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GONZAGA OU A REVOLUÇÃO DE MINAS – CASTRO ALVES (1867)

ATO I – CENA 3
Luiz : Era o que ia dizer-lhe a ponta de uma faca, mas no ouvido das entranhas... quando
muitos braços agarram o negro pelas costas. Amarram-no ali mesmo e então, enquanto o
sangue e a loucura subiam-lhe aos olhos, ele ouviu isto. O estrangeiro dizia: tu vais ser
castigada com teu filho. A desgraçada ousou ajoelhar-se, creio que despiram-na e ali mesmo
os açoites estalaram.Sim,lembro-me que de vez em quando um borrifo de sangue acordava-
me do meu delírio. E eusó tinha ao alcance o meu braço, por isso esfregava-o com os dentes...
Alvarenga, Cláudio e Padre Carlos: —Eras tu, infeliz ?
Luiz : — Parece-me que sim... [mostrando uma grande cicatriz no braço).
Alvarenga e Cláudio : — E tua mulher ?
Luiz : Poucos dias depois, enquanto eu estava preso, soube que se havia afogado n'um rio.
Cláudio : — E tua filha, tua pobre filha ?
Luiz : — Seu senhor morrendo, venderam-na, não sei a quem procuro-a desde então...
procuro-a, meus senhores... eis tudo o que eu sei. Perdi-a, eis tudo quanto sinto...
Cláudio : — E nunca mais tiveste um só indício de tua filha ?
Gonzaga: —Eu te digo. Há dias falava eu com Joaquim Silvério, um dos nossos melhores
companheiros...
Luiz (à parte): —Um homem com cara de traidor
Gonzaga:— E por acaso a conversação caiu sobre Luiz. Dizia-lhe eu que este era um homem
forte, inteligente e dedicado, e que já aqui, já em Coimbra me havia acompanhado e talvez,
para consolar-se de suas desgraças, tinha aprendido a ler, fazendo- se muito instruído para
sua triste condição... Continuei contando-lhe a sua pequena história e a perda de sua filha.
Então disse-me Joaquim Silvério: eu poderia entregar-lhe esta rapariga. Luiz é teu amigo,
mas é mister que o seja da revolução... eu guardo a pequena como penhor de sua fidelidade.
Cláudio : — E porque não o fizeste entregar ao pobre escravo sua filha ? Isto é uma infâmia.
Aquele homem, meus senhores, cuidado com aquele homem. Olhar desconfiado, mão
traiçoeira.
Alvarenga : — Não é talvez um pensamento generoso, mas é um meio prudente, se é que
Luiz tem de tomar parte nos nossos segredos e de ser um dos companheiros...
Luiz: —Não! Mil vezes não! Deem-me minha filha, porque eu serei calado como um túmulo,
frio como o ferro de minha faca, terrível como a fatalidade. Mas se não m'a entregam, eu
digo: este senhor Silvério é um mentiroso, um miserável que quer que o sirva em suas
maquinações; mas que eu não acompanharei, porque nesta terra horrível, nunca encontrarei
minha filha . . . [com desespero). Digam-me, meus senhores, quem me dará minha filha?
Gonzaga: —Ainda a revolução. [A Luiz.) Luiz, pobre desgraçado ! Deve ser um dia sublime
aquele em que as crianças souberem o nome de seus pais, porque suas mães serão esposas e
não meretrizes... em que as virgens murmurarem em seu peito o nome de seus amantes,
porque não serão mais poluídas pelo beijo dos senhores devassos... em que os velhos sentados
à beira dos túmulos abençoarem sua geração, porque a túnica da ignominia deixará de
acompanha-los através dos séculos, como o ferrete do judeu maldito !...
Luiz : — Oh ! venha este santo dia.
Gonzaga : — E ele virá em breve, porque o sangue de Cristo não caiu embalde sobre a terra.
Almas de moços, frontes cheias de fé, nós juramos pelo mártir do Gólgota a remissão de
todos os cativos.
Luiz (a Gonzaga] : — Senhor, eu procurava uma filha, agora procuro duas: Carlota e a
Revolução.
ATO IV – CENA 2
Alvarenga: – Padre, realizam-se as tuas profecias… um dia dizia-nos nos nossos pequenos
serões literários que a liberdade dos povos seria uma verdade, porque o Cristo não era uma
mentira.
Padre Carlos: – Não era uma profecia… era a letra da Bíblia; foi o mestre quem o disse:
eu vim quebrar os ferros a todos os cativos e eles serão quebrados.
Cláudio: – Padre, Cristo era um belo revolucionário
Padre Carlos: – A Revolução Francesa protege a revolução de Minas, esta é a filha
daquela, ou antes, ambas são filhas de Deus. Quando um povo levanta-se do cativeiro,
Deus, do topo dos Alpes ou do cimo dos Andes empresta-lhe uma espada, como dava as
leis no cimo de Sinai.

O CRÉDITO – JOSÉ DE ALENCAR (1857)


ATO I – CENA 9
PACHECO - Melhor! Agora temos um estudante de medicina metendo-se em negócios.
HIPÓLITO - E que pensa V.M.cê? A medicina tem a sua relação com a economia política.
Não há nada mais semelhante do que uma receita e uma letra de câmbio. Uma receita é uma
letra de câmbio que o médico saca contra o doente, uma letra de câmbio é uma receita que o
negociante pede a um capitalista para curar certa moléstia que se chama quebra!
PACHECO - Não há dúvida, estás um grande economista!
MACEDO - Teu filho está brincando, meu amigo, o crédito é uma das mais belas descobertas
da indústria moderna.
PACHECO - Não compreendo semelhante coisa! Nunca pedi em prestado o dinheiro de
alguém, sem ter a certeza de poder pagar- lhe! Porque a minha probidade não me permite
arriscar a fortuna alheia!
RODRIGO - Tem razão, Sr. Pacheco. Esses meios de obter a fortuna de outrem para
sacrificá-la em empresas loucas, não se chama crédito, tem outro nome: é um jogo, um abuso
de confiança que a moral condena e que todo o homem honesto reprova!
PACHECO - Bem...
RODRIGO - A missão do crédito é outra: é nivelar os homens pelo trabalho e dar à atividade
os meios de criar e produzir. Outrora, para adquirir-se uma fortuna, era preciso consumir toda
a existência em privações, juntar-se real a real. A riqueza era o privilégio de poucos; uma
herança que o filho recebia de seu pai. A inteligência estava então condenada à pobreza,
ganhava apenas o mesquinho salário de seu serviço material, ou vendia-se aos ricos que a
exploravam em seu proveito. Um dia, porém, um homem de dinheiro compreendeu que o
trabalho e a probidade eram melhor garantia do que a fortuna que o acaso pode destruir em
um momento. Esse homem chamou os amigos pobres, mas honestos e empreendedores, e
confiou-lhes os seus capitais para que eles realizassem as suas idéias. O crédito estava criado.
Outros seguiram o exemplo; associaram-se e formaram um banco. Essa pequena instituição,
escondida no fundo da loja de um judeu desenvolveu-se, dominou as grandes praças
comerciais, e hoje circula o globo. Eis o que é o crédito, meus senhores; uma palavra o define:
é a regeneração do dinheiro. O orgulho dos ricos tinha inventado a soberania da riqueza,
soberania bastarda e ridícula, o crédito destronizou essa soberania: do ouro que era senhor,
fez um escravo, e mandou-lhe que servisse à inteligência, a verdadeira rainha do mundo!
JULIETA (a HIPÓLITO) - Como ele fala bem! Que bonitas idéias!

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