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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DISCENTE: TUIRA DE OLIVEIRA RIBEIRO


DISCIPLINA: CIS 205 - HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO
DOCENTE: FREDERICO TORRES

Resenha do texto “Existe ideologia na economia? Ou por que os economistas não são
físicos, mas muitos acreditam que são? ” de Glaudionor Gomes Barbosa e Ana Paula
Sobreira Bezerra.

O artigo está organizado em seis seções, sendo a primeira a introdução. Utiliza como base
o primeiro capítulo do artigo de Robinson (1979) e objetiva discutir a relação entre a
Ideologia e Economia e a existência de uma relação entre elas, argumentando como teorias
econômicas podem ser vetores de ideologias.

Na segunda seção discute-se o conceito de Ideologia através da sua morfologia e do


histórico de significações e interpretações. Passando Destutt de Tracy, que escreveu
Elementos da Ideologia, onde o vocábulo apareceu pela primeira vez, e que pretendia
elaborar uma ciência da gênese das ideias; Augusto Compte que empregava o termo com
dois sentidos diferentes; Durkheim, que define Ideologia como um resto, uma sobra de
ideias pré-científicas, preconceitos (pré-conceitos) inteiramente subjetivos e individuais,
entre outros.

Para a construção do artigo, os autores utilizaram a definição que lhes parece mais
completa, a feita por Chauí, 1985; da leitura da teoria marxista, que define a ideologia como
um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações e de normas ou regras que
indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem
pensar o que devem valorizar e como devem valorizar o que devem sentir e como devem
sentir, o que devem fazer e como devem fazer.

A seção três introduz o trabalho de Fromm (1986) que afirma ser insuficiente a análise de
Marx sobre como a base material se traduz na superestrutura ideológica, apesar da
indiscutível relação bem definida entre a base e a superestrutura ideológica. E que essa
insuficiência poderia ser superada utilizando elementos da psicanálise Freudiana.

Para Fromm, o caráter é um elo entre a estrutura social e o sistema de valores e é definido
através da estrutura de caráter partilhado pela maioria absoluta. Assim o caráter social não

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pode ser definido pelo somatório do caráter individual e só pode ser perfeitamente
compreendido quando se entende que a sua função é fazer as pessoas raciocinarem e
agirem, dentro de determinada sociedade, com o objetivo de manter o funcionamento
adequado de sua sociedade

O inconsciente social, entendido aqui como as áreas de repressão comuns à maioria dos
membros de uma sociedade, complementa o elo entre estrutura social e o sistema de
valores e assim o indivíduo médio de qualquer sociedade não se permite ter consciência
de pensamentos e sentimentos que sejam incompatíveis com os padrões reconhecidos de
sua cultura a fim de evitar rejeição social. Fromm finaliza afirmando que o que é
inconsciente e o que é consciente dependem da estrutura da sociedade e de sua
configuração moral.

A seção quatro é subdividida em duas seções que discutem as contribuições de Robinson


e de Schumpeter respectivamente. Robinson no texto Metafísica, Moral e Ciência,
Robinson equipara os conceitos de metafísica, sistema de crenças e ideologia, defende a
posição de que boa parte da Ideologia é ocupada ou é representada pelas ideias
econômicas e também afirma que a Economia, além de um método científico, deve ser
considerada um veículo da Ideologia dominante.

A autora argumenta que a Ideologia é parte essencial de qualquer sociedade, pois nenhuma
delas poderia sobreviver sem que seus membros possuíssem sentimentos comuns sobre
a conduta socialmente adequada, concluindo que, do ponto de vista da evolução, a
Ideologia é um substituto para o instinto, já que os animais já nascem sabendo o que fazer
e seguem repetindo seus padrões de comportamento, mas os seres humanos precisam
aprender o que deve ser feito.

Para Robinson o nosso sistema de valores não decorre nem da teologia nem da razão, mas
constitui uma parte separada de nosso equipamento, como nossa capacidade para aprender
a falar. A religião apenas reforça o nosso sistema de valores e a razão, por sua vez, não
pode ajudar, pois o sistema moral implantado em cada um de nós não decorre de princípios
racionais e sim de princípios emocionais.

Para Schumpeter as normas de procedimentos que são aplicadas no trabalho analítico são
quase tão isentas de influências ideológicas como a própria visão que está sujeita a eles, e
tais regras tendem, a esmagar e expulsar o erro, ideologicamente condicionado.

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A seção cinco apresenta e critica o uso da matemática na economia citando Pareto, Walras
e, principalmente Jevons; que se cobre de uma cientificidade que é devida ao prestígio da
matemática e quantifica todos os conceitos como prazer, sofrimento, trabalho, utilidade,
entre outros. E trazendo Myrdal, Hayek e Solow como exemplos de economistas que fazem
a crítica reversa.

Para os autores o abuso da matemática pelos economistas começa pela microeconomia,


por meio do ensino abstrato de uma economia que na realidade não funciona, análises que
não vão contribuir significativamente na sociedade e que se apropriam da Matemática como
ideologia e utilizam os cálculos para encobrir as formulações ideológicas dos problemas
levantados.

Concluem, na seção seis, afirmando que a teoria econômica é essencialmente uma teoria
social, por tratar dos homens e das sociedades construídas historicamente por eles. Logo,
consideram demonstrado que o uso da matemática, ou melhor, a profunda matematização
da Economia não pode ser entendida como uso de uma ferramenta auxiliar ou como
elemento de ilustração.

Partindo da minha leitura, o artigo apresenta uma crítica bem fundamentada sobre a
matematização da economia justificando que, mesmo que haja uma ideologia que é
essencial à sociedade, que indica e prescreve o que e como os membros dela devem
pensar, o que devem e como devem valorizar, o que devem e como devem sentir, o que
devem e como devem fazer. E mesmo que haja um elo entre a estrutura social e o sistema
de valores que formam o caráter, somado a um inconsciente social que molda a consciência
de pensamentos do indivíduo médio de qualquer sociedade a fim de evitar rejeição social, o
comportamento do ser humano não é tão restringido ao ponto de caber dentro de um modelo
matemático, pois a ação humana não é material, nem é natural, pois o homem não tem
natureza, tem história.

Sendo assim, os modelos matemáticos aplicados na economia não contemplam a realidade


e os economistas adeptos estariam fazendo ciência por fazer, visto que na prática não
funciona. Pude perceber que há também um incômodo em relação a desvalorização dos
profissionais que optam por não utilizar de métodos matemáticos e tentam fazer economia
através da análise do homo economicus, da historicidade dos fatos e ações.

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