Sunteți pe pagina 1din 195

CAPÍTULO I:

FUNÇÕES REAIS
DE VARIÁVEIS
REAIS

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 8


CAPÍTULO I:
FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEIS REAIS
É justo que eu pergunte; é mesmo prudente
aborrecer a mim mesmo e aborrecer os
estudantes? Mefistófeles ao Fausto
(retirado do Fausto de Goethe)

1.1 Função Linear


Definição: Uma aplicação do tipo y  ax  b , com a  * e b   chama-se função do 1º

grau ou função linear.


Exemplos:
a) y  x  2
b) y  4x  2

c) y  5 x

Exercícios Resolvidos:
1. Determine o valor d m para que as funções abaixo sejam lineares:
a) y  m 2  1 x

b) y  m  2x  m  3

Resolução:
Da definição da função linear teremos:
a) m 2  1  0  m 2  1  m  1
b) m  2  0  m  2

1.1.1 Gráfico da Função Linear


O gráfico da função linear é uma linha recta no plano cartesiano. Para construir o
gráfico da função y  ax  b , consideramos em primeiro lugar o gráfico mãe y  x e

depois aplicamos os coeficientes a e b (significado dos coeficientes a e b).

Exercícios Resolvidos:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 9


2. Construir o gráfico da função y  x

-4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
-1

-2

-3

-4

-5

3. Construir o gráfico da função y  2x .


1º Passo: Gráfico de y  x

2º Passo: Aplicar o coeficiente 2 à função y  x (multiplicar as ordenadas pelo

coeficiente 2).

-4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
-1

-2

-3

-4

-5

4. Construir o gráfico da função y  2 x  1

1º Passo: Como já construímos o gráfico de y  2x , partiremos deste.

2º Passo: Transladar o gráfico de y  2x em 1 unidade para baixo.

-4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
-1

-2

-3

-4

-5

Analisando os gráficos pode-se notar que: quando o coeficiente angular é positivo (a>0)
a função é crescente e se o coeficiente angular for negativo (a<0) a função é decrescente.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 10


1.1.2 Determinação da Expressão Analítica de uma Função do 1º Grau
A expressão analítica de uma função linear fica determinada, quando se conhecem os
valores de a e b.

Exercício resolvido:
5. Determine a expressão analítica da função cujo gráfico se apresenta abaixo:

-4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
-1

-2

-3

-4

-5

Resolução:
Observando o gráfico vemos que conhecemos dois dos seus pontos, nomeadamente,
(1;5) e (2;6). Então substituindo os pontos na função y  ax  b , temos: o seguinte

sistema:
a  b  5 a  5  b a  5  b a  1
   
2 a  b  6 25  b   b  6  b  4 b  4
Assim, a expressão analítica é: y  x  4 .

1.1.3 Aplicação da Função Linear


6. No parque de estacionamento McGany, lê-se o seguinte:
20.000,00 mts – entrada
15.000,00 mts – por hora de permanência do veículo.

Determine:
a) A lei que dá o preço a pagar de cada veículo.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 11


b) Quanto pagará um veículo que fique estacionado durante 3 horas?
Resolução:
a) Seja x o número de horas de permanência do veículo e y o valor a pagar em x
horas. Então: y  15.000 x  20.000 .
b) y  15.000 x  20.000 . Para x  3horas temos y  15.000 * 3  20.000  y  65000

Resposta: O automobilista pagará 65000,00 mts.

1.2 Função Quadrática


1.2.1 Definição:
Uma função do tipo f x   ax 2  bx  c , com a  * e b, c   chama-se função

quadrática ou do 2º grau.
Exemplos:
a) f x   x 2

b) g x   2 x 2  3x  5

c) hx    x 2  2 .

1.2.2 Gráfico de uma Função Quadrática


O gráfico de uma função quadrática é uma curva que se chama parábola. Para construir
os gráficos das funções quadráticas, vamos recorrer às transformações lineares dos
gráficos a partir do gráfico mãe y  x 2  .

1.2.3 Forma Canónica


Vamos agora considerar a função definida por y  x 2  4 x  3 . Para construir o seu

gráfico, podemos escrevê-la sob a forma y   x  p   q .


2

Para fazer aparecer um quadrado perfeito, temos que adicionar e subtrair 1.

y  x 2  4 x  3  1  1  y  x 2  4 x  4  1  y  x  2  1 . Esta é a forma canónica de


2

y  x 2  4x  3 .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 12


Consideremos agora o caso geral:
y  ax 2  bx  c .

Colocando a em evidência, teremos:

 b c
y  a x 2  x  
 a a

 2 b 
 x  x  representa os dois primeiros termos do desenvolvimento do quadrado:
 a 
2
 b  b b2
 x  x   x 2
 x  ,
 a  a 4a 2
logo:

 b b2 b2 c  b 
2
b 2  4ac 
y  a x 2  x  2  2    y  a  x    
 a 4a 4a a  2a  4a 2 

ou, pondo   b 2  4ac , (  é chamado discriminante do trinómio)

 b 
2
   b 
2

y  a  x    2  ou y  a x   
 2a  4a   2a  4a

Estas fórmulas representam a forma canónica de y  ax 2  bx  c .

Exemplos:
7. Escreve na forma canónica a seguinte expressão: y  3x 2  15 x  7 .
Resolução:
y  3x 2  15 x  7 (pôr em evidência o coeficiente de x 2 )
2
 7  5
y  3 x 2  5 x   ( 5 x é o duplo produto no quadrado perfeito  x  2  ).
 3
5
NB: é metade do coeficiente de x .
2

 2
5 5
2
7
y  3 x        (Tirar as parêntesis recto).
 2 2 3 

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 13


2 2
 5 25 7  5 47
y  3 x    3.  4.  y  3 x    .
 2 4 3  2  12

8. Construir o gráfico da função y  x 2  4 x .

Resolução:

Transformando temos: x 2  4 x  x 2  4 x  4  4  x  2  4  y  x  2  4
2 2

1º Passo: y  x 2

2º Passo: y  x  2 , translação horizontal em 2 unidades para a direita do gráfico


2

de y  x 2 .

3º Passo: Translação vertical em 4 unidades para baixo do gráfico de y  x  2 .


2

y
4

x
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5

-1

-2

-3

-4

NB:
Se a  0 , a concavidade “abertura” da parábola é virada para cima.
Se a  0 , a concavidade “abertura” da parábola é virada para baixo.
Funções com mesmo módulo do coeficiente a correspondem a parábolas
iguais.

1.2.4 Vértice da Parábola

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 14


Para traçar com mais precisão o gráfico da função quadrática, é preciso saber
determinar o vértice da parábola.

Seja a função f x   ax 2  bx  c . Escrevendo na f  x  sob a forma canónica, temos:

 b 
2
   b 
2

y  a  x    2   a x    .
 2a  4a   2a  4a

Vamos examinar os casos em que a  0 e a  0 .

1º CASO: a  0


2 2

a  0 e  x 
b   b 
  0 logo a x    0 , adicionando  aos dois membros,
 2a   2a  4a

teremos:

  
2
 b 
a x     ou seja y  
 2a  4a 4a 4a


Quando a>0, a função quadrática tem um mínimo igual a  .
4a

  
O contradomínio da função é então  ; .
 4a 

2º CASO: a  0


2 2

a  0 e  x 
b   b 
  0 logo a x    0 , adicionando  aos dois membros,
 2a   2a  4a

teremos:

  
2
 b 
a x     ou seja y  
 2a  4a 4a 4a


Quando a<0, a função quadrática tem um máximo igual a  . O contradomínio da
4a

 
função é então   ; 
 4a 

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 15


O ponto máximo ou mínimo é o vértice da parábola, V xv , y v  .


Sabe-se que y v   , procuremos xv .
4a

 
2 2
 b   b  b
Temos: a x      a x    0  xv   .
 2a  4a 4a  2a  2a

 b
 xv   2a
As coordenadas do vértice são: 
y   
 v 4a

1.2.5 Zeros da Função Quadrática


Dada a função qualquer f  x  , dizemos que x0 é um zero desta função quando

f  x0   0 , ou seja, substituindo x por x0 , a função se anula.

Assim, os valores de x para os quais a função quadrática f x   ax 2  bx  c se anula

são denominados zeros desta função.

1.2.6 Fórmula Resolvente


Uma função quadrática pode ter duas raízes, uma raíz ou nenhuma raíz. Vamos tentar
descriminar esses três casos.

Temos que resolver a equação ax 2  bx  c  0 ou, utilizando a forma canónica:

 b 
2
   b 
2

a  x    2   0 ou  x    2 0
 2a  4a   2a  4a

Aparecem três casos.

1º CASO:   0


2
 b 
Neste caso,  x    2 é sempre positivo, logo a equação não tem solução em  .
 2a  4a

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 16


Exemplo:
É o caso da equação 3x 2  x  5  0 .

2º CASO:   0
2
 b   b  b 
A equação escreve-se simplesmente:  x    0 ou seja  x   x    0 e tem
 2a   2a  2a 
b
uma raíz dupla x   .
2a

Exemplo:
É o caso da equação x 2  4x  4  0 , que tem como raíz dupla x  2 .

3º CASO:   0
2
 b       
2 2
 b   b b
x   2  0  x       0  x    x   0
 2a  4a  2a   2a  
 2 a 2 a 
 2 a 2 a 

b  b 
x  x
2a 2a
A equação admite duas raízes distintas que se apresenta geralmente sob forma

b 
x , também chamada Fórmula Resolvente.
2a

Exercícios Resolvidos:
9. Determinar os zeros da função f x   4 x 2  12 x  9 .
Resolução:
4 x 2  12 x  9  0 ,

  b 2  4ac    12 2  4.4.9  0

A equação tem uma raíz dupla:


b   12  3
x   .
2a 2.4 2

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 17


3
S 
2

10. Determinar zeros da função f x   2 x 2  3x  5


Resolução:
2 x 2  3x  5  0 ,
  32  4.2.5  0
A equação não tem nenhuma solução: S  

11. Determinar zeros da função f x   x 2  4 x  5


Resolução:
x 2  4x  5  0 ,

   4  4. 5.1  36  0    6
2

A equação tem duas raízes distintas


  4   6   4   6
x1   5  x2   1
2 2 .
S   1;5
RESUMO
Seja a equação ax 2  bx  c  0 e o seu discriminante   b 2  4ac .
Se   0 a equação não tem soluções reais: S   .

 b
Se   0 a equação admite uma raíz dupla: S    .
 2a 

 b   
Se   0 a equação tem duas raízes distintas: S   .
 2a 

1.2.7 Soma e Produto das raízes duma Função Quadrática


Se uma equação do 2º grau ax 2  bx  c  0, a  0 , admite soluções x1 e x2 , elas são
dadas pelas fórmulas:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 18


b  b 
x1  e x2  .
2a 2a
Então,

b  b  2b b
x1  x2    .
2a 2a a
A soma das raízes de uma função quadrática será:
b
S  x1  x 2  
a
E

x1 . x2 
 b    b      b 2

2
4a 4a 2
e, como   b 2  4ac , vem:

x1 . x2 

b 2  b 2  4ac 
4ac c
 2 
2
4a 4a a
O produto das raízes de uma função quadrática será:
c
P  x1 . x 2  .
a
Por outro lado, como

ax 2  bx  c  0  x2 
b c
x   0, a  0  x 2  Sx  P  0
a a
fórmula que permite escrever facilmente uma equação do 2º grau cujas raízes sejam
conhecem.

Exercícios Resolvidos
12. Escrever a equação do 2º grau que tem por raízes os números 5 e  4 .
Resolução:
Como
S  x1  x2  S  5   4  S  1 .
E
P  x1 . x2  P  5 .  4  P  20 .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 19


7 6
13. Calcular dois números de que conhecemos a soma  e o produto  .
5 5
Resolução:
7 6
Estes números são dadas as soluções da equação do 2º grau, em que S   e P :
5 5

7 6  b  b 2  4ac  7  169  7  169


x2  x   0  5x 2  7 x  6  0  x1 / 2   x1   x2  
5 5 2a 10 10
3
 x1   x 2  2 .
5

1.3 Função Irracional ou Radical


1.3.1 Raiz Quadrática de um Binómio Linear
f  x    ax  b a  o 

 b 
O gráfico é uma parábola, cujo eixo é o eixo x , o vértice é A  ,0  , o parâmetro é
 a 
a
p . O campo de existência da função e seu comportamento depende do sinal de a .
2
A função é biforme e não tem extremos.

1.3.2 Raiz Quadrada de um Trinómio Quadrado

f x    ax 2  bx  c a  o
Para a  0 , o gráfico é uma elipse, e para a  0 , uma hipérbole: um dos eixos é o eixo x e

b  b    b  
o outro é a recta x   , os vértices são: A, C   ,0  e B, D   ,  , onde

2a  2 a   2 a 4 a 

  4ac  b 2 .

O campo de existência e o comportamento da função dependem dos sinais de a e  . A


função é biforme e tem extremo, se  e a têm o mesmo sinal (os pontos B e D). Para
a  0 e   0 , a função só toma valores imaginários e por isso não existe a curva.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 20


1.3.3. Equações Irracionais

1.3.3.1 Equações do Tipo AB

Para que uma equação do tipo A  B admita soluções, é necessário que B  0 .

Consideremos a equação x 1  2 .

A construção do gráfico das funções x  1 e g x   2 , mostra que a equação admite

uma solução x  5 .

Como encontrar analiticamente esta solução? Vamos tentar elevar ao quadrado os dois
membros da equação.

 2
x  1  22  x 1  4  x  5 S  5

Consideremos agora a equação seguinte:

2 x  5  3x  3 .
Já vimos que só haverá soluções para B  0 , ou seja 3x  3  0  x  1 . Elevando ao

quadrado ambos membros, teremos:

 2x  5 
2
 3 x  3  2 x  5  3 x  3  2 x  5  9 x 2  18 x  9  9 x 2  20 x  4  0  x 
2 2 2
9
 x2

por ser inferior a 1. Logo S  2


2
Temos que rejeitar a solução x 
9

1.3.3.2 Equações do Tipo A B

Para que uma equação do tipo A  B tenha soluções, é necessário que A  0 e B  0 .


Na prática bastará apenas uma das condições A  0 ou B  0 porque, quando
elevarmos ao quadrado, escrevemos A  B . Logo:

A B  AB e A0

 A Be B0
Exemplo

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 21


x 2  4  2x  1  x 2  4  2x  1 e 2x  1  0
1
 x 2  2x  3  0 e x 
2
1
 x  1  x  3 e x 
2
S  3

1.4 Função Exponencial


É um tipo de função em que a variável (incógnita) é expoente.

1.4.1. Definição
Sendo a  0 e a  1 denominamos função exponencial de base a , a função f :    

definida por f  x   a x ou y  a x .

Exemplos:
a) y  2 x , função exponencial de base 2 e expoente x.
x
1 1
b) y    , função exponencial de base e expoente x.
4 4

c) y  3 x , função exponencial de base 3 e expoente x.

1.4.2. Gráfico de uma função Exponencial


O gráfico é uma figura chamada curva exponencial, que passa pelo ponto 0; 1 .

Para a  1 , a função é crescente.

Exemplo:
Gráfico da função y  2 x

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 22


4

-4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5

-1

-2

-3

-4

Para 0  a  1 , a função é decrescente:

Exemplo:
x
1
Gráfico da função f x     :
2
4

-4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5

-1

-2

-3

-4

A curva nunca irá interceptar o eixo x e não tem pontos quadrantes 3 e 4.


A função exponencial é bijectora.
A curva sempre cortará o eixo y no ponto 1. Os valores de y são sempre
positivos.

1.5 Função Logarítmica


É toda função f :     que associa a cada x o logaritmo, na base b , de x :

f  x   log bx

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 23


Exemplos:
a) f  x   log 3x

b) g x   log 1x
3

1.5.1 Gráficos da função logarítmica

Observações:
a) O gráfico da função logarítmica passa sempre pelo ponto (1,0).
b) O gráfico nunca toca o eixo y e não ocupa pontos dos quadrantes II e III.
c) Quando a > 1, a função logarítmica é crescente (x1 > x2 loga x1 > loga x2).
d) Quando 0 < a <1, a função logarítmica é decrescente (x1 > x2 loga x1 < loga x2).

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 24


1.6 Função Modular
Chamamos de função modular a função f x   x definida por:

 x, se x  0
f ( x)  
 x, se x  0

Observe, então, que a função modular é uma função definida por duas sentenças.

1.6.1 Determinação do domínio


Vamos determinar o domínio de algumas funções utilizando inequações modulares:

Exemplos:
14. Determinar o domínio da função:

f x  
1
x 3

Resolução:
1
Sabemos que só é possível em  se x  3  0 .
x 3

Então:

x 3  0  x  3  x  3  x  3 .

Resposta:
D   x   : x  3  x  3

15. Determinar o domínio da função:

f x   2  x  1

Resolução:

Sabemos que 2  x  1 só é possível em  se 2  x  1  0 .

Então,

2  x  1  0   x  1  2  x  1  2   2  x  1  2   2  1  x  2  1   1  x  3

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 25


Resposta:
D  x   :  1  x  3.

1.6.2 Gráfico de Função Modular


Para se construir o gráfico de função modular f x   x , temos os seguintes casos:

1º Caso: se x  0 , f x   x , a representação gráfica é uma semi – recta de origem


0 e de equação y  x .

2º Caso: se x  0 , f x   x , a representação gráfica é uma semi – recta de origem

0 e de equação y   x .

Exemplos:
16. Representar graficamente as seguintes funções:

a) f x   x

b) f x  x  2

Resolução:

a) O gráfico da função f x   x , é:

y
4

x
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5

-1

-2

-3

-4

b) O gráfico da função f x  x  2 , é:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 26


y
4

x
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5

-1

-2

-3

-4

1.7 Função Trigonométrica


Em matemática, as funções trigonométricas são funções angulares, importantes no estudo
dos triângulos e na modelação de fenómenos periódicos. Podem ser definidas como
razões entre dois lados de um triângulo rectângulo em função de um ângulo, ou, de
forma mais geral, como razões de coordenadas de pontos no círculo unitário.

Na análise matemática, estas funções recebem definições ainda mais gerais, na forma de
séries infinitas ou como soluções para certas equações diferenciais. Neste último caso, as
funções trigonométricas estão definidas não só para ângulos reais como também para
ângulos complexos.

Actualmente, existem seis funções trigonométricas básicas em uso, cada uma com a sua
abreviatura notacional padrão conforme tabela abaixo.

As inversas destas funções são chamadas de função de arco ou funções trigonométricas


inversas. A nomenclatura é feita através do prefixo "arco-", ou seja, arco seno, arco co-
seno, etc. Matematicamente, são designadas por "arcfunção", i.e., arcsen, arccos, etc.; ou

adicionando-se o expoente −1 ao nome, como em e . O resultado da função


inversa é o ângulo que corresponde ao parâmetro da função.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 27


Exemplo:
 
17. arcsen 1  pois sen 1.
2 2

1.7.1 Definição do triângulo rectângulo


A fim de definir as funções trigonométricas de um ângulo agudo não nulo ,
considera-se um triângulo rectângulo que possui um ângulo igual a .
Triângulo rectângulo indicando a hipotenusa e os catetos.

Deve-se observar que as funções ficam assim bem definidas, ou seja, a relação entre os
lados do triângulo não depende da escolha particular do triângulo, mas apenas dos
ângulos do triângulo. Isto é uma consequência do teorema de Tales.

1.7.2 Definição no ciclo trigonométrico

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 28


A definição das funções trigonométricas pode ser generalizada para um ângulo real
qualquer através do ciclo trigonométrico. O ciclo trigonométrico é um círculo de raio
unitário centrado na origem de um sistema de coordenadas cartesianas. Como cada

ponto pertencente ao ciclo está a uma distância 1 da origem, o teorema de


Pitágoras afirma que:

E, ainda, para cada ângulo existe um único ponto P pertencente ao círculo, tal que o

segmento faz um ângulo com o eixo x.

Neste caso, o seno é definido como a projecção do segmento sobre o eixo y. O co-

seno é definido como a projecção do segmento com o eixo x. Isto é:

As outras funções podem ser definidas conforme as relações a seguir:

Deve-se observar que esta definição, quando restrita aos ângulos agudos, concorda com
a definição no triângulo rectângulo.

1.7.3 Relação fundamental


Observa-se directamente de (1) e (2) a relação fundamental entre o co-seno e o seno de um
ângulo :

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 29


1.7.4 Ângulos notáveis

Podemos calcular as funções trigonométricas para os ângulos de 30 e 60 graus através


de um triângulo equilátero partido ao meio por sua altura.

As funções trigonométricas para o ângulo de 45 graus podem ser calculadas com o


auxílio de um triângulo rectângulo isósceles de catetos 1, cuja hipotenusa vale (pelo

teorema de Pitágoras) .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 30


1.7.5 Funções elementares
1.7.5.1 Função seno

Exemplo:
18. Gráfico de f x   sen x

f x   sen x , associa a cada número real x o número y  sen x


Domínio: Como x pode assumir qualquer valor real: D = R
Conjunto Imagem: Como seno possui valor máximo e mínimo, que são
respectivamente 1 e -1, o conjunto imagem se encontra no intervalo entre esses
valores: Im   1, 1 .

Gráfico: Ele sempre se repete no intervalo de 0 a 2π. Esse intervalo é denominado


senóide. Para construir o gráfico basta escrever os pontos em que a função é nula,
máxima e mínima no eixo cartesiano.
Período: É sempre o comprimento da senóide. No caso da função f x   sen x , a

senóide caracteriza-se pelo intervalo de 0 a 2π, portanto o período é 2π.


Sinal da Função: Como seno x é a ordenada do ponto – extremidade do arco:
 f x   sen x é positiva no 1° e 2° quadrantes (ordenada positiva).

 f x   sen x é negativa no 3° e 4° quadrantes (ordenada negativa).

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 31


1.7.5.2 Função Cosseno

Gráfico de f x   cos x

f x   cos x , associa a cada número real x o número f x   cos x .


Domínio: Como x pode assumir qualquer valor real: D = R
Conjunto Imagem: Como cosseno possui valor máximo e mínimo, que são
respectivamente 1 e -1, o conjunto imagem se encontra no intervalo entre esses
valores: Im   1, 1

Gráfico: Ele sempre se repete no intervalo de 0 a 2π. Esse intervalo é denominado


cossenóide. Para construir o gráfico basta escrever os pontos em que a função é
nula, máxima e mínima no eixo cartesiano.
Período: É sempre o comprimento da cossenóide. No caso da função f x   cos x ,

a cosenóide caracteriza-se pelo intervalo de 0 a 2π, portanto o período é 2π.


Sinal da Função: Como o cosseno x é a abcissa do ponto-extremidade do arco:
 f x   cos x é positiva no 1° e 4° quadrante (abcissa positiva).

 f x   cos x é negativa no 2° e 3° quadrante (abcissa negativa).


1.7.5.3 Função tangente

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 32


Gráfico de f x   tg x

Domínio: A função da tangente apresenta uma peculiaridade. Ela não existe


quando o valor de f x   cos x  0 (não existe divisão por zero), portanto o

domínio são todos os números reais, excepto os que zeram o coseno.


Conjunto Imagem: Im   ,  

Gráfico: Tangentóide.
Período:  .
Sinal da Função: Como tangente x é a ordenada do ponto T intersecção da recta
que passa pelo centro de uma circunferência trigonométrica e o ponto -
extremidade do arco, com o eixo das tangentes então:
 f x   tg x é positiva no 1° e 3° quadrantes (produto da ordenada pela
abcissa positiva).
 f x   tg x é negativa no 2° e 4° quadrantes (produto da ordenada pela
abcissa negativa).

1.8 Percentagens
A percentagem ou porcentagem (do latim per centum, significando "por cento", "a cada
centena") é uma medida de razão com base 100 (cem). É um modo de expressar uma
proporção ou uma relação entre 2 (dois) valores (um é a parte e o outro é o inteiro) a
partir de uma fracção cujo denominador é 100 (cem), ou seja, é dividir um número por
100 (cem).

1.8.1 Significado de Percentagem


Dizer que algo (chamaremos de blusas) é "70%" de uma loja (lê-se: "as blusas são setenta
por cento de uma loja"), significa dizer que blusas é equivalente a 70 elementos em um
conjunto universo de 100 elementos (representando lojas, que pode ter qualquer valor),
ou seja, que a razão é a divisão:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 33


70
 0,7 .
100
Ou seja, a 0,7ª parte de 1, onde esse 1 representando o valor inteiro da fracção, no caso,
"loja".
Em determinados casos, o valor máximo de uma percentagem é obrigatoriamente de
100%, tal qual ocorre na humidade relativa do ar. Em outros, contudo, o valor pode
ultrapassar essa marca, como quando se refere a uma fracção maior que o valor (500%
de x é igual a 5 vezes x).

1.8.2 Símbolo de Percentagem


Muitos acreditam que o símbolo "%" teria evoluído a partir da expressão matemática
x
.
100

Porém, alguns documentos altamente antigos sugerem que o % evoluiu a partir da


escrita da expressão latina "per centum", sendo conhecido em seu formato actual desde
meados do século XVII. Apesar do nome latino, a criação do conceito de representar
valores em relação a uma centena é atribuída aos gregos.

1.8.3 Ponto Percentual


Ponto percentual é o nome da unidade na qual pode ser expressa o valor absoluto da
diferença entre quaisquer pares de porcentagens.

Exemplo:
19. Se uma determinada taxa de juros cair de 24% ao ano para 12% ao ano, pode-se
dizer que houve redução de 50% {[(valor inicial)-(valor final)]/(valor inicial)},
mas não que houve redução de 12%. Dizer que houve uma redução de 12%
implica que o valor final seja de 12% menor que o valor inicial, no nosso
exemplo, a taxa final seria 21,12% ao invés de 12%.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 34


O Ponto Percentual é uma unidade que pode expressar essa diferença, voltando ao
nosso exemplo, é correcto dizer que houve redução de 12 pontos percentuais na tal taxa
de juros.

Exercícios Resolvidos:

20. Quanto é 15% de 80?


Resolução:
Multiplique 15 por 80 e divida por 100:
15 . 80
 12 .
100
Se você achar mais fácil, você pode simplesmente multiplicar 15% na sua forma
decimal, que é 0,15 por 80:
0,15 . 80  12 .

15% de 80 é igual a 12.

21. Expresse a razão de 19 para 25 como uma porcentagem.


Resolução:
A razão de 19 para 25 pode ser expressa nestas duas formas:

 19

 25
19 : 12

Ao realizarmos a divisão de 19 por 25 iremos obter o valor da razão:


19
 0,76
25
Tal como procedemos no caso das razões centesimais, devemos multiplicar este valor
decimal por cem e acrescentar o símbolo "%" para termos a representação da
porcentagem, na verdade o multiplicamos por 100%:
0,76 . 100%  76%

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 35


Assim 19 : 25 na forma de porcentagem é igual a 76%.

22. 30% da população de uma cidade litorânea mora na área insular e os demais
337.799 habitantes moram na área continental. Quantas pessoas moram na ilha?
Resolução:
Sabemos que 30% da população da cidade mora na ilha e o restante 100 % - 30%, ou
seja, 70% mora no continente. Como 70% corresponde a 337.799 habitantes, podemos
montar uma regra de três para calcularmos quantos habitantes correspondem aos 30%
que moram na ilha:
337.799 está para 70, assim como x está para 30:
Podemos resolver este exercício de uma outra forma. Se multiplicarmos 337.799 por 100
e dividirmos este produto por 70, iremos encontrar o número total de habitantes da
cidade:
337799 . 100
 482570
70
Ao calcular 30% de 482.570 iremos encontrar o número de habitantes da ilha:
482570 . 30
482570 . 30%   144771
100
Portanto a população da cidade que mora na área insular é de 144.771 habitantes.

23. Se 4% de um número é igual a 15, quanto é 20% deste número?


Resolução:
Se dividirmos 15 por 0,04, que é equivalente a 4% na sua forma decimal, iremos obter o
número que 4% dele é igual a 15:
15
 375
0,04
Para calcularmos 20% de 375 basta multiplicá-lo por 0,20:
20
375 . 20%  375 .  75
100
Em uma única conta faríamos:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 36


15
. 0,20  15 . 5  75
0,04
Note que concluímos multiplicando 15 por 5, o que fica bastante claro se pensarmos que
20% também é cinco vezes 4%.
20% do referido número é igual a 75.

24. Eu tenho 20 anos. Meu irmão tem 12 anos. A idade dele é quantos por cento da
minha?
Resolução:
Sem utilizarmos uma regra de três, basta que se divida o valor do qual se procura a
porcentagem (12), pelo valor que representa os 100% (20) e que se multiplique o valor
obtido por 100%:
12
. 100%  60%
20
Portanto a idade de meu irmão é 60% da minha idade.

25. Meu carro alcança uma velocidade máxima de 160 km/h. O carro de meu pai
atinge até 200 km/h. A velocidade máxima do carro do meu pai é quantos por
cento da velocidade máxima do meu carro?
Resolução:
Basta que se dividamos o valor do qual se procura a porcentagem (200), pelo valor que
representa os 100% (160) e que se multiplique o valor obtido por 100%:
200
. 100%  125%
160
Portanto a velocidade máxima do carro do meu pai é 125% da velocidade
máxima do meu carro. O percentual encontrado (125%) é maior que 100% porque
o carro de meu pai é 25% mais veloz que o meu.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 37


26. Na festa de aniversário da Kayllan Cândido derrubei uma mesa onde estavam 40
garrafas de refrigerante. Sobraram apenas 15% das garrafas sem quebrar.
Quantas garrafas sobraram e quantas eu quebrei?
Resolução:
15% de 40 é 6. Chegamos a este valor pela conta abaixo:
40 . 0,15  6
A diferença entre 40 e 6 é de 34, conforme calculado a seguir:
40  6  34
Portanto:
Das 40 garrafas que estavam na mesa, eu quebrei 34 e sobraram apenas 6.

27. O aumento salarial de uma certa categoria de trabalhadores na empresa


McCândido,Lda em Tete seria de apenas 6%, mas devido à intervenção do seu
sindicato, esta mesma categoria conseguiu mais 120% de aumento sobre o
percentual original de 6%. Qual foi o percentual de reajuste conseguido?
Resolução:
Estamos falando de acréscimo de percentagem de percentagem, já que os 6% originais
foram aumentados em 120%. Vejamos como vai ficar a resolução:
Ou seja, o aumento conseguido foi de 13,2%, mas podemos pensar na resolução do
problema de uma outra forma:

O aumento conseguido originalmente era de 6%, este percentual equivale a 100% do


aumento conseguido, mas como conseguiu-se mais 120% de aumento, então o passamos
a ter 220% ( 100% + 120%) de aumento sobre os 6%, logo o problema consiste em se
calcular 220% de 6%:

Portanto:
O percentual de reajuste conseguido pela categoria foi 13,2%.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 38


1.9 Regime de Capitalização
1.9.1 Conceitos básicos
A Matemática Financeira é uma ferramenta útil na análise de algumas alternativas de
investimentos ou financiamentos de bens de consumo. Consiste em empregar
procedimentos matemáticos para simplificar a operação financeira a um Fluxo de Caixa.

1.9.2 Capital
O Capital é o valor aplicado através de alguma operação financeira. Também conhecido
como: Principal, Valor Actual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se
Present Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras financeiras).

1.9.3 Juros
Juros representam a remuneração do Capital empregado em alguma actividade
produtiva. Os juros podem ser capitalizados segundo dois regimes: simples ou
compostos.
Juros Simples: o juro de cada intervalo de tempo sempre é calculado sobre o
capital inicial emprestado ou aplicado.
Juros Compostos: o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir de saldo
no início de correspondente intervalo. Ou seja, o juro de cada intervalo de tempo
é incorporado ao capital inicial e passa a render juros também.
O juro é a remuneração pelo empréstimo do dinheiro. Ele existe porque a maioria das
pessoas prefere o consumo imediato, e está disposta a pagar um preço por isto. Por
outro lado, quem for capaz de esperar até possuir a quantia suficiente para adquirir seu
desejo, e neste ínterim estiver disposta a emprestar esta quantia a alguém, menos
paciente, deve ser recompensado por esta abstinência na proporção do tempo e risco, que
a operação envolver. O tempo, o risco e a quantidade de dinheiro disponível no
mercado para empréstimos definem qual deverá ser a remuneração, mais conhecida
como taxa de juros.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 39


1.9.3.1 Quando usamos juros simples e juros compostos?
A maioria das operações envolvendo dinheiro utiliza juros compostos. Estão incluídas:
compras a médio e longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos bancários,
as aplicações financeiras usuais como Caderneta de Poupança e aplicações em fundos
de renda fixa, etc. Raramente encontramos uso para o regime de juros simples: é o caso
das operações de curtíssimo prazo, e do processo de desconto simples de duplicatas.

1.9.4 Taxa de juros


A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao dinheiro emprestado, para um
determinado período. Ela vem normalmente expressa da forma percentual, em seguida
da especificação do período de tempo a que se refere:
8% a. a. - (a.a. significa ao ano). 10% a. t. - (a.t. significa ao trimestre).

Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que é igual a taxa percentual
dividida por 100, sem o símbolo %:
0,15 a. m. - (a.m. significa ao mês). 0,10 a. q. - (a.q. significa ao quadrimestre)

1.9.5 Juros Simples


O regime de juros será simples quando o percentual de juros incidir apenas sobre o
valor principal. Sobre os juros gerados a cada período não incidirão novos juros. Valor
Principal ou simplesmente principal é o valor inicial emprestado ou aplicado, antes de
somarmos os juros. Transformando em fórmula temos:
J  P.i n
Onde:
J = juros
P = principal (capital)
i = taxa de juros
n = números de períodos

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 40


Exemplo:
28. Temos uma dívida de 1.000,00 Mts que deve ser paga com juros de 8% a.m. pelo

regime de juros simples e devemos pagá-la em 2 meses. Os juros que pagarei


serão:
J  1000 . 0,08 . 2  160
Ao somarmos os juros ao valor principal temos o montante.
Montante = Principal + Juros
Montante = Principal + (Principal x Taxa de juros x Número de períodos)
M  P . 1  i . n

Exemplo:
29. Calcule o montante resultante da aplicação de 70.000,00 Mts à taxa de 10,5% a.a.

durante 145 dias.


Resolução:
M  P . 1  i . n

  10,5   145 
M  70000 . 1   .   M  72 960,42 Mts
  100   360 
Observe que expressamos a taxa i e o período n, na mesma unidade de tempo, ou seja,
anos. Daí ter dividido 145 dias por 360, para obter o valor equivalente em anos, já que
um ano comercial possui 360 dias.

Exercícios Resolvidos sobre juros simples:


30. Calcular os juros simples de 1200,00 Mts a 13% a.t. por 4 meses e 15 dias.

Resolução:
Temos:
J  P.i.n
0,13
A taxa de 13% a.t. equivale a  0,02167
6
Logo,

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 41


4 meses e 15 dias  0,02167 . 9  0,195

J  P . i . n  J  1200 . 0,95  J  234 .

31. Calcular os juros simples produzidos por 40000,00 mts , aplicados à taxa de 36%

a.a., durante 125 dias.


Resolução:
Temos:
J  P.i.n
0,36
A taxa de 36% a.a. equivale a  0,001 a. d .
360 dias

Agora, como a taxa e o período estão referidos à mesma unidade de tempo, ou seja,
dias, poderemos calcular directamente:
J  P . i . n  J  40000 . 0,001 . 125  5000,00 mts

32. Qual o capital que aplicado a juros simples de 1,2% a.m. rende 3500,00 mts de

juros em 75 dias?
Resolução:
Temos imediatamente:
 1,2   75 
J  P . i . n ou seja: 3500  P .  . 
 100   30 
Observe que expressamos a taxa i e o período n em relação à mesma unidade de tempo,
ou seja, meses.
Logo,
3500  P . 0,012 . 2,5  3500  P . 0,030 ; Daí, vem:
3500
P  P  116 666,67 mts
0,030

33. Se a taxa de uma aplicação é de 150% ao ano, quantos meses serão necessários
para dobrar um capital aplicado através de capitalização simples?

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 42


Resolução:
Objectivo: M  2 . P

Dados: Fórmula: Desenvolvimento:


2 P  P . 1  1,5n   2  1  1,5n 
M  P . 1  i . n
150
i  1,5 2
100  n  anos  8meses
3

1.9.6 Juros Compostos


O regime de juros compostos é o mais comum no sistema financeiro e portanto, o mais
útil para cálculos de problemas do dia-a-dia. Os juros gerados a cada período são
incorporados ao principal para o cálculo dos juros do período seguinte.
Chamamos de capitalização o momento em que os juros são incorporados ao principal.
Após três meses de capitalização, temos:

Primeiro Mês: M  P . 1  i 
Segundo Mês: o principal é igual ao montante do mês anterior:
M  P . 1  i  . 1  i 
Terceiro Mês: o principal é igual ao montante do mês anterior:
M  P . 1  i  . 1  i  .1  i 
Simplificando, obtemos a fórmula:

M  P . 1  i 
n

Importante: a taxa i tem que ser expressa na mesma medida de tempo de n, ou seja,
taxa de juros ao mês para n meses.

Para calcularmos apenas os juros basta diminuir o principal do montante ao final do


período:
J M P

Exemplo:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 43


31. Calcule o montante de um capital de 6000,00 mts , aplicado a juros compostos,

durante 1 ano, à taxa de 3,5% ao mês. (use lg 1,035  0,0149 e lg 1,509  0,1788 )
Resolução:
P  6000,00 mts
t  1 ano  12 meses

i  3,5 % a. m.  0,035

M ?

Usando a fórmula:

M  P . 1  i  ,
n

obtemos:

M  P . 1  i   M  6000 . 1,035
n 2

Fazendo x  1,03512 e aplicando logaritmos, encontramos:

lg x  lg 1,03512  lg x  12. lg 1,035  lg x  0,1788  x  1,509

Então

M  P . 1  i   M  6000 . 1,509  M  9054 .


n

Portanto o montante é 9 054,00 mts .

1.9.7 Relação entre juros e progressões


No regime de juros simples:
M n   P  n . r. P
No regime de juros compostos:

M n   P . n . r. P 
n

Portanto:
Num regime de capitalização a juros simples o saldo cresce em progressão
aritmética.
Num regime de capitalização a juros compostos o saldo cresce em progressão
geométrica.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 44


1.10 Exercícios Propostos:
1. Determinar a para que as funções abaixo sejam do 1º grau:

b) y  a 2  16x  a  3
 2a  1
a) y    x 
 3  3

2. Determinar o ponto de intersecção do gráfico das funções abaixo com o eixo x:


2
a) y  2 x  8 b) y  3x  1 c) y  x
3

3. Esboçar os gráficos das seguintes funções:


2
a) y  3x  1 b) y  x4 c) y  2 x  6
3

4. Escreve a função do 1º grau nos seguintes casos:


a) Passa pelos pontos (0;-1) e (1;0).
b) Tem coeficiente angular igual a -1 e passa pelo ponto (3;0).
c) É linear e passa pelo ponto (3;1).

5. Numa certa cidade a taxa de energia eléctrica é calculada nas seguintes bases:
 Taxa mínima (fixa) de 1280 unidade monetária.
 Quilowatts – horas (Kwh) de 51,05 unidade monetária.

a) Quanto será pago se o consumo for de 89 Kwh.


b) Quanto Kwh terá consumido um cliente se pagar 7.661,25 unidades monetárias.

6. Representar graficamente, a função definida em  , por y  x 2  4 x  3 e do

gráfico concluir as propriedades da função.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 45


7. Escrever a função quadrática cujo gráfico é a parábola que passa no ponto 3, 0 e

tem vértice no ponto 3, 0 .

8. Considere a função real, de variável real, definida por f x    x 2  4 x  5 .

a) Determine as coordenadas do vértice da parábola.


b) Calcule os seus zeros.
c) Qual o sentido da concavidade da parábola? Justifique.

9. Determinar o valor de k de modo que as funções que seguem sejam quadráticas:


a) y  k 2  16x 2  8 x  6

 2  
b) f x    k   x 2  2 x   3k 2  k  5 
2
 3  5 
 2
c) f x   7 x 2  2 x   2k 2  8k  
 4

10. Construir o gráfico das seguintes funções:


a) f x   2 x

b) f x   2 x  3
x
1
c) f x    
4
x
1
d) hx      2
8
e) g x   log 2x

f) g x   log x1
4

11. Comprei um frango congelado que pesava 2,4kg. Após o descongelamento e de


ter escorrido toda a água, o frango passou a pesar apenas 1,44kg. Fui lesado em
quantos por cento do peso, por ter levado gelo a preço de frango?

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 46


12. Tempos atrás o rolo de papel higiênico que possuiu por décadas 40 metros de
papel, passou a possuir apenas 30 metros. Como o preço do rolo não sofreu
alteração, tal artimanha provocou de fato um aumento de quantos por cento no
preço do metro do papel?

13. Um guarda-roupa foi comprado a prazo, pagando-se 2.204,00 mts pelo mesmo.
Sabe-se que foi obtido um desconto de 5% sobre o preço de etiqueta. Se a compra
tivesse sido à vista, o guarda-roupa teria saído por 1.972,00 mts. Neste caso, qual
teria sido o desconto obtido?

14. A senhora Kayllan Cândido, pediu por emprestado a Senhora Elmara Zalimba a
quantia de 2.000,00 mts a juros simples, pelo prazo de 3 meses, à taxa de 3% por
mês. Quanto deverá a senhora Kayllan de juro a senhora Elmara?

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 47


CAPÍTULO II:

SUCESSÃO NUMÉRICA

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 48


CAPÍTULO II:
SUCESSÃO NUMÉRICA
… a Matemática não é tanto uma disciplina
como um modo de estudar qualquer disciplina,
não é mais uma ciência como um modo de vida.
G. Temple (1981)

2.1 Noção de Sucessão Numérica


2.1.1 Conceito de Sucessão
Definição 1: Chama – se Sucessão a toda aplicação de domínio IN .
g : IN  Q
f : IN  Z
Assim, as aplicações e 4  n são exemplos de sucessões.
n  2n  6 n 
n2
O conjunto de chegada da primeira é Z e, por isso, se diz que f é uma sucessão com

valores em Z ou uma sucessão de números inteiros e g é uma sucessão de números

racionais.

Do mesmo modo uma sucessão cujo conjunto de chegada seja  diz – se sucessão de
números reais.

Definição 2: Sucessão de números reais é toda a aplicação de IN em  e representa –


se pelos seguintes símbolos: a n n  I , a n   IN f  .

2.1.2 Termos de uma sucessão de números reais


As imagens, ou transformados dos números naturais dizem-se termos de sucessão.

A imagem de 1 será 1º termo e representar-se-á por a1 ou por f 1 .

A imagem de 2 será o 2º termo e representar-se-á por a2 ou por f 2 .

.............................................................................................................................
A imagem de n será o enésimo termo e representar-se-á por a n ou por f n  .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 49


2.1.3 Termo geral ou gerador de uma sucessão de números reais
Por vezes, o processo de obter os transformados dos números naturais, numa dada
sucessão de números naturais, consiste em substituir numa expressão analítica em n, n
pelo número natural cuja imagem se procura. Quando isto acontece, esta expressão
analítica toma o nome de termo geral da sucessão.

Exemplos de Sucessões:
1. an n  IN : a1  3; an  n  3; se n  2

1
2.  n  I
n
n 2 se n  4
3. an n  IN : an  
a n1 se n  4
4. 2, 3, 4, 2, 3, 4, 2, 3, 4, ...,2, 3, 4, ...

2.1.4 Conjunto dos termos duma sucessão


Ao conjunto constituídos pelos números reais que são valores distintos dos termos
duma sucessão chama-se conjunto dos termos dessa sucessão.
Assim: O conjunto dos termos de sucessão 1, 2, 3,1, 2, 3,1, 2, 3, , ...,1, 2, 3, ... é o conjunto

1, 2, 3 .

Em geral o conjunto dos termos de sucessão a n n  I representa-se por a n  .

Exemplos:

5. Considere a sucessão a n n  IN em que o termo geral é a n 


n
.
3n  1
a) Determine os três primeiros termos da sucessão.

b) Determine o 6º termo.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 50


Resolução:
1 1 2 2 3 3
a) a1   ; a2   ; a3   .
3 1 2 6 1 5 9 1 8
6 6
b) a 6  
18  1 17

n 2 se n  3
6. Considere a sucessão a n n  N com an  
an1  2 se n  3
a) Escreva os 5 primeiros termos.
b) Calcule a9  a8 .

Resolução:
a) a1  1 ; a 2  2 2  4 ; a3  a 2  2  6 ; a 4  a3  2  8 ; a5  a 4  2  8  2  10 .

b) a9  a8  2  a8  2 .

1 n2
7. Determine o termo de ordem p da sucessão cujo termo geral é .
n 1
Resolução:
1 p2
ap 
p 1

 
8. Considere a sucessão n 2 1 nN . Determine os valores de n para os quais os termos

desta sucessão são superiores a 626. Escreva os dois primeiros termos que são
superiores a 626.
Resolução:
Para que seja
n 2  1  626  n 2  625  n  25

Os dois primeiros termos serão:


a 26  26 2  1  677 a 27  27 2  1  730
; .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 51


2.2 Sucessões Monótonas
Definições:
Uma sucessão a n n   diz-se crescente se, e só se, a n   a n 1 , n  N .

Uma sucessão a n n   diz-se crescente em sentido lato, se e só se

an   an1 , n  N .
Uma sucessão a n n   diz-se decrescente se, e só se, a n   a n 1 , n  N .

Uma sucessão a n n   diz-se decrescente em sentido lato, se e só se

an   an1 , n  N .
Sucessões Monótonas: As sucessões monótonas são aquelas que são crescente e as
que são decrescentes, em sentido estrito ou lato.

Nota:
Quando se diz que uma sucessão é crescente, pode-se dizer que ela é crescente em sentido
estrito. Analogamente, em lugar de se dizer que uma sucessão é decrescente pode dizer-
se que é estritamente decrescente.

Pode acontecer que uma sucessão monótona só o seja a partir duma certa ordem. Quando
isto acontece diz-se quase monótona.

2.3 Sucessões Limitadas


2.3.1 Definição:
A sucessão an n N diz-se limitada se, e só se, existirem dois números reais, M e M ' , tais

que, n  N , M  a n  M ' . Isto é: an n N diz-se limitada

M , M '   : n  N , M  a n  M '

Teorema: É condição necessária e suficiente para que uma sucessão seja limitada que

exista um número real positivo L tal que, qualquer seja o número natural n, an  L .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 52


2.3.2 Interpretação Geométrica de Sucessão Limitada
Marcando um referencial cartesiano ortogonal os pontos n, a n  a sucessão será limitada

se, e só se, esses pontos ficarem compreendidos entre duas rectas paralelas ao eixo OX.

2.3.3 Sucessão Limitada inferiormente


Quando, dada uma sucessão, existe um número real L, menor do que todos os termos
da sucessão diz-se que esta sucessão é limitada inferiormente.

Quando, dada uma sucessão, existe um número real, M, maior do que todos os termos
da sucessão, diz-se que esta sucessão é limitada superiormente.

Uma sucessão pode ser limitada inferiormente sem o ser superiormente, assim como
pode ser limitada superiormente sem o ser inferiormente.

Nota:
Quando um número real é menor ou igual a todos os termos duma sucessão
chama-se minorante.
Se um número L é minorante, todos os números menores de que L são
minorantes.
Se um número real é maior ou igual a todos os termos duma sucessão, chama-se
majorante.
Se um número M é majorante, todos os números maiores do que M são
majorante.

Exemplo:
1
9. Considere a sucessão de termo geral a n  .
n 1
a) Averigúe se esta sucessão é monótona.
b) Averigúe se a sucessão é limitada.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 53


Resolução:
1
a) Consideremos o termo a n  e, a partir dele, formemos o termo seguinte a n 1
n 1
1
. Para isso, bastará, em a n  , substituir n por n+1.
n 1
Teremos:
1 1
a n1   a n1 
n  1  1 n2
Comparemos
1 1
an  e a n 1  .
n 1 n2
Qualquer que seja o número natural n é a n  a n 1 , visto que, de duas fracções,

com numeradores iguais, é maior a que tiver menor denominador. Portanto, a


sucessão dada é monótona decrescente.

1
b) Como os valores de n são 1, 2, 3, ..., n, ... a fracção é sempre positiva. Além
n 1
1
disso, e pela mesma razão, é sempre menor do 1. Isto é, existem dois
n 1
1
números, 0 e 1, entre os quais estão todos os valores de . Portanto, a
n 1
sucessão dada é limitada.

2.4 Formas de definir uma Sucessão


2.4.1 Pelo Método Geral
Uma sucessão de números reais fica definida se for dado o seu termo geral, visto que o
domínio é N e o conjunto de chegada é  .

Exemplos:
n 1
10. Dado o termo geral u n  de uma sucessão de números reais, calcular:
2n  3

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 54


a) O 4º e o 7º termo
b) u n  2  u n 1

Resolução:
a) Para obter o 4º termo, substitui – se, no termo geral, n por 4 . Assim, tem – se:
n 1 4 1 5
un   u4   u4   u4  1 .
2n  3 2. 4  3 5
Do mesmo modo, obtemos o 7º termo, substituindo no termo geral, n por 7 . Assim,
tem – se:
n 1 7 1 8
un   u7   u7  .
2n  3 2 .7  3 11
b) De forma análoga, para calcular u n  2 e u n 1 , substitui – se n por n  2 e n  1 ,

respectivamente:
n  2 1 n3 n3
u n2   u n2   u n2 
2n  2  3 2n  4  3 2n  1
E
n 11 n2 n2
u n1   u n1   u n1 
2n  1  3 2n  2  3 2n  1
Então:

n  3 n  2 2n 2  6n  n  3  2n 2  4n  n  2 5
u n 2  u n1     2
2n  1 2n  1 4n  1
2
4n  1

2n  1
11. Definida a sucessão a n  pelo seu termo geral a n  , mostre que:
n3
29
a) é termo da sucessão e calcule a sua ordem.
18
b) 1,6 não é termo da sucessão.
1
c) É verdade a proposição  a n  2, n  N .
4
Resolução:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 55


a) A ordem será a solução, em N , da equação (se existir):
2n  1 29
  36n  18  29n  87  36n  29n  87  18  7 n  105  n  15
n  3 18

Então:
29
é o 15º termo da sucessão.
18
b) Procedendo do mesmo modo:
2n  1 16
  20n  10  16n  48  20n  16n  48  10  4n  58  n  14,5
n  3 10
Como a equação é impossível em N 14,5  N  , conclui – se que 1,6 não é termo

da sucessão.

c) Substituindo, vem

 2n  1
 2
1 1 2n  1  n3
 an  2   2  
4 4 n3  2n  1  1

 n3 4
Como n é o número natural, n  3 é sempre positivo e podemos desembaraçar de
denominadores:
2 n  1  2 n  6 0n  7
  
8n  4  n  3 7 n  7
Como esta condição é universal em N , então a proposição dada é verdadeira.

2.4.2 Por um Processo de Recorrência


Se os termos da sucessão se podem calcular a partir de termos anteriores conhecidos,
diz – se que a sucessão está definida por recorrência.

Exemplos:
12. Numa sucessão a n  tem – se:

a1  3

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 56


Qualquer termo diferente do primeiro obtém – se do anterior somando –
lhe 4 unidades.
Então, como a n1  a n  4 , vem:

a2  a1  4  3  4  7

a3  a 2  4  7  4  11

a 4  a3  4  11  4  15



13. Na sucessão bn  tem – se:

b1  5
bn 1  bn . 4, n  N

Cada termo, com a excepção do primeiro é o quádruplo do anterior. A sucessão é:


5; 20; 80; 320; 

14. Está definida por recorrência a sucessão v n  em que:

v1  1 ;

v2  2 ;

vn 2  vn1  vn , n  N .

A sucessão é:
1; 2; 3; 5; 8; 13;

2.5 Sucessões Monótonas


2.5.1 Sucessões Crescentes
Como já se viu anteriormente, uma função f diz – se crescente sse

x1  x 2  f x1   f x 2 , x1 , x 2  D f

No caso das sucessões, o domínio é N e, portanto, a condição n  1  n é universal em


N . Então, para que a sucessão u n  seja crescente, basta que:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 57


u n 1  u n , n  N

ou
u n 1  u n  0, n  N

isto é, cada termo é menor do que o seguinte. Então,


u1  u 2  u 3  u 4    u n  u n 1  

Uma sucessão v n  diz – se crescente em sentido lato sse

vn1  vn , n  N

ou seja
vn1  vn  0, n  N

o que quer dizer que,


v1  v2  v3  v4    vn  vn 1  

Exemplos:
15. A sucessão dos números pares ( 2, 4, 6, 8, , 2n,  ), é crescente.

Com efeito:
u n1  u n  2 n  1  2n  2n  2  2n  2 .

Logo,
u n 1  u n  0, n  N

e a sucessão u n  é crescente.

n 1
16. Estudo da sucessão de termo geral v n  quanto ao crescimento.
n2
Resolução:
O cálculo dos primeiros termos;
2 3 4 5
, , , ,
3 4 5 6
para indicar que a sucessão é crescente não basta, é necessário provar que é verdadeira
a proposição

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 58


vn1  vn , n  N ,

ou
vn1  vn  0, n  N ,

Proposição cujo valor lógico é fácil de determinar

v n 1  v n 
n  1  1 n  1 n  2 n  1 n 2  2n  2n  4  n 2  3n  n  3
    
1
0
n  1  2 n  2 n  3 n  2 n  3n  2 n  3n  2
Podemos então, concluir que
vn1  vn  0, n  N

Pois o denominador da fracção é sempre positivo visto n ser natural. A sucessão v n  é

crescente.

2.5.2 Sucessões Decrescentes


A sucessão u n  é decrescente sse:

u n 1  u n , n  N

ou
u n 1  u n  0, n  N

isto é, cada termo é menor do que o seguinte. Então,


u1  u 2  u 3  u 4    u n  u n1  

Uma sucessão v n  diz – se decrescente em sentido lato sse

vn1  vn , n  N

ou seja
vn1  vn  0, n  N

o que quer dizer que,


v1  v2  v3  v4    vn  vn 1  

Exemplos:
1 1 1
17. A sucessão 1, , ,  , ,  , é uma sucessão decrescente.
2 3 n
Com efeito:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 59


1 1 n  n 1 1
    0, n  N
n  1 n n n  1 n n  1

18. Provar que a sucessão a n  , tal que an   1  2n , é decrescente em sentido lato.


n

Resolução:
Não basta calcular os primeiros termos
 3,  3,  7,  7,  11,  11,  ,

Temos de provar que é verdadeira a proposição


a n 1  a n  0, n  N .

Ora,

an1  an   1
n1
 n

 2 n  1   1  2n   1
n1
 2n  2   1  2n   1
n n1
  1  2  2. 1
n n1
2

Então,
 0 se n e impar
a n 1  a n  
 4 se n e par
A sucessão é decrescente em sentido lato.

2.5.3 Sucessões Monótonas


Toda sucessão crescente ou decrescente em sentido lato ou estrito é uma sucessão
monótona.

Um exemplo da sucessão não monótona é sucessão de termo geral un   1 onde os


n

primeiros termos são:  1, 1,  1, 1,  . Não é crescente nem decrescente.

2.6 Progressão Aritmética


2.6.1 Definições
Consideremos definida por recorrência a sucessão u n  .

u1  4

u n1  u n  3

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 60


4, 7, 10, 13, 

Como u n 1  u n  3 , a diferença entre cada termo e o anterior é constante e igual a 3 . A

esta sucessão chama – se progressão aritmética de razão 3 .

Definição:
Progressão aritmética é toda a sucessão em que é constante a diferença entre cada termo e
o anterior, isto é,
u n  é uma progressão aritmética  u n1  u n  r const ., n  N

A constante r dá – se o nome de razão da progressão.

Toda progressão aritmética u n  de razão r é uma sucessão monótona:

Crescente se r  0 ;
Decrescente se r  0 ;
Constante se r  0 .

Exemplos:
19. A sucessão dos números naturais 1, 2, 3, , n,  , é uma progressão aritmética de

razão 1 (crescente).
20. A sucessão  2,  5,  8, , 1  3n,  , é uma progressão aritmética de razão  3

(decrescente).

2.6.2 Termo Geral de uma Progressão Aritmética


Seja u n  uma progressão aritmética de razão r ,

u1 , u 2 , u3 , , u n , 

Por definição
u 2  u1  r  u 2  u1  r
O 2º termo obtém – se do primeiro, somando – lhe uma vez a razão.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 61


u3  u 2  r  u3  u 2  r

E substituindo u 2

 u3  u1  2r

O 3º termo obtém – se do primeiro, somando – lhe duas vezes a razão.


u 4  u 3  r  u 4  u3  r  u 4  u1  3r

O 4º termo obtém – se do primeiro, somando – lhe três vezes a razão.


Somos então levados a concluir que o termo de ordem n se obtém do primeiro, somando
– lhe n  1 vezes a razão

u n  u1  n  1 . r

Portanto, qualquer progressão aritmética está bem definida se se conhecem o primeiro


termo e a razão.

Exemplos:
21. Numa progressão aritmética está de razão  7 o primeiro termo é 18 . Calcular o 6º e
o 20º termo.
Resolução:
O termo geral da progressão é
u n  18  n  1
.  7   u n  18  7n  7  u n  25  7n .

Então,
u 6  25  7.6  25  42  17

e
u 20  25  7.20  25  140  115

22. Numa progressão aritmética a diferença entre o terceiro e o primeiro termo é igual a
 4 . Sabendo que o 2º termo é igual a 5 , escrever uma expressão do termo geral.
Resolução:
Sabe – se que

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 62


u 3  u1  4 ,

e como
u 3  u1  2r

vem
u1  2r  u1  4  2r  4  r  2 .
E como r  2 , vem
u1  2  5  u1  7 .
Utilizando a fórmula do termo geral, temos
u n  7  n  1
.  2   7  2n  2  9  2n

que a expressão do termo geral da sucessão.

2.6.3 Soma de n Termos Consecutivos de uma Progressão Aritmética


Consideremos os sete primeiros termos da progressão aritmética de termo geral
u n  3  5n

8, 13, 18, 23, 28, 33, 38


Calculemos:
A soma dos extremos:
u1  u 7  8  38  46

A soma dos pares de termos equidistantes dos extremos:


u 2  u 6  13  33  46

u 3  u5  18  28  46

O dobro do termo médio


2u 4  2.33  46
Verificamos que:
i. A soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à soma dos extremos;
ii. O dobro do termo médio é igual à soma dos extremos.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 63


Estes factos são verdadeiros em qualquer progressão aritmética, como vamos provar.
Consideremos os n primeiros termos de uma progressão aritmética de razão r e sejam
u p e u s dois termos equidistantes dos extremos:

u1, u 2 , u3 , , u p , , u s , , u n1 , u n
   
p 1 termos p 1 termos

Como
u p  u1   p  1.r

e
u n  u s   p  1.r ,

então,
u n  u p  u s  u1  u s  u p  u1  u n

A partir desta propriedade vamos obter a fórmula que permite calcular a soma dos n
primeiros termos de uma progressão aritmética.
Com efeito:
S n  u1  u 2  u 3    u n  2  u n 1  u n

S n  u n  u n 1  u n  2    u 3  u 2  u1
______________________________________________
2S n  u1  u n   u 2  u n 1     u n 1  u 2   u n  u1 
 
n parcelas

Como cada uma destas parcelas é igual à soma dos extremos, temos:
2S n  u1  u n .n ,

ou seja,
u1  u n
Sn  .n
2
ou ainda,

Sn 
n
2u1  n  1.r  .
2

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 64


Exemplos:
23. Calcular a soma dos 20 primeiros números pares.
Resolução:
A sucessão dos números pares é uma progressão aritmética de razão 2 e em que o
primeiro termo é 2 .
Então:
u n  2  n  1.2  u n  2n
u 20  40

u1  u 20 2  40
S 20  .20  S 20  .20  420
2 2

24. Defina uma progressão aritmética a n  por a1  50 e r   4 , calcular a soma dos 40

termos consecutivos da progressão a partir do 150 (inclusive).


Resolução:
Como, suprimindo os primeiros termos de uma progressão aritmética se obtém uma
sucessão que ainda é uma progressão aritmética, o problema reduz – se ao anterior,
considerando – se como primeiro termo o 15º, o termo u 54 passa a ser o termo de ordem

40 na nova sucessão
a15  a1  14r 
 a15  50  56  6
 a54  50  53. 4  162

Então,
a15  u54
S 40  .40
2
Ou seja,
 6  162
S 40  .40  3360
2
25. Calcular o valor de x na equação 1  3  5    x  100 , sabendo que o 1º membro é
uma progressão aritmética.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 65


Resolução:
a1  1; r  2; a n  x; S n  100

Sn 
n
2a1  n  1 r   100  n 2.1  n  12  200  2n 2  n1  10  n2  10 ,
2 2
Escolhemos o n  10 , visto que  10  IN .
Como
an  x ,

Então, de
a n  a1  n  1r

Tem – se
x  a1  n  1r  x  1  9.2  x  19 .

2.7 Progressão Geométrica (PG)


2.7.1 Definições
Consideremos, definida por recorrência, a sucessão u n  :

u1  3  u n1  2.u n , n  IN

Será:
3, 6, 12, 24, 48, 
Note que o quociente entre cada termo e o anterior é constante e igual a 2 . A esta
sucessão chama – se progressão geométrica de razão 2 .

Definição:
Progressão Geométrica é toda a sucessão em que é constante o quociente entre cada termo
e o anterior, isto é,
u n 1
u n  é progressão geométrica   r const ., n  IN
un

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 66


A constante r dá – se o nome de razão da progressão. Cada termo da progressão obtém –
se do anterior, multiplicando – o pela razão.

Da definição resulta que uma progressão geométrica u n  em que a1  0 e

r  1 é monótona crescente ou decrescente, conforme a1  0 ou a1  0 ;

r  1 é monótona constante (todos os termos são iguais ao primeiro);


0  r  1 é monótona decrescente ou crescente, conforme a1  0 ou a1  0 ;

r  0 é uma sucessão com todos os termos nulos a partir do primeiro;


r  0 é não monótona (os termos são alternadamente positivos e negativos).

Se a1  0 todos os termos da progressão são zero.

Exemplo:
26. Provar que a sucessão de termo geral a n  3.6 n  2 é uma progressão geométrica.

Classifique – a quanto à monotonia.


Resolução
a n 1  3.6 n 1 2  a n 1  3.6 n 1 .

Então,
a n 1 3.6 n 1
 n2
 6 n 1n  2   6 n 1 n  2  6 .
an 3.6

Portanto,
a n 1
 6 cons tan te , n  IN ,
an

o que mostra que a n  é uma progressão geométrica. Como a razão é maior que 1 e o

primeiro termo
1 1
a1  3.61 2  3. 
6 2
então, a sucessão é monótona crescente.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 67


2.7.2 Termo Geral de uma Progressão Geométrica
Consideremos uma progressão geométrica u n  em que u1  0 e r  0 . Da definição
resulta

u2
 r  u 2  u1 .r
u1
u3
 r  u 3  u 2 .r  u1 .r 2
u2
u4
 r  u 4  u 3 .r  u1 .r 3
u3

o que nos leva a concluir que

u n  u1 .r n 1

Pode então, afirmar – se que uma progressão geométrica fica bem definida se se
conhecem o primeiro termo e a razão.

Exemplos:
27. Determine o 5º termo da Progressão geométrica 3, 9, 27, .

Resolução:
u1  3; r  3
u 5  u1 .r 4  u 5  3.3 4  u 5  243

1
28. Numa progressão geométrica de razão 3 , o primeiro termo é . Calcular o 7º
27
termo.
Resolução:
O termo geral da progressão é
1 n 1
un  .3 ,
27
ou seja,
u n  3 3.3 n 1  3 n  4 .

Donde,

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 68


u 7  37  4  33  27 .

29. Encontre a razão da progressão geométrica em que u1  12 e u 2  384 .

Resolução:
u 2 384
r   32 .
u1 12

2.7.3 Soma dos n primeiros Termos de uma Progressão Geométrica


Consideremos os n primeiros termos de uma progressão geométrica u n  de razão

r  0 e r  1 em que u1  0 :

u1 , u 2 , u3 , , u n .

Vamos procurar uma fórmula que permita calcular a soma S n de todos esses temos:

S n  u1  u 2  u 3    u n .

Atendendo a que
u 2  u1 .r , u 3  u1 .r 2 , u 4  u1 .r 3 , , u n  u1 .r n 1 ,

pode escrever – se

S n  u 2  u1 1  r  r 2  r 3    r n 1 
e

r.S n  u1 r  r 2  r 3    r n 
Subtraindo membro a membro as duas expressões, teremos:
 
S n  r.S n  u1 1  r n

1  r .S  u 1  r 
n 1
n

1 rn
S n  u1
1 r
Exemplo:
30. Calcular a soma das primeiras dez potências de base dois e expoente natural,
2  2 2  2 3    210 .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 69


Resolução:
A sucessão das potências de base dois e expoente natural é uma progressão geométrica
de razão 2 e em que o primeiro termo é 2 .
r  2 e u1  2 .

Então,
1  r 10 1  210 1  210
S10  u1 .
1 r
 S10  2.
1 2
 S10  2.
1
 
 S10  2. 210  1  S10  2.1024  1  S10  2046

2.8 Limites de Sucessões


2.8.1 Definição
A sucessão u n  tem por limite a  IR sse para todo o número positivo  existe uma

ordem a partir da qual todos os termos da sucessão são valores aproximados de a a


menos de  .
Para significar que u n  , tem por limite a escreve – se

lim u n  a ou u n  a

E lê – se “o limite de u n  é a ” ou “ u n  tende para a ” ou “ u n  converge para a ” ou “

u n  vai ao encontro de a ”.
Simbolicamente:
lim u n  a    0 p  IN : n  p  u n  a  
n

As sucessões que têm por limite um número real dizem – se convergente e as que não
são convergentes dizem – se divergentes

Exemplo:
4n  1
31. Dada a sucessão de termo geral u n  . Provar a partir da definição que
3n  1
4
lim u n  .
3
Resolução:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 70


4 4
lim u n     0 p  IN : n  p  u n  
3 3
Seja  um número positivo qualquer
4 4n  1 4 12n  3  12n  4 1 1
un            
3 3n  1 3 9n  3 9n  3 9n  3
Como 9n  3  0 , então,
3  1 1  3
 1  9n  3  9n  3  1  n   n .
9 9
Assim, podemos escrever
1  3 4n  4
n   
9 3n  1 3
1  3
e, consequentemente, sendo p um número natural maior ou igual a , é
9
verdadeira a proposição
4
  0 p  IN : n  p  u n   .
3

2.8.2 Propriedades dos limites


i) Limite de uma soma: Se a n  e bn  são duas sucessões convergente, então a

sucessão a n  bn  é também convergente e

lim an  bn   lim an  lim bn .


n n n

ii) Limite de uma diferença: Se a n  e bn  são duas sucessões convergente, então a

sucessão a n  bn  é também convergente e

lim an  bn   lim an  lim bn .


n n n

iii) Limite de um produto: Se a n  e bn  são duas sucessões convergente, então

lim an .bn   lim an . lim bn .


n n n

iv) Limite de um quociente: Se a n  e bn  são duas sucessões convergente, tais que

lim an  a e lim bn  b , então


n n 

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 71


a n lim an a
lim  n  , b  0 .
n  b lim bn b
n
n 

v) Limite de uma potência: Se a n  é uma sucessão convergente e p um número


p
natural, an é uma sucessão convergente, sendo

n 
p

lim a n  lim a n .
n 

p

vi) Limite de uma raiz: Sendo p um número natural e a n  uma sucessão

convergente de termos não negativos, então p


an é convergente, e

lim p a n   p lim a n  .
n   n  
O efeito destas propriedades pode – se concluir o seguinte:
a .   , a  0
a
 0, a  

a
 , a  0
0

 , a  
a
a    , a  

 p  , p0

  , a  0
p

2.8.3 Indeterminações – Cálculo de Limites


No acto do cálculo de limites é frequente encontrarmos expressões da forma
 0
; 0 . ;   ; ; 1
 0
que se chamam indeterminações. Para estes casos aplicaremos um processo chamado
levantamento de indeterminações baseado nas propriedades envolvendo sucessões
convergente assim como sucessões divergentes.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 72



i) Indeterminações do tipo :

Exemplos:
Calcule os seguintes limites:

2n 2  n  7
32. lim
n  5n 2  3n  8

Resolução:
Como

 1 7 
2n 2  n  7  2n 2 1   2 ,
 2n 2n 
então,

    
lim 2n 2  n  7  lim 2n 2 . lim 1 
1 7 
 2    . 1   .
n  n  n 
 2n 2n 
E do mesmo modo,
 3 8 
5n 2  3n  8  5n 2 1   2 ,
 5n 5n 
então,

    
lim 5n 2  3n  8  lim 5n 2 . lim 1 
3 8 
 2    . 1   .
n  n  n 
 5n 5n 

Estamos em presença de uma indeterminação do tipo . Não é possível utilizar o

teorema do limite do quociente, mas é possível calcular o limite mediante uma pequena
transformação.
Assim, teremos;

 1 7   1 7 
2 n 2 1   2 2 1   2
2n  n  7
2
 2n 2n   lim  2n 2n  
lim 2  lim
n  5n  3n  8 n   3 8  n   3 8 
5n 2 1   2 5 1   2
 5n 5n   5n 5n 
Agora, o denominador já tem limite diferente de zero e o numerador tem limite.

Então,

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 73


 1 7   1 7 
2 n 2 1   2 lim 2 . lim 1   2
  2n 2n   lim n   n  
 2n 2n   3 . 1  0  0  3 .
 3 8  n   3 8  5 . 1  0  0 5
5n 2 1   2 lim 5 . lim 1   2
 5n 5n  n  n 
 5n 5n 
Calcular este limite é o que se chama levantar a indeterminação.

4n 3  3n 2  5n  2
33. lim
n 3n 2  n  5
Resolução:

4n 3  3n 2  5n  2 
lim  . Indeterminação.
n  3n 2  n  5 
As indeterminações deste tipo pode – se levantar por outro processo: divide – se o
numerador e o denominador pela mesma potência de n . Assim, por exemplo, dividido
por n 2 .
4n 3 3n 2 5n 2 5 2
 2  2  2 4n  3   2
4n  3n  5n  2
3 2 2
n n    3  0  0     
lim  lim n n n n  lim
n  3n  n  5
2 n  3n 2
n 5 n  1 5 300 3
2
 2  2 3  2
n n n n n

4n 2  1
34. lim
n  n3

Resolução:

É também uma indeterminação do tipo . Para levantar a indeterminação vamos

dividir previamente o numerador e o denominador por n .

 1  1
n2  4  2  4 2
4n  1
2
 n  n 1
n 4 2
4n 2  1 n n n n 40
lim  lim  lim  lim  lim   2.
n  n3 n  n3 n  3 n  3 n  3 1 0
1 1 1
n n n n

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 74


ii) Indeterminações do tipo 0 . 

1 v
Este caso reduz – se ao anterior. Com efeito, se u n  0 e v n   , u n . v n  . vn  n e
1 1
un un

1 
como   , ficaríamos reduzidos a uma indeterminação do tipo .
un 

Exemplos:
Calcule:

 3 
35. lim  2 . 2n  3
n  n  1
 
Resolução:
Como
3 3
lim  0
n  n 1  
2

e
lim 2n  3  
n

Estamos perante de uma indeterminação do tipo 0 .  . Efectuando inicialmente a



multiplicação, passa – se para uma indeterminação do tipo . Com efeito,

 3  6n  9   
lim  2 . 2n  3  lim 2 
n  n  1
  n n  1   

6 9 
n2   2 
 3  6n  9 n n   00  0
lim  2 . 2n  3  lim 2  lim .
n  n  1
  n  n  1 n 
2  1  1 0
n 1  2 
 n 

  1n 
36. lim  . 3n  2
n 
 n 

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 75


Resolução:
É também uma indeterminação do tipo 0 .  que se reduz a uma indeterminação d tipo

.

Na verdade,

lim 
  1n 
. 3n  2  lim
 1 . 3n  2 .  1
n n

 
n 
 n 
n  n 

  1n 
. 3n  2  lim
 1 . 3n  2 .  1
n n

 lim  1 . 3 
2  1 
n
 
 1n . 3 .
  lim
n
lim 
n       
 n  n  n 
n n n

Esta sucessão não tem limite.

0
iii) Indeterminações do tipo
0

Este tipo de indeterminação também se reduz a indeterminação do tipo . Com efeito,

1
u v 1 1
se u n  0 e v n  0 e n  n , atendendo que  e   , teríamos uma
vn 1 vn un
un


indeterminação do tipo .

Exemplos:
5 3 u
37. Sendo dado u n  e vn  2 , calcule o lim n .
2n  1 n 1 n   vn

Resolução:
un 0
Para calcularmos o lim somos conduzidos a uma indeterminação do tipo , visto
n  v 0
n

5 3
que u n  e vn  2 são infinitésimos por serem inversos de infinitamente
2n  1 n 1
grandes. Então,

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 76


5 1
lim u n  lim  lim 5 . lim  5.0  0
n  n  2n  1 n  n  2n  1

e
3 1
lim v n  lim  lim 3 . lim 2  3.0  0
n  n  n  1
2 n  n  n  1

Para levantar a indeterminação efectuam – se inicialmente as operações. Assim,


teremos,
5
 5 n2  1 5n 2  5   
lim 2n  1  lim  .   lim 
n  3 n  2n  1
 3  n 6n  3   
n2 1
e, dividindo os dois termos por n , teremos,

5 lim  5n  5 
5n   
5n  5
2
n n 
 n
lim  lim    .
n  6n  3 n  3  3
6 lim  6  
n n 
 n

5
38. lim n  n
2

n  2
1  2n
Resolução:
5 2
Como 0 e  0 , trata – se de indeterminação do tipo, trata – se de uma
n n
2
1  2n
0
indeterminação do tipo . Se efectuarmos as operações, reduzimo – lá a
0

indeterminação do tipo . Isto é,

5
1  2n 5  10n  
lim n  n  lim 2
2 5
.  lim 2  
n  2 n  n  n 2 n  2n  2 n
 
1  2n
Dividindo ambos os termos por n 2 teremos,

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 77


5 10n 5 10 lim  5  10 
 2   
5  10n n 2
n n 2
n 
n  n 2 n  00
lim 2  lim  lim    0.
n  2n  2n n  2n 2 2n n  2  2 20
 2 2 lim  2  
n2 n n n 
 n

iv) Indeterminações do tipo   


Vejamos o exemplo típico.

39. lim
n
n 2
 2n  n 
Resolução:

Como n 2  2n   e n   , então estamos perante uma indeterminação do tipo


   . Antes vamos transformar a expressão noutra equivalente, multiplicando e

dividindo por n 2
 2n  n , isto é, 
lim n 2

 2n  n  lim
n 2
 2n  n  n 2
 2n  n 
n  n 
n 2  2n  n
No numerador temos uma diferença de quadrados e, portanto, vem

lim n 2

 2n  n  lim
n 2
 2n  n  n 2
 2n  n   lim n 2
 2n  n 2
 lim
2n
n  n  n  n 
n 2  2n  n n 2  2n  n n 2  2n  n

Como 2n   e n 2
  
 2n  n   , passamos a ter uma indeterminação do tipo   .
 

Levantamos a indeterminação utilizando as transformações já conhecidas nas


indeterminações deste tipo.

2n 2n 2n 2 2 2
 lim  lim  lim  lim   1
n 
 2 n 
2 n   2  n 
2 1 0 1 2
n 2 1    n n 1 n n  1   1 1 1
 n n  n  n

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 78


2.8.4 Teorema do Limite da Média Aritmética
Se u n  é uma sucessão tal que u n  a , com a  , a   ou a   , então

u1  u 2  u3    u n
 a.
n
Corolário:
un
Sendo u n  uma sucessão. Se u n1  u n   a então,  a.
n

Exemplo:
ln n
40. lim  0.
n

2.8.5 Teorema do Limite da Média Geométrica


Se u n  é uma sucessão de número reais não negativos e u n  a , com a   ou a   ,

então
n u1 u 2 u3 u n  a .

Corolário:
u n 1
Sendo u n  uma sucessão. Se  a então, n un  a .
un

Exemplo:

41. lim n a  1 .

2.8.6 Classificação das sucessões quanto a existência e natureza do Limite


Todas sucessões que têm por limite um número real dizem – se convergente e as que
não são convergentes dizem – se divergentes. As que não são convergentes podem ser
propriamente divergente, isto é, quando a n  ; a n   ou oscilantes a n   ou

an   1 por exemplo.
n

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 79


2.8.7 Valor Presente e valor futuro
O fluxo de caixa serve para demonstrar graficamente as transacções financeiras em um
período de tempo. O tempo é representado na horizontal dividido pelo número de
períodos relevantes para análise. As entradas ou recebimentos são representados por
setas verticais apontadas para cima e as saídas ou pagamentos são representados por
setas verticais apontadas para baixo. Observe o gráfico abaixo:

Chamamos de:
VP o valor presente, que significa o valor que eu tenho na data 0;
VF é o valor futuro, que será igual ao valor que terei no final do fluxo, após juros,
entradas e saídas.
VALOR PRESENTE e VALOR FUTURO

Na fórmula M  P.1  i  , o principal P é também conhecido como Valor Presente (PV =


n

present value) e o montante M é também conhecido como Valor Futuro (FV = future
value).

Então essa fórmula pode ser escrita como FV  PV 1  i  . Isolando PV na fórmula


n

temos:
FV
PV 
1  i n
Exemplo:
42. Quanto terá a empresa McGany, daqui a 12 meses se aplicar 1.500,00 usd a 2% ao
mês?
Resolução:

FV  PV 1  i   FV  1500. 1  0,02   1902,36 usd .


n 12

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 80


2.9 Exercícios Propostos
Sucessões Numéricas
1. Determine o segundo, oitavo, decimo sexto e vigéssimo quinto termo da
sucessão dada pelo termo geral:
3 n
a) a n  .
n
n2
b) bn  .
2n  1
4 2n  1
2. A sucessão a n  está definida pelo seu termo geral a n   . Averigue se a
3 3n
sucessão é crescente.

5  2n
3. Considere a sucessão de termo geral a n  . Mostre que a sucessão é
5n
monótona crescente.

4. Dados a5  27 e r  2 , calcule o primeiro termo.

5. Em uma Progressão Aritmética, em que o primeiro termo é 23 e a razão é -6,


calcule a posição ocupada pelo elemento -13.

6. O sétimo termo de uma PA é 20 e o décimo é 32. Calcule o vigésimo termo.

7. Calcule o número de termos de uma PA, cuja razão é 9, o primeiro termo é 4 e o


último termo é 58.

8. Sabendo que o primeiro termo de uma PA vale 21 e a razão é 7 , calcule a soma


dos 12 primeiros termos desta PA.
5n  1
9. Dada uma sucessão de termo geral definida por a n  , calcule a soma dos
2
10 primeiros termos.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 81


10. Quantos termos devemos interpolar entre 112 e 250 para termos uma PA de
razão 23?

11. Interpolando 10 meios aritméticos entre 5 e 38, determine a razão da PA.

12. Calcule o único valor de x que verifica a equação


x  2  x  5  x  8    x  47  424 .

13. O Banco Internacional de Moçambique financiou um lançamento imobiliário nas


seguintes condições: em Janeiro, aprovou crédito para 236 pessoas, em Fevereiro
para 211 , em Março para 186 e assim por diante. Quantas pessoas tiveram seu
crédito aprovado em Junho.

14. O Instituto Superior Politecnico de Tete, através da Divisão de Economia e


Gestão (DEG) matriculou para o curso de Licenciatura em Contabilidade, no
novo ingresso, em 2013, 40 estudantes, em 2014, 50 estudantes e em 2015, 60
estudantes. Determine a razão da sucessão de novos estudantes do DEG no curso
de Licenciatura em Contabilidade.

15. Numa cerimónia de formatura no ISPT, os formandos foram dispostos em 20


filas de modo a formar um triângulo, com 1 formando na primeira fila, 3 na
segunda, 5 na terceira e assim sucessivamente constituindo uma PA. Determine o
número de formandos presentes na cerimónia.

16. Um atleta corre sempre 400 metros a mais que no dia anterior. Ao final de 11 dias
ele percorre um total de 35200 metros. Calcule o número de metros que ele
correu no último dia.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 82


17. Em uma progressão geométrica, temos que o 1º termo igual a 4 e a razão igual a
3. Determine o 13º termo dessa PG.

18. Numa PG a1  a 2  3 e a 4  a5  24 , a razão da PG.

19. Considerando os dados do número anterior, determine a soma dos 20 primeiros


elementos dessa PG.

20. A Ashley Cândido e Kayllan Cândido registraram os gastos mensais com


supermercado RECHEIO durante o ano 2013. Os valores foram os seguintes:
Janeiro, 298.00, Fevereiro, 447.00, Março, 670.50, Abril, 1005.75 e Maio 1508.625.
Calcule o gasto anual da Ashley Cândido e Kayllan Cândido, considerando que
em todos os meses o índice inflacionário foi constante.

21. Na empresa Ashley Cândido, o aumento salarial é feito da seguinte maneira: no


fim do primero ano de trabalho aumenta – se 400 meticais, no fim do segundo
ano, 600, no fim do terceiro ano, 900, assim sucessivamente segundo uma PG.
a) Determine a razão da progressão.
b) Determine o aumento salarial no fim do décimo ano.
c) Determine o termo geral da sucessão.

22. Sabendo que a sequência 4 x, 2 x  1, x  1 é uma PG, determine:

a) O valor de x .
b) A razão da PG.

Limite de uma Sucessão


23. Calcule os seguintes limites:

n 3  7 n  11
a) lim .
n 
5n 3  2 n  7

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 83


6 n 4  n 2  5n
b) lim .
n 
n 3  3n  15

9n 2  2  n
c) lim .
n  3n  8
 3 3 
d) lim  2 .  n  2  .
n  2n  1
 5 

e) lim
n
n 2

 2n  n .

3 n 2 3
 1 
f) lim 1  2  .
n 
 n  1

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 84


CAPÍTULO III:

LIMITE E
CONTINUIDADE DE
FUNÇÃO

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 85


CAPÍTULO III:
LIMITE E CONTINUIDADE DE FUNÇÃO

… a Matemática é alimentada por sonhadores do


mesmo modo que ela os alimenta. D‘Arcy W.
Thompson (1940)

3.1 Noção de função (domínio e contradomínio)


Dados dois conjuntos quaisquer A e B , chama – se aplicação (função) de A em B a toda
a correspondência que a cada elemento de A associa um e só um elemento de B .

Se designarmos a aplicação por f e por x e y , respectivamente, as variáveis

representativas dos elementos de A e de B , escreve – se:


f : AB
x  y  f x 

3.1.1 Domínio de Existência


O conjunto de valores de x , para os quais dada função é determinada, chama – se campo
de existência ou campo de definição ou domínio de existência desta função.

Exemplo:
1
1. Determinar o campo de existência da função y  .
x2 1
Resolução:

A função será definida, se x 2  1  0 , isto é, se x  1 . Desta forma, o campo de existência

da função é o conjunto de dois intervalos:    x  1 e 1  x   .

3.1.2 Contradomínio
Numa aplicação f de A em B há sempre a considerar três conjuntos:

i) Domínio da função: o conjunto A e representa – se Df .

ii) Conjunto de chegada: o conjunto B .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 86


iii) Contra domínio da função: o conjunto das imagens que se representa por
D ' f ou Im f .

Sendo C um subconjunto de D , ao conjunto das imagens de C dá – se o nome de


transformado de C e representa – se por f C  . Pode assim definir – se contradomínio de

uma função como transformado do domínio da função: f Df   D ' f .

3.2 Funções Algébricas


Nas funções algébricas o argumento x e a função y estão relacionadas entre si por uma
k
equação algébrica da forma a x
i 1
i
n
y m  0 , por exemplo; xy 3  7 xy  x 3  1  0 . Se é

possível resolver tal equação algebricamente em relação a y , então temos um seguintes

tipos mais simples de funções algébricas:


i) A função inteira (polinomial): com a variável x apenas se efectuam as adições,
subtracções e multiplicações: y  a 0 x n  a1 x n 1    a n .

Exemplos:
2. Funções algébricas polinomiais
a) y  a (função constante);

b) y  ax  b (função linear);

c) y  ax 2  bx  c (função quadrática)

ii) A função fraccionária (racional): com a variável x se efectuam as adições,


subtracções, multiplicações e divisões. Uma função fraccionária pode ser
sempre representada na forma de relação de duas funções inteiras:
a0 x n  a1 x n 1    a n
y .
b0 x m  b1 x m 1    bn

Exemplos:
3. Funções algébricas racionais

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 87


ax  b
a) y  .
cx  d
3x  2
b) y 
x2

iii) A função irracional: além das operações de adição, subtracção, multiplicação e


divisão, efectua – se a extracção da raiz.

Exemplos:
4. Funções algébricas irracionais

a) y x4;

b) y  5 x  2 ;

c) y  x .

3.3 Funções Transcendentes


Funções transcendentes são aquelas nas quais o argumento e a função não podem ser
k
relacionadas por uma dependência algébrica do tipo a x
i 1
i
n
y m  0 . As funções

transcendentes mais simples são:


i) As funções exponenciais: são aquelas em que a variável x ou sua função
algébrica estão no expoente da potência.

Exemplos:
5. Funções transcendentes (funções exponenciais)
a) y  e x

b) y  a x
5 x
c) y  23x
2

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 88


ii) As funções logarítmicas: são aquelas em que a variável x ou a sua função
algébrica estão sob o símbolo do logaritmo.

Exemplos:
6. Funções transcendentes (funções logarítmicas)
a) y  ln x
b) y  lg x

c) y  log 25 x 3 x 
2

iii) As funções trigonométricas: são aquelas em que a variável x ou sua função


algébrica estão no símbolo de sen , cos , tg , cot g , sec , e cos ec .

Exemplos:
7. Funções transcendentes (funções trigonométricas)
a) y  sen x ;

b) y  cos 2 x  3

c) y  tg x

iv) As funções trigonométricas inversas: são aquelas em que a variável x ou sua


função algébrica estão no símbolo de arcsen , arccos, etc.

Exemplos:
8. Funções transcendentes (funções trigonométricas inversas)
a) y  arcsen x

b) y  arccos 1  x

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 89


3.4. Limites de uma Função
3.4.1 Limite de uma função num ponto;
Seja f uma função real de variável real, e a um ponto de acumulação do seu domínio.

Diz – se que f  x  tende para b quando x tende para a e escreve – se:

lim f x   b
x a

sse a toda a sucessão de valores de x do domínio de f tendente para a (sendo esses

valores de a ) corresponde uma sucessão de valores de f  x  tendente para b . Isto é,

lim f x   b  xn , xn  a  xn  D f /a, n  N   f xn   b


x a

Exemplos:
3x 6
9. Mostrar a partir da definição que lim  .
x2 x 1 5
2

Resolução:
Seja  x n  uma qualquer sucessão de valores de x convergente para 2 por valores

diferentes de 2
x1 , x 2 , , x n ,   2

a que corresponde a sucessão de valores da função


3x1 3x 3x
, 2 2 , , 2 n , 
x1  1 x 2  1
2
xn  1

Ora,
3xn 3 lim x n
lim 
xn  1
2
lim xn   1
2

Como x n  2 , então:

3xn 3 lim x n 3.2 6


lim    .
xn  1
2
lim xn   1
2
2 1 5
2

10. Considerada a função real, de variável real, definida por

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 90


2 x  3 se x  1
y 2
 x  1 se x  1
Investigue se existe lim y .
x  1

Resolução:
Sendo  x n  uma sucessão tendente para  1 , pode acontecer que:

Todos os termos de  x n  sejam maiores do que  1 ; então, os correspondentes

valores da função são dados pela expressão 2 x  3 , isto é,


yxn   2 xn  3

e como
lim x n  1, yxn   1

Todos os termos de  x n  sejam menores do que  1 , os correspondentes valores

de y dados pela expressão x 2  1 , isto é,

y  xn    x n   1
2

e como
xn  1, yxn   2

o que nos permite desde já afirmar que não é verdade que para todas as
sucessões de D y / 1 convergentes para  1 , as correspondentes sucessões de

valores da função tendem para o mesmo limite.


Podemos então concluir que não existe lim y .
x 1

3.4.2 Limites Laterais


Seja f uma função real de variável real, e a um ponto de acumulação do seu domínio.

Definição 1: diz – se que b é o limite de f  x  à esquerda de a e escreve – se lim f x   b


x a

ou f a    b , sse a toda a sucessão de valores de x tendente para a (sendo todos esses


valores maiores do que a ) corresponde uma sucessão de valores de y tendente para b .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 91


Definição 2: diz – se que b é o limite de f  x  à direita de a e escreve – se lim f x   b ou
x a

 
f a   b , sse a toda a sucessão de valores de x tendente para a (sendo todos esses

valores menores do que a ) corresponde uma sucessão de valores de y tendente para b

.
Se existirem os limites laterais de uma função num ponto, o limite da função nesse
ponto existe se e só se os limites laterais forem iguais.
lim f x   b  lim f x   b  lim f x   b
x a x a  x a 

Exemplo:
 2 x 2  5; x  2

11. Calcula lim f x  se f x   0; x0
x2
 x  5; x2

Resolução:
Para calcularmos o lim f x  , primeiro devemos calcular os limites laterais (à esquerda e
x2

à direita):
lim f x   lim x  5  2  5  3 (limite lateral à esquerda)
x 2 x 2

lim f x   lim  2 x 2  5  2.2 2  5  8  5  3 (limite lateral à direita)


x 2  x 2

Como os limites laterais existem e são iguais, isto é, lim f x   lim f x   3 , então
x 2 x 2

existe lim f x  e o valor deste limite é igual ao valor comum dos limites laterais. Logo
x2

lim f x   3 .
x 2

12. Achar os limites laterais à direita e à esquerda da função f  x   arctg


1
quando
x
x  0.
Resolução:
Temos:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 92


 1 
lim f x   lim  arctg   . (limite lateral à direita)
x 0  x 0  x 2
e

 1 
lim f x   lim  arctg    (limite lateral à esquerda)
x 0 x 0  x 2

Como os limites laterais são diferentes, então o limite da função f  x   arctg


1
, quando
x
x  0 não existe.

3.4.3 Propriedades dos Limites


i. Limite de uma Constante:
O limite de uma constante é a própria constante.
 f x  c, x  D f   lim f x   c
x a

ii. Limite de uma Soma:


Se f  x  e g x  tendem para limites finitos quando x tende para a , então.

lim  f x   g x   lim f x   lim g x 


x a x a x a

iii. Limite de um produto:


Se lim f x   b e lim g x   c , então:
x a x a

lim  f x  g x   b . c
x a

iv. Limite de um quociente:


Se lim f x   b e lim g x   c , em que b, c   e c  0 então:
x a x a

f x  b
lim 
x a g x  c
v. Limite de uma raiz:
Se lim f x   b e p  N , então:
x a

f x   b
p p
lim
xa

Admitindo, no caso de p ser par, que f  x   0, x  D f .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 93


vi. Limite de uma Potência:
Se lim f x   b e p  N , então:
x a

x a
p

lim  f x   lim f x   b p .
x a
 p

Exemplos:
13. Utilizar as propriedades dos limites no cálculo de:

a) lim 4 x 2  3x  1
x 1

Resolução:
Para resolver este limite vamos aplicar a propriedade da soma:
lim 4 x 2  3x  1  lim 4 x 2  lim 3x  lim 1  4 lim x 2  3 lim x  lim 1  4.1  3.1  1  8 .
x 1 x 1 x 1 x 1 x 1 x 1 x 1

x2  3
b) lim
x 0 x  1

Resolução:
Para resolver este limite vamos aplicar a propriedade do quociente e depois as
propriedades da soma e da diferença:

x 2  3 lim  
x 2  3 lim x 2  lim 3 0  3
lim  x 0
 x0 x 0
  3 .
x 0 x  1 lim x  1 lim x  lim 1 0  1
x 0 x 0 x 0

c) lim 3 x  1
x 3

Resolução:
Para este exercício, usamos a propriedade da raiz:

lim 3 x  1  3 lim  x  1  3 lim x  lim 1  3 3  1  3 4


x 3 x 3 x 3 x 3

3.4.4 Indeterminações
Nos casos em que, por aplicação directa das propriedades sobre limites, somos
conduzidos aos símbolos:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 94


0 
  ; 0 . ; e ,
0 
a que se chama símbolos de indeterminação, temos de seguir outro caminho para procurar,
se existir o limite, isto é, “levantar a indeterminação”.

0
i) Indeterminação do tipo  
0
0
Aplicando directamente a propriedade do limite do quociente, somos conduzidos a  
0
, o que mostra que ambos os termos da fracção. Então o numerador e o denominador
são divisíveis pelo número na qual a variável tende.

Normalmente, consegue – se levantar a indeterminação simplificando a fracção ou


achando o conjugado quer do numerador ou denominador ou ambos.

E em caso de envolver radicais de índice diferente somos obrigado a recorrer na troca


de variável de modo a obtermos o mesmo índice nos radicais.

Exemplos:
14. Calcula os seguintes limites:

x 3  3x 2  4 x  2
a) lim
x 1 x 2  3x  2
Resolução:
Vamos verificar se existe uma indeterminação ou é um limite direito mediante a
aplicação direita da propriedade do quociente:

x 3  3x 2  4 x  2 13  3.12  4.1  2 0
lim  
x 1 x 2  3x  2 12  3.1  2 0
0
Tem indeterminação do tipo   . Levantamos a indeterminação factorizando o
0
numerador e denominador pela regra de Ruffini:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 95


lim
x 3  3x 2  4 x  2
 lim
 
x  1 x 2  2 x  2
 lim
 x 2  2 x  2 12  2.1  2
 
1
 1
x 1 x  3x  2
2 x 1 x  1 x  2 x 1 x2 1 2 1

x 3
b) lim
x 9 x9
Resolução:

0
Aplicando a propriedade sobre limite obtemos a indeterminação do tipo   , isto é,
0

x 3 9 3 0
lim  
x 9 x9 99 0
Vamos levantar a indeterminação mediante ao uso do par conjugado do numerador,

isto é, multiplicar ambos os termos da fracção por x  3 . Assim, tem – se:

x 3
 lim

x 3  x  3  lim  x   3  lim x  9  lim
2 2
1

1

1
lim
x 9 x  9 x 9 
x  9  x  3 x  9  x  3
x 9 x  9  x  3 x 9 x 9
x 3 9 3 6

x 8
c) lim
x  64 3
x 4
Resolução:
Aplicando directamente a propriedade sobre os limites obtemos a indeterminação do
0
tipo   , isto é,
0

x 8 64  8 88 0
lim   
x 64 3
x 4 3
64  4 44 0

Como o limite envolve radicais de índices diferentes, vamos levantar a indeterminação


calculando o m.m.c dos índices de modo a eliminar os radicais no numerador e
denominador.
Supondo que:
x  y6 ,

e, se x  64  y 6  64  y  6 64  y  2.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 96


Então:

lim
x 8
 lim
y6  8
 lim
y3  8
 lim
 
 y  2 y 2  2 y  4  lim y 2  2 y  4  2 2  2.2  4  12  3
x 64 3
x 4 y 2 3
y6  4 y 2 y 2  4 y 2  y  2  y  2 y 2 y2 22 4

 
ii) Indeterminação do tipo  
 
Para este tipo de indeterminação, aconselha – se que se evidencie no numerador
tanto como no denominador o coeficiente de maior grau e de seguida a respectiva
simplificação de modo que permita levantar a indeterminação.

Podemos destacar três casos para limite com indeterminação deste tipo:
Limite em que o grau do numerador é igual ao grau do denominador: o limite é igual ao
quociente dos coeficientes dos termos do maior grau. Por exemplo:

ax 2  bx  c ax 2 a
lim  lim  ;
x   dx 2  ex  f x   dx 2 d

Limite em que o grau do numerador é maior do que o grau do denominador: o limite é

ax 4  bx  c
sempre igual ao infinito. Por exemplo: lim   ;
x   dx 2  ex  f

Limite em que o grau do numerador é menor do que o grau do denominador: o limite é

ax 4  bx  c
sempre igual a zero. Por exemplo: lim  0.
x   dx 5  ex 3  f

Exemplos:
15. Calcule os seguintes limites:

3x 4  2 x  2
a) lim
x  x 4  3x 3  3

Resolução:
Aplicando directamente a propriedade sobre o limite, obtemos a indeterminação do
 
tipo   , isto é,
 

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 97


3x 4  2 x  2 3. 4  2  2 
lim  4 
x  x 4  3x 3  3   3 3  3 
Vamos levantar a indeterminação, colocando em evidencia o coeficiente de maior grau
no numerador e assim como no denominador:

 2 2  2 2
x4 3  3  4  3 3  4
3x  2 x  2 x  3 0  0  3;
 lim 
4
x x  x
lim 4  lim
x  x  3 x 3  3 x   3 3 x   3 3 1 0  0
x 4 1   3  1  3
 x x  x x

Ou, verificando que o grau do numerador é igual ao grau do denominador, resolvemos


o limite em função do quociente do coeficiente dos termos do maior grau:

3x 4  2 x  2 3x 4 3
lim  lim   3
x  x  3x  3
4 3 x  x 4
1

x2  x 1
b) lim
x  4 x 5  x 2

Resolução:
Aplicando directamente a propriedade sobre o limite, obtemos a indeterminação do

 
tipo   , isto é,
 

x2  x 1 2   1 
lim  
x  4 x 5  x 2 4 5   2 
Vamos levantar a indeterminação, colocando em evidência o coeficiente de maior grau
no numerador e assim como no denominador:

 1 1  1 1
x 2 1   2  1  2
x  x 1 x x  1 0  0   ;
 lim    lim
2
x x
lim
x  4 x  x
5 2 x   1  x   1  1  0
x5  4  3  x3  4  3 
 x   x 
Ou, verificando que o grau do numerador é menor do que grau do denominador,
resolvemos o limite em função do quociente do coeficiente dos termos do maior grau:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 98


x2  x 1 x2 1 1
lim  lim  lim 3   0
x  4 x  x
5 2 x  4 x 5 x  x 

5x 3  3
c) lim
x  4 x  3

Resolução:
Aplicando directamente a propriedade sobre o limite, obtemos a indeterminação do

 
tipo   , isto é,
 

5 x 3  3 5 3  3 
lim  
x  4 x  3 4  3 
Vamos levantar a indeterminação, colocando em evidência o coeficiente de maior grau
no numerador e assim como no denominador:

 3  3
x3 5  3 
x2 5  3 
5x  3
 lim 
x 
 lim 
3
x 
lim  ;
x  4 x  3 x   3 x   3
x 4   4  
 x  x

Ou, como o grau do numerador é menor do que grau do denominador, resolvemos o


limite em função do quociente do coeficiente dos termos do maior grau:

5x 3  3 5x 3 5x 2
lim  lim  lim 
x  4 x  3 x  4 x x  4

iii) Indeterminação do tipo 0 * 

Este tipo de indeterminação, leva – nos a dois casos:


f x 
Se lim f x   0 e lim g x    , então lim  f x  . g x   lim . Assim, nos
x a x a x a x a 1
g x 

0 1
conduz a uma indeterminação do tipo   , visto que lim 0.
0 x  a g x 

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 99


f x 
E se lim f x    e lim g x   0 , então lim  f x  . g x   lim . Assim, nos
x a x a x a x a 1
g x 

 
conduz a uma indeterminação do tipo   .
 

Exemplos:

 x 2  4 3x  1 
16. Calcular lim 
x  22 
.
x 2
 x
Resolução:
Como

x2  4 3x  1
lim  0 e lim  ,
x 2 x x 2  x  2 2

ao calcular – se o limite, aplicando directamente as propriedades, somos conduzidos a


uma indeterminação do tipo 0.  .

Mas se efectuarmos a multiplicação indicada, teremos:

lim 
 x 2  4 3x  1 

 
x 2  4 3x  1
x  22  x2 x x  22
. lim
x 2
 x
Como agora o numerador e o denominador tendem simultaneamente para zero,

0
estamos perante a uma indeterminação do tipo   e, então, vem sucessivamente:
0

lim 
 x 2  4 3x  1  
 lim

x 2  4 3x  1
 lim
x  2 x  2 3x  1  lim x  2 3x  1  4.7  
. 
x 2
 x  x  2   x 2 x  x  2 
2 2 x 2 x  x  2 x  2 x 2 x  x  2 2.0

iv) Indeterminação do tipo   


Para este tipo de indeterminação, deparamo – nos com duas situações:
Quando a expressão algébrica da função é uma função polinomial;
Quando a expressão algébrica da função é expressão irracional.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 100


Exemplos:
17. Calcular os seguintes limites:


a) lim 5 x 4  4 x 2  8
x 

Resolução:
Aplicando directamente as propriedades sobre os limites, somos conduzidos a uma
indeterminação do tipo    , isto é,

lim 5 x 4  4 x 2  8  5. 4  4. 2  8    


x 

Como a expressão algébrica da função é uma função polinomial, então, vamos levantar
a indeterminação colocando em evidência a mais alta potência de x :

  
  4 8
lim 5 x 4  4 x 2  8  lim  x 4 1  2  4     1  0  0   .
4
x  x 
  x x 

b) lim
x 
 x  x 1 
Resolução:
Aplicando directamente as propriedades sobre os limites, somos conduzidos a uma
indeterminação do tipo    , isto é,

lim
x 
 
x  x 1     1    

Vamos agora levantar a indeterminação, com ajuda da multiplicação e divisão da


expressão pelo conjugado desta.

lim  x x  1  lim
 x  x 1  x  x 1   lim  x   
2
x 1 
2

 lim
x  x  1

x  x 
x  x 1 x 
x  x 1 x 
x  x 1
x  x 1 1 1
 lim  lim   0.
x 
x  x 1 x 
x  x 1    1

3.4.5 Limite notável (Trigonométrico, exponencial e Logarítmico)


3.4.5.1 Limite notável Trigonométrico
sen x
Chama – se limite notável trigonométrico ao limite do tipo lim  1.
x 0 x

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 101


Exemplos:
tg x
18. Mostrar que lim 1
x 0 x
Resolução:
Aplicando directamente as propriedades sobre os limites, somos conduzidos a uma

0
indeterminação do tipo   , isto é,
0
tg x tg 0 0
lim  
x 0 x 0 0
sen x
Vamos levantar a indeterminação, recorrendo a relação tg x  . Assim teremos:
cos x

sen x
tg x cos x sen x sen x 1 1
lim  lim  lim  lim .  1.  1.1  1
x 0 x x 0 x x 0 x cos x x 0 x cos x cos 0

sen k  a 
19. Mostrar que lim 1
ak k a
Resolução:
Aplicando as propriedades sobre os limites, somos conduzidos a uma indeterminação

0
do tipo   , isto é,
0
sen k  a  sen k  k  sen 0 0
lim   
ak k a k k 0 0
Para mostrarmos a igualdade, temos que levantar a indeterminação, começando por
supor que:
x  k a
Como a  k  x  0 . Deste modo, tem – se:
sen k  a  sen x
lim  lim 1
ak k a x 0 x
Assim, mostramos que

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 102


sen k  a 
lim  1.
ak k a

3.4.5.2 Limite Notável Exponencial


Chama – se limite notável exponencial ao limite do tipo:

lim 1  x  x  e
1

x 0

ex 1
lim 1
x 0 x

O limite notável lim 1  x  x sugere – nos a mais um tipo de indeterminação 1 . Para  


1

x 0

levantar este tipo de indeterminação, usa – se geralmente o seguinte teorema:

Teorema:
“Sejam f x  e g x  duas funções tais que lim f x   1 e lim g x    , então
x a x a

lim  f  x 1 g  x 
lim  f x 
g x
 e x a ”.
x a

Exemplos:
20. Calcular os seguintes limites:

3 x
2x

a) lim  
x 
 x 
Resolução:
2.
3 x
2x 2x
3  3 
lim    lim   1    1  1
x 
 x  
x  x
  
Verifica – se que este limite tem indeterminação do tipo 1 . Vamos levantar a  
indeterminação, supondo que:
3 3
t  x , como x    t  0
x t
Deste modo, temos:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 103


2x 6
3   
 lim t  1 t  lim t  1t   e 6 .
6 1
lim   1
t 0  

x  x
 t 0

ex 1
b) lim
x 0 x
Resolução:
Aplicando as propriedades sobre os limites, somos conduzidos a indeterminação do

0
tipo   , isto é,
0

e x  1 e0  1 0
lim  
x 0 x 0 0
Vamos levantar a indeterminação, supondo que:
e x  1  u  e x  1  u  x  ln 1  u  e se x  0  u  0 ,

Assim temos:

ln 1  u 
1
ex 1 u 
lim  lim  lim   11  1 .
u 0 ln 1  u 
x 0 x  u 0 u 

c) lim cos 2 x  x 2
1

x 0

Resolução:
Aplicando directamente as propriedades sobre os limites, somos conduzidos a uma
indeterminação do tipo 1 .  
Vamos levantar a indeterminação:

lim cos  2 x 1



 1 cos2 x  sen 2 x   2 sen 2 x sen 2 x
cos 2 x  sen 2 x  1 xlim
1
 2 lim
lim cos 2 x  x 2  e x 0
1 lim lim 1
 e x 0  e 0  e x 0 e  e 2 
2 2 2
x x x x 0 x2
x 0 x2 e2

3.4.5.3 Limite notável logarítmico


Chama – se limite notável logarítmico ao limite do tipo:
ln 1  x 
lim 1
x 0 x

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 104


ln x
lim 1
x 1 x 1

Exemplos:
21. Calcule os seguintes limites:

ln 1  x 
2
a) lim
x 0 2x
Resolução:
Aplicando as propriedades sobre os limites, somos conduzidos a indeterminação do

0
tipo   , isto é,
0

ln 1  x  ln 1  0 ln 1 0
2
lim   
x 0 2x 2.0 0 0
Vamos levantar a indeterminação:

ln 1  x  2 ln 1  x  ln 1  x 
2
lim  lim  lim  1.
x 0 2x x  0 2x x  0 x

ln 5  x 
b) lim
x  4 4 x
Resolução:
Aplicando as propriedades sobre os limites, somos conduzidos a indeterminação do

0
tipo   , isto é,
0

ln 5  x  ln 5  4
2
ln 1 0
lim   
x 4 4 x 44 0 0
Vamos levantar a indeterminação supondo que:
x  4  t  x  t  4 , e se x  4  t  4  4  t  0 :

Assim temos:
ln 5  x  ln 5  t  4  ln 1  t 
lim  lim  lim  1.
x  4 4 x t 0 t t 0 t

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 105


3.5. Continuidade de Funções
3.5.1 Continuidade de Função num Ponto
Definição 1:
Seja f uma função real de variável real e a um ponto de acumulação do domínio de f

e pertencente a D f .

Diz – se que a função f é contínua no ponto a se e só se existir o limite de f quando x

tende para a e o valor desse limite coincide com o valor da função no ponto a . Ou seja,

existe lim f x 
f  x  é contínua em a   xa
.
lim f  x   f a 
xa

Definição 2:
Seja f uma função real de variável real e a um ponto de acumulação do domínio de f

e pertencente a D f .

Diz – se que a função f é descontínua no ponto a se não é contínua, isto é, não existe o

limite da função f quando x tende para a ou esse limite é diferente do valor da função

para x  a . Ou seja,
f  x  é descontínua em a  não existe lim f x  ou lim f x   f a  .
x a x a

Exemplos:
22. Vamos averiguar se função f é contínua no ponto x  1, sendo

 x  1 se x  1
f x    2 .
x se x  1

Resolução:

existe lim f x 
 x 1
A função f será contínua no ponto x  1 , sse  .
lim f x   f 1
 x1
Procuremos lim f x  . Como à direita e à esquerda de 1 a função está definida por
x 1

expressões designatórias diferentes, vamos determinar os limites laterais:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 106


lim f x   lim x  1  2 (limite à direita)
x 1 x 1

lim f x   lim x 2  1 (limite à esquerda)


x 1 x 1

Como os limites laterais são diferentes, então não existe o lim f x  . Deste modo, a
x 1

função f  x  não é contínua no ponto x  1 .

 x 2  1 se x  2

23. Seja g a função definida por g  x   1 se x  2 . Averiguar se g é
 x  5 se x  2

contínua no ponto x  2 .
Resolução:

existe lim g x 
 x  2
A função g será contínua no ponto x  2 , sse  .
 lim
 x2
g  x   g  2 
Procuremos lim g x  . Como à direita e à esquerda de  2 a função está definida por
x 2

expressões designatórias diferentes, vamos determinar os limites laterais:


lim g x   lim  x 2  1  3 (limite à direita)
x 2  x 2

lim g x   lim  x  5  3 (limite à esquerda)


x 2 x 2

Como os limites laterais são iguais, isto é, lim  g x   lim  g x   3 , então o lim g x   3 .
x 2 x 2 x 2

Agora vamos calcular g  2 :

g  2  1

Então, lim g x   g  2 e a função g x  não é contínua no ponto x  2 .


x 2

 x 3  5x  2 se x  0
24. A função h   
está definida em , por h x   . Estudar a
x  2 se x  0

sua continuidade no ponto x  0 .


Resolução:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 107


A função h é contínua no ponto x  0 se existir lim h x  e lim h x   h 0 . Procuremos
x 0 x 0

lim hx  . Como à direita e à esquerda de 0 a função está definida por expressões
x 0

designatórias diferentes, vamos determinar os limites laterais:


lim hx   lim x 3  5 x  2  2 (limite à direita)
x 0  x 0

lim hx   lim x  2  2 (limite à esquerda)


x 0 x 0

Como os limites laterais são iguais, isto é, lim hx   lim hx   0 , então o lim hx   2 .
x 0 x 0 x 0

Agora vamos calcular h0 :

h0  0 3  5.0  2  2

Logo, como lim hx   h0  2 , a função hx  é contínua no ponto x  0 .


x 0

3.5.2 Continuidade à direita e continuidade à esquerda num ponto de domínio


Definição 3:
Sendo a  D f , a ponto de acumulação de D f , diz – se que a função f é contínua à

direita de a sse
lim f x   f a  .
x a 

Definição 4:
Sendo a  D f , a ponto de acumulação de D f , diz – se que a função f é contínua à

esquerda de a sse
lim f x   f a  .
x a 

Exemplos:
 x  1 se x  2
25. Seja f a função definida em  , por f  x    .
x se x  2

Resolução:
Esta função não é contínua no ponto x  2 , pois não existe lim f x  , visto que:
x 2

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 108


lim f x   3 e lim f x   2
x 2  x 2

No entanto, o valor da função para x  2 é igual à direita de 2 :


lim f x   f 2  3 .
x 2 

Diz – se por isso que a função é contínua à direita de 2 .

x 2 se x  0
26. Seja f a função definida em  , por f x    .
x  1 se x  0

Resolução:
Esta função é descontínua no ponto x  0 , pois não existe lim f x  , visto que:
x 0

lim f x   0 e lim f x   1
x 0  x 0

No entanto, o valor da função para x  0 é igual ao valor do limite à esquerda de zero:


lim f x   f 0  1
x 0

Diz – se por isso que a função é contínua à esquerda de 0 .

3.5.3 Propriedades das Funções Contínuas


i) Sendo f e g funções contínuas num ponto a pertencente a D f  D g e ponto

de acumulação de D f  D g , então:

f  g; f  g; f . g;
f
g a   0,
g
são funções contínuas no ponto a .
ii) Se p  N e f é uma função contínua no ponto a , também são contínuas em

a as funções f p
e p
f (excepto se p for par e f for negativo em qualquer ponto
de domínio).

3.5.4 Continuidade num intervalo


Uma função f diz – se contínua num intervalo a, b , (subconjunto do seu

domínio) sse for contínua em todos os pontos desse intervalo.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 109


Uma função f diz – se contínua num intervalo a, b, sse for contínua em

a, b, à direita de a e à esquerda de b .

Uma função diz – se contínua sse for contínua em todos os pontos do seu
domínio.

3.5.5 Classificação dos pontos de descontinuidades


A função f  x  é descontínua no ponto a se a condição lim f x   f a  não é
x a

satisfeita. Para violar esta condição existem as seguintes possibilidades:


i)  lim f x  , mas lim f x   f a  . (descontinuidade eliminável)
xa x a

ii) O lim f x  não existe, mas a função f  x  tem limites laterais finitos no ponto
x a

a , o quer dizer que os limites laterais são diferentes. (descontinuidade de 1ª


espécie ou salto de 1ª espécie)
iii) Pelo menos um dos limites laterais são infinitos. (descontinuidade de 2ª espécie
ou salto de 2ª espécie)

Exemplo:
27. Estudar a continuidade da função f no ponto x  1, sendo

 x  1 se x  1
f x    2 . Se for descontínua, classifica – a.
x se x  1

Resolução:

existe lim f x 
 x 1
A função f será contínua no ponto x  1 , sse  .
lim f x   f 1
 x1
Procuremos lim f x  . Como à direita e à esquerda de 1 a função está definida por
x 1

expressões designatórias diferentes, vamos determinar os limites laterais:


lim f x   lim x  1  2 (limite à direita)
x 1 x 1

lim f x   lim x 2  1 (limite à esquerda)


x 1 x 1

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 110


Como os limites laterais são diferentes, então não existe o lim f x  .
x 1

Deste modo, a função f  x  é descontínua no ponto x  1 . A função tem um salto da 1ª

espécie.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 111


3.6 Exercícios Propostos
1. Aplicando todo conhecimento de cálculo acerca de limite de função resolva:

2 x3
a) lim
x 7 x 2 49
1 x  1 x
b) lim
x 0 x
3
xh 3 x
c) lim
h 0
x  0
h
x cos x  senx
d) lim
x 0 x3

x 2  2x  6  x 2  2x  6
e) lim
x 3 x 2  4x  3
sen 3 x
a) lim
x0 x
sen 5 x
b) lim
x 0 sen 2 x

3
x 1
c) lim
x 1 4
x 1

n2  n
d) lim
n 
n n

e) lim x 1  2 x
x 0

f) lim x ln 1  x   ln x
x 

n
9
g) lim n 1
n  1
2
n
1  2x  3
h) lim
x4
x 2
3
8  3x  x 2  2
i) lim
x 0 x  x2

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 112


2. Calcule, caso exista, o limite de f  x  quando x tende para 2 , sendo:

5  2 x 2 ; x2

f x   0; x2.
 x  1; x2

1  x 2 ; x2
3. Dado a função g x    , calcular, se existir:
3x; x2

a) lim g x 
x 3

b) lim g x 
x 1, 9

c) lim g x 
x 2

d) lim g x 
x 2

4. Ache os pontos de descontinuidade e caracterize - os:

f x  
x
a) .
1  x 2
1 x
b) f  x   .
1  x3

5. Diga se é contínua no seu domínio a função:

 x se x  2
f ( x)  
3 se x  2 , justifique.

6. Considere a função f , assim definida:

 x  1 se x0
f ( x)  
 x  1 se x0
, mostre que é descontínua no ponto zero.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 113


CAPÍTULO IV:

CÁLCULO
DIFERENCIAL EM
R

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 114


CAPÍTULO IV:
CÁLCULO DIFERENCIAL EM R
Pensar do cálculo diferencial meramente como uma técnica
mais avançada é perder o seu real conteúdo. Nisso, a
Matemática torna – se um modo dinâmico de pensamento e
isto é, um maior passo mental na ascendência do homem. J.
Bronowski.

4.1 Conceito de derivada


y
da função y  f x  no ponto x , o limite da razão
dy
Chama – se derivada y ,  ,
dx x
quando x tende a zero, isto é,
y f  x  x   f  x 
y ,  lim  lim ,
x  0 x x  0 x
se este limite existe.
Nota: y  f x  x   f x  é o acréscimo da função y e x  x1  x é acréscimo do

argumento x .

Exemplo:
1. Achar a derivada da função aplicando a definição:
a) f  x   2x 2
Resolução:
y f  x  x   f  x 
Vamos aplicar a fórmula y ,  lim  lim , mas antes temos que
x  0 x x  0 x
determinar: f x  x  .

Para se determinar f x  x  , devemos trocar a variável x por x  x na função

f  x   2x 2 . Assim sendo, teremos: f x  x   2  x  x  e,


2

y f  x  x   f x  2 x  x   2 x 2  0 
2
y ,  lim  lim  lim  
x 0 x x x
x 0 x 0
0
Vamos levantar a indeterminação:

2x  x   2 x 2 2 x 2  4 xx  2x   2 x 2 4 xx  2x


2 2
y ,  lim  lim  lim 
x 0 x x  0 x x  x x

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 115


x4 x  2x 
 lim  lim 4 x  2x   4 x .
x  0 x x  0

Logo;
f , x   4 x .

b) f x   x
Resolução:
y f  x  x   f  x 
Aplicando a fórmula y ,  lim  lim , mas antes temos que
x  0 x x  0 x
determinar: f x  x  (veja a resolução do exemplo anterior). Assim sendo:

f x  x  x  x e,
y f  x  x   f x  x  x  x  0 
y ,  lim  lim  lim  
x 0 x x x
x 0 x 0
0
Agora vamos achar o conjugado do numerador e seguidamente levantaremos a
indeterminação:

 lim
 x  x  x  x  x  x   lim  x  x    x
2 2

 lim
x  x  x
x 0
x  x  x  x  x 0
x  x  x  x  x 0
x  x  x  x 
x 1 1 1
 lim  lim  
x 0
x  x  x  x  x 0  x  x  x  x x 2 x
.

Logo,

f , x  
1
2 x

c) f x   x 2  2 x
Resolução:
y f  x  x   f  x 
Aplicaremos a fórmula y ,  lim  lim , mas antes devemos
x  0 x x  0 x
determinar: f x  x  .

Para se determinar f x  x  , devemos trocar a variável x por x  x na função

f x   x 2  2 x . Assim sendo, teremos:

f x  x   x  x   2x  x 
2

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 116


e,

y  lim
, y
 lim
f x  x   f x 
 lim
 
x  x   2  x  x   x 2  2 x  0 
2
 
  
x 0 x x x
x 0 x 0
0
Vamos levantar a indeterminação:

y ,  lim
x  x 2
 
 2 x  x   x 2  2 x
 lim
 x 2  2 xx  x   2 x  2x  x 2  2 x
2

x 0 x x 0 x

2 xx  x   2x x 2 x  x  2


2
 lim  lim  lim 2 x  x  2  2 x  2 .
x 0 x x 0 x x 0

Logo,
f , x   2 x  2

4.2 Derivadas Laterais


Consideram – se derivadas laterais as derivadas da esquerda e da direita da função f  x  no

ponto x as expressões:
y f  x  x   f x  y f  x  x   f  x 
f   x   lim   lim  e f   x   lim   lim 
, ,
x 0 x x  0 x x 0 x x  0 x
E para que exista a derivada da função f  x  é necessário e suficiente, que as derivadas

laterais sejam iguais, isto é, f   x   f   x  .


, ,

Exemplo:
 x 2  2; x  1
2. Calcular caso exista a derivada de f  x  no ponto x  1 se  .
x ; x 1

Resolução
Para calcularmos a derivada de f  x  , primeiro devemos determinar as derivadas

laterais e para tal aplicaremos as seguintes fórmulas:


y f  x  x   f x  y f  x  x   f  x 
f   x   lim   lim  e f   x   lim   lim 
, ,
x 0 x x  0 x x 0 x x  0 x
Comecemos por calcular a derivada da esquerda (a escolha é aleatória em relação a
primeira derivada a ser calculada entre esquerda e da direita):

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 117


f   x   lim 
, y
 lim 
f  x  x   f  x 
 lim 
 2
 
 
 x  x   2   x 2  2  0  
x 0 x x0 x x 0 x 0
Vamos levantar a indeterminação:

y ,  lim 
 x  x 2
 
 2   x2  2
 lim 
 
 x 2  2 xx  x   2  x 2  2
2


x 0 x x 0 x

 x 2  2 xx  x   2  x 2  2  2 xx  x  x  2 x  x 


2 2
 lim   lim   lim   lim   2 x  x   2 x
x 0 x x 0 x x 0 x x 0

Como pede – se para que se calcule a derivada no ponto x  1 , vamos substituir a

variável x por 1 , isto é, f   x   f ' 1 . Assim teremos: f  x   f  1  2.1  2 .


' ' '

Logo, a derivada da esquerda da função f x    x 2  2 no ponto x  1 é f  1  2


'

Agora vamos determinar a derivada da direita:


y f x  x   f x  x  x   x   0 
f  x   lim   lim   lim 
,
x 0 x x0 x x 0 x  0 

Vamos levantar a indeterminação:

y ,  lim 
x  x   x  lim 
x  x  x
 lim 
x
1
x 0 x x  0 x x 0 x

Como pede – se para que se calcule a derivada no ponto x  1 , e a derivada encontrada

é uma constante então: f  x   f  1  1 .


' '

Logo, a derivada da direita da função f x   x no ponto x  1 é f  1  1


'

Conclusão: como as derivadas laterais são diferentes, isto é, f   x   f   x  , então não


' '

existe a derivada de f  x  no ponto x  1 .

4.3 Derivada Infinita


y f  x  x   f  x 
Se em um ponto determinado temo, que lim  lim   , diz – se que
x  0 x x  0 x
a função contínua f  x  tem derivada infinita no ponto x .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 118


Exemplo:

3. Achar f ' 0 para a função f x   3 x .


Resolução
y f  x  x   f  x 
Vamos aplicar a fórmula f ' x   lim  lim :
x 0 x x  0 x

y f  x  x   f  x  3
x  x  3 x  0 
f '  x   lim  lim  lim  
x 0 x x x
x 0 x 0
0
Vamos levantar a indeterminação, conjugando o numerador:


3

 2

x  x  3 x  3 x  x   3 x  x 3 x  3 x 2 
  lim
 
3
3
x  x  3 x     3

f x   lim
,
x 0

2

x 3 x  x   3 x  x 3 x  3 x 2 

  x 0
x 3 x  x   3 x  x

2
  x  
3 3
x2 


x  x  x x
 lim  lim 
x 0
x 3 x  x  

2

3
x  x  x 
3 3
x2 

x 0
x 3 x  x  

2
3
x  x  x 
3 3
x2 


 lim
1

1 .
x 0 3 x  x 2 


3
x  x  
3
x  x 

3 2 3
3 x 2

Substituindo zero na derivada encontrada teríamos f ' 0 


1
3
 .
3 0

4.4 Interpretação Geométrica da Derivada


Se a função f  x  tem derivada no ponto xo igual a f ,  x0  , então o gráfico desta função

tem no ponto M x0 ; f x0  uma tangente, sendo o seu coeficiente angular igual a f ,  x0  .

Isto é, a equação da tangente ao gráfico de f x  no ponto Mé

y x   f ,  x0 x  x0   f x0  . A equação da normal, isto é, a recta que passa pelo ponto

tangencial M x0 ; f x0  e perpendicular à tangente é

yx     x  x0   f  x0  .
1
f x0 
,

Sejam x t  , y t  as coordenadas dum ponto N , no plano, no momento t e sejam i e j



dois vectores unitários perpendiculares. O vector r  ON podemos escrever

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 119


r t   xt  i  yt  y
e a sua derivada
r , t   x , t  i  y , t  y .

Esta derivada r , t  expressa o vector velocidade instantânea do ponto N no momento t

e está orientado segundo a tangente à trajectória.

Exemplos:
4. Pelos pontos A2 ; 4 e B 2  x ; 4  y  da curva y  x 2 passa a secante AB .

Ache o valor do coeficiente angular desta secante se x  1 . Qual é o valor do


coeficiente angular da tangente à esta curva no ponto A ?
Resolução.
O ponto A tem as coordenadas x A  2 , y A  4 e o ponto B tem as coordenadas

xB  2  x , y B  4  y . O coeficiente angular da secante AB é:

y B  y A 4  y  4 y
k1   
x B  x A 2  x  2 x

Se x  2 e x  1 , então y  2  1  2 2  5 , portanto, k1 
5
 5 . O coeficiente angular
2

1
da tangente à curva y  x 2 , no ponto A2 ; 4 , é igual à y , 2  . Calculando a derivada de

y  x 2 , quando x  2 , temos k 2  y , 2  4 .

5. A lei de movimento dum ponto no eixo OX dá-se pela fórmula xt   10 t  5t 2 ;

onde t é o tempo (em segundos) e x é a distância (em metros). Ache a


velocidade média do movimento, no intervalo de tempo 20  t  20  t , e calcule
essa velocidade se t  1 , t 0  20 .

Resolução.
A velocidade média é igual ao quociente do espaço percorrido sobre o tempo que o
ponto levou a percorrer esse espaço. Assim,

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 120


xt  t   xt 0  10 t 0  t   5 t 0  t   10t 0  5t 0
2 2

vm t 0   0   10  10t 0  5t .
t t
A velocidade média, no intervalo de tempo 20  t  20  t , t  1 é:
10  10 . 20  5 . 1  215 m/ s .

6. Que ângulo forma com o eixo das abcissas a tangente à curva yx   x  x 2 no

ponto com abcissa x  1 ?


Resolução.
O coeficiente angular da tangente ao gráfico da função yx   x  x 2 , no ponto com

abcissa x  1 , é igual à y , 1 . Assim,


3
k t  tg   1  2 x x 1  1    .
4

4.3 Regras de Derivação de Funções


Para se achar a derivada de uma função podemos recorrer também ao uso de regras de
derivação que são apresentados a seguir:

Sendo c uma constante e u   x  , v   x  funções que possuem derivadas, então

teremos:

a) Derivada de uma constante: c   0


,

b) Derivada de uma soma: u  v   u '  v '


'

c) Derivada de uma diferença: u  v   u '  v '


'

d) Derivada do produto de uma constante e uma função: cu   cu '


'

e) Derivada de um produto: u.v   u ' v  u.v '


'

 u  u v  u.v
' ' ,
f) Derivada de um quociente:    v  0
v v2

g) Derivada de uma função potencial: x n  n.x n1 .   ,

h) Derivadas de funções trigonométricas:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 121


i. sen x ,  cos x

ii. cos x ,   sen x

iii. tg x ,  1
cos2 x

iv. ctg x ,   1
sen 2 x
i) Derivadas de funções trigonométricas inversas:

i. arc sen x ,  1
x  1
1 x2

ii. arc cos x ,   1


x  1
1 x2

iii. arc tg x , 
1
1 x2

iv. arc ctg x , 


1
1 x2
j) Derivada de funções exponenciais:

i. a   a
x , x
ln a a  0
ii. e   e
x , x

k) Derivada de funções logarítmicas:

i. ln x , 
1
x  0
x

ii. log  x ,
a 
1
x ln a

log ea
x
x  0, a  0

Exemplo:
7. Aplicando as regras de derivação, calcule as derivadas das seguintes funções:
a) y  x 2  2
Resolução
Para a derivar esta função devemos aplicar a regra de derivação para a soma de
funções:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 122


 
,
 
y ,  x 2  2  y ,  x 2  2,  y ,  2 x .
,

b) y  2 x 3  5 x 2  x
Resolução
Aplicamos a regra de derivação para o caso da soma e diferença de funções:

  ,
   
y ,  2x 3  5x 2  x  y ,  2 x 3  5x 2  x  y ,  6 x 2  10 x  1
, , ,

c) y  x 3 . sen x
Resolução
Aplicamos a regra de derivação para o caso quando temos produto de duas funções,
onde vamos considerar u x   x 3 e v x   x 3 . Assim teremos:

   
y ,  x 3 sen x  y ,  x 3 sen x  x 3 sen x  y ,  3x 2 . sen x  x 3 cos x .
, , ,

ax 4  b
d) f x  
ab
Resolução

Sabe – se que o denominador a  b é constante. Sendo assim, podemos retira - lá


debaixo do sinal da derivada e a função automaticamente deixa de ser derivada de um
quociente, mas sim derivada do produto de uma constante e uma função. Aplicando a
regra de derivação do produto de uma constante e uma função, tem – se:
,
 ax 4  b 
f x   
,
  f , x  
1
ax 4

 b  f , x  
, 1
4ax   f x 
3 , 4a 3
 ab  ab ab ab

2x  2
e) y 
5x  1
Resolução
Aplicamos inicialmente a regra de derivação de um quociente e de seguida, a regra de
uma soma e de uma diferença:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 123


 2x  2 
y,  
,
2 x  2 5x  1  2 x  2. 5x  1  y ,  25x  1  52 x  2 
, ,

 y 
,

 5x  1  5x  12 5x  12


10 x  2  10 x  10 12
 y,   y,   .
5x  1 2
5x  12

ax
f) f x    ln x
2x
Resolução
Inicialmente aplicamos a regra de derivação duma soma e de seguida a regra do
quociente:

 ax
f x   
,
 ln
,

,
 ax 
x   f , x      ln x   f , x  
,  
a x .2 x  a x 2 x  1
, ,
 
 2x   2x  2 x 2 x
x
ln a  2a x 1
 f ,
x   2 x a 
4x 2 x

4.4 Derivadas de Função Composta


A regra de derivação de uma função de função ou de uma função composta que
também é conhecida por “regra de cadeia” consiste em:
Se uma função y  f u  e u  g x  , isto é, y  f g x  , onde as funções y e u
dy dy du
possuem derivadas, então, y x  yu u x ou 
, , ,
. .
dx du dx
A regra de derivação de função composta é aplicada à qualquer número finito de
funções que podem ser derivadas.

Exemplos:

8. Achar a derivada da função f x   x 3  2 .  


7

Resolução
Supondo que u  x 3  2 , teremos uma função composta do tipo f  x   u 7 . Aplicando a

regra de derivação de função composta temos:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 124


  
f , x  u 7  7u 6 . u ,  7 x 3  2
,
 x
6 3

,
   
6
 2  7. x 3  2 . 3x 2

9. Achar a derivada da função f  y   2a  3by  .


2

Resolução
A variável independente é y . Denotemos 2a  3by  u . Então f  y   u 2 e:

f ,  y   2u.u ,  22a  3by 


. 2a  3by   22a  3by .3b  6b 2a  3by   12ab  18b 2 y
,

10. Calcule a derivada da função f x   cos3 x .


Resolução
Vamos supor que cos x  t , então f x   t 3 . Aplicando a regra de derivação de funções

compostas, teremos: f , x   3t 2 .t ,  3 cos x cos x   3 cos x . sen x .


,

4.5 Derivada Logarítmica


Chama – se derivada logarítmica da função y  f x  a derivada do logaritmo desta

função, isto é,

y, f , x 
ln y ,   .
y f x 
A logarítmação prévia da função facilita, em alguns casos, o cálculo de suas derivadas.

Exemplos:
11. Achar a derivada da função exponencial composta y  u v , onde u   x  e

v   x  são diferenciáveis.
Resolução
Primeiro vamos logaritmizar a função exponencial composta y  u v ambos membros:
ln y  v ln u
De seguida vamos derivar ambos os membros da igualdade ln y  v ln u em relação a x :

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 125


 v 
ln y ,  v ln u ,  1 y ,  v , ln u  v ln u  
, 1 , 1
y  v , ln u  v u ,  y ,  y  v , ln u  u ,  
y y u  u 

 v 
 y ,  u v  v , ln u  u ,  .
 u 

1 x
12. Achar y , , se y  3 x 2 sen 3 x cos 2 x .
1 x 2

Resolução
1 x
Logaritmizemos a função y  3 x 2 sen 3 x cos 2 x ambos membros:
1 x 2

3 2 1 x 2 
 23 1  x 
ln y  ln  x sen x cos x   ln y  ln  x
3
sen 3 x cos2 x  
 1  x 2
  1  x 2

Aplicando as propriedades dos logaritmos, teremos:

ln y 
2
3
 
ln x  ln 1  x   ln 1  x 2  3 ln sen x  2 ln cos x

Derivamos ambos membros da igualdade em relação x :


,

 
ln y    2 ln x  ln 1  x  ln 1  x 2  3 ln sen x  2 ln cos x 
,

3 


1 ,
y 
2

1
3x 1  x
 
1  x ,  1 2 1  x 2 ,  3 sen x ,  2 cos x , 
y 1 x sen x cos x

1 , 2 1 2x 3 cos x 2 sen x  2 1 2x 
 y       y,  y     3 cot g x  2 tg x  
y 3x 1  x 1  x 2
sen x cos x  3x 1  x 1  x
2

1 x  2 1 2x 
 y,  3 x2 sen 3 x cos2 x     3 cot g x  2 tg x .
1 x  3x 1  x 1  x 
2 2

13. Achar y , , se y  sen x  .


x

Resolução

Vamos logaritmizar ambos os membros da função y  sen x  :


x

ln y  ln sen x   ln y  x ln sen x
x

Derivamos ambos os membros da igualdade em relação x :

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 126


ln y ,  x ln sen x ,  1 y ,  x , ln sen x   x ln sen x ,  1 y ,  ln sen x   x 1
sen x , 
y y sen x

 y ,  ln sen x    y ,  ln sen x   x cot g x  y ,  y ln sen x  x cot g x  


1 x cos x 1
y sen x y

 y ,  sen x  ln sen x  x cot g x  .


x

4.6 Derivadas de funções que não são dadas explicitamente


4.6.1 Derivada de função inversa
Se a derivada da função y  f x  é diferente de zero, isto é, y ' x  0 , então a derivada da

função inversa x  f 1
 y  será dada por:
1 dx 1
x' y  '
ou  .
yx dy dy
dx
Exemplos

14. Achar a derivada x y se: y  3x  x .


' 2

Resolução:
Vamos determinar a derivada da função para verificarmos se ela é diferente de zero.

   
y ' x  3x  x 2  3x   x 2  3  2 x ,
' ' '

como a derivada é diferente de zero, então a derivada da função inversa é:


1 1
x' y   x' y  .
'
yx 3  2x

1
15. Achar a derivada x ' y se y  x  sen x .
2
Resolução:
Determinamos a derivada da função para verificarmos se ela é diferente de zero.

2  cos x
' '
  1 
y ' x   x  sen x   x    sen x   1  cos x 
1 1
'
,
 2  2  2 2
como a derivada é diferente de zero, então a derivada da função inversa é:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 127


1 1 2
x' y   x' y   .
'
yx 2  cos x 2  cos x
2
x
16. Achar a derivada x '
y se y  0,1 x  e .
2

Resolução:
Vamos determinar a derivada da função para verificarmos se ela é diferente de zero.
' '
 x
  2x  x
 x
' x
y x   0,1 x  e   0,1 x    e   0,1  e .    0,1  e 2 ,
' 2 ' 2
1
    2 2

como a derivada é diferente de zero, então a derivada da função inversa é:


1 1
x' y  '
 x' y  x
.
yx 1
0,1  e 2
2
4.6.2 Derivada de funções dadas em forma paramétrica
Se a dependência entre a função y e o argumento x é dada através do parâmetro t ,

dy
 x   t  '
yt dy dt
 , então, y ' x  ' ou  .
 y   t  xt dx dx
dt

Exemplos:
dy
17. Calcular a derivada y '  para as funções y , dadas em forma paramétrica:
dx

 x  2t  1
a) 
y  t
3

Resolução:
dy dx
Vamos encontrar e :
dt dt
dy dx
 3t 2 e 2
dt dt
Então:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 128


dy
dy dt 3t 2
  .
dx dx 2
dt

 1
x  t  1

b)  2
 y   t 
  t  1
Resolução:
Encontramos

 t   t  1  t   t  1 
'
dy  t  t  2t
2   2  2 
 2   2

 t  1  t  1  t  1   t  1   t  1   t  1  t  1
3
dt

e
dx 1
 .
dt t  12
De seguida:
2t
t  1 2t t  1
3 2
dy 2t
   .
dx

1 t  1 3
t 1
t  12

 x  a cos 2 t
c)  a, b 
 y  b sen 2 t

Resolução:
Encontramos

 2b sen t sen t   2b sen t cos t


dy '

dt
e

 2a cos t cos t   2a cos t sen t .


dx '

dt

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 129


De seguida:
dy 2b sen t cos t b
  .
dx  2a cos t sen t a

4.6.3 Derivada da função implícita


Se a dependência entre x e a função diferenciável y é dada de forma implícita

F x, y   0 , para encontrar – se a derivada y ' x  y ' , nos casos mais simples, é suficiente:

i) Calcular a derivada quanto a x do primeiro membro da equação F x, y   0 ,

considerando y função de x ;

F  x, y   0 ; e
d
ii) Igualar esta derivada a zero, isto é, supor que
dx
iii) Resolver a equação obtida em relação a y ' .

Exemplos:
18. Achar a derivada y ' x , se x 3  y 3  3axy  0 .
Resolução:
Vamos determinar a derivada do primeiro membro da igualdade x 3  y 3  3axy  0 e

igualando – a zero, teremos:

x 3
'
 
 y 3  3axy  0  3x 2  3 y 2 y '  3a y  xy '  0

Resolvendo a equação em relação a y ' , teremos:

   
3x 2  3 y 2 y '  3a y  xy '  0  3 y 2 y '  3axy '  3ay  3x 2  y ' 3 y 2  3ax  3ay  3x 2 

3ay  3 x 2 ay  x 2
y  2
'
y  2
'
.
3 y  3ax y  ax

dy
19. Achar a derivada y '  se 2 x  5 y  10  0 .
dx
Resolução:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 130


Vamos determinar a derivada do primeiro membro da igualdade 2 x  5 y  10  0 e

igualando – a zero, teremos:

2 x  5 y  10'  0  2  5 y '  0
Resolvendo a equação em relação a y ' , teremos:
' 2
2  5 y '  0   5 y '  2  y ' 
5

20. Achar a derivada y ' 


dy
se x 3  y 3  a 3 , a   .
dx
Resolução:
Vamos determinar a derivada do primeiro membro da igualdade x 3  y 3  a 3 e

igualando – a zero, teremos:

x 3

'
 y 3  a 3  0  3x 2  3 y 2 y '  0

Resolvendo a equação em relação a y ' , teremos:

' x2
3 x 2  3 y 2 y '  0  3 y '  3 x 2  y '   .
y2

4.7 Derivadas de Ordens Superiores


4.7.1 Definição de Derivadas de Ordens Superiores
Derivada de segunda ordem ou segunda derivada da função y  f x  chama – se a

derivada da sua derivada, isto é, y ' .   '

A segunda derivada ou derivada de segunda ordem designa – se por:

d2y
y '' ou ou f '' x 
dx 2
Em geral, a derivada de enésima ordem da função y  f x  é a derivada da derivada de

ordem n  1 . A derivada de enésima ordem designa – se por:

dny
y n 
ou ou f n x 
dx n

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 131


Exemplos:
21. Achar a derivada de segunda ordem da função: y  3x 3  x 2  6 .
Resolução
Para calcular a segunda derivada, primeiro devemos achar a derivada de primeira
ordem e de seguida calculamos a segunda derivada:

 
,
y '  3x 3  x 2  6  y '  9 x 2  2 x (primeira derivada)
Assim,

 ,
y ''  9x 2  2x  y ''  18x  2 (derivada de segunda ordem)

22. Achar a derivada da terceira ordem da função f x   ln x  1  sen x .


Resolução:
Os procedimentos de resolução são análogos aos do exemplo anterior:

f '  x   ln  x  1  sen x   f '  x   .  x  1  cos x  f '  x  


1 1
 cos x . (primeira
' '

x 1 x 1
derivada)

Calculamos a segunda derivada:


'
 1 
f x    .  cos x   f '' x   
1
''
 sen x .
 x 1  x  12
Assim, temos a derivada de terceira ordem:

2 x  1
'
 
f x     x   f ''' x    cos x  f ''' x  
1 2
'''
 sen  cos x .
 x  1 x  1 x  13
2 4

23. Achar a derivada de segunda ordem da função y  ln 1  x  .

Resolução:
Calculamos a primeira derivada:

y '  ln 1  x   y '  . 1  x   y '  


' 1 ' 1
1 x 1 x

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 132


Assim, teremos a segunda derivada:
'
 1  1
y  
''
.  y ''  
 1 x  1  x 2

4.7.2 Fórmula de Leibniz


Se as funções u  f x  e v  g x  têm derivadas até enésima ordem inclusive, para

calcular a derivada enésima do produto destas funções, pode – se empregar, então, a


fórmula de Leibniz:
n n  1 n  2  ,,
uv n  u n  v  n.u n 1v ,  u v    u.v n . (Fórmula de Leibniz)
1. 2

4.7.3 Derivadas de ordens Superiores de Funções dadas em Forma Paramétrica


 x   t 
Se  , então, suas derivadas
 y   t 

dy '' d2y
y x  , y xx  2 ,
'

dx dx
podem ser calculadas, sucessivamente, pelas fórmulas:

   y  y 
' '
y 't '
' ''
y x  ' , y '' xx  y ' x 
' x t '' ' xx t
x
'
, y xxx
'
, etc.
xt xt xt
Exemplo:
 x  a cos t
24. Achar y '' , se 
 y  b sen t.
Resolução:
Primeiro calculamos a primeira derivada:

yx 
' b sen t  t
'

b. cos t b
  ctg t.
a cos t ' t  a sen t a

Assim sendo, teremos a segunda derivada:


'
 b  b 1
  ctg t  t  .
   a sen 2 t   b .
a
y '' x
a cos t  t
'
 a sen t a 2 sen 3t

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 133


 x  ln t
25. Achar y '' , se 
y  t .
3

Resolução:
Primeiro calculamos a primeira derivada:

yx ' t 
3 '
t

3 t2
 3 t 3.
ln t ' t 1
t
Assim sendo, teremos a segunda derivada:

y ''

3t 3 '
t

9t 2
 9t 3 .
ln t ' t
x
1
t

4.8 Diferenciais de primeira ordem e de ordens superiores


4.8.1 Diferencial de primeira Ordem
Chama – se diferencial (de primeira ordem) da função y  f x  em ponto x à parte principal

de seu acréscimo y  f x  x   f x  , quando x  0 , linear quanto ao acréscimo


x  dx da variável independente x . A diferencial de uma função é igual ao produto de
sua derivada pela diferencial de variável independente:
dy  y ' dx

Daí
dy
y' 
dx
A função que tem diferencial denomina – se função diferencial.

Exemplo:
26. Achar o acréscimo e a diferencial da função y  3x 2  x .

Resolução:
Primeiro vamos achar o acréscimo da função aplicando a seguinte fórmula
y  f x  x   f x  :

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 134


 
y  3x  x   x  x   3x 2  x  y  3 x 2  2 xx  x   x  x  3x 2  x 
2 2

 y  3x 2  6 xx  3x   x  x  3x 2  x  y  6 xx  3x   x 


2 2

y  6 x  1x  3x  .
2

Então a diferencial da função será:


dy  6 x  1x  6 x  1dx
Ou podemos achar a primeira derivada da função e aplicarmos directamente a fórmula
dy  y ' dx .

Assim tem – se:

 
'
y '  3x 2  x  y '  6 x  1; dy  6 x  1 dx

27. Calcular y e dy da função y  3x 2  x para x  1 e x  0,01.

Resolução:
Partindo do exemplo anterior tem – se:

Acréscimo da função: y  6 x  1x  3x   5.0,01  3.0,01  0,0503 .


2 2

E a diferencial da função: dy  6 x  1x  5.0,01  0,05 .

4.8.2 Propriedades fundamentais das diferenciais


i. dc  0, onde c é uma constante.

ii. dx  x , onde x é variável independente.


iii. d cu   c du .

iv. d u  v   du  dv .

v. d uv   u dv  v du .

 u  v du  u dv
vi. d  v  0 .
v v2

vii. d f u   f ' u  du .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 135


4.8.3 Aplicação da diferencial para cálculos aproximados
Se o acréscimo x , do argumento x , é pequeno por sua grandeza absoluta, então, a
diferencial dy da função y  f x  e o acréscimo y da função são iguais,
aproximadamente, entre si, y  dy , isto é,

f x  x   f x   f ' x x

Donde:
f x  x   f x   f ' x  x .

Exemplo:
28. Em quanto aumentará, aproximadamente, o lado do quadrado, se sua área
aumenta de 9 m 2 a 9,1 m 2 .

Resolução:
Se x é a área do quadrado e y , seu lado, então:

y x.

Pelas condições dadas:


x  9; x  0,1
Calculamos, aproximadamente, o acréscimo y do lado do quadrado:

1 1
y  dy  y ' x  . x , como x  9; x  0,1 , então y  dy  .0,1  0,017
2 x 2 9

4.8.4 Diferenciais de ordens Superiores


Chama – se diferencial de segunda ordem quando o acréscimo fixo da variável
independente x  dx , a diferencial da diferencial de primeira ordem: d 2 y  d dy  . De

forma análoga determinam – se as diferenciais de terceira e ordens sucessivas.

Se y  f x  e x é variável independente, então:

d 2 y  y '' dx  , d 3 y  y ''' dx   d n y  y n  dx  .


2 3 n

Se y  f u  , donde u   x  , então:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 136


d 2 y  y '' du   y ' d 2 u, d 3 y  y ''' du   3 y '' du . d 2 u  y ' d 3u, etc.
2 3

4.9 Funções Marginais


4.9.1 Custo Marginal
O custo marginal é um dos conceitos chave de toda a economia. O custo marginal
abreviada por (CMa) representa o custo adicional, ou suplementar, que ocorre aquando
da produção adicional de uma unidade de produto.

Exemplo:
29. Considere que a empresa McGany,Lda está a fabricar 1000 discos compactos,
com um custo total de 10.000,00 Mts . Se o custo total para produzir 1001 discos

for de 10.006,00 Mts , então o custo marginal de produção do 1001o disco é de

6,00 Mts .

Por vezes, o custo marginal de produção de uma unidade adicional é muito pequeno.

Exemplo:
30. Para uma companhia de aviação LAM que tenha lugares vagos, o custo adicional
de mais um passageiro é apenas o sumo/refresco e uma sanduíche; não é
necessário capital (um avião) nem trabalho (pilotos e assistentes) adicionais.
Noutros casos, o custo marginal de uma outra unidade de produto pode ser bastante
grande.

Exemplo:
31. Considere uma companhia de electricidade. Em circunstâncias normais, pode
gerar energia suficiente fazendo funcionar apenas as suas centrais mais
eficientes, com menores custos. Mas num dia de verão, quando muita gente liga
o ar condicionado, a procura de electricidade é elevada e a companhia vê – se
forçada a pôr em funcionamento os seus velhos geradores ineficientes e de custos

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 137


elevados. Esta energia eléctrica adicional tem um custo marginal elevado para a
companhia.

4.9.2 Receita Marginal


A receita marginal (RMa) é a variação da receita que deriva da venda de uma unidade
adicional. A RMa pode ser positiva ou negativa.

Para calcular a receita marginal subtrai – se a receita total das produções consecutivas.
Quando subtraímos a receita total, que se obtém pela venda de q unidades da receita
total que obtém pela venda de q  1 unidades, a diferença é a receita adicional ou a

receita marginal.

4.9.3 Lucros
Os contabilistas definem os lucros como a diferença entre as receitas totais e os custos
totais. Para calcular os lucros partimos das receitas totais das vendas. Subtrai – se todas
as despesas (salários, ordenados, rendas, custos das matérias primas, juros, impostos
sobre as vendas e outras despesas). O que sobra é um resíduo designado por “lucro”.

4.9.4 Custo Médio ou Custo Unitário


Tal como o custo marginal, o custo médio (CMe) é um conceito amplamente utilizado
nas empresas. Ao compararem o custo médio com o preço, ou receita média, as
empresas podem determinar se estão, ou não a gerar lucro. O custo médio é o custo total
dividido pelo número total de unidades produzidas.

custo total CT
Custo Medio    CMe
producao q

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 138


4.9.5 Propensão Marginal para consumo e para poupança
4.9.5.1 Propensão Marginal para o consumo
A propensão marginal para o consumo (PMC) é o montante adicional de consumo quando
as pessoas recebem uma unidade monetária adicional de rendimento.

O termo “marginal” é usado em economia para significar “adicional” ou


“suplementar”. Por exemplo, “custo marginal’ significa o custo adicional de produção
de uma unidade suplementar de produto. A “propensão para o consumo” designa o
nível desejado de consumo. Propensão Marginal para o Consumo, portanto, é o
consumo adicional ou suplementar que resulta de uma unidade monetária adicional de
rendimento.

4.9.5.2 Propensão Marginal para a Poupança


Juntamente com a propensão marginal para o consumo existe o seu reverso, a
propensão marginal para a poupança, ou PMP. A propensão marginal para a poupança
define – se como a parcela de uma unidade monetária adicional de rendimento
disponível que se destina à poupança adicional.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 139


4.10. Exercícios Propostos

1. Achar o acréscimo da função y  x 2 , correspondente à transposição do

argumento:
a) De x  1 a x1  2

b) De x  1 a x1  1,1

2. Achar a derivada das funções abaixo aplicando a definição:


a) y  2 x 2  2 x

b) y  x2

c) y  x 2  x  2

d) y  x 3

e) y  x

3. Calcular f , (2) se f ( x)  2 x 2 e f , (8) se f ( x)  3 x , aplicando a definição.

4. Achar as derivadas das seguintes funções:


a) y  4 x 7  4 x 4  9 x  3

b) f t   at m  bt m n

c) y  x 7 .e x
a  bx
d) f  x  
c  dx
2 1
e) y  
2x  1 x

ax 2  b
f) g x  
a2  b2

1 z
g) y 
1 z
h) y  x 5  4 x  2 x  3

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 140


i) y  x 2 .3 x 2
j) y  5senx  3 cos x
k) y  tgx  ctgx

x3
l) y  x 3 . ln x 
3

5. Achar as derivadas das seguintes funções:

a) y  (3x  5 x 3 ) 5

b) y  (4 x 3  x 2  4) 5

c) f x   2 p

x2 6
d) y  ( )
3x  1
e) y  ln x  1  ln  
x 1

f) y  x 2 .10 2 x
g) y  lg senx

h) y  (3  2 x 2 ) 4

6. Achar a derivada x , y , se

a) y  2 x  ln x

b) y   ln 2
x
3
c) y  
5x
a  
a
d) y  tg x
tg x
e) y 
cot g x

f) y  cos2 x.senx 3

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 141


dy
7. Achar a derivada y ,  para as funções dadas em forma paramétrica:
dx

 1
x  t  1

a)  2
 y   t 

  t  1

x  t 2  1

b)  t 1
y  2
 t 1

 x  e t

c) 
 y  e 2t

 x  4t 2  2t
d) 
 y  t 2

 x  t
e) 
 y  3 t

dy
8. Achar a derivada y ,  das seguintes funções implícitas y:
dx
a) 8 x 2  7 xy 2  7 y  0

x2 y2
b)  1
a2 b2
c) y  0,3.sen y  x
x y
d) y 3 
x y

e) 6 x  7 y 2  7  0
y
f) y 2  x  ln , quando x  1 e y  1.
x

9. Achar as derivadas de segunda ordem das seguintes funções do número 3.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 142


x 2  2x  2
10. Demonstrar que a função y , satisfaz a equação diferencial
2
1  y , 2  2 yy ,, .

d2y
11. Achar das seguintes funções do número 6.
dx 2

12. Achar as diferenciais das seguintes funções, dadas de forma implícita:


a) ( x  y ) 2 .(2 x  y ) 3  1
x

b) y  e y

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 143


CAPÍTULO V:

CÁLCULO INTEGRAL

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 144


CAPÍTULO V:
CÁLCULO INTEGRAL

5.1 Primitiva e Integral Indefinido


Uma função F  x  é chamada uma primitiva da função f  x  em um intervalo I , se para

todo x  I , tem-se:
F ' x   f x  .

Exemplo:

x5
1. A função F x   é uma primitiva da função f x   x 4 , pois
5
5x 4
F ' x    x 4  f x , x   .
5
x5 x5
2. As funções T x    9 , H x    2 também são primitivas da função
5 5
f  x   x 4 , pois T ' x   H ' x   f x  .

Sejam F1 x  e F2 x  duas primitivas de f  x  , isto é, F '1 x   f x , F ' 2 x   f x  , então,

F1 x   F2 x   C , onde C é uma constante qualquer. Ao conjunto de todas as primitivas

da função f  x  em E chamaremos Integral Indefinido da função f  x  . A denotação

usada é

 f x dx  F x  C ,
onde C é uma constante qualquer.

Enumeremos algumas propriedades do integral indefinido:

a) Se F ' x   f x  , então  f x dx  F x  C


b)  f x dx    f x dx ,  é uma constante   0

c)   f x  g xdx   f xdx   g xdx

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 145


d) Se  f x dx  F x  C e u   x é diferenciável, então  f u du  F u   C
Vejamos agora o integral de algumas funções com que nos deparamos constantemente:

x n1
i)  x dx  n  1  C, n  1
n

 ln  x   C
dx
ii)  x
x0

dx 1 x 1 x
iii) x 2
a 2
 arctg  C   arcctg  C
a a a a
dx 1 xa
iv) x 2
a 2
 ln
2a x  a
 C, a0

dx 1 ax
v) a 2
x 2
 ln
2a a  x
 C, a0

dx
vi)  x a
2
 ln x  x 2  a  C , a0

dx x x
vii)  a x
2 2
 arcsen
a
 C   arccos  C , a  0
a

ax
viii)  a dx  ln a  C, a  0, a 1
x

ix) e dx  e x  C
x

x)  sen x dx   cos x  C
xi)  cos x dx  sen x  C
dx
xii)  cos x  tg x  C
2

dx
xiii)  sen 2
x
 ctg x  C

dx x 
xiv)  cos x  ln tg  2  4   C  ln tg x  sec x  C
dx  x
xv)  sen x  ln tg  2   C  ln cos ec x  ctg x  C

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 146


Exercícios Resolvidos:
Para resolver estes exercícios, aplicaremos directamente as regras de integração de
integração:

  x3 x 2
1. 2 x  x  6 dx   2 x dx   x dx   6 dx  2 x dx   x dx  6 dx  2. 
2 2 2
 6x  C
3 2

 8x  x5 x3
2. 4
 5 x 2 dx   8x 4 dx   5 x 2 dx  8 x 4 dx  5  x 2 dx  8.  5.  C
5 3
3
1
x2 x3 2 x 2 px
3.  2 px dx   2 p x dx  2 p  x dx  2 p
3
 C  2 2p
2
3
C 
3
C

2
4.  x  1x   
 1 dx   x 3  x 2  x  1 dx   x 3 dx   x 2 dx   x dx   dx 
2

x4 x3 x2
    xC
4 3 2
 1
  cos x  x  dx   cos x dx   x dx  sen x  ln x   C
1
5.

dx 1 x
6. x 2
7

7
arctg
7
C

5.1.1 Integração Mediante a Introdução sob sinal de diferencial


A regra d) amplia consideravelmente a tabela dos integrais imediatos. Precisamente
graças a esta regra a tabela de integrais é válida, independentemente de que a variável
de integração seja uma variável independente ou uma função diferenciável.

Exercícios Resolvidos:

d  x  3 x  3 2
1

   x  3 d x  3 
dx 1

 

7. 2 C  2 x3 C
x3 x3 1
2
x dx 1 d x2  1
8.  
2  1 x2
 ln x  1  x 4  C
1 x4   2 2

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 147


a d a  x 
9.  a  x dx  a  ax
 a ln a  x  C

2x  3  2  2dx d 2 x  1
10.  2 x  1 dx   1  2 x  1 dx   dx   2 x  1   dx   2x  1
 x  ln 2 x  1  C

x dx x  1  1 dx  x  1 dx  dx  dx  d x  1 
11.  x  1 2

x  12  x  12  x  12  x  1  x  12

   x  1 d  x  1  ln x  1 
dx 1

2
C
x 1 x 1

5.1.2 Método de substituição


5.1.2.1 Substituição ou troca de variável no Integral Indefinido
Seja x   t  uma função definida e diferenciável em Et  R1 e seja E x  R 1 o seu

contradomínio. Seja y  f x  uma função definida em E x e que possui, neste intervalo,

primitiva F(x). Então, em E x , a função F  t  é primitiva de f  t  ' t  , isto é,

 F  t  t  dt  F  t   C
'

Exercícios Resolvidos:
dx
i) Achar  xa
Resolução:
Vamos fazer a substituição u  x  a , então du  d x  a   dx . Assim sendo, temos:
dx du
 xa   u
 ln u  C  ln x  a  C .

dx
ii) Ache  3  2x
.

Resolução:

Façamos a substituição t  3  2 x . Então dt  d 3  2 x   2dx  dx   dt . Deste modo,


1
2
termos:
dx 1 dt 1 dt
 3  2x
 
2 t
 
2 t
  t  C   3  2x  C

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 148


iii) Ache x x  1 dx .

Resolução:

Vamos substituir t  x  1 , onde x  t 2  1 e dx  2t , então:

    t  t  C  x  1 2   x  1 2  C .
2 5 2 3 2 2
5 3

 x x  1 dx   t  1 t.2t dt  2 t  t dt 
2 4 2

5 3 5 3

x
iv) Ache  1 x2
dx .

Resolução:

Facilmente constata – se que  d 1  x 2   xdx , portanto, vamos fazer a substituição


1
2
1
u  1  x 2  du  2 xdx   du  xdx .
2
x 1 du
Assim,  1 x 2
dx  
2  u
  u  C   1 x2  C .

dx
v) Ache e x
 e x
.

Resolução:

Temos e x  e  x  e  x e 2 x  1 . Assim,
dx dx ex
 e x  e  x  e  x e 2 x  1  e 2 x  1 dx .

  

Façamos agora a substituição t  e x , onde dt  e x dx , então:

ex dt
 e 2 x  1 dx   t 2  1  arctg t  C  arctg e  C
x

vi) Ache  tg x dx .

Resolução:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 149


sen x
Por definição tg x  . Fazendo a substituição t  cos x , vemos que dt  sen x dx .
cos x

sen x 1
Deste modo:  tg x dx   dx    dt   ln t  C   ln cos x  C .
cos x t

sen x  cos x
vii) Ache  3 sen x  cos x
dx .

Resolução:
Façamos a substituição u  sen x  cos x . Então, du  cos x  sen x dx e deste modo

temos:
sen x  cos x
u  C  3 sen x  cos x   C  3 1  sen 2 x  C
1 33 2 3 3
 dx   3 du 
2
3 sen x  cos x u 2 2 2

viii) Ache  sen x. cos x dx .


5

Resolução:
Facilmente se vê se fizermos t  sen x , então dt  cos x dx . Sendo assim, tem – se:

t6 1
 sen x. cos x dx   t dt  6  C  6 sen x  C
5 5 6

5.1.2.2 Substituições Trigonométricas


Para além da troca de variáveis na integral indefinida, recorremos também ao método
de substituição trigonométrica que consiste em usa – ló em caso da integral envolver
radicais. Se não vejamos:

i) Se a integral contém o radical a 2  x 2 , geralmente se faz x  a sen t , dai

a 2  x 2  a cos t .

ii) Se a integral contém o radical x 2  a 2 , geralmente se faz x  a sec t , dai

x 2  a 2  tg t .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 150


iii) Se a integral contém o radical x 2  a 2 , geralmente se faz x  a tg t , dai

x 2  a 2  a sec t .

Exemplo:

x 1
Achar  x2
dx .

Resolução:
dt
Fazemos x  tg t . Portanto, dx  . Assim sendo, temos
cos 2 t

x 1 tg 2 t  1 dt sec t. cos2 t dt dt sen 2 t  cos2 t


 x2
dx   tg 2t cos2 t  sen 2t cos2 t  sen 2t. cos t  sen 2t. cos t dt 
  

dt cos t 1 1  tg 2 t

cos t  sen 2 t
 dt  ln tg t  sec t   C  ln tg t  1  tg t 
2
C 
sen t tg t

x2 1
 ln x  x 2  1  C
x

5.1.3 Integração por partes


Para o cálculo de integral aplicando o método de integração por parte recorremos a
seguinte fórmula: se u   x  e v   x  são funções diferenciáveis continuamente,

então:

 u dv  uv   v du
Este método consiste em escolher uma função por exemplo u   x  (que tenha relação

com a derivada ou integral da função v   x  ) e integrar multiplicando com a função

v   x  e subtraindo pelo integral da função u   x  já integrada multiplicado pela

derivada da função v   x  .

Exemplo:

a) Ache  ln x dx .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 151


Resolução:
Seja u  ln x e v  1 . Aplicando a fórmula de integração por partes, isto é,

 u dv  uv   v du , temos,
 ln x dx  x. ln x   xln x  dx  x. ln x   x. x dx  x. ln x   dx  x. ln x  x  C
, 1

 x.e
x
b) Ache dx .

Resolução:
Façamos u  x , e  x dx  dv , isto é, v  e  x . Assim,

 x.e
x
 
dx   x.de  x   x.e  x   e  x dx   x.e  x   e  x dx   xe  x  e  x  C .

c) Ache  x cos x dx .
Resolução:

Seja u  x e v  cos x . Então,  x cos x dx  xsen x   x sen x dx  xsen x  cos x  C .


,

As vezes para reduzir a integral dada uma imediata, é preciso empregar várias vezes a
fórmula de integração por partes. Em alguns casos, valendo – se da integração por
partes se obtém uma equação da qual se determina a integral procurada.

d) Achar  e x cos x dx .

Resolução:

Temos:  e x cos x dx   e x d sen x   e x sen x   e x sen x dx  e x sen x   e x d cos x  

 e x sen x  e x cos x   e x cos x dx

ex
Portanto,  e cos x dx  e sen x  e cos x   e cos x dx   e cos x dx 
x x x x x
sen x  cos x   C
2
.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 152


5.1.4 Integrais Elementares que contém o Trinómio ao Quadrado
Existe 4 tipos de integrais que contém o trinómio ao quadrado.
mx  n
i) Integrais do tipo  ax 2
 bx  c
dx

Para calcularmos integrais deste tipo temos que reduzir o trinómio ao quadrado à

forma canónica ax 2  bx  c  ax  k   l , onde k e l são constantes.


2

A este tipo de integrais, podemos nos deparar por duas situações diferentes, uma em
que m  0 e outra m  0 .

Se m  0 , o trinómio ao quadrado será reduzido à forma canónica e desta forma obteremos as


integrais da tabela III ou IV ou V (ver as regras das integrais, na pág. 41)

Exercícios Resolvidos:
Achar as integrais que se seguem:
dx
a) x 2
 2x  5

Resolução:
Para resolver esta integral, primeiro vamos transformar o trinómio ao quadrado na
forma canónica:

x 2  2 x  5  x 2  2 x  12  12  5  x  1  12  5  x  1  4 .
2 2

dx dx
A integral passa a ser x 2
 2x  5

x  12  4
.

dx 1 x
Deste modo, a integral foi reduzido à forma x 2
a 2
 arctg  C , visto que a
a a

x  1,  1.

Assim temos:
dx dx d x  1 1 x  1  C
x 2
 2x  5
 2

x  1  4 x  1  2 2
2 2
 arctg
2

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 153


dx
b) x 2
 x 1
Resolução:
Antes, transformemos o trinómio ao quadrado na forma canónica:
2 2 2 2 2
1 1  1 1  1 5
x  x 1  x  x       1   x      1   x    .
2 2

 2  2  2  2  2 4
dx dx
A integral passa a ser x 2
 x 1

 1
2
5
.
x   
 2 4

dx 1 xa
Agora vejamos que a integral foi reduzido à forma x 2
a 2

2a
ln
xa
 C , visto que

,
 1
a  x    1.
 2
Sendo assim tem – se:

 1  1 5
d x   x  
dx dx  2 1  2 2
 x 2  x  1    1  2 5    1  2 5  5 ln  1  5
C 
x    x    2. x  
 2 4  2 4 2  2 2

 1 5 1 5
x   x

1
ln 
2 2
C 
1
ln 2  C  1 ln 2 x  1  5  C .
5  1 5 5 1 5 5 2x  1  5
x   x
 2 2 2

dx
c)  3x 2
 x 1
Resolução:
Vamos reduzir o trinómio ao quadrado na forma canónica (sabe – se que para reduzir a
canónica temos que verificar se o coeficiente do maior grau é igual a 1):

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 154


 1 1
2 2

   
x  3   3  1   2 x  1 2  1 2 1
 2 x 1
3x  x  1  3 x     3 x  
2 2
    3 x          
 3 3  3 2 2 3  3 6 6 3 
      .
     
 1   1  1
2 2
 1
2
11 
 3 x         3 x    
 6 6 3   6 36 

dx dx
A integral será:  3x 2
 x 1

 1
2
11 
. Ora vejamos, a integral foi reduzido à
3 x    
 6 36 

,
dx 1 x  1
forma  x a
2 2
 arctg  C , visto que a  x    1 . Sendo assim tem – se:
a a  6

 1  1
d x   x 
dx dx 1  6 1 1
arctg 
6
 3x 2
 x 1

 1
2
11 
 
3  1
2
 .
11 3 11 11
C 
3 x     x   
 6 36   6 36 6 6

 6x  1 
 

2
arctg  6   C  2 arctg 6 x  1  C .
11  11  11 11
 
 6 
Se m  0 , do denominador separa – se a derivada 2ax  b do trinómio de segundo
grau:
m
2ax  b    n  mb 
mx  n 2a  2a  m  mb  dx
 ax 2
 bx  c
dx  
ax  bx  c
2
dx 
2a
ln ax 2 bx  c   n 

 2
2a  ax  bx  c
,

e, desta forma chegamos à integral em que m  0 .

Exercícios Resolvidos:
Achar as integrais que se seguem:
3x  2
a) x 2
 4x  5
dx

Resolução:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 155


Para resolvermos este exercício, temos que derivar o denominador e emprega - se a
fórmula:
3
2 x  4    2  12 
3x  2 2  2
 x 2  4 x  5 dx   x  4x  5
2
dx .

De seguida, separa – se a fracção e aplica – se a propriedade da soma de integrais:

 3 12  
3
2 x  4    2  12   2 x  4 

 2   
3x  2 2  2  2 
x 2
 4x  5
dx  
x 2  4x  5
dx    22
 x  4x  5

x  4x  5 
2
dx 
 
 
3 2x  4 dx

2 x 2
 4x  5
dx  4  2
x  4x  5
,

1
nota – se que a primeira integral se reduz ao integral da forma  x dx  ln x  C , visto
 ,
que x 2  4 x  5  2 x  4 . E em relação a segunda integral, verifica – se que ela se reduz

à forma do integral em que m  0 (veja os passos nos exercícios resolvidos anteriormente para
m  0 ). Assim sendo, temos:

3 2x  4 dx 
3 d x 2  4x  5  dx

2  x 2  4x  5 dx  4  x 2  4 x  5 2  x 2  4 x  5  4   x  2 2  1 


3 d x 2  4x  5  d x  2
 ln x 2  4 x  5  4 arctg x  2   C .
3

2  x  4x  5
2
 4
x  2  1 2
2

x 1
b) x 2
 x 1
dx

Resolução:
Deriva – se o denominador e emprega – se a fórmula:
1
2 x  1    1 
x 1 2  2
 x 2  x  1 dx   x 2  x  1 dx .
De seguida, separa – se a fracção e aplica – se a propriedade da soma de integrais:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 156


1
2 x  1    1  1
 2 x  1
1 

x 1 2  2
 x2  x 1  x2  x 1  x 2  x  1 x 2  x  1 dx 
  2  2
dx dx 
 
 
1 2x  1 1 dx

2 x 2
 x 1
dx   2
2 x  x 1
,

1
é de notar que a primeira integral reduziu – se ao integral da forma  x dx  ln x  C ,
 
,
visto que x 2  x  1  2 x  1 . E para a segunda integral, reduz – se à forma do integral

em que m  0 (veja os passos nos exercícios resolvidos anteriormente para m  0 ).


Assim sendo, temos:

1 2x  1 1 dx 
1 d x2  x 1 1  dx

2  x2  x 1 2  x2  x 1 2  x2  x 1  2   1 2 5 
dx  
x   
 2 4

 1
d x  
  2

1 d x  x 1 1
2
   2 1
 ln x 2  x  1 
1
ln
2x  1  5
C .
2 x  x 1 2  1
2
5 2 2 5 2x  1  5
x   
 2 4
mx  n
ii) Integrais do tipo  ax  bx  c
2
dx

mx  n
Os métodos de resolução são análogos aos do integral do tipo  ax 2
 bx  c
dx .

Definitivamente a integral se reduz à VI integral imediata, se a  0 e à VII se a  0 (veja


a pág. 41, as propriedades de integrais).

Exercícios Resolvidos
Achar as integrais:
dx
a)  2  3x  2 x 2
Resolução:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 157


Para a sua resolução aplicaremos os mesmos métodos usados nas integrais do tipo
mx  n
 ax 2
 bx  c
dx . Em relação à este exercício, nota – se que o valor de m  0 . Assim,

vamos reduzir primeiro à forma canónica e posteriormente aplicaremos as


propriedades de integração.
dx dx dx 1 dx
 2  3x  2 x 2

 3x 

 

2
 2

21   x2  2  1 
3x
 x 2  25  3
x  
 2   2  16  4

 3
d x  
1  4 1 4x  3

2
 2

2
arcsen
5
C.
25  3
x 
16  4

x3
b)  x 2  2x  2
dx

Resolução:
Para resolver este exercício aplica – se os mesmos métodos usados nas integrais do tipo
mx  n
 ax 2
 bx  c
dx . No caso deste exercício, verifica – se que o valor de m  0 . Deste modo,

acharemos a derivada do denominador, reduziremos à forma canónica e


posteriormente aplicaremos as propriedades de integração.
1
2 x  2   3  2   1
 2 2 x  2


x3 2  2 2
 x 2  2x  2
dx  
x 2  2x  2
dx      dx 
 x  2x  2 x 2  2x  2 
2

 

1 2x  2 1 1 d x 2  2x  2 dx  

2  x 2  2x  2
dx  2  x 2  2x  2
dx 
2  x 2  2x  2
 2
x 2  2x  2


1 d x 2  2x  2
   2
 d x  1

 x 2  2 x  2  2 ln x  1  x 2  2 x  2  C . 
2 x 2  2x  2 x  1 2
1

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 158


dx
iii) Integral do tipo  mx  n  ax 2  bx  c

A este tipo de integral, aconselha – se que se faça a substituição da fracção linear


1
 u . Feita a substituição a integral se reduzem a integral do tipo
mx  n
mx  n
 ax 2  bx  c
dx .

Exercícios Resolvidos:
Achar as seguintes integrais:
dx
a)  x  1 x2  x
Resolução:
1
Na resolução deste exercício, comecemos por fazer a suposição que  u , depois
x 1
vamos isolar a variável x através de operações algébricas:
1 1 1
 u  x  1   x   1 . Tendo isolado o x , determinemos a derivada de x em
x 1 u u
relação a u :
du
dx   .
u2
Assim a integral passa a ser:
du du du du

dx u2 2 2
u2
 x  1       
u u 
x 2  2x 1 1 
2
2 1 1 2 2 1 1 1 1 u2
  1   2  1  2 1
u u  u u u2 u u u u2 u u2
du
u2 du
    ,
1 1 u2 1 u2
u u
é notável que este último passo mostra que a integral reduziu – se ao integral do tipo

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 159


mx  n
 ax 2  bx  c
dx ,

com o valor de m  0 e podemos recorrer a seguinte propriedade


dx x x
 a x2 2
 arcsen
a
 C   arccos  C .
a

Deste modo temos:


du
   arcsen u  C .
1 u2
Agora vamos devolver a função em ordem a variável x :
du  1 
   arcsen u  C  arcsen  C.
1 u2  x 1

dx
b)  x  1 x2 1
Resolução:
1
Supomos que  u e isolamos a variável x através de operações algébricas:
x 1
1 1 1
 u  x  1   x   1 . Tendo isolado o x , determinemos a derivada de x em
x 1 u u
du
relação a u : dx   . Assim a integral passa a ser:
u2
du du du du

dx u2 u2 2
u2
 x  1       
u 
x2 1 1 1 
2
1 1 2 1 1 2 1 1  2u  2u 2
  1  1 2
 11  2
u u  u u u u u2 u u u2
du
u2 du
    , é de notar que a integral reduziu – se ao integral
1 1  2u  2u 2 1  2u  2u 2
u u
mx  n
do tipo  ax  bx  c
2
dx , com o valor de m  0 .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 160


Vamos reduzir à forma canónica a expressão 1  2u  2u 2 e podemos recorrer as
propriedades de integral para calcularmos. Deste modo temos:

 1
du  
 
du
 
du 1  2 1 1 1
1  2u  2u 2 
   ln u   u2  u   C 
1 2 2
2
1
2
 1 1 2 2
2 u     u   
 2 4   2 4
Agora vamos devolver a função em ordem a variável x :


1
ln u 
1 1
 u2  u   C  
1
ln
1 x  2 x2 1
C.
 
2 2 2 2 x 1

iv) Integral do tipo  ax 2 bx  c dx

Ao integral deste tipo, aconselha – se que se reduza o trinómio ao quadrado à forma


canónica. Reduzido à forma canónica, encontraremos duas integrais principais:

x a2 x
a)  a 2  x 2 dx 
2
a2  x2 
2
arcsen  C .
a
x A
b)  x 2  A dx 
2
x2  A 
2
ln x  x 2  A  C .

Exercício Resolvidos:
Achar as integrais:

a)  x 2  2 x  5 dx

Resolução:
Para resolver este exercício, primeiro reduzimos o trinómio ao quadrado à forma
canónica, isto é:

x 2  2 x  5  x 2  2 x  12  12  5  x  1  12  5  x  1  4 .
2 2

Deste modo a integral passa a ser

 x 2  2 x  5 dx   x  12  4 dx .
Nota – se que a integral reduziu – se à forma

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 161


ln x  x 2  A  C , visto que  x  1  1 .
x A
 x 2  A dx  x2  A 
,

2 2
Assim, temos:

 x 2  2 x  5 dx   x  12  4 dx   x  12  4 d x  1  x  1 x  12  4  2 ln x 1 x  12  4  C .


2

b)  2  x  x 2 dx .

Resolução:
Reduz – se o trinómio do segundo grau à forma canónica, isto é:

 2 2 2
  2
9 9 
2
2
 2

1 1 1 1
2  x  x   x  x  2    x  x        2    x        x   .
 2 2   2 4  4  2

2
9  1
Deste modo a integral passa a ser  2  x  x dx     x   dx . Nota – se que a
2

4  2

integral reduziu – se à forma


,
x a2 x  1
 a  x dx  a2  x2  arcsen  C , visto que  x    1 .
2 2

2 2 a  2
Assim, temos:
1 9 1
2 2 x 2 x
9  1 9  1  1 9  1
 2  x  x 2 dx     x   dx     x   d x    2   x    4 arcsen 2 C 
4  2 4  2  2 2 4  2 2 3
2

2x  1 9  2x  1
2
1 9
   x    arcsen C .
4 4  2 8 3

4.1.5 Integrais de Funções Racionais


As funções racionais sempre se integram, isto é, se reduzem a funções elementares.

Regras Gerais
i) A função racional inteira (o polinómio) se integra directamente:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 162


 a x  a0 n1 a1 n a
n
 a1 x n1    an1 x  an dx  x  x    n1 x 2  an x  C
n 1
0
n 2
Qx 
ii) A função racional fraccionária  Px  dx , [onde Qx  e Px são polinómios de
grau m e n , respectivamente] se transforma algebricamente em um tipo
adequado para a integração da seguinte maneira:
a) Efectua – se as simplificações necessárias para os polinómios Q  x  e Px 

não tenham factores comuns;


b) Se m  n , então dividindo Q  x  por Px  , separa – se a parte inteira da

fracção, que integra – se como um polinómio, ficando por integrar o resto,


que é uma própria na qual m  n ;
c) O denominador Px  decompõe – se em factores lineares e quadráticos:

k l
  
r

P x   a0 x    x     x 2  px  q . x 2  p , x  q , , onde
s p2
4
q  0,

p ,, 2
 q ,  0 ;
4
d) Tira – se para fora do sinal da integral o coeficiente a0 do denominador;

e) Transforma – se a fracção própria obtida, cujo denominador está


decomposto em factores simples, numa soma de fracções “simples” que se
integram facilmente. Podem se apresentar quatro casos:
Todas as raízes do denominador são reais e simples:
Px   x   x   x   
P x  A B L
A decomposição tem a forma:    , onde
Q x  x   x   x
Q  Q  Q 
A , B , , …, L  , (os números A, B, …, L também
P  
,
P   P  

podem ser obtidos pelo método dos coeficientes indeterminados. A

dx  A ln  x    , etc.
A
integração se efectua segundo a fórmula  x 

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 163


Exercícios Resolvidos:
Achar as seguintes integrais:
2x  3
a)  x  2x  5 dx
Resolução:
Vamos decompor o integrando em fracções simples e igualarmos o denominador, isto é,
2x  3 A B A x  5  B x  2  A  B  x  5 A  2 B 
   
x  2x  5 x  2 x  5 x  2x  5 x  2x  5
Temos duas fracções com mesmo denominador e como elas são iguais, significa que os
numeradores são iguais. Assim, temos a igualdade:
2 x  3   A  B  x  5 A  2B 
Dois polinómios são iguais se os coeficientes ligados às partes literais do mesmo grau
coincidem. Portanto,
A  B  2, 5 A  2B  3  A  B  1
Voltando a nossa integral, podemos escrevê – lo na forma:
2x  3 A B dx dx
 x  2x  5 dx   x  2 dx   x  5 dx   x  2   x  5
Cada uma das integrais à direita calcula – se directamente usando a fórmula de
dx
integração mediata do tipo  x
 ln x  C , visto que as derivadas do denominador é

igual a unidade.

Deste modo temos:


2x  3 A B dx dx d  x  2 d x  5
 x  2x  5 dx   x  2 dx   x  5 dx   x  2   x  5   x2

x5

 ln x  2  ln x  5  C .

2x  3
b) x 3
 x 2  2x
dx

Resolução:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 164


Vamos determinar as raízes e decompor o integrando em fracções simples, isto é,
2x  3 2x  3 A B C
   
x  x  2 x xx  1x  2 x x  1 x  2
3 2

Podemos resolver também este exercício a partir do método dos coeficientes


indeterminados, isto é:
Q0  2 x  3  3
A  2   ,
P 0  3x  2 x  2  x 0
,
2

Q1  2 x  3  5
B  2   ,
P 1  3x  2 x  2  x 1 3
,

Q 2  2 x  3  1
C  2  
P  2  3x  2 x  2  x  2
,
6

Voltando a nossa integral, podemos escrevê – lo na forma


3 5 1
 
2x  3 A B dx
x dx   dx   
x2   
 2 dx  3 dx  6 dx 
3
 x  2x
2
x x 1 x x 1 x2
Cada uma das integrais à direita calcula – se directamente usando a fórmula de
dx
integração mediata do tipo  x
 ln x  C , visto que as derivadas do denominador é

igual a unidade.

Deste modo temos:


3 dx 5 d x  1 1 d  x  2
  ln x  ln x  1  ln  x  2  C
3 dx 5 dx 1 dx 3 5 1
     
2 x 3 x 1 6 x  2
   
2 x 3 x 1
 
6 x2 2 3 6

Todas as raízes do denominador são reais e entre elas há


múltiplas
P x    x     x    
l m

A decomposição tem a forma:


P x  A1 A2 Al B B2 Bm
    1   
Q x  x    x   l
x    x   x   
l 2
x   m
, As constantes A1 , A2 , , Al , B1 , B2 , , Bm ,  se calculam pelo método

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 165


dos coeficientes indeterminados. A integração se efectua segundo as
A
fórmulas  x   dx  A ln x     C e
1
1

Ak Ak
 x    dx   k  1 .
k
k  1x   k 1

Exercícios Resolvidos:
Achar as integrais:
x
a) x 3
 3x  2
dx .

Resolução:
Vamos decompor o integrando em fracções simples e, comecemos por factorizar o
denominador. Facilmente se constata que x  1 anula o denominador. Aplicando a
regra Ruffini (é um matemático italiano), sobre a divisão de um polinómio por binómio
do tipo x   , temos:

x 3  3x  2  x  1 x  2
2

Assim,

A1 x  1x  2  A2 x  2  Bx  1
2
x x A1 A2 B
    
x 3  3x  2 x  12 x  2 x  1 x  12 x  2 x  12 x  2

Temos uma igualdade de duas fracções com o mesmo denominador, significa que os
numeradores também são iguais. Portanto,

x  A1 x  1x  2  A2 x  2  Bx  1
2

Vamos achar os coeficientes A1 , A2 , e B da seguinte maneira: colocamos o valor x  1

na nossa igualdade e temos:


1
1  3 A2  A2 
3
Colocamos o valor x  2 na nossa igualdade e temos:
2
 2  9B  B   ,
9

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 166


finalmente, colocamos, por exemplo, x  0 na nossa igualdade temos:
4 2
0  2 A1  2 A2  B   2 A1   0  A1 
9 9
Voltando ao nosso integral temos

x 2 dx 1 dx 2 dx 2 1 2
x 3
 3x  2
dx    
9 x  1 3 x  12
   ln x  1 
9 x2 9
 ln x  2  C 
3x  1 9

1 2 x 1
  ln C.
3x  1 9 x  2

x3  1
b)  dx .
x x  1
3

Resolução:
Vamos decompor o integrando em fracções simples:

x3  1 A B B2 B3
  1  
x x  1 x x  1  x  1 x  13
3 3

Pelo método dos coeficientes indeterminados dá as seguintes equações:

 A  B1  1  B1  2
 3 A  2 B  B  0 B  1
 

1 2
 2
3 A  B1  B2  B3  0  B3  2
 A  1  A  1

Voltando ao nosso integral, temos:

x3  1 A B B2 B3   1 2 1 2 
 xx  1 3
dx     1 
 x x  1 x  1
2
 3
x  1 
dx     
 x x  1 x  1
2

x  13 
dx 

  ln x  2 ln x  1 
1

1
 C  ln
x  1  x  C .
2

x  1 x  12
x x  12
Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 167
5.2 Integral Definida
5.2.1 Integral Definida como limite da Soma
5.2.1.1 Soma Integral
Seja f  x  uma função definida no segmento a  x  b e a  x0  x1    x n  b , uma
n 1
divisão arbitrária deste segmento em n partes. A soma da forma S n   f  i  xi , onde
i 0

xi   i  xi 1 ; xi  xi 1  xi ; i  0, 1, 2,, n  1 , recebe o nome de soma integral da função

f  x  em a, b. S m representa geometricamente a soma algébrica das áreas dos

rectângulos correspondentes.

5.2.1.2 Integral Definida


O limite da soma S n , quando o número de partes n de divisões tende ao infinito e a

maior das diferenças xi tende a zero, se chama integral definida da função f  x  entre os

limites x  a e x  b , isto é,
n 1 b
lim
max xi 0
 f   x   f x dx
i 0
i i (i)
a

Se a função f  x  é contínua em a, b, também será integrável em a, b, isto é, o limite

(i) existe, independentemente do método que se use para dividir o segmento de


integração a, b em segmentos parciais e da escolha dos pontos  i dentro destes

segmentos. A integral (i), definida geometricamente, é a soma algébrica de áreas de


figuras que formam o trapézio mistilíneo aA bB , no qual as áreas das partes, situadas

sobre o eixo OX , são tomadas com sinal positivo, enquanto que as áreas das partes que
se encontram abaixo do eixo OX são tomadas com sinal negativo.

A definição de soma integral e de integral definida transferem – se, naturalmente, no


caso de segmento a, b, quando a  b .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 168


Exemplo:
1. Formar a soma integral S n para a função f x   1  x no segmento 1, 10 ,

dividindo este intervalo em n partes iguais e escolhendo os pontos  i de forma

que coincidam com os extremos esquerdos dos segmentos parciais xi , xi 1  . A

que é igual o lim S n ?


n 

Resolução:
Temos:
10  1 9 9i
xi   e  i  xi  x0  i xi  1  .
n n n
Daí:

f  i   1  1 
9i 9i
 2 .
n n
Portanto:
n 1 n 1
 9 i  9 18 81 n n  1 81  1 
S n   f  i  xi    2    n  2 0  1    n  1  18  2
81
 18  1   
i 0 i 0  nn n n n 2 2  n

117 81
  ,
2 2n
117 81  117 81  117
Como S n   , então lim S n  lim    .
2 2n n  n 
 2 2n  2

2. Achar a área do triângulo mistilíneo, limitado pelo arco da parábola y  x 2 , pelo

eixo OX e pela vertical x  a, a  0 .


Resolução:
a
Dividimos a base a em n partes iguais x  . Escolhendo o valor da função no inicio
n
de cada segmento, teremos:

a
2
  a 2   a
2

y1  0; y2    ; y 3   2   ;  ; y n  n  1  .
n   n    n

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 169


a
A área dos rectângulos inscritos é calculada, multiplicando cada y k pela base x  .
n
Somando, obtemos a área da figura escalonada

 
2
a a
Sn    1  2  3    n  1 .
2 2 2

n n
Utilizando a fórmula da soma dos quadrados dos números inteiros
n
n n  12n  1
k
k 1
2

6
, achamos

a 3 n  1 n 2n  1
Sn  ; donde, passando ao limite, obtemos:
6n 3
a 3 n  1 n 2n  1 a 3
S  lim S n  lim  .
n  n  6n 3 3

5.2.2 Cálculo de Integrais definidas através de Indefinidas


5.2.2.1 Integral Definida com o Limite Superior Variável
x
Se a função f  x  é contínua no segmento a, b, a função F x    f t  dt é uma função
a

primitiva de f  x  , isto é, F ' x   f x  , quando a  x  b .

5.2.2.2 Fórmula de Newton – Leibniz


Se F ' x   f x  , temos:
b

 f x dx  F x  F b   F a  .
b
a
a

A função primitiva F  x  é calculada, achando – se a integral indefinida

 f x dx  F x  C .

Exemplo:
Achar as seguintes integrais:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 170


3
1.  x dx
3

Resolução:
Vamos achar a primitiva de f  x   x 3 .

x4
 x dx  C.
3

4
Assim,
3 3
x4 3 4 0 4 81 81
0     0 
3
x dx
4 0
4 4 4 4
3
2. x
4
dx
1

Resolução:

x5
A primitiva de f  x   x 4 é F x   . Assim,
5

35  1
3 3 5
x5 244
     .
4
x dx
1
5 1
5 5 5

3
dx
3.  1 x
1
2
.
3

Resolução:

A primitiva de f  x   é F x   arctg x .
1
1 x2
Deste modo:
3
dx 1   
 1 x  arctg x  arctg 3  arctg   
3
2 1 .
1 3 3 3 6 6
3

2
x 2 , 0  x  1
4.  f x  dx , onde f x    .
0 2  x , 1  x  2

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 171


Resolução:
Como podemos ver, a função f  x  tem comportamento quadrático em 0, 1 e

comportamento linear em 1, 2 . No cálculo do integral usaremos a propriedade de

aditividade que, para este caso, é:


1 2
2 1 2
x3  x2 
f x  dx   x dx   2  x  dx 
5
   2 x    .
2

0 0 1
3 0  2 1 6

5.2.3 Integrais Impróprias


Existem dois tipos de integrais impróprias:
i) Integrais com limites infinitos: o campo de definição da função integranda é o
semi – eixo fechado a,  ou  , b, ou todo o eixo numérico  ,   .

ii) Integrais de funções descontínuas: a função dada é contínua em todo intervalo


de a até b , com a excepção de um número finito de pontos isolados,
chamados singulares.
Pode – se encontrar casos mais complexos, como são as combinações de ambos os tipos.

5.2.3.1 Integrais com Limites Infinitos


Definição: seja o campo de definição da função o semi – eixo fechado a,  . Por

definição:
 B

 f x  dx  lim  f x dx
B 
a a

se este limite existe, a integral existe ou converge e chama – se integral imprópria. Se este
B
limite não existe, a integral também não existe ou diverge. Se lim
B   f x dx   , escreve –
a


se  f x  dx , esta integral é divergente. Analogamente se definem as integrais para a


função dada no semi – eixo  , b ou em todo eixo numérico  ,   :

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 172


b b  B

 f x  dx  lim  f x  dx e  f x  dx  lim  f x  dx
A A 
 A  B  A

Exemplos:
Investigar a convergência das seguintes integrais:

dx
1. 
1
x
Resolução:
 B
dx dx
Por definição: 1 x  Blim
 
1
 lim ln B   . A integral é divergente.
x B


dx
2. 1 x

2

Resolução:
 B
  
 lim arctg B  arctg A        . A integral
dx dx
Por definição: 1  x 2  Alim 
  1  x 2 A  2  2
B   A B  

é convergente.

5.2.3.2 Integrais de Funções Descontínuas


Definição: seja o campo de definição da função um intervalo semi – aberto a, b  ou em

todo intervalo fechado a, b sendo o limite no ponto b : lim f x    . Neste e no outro
x b

caso, por definição, teremos:


b b 

 f x  dx  lim  f x  dx
 0
a a

Se este limite existe, a integral existe ou converge e denomina – se integral imprópria. Se o


b 
limite não existe, a integral não existe ou diverge. No caso em que lim
 0  f x  dx   ,
a

b
denota – se por  f x dx   ; esta integral é divergente.
a

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 173


b b 
A integral  f x  dx  lim  f x dx sempre existe se a função f  x  é contínua em partes
 
a a

e limitada no domínio a, b  . A partir daqui supõe – se que a função f  x  não está

limitada, isto é, lim f x    . Analogamente define – se a integral imprópria para uma


x b

função dada num intervalo aberto a esquerda a, b , ou no intervalo a, b, mas sendo

lim f x   
x a

b b

 f x  dx  lim  f x  dx
 0
a a

Finalmente, se a função está dada em todo o intervalo a, b, com excepção de um

interior c a  c  b , isto é, nos dois intervalos semi – abertos a, c  e c, b, ou está

definida no ponto c , mas lim f x    , então a integral imprópria define – se assim:


x c

b c  b

 f x dx  lim
a
 0 
f x  dx  lim  f x  dx
a
 0
c 

Os números  e  tendem a zero independentemente um do outro.

Exemplo:
Calcular as seguintes integrais impróprias
b
dx
1. 
0 x
Resolução:
O ponto de descontinuidade é x  0 .

 
b b
dx dx

0 x
dx  lim 
 0
 x
 lim 2 b  2   2 b . A integral converge.
 0

8
dx
2. 
1
3
x
Resolução:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 174


A função tem um ponto de descontinuidade quando x  0 .

3  3   
8  8 2 2
dx dx dx   lim 3  4   3   9 . A integral é convergente.
 3
 lim
 0  3
 lim  3
 0
 lim
 0 2 
  1  0 2   2
1 x 1 x  X    

5.2.4 Troca de Variável na Integral Definida


Se a função f  x  é contínua no segmento a  x  b e x   t  é uma função contínua

junto com sua derivada  ' t  , no segmento   t   , onde a     e b     , e a

função f  t  é definida e contínua no segmento   t   , teremos:


b 

 f x dx   f  t  t dt


'

Exemplo:
a
Achar x
2
a 2  x 2 dx a  0 .
0

Resolução:
Para acharmos a integral vamos aplicar a substituição trigonométrica e a sua respectiva
derivada: x  a sen t ; dx  a cos t dt .
x
Partindo da substituição trigonométrica, vamos isolar a variável t: t  arcsen . De
a

seguida, podemos trocar os limites de integração por:   arcsen 0  0 ,   arcsen 1  .
2
Assim, teremos:

  
a 2 2 4 2
a
x a 2  x 2 dx   a 2 sen 2 t a 2  a 2 sen 2 t a cos t dt  a 4  sen 2 t cos 2 t dt   sen 2t dt 
2 2

0 0 0
4 0

 
a4 a4  1  2 a
2 4
 0 1  cos 4t  dt   t  sen 4t   .
8 8  4 0 16

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 175


5.2.5 Integração Por Partes
Se as funções u x  e v x  tem derivadas contínuas no segmento a, b , teremos:

b b

 u x dx v x dx  u xv x a   v xu x dx


' b '

a a

5.2.6 Teorema de Valor Médio


5.2.6.1 Apreciação das Integrais
b b
Se f x   F x  para a  x  b , então,  f x  dx   F x  dx .
a a

Se f  x  e  x  são contínuas para a  x  b , além disso,  x   0 , então:


b b b
m   x  dx  f x  x  dx  M   x  dx
a a a

onde m é o valor mínimo absoluto e M é o valor máximo absoluto da função f  x  no

segmento a, b .

b
Em particular, se  x   1 temos m b  a    f x  dx  M b  a  .
a

Exemplo:

2
1
Apreciar a integral I  
0
1
2
sen 2 x dx .

Resolução:
Como 0  sen 2 x  1, temos:

  3
I , isto é, 1,57  I  1,91 .
2 2 2

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 176


5.2.6.2 Valor Médio da Função
b

 f x dx chama – se valor médio da função f  x  no segmento


1
O número  
ba a

a  x  b.

Exemplo:
1. Achar os valores médios para:
a) f x   x 2 , x  0, 2
Resolução:
Por definição:
2 2
1 1 x3 4
   x 2 dx   .
2 0 2 3 0
3

b) f x   x , x  0, 100
Resolução:
Por definição temos:
100
100
1 1 2x x 20

100 
0
x dx 
100 3

3
.
0

c) f x   10  2 sen x  3 cos x, x  0, 2 


Resolução:
Por definição temos:
2

 10  2 sen x  3 cos x dx  2 10 x  2 cos x  3 sen x


1 1 2
  10 .
2 0
0

2. Ache o valor médio da velocidade dum corpo em queda livre, cuja velocidade
inicial é v0 .

Resolução:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 177


A velocidade dum corpo em queda livre é dada pela fórmula:
vt   v0  gt .

Suponhamos que T é o tempo que o corpo demora a cair.

Então:

1  1 1  1
T
v   v0  gt  dt   v0T  gT 2   v0  gT   v0  v0  gT   v0  v1 
1 1 1 1
T0 T 2  2 2 2 2  2

onde v1  v0  gT é a velocidade final do corpo, isto é, a velocidade do corpo quando

choca com a terra.

5.2.7 Aplicação das Integrais Definidas (Áreas de Figuras Planas)


5.2.7.1 A área em Coordenadas Cartesianas
Se uma curva contínua é dada em coordenadas cartesianas pela equação
y  f x ,  f x   0 , a área do trapézio mistilíneo, limitado por esta curva, por duas
verticais nos pontos x  a e x  b e pelo segmento do eixo das abcissas a  x  b é
determinada pela fórmula:
b
S   f x  dx
a

Exemplos:
1. Calcular a área da figura limitada pela parábola y  4 x  x 2 e o eixo OX .

Resolução:
A parábola y  4 x  x 2 tem concavidade virada para baixo e os seus zeros da função são
x  0 e x  4 . Então ao calcularmos a área, teremos:
4
 x3 
 
4
32
S   4x  x 2
dx   2 x 2   
0  3 0 3

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 178


x2
2. Calcular a área da figura limitada pela parábola y  , pelas rectas x  1 e x  3
2
e pelo eixo das abcissas.
Resolução:
A área procurada será expressa pela integral:
3 3
x2 x3 13
S dx   .
1
2 6 1
3

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 179


5.2.8 Exercícios Propostos

Integral Indefinida
1. Achar as seguintes integrais, utilizando as regras principais e as fórmulas de
integração:

a)  5a
2
x 6 dx

b)  (ax  bx) 2 dx
2

c)  xx  ax  b dx
d)  2abx dx

x3
e)  x2  4
dx

1 n
f)  nx  n dx

g)  xsen (1 x
2
)dx

x
h)  cos 2
x2
dx

dx
i) x 2
 10

x m
 xn  2

j)  x
dx

2. Achar as seguintes integrais:

( x 2  1)( x 2  2)
a)  3
x2
dx ,

b)  (a  bx ) dx ,
3 2

c)  tg xdx ,
2

2x  3
d)  2 x  1 dx

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 180


x3
e)  x2  4
dx

f)  sen
2
xdx

g)  xsen (1 x
2
)dx

x
h)  cos 2
x2
dx

3. Achar as seguintes, utilizando as substituições mais adequadas:


dx
a) x x2  2

b)  x (2 x  5) 8 dx
2

x
c)  x 1
dx

cos x
d)  1  sen 2 x
dx

4. Utilizando as substituições adequadas, ache as integrais:

x2  a2
a)  x
dx

b)  x(2x  5)
10
dx

c)  x(5x  3) 7 dx
2

5. Achar as seguintes integrais, utilizando a fórmula de integração por partes:

a)  xsenxdx
b) x
2
ln xdx

c) e
x
senxdx

d) 3
x
cos xdx

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 181


6. Achar as integrais:
dx
a)  3x 2
 x 1
3x  2
b) x 2
 4x  5
dx

3x  6
c)  x 2  4x  5
dx

dx
d)  x  x2
dx
e)  ( x  1) x2  2

f)  x 2  4 x  3 dx

g)  4  x  x 2 dx

7. Aplicando os conhecimentos acerca das integrais, achar as integrais:


dx
a) x 2
 2x  5
,

3x  2
b)  3x 2
 x 1
dx

3x  6
c)  x 2  4x  5
dx

dx
d)  5x 2  2x  1
dx
e)  ( x  1) x2  2

f)  x 2  2 x  5 dx

g)  x  x 2 dx

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 182


Integral Definida
8. Calcular as seguintes integrais:
1
a) x
2
dx
1

2
b)  (x  2 x  3) dx
2

1
z3
c) (
0 z6 1
) dz

3
dx
d) 
0 25  3x
1
dx
e) x
0
2
 4x  5
2
2
dy
f) 
0 1 y2
e2
dx
g)  x ln x
e

3, 5
du
h) 2 5  4u  u 2

4
i)  cos
2
y dy
0

1
ez
j) 0 e 2 z  1 dz
6
k) 
2
y  2 dy

9. Calcular as seguintes integrais:


1
a) x
2
dx
2

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 183


2
b)  (x  2 x  3)dx
2

8
c) (
0
2 x  3 x ) dx

4
1 y
d) 
1 y2
dy

1
x dx
e) x
0
2
 3x  2
1
y 2 dy
f) 
0 y6  4
e
sen (ln x)
g) 
1
x
dx

3, 5
dx
h) 2 5  4x  x 2

4
i)  cos
2
x dx
0

1
ex
j) 0 1  e 2 x dx
6
k) 
2
x  2 dx

10. Calcular as seguintes integrais impróprias:


2
dx
a) 
1
x
1
dz
b)  z
0


dx
c)  x
1

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 184


3
dx
d)  x  1
0
2

1
2
dx
e)  x ln x
0

1
2
dx
f)  x ln
0
2
x

11. Calcular as seguintes integrais, empregando a fórmula de integração por partes:



2
a)  x cos x dx
0

e
b)  ln x dx
1


c) e
x
senx dx
0

 xe
x
d) dx
0

12. Calcular a área da figura limitada pela parábola y  4 x  x 2 e pelo eixo das

abcissas.

13. Calcular a área da figura limitada pela curva y 3  x , pela recta y  1 e pela

vertical x  8 .

14. Calcular a área do segmento da parábola y  x 2 , que corta a recta y  3  2 x .

15. Achar a área da figura limitada pela parábola y  2 x  x 2 e pela recta y   x .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 185


CAPÍTULO VI:

SÉRIES NUMÉRICAS

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 186


CAPÍTULO VI:
SÉRIES NUMÉRICAS

6.1 Noção de Convergência de uma Série Numérica


Definição 1: Seja dada uma sucessão numérica infinita u1 , u 2 , u 3 ,, u n , . A expressão

designatória formal u1  u 2  u3    u n   ou o que é mesma coisa,  u n diz – se série
n 1

Numérica, onde u1 , u 2 , u 3 ,, u n , são termos da série e u n é o termo geral (ou n-ésimo

termo).

Definição 2: À soma S n  u1  u 2  u 3    u n dos n primeiros termos da série

u1  u 2  u3    u n   chama – se n-ésima soma parcial e a série

u n1  u n 2  u n3    u n k   cujos termos são todos os termos da série

u1  u 2  u3    u n   , a partir da (n+1) - ésimo termo, escritos na mesma ordem,

chama – se n-ésimo resto da série u1  u 2  u3    u n   ou resto de ordem n.

Definição 3: A série u1  u 2  u3    u n   , diz – se Convergente se a sucessão das suas

somas parciais S n  é convergente. No caso contrário a série diz – se divergente. Se a

série converge então ao limite s  lim s n chama – se soma da série. Neste caso escreve – se
n 

s  u1  u 2  u3    u n  ...

ou seja, s   u n .
n 1


De acordo com a designação s  u1  u 2  u3    u n  ... ou s   u n , a expressão
n 1

designatória u1  u 2  u3    u n   no caso da série convergente designa sempre a

sua soma.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 187



Se lim sn   , lim sn   , lim sn   , então escreve – se respectivamente
n n n
u
n 1
n  ,

 

u
n 1
n   , u
n 1
n   .

Portanto, a cada série corresponde uma sucessão numérica das suas somas parciais,
sendo a convergência desta equivalente à convergência da respectiva série.

Reciprocamente, a cada sucessão pode – se fazer corresponder uma série da qual ela
seja a sucessão das suas somas parciais. Com efeito, seja dada a sucessão v n  . Pondo

u1  v1 , u 2  v2  v1 ,, u n  vn  vn1 , consideremos a série u1  u 2  u3    u n   .

Então, S n  u1  u 2  u 3    u n  v1  v2  v1   v3  v2     vn  vn1   vn .

Assim, o estudo da convergência duma série (sucessão) sempre pode ser reduzido ao
estudo da convergência de uma sucessão (série).

6.2 Critérios de Convergências


6.2.1 Teoremas
i) Se a série obtida suprimindo em u1  u 2  u3    u n   um número finito

dos seus termos converge, a série u1  u 2  u3    u n   converge

igualmente. Reciprocamente, se a série u1  u 2  u3    u n   converge a

série obtida suprimindo vários termos converge igualmente.


Por outras palavras, não se afecta o carácter de convergência duma série suprimindo
um número finito de termos.
ii) Se a série u1  u 2  u3    u n   converge e a sua soma é s, então a série

c u1  c u 2  c u 3    c u n   também converge e a sua soma cs, sendo c

constante arbitrária.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 188


 
iii) Se as séries  u n  u1  u 2  u3    u n   e
n 1
v
n 1
n  v1  v 2  v3    v n  

são convergentes e tem por somas s1 e s2 , então as séries


 u n  vn   u1  v1   u 2  v2   u 3  v3     u n  vn   
n 1 e

 u
n 1
n  vn   u1  v1   u 2  v2   u 3  v3     u n  vn    convergem

igualmente e têm por somas s1  s 2 e s1  s 2 respectivamente.

Diz – se que as séries


 u
n 1
n  vn   u1  v1   u 2  v2   u 3  v3     u n  vn   

e

 u
n 1
n  vn   u1  v1   u 2  v2   u 3  v3     u n  vn   

foram obtidas somando e subtraindo termo a termo as séries


 

 u n  u1  u 2  u3    u n   e
n 1
v
n 1
n  v1  v 2  v3    v n   .


As séries  u
n 1
n  vn   u1  v1   u 2  v2   u 3  v3     u n  vn   


e  u
n 1
n  vn   u1  v1   u 2  v2   u 3  v3     u n  vn    chamam – se

respectivamente a soma e diferença das séries


u
n 1
n  u1  u 2  u 3    u n  

e

v
n 1
n  v1  v 2  v3    v n   .

iv) Se uma série u1  u 2  u3    u n   converge o seu termo geral u n tende

para zero ao tender n para infinito. (Condição Necessária de Convergência de uma


Série)

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 189


Corolário
Se o termo geral u n duma série u1  u 2  u3    u n   não tende para zero

quando n   , então a série diverge.

v) Para que uma série u1  u 2  u3    u n   convirja é necessário e suficiente


que   0N  N   : n  N p     sn p  sn   

Definição 4: Uma série numérica do tipo  u n  u1  u 2  u 3    u n  ,
n 1


un  0 e v
n 1
n  v1  v 2  v3    v n   , v n  0 , diz – se série numérica de

sinal contrário.
Nota: Sem violar a generalidade podemos considerar só a série

u
n 1
n  u1  u 2  u 3    u n  , u n  0 de termos positivos sendo

 v1  v2    vn    v1  v2    vn   .
Consideremos a seguir as condições suficientes de convergência das séries de termos
positivos.
vi) (Critério de D’Alambert). Se uma série de termos positivos u n  0 a relação

u n 1 u
tiver um limite finito p quando n   : lim n 1  p , então:
un n  u
n

a) A série converge quando p  1 ,


b) A série diverge quando p  1 ,

c) Nada se pode concluir quando p  1 .

No caso de este limite não existir ou se p  1 a série pode tanto convergir como

divergir. Para determinar a natureza de uma tal série, recorrer – se – à a um outro


u n 1
critério. No entanto se p  1 e se existir um número N tal que o quociente seja
un

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 190


maior que a unidade n  N , então a série diverge, pois não está satisfeita a condição
necessária


vii) (Critério do Radical de Cauchy). Sendo dada a série u
n 1
n e u n  0 , se se tiver

lim n u n  p , então
n 

a) A série converge quando p  1 ,

b) A série diverge quando p  1 ,

c) Nada se pode concluir quando p  1 .

viii) (Critério do Integral de Cauchy). Seja dada a série


u
n 1
n , u n  0, u1  u 2  u 3    u n   e seja f (x) uma função contínua não

crescente tal que f 1  u1 , f 2  u 2 , , f n   u n , 



Pode – se então afirmar que a série u n 1
n , u n  0, u1  u 2  u 3    u n   e o integral

 f x dx convergem ou divergem simultaneamente.


1

Definição 5: Se u n  vn n  1, 2, 3, , u n  0 , então a série v1  v 2  v3    v n   diz –

se majorante para a série u1  u 2  u 3    u n  



ix) (Primeiro Critério de Comparação). Seja dada a série u
n 1
n , u n  0 e a sua

 
majorante  vn ; então, da convergência de série majorante
n 1
v n 1
n segue – se

 
convergência de série u
n 1
n , u n  0 , e da divergência da série u n 1
n , un  0


segue – se divergência da série majorante v
n 1
n .

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 191


x) (Segundo Critério de Comparação). Se u n  0 e v n  0 e existe o limite
 
un
lim
n  v
 a, 0  a   , então as séries  un e
n 1
v
n 1
n convergem ou divergem
n

simultaneamente.

xi) (Critério de Raabe). Seja dada a série u
n 1
n , u n  0 , então se existir o limite

 u 
lim n n  1  p ,
n
 u n1 
a) A série converge quando p  1,

b) A série diverge quando p  1 ,

c) Nada se pode concluir quando p  1 .

Este critério é mais forte do que o critério de D’Alambert, pois permite estudar a
convergência da série nos casos em que o critério de D’Alambert não é concludente.

6.3 Critérios de Convergência das Séries de Termos Positivos e Negativos


Se a série a1  a2  a3  ...  an  ..., formada pelos valores absolutos dos termos da
 
série u
n 1
n é convergente, a série u
n 1
n também é convergente e recebe o nome de


absolutamente convergente. Se, ao contrário, a série u
n 1
n é convergente, enquanto que

a série a1  a2  a3  ...  an  ... chama – se, então, condicionalmente convergente.


Para averiguar se a série u
n 1
n é absolutamente convergente, podem empregar – se para

a série a1  a2  a3  ...  an  ... os já conhecidos critérios de convergência das séries de



termos positivos. Em particular, a série u
n 1
n será absolutamente convergente, se

a n 1
lim  1 ou lim n a n  1 .
n  a n 
n

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 192


No caso geral da divergência da série a1  a2  a3  ...  an  ... não segue a divergência


a n 1
da série u
n 1
n . Porém, se o lim
n  a
 1 ou lim n a n  1 , então será divergente não só a
n 
n


série a1  a2  a3  ...  an  ..., mas também a série u
n 1
n .

Critério de Leibniz. Se para uma série alternada b1  b2  b3  b4   bn  0 , são

válidas as condições:
i) b1  b2  b3  b4 

ii) lim bn  0
n 

a série b1  b2  b3  b4   bn  0 é convergente. Para o resto da série R n , neste caso,

será válida a apreciação Rn  bn1 .

Exemplo 1:
n n 1
2 3 4 n
 2  3  4  n 
Analisar a convergência da série 1           ...   1 2    ...
 3 5  7  2n  1 

Resolução.
Compomos a série de valores absolutos dos termos da série dada:
2 3 4
 2  3  4  n 
1           ...     ... ,
 3 5  7  2n  1 
Como
n
 n  n 1 1
lim 
n   lim  lim  ,
n 
 2n  1  n   2n  1 n  
2
1 2
n
a série dada é absolutamente convergente.

Exemplo 2:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 193


     1 .   é convergente, já que são válidas as condições do
1 1 n 1 1
A série 1 
2 3 n
critério de Leibniz. Porém, converge não absolutamente (condicionalmente), já que a
série
1 1 1
1       é divergente (série harmónica).
2 3 n

6.4 Séries de Potências ou Série Inteira


6.4.1 Definição:
Chama – se série inteira ou séries de Potências a série funcional da forma
 0  a1 x  a 2 x 2  ...  a n x n  ..., onde  0 , a1 , a 2 ,... , a n , ... são constantes chamadas

coeficiente da série.

6.4.2 Campo de Convergência.


O conjunto dos valores do argumento x , para os quais a série de funções
f1 x   f 2 x   ...  f n x   ... é convergente, chama – se campo de convergência desta série.

A função S x   lim S n x  , onde S n x   f1 x   f 2 x     f n x  e x pertence ao campo


n

de convergência, recebe o nome de soma da série e Rn x   S x   S n x  o de resto da

série.

Nos casos mais simples, para determinar o campo de convergência da série


f1 x   f 2 x   ...  f n x   ... basta aplicar a esta série os conhecidos critérios de

convergência, considerando x fixo.

Exemplo:
Determinar o campo de convergência da série

x  1 x  1 x  1    x  1  
2 3 n
 2

1.2 2.2 3.2 3 n.2 n
Resolução:

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 194


Chamando de u n o termo geral da série, teremos:
n 1
u n 1 x 1 .2 n.n x 1
lim  lim  ,
n  un n 
2 n 1
n  1 x  1 n
2

Segundo o critério de D′Alembert pode – se afirmar que a série é convergente se


x 1 x 1
 1 , isto é, se  3  x  1 . A série é divergente, se  1 , isto é, se    x  3
2 2
1 1
ou 1  x   . Quando x  1 , obtém – se a série harmónica 1     , que de acordo
2 3
com o critério de Leibniz é convergente. Isto quer dizer que a série converge quando
 3  x  1.

6.5 Série de Taylor


6.5.1 Desenvolvimento de uma Função em Séries de Potências
Se uma função f  x  admite um desenvolvimento em série de potência de x  a num

entorno de x  a  R do ponto a , esta série chama – se Série de Taylor, e terá a seguinte

forma:

f '' a 
x  a 2    f a  x  a n  
n 
f  x   f a   f ' a  x  a  
2! n!

Quando a  0 a série de Taylor também recebe o nome de Série de Maclaurin.

f '' a 
x  a 2    f a  x  a n   é justa, se
n 
A igualdade f  x   f a   f ' a  x  a  
2! n!

para x  a  R o termo complementar da fórmula de Taylor

 n
f k  a  
Rn x   f x    f a    x  a k   0 , quando n   .
 k 1 k! 
Para avaliar o termo complementar da série pode – se empregar a fórmula

Rn x  
x  an1 f n1 a   n x  a  , onde 0   n  1 . (forma de Lagrange).
n  1!

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 195


6.5.2 Métodos Usados Para Desenvolver em Série de Potências
Usando os desenvolvimentos fundamentais:

x x2 x3 xn
i) ex  1        x    ,
1! 2! 3! n!

x x3 x5 x 2 n 1
ii) sen x        1     x    ,
n

1! 3! 5! 2n  1!
x2 x4 2n
    1    x   ,
n x
iii) cos x  1   
2! 4! 2n !
m m  1x 5 2 mm  1 m  n  1 n
iv) 1  x m  1
m
x x  x   1  x  1 ,
1! 2! n!

O desenvolvimento desta série se comporta da seguinte maneira: se m  0 ,


converge absolutamente em ambos os extremos; se  1  m  0 , diverge
quando x  1 e converge condicionalmente quando x  1 ; se m  1 , diverge
em ambos os extremos.

x2 x3 n
ln 1  x   x      1  1  x  1 ,
n 1 x
v)  
2 3 n
Pode – se em muitos casos, obter – se facilmente o desenvolvimento de uma função
dada a série de potências, sem que haja necessidade de investigar o resto da série. As
vezes ao fazer o desenvolvimento, é necessário utilizar a derivação ou integração termo
a termo. Quando se trata de desenvolver em série de potências de funções racionais,
recomenda – se desenvolver tais funções em fracções simples.

Exemplo:

Desenvolver em série de potências de x a função f x  


1
.
1  x 1  2 x 
Resolução:

Desenvolvendo a função em fracção simples, teremos: f x  


1 1
 .
1  x  1  2 x
 
 1  2 x  2 x       1 2 n x n ,
1 1
Como  1 x  x2     xn e
2 n

1 x n 0 1  2x n 0

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 196


Definitivamente teremos:

 
  
f x    x n  2   1 2 n x n  1   1 2 n1 x n .
n n

n 0 n 0 n 0

As progressões geométricas
 
 1  2 x  2 x       1 2 n x n ,
1 1
 1 x  x2     xn e
2 n

1 x n 0 1  2x n 0

1
são convergentes respectivamente quando x  1 e x  , portanto, a fórmula
2

 
  
f x    x n  2   1 2 n x n  1   1 2 n1 x n
n n

n 0 n 0 n 0

1 1 1
é válida quando x  , isto é, quando   x  .
2 2 2

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 197


6.6 Exercícios Propostos
1. A partir da definição estudar a convergência da série:
1 1 1
  ...   ...
1.4 4.7 3n  23n  1
2. Verificar a condição necessária da convergência para as seguintes séries:

3n  3
a)  2n  4
n 1


n5
b) n
n 1
2
4
3. Aplicando o critério Integral de Cauchy, estudar a convergência da série:
1 1 1
1   ...   ...
2 3 n
4. Aplicando o critério de D´Alembert, estudar a convergência das séries:

2n  1
a) 
n 1 2n

3n
b)  n
n 1 2 2 n  1


n!
c) 5
n 1
n


n
d) n4
n 1

5. Estudar a convergência das seguintes séries, aplicando o critério do Radical de


Cauchy:

 n 1 
 3n

a)   
n 1  2n  1 

 n2
 1
b)  1  
n 1  n

 n 1 
 n

c)   2 
n 1  n  1 

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 198


  n2
 1
d)  1  
n 1  n
6. Aplicando o critério de comparação, estudar a convergência das séries:

1
a) 
n 1 n

1
b)  3 3n  1
n 1
n

7. Desenvolver as funções: i) y  e x e ii) y  senx em séries de Maklaurim.

8. Desenvolver a função y  cos x em séries de Taylor na vizinhança do ponto



x
4

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 199


BIBLIOGRAFIA

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 200


BIBLIOGRAFIA

1. Alves, E., ALVES M., Elementos de Análise Matemática. Parte I, Imprensa


Universitária, Maputo, 2000.

2. ALVES, E., ALVES M., Elementos de Análise Matemática. Parte II, Maputo,
2004.

3. BEIRÃO, J. C.; MORGADINHO, S.; Introdução à Análise Matemática, texto


editores, Lda., 1ª ed, Maputo, 2006.

4. BEIRÃO, J. C.; ALEXANDROV, R.; Problemas de Análise Matemática II – Séries,


1ª ed., Universidade Eduardo Mondlane, 1982.

5. BRONSTEIN, I.; SEMENDIAEV K.; Manual de Matemática para Engenheiros e


estudantes, 2ª edição, Editora Mir Moscovo, 1984.

6. CHIANG, A. C., Matemática para Economistas, Editora McGraw-Hill, São Paulo,


1982.

7. DEMIDOVITCH, B. e outros; Problemas e Exercícios de Análise Matemática, 3ª


edição, editora Mir Moscovo, 1977.

8. NEVES, M. A. F, VIEIRA, M. T. C., ALVES, A. G.; Matemática, 11º ano, porto


editora.

9. PISKUNOV, N., Calculo Diferencial e Integral, 18ª edição, volume I, Livraria


Lopez da Silva - Editora, 2000. (Traduzido em Português por António Eduardo
Teixeira e Maria José Teixeira).

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 201


10. SAMUELSON, P. A.; NORDHAUS, W. D., Economia, 16a edição, editor
McGraw – Hill de Portugal Lda,1999.

11. SYDSAETER, K., HAMMOND, P., Matemática Essencial para Análise


Económica (Parte I), 1ª edição, Moçambique editora, Lda, 2005.

12. TAGUIROV, T. S. et all; Matemática Básica, volume I, editor Núcleo Editorial da


UEM, Maputo, 1985.

13. TSIPKIN, A. G.; Manual de Matemáticas para la ensenanza media, editora Mir
Moscovo, 1985.

14. UAMUSSE, A. A., CUAMBE, V. A. J; Matemática, 12ª classe, diname editora,


2007.

15. RALHA, R., Cálculo, Universidade do Minho, Fevereiro de 2008.

Mendes Cardoso Cândido, Matemática I, Página 202

S-ar putea să vă placă și