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Leis de patrimônio variam muito, de país para país. Vários encontros de técnicos
responsáveis por restauração e conservação de monumentos tiveram lugar em vários países
do mundo. Veneza, Quito, Amsterdã. Significaram avanços na teoria da conservação. A
preservação passa a ser considerada como um instrumento que abrange não só as
edificações, mas também seus usuários. O uso de um edifício já é o primeiro fator da sua
conservação garantida. O programa pode mudar, mas a função abrigo permanece.
Síntese:
1- o monumento é inseparável do meio ambiente onde se encontra e da história da qual
é testemunho.
2- Conservação e restauração são atividades multidisciplinares.
3- O uso do edifício, quando correto, é fator de conservação.
4- Busca de técnicas modernas para a restauração.
5- Restauração tem caráter excepcional. Apoia-se no respeito á coisa antiga. O
monumento não deve ser falsificado.
6- A contribuição de todas as épocas para a construção de um monumento deve ser
respeitada. A unidade de estilo não é o objetivo a ser alcançado.
7- Remoção total ou parcial de um monumento não é tolerada, salvo em casos
excepcionais. Ex: monumentos do Egito deslocados por causa da represa de Assuã.
8- Preservar monumentos implica em preservar sua moldura. Relação com a área que o
envolve.
9- Ruínas devem ser protegidas e não reconstruídas.
10- Escavações, conservação, restauração devem ser acompanhados de fotos, relatórios,
filmes, documentos, desenhos.
O tombamento guarda e preserva o bem. Este não pode ser destruído e qualquer
intervenção deve ser analisada para ser autorizada. O bem continua com o
proprietário.
Carta de Mar del Plata, 1997 sobre o patrimônio intangível. Este se materializa nas
diversas manifestações culturais dos povos. Aceita a pluralidade das culturas. Deve ser
registrado de maneira documental. São manifestações culturais próprias de cada país, suas
tradições. É também chamado de patrimônio cultural imaterial. Memórias e manifestações
culturais. Folclore, línguas, saber, festas, coisas transmitidas oralmente. Para as minorias, é
uma fonte de identidade e carrega sua própria história. A revitalização assegura a
sobrevivência.
Patrimônio Mundial no Brasil:1980- Ouro Preto; 1982- Olinda. 1983- São Miguel
das Missões. 1985- centro histórico de Salvador e Bom Jesus do Matosinhos. 1986- Parque
Nacional do Iguaçu. 1987- Plano Piloto de Brasília. Este foi o primeiro bem cultural não
histórico declarado patrimônio da humanidade. 1991- Parque nacional Serra da Capivara.
1997- centro histórico de São Luís. 1999- Reservas de mata Atlântica da Costa do
descobrimento.1999- centro histórico de Diamantina. 2000- complexo da Amazônia e
Pantanal. 2001- ilhas atlânticas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas, Chapada dos
Veadeiros e Parque nacional das Emas e Goiás Velho.
Sítios urbanos tombados pelo IPHAN não são só as cidades e centros históricos, mas
trechos de cidades, ruas e praças. Ao longo de mais de 60 anos de atividades, são 59 sítios
urbanos tombados.
- Pará- trechos da cidade de Belém.
- Maranhão: trechos de São Luís e a cidade de Alcântara.
- Ceará- cidades de Icó e Sobral, trechos.
- Pernambuco- conjunto de Igarassu, Olinda, Pátio de São Pedro e bairro do Recife.
- Rio de janeiro: Angra dos Reis, Cabo Frio, Nova Friburgo, Parati, Petrópolis,
Morro do Valongo, Catete, área central, trechos de Vassouras.
- Bahia: trechos de Andaraí, Itaparica, Cachoeira, Lençóis, Mucugê, Porto Seguro,
Rio de Contas e Salvador, Santa Cruz e Cabrália.
- Sergipe: Laranjeiras e São Cristóvão.
- Alagoas: Penedo.
- São Paulo: Carapicuíba.
- Mato Grosso do Sul: Corumbá.
- Paraná: Lapa.
- Santa Catarina: Laguna e São Francisco do Sul.
- Rio Grande do Sul: Antônio Prado.
- Minas Gerais: Belo Horizonte, Cataguases, Congonhas, Diamantina, Itaverava,
Mariana, Nova Era, Ouro Preto, Sabará, São João del Rei, Serro e Tiradentes.
- Goiás: Goiás Velho, Pilar de Goiás, Pirenópolis.
- Mato Grosso: Cuiabá.
- Tocantins: Natividade.
- Distrito Federal: Brasília.
Ação antrópica: feita pelo homem, para obter alimentos, materiais de construção,
matéria-prima para indústrias. Na região do Parque Nacional são as seguintes:
- desmatamento de espécies nobres, aumentando as áreas sem cobertura, portanto
sujeitas à ação violenta dos raios do sol.
- Desmatamento da caatinga para plantio de capim. A área vira um areal.
- Corte de madeira para combustível.
- Caça desenfreada
- Eliminação de espécies predadoras de insetos e conseqüente aumento destes,
causando grande impacto sobre a vegetação.
- Eliminação de roedores e aumento de algumas espécies de animais, como os ratos,
com quebra do equilíbrio ecológico.
Os sítios com pinturas rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara, como toda
obra de arte exposta ao ar livre, encontram-se em processo permanente de degradação. Em
alguns sítios, os fatores antrópicos aceleram isto. É preciso encontrar meios de neutralizar a
ação dos agentes destruidores, para que se possa prolongar por mais tempo a vida destes
insubstituíveis documentos pré-históricos. Os pigmentos das pinturas são compostos
naturais similares às rochas, por isto, persistem até hoje. Mas passam pela ação da água,
que quando passa, arrasta parte destas substâncias. Alguns insetos, como vespas,
marimbondos e microorganismos e vegetais também provocam a destruição de sítios com
pinturas. Insetos constroem ninhos, com argila, saliva e restos. Com o passar dos tempos,
estes ninhos petrificam e encobrem as pinturas.
O problema mais grave é o suporte, a rocha. Ela é do tipo sedimentar, arenito poroso
e desagrega com facilidade. Sofre as variações bruscas de temperatura, com dias quentes e
noites frias. Plantas também são prejudiciais, destroem as rochas através de substâncias
químicas ou por produzirem resina. Ou por reterem umidade, favorecendo os fungos, as
algas, as bactérias, os líquens. O desenvolvimento de raízes no interior das rochas faz cair
placas. Vegetação baixa, do tipo capoeira, é a maior responsável por focos de incêndio. A
ação do fogo, além de desprendera rocha, cobre as pinturas de fuligem.
À medida que surgirem novos recursos, novos circuitos serão abertos. Os sítios
escolhidos foram aqueles já estudados, com história. Todas as paredes pintadas foram
limpas, consolidadas, os cupins retirados. A vegetação foi limpa e o material seco levado
para fora do parque, para evitar incêndios. Foram construídas estradas e trilhas de acesso,
com todo trabalho realizado à mão. Quando existiam árvores bonitas e rochedos, a trilha era
desviada para incorporá-los à paisagem. Todo o cimento foi feito com areia local e foram
utilizados pigmentos para não alterar a cor local. Foi feito o levantamento topográfico dos
sítios. Quando existiam vestígios, como cacos de cerâmica, blocos caídos, material lítico,
estes foram recolhidos. Foram instaladas passarelas para direcionar o fluxo dos visitantes.
Não se toca nas pinturas e não se caminha sobre sedimentos. As passarelas são leves, com
corrimãos. Em locais com camadas arqueológicas profundas, foram feitas passarelas de
pedra. Não se cavaram buracos e nem se usaram pregos. Em casos de sítios muito grandes,
nos quais é aconselhável deixar um testemunho, deixou-se 1/3. Para a proteção, este
testemunho é coberto com plástico grosso e o mesmo é selado com cimento e argamassa
Blocos caídos de paredes também foram limpos e preparados para exposição. Instalação de
lixeiras de concreto perto dos sítios mais espetaculares. Placas indicativas. Material
impresso.
Rotina a ser seguida: continuar buscando recursos para abrir novas trilhas. Retirada
do lixo das lixeiras duas vezes por semana. Executar a manutenção das passarelas,
atentando contra os cupins. Remover ninhos e vegetação das paredes pintadas, executar
uma vez por ano a limpeza. Formação de guias entre as pessoas da comunidade. População
e turistas devem ser incentivados a preservar.
4 - abrigos sob rocha: parede alta saliente, projetada para fora, onde se encontram
fogueiras, fogões, restos de alimentação, sepultamento e pinturas e gravuras rupestres.
6 – aldeias: manchas escuras no solo, com carvão, objetos de pedra, cerâmica, restos de
construção e existência de postes. Formas circulares, variando entre 20 e 100 metros de
diâmetro.
Portaria 28/03: contempla o que ficou de fora da outra portaria sobre empreendimentos de
hidro-elétricas.
as equipes contratadas para os trabalhos de campo devem ter seguro de vida e contra as
doenças contraídas durante o trabalho.
Recomendações internacionais:
1956: carta de Nova Dehli
1990: carta de Lausanne
1996: carta de Sofia
2001: convenção da UNESCO em Paris para proteção do patrimônio cultural sub-aquático
Cartas e Moções:
Carta de Santos, 2004: II encontro Nacional do Ministério Público na defesa do patrimônio
Cultural.
Moção arqueológica sub-aquática: em Santa Catarina, 2004. Pede mudança na legislação
para o licenciamento de pesquisas sub-aquáticas.
Moção em prol da portaria 230/02, 2004. Apoio ao IPHAN.
Bibliografia:
- Comunicações da 1a. Reunião da Associação Brasileira de Arte Rupestre, Revista
FUMDHAMENTOS, Vol. II.
- Convention concerning the protection of the world cultural and natural heritage.
- Inventário Nacional dos bens imóveis- sítios urbanos- manual de preenchimento.
INBI-SU, 2001.
- O que é patrimônio histórico.
- Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí, Brasil.
- Patrimônio mundial no Brasil, 2a. ed. Brasília, UNESCO/Caixa econômica, 2002.
- TENÓRIO, Maria Cristina- Pré-história da Terra Brasilis.
- BASTOS, R. et alii (orgs)- Normas e Gerenciamento do Patrimônio Arqueológico,
IPHAN, 2005