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1
SILVA, Tainá Almeida. A Divina Comédia: uma perspectiva semiótica da cultura. 2015. 75 págs. Trabalho
de conclusão de curso (Bacharel em Teologia) – Universidade do Grande Rio “Professor José de Souza Herdy”
(UNIGRANRIO), Duque de Caxias, 2015.
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“di qua dal dolce stil novo ch’i’ odo!” (deste, que eu ouço, novo estilo à beira.) ALIGHIERI, Dante. A Divina
Comédia: Purgatório. Tradução de Italo Eugenio Mauro. São Paulo: Editora 34, 2014, 3ª ed., canto XXIV, v. 57.
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“Transumanar não pode-se entender/por palavras, portanto o exemplo baste/pra quem experiência a graça
conceder.” ALIGHIERI, Dante. A Divina Comédia: Paraíso. Tradução de Italo Eugenio Mauro. São Paulo:
Editora 34, 2014, 3ª ed., canto I, vv. 70-72.
4
STERZI, Eduardo. Por que ler Dante. São Paulo: Globo, 2008, p. 57.
os trabalhos de Iúri Lotman e sua semiótica da cultura mostram-se pertinentes a fim de
compreender como a Divina Comédia foi recepcionada, reinterpretada e ainda se faz presente
no imaginário popular, nas artes, na teologia cristã. Por texto, Lotman designa qualquer
unidade – escrita, fala, gesto, música, imagem – que transmite informação e possui
potencialidade para, além de preservar a informação transmitida, ser reinterpretado nas
culturas e assim produzir novos textos. “Lotman ressalta que tal exercício faz parte da cultura,
já que o interlocutor e o receptor não são idênticos e não possuem o mesmo código de
informações a fim de que compreendam determinada mensagem de forma única”5. Por isso:
Essa dinâmica propicia a transformação de dados em comunicáveis que, por sua vez,
passam a fazer parte da memória coletiva. Pois o texto é unidade da cultura e não
somente do sistema linguístico. A saber, “A cultura como texto implica a existência de
uma memória coletiva que não apenas armazena informações como também funciona
como um programa gerador de novos textos, garantindo assim a continuidade” 6.
5
SILVA, Tainá Almeida. A Divina Comédia: uma perspectiva semiótica da cultura. 2015. 75 págs. Trabalho
de conclusão de curso (Bacharel em Teologia) – Universidade do Grande Rio “Professor José de Souza Herdy”
(UNIGRANRIO), Duque de Caxias, 2015.
6
Idem.
7
ROCHA, Alessandro Rodrigues. Teologia sistemática no horizonte pós-moderno: um novo lugar para a
linguagem teológica. São Paulo: Vida Nova, 2007, p. 96.
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SILVA, Tainá Almeida. A Divina Comédia: uma perspectiva semiótica da cultura. 2015. 75 págs. Trabalho
de conclusão de curso (Bacharel em Teologia) – Universidade do Grande Rio “Professor José de Souza Herdy”
(UNIGRANRIO), Duque de Caxias, 2015.
concepções de juízo final que a permeavam, devido à popularidade de movimentos e ideias
apocalípticas da época”9. E, apesar do distanciamento existente entre autor e receptor do texto
atualmente, as imagens da Divina Comédia conseguiu dialogar com os momentos culturais
posteriores, a sua presença ainda é notável entre os discursos acerca daquilo que a igreja cristã
intitula como as “últimas coisas”, desde literaturas e relatos de visões principalmente acerca
das regiões infernais.
Ao falar do inferno como ameaça, Moltmann afirma:
As salas de torturas terrenas dos opressores foram claramente concebidas a partir dos
modelos do inferno. Enquanto nesses casos o torturado pode evadir-se por meio da
morte, a horrenda fantasia apocalíptica desconhece qualquer possibilidade de evasão:
as torturas infernais devem durar eternamente e o fogo do inferno deve ser
inextinguível. Isso é absurdo: os torturados, pelo visto, são imortais, embora devam
estar no mundo da “morte eterna”. Embora mortos, estão ainda no uso de todos os
seus sentidos, para poderem ser torturados fisicamente.10
9
Idem.
10
MOLTMANN, Jürgen. No fim, o início: Breve tratado sobre a esperança. São Paulo: Edições Loyola,
2007, p. 180.
11
“VAI-SE POR MIM À CIDADE DOLENTE,/VAI-SE POR MIM À SEMPITERNA DOR,/VAI-SE POR
MIM ENTRE A PERDIDA GENTE./MOVEU JUSTIÇA O MEU ALTO FEITOR,/FEZ-ME A DIVINA
POTESTADE, MAIS/O SUPREMO SABER E O PRIMO AMOR./ANTES DE MIM NÃO FOI CRIADO
MAIS/NADA SENÃO ETERNO, E ETERNA EU DURO./DEIXAI TODA ESPERANÇA, Ó VÓS QUE
ENTRAIS.” ALIGHIERI, Dante. A Divina Comédia: Inferno. Tradução de Italo Eugenio Mauro. São Paulo:
Editora 34, 2014, 3ª ed., canto III, vv.1-9.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
SILVA, Tainá Almeida. A Divina Comédia: uma perspectiva semiótica da cultura. 2015.
75 págs. Trabalho de conclusão de curso (Bacharel em Teologia) – Universidade do Grande
Rio “Professor José de Souza Herdy” (UNIGRANRIO), Duque de Caxias, 2015.
ALIGHIERI, Dante. A Divina Comédia. Tradução de Italo Eugenio Mauro. São Paulo:
Editora 34, 2014, 3ª ed.
STERZI, Eduardo. Por que ler Dante. São Paulo: Globo, 2008.
ROCHA, Alessandro Rodrigues. Teologia sistemática no horizonte pós-moderno: um novo
lugar para a linguagem teológica. São Paulo: Vida Nova, 2007.
MOLTMANN, Jürgen. No fim, o início: Breve tratado sobre a esperança. São Paulo:
Edições Loyola, 2007.