Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
ABRIL DE 2017
Curso Profissional Instrumentista de Sopros e Percussão
Academia de Música de Costa Cabral
___________________________________________
[Diogo Filipe de Castro Silva]
___________________________________________
[Professor Gonçalo Dias]
2
Agradecimentos
3
Índice
Introdução ............................................................................................................................................. 5
Capítulo 1 – Os instrumentos ............................................................................................................. 6
1.1 – “Os Metais – Como tudo começou” .......................................................................................... 6
1.2 – Trombone ................................................................................................................................... 8
1.3 – Eufónio ..................................................................................................................................... 10
1.4 – Características semelhantes e contrastantes dos dois instrumentos ...................................... 11
Capítulo 2 - Repertório e livros de estudo relevantes aos dois instrumentos ........................... 12
Capítulo 3 – Benefícios ...................................................................................................................... 15
3.1 – Benefícios da prática dos dois instrumentos ........................................................................... 15
Capítulo 4 – Casos práticos ............................................................................................................... 16
4.1 – Questionário aos músicos David Silva, Gabriel Antão, Jarrett Butler, Rúben Tomé ................ 17
Conclusão ............................................................................................................................................. 23
Bibliografia e Webgrafia .................................................................................................................... 24
4
Introdução
1
Doubling, do inglês. Palavra usada para descrever a ação de um músico que toca mais de um
instrumento de forma regular.
5
Capítulo 1 – Os instrumentos
O uso dos instrumentos musicais como entretenimento simples e puro é uma conquista
recente, que remonta ao início da Idade Moderna, século XV. O crescimento desta arte durante
o século XVI provocou o aparecimento de novos instrumentos e o aperfeiçoamento dos
instrumentos já existentes. Nesta altura, para além dos antecedentes do trompete e da trompa,
surge ainda o antecedente do trombone, a sacabuxa. Estes instrumentos já começavam a ser
fabricados em metal.
6
Dois séculos mais tarde, com a Revolução Industrial, a mecanização tornou possível a
construção de todos os tipos de instrumentos de metal em larga escala, o que popularizou os
instrumentos e a própria execução musical.
A evolução dos instrumentos processou-se lentamente e gradualmente através dos
séculos. Foi apenas na primeira metade do século XIX, com o grande desenvolvimento da
música orquestral, que os instrumentos musicais adquiriram as formas que ainda hoje
apresentam. Foi também nesta altura que surgiu a tuba juntamente com o eufónio.
Hoje em dia os principais instrumentos representantes da família dos metais são o
trompete em si bemol e o trompete em dó, o trompete piccolo, o fliscorne, a trompa, o trombone
alto, tenor e baixo, o eufónio e a tuba.
7
1.2 – Trombone
8
A produção do som neste instrumento, à semelhança dos outros instrumentos da família
dos metais, é realizada através da vibração dos lábios no bocal (por norma em forma de taça,
podendo alternar a sua profundidade e largura). O ar percorre todo o instrumento e acaba por
sair da campânula já em forma
de som. A campânula é
direcionada para a frente, como
a do trompete, o que origina
uma sonoridade bastante direta.
Tanto o trompete como o
trombone são classificados
como instrumentos cilíndricos
por causa da sua estrutura, o
direcionamento da campânula e
pela largura dos tubos que se
alarga apenas no último terço
do instrumento (bombas de
afinação e campânula).
O trombone tem vários modelos e os mais utilizados são o tenor e o baixo, mas para
além destes ainda existem outros como o alto, o contrabaixo e o trombone de pistões. O
trombone tenor é o mais usual, tanto em contexto de orquestra como no universo da música
jazz, mas para além de tocar em naipe, a performance solista deste instrumento tem vindo a
aumentar constantemente, muito por influência de intérpretes como Joseph Alessi ou Christian
Lindberg (em estilos mais clássicos) e Wycliffe Gordon ou o falecido J. J. Johnson (no jazz).
Figura 4 - Os Trombones
9
1.3 – Eufónio
O eufónio é um instrumento musical que surge no século XIX. Definido como aerofone
de metal, que tal como o trombone pertence ao grupo de metais graves, este instrumento é um
dos modelos da tuba, o que faz com que pertença a esta família.
Este instrumento funciona através de um sistema de pistões, por norma 4, que quando
pressionados fazem com que o ar tenha de percorrer mais tubo, baixando assim a altura da nota.
As séries de harmónicos do eufónio alternam consoante as combinações feitas com os pistões
e o registo normal do eufónio é de 4 ou mais oitavas à semelhança do trombone.
Figura 6 - Mecanismo
de 4 pistões
Assim como todos os instrumentos da família dos metais, também o som do eufónio é
produzido através da vibração labial no bocal, o qual pode variar em termos de profundidade e
largura.
10
1.4 – Características semelhantes e contrastantes dos dois instrumentos
O eufónio aparece com menos frequência em orquestra sinfónica, mas quando aparece
assume uma função, por norma, mais solística.
Já em orquestra de sopros, ou até mesmo noutras formações como Brass Bands ou Big
Bands, assim como o trombone também o eufónio tem um papel muito importante.
11
Capítulo 2 - Repertório e livros de estudo relevantes aos dois
instrumentos
12
Repertório
Trombone
► Algum repertório original a solo com acompanhamento de piano/orquestra:
BOURGEOIS, Derek – “Trombone Concerto”
BOZZA, Eugène – “Ballade for Trombone
DAVID, Ferdinand – “Concertino for Trombone”
EWAZEN, Eric – “Ballade for Bass Trombone”
GRONDAHL, Launy – “Trombone Concerto”
JACOB, Gordon – “Trombone Concerto”
KORSKOV, Rimsky – “Trombone Concerto”
LEBEDEV, Alexander – “Concerto in One Movement for Bass Trombone”
PRYOR, Arthur – “Blue Bells of Scotland”
PRYOR, Arthur – “Fantastic Polka”
MACKEY, John – “Harvest – Concerto for Trombone”
ROCHA, Gilles – “Fly or Die for Bass Trombone”
ŠULEK, Stjepan – «Sonata “Vox Gabrieli”»
TOMASI, Henri – “Concerto for Trombone”
YAGISAWA, Satoshi – “Trombone Concerto”
Eufónio
► Algum repertório original a solo com acompanhamento de piano/orquestra:
BOURGEOIS, Derek – “Euphonium Concerto”
COSMA, Vladimir – “Euphonium Concerto”
CURNOW, James – “Rhapsody for Euphonium”
CURNOW, James – “Symphonic Variants for Euphonium”
DELUCA, Joseph – “Beautiful Colorado”
GILLINGHAM, David – “Vintage”
GOLLAND, John – “Euphonium Concerto No.1”
HOROVITZ, Joseph – “Euphonium Concerto”
JACOB, Gordon – “Fantasia for Euphonium”
LINKOLA, Jukka – “Euphonium Concerto”
SPARKE, Philip – “Euphonium Concerto”
SPARKE, Philip – “Pantomime”
STEVENS, John – “Euphonium Concerto No.1”
13
SZENTPÁLI, Roland – “Pearls”
WILBY, Philip – “Euphonium Concerto”
Obras Sinfónicas
► Compositores mais relevantes no desenvolvimento dos dois instrumentos em Orquestra
Sinfónica, assim como as suas obras mais emblemáticas para cada instrumento:
Eufónio Gustav Holst (“The Planets”), Gustav Mahler (“Symphony no.7”), Modest
Mussorgsky /arr. Ravel (“Pictures at an Exhibition”), Ottorino Respighi (“Pini di Roma”),
Dmitri Shostakovich (“L’age d’or”), Richard Strauss (“D. Quixote” e “Ein Heldenleben”).
Livros de Estudo
► Alguns livros de estudo partilhados pelos dois
instrumentos:
ARBAN, J. Jean Baptiste L. – “Arban’s for
Trombone and Baritone”
FINK, Reginald – “Studies in Legato for
Trombone”
PILAFIAN, S. & SHERIDAN, P. – “The
Breathing Gym”
NIGHTINGALE, M. – “20 Undertones for Bass
Trombone”
ROCHUT, Joannes – “Melodious Etudes for
Trombone”
TYRRELL, H. W. – “40 Progressive Studies for Figura 10 - "Arban", livro de estudo
Bb Tenor Slide Trombone”
14
Capítulo 3 – Benefícios
15
Capítulo 4 – Casos práticos
Neste capítulo, nada melhor do que abordar alguns casos práticos dirigidos a músicos
de renome que se enquadram neste assunto para que pudessem partilhar a sua própria
experiência nesta temática, visto que certamente se depararam com situações e dificuldades
idênticas àquelas com as quais me deparei.
Usando a fonte bibliográfica “Antão, R. R. (2014). Diferenças estruturais e sonoras
entre Eufónio e Trombone. ESMAE”, utilizei, com a autorização do autor, duas respostas
referentes aos músicos David Silva e Gabriel Antão, e resolvi ainda acrescentar outras duas
apresentadas por dois outros músicos, Jarrett Butler e Rúben Tomé. A amostra não é extensa,
visto que a quantidade de pessoas que se dedica a este assunto também não é assim tão
numerosa.
16
4.1 – Questionário aos músicos David Silva, Gabriel Antão, Jarrett Butler,
Rúben Tomé
1. Há quanto tempo toca cada um dos instrumentos [(i) Eufónio e (ii) Trombone]?
Trombone toco há 27 anos, Eufónio toquei durante 9 anos.
4. Apontaria alguma diferença sonora entre os dois? Se sim, quais seriam as principais
diferenças que salientaria?
Sim, o Eufónio com um som mais escuro sendo normal devido a sua organologia, o trombone
um som mais brilhante e mais expansivo.
17
“Questionário - Gabriel Antão
5. Além das diferenças, em que aspetos acha que um instrumento [ou a prática de um
instrumento] pode influenciar o outro?
Por se tocarem de maneiras diferentes, e com isso o domínio de técnicas diferentes, a prática
de um instrumento pode obviamente influenciar a do outro, uma vez que o músico fica a
dominar capacidades extras para a prática do outro instrumento. Também o fato de existir
literatura específica para cada um dos instrumentos, leva a que o músico, ao tocar ambos,
desenvolva capacidades dos dois e que consiga aproveitar conhecimentos dos dois
instrumentos na prática de qualquer um deles.”
(retirado de Antão, Ricardo, "Diferenças estruturais e sonoras entre Eufónio e Trombone",
p.67, 2014)
18
Questionário - Jarrett Butler
4. De que forma, acha que a prática de um destes instrumentos o pode ajudar na prática
do outro?
Acho que com qualquer instrumento de sopro tudo depende do controlo/utilização do ar. A
prática muito "disciplinada" deste assunto é fundamental para qualquer pessoa de qualquer
nível. Sem esta "base" estaremos sempre "a nadar contra a corrente".
19
Questionário - Rúben Tomé
4. De que forma, acha que a prática de um destes instrumentos o pode ajudar na prática
do outro?
Para mim, o que o eufónio pode ajudar na prática do trombone é, por exemplo, o stacatto duplo
e triplo pois o seu repertório exige mais este tipo de stacatto, e a leitura porque o repertório do
eufónio é mais técnico.
O que o trombone pode ajudar na prática do eufónio é o som e o registo.
Se eu tocar com bom som um dó agudo no trombone, muito facilmente toco um sol agudo no
Eufónio. Igual com o som, se tiver um bom som no trombone, facilmente tenho um bom som
no Eufónio.
Acaba por ser relativo, isto é apenas pessoal, para outro músico pode ser diferente.
No fundo tocar os dois instrumentos ao mais alto nível é sempre uma tarefa difícil que requer
muito trabalho, paixão e profissionalismo.
20
Figura 12 - David Silva
21
Figura 14 - Jarrett Butler
22
Conclusão
23
Bibliografia e Webgrafia
Http://www.andreaconti.it
Http://www.movimento.com/2011/09/a-historia-dos-instrumentos
Http://www.tromboneexcerpts.org
24