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EXMO. SR. DR.

DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ

AÇÃO CONSTITUCIONAL DE HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR

JOSÉ ADAHIL DE SOUZA MATOS, brasileiro, casado, advogado, inscrito


na OAB-CE sob o nº 20375, TELMA REGINA MENESES LOPES, brasileira,
casada, advogada, inscrita na OAB-CE sob o nº 39661, vem, perante Vossa
Excelência, com reciprocidade de respeito, com amparo no inciso LXVIII, do art. 5º da
Constituição Federal de 1988 e nos art. 647 e 648, inciso VI, do Código de Processo
Penal, impetrar a presente AÇÃO CONSTITUCIONAL DE HABEAS CORPUS COM
PEDIDO DE LIMINAR em favor de NEWTON FAÇANHA DA SILVA, brasileiro,
solteiro, 2º grau incompleto, soldador, filho de José Moreira da Silva e
Antônia de Fátima Façanha da Silva, nascido em 25/10/1992, natural de
Fortaleza/CE, RG 2005010087402 SSPDS/CE, residente à Rua da Fé, nº 234,
Carlito Pamplona, Fortaleza/CE, contra ato do r. JUÍZO DA 2ª VARA CRIMINAL
DA COMARCA DE MARACANAÚ – CE, NOS AUTOS DO PROCESSO Nº 0000868-
11.2018.8.06.0064, o que faz consubstanciado nas razões fático-jurídicas que
doravante se colacionam:
DAS RAZÕES FÁTICAS.

Douta Relatoria, o paciente foi preso e autuado em flagrante delito no dia 12 de


fevereiro de 2018, pela suposta prática de delito tipificado no artigo 33 da Lei nº
11.343/06.

Comunicado o flagrante e distribuído, o Juízo de primeiro grau decidiu por


homologá-lo e decretar a prisão preventiva do paciente, por entender, que se achavam
os presentes os requisitos autorizadores, no caso, a garantia da ordem pública, in
verbis:

Vistos, etc.
Trata-se de auto de prisão em flagrante que figura como autuado NEWTON
FAÇANHADA SILVA, preso em flagrante delito pela suposta prática do crime
capitulado no art. 33 da Lei 11.343/06, que teria ocorrido, por volta de 19:00h,
em 12.02.2018, na rua São José, 1017, Parque Leblon, neste município.
Juntou-se a comunicação o auto de prisão onde foram ouvidos o condutor,
as testemunhas e o conduzido.
É o relatório. Decido.
Com o advento da Lei 12.403/11, o juiz, ao receber o auto de prisão em
flagrante, deverá fundamentadamente: I - relaxar a prisão; II - converter a
prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos
constantes do art. 312 do CPP, e se revelarem inadequadas ou insuficientes
as medidas cautelares diversas da prisão; ou III - conceder liberdade
provisória, com ou sem fiança.
No caso dos autos, verifica-se que o flagrante atende aos requisitos legais do
CPP, pois observou o art. 302 do CPP e os preceitos constitucionais previstos
pelo art. 5º, incisos LXI, LII, e LXIII da Constituição Federal. Além disso, não
vislumbro ocorrer qualquer das hipóteses previstas no art. 23 do CP. Por
esses fundamentos, tenho por legal a prisão em flagrante, razão porque a
HOMOLOGO.
Passo a decidir sobre a necessidade ou não da conversão em prisão
preventiva. Com efeito, a partir da Constituição de 1988, a liberdade passou
a ser regra em nosso ordenamento jurídico para se dar cumprimento ao
princípio constitucional da presunção de inocência.
No entanto, deve ser verificada as condições da ocorrência, a vida pregressa
do acoimado, bem como a quantidade de droga apreendida.
No caso dos autos, segundo o depoimento de policiais, eles patrulhavam o
local acima indicado, quando resolveram abordar o autuado, que estava em
atitude suspeita. Após uma revista, foram apreendidos com o investigado:61
(sessenta e uma) trouxinhas de MACONHA, além de uma quantia em
dinheiro e um aparelho celular. Após, ele foi preso em flagrante.
Em seu depoimento, o autuado confessou a prática do crime em análise –
fls. 14/15.
Trata-se de crime cuja pena máxima excede em muito o limite previsto no art.
313, inc. I, do CPP. Consultando, ainda, os sistemas SAJ/SPROC, verifiquei
que o investigado responde a uma penal por crime de PORTE ILEGAL DE
ARMA na comarca de Fortaleza. Deste modo, demonstra que é indivíduo
possivelmente inclinado às práticas delitivas.
Tudo isso apenas reforça a conclusão pela necessidade da prisão cautelar
(preventiva) para fins de garantia da ordem pública, a teor do art. 312 do CPP.
As medidas cautelares diversas da prisão, neste caso, não serão suficientes
para se resguardar a sociedade de que o acoimado venha praticar novos
delitos, se mostrando inadequada a aplicação.
Presentes os pressupostos da prisão preventiva e vislumbrando-se alguma
das hipóteses autorizadoras da custódia, resta a averiguação de ser, o delito,
um daqueles em que cabível é a prisão cautelar, nos termos da preceituação
do art. 313, além de não se configurar nenhuma das hipóteses do art.23 do
Código Penal (art. 314 CPP).
Dessarte, in casu, a preventiva fundamenta-se na garantia da ordem pública,
que é assim definida por Júlio Fabbrini Mirabete:
“Fundamenta em primeiro lugar a decretação da prisão preventiva a garantia
da ordem pública, evitando-se com a medida que o delinquente pratique
novos crimes contra a vítima ou qualquer outra pessoa, quer porque seja
acentuadamente propenso à prática delituosa, quer porque, em liberdade,
encontrará os mesmos estímulos relacionados com a infração cometida. Mas
o conceito de ordem pública não se limita a prevenir a reprodução de fatos
criminosos, mas também a acautelar o meio social e a própria credibilidade
da justiça em face da gravidade do crime e de sua repercussão”
E acrescenta:
“Embora seja certo que a gravidade do delito, por si, não basta para a
decretação da custódia, a forma e execução do crime, a conduta do acusado,
antes e depois do ilícito, e outras circunstâncias podem provocar imensa
repercussão e clamor público, abalando a própria garantia da ordem pública,
impondo-se a medida como garantia do próprio prestígio e segurança da
atividade jurisdicional” (Código de Processo Penal Interpretado, 9ª ed. Atlas,
p.803).
O crime de tráfico de drogas já se apresenta como grave, acentuando os seus
contornos de relevância quando observadas as circunstâncias e os
pormenores que o envolveu, tudo muito bem descrito nos autos do auto de
prisão. Assim, inegável que o meio social necessita ser acautelado contra as
práticas que se apontam ao autuado, o que não ocorreria se permanecer, a
sua provável autora, em absoluta liberdade, propensa a repetir as práticas
delituosas, gerando insegurança e medo na sociedade. Inegável, portanto,
que a prisão preventiva impõe-se, no presente caso, como garantia da ordem
pública.
Em relação aos pressupostos da custódia preventiva, presentes os mesmos.
A existência do crime e os indícios de autoria se encontram evidentes através
dos depoimentos de uma das autuadas e das testemunhas, além dos demais
termos e documentos do Inquérito Policial, como é o caso do Auto de
Apresentação e Apreensão e Laudo (s) de Constatação Provisório da droga.
O crime cometido é passível de prisão preventiva, visto enquadrar-se entre
os previstos no art. 313 do Código de Processo Penal e inocorrer qualquer
das hipóteses do art. 23 do Código Penal (art.314 CPP). Por fim, apenas a
instrução esclarecerá a capacidade delitiva do autor do crime.
Pelo exposto, converto o flagrante de NEWTON FAÇANHA DA SILVA, em
PRISÃO PREVENTIVA, com fundamento nos arts. 311, 312 e 313 do CPP.
EXPEÇA-SE o competente ANDADODE PRISÃO em desfavor do autuado,
devendo ser cadastrado no BNMP (validade: 12.02.2038).

Oferecida denúncia, após a formação da relação processual e apresentação de


defesa, seguiu-se para instrução processual.

Encerrada a fase de produção de provas e apresentados memoriais DECIDIU a


autoridade coatora prolatar SENTENÇA CONDENATÓRIA, onde, sem qualquer
fundamentação concreta, contrariando o disposto no § 3º,1 do art. 413, do
Código de Processo Penal, negou o direito de apelar em liberdade, MANTENDO
A PRISÃO PREVENTIVA DO ORA PACIENTE fazendo mera referência de que
permaneceriam presentes os requisitos autorizadores da segregação cautelar.
Veja-se:
DETRAÇÃO PENAL E REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA
Observo o que dispõe o art. 387, §2º, do CPP e desconto o tempo de
prisão provisória da pena imposta ao condenado (preso em flagrante
em 12.02.2018 – 1 ano e 07 meses), detraio esse tempo, restando-lhe
cumprir uma pena de 03 anos e 05 meses de reclusão.
Verifico que o réu NÃO cumpriu o requisito objetivo para progressão de
regime (2/5 da pena), razão pela qual invoco o disposto no art. 33, §
2º, “b” e § 3º do CPB e imponho ao condenado o cumprimento de sua
pena em regime inicialmente semiaberto.
Incabível a substituição prevista no art. 44 do CP, uma vez que a pena
privativa de liberdade aplicada é superior a 4 (quatro) anos.
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA: É incabível a suspensão
condicional da pena, nos moldes do art. 77, caput, do Código Penal.
Denego ao condenado o direito de apelar em liberdade, porque
observo persistirem as razões de sua segregação cautelar para
garantia da ordem pública, permanecem inalterados os seus
requisitos autorizadores, pois já reconhecida a dedicação do Réu em
atividades ilícitas e, especialmente, ao tráfico de drogas. A propósito,
os elementos probatórios colhidos nos autos revelaram a
periculosidade concreta de suas condutas pela quantidade e diversidade
da natureza das drogas apreendidas em seu poder demonstrando que medidas
cautelares diversas da prisão não são suficientes para inibi-lo do cometimento
de crimes.
Além disso, a jurisprudência pátria já pacificou o entendimento de que não se
concede o direito de recorrer em liberdade àquele que permaneceu custodiado
durante toda a instrução criminal, não caracterizando constrangimento ilegal a

1
§ 3o O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida
restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação
da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código.
Preservação da sua custódia pela sentença condenatória, mormente quando
permanecerem hígidos os motivos insertos no artigo 312 do Código de
Processo Penal. Confira-se, nesse sentido, julgado do Superior Tribunal de
Justiça:
A orientação pacificada nesta Corte Superior é no sentido de que não há lógica
em deferir ao condenado o direito de recorrer solto quando permaneceu
segregado durante a persecução criminal, se persistentes os motivos para a
preventiva. (RHC66.747/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA,
julgado em02/06/2016, DJe 17/06/2016).
Destarte, invoco o art. 312 do CPP, para fins de RATIFICAR A ORDEM
DEPRISÃO PREVENTIVA, em face do réu NEWTONFAÇANHADASILVA,
“para garantia da ordem pública”, DENEGANDO-LHE o direito de APELAR EM
LIBERDADE.
Bem por isso, OFICIEM-SE o 12o BPM, a DECAP/Fortaleza,
DENARC/Fortaleza a fim de comunicar a condenação do acusado, e ainda,
proceder atualização dos REGISTROS junto ao BNMP.

Desta forma, mediante explanação que será aduzida nas linhas futuras, será
demonstrado que a presente decisão contraria a preleção do Código de Processo
Penal, bem como o entendimento consolidado pela jurisprudência pátria, uma vez que
não se encontram mais presentes os requisitos da custódia cautelar, bem como da
imperiosa necessidade de fundamentação da manutenção desta.

DA NECESSÁRIA FUNDAMENTAÇÃO DA PRISÃO CAUTELAR.


PRECEDENTES DO STJ. INEXISTÊNCIA DOS REQUISITOS
AUTORIZADORES. DECISÃO GENÉRICA

Como se vê, o Juízo de primeiro grau decretou a prisão preventiva do paciente com
base em fundamentos genéricos relacionados à gravidade abstrata do crime de tráfico
de drogas, em futura e eventual imputação e, ainda, em elementos inerentes ao
próprio tipo penal, deixando de observar o disposto no art. 312 do CPP. Não foram
apontados dados concretos a justificar a segregação provisória. Nem mesmo a
quantidade de entorpecente apreendida – 61 (sessenta e uma) trouxinhas de
maconha, pesando aproximadamente 59 (cinquenta e nove gramas) – pode ser
considerada relevante a ponto de autorizar, por si só, a custódia cautelar do paciente,
sobretudo quando considerada sua primariedade e seus bons antecedentes.

Sobre o tema, este egrégio TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO CEARÁ, quando do


julgamento de casos análogo, já reconheceu a impossibilidade de proferimento de
decisão abstrata. Confira-se:
PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.
EXTORSÃO MAJORADA (ART. 158, §1º, DO CÓDIGO
PENAL). ALEGATIVA DE AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO
NA DECISÃO QUE NEGOU AO PACIENTE O DIREITO DE
APELAR EM LIBERDADE. CONFIGURAÇÃO. DECISÃO
CARENTE DE FUNDAMENTAÇÃO ADEQUADA. MUDANÇA
NOS TERMOS DA ACUSAÇÃO DURANTE O TRÂMITE
PROCESSUAL. ORDEM CONCEDIDA. PARECER PELO
CONHECIMENTO E PROVIMENTO. ORDEM CONHECIDA E
CONCEDIDA.
1. Trata-se de habeas corpus, com pleito de liminar, no qual
requer o impetrante a concessão da liberdade do paciente
alegando, em suma, a ilegalidade da prisão diante da ausência
de fundamento na ordem que negou ao réu o direito apelar em
liberdade.
2. Paciente condenado de prática de delito de extorsão majorado
(art. 158, §1º, do Código Penal). Prisão em 02 de dezembro de
2015.
3. Alegativa de carência de fundamentos na prisão preventiva
configurada. Decisão que negou o direito do paciente de apelar
em liberdade carente de fundamentos idôneos, especialmente
por utilizar como elemento de ancoragem a ordem de prisão
preventiva anterior, sem fazer a necessária adequação diante da
substancial mudança da acusação lançada contra o paciente.
Réu foi preso preventivamente e denunciado pelos crimes de
extorsão, associação criminosa e tráfico ilícito de entorpecentes,
porém condenado somente por aquele. Diante da natureza do
fato imputado ao condenado, a aplicação de medidas cautelares
diversas da prisão se mostra necessária e adequada.
4. De tal sorte, tendo em vista as inovações introduzidas pela Lei
nº. 12.403/2011, observados os critérios da necessidade e
adequabilidade, parece-me razoável, no presente caso,
especialmente considerando a natureza do delito, conforme
narrado na sentença condenatória, aplicar em desfavor do
paciente as medidas cautelares alternativas, diversas da prisão,
alinhadas no art. 319, I, IV e IX, do Código de Processo Penal.
5.Parecer da Procuradoria Geral de Justiça pelo conhecimento
e concessão da ordem.
6. Ordem conhecida e concedida. (Relator (a): FRANCISCO
MAURO FERREIRA LIBERATO; Comarca: Fortaleza; Órgão
julgador: 1ª Vara de Delitos Tráfico e Uso Subst. Entorpecente;
Data do julgamento: 06/12/2017; Data de registro: 06/12/2017).
PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.
TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA. EXCESSO
DE PRAZO NA PERMANÊNCIA DA PACIENTE NA
DELEGACIA DE POLÍCIA. QUESTÃO SUPERADA.
TRANSFERÊNCIA REALIZADA. AUSÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA NO DECRETO CAUTELAR.
PROCEDÊNCIA. DECISÃO GENÉRICA E ABSTRATA.
AUSÊNCIA DE ELEMENTOS CONCRETOS QUE
JUSTIFIQUEM A NECESSIDADE DA MANUTENÇÃO DA
PRISÃO PROVISÓRIA DA PACIENTE. CONSTRANGIMENTO
ILEGAL CARACTERIZADO. ORDEM PARCIALMENTE
CONHECIDA E CONCEDIDA COM APLICAÇÃO DE MEDIDAS
CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO (ART. 319 DO CPP).
1.Busca o impetrante com o presente writ, a concessão da
ordem de habeas corpus, para que seja relaxada a prisão
preventiva da paciente, ao argumento de excesso de prazo na
sua permanência na Delegacia de Polícia, ou a revogação do
decreto prisional, por ausência de fundamentação idônea, ou,
ainda, subsidiariamente, a aplicação de medidas cautelares
previstas no art. 319 do CPP.
2.Realizada a transferência da paciente para um
estabelecimento prisional adequado, resta superado o pedido de
liberdade fundado no excesso de prazo na permanência da
suplicante na Delegacia de Polícia, por falta de condições
salubres para custodiá-la.
3.Por seu caráter excepcional, a prisão preventiva só é
admissível em casos extremos, dada a preponderância do
princípio da presunção de inocência, exigindo-se, para a
sua decretação, com amparo nos arts. 312 e 313 do CPP,
fundamentos convincentes, em dados objetivos do
processo claramente demonstrados, em razão da regra
prevista no art. 93, inc. IX, da CF/88, e art. 315 do CPP, ou
seja, a necessidade de motivação das decisões judiciais.
4.Na hipótese, verificando-se que a decisão impugnada, no
que tange ao periculum libertatis, é completamente genérica
e abstrata, evidenciando carência de fundamentação, em
flagrante ofensa ao art. 93, inc. IX, da CF/88, bem como ao
art. 315 do CPP, tem-se por configurado o alegado
constrangimento ilegal, devendo, pois, o presente writ ser
concedido, a fim de relaxar a custódia cautelar da paciente.
5.Todavia, a despeito da primariedade da suplicante, em
observância aos princípios da adequação e da necessidade,
previstos no artigo 282 do CPP, e, ainda, visando compatibilizar
o interesse público e os direitos do indivíduo, entendo
conveniente determinar o cumprimento de medidas cautelares
diversas da prisão, previstas no art. 319 do CPP.
6.Habeas corpus parcialmente conhecido para conceder a
ordem, com a imposição das medidas cautelares previstas nos
inc. I, IV e V, do art. 319, do CPP. (TJ-CE
06224553820188060000 CE 0622455-38.2018.8.06.0000,
Relator: JOSÉ TARCÍLIO SOUZA DA SILVA, Data de
Julgamento: 08/05/2018, 3ª Câmara Criminal, Data de
Publicação: 08/05/2018) (grifo nosso)

HABEAS CORPUS. ROUBO MAJORADO. PRISÃO


PREVENTIVA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO NA
CONSTRIÇÃO CAUTELAR. OCORRÊNCIA. DECISÃO
GENÉRICA. SUBSTITUIÇÃO DA SEGREGAÇÃO PELAS
CAUTELARES DIVERSAS, CONTIDAS NO ART. 319, I E V DO
CPP.
1. Paciente preso em 08/06/2017, por suposta infração ao
disposto no art. 157, § 2º, I e II do Código Penal, alegando falta
de fundamentação idônea para manter o ergástulo, bem como
ventilando a ocorrência de excesso de prazo na formação da
culpa.
2. Ab initio, afasta-se, de pronto, qualquer alegação de
ocorrência de excesso de prazo na formação da culpa, pois pelo
que se extrai dos autos do processo originário de nº 0142499-
69.2017.8.06.0001, a instrução processual foi encerrada em
30/11/2017, já tendo inclusive sido apresentados os memoriais
de acusação. Assim, incide no caso concreto o teor do
enunciado sumular nº 52 do Superior Tribunal de Justiça,
segundo o qual "encerrada a instrução criminal, fica superada a
alegação de constrangimento ilegal por excesso de prazo".
3. Ultrapassado este ponto, no que tange à tese de falta de
fundamentação, tem-se que o magistrado da Vara de
Audiência de Custódia, ao decretar a prisão preventiva do
paciente, assim o fez utilizando como justificativa a
existência de materialidade e a presença de indícios de
autoria, bem como apontando os requisitos do art. 312 do
Código de Processo Penal, colacionando diversos trechos
doutrinários e jurisprudenciais. Ocorre que, na aludida
decisão, o julgador deixou de demonstrar, com nuances do
caso concreto, a necessidade de restringir a liberdade do
paciente.
4. Neste contexto, ausentes elementos concretos e uma vez
que a decisão proferida se prestaria a enquadrar qualquer
pessoa que tivesse cometido, em tese, ilícito penal similar,
resta inviável manter o ergástulo com fundamento na
mesma. Precedentes e inteligência do art. 489, § 1º do
CPC/2015, aplicável subsidiariamente ao caso concreto.
5. Mencione-se que o juízo para o qual o feito foi distribuído
posteriormente, ao indeferir o pleito de revogação da
cautelar, por sua vez, tentou fundamentar o ergástulo no
modus operandi do delito, com base em trecho do parecer
ministerial. Ocorre que a decisão que indeferiu o pedido de
revogação da prisão preventiva e, consequentemente,
manteve o ergástulo, ainda que traga certa fundamentação
ao se referir ao parecer ministerial, não tem o condão de
sanar a ausência de fundamentos no decreto primevo, visto
ser esta a decisão que necessita conter justificativa idônea
para a constrição cautelar, pois é a mesma que dá origem
ao cárcere do indivíduo.
6. Assim, necessário se faz revogar a prisão do acusado.
Contudo, observados os critérios da necessariedade e
adequabilidade (tomando como base o modus operandi do
delito, consubstanciado no fato de o paciente, em tese, na
companhia de dois outros indivíduos, terem adentrado em um
ônibus e subtraído, mediante grave ameaça e com emprego de
armas, bens pertencentes ao cobrador e à empresa), entende-
se serem aplicáveis as medidas cautelares elencadas no art.
319, I (comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas
condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades)
e V (recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de
folga), ambas do Código de Processo Penal, em substituição à
segregação cautelar decretada, com o fito de acautelar a ordem
pública, considerando não haver fundamentação que venha a
justificar a necessidade da medida constritiva de liberdade do
paciente como único modo a salvaguardar a tutela do bem
jurídico em questão. ORDEM CONHECIDA E PARCIALMENTE
CONCEDIDA, SUBSTITUINDO-SE A PRISÃO PREVENTIVA
PELAS MEDIDAS CAUTELARES DO ART. 319, I E V DO
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. (TJ-CE - HC:
06285078420178060000 CE 0628507-84.2017.8.06.0000,
Relator: MARIO PARENTE TEÓFILO NETO, 1ª Câmara
Criminal, Data de Publicação: 12/12/2017) (grifo nosso)

Outrossim, é clara a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:

PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS


CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA.
AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA NO
DECRETO PRISIONAL. RECURSO ORDINÁRIO PROVIDO.
I - A segregação cautelar deve ser considerada exceção, já que
tal medida constritiva só se justifica caso demonstrada sua real
indispensabilidade para assegurar a ordem pública, a instrução
criminal ou a aplicação da lei penal, ex vi do artigo 312 do Código
de Processo Penal.
II - In casu, os fundamentos que deram suportem à custódia
cautelar do recorrente não se ajustam à orientação
jurisprudencial desta Corte, porquanto a simples invocação da
gravidade genérica do delito, nem mesmo a quantidade de droga
apreendida (15 g de cocaína e 17 g de maconha e 1 g de crack),
não se revelam suficientes para autorizar a segregação cautelar
com fundamento na garantia da ordem pública.
III - Parecer do Ministério Público Federal pelo provimento do
recurso, tendo em vista a ausência de fundamentação do
decreto de prisão preventiva.
Recurso ordinário provido para revogar a prisão preventiva do
recorrente, salvo se por outro motivo estiver preso, e sem
prejuízo da decretação de nova prisão, desde que
concretamente fundamentada, ou da imposição de outras
medidas cautelares diversas da prisão previstas no art. 319 do
CPP. (RHC 94.589⁄RS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA
TURMA, julgado em 1º⁄3⁄2018, DJe 7⁄3⁄2018).

HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS E CORRUPÇÃO


ATIVA. SÚMULA 691⁄STF. MÉRITO JULGADO NA ORIGEM.
ACÓRDÃO CARREADO AOS AUTOS. PRISÃO
PREVENTIVA. PEQUENA QUANTIDADE DE DROGA
APREENDIDA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTOS
CONCRETOS A JUSTIFICAR A MEDIDA EXTREMA.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO.
1. A aceitação de habeas corpus impetrado contra decisão que
indeferiu a liminar em prévio writ se submete aos parâmetros da
Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal, somente afastada no
caso de excepcional situação, o que ocorre na espécie dos
autos.
2. Com o julgamento superveniente do habeas corpus e a
denegação da ordem, o Tribunal de Justiça transmuda-se em
autoridade coatora.
3. A validade da segregação cautelar está condicionada à
observância, em decisão devidamente fundamentada, aos
requisitos insertos no art. 312 do Código de Processo Penal,
revelando-se indispensável a demonstração do que consiste o
periculum libertatis.
4. Na hipótese dos autos, os argumentos que fundamentam a
custódia estão dissociados de elementos concretos aptos a
justificar a prisão processual do paciente. A pequena quantidade
de droga apreendida na posse do acusado (3,27 g de cocaína e
20,7 g de maconha) evidencia a desproporcionalidade da
medida extrema que é a custódia cautelar.
5. Ordem concedida para revogar o decreto de prisão preventiva
em discussão, ressalvada a possibilidade de decretação de nova
prisão, se demonstrada concretamente sua necessidade, sem
prejuízo da aplicação de medida cautelar diversa nos termos do
art. 319 do Código de Processo Penal. Prejudicado o pedido de
reconsideração (Petição n. 115.725⁄2018 - às fls. 110⁄129) da
decisão que indeferiu o pedido urgente. (HC 433.071⁄SP, Rel.
Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado
em 22⁄3⁄2018, DJe 3⁄4⁄2018).

Da mesma forma, a decisão hostilizada não encontra respaldo na jurisprudência


do E. Supremo Tribunal Federal, a qual afirma que toda e qualquer restrição de
liberdade imposta ou mantida antes do exaurimento do duplo grau de jurisdição, por
ser medida de natureza excepcional, deve estar devidamente fundamentada com
base em dados concretos, ou seja, estabelece que para decretação é imperiosa a
fundamentação em dados concretos. Confira-se:

PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS ORIGINÁRIO.


TRÁFICO E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. PRISÃO EM
FLAGRANTE. QUANTIDADE INEXPRESSIVA DE DROGA.
ORDEM CONCEDIDA.
1. O decreto de prisão preventiva, com relação ao paciente,
não apontou elementos empíricos idôneos para justificar a
custódia cautelar, na linha da jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal. Paciente primário, sem antecedentes, e preso
com uma quantidade pouco expressiva de entorpecentes.
2. Ordem concedida, exclusivamente com relação ao paciente.
(HC 128566, Relator (a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator (a) p/
Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado
em 21/03/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-093 DIVULG
04-05-2017 PUBLIC 05-05-2017)
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO
EM SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
POSSIBILIDADE. CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS.
ILEGITIMIDADE DOS FUNDAMENTOS DA PRISÃO
PREVENTIVA. TERATOLOGIA DA DECISÃO FUNDADA NA
GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME. PRECEDENTES.
ORDEM CONCEDIDA.
I - Conforme entendimento da Segunda Turma deste Tribunal,
não configura óbice ao conhecimento do writ o fato de a sua
impetração ser manejada em substituição a recurso
extraordinário.
II – Os requisitos autorizadores descritos no art. 312 do Código
Processual Penal não foram concretamente demonstrados pelo
magistrado de piso.
III - Não bastam a gravidade do crime e a afirmação abstrata de
que o réu oferece perigo à sociedade para justificar a imposição
da prisão cautelar ou a conjectura de que, em tese, a ordem
pública poderia ser abalada com a soltura do acusado.
IV - Aplica-se a decisão proferida pela Segunda Turma do STF
no julgamento do HC 115.613/SP, de relatoria do Ministro Celso
de Mello, que concedeu a ordem, dentre outros motivos, pela
“ausência de demonstração, no caso, da necessidade concreta
da prisão cautelar do paciente”, cuja decisão que indeferiu o
pedido de relaxamento da prisão é idêntica ao caso em tela.
V - Ordem concedida. (HC 136784, Relator (a): Min. RICARDO
LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 22/11/2016,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-259 DIVULG 05-12-2016
PUBLIC 06-12-2016).

Habeas corpus. 2. Tráfico de entorpecentes e associação para


o tráfico. Conversão da prisão em flagrante em preventiva. 3.
Segregação cautelar mantida com base, apenas, na gravidade
abstrata do crime. 4. Ausência de fundamentação idônea.
Decisão contrária à jurisprudência dominante desta Corte.
Constrangimento ilegal configurado. 5. Súmula 691. Manifesto
constrangimento ilegal. Superação. 6. Ordem concedida, de
ofício, confirmando liminar previamente deferida para revogar o
decreto prisional expedido em desfavor do paciente, se por
algum outro motivo não estiver preso, determinando ao Juízo de
origem a análise da necessidade de aplicação das medidas
cautelares previstas no art. 319 do CPP. (HC 133289, Relator
(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em
23/08/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-225 DIVULG 20-
10-2016 PUBLIC 21-10-2016)
Com efeito, em razão do entendimento deste E. Tribunal de Justiça, do
Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, afirmando a
necessidade de fundamentação da decisão que autoriza / mantém a segregação
cautelar, sendo veemente vedada a fundamentação genérica, resta comprovado
que o decisum hostilizado viola o preceito constitucional de fundamentação das
decisões.

Deste modo, deve a ordem ser concedida para revogar a prisão do ora
paciente em razão da ausência de fundamentação concreta para sua
manutenção, permitindo que aguarde em liberdade o julgamento dos recursos
perante este e. TJCE.

A PRISÃO PREVENTIVA. DESNECESSIDADE. POSSIBILIDADE DE


SUBSTITUIÇÃO POR OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES.

Douta Relatoria, caso não seja o entendimento pela revogação da prisão por
carência de fundamentação, é imperioso observar que, da análise das
circunstâncias da documentação acostada, verifica-se que, no momento, não há
razão para a manutenção da medida extrema em desfavor do ora paciente. Não
obstante o caráter cautelar da medida, seus requisitos não subsistem hodiernamente.

Com o fim de demonstrar a desnecessidade da prisão cautelar do ora


paciente, há alguns pontos que necessitam de esclarecimento prévio.

Inicialmente, necessário anotar que o ora paciente é um jovem adulto, contando


com 26 (vinte e seis) anos de idade. Possui residência fixa na Cidade de Fortaleza,
Ceará. É soldador.
Com efeito, as decisões de manutenção da custódia cautelar do ora
paciente não podem prosperar. Diz-se porque assoma evidente, da leitura da
decisão retro transcrita, que a decretação do paciente foi levada a termo apoiada, data
vênia, em fundamentação genérica, que não se aplicam, de modo algum, ao caso
concreto. Atente-se, Excelência, que não é a simples menção ao risco à ordem pública
que poderia autorizar a manutenção da prisão, a qual já se estende injustamente por
cerca de 1 ano, 7 meses e 11 dias, e sim a real e efetiva demonstração de que, em
liberdade, o comportamento do paciente causaria prejuízos à manutenção da ordem
pública.

Além do mais, o fato do paciente apesar de ter contra si uma outra


condenação na Comarca de Fortaleza, por porte ilegal, não impede que o mesmo
possa ser beneficiado com a liberdade, haja visto que respectivo processo está
em grau de recurso, o que o torna tecnicamente primário, não há qualquer
embasamento fático para o juízo afirmar, como afirmou, que o réu solto poderia voltar
a delinquir.

Como já mencionado, o Juízo de primeiro grau justificou a necessidade de


manutenção da prisão preventiva na suposta garantia da ordem pública e na
impossibilidade de substituição da preventiva por outras medidas cautelares.

Contudo, não se pode olvidar que, em obediência ao princípio constitucional da


presunção de não-culpabilidade, as prisões cautelares materializam-se como exceção
às regras constitucionais e, como tal, sua incidência em cada caso concreto deve vir
fulcrada em elementos que demonstrem a sua efetiva imprescindibilidade no contexto
fático-probatório apreciado, especialmente com a edição e entrada em vigor da Lei
12.403⁄11, em que deve ser empregada como última medida para garantir a ordem
pública, a conveniência da instrução criminal e a aplicação da lei penal.
Com efeito, a Lei 12.403⁄11, em seu art. 282, § 6º, dispõe que: "A prisão
preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra
medida cautelar (art. 319)", ou seja, a segregação processual deve ser decretada
somente em último caso, quando realmente mostre-se necessária e adequada às
circunstâncias em que cometido o delito e às condições pessoais do agente.

A propósito é a lição de EUGÊNIO PACELLI OLIVEIRA e DOUGLAS FISCHER,


em comentários ao art. 282 do CPP:

A nova legislação que, no ponto, se alinha ao modelo português


e ao italiano, prevê diversas medidas cautelares diversas da
prisão, reservando a esta última um papel, não só secundário,
mas condicionado à indispensabilidade da medida, em dupla
perspectiva, a saber, (a) a proporcionalidade e adequação, a
serem aferidas segundo a gravidade do crime, as circunstâncias
do fato (meios e modo de execução), e, ainda as condições
pessoais do agente; e (b) a necessidade, a ser buscada em
relação ao grau de risco à instrumentalidade (conveniência da
investigação ou da instrução) do processo ou à garantia da
ordem pública e ou econômica, a partir de fatos e circunstâncias
concretas que possam justificar a segregação provisória.
(Comentários ao código de processo penal e sua jurisprudência.
4ª ed. rev. e atual. Até dezembro de 2011. São Paulo: Atlas,
2012, p. 541)

O art. 319 do Código de Processo Penal, alterado pela Lei nº 12.403⁄2011, traz
um rol de medidas cautelares diversas da prisão a serem aplicadas pelo magistrado,
sempre observado o binômio proporcionalidade e adequação.

Na hipótese sub examine, a segregação antecipada do ora paciente foi


ordenada/mantida especialmente para a garantia da ordem pública e, não obstante a
gravidade dos fatos delituosos que lhe são imputados, não se tem notícia nos autos
de que os crimes teriam sido cometidos com violência ou grave ameaça à
pessoa, de forma que a liberdade do paciente, ou mesmo a aplicação das
medidas cautelares diversas, previstas no art. 319 do CPP, se mostram eficazes
e suficientes no caso concreto para garantir a ordem pública, evitando-se a
continuidade das supostas ações desenvolvidas pelo agente, bem como para
assegurar a escorreita colheita das provas.

Ademais, como tem-se reiteradamente decidido pelos Tribunais pátrios,


condições pessoais favoráveis, mesmo não sendo garantidoras de eventual direito à
soltura, merecem ser devidamente valoradas, quando constatado que as medidas
cautelares diversas mostram-se suficientes em substituição à medida extrema, como
ocorre in casu.

Cogente registrar ainda que a quantidade da droga apreendida – pesando


aproximadamente 59 (cinquenta e nove gramas) não se mostra elevada diante
daquela normalmente encontrada nas operações policiais, não revelando,
portanto, periculosidade social do paciente capaz de abalar a ordem pública.
DOS PEDIDOS

Ex positis, é a presente para requer que Vossa Excelência se digne em:

A) CONCEDER LIMINAR para suspender os efeitos da decisão que negou ao


paciente o direito de recorrer em liberdade;

B) INTIMAR o Ministério Público para que se pronuncie;

C) OFICIAR a autoridade coatora, qual seja, o Juízo de Direito da 2ª Vara


Criminal da Comarca de Caucaia - CE para que forneça as informações
que entender pertinentes;

D) Ao final, CONFIRMAR a medida liminar e CONCEDER a presente ordem


de habeas corpus para revogar a prisão preventiva do paciente,
concedendo o DIREITO DE APELAR EM LIBERDADE, com a expedição
do consequente alvará de soltura.

Nestes Termos.

Pedem e esperam deferimento.

Fortaleza, 23 de setembro de 2019.

JOSÉ ADAHIL DE SOUZA MATOS TELMA REGINA MENESES LOPES


OAB/CE nº 20375 OAB/CE nº 39661

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