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PSICOLOGIA AMBIENTAL:

CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL1

Márcio Balbino Cavalcante


Mestre em Geografia pela UFRN. Instituto Superior de Educação de Cajazeiras –
ISEC/Paraíba-PB
cavalcantegeo@bol.com.br

RESUMO
Desde o surgimento da espécie humana na Terra, as formas de modificação e apropriação
em relação à natureza se intensificaram e ocasionaram diversos impactos ambientais na
construção do espaço geográfico. A situação vigente requer um trabalho interdisciplinar, que
faça uso de estratégias dinâmicas e se ampare numa visão holística, para assim
proporcionar conhecimentos, habilidades e criticidade aos indivíduos, sensibilizando-os para
a importância da natureza como meio à perpetuação da vida. A Psicologia Ambiental,
disciplina que teve sua origem na década de 1960, tem como objetivos analisar, explicar e
fornecer informações capazes de identificar as condições envolvidas na congruência pessoa-
ambiente e no bem estar e, portanto, ajudar a tomada de decisões em questões ambientais,
pode ter na Educação Ambiental uma fiel aliada na busca constante de mudanças efetivas
diante da atual fase ambiental em que vive nosso planeta.
Palavras-chave: Psicologia Ambiental, Educação, Educação Ambiental.

Introdução
Desde o surgimento da espécie humana na Terra, as formas de modificação e
apropriação em relação a natureza se intensificaram e ocasionaram diversos impactos
ambientais na construção do espaço geográfico. O advento do hábito sedentário levou o
homem a desenvolver novas habilidades tecnológicas necessárias a edificações de
casas, manejo do solo, uso do fogo, produção de tecidos e vestuários; ferramentas de
trabalho; o transporte; a roda; a tração animal; o aproveitamento de energia; dentre
outras.
Como sabemos, em aproximadamente duzentos anos de industrialização do
planeta, a produtividade de bens materiais e seu consumo se deu de forma bastante
acelerada, ocorrendo uma considerável degradação do meio ambiente, comprometendo
a qualidade de vida da população. Nesse sentido, a crise ecológica que destrói o planeta
Terra, põe em risco a sobrevivência da diversidade dos sistemas vivos, incluindo aí o
próprio homem. A maioria dos problemas ambientais do planeta provém de um certo
estilo de cultura adotado pela nossa sociedade.
Este estilo desconsidera a interdependência existente na natureza, como ilustra a
afirmação de Guattari (1997, p. 07) na sua obra “As três ecologias”,
O Planeta Terra vive um período de intensas transformações técnico-científicos, em
contrapartida das quais engendram-se fenômenos de desequilíbrios ecológicos, que
se não forem remediados no limite, ameaçam a implantação da vida em sua
superfície. Paralelamente a tais perturbações, os modos de vida humanos
individuais e coletivos evoluem no sentido de uma progressiva deterioração.
Neste sentido, Morin (2001), na obra “Terra-Pátria”, propõe a reformulação do
pensamento para a compreensão da crise planetária que se instalou na Terra. Nesse
contexto observa que as civilizações dispersas do planeta estão vivendo um momento
de necessidade de interdependência em todos os aspectos e é preciso, então, que se
consolide a fraternidade que surge com a conscientização da importância dessas
interrelações entre a comunidade humana e o cosmo. Fala ainda da era planetária em

1
Disponível em: <http://www.revistaea.org/pf.php?idartigo=1373>. Acesso 14 maio 2019.
que vivemos e a sua agonia, do cartão de identidade terrena, dos objetivos terrestres e
da responsabilidade do ser humano na transformação da Terra-Pátria que deve iniciar-se
pela transformação do pensamento e de atitudes frente à interdisciplinaridade e a
conexão entre ramos do conhecimento afins.
Assim, apontamos a necessidade de se promover a integração entre a Psicologia
Ambiental e a Educação Ambiental como primeiro passo a ser dado, quando se deseja
mobilizar pessoas para ações relacionadas à ética e a cidadania ambiental. Para isto,
faz-se necessário promover um conhecimento capaz de educar e formar cidadãos
conscientes de suas responsabilidades individuais, em relação à preservação e
conservação do ambiente global, e assim promover o que Morin denomina de “cidadania
terrestre”.

2. A Conexão Possível entre a Psicologia Ambiental e a Educação Ambiental


A situação vigente requer um trabalho de Educação Ambiental, que faça uso de
estratégias dinâmicas e se ampare numa visão transdisciplinar, para assim proporcionar
conhecimentos, habilidades e criticidade aos indivíduos, sensibilizando-os para a
importância da natureza como meio à perpetuação da vida.
Tem razão também Morin (2000a), quando afirma que uma lógica da
complementaridade nos faz pensar para além das excludências e distinções. Essa lógica
supõe o intercâmbio entre diferentes áreas de conhecimentos, sobretudo quando se
trata do meio ambiente, tema que por si próprio demanda vários enfoques e disciplinas.
A Psicologia Ambiental, disciplina que tem sua origem na década de 1960, tem
como objetivos, segundo Moser (2003, p.01), “analisar, explicar e fornecer informações
capazes de identificar as condições envolvidas na congruência pessoa-ambiente e no
bem estar e, portanto, ajudar a tomada de decisões em questões ambientais”, pode ter
na Educação Ambiental uma fiel aliada na busca constante de mudanças efetivas diante
da atual fase ambiental em que vive nosso planeta. Desse modo, os cuidados com o
planeta deve ser uma preocupação de profissionais de todas as esferas, em especial de
educadores, no sentido de (re)educar ambientalmente os cidadãos terrestres.
Para a mesma autora, buscar as condições de congruência entre indivíduo e
ambiente é uma tarefa integrada para a Psicologia Ambiental. Esta relação significa,
uma unidade harmoniosa e sustentável entre o bem-estar e a qualidade de vida dos
seres vivos, humanos ou não, com o ambiente terrestre, tarefas cada vez mais difíceis e
desafiadoras pelo estágio atual da nossa sociedade pós-moderna, caracterizada
principalmente pelo processo de globalização.

2.1. A busca de uma consciência ecológica: uma perspectiva histórica


Relatamos aqui um breve histórico da preocupação humana com as questões
ambientais a fim de situar o leitor na linha do tempo do ambientalismo do final da década
de 60 até os dias atuais. Encontros, Conferências e Tratados mundiais foram realizados
para discutir os problemas ambientais do planeta e apontaram para o desenvolvimento
da Educação Ambiental e sua interação com outras áreas ambientais como estratégia de
preservação e conservação da natureza.
Todos sabem que há muito tempo encontramos alterações ambientais e
movimentos que defendem a preservação da natureza e a melhoria da qualidade de
vida. Assim, os movimentos ambientalistas têm contribuído para o surgimento e
desenvolvimento da Educação Ambiental.
A obra da jornalista Ranchel Carson (1962), intitulada “Primavera
Silenciosa” fermentou ainda mais as discussões acerca da questão ambiental no mundo
inteiro. Nela Carson aborda a perda da qualidade de vida em várias partes do planeta,
causada, sobretudo pela crescente queda da qualidade ambiental, produzida pela
ganância dos lucros a qualquer custo, por meio da exploração predatória.
Em 1968 foi realizada, em Roma, uma reunião de cientistas dos países
desenvolvidos para discutir o consumo, as reservas de recursos naturais não renováveis
e o crescimento da população mundial até meados do Século XXI. As conclusões do
“Clube de Roma” deixam clara a necessidade urgente de se buscar meios para a
conservação dos recursos naturais e controlar o crescimento da população, além de se
investir numa mudança radical na mentalidade de consumo e procriação. Seus
participantes observaram que: “o homem deve examinar a si próprio, seus objetivos e
valores. O ponto essencial da questão não é somente a sobrevivência da espécie
humana, porém, ainda mais, a sua possibilidade de sobreviver sem cair em um estado
inútil de existência”.
Um dos méritos dos debates e das conclusões do “Clube de Roma” foi colocar o
problema ambiental em nível planetário, e como consequência disso, a Organizações
das Nações Unidas – ONU – realizou em 1972, em Estocolmo, na Suécia, a primeira
Conferência Mundial de Meio Ambiente Humano. Para Zeppone (1999, p.17),“A
Conferência gerou a declaração sobre o meio ambiente que reconheceu o
desenvolvimento da Educação Ambiental como elemento crítico para o combate à crise
ambiental no mundo”.
No ano de 1992, realizou-se no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, a Conferência
Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento - Rio 92, a Cúpula da Terra culminou na
articulação de tratados, acordos e convenções para a sustentabilidade da vida na Terra.
Como resultado apresentou-se um plano de ação para o presente século, visando o
equilíbrio e o respeito a vida, batizada de “Agenda 21”, esta carta contém compromissos
assumidos em relação ao ambiente, constituindo-se como estratégia de sobrevivência a
todos os seres vivos.
Nos vinte anos que separam as conferências mundiais de Estocolmo e do Rio de
Janeiro houve uma considerável mudança na concepção de meio ambiente. Na primeira
se pensava basicamente na relação homem e natureza; e na segunda o enfoque é
pautado pela ideia de desenvolvimento econômico. Essa mudança se fará sentir nos
discursos, projetos e práticas que se autodefinem como sendo Educação Ambiental,
mostrando a sua criatividade e importância, por outro lado temos práticas muito
simplistas que refletem ingenuidade, oportunismo e confusão teórica, conceitual e
política.
Em 2002, a Rio +10, Conferencia realizada na África do Sul, comemorou os 10
anos da Rio 92, e recentemente a Conferência das Partes – COP 8 (2005), realizada em
Curitiba, Brasil, deixaram claro que a natureza é finita, limitada e que funciona dentro de
um sistema interdependente e que precisa de cuidados para manter seu equilíbrio
natural (CAVALCANTE, 2002, p. 03).

2.2. Psicologia Ambiental: o comportamento humano x ambiente como objeto de


estudo
A Psicologia Ambiental tem como ponto de interesse aspectos da relação
comportamento humano e seu ambiente, considerando tanto o ambiente cultural,
construído de acordo com as necessidades humanas quanto o ambiente natural.
Algumas das características da Psicologia Ambiental são:
 Visão contextualizada do comportamento humano;
 Questão ambiental como interesse de estudo;
 Influência teórica e metodológica da Psicologia Social;
 Temas interdisciplinares;
 Possibilidades de "Pesquisa-ação".
Para a psicologia Ambiental o efeito do ambiente sobre o comportamento humano
não é analisado de forma isolada ou unidirecional, ao contrário, considera-se o contexto
em que ele ocorre importante para a sua analise. Enfatiza-se a relação recíproca entre o
ambiente o comportamento humano, ou seja, tanto o ambiente influencia o
comportamento, quanto é influenciado por ele.
A unidade de análise da Psicologia Ambiental é o relacionamento indivíduo-
ambiente, e só se pode estudar essa relação através do exame de cognições e
comportamentos que ocorrem em situações do mundo real. Fatores físicos e sociais
estão entrelaçados vinculados em seus efeitos sobre percepção e comportamentos
dos indivíduos (Altman; Rogoff, 1987, citados por Moser 2003).
Neste sentido, o estudo da inter-relação entre ambiente e indivíduo, geralmente
exige um trabalho interdisciplinar entre especialistas de diversas áreas do conhecimento.
Dependendo do tema, pode-se trabalhar conjuntamente com arquitetos, engenheiros,
biólogos, planejadores urbanos, geógrafos, professores, biólogos, antropólogos, etc.
Para Moser (2003, p. 01), “a questão ambiental, atrelada à Educação Ambiental,
parece ter sido, e continua a ser, um dos estopins do interesse pela área. Por tudo o que
temos observado, vivido e protagonizado, a demanda social no Brasil atual se dirige
para a área do ambientalismo e da intervenção”. Considerando tanto o fato de ser
interdisciplinar, quanto de ser ampla nos assuntos que trata, a psicologia ambiental não
utiliza uma abordagem metodológica única. O que determina a escolha da metodologia é
a situação-problema.
No contexto da psicologia ambiental, o trabalho é orientado para um problema ou
visa ajudar na resolução de algo prático. O modelo utilizado frequentemente é o da
pesquisa-ação, no qual o psicólogo ambiental tenta contribuir para a união teoria-prática.
A participação, avaliação e percepção dos usuários nos ambientes é sempre
considerada como base para análise. A dinâmica das relações pessoa-ambiente só pode
ser comprometida através de estudos sistemáticos de representação social, ou seja, a
relação das pessoas com seu ambiente é fundamental para entender parte dos
comportamentos humanos.

Conclusão
A Psicologia Ambiental, assim como a Educação Ambiental, ou melhor, a sua interação,
pode contribuir para a efetiva mudança de atitudes, comportamentos, como também,
para a análise da relação indivíduo-ambiente dentro do atual estágio ambiental que
vivemos. Dessa forma, na perspectiva adotada neste trabalho, a cooperação entre estas
duas vertentes do conhecimento ambiental, compreende a concretização da
transformação das relações entre todos os atores da sociedade, a partir da possibilidade
de criar novos padrões de organização espacial e coletiva construídos ao longo do
tempo no espaço geográfico. Enfim, estas práticas devem se constituir um processo
contínuo, no qual os indivíduos e comunidades envolvidas tomem consciência da
possibilidade de um colapso ecológico e adquiram conhecimentos, valores, habilidades,
experiências e determinação que os tornem aptos a agir, individualmente e
coletivamente, tendo como princípio básico o respeito a todas as espécies de vida e
dentro dos princípios que rege a natureza.

Referências

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quarto ciclos - temas transversais. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CARSON, Raquel. Primavera silenciosa. Rio de Janeiro: Melhoramentos, 1962.
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DIEGUES, Antônio Carlos S. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: Hucitec, 1998.
CAVALCANTE, Márcio Balbino. Educação Ambiental: Uma alternativa para a sustentabilidade. In:
IV Semana de Geo-História, 2002. Guarabira: CH/UEPB, 2002.
GUATTARI, Felix. As três ecologias. 6. ed. Campinas: Papirus, 1997.
LEFF, Enrique. Educação ambiental e desenvolvimento sustentável. In: REIGOTA, M. (org.) Verde
cotidiano: o meio ambiente em discussão. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.
MARIANO NETO, Belarmino. Geografia: textos, contextos e pretextos para o planejamento
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MORIN, Edgar. Complexidade e transdisciplinaridade: a reforma da universidade e do ensino
fundamental. Natal: EDUFRN, 2000.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à Educação do futuro. 2.ed. São Paulo: Cortez,
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MORIN, Edgar; KERN, Anne Brigitte. Terra-Pátria. 2.ed. Lisboa: Instituto Piaget, 2001.
MOSER, Gabriel. Examinando a congruência pessoa-ambiente: o principal desafio para a
Psicologia Ambiental. Estudos de Psicologia. 8 (2), 331-333, 2003.
SAHTOURIS, Elisabet. A dança da Terra. Sistemas vivos em evolução: uma nova visão da
biologia. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1998.
ZEPPONE, Rosimeire Maria Orlando. Educação ambiental: teorias e práticas escolares.
Araraquara: XM, 1999.

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