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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS


Educação e Tecnologias – Profa. Alessandra Rodrigues

Gisele Ferreira Machado


Jéssica Santos Valério

CAPÍTULO II – Marcos teóricos da formação de professores para a incorporação do


computador na educação

ALMEIDA, M.E.B. Marcos teóricos da formação de professores para a incorporação do computador


na educação. In: ___. Inclusão digital do professor: formação e prática pedagógica. 1ª ed. São
Paulo: Articulação, 2004. cap. 2, p. 37- 92.

Este livro coloca o leitor na discussão de um dos principais desafios da educação no momento,
relacionado com a integração da escola ao mundo tecnológico e digital, levando as tecnologias de
informação e comunicação (TIC) aos espaços e práticas pedagógicas. De acordo com a autora, incluir
o professor no processo de aprendizado digital é essencial para iniciar métodos que obtenham sucesso
em um ensino com tecnologia. Desta forma, ela propõe uma abordagem diferenciada, tratando da
importância da ludicidade no crescimento profissional do professor.
Em especial no capítulo 2, a autora trata das concepções sobre Tecnologia na Educação, com
destaque para os marcos teóricos que auxiliam as ações de formação de professores para incorporação
das TIC na prática escolar numa perspectiva reflexiva e contextualizada, em que a formação
continuada de professores para sua inserção no mundo tecnológico nas escolas fundamenta-se em
conceitos baseados numa articulação caracterizada pela horizontalidade de um processo heterogêneo,
coerente com a teoria da complexidade de Morin. Para problematizar sobre o assunto, a autora utiliza
do caso específico de formação de professores realizado pelo subprojeto Informática na Educação do
PEC-PUC/SP, onde expõe situações em que os marcos teóricos da formação se fizeram presentes ou
ausentes, e para apontar avanços, desafios, empecilhos e possibilidades.
Embora reconhecida a necessidade da inclusão tecnológica e digital pelos educadores, as
tecnologias não são facilmente apreendidas e incorporadas na prática e tão pouco acontece de forma
imediata. Segundo a autora a formação de educadores voltada para o uso da tecnologia na escola deve
abordar os princípios da teoria construcionista como sugere Vygotsky e Freire que se opõem ao uso
do computador apenas como uma máquina de ensinar e como mero transmissor de conhecimento, e
se apoiar sobre a espiral da aprendizagem que propõe a aprendizagem como um processo de
construção do conhecimento que há na interação do sujeito com o meio. Desta forma, é elucidado no
capítulo a importância de desenvolver a formação do professor numa perspectiva contextualizada,
reflexiva e desencadeadora do processo de reconstrução da prática pedagógica para que durante a
formação o professor possa experienciar os princípios construcionistas com seus alunos por meio da
integração do computador com o currículo.
Numa vivência com a espiral de aprendizagem o conhecimento é construído por meio da
organização e reorganização cognitiva do aluno como um sujeito ativo. O professor construcionista
intervém na atividade do aluno de maneira a incentivá-lo, provocá-lo a questionar e refletir com ele
para tornar os conflitos significativos. O professor reflexivo não indica caminhos, mas ajuda o aluno
a seguir sua própria trajetória. Essas reflexões entre alunos-professores e inclusive nas interações
professores-formadores nos processos de formação continuada promovem também a superação de
desafios, problemas e outros fatores que interferem nas práticas pedagógicas mediatizadas pelas TIC,
além do compartilhamento de conquistas e fracassos na busca cooperativa de alternativas para
sobrepor as dificuldades. Diante de um contexto real, a autora destaca ser necessário contextualizar e
reconstruir as concepções teóricas.
A prática pedagógica reflexiva é consciente, intencional e transformadora segundo a autora.
A reflexão na ação leva o professor a reorganizar e desencadear a necessidade de aprender com as
situações que surgem ao decorrer de sua prática pedagógica, sendo capaz de criar estratégias de ação.
Esse processo contínuo de reconstrução da prática, de autonomia na tomada de decisões e nas
intervenções pedagógicas desenvolve no professor um conhecimento prático provisório, flexível e
transitório, como um processo de auto-regulação resultante de reflexões e depurações sobre a prática
concreta carregada de desafios, incertezas e complexidades.
A partir do resgate dos marcos teóricos da formação de professores que apoiam a interação
ensino e TIC é possível compreender a complexidade dessa problemática a fim de encontrar novas
saídas que ajudem a repensar e recontextualizar continuamente a prática pedagógica e a formação de
professores para incorporar as tecnologias ao cotidiano da sala de aula e à realidade da escola. Ao
assumir a postura de professor reflexivo promove-se uma mudança radical na prática docente que se
opõem a simples transmissão de conhecimento e vai em direção a uma nova cultura do aprendizado
que pode se desenvolver à medida que se apropria das tecnologias e passa a empregá-las como
instrumentos de pensar com, pensar sobre o pensar, pensar sobre si mesmo e pensar sobre o outro e
com o outro.
Aos marcos teóricos mencionados pela autora também são incorporados aspectos como
autonomia, proporcionada por práticas como a metodologia de projetos e a interdisciplinaridade, além
de uma formação contextualizada dos docentes. No que tange à autonomia por meio de projetos, a
autora relata que ter um plano bem delineado é essencial para a execução das atividades e que a
intencionalidade de tal método está na transformação de uma situação problemática em uma situação
desejada. O professor, nesse sentido, consegue trabalhar diferentes estilos e particularidades de cada
aluno, além de promover a parceria entre os sujeitos na ação do projeto, desde o planejamento até a
escolha do tema alvo de investigação. Também destaca que não há padrões para o desenvolvimento
desses projetos, sendo, portanto, diferente de qualquer outra prática pedagógica, visto que está
entrelaçada ao construcionismo. Ou seja, a aprendizagem ocorre a partir da interação e articulação
entre os recursos tecnológicos, a autonomia na busca e seleção de informações e a definição dos
caminhos a serem traçados no projeto.
Nesse sentido, o professor torna-se consultor, especialista, orientador, facilitador e mediador
no processo de construção de aprendizagem dos seus alunos, acompanhando todo o processo e, assim,
promove a reflexão, depuração e avaliação continuamente, em um trabalho desenvolvido
conjuntamente ao discente. Por meio da metodologia de projetos, a escola deixa de atuar como fonte
de transmissão de conhecimento e passa a proporcionar o desenvolvimento de alunos autônomos em
relação a sua própria aprendizagem, leitura, compreensão e interpretação de mundo, bem como
questionamentos, atribuição de significados, geração de cultura e produção de conhecimentos que
permitam transformar a realidade.
Em uma mesma linha, a autora ainda destaca a importância da interdisciplinaridade como
ponto de partida para o estabelecimento de conexões horizontais entre as disciplinas, cujas relações
se dão por meio do diálogo e da comunicação, de modo recíproco, tornando-as mais fortes e capazes
de superar a fragmentação disciplinar. Ao citar sobre a atitude interdisciplinar, a autora faz uso de
citações que remontam ao movimento dialético entre o velho e o novo, isto é, na incorporação das
tecnologias (novo) às práticas anteriormente estabelecidas (velho), ditas cristalizadas, e criando uma
parceria entre essas ações. Contudo, esse processo não se dá de maneira simples, pelo contrário, exige
do professor a capacidade e humildade de repensar-se como docente e aceitar novas perspectivas
advindas de outros conhecimentos, o que implica um grande desafio e uma mudança na sua postura
como educador. Nesse sentido, o professor rompe com o paradigma dominante e assume o paradigma
educacional emergente, em que as interações entre professor e aluno são transformadas e que podem
se estender até a toda a comunidade escolar, extrapolando os limites da escola e da sala de aula, em
uma permanente troca, cooperação e respeito mútuo.
Em contrapartida, a escola foi concebida e organizada para transmitir um saber estável e (a)
histórico, cabendo ao professor o papel de transmitir o conhecimento no intuito de formar pessoas
adaptadas a um mundo ordenado. Na realidade, a escola continua fundamentada no modelo fordista
da produção em massa, no qual o aluno é o produto em execução e o professor o responsável pelo
processo de moldagem. Entretanto, o que faz a escola fora dos padrões empresariais é justamente o
produto gerado que é um ser humano e os meios de trabalho estão no “saber” e “saber-fazer” do
professor em interação contínua com o aluno. Diante dessa perspectiva e diante das relações que
caracterizam a sociedade pós-moderna, é impossível ignorar transformações que são reveladas por
essa nova sociedade. Assim, tendo a escola como uma extensão das relações familiares do aluno, a
escola é entendida como local privilegiado para a mudança, em que todos os profissionais que atuam
no contexto escolar também desempenham um importante papel no processo de mudança e por isso,
não podem ficar à margem dos processos de formação.
A autora relata que o quando o subprojeto Informática na Educação do PEC/PUC-SP fora
concebido, a preocupação com o envolvimento da comunidade escolar não estava presente. No
entanto, ao decorrer das atividades de capacitação observou-se como tal situação era importante, visto
que a mudança na escola ocorre a partir de um movimento contínuo de todos que estão inseridos
naquele contexto, ou seja, mudanças que são promovidas por ação coletiva de toda a comunidade
escolar. Também ressalta que os projetos de formação continuada de educadores para incorporação
de computadores no cotidiano escolar tenham maiores sucessos é necessária uma ação conjunta de
professores, coordenadores e diretores, voltados para o uso dessa tecnologia no sentido de promover
contribuições para o processo de ensino-aprendizagem.
No contexto escolar há situações em que o professor pode ignorar ou até mesmo resistir à
incorporação das TIC em sala de aula, ficando restrito a momentos superficiais no laboratório de
informática e sustentando a ideia de que as tecnologias são apenas itens interessantes para o uso nas
disciplinas. Assim, a adoção definitiva das tecnologias no cotidiano pedagógico requer
esclarecimento e a capacitação de professores e da equipe pedagógica para lidar com a complexa
relação que as TIC possuem com os conteúdos escolares. É preciso notar que a maior contribuição
das tecnologias na educação é o que elas propiciam em termos de desenvolvimento da autonomia, do
autoconhecimento e do poder sobre a própria aprendizagem.
Os marcos teóricos listados no capítulo são capazes de fornecer conceitos importantes sobre
as Tecnologias na Educação, entendendo que seja indispensável uma relação que se estabelece entre
professor e sua formação continuada de forma construtivista, reflexiva, colaborativa e contextualizada.
O professor precisa ser reflexivo sabendo trabalhar por meio de projetos e de forma interdisciplinar
e com autonomia diante de suas práticas para tomadas de decisões e domínios diante da incorporação
das tecnologias nos planos de aula. O conjunto dessas características poderá refletir em um aluno
ativo e criativo em seu processo de aprendizagem. Trata-se de um processo, cujos sujeitos precisam
estar dispostos a reinventar sua realidade e a colaborar mutuamente, de modo a promover a
transformação.

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