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XIII Reunião de Antropologia do Mercosul

22 a 25 de Julho de 2019, Porto Alegre (RS)


Grupo de Trabalho 96: Religião, gênero e política: As novas emergências espirituais do
mundo Contemporâneo

Título do Trabalho – Gênero e Religião: a Festa da Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas

Jean Souza dos Anjos (UFC/UNILAB)


Jania Perla Diógenes de Aquino (Universidade Federal do Ceará)
José Lopes de Maria (SEDUC-CE)
Resumo

Laroyê! A Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas é celebrada na Cabana do Preto Velho


da Mata Escura, terreiro de Umbanda localizado no bairro Bom Jardim, periferia de
Fortaleza-CE, sempre nos segundos sábados do mês de novembro. A grande festa é
precedida por sete cerimônias, o cortejo e a matança. A Festa da Moça, como é
conhecida em Fortaleza, é uma das mais bonitas festas de Umbanda da cidade por conta
de sua organização, beleza e religiosidade. A comunidade do terreiro se empenha para
que a festa tenha todo o brilho e glamour que a Rainha merece. O objetivo deste trabalho
é compreender a Festa da Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas a partir dos afetos
(Favret-Saada, 2005) entendendo que a festa é muito mais do que a festa (Duvignauld,
1983) e observando os mitos, ritos, símbolos e signos que a compõem. A produção de
imagens fotográficas é a principal metodologia deste trabalho. A Festa da Pombagira é a
festa da mulher que combate o machismo e o patriarcado porque a Moça não se submete
aos desejos do homem, mas somente aos seus próprios desejos. Deste modo, a Festa da
Rainha contribui para os estudos antropológicos de gênero e religião quando percebe-se
que os modos de organização e apresentação da mesma são relevantes para o
entendimento de traços culturais das religiosidades afro-ameríndias.

Palavras Chave – Pombagira, Umbanda, Religião

Introdução

Necessária como Deus,


coberta de meus pecados resplandeço.
Adélia Prado

“Foi numa noite de lua que eu vi duas mulheres bebendo cachaça e girando na
rua. Mas uma era a Pombagira e a outra era a Maria Padilha”. O ponto da Pombagira
revela quem ela é: uma mulher que vive para liberdade. Pombagiras são mulheres
insubordinadas que andam nas ruas tanto de dia como de noite. Este ponto revela que
elas não andam sozinhas. A Rainha Pombagira está junto com Dona Maria Padilha. Elas
também andam em legião para proteger os seus domínios. A Rainha Pombagira Sete
Encruzilhadas é considerada a Rainha da Umbanda, religião genuinamente brasileira que
agrega tradições católicas populares, indígenas e afro-brasileiras. Na Cabana do Preto
Velho da Mata Escura, terreiro fundado em 1984, localizado no bairro Bom Jardim, em
Fortaleza-CE, a Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas incorpora no Pai Valdo de Iansã,
Pai de Santo que dirige o terreiro.
A umbanda, como culto organizado segundo os padrões atualmente
predominantes, teve sua origem por volta das décadas de 1920 e 1930, quando
kardecistas de classe média, no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul,
passaram a mesclar com suas práticas elementos das tradições religiosas afro-
brasileiras, e a professar e defender publicamente essa “mistura”, com o objetivo
de torná-la legitimamente aceita, com o status de uma nova religião. Mesmo antes,
porém, de aquirir um contorno mais definido, muitos elementos formadores da
umbanda já estavam presentes no universo religioso popular do final do século
XIX, sobretudo nas práticas bantos. Na cabula, por exemplo, como vimos, o chefe
do cultro era chamado de embanda – possível origem do nome da religião que se
formou pela ação desses líderes ou se confundiu com suas práticas. Cargos e
elementos litúrgicos da cabula também preservaram-se na umbanda, como o de
cambone, auxiliar do chefe do culto, ou a enba (ou pemba), pó sagrado usado
para “limpar” o ambiente dos rituais. Também na macumba o termo umbanda
designava o chefe do culto e uma de suas linhas mais fortes (cf. Ramos, 1940, p
121, 179). Embora faltem dados para reconstituir as diferenças entre linhas da
macumba, é possível supor que pela sua popularidade a linha de umbanda tenha
ganhado autonomia em relação às demais e passado a designar um culto à parte.
As origens afro-brasileiras da umbanda remontam, assim, ao culto às entidades
africanas, aos caboclos (espíritos ameríndios), aos santos do catolicismo popular
e, finalmente, às outras entidades que a esse panteão foram sendo acrescentadas
pela influência do kardecismo, como veremos adiante. Essa influência tornou-se
ainda mais significativa especialmente depois da reordenação por que passou o
heterogêneo universo da macumba, codificado e reinterpretado sob a inspiração
kardecista. (Silva, 2005. p. 106-107)

A teologia umbandista informa que


a Umbanda é uma religião nova, com cerca de um século de existência. Ela é
sincrética e absorveu conceitos, posturas e preceitos cristãos, indígenas e afros,
pois estas três culturas religiosas estão na sua base teológica e são visíveis ao
bom observador. Uma data é o marco inicial da Umbanda: a manifestação do
Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas no médium Zélio Fernandino de Morais
ocorrida no ano de 1908, diferenciado-a do espiritismo e dos cultos de nação
Candomblé de então. A Umbanda tem suas raízes nas religiões indígenas,
africanas e cristã, mas incorporou conhecimentos religiosos universais
pertencentes a muitas outras religiões. (Saraceni, 2008. p. 27)

No Ceará a macumba passa a ter status de espiritismo de Umbanda a partir de


1954 como indica Pordeus a partir de dados das pesquisas que ele desenvolveu. Pode-se
considerar que a Macumba cearense sofre o processo de mutações em direção à
Umbanda, em 1954, quando da criação da Federação Cearense Espírita de Umbanda
São Jorge Guerreiro. Pordeus (2002) apresenta Mãe Júlia Barbosa Condante com o
seguinte relato:
“Então Ogum disse para mim registrar isso aqui como Federação Espírita
Cearense de Umbanda. Mandei o meu filho falar com o Chefe de Polícia e depois
fazer o registro no Diário Oficial. As pessoas chegavam aqui e ficavam olhando na
parede o registro na moldura. Eu não tinha medo da polícia, pois eu trabalhava
tanto no Espiritismo, como também em desmanchar trabalho (…). Antes a gente ia
trabalhar lá pros lados da Barra do Ceará, era só mato. Tinha que ser escondido
porque a polícia prendia todo mundo, era uma perseguição só; depois, com os
estatutos, nós ficamos livres, e a Umbanda ficou livre” (MÃE JÚLIA, 1979).
(Pordeus, 2002. p. 13)

A importante transição dos cultos africanos ou chamados genericamente de


macumba tem fundamental importância para o entendimento da formação cultural e
religiosa da sociedade brasileira. Os estudos da integração e legitimização social
promovidos por Ortiz (1999) dão conta de perspectivas e hipóteses de tentativas de
racionalização dos cultos e tradições afro e indígenas por meio de códigos fornecidos por
uma sociedade embebida pelo progresso e urbanidade. A Umbanda é uma religião que
quer tornar sua magia um discurso científico para ser aceita pela sociedade que estava
sendo construída no Brasil do século XX.
O papel da mulher na Umbanda, assim como no Candomblé, é central. Aqui pode-
se lembrar de Mães de Santo importantes que vivem na cidade de Fortaleza e região
metropolitana com seus centros de Umbanda em funcionamento. Mãe Stela, Mãe
Constância, Mãe Zimá, Mãe Balbina, Mãe Suzana, Mãe Mocinha, Mãe Dionete estão
entre as mais antigas. Da nova geração podemos citar Mãe Tecla, Mãe Gardenia, Mãe
Taquinha, Mãe Telma, Mãe Helena e Mãe Elisa. É de fundamental importância perceber
os papéis femininos dentro da Umbanda cearense com suas autonomias e seus
empoderamentos. No Candomblé mulheres como Kelma de Iemanjá, Juliana Holanda e
Mirella de Oxum se destacam promovendo e cobrando políticas públicas para o Povo de
Terreiro do Estado do Ceará. A figura da Pombagira tem muito a ver com o trabalho de
luta e resistência que essas mulheres de saravá e de axé realizam.

Figura 1: Festa da Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas, 2018 [Foto/JeanDosAnjos]

Este ensaio tem como objetivo refletir sobre a Rainha Pombagira Sete
Encruzilhadas e sua resistência enquanto corpo de mulher autônoma e sua
subversividade perante o mundo patriarcal e normatizado pelas ciências médicas e pela
Igreja Católica Apostólica Romana. A Rainha Pombagira é uma entidade espiritual das
encruzilhadas, das porteiras e da comunicação. Pombagira é um Exu Mulher, ou seja, é
uma guardiã dos caminhos do mundo espiritual e uma mensageira entre os dois mundos.
Os seguidores e admiradores da Pombagira veem nela uma amiga, uma conselheira e
uma advogada.
A Pombagira é, também, uma entidade subversiva porque é questionadora de uma
sociedade de valores morais que subjugam a existência da mulher. Sua presença marca a
transgressão da ordem e dos valores patriarcais em uma sociedade marcada pela
violência, pelo machismo e feminicídio. A Pombagira, como um Exu, representa a
desordem do mundo que se organiza pela desvalorização da mulher e do feminino. A
Moça (Anjos, 2017), com a sua gargalhada, beleza e magia, desvela o mundo da
liberdade, da autonomia e da emancipação da mulher.
A Pombagira é regida por uma ideia ambígua e pode representar uma imagem
invertida da concepção que situa o espaço doméstico como o espaço feminino por
excelência e onde os recursos femininos estão definidos complementarmente aos
personagens masculinos. As Pombagiras, ao contrário, são percebidas como uma
ameaça a esse espaço doméstico e às relações aí legitimadas, como bem o diz Silva:
No Brasil, Exu é também uma entidade masculina, porém a categoria dos Exus,
sobretudo na umbanda, abriga inúmeras outras entidades, como baianos, ciganos,
Zé Pilintra e Pombagira. Esta seria um trickster feminino que desafia a ordem
patriarcal da sociedade brasileira por meio da não aceitação da subordinação da
mulher aos papéis domésticos tradicionais de esposa e mãe. Embora ela possa
também ser vista como mãe, é como “mulher da rua”, e não “da casa” que a
Pombagira assume o estereótipo da prostituta. Nesse sentido, seu poder decorre
do domínio que manifesta sobre o seu corpo e sua vontade, ainda que lhe custe
uma reputação social estigmatizada. Ela se utiliza da diferença anatômica (pênis e
vagina) associada ao sexo biológico (macho e fêmea) e aos papéis de gênero
(masculino e feminino), para questionar por meio da jocosidade e da
licenciosidade o poder social que instaura relações de dominação a partir destes
marcadores sociais da diferença (2015, p. 78).

A Pombagira afronta o papel de mulher doméstica, mãe e/ou do lar. Ela é bela,
mas não é e nem quer ser recatada. Deste modo a Pombagira gargalha debochando do
mundo que a subestima. Sua presença em terra impõe o respeito do corpo da mulher
alicerçada pela desobediência ao patriarcado. “Este terreiro é governado por mulher”, diz
o ponto da Rainha. Ela está na roda. É a mulher que tem o domínio.

Metodologia

Este trabalho faz parte da pesquisa de mestrado dentro do Programa de Pós-


graduação Associado em Antropologia Social da Universidade Federal do Ceará (UFC) e
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e é
fomentado por uma bolsa de estudos da Fundação Cearense de Apoio ao
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP).
Usa-se como metodologia bibliografia sobre religiões de matrizes afro-
ameríndias; a clássica metodologia da antropologia inaugurada por Bronislaw Malinowski
(1978) que nos indica que devemos permanecer em convivência diária com nossos
interlocutores experimentando a vida “nativa”: a observação participante. Assim como
Malinowski, também faço uso de câmera fotográfica realizando uma narrativa visual que a
Antropologia Contemporânea tem se utilizado nas realizações de documentários
etnográficos.

Figura 2: Festa da Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas, 2018 [Foto/JeanDosAnjos]

A produção de imagens estará referenciada por Barbosa (2016) Novaes (2015),


Samain (2012) e Feldman-Bianco (1998), entre outras. Imagens não são só imagens,
imagens são mapas de compreensão e formam oceanos de conhecimento. As imagens
produzidas comunicam, investem, especificam e são capazes de criar uma nova ordem.
As imagens produzidas para este ensaio têm esta intenção: fomentar o conhecimento na
Antropologia e na cultura investindo nos saberes compreensivos que as imagens nos dão.
A fotografia cita e não traduz ou informa. A fotografia utilizada como potência
narrativa traz em si a complexidade da evocação de uma experiência humana (Barbosa,
2016). A fotografia, como a própria Rainha Pombagira, é uma aparição. A fotografia, como
a Pombagira, é viva.
Percebe-se que, de fato, as práticas fotográficas podem ser alinhadas às
pesquisas e à produção de saberes e conhecimentos. O artigo da Prof.ª Dr.ª Simone
Simões Ferreira Soares (2001) corrobora para a utilidade da fotografia na Antropologia e
nas Ciências Sociais, inclusive reforçando a cooperação entre pesquisador e pesquisado,
fomentando a Antropologia Compartilhada e a Antropologia da Restituição (VALE, 2014).
Este trabalho também é mobilizado pelo fato de eu ser afetado pela festa da
Rainha Pombagira. É Jeanne Favret-Saada que influencia a metodologia desta pesquisa.
Como se vê, quando um etnógrafo aceita ser afetado, isso não implica identificar-
se com o ponto de vista nativo, nem aproveitar-se da experiência de campo para
exercitar seu narcisismo. Aceitar ser afetado supõe, todavia, que se assuma o
risco de ver seu projeto de conhecimento se desfazer. Pois se o projeto de
conhecimento for onipresente, não acontece nada. Mas se acontece alguma coisa
e se o projeto de conhecimento não se perde em meio a uma aventura, então uma
etnografia é possível. (2005, p. 160)

Por fim, realizei entrevistas abertas com o Pai Valdo de Iansã para que ele me
desse sua percepção sobre a Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas e sua presença na
vida cotidiana da comunidade de terreiro.

Discussão

A Rainha Pombagira Sete Encruzilhas é uma entidade que subverte a ordem do


mundo como uma mulher que transgride todas as normas. A teologia umbandista deixa
claro.
De repente, uma religião nascente e espírita se viu diante de manifestações de
espíritos femininos altivos, independentes, senhoras de si, competentíssimas,
liberais, provocantes, sensuais, belíssimas, fascinantes, desafiadoras, poderosas,
dominadoras, mandonas, cativantes, encantadoras, cuja forma de apresentação
fascinou os homens porque elas simbolizavam o tipo de mulher ideal, desde que
não fosse sua mãe, sua irmã, sua esposa e sua filha, certo? Quanto às mulheres,
as Pombagiras da Umbanda simbolizavam tudo o que lhes era negado pela
sociedade machista, repressora e patriarcal do início do século XX no Brasil, onde
à mulher estava reservado o papel de mãe, irmã, esposa e filha
comportadíssima… senão seriam expulas de casa ou recolhidas a um convento.
(Saraceni, 2017, p. 9)

A Rainha Pombagira torna-se ouvinte e conselheira de muitas pessoas com


problemas nos seus relacionamentos amorosos e procura atender à maioria das
solicitações. Pombagira é mulher maravilhosa e extraordinária porque como outras
santas, venceu a morte e como um Exu feminino é mensageira entre o mundo material e
espiritual.
Mas a Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas não é uma entidade comum. Em
uma de suas histórias extraordinárias conta-se que
esta Pomba-Gira nasceu em 914 e faleceu em 952. Sete Encruzilhadas era
morena, de baixa estatura, olhos e cabelos pretos, tinha rosto incomum, era
bonita, mas não dentro dos padrões comuns. Sua missão na terra era destrancar
os amores. A entrega de suas oferendas ocorre nas encruzilhadas e as suas cores
são vermelho, preto, roxo e maravilha. Os seus símbolos são: o tridente de sete
pontas, navalha e punhal. Esta Pomba-Gira pertence à nação Ketô. Sua comida
predileta é muçum com farofa, além disso, gosta muito de galos rinheiros. A sua
bebida predileta é Whisky. Ela era uma linda cortesã que amarrou o coração de
um rei francês que a tornou rainha e depois de alguns anos, ele faleceu. Devido à
tenacidade de seu trono, passou a ser cobiçada por outros reinos o que a levou a
se casar novamente. Não demorou muito e ela foi envenenada pelo atual marido
que começou a governar da pior maneira possível. A rainha chegou ao astral
perdida no limbo por suas atitudes aqui na terra. Só depois de algum tempo nas
trevas, a rainha foi encontrada por seu antigo rei que começou a cuidar dela. O
trabalho deste casal no astral ficou tão conhecido e respeitado que o Exu Belo o
nomeou “o Senhor das Encruzilhadas”. Juntos, passaram a reinar os caminhos
das trevas e da luz e com milhares de entidades e fizeram este, o maior reino do
astral médio superior: o reino das Sete Encruzilhadas. Passado algum tempo, o rei
que a envenenou veio a falecer, sendo levado ao astral reino das Sete
Encruzilhadas. Assustado sem entender nada, foi colocado à frente da rainha a
qual ele teve de servir até o resto da eternidade em virtude da falta que cometeu.
É uma entidade calma e tranquila, mas quando chega ao mundo, solta um grito de
guerra onde expressa todo o seu poder de vitória. (Fernandes, 2012)

Seu mito de cortesã em terras europeias converge com o mito de Maria Padilha
contado por Monique Augras (2009) e dá conta das histórias dessas entidades da
Umbanda, religião que muitos autores defendem que nasceu no Rio de Janeiro por volta
dos anos 10/20 do século XX. Augras conclui que as Pombagiras
São figuras transgressoras, que em tudo correspondem à inversão dos valores
prezados pela boa sociedade. E tudo aquilo que dizia respeito à sexualidade
feminina deu nascimento a uma nova categoria de entidades, designadas pelo
vocábulo genérico de Pombagira, já que, como os Exus, seu nome é legião e, de
acordo como os adeptos, existiriam milhares de Pombagiras. (2009, p. 16)

A Pombagira tem se tornando uma mulher visível e os estudos sobre a entidade da


Umbanda tem colaborado com os estudos de gênero. Neste sentindo, pega-se a mulher
visível de Louro (2014, p.21) colocando a Pombagira como aquela que teve o seu corpo
santo segregado pela Igreja Católica e pela ciência médica, especialmente a psiquiatria.
Dar visibilidade à santidade e experiência religiosa com a Rainha Pombagira Sete
Encruzilhadas é quebrar um paradigma de onde somente as santas virgens, recatadas e
do lar são contempladas no mundo religioso. A Pombagira também tem o corpo
santificado e é referenciada por muito e muitas. Dona Pombagira atende as preces de
quem suplica por ela.
E Butler (2015, p. 222) contribui substancialmente com este trabalho quando reflete
sobre as inscrições corporais e subversões performativas. Ora, Pombagira é corpo de
mulher em qualquer corpo que baixe/incorpore. Aqui estamos falando do corpo de Pai
Valdo de Iansã que se organiza para receber a entidade. Ele se prepara para ser o cavalo
da entidade, ou seja, se deixa ser cavalgado por ela. Pai Valdo mantém seu cabelo
comprido e prepara o vestido e os artefatos da Moça nas giras de Exu. A Rainha baixa e
seu corpo performativo e político de mulher a espera. Não há dúvidas: Ela é mulher.
Figura 3: Festa da Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas, 2018 [Foto/JeanDosAnjos]

Birman (1985, p. 14-15) lembra que, diferente das santas católicas, onde se
encontra modelos de sacrifício em vida, embate permanente com as tentações e busca de
perfeição, a Pombagira (como os Exus) não estão disponíveis nestes modelos
subservientes. Além de tudo, se a igreja católica (pelo menos o modelo de igreja mais
tradicional) combate o fenômeno da possessão, a Umbanda convive com ela como algo
benéfico não evidenciando a dicotomia que separa o bem e o mal.
A pesquisa de Menezes (2019) revela que a Pombagira
na condição de entidade espiritual traz a aura de sagrada, vem do outro mundo,
por meio do transe dá conselhos às mulheres e ajuda na solução dos seus
problemas cotidianos, legitimando tanto para as mulheres como para os homens
questões com as quais encontram dificuldades em solucionar no cotidiano. A
Pombagira age como conselheira, se coloca como auxiliadora espiritual, mas
também transfere a responsabilidade para as próprias mulheres que precisa seu
comando, sob sua influência, apoderando-se da energia emanada. (p.103)

E continua:
A Pombagira, da forma como se apresenta nos rituais, fala dos lugares de poder
por um caminho de enfrentamento ao sexo oposto. Fala dos sofrimentos
característicos das mulheres submissas ao homem, colocando-a na condição de
sujeito, portadora de poder de condução e decisão. É importante lembrar sempre
da diversidade, dos comportamentos femininos e das brechas que foram sendo
criadas e que nos possibilitam vislumbrar as posições das mulheres sobre a
sexualidade, que é o principal canal por onde passam as discussões de gênero. E
nesse sentido, a Pombagira nos parece uma brecha para as mulheres, pois por
meio da sua manifestação permite às mulheres que se coloquem como poderosas
e por isso, maravilhosas. (p. 103)

Pai Valdo de Iansã explica que a Pombagira é tudo. É amiga, é conselheira, é


advogada. Está para o que der e vier. O Pai de Santo, que se transfigura na mulher que o
acolhe se transformando nela própria quando a recebe em seu próprio corpo, diz que ela
é sua própria vida, é sua delegada e professora e é aquela pessoa companheira. É em
quem ele confia e pode contar. Pede a ela para interceder por ele e é sempre atendido.
A Festa da Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas é uma produção social que pode
gerar vários produtos, tanto materiais como comunicativos ou, simplesmente,
significativos (GUARINELO, 2001). A festa corta uma sequência e é muito mais que uma
festa (DUVIGNAUD, 1984). E na vida cotidiana a festa rompe com o encadeamento dos
acontecimentos que o processo civilizatório nos apresentou como lógico e insuperável. A
festa é produto da realidade social e, como tal, expressa ativamente essa realidade, seus
conflitos, suas tensões, suas cesuras, ao mesmo tempo em que atua sobre ela
(GUARINELO, 2001). A festa representa um conjunto muito mais complexo. Ela comporta
a eliminação dos resíduos produzidos pelo funcionamento de qualquer economia, das
máculas ligadas ao exercício de qualquer poder (CAILLOIS, 1979).
Figura 4: Festa da Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas, 2018 [Foto/JeanDosAnjos]

Durkheim (1996) afirma que a festa é associada à religião, mais especificamente à


distinção entre o sagrado e o profano, e articulada à noção de efervescência coletiva. Léa
Perez (2011; 2012) diz que a festa ocupa um lugar paradoxal na Antropologia porque,
apesar de central na vida humana, é estudada, muitas vezes, para apontar outras
realidades. A festa ocupa um lugar central nas Ciências Sociais e Humanas, seja pela
construção dos ritos sociais e das manifestações públicas (DUVIGNAUD, 1984), seja pelo
movimento de ruptura e destruição que produz (BATAILLE, 2005). Os estudos sobre a
festa movimentam saberes que desconstroem os limites humanos e possibilitam acessos
a conhecimentos que salvaguardam as resistências de ordem íntima, de modo individual
e/ou coletivo, da destruição e da angústia sagrada do indivíduo.
Rita Amaral (2012) diz que a festa tem posição privilegiada como fenômeno
universal e por isso pode ser convertida em modelo de investigação antropológica.
Para Durkheim (1968) e quase todos os (muitos) autores que o seguiram, as
principais características de todo tipo de festa são: 1) a superação das distâncias
entre os indivíduos, 2) a produção de um estado de “efervescência coletiva” e 3) a
transgressão das normas coletivas. O filósofo e teólogo Josef Pieper propôs, por
sua vez, em seu trabalho In tune with the world: a theory os festivity (1965), doze
características necessárias à definição de um fenômeno como festa. São elas: 1)
excepcionalidade, 2) espontaneidade, 3) a valorização de alguma coisa perdida, 4)
a significância que repousa puramente em si mesma, 5) qualidade, além de
quantidade, 6) contemplação, 7) renúncia, 8) esbanjamento, 9) afeto, 10) fruição,
11) memória e, 12) afirmação do mundo. Além destes elementos, que podem
auxiliar a definir o que é festa, festival e festividade, os sentidos e intenções do
festejar também podem constituir-se em princípios classificatórios. Segundo
Durkheim (idem), a festa restaura, de tempos em tempos, o valor da sociedade
normativa. Georges Bataille a vê como solução mediadora do problema posto pela
impossibilidade de se ser humano sem se sentir uma “coisa” e de se escapar ao
limite das “coisas” sem retornar animal primitivo; para ele, a festa é a fusão da vida
humana (1973). (AMARAL, 2012, p.72).

A Festa da Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas é excepcional, é rara. É uma


festa que marca, para toda a comunidade da Cabana do Preto Velho da Mata Escura,
uma passagem do tempo. É por isso que, a cada dia, a festa tem sido cada vez mais
elaborada e organizada para que todos e todas possam participar. O princípio da Festa da
Rainha é a alegria, a música, a dança e a celebração dos corpos que estão no terreiro. A
excepcionalidade da festa é algo que garante seu sucesso.
É espontânea, não é forçada. Ninguém é obrigado a ir, mas, mesmo assim, o
terreiro fica totalmente cheio. A festa tem se superado a cada ano e cada vez mais
pessoas, mesmo aquelas que não são adeptas da Umbanda, contribuem para que ela
aconteça. Existe uma característica em Pai Valdo que é a de dar liberdade aos filhos e
filhas de Santo, portanto, só contribui financeiramente quem pode. É visível no terreiro a
presença de adeptos em condições financeiras precárias, porém eles contribuem com o
que podem nas festas.
A festa valoriza os tempos outros. O tempo do eterno retorno. O que é invisível e
sensível. Falar de alguma coisa perdida, é falar de algo que faz falta. A festa cobre a falta,
cobre aquilo que não está lá, mas, ao mesmo tempo, está porque se faz acontecer na
memória. E é na memória coletiva que a festa realiza seu júbilo. Todas as coisas perdidas
se fazem presentes, para depois de guardarem novamente.
Em si mesma, na sua própria experiência, a festa é gozo, é alegria, é guerra. É
gozo, porque ali se jorra toda a potência humana das vontades e dos desejos. É alegria,
porque é na festa que se manifestam a liberdade e as paixões individuais e coletivas. É
guerra, porque a festa também faz e é resistência nos/dos corpos. É agonística. A Festa
da Rainha é potência e resistência, ela acontece marcando posicionamentos políticos,
éticos e estéticos.
A qualidade da Festa da Rainha se ressalta além da quantidade. Porque há
esmero na preparação de todos os rituais. Porque há dedicação de toda a comunidade
que participa da festa. E porque, principalmente, é tudo feito com muito amor e afeto.
Todos os detalhes são pensados durante todo o ano. Desde o vestido de Dona Pombagira
até as lembrancinhas que são dadas aos convidados, passando pela decoração do
terreiro, vestimentas e adereços.
E a Rainha Pombagira é contemplada por todos e todas que estão na festa. Ela é
festejada com os olhares, as mãos em palmas ou louvores, os gestos, os sorrisos, os
corpos curvados a ela em reverência. É abraçada, beijada, presenteada com rosas,
champanhes, sidras e joias. É, sobretudo, amada. A festa é a oportunidade da
contemplação da entidade manifestada no mundo. É a contemplação da memória da
mulher livre que é, também, a mulher que busca a liberdade para outras mulheres. A
possibilidade da liberdade é motivo de festa, comunhão e prazer.
É impressionante a quantidade de telefones celulares com câmera, máquinas
fotográficas e filmadoras apontadas para a Rainha Pombagira. Ela também é uma
personagem midiática e podemos encontrar nas redes sociais, na internet, vários vídeos e
imagens da festa com Dona Pombagira Sete Encruzilhadas e as Pombagiras convidadas.
O fenômeno não se aparta da midiatização dentro das esferas religiosas onde podemos
pensar também nas performances de padres e pastores cristãos, gurus budistas e
hinduístas, entre vários outros, de várias denominações religiosas. Por outro lado, os
vídeos da festa podem ser uma oportunidade para a sociedade conhecer a Umbanda e
seus rituais festivos.
A Festa da Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas também pode ser renúncia,
porque muitos filhos e filhas de santo, como o próprio Pai de Santo, deixam de se dedicar
às suas vidas pessoais para cuidarem, por meses, da preparação da festa. “Estou morto,
mas ficou tudo lindo, do jeito que queríamos que ficasse”, disse-me um filho de santo que
encontrei antes da festa começar. Como eu disse antes, há muita dedicação da
comunidade de terreiro. Muitos deixam as suas casas e passam dias no terreiro
arrumando tudo para as festas.
E sim, há muito esbanjamento. Há muita comida e muita bebida na Festa da Moça.
Mais do que isso, há esbanjamento dos corpos, das risadas, dos trejeitos, dos modos de
ser. O esbanjamento na Festa de Dona Pombagira é maior do que em outras festas na
Cabana do Preto Velho da Mata Escura. Penso que isso tem a ver com a mulher livre que
Dona Pombagira Sete Encruzilhadas é, digo, se tornou. E todas as outras Pombagiras
chegam esbanjando sentimentos de alegria com muita energia e fé na vida. A Festa da
Moça é o esbanjamento da vida.
É afeto, é fruição, é memória, é afirmação do mundo. A Festa da Rainha é a festa
dos afetos, das relações construídas ao longo de muitos anos, de cumplicidade e
respeito. É vantagem para os que estão ali tendo a oportunidade de estar perto de uma
Rainha e poder usufruir da sua caridade e do seu cuidado. É memória, porque revela a
ancestralidade que não se perde. É memória da pele, perfume de mulher, força de mulher
que não se rendeu e nem se rende ao machismo e ao patriarcado. É memória de
resistências que se faz na festa. E, finalmente, é afirmação da vida. É a cosmogonia da
Umbanda, religiosidade brasileira que agrega múltiplas culturas e crenças. É a afirmação
da força da mulher. É a festa da mulher brasileira que precisa se reinventar todo dia. É
moça, é rainha, é prostituta, é feiticeira, é amante, é dona, é mãe.

Figura 5: Festa da Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas, 2018 [Foto/JeanDosAnjos]

À guisa de conclusão
A Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas da Cabana do Preto Velho da Mata
Escura tem corpo que é presente e subversivo. É corpo de mulher.
Presente porque venceu a morte e realiza a experiência do sagrado quando
incorpora no mundo material atendendo os desejos de quem acredita nela. A Moça, que
também é Rainha, é uma advogada entre os dois mundos. É também aquela que
aconselha, ampara e ouve todos e todas que querem uma palavra de amor. Sua festa
pode ser considerada a festa da transgressão dos corpos porque rompe com modelos
instaurados pelas instituições presididas por homens brancos, héteros e ligados à
sociedade capitalista dominante.
É corpo subversivo porque não corresponde a ideia de mulher doméstica e mãe. A
Moça é mulher das encruzilhadas e das transgressões. Ela canta, dança, bebe, fuma e dá
sua gargalhada. Pombagira é mulher de sete maridos. Trabalha girando no meio do salão.
Ri e debocha dos homens marcando sua insubmissão ao mundo do patriarcado e do
machismo presentes na sociedade brasileira.
A experiência da presença da Rainha Pombagira desvela que ela é uma mulher
que rompe com as barreiras do corpo com a sua magia e sua força. Seu corpo exibe uma
plástica exuberante chocando a sociedade da moral e dos bons costumes. Pombagira
não é dos bons costumes porque não empreende o modelo da recatada e do lar, muito
pelo contrário.
Mulher potente, Rainha da Umbanda, Exu Mulher, Rainha do Amor… Tudo isso é a
Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas. A entidade é um modelo envolvente para os
estudos de gênero e feminista porque, com a sua presença permeada pela subversão de
valores morais, nos ajuda a pensar as realidades de mulheres que não correspondem aos
modelos da sociedade normativa e patriarcal.

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