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CASO DO TEMPLO DE PREAH VIHEAR

(CAMBOJA v. TAILÂNDIA)
(1959-1962)

(EXCEÇÕES PRELIMINARES)
Sentença de 26 de maio de 1961

O caso entre o Camboja e a Tailândia no qual se questionou a soberania territorial sobre o Templo de
Preah Vihear, foi instituído através da demanda do governo do Camboja datada de 30 de setembro de 1959. O
governo da Tailândia suscitou duas exceções preliminares à competência da Corte.

A Corte considerou, unanimemente, que possuía competência para decidir a questão. O Vice-
Presidente Alfaro e os juízes Wellington Koo, Sir Gerald Fitzmaurice e Tanaka, juntaram declarações à
sentença. Os juízes Moreli e Percy Spender apensaram as exposições de suas opiniões individuais.

Em sua sentença, a Corte constatou que, para invocar sua competência, o Camboja tinha se baseado
principalmente no efeito combinado de sua própria aceitação da cláusula facultativa de jurisdição obrigatória
da Corte e em uma declaração feita pela Tailândia em 20 de maio de 1950, nos seguintes termos:

"Tenho a honra de informá-lo que, por uma declaração datada de 20 de setembro de 1929, o governo
de Sua Majestade aceitou a jurisdição obrigatória da Corte Permanente de Justiça Internacional em
conformidade com o artigo 36, parágrafo 2º, do Estatuto, por um período de dez anos e em condições de
reciprocidade. Essa declaração foi renovada em 3 de maio de 1940, por um igual período".

"De acordo com as determinações do artigo 36, parágrafo 4º, do Estatuto da Corte Internacional de
Justiça, tenho a honra de informá-lo que o governo do Sua Majestade vem através deste renovar a declaração
supracitada por um período adicional de dez anos a partir de 3 de maio de 1950, com os limites e matérias nas
mesmas condições e reservas determinadas na primeira declaração, de 20 de setembro de 1929".

A Tailândia levantou uma primeira exceção preliminar fundamentando que essa declaração não
constituiu uma aceitação válida de sua parte da jurisdição obrigatória da Corte. Não negou de maneira alguma
que pretendia aceitar inteiramente a jurisdição obrigatória mas, de acordo com seu argumento, sua declaração
era ineficaz, uma vez que tinha sido redigida nos termos considerados inoperantes pela sentença proferida
pela Corte em 26 de maio de 1959 no caso relativo ao Incidente Aéreo de 27 de julho de 1955 (Israel v.
Bulgária). O artigo 36, parágrafo 5º, do Estatuto da Corte prevê que:

"... as declarações feitas de acordo com o artigo 36 do Estatuto da Corte Permanente de Justiça
Internacional e que ainda estiverem em vigor, serão consideradas como importando na aceitação da jurisdição
obrigatória da Corte Internacional de Justiça pelo período que ainda devem vigorar e em conformidade com
os seus termos”.

A Corte entendeu que essa previsão se aplicaria somente às partes originais do Estatuto e que, não
tendo a Bulgária sido parte no Estatuto até 14 de dezembro de 1955, sua Declaração de Aceitação da
Jurisdição Obrigatória da Corte Permanente deveria ser considerada sem vigor em 19 de abril de 1946, data
em que esta se dissolveu. No presente caso, a Tailândia sustentou que sua posição era a mesma da Bulgária,
uma vez que tornara-se parte no Estatuto em 16 de dezembro de 1946, oito meses após o fim da Corte
Permanente. Sua Declaração de Aceitação da Jurisdição Obrigatória da Corte Permanente não poderia ser
transformada em uma aceitação válida em relação à atual Corte. O único resultado verdadeiro de sua
declaração de 1950 foi a renovação, necessariamente ineficaz, de sua aceitação da jurisdição obrigatória de
um tribunal que não mais existia.

A Corte não considerou que sua sentença de 1959 possuía as conseqüências que a Tailândia
reivindicou. Sem considerar o fato de que essa sentença só tem força obrigatória para as partes em litígio, a
Corte entendeu que a Tailândia, por meio de sua declaração de 20 de maio de 1950, havia se colocado em
uma posição diferente da Bulgária. Nessa data, a declaração da Tailândia de 1940 não havia se transformado
em uma aceitação da jurisdição obrigatória da Corte atual, mas, certamente, havia expirado, de acordo com
seus próprios termos, duas semanas antes (em 6 de maio de 1950). A declaração de 20 de maio de 1950, ato
novo e independente, não foi feita nos termos do artigo 36, parágrafo 5º, do Estatuto, que sob todas as
perspectivas havia exaurido seus efeitos quanto à Tailândia.

Ao longo do processo houve uma discussão para saber se é possível renovar um ato que se tornou
caduco, mas a Corte considerou que a verdadeira questão seria a de saber qual foi o efeito da declaração de
1950.

Também foi alegado que a Tailândia, em 1950, cometeu um erro que a conduziu a empregar em sua
declaração termos que a decisão de 1959 revelou inaptos a realizar seus objetivos, mas a Corte não considerou
que se tratasse realmente de um erro. Enfim, discutiu-se também que a intenção sem a ação não bastava para
constituir uma operação jurídica válida. Mas a Corte considerou que, no caso de aceitações da jurisdição
obrigatória, a única formalidade necessária é o depósito da aceitação junto ao Secretário Geral das Nações
Unidas, formalidade que a Tailândia realizou em conformidade com o artigo 36, parágrafo 4º, do Estatuto.

Conseqüentemente, a única questão pertinente era a de saber se a redação empregada na declaração


da Tailândia de 1950 revelou uma clara intenção, nos termos do artigo 36, parágrafo 2º, do Estatuto, de
reconhecer como obrigatória a jurisdição da Corte. Se a Corte aplicasse seus métodos normais de
interpretação, essa declaração apenas poderia significar uma aceitação da jurisdição obrigatória da Corte
atual, uma vez que não havia nenhuma outra Corte a que pudesse ter se referido. A Tailândia, inteiramente
ciente da não existência da Corte anterior, ao dirigir-se ao Secretário-Geral das Nações Unidas sob o
parágrafo 4º do artigo 36 do Estatuto, não poderia ter tido nenhuma outra finalidade senão reconhecer a
jurisdição obrigatória da Corte atual em virtude do parágrafo 2º desse artigo; e ela não sustentou o contrário.
O restante da declaração devia ser interpretado à luz desse fato capital e em seu contexto geral: a menção das
declarações de 1929 e de 1940 deveria ser considerada simplesmente como um meio cômodo de indicar, sem
enunciar, as condições sob as quais a aceitação era feita.

Portanto, a Corte considerou que não restaria nenhuma dúvida a respeito do significado e do efeito
que deveria ser atribuído à declaração de 1950 e rejeitou a primeira exceção preliminar da Tailândia.

Em seguida, a Corte entendeu que essa conclusão era suficiente para afirmar sua competência e que
havia se tornado desnecessário considerar a segunda exceção preliminar acerca da competência invocada pelo
Camboja (com fundamento em certas disposições convencionais visando a solução jurisdicional de disputas
da mesma ordem que a disputa em questão) e a exceção levantada pela Tailândia quanto a esta questão.
(MÉRITO)
Sentença de 15 de junho de 1962

O Caso do Templo de Preah Vihear, entre Camboja e Tailândia, foi instituído em 6 de outubro de
1959 através de uma demanda do governo do Camboja. O governo da Tailândia levantou duas exceções
preliminares, não acolhidas pela Corte em sua sentença de 26 de maio de 1961, na qual entendeu que possuía
competência para decidir a questão.

Em sua sentença de mérito, a Corte, por nove votos a três, decidiu que o Templo de Preah Vihear
está situado em território sob a soberania do Camboja e, conseqüentemente, que a Tailândia estava obrigada a
retirar quaisquer forças armadas ou policiais, ou outras guardas ou guardiães, mantidos por ela no Templo, ou
na vizinhança do território do Camboja.

Por sete votos a cinco, a Corte entendeu que a Tailândia também deveria restituir ao Camboja todos
os fragmentos de monumentos, esculturas, modelos de arenito e cerâmica antiga que, desde a data da
ocupação do Tempo pela Tailândia, em 1954, poderiam ter sido removidos dali ou de sua área pelas
autoridades tailandesas.

Os juízes Tanaka e Morelli apensaram à sentença uma declaração conjunta. O Vice-Presidente


Alfaro e o juiz Sir Gerald Fitzmaurice, juntaram suas opiniões individuais à sentença. Os juizes Moreno
Quintana, Wellington Koo, e Sir Percy Spender, expuseram suas opiniões dissidentes.

Na sua sentença, a Corte entendeu que a matéria da disputa era a soberania sobre a região do Templo
de Preah Vihear. Este era um santuário antigo, parcialmente em ruínas, localizado na cadeia de montanhas de
Dangrek, a qual constituía a fronteira entre o Camboja e a Tailândia. A disputa teve sua origem no
estabelecimento de fronteiras no período de 1904 a 1908 entre a França, conduzindo as relações exteriores da
Indochina, e o Sião. Em particular, estava envolvida a aplicação da Convenção de 13 de fevereiro de 1904.
Essa Convenção estabelecia as características gerais da fronteira para a determinação de um limite exato por
uma comissão mista franco-siamesa.

No setor oriental da cadeia de Dangrek, onde se situa Preah Vihear, a fronteira deveria seguir a linha
de divisão das águas. Com a finalidade de limitar essa fronteira, concordou-se, em uma reunião realizada em
2 de dezembro de 1906, que a Comissão Mista deveria viajar ao longo da cadeia de Dangrek para realizar
todo o reconhecimento necessário, e que um oficial topográfico da seção francesa da Comissão deveria
examinar toda a parte oriental da cadeia. Não se contestou que os Presidentes das seções francesa e siamesa
fizeram esta viagem quando visitaram o Templo de Preah Vihear. Nos meses de janeiro e fevereiro de 1907, o
Presidente da seção francesa relatou a seu governo que a linha da fronteira havia sido estabelecida
definitivamente. Conseqüentemente, pareceu claro que uma fronteira havia sido examinada e fixada, embora
não houvesse nenhum registro de qualquer decisão e nenhuma referência à região de Dangrek em qualquer
minuta das reuniões da Comissão após 2 de dezembro de 1906. Além disso, quando a Comissão pôde se
reunir para fechar seu trabalho, a atenção foi dirigida para a conclusão de um tratado adicional franco-siamês
sobre fronteiras, aquele de 23 de março 1907.

O estágio final da delimitação foi a preparação dos mapas. O governo siamês, que não dispunha dos
meios técnicos adequados, havia pedido que os oficiais franceses estabelecessem os mapas das regiões
fronteiriças. Estes mapas foram concluídos no outono de 1907 por uma equipe de oficiais franceses, alguns
sendo antigos membros da Comissão Mista, e foram comunicados ao governo siamês em 1908. Entre eles,
havia um mapa da cadeia de Dangrek situando Preah Vihear no território do Camboja. Foi principalmente
com base nesse mapa (arquivado como anexo I a seu memorial) que o Camboja se baseou na sustentação de
sua reivindicação de soberania sobre o Templo. A Tailândia, por outro lado, contestava que o mapa, não
sendo resultado do trabalho da Comissão Mista, não possuía qualquer caráter obrigatório, e que a fronteira
indicada nele não correspondia à verdadeira linha de divisão das águas, a qual colocaria o Templo na
Tailândia. Sustentou ainda que o mapa nunca foi aceito pela Tailândia ou, subsidiariamente, que se a
Tailândia o aceitasse, seria somente em virtude de uma opinião equivocada de que a fronteira indicada
correspondia à linha de divisão das águas.
O mapa do anexo I nunca foi aprovado formalmente pela Comissão Mista, que tinha deixado de
funcionar alguns meses antes de sua produção. Apesar de não poder haver nenhuma dúvida de que se baseava
no trabalho dos oficiais que examinavam o setor de Dangrek, a Corte, não obstante, concluiu que o mapa não
tinha caráter obrigatório. Estava claro no registro, entretanto, que os mapas foram comunicados ao governo
siamês como maneira de representar o resultado do trabalho de delimitação. Por não haver nenhuma reação
por parte das autoridades siamesas, quer na época, quer depois, eles devem ter sido aceitos como tal. Os
mapas, além disso, foram comunicados aos membros siameses da Comissão Mista, que nada disseram, ao
Ministro Siamês do Interior, Príncipe Damrong, que agradeceu ao Ministro Francês em Bangkok por eles, e
aos Governadores das províncias siamesas, alguns dos quais conheciam Preah Vihear. Se as autoridades
siamesas aceitaram o mapa do anexo I sem investigação, não poderiam agora pleitear qualquer erro que
viciasse a realidade de seu consentimento.

O governo siamês e, posteriormente, o governo tailandês, não levantaram qualquer questionamento


sobre o mapa do anexo I antes de suas negociações com o Camboja, em Bangkok, em 1958. Mas entre 1934 e
1935, um levantamento topográfico estabeleceu uma divergência entre a linha do mapa e a verdadeira linha
do divisor de águas, e outros mapas foram produzidos mostrando o Templo na Tailândia. A Tailândia, não
obstante, continuou também a usar e a publicar os mapas que mostram Preah Vihear no Camboja. Além disso,
no decorrer das negociações para os tratados franco-siameses de 1925 e de 1937, que confirmaram as
fronteiras existentes, e em 1947, em Washington, diante da Comissão Franco-Siamesa de Conciliação, teria
sido natural que o Sião levantasse a questão, porém não o fez. A conclusão natural é que a Tailândia aceitou a
fronteira em Preah Vihear como aquela traçada no mapa do anexo I, independentemente de sua
correspondência com a linha do divisor de águas. A Tailândia afirmou que tendo estado sempre de posse de
Preah Vihear, ela não tinha qualquer necessidade de levantar a questão. Citou como exemplo os atos de suas
autoridades administrativas como evidência de que nunca tinha aceito a linha do anexo I em Preah Vihear.
Mas a Corte julgou difícil admitir que esses atos, emanando de autoridades locais, anulassem a atitude
constante das autoridades centrais. Além disso, quando em 1930 o Príncipe Damrong,, numa visita ao
Templo, foi recebido oficialmente pelo Residente Francês para a província adjacente do Camboja, o Sião não
reagiu.

A partir desses fatos, a Corte concluiu que a Tailândia aceitou o mapa do anexo I. Mesmo se
houvesse alguma dúvida a esse respeito, a Tailândia não deveria negar sua aceitação, uma vez que a França e
o Camboja tinham confiado em sua aceitação e ela havia, durante cinqüenta anos, usufruído dos benefícios
conferidos pelo Tratado de 1904. Além disso, a aceitação incorporou o mapa do anexo I à solução
convencional. As partes adotaram, nessa altura, uma interpretação conforme o estabelecido, o que fez com
que a linha do mapa prevalecesse sobre a disposição da Convenção. E como não havia qualquer razão para se
pensar que as partes tinham dado alguma importância especial à linha de divisão das águas em si, em
comparação com a importância primordial de uma regulamentação final de suas próprias fronteiras, a Corte
considerou que a interpretação a ser dada nesse momento seria a mesma.

Conseqüentemente, a Corte sentiu-se obrigada a se pronunciar em favor da fronteira indicada no


mapa do anexo I relativo à área em disputa, tornando-se desnecessário considerar se a linha traçada no mapa
correspondia de fato à verdadeira linha de divisão das águas.

Por estas razões, a Corte concedeu ao Camboja a soberania sobre o Templo de Preah Vihear.

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