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TOXICOLOGIA AMBIENTAL 1
Toxicologia Ambiental
1. Introdução à toxicologia:
1.1 Introdução:
Na natureza existem inúmeros de produtos químicos que podem exercer algum tipo
de toxicidade. Além disso, vivenciamos um aumento no número de produtos químicos,
sintetizados pelos seres humanos, que apresentam as mais variadas utilidades e,
portanto, constituições químicas distintas, tais como: medicamentos, conservantes de
alimentos, agroquímicos, produtos de limpeza, entre outros. A American Chemical
Society mantém um registro de produtos químicos desde 1907, no qual estão
atualmente registrados 43 milhões de substâncias orgânicas e inorgânicas. Um estudo
realizado pela Agência de Proteção Ambiental Dinamarquesa calculou que, dos cerca
de 4000 novos produtos químicos produzidos diariamente, 13,4% deles possuem
toxicidade aguda, 2,5%, toxicidade reprodutiva, 3,9% são mutagênicos, 1,8%,
cancerígenos e 3,5% são perigosos para o ambiente aquático.
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das necessidades do classificador e podem ser discutidos em termos de seus órgãos-
alvo, origem, uso e efeitos:
• O termo toxina geralmente se refere a uma substância tóxica produzida por
sistemas biológicos, como plantas, animais, fungos ou bactérias.
• O termo toxicante é usado para caracterizar substâncias tóxicas (ou seus
subprodutos) produzidas em atividades antropogênicas.
*DL50 = dose letal que se pressupõe que irá causar a morte de 50% da população
investigada.
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Tabela 1. Valores de DL 50
Figura 1. Mariposa
Figura 2. Mariposa
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determinar as contribuições relativas dos processos humanos e naturais que afetam o
ambiente em geral.
Os seres humanos podem ser expostos a um largo espectro de agentes tóxicos, desde
os que ocorrem na natureza até aqueles sintetizados antropicamente. Devido à
complexidade dos riscos ambientais típicos, avaliar a exposição humana a substâncias
químicas ambientais não é um processo trivial. Existem várias técnicas para avaliar a
exposição a tóxicos ambientais; no entanto, para compreender melhor o valor de cada
técnica de avaliação de exposição, é importante entender o destino biológico e
ambiental de um produto químico para que os procedimentos técnicos apropriados
possam ser usados (Figura 3).
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Figura 4. Pulverização
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concentrações cada vez maiores ao longo da cadeia alimentar, e isso é chamado
bioamagnificação. Organismos marinhos e de água doce são vulneráveis a substâncias
tóxicas que possam ameaçar a sua sobrevivência. Substâncias tóxicas podem deslocar
a vantagem de seleção para uma espécie, fazendo com que os mais resistentes
possam proliferar em detrimento dos mais sensíveis.
Toda água natural contém solo e todo o solo contém água, mas há uma variação
considerável na mistura. Na verdade, é necessário distinguir entre vários tipos, porque
o comportamento dos poluentes é diferente em cada um deles. Além disso, a natureza
da água em si pode variar em relação à dureza, pH, temperatura e penetração de luz
com consequências para o destino dos poluentes.
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Figura 6. Corpo de água
O sedimento ativo é um ambiente rico para muitas formas de vida aquática, porém
pode concentrar muitas substâncias tóxicas nas partículas em suspensão.
Considerando que os organismos filtrantes consomem a água dos poros, a diluição da
toxicidade da água nos poros dos sedimentos irá remover uma fonte de contaminação
e, consequentemente, o sedimento ativo poderá ter um menor nível de toxicidade .
Portanto, este ambiente pode ser uma fonte ou um dreno de substâncias tóxicas de
acordo com as condições locais.
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Fatores que afetam a absorção de substâncias tóxicas do ambiente:
Os fatores modificadores são classificados como abióticos (não relacionados com a
atividade de formas de vida) ou bióticos (relacionados com a atividade de formas de
vida).
Abióticos modificadores
Modificadores de abióticos incluem:
pH. Como é o caso em qualquer interação soluto/solvente, o pH do solvente afetará
o grau de ionização (dissociação) do soluto. A forma não dissociada é a mais lipofílica,
o que influencia a absorção por organismos. O preservativo de madeira
pentaclorofenol, por exemplo, dissocia-se em meio alcalino, assim a chuva ácida
aumentaria sua biodisponibilidade favorecendo uma mudança para a forma lipofílica.
O cobre (Cu), que é muito tóxico para peixes e outras formas de vida aquáticas, existe
na forma do elemento Cu2+ em pH ácido, porém, ele é menos tóxico em ambientes
onde o pH é neutro.
Um aspecto importante do pH diz respeito à metilação de mercúrio por microrganismos
de sedimentos. Isto ocorre em uma faixa estreita de pH e um mecanismo de
desintoxicação que permite que os micro-organismos eliminem o mercúrio como uma
pequena molécula complexada. Cerca de 1,5% de mercúrio ao mês é convertido em
condições ótimas (pH 7).
Dureza da água. Carbonatos podem se ligar a metais como o cádmio (Cd), zinco
(Zn) e cromo (Cr), tornando-os indisponíveis para aquáticos organismos.
Temperatura. Alguns mamíferos, além de espécies aquáticas e marinhas, são
poiquilotérmicos, ou seja, a temperatura da água afeta grandemente a sua taxa
metabólica que, por sua vez, influenciará o tempo de circulação do sangue através de
brânquias, a atividade dos processos de transporte e, consequentemente, a taxa de
absorção de xenobióticos. As taxas de biotransformação e excreção também podem
ser afetada, e a temperatura também afetará a taxa de conversão de mercúrio em
metilmercúrio.
Carbono orgânico dissolvido. Estes complexos com uma variedade de substâncias
tóxicas lipofílicas servem como um coletor de contaminantes nos sedimentos e
partículas em suspensão. Novamente, um estado de equilíbrio vai existir e, quanto
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mais os tóxicos dissolvidos são removidos ou diluídos, maior a diluição destes no
ambiente. Sedimentos normalmente consistem de material inorgânico (areia, silte,
argila) revestido e misturado com matéria orgânica, animal e vegetal, viva ou morta.
Modificadores bióticos
Estes modificadores são semelhantes aos fatores que podem afetar a resposta do
organismo a uma droga.
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Variáveis genéticas. Variáveis genéticas não identificadas são, sem dúvida,
significativas já que influenciam de formas diferenciadas as respostas dos indivíduos a
xenobióticos.
Poluição atmosférica.
Quando as substâncias potencialmente nocivas são descarregadas para a atmosfera,
há uma taxa que excede a sua capacidade para dispersá-las pela diluição e correntes
de ar, o acúmulo resultante é a poluição atmosférica. Esta pode assumir a forma de
neblina, poeira, névoa ou fumaça, e pode conter óxidos de enxofre e nitrogênio e
outros gases que podem irritar os olhos, vias respiratórias ou pele, além de poderem
estar presentes outras substâncias que podem ser prejudiciais ao meio ambiente ou à
saúde humana. Tais poluentes atmosféricos podem ser gases ou partículas sólidas ou
líquidas na natureza. ser.
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Smog. A palavra é uma combinação de fumo e de nevoeiro e é um termo popular
para uma mistura bastante uniforme de gases e partículas poluentes que se acumulam
nos centros urbanos e persistem nessas localidades por um período prolongado. A
poluição atmosférica (Figura 7) é uma névoa marrom ou amarela e geralmente ocorre
durante o fenômeno da inversão de temperatura, quando uma massa de alto nível de
ar frio e impedida de circular por uma massa de ar quente por baixo para evitar a
dispersão e mistura de agentes químicos poluentes. Um smog especialmente ruim,
chamado de "smog assassino” ocorreu em Londres, Inglaterra, em 1952. Durou mais
de uma semana e foi responsável por cerca de 4 mil mortes, principalmente causadas
por doenças respiratórias. Como resultado, o Clean Air Act foi aprovado em 1956,
proibindo o uso de carvão para aquecimento doméstico.
Fontes de poluição do ar
A poluição do ar pode surgir tanto de fontes naturais quanto de atividades humanas.
Erupções vulcânicas, incêndios florestais e tempestades de poeira são fontes naturais
cuja importância não deve ser subestimada. A explosão de 1980 no Monte Santa
Helena, no estado de Washington, pulverizou metade de uma montanha e lançou
milhões de toneladas de poeira na atmosfera. Em 1912, uma explosão semelhante de
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um vulcão no Alasca lançou na atmosfera cerca de 30 vezes mais poeira que o Mt. St.
Helena.
As fontes humanas de poluição incluem termoelétricas a carvão, as emissões
industriais, e o aquecimento doméstico; a poluição pode surgir de todas as fontes de
combustão industrial.
As fontes de poluição ligadas a atividades humanas incluem os meios de transporte
como automóveis, caminhões, locomotivas diesel etc. Fontes biológicas incluem micro-
organismos como vírus, bactérias e fungos, pólen e substâncias químicas de
decomposição de matéria orgânica.
As taxas de fontes de poluição atmosférica em países industrializados são
aproximadamente as seguintes: transporte 50%, indústria 18%, energia elétrica 13%,
aquecimento 16% e 3% de eliminação de resíduos.
O problema da poluição do arque envolve a fumaça do cigarro gera uma preocupação
considerável. Os perigos do fumo do cigarro estão firmemente estabelecidos e isto
levou ao aumento de restrições para fumar no local de trabalho e em locais públicos.
Entre 1982 e 1989, a incidência global de câncer aumentou 0,3% para as mulheres e
0,5% para os homens. Em contraste, a incidência de câncer de pulmão em mulheres
aumentou cerca de 43%, enquanto nos homens, aumentou em cerca de 8%. As
mortes por câncer de pulmão superam mortes causadas por outros três tipos principais
de câncer: mama, colo-retal e próstata.
A poluição do ar geralmente começa como um problema local, mas pode tornar-se
global se os poluentes entrarem no sistema de circulação atmosférico sob a forma de
gases, vapores (a partir de líquidos voláteis), gotículas de aerossol ou partículas de pó
fino.
Movimento na troposfera
A troposfera é a massa de ar da superfície terrestre até uma altitude de cerca de 10
milhas (aproximadamente 12km de altitude). No ar, dioxinas e compostos
semelhantes, principalmente de incineradores municipais e industriais, podem ser
espalhados por uma distância de 1500 km. Mercúrio é amplamente espalhado em todo
o mundo, chegando a níveis significativos mesmo nas regiões polares. Regiões polares
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são os primeiros lugares onde se podem observar os efeitos das alterações climáticas.
Em 1996, bifenilos policlorados (PCB) foram sendo detectados no Ártico.
Durante o inverno, poluentes, mercúrio e os hidrocarbonetos clorados inclusive, da
Europa Oriental e Rússia são transportados para o Ártico e estes reentram. r na
atmosfera através de sublimação do gelo e neve. O contínuo uso generalizado de
hidrocarbonetos clorados tais como DDT pode vir a aumentar a carga poluente no
Ártico.
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intemperismo da rocha e a produção de SO2, CO2 e hidrocarbonetos aromáticos,
através de atividade vulcânica e os incêndios florestais associados.
1.4 Conclusão:
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Aula 2 - Toxicologia Ambiental
2.1 Introdução
Bioconcentração
A tendência de uma substância química deixar a solução aquosa e entrar na cadeia
alimentar é importante na determinação de seus efeitos ambientais e é expressa
através do conceito de bioconcentração (Figura 8).
Bioconcentração aplica-se especificamente à concentração de materiais na solução
aquosa, disponíveis aos organismos que vivem na água, especialmente peixes (Figura
9).
Figura 8. Bioconcentração
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Figura 9. Bioconcentração
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• A substância é metabolizada lentamente;
• A substância tem uma solubilidade em água relativamente baixa;
• A substância tem uma alta lipossolubilidade relativa.
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Fator de bioconcentração:
Xaquoso. X lipídico.
Fator de biotransferência.
Uma medida útil de bioacumulação de alimentos e água potável por animais terrestres
é o fator de biotransferência (FBT), definido como:
FBT representante e os valores para biotransferência de carne bovina e leite são dados
na Tabela 3.
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Tabela 3. Exemplo de biotransferência
Bioconcentração em vegetais
Como peixes e mamíferos, a vegetação pode absorver contaminantes orgânicos. No
caso de vegetação, o fator de bioconcentração pode ser expressão em relação a massa
do composto por unidade de massa do solo. A expressão exata para vegetação é:
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Tabela 4. Exemplo de bioconcentração
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Tipos de biomarcadores
Inibição da colinesterase
Na maioria dos casos uma resposta de bioindicador para um determinado
contaminante é fortuita porque contaminantes geralmente surgem de processos
antropogênicos independentes de processos específicos em peixes e vida selvagem.
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Figura 12. Atividade colinesterásica
Citocromo P450
O citocromo P450 é uma classe de proteínas presentes em todos os tecidos, mas
encontrado especialmente em altas concentrações no fígado (Figura 13). Eles são
indutíveis, isto é, o aumento de citocromos P450 específicos são encontrados após o
tratamento de organismos com uma variedade de produtos químicos orgânicos. É de
maior relevância para a biomonitorização pois, vários classes de contaminantes
ambientais induzem tipos específicos de citocromo P450. Embora, em estudos de
laboratório, a administração de grandes quantidades de agentes de indução podem
aumentar a quantidade total citocromo P450, estas induções nesta classe de proteínas,
são de magnitude maior em relação as verificadas ocorrer no ambiente. A exposição
ambiental a contaminantes que induzem a síntese de citocromo P450 geralmente
ocorre em concentrações muito abaixo aqueles por indução máxima em laboratório.
Assim sendo, utiliza-se métodos sensíveis para discriminar o citocromo P450 induzido
por substancias tóxicas. Esta classe de enzimas é fundamental na detoxificação, pois
tornam substâncias tóxicas relativamente apolares em polares pela introdução de
grupos funcionais polares não tóxicos. Desta forma os xenobiontes podem se
solubilizar no sangue e serem excretados pela urina.
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Figura 13. Citocromo P450
Problemas reprodutivos
O afinamento severo da casca de ovo pode resultar em sua quebra antes da eclosão,
impedindo a reprodução. Em tais casos, a determinação da espessura da casca dos
ovos quebrados (a espessura da casca pode ser medida diretamente com um
micrômetro ou o índice de espessura.) seria diagnóstico da exposição à substâncias
tóxicas, especificamente para DDE, que é um metabólito do DDT (Figura 14). Assim
sendo, tal fato é um biomarcador para a presença de DDT.
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Efeito teratogênico
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Aberrações da síntese de hemoglobina - glóbulos vermelhos-
Ácido aminolevulínico desidratase (ALAD)
A atividade da ALAD, a enzima responsável pela condensação de duas moléculas de
ácido aminolevulínico para formar porfobilinogênio na síntese de hemoglobina nos
glóbulos vermelhos, é muito sensível à exposição ambiental ao chumbo. A inibição da
atividade de ALAD em células vermelhas do sangue tem sido claramente demonstrada
em vários estudos em humanos e em peixes e organismos de vida selvagem.
Porfiria
Um número de produtos orgânicos clorados afeta a síntese de hemoglobina em pontos
mais próximos à formação da hemoglobina e resultam em acúmulo de porfirinas
altamente carboxiladas que podem ser encontradas em diversos órgãos como fígado,
sangue, urina ou fezes (Figura 18 e 19).
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Figura 18. Animal afetado
Danos ao DNA
Após a absorção pelo organismo, alguns produtos químicos e/ou seus metabólitos são
capazes de interagir com o DNA para modificar ou danificá-lo. Os métodos comuns
para avaliar tais interações baseiam-se na medição direta de danos estruturais de DNA,
avaliação da reparação do DNA, ou determinação de mutações presentes em
genomas. As formas ativadas de uma variedade de hidrocarbonetos aromáticos
policíclicos podem tornar-se covalentemente vinculado ao DNA. Testes para avaliar a
presença de tais adultos podem ser geral ou específico.
Efeitos histopatológicos
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Muitos contaminantes são capazes de danificar tipos de células específicas ou sistemas
de órgãos. Tais danos podem ser avaliados por técnicas histopatológicas. Devido à
variedade de tipos de células e muitos órgãos e sistemas presentes em qualquer
indivíduo, há um enorme número de abordagens histológicas para detectar os efeitos
de contaminantes. As principais limitações ao uso de abordagens histológicas são os
estudos de validação de campo na espécie em questão, a avaliação de se a
conveniência e o custo são melhores para esta abordagem, e se isto serviria como
parte de um conjunto de biomarcadores. Tumores são, provavelmente, a aberração
que é mais amplamente estudada por métodos histológicos. Tumores têm sido
observados em uma variedade de espécies de peixes de áreas contaminadas, com a
maioria das ocorrências comuns em peixes de fundo-moradia em áreas de
contaminação PAH. Há boas correlações entre níveis PAH de sedimentos e presença
de tumores em peixes.
Stress oxidativo
Contaminantes, tais como hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, hidrocarbonetos
aromáticos halogenados, metais pesados, selênio, solventes industriais e muitos de
seus metabólitos são capazes de causar danos oxidativos dentro de um organismo.
Em resposta ao estresse oxidativo, pode haver respostas adaptativas dos sistemas de
proteção (antioxidante), modificação de macromoléculas celulares e, finalmente,
danos a tecidos. Mudanças nos sistemas antioxidantes e macromoléculas modificadas
podem servir como bioindicadores para uma variedade de exposições de
contaminante.
Competência imune
Uma variedade de contaminantes são conhecidos por afetar o sistema imunológico.
Filogeneticamente, a presença de um sistema imunológico é generalizada e os efeitos
de contaminantes no sistema imunológico foram relatados desde minhocas (Lumbricus
terrestris) até mamíferos. O comprometimento do sistema imunológico por
contaminantes pode levar a sérios efeitos nos organismos aquáticos e terrestres.
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Metalotioneína
Metalotioneínas são uma classe de pequenas proteínas, ricas em cisteína e capazes de
ligação a íons metálicos. São proteínas cuja síntese é induzida por cádmio, cobre,
mercúrio, zinco, cobalto, bismuto, níquel e íons de prata. Pelo fato de serem induzidas
pelos íons metálicos citados acima, são biomarcadores de exposição a esses íons
metálicos.
Animais testes
Os testes de toxicidade são ferramentas desejáveis para avaliar a qualidade das águas
e a carga poluidora de efluentes, uma vez que somente as análises físico-químicas
tradicionalmente realizadas, tais como demanda química de oxigênio (DQO), demanda
bioquímica de oxigênio (DBO), sólidos suspensos, concentrações de metais e de outras
substâncias de caráter orgânico ou inorgânico, cujos limites encontram-se
estabelecidos nas legislações ambientais, não são capazes de distinguir entre as
substâncias que afetam os sistemas biológicos e as que são inertes no ambiente e, por
isso, não são suficientes para avaliar o potencial de risco ambiental dos contaminantes.
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Apesar disso, os testes de toxicidade não substituem as análises químicas tradicionais.
Enquanto as análises químicas identificam e quantificam as concentrações das
substâncias tóxicas, os testes de toxicidade avaliam o efeito dessas substâncias sobre
sistemas biológicos. Assim, as análises químicas e os testes de toxicidade se
complementam. Em se tratando de amostras de natureza química complexa, como é
o caso de efluentes industriais, os quais são constituídos por uma variedade de
substâncias químicas, seria analítica e economicamente inviável detectar, identificar e
quantificar todas as substâncias presentes, mesmo que os padrões de emissão fossem
estabelecidos para cada uma delas. Além disso, somente com a identificação e a
quantificação dessas substâncias não seria possível estimar os efeitos que elas
apresentam sobre a biota, uma vez que a atividade biológica de uma substância pode
depender de suas interações com os outros componentes do efluente, incluindo
aqueles que não são tóxicos mas que afetam as propriedades químicas ou físicas do
sistema e, consequentemente, as condições de vida dos organismos. Assim, é
impossível identificar uma única substância como responsável por um determinado
efeito tóxico.
Crustáceos e peixes
O crustáceo de água salgada Artemia salina também é uma espécie bastante utilizada
em testes de toxicidade. A utilização dessa espécie é interessante porque seus ovos
resistem à secagem e estocagem por longos períodos de tempo. Quando os ovos secos
são colocados em água do mar e incubados a aproximadamente 23oC, eles eclodem
dentro de 1 ou 2 dias e após isso os organismos já estão prontos para serem utilizados
nos testes de ecotoxicidade. Os ovos de Artemia salina podem ser adquiridos em
qualquer loja de artigos para aquários, uma vez que são utilizados como alimento para
peixes. Nessas lojas também pode ser adquirido sal marinho para preparar água
marinha artificial. O uso de Artemia salina é interessante quando se pretende avaliar
a toxicidade de efluentes que apresentam alta salinidade e, portanto, alta
condutividade, uma vez que esse parâmetro é um fator crítico para espécies de água
doce.
Bactérias
Embora tradicionalmente algas, crustáceos e peixes sejam usados para medidas de
toxicidade aquática, esses testes requerem maiores tempo de exposição e volume de
amostra do que testes de toxicidade que utilizam bactérias. Dentre esses, o teste que
utiliza a bactéria marinha bioluminescente Vibrio fischeri e recebe o nome de Microtox
é, sem dúvida, o mais utilizado. Nesse teste é medida a redução da luminescência
emitida naturalmente pela bactéria quando ela é posta em contato com um agente
tóxico, o qual inibe a atividade da enzima luciferase. O tempo de duração do teste
varia entre 15 e 30 min. Microtox é um teste de toxicidade rápido, sensível, fácil de
executar e de baixo custo que pode ser utilizado no controle da poluição das águas e
efluentes industriais. Apesar dessas vantagens é um teste criticado por empregar uma
bactéria marinha de pouco significado ecológico.
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Monitoramento é um termo que se tornou muito mais comum na gestão dos recursos
naturais.
Biodegradação
A Biodegradação pode envolver relativamente pequenas alterações na molécula
absorvida, tais como substituição ou modificação de um grupo funcional para facilitar
sua remoção do corpo. Mais frequentemente, no entanto, o composto é
completamente degradado, e o resultado final é a conversão de compostos orgânicos
relativamente complexos para CO2, H2O e sais inorgânicos, um processo chamado de
mineralização. Geralmente os produtos de biodegradação são formas moleculares, que
tendem a ocorrer na natureza e que são em maior equilíbrio termodinâmico com seu
entorno.
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Aspectos bioquímicos de biodegradação
Deve-se ressaltar que a biodegradação de um composto orgânico ocorre de forma
gradual e geralmente não é o resultado da atividade de um organismo específico
(Figura 20).
Fatores na biodegradação
As taxas e a eficácia de biodegradação de matérias orgânicas dependem de vários
fatores. Estes incluem a concentração do substrato composto, a natureza e a
concentração do aceptor final de elétrons (mais comumente O2), a presença de
nutrientes, fósforo e nitrogênio, a disponibilidade de nutrientes como elementos traço,
a presença de um organismo adequado, a ausência de substâncias tóxicas e a
presença de condições físicas adequadas (temperatura, e meio de crescimento). Além
de suas propriedades bioquímicas, as propriedades físicas dos compostos, incluindo a
volatilidade, solubilidade em água, organofilicidade, tendência a ser sorvido por sólidos
e carga elétrica, desempenham um papel na determinação da biodegradabilidade de
compostos orgânicos.
Biodegradabilidade
A acessibilidade de um composto ao ataque químico por micro-organismos é expressa
em sua biodegradabilidade. A biodegradabilidade de um composto é influenciada por
suas características físicas, tais como solubilidade em água e a pressão de vapor; e
por suas propriedades químicas, incluindo massa molecular, estrutura molecular e a
presença de vários tipos de grupos funcionais, alguns dos quais fornecem um
identificador bioquímico para dar início à biodegradação. Com os organismos
adequados e, sob as condições certas, até mesmo substâncias que são biocidas para
a maioria dos micro-organismos podem sofrer biodegradação. Substâncias
recalcitrantes ou biorrefratárias são aquelas que resistem à biodegradação e tendem
a persistir e a se acumular no ambiente. Estes materiais não são necessariamente
tóxicos para os organismos, mas simplesmente resistem ao seu ataque metabólico.
Até mesmo alguns compostos considerados como biorrefratários podem ser
degradados por micro-organismos adaptados à sua biodegradabilidade. Exemplos de
tais compostos e os tipos de microrganismos que podem degradá-los incluem: endrina
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 42
(Arthrobacter); DDT (Hydrogenomonas); acetato de fenilmercúricos (Pseudomonas) e
borracha crua (actinomicetos).
2.7 Conclusão
Muitos dos fatores que podem afetar adversamente a organismos são estressores
inerentes, incluindo a disponibilidade de nutrição, qualidade da água, temperatura e
outros extremos climáticos, doença e predação. É importante ser capaz de separar os
efeitos dos estressores inerentes dos produtos químicos tóxicos. Existem muitas vezes
importantes relações sinérgicas entre estressores inerentes e os efeitos de substâncias
químicas tóxicas. Os organismos que estão sob estresse de estressores inerentes são,
provavelmente, mais suscetíveis aos efeitos dos xenobióticos e substâncias tóxicas. A
observação das mortes de organismos e resultantes declínios nas populações, embora
simples e inequívoca, são muitas vezes insuficientes para explicar os efeitos das
substâncias tóxicas sobre os ecossistemas. Também é importante considerar os efeitos
subletais, que podem causar efeitos nocivos em populações sem matar diretamente
os indivíduos. A exposição a substâncias tóxicas pode reduzir as taxas de reprodução
de organismos e afetar as taxas de sobrevivência dos juvenis à idade adulta. A
capacidade de evitar predadores pode ser restringida, as capacidades de
forrageamento podem ser reduzidas e instintos homing e migração podem ser
adversamente afetados.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 44
Variados testes são usados para monitorar os efeitos subletais. Um determinado teste
examina a indução de enzimas oxigenase de função mista, que são produzidas por
organismos para metabolizar substâncias tóxicas. Alguns dos efeitos mais bem
estudados de substâncias tóxicas sobre os ecossistemas foram aqueles que lidam com
os efeitos do ácido sobre os ecossistemas de água doce. O declínio do pH de uma
variedade quase neutra de 6.5 a 7.5 para valores em torno de 5,5 a 6,0 têm sido
observado em alguns lagos escandinavos durante o período aproximado de 30 anos
após 1940. Estes declínios foram acompanhados de perdas dramáticas de populações
de truta e salmão comercialmente valiosos. Os lagos com valores de pH inferior a 5,0
tornaram-se livres de peixe. Estudos experimentais da acidificação do lago também
demonstraram alterações nas comunidades de fitoplâncton e zooplâncton, com uma
perda generalizada de diversidade da população. Em alguns casos, esteiras compostas
de apenas algumas espécies de algas verdes filamentosas, mudaram o caráter inteiro
dos lagos.
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AULA 3 - Compostos tóxicos e seu efeito na saúde humana
3.1 Introdução
Toxicologia de alcanos
A exposição do trabalhador aos alcanos, tem maior probabilidade de acontecer por
inalação, especialmente dos compostos de baixa massa molecular.
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Metano e etano: Metano tem a fórmula CH4 e etano C2H6 e ambos são asfixiantes
simples, o que significa dizer que, em locais com altas concentrações destes gases, há
consequentemente decréscimo significativo na concentração de oxigênio, o qual é
necessário para suportar a respiração nestes locais.
Propano e butano: Propano tem a fórmula C3H6 e butano C4H8. todos os são
asfixiantes ,como o metano e o etano, e uma alta concentração de propano afeta o
sistema nervoso central.
Pentano até octano: Os alcanos com cinco a oito átomos de carbono consistem em
n-alcanos. Estes compostos são todos líquidos voláteis sob condições ambientais; os
pontos de ebulição de isómeros de cadeia linear são de 36,1°C para o pentano e
125,8°C para o octano. Além de seus usos em combustíveis, tais como na gasolina,
estes compostos são empregados como solventes em formulações para diversos
produtos comerciais, incluindo tintas, colas e vernizes. A exposição a estes
hidrocarbonetos em níveis elevados no ar através da rota pulmonar levaram à morte
animais experimentais. Os seres humanos que inalaram elevados níveis destes
hidrocarbonetos tornaram-se tontos e perderam a coordenação como resultado da
depressão do sistema nervoso central. Apolineuropatia (vários distúrbios do sistema
nervoso) tem sido relatada em vários casos de exposição humana a n-hexano, tais
como os trabalhadores japoneses envolvidos na produção de sandálias usando cola
com solvente n-hexano. Os trabalhadores sofriam de fraqueza muscular e insuficiência
da função sensorial de mãos e pés.
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torpor, dor de cabeça e tonturas. Em caso de exposição extrema, coma e morte podem
ocorrer.
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Propileno: é um gás com propriedades químicas, físicas e toxicológicas muito
semelhantes de etileno. Também é um asfixiante simples. Seu principal uso é na
fabricação de polímero de polipropileno, um plástico duro e forte, do qual são feitas
as garrafas de injeção-moldado, bem como tubulações, válvulas, cascos de bateria e
partes de automóveis.
Butadieno é amplamente utilizado na fabricação de polímeros, particularmente de
borracha. A primeira borracha sintética a ser fabricado em larga escala e utilizada
como substituta para a borracha natural. Butadieno é um gás incolor em condições
ambientes, com um odor suave, um pouco aromático. Em doses pequenas o vapor é
irritante para os olhos e mucosas do sistema respiratório, e em doses maiores pode
causar inconsciência e até a morte.
Acetileno: é amplamente utilizado como combustível e matéria-prima química para
oxiacetileno em tochas. Acetileno é um gás incolor com um odor parecido com alho.
Embora não seja notavelmente tóxico, atua como asfixiante e narcótico e tem sido
usado para anestesia. A exposição excessiva pode causar dor de cabeça, tonturas e
distúrbios gástricos.
Hidrocarbonetos aromáticos
Benzeno
Benzeno (C6H6) quimicamente é um hidrocarboneto muito significativo. Ele é usado
como uma material para a fabricação de inúmeros produtos, incluindo resinas fenólicas
e poliéster, poliestireno plásticos e elastômeros (através de intermediário estireno,
alquilbenzeno surfactantes, compostos de clorobenzeno, inseticidas e corantes).
Benzeno é líquido e ferve a 80,1ºC, volátil, incolor, altamente inflamável com um odor
característico. Benzeno tem efeitos toxicológicos a curto e longo prazo (agudos e
crónicos). O benzeno é um irritante da pele, e as exposições locais progressivamente
mais intensas podem causar vermelhidão da pele (eritema), sensações fluidas de
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 50
ardência, acúmulo de (edema) e bolhas. Normalmente é principalmente absorvido
como um vapor através do trato respiratório. A inalação de ar contendo cerca de 64
g/m3 de benzeno pode ser fatal em poucos minutos; cerca de um décimo desse nível
de benzeno provoca intoxicação aguda dentro uma hora, incluindo um efeito narcótico
no sistema nervoso central manifestando-se progressivamente por excitação,
depressão, insuficiência do sistema respiratório e morte. Os efeitos agudos da
exposição ao benzeno mais preocupantes são efeitos crônicos, sintomas inespecíficos
que incluem fadiga, dor de cabeça e perda de apetite. Mais especificamente,
anormalidades de sangue aparecem em pessoas que sofrem de envenenamento por
benzeno crônico, causando danos por benzeno na medula óssea, podendo causar
leucemia. Os níveis permitidos de benzeno no ambiente de trabalho tem sido bastante
reduzidos e substitutos, tais como tolueno e xileno, são usados sempre que possível.
Compostos Organo-oxigenados
Um número muito grande de compostos orgânicos e produtos naturais contém o
oxigênio em suas estruturas e são tóxicos. São eles:
Metanol tem sido responsável pela morte de muitos seres humanos que ingeriram
acidentalmente ou como um substituto para o etanol de bebidas. Metanol ocorre em
alguns alimentos e aguardentes de frutas destilada; tais como aqueles da fermentação,
podem conter algum nível de metanol. A dose fatal humana é de cerca de 50g a 250g
no corpo. Para doses subletais, sintomas iniciais de disfunção visual podem surgir
temporariamente, seguidos por cegueira causada pela deterioração das células
ganglionares, do nervo óptico e da retina. Exposição crônica em níveis mais baixos de
metanol pode ser resultado da inalação de fumaça.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 53
Álcoois superiores: Numerosos álcoois contendo três ou mais átomos de carbono
são usados como solventes e produtos químicos intermediários e para outros fins.
Pode ocorrer a exposição a estes compostos e suas toxicidades são altas. É um álcool
importante em estudos de toxicologia n-octanol C8H17OH. Este composto é aplicado
para a medição do coeficiente de partição octanol-água, (Kow) que é usado para
estimar como compostos orgânicos tóxicos são transferidos da água para lipídios, uma
tendência que está geralmente associado com a capacidade de atravessar as
membranas celulares e provocar efeitos tóxicos.
Cianeto
Cianeto em forma de gás cianeto de hidrogênio (HCN) ou íon cianeto (CN–) (presente
na sais de cianeto como KCN), é notavelmente uma substância tóxica usada em várias
sínteses químicas. Cianeto é um veneno que age rapidamente e a dose oral fatal para
os humanos é apenas de 60 mg a 90 mg. Cianeto de hidrogênio e sais de cianeto têm
numerosos usos, são ingredientes dos venenos de pragas, fumigantes, Polimentos de
metais (prateado) e soluções químicas fotográficas. Portanto, a exposição ao cianeto
é certamente possível. Cianeto de hidrogênio é usado como um fumigante para matar
pragas, como roedores em armazéns, em locais de armazenamento de grãos,
escaninhos, estufas e porões de navios, onde sua alta toxicidade e capacidade de
penetrar ocupa espaços são amplos. Soluções de sal de cianeto são usadas para extrair
alguns metais como o ouro de minérios, no refino de metal, no chapeamento de metal
e para salvar prata do exposto fotográfico e filme de raio-x. Poliacrílico polímeros
podem evoluir para HCN durante a combustão, acrescentando que os gases tóxicos
são geralmente responsáveis por mortes em incêndios.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 55
Monóxido de carbono, CO, é um gás tóxico industrial produzido pela combustão
incompleta de carbonáceos combustíveis. É usado como um redutor de minérios
metálicos, por síntese química e como combustível. Com toxicidade ambiental, é
responsável por um número significativo de intoxicações acidentais anualmente.
Observáveis efeitos agudos da exposição de monóxido de carbono nos seres humanos
abrangem uma vasta gama de sintomas e severidade, estes incluem deficiência de
julgamento e percepção visual em níveis de CO de 10 ppm no ar; tontura, dor de
cabeça e cansaço (100 ppm); perda de consciência (250 ppm); e morte rápida (1000
ppm). Efeitos crônicos da exposição de baixo nível a longo prazo ao monóxido de
carbono incluem doenças do sistema respiratório e o coração. Como prova das
disfunções cardíacas, este último, incluindo a arritmia e miocárdio isquemia
(deficiência de sangue nos músculos do coração), têm sido relatados em vítimas de
envenenamento por monóxido de carbono. As autópsias de tais vítimas têm mostrado
hemorragias dispersas por todo o coração.
Ácido ciânico, HOCN (ponto de ebulição (bp), 23,3 ° C; ponto de fusão (mp), – 86 °
C), é um perigoso líquido explosivo com um odor forte. Os sais de cianato ácido formas,
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 56
tais como cianídrico e KOCN, durante a decomposição de calor ou contato com ácido
forte ou ácido ciânico evoluem para gases muito tóxicos.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 57
hidrazina e a exposição prolongada podem resultar na formação de grande
megamitocondria.
Óxidos de nitrogênio
Óxido nítrico e Dióxido de nitrogênio são os dois óxidos de nitrogênio mais
comuns designados coletivamente como NxO. O óxido nítrico é produzido em
processos de combustão de combustíveis fósseis (especialmente carvão, óleo
combustível pesado e óleo de xisto)
Óxido nitroso, comumente conhecido como gás hilariante, é usado como um gás
oxidante e em cirurgias dentais como anestesia geral. É um depressor do sistema
nervoso central e pode agir como um asfixiante.
Fluoreto de hidrogênio (HF) pode ser em forma de uma clara, incolor líquido ou
gás. Forma vapores corrosivos quando expostos à atmosfera. A maior aplicação
comercial do fluoreto do hidrogênio é como um catalisador alquilante na refinação de
petróleo. Trabalhadores de quarto pote na indústria de alumínio primário estão
expostos a níveis de até 5 mg/m3 na atmosfera do local de trabalho e apresentam
níveis elevados de íon F–no seu plasma sanguíneo. O fluoreto de hidrogénio em solução
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 58
aquosa é chamado ácido fluorídrico, que contém HF de 30 a 60% em massa. Ácido
fluorídrico deve ser mantido em recipientes de plástico porque ele ataca vigorosamente
o vidro e outros materiais que contenham sílica (SiO2), produzindo o tetrafluoreto de
silício gasoso, SiF4. Tanto o fluoreto de hidrogênio e o ácido fluorídrico, referidos
coletivamente como HF, são irritantes extremos para qualquer tecido que entre em
contato. Áreas expostas tem difícil cicatrização, pode desenvolver-se gangrena, e
úlceras podem ocorrer nas áreas afetadas do trato respiratório superior. Sais de flúor,
como NaF, em níveis relativamente baixos, como cerca de 1 ppm, são usado em alguns
abastecimentos de água, posto que o flúor previne cáries. Em níveis excessivos o flúor
gera Fluorose, uma condição caracterizada por anormalidades dos ossos e dentes
causando manchas e perda de rigidez. O gado é especialmente suscetível ao
envenenamento pela precipitação de flúor na terra como resultado da poluição
industrial do pasto.
Sílica. O silício composto que provavelmente causou a maioria das doenças em seres
humanos é sílica SiO2. Silicone é uma substância mineral dura conhecida como quartzo
sob a forma pura e ocorrendo em uma variedade de minerais. Devido à ocorrência de
sílica em um grande número de materiais comuns que são amplamente utilizados na
construção, como areia de jateamento, fabricação de refratários, e muitas outras
aplicações industriais, a exposição humana ao pó de sílica é generalizada.
Essa exposição gera uma condição chamada silicose, um tipo de fibrose pulmonar.
Silicose causa fibrose e nódulos no pulmão, reduzindo a capacidade pulmonar e sendo
responsável por doenças pulmonares, como a pneumonia; pode também desenvolver
uma doença de pulmão denominada silicotuberculosis. Casos graves da silicose pode
causar a morte por oxigênio insuficiente ou por insuficiência cardíaca.
A exposição à sílica tem sido associada com maior incidência à Esclerodermia, uma
condição manifestada por endurecimento e rigidez do tecido conjuntivo. A este
respeito, acredita-se que a sílica atue por um mecanismo de adjuvante em que
melhora a resposta autoimune causada por outros agentes, tais como os silicones ou
parafina.
Fosfina, PH3 é um gás incolor que sofre autoignição em 100° C. É usado para a síntese
de compostos organofosforados. Sua produção inadvertida em sínteses químicas
envolvendo outros compostos de fósforo é um perigo potencial em processos
industriais e em laboratório. Gás fosfina é um irritante do trato pulmonar e depressor
do sistema nervoso central, é muito tóxico quando inalado e pode ser fatal. Sintomas
de exposição aguda incluem dor de cabeça, tonturas, queimação abaixo do esterno,
náuseas, vômitos, respiração difícil e dolorosa, irritação e edema pulmonar, tosse com
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 61
expectoração verde fluorescente, tremores, e fadiga. Convulsões têm aparecido em
algumas vítimas, depois de terem sido expostas à fosfina.
Arsina pode ser gerada por processos quimicamente redutores na refinação de vários
metais. É uma substância altamente tóxica que pode causar casos fatais de
envenenamento. Seu principal efeito é sobre o sangue podendo causar colapso de
glóbulos vermelhos com liberação de hemoglobina (hemólise). Sintoma deste efeito é
a presença de hemoglobina na urina (Hemoglobinúria). Sintomas agudos de
envenenamento por arsina incluem dor de cabeça, falta de ar, náusea e vômitos.
Icterícia e anemia podem aparecer como sintomas, quando também ocorre de
envenenamento por arsênio.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 62
Como o cianeto, o sulfeto de hidrogênio inibe o sistema citocromo oxidase, essencial
para a respiração; afetando também o sistema nervoso central, causando sintomas
que incluem dor de cabeça, vertigem, e a comoção. Em locais em que o ar contém
mais de cerca de 1000 ppm de H2S, a exposição deve ser inferior a 30 minutos. Por
período maior pode ocorrer a morte por asfixia em consequência da paralisia do
sistema respiratório. Sulfeto de hidrogênio também pode causar efeitos tóxicos
localizados, um dos quais é o edema pulmonar.
Ácido sulfúrico: é o produto químico mais produzido no mundo. Ele é usado para
produzir fertilizantes fosfatados, gasolina de alta octanagem e uma grande variedade
de produtos químicos orgânicos e inorgânicos. Grandes quantidades são consumidas
para limpeza e remoção dos óxidos superficiais no aço. O ácido sulfúrico é de especial
preocupação, como um poluente atmosférico. O ácido sulfúrico é dos principais
contribuintes para a chuva ácida. Emissões de dióxido de enxofre são quase sempre
acompanhadas por emissões de partículas que muitas vezes contém metais, tais como
vanádio, ferro e manganês. Estes metais podem catalisar a reação de SO2 para
gotículas de H2SO4. O resultado pode ser a formação de uma névoa de aerossol de
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 63
gotículas contendo ácido sulfúrico intensamente irritante. O ácido sulfúrico é um
agente venenoso e forte agente desidratante; o ácido prontamente penetra a pele
para atingir o tecido subcutâneo e provoca necrose dos tecidos, com efeitos parecidos
com os de queimaduras térmicas graves. Ácido sulfúrico na forma de vapores e névoas
pode agir como irritantes para os olhos e para o tecido das vias respiratórias. Em doses
inferiores, a inalação de ácido sulfúrico de fontes como precipitação atmosférica é
prejudicial ao trato pulmonar. Em comparação com o dióxido de enxofre, o ácido
sulfúrico é o mais potente irritante do tecido pulmonar. A exposição industrial causou
erosão nos dentes dos trabalhadores que trabalhavam perto do produto.
Ainda de acordo com a NBR 1004, “Um resíduo é caracterizado como tóxico se
uma amostra representativa dele, obtida segundo a ABNT NBR 10007, apresentar uma
das seguintes propriedades:
a) quando o extrato obtido desta amostra contiver qualquer um dos contaminantes
em concentrações superiores aos valores estabelecidos em norma.
constantes no anexo F. Neste caso, o resíduo deve ser caracterizado como tóxico com
base no ensaio de lixiviação, com código de identificação constante no anexo F;
b) possuir uma ou mais substâncias determinadas em norma e apresentar toxicidade.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 64
• Potencial que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação,
tem para migrar do resíduo para o ambiente, sob condições impróprias de
manuseio;
• Persistência do constituinte ou qualquer produto tóxico de sua degradação;
• Potencial que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação,
tem para degradar-se em constituintes não perigosos, considerando a
velocidade em que ocorre a degradação;
• Extensão em que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação,
é capaz de bioacumulação nos ecossistemas;
• Efeito nocivo pela presença de agente teratogênico, mutagênico, carcinogênico
ou ecotóxico, associados a substâncias isoladamente ou decorrente do
sinergismo entre as substâncias constituintes do resíduo.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 65
Parâmetro Método de preservação Tempo de
armazenagem
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 66
Mercúrio total Refrigerar a 4°C 28 dias
Dióxido de carbono 24 h
(CO2) -
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 67
Fósforo total Adicionar H2SO4 até 7 dias
pH< 2, refrigerar a 4°C
Mercúrio Adicionar HNO3 até pH 28 dias
< 2,
Muitos elementos químicos são capazes de emitir radiação, que pode ser
compreendida como um fenômeno que ocorre em átomos que, por alguma razão
física, se encontram em estado instável (Figura 22). A emissão de radiação é a forma
que estes átomos utilizam para alcançar a estabilidade química. O átomo emitirá
radiação até se tornar estável. Alguns elementos levam milhões de anos para
estabilizar-se, enquanto outros podem levar apenas milissegundos. A emissão de
radiação pode promover uma série de alterações moleculares, e pode formar células
cancerosas. A radiação nuclear pertence a esse grupo, podendo ser utilizada para
finalidades médicas trazendo benefícios aos seres vivos, mas em excesso pode ferir
ou até mesmo matar. A radiação emitida por um elemento químico pode ser de
natureza particulada ou ondulatória (eletromagnética). Os tipos de radiações nucleares
são:
Partícula α (alfa): é uma partícula que possui dois prótons e dois nêutrons, o que a
torna o núcleo atômico do hélio. Possui um baixíssimo poder de penetração, sendo
barrado mesmo por uma folha de papel, mas possui maior massa e energia dentre as
partículas radioativas sendo, portanto, mais destrutiva.
Partícula β (beta): um dos nêutrons do núcleo atômico se transforma em um próton,
um elétron e um antineutrino. O núcleo expulsa o elétron e o antineutrino, mas
mantém o próton, o que faz com que se transforme em outro elemento. A partícula
radioativa é então o elétron lançado do núcleo, que possui pouca massa e energia,
mas é capaz de uma penetração maior do que a existente na partícula alfa. É
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 68
necessário enfatizar que de que esse elétron não é um dos que está na camada de
valência, mas sim um que surgiu da transformação do nêutron.
Raio gama: Quando um átomo emite uma partícula alfa ou beta, é necessário
desfazer-se da instabilidade reminiscente no núcleo. Esse excesso de energia atirado
para fora é a radiação gama, que não possui massa ou carga elétrica. Não é uma
partícula, mas sim uma onda, com muita energia ionizante e poder de penetração
superior às outras partículas.
Isótopos mais
Elemento Tempo de meia vida
estáveis
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 69
Neptúnio Np-237 2.14 x 106 anos
Ununseptio Desconhecido
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 70
Metais
Grande parte dos elementos químicos que compõem a tabela periódica está presente
no organismo humano. Tais elementos aparecem de forma combinada nas mais
variadas substâncias, desempenhando diferentes funções. É importante destacar,
ainda, vários outros metais sem os quais a vida humana não existiria. Entre eles estão
o crômio, o manganês, o cobalto, o níquel, o cobre e o molibdênio, envolvidos em
processos metabólicos que regulam a produção de energia e o bom funcionamento do
corpo humano. A ausência de alguns deles pode ocasionar sérias doenças. Alguns
metais e semimetais, por sua vez, quando presentes no organismo humano, podem
causar intoxicações. São exemplos clássicos: o arsênio, o chumbo, o cádmio e o
mercúrio. A falta ou o excesso de metais ou de quaisquer outros elementos químicos
é que pode ser prejudicial à saúde.
Mercúrio
Mercúrio (Hg) existe em três formas: mercúrio elementar, compostos inorgânicos e
compostos orgânicos. O mercúrio elementar provoca toxicidade quando o vapor de
mercúrio é inalado ; a principal fonte de mercúrio elementar no ambiente é a
desgaseificação natural da crosta terrestre. Estimativas do nível de mercúrio atingir a
atmosfera variam de 25.000 para 150.000 toneladas/ano e a atmosfera representa um
importante mecanismo para transporte global de mercúrio metálico. Por outro lado,
fontes antropogênicas são responsáveis por emitir 10 mil toneladas/ano.
Chumbo
As fontes de chumbo são numerosas: baterias automotivas, esmaltes de louças, solda
em latas e panelas e tubos para despejos de esgoto. Ocorrem ainda exposições
ocupacionais da mineração de chumbo, fundição e fabricação de produtos
empregando chumbo e também com o uso de tintas à base de chumbo.
As crianças também podem ser expostas a chumbo frequentemente por causa da tinta
velha em edifícios mais antigos – síndrome dos edifícios antigos. Em crianças, a
característica dominante da toxicidade aparece no sistema nervoso central;
começando com vertigens e irritabilidade, progredindo para delírios, vômitos e
convulsões. A taxa de mortalidade é de cerca de 25% se for tratada, e cerca de 65%
se não for tratada.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 73
Em lactentes, a exposição produz deterioração mental progressiva após 18 meses,
com perda de habilidades motoras, retardado no desenvolvimento do bebê e
hipercinese em alguns casos. As crianças não são as únicas vítimas de envenenamento
pela tinta com chumbo. Jateamento de edifícios velhos pintados com tinta
contaminada por chumbo podem, ao longo do tempo, causar envenenamento crônico
por chumbo em trabalhadores que inalam o pó. Os respiradores apropriados e roupas
protetoras são necessários para os trabalhadores que utilizam aparelhos de
jateamento nas paredes de edifícios antigos.
Cádmio
Cádmio (Cd) está presente naturalmente no ambiente em níveis muito baixos, sendo
solubilizado durante o intemperismo da rocha (níveis são por volta de 0,03 μg/g de
solo, 0.07 μg/mL de água doce e de 1 ng/m3 de ar). O cádmio dissolvido pode formar
uma série de compostos orgânicos e inorgânicos, solúveis e insolúveis. O cádmio é
quimicamente similar ao zinco e está presente no minério de zinco em uma proporção
de cerca de 1/250. A maior parte do cádmio é produzido como um subproduto de
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 74
fabricas de zinco eletrolítico. Ele é usado no chapeamento de metal, na fabricação de
baterias de níquel-cádmio, na fabricação de pigmentos, em plásticos estabilizadores,
e pequenas quantidades são usadas em produtos químicos fotográficos, catalisadores,
em fungicidas utilizados em campos de golfe.
Cádmio é aprisionado no rim e no fígado por uma proteína de cisteína (ou seja, rico
em SH) chamada metalotioneína com uma elevada afinidade para cádmio e zinco.
Cádmio causa dano celular provavelmente por ligação a grupos SH das proteínas
celulares essenciais. Trabalhadores em refinarias de metal podem ser expostos a altos
níveis de vapores de cádmio e desenvolvem dificuldades respiratórias. A exposição
crônica pode provocar enfisema e doença pulmonar obstrutiva. Estudos em animais
mostraram cádmio como cancerígeno e há uma sugestão que possa aumentar a
incidência de câncer de próstata em homens idosos. Outros metais, nomeadamente
arsénio, cromo e chumbo, também têm sido implicados como agentes cancerígenos.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 75
Arsénio (ou Arsênico)
A poluição das águas superficiais e subterrâneas é uma das principais fontes tóxicas
deste elemento. Arsénio, em uma concentração de 50 μg/L em água, pode causar
problemas de saúde durante 10 a 15 anos. Arsênico no ambiente surge a partir do
intemperismo da rocha e de emissões da fundição de ouro, prata, cobre, zinco e
minérios de chumbo, combustão de combustíveis fósseis e a utilização da substancia
na agricultura como herbicidas e pesticidas. Partículas suspensas no ar podem viajar
distâncias consideráveis e penetrar profundamente nos pulmões. O envenenamento
agudo por arsênio causa dor abdominal e é raro.
Arsênio é absorvido por plantas e o grau de absorção varia com o tipo de solo; solos
ricos em argila e material orgânico inibem esse processo. Arsênio também pode entrar
em corpos hídricos através de escoamento superficial e de precipitação.
Arsênio pode ser absorvido pelo trato gastrointestinal, pelos pulmões, e por toda a
pele e membranas mucosas. O T1/2 de arsênico é de cerca de 10 h e a excreção é
principalmente pelos rins.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 76
A forma trivalente prontamente vincula a doação de elétrons ligantes como
macromoléculas como o RNA, mas não atravessa facilmente a membrana celular. Por
outro lado, a forma hexavalente prontamente atravessa as membranas celulares e é
reduzida para a forma trivalente intracelular. A toxicidade, portanto, é normalmente
relacionada com a presença da forma hexavalente no ambiente. Ar a níveis tão baixos
quanto 10 μg/m3 de Cr+6 pode produzir irritação respiratória. Cromo é distribuído na
biosfera da mesma forma que o arsênio e pode ter efeitos similares.
Outros metais
Praticamente qualquer metal, se tomado em quantidades excessivas ou por uma via
incomum, pode causar toxicidade. Assim, a inalação de qualquer pó de metal pode
causar fibrose pulmonar.
Alumínio
Os rins não limpam alumínio muito eficientemente e em casos de insuficiência renal
pode acumular-se a níveis tóxicos. Os níveis de alumínio estão presentes em alimentos
e água, e se a água livre de alumínio não é usada em máquinas de diálise, os pacientes
podem acumular elevados níveis sanguíneos de alumínio ao longo do tempo. Esse
acúmulo pode causar anemia microcítica que pode ser tratada com a quelante
desferoxamina, que remove o alumínio do sangue. Antes que o problema com o
alumínio e a diálise fosse identificado, alguns pacientes desenvolveram níveis muito
elevados de alumínio no sangue, além de sinais e sintomas de demência semelhante
à doença de Alzheimer.
Manganês
A preocupação pública tem aumentado pelo risco de uma forma de manganês inalável,
o aditivo de combustível tricarbonila de metilciclopentadienil manganês (MMT).
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 77
Os trabalhadores demonstraram problemas com coordenação motora e atividade
mental.
Urânio
Urânio é nefrotóxico. Liga-se à albumina e ânion bicarbonato que são filtradas pelos
rins, onde ele se dissocia. O cátion de uranilo livre liga-se às proteínas no túbulo
proximal e os danifica. Metais tóxicos podem também substituir os metais fisiológicos,
como quando o chumbo e estrôncio 90 são depositados nos ossos e dentes como o
cálcio.
Antimônio
Antimônio é um contaminante industrial com distribuição e toxicidade essencialmente
similar ao arsênio.
Testes em sedimentos.
A ciência dos testes de toxicidade de sedimentos expandiu-se rapidamente.
Sedimentos em sistemas naturais e em sistemas de teste muitas vezes agem como
um sumidouro de contaminantes ambientais, frequentemente reduzindo a sua
biodisponibilidade. Biodisponibilidade refere-se a fração do contaminante presente que
está disponível para absorção pelos organismos aquáticos e é capaz de exercer um
efeito tóxico. Na medida em que a biodisponibilidade é reduzida em sedimentos, é
dependente das propriedades físico-químicas do teste químico e das propriedades dos
sedimentos. Agora é amplamente reconhecido que o teor de carbono orgânico do
sedimento é o componente mais importante por controlar a biodisponibilidade de
compostos orgânicos (apolares) não iônicos. Para alguns metais (cádmio, cobre, níquel
e chumbo, prata e zinco) o conteúdo de sulfeto ácido volátil (SAV) mostrou controlar
a biodisponibilidade de metais em sedimentos. O reconhecimento de que sedimentos
são ambos um dreno e uma fonte de produtos químicos em ambientes naturais
levaram ao interesse aumentado em sedimentos e ao desenvolvimento de padrão de
testes. Nos sedimentos são realizados estudos agudos, bem como estudos de
toxicidade crônica.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 80
3.6. Conclusão
4.1 Introdução
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 81
propriedades tóxicas, infecciosas, radioativas ou inflamáveis, colocam em riscos reais
ou potenciais a saúde dos seres humanos, outros organismos vivos ou o ambiente”.
Além disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) identificou algumas propriedades
físico-químicas que possibilitam classificar um determinado produto como perigoso:
temperatura, pressão, toxicidade, corrosividade, radioatividade, inflamabilidade,
potencial de oxidação, explosividade, reação espontânea, polimerização,
decomposição, infectantes, entre outras.
A classificação dos resíduos sólidos de acordo com sua periculosidade à saúde humana
e ao meio ambiente está baseada na NBR 10.004/2004 da Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT e estão enquadrados da seguinte forma:
• Resíduos perigosos ou Classe I;
• Resíduos não perigosos ou Classe II.
Os resíduos não perigosos são classificados em inertes – Classe II-B e não inertes –
Classe II-A.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 82
nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões
de potabilidade da água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor”.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 83
• Possuir uma ou mais substâncias constantes no anexo C da NBR 10.007/2004
e apresentar toxicidade, avaliadas de acordo com os seguintes critérios:
o Natureza da toxicidade apresentada;
o Concentração dos constituintes tóxicos;
o Potencial do constituinte ou produtos tóxicos de sua degradação em migrar para
o meio ambiente em condições impróprias de manuseio;
o Persistência do constituinte ou produtos tóxicos de sua degradação;
o Potencial do constituinte ou produtos tóxicos de sua degradação em produtos
não perigosos, considerada a velocidade da degradação;
o Extensão em que o constituinte ou produtos tóxicos de sua degradação causam
bioacumulação nos ecossistemas;
o Efeitos nocivos por agentes teratogênicos, mutagênicos, carcinogênicos ou
ecotóxicos de substâncias isoladas ou decorrentes da sinergia entre os
constituintes do resíduo;
o Constituir-se de restos de embalagens contaminadas com as substâncias
constantes dos anexos D ou E da NBR 10.007/2004;
o Resultar de derramamentos de produtos fora das especificações ou prazo de
validade que contenham substâncias dos anexos D ou E da NBR 10.007/2004;
o Possuir substâncias letais aos seres humanos em concentrações que
demonstrem uma DL50 (dose letal) oral para ratos menor que 50 mg/kg, CL50
(concentração letal) inalada por ratos menor que 2 mg/l ou DL50 dérmica em
coelhos menor que 200 mg/kg.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 84
• Gerarem gases, vapores ou fumaças tóxicas em quantidades suficientes para
quando misturados à água, provocarem danos à saúde pública ou ao meio
ambiente;
• Possuírem na constituição os íons CN (cianeto) ou S2- (íons de enxofre) em
concentrações acima de 250 mg de HCN (cianeto de hidrogênio) liberável por
kg de resíduo (USEPA SW 846)
• Quando confinados, produzirem explosões ou detonações sob estímulo, ações
catalíticas ou temperatura ambiente
• Produzirem reações ou decomposições detonantes ou explosivas a 25º C e 01
atmosfera de pressão;
• Serem explosivos, fabricados com substâncias que produzam explosões ou
efeitos pirotécnicos.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 85
• Grupo D – todos os materiais que não apresentarem riscos biológicos, químicos
ou radioativos e que podem ser equiparados aos resíduos sólidos domiciliares
como descartes na preparação dos alimentos, sobras de alimentos não
contaminadas, resíduos das áreas administrativas e gerenciais.
• Grupo E – todos os materiais perfurantes e cortantes como lâminas, agulhas,
bisturis, ampolas de vidro, espátulas e outros produtos utilizados nos serviços
de saúde pública ou em atividades privadas nesta área.
Por outro lado, com o desenvolvimento econômico das nações, muitos produtos
perigos são produzidos pelas indústrias e transportados por diferentes modais. No caso
do Brasil o modal mais expressivo é o rodoviário, no entanto, uma consequência quase
que inevitável diz respeito ao número de acidentes envolvendo veículos de transporte
de resíduos perigosos, trazendo grande preocupação para a sociedade (Figura 25).
Da necessidade de regular e normatizar o transporte de resíduos perigosos no Brasil,
foram criadas leis, decretos, portarias, regulamentos técnicos e Normas Técnicas
Nacionais, que determinam não só os critérios de segurança como também de saúde
e meio ambiente, os quais envolvem todas as etapas do processo, destacando-se a
Lei nº 96.044/1988 e a Resolução ANTT nº 420/2004.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 87
distâncias; baixa capacidade de carga com limitação de volume e peso; integra todos
os estados brasileiros.
Figura 24.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 88
Figura 25.
TOXICOLOGIA AMBIENTAL 89
O transporte de produtos perigosos no Brasil possui um potencial de risco maior,
devido à condição precária de manutenção e saturação do sistema viário, base do
transporte de cargas (ANTT, 2008). Devido a estas condições adversas, é fundamental
o aprimoramento dos motoristas, aumento da fiscalização e a necessidade de uma
atuação mais responsável dos setores empresariais envolvidos com a produção e
transporte de produtos perigosos. A ocorrência de acidentes envolvendo produtos
perigosos, devido às suas peculiaridades, tende a atingir uma grande quantidade de
pessoas que tem suas vidas ameaçadas, mesmo que na fase incipiente do ocorrido
nada tenham a ver com o acidente. Esta é uma das características de todo e qualquer
acidente envolvendo produtos perigosos: a ameaça ao meio ambiente, o risco à saúde
e à vida de cidadãos desprotegidos.
Importante destacar que o Brasil foi o primeiro país da América Latina a criar uma
regulamentação para o transporte de produtos perigosos. O primeiro documento legal
elaborado sobre o assunto foi o Decreto-Lei No 2.063, de 6 de outubro de 1983,
regulamentado pelo Decreto nº 88.821, de 6 de outubro de 1983. Revisado pelo
Decreto nº 96.044, de 1988, o qual cancelou e substituiu o Decreto nº 88.821/83.
Importante dizer que o Decreto nº 96.044 encontra-se em vigor. O Decreto nº
96.044/88 foi complementado pela Portaria MT nº 291, de 31/05/88.
Decreto Nº 96.044/1988.
Regulamento para o transporte rodoviário de produtos perigosos das disposições
preliminares
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Art. 1º O transporte, por via pública, de produto que seja perigoso ou represente risco
para a saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente, fica
submetido às regras e procedimentos estabelecidos neste Regulamento, sem prejuízo
do disposto em legislação e disciplina peculiar a cada produto. § 2º No transporte de
produto explosivo e de substância radioativa serão observadas, também, as normas
específicas do Ministério do Exército e da Comissão Nacional de Energia Nuclear,
respectivamente.
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Art. 7o É proibido o transporte, no mesmo veículo ou contêiner, de produto perigoso
com outro tipo de mercadoria, ou com outro produto perigoso, salvo se houver
compatibilidade entre os diferentes produtos transportados.
Do Itinerário
Art. 9º O veículo que transportar produto perigoso deverá evitar o uso de vias em
áreas densamente povoadas ou de proteção de mananciais, reservatórios de água ou
reservas florestais e ecológicas, ou em que delas sejam próximas.
Art. 10. O expedidor informará anualmente ao Departamento Nacional de Estradas e
Rodagem - DNER os fluxos de transporte de produtos perigosos que embarcar com
regularidade, especificando:
I - classe do produto e quantidade transportada; II - pontos de origem e destino.
Do Estacionamento
Art. 14. O veículo transportando produto perigoso só poderá estacionar para descanso
ou pernoite em áreas previamente determinadas pelas autoridades competentes e, na
inexistência de tais áreas, deverá evitar o estacionamento em zonas residenciais,
logradouros públicos ou locais de fácil acesso ao público, áreas densamente povoadas
ou de grande concentração de pessoas ou veículos.
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de transporte e, além disso, nas condições de transporte exigidas por este
Regulamento.
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A classificação de um produto considerado perigoso para o transporte deve ser feita
pelo seu fabricante ou expedidor orientado pelo fabricante, tomando como base as
características físico-químicas do produto, alocando-o numa das classes ou subclasses
deste Regulamento.
Classes, subclasses
Definições
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Tabela 8. Número de Risco
Sinalização
A sinalização da unidade e dos equipamentos de transporte é feita por meio de rótulos
de risco, painéis de segurança e demais símbolos aplicáveis. Após o descarregamento,
os veículos e equipamento de transporte que não apresentem contaminação ou
resíduo dos produtos transportados, devem ter a sinalização obrigatoriamente
retirada. Caso após o descarregamento apresentem contaminação ou resíduo dos
produtos transportados, a sinalização deve ser mantida até realizadas as operações de
limpeza e descontaminação.
Rótulos de Risco
Devem estar afixados nas laterais e na traseira do(s) reboque(s) ou semirreboque(s)
que compõem a unidade de transporte. Alternativamente, os rótulos de risco podem
estar afixados diretamente nos equipamentos de transporte, como nos contêineres e
tanques portáteis.
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Os rótulos de risco devem conformar-se com os modelos apresentados na Figura 5, e
ter dimensões mínimas de 250x250mm. Pode-se atender ao padrão estabelecido pela
ABNT de 300x300mm. O fiscal deve verificar se os rótulos de risco afixados
correspondem à Classe e à Subclasse de Risco, conforme o caso, informadas na
descrição do produto no documento fiscal para transporte. Em caso de dúvidas, devem
ser consultadas as Colunas 3 e 4 da Relação de Produtos Perigosos.
Painéis de Segurança
Devem estar afixados à superfície externa das unidades e dos equipamentos de
transporte, em posição adjacente ao rótulo de risco, para advertir que seu conteúdo é
composto de produtos perigosos e apresenta riscos. Devem também estar afixados na
frente das unidades de transporte.
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Tabela 9. Cores e significados
Estão isentas de apresentar o Número ONU e o número de risco nos painéis, devendo
somente apresentar o painel laranja sem nenhuma inscrição, as expedições de:
produtos fracionados em unidades de transporte carregadas com dois ou mais
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produtos perigosos; um único produto perigoso (última entrega), resultante de um
carregamento, contendo inicialmente dois ou mais produtos perigosos.
Expedições de produtos perigosos da Classe 1 – Explosivos, devem estar identificadas
por meio de painel de segurança, contendo somente o Número ONU.
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Gases. Esta classe de risco é uma das mais envolvidas nas emergências, já que o
volume movimentado é muito grande, pois tais produtos são utilizados na indústria,
comércio e residências (Figura 30). Gás é um dos estados físicos da matéria.
O conceito de líquido inflamável refere-se aos produtos que podem gerar uma reação
de combustão. Combustão é reação química entre dois agentes, o comburente,
normalmente oxigênio, e o combustível, em proporções adequadas, provocada por um
terceiro agente, a fonte de ignição. Caracteriza-se por alta velocidade de reação e pelo
grande desprendimento de luz e calor. Os três agentes formam o conhecido triângulo
do fogo, constituindo-se em elementos essenciais ao fogo. Se um desses elementos
não estiver presente, não haverá fogo.
Os produtos dessa classe de risco são, em sua grande maioria, sólidos, portanto
apresentam baixa mobilidade no meio quando da ocorrência de vazamentos.
Oxidantes. Esta classe reúne produtos que, em sua maioria, não são combustíveis,
mas que podem liberar oxigênio, aumentando ou sustentando a combustão de outros
materiais. Devido à facilidade de liberarem oxigênio, estas substâncias são instáveis e
reagem quimicamente com uma grande variedade de produtos, podendo gerar
incêndios, mesmo sem a presença de uma fonte de ignição.
Substâncias tóxicas
Essa subclasse contempla as substâncias capazes de provocar a morte ou sérios danos
à saúde humana, se ingeridas, inaladas ou por contato com a pele, mesmo em
pequenas quantidades. Portanto, são produtos de alta toxicidade e representam um
grande risco às equipes de resposta às emergências químicas, independente do estado
físico do produto ou mesmo da quantidade envolvida num acidente.
Corrosivos. Esta classe representa o segundo maior volume transportado pelo modal
rodoviário, perdendo apenas para a classe 3 – líquidos inflamáveis. Substâncias
corrosivas são aquelas que podem causar severas queimaduras quando em contato
com tecidos vivos, e também podem causar corrosão ao aço. Podem existir no estado
sólido ou líquido.
Basicamente, existem dois principais grupos de materiais que apresentam essas
propriedades, e são conhecidos por ácidos e bases. Como exemplo de produtos desta
classe pode-se citar entre os ácidos: ácido sulfúrico, ácido clorídrico, ácido nítrico e,
entre as bases o hidróxido de sódio (soda cáustica) e hidróxido de potássio. Algumas
substâncias corrosivas liberam, mesmo na temperatura ambiente, vapores irritantes e
tóxicos. Outras reagem com a maioria dos metais gerando hidrogênio, um gás
inflamável, acarretando assim um risco adicional.
Substâncias perigosas: Esta classe engloba os produtos que apresentam riscos não
abrangidos pelas demais classes de risco. Nessa classe encontram-se os produtos que
oferecem elevados riscos de contaminação ambiental. Exemplos de produtos desta
classe são: óleos combustíveis, poliestireno granulado, dióxido de carbono sólido (gelo
seco), amianto azul, farinha de peixe estabilizada e baterias de lítio.
4.4 Conclusão.
Sendo uma das principais áreas logísticas e uma das atividades de maior custo
empresarial, o transporte é dito como tudo aquilo que gera movimentação, indiferente
daquilo que está sendo movimentado.
O Brasil foi o primeiro país da América Latina a criar uma regulamentação para
transporte de cargas perigosas; até 1983, a “Lei da Faixa Branca” era a única
referência legal existente no Brasil.
Em 1983 que surgiu o Decreto-Lei nº 2.063, emitido depois que uma carga de “pó da
China” (pentaclorofenato de sódio) ocasionou um acidente no estado do Rio de Janeiro
com seis vítimas.