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HIPOPARATIREOIDISMO, PSEUDO-HIPOPARATIREOIDISMO E sendo que a reabsorção encontra-se ainda mais reduzida, o que

PSEUDO-PSEUDO-HIPOPARATIREOIDISMO – LAEM promove um aumento da densidade mineral óssea (DMO) final,


tanto de osso cortical quanto de osso trabecular. Por isso,
HIPOPARATIREOIDISMO geralmente a DMO é adequada, porém não se sabe ainda se a
DIAGNÓSTICO qualidade óssea está preservada e se o risco de fratura nesses
O diagnóstico do hipoparatireoidismo é feito quando o cálcio total pacientes é menor. Parece que, nas crianças com
é menor ou igual a 8,5 mg/dℓ com PTH < 30 pg/mℓ. hipoparatireoidismo, algum outro fator consegue estimular o
remodelamento ósseo no lugar do PTH e fazer a síntese e
ACHADOS LABORATORIAIS remodelação óssea normalmente durante o crescimento, mesmo
• Hipocalcemia com paratormônio (PTH) inapropriadamente baixo na ausência do PTH, pois se observa que não há prejuízo no
e fração de excreção de cálcio aumentada, podendo determinar crescimento dessas crianças apesar da falta desse hormônio.
hipercalciúria ou normocalciúria, dependendo da taxa de filtração Alguns pacientes com hipoparatireoidismo podem ter
glomerular do cálcio. hipocalcemia crônica e evoluir para osteomalacia hipocalcêmica.
• Hiperfosfatemia e fração de excreção de fósforo baixa, com No entanto, como o remodelamento nesses pacientes é muito
hipofosfatúria. reduzido, o tempo de mineralização se torna muito prolongado,
• Redução de adenosina monofosfato cíclico (cAMP) urinário, que de modo que o rebordo osteoide não fica tão espesso, não sendo
aumenta muito após a infusão de PTH exógeno. necessária a reposição de cálcio em doses tão elevadas para a
• Dosagem de 1,25-vitamina D (calcitriol) baixa, pois não há PTH correção dessa osteomalacia, como se faz nos casos de
para converter a 25-vitamina D em 1,25-vitamina D, causando osteomalacia com valores elevados de PTH.
redução da absorção intestinal de cálcio.
• Marcadores de turnover ósseo reduzidos (osso com CLASSIFICAÇÃO
remodelamento bastante reduzido): aumento de fator de Pós-cirúrgico. É a causa adquirida mais comum de
crescimento de fibroblasto 23 (FGF-23) induzido pela hipoparatireoidismo. Pode ocorrer após alguma cirurgia cervical,
hiperfosfatemia. de forma transitória (mais comum) ou permanente, pela retirada
inadvertida das paratireoides, por danificação dessas glândulas no
APRESENTAÇÃO CLÍNICA ato operatório ou por lesão da vascularização das glândulas. A
O hipoparatireoidismo pode cursar com sintomas de hipocalcemia incidência do hipoparatireoidismo permanente pós-cirúrgico varia
crônica, como fadiga, parestesias de extremidades e perioral, de 0,5 a 7%, dependendo da experiência do cirurgião, tipo de
fraqueza muscular, sinal de Chvostek (que consiste na percussão cirurgia, patologia (maior risco em bócios mergulhantes, doença
do trajeto do nervo facial, abaixo do processo zigomático, 2 cm à de Graves e câncer de tireoide), grau de extensão da retirada da
frente da orelha, desencadeando contração da musculatura facial, tireoide, dissecção linfonodal e identificação das paratireoides no
que eleva o lábio ipsilateral; sensibilidade de 70% e especificidade intraoperatório. As apresentações do hipoparatireoidismo pós-
de 90%, pois 10% da população normal pode apresentar este cirúrgico são:
sinal), sinal de Trousseau (mantém-se o manguito de pressão - Transitório, se permanecer por menos de 6 meses do pós-
arterial insuflado por 3 min em pressão 20 mmHg acima da operatório.
pressão arterial sistólica e observa-se a ocorrência de contração - Permanente, se permanecer por mais de 6 meses do pós-
carpopedal dos dedos da mão, de forma involuntária e operatório. Às vezes o paciente já está medicado com cálcio e
incontrolável; sensibilidade de 94% e especificidade de 99%), calcitriol após a cirurgia, sendo necessário retirar
cãibras musculares, tetania, dor óssea e cefaleia. Pode haver progressivamente essas medicações, para avaliar se houve reserva
insuficiência cardíaca por redução da contratilidade miocárdica. paratireoidiana após 6 meses do pós-operatório ou se realmente é
Sintomas de hipercalciúria (nefrolitíase, nefrocalcinose e perda de um hipoparatireoidismo permanente.
função renal) ou de hiperfosfatemia (risco cardiovascular Há descrições de alguns casos em que não há hipoparatireoidismo
aumentado e calcificações difusas) podem ser encontrados. no pós-operatório recente, mas que desenvolvem
Eventualmente, o hipoparatireoidismo se manifesta como um hipoparatireoidismo após vários meses ou anos da cirurgia,
quadro grave de hipocalcemia aguda, com crises convulsivas, mostrando que talvez tenha restado algum tecido paratireoidiano
laringospasmo ou broncospasmo, arritmias cardíacas (por residual que tenha sofrido lesão com o tempo, seja por idade ou
prolongamento do QTc) ou alteração de estado mental. vascularização (não se sabe ao certo), ou talvez seja algum
O produto cálcio (Ca) 3 fósforo (P) elevado, principalmente em acometimento autoimune de paratireoides, em um paciente que
decorrência do fósforo, leva à calcificação de vários locais, já removeu a tireoide por tireoidite, por exemplo.
incluindo gânglios da base (raramente cursando com distúrbios de
movimento), cerebrais e vasculares. A calcificação vascular, por Autoimune. Difícil diagnóstico, pois no Brasil não é disponibilizada
sua vez, aumenta o risco cardiovascular. Deve-se solicitar uma TC a dosagem dos autoanticorpos, sendo um diagnóstico presuntivo
de crânio para avaliação das calcificações cerebrais em pacientes em pessoas que já têm outras doenças autoimunes associadas. É a
com mau controle do produto Ca 3 P por muito tempo. segunda maior causa de hipoparatireoidismo adquirido no adulto.
Catarata precoce é outra manifestação (catarata subcapsular, Geralmente causada por anticorpo ativador do receptor sensor de
diferente da catarata do idoso, sendo sua causa ainda não muito cálcio (CaSR). Nesses casos, não ocorre destruição da glândula,
bem estabelecida). Deve-se sempre pedir a avaliação do apenas ativação do receptor, consistindo, portanto, em um
oftalmologista. hipoparatireoidismo reversível, com manifestações transitórias,
O osso do paciente com hipoparatireoidismo tem baixo com um quadro clínico de recidivas e remissões, conforme a
metabolismo, turnover e remodelação em decorrência da falta do doença entra e sai de atividade. Em alguns casos, no entanto,
PTH. Tanto a formação quanto a reabsorção óssea diminuem, pode ocorrer destruição autoimune das paratireoides, com
hipoparatireoidismo permanente. O hipoparatireoidismo • Gluconato de cálcio 10%: 10 ampolas (100 mℓ) diluídos em 900
autoimune pode se apresentar das seguintes maneiras: mℓ de SG a 5% (solução com 0,9 mg de cálcio elementar por mℓ).
- Isolado. Fazer em bomba de infusão contínua a aproximadamente 50
- Associado à síndrome poliglandular autoimune tipo 1: mℓ/h (45 mg/h), modificando a dose conforme a calcemia colhida
hipoparatireoidismo, doença de Addison e candidíase de 6/6 h. Deve-se deixar cerca de 1 a 3 mg/kg/h.
mucocutânea. A transmissão, na grande maioria das vezes, é • Sempre corrigir o magnésio.
autossômica recessiva. Causado pela mutação no gene AIRE, com
várias mutações possíveis descritas nesse gene, sem correlação Tratamento crônico do hipoparatireoidismo
genótipo-fenótipo. Mantém-se a calcemia no limite inferior da normalidade, o
- Associado à síndrome poliglandular autoimune tipo 2. suficiente para não causar sintomatologia. Para isso, utiliza-se de
suplementação de cálcio (geralmente no máximo 1 g de cálcio
Outras formas adquiridas. Por doenças de depósito elementar por refeição, pois o organismo não absorve mais do
(hemocromatose, doença de Wilson etc.), infiltração metastática, que isso; se necessário, pode-se aumentar mais cálcio em outros
doenças infecciosas ou granulomatosas com acometimento das horários do dia, mais fracionado, sempre evitando administrar
paratireoides, radioterapia cervical e tratamento com mais de 1 g por refeição. Alguns pacientes necessitam de doses
radioiodoterapia. altas, como 9 g/dia de cálcio), vitamina D (deve-se manter > 30
ng/mℓ) e calcitriol (cuja reposição sempre é necessária no
Hipo ou hipermagnesemia. Pode causar redução transitória na paciente com hipoparatireoidismo, pois, na falta de PTH, não há
secreção de PTH e também na sua ação (resistência ao PTH). O conversão de 25-vitamina D em 1,25-vitamina D. Podem ser
magnésio (Mg) é importante para secreção do PTH e sua ligação necessárias doses de um até oito comprimidos por dia de
ao receptor. Na hipomagnesemia, além do PTH estar um pouco calcitriol).
reduzido, ocorre também resistência à sua ação (baixa ligação no Deve-se ter cuidado com a hipercalciúria e risco de nefrolitíase,
receptor). Na hipermagnesemia, o magnésio se liga ao CaSR, nefrocalcinose e disfunção renal. É muito comum evoluir com
inibindo a secreção de PTH. A dosagem sérica de magnésio não é hipercalciúria e necessitar de hidroclorotiazida 25 a 100 mg/dia e
muito boa e não reflete bem os estoques corporais de magnésio. dieta hipossódica com o tratamento. Procura-se manter calciúria <
O ideal seria dosar o magnésio intracelular, mas isso não é feito na 300 mg em 24 h (ou menor que 4 mg/kg/dia). Se houver histórico
prática. de nefrolitíase, deve ser mantida < 200 mg em 24 h.
A dosagem da calciúria em amostra isolada de urina, colhida em
Hereditário/congênito. Pode ser: jejum, ajuda a diferenciar se a hipercalciúria é de causa absortiva
- Mutação causadora de defeito na biossíntese do PTH. (pela ingestão dos comprimidos de cálcio, iatrogênica) ou renal
- Mutação causadora de defeito na secreção do PTH. (pela própria doença de base com deficiência de PTH). Nos casos
- Agenesia de paratireoides. em que ocorre hipercalciúria na urina de 24 h, mas a calciúria
- O defeito pode ser isolado ou combinado a outras doenças, coletada em amostra isolada de urina pela manhã após jejum de 8
malformações ou síndromes genéticas. Sempre pesquisar por a 12 h encontra-se normal, há um indício de que essa
hipoparatireoidismo em crianças com malformações cardíacas, hipercalciúria é iatrogênica, devido ao excesso de comprimidos de
renais, ou de audição para excluir, p. ex., síndrome de DiGeorge. cálcio. Já quando a calciúria isolada coletada em jejum permanece
- Há várias mutações e vários padrões de herança descritos, mas a elevada, provavelmente a excreção urinária elevada de cálcio se
grande maioria ainda não tem a causa genética identificada. deve à própria dificuldade renal em reabsorver o cálcio, e não
devido ao tratamento em si.
Resistência ao PTH (pseudo-hipoparatireoidismo, PHP), que pode Cuidado com hiperfosfatemia também é importante; deve-se
ser do tipo 1 ou 2: orientar dieta pobre em fósforo e, às vezes, será necessário o
- PHP tipo 1 (PHP1): não aumenta o cAMP urinário nem a tratamento com quelantes de fósforo. Tenta-se manter o fósforo
fosfatúria após a infusão de PTH (resistência do túbulo contorcido no nível superior da normalidade. Os quelantes que podem ser
proximal [TCP] ao PTH). utilizados são: sevelamer 800 mg, via oral (VO) em cada refeição
- PHP tipo 2 (PHP2): há aumento de cAMP urinário, mas não da (3 vezes/dia), hidróxido de alumínio (atualmente pouco usado,
fosfatúria, após infusão de PTH. Há algum defeito intermediário pois se deposita no osso, impedindo a sua mineralização, além de
no estímulo da fosfatúria, entre a geração do cAMP e a efetivação se acumular em SNC, podendo causar encefalopatia). Os principais
da fosfatúria. mecanismos para ajudar a excretar o fósforo são o FGF-23
(principal, estando aumentado no hipoparatireoidismo), o PTH e o
Idiopático. É como se denomina todas as outras formas de cálcio (que em níveis elevados consegue aumentar excreção do
hipoparatireoidismo adquiridas que não sejam pós-operatórias e fósforo, independente de PTH). Mantém-se o produto Ca × P < 55
não se tenha detectado para elas outra etiologia. mg/dℓ.
No osso, geralmente a massa óssea está adequada, bastando
TRATAMENTO apenas a observação. Nos casos em que o paciente tiver
Tratamento da hipocalcemia aguda osteoporose associada, com alta remodelação óssea e altos
• Gluconato de cálcio 10%: deve-se diluir 10 mℓ em 100 mℓ de marcadores de turnover, apesar do hipoparatireoidismo (ou seja,
soro glicosado (SG) a 5% e administrar por via intravenosa (IV) em paciente com essas duas doenças associadas), então pode-se
5 a 10 min. Essa infusão fornece 90 mg de cálcio elementar e considerar a introdução de bisfosfonato.
geralmente cursa com melhora dos sintomas agudos. Deve-se O tratamento com PTH já se mostrou adequado para essa doença,
evitar cloreto de cálcio em infusão em bolus, pois pode ser na dose de duas injeções subcutâneas diárias. O uso de PTH torna
irritante e esclerosante para a veia. mais fácil o controle do cálcio (reduzindo as necessidades diárias
de cálcio e calcitriol), reduz a calciúria, as complicações renais, o A calciúria costuma ser menor que no hipoparatireoidismo, pois
risco de hipercalcemia e a hiperfosfatemia, aumenta a fosfatúria, no PHP geralmente ocorre resistência ao PTH no TCP, mas não
reduz o produto Ca 3 P e o risco de calcificações vasculares e tanto no túbulo contorcido distal (TCD), de modo que o PTH
melhora a massa óssea, aumentando marcadores de turnover consegue agir normalmente nessa região, aumentando a
ósseo. No entanto, seria um tratamento pouco prático, por ser reabsorção tubular de cálcio. Portanto, não costuma haver
subcutâneo e diário, e não é recomendado, porque estudos hipercalciúria, nefrolitíase ou doença renal.
mostraram aumento do risco de sarcoma ósseo em ratos. A hipocalcemia ocorre não pela hipercalciúria, mas pela reduzida
Naqueles pacientes que não estiverem conseguindo manter a formação de calcitriol, já que há resistência ao PTH no TCP (onde
calcemia adequada, deve-se investigar: magnésio, função se encontra a maior parte da enzima 1-alfa-hidroxilase).
tireoidiana e má aderência. Além disso, os marcadores de turnover ósseo também são mais
elevados (não são suprimidos como no hipoparatireoidismo), já
PROGNÓSTICO que o osso geralmente também não apresenta essa resistência ao
A hiperfosfatemia que acompanha o hipoparatireoidismo é um PTH.
grande fator de risco cardiovascular, pois é a responsável pelas A ação fosfatúrica do PTH no rim depende da geração de cAMP na
calcificações que acometem esses pacientes (em gânglios da base, urina após a ligação do PTH ao seu receptor no TCP. Como 75% do
cerebrais e vasculares). Portanto, deve-se evitar ao máximo a cAMP dosado na urina tem origem do estímulo do PTH, então
hiperfosfatemia, evitando alimentos ricos em fósforo (que são os pode-se inferir que essa dosagem do cAMP urinário é reflexo da
mesmos ricos em cálcio, ou seja, laticínios e queijos – o ideal ação ou falta de ação do PTH nos rins. No PHP-1, há redução do
nesses casos é repor o cálcio por suplemento, VO, pois não se cAMP urinário e da fosfatúria. No PHP-2, há redução da fosfatúria,
acompanha de fósforo) e, se necessário, usam-se quelantes de mas com cAMP urinário normal (ou seja, o defeito neste caso está
fósforo, como se faz na insuficiência renal crônica. em algum ponto entre a geração do cAMP e o estímulo da
Os pacientes com hipoparatireoidismo sempre devem ser fosfatúria).
rastreados para doenças cardiovasculares.
ETIOLOGIA
PSEUDO-HIPOPARATIREOIDISMO O PHP pode ser causado por uma mutação da GS-alfa, levando à
DEFINIÇÃO resistência periférica à ação do PTH (mutação do gene GNAS), ou
O PHP é um conjunto de doenças em que ocorre a resistência a mutação de algum outro gene que seja importante para a
hormônios que agem via receptores acoplados à proteína G. A sequência de eventos que ocorre entre a geração da proteína G e
maioria dos casos se apresenta com resistência essencialmente ao o estímulo da fosfatúria (algum gene ainda não identificado).
PTH no TCP renal, podendo ter também resistência ao PTH em A resistência pode ser apenas renal (TCP) ou ocorrer também em
outros locais, por exemplo no osso. outros tecidos. A resistência a outros hormônios que também
Pode ainda haver resistência a outros hormônios cujos receptores agem via proteína G, causando um fenótipo conhecido como
são acoplados à proteína G, como o hormônio tireoestimulante osteodistrofia hereditária de Albright (OHA) ocorre em alguns
(TSH), o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), o hormônio casos.
luteinizante (LH), o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o A mutação no PHP é sempre herdada da mãe, pois o alelo paterno
hormônio liberador de hormônio do crescimento (GHRH), sofre imprinting (quando um gene é expresso apenas por um alelo
causando quadro clínico compatível com fenótipo de e o outro é inativado) no TCP, portanto, mesmo que ele esteja
osteodistrofia hereditária de Albright (OHA). Dependendo do alterado, não causará resistência renal ao PTH. Quando o
fenótipo do paciente (renal e não renal) e do local da mutação [se indivíduo herda o alelo mutado do pai, terá então o chamado
a subunidade alfa da proteína G estimulatória (GS-alfa) está pseudo-pseudo-hipoparatireoidismo (PPHP), no qual não ocorre
mutada ou se a mutação ocorreu em alguma fase posterior à nenhuma alteração renal, mas o indivíduo apresenta o fenótipo da
geração da GS-alfa], pode-se classificar cada paciente em um dos OHA.
subtipos do PHP.
A mutação no gene GNAS, que codifica a GS-alfa, ocorre na grande CLASSIFICAÇÃO
maioria dos PHP, sendo estes classificados como PHP-1A. No
entanto, em 20 a 30% dos casos de PHP essa mutação não foi Pseudo-hipoparatireoidismo tipo 1
identificada, e estes casos serão divididos em PHP-1B (se os No PHP-1 não ocorre aumento do cAMP urinário nem da
pacientes não tiverem OHA) e PHP-1C (se tiverem manifestação fosfatúria após a administração de PTH, ou seja, a resistência renal
renal + OHA → fenótipo idêntico ao PHP-1A, mas sem a mutação ao PTH se dá em algum momento antes da geração do cAMP. É
no gene GNAS). herdado sempre por uma mutação do alelo materno, de forma
autossômica dominante. Portanto, o indivíduo fica em
DIAGNÓSTICO E QUADRO CLÍNICO heterozigose. A maioria dos casos (70 a 80%) é causada por uma
O quadro clínico de PHP simula o hipoparatireoidismo (cálcio mutação de GNAS, que promove um defeito na subunidade
baixo, fósforo elevado, fosfatúria baixa e capacidade tubular estimulatória da proteína G, a qual fica apenas com 50% da sua
máxima [TM] elevada de fósforo, o que significa que a fosfatemia capacidade estimulatória (PHP-1A). Os outros 20 a 30% dos
precisa estar muito elevada para que o fósforo comece a ser pacientes se enquadram nos tipos 1B ou 1C, os quais não
excretado pelos túbulos renais). No entanto, o PTH é elevado, pois apresentam mutação no gene GNAS, mas em alguns outros genes,
se trata de um quadro de resistência a esse hormônio. É sempre conhecidos ou não. Como no TCP renal quem codifica a proteína G
preciso excluir insuficiência renal crônica, hipomagnesemia e local é apenas o alelo materno (o alelo paterno sofre imprinting
deficiência de vitamina D, que podem simular essa mesma nesse local), ocorre uma resistência completa ao PTH nesse setor
bioquímica. (TCP). Já no TCD, a resistência é parcial, pois há proteínas G
codificadas tanto por alelos maternos quanto paternos e, por isso, PHP-1C. O fenótipo é o mesmo do tipo 1A (resistência renal
pode haver aumento da reabsorção tubular de cálcio estimulada associada ao fenótipo de Albright), mas a GS-alfa também está
pelo PTH nesse segmento. A calciúria acaba sendo menor do que preservada e normal, com 100% de sua atividade, assim como no
no hipoparatireoidismo e não costuma haver doença renal. PHP-1B. As células de sangue periférico não apresentam mutação
Após infusão de PTH, nem o cAMP cíclico urinário e nem a do gene GNAS e ainda há poucos tipos de mutação em outros
fosfatúria aumentam (há resistência do TCP ao PTH). genes descritos para este tipo de PHP.
Pseudo-hipoparatireoidismo tipo 2
PHP tipo 1A (70% dos casos de PHP). Mutação no GNAS que No PHP-2 também ocorre baixa fosfatúria e elevada capacidade
compromete a capacidade estimulatória da proteína G, que tubular máxima de fósforo (TM de fósforo), mas há aumento do
mantém apenas 50% da sua atividade. Além das alterações do cAMP urinário à infusão de PTH. Ou seja, o defeito está entre o
metabolismo do cálcio e fósforo, o paciente evolui com OHA, que aumento do cAMP e o estímulo à fosfatúria. Não se sabe qual é a
consiste na mutação da GS-alfa de outros receptores hormonais, mutação nesses casos, nem qual é o tipo de herança. Já foi
em outros tecidos-alvo que dependem desta proteína, como os aventada a possibilidade de ser uma doença adquirida, reversível
hormônios GHRH, GnRH, LH, FSH, TSH e glucagon. Portanto, a e não herdada. O cálcio não está comprometido. Alguns pacientes
inatividade dessa proteína pode cursar com fenótipo de com deficiência grave de vitamina D podem cursar com um
hipotireoidismo, baixa estatura, hipogonadismo, braquidactilia quadro clínico semelhante ao do PHP-2, com aumento de fósforo
(encurtamento do 3o, 4o e 5o quirodáctilos ou de outros dedos das sérico e baixa fosfatúria, porém esse quadro é transitório e
mãos por mecanismo desconhecido), ossificações ectópicas reversível com a reposição de vitamina D.
subcutâneas, face arredondada, bossa frontal, retardo mental
[parece que algumas funções mentais dependem de sinalização TRATAMENTO
via peptídio relacionado com o PTH (PTHrp), em SNC] e obesidade O tratamento do PHP deve ser o mesmo instituído para o
(resistência à ação lipolítica do estímulo adrenérgico, pois as hipoparatireoidismo, visando normalizar o metabolismo do cálcio
catecolaminas também agem via receptores acoplados à proteína e do fósforo. Busca-se normalizar o PTH para saber se o
G). Esse quadro clínico será chamado de OHA, sendo os sinais mais tratamento está adequado. É necessário rastrear e tratar as outras
específicos dessa condição a braquidactilia e as calcificações endocrinopatias e acometimentos que podem estar presentes na
subcutâneas. Não há descrição de resistência ao hormônio OHA (1A e 1C).
liberador de corticotrofina (CRH), hormônio adrenocorticotrófico
ou corticotrofina (ACTH) e vasopressina na OHA, apesar desses PSEUDO-PSEUDO-HIPOPARATIREOIDISMO
hormônios também se ligarem a receptores acoplados à proteína Os pacientes que herdam a mutação do gene GNAS em
G. A resistência óssea ao PTH está presente ou não. Neste último heterozigose, do alelo paterno, podem ter o quadro clínico da
caso, o PTH elevado pode cursar com doenças ósseas, de modo OHA, sem haver a resistência renal ao PTH (já que há imprinting
semelhante ao que ocorre no hiperparatireoidismo, mas do alelo paterno mutado no TCP, sendo este silenciado nessa
geralmente o osso no PSH-1A tem boa mineralização, com T e Z- região). Portanto, eles apresentam todas as outras alterações
escores até positivos, diferente do que costuma acontecer no fenotípicas, mas sem alteração no metabolismo do cálcio e do
PHP1B. Estes pacientes devem ser investigados e tratados para fósforo. Esta condição é denominada pseudo-pseudo--
todas essas alterações endócrinas descritas, que podem estar hipoparatireoidismo, ou PPHP.
presentes. O PHP-1A e o PPHP coexistem na mesma família (mas não na
mesma geração), pois a mutação é a mesma, a única diferença é
PHP-1B. Geralmente apresentam resistência ao PTH no TCP, mas se foi herdada do pai ou da mãe. A GS-alfa desses pacientes está
não apresentam defeito na proteína G dos outros receptores, não sempre funcionando apenas 50%.
cursando com o fenótipo de Albright, mas
apenas com as alterações de cálcio e
fósforo. Ou seja, a resistência é apenas
renal. Neste tipo de PHP, a GS-alfa
encontra-se íntegra, com atividade de
100%, indicando que a mutação ocorre em
algum ponto entre a geração da GS-alfa
(que é normal) e o estímulo da secreção do
cAMP (que não ocorre). Não se sabe ao
certo onde está a mutação. Pode ser
esporádico (maioria) ou herdado de forma
autossômica dominante. Como não há
resistência ao PTH no osso, esse pode sofrer
consequências do PTH elevado, com alto
turnover, perda de massa óssea e doença óssea de modo
semelhante ao hiperparatireoidismo primário. Com o tempo, essa
reabsorção óssea aumentada pode levar à normalização ou até à
elevação da calcemia, evoluindo para um quadro clínico
semelhante ao do hiperparatireoidismo.

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