Sunteți pe pagina 1din 24

TROMBONE E EUFÓNIO

“O QUE OS UNE E SEPARA”

PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL - DISSERTAÇÃO ESCRITA

DIOGO FILIPE DE CASTRO SILVA


ORIENTADOR: PROFESSOR GONÇALO DIAS

ABRIL DE 2017
Curso Profissional Instrumentista de Sopros e Percussão
Academia de Música de Costa Cabral

Prova de Aptidão Profissional – Dissertação Escrita

___________________________________________
[Diogo Filipe de Castro Silva]

___________________________________________
[Professor Gonçalo Dias]

2
Agradecimentos

Queria, em primeiro lugar, agradecer ao professor Francisco Ferreira por me ter


permitido estudar na Academia de Música de Costa Cabral e me ter incentivado a ingressar no
curso profissional de Instrumentista de Sopros e Percussão.
Em segundo lugar, gostaria de agradecer ao meu orientador de PAP, professor Gonçalo
Dias, por se ter disponibilizado para me ajudar neste grande desafio que é a dissertação.
Quero agradecer ao meu professor de instrumento, professor Ricardo Antão, por me ter
apoiado e não me ter deixado desistir dos meus sonhos, por me ter ensinado imenso, tanto a
nível profissional como também humanístico, refletindo-se na pessoa que sou hoje.
Agradeço, também, a toda a minha família por me ter incentivado a prosseguir com os
meus estudos musicais e, agradeço ainda a todos os professores, tanto da área vocacional como
da geral, com quem aprendi muito durante estes últimos anos.

3
Índice

Introdução ............................................................................................................................................. 5
Capítulo 1 – Os instrumentos ............................................................................................................. 6
1.1 – “Os Metais – Como tudo começou” .......................................................................................... 6
1.2 – Trombone ................................................................................................................................... 8
1.3 – Eufónio ..................................................................................................................................... 10
1.4 – Características semelhantes e contrastantes dos dois instrumentos ...................................... 11
Capítulo 2 - Repertório e livros de estudo relevantes aos dois instrumentos ........................... 12
Capítulo 3 – Benefícios ...................................................................................................................... 15
3.1 – Benefícios da prática dos dois instrumentos ........................................................................... 15
Capítulo 4 – Casos práticos ............................................................................................................... 16
4.1 – Questionário aos músicos David Silva, Gabriel Antão, Jarrett Butler, Rúben Tomé ................ 17
Conclusão ............................................................................................................................................. 23
Bibliografia e Webgrafia .................................................................................................................... 24

4
Introdução

O tema desta dissertação escrita, inserida na Prova de Aptidão Profissional, surgiu


devido ao meu grande fascínio pelo trombone desde muito novo e à situação com que me
deparo hoje, visto estando a terminar o curso profissional de Instrumentista de Sopros e
Percussão e consequentemente o meu 8º grau em eufónio, quero agora, para além de continuar
a adquirir formação e a disfrutar do incrível instrumento que é o eufónio, começar também a
adquirir alguma formação no trombone à semelhança de alguns músicos que também tiveram,
ou ainda têm, esta dupla experiência.
Como tal, não existe melhor maneira de começar a adquirir essa formação do que fazer
uma pesquisa aprofundada e passar a conhecer um pouco mais sobre o trombone.
Estabelecendo uma comparação entre estes instrumentos poderei compreender melhor como
encarar o trombone e, assim, estando ciente das diferenças entre eles, conseguirei transferir o
máximo de conhecimentos do eufónio para o trombone.
Assim sendo, este meu trabalho passará por comparar os dois instrumentos e saber a
opinião de músicos de renome que também tiveram esta experiência na sua vida artística.
Poderei igualmente aprofundar os meus conhecimentos sobre o eufónio, tanto a nível da sua
história e desenvolvimento como do repertório.
A metodologia deste trabalho passou por pesquisas bibliográficas, enriquecidas por um
questionário feito a alguns músicos conhecidos internacionalmente.
Para a investigação ficar mais completa, tive necessidade de contextualizar um pouco
o surgimento dos instrumentos de metal ao longo da história. Por isso mesmo, no capítulo 1.1
falo sobre os metais em geral e os seus antepassados e tento explicar como esta família foi
evoluindo até ao que conhecemos hoje. Já nos capítulos 1.2 e 1.3 começo a dirigir-me mais
concretamente para o tema da minha dissertação falando do trombone (1.2) e do eufónio (1.3).
No capítulo 1.4 temos então uma comparação generalizada destes instrumentos.
No capítulo 2, é mencionado algum repertório original referente a cada um dos
instrumentos assim como livros de estudo utilizados por ambos.
No capítulo 3, menciono alguns dos benefícios da prática do doubling1.
Por fim, no último capítulo, apresento respostas obtidas de um questionário realizado
por mim com perguntas muito semelhantes às presentes na fonte bibliográfica “Antão, R. R.
(2014) - Diferenças estruturais e sonoras entre Eufónio e Trombone. ESMAE” e ainda breves
biografias dos músicos envolvidos neste assunto.

1
Doubling, do inglês. Palavra usada para descrever a ação de um músico que toca mais de um
instrumento de forma regular.

5
Capítulo 1 – Os instrumentos

1.1 – “Os Metais – Como tudo começou”

A origem e o desenvolvimento dos instrumentos musicais acompanham a própria


história das civilizações, pois sabe-se que todos os povos da antiguidade chegaram a usufruir
de instrumentos musicais, mais ou menos rudimentares, já que a música é uma linguagem
espontânea e inerente ao próprio ser humano, sendo até possível que esta, tenha aparecido antes
da linguagem verbal. No entanto, é muito difícil dizer com rigor a época e o lugar em que
apareceu o primeiro instrumento musical, até porque muitos deles aparecem ao mesmo tempo
em sítios completamente diferentes.
Sabe-se ainda, através de documentos antigos, que os egípcios, assírios, babilónios,
hebreus, chineses, gregos e romanos utilizaram muitas espécies diferentes de instrumentos
musicais, entre eles antecedentes da trompa e do trompete (instrumentos aparentemente da
família dos metais) ainda com formas muito rudimentares, como por exemplo cornos de
animais. Com isto podemos concluir que estes dois instrumentos foram descobertos ainda antes
do nascimento de Cristo.

Figura 1 - Cornu - Instrumento Romano

Dentro dos instrumentos musicais existem várias


famílias de instrumentos, sendo uma delas a família dos
instrumentos de metal (fabricados em diversos tipos de metal
como latão, ouro, prata, bronze, etc.); estes são ainda
classificados como aerofones de metal e bocal, ou seja, o som
é emitido através do sopro e da vibração labial num bocal,
este som passa por um tubo, cónico ou cilíndrico, e é
amplificado por esse mesmo tubo.

O uso dos instrumentos musicais como entretenimento simples e puro é uma conquista
recente, que remonta ao início da Idade Moderna, século XV. O crescimento desta arte durante
o século XVI provocou o aparecimento de novos instrumentos e o aperfeiçoamento dos
instrumentos já existentes. Nesta altura, para além dos antecedentes do trompete e da trompa,
surge ainda o antecedente do trombone, a sacabuxa. Estes instrumentos já começavam a ser
fabricados em metal.

6
Dois séculos mais tarde, com a Revolução Industrial, a mecanização tornou possível a
construção de todos os tipos de instrumentos de metal em larga escala, o que popularizou os
instrumentos e a própria execução musical.
A evolução dos instrumentos processou-se lentamente e gradualmente através dos
séculos. Foi apenas na primeira metade do século XIX, com o grande desenvolvimento da
música orquestral, que os instrumentos musicais adquiriram as formas que ainda hoje
apresentam. Foi também nesta altura que surgiu a tuba juntamente com o eufónio.
Hoje em dia os principais instrumentos representantes da família dos metais são o
trompete em si bemol e o trompete em dó, o trompete piccolo, o fliscorne, a trompa, o trombone
alto, tenor e baixo, o eufónio e a tuba.

Figura 2 - A Família dos Metais

7
1.2 – Trombone

O trombone é um instrumento que aparece no século XV derivado de modelos graves


da trompete, e nesta altura fica conhecido como sacabuxa. A sacabuxa, com o passar dos anos,
foi sofrendo algumas alterações, chegando então, no século XVI, à forma do trombone
contemporâneo. Este instrumento pertence a um grupo de instrumentos de metais designados
de “metais graves” ou Low Brass. É constituído por dois tubos em forma de U em que um
desliza por fora do outro utilizando, portanto, o mecanismo de vara deslizante para a obtenção
de séries de harmónicos. A vara permite obter 7 séries de harmónicos diferentes e o trombone
possui um registo normal superior a 4 oitavas.

Figura 3 - Low Brass (Szeged Trombone Ensemble)

O facto de funcionar através de um mecanismo de vara traz certas vantagens e


desvantagens sendo as mais evidentes a facilidade de obter glissandos e a dificuldade de
executar legatos e passagens mais rápidas que exijam a alternância de posições de um extremo
para o outro; no entanto, para auxiliar o trombonista nestas passagens mais técnicas houve a
necessidade de criar uma válvula transpositora (em Fá), o que para além de o ajudar nestas
ocasiões permite ainda aumentar a extensão grave do instrumento.

8
A produção do som neste instrumento, à semelhança dos outros instrumentos da família
dos metais, é realizada através da vibração dos lábios no bocal (por norma em forma de taça,
podendo alternar a sua profundidade e largura). O ar percorre todo o instrumento e acaba por
sair da campânula já em forma
de som. A campânula é
direcionada para a frente, como
a do trompete, o que origina
uma sonoridade bastante direta.
Tanto o trompete como o
trombone são classificados
como instrumentos cilíndricos
por causa da sua estrutura, o
direcionamento da campânula e
pela largura dos tubos que se
alarga apenas no último terço
do instrumento (bombas de
afinação e campânula).

Figura 4 – Gráfico ilustrativo da série de harmónicos nas sete posições do trombone

O trombone tem vários modelos e os mais utilizados são o tenor e o baixo, mas para
além destes ainda existem outros como o alto, o contrabaixo e o trombone de pistões. O
trombone tenor é o mais usual, tanto em contexto de orquestra como no universo da música
jazz, mas para além de tocar em naipe, a performance solista deste instrumento tem vindo a
aumentar constantemente, muito por influência de intérpretes como Joseph Alessi ou Christian
Lindberg (em estilos mais clássicos) e Wycliffe Gordon ou o falecido J. J. Johnson (no jazz).

Figura 4 - Os Trombones

9
1.3 – Eufónio

O eufónio é um instrumento musical que surge no século XIX. Definido como aerofone
de metal, que tal como o trombone pertence ao grupo de metais graves, este instrumento é um
dos modelos da tuba, o que faz com que pertença a esta família.
Este instrumento funciona através de um sistema de pistões, por norma 4, que quando
pressionados fazem com que o ar tenha de percorrer mais tubo, baixando assim a altura da nota.
As séries de harmónicos do eufónio alternam consoante as combinações feitas com os pistões
e o registo normal do eufónio é de 4 ou mais oitavas à semelhança do trombone.

Figura 6 - Mecanismo
de 4 pistões

Assim como todos os instrumentos da família dos metais, também o som do eufónio é
produzido através da vibração labial no bocal, o qual pode variar em termos de profundidade e
largura.

Os bocais utilizados para tocar eufónio são normalmente


em forma de taça como os do trombone, daí que frequentemente
se possa usar o mesmo bocal para a execução dos dois
instrumentos. O ar, percorrendo todos os tubos do instrumento,
chega à campânula já em forma de som, mas ao contrário do
trombone e do trompete, a campânula do eufónio é direcionada
para cima e é um instrumento cónico por causa da sua estrutura,
do direcionamento da campânula e da largura dos tubos que vai
aumentando desde o tudel até à campânula.
O eufónio é na maioria das vezes afinado em Si bemol,
mas existem outros eufónios afinados em Dó, os quais eram
quase exclusivamente fabricados para Portugal, no entanto
agora já não se fabricam. Além do papel pontual na orquestra, o
eufónio é por vezes incluído em formações de jazz e muitas das
vezes apresenta-se a solo, acompanhado por orquestras de
Figura 7 - O Eufónio sopros e percussão.

10
1.4 – Características semelhantes e contrastantes dos dois instrumentos

Para além de terem formas bem diferentes, podemos


observar outra grande diferença entre estes dois instrumentos: o
mecanismo de vara deslizante do trombone e o sistema de
pistões do eufónio. Estes instrumentos utilizam bocais idênticos,
mas, no entanto, o som é bem diferente.
Figura 8 - O Bocal (de
Como já foi referido, o eufónio é um instrumento cónico Trombone ou Eufónio)
e o trombone um instrumento cilíndrico, o que faz com que este
seja reconhecido pelo seu som brilhante e direto e o eufónio pelo seu som cheio, escuro e denso.
O registo normal dos dois instrumentos ultrapassa as 4 oitavas e tanto o eufónio como
o trombone estão inseridos no grupo dos metais graves juntamente com a tuba. O eufónio é um
instrumento transpositor afinado em Si bemol que lê na clave de sol apesar das suas partituras
estarem na maioria das vezes escritas na clave de fá em efeito real, já o trombone não é um
instrumento transpositor e está afinado em Dó tendo as suas partes escritas na clave de fá ou
até na clave dó na quarta linha.

Em orquestra o naipe de trombones,


cuja formação é constituída normalmente por
2/3 trombones tenores e 1 trombone baixo,
começa a ser muito comum já no final do
século XVIII; a tuba complementa o naipe,
tendo este como principal papel na orquestra
uma função harmónica, podendo
eventualmente assumir também função
solística por vezes.

Figura 9 - Naipe de Trombones (New York Philharmonic Orchestra)

O eufónio aparece com menos frequência em orquestra sinfónica, mas quando aparece
assume uma função, por norma, mais solística.
Já em orquestra de sopros, ou até mesmo noutras formações como Brass Bands ou Big
Bands, assim como o trombone também o eufónio tem um papel muito importante.

11
Capítulo 2 - Repertório e livros de estudo relevantes aos dois
instrumentos

Ao longo dos tempos os compositores e músicos foram desenvolvendo reportório para


estes dois instrumentos, quer na vertente solística, camerística e até mesmo na grande Orquestra
Sinfónica.
Já no que diz respeito à parte dos livros, foram surgindo novos exercícios técnicos,
novas ideias que permitiram a evolução dos dois instrumentos (à semelhança dos restantes
instrumentos) e o nível das performances dos músicos.
Com o desenvolvimento da técnica de ambos os instrumentos, a dificuldade do
repertório foi amentando cada vez mais. Hoje em dia são exploradas novas técnicas e efeitos,
o que faz com que o nível dos instrumentos esteja a evoluir de uma forma exponencial.
Também os instrumentistas estão muito mais evoluídos nos dias de hoje, o que permite aos
compositores serem mais audazes e exigentes quando escrevem para um determinado
instrumento.
Neste capítulo estão enumerados alguns nomes de obras escritas originalmente para
trombone e para eufónio, com acompanhamento de piano ou orquestra de sopros, e algumas
obras sinfónicas relevantes para cada um dos instrumentos assim como livros de estudo
partilhados entre estes dois instrumentos.
Para além do repertório original do instrumento, os trombonistas e os eufonistas
adaptam obras originais de outros instrumentos, como por exemplo a “Sonata in F Minor” de
G. P. Telemann, que foi escrita para fagote, mas que é muito comum ser apresentada no eufónio
ou no trombone, ou até o “Vocalise” de S. Rachmaninoff que é tocado em inúmeros
instrumentos diferentes. O repertório original escrito para eufónio é mais escasso quando
comparamos com o do trombone, apesar de hoje em dia estar a aumentar significativamente
devido a compositores como Philip Sparke, James Curnow ou Roland Szentpáli. Ademais do
repertório com acompanhamento, temos ainda o repertório “a solo”, ou seja, não acompanhado,
em que estes instrumentos já somam um número de obras relativamente amplo.

12
Repertório

Trombone
► Algum repertório original a solo com acompanhamento de piano/orquestra:
 BOURGEOIS, Derek – “Trombone Concerto”
 BOZZA, Eugène – “Ballade for Trombone
 DAVID, Ferdinand – “Concertino for Trombone”
 EWAZEN, Eric – “Ballade for Bass Trombone”
 GRONDAHL, Launy – “Trombone Concerto”
 JACOB, Gordon – “Trombone Concerto”
 KORSKOV, Rimsky – “Trombone Concerto”
 LEBEDEV, Alexander – “Concerto in One Movement for Bass Trombone”
 PRYOR, Arthur – “Blue Bells of Scotland”
 PRYOR, Arthur – “Fantastic Polka”
 MACKEY, John – “Harvest – Concerto for Trombone”
 ROCHA, Gilles – “Fly or Die for Bass Trombone”
 ŠULEK, Stjepan – «Sonata “Vox Gabrieli”»
 TOMASI, Henri – “Concerto for Trombone”
 YAGISAWA, Satoshi – “Trombone Concerto”

► Repertório original solista sem acompanhamento:

 ARNOLD, Malcolm – “Fantasy for Trombone”


 BERNSTEIN, Leonard – “Elegy for Mippy III”
 CRESPO, Enrique – “Improvisation No.1 for Solo Trombone”
 PERSICHETTI, Vincent – “Parable”

Eufónio
► Algum repertório original a solo com acompanhamento de piano/orquestra:
 BOURGEOIS, Derek – “Euphonium Concerto”
 COSMA, Vladimir – “Euphonium Concerto”
 CURNOW, James – “Rhapsody for Euphonium”
 CURNOW, James – “Symphonic Variants for Euphonium”
 DELUCA, Joseph – “Beautiful Colorado”
 GILLINGHAM, David – “Vintage”
 GOLLAND, John – “Euphonium Concerto No.1”
 HOROVITZ, Joseph – “Euphonium Concerto”
 JACOB, Gordon – “Fantasia for Euphonium”
 LINKOLA, Jukka – “Euphonium Concerto”
 SPARKE, Philip – “Euphonium Concerto”
 SPARKE, Philip – “Pantomime”
 STEVENS, John – “Euphonium Concerto No.1”

13
 SZENTPÁLI, Roland – “Pearls”
 WILBY, Philip – “Euphonium Concerto”

► Repertório original solista sem acompanhamento:


 CLINARD, Fred – “Sonata for Unaccompanied Euphonium”
 FALCONE, Nicholas – “Mazurka”
 FORBES, Michael – “Polar Vortex”
 STEVENS, John – “Soliloquies”

Obras Sinfónicas

► Compositores mais relevantes no desenvolvimento dos dois instrumentos em Orquestra
Sinfónica, assim como as suas obras mais emblemáticas para cada instrumento:

Trombone  Ludwig van Beethoven (“Symphony no.5” e “Symphony no.9”), Hector


Berlioz (“Hungarian March”), Johannes Brahms (“Symphony no.2” e “Symphony no.4”),
Anton Bruckner (“Symphony no.7” e “Symphony no.9”), Antonín Dvořák (“Symphony
no.9”), Gustav Mahler (“Symphony no.2”, “Symphony no.5” e “Symphony no.7”), Wolfgang
Amadeus Mozart (“Requiem”), Maurice Ravel (“Bolero”), Gioachino Rossini (“William
Tell Overture”), Robert Schumann (“Symphony no.2” e “Symphony no.3”), Richard
Wagner (“Ride of the Valkyries” e “Tannhäuser Overture”).

Eufónio  Gustav Holst (“The Planets”), Gustav Mahler (“Symphony no.7”), Modest
Mussorgsky /arr. Ravel (“Pictures at an Exhibition”), Ottorino Respighi (“Pini di Roma”),
Dmitri Shostakovich (“L’age d’or”), Richard Strauss (“D. Quixote” e “Ein Heldenleben”).

Livros de Estudo

► Alguns livros de estudo partilhados pelos dois
instrumentos:
 ARBAN, J. Jean Baptiste L. – “Arban’s for
Trombone and Baritone”
 FINK, Reginald – “Studies in Legato for
Trombone”
 PILAFIAN, S. & SHERIDAN, P. – “The
Breathing Gym”
 NIGHTINGALE, M. – “20 Undertones for Bass
Trombone”
 ROCHUT, Joannes – “Melodious Etudes for
Trombone”
 TYRRELL, H. W. – “40 Progressive Studies for Figura 10 - "Arban", livro de estudo
Bb Tenor Slide Trombone”

14
Capítulo 3 – Benefícios

3.1 – Benefícios da prática dos dois instrumentos

Com a prática de dois instrumentos o músico consegue adicionar características de um


dos instrumentos ao outro. Para determinadas peças no eufónio poderemos ter de procurar uma
articulação mais precisa, e nessas peças pensar na articulação do trombone irá ajudar.
Para um eufonista a oferta de trabalho aumenta porque poderá arranjar trabalho a tempo
inteiro em orquestras sinfónicas. Como não são comuns em orquestras sinfónicas, os eufonistas
são apenas chamados para certos programas, e assim poderão candidatar-se como trombonistas,
cargo que oferece várias vagas devido à constituição do seu naipe.
O repertório do eufónio, sendo mais técnico, obrigará um trombonista a trabalhar mais
o seu stacatto duplo e triplo. Praticando eufónio, o trombonista conseguirá mais facilmente
encontrar um som mais escuro e doce no trombone por causa das características do eufónio.
Praticar trombone poderá ajudar um eufonista em termos de afinação porque o
trombone é um instrumento mais fácil de corrigir a afinação, devido ao seu próprio mecanismo
de vara. Como o trombone é um instrumento cilíndrico, é mais fácil projetar o som, o que
poderá ajudar o eufonista a conseguir projetar melhor o seu som também porque ele irá sempre
ter como referência o som e a projeção do trombone quando o tiver de fazer.
Conhecer as características de determinados instrumentos e idealiza-las muito bem
torna-nos músicos mais versáteis, pois adquirimos capacidades provenientes do facto de
conseguirmos fazer música através de dois instrumentos com características diferentes entre
eles.
Ricardo Antão chegou
mesmo a estrear uma obra em
que toca eufónio e trombone.
Estreada no seu Recital Final
do Mestrado, esta obra foi
composta por Daniel Moreira e
explora várias características
dos dois instrumentos. Já foram
criadas várias formações em
que Ricardo Antão se apresenta
com ambos os instrumentos,
sendo exemplos os grupos Figura 11 - "Dual Soundway",
“Dual Soundway”, Ricardo Antão Ricardo Antão e Fredric Cardoso
(eufónio e trombone) e Fredric Cardoso
(clarinete em si bemol e clarinete baixo), e “BlinDuo”, Ricardo Antão (eufónio e trombone) e
Ana Martins (saxofone soprano e saxofone alto).

15
Capítulo 4 – Casos práticos

Neste capítulo, nada melhor do que abordar alguns casos práticos dirigidos a músicos
de renome que se enquadram neste assunto para que pudessem partilhar a sua própria
experiência nesta temática, visto que certamente se depararam com situações e dificuldades
idênticas àquelas com as quais me deparei.
Usando a fonte bibliográfica “Antão, R. R. (2014). Diferenças estruturais e sonoras
entre Eufónio e Trombone. ESMAE”, utilizei, com a autorização do autor, duas respostas
referentes aos músicos David Silva e Gabriel Antão, e resolvi ainda acrescentar outras duas
apresentadas por dois outros músicos, Jarrett Butler e Rúben Tomé. A amostra não é extensa,
visto que a quantidade de pessoas que se dedica a este assunto também não é assim tão
numerosa.

A administração dos questionários tem em conta manter o questionário tão curto e


interessante quanto possível e agrupar as questões por tópicos. Os questionários foram
preparados e posteriormente enviados por correio eletrónico aos intervenientes, a quem
expliquei os objetivos do trabalho.
Serão então apresentadas as respostas que obtive depois de solicitada a resolução do
questionário, seguidas de breves biografias dos músicos mencionados anteriormente.

16
4.1 – Questionário aos músicos David Silva, Gabriel Antão, Jarrett Butler,
Rúben Tomé

“Questionário - David Silva

1. Há quanto tempo toca cada um dos instrumentos [(i) Eufónio e (ii) Trombone]?
Trombone toco há 27 anos, Eufónio toquei durante 9 anos.

2. Com que frequência toca cada um dos instrumentos?


Eufónio poucas vezes, trombone diariamente.

3. Quais são as principais diferenças entre os instrumentos quando toca?


Tanto o Eufónio como o trombone em minha opinião, são muito similares na forma de tocar,
exercem a mesma extensão harmónica, relativamente a produção do som exigem os mesmos
elementos físicos, sendo naturalmente de timbres diferentes a produção em geral e articulações
são as mesmas.
A diferença mais notável encontra-se que o trombone utiliza uma vara e o eufónio válvulas,
mas se repararmos, as sete combinações das válvulas correspondem as sete posições do
trombone.

4. Apontaria alguma diferença sonora entre os dois? Se sim, quais seriam as principais
diferenças que salientaria?
Sim, o Eufónio com um som mais escuro sendo normal devido a sua organologia, o trombone
um som mais brilhante e mais expansivo.

5. Além das diferenças já mencionadas, pensa que a prática de um instrumento pode


influenciar a prática do outro? De que forma?
Sim penso que pode influenciar até certo ponto, o Eufónio utilizando a mesma embocadura
será mais fácil familiarizar-se com o trombone, outro ponto será o facto de o trombone trazer
mais possibilidades de trabalho visto, ser um instrumento muito mais versátil.”
(retirado de Antão, Ricardo, "Diferenças estruturais e sonoras entre Eufónio e Trombone",
p.70, 2014)

17
“Questionário - Gabriel Antão

1. Há quanto tempo toca cada um dos instrumentos [Eufónio e Trombone]?


Eufónio - desde 2007 (7 anos); Trombone - desde 1998 (16 anos)

2. Com que frequência toca cada um dos instrumentos? É primeiramente


trombonista/eufonista?
Eufónio - 4 vezes/ano; Trombone – diariamente

3. Quais são as principais diferenças entre os instrumentos quando toca?


O trombone tem uma emissão mais direta do som, o que leva a maiores dificuldades de controlo
quando a dinâmica sonora é mais elevada. Assim sendo, o controlo da coluna de ar varia de um
instrumento para o outro. Em relação à resistência que o instrumento oferece ao tocar, também
esta é um fator ao qual o instrumentista tem que se adaptar.

4. Se tivesse que apontar algumas diferenças sonoras, quais seriam?


O timbre do trombone é decididamente mais direto e tende a não ser tão volumoso como o do
eufónio.
O som do eufónio é muito mais envolvente que o do trombone. Desta forma, o som do
trombone consegue chegar mais rápida e diretamente ao público enquanto o som do eufónio
tende a soar como se viesse de todo o lado.

5. Além das diferenças, em que aspetos acha que um instrumento [ou a prática de um
instrumento] pode influenciar o outro?
Por se tocarem de maneiras diferentes, e com isso o domínio de técnicas diferentes, a prática
de um instrumento pode obviamente influenciar a do outro, uma vez que o músico fica a
dominar capacidades extras para a prática do outro instrumento. Também o fato de existir
literatura específica para cada um dos instrumentos, leva a que o músico, ao tocar ambos,
desenvolva capacidades dos dois e que consiga aproveitar conhecimentos dos dois
instrumentos na prática de qualquer um deles.”
(retirado de Antão, Ricardo, "Diferenças estruturais e sonoras entre Eufónio e Trombone",
p.67, 2014)

18
Questionário - Jarrett Butler

1. Há quanto tempo pratica cada um dos instrumentos (Trombone e Eufónio)?


Comecei no Eufónio com 12 anos de idade e o trombone um ano depois, ou seja:
Trombone - 35 anos; Eufónio - 36 anos!

2. Com que frequência pratica cada um dos instrumentos?


Trombone - todos os dias do ano - 5 dias de descanso nas férias em agosto.
Eufónio - Duas a três horas por mês. Depende se tenho concertos com o Quintet Lisbon Brass,
Ensemble de Metais, etc. Se for para tocar na orquestra estudo muito mais, antes do início da
semana de trabalho.

3. Quais são as principais diferenças entre os instrumentos que pode apontar


relativamente à forma de tocar cada um?
Som, ar e articulação.
O Eufónio tem naturalmente um som mais pesado de que o trombone. Por isso, eu uso mais
velocidade de ar para ter sempre um som mais cheio/escuro em todos os registos. Para
compensar estas diferenças sinto-me obrigado a articular com um pouco mais de dureza no
eufónio de que no trombone.

4. De que forma, acha que a prática de um destes instrumentos o pode ajudar na prática
do outro?
Acho que com qualquer instrumento de sopro tudo depende do controlo/utilização do ar. A
prática muito "disciplinada" deste assunto é fundamental para qualquer pessoa de qualquer
nível. Sem esta "base" estaremos sempre "a nadar contra a corrente".

19
Questionário - Rúben Tomé

1. Há quanto tempo pratica cada um dos instrumentos (Trombone e Eufónio)?


Toco eufónio desde os 8 anos, ou seja, há 17 anos e trombone desde os 12 anos, ou seja, há 13
anos.
2. Com que frequência pratica cada um dos instrumentos?
Hoje em dia só toco trombone, não toco eufónio faz uns 3 anos.

3. Quais são as principais diferenças entre os instrumentos que pode apontar


relativamente à forma de tocar cada um?
Relativamente á forma de tocar são muito diferentes.
Primeiro a maior característica do trombone é a vara, o que é bem mais complicado de dominar,
logo aí não tem nada a ver com os pistões.
Depois a forma de soprar é bastante diferente. Na minha opinião o trombone oferece mais
resistência de ar que o eufónio, é preciso trabalhar mais com o ar/corpo para ter um bom som
em todo o registo.

4. De que forma, acha que a prática de um destes instrumentos o pode ajudar na prática
do outro?
Para mim, o que o eufónio pode ajudar na prática do trombone é, por exemplo, o stacatto duplo
e triplo pois o seu repertório exige mais este tipo de stacatto, e a leitura porque o repertório do
eufónio é mais técnico.
O que o trombone pode ajudar na prática do eufónio é o som e o registo.
Se eu tocar com bom som um dó agudo no trombone, muito facilmente toco um sol agudo no
Eufónio. Igual com o som, se tiver um bom som no trombone, facilmente tenho um bom som
no Eufónio.
Acaba por ser relativo, isto é apenas pessoal, para outro músico pode ser diferente.
No fundo tocar os dois instrumentos ao mais alto nível é sempre uma tarefa difícil que requer
muito trabalho, paixão e profissionalismo.

20
Figura 12 - David Silva

Figura 13 - Gabriel Antão


Professor na Escola Superior de
Música e Artes do Espetáculo do Porto, na
Escola Profissional do Vale do Ave –
ARTAVE, e na Academia de Música de
Castelo de Paiva. Trombone solista da orquestra
Tem colaborado com diversas Tonkünstler em Viena (Áustria) e tem
orquestras, de onde se destacam Orquestra colaborado com diversas orquestras como
Sinfónica do Porto Casa da Música, por exemplo Wiener Philharmoniker,
Orquestra Gulbenkian, Orquestra Clássica Wiener Staatsoper, Rundfunk-
da Madeira, Orquestra do Norte, Orquestra Sinfonieorchester Berlin, Deutsches
das Beiras, e Orquestra Sinfónica de Sinfonieorchester Berlin, Wiener
Valladolid. Volksoper, Orquestra Gulbenkian,
Orchestra of Europe, Orquesta Ciudad de
Granada, Orquestra Sinfónica do Porto
Casa da Música, entre outras.

21
Figura 14 - Jarrett Butler

Atualmente é Primeiro Trombonista


na Orquestra Sinfónica Portuguesa (Solista
A). É professor de trombone na Figura 15 - Rúben Tomé
Universidade de Aveiro e já trabalhou com
muitas orquestras inglesas incluindo a
Hallé Orchestra, City of Birmingham
Symphony Orchestra, BBC National Tem colaborado regularmente com
Orchestra of Wales, Opera North e a a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da
Scottish Opera. É membro fundador do Música e Orquestra Sinfónica Portuguesa.
Ensemble Português de Trombones. Faz parte da Banda Sinfónica Portuguesa
Neste momento está muito ativo desde 2011. É membro do grupo Mr. SC
como arranjador/compositor, com uma and the Wild Bones Gang, e do Jovem
exposição de cerca de 40 obras para várias Ensemble Português de Metais Massive
formações, principalmente Ensemble de Brass Attack sob a orientação de Sérgio
Metais e Brass Band. Toca eufónio, Carolino.
trompete baixo e sacabuxa e é regularmente Atualmente estuda na Universidade
convidado para dar Masterclasses em de Artes de Berlim e foi recentemente
Portugal e Inglaterra e é ainda membro aceite na Gustav Mahler Jugendorchester.
fundador dos Portuguese Brass Quintet.

22
Conclusão

Este trabalho visava aprofundar e sistematizar diferenças estruturais e sonoras entre os


dois instrumentos. Com ele pude aprender mais sobre ambos os instrumentos e com isto estar
mais informado tornando-me melhor instrumentista. Durante este ano comecei a praticar
trombone e ao fazer este trabalho penso que consegui evoluir muito mais rapidamente porque
tive desde logo uma perceção diferente de como abordar este novo instrumento. Este trabalho
fez-me também ter um pensamento e uma maneira de abordar o eufónio diferentes das que
tinha antes, para além de explorar e conhecer novos repertórios, também me interessei por
novos estilos de música como por exemplo, o jazz.
Com este trabalho e a prática dos dois instrumentos conclui que as diferenças sonoras
existentes entre eles são sentidas tanto na produção do som como no resultado sonoro.
Relativamente ao diferente uso do ar, o trombone requer uma coluna de ar contínua com uma
maior velocidade de ar. No caso do eufónio, por seu turno, a velocidade de ar é inferior, também
devido à maior cavidade oral utilizada para a produção de som, o que baixa a velocidade do ar
empregue. A metodologia que foi utilizada para a obtenção de resultados revelou-se adequada,
pois permitiu-me obter contribuições diferentes e relevantes para alcançar os objetivos visados.
Ao realizar estes questionários obtive respostas muito interessantes e foi também uma
oportunidade de contactar pessoas incrivelmente profissionais e bastante reconhecidas no
mundo da música.
Acho que conhecer bem a parte teórica do nosso instrumento nos ajuda a abordar a
música e o nosso estudo diário de uma forma diferente e assim poderemos “jogar” com tudo
isso a nosso favor.
“Music can name the unnameable and communicate the unknowable”,
Leonard Bernstein.

23
Bibliografia e Webgrafia

Antão, R. R. (2014). Diferenças estruturais e sonoras entre Eufónio e Trombone. ESMAE


Bone Jr., L. E., & Paull, E. (2007). Guide to the Euphonium Repertoire. Bloomington: Indiana
University Press.
Henrique, L. (2006). Instrumentos Musicais. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Http://www.andreaconti.it
Http://www.movimento.com/2011/09/a-historia-dos-instrumentos
Http://www.tromboneexcerpts.org

24

S-ar putea să vă placă și