os eixos e estabeleça uma escala para cada eixo:
No eixo dos Y, é representada a freqüência absoluta ou relativa. A escala é estabelecida considerando-se a
maior e a menor freqüência e subdividindo-se a amplitude deste intervalo, de modo que os dados possam ser
.
lidos com facilidade.
No eixo dos X, são representados os intervalos de variação da variável de pesquisa, usando uma escala conveniente
.
que permita marcar, com facilidade, os valores assumidos pela variável.
Para dados agrupados em intervalos, deve-se observar a quantidade de intervalos utilizados, suas amplitudes e
marcar o ponto médio de cada intervalo. O gráfico poligonal, que dá origem ao polígono, é construído associando
os pontos médios à freqüência de cada intervalo.
2. Para que possamos ter um polígono, é preciso acrescentar um valor (ou intervalo) anterior ao primeiro valor assumido
pela variável e outro valor posterior ao último. A freqüência destes valores acrescidos ao domínio da variável é zero, já que
não foram valores encontrados na pesquisa. Isso é feito para que as extremidades da linha poligonal toquem o eixo das
abscissas, formando, com parte deste eixo, um polígono (figura geométrica plana e fechada).
7
3. Depois de marcar os pontos (x ; F), basta ligá-los por segmentos de reta, lembrando que a linha poligonal deve ser
iniciada a partir de um ponto (x ; 0) e terminar, também, tocando o eixo dos X. 8
Podemos construir o polígono de freqüência a partir do histograma e apresentar os dois gráficos conjuntamente, como
você vai ver nos exemplos a seguir. Note que os vértices do polígono de freqüência são os pontos médios dos topos dos
retângulos do histograma.
Exemplo 3
Construa polígonos de freqüência para os dados dos Exemplos 1 e 2.
9
Solução
Primeiro apresentamos os polígonos juntamente com os histogramas já apresentados e, ao lado, apenas o polígono
separadamente.
269
Notas do concurso
F F
700 700
600 600
500 500
400 400
300 300
200 200
100 100
0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Notas 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Notas
O procedimento de construção dos polígonos de freqüência faz com que a soma das áreas dos retângulos do histograma
seja igual à área total limitada pelo polígono (polígono formado pelos segmentos de reta do gráfico poligonal e pelo
segmento do eixo dos X sob o gráfico).
Observando os exemplos em que apresentamos o histograma e o polígono de freqüência, você pode notar que, na
construção do polígono, cortamos pequenos triângulos dos retângulos do histograma. Por outro lado, acrescentamos
10
triângulos, do mesmo tamanho, que não faziam parte da área do histograma. Como as partes retiradas e acrescentadas
se compensam, as áreas finais do histograma e do polígono são equivalentes.
Exemplo 4
Marcamos, em um dos gráficos do Exemplo 3, os triângulos que são retirados e acrescentados ao histograma de
freqüência durante a construção do polígono. Note que temos pares de triângulos congruentes (iguais) e, portanto, de
mesma área.
F
14
12
10
8
6
4
Para mostrar a congruência destes pares de triângulos, 2
separamos e ampliamos um destes pares e vamos mostrar 0
270 por que eles são congruentes. 0 1 2 3 4
acrescentado
..
Os dois triângulos são retângulos e, portanto, possuem um ângulo igual (ângulo reto).
Os ângulos formados entre o segmento da linha poligonal e o lado vertical do retângulo são iguais (pois
.
são opostos pelo vértice).
Podemos concluir que os outros ângulos agudos dos triângulos também são iguais (pois a soma dos ângulos
internos dos triângulos, em qualquer triângulo, é 180o).
Com três ângulos de mesma medida, podemos garantir que os triângulos são semelhantes. Triângulos semelhantes
possuem ângulos iguais e lados proporcionais. No entanto, precisamos mais do que isso. Precisamos que as medidas
dos lados dos triângulos sejam iguais, dois a dois, para que tenham a mesma área.
.
Podemos observar que:
Os catetos desenhados na horizontal possuem a mesma medida igual à metade dos segmentos entre dois pontos
.
consecutivos marcados no eixo dos X.
Como um par de lados tem a mesma medida, a razão de semelhança é 1 e todos os outros pares de lados
também terão medidas iguais. Finalmente podemos ter certeza de que, apesar de estarem em posições diferentes,
cada par de triângulos possui a mesma área.
150 153 154 155 155 156 156 156 157 158
158 160 160 160 160 160 161 162 163 163
165 166 167 167 168 168 169 175 178 179
Estabelecendo que a amplitude de todas as classes deve ser igual a 5 cm, temos a seguinte distribuição de freqüência.
Estaturas (cm) F
150 |— 155 3
155 |— 160 8
160 |— 165 9
165 |— 170 7
170 |— 175 -
175 |— 180 3
Total 30
2
50 50 50 28 65 50 50 22 32 30
79 50 22 20 35 24 25 120 35 35
65 20 14 25 24 48 15 10 17 50
25 22 60 31 12 30 10 12 20
Os dados acima representam o preço de 39 livros vendidos com cartão de crédito em uma livraria em uma semana.
a) Faça uma lista ordenada dos dados.
b) Estabeleça a amplitude e os limites dos intervalos para organização dos dados em 5 intervalos de classe de mesma amplitude.
c) Construa a distribuição de freqüências com os dados agrupados.
d) Construa o histograma de freqüências (usando a freqüência absoluta) para a distribuição organizada no item c.
e) Determine a freqüência relativa de cada intervalo e construa o polígono de freqüência usando essas porcentagens.
3 Para os dados do Exercício 2, se forem usados intervalos de amplitude 20, quantos intervalos seriam necessários?
Quais seriam esses intervalos?
5 Os resultados a seguir mostram o percentual de acertos de 60 alunos de Pedagogia de uma universidade pública,
para cada uma das 40 questões de múltipla escolha do PROVÃO 2001 do MEC.
71,7 91,7 15,0 90,0 50,0 93,3 95,0 91,7 93,3 40,0
18,3 68,3 85,0 95,0 26,7 43,3 45,0 38,3 41,7 48,3
71,7 93,3 73,3 46,7 50,0 83,3 76,7 30,0 3,3 81,7
46,7 23,3 41,7 86,7 5,0 88,3 95,0 83,3 50,0 58,3
0 —| 5 32 27
5 —| 10 28 23
10 —| 15 22 18
15 —| 20 20 17
20 —| 25 18 15
Total 120 100
273
Comparando e
analisando dados
LDesdeera primeira
, interpretar e comparar dados
aula de Estatística (Aula 32), você vem aprendendo a ler e a interpretar informações estatísticas, tão
comuns no mundo moderno. Nestas aulas você também aprendeu a realizar levantamentos de dados e a organizá-los
em tabelas e gráficos para divulgar os resultados de uma pesquisa.
Muitas vezes, pesquisas estatísticas são realizadas para comparar resultados de populações ou amostras diferentes, ou
comparar um mesmo fato em duas épocas diferentes etc. Podemos citar como exemplos as notas de alunos em diferentes
bimestres; as notas de alunos de turmas diferentes; o desempenho dos alunos de diferentes estados; a produção de duas
empresas num mesmo período; a inflação ou a balança comercial em diferentes países; a contaminação por alguma
doença em diferentes cidades, estados ou países.
Exemplo 1
Nos exemplos estudados até aqui, vimos alguns estudos com os quais podemos fazer comparações de duas distribuições
associadas. Vamos relembrar alguns deles:
DISTRIBUIÇÃO DE ALUNOS DA ESCOLA X
a) Na Aula 33, apresentamos a distribuição de
Masculino Feminino Total
alunos por série, separada por sexo.
b) Na Aula 34, apresentamos uma série temporal 1 série
a
238 272 510
do número de óbitos por AIDS de jovens de 15 2a série 216 234 450
a 24 anos no período de 1990 a 1995. Esses dados 3a série 205 255 460
mostram o somatório de casos em cada ano
274 separado por sexo. Total 659 761 1420 2
275
É fácil notar que o conjunto A é mais homogêneo que os conjuntos B e C, já que todos os dados são iguais à média.
Comparando os conjuntos B e C, vemos que o conjunto B é mais homogêneo, seus valores estão mais próximos da
média, enquanto que no conjunto C os dados são mais espalhados, dispersos. A amplitude de um conjunto de dados,
definida como a diferença entre o maior valor e o menor valor assumidos pela variável, é uma medida de dispersão
ou variabilidade fácil de entender e calcular e que já fornece algumas “pistas” sobre o grau de concentração ou
espalhamento dos dados. Para as amostras de velocidades A, B e C, temos as seguintes amplitudes:
A: 50 – 50 = 0 B: 53 – 48 = 5 C: 110 – 10 = 100
Essa informação ajuda a confirmar que os dados do conjunto C são os mais dispersos, enquanto a dispersão dos dados
do conjunto A é nula. Para as três amostras de dados, a comparação das amplitudes pode ser vista facilmente pela simples
apresentação dos dados, pois trabalhamos com apenas 5 observações em cada conjunto. Por outro lado, com este exemplo,
você observou que uma medida de tendência central pode não ser suficiente para compreender os dados.
Observe como podem ser diferentes as informações sobre os resultados desta pesquisa:
a) “a média da velocidade dos carros, em três horários diferentes, foi de 50 km/h”;
b) “nos três horários, a média foi de 50 km/h, sendo que, às 11 horas, a amplitude foi zero (todos os carros respeitaram
o limite de 50 km/h), às 17h a amplitude foi de 5 km/h e às 23h a amplitude foi de 100 km/h”.
4
Exemplo 3
Obter a média, a moda ou a mediana é importante mas, como você já viu no exemplo anterior, estas medidas informam
apenas parte da história. É preciso também verificar como os dados se distribuem. A seguir, você pode ver a distribuição de
freqüências de notas de duas turmas. Para calcular a média destas notas, primeiramente multiplicamos cada nota (x) pela
sua freqüência (F) e acrescentamos à tabela uma coluna com estes resultados (x .F).
TURMA A TURMA B
Notas (x) F x.F Notas (x ) F x.F
3,5 1 3,5 3,5 - -
4,0 - - 4,0 - -
4,5 1 4,5 4,5 - -
5,0 1 5 5,0 1 5
5,5 3 16,5 5,5 2 11
6,0 5 30 6,0 4 24
6,5 5 32,5 6,5 8 52
7,0 6 42 7,0 10 70
7,5 4 30 7,5 5 37,5
8,0 3 24 8,0 3 24
8,5 2 17 8,5 1 8,5
9,0 2 18 9,0 - -
9,5 - - 9,5 - -
10,0 1 10 10,0 - -
Total 34 233 Total 34 232
A partir dos dados, podemos verificar que as médias das turmas são:
276 TURMA A → TURMA B →
Exemplo 4
Outro aspecto que deve ser levado em consideração para comparar resultados de pesquisas é saber se foram usados pesos
diferentes para as várias observações de uma pesquisa. Observe o exemplo abaixo.
6
Numa escola, usam-se pesos no cálculo da média anual dos alunos, em cada disciplina, da seguinte forma:
1o bimestre: peso 1
2o bimestre: peso 2
3o bimestre: peso 3 Bimestre 1o 2o 3o 4o
4 bimestre: peso 4
o
João Carlos 10 8,5 7 5,5
Dois alunos obtiveram as
Marcelo 5,5 7 8,5 10
seguintes notas em Matemática:
Solução
A média de João Carlos é:
A média de Marcelo é:
Neste caso, temos médias diferentes porque foram utilizados pesos diferentes para cada bimestre. Note que, se a escola
usasse a média aritmética simples, os resultados finais destes dois alunos seriam os mesmos. É preciso ter cuidado na
hora de comparar resultados de pesquisas diferentes. Imagine como seria injusto comparar diretamente as médias
anuais de duas escolas que tenham utilizado critérios diferentes de cálculo!
Exemplo 5
Uma escola possui duas turmas de 2a série do Ensino Médio. A média das notas bimestrais dos alunos das duas turmas foi
80 em uma das turmas e 60 na outra. Como calcular a média da 2a série desta escola, neste bimestre?
Solução
Se em cada turma há o mesmo número de alunos, você pode calcular a média das médias diretamente, ou seja:
Se, como é mais provável, o número de alunos em cada turma é diferente, precisamos calcular as médias
proporcionalmente aos respectivos tamanhos das amostras (turmas). Assumindo que a turma 1 tem 20 alunos e que
a turma 2 tem 30 alunos, a média das turmas deveria ser:
Muitas escolas e comissões organizadoras de concursos calculam a média das médias sem levar em conta que as amostras
podem ter tamanhos diferentes. Suponha que num concurso vestibular calculem-se as médias dos alunos por curso
(média de Medicina, média de Engenharia, média de Pedagogia...) e que depois calcule-se a média das médias sem levar
em conta o número de inscritos em cada curso. Esta média é confiável?
1 Calcule a média das idades das famílias A e B. Depois calcule a média das médias diretamente e de forma
ponderada. Compare os resultados.
Família A Família B
Pai: 40 anos Pai: 39 anos
Mãe: 37 anos Mãe: 40 anos
Filho 1: 13 anos Filho 1: 12 anos
Filho 2: 10 anos
Filho 3: 9 anos
5 Alunos de Medicina de três universidades públicas do Rio de Janeiro (UFRJ, UNI-RIO e UFF) participam do
projeto SoMar (Solidariedade em Marcha) e realizaram um levantamento de peso, altura e outros dados relativos às
condições de saúde de pessoas adultas (mais de 20 anos) de comunidades carentes, em visita domiciliar.
Apresentamos, a seguir, os resultados do cálculo de IMC (Índice de Massa Corpórea) para duas das amostras estudadas
pelo SoMar. Obs.: rever Aula 33.
Amostra 1 – pacientes da Comunidade A Amostra 2 – pacientes da Comunidade B
F % F %
IMC – abaixo do peso 11 IMC – abaixo do peso 22
IMC – dentro do peso esperado 38 IMC – dentro do peso esperado 36
IMC – sobrepeso 58 IMC – sobrepeso 30
Total Total
a) Copie e complete as tabelas.
b) Represente os dados graficamente.
c) Conhecendo os dados acima e a informação de que na Comunidade A 75% das pessoas são hipertensas e na
Comunidade B o percentual de hipertensos é de 40%, discuta a afirmação: “A obesidade é fator de risco para a hipertensão
arterial e doenças cardiovasculares”.
6 No Rio de Janeiro, um vereador e sua equipe realizaram uma pesquisa sobre o peso das mochilas que as crianças
podem carregar (no máximo 10% do peso de seu corpo), na porta de diversas escolas particulares. Em uma das escolas,
após a pesagem de 24 crianças de 5a série, foram obtidos os seguintes dados, em kg:
38 40 45 42 45 40 43 38
45 45 40 41 41 38 46 32
48 46 42 43 44 50 38 40
a) Organize uma tabela para esta distribuição.
279
O relato de uma
pesquisa estatística
A partir da Aula 33, você iniciou uma pesquisa estatística e, durante as últimas aulas,
realizou o levantamento e o tratamento dos dados como forma de aplicação dos
conhecimentos e verificação da aprendizagem.
Agora, chegou a hora de produzir um trabalho final, uma espécie de relatório de
pesquisa, para divulgação de suas descobertas a respeito do tema escolhido e
pesquisado.
.
Discuta com seu grupo:
Qual é o público interessado nos dados e informações que vocês obtiveram?
. Que aspectos vocês acham que um relatório desse tipo deve conter?
1
Os alunos de uma turma do Ensino Médio supletivo (noturno) de uma escola pública estadual1 do Rio de Janeiro, com
a ajuda de professores da escola, planejaram e realizaram duas pesquisas:
Pesquisa A – Identificar os alunos da escola que trabalham, observar o perfil destes alunos e compreender se o trabalho
é o principal motivo que os levou a estudar à noite.
Pesquisa B – Descobrir o que os alunos pretendem fazer após o término do Ensino Médio.
Escolhemos a pesquisa A para apresentar detalhadamente nesta aula.
O planejamento
Para iniciar qualquer trabalho, é preciso fazer um planejamento, prever o que será necessário para sua realização,
evitando surpresas. A seguir, o primeiro relatório produzido para a Pesquisa A. 3
1
Escola Estadual de Ensino Supletivo Alfredo de Paula Freitas.
Trabalho orientado pelas professoras Aline Moreira Corrêa e Rosane Valladão.
280
Tamanho da amostra
: 50% da população (2
31 alunos).
Técnica de amostrage
m: amostragem Aleató
ria Sistemática.
Planejamento da seleç
ão dos elementos da
prova bimestral, dentro amostra: no dia da
das salas de aula, com
filas, entregar um questio os alunos sentados em
nário à metade da turma
o primeiro aluno da prime , da seguinte forma:
ira fila receberá o questio
berá o questionário B, o nário A, o segundo rece-
terceiro o questionário A,
Desta forma, todos os alu e assim por diante.
nos responderão a um
(A ou B) e esta amostra dos dois questionários
gem é sistemática.
Variáveis: sexo, idade,
trabalho, carteira de tra
balho, salário e profissã
o.
Material necessário
para a coleta dos da
dos: questionário.
Providências necess
árias para a coleta do
cientes do questionário s dados: cópias sufi-
, organização dos aluno
aplicação do questioná s em sala no dia da
rio, conversar com os alu
da pesquisa antes da dis nos sobre os motivos
tribuição do questioná
responder honestame rio, incentivando-os a
nte.
A partir deste planejamento inicial, os alunos construíram as perguntas do questionário, digitaram esse questionário
no computador da escola e fizeram 231 cópias.
Antes de ler o questionário produzido, discuta com seus colegas quais devem
ser as perguntas deste questionário para poder coletar dados sobre as variáveis 5
escolhidas.
281
QUEST
QUEIONÁ
STIO
RINÁ
O -RIAO - A
1) SEXO 1) : SE
( )XOFe: (minin ) Feo mi(nin)oMa(sc)uliMa no.sculino.
2) IDAD 2) E ID: AD
____ E __
: ______
_ an
__os__._ anos.
3) Você 3) traVobacêlhatraatu
baalm
lha en
atutealmouenjátetraoubajálhotra
u ba
dulho
ranuteduoran
Médio?Mé ( dio) sim
? ( ) sim Ente sinoo Ensino
( ) não( ) não
Se vocêSeresvopocêndres eupo simndeu
à pesimrguntaà pe3,rgu
res po3,
nta ndres
a aopoqu ndes
com inform
comaçinfõe s do
orm a tio
o qu
náes riotionário
açseõeus tra
dobaselho
u traatu
baallho
ou do
atu se
al u
caso vocacêsonãvo ou tra
do ba
selho
u an
trabaterlho
ioran
, terior,
o cê
estej nãao maestej
is atrama
baislhatra
ndbao.lhando.
4) Para 4) esPa
teratraesbatelhotraba
sulho
a casurte a ira
cartedeiratra
debatra
lhobafoi
lho as
( ) sim) sim ( ) nã foisin
asadsina?ada? (
( o) não
5) Em5)qualEm daqus faial xa
dassde faixa
saslárdeio sa
volár
cêiosevoencêcase ixaen
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_________________
Note que nas questões (variáveis) 1, 3, 4, o domínio é composto de apenas duas opções. Variáveis desse tipo são
denominadas variáveis dicotômicas.
Para as variáveis das perguntas 2 e 6, o domínio está em aberto e, após a coleta de dados, o grupo terá que decidir como
organizar a informação.
Quanto à variável “salário” (pergunta 5), os pesquisadores decidiram previamente intervalos de classe que compõem
o domínio da variável.
Variável SEXO
Os alunos foram fazendo tracinhos e formando quadrados riscados a cada 5 ocorrências, para cada sexo (F ou M), até
terminarem os 231 questionários.
Sexo F %
Os resultados encontrados foram 105 mulheres e 126 homens. Feminino 105 45,5
Com estes dados eles construíram a seguinte distribuição de
Masculino 126 54,5
freqüências:
Total 231 100
Para esta variável, escolheram usar o gráfico de setores. Sexo dos alunos
Para construí-lo, calcularam os ângulos usando as seguintes
proporções.
45%
55% 8
e encontraram: x 164o e y 196o . Masculino
Veja como ficou o gráfico: Feminino
9
Variável IDADE
Para a freqüência das idades, os alunos decidiram estabelecer intervalos de classe para a contagem das ocorrências. A
amplitude total das idades encontradas foi de 41 anos (a menor idade encontrada foi de 14 anos e o aluno mais velho
tinha 55 anos). Foram usados 9 intervalos, todos com amplitude 6.
Veja a seguir a distribuição de freqüência com os dados agrupados e o gráfico de colunas (histograma) que os
alunos construíram.
F Idade dos alunos da escola Idade F %
100
14 |— 19 92 40
90
80 19 |— 24 67 29
70 24 |— 29 27 12
60 29 |— 34 18 8
50 34 |— 39 12 5
40 39 |— 44 4 2
30 44 |— 49 4 2
20
49 |— 54 4 2
10
idade 54 |— 59 3 1
0
14 19 24 29 34 39 44 49 54 59 Total 231 100 283
10
Variável TRABALHO
Esta variável tem apenas dois valores possíveis. Seu domínio é {sim ; não} e a contagem foi feita da mesma forma que
para a variável sexo. Os resultados encontrados estão organizados abaixo na forma de tabela e num gráfico de setores,
que é o tipo de gráfico mais adequado para visualização de resultados de variáveis dicotômicas.
11
Que conclusões você escreveria sobre este resultado?
Carteira assinada F %
sim
Sim 61 41
59% não
Não 87 59
Total 148 100
12
Variável SALÁRIO
Para esta variável, foram contadas as ocorrências de cada intervalo apresentado no questionário. A distribuição de
freqüências construída apresenta os intervalos, o ponto médio de cada intervalo que será utilizado para o cálculo da
média, a freqüência absoluta e a freqüência relativa.
284 Para esta distribuição, foram construídos o histograma e o polígono de freqüência. 13
Variável PROFISSÃO
Manuseando os questionários, o grupo de alunos percebeu que não seria fácil contabilizar todas as profissões respondidas
pela grande variabilidade encontrada. Outra questão com que se depararam foi o grande número de alunos pesquisados
que trabalham mas que deixaram a questão em branco.
15
A solução encontrada para o primeiro problema foi estabelecer classes de profissões. Assim, os alunos decidiram classificar as
profissões encontradas utilizando os seguintes valores para a variável: comércio, serviços, indústria, doméstico e outros. 285
Dos 148 alunos que declararam trabalhar, 36 não informaram em que trabalham. Em pesquisas estatísticas, dizemos
que informações não prestadas são dados faltantes e trabalhamos com a informação que temos. É claro que essa não
é uma situação ideal, porém é bastante comum e é um dos motivos de buscarmos não trabalhar com amostras muito
pequenas.
Comércio 43 38 Outros 8%
D iscutindo os resultados
Para esta fase do tratamento dos dados, é útil determinar medidas de tendência central – moda, média ou mediana.
Essas medidas ajudam a redigir um relatório final com comentários e análises dos resultados da pesquisa.
Sexo
A moda desta variável é masculino, ou seja, a maioria dos alunos que participaram da pesquisa é formada por homens
(54,5%). No entanto, a diferença entre a quantidade de homens e de mulheres não é muito grande.
18
Idade
A moda das idades está no intervalo [14 ; 19) anos, ou seja, a maioria dos alunos tem até 18 anos completos e mais de 14
anos (idade mínima legal para trabalhar). Lembre-se de que o melhor resultado é o que pode ser obtido usando os
dados originais. Com eles foi possível determinar que a idade mais freqüente é 17 anos.
Para determinar a mediana das idades, também poderíamos usar a listagem ordenada das idades encontradas e
verificar qual é a 116a idade (231¸2 ÷ 0,5=115,5+0,5=116 ). Consultando esses dados, verificamos que a idade mediana
é 20 anos e podemos dizer que 50% das idades estão entre 14 e 20 anos e os outros 50% pertencem ao intervalo de
20 a 55 anos.
Usando apenas a distribuição organizada em classes, só podemos determinar o intervalo onde a 116a idade ocorre e o
cálculo da freqüência acumulada pode ajudar (veja tabela a seguir). A 116a observação de idade, a mediana, está
286 no intervalo: [19 ; 24).
Podemos concluir que a maioria dos alunos do Ensino Médio noturno desta escola é jovem, apesar de a escola atender
a alunos de até 55 anos (maior idade encontrada). A metade dos alunos tem menos de 20 anos e a média das idades
também é de 20 anos.
Um aluno que nunca repetiu ano e começou a estudar aos 7 anos começará o Ensino Médio com 15 anos. E, se este
aluno continuar não repetindo nenhuma série, terminará essa etapa de escolaridade aos 18 anos. Com esta informação
e observando as idades dos alunos pesquisados, podemos supor que, para muitos, o principal motivo de estudarem à
noite é o trabalho.
Salário
Para essa variável, só é possível calcular a moda, a mediana e a média usando os dados agrupados, pois os intervalos
foram utilizados no próprio questionário. 287
Profissão
Para essa variável, a única medida de tendência central que interessa é a moda. O setor de trabalho mais comum para
este grupo de alunos é o setor de comércio, que possui freqüência relativa igual a 38%. Observe ainda que 72% dos
alunos trabalham no comércio ou no setor de serviços.
C onclusão
Esta foi a última aula de Estatística deste curso. Tomara que você tenha gostado das aulas e aprendido a lidar com dados,
informações e a fazer suas próprias pesquisas.
O trabalho de pesquisa realizado com certeza enriqueceu seus conhecimentos. Aproveite para aprofundar o trabalho,
analisando cuidadosamente os resultados, redigindo seus próprios comentários e conclusões, o que em muito contribui
288 para a compreensão do mundo.
1 Obtenha os valores dos ângulos dos gráficos de setor apresentados para as variáveis trabalho e carteira assinada
3 Como você poderia calcular a área do polígono de freqüências da distribuição de salários dos alunos pesquisados?
4 Na outra pesquisa realizada na escola (pesquisa B) as idades ficaram distribuídas da seguinte forma:
5 Construa uma nova distribuição de freqüência das idades para todos os alunos da escola.
19% Tecnológica
61%
Humanas
20% Biomédicas
a) Componha a distribuição de freqüências para esta variável. Lembre-se de que 115 alunos farão vestibular logo após
o término do Ensino Médio ou após mais um ano de estudo.
Área F %
Tecnológica
Humanas
Biomédicas
Total 115
8 Com as tabelas, gráficos, medidas de tendência central, comentários, suas reflexões e análises dos dados e discussões
de sua turma, organize um relatório da pesquisa apresentada nesta aula.
9 Proceda da mesma forma para elaborar o relatório final da pesquisa que você e seu grupo realizaram.
O caderno é o seu diário de Matemática. Ele deve conter sua história na construção
dos conhecimentos.
290
O princípio multiplicativo
Tempos atrás, as placas dos automóveis eram formadas por duas letras e quatro
algarismos, por exemplo:
XK 2659.
Por que será que essas placas passaram a ter três letras e quatro algarismos?
E os números de telefone do Estado do Rio de Janeiro, que tinham sete dígitos e
passaram a ter oito? Por que isso foi feito?
A primeira resposta que vem à cabeça, para essas duas perguntas, é que isso foi feito
para aumentar o número de placas e o número de telefones. Está certo, mas como
foi que se chegou à conclusão de que era necessário fazer isso? Fazer uma lista de
todas as placas e de todos os números de telefone seria impossível, já que são muitos.
Então, que contas foram feitas para descobrir quantos números de placas e de
telefones existiam? 1
Maria Angélica tem três blusas e quatro saias. De quantas maneiras diferentes
Maria Angélica pode se vestir?
291
Pela tabela, você pode observar que Maria Angélica tem 12 possibilidades de
se vestir: temos 3 blusas para combinar com 4 saias, o que dá a Maria Angélica
3 × 4 =12 alternativas. 2
O princípio multiplicativo ou
princípio fundamental da contagem
Um enunciado formal do princípio multiplicativo pode ser o seguinte:
Se uma decisão d1 puder ser tomada de n maneiras e, em seguida, outra decisão d2 puder ser tomada de m maneiras, e
o modo de tomar a decisão d2 independe da maneira como foi tomada a decisão d1, então o número total de maneiras
de tomar as decisões d1 e d2 será n . m. 3
Outra maneira de raciocinar, que ajuda a entender o uso da multiplicação, é: para cada blusa escolhida, haverá quatro
saias para escolher. Como são três blusas, fazemos 3 × 4 =12. Isso pode ser bem visualizado em uma árvore de
possibilidades. Veja:
ROUPA
SAIA1 SAIA2 SAIA3 SAIA4 SAIA1 SAIA2 SAIA3 SAIA4 SAIA1 SAIA2 SAIA3 SAIA4
292 SAIA1
Lembrando que cada caminho que vai do 1o ao último nível da árvore representa uma possibilidade, também
chegaríamos à mesma resposta: o cliente pode fazer sua refeição de 24 maneiras diferentes.
REFEIÇÃO
GOIABADA
GOIABADA
GOIABADA
GOIABADA
GOIABADA
GOIABADA
GOIABADA
SORVETE
SORVETE
SORVETE
SORVETE
SORVETE
SORVETE
SORVETE
SORVETE
FRUTA
FRUTA
FRUTA
FRUTA
FRUTA
FRUTA
FRUTA
FRUTA
293
Exemplo 2
O restaurante do exemplo anterior resolveu fazer uma promoção. Cobrará um preço menor do cliente que escolher sopa ou
peixe como prato quente e fruta como sobremesa.
a) De quantas maneiras diferentes um cliente pode compor sua refeição para aproveitar a promoção?
b) Quais serão essas refeições?
Solução:
a) Da mesma forma que no Exemplo 1, há três decisões a tomar. A diferença é que, para aproveitar a promoção, vamos
impor condições sobre d1 e d3:
d1: escolher um dos dois tipos de pratos quentes (sopa ou peixe).
d2: escolher uma das duas variedades de salada.
d3: escolher uma sobremesa oferecida (fruta).
Há 2 maneiras de tomar a decisão d1, 2 maneiras de tomar a decisão d2 e 1 maneira de tomar a decisão d3.
Pelo princípio multiplicativo, o cliente tem 2 × 2 × 1 = 4 maneiras diferentes de compor sua refeição para aproveitar
a promoção.
Resposta: o cliente pode fazer sua refeição de 4 maneiras diferentes, aproveitando a promoção.
b) Para responder a esse item, podemos usar a árvore de possibilidades. Basta procurar, na árvore, caminhos com PEIXE
ou SOPA como prato quente e FRUTA como sobremesa, e encontraremos:
REFEIÇÃO = SOPA + salada VERDE + FRUTA
REFEIÇÃO = SOPA + salada MISTA + FRUTA 7
REFEIÇÃO = PEIXE + salada VERDE + FRUTA
REFEIÇÃO = PEIXE + salada MISTA + FRUTA.
No total, são 4 possibilidades.
Resposta: as refeições serão sopa com salada verde e fruta; sopa com salada mista e fruta; peixe com salada verde e
fruta ou peixe com salada mista e fruta.
A representação gráfica em árvore de possibilidades ilustra bem a situação dada no problema. Nela podemos ver claramente os
três níveis correspondentes às decisões d1 e d2 e d3 e consultar os vários tipos de refeições possíveis.
8
No entanto, em geral o objetivo é saber as combinações possíveis e calcular o número total de possibilidades sem precisar
enumerá-las. Enumerar as possibilidades será, muitas vezes, impossível, devido ao grande número de opções e/ou de
decisões envolvidas no problema.
Exemplo 3
Quantos números naturais de 3 algarismos existem, com os 3 algarismos diferentes?
9
Solução:
Procuramos números do tipo 123, 459, 952 etc.
10
Para formar esses números, é preciso escolher três algarismos, um para cada ordem: centena, dezena e unidade.
..
Lembrando que:
existem ao todo 10 algarismos, que são 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9;
o algarismo da centena tem que ser diferente de zero (o número 083, por exemplo, é número natural de 2
294
..
algarismos, já que 083 = 83);
o algarismo da dezena tem que ser diferente do algarismo da centena;
o algarismo da unidade tem que ser diferente do algarismo da dezena e do algarismo da centena.
Exemplo 4
Dos 648 números encontrados no exemplo anterior, quantos são pares?
13
Resolução
Nessa resolução, o algarismo da unidade será chamado de “último algarismo”, o algarismo da dezena de “algarismo do
meio” e o algarismo da centena de “primeiro algarismo”, numa referência à posição de cada um no número:
CDU
O último algarismo do número pode ser escolhido de 5 modos (0, 2, 4, 6 ou 8). O primeiro algarismo pode ser
escolhido de ... depende! Se o zero foi usado como último algarismo, o primeiro algarismo pode ser escolhido de
9 modos (não podemos usar o algarismo já empregado na última casa). Se o zero não foi usado como último
algarismo, o primeiro algarismo só pode ser escolhido de 8 modos (não podemos usar nem o zero nem o algarismo
já empregado na última casa). 14
.
como último algarismo e aqueles cujo último algarismo é diferente de zero.
Terminando em zero temos 1 modo de escolher o último algarismo, 9 modos de escolher o primeiro e 8
.
modos de escolher o do meio, num total de 1 × 9 × 8 = 72 números.
Terminando em um algarismo diferente de zero temos 4 modos de escolher o último algarismo (2, 4, 6 ou
8), 8 modos de escolher o primeiro algarismo (não podemos usar nem o zero nem o algarismo já usado na
15
última casa) e 8 modos de escolher o algarismo do meio (não podemos usar os dois algarismos já empregados
nas casas extremas). Logo, temos 4 × 8 × 8 = 256 números terminados em um algarismo diferente de zero.
16
A resposta é, portanto, 72 + 256 = 328.
b) Ignorar uma das restrições (que é uma alternativa mais sofisticada). Ignorando o fato de zero não poder ser primeiro
algarismo, teríamos 5 modos de escolher o último algarismo, 9 modos de escolher o primeiro e 8 modos de escolher o
do meio, num total de 5 × 9 × 8 = 360 números. 17
Esses 360 números incluem números começados por zero, que devem ser descontados. Começando em zero temos 1 modo de
escolher o primeiro algarismo (0), 4 modos de escolher o último (2, 4, 6 ou 8) e 8 modos de escolher o do meio (não podemos
usar os dois algarismos já empregados nas casas extremas), num total de 1 × 4 × 8 = 32 números. 295
c) Também podemos resolver o problema determinando todos os números de 3 algarismos distintos (9 × 9 × 8 = 648) e
abatendo os números ímpares de 3 algarismos distintos (5 na última casa, 8 na primeira e 8 na segunda, num total de 18
5 × 8 × 8 = 320 números).
A resposta é 648 – 320 = 328 números.
Resposta: dos 648 números encontrados no exemplo anterior, 328 são pares.
Exemplo 5
19
Fonte: Resolução proposta pelo prof. Augusto César de Oliveira Morgado no livro “Análise Combinatória e
Probabilidade” – IMPA/VITAE/1991.
No alfabeto Braille para cegos, cada símbolo (letra, algarismo, sinal de pontuação etc.) é representado por uma “célula” de
6 pontos, em que cada ponto pode estar em relevo ou não, sendo que pelo menos um ponto tem que estar em relevo. Por
•
exemplo, as letras a, b e c são assim representadas (nas figuras, significa que o ponto está em relevo):
a b c
• • • • • •
• • • • • •
• • • • • •
Louis Braille nasceu em 1809, em uma pequena cidade da França. Aos 3 anos de idade, acidentalmente feriu um dos olhos
enquanto brincava com as ferramentas de seu pai. Pouco tempo depois, perdeu completamente a visão em ambos os olhos.
Em 1819, incentivado por um padre local e por sua professora, foi morar em Paris e estudar no Instituto Nacional de
Cegos. Lá, aos 11 anos, começou experiências com um novo código para letras, baseado em um código para “escrita
noturna” usado pelo exército francês.
Escreveu Louis certa vez em seu diário: “Se meus olhos não me contarão a respeito de homens e acontecimentos, idéias
e doutrinas, eu preciso encontrar outra maneira de saber sobre tudo isso”.
296 Embora Louis tenha introduzido seu revolucionário código Braille em 1824, o governo francês só aprovou oficialmente
..
Para saber o número de placas com duas letras e quatro algarismos, temos que lembrar que:
há 26 letras, pois são utilizadas as 23 letras de nosso alfabeto e mais K, W e Y;
.
21
há 10 algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9;
as letras podem se repetir e os algarismos também.
Logo, havia 26 × 26 × 10 × 10 × 10 × 10 = 6.760.000 placas com duas letras e quatro algarismos.
Já com três letras e quatro algarismos, há:
26 × 26 × 26 × 10 × 10 × 10 × 10 = 175.760.000 placas.
Ou seja,169 milhões a mais do que antes.
Para saber o total de números de telefone com 7 dígitos que havia no Rio de Janeiro, vamos supor que só não havia
números de telefone iniciados por zero. Nesse caso, tínhamos:
22
9 × 10 × 10 × 10 × 10 × 10 × 10 = 9.000.000 de números de telefone.
Com oito dígitos, o raciocínio é o mesmo. Teremos:
9 × 10 × 10 × 10 × 10 × 10 × 10 × 10 = 90.000.000 de números de telefone.
Ou seja, dez vezes o número de telefones que havia antes.
1 Numa sala há 5 homens e 6 mulheres. De quantos modos é possível selecionar um casal homem–mulher?
3 Nesse exercício, as “palavras” não precisam fazer sentido, ou seja, não precisam existir na língua portuguesa.
a) Quantas “palavras” de três letras podem ser formadas com um alfabeto de 26 letras?
b) Quantas “palavras” de três letras diferentes podem ser formadas com um alfabeto de 26 letras?
4 Um teste é formado por 10 questões de múltipla escolha, com 5 alternativas cada uma. Quantas maneiras diferentes
existem de preencher o cartão-resposta desse teste, marcando uma alternativa em cada questão?
297
5 (UFRJ – Vestibular – 1997.) Um construtor dispõe de 4 cores (verde, amarelo, cinza e bege) para pintar 5 casas
dispostas lado a lado. Ele deseja que cada casa seja pintada com apenas uma cor e que duas casas consecutivas não
possuam a mesma cor.
Determine o número de
possibilidades diferentes
Segunda
de pintura.
verde cinza verde bege cinza
6 Na figura ao lado,
cada linha representa um
caminho entre as cidades.
De quantas maneiras você
pode ir da cidade X para a
cidade Y?
A
X y
7 O código Morse usa “palavras” contendo de 1 a 4 “letras”. A “letra” pode ser um ponto ou um traço. Quantas
“palavras” existem no código Morse?
8 O segredo de um cofre é formado por uma seqüência de quatro números de dois dígitos (de 00 a 99). Uma pessoa
decide tentar abrir o cofre sem saber a combinação do segredo (por exemplo: 15 – 26 – 00 – 52). Se essa pessoa levar
um segundo para experimentar cada segredo possível, trabalhando ininterruptamente e anotando cada tentativa já
feita para não repeti-la, qual será o tempo máximo que poderá levar para abrir o cofre?
9 Nesta aula, você calculou que existem 175 760 000 placas diferentes de três letras e quatro algarismos. José Carlos
Medeiros gostaria que a placa de seu automóvel tivesse as iniciais do seu nome. Quantas placas existem:
a) com as letras J, C e M, em qualquer ordem?
b) com as letras J, C e M, nessa ordem?
298
Permutações
Cinco pessoas devem ficar lado a lado para tirar uma fotografia. Como são muito
indecisas, demoram até a resolver que posição cada uma ocupará na foto. Será que
essa indecisão pode durar muito tempo? De quantas maneiras diferentes essas cinco
pessoas podem se arrumar?
E se forem seis pessoas, sendo que duas delas não querem sair na foto uma ao lado
da outra? Ih... Piorou!
Ainda bem que contamos com a ajuda da Análise Combinatória para resolver esse tipo de
problema. Utilizaremos, como você verá, o Princípio Multiplicativo, estudado na Aula 42.
Que tal você e seus colegas tentarem encontrar o número de possibilidades das cinco
pessoas se arrumarem para a foto, lembrando do que foi estudado na Aula 42?
Deu para perceber que permutação está sempre ligada a troca. Repare que o item 4 apresenta o sentido matemático
da palavra permutação.
Podemos dar também a seguinte definição de permutação:
2
PENDÊNCIAS
ENTRADA
Solução
Em primeiro lugar, vamos chamar a caixa de entrada de E, a de pendências de P e a de saída de S. Arrumar essas caixas
..
significa escolher uma para ficar embaixo, uma para o meio e uma para ficar em cima. Então:
para escolher a caixa de baixo há três opções: E, P ou S;
. para escolher a caixa do meio há duas opções, pois uma já ficou embaixo;
para escolher a caixa de cima há uma opção, pois já foram escolhidas duas caixas: uma para baixo e uma para o meio.
Pelo princípio multiplicativo, há maneiras diferentes de arrumar as caixas.
Resposta: existem 6 maneiras diferentes de ordenar essas caixas.
O problema não pede, mas podemos dizer quais são essas maneiras (porque são só 6). 4
Em cima E E P P S S
Meio P S E S E P
Embaixo S P S E P E
Exemplo 2
Quantos números de 4 algarismos diferentes podem ser formados usando apenas os algarismos 1, 2, 4 e 7?
Solução
Formar um número de 4 algarismos é escolher um algarismo para cada ordem (unidade, dezena, centena e unidade
..
de milhar). Temos:
4 opções para a unidade (1, 2, 4 ou 7);
..
3 opções para a dezena (porque um já está na unidade);
2 opções para a centena (porque dois já foram escolhidos);
1 opção para a unidade de milhar (porque três já foram colocados, só restando um).
Então, pelo princípio multiplicativo, há 4 × 3 × 2 × 1 = 24 maneiras de formar os números.
Resposta: podem ser formados 24 números.
300 Observe que nesse exemplo já seria trabalhoso dizer quais são todos esses números, já que há 24 deles. 5
Solução
..
Novamente, o raciocínio é:
para o 1o lugar, há 6 opções (pois são 6 atletas);
..
para o 2o lugar, há 5 opções (pois um já está em 1o );
para o 3o lugar, há 4 opções (pois um já está em 1o e outro em 2o );
..
para o 4o lugar, há 3 opções (pois já foram escolhidos o 1o , o 2o e o 3o );
para o 5o lugar, há 2 opções (pois já foram escolhidos o 1o , o 2o , o 3o e o 4o );
para o 6o lugar, há 1 opção (pois já foram escolhidos os 5 primeiros lugares).
6
Há, usando o princípio multiplicativo, maneiras possíveis de formar o resultado.
Resposta: existem 720 resultados possíveis para essa corrida.
A multiplicação pode ser muito extensa para ser escrita (imagine se fossem 50 atletas participando da maratona) e
aparece com freqüência em raciocínios de análise combinatória. Por isso, ela “ganhou” um nome e um símbolo só para
ela, que abreviam sua escrita.
FUmaatorial de um número 9
multiplicação do tipo é chamada fatorial de n e é representada por n! (lemos “n
fatorial”). 301
Exemplo 4
Veja alguns cálculos envolvendo fatoriais:
10
Os exemplos a seguir mostram que alguns problemas envolvendo permutações têm condições que não podem ser esquecidas
na hora da resolução. Por isso, leia bem cada problema para ter certeza de que o entendeu, antes de tentar resolvê-lo.
Exemplo 6
Quantos anagramas da palavra MARTELO começam e terminam com consoante?
Solução
A palavra tem 4 consoantes: M, R, T e L. Então, há 4 opções para a primeira letra e 3 opções para a última letra (uma
das consoantes já foi escolhida para ser a primeira letra, restando 3).
Escolhidas a primeira e a última letras, sobram 5 letras para serem permutadas em 5 posições.
Assim, há anagramas.
302 Resposta: 1 440 anagramas. 13
Solução:
a) São 7 presidentes para 7 cadeiras, logo há 7! = 5 040 disposições. 15
c) Esse item pede o contrário do item anterior. Então: do total de arrumações possíveis, retiramos aquelas em que os dois
presidentes estão juntos. O resultado é o número de arrumações em que eles não estão juntos, ou seja, em que estão
separados.
Total (calculado no item a): 5 040.
Número de arrumações em que os dois presidentes estão juntos (calculado em b): 1440.
Número de arrumações em que os dois presidentes não estão juntos: 5 040 – 1 440 = 3 600. 17
Depois desses exemplos, e lembrando do que foi visto na aula, que tal juntar-se
a seus colegas e tentar responder às duas perguntas feitas no início desta aula? 18
Depois, discuta os resultados com o professor!
1 Seis alunos estão “amontoados” na frente da cantina da escola, quando a moça do caixa pede que eles se organizem
em uma fila. Quantas filas diferentes eles podem formar? 303
3 (CESGRANRIO) Um fiscal do Ministério do Trabalho faz uma visita mensal a cada uma das cinco empresas de
construção civil existentes em um município. Para evitar que os donos dessas empresas saibam quando o fiscal as
inspecionará, ele varia a ordem de suas visitas. De quantas formas diferentes esse fiscal pode organizar o calendário de
visita mensal a essas empresas?
a) 180 b) 120 c) 100 d) 48 e) 24
4 Considere todos os números de seis algarismos distintos que podem ser formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
a) Quantos são esses números?
b) Quantos desses números são pares?
c) Quantos têm os algarismos 1 e 2 juntos?
d) Quantos são múltiplos de 5?
5 (FATEC) Seis pessoas, entre elas João e Pedro, vão ao cinema. Existem seis lugares vagos, alinhados e consecutivos.
O número de maneiras distintas como as seis podem sentar-se sem que João e Pedro fiquem juntos é:
a) 720 b) 600 c) 480 d) 240 e) 120
6 (FUVEST) Com as 6 letras da palavra FUVEST podem ser formadas 6!=720 “palavras” (anagramas) de 6 letras
distintas cada uma. Se essas “palavras” forem colocadas em ordem alfabética, como num dicionário, a 250a “palavra”
começa com:
a) EV b) FU c) FV d) SE e) SF
7 Quatro crianças viajam sempre no banco traseiro de um automóvel de quatro portas. As três maiores brigam
pela janela, e a menor não deve viajar perto das portas. Quantas são as disposições possíveis das crianças?
304
Exemplo 1
Solução
Se a palavra tivesse três letras diferentes, você já saberia a resposta: 3! = 6. Vamos então “fingir” que as duas letras A são
diferentes, marcando uma delas com uma “bolinha”, assim: Å. É como se agora a palavra fosse ANÅ, com 3 letras
diferentes. Listando os seis anagramas, encontramos: 305
Na verdade, há apenas três anagramas diferentes: AAN, ANA e NAA. Isso aconteceu porque, ao retirarmos a “bolinha”,
os anagramas que apresentavam as duas letras A nas mesmas posições tornaram-se iguais. Mesmo que troquemos uma
letra A de lugar com a outra, o anagrama permanece o mesmo. Trocar uma letra A de lugar com a outra é permutar as
letras A. Como isso pode ser feito de 2! formas diferentes, o número de anagramas que antes eram diferentes e agora são
Exemplo 2
Quantos anagramas existem da palavra MADEIRA? 4
Solução
A palavra tem sete letras e então teríamos 7! anagramas se as letras fossem todas distintas. Como há letras repetidas
Exemplo 3
Uma urna contém 10 bolas, sendo 6 pretas e 4 brancas. Quantas são as maneiras de se retirar da urna, uma a uma, as 10 bolas?
5
Solução
O exemplo mostra uma permutação de 10 elementos. Se fossem todos distintos, a resposta seria 10!. Como há 6 bolas
pretas iguais e 4 bolas brancas iguais, o número de permutações será menor.
Veja primeiro algumas maneiras de retirar as 10 bolas da urna, uma a uma: 6
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª
...
Se as bolas brancas (que são iguais) fossem numeradas de 1 a 4, poderíamos mudá-las de posição entre si à vontade e
o resultado para a retirada das 10 bolas continuaria o mesmo:
1 2 3 4
4 3 2 1
3 1 2 4 etc...
306
7
Resposta: são 210 maneiras.
Exemplo 4
Quantos anagramas existem da palavra CRESCER?
Solução
Esta palavra tem 7 letras, sendo duas letras C, duas letras R, duas letras E e uma letra S.
Como no exemplo anterior, há 2! maneiras de permutar as letras C, 2! maneiras de permutar as letras R e 2! maneiras
de permutar as letras E. Retirando essas repetições, temos:
Se houver mais de dois objetos que se repetem, como no exemplo 4, o denominador será o produto dos fatoriais do
número de vezes que cada objeto se repete.
Exemplo 5
Considere os algarismos 4, 5 e 6. Quantos números de 8 algarismos é possível formar em que o algarismo 4 apareça exatamente
4 vezes e os algarismos 5 e 6 apareçam exatamente 2 vezes cada um?
Solução
Cada número terá 8 algarismos, sendo que um deles se repete 4 vezes e outros dois se repetem 2 vezes cada um.
Haverá então:
9
Resposta: podem ser formados 420 números. 307
Exemplo 6
O quadriculado abaixo é o esquema de uma parte do mapa de uma cidade. Cada linha representa uma rua e cada quadrado, um
quarteirão. João mora em A e Maria mora em B. Andando só para o Norte ou para o Leste, quantos caminhos diferentes existem
para ir da casa de João até a de Maria? (Um deles já está marcado na figura, para ajudar na resolução).
Solução
B
N
L
A
Observando a figura, vemos que um caminho é uma seqüência de 10 “passos”, representados pelas setinhas, sendo 6
passos para o Leste e 4 passos para o Norte. O caminho da figura seria representado assim: (N, L, N, L, L, N, L, N, L, L).
Cada um dos outros caminhos existentes pode ser obtido permutando esses 10 passos, desde que haja repetição de 6
para o Leste e 4 para o Norte. Veja outros caminhos possíveis:
(L, L, N, L, L, N, L, N, N, L); (L, L, L, L, L, L, N, N, N, N); (N, L, N, L, N, L, N, L, L, L) etc.
O número de caminhos será então o número de permutações de 10 passos, com repetição de 6 e de 4:
S implificando fatoriais
Uma fração com fatoriais no numerador e no denominador pode ser simplificada, como já foi feito nos Exemplos 3, 5
e 6.. Veja mais algumas simplificações desse tipo:
11
P ermutações circulares
Permutações circulares são aquelas em que arrumamos n objetos em n lugares que estão em círculo, em vez de estarem em fila. 12
308
Solução
Se as 5 crianças fossem formar uma fila, você já saberia que existem 5! = 120 filas diferentes. E para formar uma roda?
Qual será a diferença?
Em uma fila, faz (muita) diferença, por exemplo, ser o primeiro ou o último. Na roda, não, porque ela é “fechada”. Não
existe o “primeiro da roda” ou o “último da roda”. O que vai interessar mesmo é quem está ao lado de quem ou, mais
formalmente, a posição relativa entre os objetos.
Para que duas filas sejam iguais, todos os objetos, do primeiro ao último, têm que estar nas mesmas posições. Se pelo
menos um deles estiver em posição diferente, as filas serão diferentes. Por exemplo: A B C D E é diferente de C D E A
B. Basta ver que, em uma delas, A é o primeiro da fila e, na outra, A é o penúltimo da fila.
No caso das rodas, o que importa é quem está ao lado de quem. Duas rodas serão iguais quando, em ambas, cada objeto
for ladeado pelos mesmos objetos, tanto à esquerda quanto à direita. Essa igualdade também pode ser descoberta de
outro modo, fazendo uma “leitura” das rodas. 13
Por exemplo, já vimos que as filas A B C D E e C D E A B são diferentes, mas veja o que acontece quando arrumamos
as duas em roda:
A C
E B B D
D C A E
14
Na primeira roda, escolhendo A como ponto de partida para a “leitura” e obedecendo ao sentido da seta, “lemos” A B C D E.
Na segunda roda, temos que escolher o mesmo ponto de partida e o mesmo sentido de “leitura” da primeira, para que
seja possível compará-las. Fazendo isso, “lê-se” A B C D E.
..
Como as “leituras” são iguais, as rodas são iguais. Em ambas, vemos que:
A tem E à direita e B à esquerda;
..
B tem A à direita e C à esquerda;
C tem B à direita e D à esquerda;
.
D tem C à direita e E à esquerda;
E tem D à direita e A à esquerda.
Bem, até agora vimos quando duas filas são iguais, quando duas rodas são iguais, mas ainda não respondemos à pergunta
do problema!
É que essas explicações todas eram necessárias para entender que filas diferentes podem representar a mesma roda.
Por isso não podemos dizer que há 5! = 120 rodas. Se fizermos isso, estaremos contando a mesma roda várias vezes. O 15
problema agora é descobrir quantas vezes contamos a mesma roda, para poder “retirar” essa repetição. 309
A roda A B C D E, por exemplo, pode ser desenhada de 5 maneiras diferentes, pois a pessoa A pode ocupar 5 posições.
É só ir “girando” a roda:
A E D C B
E B D A C E B D A C
D C C B B A A E E D
Expressão geral
para permutações circulares
No Exemplo 7, para calcular o número de permutações circulares de 5 objetos, fizemos . E se tivermos um número
qualquer n de objetos? Qual será o cálculo?
Se temos n objetos, cada roda pode ser representada por n filas diferentes. Confira:
a) 3 objetos: A, B e C. A roda A B C pode ser desenhada de 3 maneiras diferentes, pois A pode ocupar 3 posições.
Cada desenho corresponde a uma fila: A B C, C A B e B C A.
Então, cada roda é representada por três filas diferentes.
17
A C B
C B B A A C
O número de filas de 3 objetos diferentes é 3!. Para encontrar o número de rodas, faríamos .
b) 8 objetos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Cada roda é representada por 8 filas diferentes (é só ir “girando” a roda).
Há 8! filas de 8 objetos. Para encontrar o número de rodas, faríamos .
Pelos exemplos, parece que o número de permutações circulares de n objetos será , já que cada roda pode ser
representada por n filas. Realmente, isso é verdade. Se quisermos, ainda é possível simplificar a fração 18
310
Exemplo 10
Ainda naquele encontro dos 7 presidentes, as reuniões acontecerão ao redor de uma mesa, mas há dois presidentes que não
devem sentar juntos. E agora? De quantas formas podemos organizá-los?
Solução
Nesse caso, poderíamos contar as permutações circulares dos outros 5 presidentes e depois encaixar os dois que devem
ficar separados nos espaços entre os 5 já arrumados.
3 Considere os algarismos 1, 3, 6 e 8.
a) Com eles, podem ser formados quantos números de 7 algarismos que tenham exatamente 3 algarismos 6 e 2 algarismos 8?
b) Quantos desses números são maiores do que 6 milhões?
4 Numa prova de 10 questões, todos os alunos de uma classe tiraram nota 8 (acertaram 8 questões e erraram 2).
O professor, desconfiado, resolveu comparar todas as provas e ficou feliz ao verificar que em toda a classe não havia
duas provas iguais. Qual é o maior número de alunos que essa classe pode ter? 311
5 (UNITAU) O número de anagramas da palavra BIOCIÊNCIAS que terminam com as letras AS, nesta ordem, é:
8 Para fazer um colar para a boneca da filha, Mariana separou algumas contas, todas diferentes entre si. Se Mariana
pode fazer 720 colares diferentes usando todas as contas, quantas contas ela separou?
É importante que você desenvolva sua autoconfiança para defender seus pontos de
vista e sua maneira de resolver problemas.
312
Combinações
Nas últimas três aulas, você estudou problemas de Análise Combinatória envolvendo
o princípio multiplicativo e os vários tipos de permutações (simples, com repetição
e circulares). Lembrando dos problemas de permutações das Aulas 43 e 44, você
..
pode perceber que todos possuem duas características em comum:
todos os objetos são usados na hora de formar o agrupamento E;
a ordem em que os objetos são arrumados no agrupamento faz diferença.
Nos problemas sobre anagramas de palavras, por exemplo, todas as letras
tinham que ser usadas e a ordem em que as letras eram ordenadas era
importante, pois cada ordem diferente gerava um novo anagrama.
Esta aula prossegue com o estudo de Análise Combinatória, mas você vai
..
conhecer um tipo diferente de problema, em que:
não são utilizados todos os objetos na hora de formar o agrupamento E;
a ordem em que os objetos são dispostos no agrupamento não faz diferença.
Por exemplo:
a) De quantas formas podemos escolher 6 números para apostar na MEGA-SENA?
Exemplo 1
Em uma obra, havia três vagas para pedreiro. Antonio, Carlos, João, José e Pedro se candidataram para preencher as vagas.
De quantas formas o encarregado da obra pode escolher os três pedreiros de que ele precisa?
Solução
Em primeiro lugar, note que ele não vai “usar” todos os candidatos. De 5, escolherá apenas 3.
Além disso, a ordem em que ele vai escolhê-los não faz diferença: se ele escolher primeiro João, depois José e por último
Pedro; ou primeiro José, depois Pedro e por último João, o grupo escolhido será o mesmo.
Já deu para perceber que esse não é um problema de permutações.
E se tentássemos resolvê-lo usando o princípio multiplicativo? Nesse caso, teríamos 5 candidatos para a primeira vaga,
4 para a segunda e 3 candidatos para a última. A solução seria:
Haveria 60 formas de escolher os três novos pedreiros dentre os 5 candidatos. 313
O problema é que, ao usar o princípio multiplicativo, considera-se que a ordem dos agrupamentos faz diferença. E,
nesse caso, não queremos que isso aconteça! Quer dizer, contamos várias vezes o mesmo grupo de candidatos, só porque
foram escolhidos em ordem diferente:
João José Pedro
João Pedro José
José João Pedro
José Pedro João
Pedro João José
Pedro José João
Esses seis grupos são iguais, e foram contados como agrupamentos diferentes nas 60 formas de escolher que encontramos.
Para retirar as repetições desses e de outros grupos, vamos dividir o resultado (60) pelo número de vezes que eles se
repetem na contagem. Mas...que número é esse?
Os grupos repetidos são as formas de embaralhar três candidatos escolhidos. Ora,“embaralhar” três objetos é fazer permutações!
O número de permutações de 3 objetos você já sabe calcular: 3! = 6.
Logo, temos que dividir 60 por 6, para não contar as repetições: 60 ÷ 6 = 10.
Resposta: há 10 maneiras de escolher os 3 novos pedreiros, entre os 5 candidatos.
cálculo de combinações
O tipo de agrupamento feito no Exemplo 1, em que não foram usados todos os elementos e no qual a ordem não faz
diferença, chama-se combinação. No exemplo, temos uma combinação de 5 objetos (os 5 candidatos) 3 a 3 (queríamos
escolher 3). Isso significa que: de 5, queremos escolher 3, e a ordem não faz diferença.
Apresentaremos agora uma fórmula para o cálculo de combinações. Mas você não é obrigado a usá-la! Se quiser, pode
fazer o mesmo tipo de raciocínio do Exemplo 1 para calcular combinações. 3
Vamos supor que temos n objetos e que, desses n, queremos escolher p objetos (p < n). Cada escolha chama-se combinação de
n objetos p a p. A fórmula é uma generalização do raciocínio feito acima, como você pode verificar, junto com seus colegas.
O número de combinações de n objetos p a p é representado por Cnp, e é calculado assim:
n!
C n = _______
p
4
(n – p)! p!
Calculando o número de combinações do Exemplo 1 com essa fórmula, teríamos n = 5, p = 3 e obteríamos:
5
Nos próximos exemplos, vamos resolver mais alguns problemas. Leia com atenção o enunciado, interprete-o e tente
resolver o problema sozinho ou junto com seus colegas. Só depois disso leia a resolução. Assim você poderá ver se
entendeu, de fato, como o problema foi resolvido. 6
Exemplo 2
Em um hospital, há apenas 5 leitos disponíveis na emergência. Dez acidentados de um ônibus chegam e é preciso escolher 5
para ocupar os leitos. Os outros ficariam em macas, no corredor do hospital. De quantas formas poderíamos escolher as 5
314 pessoas que ficariam nos leitos?
..
Nesse caso, observe que:
de 10 pessoas, 5 serão escolhidas;
a ordem em que a escolha é feita não importa.
Há duas formas de encaminhar a resolução.
..
1) Usar o princípio multiplicativo e as características da situação:
de 10 pessoas, 5 serão escolhidas;
a ordem em que a escolha é feita não importa.
Se a ordem importasse, haveria maneiras de escolher 5 das 10 pessoas. Como a ordem não importa,
cada grupo de 5, que foi contado 5! vezes, tem que ser reduzido a um só. Para isso, dividimos por 5!:
Exemplo 3
Uma pequena empresa quer formar um time de futebol e 15 funcionários se inscreveram, dizendo que aceitam jogar
em qualquer posição. De quantas formas é possível escolher os 11 jogadores do time?
Solução
Dos 15 funcionários, 11 serão escolhidos e a ordem de escolha não importa, pois é preciso escolher apenas os jogadores
sem determinar suas posições em campo. Temos, então, as características de uma combinação de 15 pessoas (n = 15)
para formar grupos de 11 (p = 11).
Novamente, há duas maneiras de encaminhar a resolução. 7
Exemplo 4
Se, no exemplo anterior, dos 15 funcionários que se inscreveram, apenas 5 podem ser goleiros, de quantas formas poderíamos
escolher os 11 jogadores do time? 9
Solução
Aqui, de 5 funcionários, escolheremos 1 para ser goleiro. Escolhido o goleiro, restam 14 funcionários. Desses 14 restantes
escolheremos os outros 10 jogadores do time.
10
Essas duas escolhas são casos de combinações: de 5 escolher 1 para goleiro (n = 5 e p = 1) e de 14 escolher 10 para jogar
(n = 14 e p = 10).
Usando a fórmula, temos:
. número de maneiras de escolher os outros 10 jogadores :
12
Agora, pelo princípio multiplicativo, se há 5 maneiras de escolher o goleiro e 1 001 maneiras de escolher os outros
jogadores, então há 5 x 1001 maneiras de escolher todo o time.
Resposta: os 11 jogadores do time poderiam ser escolhidos de 5 005 formas.
Exemplo 5
Os 15 funcionários da empresa vão escolher, entre eles, uma comissão de 3 pessoas para reivindicar apoio financeiro da
diretoria ao novo time de futebol. Beto vai fazer parte dessa comissão, mas Edu já avisou que não quer ser escolhido. Em
quantas comissões Beto poderia pensar, tais que ele fosse um dos membros e Edu não estivesse?
Solução
Se Edu não vai participar da comissão, ele já pode ser deixado de fora. Sobram então 14 pessoas. Uma delas é Beto, que
13
vai participar da comissão. Restam então 13 pessoas (Edu não quer participar e Beto já faz parte) e 2 lugares na comissão
(um já está ocupado por Beto). De 13, temos que escolher 2 e a ordem não importa.
Esse é um caso de combinação onde n = 13 e p = 2. Usando a fórmula:
Exemplo 6
De quantos modos podemos formar 2 times de vôlei com 12 moças?
Solução
Como cada um dos times deve ter 6 jogadoras, o primeiro pode ser escolhido de modos. Escolhido esse time,
sobram exatamente 6 moças para formar o segundo. A resposta, então, parece ser ×1. No entanto, como a ordem
de escolha dos times não importa (não há “primeiro time” e “segundo time”, apenas queremos escolher dois times),
temos que dividir por 2!, que é o número de permutações dos dois times. Assim:
316
1 O chefe da seção de laticínios de um supermercado quer dispor 6 marcas diferentes de ervilha em lata em duas prateleiras: 3 delas
ficarão na primeira prateleira e as outras 3 na segunda. De quantas formas ele pode escolher as marcas que ficarão em cada prateleira?
2 Uma quituteira faz 10 tipos diferentes de docinhos e 15 qualidades de salgadinhos. Para organizar uma festa,
Lúcia vai escolher 10 tipos de salgadinhos e 6 tipos de docinhos diferentes.
a) De quantas formas ela pode escolhê-los?
b) Se o brigadeiro e o beijinho de coco serão com certeza escolhidos entre os docinhos, e as 5 qualidades de salgados que
são feitos com carne não serão escolhidas, de quantas formas Lúcia poderá escolher os salgados e os doces para a festa?
3 Entre os 12 acionistas de uma empresa, serão escolhidos 1 para presidente, 1 para vice-presidente e 2 tesoureiros.
Sabendo que há 4 candidatos para os cargos de presidente e vice-presidente e 5 candidatos a tesoureiro, responda: de
quantas formas os cargos poderão ser preenchidos?
4 Uma emissora de TV tem 12 comerciais para serem igualmente distribuídos nos 4 intervalos de um filme. Se em cada intervalo
forem exibidos 3 comerciais diferentes, de quantas formas pode-se escolher os comerciais que serão exibidos em cada intervalo?
5 Dezesseis policiais vão sair em duplas para fazer a ronda em vários pontos de um bairro de uma grande cidade.
a) De quantas formas as duplas poderão ser organizadas?
b) Se, dos 16 policiais, 4 são policiais femininas e não é permitido fazer uma dupla com duas mulheres, de quantas
maneiras as duplas poderão ser formadas?
6 (CESGRANRIO) Em um campeonato de futebol, cada um dos 12 times disputantes joga contra todos os outros
uma só vez. O número total de jogos desse campeonato é :
a) 32 b) 36 c) 48 d) 60 e) 66
7 (FATEC) Dispomos de 10 produtos para montagem de cestas básicas. O número de cestas que podemos formar
com 6 desses produtos, de modo que um determinado produto seja sempre incluído, é:
a) 252 b) 210 c) 126 d) 120 e) 24
8 (UNICAMP) De quantas maneiras podem ser escolhidos 3 números naturais distintos, de 1 a 30, de modo que
sua soma seja par? Justifique sua resposta. 317
Revisão de combinatória
Nesta aula, vamos “misturar” os vários conceitos aprendidos em Análise
Combinatória. Desde o princípio multiplicativo até as combinações, passando ainda
pelas permutações de vários tipos.
Aproveite para adquirir segurança na interpretação e resolução de problemas.
Novamente, a proposta é que você tente resolver cada exemplo e só depois confira sua
resolução.
Exemplo 1
Uma diarista tem 10 casas para trabalhar, mas todas as donas-de-casa querem que ela trabalhe uma vez por semana.
Sabendo que domingo é seu dia livre e que só em duas casas ela pode trabalhar no sábado, calcule de quantas formas a
diarista pode organizar sua semana.
Solução
Esse é um problema em que a ordem faz diferença, mas não serão usados todos os objetos (das 10 casas, só é possível 1
escolher 6, uma para cada dia da semana, de segunda a sábado).
Então, para resolver o problema, vamos usar o princípio multiplicativo.
No sábado, escolhemos uma entre duas casas. Há 2 formas de fazer essa escolha. 2
De segunda a sexta, das oito casas restantes, temos que escolher 5.
3
Logo, há maneiras de escolher.
Então, de segunda a sábado, há maneiras de escolher.
Resposta: a diarista pode organizar sua semana de 13 440 formas. 4
Exemplo 2
Uma biblioteca recebeu uma doação de 3 livros diferentes de Matemática, 3 livros diferentes de Química e 4 livros diferentes
de Física. De quantas formas a bibliotecária poderá arrumá-los em uma prateleira de livros novos?
Solução
Nesse problema, usamos todos os objetos (os 10 livros) e a ordem de arrumação faz diferença. Logo, trata-se de uma 5
permutação de 10 objetos.
10! = 3 628 800
Resposta: a bibliotecária poderá arrumar a prateleira de 3 628 800 formas.
Exemplo 3
No exemplo anterior, foi chamada a atenção da bibliotecária, porque ela deveria ter deixado juntos os livros da mesma 6
318 matéria! E agora? De quantas formas poderá arrumá-los?
Exemplo 4
Imagine que, além da exigência do Exemplo 3 (que os livros de cada matéria fiquem juntos), haja 2 livros de Física iguais
e 2 livros de Matemática também iguais. Quantas formas diferentes existem de arrumar os livros na prateleira?
Solução
Se há 2 livros de Física e 2 de Matemática iguais, temos permutações com repetição para os livros dessas matérias.
Aproveitando a resolução do Exemplo 3, temos:
maneiras.
↓ ↓ ↓ ↓
Matemática Física Química ordem das matérias
Resposta: existem 1 296 formas de arrumar os livros.
Os Exemplos 5 a 8 são sobre times de vôlei. É bom saber que, há algum tempo, foram feitas modificações na composição
do time e na forma de contagem de pontos em uma partida. Acabou a chamada “vantagem” e os pontos passaram a
ser marcados seguidamente. Além disso, o time ganhou um líbero, jogador que não pode ocupar posições na rede e
tem até uma camisa diferente, para ficar bem destacado dentre os demais.
Exemplo 5
Dos 12 jogadores levados para uma partida de vôlei, apenas 6 entrarão em quadra no início do jogo. Sabendo que um é o
líbero, 3 são levantadores e 8 são atacantes, como escolher um líbero, 1 levantador e 4 atacantes?
Solução
O líbero já está escolhido, pois só há um. Dos 3 levantadores, escolheremos um, e dos 8 atacantes apenas 4 serão
escolhidos. Como a ordem não faz diferença, temos:
número de escolhas de 1 líbero →1
Exemplo 6
Durante o jogo, 2 atacantes e o levantador foram substituídos. De quantas formas isso poderia ter sido feito?
Solução
.
Dos jogadores que não estavam em quadra, 2 eram levantadores e 4 eram atacantes. Assim:
número de escolhas de 2 atacantes dentre 4 → 10
Exemplo 7
Ainda na partida de vôlei, depois de escolhido o time que entrará em
campo, é preciso decidir sua posição na quadra: 3 ficam na rede e 3
no fundo de quadra, mas o líbero não pode ocupar nenhuma das 3
posições junto à rede. A cada ponto feito, o time “roda”, e se o líbero
for para a rede, ele é substituído por outro jogador. Depois da disputa 3 4
do ponto, ele pode voltar à quadra. De quantas formas o técnico pode 2
5
arrumar os 6 jogadores escolhidos na quadra, para iniciar o jogo? 1
6
Solução 11
Se os 6 jogadores pudessem ocupar qualquer posição em quadra, teríamos uma permutação circular de 6 objetos. O
Só que o líbero não pode ocupar posições junto à rede… Há duas maneiras de encaminhar a resolução.
1a) Podemos simplesmente pensar que, como são 6 posições e o líbero não pode ocupar a metade delas (as 3 junto à
rede), o número de grupamentos em que ele estará junto à rede será a metade de 120, ou seja, 120 ÷ 2 = 60.
2a) Outra forma de pensar seria “fixar” o líbero em uma das 3 posições do fundo de quadra e calcular, para cada uma
dessas posições, de quantas formas podemos arrumar os jogadores. 13
Fixando o líbero na posição 6 (indicada na figura do problema), os outros jogadores podem ocupar qualquer uma das 5 posições
restantes. Mas não podemos esquecer que ainda temos uma “roda” de 6 jogadores. Por isso, continuamos a dividir por 6:
posição do líbero
arrumações dos outros 5 jogadores
O mesmo acontece se fixarmos o líbero nas posições 4 ou 5. Logo, são 3 posições possíveis para o líbero, e para cada
uma dessas posições há 20 formas de arrumar os 6 jogadores. Pelo princípio multiplicativo, as arrumações em que o
líbero não ocupa posição junto à rede são 3 x 20 = 60.
320 Resposta: o técnico poderá escolher as posições dos jogadores de 60 formas.
Exemplo 9
Seis homens e três mulheres inscreveram-se para trabalhar com menores carentes num projeto da prefeitura local, mas serão
escolhidos apenas 5 participantes. De quantas formas podemos escolher a equipe de modo que haja pelo menos uma
mulher?
Solução 15
Há duas formas de encaminhar a resolução desse problema.
1a) Como tem que haver pelo menos uma mulher no grupo, podemos ter uma, duas ou três mulheres. O grupo de 5
..
pessoas pode ser, então, de três tipos:
uma mulher e quatro homens;
.
duas mulheres e três homens;
três mulheres e dois homens.
Vamos calcular o número de maneiras de formar cada tipo de grupo.
.
Uma mulher e quatro homens:
escolhas de 1 mulher dentre 3 → 3 (ou );
.
Duas mulheres e três homens:
.
Três mulheres e dois homens:
.
escolhas de 3 mulheres dentre 3→ 1 (ou );
2a) Calculamos o total de grupos de 5 pessoas que podem ser formados, sem restrições. Depois, subtraímos o número
de grupos em que não há mulheres. Com essa subtração, encontramos o número de grupos onde há pelo menos uma
mulher.
Total de grupos sem restrições: escolhas de 5 pessoas dentre 9 (6 homens e 3 mulheres) :
Nessas últimas aulas, você estudou vários problemas de Análise Combinatória que
podem ser resolvidos de mais de uma maneira. Por isso, se sua resolução estiver
diferente da apresentada no livro, mas o resultado for o mesmo, mostre sua resolução
ao seu professor para que ele verifique se seu raciocínio está correto.
Veja alguns cálculos de combinações. Alguns deles foram feitos ao longo desta e da última aula.
322
Observe que, nas combinações que têm o mesmo valor, o n é o mesmo. Veja, por exemplo, as duas expressões abaixo:
, pois 3 + 2 = 5;
, pois 11 + 4 = 15;
, pois 1 + 4 = 5;
, pois 10 + 4 = 14;
323
, pois 2 + 11 = 13;
, pois 4 + 2 = 6.
Isso significa que calcular, por exemplo, o número de combinações de 15 objetos 3 a 3 é o mesmo que calcular o número
de combinações de 15 objetos 12 a 12. Lembrando do significado das combinações, podemos interpretar isso assim: o
número de grupos de 3 que podemos fazer com 15 objetos é igual ao número de grupos de 12 que podemos fazer com
15 objetos. Pensando um pouco, percebemos que, quando temos 15 objetos e separamos um grupo de 3 objetos,
automaticamente separamos um outro, formado pelos 12 objetos que ficaram “de fora”.
Você pode usar isso para simplificar cálculos ou na hora de interpretar um problema.
1 Tenho 15 pares de meias das quais 5 são brancas, 4 são pretas e as demais são coloridas e diferentes umas das
outras. Fiz um “rolinho” com cada par e quero enfileirá-los em minha gaveta. De quantas formas posso fazê-lo, deixando
juntas as meias de mesma cor?
3 Um grupo de 8 pessoas se hospedará em um hotel. De quantas formas elas poderão se distribuir, sendo 3 no
quarto 2A, 3 no quarto 2B e 2 no quarto 2C?
4 Um jardineiro tem 8 tipos diferentes de flores para plantar em 8 canteiros dispostos em círculo ao redor de um
chafariz. De quantas formas ele pode compor os canteiros?
5 Uma lanchonete oferece vitaminas de frutas, que podem ser escolhidas entre morango, abacaxi, banana,
maçã e laranja.
a) Quantas vitaminas podem ser feitas com exatamente duas frutas?
b) Quantas vitaminas podem ser feitas, no total?
6 Em uma empresa, o diretor de um departamento tem que escolher uma equipe para participar de um curso no
exterior. Seus subordinados são 10: 5 homens e 5 mulheres. Mas a equipe será de apenas 4 pessoas e pelo menos uma
terá que ser homem. Quantas possibilidades há para a escolha da equipe?
324
d) 31 e) 35
E F
A G H I J C
8 (UELONDRINA) Em uma reunião há 12 rapazes, 4 dos quais usam óculos, e 16 garotas, 6 das quais usam óculos.
De quantos modos possíveis podem ser formados casais para dançar se quem usa óculos só deve formar par com quem
não os usa?
a) 192 b) 104 c) 96 d) 88 e) 76
9 (UFRJ) Um campeonato de futebol foi disputado por 10 equipes em um único turno, de modo que cada time
enfrentou cada um dos outros apenas uma vez. O vencedor de uma partida ganha 3 pontos e o perdedor não ganha
ponto algum; em caso de empate, cada equipe ganha 1 ponto. Ao final do campeonato, tivemos a seguinte
pontuação:
Equipe 1 - 20 pontos
Equipe 2 - 10 pontos
Equipe 3 - 14 pontos
Equipe 4 - 9 pontos
Equipe 5 - 12 pontos
Equipe 6 - 17 pontos
Equipe 7 - 9 pontos
Equipe 8 - 13 pontos
Equipe 9 - 4 pontos
Equipe 10 - 10 pontos
Determine quantos jogos desse campeonato terminaram empatados.
325
O conceito de probabilidade
a) Qual é a chance de “dar cara” no lançamento de uma moeda?
b) Quais são os resultados possíveis quando lançamos duas moedas? O que tem
mais chance de ocorrer: CARA-CARA ou COROA-COROA?
c) Pode acontecer de se lançar uma moeda três vezes e não se obter cara nenhuma vez? 1
Trabalhando em grupo, tente responder às perguntas acima.
P robabilidades
Você e seus colegas certamente já ouviram falar de situações como: a probabilidade de ser sorteado, de acertar numa
aposta, de um candidato vencer uma eleição, de acertar o resultado de um jogo etc. Portanto, usamos probabilidades
em situações em que dois ou mais resultados diferentes podem ocorrer e não é possível saber antecipadamente, prever,
qual deles realmente vai ocorrer em cada situação.
Ao lançarmos para o alto uma moeda e quisermos saber se o resultado é cara ou coroa, não podemos prever o resultado,
mas podemos calcular as chances de ocorrência de cada um. Este cálculo é a probabilidade de ocorrência de um
resultado.
2
Os primeiros estudos envolvendo probabilidades foram motivados pela análise de jogos de azar. Sabe-se que um dos
primeiros matemáticos que se ocuparam com o cálculo das probabilidades foi Gerônimo Cardano (1501-1576). Com
Pierre de Fermat (1601-1665) e Blaise Pascal (1623-1662), a teoria das probabilidades começou a evoluir e ganhar
consistência, passando a ser utilizada em outros aspectos da vida social, como, por exemplo, em cálculos de expectativa
de vida, em pesquisas de opinião, entre outros. Atualmente, a teoria das probabilidades é muito utilizada em outros
ramos da Matemática (como o Cálculo, a Estatística e a Pesquisa Operacional), na Biologia (especialmente nos estudos
de Genética), na Física (como na Física Nuclear), na Economia, na Sociologia etc.
b) Quais são os resultados possíveis quando lançamos sucessivamente duas moedas? O que tem mais chance de ocorrer:
CARA-CARA ou COROA-COROA?
A chance de ocorrer CARA-CARA é de 1 para 4 e a chance de ocorrer COROA-COROA também. Logo, as chances de
ocorrer CARA-CARA ou COROA-COROA são iguais.
c) Pode acontecer de se lançar uma moeda três vezes e não se obter cara nenhuma vez?
Os resultados possíveis que temos no lançamento de uma moeda três vezes são:
Observe que dentre oito possibilidades em apenas uma não se obteve cara nenhuma vez, logo é possível que isto aconteça,
mas a chance é pequena ( , ou seja, 12,5% de probabilidade).
4
Exemplo 1
O chefe de uma seção com 5 funcionários lhes deu um ingresso da final de um campeonato para que fosse sorteado. Eles
escreveram seus nomes em papéis idênticos e colocaram tudo num saco para fazer o sorteio. Qual a chance que cada um tem
de ser sorteado?
Solução
Os 5 funcionários têm a mesma chance de serem sorteados. A chance que cada um deles tem de ser sorteado é de 1
para 5, ou ou 0,2 ou 20%.
327
Exemplo 2
No lançamento de um dado, qual a probabilidade de o resultado ser um número par?
Solução
Para que o resultado seja par, devemos ter uma das
possibilidades ao lado:
São 3 possibilidades favoráveis (2, 4 ou 6) em um
total de 6 resultados possíveis (1,2,3,4,5 e 6).
As chances de um resultado par são 3 num total de 6.
Resposta: a probabilidade de um resultado par é ou 50%.
Generalizando
Nos exemplos que você acabou de estudar, há dois ou mais resultados possíveis, todos com a mesma chance de ocorrer.
A probabilidade de ocorrer um desses resultados ou um conjunto de resultados que satisfaçam uma condição ou
exigência E é representada por P(E) e definida pela seguinte razão:
Observe, em primeiro lugar, que a fração será sempre positiva, pois m e n são números naturais. Como a
quantidade m será escolhida dentre as n existentes, m deverá ser menor ou igual a n (m ≤ n) e a fração
Caso a condição E exigida não possa ser cumprida, ou seja, se não houver nenhum resultado favorável a E , o número
Numa urna estão 10 bolas de mesmo tamanho e de mesmo material, sendo 8 pretas e 2 brancas. Pegando-se uma bola
qualquer dessa urna, qual a probabilidade de ela ser branca?
Solução
Como há 2 bolas brancas num total de 10 bolas, podemos escrever:
º
º
Resposta: a probabilidade de tirar uma bola branca é 20%.
Exemplo 4
De um baralho normal de 52 cartas, retiramos uma das cartas ao acaso. Qual é a probabilidade de ela ser:
a) um rei? b) uma figura (valete, dama ou rei)?
Solução
a) Num baralho normal de 52 cartas temos um rei de cada um dos 4 naipes (ouros, espadas, copas e paus), portanto:
º
º
b) No baralho existe uma figura de cada um dos 4 naipes. Assim, ao todo são 12 figuras. Então:
Exemplo 5
Com os algarismos 1, 3 e 5 formamos todos os números possíveis de 3 algarismos diferentes. Dentre eles , escolhemos um
número ao acaso.
a) Qual a probabilidade de escolher um número que seja múltiplo de 3?
b) Qual é a probabilidade de o número ser par?
Solução
a) O total de números formados por 3 algarismos é igual ao número de permutações possíveis com os algarismos 1, 3
e 5, que é igual a
Como a soma dos algarismos é 1 + 3 + 5 = 9, que é múltiplo de 3, qualquer um dos números formados será múltiplo
de 3, logo:
b) Como qualquer um dos algarismos 1, 3 e 5 colocados na casa das unidades do número gera um número ímpar, não
formaremos nenhum número par e a quantidade de casos favoráveis será zero. Assim :
3 No lançamento de dois dados, um verde e outro vermelho, qual é a probabilidade de que a soma dos pontos
obtidos seja:
a) 7? b) 1? c) maior que 12 ? d) um número par?
4 Dentro de um saco há 3 bolas pretas, 5 bolas brancas e 10 bolas amarelas. As bolas são iguais em tudo, exceto na
cor. Vou sortear uma bola ao acaso.
a) Qual é a probabilidade de que a bola seja preta ?
b) Qual é a probabilidade de que a bola seja branca ?
c) Qual é a probabilidade de que a bola não seja amarela?
5 Vou lançar uma moeda três vezes. Em cada lançamento o resultado pode ser cara ou coroa.
a)Qual é a probabilidade de eu obter cara apenas no primeiro lançamento?
b) Qual é a probabilidade de haver pelo menos uma cara?
..
6 Numa comunidade, residem 100 pessoas. Uma pesquisa sobre os hábitos alimentares dessa comunidade revelou que:
25 pessoas consomem carnes e verduras;
.
83 pessoas consomem verduras;
39 pessoas consomem carnes.
Uma pessoa da comunidade é escolhida ao acaso. Qual é a probabilidade de ela:
a) consumir exclusivamente carnes?
b) ter o hábito alimentar de não comer nem carnes nem verduras ?
O caderno é o seu diário de Matemática. Ele deve conter sua história na construção
dos conhecimentos.
330
Calculando probabilidades
1
Lançando-se uma moeda e um dado, qual é a probabilidade de ocorrer cara na
moeda e mais de 4 pontos no dado?
Nesta aula você aprenderá a calcular a probabilidade de ocorrência de um evento e outro, bem como a ocorrência de um
ou outro evento. Em muitas situações a ocorrência de um evento depende da ocorrência de outro. Nesse caso, são
eventos dependentes. Observe que, no problema acima, isso não acontece. Qualquer resultado que possa ocorrer na
moeda não tem como interferir no resultado que se obtém no dado e vice-versa. Quando isso ocorre, dizemos que os
eventos são independentes e é preciso calcular a probabilidade de as situações ocorrerem ao mesmo tempo.
Observe que .
Probabilidade condicional
E quando os eventos não são independentes ? Para entender o que acontece então, considere o exemplo a seguir:
Exemplo 1
Alguns atletas participam de um triatlo (competição formada por 3 etapas consecutivas: natação, corrida e ciclismo). A probabili-
dade de que um atleta escolhido ao acaso termine a primeira etapa (natação) é de . Para continuar na competição com
a segunda etapa (corrida), o atleta precisa ter terminado a prova de natação. Dos atletas que terminam a primeira etapa e
ingressam na segunda etapa, a probabilidade de que um deles, escolhido ao acaso, termine a prova de corrida é de . Qual
é a probabilidade de que um atleta que iniciou a competição, e seja escolhido ao acaso, termine a primeira e a segunda etapas?
Solução
..
Considere os eventos:
A: terminar a 1a etapa da prova (natação);
B: terminar a 2a etapa da prova, tendo terminado a 1a.
Note que A e B não são eventos independentes, pois para começar a 2a etapa é necessário ter terminado, antes, a primeira.
Nesse caso dizemos que a ocorrência do evento B depende (está condicionada) à ocorrência do evento A.
Utilizamos então a notação B/A, que significa a dependência dos eventos, ou melhor, que o evento B/A denota a
ocorrência do evento B, sabendo que A já ocorreu. No caso deste exemplo, temos:
B/A: terminar a 2a etapa (corrida), sabendo que o atleta terminou a 1a etapa (natação).
Como calcular P(A e B), isto é, a probabilidade de um atleta escolhido ao acaso terminar a primeira e a segunda etapas
da competição? É simples: no lugar de usar P(B) na fórmula P (A e B) = P(A) . P(B). usaremos P(B/A) já que a
ocorrência de B depende da ocorrência de A .
Assim: .
Cálculo da probabilidade de
ocorrência de um evento ou outro
Dados dois eventos A e B, o cálculo da probabilidade de A ou de B se divide também em dois casos distintos.
Na Copa América de 1995, o Brasil jogou com a Colômbia. No primeiro tempo, a seleção brasileira cometeu 10 faltas, sendo
que 3 foram cometidas por Leonardo e outras 3 por André Cruz. No intervalo, alguns lances foram reprisados, entre os quais
uma falta cometida pelo Brasil, escolhida ao acaso. Qual a probabilidade de que a falta escolhida seja de Leonardo ou de
André Cruz ?
Solução
...
Considere os eventos: A : a falta escolhida ser de Leonardo;
B : a falta escolhida ser de André Cruz;
A ou B : a falta escolhida ser de Leonardo ou André Cruz.
Das 10 faltas, 3 foram de Leonardo e 3 de André Cruz; portanto, os dois juntos cometeram 6 das 10 faltas do Brasil.
Esta situação pode ser representada pela seguinte figura, em que A representa
F
o evento “falta de Leonardo” e B o evento “falta de André Cruz”.
Observe que os dois círculos A e B são disjuntos, porque uma falta é A B
cometida ou por Leonardo ou por André Cruz. O evento A e B é
impossível. Dizemos assim que os eventos A e B são mutuamente
exclusivos.
Temos então, em geral, para eventos mutuamente exclusivos:
333
Resposta: A probabilidade de ser escolhida uma falta de um desses jogadores é , ou seja, 60%.
Uma empresa que fabrica suco de laranja fez uma pesquisa para saber como está a preferência do consumidor em relação
a seu suco e ao fabricado por seu principal concorrente. Essa empresa é chamada SOSUMO, e seu concorrente, SUMOBOM.
A pesquisa concluiu que, dos 500 entrevistados, 300 preferiam o SUMOBOM, 100 consumiam os dois, 250 preferiam 6
SOSUMO e 50, nenhum dos dois. Um dos entrevistados foi escolhido ao acaso. Qual a probabilidade de que ele seja
consumidor de SOSUMO ou SUMOBOM?
Solução
Para determinar a probabilidade da ocorrência de um evento ou outro, somamos as probabilidades de os dois eventos
ocorrerem separadamente. Mas, neste exemplo, devemos tomar cuidado com o seguinte: existem pessoas que consomem
os dois sucos indiferentemente, compram o que estiver mais barato, por exemplo. Assim, não podemos contar essas
pessoas (que consomem um e outro) duas vezes. Observe que a soma dos resultados é maior que o número de
entrevistados (300 + 100 + 250 + 50 = 700), ou seja, há pessoas que, apesar de preferir um dos sucos, consomem os
dois. Para facilitar, consideraremos os eventos:
.. A: preferir SOSUMO
.. B: preferir SUMOBOM
AeB: consumir SOSUMO e SUMOBOM
AouB: consumir SOSUMO ou SUMOBOM
Fazendo , estamos contando duas vezes as pessoas que, apesar de preferir um dos
sucos, consomem os dois. Portanto, devemos subtrair de o resultado de para retirar a
“contagem dobrada”. Temos então:
Logo:
334
A probabilidade, então, de escolher uma pessoa que não faça parte desse grupo é de: .
Resposta: a probabilidade de que um entrevistado seja consumidor de SOSUMO ou SUMOBOM é , ou seja, 90%.
..
Para entender isso melhor, observe o exemplo.
No lançamento de um dado, considere os eventos:
A: obter um número menor que 3.
B: não obter um número menor que 3.
8
.
1 Uma urna contém precisamente 7 bolas: 4 azuis e 3 vermelhas. Retira-se, ao acaso, uma bola da urna, registra-se
a sua cor e repõe-se a bola na urna. A seguir, retira-se novamente uma bola da urna e registra-se sua cor. Calcule a
probabilidade de sair uma bola azul e depois uma vermelha.
2 Alguns professores estão prestando concurso para dar aulas em uma escola. Inicialmente, eles farão uma prova
escrita e, depois de aprovados nessa prova, farão uma prova prática. Aquele que for aprovado na prova prática será
contratado. Sabendo que a probabilidade de aprovação na prova escrita é de e de aprovação na prova prática (depois
de aprovado na escrita) é de , calcule a probabilidade de que um professor, escolhido ao acaso, seja contratado.
3 Em uma noite de sexta-feira, pesquisadores percorreram 500 casas perguntando em que canal estava ligada a
televisão. Desse modo, descobriram que 300 casas assistiam ao canal VER-DE-PERTO, 100 viam o canal VER-MELHOR
e outras 100 casas não estavam com a televisão ligada. Escolhida uma das 500 casas, ao acaso, qual a probabilidade de
que a TV esteja sintonizada no canal VER-DE-PERTO ou no canal VER-MELHOR ?
335
4 No exame para tirar a carteira de motorista, a probabilidade de aprovação na prova escrita é de . Depois de
ser aprovado na parte teórica, há uma prova prática de direção. Para os que já passaram no exame escrito, a probabilidade
de passar nessa prova prática é de . Qual a probabilidade de que um candidato, escolhido ao acaso, seja aprovado
em ambas as provas e tire a carteira de motorista?
5 Em uma sala de aula, 12 alunos gostam de vôlei, 13 gostam de futebol, 5 gostam dos dois esportes e outros 10
não gostam nem de vôlei nem de futebol. Sabendo que a turma tem 30 alunos, qual a probabilidade de que um aluno,
escolhido ao acaso, goste de vôlei ou de futebol ?
336
Estimando probabilidades
Uma fábrica de camisetas tem um setor de corte da malha e outro de costura. No
entanto, o fabricante está tendo prejuízo, pois várias camisetas estão sendo
cortadas erradamente. Como não podem ser costuradas, a malha é desperdiçada. 1
ENasstimativas
aulas anteriores, você estudou o cálculo de probabilidades e o aplicou em vários exemplos. Aprendeu também que
nem sempre é possível calcular diretamente a probabilidade de ocorrência de um evento. Nesta aula, você vai saber um
pouco mais sobre os procedimentos para o cálculo do valor da probabilidade de um evento, quando ele não pode ser
calculado diretamente ou não é conhecido previamente.
Sabemos que a maioria das indústrias possui um setor responsável pelo controle de qualidade de sua produção. É claro
que cada peça rejeitada pelo controle de qualidade acarreta um prejuízo ao seu fabricante, seja pelo desperdício de
tempo ou de material. Mas como saber qual o desperdício? É preciso pelo menos estimar a probabilidade de fabricar
uma peça rejeitada pelo controle de qualidade.
Solução 1
Inicialmente, o fabricante deve criar (caso ainda não tenha) um setor para controlar a qualidade da produção. Se sua
produção é pequena a ponto de poder verificar todas as camisetas cortadas, ele não precisará trabalhar com amostras
(parte da produção).
Verificando toda a produção diária, o funcionário anotará diariamente quantas camisetas são desperdiçadas. É possível
que em vários dias consecutivos suas anotações tenham uma grande variação (num dia, 5; em outro, 20 camisetas
desperdiçadas, por exemplo).
Um procedimento muito comum seria anotar, durante vários dias consecutivos, o número de camisetas desperdiçadas e, no
final desse período, fazer a média de todos os dias. A média aritmética dará uma estimativa razoável do que ocorre diariamente.
20
15
10
1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 X
Solução 2
O fabricante também pode considerar diariamente o percentual de desperdício e depois calcular a média. Considerando
que a produção diária seja de 100 camisetas, temos:
1o dia – 5 desperdícios em 100 – 5%
2o dia – 20 desperdícios em 100 – 20%
3o dia – 16 desperdícios em 100 – 16%
4o dia – 10 desperdícios em 100 – 10%
5o dia – 12 desperdícios em 100 – 12%
6o dia – 10 desperdícios em 100 – 10%
E assim por diante. Portanto:
Solução 3
Também é possível registrar, dia a dia, o número de camisetas produzidas até aquele dia e o número de camisetas defeituosas
(também até aquele dia). Dividindo, dia a dia, o número de camisetas desperdiçadas pela produção, tem-se a
porcentagem do desperdício.
Exemplo 1
Numa fábrica de parafusos, deseja-se estimar a probabilidade de encontrar um parafuso defeituoso em sua produção de
5 mil parafusos por dia. O que fazer?
Solução
Não é possível verificar diariamente todos os parafusos produzidos. Portanto, o controle de qualidade precisará
trabalhar com uma amostra aleatória (escolhida ao acaso) da produção diária. Observe ainda que os parafusos
defeituosos são produzidos e até entregues aos clientes. Estimar a probabilidade de um cliente encontrar um parafuso
defeituoso em sua encomenda é muito importante. Os procedimentos vistos até agora serão os mesmos que
utilizaremos, só que apenas com parte da produção. Se essa amostra (parte da produção) é escolhida aleatoriamente,
isto é, ao acaso, os resultados encontrados podem ser utilizados como se tivessem sido testados todos os parafusos
produzidos a cada dia. 339
1 100 6 6
2 100 7 13
3 100 3 16
4 100 5 21
5 100 2 23
6 100 6 29
7 100 7 36
8 100 5 41
9 100 6 47
10 100 4 51
11 100 5 56
12 100 6 62
13 100 6 68
14 100 5 73
15 100 5 78
16 100 6 84
17 100 4 88
18 100 5 93
Suponha que em cada dia são verificados 100 parafusos (100 é o tamanho da amostra).
Observe que a freqüência tende a se estabilizar em 0,05 = . Podemos então afirmar que a probabilidade
de encontrar parafusos defeituosos é de ou 5%. Ou podemos dizer, também, que em cada 20 parafusos é provável
340 que haja 1 com defeito.
Exemplo 2
Para preservar as espécies animais, é necessário controlar sua população. Como calcular, por exemplo, a população de micos-
leões de uma floresta? Qual é a probabilidade de escolher ao acaso um mico-leão que esteja marcado?
Solução
Um método estatístico é o seguinte: capturam-se alguns deles (suponha 60). Em seguida, todos eles são marcados (com
alguma tinta não tóxica, por exemplo). Depois eles são soltos e, após certo tempo, faz-se nova captura (suponha 60
outra vez).
Se, na segunda captura, 14 dos 60 micos-leões estavam marcados, qual é aproximadamente a população de micos-leões
dessa floresta ?
Considerando que as amostras de 60 micos-leões das capturas foram aleatórias, supõem-se que elas representam a
população inteira. Portanto, se na segunda captura 14 dos 60 micos-leões estavam marcados, a freqüência de animais
marcados na população de micos-leões é de .
1 Lance um dado 120 vezes e observe a freqüência dos resultados 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Os resultados estão de acordo com
o que você esperava de um experimento como esse ?
2 Considere o experimento de lançarmos uma moeda. Imagine que ele foi realizado 6 000 vezes e os resultados
foram anotados, constando da tabela a seguir. Copie e complete a tabela da página seguinte, tirando suas próprias
conclusões.
341
3 Escolha 250 números de telefone numa lista. Utilizando somente os 4 últimos algarismos de cada número, isto
é, abandonando os prefixos, determine a frequência de zeros, uns, dois,..., noves. Os 10 algarismos aparecem com
freqüências aproximadamente iguais?
É importante que você desenvolva sua autoconfiança para defender seus pontos de
vista e sua maneira de resolver problemas.
342
342
Exemplo 1
Um número é escolhido ao acaso entre os 100 inteiros de 1 a 100. Qual a probabilidade de o número:
a) ser par? b) ser primo? c) ser múltiplo de 9? d) ser múltiplo de 3 e de 4?
e) ser múltiplo de 3 ou de 4?
Solução
a) Quantos são os números inteiros pares de 1 a 100 ? São: 2 , 4 , 6 , 8 , ..... , 98 , 100.
b) Quantos são os números primos de 1 a 100 ? Eles são: 2 , 3 , 5 , 7 , 11 , 13 , 17 , 19 1
23 , 29 , 31 , 37 , 41 , 43 , 47 , 53 , 59 , 61 , 67 , 71 , 73 , 79 , 83 , 89 , 91 , 97 .
São, portanto, 26 números.
c) Os números múltiplos de 9 de 1 a 100 são: 9 , 18 , 27 , 36 , 45 , 54 , 63 , 72 , 81 , 90 , 99.
São, portanto, 11 números.
343
d) O que queremos são os números de 1 a 100, múltiplos de 3 e de 4 ao mesmo tempo, ou seja, são os múltiplos de 12
(3X4). São eles: 12 , 24 , 36 , 48 , 60 , 72 , 84 , 96.
2
e) O que queremos agora é bem diferente do que queríamos no item anterior. Os múltiplos de 3 ou de 4 são os múltiplos
de 3, os múltiplos de 4 e os múltiplos de 3 e 4 ao mesmo tempo. São eles: 3, 4, 6, 8, 9, 12, 15, 16, 18, 20, 21, 24,
27, 28, 30, 32, 33, 36, 39, 40, 42, 44, 45, 48, 51, 52, 54, 56, 57, 60, 63, 64, 66, 68, 69, 72, 75, 76, 78,
80, 81, 84, 87, 88, 90, 92, 93, 96, 99, 100.
3
Exemplo 2
Uma urna contém 6 bolas pretas, 2 bolas brancas e 10 amarelas. Uma bola é escolhida ao acaso. Qual é a probabilidade de:
a) a bola não ser amarela ? b) a bola ser branca ou preta ? c) a bola não ser branca nem amarela ?
Solução
a) Se a bola não é amarela, ela será branca ou preta. Como temos 6 bolas pretas e 2 brancas, ao todo são 8 bolas não-
amarelas, portanto:
c) Se a bola não é branca nem amarela, ela será preta. Como temos 6 bolas pretas, temos:
Exemplo 3
Um dado é lançado três vezes. Calcule a probabilidade de que o número 6 ocorra no primeiro e no terceiro lançamento, não
ocorrendo no segundo.
Solução
Temos três eventos independentes, pois o fato de sair um determinado número num dos lançamentos não influi em
nada no que possa ocorrer no lançamento seguinte.
No primeiro lançamento, deve ocorrer o número 6. A probabilidade de isso acontecer é dada por:
dada por :
No terceiro lançamento, deve ocorrer o número 6. A probabilidade de isso acontecer é dada por:
O serviço meteorológico informa que, para o final de semana, a probabilidade de chover é de 60%, a de fazer frio é de 70%
e a de chover e fazer frio é de 50%. Calcule a probabilidade de que no fim de semana:
a) chova ou faça frio.
b) não chova e não faça frio.
Solução
Inicialmente, note que se considerarmos A o evento “irá chover” e B o evento “fará frio”, então A e B é o evento “irá
chover e fará frio”.
Pelos dados do problema, temos que:
b) O evento “não irá chover e não fará frio” é a negação de “irá chover ou fará frio”, logo:
Exemplo 5
Ao entrar num estádio para assistir a um espetáculo musical, 1 000 pessoas, escolhidas ao acaso, recebem bilhetes para um
sorteio. Mais tarde, um funcionário do estádio entrevista 100 pessoas e constata que 8 delas têm os bilhetes. Estime o total
de pessoas que foram ao espetáculo.
Solução
Usando o que foi aprendido de proporcionalidade, temos que:
nº de pessoas do show nº de pessoas que receberam o bilhete 7
100 8
? 1 000
Exemplo 6
José cria galinhas caipiras. Com base em várias observações, José determinou que a chance de nascer um pintinho dos ovos
chocados pelas galinhas é de . No momento, há 22 galinhas chocando 9 ovos cada uma. Qual é o número esperado de
pintinhos que nascerão?
Solução
No total, temos ovos sendo chocados. O número esperado de pintinhos que nascerão é : .
1 Estou retirando cartas de um baralho de 52 cartas. Retirei 3 cartas como é mostrado abaixo:
Determine a probabilidade de a próxima carta ser:
a) um três;
b) um ás;
c) um rei.
3 No lançamento de um dado e uma moeda, qual é a probabilidade de se obter cara na moeda e face 5 no dado ?
4 No nascimento de um bebê há 2 possibilidades: menino ou menina. Cada uma tem chance igual a
de ocorrer. Um casal planeja ter 4 filhos. Há mais chance de o casal ter 2 filhos de cada sexo ou 1 filho de um sexo e 3
do outro sexo? Explique sua resposta.
5 Leia o texto:
“É notável que uma Ciência que começou com considerações sobre jogos de azar pudesse ter se elevado ao nível dos
mais importantes assuntos do conhecimento.” Com efeito, foi isso o que efetivamente ocorreu com a teoria das
probabilidades, a que se refere a citação. Mas, deve-se acrescentar, a bem da verdade, tal desenvolvimento se deu como
conseqüência do gênio e do esforço de grandes matemáticos que se dedicaram ao assunto, entre os quais o próprio
autor da frase: Pierre Simon de Laplace (1749 – 1827).
Sua amostra será o texto acima.
a) Considerando as palavras com mais de duas letras (esqueça, portanto o, a, se etc.), copie e complete a tabela abaixo:
Letra inicial A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z
n de palavras
0
b) De acordo com a tabela, há uma letra inicial (ou duas ou três) que apareça com mais freqüência nessas palavras?
c) Será que o resultado obtido vale para todas as palavras da língua portuguesa? Justifique sua resposta.
346
–7 –6 –5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5 6
.
Da mesma forma:
.
a distância entre os números 1 e 5 é: ou .
.
a distância entre os números –7 e –1 é: ou .
.
Generalizando, temos que:
.
é a distância entre x e y.
..
Por exemplo:
O módulo de 3 é a distância entre 3 e 0 , que representamos por e sabemos que vale 3.
. 1
Equações modulares
Considere a equação: .
Para resolvê-la, é preciso encontrar o número ou os números cujo módulo vale 6. Em outras palavras, é preciso encontrar
o número ou os números que distam 6 unidades do zero.
Os números que distam 6 unidades do zero são 6 e – 6. Portanto a solução da equação acima é : .
–7 –6 –5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5 6 7 8
Exemplo 1
Resolva a equação:
Solução
. Portanto,
Resposta: .
Exemplo 2
Resolva a equação
Solução
Resposta: .
348 2
Resolva a equação .
Solução
Resposta: .
Exemplo 4
Resolva a equação
Solução
,
o que é um absurdo, pois consideramos .
Resposta:
Exemplo 5
Resolva a equação
Solução
Nesta equação, temos dois módulos. Acompanhe atentamente cada passo a seguir.
349
5)
Resposta:
km 40 km 50 km 70
casa da namorada restaurante casa de Pedro
distância = 10 km
distância = 30 km
350 10 + 30 = 40 km
distância = 30 km
30 + 10 = 40 km
distância = 10 km
3 Resolva as equações:
351
A função modular
Uma escola vai ser construída para atender a três comunidades. Essas comunidades
estão localizadas nos quilômetros 100, 120 e 150 de uma estrada. Em que quilômetro
da estrada a escola deve ser construída para que a soma das distâncias entre ela e
cada comunidade seja a menor possível?
f (x)
400
f (x) = 500
300
200
100
30 X
352
1 1
1
–2 –1 0 x
0 X –2 –1 0 X
1
1
–2 –1 0 X
Função modular
Chama-se função modular a função real definida por .
2
Para construir o gráfico de , vamos construir o gráfico de cada expressão
separadamente.
f1 (x) f2 (x)
2 2
1 1
0 1 2 X –2 –1 X
–2 –1 0 1 2 X
3
Exemplo 1
Solução
354
f1 (x) f2 (x)
1 1
0 1 2 0 1 X
X
–1
0 1 2 X
0 1 X
–1
355
0 1 2 X
–1
Exemplo 2
Construa o gráfico de .
Solução
Temos que :
Então:
f1 (x) f2(x)
1 2 3 x 0 1 2 x
–1 –1
–2
–3
356
f (x)
0 1 2 3 X
–1
O mesmo gráfico pode ser construído, usando a forma prática, como mostrado a seguir.
Gráfico de :
f 0(x)
0 1 2 X
–1
–2
Gráfico de
f (x)
1
2
0 1 2 X
–1
–2
Gráfico de 357
Obteremos o gráfico desejado se transladarmos o gráfico de f 1 paralelamente ao eixo das ordenadas em uma unidade
para baixo.
f (x)
1
0 1 2 X
–1
Exemplo 3
Solução
Gráfico de Gráfico de
f0(x) f (x)
5
–2 0 2 X –2 2 X
–4
–4
Exemplo 4
Solução
Observe que:
e 6
358
3o) quando .
–1 –1/2 0 X –1 –1/2 0 1 X 0 1 X
O gráfico de f é : f (x)
3
–1 1 0 1 X
–
2
359
Para construir o gráfico da função acima , vamos primeiramente analisar cada módulo.
f1 (x) f2 (x)
370
300
200
170
70 70
50
360
80
100
80
0 150 X
50
0 120 150 X
O gráfico de f é :
f (x)
Observe que o menor valor que f (x) assume
370
é 50, e isso ocorre quando x = 120. Portanto,
a escola deve ser construída no quilômetro
300
120 da estrada.
200
1 Construa o gráfico da função
O caderno é o seu diário de Matemática. Ele deve conter sua história na construção
dos conhecimentos.
362
Inequações
Uma companhia de telefonia celular oferece dois tipos de contrato:
Tipo A Assinatura mensal: R$ 35,00.
Tarifa por minuto: R$ 0,35.
Tipo B Assinatura mensal: isenta.
Tarifa por minuto: R$ 1,65.
Junto com seus colegas, responda às seguintes perguntas:
a) Qual a expressão algébrica que representa a quantia paga por uma pessoa
que optar pela assinatura do tipo A e fizer ligações num total de x minutos?
b) Qual a expressão que representa a quantia paga por uma pessoa que optar
pela assinatura do tipo B e também fizer ligações num total de x minutos?
c) Se a pessoa não utilizar o telefone para fazer ligações, mas apenas para receber,
com qual das duas assinaturas ela não terá que pagar nada no final do mês?
d) No caso da pessoa que fez ligações num total de x minutos, determine para 1
que valores de x o plano A é mais vantajoso que o plano B.
IParanequações do 1o grau
resolver uma situação como a que foi apresentada, é importante rever como se resolve uma inequação do 1 grau.
o
Assim como a equação do 1o grau, a inequação também é uma sentença matemática, só que, em vez do sinal = (igual),
apresenta um desses sinais: > (maior que), < (menor que), ≥ (maior ou igual) ou ≤ (menor ou igual).
São inequações do 1o grau: 2x + 1 > 3x –7; _ 5x + 4 ≤ 27;
.
Apenas os valores menores do que 0,5 tornam a desigualdade verdadeira. Logo, dizemos que a solução da inequação
– 4x + 5 > 2x + 2 é qualquer valor real de x tal que x < 0,5.
Podemos representar na reta numérica as soluções dessa inequação:
0 0,5 1
364
Um sistema de inequações consiste em duas ou mais inequações, com mesma variável. As inequações do sistema devem
ser satisfeitas simultaneamente; podemos dizer então que resolver um sistema de inequações é encontrar os valores da
variável que tornam as inequações verdadeiras ao mesmo tempo.
Exemplo 1
Resolver o sistema
Solução
Em primeiro lugar, resolvemos as inequações separadamente.
2x – 8 < 0 x+1>0
2x –8 + 8 < 0 + 8 x + 1 –1 > 0 – 1
2x < 8 x > _1
x<4
x<4
4
x > _1
–1
Para determinar a solução comum às duas inequações, fazemos uma terceira reta onde serão representados os valores
da variável que tornam verdadeiras as duas inequações ao mesmo tempo.
-1
-1 4
Resposta: todos os números compreendidos entre –1 e 4, não incluindo esses números, são soluções do sistema,
ou seja, o intervalo aberto . 5
365
Exemplo 2
Resolver o sistema
Solução
Resolvendo cada uma das inequações:
3x + 1 ≤ 7 5x ≤ x + 4
3x ≤ 7 –1 5x – x ≤ 4
3x ≤ 6 4x ≤ 4
x ≤ 2 x ≤1
x≤ 1 1
Para determinar a solução comum às duas inequações, traçamos uma terceira reta onde serão representados os valores
da variável que tornam verdadeiras as duas inequações ao mesmo tempo.
2
1 2
Resposta: todos os números menores ou iguais a 1, ou seja, o intervalo .
IExistem
nequação-produto
6
alguns tipos de inequações que se apresentam na forma de produto de funções do 1 grau. Para resolvê-las, é necessário
0
fazer um estudo da variação do sinal de cada uma e, em seguida, verificar qual a solução que satisfaz ao sinal do produto.
Exemplo 3
Resolva a inequação (5x – 3)(4x + 8) > 0.
Solução
Você deve lembrar, como já foi visto na Aula 22 do Volume 1, que o gráfico de uma função do 1o grau é uma reta. Vamos
então estudar o sinal de cada uma das funções que formam essa inequação.
Em primeiro lugar, calculamos o zero da função, que é o valor da variável x que anula a função, ou seja, o ponto onde
a reta corta o eixo dos X (eixo das abscissas).
a) 5x – 3 = 0 b) 4x + 8 =0
5x = 3 4x = – 8
366
+ +
- –2 X
3 X
– 5
Observe que para valores de x à direita do zero, a função tem valores positivos e, para valores à esquerda, a função tem
valores negativos.
Veja agora o esquema que mostra a variação do sinal do produto dessas duas funções:
Basta observar, na última reta do esquema ao lado, em quais 3
– – 5 +
intervalos o sinal do produto é positivo (>0), ou seja, os
– –2 + +
intervalos abertos .
+ – +
–2 3
5
Exemplo 4
Y
Y
+
+
–4 X
–
– 2 X
3
2
– – 3 +
Neste caso, foram incluídos os extremos do intervalo, porque são os valores para os quais a inequação-produto
se anula.
IExistem
nequação-quociente
inequações que se apresentam na forma de quociente de funções do 1 grau. Nesses casos, aplica-se o estudo
o
da variação do sinal das funções do 1 grau, da mesma forma como foi feito no caso da inequação-produto, e em seguida
o
Exemplo 5
Resolva a inequação .
Solução
Fazendo o estudo do sinal de cada uma das funções:
a) –5x + 5 = 0 b) 3x + 6 = 0
–5x = –5 3x = – 6
+ +
1 X
– –2 X
–
7
– –2 + +
– + –
A última reta do esquema acima mostra em quais intervalos o quociente é positivo ou nulo (≥ 0), ou seja, o intervalo
] −2 ; 1]. Nesse caso, devemos incluir o extremo 1, pois esse valor anula o numerador e, assim, anula também o quociente,
enquanto o extremo –2 não é incluído, pois anularia o denominador, o que tornaria inexistente o quociente.
Exemplo 6
Resolva a inequação .
Solução
Fazendo o estudo do sinal de cada uma das funções:
368
Y Y
+
+
– 0 X –1 X
–
2
1
– – + +
2
+ – +
A última reta do esquema acima mostra em quais intervalos o quociente é negativo (<0 ), ou seja, o intervalo
Neste caso devemos excluir os extremos, pois a inequação deve ser negativa e não nula.
1 Resolva as inequações:
a) 3x – 39 > 0 b) _5x + 2 < 7
a) (–2x + 8) ( 3x – 5) < 0
4 Numa cidade, há duas transportadoras, A e B, cujos serviços têm, respectivamente, custos y e z. Considerando
que y = 800 x e z = 600x + 800, e sendo x o número de quilômetros rodados, planeje e execute um procedimento de
resolução que possibilite escolher uma das seguintes opções:
a) A empresa B é sempre mais vantajosa do que a A.
b) A empresa A é sempre mais vantajosa do que a B.
c) A empresa B é mais vantajosa para distância superior a 4 km.
d) As duas empresas cobram o mesmo preço para 6 km rodados.
369
Inequações Modulares
Uma indústria teve, num ano, um faturamento de R$ 850 000,00 apresentando uma
diferença em relação ao ano anterior de R$ 65 000,00. Qual foi o faturamento dessa
indústria no ano anterior?
Para .
Resolvendo a equação do 2o grau: :
Ou seja:
Verificando os resultados na condição inicial x2 + 4 x ≥ 0, temos:
370
Ou seja: .
INanequações modulares
aula anterior, você estudou as inequações do 1 grau. Você poderia explicar o que é uma inequação modular? Qual
o
–7 –6 –5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5 6 7 8
371
a) O que significa
b) Ainda observando a reta numérica, quais seriam algumas soluções possíveis para
essa desigualdade? 3
5
Faça agora , com seus colegas, o mesmo para as desigualdades
. Represente em retas numéricas os intervalos dos valores que
satisfazem a cada uma dessas desigualdades.
Exemplo 2
Exemplo 3
Solução
A partir dessa desigualdade podem ser escritas duas inequações, que são resolvidas separadamente:
x2 – 4 > 5 ou x2 – 4 < _5
x2 – 4 –5 > 0 x2 – 4 +5 < 0
x – 9 > 0
2
x2 +1< 0
Os zeros da função x2 = 9 são: A função x2 = – 1 não possui zeros.
x = 3 e x= 3._
-3 3
De acordo com o esquema acima, verificamos que as
X soluções da inequação modular são todos os números reais
menores do que –3 ou maiores do que 3.
Resposta: x < – 3 ou x > 3.
373
Exemplo 4
Resolva a inequação x – 2< 2x + 5.
Solução
Neste caso, para resolver a inequação, vamos considerar a definição de módulo vista na Aula 51 deste volume.
Se x – 2 ≥ 0, ou seja, para x ≥ 2, temos x – 2= x – 2.
Se x – 2 < 0, ou seja, para x < 2, temos x – 2= – (x – 2) = – x + 2.
Portanto:
Se x ≥ 2, temos x – 2 < 2x + 5 Se x < 2, temos – x + 2 < 2x + 5
x– 2x –2 –5 < 0 – x –2x +2 –5 < 0
– x –7 < 0 – 3x –3 < 0
–x<7 – 3x < 3
x>–7 x>–1
Como x ≥ 2 e x > _7 ao mesmo tempo, temos que x ≥ 2.
Como x < 2 e x > _1 ao mesmo tempo, temos o intervalo –1 < x < 2. 7
b) 2x – 5 > 1
c) – x + 3≤ 2
d)5x – 4≥ 6
5 (FGV-SP) Seja f(x) = 2x2 – 1. Determine os valores de x para os quais f(x) < 1.
375
Coordenadas no
plano e no espaço
Em um terreno plano e retangular ABCD, João enterrou um tesouro. Ele deseja que,
após sua morte, seu filho o encontre e para isto deixou em seu testamento as
seguintes instruções:
AB = 23m D C
BC = 15m
casa
DA = OX
DC = OY
A B
T = (9; 16; –2)
C oordenadas
O método das coordenadas é um processo prático de localizar a posição de pontos no plano ou no espaço. Muitas vezes,
a localização de um ponto depende apenas de um número em um certo referencial.
Exemplo 1
Ricardo escreve para Pedro dando a localização de sua casa. Ele diz: “minha casa está no quilômetro 26 da estrada
Teresópolis–Friburgo”.
Solução
Neste exemplo, a estrada Teresópolis–Friburgo é o referencial. Pedro deve localizar essa estrada e, a partir de Teresópolis
(a origem do referencial), andar 26 quilômetros. No final do percurso, ele deverá encontrar a casa de Ricardo.
Observe então que o referencial é uma linha, a estrada. Nela existe uma origem, um sentido de percurso determinado
e uma unidade de medida das distâncias. Isto será sempre necessário.
Entretanto, para localizar pontos no plano ou no espaço, em geral não há um caminho a ser percorrido. Será necessário
então estabelecer referenciais adequados.
C
1
oordenadas do plano
Para localizar pontos no plano, são considerados dois eixos perpendiculares OX e OY. Eles estão graduados na mesma unidade
376 e o zero de cada eixo está no ponto O. Veja a seguir um referencial comum para a localização de pontos no plano.
Observe também que, dado o par ordenado (x; y), é possível localizar o ponto de coordenada x sobre OX e o ponto de
coordenada y sobre OY . Traçando perpendiculares por esses pontos aos respectivos eixos, obtemos em sua interseção
o ponto P. Assim, a cada par ordenado está associado um único ponto do plano e passamos a escrever: P = (x ; y).
Veja ainda que um ponto do eixo OX será representado por um par ordenado do tipo (x; 0), um ponto do eixo OY por
(0; y) e a origem do sistema de coordenadas por (0; 0).
Na figura abaixo, você pode ver diversos pontos do plano e os pares ordenados que os representam.
Y
( –12, 8 )
8
7
(5,1; 6,2 )
6
5 ( 0; 5 ) 2
4 (10,5; 4 )
( –6; 2,9 ) 3
( –3; 2 ) 2 ( 3; 2 )
1
(–9; 5; 0 ) ( 11; 0 )
–12 –11–10 –9 –8 –7 –6 –5 –4 –3 –2 –1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 X
–1
( –3; –2 ) –2
( 3; –2 )
–3
–4
(–7; –4,21 )
–5 ( 0; –5 )
(7,-3,2)
Coordenadas no espaço
Z
z
Para localizar pontos no espaço, devemos considerar
três eixos OX, OY e OZ, perpendiculares dois a dois.
Eles estão graduados na mesma unidade e o zero de 4
P cada eixo está no ponto O. Veja ao lado um referencial
comum para a localização de pontos no espaço. Para
visualizar melhor a figura, imagine que os eixos OX e
y
OY estejam em um plano horizontal e que o eixo OZ
o
Y seja perpendicular aos dois primeiros.
x
p'
X 377
Dado um ponto P qualquer do espaço, a perpendicular traçada por P ao plano XOY determina neste plano o ponto P’.
Considerando apenas os eixos OX e OY, o ponto P’ é representado pelo par ordenado (x; y). Os números x e y são respectivamente
a primeira e a segunda coordenadas do ponto P. Em seguida, traçando por P uma perpendicular ao eixo OZ (portanto
paralela a OP’), encontramos neste eixo um ponto de coordenada z. Esta será a terceira coordenada do ponto P.
Passamos então a associar ao ponto P o terno ordenado (x; y; z).
Observe também que, dado o terno ordenado (x; y; z), é possível localizar o ponto P. Assim, a cada terno ordenado está
associado um único ponto do espaço e passamos a escrever:
P = (x; y; z).
Os três eixos determinam três planos que serão chamados de XY, YZ e XZ. Observe como são as coordenadas de
pontos em situações particulares:
Origem (0, 0, 0)
Ponto do eixo OX
Ponto do eixo OY
(x, 0, 0)
(0, y, 0) YZ
Ponto do eixo OZ (0, 0, z) O
Y
Ponto do plano XY (x, y, 0)
Ponto do plano YZ (0, y, z)
Ponto do plano XZ (x, 0, z)
X
9 P
A B
A terceira coordenada indica que o tesouro está a 2
378 metros de profundidade! X
Uma vez que temos um sistema que permite localizar pontos no plano e no espaço, o primeiro problema importante
é calcular a distância entre dois pontos dados.
No plano
Consideremos no plano dois pontos: A = (x1; y1) e B = (x2; y2).
y B
2
y C
1 A
x x
1 2
No triângulo ABC da figura acima, o cateto AC mede |x2 – x1| e o cateto CB mede |y2 – y1|. O comprimento da hipotenusa
desse triângulo é a distância entre os pontos A e B. Então, aplicando o teorema de Pitágoras, temos:
Observe que, dados dois pontos, não importa qual é o primeiro. Afinal, a distância entre A e B é igual à distância entre
B e A.
Exemplo 2
Qual é a distância entre os pontos A = (1; –3) e B = (6; 9) ?
Solução
Aplicando a fórmula, temos:
.
Resposta: a distância entre os pontos A e B é 13.
No espaço
Consideremos no espaço dois pontos: A = (x1; y1; z1) e B = (x2; y2; z2).
Traçando por A e B planos paralelos aos planos XY, YZ e XZ, formamos um paralelepípedo retângulo do qual AB
é a diagonal.
E
A aresta AC mede |x2 – x1|, a aresta AD mede
|y2 – y1| e a aresta AE mede |z2 – z1|. Calculando o Z B
comprimento da diagonal do paralelepípedo retângulo
(como você aprendeu na Aula 20), temos:
Y A
D
C
X 379
Exemplo 3
Qual é a distância entre os pontos A = (2; 1; –3) e B = (5; 6; 1)?
Solução
Aplicando a fórmula anterior, temos:
1 A figura abaixo mostra um jogo muito popular: a batalha naval. Consiste em um tabuleiro quadriculado, no qual a
posição de cada quadradinho é dada pelo eixo horizontal com letras (A, B, C, ...) e pelo eixo vertical com números (1, 2, 3, ...).
a) Aqui estão algumas das peças da batalha naval, dadas por seus quadradinhos. Em um papel quadriculado reproduza
..
a primeira linha e a primeira coluna e marque as seguinte peças.
submarino: E7
.
1 1 1
2 2 2
cruzador: B11, C11, D11, E11 3 3 3
4 4 4
couraçado: L9, L10, L11, L12, L13. 5 5 5
6 6 6
7 7 7
b) Anote em seu papel os quadradinhos 8 8 8
9 9 9
do quadro à direita que estão formando
..
10 10 10
11 11 11
essas peças: 12 12 12
submarino: 13 13
..
13
14 14 14
hidroavião: 15 15 15
A B C D E F G H I J K L M N O A B C D E F G H I J K L M N O
destróier:
.
cruzador:
couraçado:
2 São dados no plano os pontos A = (–3; 1) e B = (5; 7). Quanto mede o segmento AB?
3 São dados no plano os pontos A = (1; 2) e B = (9; 6). Faça um desenho e determine as coordenadas do ponto
médio do segmento AB.
6 Considerando o exercício anterior, existe uma lâmpada no centro do teto da sala. Calcule a distância da lâmpada
a um dos cantos do chão da sala.
7 No plano, são dados os pontos A = (1; 4) e B = (3; 10). Determine o ponto do eixo OX que tem mesma distância
aos pontos A e B.
380
Vetores
Um balão é solto do solo e sobe com
uma velocidade de 3 m por segundo. Ao
mesmo tempo, um vento com velo-
cidade de 2 m por segundo o empurra
B
para Leste. Depois de 1 minuto, a que
distância o balão estará do ponto de
partida?
A
V etores 2
Um vetor é um segmento de reta orientado. Na figura abaixo, você vê o vetor de origem A e extremidade B que será
representado por
B
..
. Dois vetores são iguais se, e somente se, tiverem:
mesmo módulo (ou seja, mesmo comprimento);
mesma direção (ou seja, estão na mesma reta ou em retas
A
.
paralelas);
mesmo sentido (ou seja, as setas apontam para o mesmo
lado).
Na figura a seguir, os vetores são iguais, pois todos possuem o mesmo módulo, mesma direção e
mesmo sentido. 381
C D 3
A B E F
Conclusão importante:
Se ABDC é um paralelogramo, então os vetores são iguais. Como também são iguais, segue-
se que são iguais.
Freqüentemente, um vetor será representado por uma única letra minúscula com uma seta em cima. Por exemplo, você
vê ao lado o vetor .
v
A adição de vetores
Uma vez que sabemos o que é um vetor e quando dois vetores são iguais, vamos agora aprender a somar vetores.
A regra do paralelogramo D 16 C
Y
4
A regra do polígono
A regra do polígono permite somar qualquer quantidade de v w
vetores. Desenha-se um dos vetores e cada novo vetor é
desenhado com origem na extremidade do anterior. Quando
todos os vetores estiverem desenhados, o vetor soma é u
5
representado pelo segmento orientado que liga a origem do s
primeiro vetor à extremidade do último.
Na figura a seguir, o vetor é a soma dos vetores .
Surge agora uma pergunta natural: qual é a soma ? Seguindo o critério anterior, deveríamos responder que
382 a soma é o vetor , ou seja, um vetor em que a extremidade coincide com a origem, um ponto, portanto.
C C
Para subtrair dois vetores, devemos desenhá-los com mesma
origem. Na figura ao lado, temos . O vetor v v
Exemplo 1
Dois vetores e b possuem módulos iguais a 3 e 2, respectivamente, e fazem entre si um ângulo de 60 o. Qual o módulo
(comprimento) do vetor
Solução
Se o vetor tem módulo 3, então o vetor 2 tem módulo 6. Vamos então fazer um desenho. No triângulo ABC da
figura ao lado, . O módulo do vetor nada mais é do que o comprimento
do lado BC do triângulo ABC.
Para calcular o comprimento de BC, usa-se a lei dos co-senos
(Aula 46 do Volume 1 desta coleção). Temos então: C
2
0
A 6 B
1 Dados dois vetores, é possível que o módulo de sua soma seja igual à soma de seus módulos?
2 Copie os vetores deste desenho e faça um esboço do vetor que representa a soma destes três vetores.
384
5 Desenhe um triângulo ABC e considere . Sendo M o ponto médio do lado BC, determine
o vetor em função de .
7 Dois amigos estão em um ponto O de uma planície. Um deles diz que vai andar 10 km para o Norte, em seguida
4 km para o Leste e 2 km para o Sul. O outro diz que vai andar em linha reta para encontrá-lo no seu destino.
a) Faça um desenho da situação mostrando que direção o segundo tomou.
b) Determine que distância cada um percorreu.
É importante que você desenvolva sua autoconfiança para defender seus pontos de
vista e sua maneira de resolver problemas.
385
O s conjuntos R2 e R3
R é o conjunto de todos os pares ordenados (x, y) de números reais.
2
..
No conjunto R2, definimos:
igualdade: (x; y) = (x´; y´) se e somente se x = x´; y = y´
..
No conjunto R3, as definições são análogas:
igualdade: (x; y; z) = (x´; y´; z´) se e somente se x = x´; y = y´; z = z´
Pedro possui contas em dois bancos. No banco X, seu saldo é de R$ 124,00 e no banco Y seu saldo é negativo de R$ 37,00.
Ele então retira R$ 60,00 do banco X e deposita R$ 50,00 no banco Y. Como ficaram os saldos das contas de Pedro?
Solução
Não há dúvida de que este é um problema muito simples. Vamos usá-lo para mostrar uma aplicação dos conceitos que
definimos.
Sendo x o saldo no banco X e y o saldo no banco Y, vamos representar a situação bancária de Pedro por (x; y). Assim,
386 inicialmente, sua situação era dada por (124; –37).
(124; –37) + (–60; 50) = (124 – 60; –37 + 50) = (64; 13).
V etores em R2 e R3
Vamos agora associar a cada vetor do plano R um par ordenado (x; y) e a cada vetor do espaço R um terno ordenado
2 3
Y P
y P
o y
Y
x
O x X p'
X
Para um vetor qualquer do plano ou do espaço, sendo O a origem do sistema de coordenadas, temos que
e, de acordo com a identificação que acabamos de fazer, podemos escrever:
.
B
Por exemplo,
se A = (1; 2) e B = (4; 7), então = (4;7) – (1;2) = (3;5)
A
A identidade = B – A pode ser escrita na forma:
O
Assim, é possível interpretar o vetor como o elemento que transforma
o ponto A no ponto B, ou ainda que leva o ponto A ao ponto B.
(4;7)
Exemplo 2
Solução
Módulo de um vetor
Seja v um vetor do plano ou do espaço e seja O a origem do sistema de coordenadas. O módulo (ou comprimento)
do vetor v será representado por | v |. Considerando um ponto P tal que , o módulo deste vetor é a distância
de P à origem do sistema de coordenadas. De acordo com o que você aprendeu na Aula 55, temos:
a) no R2
Se .
5
b) no R3
Se .
Exemplo 3
Considere A= (–1; 0; 3); B = (7; 3; 4) e C = (1; 5; 0). No triângulo ABC, calcule o comprimento da mediana AM.
Solução A
O ponto M é médio do lado BC. Logo:
B M C
O comprimento da mediana AM é o módulo do vetor . Temos então:
= M – A = (4; 4; 2) – (–1; 0; 3) = (5; 4; –1).
Resposta:
388 6
..
são tais que (k ≠ 0), então esses vetores são paralelos.
No R2 vetores paralelos são da forma (x; y) e (kx; ky).
No R3 vetores paralelos são da forma (x; y; z) e (kx; ky; kz).
Observe que quando dois vetores são paralelos, suas coordenadas são proporcionais. Assim, se os vetores
Exemplo 4
O segmento AB da figura abaixo está dividido em 5 partes iguais. Se A = (1; –1) e B = (11; 14), determine o ponto P.
Solução
A P B
Exemplo 5
Sendo A = (1; 8) e B = (3; 5), determine o ponto em que a reta AB encontra o eixo OX.
Solução
No exemplo anterior, identificamos dois vetores paralelos e,
A pelos dados, concluímos que um era 4 vezes maior que o
B
outro. Neste exemplo, os vetores são paralelos,
mas não conhecemos a relação entre seus módulos. Como
P está no eixo OX, então P = (x; 0). Então:
P X
C
D
8
B
Assim, o ponto D foi encontrado de forma bastante simples A
com o auxílio dos vetores.
2 Considere A= (–1; 0; 3), B = (7; 8; 2) e C = (1; 4; 0). No triângulo ABC, calcule o comprimento da mediana AM.
4 Sendo A = (2; –5; 0) e B = (11; 7; 6), determine os pontos que dividem o segmento AB em três partes iguais.
6 Dados A = (1; 2; 7) e B = (5; 5; 6) determine o ponto onde a reta AB encontra o plano XY.
390
O produto escalar
Observe a figura abaixo.
Conhecendo os pontos A = (1; 2) e B = (3; 6)
B
e sabendo que o ângulo A P é reto, você
A consegue encontrar o ponto P?
Nesta aula, você vai aprender a trabalhar com
P
ângulos quando o problema possui um sistema
de coordenadas. Entretanto, se você tiver um papel quadriculado, um desenho
cuidadoso pode mostrar a resposta do problema acima. Confira no final desta aula.
O produto escalar 1
..
Como conseqüência da definição, percebemos que:
se θ= 0o, o produto escalar é igual ao produto dos módulos, pois o co-seno é igual a 1;
..
se 0o < θ < 90o, o produto escalar é positivo, pois o co-seno é positivo;
se θ = 90o, o produto escalar é igual a zero, pois o co-seno é igual a zero;
.
se 90o < θ < 180o, o produto escalar é negativo, pois o co-seno é negativo;
se θ = 180o, o produto escalar é igual ao produto dos módulos, com sinal negativo, pois o co-seno é igual a –1.
391
2. Quando multiplicamos um dos vetores por um número real, o produto escalar fica multiplicado por esse número.
Esta última propriedade não é evidente e sua demonstração não será feita aqui. Entretanto, vamos precisar utilizá-la
para obter resultados importantes que virão a seguir.
V etores unitários
Vetor unitário é todo vetor de módulo igual a 1. Por exemplo, o vetor é unitário porque
No R2, os vetores unitários que possuem mesma direção e sentido que os eixos são: . e .
Qualquer vetor do plano pode ser representado como uma
combinação dos vetores . Veja:
.
Assim, escrever (2; 3) é o mesmo que escrever . j
O produto escalar dos vetores será calculado levando em conta as suas propriedades:
Ou seja:
3
Por exemplo, o produto escalar dos vetores (2; 5) e (6; –1) é 2×6 + 5(–1) = 7.
392
Exemplo 1
Calcule o ângulo entre os vetores (3; 1) e (2; 4).
Solução
O produto escalar dos dois vetores é igual a: 3×2 + 1×4 = 10.
θ .
4
Neste caso, não precisaremos usar uma calculadora para encontrar o ângulo. Pelo valor encontrado, sabemos que θ = 45o.
Resposta: o ângulo entre os vetores é de 45o. 5
Exemplo 2
Calcule o seno do ângulo formado pelos vetores (1; 2; 0) e ( 0; 2; 1).
Solução 6
Aplicando a fórmula que calcula o co-seno do ângulo entre dois vetores, temos:
7
Resposta: .
393
Como esses vetores são perpendiculares, o produto escalar deles é zero. Daí:
3 No triângulo ABC, A = (1; 3), B = (–1; 0) e C = (4; 2). Calcule o valor de cosA.
4 No triângulo ABC, A = (1; 1; 0), B = (0; 3; –4) e C = (k; 4; 1). Se este triângulo é retângulo em A, calcule o valor de k.
O caderno é o seu diário de Matemática. Ele deve conter sua história na construção
dos conhecimentos.
394
Aplicação de vetores
Esta é uma aula de problemas. Problemas onde os vetores são os principais
personagens da solução. Alguns problemas serão dados em coordenadas e outros
não. Você vai ver problemas de Geometria que podem ser resolvidos facilmente
quando acrescentamos um sistema de coordenadas conveniente. Mas, no meio do
caminho, outros conteúdos teóricos serão acrescentados.
Exemplo 1
ABCD é um quadrado e M é o ponto médio do lado AB. Calcule o co-seno do ângulo .
Solução
Este é um problema de Geometria. Mas, como a figura do problema é um quadrado, podemos introduzir um conveniente
sistema de coordenadas. Veja a figura abaixo.
Ao introduzir eixos convenientes na figura, devemos também escolher
uma unidade de medida. Vamos então estabelecer AM = 1. 1
B C
O ângulo é o ângulo formado pelos vetores MC e MD. Vamos determinar estes vetores.
O co-seno do ângulo formado por eles é dado pela fórmula (como você estudou na Aula 58). Temos
então:
Resposta:
O problema está respondido. Entretanto, se quisermos saber o valor aproximado do ângulo θ, devemos utilizar uma tabela
trigonométrica ou uma calculadora científica. Neste caso, para , a calculadora forneceu o valor 2
aproximado . 395
Exemplo 2
Em um sistema de coordenadas, a reta r passa pelo ponto A = (3; 4) e é perpendicular ao vetor n = (1;2) . Determine
a equação da reta r.
Solução
Seja P = (x; y) um ponto da reta r. A equação da reta r é uma relação entre x e y que todo ponto da reta deve satisfazer.
Observe então a figura abaixo:
n
Temos . Como esses
vetores são perpendiculares, o seu produto escalar é zero. Logo:
A
(x – 3).1 + (y – 4).2 = 0.
P r Resposta: x + 2y = 11
..
Essa é a equação da reta r. Todo ponto (x, y) que satisfaça essa equação pertence à reta r. Por exemplo:
o ponto (–3; 7) pertence à reta r porque –3 + 2×7 = 11;
Todas as retas do plano são representadas por uma equação do tipo ax + by = c. Por exemplo:
x + 2y = 11; 3x – 4y = 6; 0,4x + 0,6y =1. 3
Essas são equações de retas. Para desenhar uma reta usando sua equação, basta descobrir dois pontos quaisquer que a
satisfaçam.
A área de um triângulo
A área de um triângulo é igual à metade do
produto da base pela altura. Naturalmente que
qualquer lado pode ser tomado como base, e a b
altura será perpendicular a essa base. Assim, na h
figura ao lado, a área S do triângulo é:
4
θ
a
A seguir, vamos calcular a área de um triângulo cujos vértices são dados em coordenadas. Observe que a e b serão os módulos
de dois vetores traçados sobre dois lados do triângulo com a origem em um vértice e θ é o ângulo entre eles.
Exemplo 3
Calcule a área do triângulo cujos vértices são A = (1; 3), B = (5; 4) e C = (3; 6).
396
.
Calculando o co-seno do ângulo θ:
.
Logo, pela fórmula da área:
..
O segundo foi obtido do primeiro pela troca da posição das coordenadas, com a troca do sinal da primeira.
Exemplo 4
ABCD é um quadrado contido no primeiro quadrante. Se A = (6; 1) e B = (9; 6), determine os outros dois vértices.
Solução
Observe o quadrado ABCD. O desenho abaixo é apenas uma figura de trabalho. Os eixos não estão desenhados e não
são necessários.
D C
90º
A B
Resposta: os outros dois vértices do quadrado são (1; 4) e (4; 9).
Exemplo 5
Em um cubo, determine o co-seno do ângulo formado por duas diagonais.
Solução 7
Vamos estabelecer um sistema de coordenadas no qual a origem coincida
com um vértice do cubo e os eixos coincidam com três arestas. Como a
C
unidade de medida é arbitrária, vamos escolher que a aresta do cubo
F
tenha comprimento 2.
D
Observando a figura ao lado, temos:
G
O = (0; 0; 0) D = (2; 0; 2)
M
A = (2; 0; 0) E = (2; 2; 0)
θ B = (0; 2; 0) F = (0; 2; 2)
O
B C = (0; 0; 2) G = (2; 2; 2)
A M = (1; 1; 1)
E
Observe na figura as diagonais CE e DB cortando-se no centro M do cubo e fazendo entre si um ângulo θ. Vamos então
calcular o co-seno do ângulo entre os vetores .
Logo, temos:
Resposta:
Para ter uma idéia do valor deste ângulo, podemos usar uma tabela trigonométrica ou uma calculadora científica. Este
398 ângulo mede, aproximadamente, 70,5o.
1 A base de um retângulo é o dobro de sua altura. Determine o co-seno do ângulo formado por suas diagonais.
2 No paralelogramo ABCD, .
a) Determine o vértice C.
b) Determine o ângulo .
c) Calcule os comprimentos das diagonais.
6 Um quadrado tem centro O = (5; 6) e um vértice A = (8; 7). Determine os outros vértices.
399
Revendo conceitos IV
Esta é mais uma aula de revisão. Exatamente como as aulas de revisão já trabalhadas,
contém apenas exercícios com o objetivo de rever conceitos importantes das aulas
anteriores e também enriquecer o aprendizado com novos problemas.
..
Os conceitos que serão revistos são:
Módulos e equações modulares
..
Função modular
Inequações do 1o e do 2o graus
..
Sistemas de inequações
Inequações modulares
..
Coordenadas no plano cartesiano
Vetores e operações com vetores
.
Produto escalar
Aplicação de vetores
Na primeira parte, os exercícios estão resolvidos e comentados e, na segunda parte, você
encontrará uma nova coleção de exercícios propostos para que você aprenda mais e
ganhe experiência. Para cada exercício da primeira parte, leia atentamente o enunciado
mas não veja a solução que vem a seguir. Pense um pouco e, se necessário, reveja a teoria
das aulas anteriores e tente resolvê-lo sozinho. Se não conseguir, não desanime: leia
atentamente a solução proposta. Desta forma, você ainda estará aprendendo bastante.
Exercícios resolvidos
Exemplo 1
Qual o valor da expressão x3 _ 1 _ x2 + 3x quando x = _2?
1
Solução
Substituindo na expressão x por –2, e lembrando (Aula 51) que módulo de um número é o mesmo que valor absoluto
do número, temos:
(_ 2)3 _ 1 _ (_ 2)2 + 3(_ 2) = _ 8 _ 1 _ 4 _ 6= _ 9 _ _ 2= 9 – 2 = 7.
400 Resposta: o valor da expressão quando x = _2 é 7.
Para 3x – 5 < 0, ou seja, para temos 3x – 5= _ (3x –5) = _ 3x + 5. Assim:
Exemplo 3
Resolva a equação modular 2x -1 = x + 3
Solução
Na Aula 51, já foi feito um exemplo desse tipo. Tente resolvê-lo antes de olhar a solução,
consultando a aula, se for necessário.
401
Exemplo 4
Resolver a inequação modular x2 + 3< 4x.
Solução
De acordo com o que foi estudado na Aula 54, podemos escrever que – 4x < x2 + 3 < 4x
Temos, portanto, um sistema de duas inequações do 2o grau.
1 3
Exemplo 5
Resolva a inequação .
4
Solução
Conforme já visto na Aula 53, essa é uma inequação em que a incógnita comparece em ambos os fatores de um produto
de expressões algébricas. Neste caso, as expressões são (3x – 4) e (–x + 5). Geralmente, inequações deste tipo são
chamadas inequações-produto, mas não se preocupe com o nome, o importante é você saber resolver problemas e não
decorar nomenclatura. Devemos então estudar o sinal de cada função separadamente.
- + +
4
3
+ + -
5
Resposta: pelo esquema, vemos que as soluções da
- + -
inequação são os valores de x tais que .
4 5
402 3
a) Quais os pontos que estão sobre o eixo das abscissas (eixo dos X)?
b) Quais os pontos que estão sobre o eixo das ordenadas (eixo dos Y)?
c) Em que quadrantes estão os demais pontos? Explique.
5
Solução
a) Os pontos cujas ordenadas são iguais a zero são exatamente os pontos sobre o eixo das abscissas. Portanto, devemos
escolher os pontos A e D.
b) Os pontos cujas abscissas são iguais a zero são os pontos sobre o eixo das ordenadas, logo devemos escolher o ponto C.
c) O ponto B está no 4o quadrante porque tem abscissa positiva e ordenada negativa, e o ponto E está no 3o quadrante
porque as duas coordenadas são negativas.
Exemplo 7
Considere os seguintes pontos: A(3;–1); B(4;0); C(0;–3) e D(–1;–4).
a) Verifique se os vetores são iguais.
b) Calcule o vetor soma dos vetores .
Solução
a) Para determinar o vetor calculamos B – A: B – A= (4 – 3; 0 _( _1)) = (1; 1).
Para determinar o vetor , calculamos C – D: C – D = (0 –( _1); _3 _( _4)) = (1;1). 6
Resposta: os vetores são iguais.
Exemplo 8
Sendo A (2; –3) e B (_3; +1), determine:
a) o ponto médio de AB;
b) o ponto P, tal que o comprimento BP seja o triplo do de AB. 8
Solução
a) O ponto médio de AB é .
b) Procuramos o ponto P tal que ⋅ .
Mas então devemos ter P – B = 3 (B – A)
Então:
P – B = 3 (B – A)
P = B + 3B – 3A
P = 4B – 3A
P = 4 (–3; 1) – 3 (2; –3)
P = (–12; 4) + (–6; 9) = (–18; 13)
Resposta: o ponto P tal que o comprimento BP é o triplo de AB é o ponto de coordenadas ( _18; 13). 403
Exemplo 9
Solução
1
.
. .
. .
3 Determine o ponto médio dos lados do triângulo cujos vértices são A (0;5), B(–2;0) e C( 5; 0).
4 Resolva as inequações:
14. Matemática hoje é feita assim – 5ª a 8ª séries. Antonio José Lopes Bigode.
Editora FTD.
23. Proporções. Luiz Márcio Imenes, José Jakubovic e Marcelo Lellis. Coleção
Pra que serve a Matemática. Atual Editora.
406