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Aula 3
A análise de ambiente interno
Meta
• Apresentar os princípios básicos da Análise de Ambiente Interno.
Objetivos
Ao final desta aula, o aluno deverá ser capaz de:
Professor Quincas Borba: Pois é, Crispim! Falei com Virgília para manter a calma,
nosso trabalho foi cuidadoso.
todo projeto, existem alguns pontos a serem melhorados. Por exemplo, como vocês
pretendem implantar o projeto “Aprendendo com a horta” se o prédio da escola não
possui espaço disponível? Ou seja, existem gargalos na infraestrutura. O projeto é
importante para a estratégia da escola, pois integrará conceitos de ciências que serão
vivenciados pelos alunos, mas precisaríamos de um local adequado para a implantação
deste projeto ou firmar uma parceria com alguma instituição.
Diretor Regional: Mais uma vez, dou meus parabéns para toda a equipe. O trabalho
ficou muito bom. Basta vocês alinharem os projetos tendo em mente a disponibilidade
dos recursos internos.
Nesta aula, veremos a chamada Análise do Ambiente Interno. Você observará a sua
escola, detectando e identificando suas inconsistências, bem como suas qualidades.
Assim, conheceremos as forças e as fraquezas da escola que, uma vez identificadas e
trabalhadas, contribuirão para melhorar a estratégia planejada. O que não podemos
é ignorar essas questões internas e aceitar incompatibilidades entre a estratégia da
escola e os profissionais necessários e infraestrutura para executá-la.
Ao longo desta aula, analisaremos cuidadosamente cada um dos principais
componentes da Análise do Ambiente Interno, ajudando você a desenvolver uma
análise interna da sua própria organização: a escola. Começaremos apresentando os
principais componentes do ambiente interno de uma organização. Vamos lá?
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A Análise Interna diz respeito ao processo de
identificação dos recursos e competências da organização,
de forma a viabilizar melhores possibilidades de utilização
destes recursos – humanos e financeiros – que criam
valor para a escola.
Mas é preciso ter consciência de que nem tudo que é identificado como força ou
fraqueza vai ser utilizado na estratégia da sua escola. Por isso é importante chamar
a atenção para o fato de que você pode identificar forças ou fraquezas da sua escola
que não tenham impacto direto na sua estratégia. Por exemplo, um dos professores
domina três línguas diferentes do português: Inglês, Espanhol e Francês. Se a sua
estratégia não incorpora projetos que demandem professor de língua espanhola
ou Francês, então este ponto forte presente na sua equipe não contribuirá para a
estratégia da escola, a menos que você deseje aproveitar este fato para fortalecer sua
estratégia com projetos culturais que utilizem esta capacidade trilíngue, por exemplo.
• Projeto político-pedagógico.
• Relacionamento e comunicação com seus pares.
• Relacionamento e comunicação com os diferentes níveis da organização.
• Adaptação e alinhamento aos órgãos reguladores e legislação do setor.
• Acompanhamento gerencial (metas e indicadores).
• Aprendizado institucional (seminários, congressos, debates internos etc.).
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• Cumprimento de normas, padrões e procedimentos.
• Detecção de anomalias.
• Aquisição de responsabilidades.
comprometimento).
CAPACITAÇÕES VALIOSAS
São as que contribuem para a organização aproveitar oportunidades ou
impedir que ameaças a afetem, como a competência de negociar orçamentos
melhores para a escola, por exemplo.
CAPACITAÇÕES RARAS
Poucas organizações as detêm. Como exemplo, podemos citar a capacidade
de reagir rapidamente a mudanças no ambiente externo e/ou interno.
Por exemplo, um novo perfil de alunos ingressantes na escola, somente
identificado após o início das aulas.
CAPACITAÇÕES CUSTOSAS DE IMITAR
São aquelas que têm natureza histórica e, assim, estão associadas à cultura
específica de uma organização, tornando-as difíceis de serem copiadas. São as
que são consequência da complexidade social, ou seja, dependentes de valores
como confiança e amizade e das relações entre indivíduos. Outro exemplo
pode ser uma escola que se localiza perto de uma Universidade e com ela
estabelece parceria para o ensino de Ciências, em que alunos de graduação
são monitores voluntários e professores são treinados continuamente em
novas técnicas de ensino de ciências.
Adaptado do Hitt, Ireland e Hoskisson (2008).
Atividade 1
Colocando em prática a análise do ambiente interno
• Identifique os pontos fortes e fracos da sua escola nos seus diferentes aspectos;
• Qual o grau de contribuição dos pontos fortes e fracos para a estratégia planejada. Se a escola
já elaborou sua estratégia, utilize-a para verificar esta contribuição. Caso ainda não a possua,
responda a esta questão com base na estratégia que está sendo elaborada.
RESPOSTA COMENTADA
Processos administrativos
(fluxogramas, normas,
padrões, procedimentos,
suprimentos, fornecedores,
Certamente, os aspectos descritos a seguir não englobam todos os aspectos da sua escola; porém,
também nesta tabela, mas, na prática, estão mais relacionados com o ambiente externo, que
estes são aqueles observados com maior frequência na contribuição para o sucesso de uma
estratégia na escola. Outros aspectos, como o jurídico e o econômico, poderiam ser especificados
vimos na aula anterior. Seguem alguns exemplos para preenchimento da tabela, com base nos
Recursos
Necessidade de Grau de contribuição Prioridade de ação
Aspectos a serem
Pontos fortes Pontos facos capacitação? para a estratégia? (alta, média,
verificados Tangíveis Intangíveis (Sim / Não) (alto, moderado, baixo) baixa)
Recursos humanos
Formação Satisfação e
(mão de obra,
profissional Comprometimento. Não se aplica. motivação dos Sim Alto Alta
capacitação,
adequada. funcionários.
motivação).
Processos
administrativos
(fluxogramas,
Suprimentos Providências e Estoque de material.
normas, padrões,
disponíveis com retornos às queixas e Normas e Não se aplica. Não Moderado Média
procedimentos,
antecedência. às sugestões. procedimentos.
suprimentos,
fornecedores,
manutenção, compras).
Processos pedagógicos
Execução ineficiente
(planejamento, Existência de Vagas
Projeto Pedagógico. do plano. Faltam Não se aplica. Não Alta Alta
execução, métodos, para professores.
professores.
materiais, tecnologia).
Mobiliário
Infraestrutura Novas salas de
administrativo Capacidade de
(instalações, administração, salas Desperdício de energia
e escolar, manuseio dos Sim Baixo Baixa
funcionalidade, de aula e quadra elétrica.
condicionadores de equipamento.
conforto). poliesportiva.
ar, datashows etc.
Comunicação Habilidade de
Alunos, pais e Cartazes, faixas,
(divulgação, Reunião mensal comunicação
responsáveis folhetos, circulares, Sim Alta Média
transparência, com professores. e mediação de
ausentes. agenda.
reuniões periódicas). conflitos.
Gestão (financeira,
Relatórios
monitoramento de Potenciais parceiros. Relatórios, programas Delegação de
trimestrais para
resultados, estratégia, Monitoramento da de computador, responsabilidades. Sim Alta Alta
coordenação e
planos de ação, estratégia. projetos da escola. Gestão de equipes.
diretoria regional.
prioridades, parceiros).
Aula 3 – A análise de ambiente interno
Resumindo
Nesta aula, vimos como elaborar uma Análise de Ambiente Interno por meio da observação de
diversos aspectos presentes na sua escola. Como todas as outras, esta é uma etapa importante,
pois é neste ambiente interno que a estratégia será executada. São os profissionais responsáveis
e os recursos disponíveis que tornarão viável a execução da estratégia planejada. Na literatura
sobre o tema, você encontrará pequenas variações para a análise do ambiente interno. Mas,
independentemente da técnica utilizada, o importante é você identificar e refletir a respeito
de todos os pontos (fortes ou fracos) que podem impactar de forma positiva ou negativa o
desempenho da sua estratégia.
Bibliografia consultada
COSTA, E. A. Gestão Estratégica: Da empresa que temos para a empresa que queremos.
2ª Edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2011.
GOMES, D. D. MBA Educação: a gestão estratégica na escola que aprende. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 2009.
HITT, Michael; IRELAND, T. Duane; HOSKISSON, Robert E. Administração estratégica:
competitividade e globalização. 2.ed. São Paulo: Thomson Learning, 2008.
JOHNSON, G., WHITTINGTON, R., SCHOLES, K. Exploring Corporate Strategy: Text and
Cases. 9th ed. New York: Prentice-Hall, 2011.
ROCHA, Saulo Barroso, CASTRO, Joel. Gestão Estratégica. Rio de Janeiro : SESI/UFF,
2010, v.1. p.224.
SERRA, Fernando, TORRES, Maria Candida, TORRES, Alexandre Pavan. Adminstração
Estratégica: conceitos, roteiro prático e casos. & Affonso Editores, 2003.
TAVARES, Mauro Calixta Tavares. Gestão Estratégica, 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2007.