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JURÍDICO BRASILEIRO
RESUMO
Neste trabalho o objetivo é propor reflexões críticas acerca do princípio do
favor rei, investigando sua incidência na legislação penal e processual penal,
além de sua influência nas interpretações e decisões judiciais. Para tanto, valeu-
-se de pesquisa bibliográfica e principalmente jurisprudencial, o que permitiu
a apreciação de casos concretos e proposição de discussões com o fito de elu-
cidar e analisar questões diretamente afetas ao princípio em exame. Do estudo
analítico, constatou-se que o caráter eminentemente favorável ao réu da seara
penal pode acabar por gerar situações que inviabilizam a eficácia do sistema,
conclusão que nos remete à crítica social de que o sistema penal é falho e pro-
tecionista. Em contrapartida, a análise histórica da razão de ser do favor rei nos
leva a reconhecer sua relevância e necessidade, entretanto, propõe-se maior
prudência na aplicação desse princípio, sob pena de se incorrer em iniquidades.
PALAVRAS-CHAVE
Favor rei. Penal. Processo Penal.
ABSTRACT
This paper aims to propose critical reflections on the favor rei principle, investi-
gating its impact on criminal law and criminal procedure, and its influence on
interpretations and judgments. To do so, drew on literature and especially in
the case law which allowed the assessment of individual cases and to propo-
se discussions aiming to elucidate and analyze issues regarding the mentioned
principle. In analytical study it was found that the eminently favorable to the
defendant’s criminal harvest may end up generating situations that prevent the
effectiveness of the system, leading us to the conclusion that the criminal justice
system is flawed and protectionist. In contrast, the historical analysis on the
cause of the favor rei leads us to recognize its relevance and necessity, however,
it proposes to greater caution in the application of this principle, under penalty
of incurring iniquities.
KEYWORDS
Please king. Criminal. Criminal Procedure.
SUMÁRIO
Introdução. 1. O princípio do favor rei no ordenamento jurídico brasileiro. 2.
Interpretação de normas. 3. Direitos Exclusivos da defesa. 4. Recursos privativos
da defesa. 5. Outras situações curiosas. Conclusão. Referências.
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INTRODUÇÃO
Inicialmente, faz-se necessário esclarecer que o princípio favor rei, muito
embora comumente utilizado como sinônimo de outros princípios do Direito Penal
e Processual Penal, é, em verdade, gênero, do qual os princípios do in dubio pro
reo, por exemplo, é uma das espécies. O grande constitucionalista Alexandre de
Morais (2004, p. 390), ao tratar do princípio da inocência, observa que há muitas
semelhanças entre este princípio e o do favor rei, entretanto alerta que não podem
ser confundidos, uma vez que este último é mais amplo e, inclusive, compreende o
próprio princípio da inocência.
O princípio do favor rei, ou favor libertatis, consiste basicamente numa di-
retriz do Estado Democrático de Direito que dispensa ao réu um tratamento dife-
renciado, baseando-se precipuamente na predominância do direito de liberdade,
quando em confronto com o direito de punir do Estado.
O referido princípio guarda forte correlação com os direitos humanos, com
alguns institutos tais como a proibição da reformatio in pejus, absolvição por in-
suficiência de provas, e com muitos outros princípios, a exemplo da dignidade da
pessoa humana, inadmissibilidade das provas ilícitas, ampla defesa, dentre outros.
Por ocasião da presente pesquisa, propõe-se reflexões acerca de situações
que, por influência da aplicação do favor rei, suscitam aparentes, senão verdadeiras,
injustiças. Então, por meio de pesquisa bibliográfica e jurisprudencial, buscou-se
elencar consequências da aplicação do princípio, investigando-se casos curiosos
que acabam por alimentar o senso comum das pessoas leigas de que o sistema penal
é falho e protecionista. Nesse sentido, na intenção de descobrir se tal crítica social
tem fundamento, o presente trabalho está estruturado de modo que se desenvolve
partindo da verificação da incidência do favor rei no ordenamento jurídico brasi-
leiro, passando pelo estudo de suas consequências e influência na jurisprudência,
sempre oportunizando-se uma análise crítica em cada caso.
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2. INTERPRETAÇÃO DE NORMAS
O aclamado princípio processual do in dubio pro reo tem respaldo na pre-
sunção de inocência e reza que “entre duas posições divergentes que possam ge-
rar dúvida, deve-se resolver a demanda a favor do réu, e na interpretação de duas
normas legais antagônicas, deve-se optar pela mais favorável ao réu” (LIMA, 2006,
p.48). De forma bastante didática, Capez (2012, p. 83) destaca que:
[...] o princípio da presunção de inocência desdobra-se em três aspectos: a) no
momento da instauração processual, como presunção legal relativa de não-
-culpabilidade, invertendo-se o ônus da prova; b) no momento da avaliação
da prova, valorando-a em favor do acusado quando houver dúvida; c) no cur-
so do processo penal, como paradigma de tratamento do imputado, especial-
mente no que concerne à analise da necessidade da prisão processual.
Logo, temos que na interpretação das normas, desde que haja dúvidas, deve-
-se optar pela posição mais favorável ao réu, pois ele é presumidamente inocente
até que se demonstre o contrário. Um exemplo na prática seria a absolvição por
insuficiência de provas, segundo a qual, uma vez a acusação não obtendo êxito
em comprovar a culpabilidade do acusado, este, por ser presumidamente inocente,
deveria ser absolvido nos termos do art. 386, VII do Código de Processo Penal (CPP).
Mas vale ressaltar que, a bem da justiça, em não havendo dúvidas quanto à culpa-
bilidade do agente, existindo no bojo do processo suficientes indícios de materiali-
dade e autoria, o favor rei não merecerá prosperar. Nesse esteio, fora da hipótese de
aplicabilidade do referido princípio, segue a seguinte ementa:
APELAÇÃO CRIME. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO
(ART. 16, CAPUT, DA LEI Nº 10.826/03). ALEGAÇÃO DE NECESSIDADE DE
REFORMA DA DECISÃO POR AUSÊNCIA DE AMPARO PROBATÓRIO. PE-
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O CPP, em seu art. 615, § 1°, prevê ainda que deve prevalecer a decisão mais
favorável ao réu em caso de empate de votos no julgamento de recursos, ou seja,
sobrevindo dúvida, deve prevalecer o posicionamento mais favorável ao réu.
Em eventual antinomia interpretativa entre preceitos normativos, é impera-
tivo, portanto, que opte-se pela interpretação mais benéfica ao réu. Nessa linha
de raciocínio, preza-se, de forma louvável, pelo adágio popular de que mais vale
um culpado solto que um inocente preso. Deve-se velar, entretanto, pela devida
condenação quando esta restar suficientemente embasada, sob pena de ineficácia
do sistema penal, perpetuação da impunidade, além de prejuízos e insegurança à
sociedade.
Vale comentar sobre recente Lei nº 12.403 de 2011, que alterou a parte do
CPP, que regulamenta as prisões. Ocorre que a atual grafia do parágrafo único do
art. 312 do CPP dispõe que a prisão preventiva poderá ser decretada em caso de des-
cumprimento de outras medidas cautelares. Surgiu, então, interpretação no sentido
de ser desnecessária a análise dos requisitos da preventiva previstos no caput do art.
312. Amaral (apud MARTINS 2013, p. 04) esclarece que:
Nas duas primeiras hipóteses [sendo a primeira a decretação da preventiva de
modo autônomo, com base no art. 311, e a segunda a decorrente de conver-
são da prisão em flagrante], a decretação da prisão preventiva dependerá da
presença das hipóteses fáticas e normativas do art. 312, bem como daquelas
do art. 313, enquanto, na última [em substituição à outra cautelar descumpri-
da], não se exigirá a presença destas últimas.
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converter a anterior cautelar em prisão preventiva, sem que seja impositiva a obser-
vância dos requisitos da preventiva, ficando a juízo do magistrado a conveniência da
conversão. Conclui o magistrado que “solução diversa importaria em desprestígio e
ineficácia de todo o sistema de cautelares pessoais, uma vez que se teria um sistema
pautado em deveres cujo descumprimento não geraria qualquer sanção”.
Por ser uma alteração legislativa relativamente nova, a jurisprudência ainda
está em fase de consolidação, havendo espaço para divergência doutrinária. En-
tretanto, como demonstrado, a bem da justiça, deve-se velar, neste caso, por uma
interpretação pautada na razoabilidade, e não na corriqueira defensiva ao réu.
Outro fator relacionado a medidas cautelares e também objeto de divergên-
cias é o instituto da detração penal, que consiste no cômputo na pena privativa de
liberdade e na medida de segurança no tempo de prisão provisória. Bottini (2011,
p. 120) afirma ser devida a detração no período de cumprimento de cautelar diversa
da prisão sob o argumento de que se deve estender o instituto a qualquer hipótese
de intervenção do Estado em direitos do cidadão, seja a liberdade de locomoção,
seja outro qualquer. Contudo, como esclarece Martins (2013, p. 06), a detração tem
por critério a efetiva segregação da liberdade, seja por cumprimento de pena pri-
vativa de liberdade, por prisão provisória ou mesmo por internação, de modo que,
seguindo-se o pressuposto da legalidade, somente em eventual prisão domiciliar ou
internação provisória se faria jus à benesse da detração. Esse seria o posicionamento
mais razoável tendo em vista que como conclui o mesmo autor, “detrair da pena a
cumprir o período em que o acusado ficou, por exemplo, com o passaporte retido
(art. 320) importaria em benefício excessivo, com repercussão na própria credibili-
dade do sistema”.
Outra divergência interpretativa relevante é a relativa aos crimes inafiançá-
veis. A polêmica diz respeito à interpretação do art. 5°, incido XLIII da Constituição
Federal, que proclama serem inafiançáveis a prática de tortura, os tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os crimes hediondos. A controvérsia re-
side na interpretação literal dada ao mencionado dispositivo, segundo a qual estaria
vedada apenas a concessão de fiança, sendo perfeitamente possível a concessão de
liberdade provisória desde que sem fiança aos citados crimes elencados na Carta
Magna. Enquanto que, em sentido diverso, há quem sustente que para tais crimes
a CF quis dar tratamento diferenciado, dada a gravidade dos referidos delitos, por
conseguinte, restaria vedada a própria concessão da liberdade provisória. A discor-
dância já está presente em discussões no Supremo, havendo vários precedentes para
ambos os posicionamentos. O Min. Eros Grau, no julgamento do HC 101.505 que
discutia um caso de tráfico de entorpecentes, muito embora tenha reconhecido a
acentuada nocividade da conduta do traficante de entorpecentes que, em suas pa-
lavras, provoca malefícios no que concerne à saúde pública, expondo a sociedade
a danos concretos e a riscos iminentes, conclui que “a inafiançabilidade não pode
e não deve – considerando os princípios da presunção de inocência, da dignidade
da pessoa humana, da ampla defesa e do devido processo legal – constituir causa
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teresses da sociedade, logo, não se poderia admitir a rejeição contumaz das provas
obtidas por meio ilícito. Nesse sentido, podemos concluir que, assim como a liber-
dade é um direito individual, a segurança, o bem comum e a repressão de crimes
são interesses da sociedade e mereceriam lugar na prática da ponderação. Comenta,
ainda, o mesmo autor que (2008. p. 355):
[...] não é momento para o sistema processual penal brasileiro, imaturo ainda
em assegurar, efetivamente, os direitos e garantias individuais, adotar a teoria
da proporcionalidade. Necessitamos manter o critério da proibição plena da
prova ilícita, salvo nos casos em que o preceito constitucional se choca com
outro de igual relevância.
Aury Lopes Jr. (2009, p. 580) observa que “o perigo dessa teoria é imenso, na
medida em que o próprio conceito de proporcionalidade é constantemente mani-
pulado e serve a qualquer senhor” e chama a atenção para a quantidade imensa de
decisões e até de juristas que justificariam no “interesse público x interesse privado”
uma restrição de direitos fundamentais, ou mesmo condenação, a partir da preva-
lência do interesse público. Insta frisar que a proposta feita anteriormente deque
se sopese a proporcionalidade com o interesse público não objetivou a restrição
dos direitos fundamentais, mas demonstrar que, em casos semelhantes ao exemplo
supra destacado, interesses sociais como a segurança, o bem comum e a repressão
de crimes poderiam ser levados em consideração nos casos em que, embora obtidas
por meios ilícitos, as provas, de forma indiscutível, comprovassem materialidade e
autoria. Entretanto, como nos alerta Avolio (2003. p. 66/67):
A aplicação do princípio da proporcionalidade sob a ótica do direito de defe-
sa, também garantido constitucionalmente, e de forma prioritária no processo
penal, onde impera o princípio do favor rei é de aceitação praticamente unâ-
nime pela doutrina e pela jurisprudência.
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In casu, se é possível detectar a incidência dos dois últimos direitos que fa-
vorecem ao réu acima aduzidos, o tantum devolutum quantum appellatum e a proi-
bição da mutatio libelli em 2° grau. Muito embora o pleito da apelação não tenha
sido a absolvição, o juiz acabou por reconhecer a inaplicabilidade do art. 384 do
CPP em sede recursal, motivo pelo qual julgou procedente o recurso, absolvendo,
mas por condições diversas da apresentada na apelação. Por meio dos ensinamentos
de Mirabete (2001, p.843)podemos depreender o fundamento do desfecho do caso:
Segundo a Súmula nº 453 do STF, “não se aplicam à segunda instância o art.
384 e parágrafo único do Código de Processo Penal, que possibilitam dar nova
definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar
não contida explícita ou implicitamente na denúncia ou queixa”. Caso no
Tribunal se reconheça, em apelação da defesa ou revisão, que a definição
jurídica correta para o fato criminoso é diversa da imputação, por não ter ha-
vido o aditamento, a solução não é a decretação da nulidade da sentença, se
não foi ela arguida pela defesa (Súmula nº 160 do STF), mas sim, a absolvição.
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não for unânime e a divergência versar sobre matéria estritamente processual, capaz
de tornar inválido o processo, restam cabíveis os embargos de nulidade. Estes não
tencionam a modificação, mas à anulação do feito, possibilitando sua renovação.
Segundo Tourinho Filho (2013), “trata-se de recurso exclusivo do réu e que existe
para tutelar mais ainda o direito de defesa” e conclui afirmando que os embargos
privativos da defesa “representam uma decorrência do princípio do favor rei”.
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Vale destacar que, embora na ementa do último caso acima exposto tenha-
-se feito questão de destacar a inocorrência da proibida revisão pro societate e de
ofensa à coisa julgada, resta inegável que houve certa supressão dos efeitos da coisa
julgada em prejuízo do absolvido e em favor da justiça. Fica o questionamento da
existência ou não de ofensa ao favor rei nestes casos, mas resta indubitável que esse
posicionamento é o mais prudente e justo. Poderíamos inclusive suscitar os referidos
entendimentos como indícios de que a evolução jurídica e jurisprudencial possa vir
a inclinar-se à sensatez em alguns dos casos já exemplificados neste estudo.
Não obstantes direitos e recursos que assistem somente á defesa, cabe ainda
citar as hipóteses em que o réu é favorecido por flagrante erro do judiciário que não
pode ser corrigido sob o argumento da proibição da reformatio in pejus. Um juiz
de direito que lida diariamente com diversos casos, falível por sua natureza huma-
na, é perfeitamente passível de prolatar uma sentença errônea, que, por exemplo,
estabeleça uma pena que não se coadune com o fato narrado e provado. Caso a
pena seja além do que deveria ser, o réu faz jus à modificação, entretanto, caso seja
estabelecida abaixo do esperado, a correção, de ofício pelo Tribunal de erro material
no quantum da pena fixada na sentença condenatória, em prejuízo do condenado,
constituiria reformatio in pejus quando feita em recurso exclusivo da defesa, logo
não seria possível. Foi exatamente o que aconteceu no julgamento de agravo regi-
mental pelo STJ no HC n° 92089-RS.
Por fim, cabe alertar aos que louvam e veneram a soberania dos vereditos do
Conselho de Sentença do Tribunal do Júri, que suas decisões não estão a salvo da in-
fluência protecionista do princípio do favor rei. O julgamento da Apelação Criminal
n° 970906 do TJ-DF ilustra muito bem essa situação.
In casu, o acusado fora condenado pelo Conselho de Sentença como incurso
nas penas do artigo 121, caput, do CP, sendo-lhe aplicada a sanção de 08 (oito) anos
de reclusão. Em sede de apelação interposta pela defesa, reconheceu-se a nulidade
do julgamento por ausência de quesito obrigatório. O acusado fora então submetido
a novo julgamento no Tribunal do Júri, desta feita condenado a 12 (doze) anos de
reclusão. A defesa novamente interpôs recurso de apelação postulando a anulação
da sentença em virtude de violação ao princípio da vedação a reformatio in pejus,
pois o segundo julgamento realizado pelo Júri agravou a situação do apelante, haja
vista o reconhecimento da qualificadora do motivo fútil. Postulou ainda, subsidia-
riamente, a reforma da sentença para que a pena privativa de liberdade aplicada ao
apelante estivesse adstrita àquela fixada no primeiro julgamento, qual seja, 08 (oito)
anos de reclusão. Por fim, a decisão da segunda apelação foi no sentido de conside-
rar a pena e a capitulação do primeiro julgamento do Tribunal do Júri.
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CONCLUSÃO
Diante de tudo que foi exposto acerca do princípio do favor rei e da abor-
dagem crítica no que concerne às suas consequências e influência nas decisões
judiciais, a conclusão a que se pode chegar é que deve-se reconhecer a relevância
e necessidade do princípio em estudo no nosso ordenamento dada sua razão de ser,
por objetivar equalizar a relação entre o direito de liberdade e o de punir do Estado,
entretanto, faz-se mister um posicionamento mais prudente na aplicação deste prin-
cípio diante de certos casos, sob pena de se incorrer em iniquidades.
O italiano Cesare Beccaria, em sua obra Dos Delitos e Das Penas, em 1764
já nos alertava quanto à necessidade de estruturação do sistema penal que prote-
gesse o acusado da arbitrariedade do Estado, considerando o cenário da época em
que vivia, no qual o condenado era submetido a práticas desumanas na aplica-
ção da pena. Foi de enorme importância as observações de Beccaria para a época,
contribuindo assim para uma reflexão e efetiva modificação dos comportamentos
abusivos praticados em sua época e nos tempos subsequentes. Convém colacionar
o seguinte trecho da referida obra (1764, p. 21):
Abramos a história, veremos que as leis, que deveriam ser convenções feitas
livremente entre homens livres, não foram, o mais das vezes, senão o instru-
mento das paixões da minoria, ou o produto do acaso e do momento, e nunca
a obra de um prudente observador da natureza humana, que tenha sabido
dirigir todas as ações da sociedade com este único fim: todo o bem-estar pos-
sível para a maioria.
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REFERÊNCIAS
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destinas. 3. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003.
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