Sunteți pe pagina 1din 13

19/09/2019 A desinformação dos media dominantes acerca da vida internacional

A desinformação dos media dominantes


acerca da vida internacional
– Mentiras, manipulações, silêncios
por Investig'action

Os
media

dominantes, sem complexos e muito para além da questão


europeia, mentem, deformam, dissimulam com mais ou
menos subtileza, alinham (quando não são dominados pelo
recrutamento selectivo de seus editorialistas) com os
interesses dos grupos que os financiam. O resultado é um
desconhecimento grosseiro da opinião pública sobre a
realidade das relações internacionais e um confinamento
mental dos cidadãos no pré-estabelecido. Como pode
alguém surpreender-se com o periódico reavivar do
chauvinismo estreito e do nacionalismo arrogante,
frequentemente acompanhado de racismo, pelas grandes
potências? Os poderes "ensinam" de facto o desprezo pelos
outros e um desejo de poder muito maior que a
solidariedade internacional [1]

O paradoxo é profundo num tempo de globalização desejada


pelo mundo dos negócios e seus auxiliares estatais, o que
https://www.resistir.info/varios/desinformacao_dos_media.html 1/13
19/09/2019 A desinformação dos media dominantes acerca da vida internacional

significa que nenhuma economia nacional e nenhuma


pessoa podem escapar à interferência estrangeira e ao
impacto dos interesses transnacionais sempre presentes em
todos os lugares: qualquer regime, qualquer que seja, passa
por uma espécie de "mestiçagem". O Estado mais apegado
à soberania nacional e o povo mais patriótico são vítimas de
um ambiente internacional desfavorável e, apesar de tudo,
são transformados pela penetração de interesses que não
são os seus. Este é particularmente o caso dos poucos
bastiões que se reivindicam do socialismo, muitas vezes
degradado por sanções de todos os tipos (embargos,
bloqueio de activos financeiros, discriminações comerciais,
pressões políticas e ideológicas etc.), que podem chegar até
à sabotagem e intervenção militar.

Os grandes media ocidentais ocultam o que pode constituir


suas culpas ou seus vexames, por causa dos equilíbrios de
poder com os regimes de que não gostam: a forma como
apresentam a Coreia do Norte desde há mais de meio
século torna-se a caricatura mais básica. O mesmo acontece
com o chavismo na Venezuela, com o Vietname e com
Cuba! A desinformação é a regra: um simplismo doentio
domina a luta que opõe um "campo" a outro, num nevoeiro
mantido por uma conversa incessante sobre "valores" e
"ideias"! A adesão à ideologia dos gestores capitalistas,
associada a uma "cultura descuidada, atrevida, faladora e
narcisística", como escreve A. Accardo, [2] caracteriza
certos espécimes das escolas de jornalismo, produtoras
mais de habilidade do que de saber. Esse não é o caso de
todo os jornalistas, mas, na precariedade, quase todos
concordam em sofrer a trela mantida pelos "patrões"! [3]
(...)

Para todas as questões internacionais é feita quase que


sistematicamente uma avaliação binária baseada nas
noções (primárias e quase religiosas) do Bem e do Mal,
regularmente confirmadas pelas correntes doutrinárias dos
https://www.resistir.info/varios/desinformacao_dos_media.html 2/13
19/09/2019 A desinformação dos media dominantes acerca da vida internacional

EUA. A transposição para a ordem interna é evidente: os


media dominantes servem o Bem e aqueles que discordam
situam-se no campo do Mal!

Enfim, todas as informações macroeconómicas situam-se


dentro do quadro exclusivo do capitalismo e da sua gestão:
os problemas peculiares ao socialismo, considerado "contra-
natura", são sempre objecto de uma rejeição global. As
controvérsias admitidas nos media dominantes situam-se
apenas dentro do único sistema permitido, ou seja, na
economia de mercado e na sua lógica à qual ninguém pode
escapar sob pena de desastre social. Não existe nenhuma
alternativa e a história económica não tem lugar: está
concluída. A prova deste fim da evolução foi trazida pelo
fracasso das outras experiências que seria absurdo querer
reproduzir "em casa": está fora de questão ter em conta as
múltiplas agressões económicas e financeiras sofridas pela
URSS, Cuba, Chile, Coreia do Norte, Venezuela, etc.

Denunciar a penúria "noutros lugares" (ou, em alguns casos,


o sucesso de tal ou tal medida que seria necessário tomar
"em casa") é o caminho para descartar as propostas das
oposições na própria economia do país! Inclusive se os
contextos estrangeiros são muito diferentes e racionalmente
não transponíveis. Assim, favorece-se nos espíritos o
conceito de "modelo" e "modelo-a-rejeitar". Todos os
"especialistas" (seleccionados) convocados pelos editores
principais obviamente confirmam-no em todas as ocasiões!

As regras seguidas

As notícias internacionais dos grandes media estão sujeitas


a certas regras de "eficácia" propagandística, embora a
equipe editorial se defenda declarando-se "ofendida" e
vítima de populismo inaceitável quando questionada.

Uma breve exposição dos métodos seguidos é, no entanto,


https://www.resistir.info/varios/desinformacao_dos_media.html 3/13
19/09/2019 A desinformação dos media dominantes acerca da vida internacional

dificilmente contestável com boa fé.

O descritivo prevalece sistematicamente. Os eventos do dia


não têm nem raiz nem história. O flash privilegiado,
buscando a emoção, exclui a explicitação. Usa-se a imagem
simbólica (por exemplo, uma criança ferida nas ruínas de um
bombardeamento) ou um testemunho individual escolhido,
como bastando para fazer sentido!
(...)

Cada acontecimento mediático é martelado durante um ou


mais dias seguidos, com uma forte intensidade para
impregnar os espíritos, desaparece abruptamente para dar
lugar a outro que desaparece por sua vez: não há
acompanhamento. O objectivo não é fazer as pessoas
compreenderem o que se passa, mas "impressionar" a
mente para fabricar a opinião desejada pelos poderes. Pode-
se imaginar o dano intelectual que esse método produziria
no campo da pedagogia escolar!

Todos os dias, existem vários acontecimentos nos ou entre


os 200 estados que compartilham o planeta. Os media
dominantes "vão às compras", à ordem do dia monopolizada
pelas autoridades públicas e privadas, a fim de influenciar a
opinião, seja para reforçar uma ideia geral recebida seja
para agir sobre uma questão específica sobre a qual é
necessário orientar. São escolhidos, por exemplo, eventos
que reforcem a hostilidade à China ou à Rússia ou
demonstrem que a polícia argelina sabe usar o bastão como
a francesa e que não nos podemos deter nas condenações
do governo francês pronunciadas pelas Nações Unidas ou o
Parlamento Europeu por ocasião da repressão dos Coletes
Amarelos em Paris!

Os acontecimentos não são retidos diariamente pelo seu


interesse intrínseco, novidade, o seu significado maior ou
menor, mas por sua "utilidade" na batalha local do momento
https://www.resistir.info/varios/desinformacao_dos_media.html 4/13
19/09/2019 A desinformação dos media dominantes acerca da vida internacional

(social, ideológica, institucional, etc). Trata-se de ilustrar com


imagens internacionais "significativas" o que é "apropriado"
pensar na ordem interna: o exercício mediático, de perfeita
má-fé, é antes de tudo "pedagógico".

Na ordem internacional, as redacções dispõem de uma


grande "liberdade": os cidadãos, na sua maior parte, não
estão em condições de verificar o que é dito, ao contrário do
que pode ser afirmado na ordem interna. Na massa de
acontecimentos que ocorrem em todos os continentes, onde
os cidadãos têm alguns meios de avaliação, sempre há
alguns que basta referenciar e desenvolver para legitimar
qualquer causa!

Ninguém é imposto objectivamente em detrimento de todos


os outros! Jornalistas "responsáveis" [4] por serem hábeis,
capazes de escolher os factos, mais os "sabedores" que
oferecerão um pouco de música de objectividade, para bem
orientar os debates e eventualmente desestabilizar o
convidado com maus pensamentos, por excepção convidado
expressamente para tornar credíveis os "habituais" "bem
pensantes" porque a posição destes é conhecida com
antecedência!

Está obviamente excluído que os dominantes sejam


dominados, mesmo que acidentalmente (daí a raridade de
uma passagem de TV ou rádio de um Bourdieu (no
passado), um Onfray ou um Badie (actualmente), ou mais
geralmente académicos em número capaz (desde que sejam
solicitados) para fazerem frente a "avençados" do estilo
Minc, Finkelkraut, BH Lévy e outros Zémour ou Ménard e de
uma coorte de falsos especialistas mais ou menos
economistas ou políticos, saídos de fundações e
organizações fantasmas, sempre que sejam necessários!

Repetição é outra regra quando o facto tratado é


potencialmente "persuasivo". (...) Assim, a maior ou menor
https://www.resistir.info/varios/desinformacao_dos_media.html 5/13
19/09/2019 A desinformação dos media dominantes acerca da vida internacional

intensidade repetitiva e o domínio dos horários e da


preparação criam as condições para um respeito fictício por
uma pseudo-"objectividade", altamente reivindicada pelos
profissionais dos media. No entanto, o pluralismo não é essa
"objectividade" inacessível, mas uma honestidade básica
tendo em conta o maior número possível de eventos
internacionais, dando-lhes um conteúdo explicativo.

O facto de, nos diversos canais de TV e rádio, a selecção


das notícias internacionais estar estandardizada não seria a
prova de uma vontade de formatar a opinião, mas, pelo
contrário, o respeito por uma "Verdade" única face aos
vendedores ambulantes de "notícias falsas", o que é uma
triste farsa. Bastaria demonstrar a história das várias
"verdades" falsas amplamente divulgadas e repetidas, por
exemplo, sobre o exército iraquiano e "suas armas de
destruição massiva" ou o "massacre" de Benghazi por
mercenários do sr. Kadafi, origem da destruição da Líbia
pela NATO.

Eventos internacionais "preferidos" pelos grandes media não


são os movimentos populares quando carregam
reivindicações sociais, a menos que ocorram em países
"inimigos". O que é apresentado não são as pessoas, mas
seus líderes que seriam "bons" ou "maus"!
(...)

Um facto nunca é "puro". Ele é sempre "tratado" pelo


informante, que fabrica a impressão que o "informado" terá.
O tom do comentarista, as palavras que ele usa,
possivelmente a música de fundo que acompanha a
imagem, a proximidade de outras informações que a
contaminam, disfarçando segundo o critério dos media uma
realidade crua que é dificilmente acessível.

Uma escrita "boa" é por função manipuladora: os adjectivos


de qualificação são usados com oportunidade (um líder
https://www.resistir.info/varios/desinformacao_dos_media.html 6/13
19/09/2019 A desinformação dos media dominantes acerca da vida internacional

odiado que não se deixará de chamar "ditador"), a ironia é


bem-vinda (especialmente para os pequenos Estados do Sul
em que alguns aspectos podem parecer folclóricos), uma
prudência austera é necessária (seja para o Vaticano ou
para Israel). O estilo deve ir até à indignação (por violações
de direitos humanos num país não ocidental ou por guerras
destrutivas quando não são "justas" por exemplo, as da
Rússia, e não as de uma coligação pró-ocidental, como no
Iémen, cujos "danos colaterais" devem ser admitidos.
(...)

Para os media dominantes, um atirador de pedras contra a


polícia de Paris ou contra a polícia da sra. Park (agora na
prisão) em Seul [5] é um bandido, mas será um cidadão
lúcido e corajoso. se for "gaseado" em Argel [6] ou em
Caracas! Um manifestante morto ou ferido em Paris é
apenas um "erro grave" de um comportamento individual no
âmbito da manutenção da "ordem republicana", nos países
menos apreciados como a Venezuela é o resultado da
natureza repressiva do poder!

Estas práticas significam que os media dominantes estão


necessariamente cada vez mais desacreditados (só 10% dos
franceses ainda confiam neles), seja o Pravda do fim da
URSS ou a BFMTV (canal de notícias francês) sob a
presidência de Macron. No entanto, eles têm o "dever" de
superar, através de uma variedade de diversões a sua falta
de princípios, a incoerência dos seus julgamentos de valor e
o enfraquecimento da cultura democrática de muitos
jornalistas, muitas vezes seleccionados pela sua adequação
às "normas" e ao seu servilismo oportunista! [7]

Algumas ilustrações

Na ordem interna, é o social que é objecto de todas as


censuras e autocensuras, mas reivindicações diferentes,
mesmo com reflexos no orçamento, contradizem de facto a
https://www.resistir.info/varios/desinformacao_dos_media.html 7/13
19/09/2019 A desinformação dos media dominantes acerca da vida internacional

lógica de um capitalismo sem escrúpulos que nunca cede


quando se trata de dinheiro!

Na ordem internacional, da mesma forma, é neutralizado


tudo o que diz respeito às transacções financeiras, imposto
de "optimização", fenómenos de concentração, concorrência
nunca livre e sempre distorcida! Convém tornar credível uma
sociedade internacional "equilibrada", graças ao "livre jogo
das leis do mercado" como sendo o melhor para o
crescimento e o progresso. O coração do sistema é,
portanto, cuidadosamente protegido pelos media
dominantes.

A ordem da UE é objecto de todas as "precauções" dos


media sejam quais forem as críticas que alguns lhe fazem. A
UE, a Comissão e o BCE beneficiam da condescendência
mediática, isto foi constatado quando o Estado grego se lhe
opôs, também por ocasião do Brexit e das disputas italianas.
Na França, o episódio do "Não" ao Referendo de 2005,
apesar do apoio total e quase unânime dos media ao "Sim" e
depois a manipulação parlamentar, foram apresentados de
forma caricatural.

O tratamento dos paraísos fiscais e da evasão fiscal é


extremamente complacente: há críticas dos media apenas
contra algumas "ovelhas negras", mas nunca o julgamento
feito ao sistema de fraude "legal" tolerado pelos Estados. Os
casos "Paradise Papers" ou "Panama Papers" foram
despolitizados ao máximo possível e as propostas de
medidas para impedir estes movimentos financeiros não
foram apoiadas.

Os jornalistas sujeitos às classes decadentes e corruptas


têm, como elas, medo da verdade, como disse Jaurès em
1904! Eles pertencem a esse "extremo centro", no coração
da ideologia servil do sistema mediático, uma opção que
permite sucessivamente todas as adesões (Sarkozy, Holland
https://www.resistir.info/varios/desinformacao_dos_media.html 8/13
19/09/2019 A desinformação dos media dominantes acerca da vida internacional

e Macron, este último omnipresente em todas as suas


facetas e em todos os canais), expressão de um "novo"
mundo, perfeitamente análogo ao antigo. Envergando as
vestes da "moderação" sobre as questões financeiras mais
"delicadas", os media dominantes salvaguardam o
liberalismo financeiro e o seu lugar fora de qualquer
controvérsia política!

Para os observadores "honestos", como são os jornalistas


dos grandes media, o mundo está dividido sem distinção
entre dois tipos de Estado, dois tipos de sistemas
socioeconómicos, liderados por dois tipos de líderes: os
"bons" (EUA, mesmo com Trump, o capitalismo e os
responsáveis alemães e britânicos...) e os "maus" (Rússia,
China, Irão, além de Putin, os dirigentes do PC da China,
etc). Os meios de comunicação não estabelecem diferenças:
estes nunca conseguem nada, estão em permanente crise e
ameaçam-nos perigosamente! Em suma, tudo ficaria bem no
mundo se eles não existissem.

O delírio às vezes atinge novos patamares: nas últimas


décadas, somam-se os absurdos acumulados contra a
Coreia do Norte ou a Líbia!

Os media ocidentais não cessaram, por exemplo, de


anunciar a morte do regime de Pyong Yang brandindo a
ameaça que representava para a paz no mundo, encarnada
pelo desfile militar, apresentado em todos os ecrãs,
visivelmente a única actividade dos norte-coreanos
fanatizados. A este espectáculo edificante, foram
adicionados, até à reviravolta de Trump, comentários na
televisão e na rádio pelos "especialistas" mais analfabetos
sobre os horrores sem paralelo do regime norte-coreano.

A evolução dos Estados Unidos sobre o assunto colocou em


reverso a desinformação europeia que então, com pesar,
mudou de tom e ... de "especialistas", sem no entanto
https://www.resistir.info/varios/desinformacao_dos_media.html 9/13
19/09/2019 A desinformação dos media dominantes acerca da vida internacional

lembrarem os danos económicos, políticos e humanos de 70


anos de embargo!

Kaddafi, comparado a um louco perigoso, e a Jamahiriya


líbia, não foram melhor tratados até a guerra de Sarkozy e B-
H. Levy destruindo todo o país que oito anos depois ainda
vive no caos! Os media preferem ainda hoje manter um
silêncio quase total sem o menor arrependimento.

Por outro lado, o menor sobressalto positivo na Arábia


Saudita, como a carta de condução para mulheres, é
saudado como um grande avanço democrático! Dólares e
petróleo assim obrigam!

Na África (especialmente de língua francesa), onde se


multiplicam eleições presidenciais fraudulentas, os media
ocidentais dominantes fazem prova de discrição: a
indignação por fraude eleitoral é orientada noutras direcções!
É que os media devem ser prudentes com os Bolloré e
outros grandes grupos como o Total com interesses nessas
terras difíceis e, portanto, são complacentes com as
autoridades locais mais corruptas. [9]

Quando as tropas da NATO destruíram todo o Médio Oriente


e continuam a fazê-lo com a Arábia Saudita no Iémen, é
"explicado" que essas guerras são conduzidas de acordo
com o direito humanitário, o que não é o caso dos russos na
Síria, por exemplo, "aliado incondicional" do carrasco de
Damasco! Os jornalistas não precisam se perguntar sobre o
custo das"guerras justas", mas apenas sobre o das
intervenções russas ou iranianas, cuja maleficência é óbvia!

A nova ditadura brasileira não preocupa os jornalistas


especialistas da América do Sul. Por outro lado, a Venezuela
chavista merece todas as acusações, embora o regime
bolivariano tenha tirado, antes de sofrer a crise actual em
grande parte devido às políticas americanas, milhares de
https://www.resistir.info/varios/desinformacao_dos_media.html 10/13
19/09/2019 A desinformação dos media dominantes acerca da vida internacional

venezuelanos de miséria!

Está claro para os media dominantes que nenhuma


experiência de orientação socialista pode beneficiar do
mínimo de crédito, porque, é desnecessário dizer, nenhuma
"deve" ter sucesso!

De Allende a Maduro, passando pelo regime cubano, foi


mediaticamente proclamado que o fracasso estava
programado. E são tantos os golpes na esquerda ocidental
quando esta é solidária!
(...)

Tendo necessidade de inimigos, o sistema mediático cultiva


um espírito de "guerra fria" e um mundo unipolar cujo centro
é o Ocidente, contra qualquer avanço de uma
multipolaridade, no entanto favorável às trocas e à
manutenção de uma paz justa.

A NATO (ao contrário das Nações Unidas) nunca é


questionada, apesar do protagonismo desempenhado pelos
Estados Unidos e pelo seu unilateralismo agressivo (800
bases militares em todo o mundo). Pelo contrário, é apoiada
pelos media, como vimos na crise ucraniana, na
reintegração da Crimeia na Rússia e na agressividade
polaca ou báltica em relação ao Kremlin.

Quanto aos direitos humanos e humanitários, são tratados


de maneira muito diferente, conforme os casos.

Às vezes, ocupam o essencial ao ponto de subordinarem


qualquer outro problema; são esquecidos quando os
poderes que os violam estão associados ao Ocidente, como
é o caso da Turquia de Erdogan, um pivô da Aliança
Atlântica, inclusive quando massacrou o povo curdo. O
mesmo vale para os direitos dos migrantes dos quais se
esquece que são humanos, postos de parte perante uma
https://www.resistir.info/varios/desinformacao_dos_media.html 11/13
19/09/2019 A desinformação dos media dominantes acerca da vida internacional

política securitária cada vez mais invasiva.

Estas orientações gerais não excluem expressões pontuais


de posições críticas, fazendo acreditar que não há
monolitismo, ilusão que tem o "mérito" de reforçar a
credibilidade de um pensamento conformista, mas renovado,
se o compararmos, por exemplo, com a época gaulista dos
primórdios da V República Francesa. A falsa "elite" que
exerce a sua hegemonia através dos media tem, é
necessário reconhecê-lo, a capacidade de inovar e oferecer
à opinião pública as variações que lhe permitem perdurar. [9]

Assim, dia após dia, desenvolve-se em contínuo a


desinformação que formata os cidadãos, utilizando o
subterfúgio do internacional, para adoptarem uma posição
"politicamente correcta" na ordem interna. É este o único
objectivo do tempo e lugar limitados concedidos às relações
internacionais. Essa propaganda intensa é na "sociedade
democrática", como diz Noam Chomsky, o que a matraca é
no Estado totalitário! Se a matraca é dolorosa, a prática dos
media ocidentais tem a "virtude" de fabricar em cadeia
imbecis e ignorantes que é difícil de curar.

Parafraseando G. Bachelard que afirmava "não há ciência,


apenas crítica", podemos concluir "não há informação
autêntica, apenas crítica", ou seja, em ruptura com o Estado
e o dinheiro.

Mas como conseguir isso? No contexto do sistema, é óbvio


que o realismo proíbe qualquer solução.

Mas "realismo", responde Bernanos, "é o bom senso dos


patifes".

Aqui chegámos!
[1] Lembremos como os "boatpeoples" de vietnamitas anticomunistas foram
"aplaudidos", ao contrário dos refugiados chilenos, por exemplo, expulsos por
https://www.resistir.info/varios/desinformacao_dos_media.html 12/13
19/09/2019 A desinformação dos media dominantes acerca da vida internacional

Pinochet, acolhidos por comunistas e progressistas europeus.


[2] A. Accardo. Pour une socio-analyse du journalisme, Agnone. 2017.
[3] Ver A. Lancelin. La pensée en otage. S'armer intellectuellement contre les
médias dominants, Les liens qui libèrent, 2018.
[4] Essa categoria muito privilegiada e muito restrita, adquirida no sistema, deve
ser distinguida da massa de jornalistas mais ou menos precários que não podem
realmente exercer a sua profissão (metade dos jornalistas franceses ganha o
salário mínimo, totalmente dependentes de seu empregador).
[5] O movimento popular na Coreia do Sul, que, de maneira massiva e pacífica,
conseguiu impor a demissão de Mrs. Park em 2017, foi praticamente ignorado na
Europa. O "exemplo" era "perigoso"!
[6] Como é tradição dos governos e dos media franceses, a posição em relação
aos eventos na Argélia é a de pôr "dois espetos no mesmo lume": garantindo que
qualquer que seja o seguimento poder optar claramente por uma força ou outra
(veja-se a "cautela" usada na guerra civil entre os islamitas e o exército nos anos
90 ou nas eleições presidenciais de abril de 2019).
[7] Quando os jornalistas mais "eminentes" (os únicos responsáveis pelo discurso
dominante) são postos em causa pelo seu seguidismo, seu espírito de cortesãos
e a sua agressividade (inclusive no Serviço Público) contra os oponentes, eles
tendem a fazer bloco, aproveitando o silêncio forçado dos seus colegas mais
precários. Eles denunciam "conspirações" e "populismo", sem dar qualquer
definição. Esse espírito de corpo é pré-fabricado nas escolas de jornalismo, onde
um certo "know-how" é ensinado acima de tudo o resto, sem exigências da
necessária cultura crítica.
[8] As críticas são muito mais firmes quando se trata de certos países mais
distantes da Europa, como por exemplo Sudão ou Argélia. Existe, portanto, uma
visão muito diferente das práticas internas idênticas dos Estados, de acordo com
sua orientação externa. Ver R. Charvin. Nouvelle "guerre froide" ou nouveau type
de belligérance? in Relations Internationales (Paris), n° 108. janeiro a março de
2017.
[9] Felizmente, "A história é um cemitério de elites", como escreve Thomas Bo
Homore (Elites and Society, Londres, Watts, 1964).

A íntegra do original encontra-se em


www.investigaction.net/...

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .


17/Set/19

https://www.resistir.info/varios/desinformacao_dos_media.html 13/13

S-ar putea să vă placă și