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de Hegel
· abril 21, 2018
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A dialética do senhor e do escravo é o nome que se dá a
uma construção teórica de Friedrich Hegel, considerada um
dos elementos chaves da sua filosofia que, posteriormente, influenciou muitos
filósofos. Ela não só se transformou na base da dialética materialista
desenvolvida por Karl Marx, mas também teve uma forte influência na
Psicanálise.
Para Hegel, a realidade humana se condensa no que chamamos de História
Universal. Por sua vez, o que marcou essa história foi a relação
desigual entre os seres humanos. Entre tiranos e reprimidos.
Desse modo, a dialética histórica é a dialética do senhor e do escravo. O que
tem movimentado a História é essa contradição entre uns e outros, que criou
uma desigualdade na autoconsciência dos seres humanos.
“O povo é aquela parte do Estado que não sabe o que quer”.
– Friedrich Hegel –
Para Hegel, a História é a história das relações sociais. Esta história começa
quando existem dois desejos humanos confrontados. O que o ser humano
deseja é ser desejado por outro ser humano. Em outras palavras, ser
o desejo humano é,
reconhecido pelo outro. Então,
fundamentalmente, um desejo de reconhecimento.
O ser humano quer que os outros lhe atribuam um valor destacado. Isto é, um
valor próprio, que diferencie cada indivíduo dos demais. Isto é o que define a
condição humana. Portanto, segundo Hegel, o mais
característico do ser humano é se impor diante dos
outros. Só quando o outro indivíduo o reconhece como alguém autônomo
cria-se a autoconsciência. Por sua vez, as autoconsciências forjam entre elas
uma luta mortal.
Senhores e escravos
Deste modo, o que Hegel propõe é que a dialética da História é a dialética do
senhor e do escravo. Desde o começo da História existem
dominadores e dominados. Uma entidade reconhecida, o
senhor, e uma entidade que o reconhece, o escravo. Esse
escravo deixa de ser uma entidade autônoma e se transforma em “uma coisa”
para o amo.
Devido a esse domínio, o senhor intimida o escravo e o obriga a trabalhar para
ele. Este trabalho não é um processo que “cria” o escravo, senão uma
imposição que o transforma em um simples objeto de trabalho. No entanto, o
senhor acaba dependendo do escravo para a sua própria
sobrevivência. E sempre existe um momento onde os papéis se invertem,
porque o escravo acaba sendo indispensável para o amo, mas ele não é
imprescindível para o escravo.
A dialética do senhor e do escravo é um conceito que
marcou um antes e um depois na história da filosofia. Ela
estabeleceu bases que, por mais que tenham sido revistas e reinterpretadas,
ainda mantêm essencialmente a sua validez.
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