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ABORDAGEM COMPORTAMENTALISTA
Contudo, é somente a partir da década de 1950 que se desenvolve nos Estados Unidos uma nova
concepção de Administração,chamado abordagem comportamental - também chamada
behaviorista (em função do behaviorismo na psicologia) - marca a mais forte influência das
ciências do comportamento na teoria administrative e a busca de novas soluções democráticas,
humanas e flexíveis para os problemas organizacionais.
As ciências comportamentais trouxeram à teoria administrativa uma variedade de conclusões a
respeito da natureza e características do ser humano, a saber:
TEORIA COMPORTAMENTALISTA
A Teoria Comportamental (ou Teoria Behaviorista) da Administração trouxe uma nova
concepção e um novo enfoque dentro da teoria administrativa: a abordagem das ciências do
comportamento (behavioral sciences approach), o abandono das posições normativas e
prescritivas das teorias anteriores (Teorias Clássica, das Relações Humanas e da Burocracia) e a
adoção de posições explicativas e descritivas. A ênfase permanece nas pessoas, mas dentro do
contexto organizacional mais amplo.
A Teoria Comportamental surge no final da década de 1940 com uma redefinição total de
conceitos administrativos: ao criticar as teorias anteriores, o behaviorismo na Administração não
somente reescalona as abordagens anteriores como amplia seu conteúdo e diversifica sua
natureza.
A oposição ferrenha e definitiva da Teoria das Relações Humanas (com sua profunda
ênfase nas pessoas) em relação à Teoria Clássica (com sua profunda ênfase nas tarefas e
na estrutura organizacional) caminhou lentamente para um segundo estágio: a Teoria
Comportamental. Essa passou a representar uma nova tentativa de síntese da teoria da
organização formal com o enfoque das relações humanas;
A Teoria Comportamental representa um desdobramento da Teoria das Relações
Humanas, com a qual se mostra eminentemente crítica e severa.
Em 1947, surge um livro que marca o início da Teoria Comportamental na administração:
O Comportamento Administrativo de Herbert A. Simon. O livro constitui um ataque aos
princípios da Teoria Clássica e a aceitação - com os devidos reparos e correções - das
principais idéias da Teoria das Relações Humanas. O livro constitui o início da Teoria
das Decisões.
Maslow apresentou uma teoria da motivação segundo a qual as necessidades humanas estão
organizadas e dispostas em níveis, em uma hierarquia de importância e de influenciação.
Essa hierarquia de necessidades pode ser visualizada como uma pirâmide. Na base da pirâmide
estão as necessidades mais baixas (necessidades fisiológicas) e no topo, as necessidades mais
elevadas (as necessidades de auto-realização).
Origens do DO
O movimento de DO surgiu a partir de 1962 como um conjunto de idéias a respeito do homem,
da organização e do ambiente, no sentido de facilitar o crescimento e o desenvolvimento das
organizações.
No sentido restrito, o DO é um desdobramento prático e operacional da Teoria Comportamental
em direção à abordagem sistêmica. Não se trata de uma teoria administrativa propriamente dita,
mas de um movimento congregando vários autores no sentido de aplicar as ciências do
comportamento – e principalmente a teoria comportamental- na Administração.
A Mudança e a Organização
O conceito de DO está relacionado com os conceitos de mudança e de capacidade adaptativa da
organização à mudança que ocorre no ambiente;
Conceito de mudança
Mudança é a transição de uma situação para outra diferente ou a passagem de um estado para
outro diferente. Mudança implica ruptura, transformação, perturbação, interrupção. O mundo
atual se caracteriza por um ambiente dinâmico em constante mudança e que exige das
organizações uma elevada capacidade de adaptação, como condição básica de sobrevivência.
Adaptação, renovação e revitalização significam mudança.
O processo de mudança adotado pelo DO se baseia no modelo de Kurt Lewin, mais tarde
desenvolvido por Schein e outros, e que é aplicável a pessoas, grupos e organizações. O modelo
envolve três fases ou etapas distintas: descongelamento, mudança e recongelamento.
Conceito de desenvolvimento
Processos de solução de problemas: Referemse aos métodos por meio dos quais a
empresa se defronta com as ameaças e oportunidades no seu ambiente e soluciona
impasses;
Processos de renovação: São as maneiras pelas quais os gerentes adaptam seus processos
de solução de problemas às demandas do ambiente;
Administração participative: Outro objectivo do DO é o compartilhamento da
administração com os funcionários;
Pesquisa-ação: O DO utiliza a pesquisa para o diagnóstico e a ação da mudança. Com a
pesquisa, os agentes de mudança aprendem sobre os diferentes aspectos das necessidades
organizacionais de melhoria e como a organização pode ser ajudada a fazer, ela própria,
essas melhorias.
Pressupostos básicos do DO
Existem pontos de concordância no que se refere aos pressupostos básicos que fundamentam o
DO, a saber:
1. Constante e rápida mutação do ambiente. O mundo moderno caracteriza-se por
mudançasrápidas, constantes e em uma progressão explosiva. Há mudanças científicas,
tecnológicas, econômicas, sociais, políticas etc., que influenciam o desenvolvimento e o
êxito das organizações;
O Processo de DO
O DO constitui um processo que leva anos para mudar uma organização e que pode continuar
indefinidamente. Para Kotter, o DO é um processo que segue oito etapas, a saber:
1. Decisão da direção da empresa de utilizar o DO. O primeiro passo é a decisão da direção da
empresa em utilizar o DO como instrumento de mudança organizacional e escolher um consultor
externo para coordenar o processo.
2. Diagnóstico inicial. A direção da empresa reúne- se com o consultor externo para definir o
programa ou modelo de DO adequado, nessa fase, o consultor busca dados e insumos através de
entrevistas com pessoas da empresa. Nesse sentido, o DO se parece com a medicina. O
diagnóstico é o passo inicial para a cura ou correção de algum problema da organização.
3. Colheita de dados. É feita por meio de pesquisa para conhecer o ambiente interno, avaliar o
clima organizacional e obter dados sobre os problemas comportamentais.
4. Retroação de dados e confrontação. Grupos de trabalho são criados para avaliar e rever os
dados obtidos, para mediar áreas de desentendimentos, localizar problemas e estabelecer
prioridades de mudança.
5. Planejamento de ação e solução de problemas. Os grupos usam os dados para fazer
recomendações sobre as mudanças necessárias para resolver os problemas da organização, como
planos específicos, responsáveis pela condução das ações e quando e como elas devem ser
implementadas;
6. Desenvolvimento de equipes. Durante as reuniões, o consultor encoraja a formação de grupos
e desenvolvimento de equipes para que cada um deles examine como os participantes trabalham
juntos e como os grupos interagem entre si;
7. Desenvolvimento intergrupal. Os grupos fazem reuniões de confrontação para alcançar melhor
relacionamento intergrupal entre as diversas equips;
8. Avaliação e acompanhamento. O consultor ajuda a empresa a avaliar os resultados de seus
esforços de mudança e desenvolve outros programas nas áreas onde resultados adicionais se
tornam necessários por meio de técnicas de retroação de dados.
Apreciação Crítica do DO
1. Aspecto mágico do DO
Existem características mágicas do DO criadas a partir de quatro mitos:
a. O mito da disciplina de DO. Há uma visão do DO como disciplina delimitada,
independentee baseada no método científico;
b. O mito das variáveis não-pesquisáveis. Parece haver resistência à pesquisa convencional
dentro do DO, com a suposição de que os programas de DO são difíceis de pesquisar, que
as variáveis envolvidas são difíceis de medir e que a pesquisa interfere no processo de
DO;
c. O mito da novidade. Existe a noção de que o DO é um conjunto de novas técnicas que
facilitam a mudança. Todavia, os métodos e processos do DO são relativamente antigos,
embora catalogados com novos rótulos;
d. O mito da eficácia aumentada. Os autores do DO argumentam que suas técnicas
aumentam a capacidade da organização para dirigir seus objetivos com eficácia. Todavia,
alguns resultados apresentados são discutíveis.
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A administração pública (ou gestão pública)
se define como o poder de gestão do Estado ,
no qual inclui o poder de legislar e tributar,
fiscalizar e regulamentar, através de seus
órgãos e outras instituições; visando sempre
um serviço público efetivo. A administração
se define através de um âmbito
institucional-legal, baseada na Constituição,
leis e regulamentos. Originou-se na França,
no fim do século XVIII, mas só se consagrou
como ramo autônomo do direito com o
desenvolvimento do Estado de Direito. Teve
como base os conceitos de serviço público ,
autoridade, poder público e especialidade de
jurisdição.
Os princípios norteadores da administração
pública e do próprio direito administrativo
foram os da separação das autoridades
administrativas e judiciária; da legalidade;
da responsabilidade do poder público ; e,
decisões executórias dos atos jurídicos ,
emitidos unilateralmente.
Um problema comum na administração
pública é que as decisões executórias, através
das criadas autoridades administrativas
(criadas através da separação destas das
autoridades judiciárias, o que foi um dos
princípios norteadores dessa atividade),
frequentemente conferem privilégios à
administração pública, contrapondo-se ao
ideal de igualdade perante a lei. Essas
prerrogativas e privilégios que lhe são
outorgadas, permitem-lhe assegurar a
supremacia do interesse público sobre o
particular. É importante, assim, que decorra
da lei o fundamento para as decisões
administrativas.
Etimologia
São indicadas por Oswaldo Aranha Bandeira
de Mello duas versões para a origem do
vocábulo administração. A primeira é que
esta vem de ad ( preposição) mais ministro,
mais are ( verbo), que significa servir,
executar; já a segunda vem de ad manus
trahere , que envolve ideia de direção ou
gestão . Nas duas hipóteses, há o sentido de
relação de subordinação , de hierarquia. O
mesmo autor demonstra que a palavra
administrar significa não só prestar serviço,
executá-lo, como também dirigir, governar,
exercer a vontade com o objetivo de obter um
resultado útil; até em sentido vulgar,
administrar quer dizer traçar um programa
de ação e executá-lo ou também tendo a
definição que Administrar é: Coordenar,
Planejar, Controlar, Padronizar, Organizar e
Executar. [carece de fontes ]
Gestor público
O gestor público tem como função gerir,
administrar de forma ética, técnica e
transparente a coisa pública, seja esta
órgãos, departamentos ou políticas públicas
visando o bem comum da comunidade a que
se destina e em consonância com as normas
legais e administrativas vigentes.
Modelos
Na Europa, existem basicamente quatro
modelos de gestão da administração pública,
o modelo nórdico (Dinamarca, Finlândia ,
Suécia e Países Baixos), o modelo anglo-
saxão (Reino Unido e Irlanda ), o modelo
renano ou continental ( Áustria, Bélgica ,
França , Alemanha e Luxemburgo ) e o modelo
mediterrâneo ( Grécia, Itália, Portugal e
Espanha ).
Fora da Europa, países de colônia inglesa
quase em sua totalidade adotam o modelo
anglo-saxão. Na América Latina a
preferência é o modelo mediterrâneo, a
exemplo do Brasil . Na Ásia , especialmente no
Japão e na Coreia do Sul adotam um modelo
semelhante ao renano e ao mediterrâneo.
Modelo mediterrâneo
O modelo mediterrâneo é mais focado no
sistema de carreira , se caracteriza pelo baixo
status do funcionalismo, forte intervenção da
política na administração e níveis elevados
de proteção ao emprego .
Modelo nórdico e anglo-saxão
O modelo nórdico e anglo-saxão são
semelhantes com algumas diferenças, é mais
focado no sistema de emprego, adota o alto
status do funcionalismo público, baixa
intervenção da política na administração,
níveis elevados de empregabilidade e seguro-
desemprego. Em relação aos níveis de
emprego, os modelos nórdico e anglo-saxão
apresentam níveis elevados, sendo o nórdico
melhor para a redução das desigualdades. No
caso nórdico, é adotada uma alta
descentralização e independência dos
serviços (modelo de agência).
Modelo renano ou continental
O modelo renano apresenta um meio termo,
adota elevado status do funcionalismo
público com alta interferência de sindicatos,
que são considerados uma categoria
especial. [1]
Regime jurídico-administrativo
(estatutário) e regime
contratual trabalhista.
Entre o pessoal da administração pública há
diferenças importantes relativamente ao
direito pertinaz ao exercício da função,
diferenças estas que variam em razão do
regime jurídico no qual se insere o agente
público; chama-se regime estatutário o do
exercente de cargo público, e as bases deste
regime são as mesmas do regime jurídico-
administrativo comum. O servidor público -
denominação concedida ao ocupante de
cargo público, logo submetido a regime
estatutário - se distingue do empregado
público, que, apesar de também ser espécie
do gênero agente público, é regido pela
legislação contratual trabalhista (no Brasil,
por exemplo, o empregado público mantém
suas relações jurídicas com base na
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) -
daí o neologismo celetista ); a tabela abaixo
mostra as principais diferenças entre
OUTRA PARTE.....
Na actualidade, devido à quantidade de
problemas e anseios da sociedade em ver
satisfeitas as suas necessidades,
particularmente as de segurança e justiça,
muitas vezes questiona-se o papel e a acção
do governo e da administração pública.
O questionamento do papel do governo e da
administração pública na satisfação das
necessidades colectivas, particularmente na
garantia da justiça e ordem social encontra
sua justificação nos fundamentos da origem
do estado. Para estudiosos como John Locke
(1632-1704) o nascimento do estado foi um
acto de liberdade de decisão e princípio de
sobrevivência e preservação. Sobrevivência
perante as acesas disputa entre os indivíduos
– característica do estado natural -, e
preservação da integridade pessoal – justiça
entre os indivíduos.
Nesta perspectiva, uma vez criado o estado,
fruto do contrato social na óptica de Nozick
os indivíduos teriam concordado (em teoria),
castrar algumas das suas liberdades em nome
da ordem social e justiça entre eles, e assim
teriam delegado a responsabilidade de
garantir a preservação destas conquistas a
uma entidade, neste caso o governo, ou um
soberano, a quem compete em nome do bem-
estar comum exercer força e poder sobre os
governados/súbditos, podendo oprimi-los e
sancioná-los caso se justificasse de forma a
garantir o bem-estar social. O governo ou o
soberano, no exercício das suas
responsabilidades políticas socorre-se de uma
outra entidade a si subordinada, a
administração pública, um aparelho
burocrático, constituída de um quadro de
profissionais dotados de conhecimentos
técnicos e preparados para materializar as
ordens do governo.
Reconhecido o papel do estado, do governo e
da administração pública cresce o nível de
consciência dos administrados sobre o que os
governantes devem fazer por si, como sua
responsabilidade, derivada do pacto (social)
entre as partes – governo e governados. Deste
reconhecimento popular, cresce o
questionamento, particularmente da parte
dos últimos, de até que ponto os governantes
cumprem o seu papel, fundamentalmente se
garantem eficazmente a segurança e a justiça
social.
De uma maneira geral, o presente trabalho é
uma reflexão sobre a governação e a
administração pública e o seu papel na
garantia da ordem e justiça social, e descreve
o relacionamento que os governantes
estabelecem com os governados.
Em termos de estrutura, o trabalho, num
primeiro momento discute a relação entre a
governação e a administração pública,
procurando descortinar o papel desta na
garantia da justiça social e manutenção da
ordem social. Para tal, apresenta uma breve
discussão sobre a origem e fundamentos do
estado como justificação da acção do
governo; seguidamente, discute o conceito e
papel do governo e da administração pública;
explica o papel da sociedade, dos governados
no controlo da acção dos governantes, para
tal recupera duas grandes abordagens
teóricas: a Teoria da Agência e a Teoria da
Escolha Pública. Mais adiante vai para além
do ideal da acção do governos e da
administração pública, procura descrever as
disfunções que actualmente se revelam no
papel do estado e os desafios da relação
governantes e governados (agente e
principal); e por fim responde a questão que
alguns autores colocam quando analisam as
democracias emergentes, particularmente as
africanas, do porquê os governos corruptos
mantém o apoio dos eleitores.
De referir que o trabalho é
fundamentalmente analítico, e nas
abordagens que apresenta, procura-se
igualmente fazer algum enquadramento de
alguns aspectos teóricos de governação e
administração pública da realidade de
moçambicana.