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RESUMO
Desde o surgimento da espécie humana na Terra, as formas de modificação e apropriação
em relação à natureza se intensificaram e ocasionaram diversos impactos ambientais na
construção do espaço geográfico. A situação vigente requer um trabalho interdisciplinar, que
faça uso de estratégias dinâmicas e se ampare numa visão holística, para assim
proporcionar conhecimentos, habilidades e criticidade aos indivíduos, sensibilizando-os para
a importância da natureza como meio à perpetuação da vida. A Psicologia Ambiental,
disciplina que teve sua origem na década de 1960, tem como objetivos analisar, explicar e
fornecer informações capazes de identificar as condições envolvidas na congruência pessoa-
ambiente e no bem estar e, portanto, ajudar a tomada de decisões em questões ambientais,
pode ter na Educação Ambiental uma fiel aliada na busca constante de mudanças efetivas
diante da atual fase ambiental em que vive nosso planeta.
Palavras-chave: Psicologia Ambiental, Educação, Educação Ambiental.
Introdução
Desde o surgimento da espécie humana na Terra, as formas de modificação e
apropriação em relação a natureza se intensificaram e ocasionaram diversos impactos
ambientais na construção do espaço geográfico. O advento do hábito sedentário levou o
homem a desenvolver novas habilidades tecnológicas necessárias a edificações de
casas, manejo do solo, uso do fogo, produção de tecidos e vestuários; ferramentas de
trabalho; o transporte; a roda; a tração animal; o aproveitamento de energia; dentre
outras.
Como sabemos, em aproximadamente duzentos anos de industrialização do
planeta, a produtividade de bens materiais e seu consumo se deu de forma bastante
acelerada, ocorrendo uma considerável degradação do meio ambiente, comprometendo
a qualidade de vida da população. Nesse sentido, a crise ecológica que destrói o planeta
Terra, põe em risco a sobrevivência da diversidade dos sistemas vivos, incluindo aí o
próprio homem. A maioria dos problemas ambientais do planeta provém de um certo
estilo de cultura adotado pela nossa sociedade.
Este estilo desconsidera a interdependência existente na natureza, como ilustra a
afirmação de Guattari (1997, p. 07) na sua obra “As três ecologias”,
O Planeta Terra vive um período de intensas transformações técnico-científicos, em
contrapartida das quais engendram-se fenômenos de desequilíbrios ecológicos, que
se não forem remediados no limite, ameaçam a implantação da vida em sua
superfície. Paralelamente a tais perturbações, os modos de vida humanos
individuais e coletivos evoluem no sentido de uma progressiva deterioração.
Neste sentido, Morin (2001), na obra “Terra-Pátria”, propõe a reformulação do
pensamento para a compreensão da crise planetária que se instalou na Terra. Nesse
contexto observa que as civilizações dispersas do planeta estão vivendo um momento
de necessidade de interdependência em todos os aspectos e é preciso, então, que se
consolide a fraternidade que surge com a conscientização da importância dessas
interrelações entre a comunidade humana e o cosmo. Fala ainda da era planetária em
1
Disponível em: <http://www.revistaea.org/pf.php?idartigo=1373>. Acesso 14 maio 2019.
que vivemos e a sua agonia, do cartão de identidade terrena, dos objetivos terrestres e
da responsabilidade do ser humano na transformação da Terra-Pátria que deve iniciar-se
pela transformação do pensamento e de atitudes frente à interdisciplinaridade e a
conexão entre ramos do conhecimento afins.
Assim, apontamos a necessidade de se promover a integração entre a Psicologia
Ambiental e a Educação Ambiental como primeiro passo a ser dado, quando se deseja
mobilizar pessoas para ações relacionadas à ética e a cidadania ambiental. Para isto,
faz-se necessário promover um conhecimento capaz de educar e formar cidadãos
conscientes de suas responsabilidades individuais, em relação à preservação e
conservação do ambiente global, e assim promover o que Morin denomina de “cidadania
terrestre”.
Conclusão
A Psicologia Ambiental, assim como a Educação Ambiental, ou melhor, a sua interação,
pode contribuir para a efetiva mudança de atitudes, comportamentos, como também,
para a análise da relação indivíduo-ambiente dentro do atual estágio ambiental que
vivemos. Dessa forma, na perspectiva adotada neste trabalho, a cooperação entre estas
duas vertentes do conhecimento ambiental, compreende a concretização da
transformação das relações entre todos os atores da sociedade, a partir da possibilidade
de criar novos padrões de organização espacial e coletiva construídos ao longo do
tempo no espaço geográfico. Enfim, estas práticas devem se constituir um processo
contínuo, no qual os indivíduos e comunidades envolvidas tomem consciência da
possibilidade de um colapso ecológico e adquiram conhecimentos, valores, habilidades,
experiências e determinação que os tornem aptos a agir, individualmente e
coletivamente, tendo como princípio básico o respeito a todas as espécies de vida e
dentro dos princípios que rege a natureza.
Referências