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DESA-CEEFE
APOSTILA
DE FUNDAMENTOS DA
TERMODINÂMICA PARA
USO ENERGÉTICO DO
BIOGÁS E LODO
IMPORTANTE.
Esta Apostila não abrange toda a Termodinâmica, apenas o suficiente para pós-
graduados adquirirem conhecimento para aplicação em suas pesquisas.
A apostila é baseada em notas de aulas, que apresentam resumidamente o conteúdo de
vários livros e artigos relacionados ao assunto.
Em momento algum o aluno deve supor que apostila substitui ou torna desnecessária a
leitura de livros. Ao contrário, a função desta é somente facilitar ao aluno o uso dos
referidos livros, continuando seu emprego imprescindível a uma compreensão
equilibrada e abrangente da disciplina.
Índice
Introdução ......................................................................................................................... 1
Tema 1 – Conceitos básicos. ............................................................................................ 2
1.1 – Sistemas Termodinâmicos.................................................................................... 2
1.2 – Estado e Propriedades de uma Substância. .......................................................... 3
1.3 – Processo ................................................................................................................ 4
1.4 – Ciclo Termodinâmico ........................................................................................... 5
1.5 – Densidade, peso específico, pressão .................................................................... 6
1.6 – Lei Zero da Termodinâmica ............................................................................... 10
1.7 – Exercícios ........................................................................................................... 13
Tema 2 – Propriedades de uma substância pura ............................................................. 14
2.1 – Substância Pura .................................................................................................. 14
2.2 – Equilíbrio de Fase Líquido - Vapor ................................................................... 14
2.3 – Considerações importantes. ................................................................................ 16
2.4 – Propriedades de estado da fase de vapor ............................................................ 17
2.5 – Propriedades Independentes das Substâncias Puras ........................................... 18
2.6 – Equações de Estado ............................................................................................ 19
2.7 – Tabelas de Propriedades Termodinâmicas. ........................................................ 19
Tema 3 – Primeira Lei da Termodinâmica ..................................................................... 21
3.1 – Trabalho e calor .................................................................................................. 21
3.2 – Primeira lei da termodinâmica ........................................................................... 27
3.3 – Exercícios ........................................................................................................... 38
Tema 4 – Gás Ideal ......................................................................................................... 40
4.1 – Introdução........................................................................................................... 40
4.2 – Tipos de gases ideais .......................................................................................... 40
4.3 – Leis que regem os gases ideais termodinâmicos clássicos ................................. 41
4.3.1 – Lei de Boyle-Mariotte (T = const.) .............................................................. 41
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Lista de Figuras
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Lista de Tabelas
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INTRODUÇÃO
Cada ciência tem um vocabulário próprio e a Termodinâmica não é exceção.
Definições precisas dos conceitos básicos no desenvolvimento da ciência evitam mal
entendidos. Nesta apostila iremos estudar os sistemas de unidades e serão explicados os
conceitos básicos da Termodinâmica tais como estado, equilíbrio, propriedades,
pressão, temperatura e volume específico. Outros temas abordados serão: Definição da
termodinâmica; Sistema de trabalho fechados em repouso e de fluxo aberto e constante.
O calor.
Dados históricos
A Termodinâmica surgiu com aparecimento da primeira máquina a vapor. As primeiras
referências a esta ciência surgem associadas aos trabalhos de Thomas Savery (1697,
Inglaterra) e Thomas Newcomen (1742, Inglaterra). No ano de 1850, através de
trabalhos de William Rankine, Rudolph Clausius e Lord Kelvin (William Thomson),
surgem, simultaneamente, as primeiras y segunda lei da Termodinâmica. O termo
Termodinâmica foi pela primeira vez utilizada numa publicação de Lord Kelvin em
1879. O primeiro livra de Termodinâmica foi escrito em 1850 por William Rankine
professor da Universidade de Glasgnow.
Tendo sido desenvolvida primeira, a mecânica serviu como ponto de partida para a
formulação da termodinâmica, que estendeu as poderosas técnicas de minimização a
sistemas sob efeito da temperatura. A estrutura matemática da termodinâmica é
fascinante, mas teríamos que dedicar um semestre inteiro ao assunto para poder apreciá-
lo devidamente.
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Para realizar uma análise de engenharia é necessário definir o que você quer estudar em
termodinâmica para a região limitada, que é definido de forma arbitrária, e em que
ocorre um fenômeno estudo que pode ser qualquer quantidade de matéria, qualquer
objeto, qualquer região do espaço, etc., é conhecido como Sistema termodinâmico.
Sistema termodinâmico consiste em uma quantidade de matéria ou região para a qual
nossa atenção está voltada. Demarcamos um sistema termodinâmico em função daquilo
que desejamos calcular. Tudo que se situa fora do sistema termodinâmico é chamado
MEIO ou VIZINHAN.
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Sistema Isolado. Dizemos que um sistema termodinâmico é isolado quando não existe
qualquer interação entre o sistema termodinâmico e a sua vizinhança. (ou seja, através
das fronteiras não ocorre fluxo de calor, massa, trabalho etc.)
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Volume específico:
𝑉
𝑣= (1.1)
𝑀
Energia interna específica:
𝑈
𝑢= (1.2)
𝑀
Onde:
M é a massa do sistema,
V o respectivo volume e
U é a energia interna total do sistema
Estado de uma substância. Se considerarmos uma massa de água, reconhecemos que
ela pode existir sob várias formas. Se é inicialmente líquida pode-se tornar vapor depois
de aquecida ou sólida quando resfriada. Assim nos referimos às diferentes fases de uma
substância: uma fase é definida como uma quantidade de matéria totalmente
homogênea; quando mais de uma fase está presente, as fases se acham separadas entre
si por meio dos contornos das fases.
Em cada fase a substância pode existir a várias pressões e temperaturas ou, usando a
terminologia da termodinâmica, em vários estados.
O estado de um sistema é totalmente definido por duas propriedades intensivas
independente. Quando qualquer propriedade do sistema é alterada, por exemplo;
Pressão, Temperatura, Massa, Volume, etc. dizem que houve uma mudança de estado
no sistema termodinâmico. Las propiedades son funciones del estado del sistema y no
del proceso que el sistema pueda sufrir.
Estado de Equilíbrio. Um sistema isolado não tem tendência para sofrer uma mudança
de estado é um estado de equilíbrio. Um sistema está em equilíbrio termodinâmico
quando não há alteração nas suas propriedades termodinâmicas ao longo do tempo. Os
estados de equilíbrio são, por definição, tempo de estados independentes. O estado de
equilíbrio termodinâmico é caracterizado pelo cancelamento de compensação dos fluxos
de troca e a homogeneidade espacial dos parâmetros que caracterizam o sistema não
mais dependente do tempo.
1.3 – Processo
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Exemplos de processos:
Processo Isobárico (pressão constante)
Processo Isotérmico (temperatura constante)
Processo Isocórico (isométrico) (volume constante)
Processo Isoentálpico (entalpia constante)
Processo Isoentrópico (entropia constante)
Processo Adiabático (sem transferência de calor)
Quando um sistema (substância), em um dado estado inicial, passa por certo número de
mudança de estados ou processos e finalmente retorna ao estado inicial, o sistema
executa um ciclo termodinâmico.
Geralmente, o estudo dos ciclos termodinâmicos é realizada assumindo que o sistema é
um fluido perfeito, que opera em uma máquina igualmente perfeita, isto é, assumindo
que o ciclo compreende uma série de transformações termodinâmicas ideais, tais como
adiabática (ausência de fluxo de calor para ou a partir do sistema), isobárica (pressão
constante), Isocoros (volume constante) e isotérmica (temperatura constante)
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Peso Específico (É a relação entre o peso de um fluido e volume ocupado, seu valor
pode ser obtido pela aplicação da equação a seguir;
𝑤
𝛾= (1.5)
𝑉
Como o peso é definido pelo princípio fundamental da dinâmica (2ª Lei de Newton)
por, a equação pode ser reescrita do seguinte modo:
𝑚.𝑔
𝛾= (1.6)
𝑉
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A partir da análise das equações é possível verificar que existe uma relação entre a
massa específica de um fluido e o seu peso específico, e assim, pode-se escrever que:
𝛾 = 𝜌. 𝑔 (1.7)
Onde:
é o peso específico do fluido,
W é o peso do fluido e
g representa a aceleração da gravidade.
γ
𝛾𝑟 = (1.8)
γH2 O
𝐹𝑛
𝑝= (1.9)
𝑆
Apesar de a pressão absoluta é para ser usado nas relações termodinâmicas, dispositivos
de medição de pressão indicado, muitas vezes, a diferença entre a pressão um sistema
absoluto e a pressão absoluta da atmosfera na qualidade do lado de fora equipamentos
de medição. A pressão manométrica é um termo usado quando a pressão medida no
sistema é superior à pressão atmosférica local, Patm.
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O manômetro e tubo de Bourdon são dois dispositivos comumente usados para medição
de pressão.
O tubo de Bourdon é um medidor que opera devido ao efeito da pressão de um gás
contido num tubo de metal, tende a dar um movimento circular com o mecanismo que
regula o indicador, dando assim uma leitura direta no mostrador graduado, com que
qualquer a pressão pode ser medido nas unidades desejadas, dependendo da calibração
da mesma.
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Para medir a pressão atmosférica utiliza-se um barômetro que pode ser um tubo
invertido contendo mercúrio, como mostrado na Figura 1.12.
Unidades de Pressão
𝑁
𝑃𝑎𝑠𝑐𝑎𝑙, 𝑃𝑎 = (1.13)
𝑚2
𝑘𝑔𝑓
𝑄𝑢𝑖𝑙𝑜𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎 − 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑎𝑑𝑜, =
𝑚2
𝑙𝑏𝑓 𝑙𝑏𝑓
𝑃𝑠𝑖𝑔 = 2
, (𝑚𝑎𝑛𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎) 𝑃𝑠𝑖𝑎 = 2 (𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎)
𝑖𝑛 𝑖𝑛
5
𝑏𝑎𝑟 = 10 𝑃𝑎𝑠𝑐𝑎𝑙
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este, na ausência de outros efeitos, flui do corpo de temperatura mais alta para o de
temperatura mais baixa, espontaneamente.
Mas não importa como os corpos são sensíveis, não são capazes de medir a temperatura
por si só, portanto surgem equipamentos ou instrumentos de medição conhecidos como
termômetros, que são baseados em equilíbrio térmico, onde a temperatura é o único
parâmetro para obter , de acordo com as disposições da Lei Zero da termodinâmica:
Se dois corpos estão em equilíbrio térmico com um terceiro corpo, então existe um
equilíbrio térmico entre eles.
Assim como todas as propriedades, a temperatura tem unidades, as quais dependem da
escala de temperatura e de uma temperatura de referência.
O funcionamento dos termômetros está baseado na lei zero da termodinâmica, pois são
colocados em contato com um corpo ou fluido do qual se deseja conhecer a temperatura
até que entrem em equilíbrio térmico com o respectivo corpo. A escala do aparelho foi
construída comparando-a com um termômetro padrão ou com pontos físicos fixos de
determinadas substâncias.
Quatro escalas são hoje usadas para se referir à temperatura, duas escalas absolutas e
duas escalas relativas. São elas respectivamente: Escala KELVIN (K) e RANKINE (°R)
e escala Celsius (°C) e Fahrenheit (°F). A Figura 1.13 mostra as quatro escalas de
temperatura e a relação entre elas.
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Tipos de Termômetros:
- Termômetro de Mercúrio em vidro (expansão volumétrica)
- Termômetro de Álcool em vidro (expansão volumétrica)
- Termômetro de Par Bi metálico (dilatação linear diferenciada)
- Termômetro de Termistores (variação da resistividade)
- Termômetro de Gás Perfeito (expansão volumétrica)
- Termômetro de Termopar (força eletromotriz)
- Pirômetro Ótico (cor da chama)
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1.7 – Exercícios
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Substância pura é aquela que tem composição química invariável e homogênea. Pode
existir em mais de uma fase, mas a sua composição química é a mesma em todas as
fases. Assim, água líquida e vapor d'água ou uma mistura de gelo e água líquida são
todas substância puras, pois cada fase tem a mesma composição química. Por outro lado
uma mistura de ar líquido e gasoso não é uma substância pura, pois a composição
química da fase líquida é diferente daquela da fase gasosa.
Para aplicar balanços de massa e energia para um sistema é necessário para entender
suas propriedades e como eles se relacionam entre si, considerando a hipótese de estado:
em caso de estado termodinâmico é completamente definida se e somente se você tem 2
propriedades independentes. O fluido de trabalho em sistemas termodinâmicos pode ser
um gás (ar) ou líquido (água), o último também tratada sob a forma de vapor a
diferentes condições.
Considere-se como sistema 1 kg de água contida no conjunto êmbolo-cilindro como
mostra a figura. Suponha que o peso do êmbolo e a pressão atmosférica local
mantenham a pressão do sistema em 1,014 bar e que a temperatura inicial da água seja
de 15 OC. À medida que se transfere calor para a água a temperatura aumenta
consideravelmente e o volume específico aumenta ligeiramente (Figura b) enquanto a
pressão permanece constante.
Quando a água atinge 100 OC uma transferência adicional de calor implica em uma
mudança de fase como mostrado na (Figura 2.1.b) para a (Figura 2.1.c), isto é, uma
parte do líquido torna-se vapor e, durante este processo, a pressão permanecendo
constante, a temperatura também permanecerá constante, mas a quantidade de vapor
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Título(x) - Quando uma substância se encontra parte líquida e parte vapor, vapor úmido,
(Figura 2.1.c), a relação entre a massa de vapor pela massa total, isto é, massa de líquido
mais a massa de vapor, são chamadas título. Matematicamente:
𝑚𝑣 𝑚𝑣
𝑥= = (2.1)
𝑚𝑙 +𝑚𝑣 𝑚𝑡
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Ponto Triplo - Corresponde ao estado no qual as três fases (sólido, líquida e gasosa) se
encontram em equilíbrio. A (fig. 2.4) mostra um diagrama de fases (P x T). Para
qualquer outra substância o formato do diagrama é o mesmo.
Uma substância na fase vapor com pressão acima da pressão do ponto triplo muda de
fase (torna-se líquido) ao ser resfriada até a temperatura correspondente na curva de
pressão de vapor. Resfriando o sistema ainda mais será atingida uma temperatura na
qual o líquido irá se solidificar. Este processo está indicado pela linha horizontal 1 2 3
na Figura 2.3.
Para uma substância na fase sólida com pressão abaixo da pressão do ponto triplo ao ser
aquecido observe que, mantendo a pressão constante, será atingida uma temperatura na
qual ela passa da fase sólida diretamente para a fase vapor, sem passar pela fase líquida,
como mostrado na Figura 2.3 no processo 4 - 5.
Como exemplo a pressão e a temperatura do ponto triplo para a água corresponde a
0,6113 kPa e 0,010C respectivamente.
𝑚𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟
𝑥= (2.2)
𝑚𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 +𝑚𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟
Para as propriedades de saturação aplica uma equação que compreende duas fases, a
saber:
𝑦 = 𝑦𝑓 + 𝑥𝑦𝑓𝑔 (2.2)
Onde:
𝑦𝑓𝑔 = 𝑦𝑔 − 𝑦𝑓 (2.3)
𝐻 = 𝑈 + 𝑃𝑉 (2.4)
Ou a entalpia específica,
ℎ = 𝑢 + 𝑃𝑣 (2.5)
Entropia (S). Esta propriedade termodinâmica representa segundo alguns autores, uma
medida da desordem molecular da substância ou, segundo outros, a medida da
probabilidade de ocorrência de um dado estado da substância. Matematicamente a
definição de entropia é:
𝛿𝑄
𝑑𝑆 = ( ) reversível (2.6)
𝑇
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Equação de estado de uma substância pura é uma relação matemática que correlaciona
pressão temperatura e volume específico para um sistema em equilíbrio termodinâmico.
De uma maneira geral podemos expressar de forma genérica essa relação na forma da:
𝑓(𝑃, 𝑣, 𝑇) = 0 (2.7)
𝑃𝑣 =RT (2.8)
Onde:
P é a pressão absoluta (manométrica + barométrica), em Pascal,
, o volume molar específico, em m3/kmol,
R a constante universal do gás, que vale, R =8,314 kJ/kmol-K, e T a temperatura
absoluta, em Kelvin.
A também pode ser escrita de várias outras formas. Uma forma interessante é escrevê-la
usando o volume específico e a constante particular do gás, como na:
𝑃𝑣 = 𝑅𝑇 (2.9)
Onde:
é o volume específico do gás, em m3/kg,
R é a constante particular do gás. O valor de R está relacionado à constante universal
dos gases pela massa molecular da substância (M). Isto é:
R= R/M (2.10)
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𝐹
𝑝= → ⃗⃗⃗
𝐹 = 𝐹𝑢
⃗ = 𝑝𝑆𝑢
⃗ (3.1)
𝑆
𝑑𝑙 = 𝑑𝑥𝑢
⃗
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Nós calculamos o trabalho realizado pelo gás do estado A para B Estado neste processo:
𝐵 𝐵 𝐵
𝑊𝐴𝐵 = ∫𝐴 𝐹 𝑑𝑙 = ∫𝐴 𝐹 𝑑𝑙 cos 00 = ∫𝐴 𝑝𝑆 𝑑𝑥 (3.2)
𝑉
𝑊𝐴𝐵 = ∫𝑉 𝐵 𝑝 𝑑𝑉 (3.3)
𝐴
Isto é, pode concluir-se que: O trabalho trocado por um gás depende da transformação
que leva para passar do estado inicial para o estado final. Quando um gás sofre mais de
uma transformação, o trabalho total é a soma da trabalho (com o respectivo sinal) feito
pelo gás em cada um deles.
Um tipo particularmente interessante de transformação é chamado o ciclo, em que o
gás, depois de passar por várias transformações, retorna ao seu estado inicial (ver figura
abaixo). O interesse de tais transformações é que todos os motores térmicos e
refrigeradores operar ciclicamente.
Quando um ciclo é percorrido no sentido horário (ver lado esquerdo da figura), o
trabalho total realizado pelo gás no ciclo é positivo, uma vez que o trabalho AB
(positivo) é maior, em valor absoluto do que o BA (negativo) de modo que a sua soma
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O aquecimento da água era equivalente a ter sido transferida, para ela, a energia , sendo
a capacidade calorífica específica da água, ou capacidade térmica mássica da água, a
sua massa e a elevação da sua temperatura. A fim de conseguir uma elevação de
temperatura apreciável, Joule fez cair os corpos dezenas de vezes seguidas.
Para simplificar o raciocínio vamos supor no que se segue, que cada corpo só caiu uma
vez e vamos supor também que só a água aquece. (Não podemos esquecer, todavia que
o calorímetro que a contém, o termômetro e as palhetas também aquecem. Só que o
elevado valor da capacidade térmica mássica da água justifica essa aproximação).
Para conseguir o movimento das palhetas dentro da água era necessário vencer a
resistência desta e, assim, realizar trabalho sobre ela. Esse trabalho, W , mede a
diminuição da energia mecânica dos corpos que chegam ao fim da queda com energia
cinética, Ec , de valor inferior ao da energia potencial gravídica, Ep , que os corpos
possuíam inicialmente em repouso a uma certa altura h, antes de se iniciar a queda.
Temos então:
1
𝑊 = 𝐸𝑝 − 𝐸𝑐 ↔ 𝑊 = (𝑀1 − 𝑀2 ). 𝑔. ℎ − (𝑀1 + 𝑀2 ). 𝑣 2 (3.4)
2
𝑊
= 𝐽 (3.5)
𝑄
em que: J ,é uma constante (a letra foi usada para homenagear Joule) cujo valor é
4,1855 J cal-1.
Esta constante, muitas vezes designada por "equivalente mecânico de calor", mais não
é do que um fator de conversão de unidades. (Não confundir, equivalente mecânico de
calor, com J (joule), símbolo da unidade SI de energia, assim também escolhida em
homenagem a Joule). A idéia de que a energia não pode ser criada nem destruída (Lei
da Conservação da Energia) também se impôs nesta altura.
Os máquinas a vapor eram tão espetacular desenvolvimento nos séculos XVIII e XIX
foram bons exemplos disso. Desde então, os conceitos de calor e energia estavam
unidos eo progresso da física permitiram a meados do século passado, uma explicação
detalhada para a natureza dessa nova forma de energia que é refletida nos fenômenos de
aquecimento.
Unidades de Calor. - Conforme já discutimos, o calor, como o trabalho, é uma forma de
transferência de energia para ou de um sistema. Portanto, as unidades de calor, ou sendo
mais geral, para qualquer outra forma de energia, são as mesmas do trabalho, ou pelo
menos, são diretamente proporcionais a ela. No sistema Internacional, SI, a unidade de
calor (e de qualquer outra forma de energia ) é o Joule. Calor transferido para um
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2
∫1 𝛿𝑄 =1Q2 (3.6)
Em outras palavras, 1Q2 é o calor transferido durante um dado processo entre o estado 1
e o estado 2. O calor transferido para um sistema na unidade de tempo, é chamado taxa
de calor, e designado pelo símbolo Q , a respectiva unidade é o Watt ( W ).
𝛿𝑄
𝑄̇ ≡ (3.7)
𝑑𝑡
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O sinal negativo na equação é para assegurar que a transferência de calor é dada na alta
para a baixa temperatura.
Radiação térmica (lei de Stefan – Boltzmann). - A radiação térmica é a energia emitida
pela matéria que estiver em uma temperatura finita. A energia do campo de radiação é
transportada pelas ondas eletromagnéticas (ou fótons numa outra linguagem).
Enquanto a transferência de calor por condução precisa de um meio material, a radiação
não necessita de qualquer meio. Na realidade, a transferência de energia por radiação
ocorre com maior eficiência no vácuo. A relação matemática para essa forma de calor é:
Sendo:
= emissividade, propriedade radiativa da superfície, 0 < < 1,0
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𝑄̇ = ℎ𝐴(𝑇𝑏 − 𝑇𝑓 ) (3.10)
Onde:
A = Área de troca de calor
h = Coeficiente de convecção de calor ou coeficiente de película
Tb, Tf = Respectivamente as temperaturas da superfície e do fluido.
A complexidade da equação de arrefecimento, é principalmente a conhecer o coeficiente
de transferência de calor (h), porque é um factor dependente de um grande número de
característica de fluidos, tais como condutividade térmica, velocidade e da densidade de
fluida entre outros.
Para o sistema, a energia é uma propriedade que não muda a menos que as mudanças de
estado do sistema. Em um sistema único compressível, a energia total depende
principalmente da energia interna, cinética e potencial, isto é,
Para um sistema recebe calor e trabalho de entrega, o balanço é reduzida para a forma:
̇ = (𝑑𝑈)sistema
𝑄̇𝑒𝑛𝑡 − 𝑊𝑠𝑎í (3.16)
𝑑𝑡
A energia pode tomar diversas formas, térmica, mecânica, cinética, potencial, elétrica,
química, magnética e nuclear, têm em comum a capacidade de produzir efeitos
dinâmicos, que são vistos em atividades cotidianas, como consumo de alimentos que
contendo energia ou movimento de massa, vento, projéteis e veículos, o calor recebido
do Sol, bem como o calor gerado pelo combustível e outras fontes.
A partir da descrição dada por Newton, em objetos sob a influência de forças aplicadas
sobre eles, fornecem a base da Mecânica Clássica e levar a um conceito de energia.
Dentro de um sistema, existem três formas principais de transformação de energia:
A energia cinética;
A energia potencial;
A energia interna.
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1
𝐸𝐶1 = 𝑚 𝑉12 (3.17)
2
Onde:
EC1: Energia cinética,
m: Massa corpo,
V12: Velocidade instantânea
1
∆𝐸𝐶 = 𝑚(𝑉22 − 𝑉12 ) (3.18)
2
𝐸𝑃1 = 𝑚. 𝑔. 𝑧1 (3.19)
Onde:
EP1: Energia Potencial,
m: Massa corpo,
g: Constante gravitacional
z1 : Elevação
referência externo. Não é possível medir o seu valor absoluto, só pode ser medido
incrementos de Energia interna, de modo a atribuir valores de tomar um estado de
referência que dá o valor relativo igual a zero, geralmente levado a 0°C e 1 atm pressão.
A alteração na energia interna de um sistema é definida apenas pelos termos dos estados
termodinâmicos inicial e final, para um sistema executa um processo de indo no final do
estado inicial, isto é, um ciclo, o aumento da energia interna do sistema é zero.
Primeira lei para um sistema em um ciclo. A maioria dos sistemas de produção de
potência, operando em um ciclo termodinâmico.O ciclo termodinâmico ideal é o ciclo
de Carnot,
∑ 𝑄 − ∑ 𝑊 = ∆𝐸𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 0 (3.21)
onde:
Eent = Esaí
Para um sistema fechado. Este sistema não envolvem fluxos de massa através da
fronteira e considera apenas o balanço energético de trabalho e interações de calor,
aplicando a equação:
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𝑉
𝑊𝑏 = ∫𝑉 2 𝑝 𝑑𝑉 (3.24)
1
𝐻 = 𝑈 + 𝑝𝑉 (3.25)
𝑄 = ∆𝐻𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 (3.26)
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DESA-CEEFE
𝑚𝑒 − 𝑚𝑠 = ∆𝑚𝑉𝐶 (3.28)
Considerando que pode existir mais do que uma entrada e de saída de fluxo, a equação
para a conservação da massa pode ser expresso como:
𝑑𝑚
∑ 𝑚̇𝑒 − ∑ 𝑚̇𝑠 = ( )VC (3.30)
𝑑𝑡
Quando nenhuma das propriedades do sistema varia com o tempo, é dito ser estão em
estado estacionário, que é válido para muitos sistemas idealizar empregados em
engenharia, para um sistema aberto no estado estacionário o termo do lado direito da
equação anterior é igual a zero, então a equação reduz-se a equação de continuidade:
32
APOSTILA DE FUNDAMENTOS DA TERMODINÂMICA PARA USO ENERGÉTICO DO BIOGÁS E LODO 2012
DESA-CEEFE
𝑚̇ = 𝜌𝑣𝐴 (3.32)
𝑊𝑓 = 𝑝𝑉 (3.33)
𝑣
𝐸 = 𝑈 + 𝐾𝐸 + 𝑃𝐸 = 𝑚(𝑢 + + 𝑔𝑧) (3.34)
2
dEVC v2 v2
= Q̇ VC − Ẇ + ∑ent ṁ (h + gz) − ∑saí ṁ (h + + gz) (3.35)
dt 2 2
33
APOSTILA DE FUNDAMENTOS DA TERMODINÂMICA PARA USO ENERGÉTICO DO BIOGÁS E LODO 2012
DESA-CEEFE
𝑑𝐸𝑉𝐶 𝑣2 𝑣2
= 𝑄̇𝑉𝐶 − 𝑊̇𝑉𝐶 + ∑ 𝑚̇ (ℎ + + 𝑔𝑧) − ∑ 𝑚̇ (ℎ + + 𝑔𝑧) (3.37)
𝑑𝑡 2 2
𝑒𝑛𝑡 𝑠𝑎í
𝑣2 𝑣2
𝑄̇𝑉𝐶 − 𝑊̇𝑉𝐶 = ∑ 𝑚̇ (ℎ + + 𝑔𝑧) − ∑ 𝑚̇ (ℎ + + 𝑔𝑧) (3.38)
2 2
𝑠𝑎í 𝑒𝑛𝑡
𝑣2 𝑣2
(ℎ + ) = (ℎ + ) (3.39)
2 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 2 𝑠𝑎í𝑑𝑎
Isto significa que não existem interações de trabalho e do calor sobre a fronteira, o fluxo
de massa de entrada e saída é o mesmo e da energia potencial é desprezível.
34
APOSTILA DE FUNDAMENTOS DA TERMODINÂMICA PARA USO ENERGÉTICO DO BIOGÁS E LODO 2012
DESA-CEEFE
de fluido que impacte com as palhetas que o compõem. Por outro lado, o compressor
exige um trabalho para executar a sua função.
Para essas equipes da equação do balanço de energia pode ser reduzida ou simplificada
baseada em suposições e aproximações, por exemplo, o esquema do compressor terá:
𝑣2 𝑣2
𝑄̇𝑉𝐶 − 𝑊̇𝑉𝐶 = 𝑚̇ [ (ℎ + ) − (ℎ + ) ] (3.40)
2 𝑠𝑎í 2 𝑒𝑛𝑡
𝑣2 𝑣2
𝑊̇𝑉𝐶 = ∑ 𝑚̇ (ℎ + + 𝑔𝑧) − ∑ 𝑚̇ (ℎ + + 𝑔𝑧) (3.41)
2 2
𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑠𝑎í𝑑𝑎
35
APOSTILA DE FUNDAMENTOS DA TERMODINÂMICA PARA USO ENERGÉTICO DO BIOGÁS E LODO 2012
DESA-CEEFE
∑ 𝑚̇𝑒 = ∑ 𝑚̇𝑠
36
APOSTILA DE FUNDAMENTOS DA TERMODINÂMICA PARA USO ENERGÉTICO DO BIOGÁS E LODO 2012
DESA-CEEFE
∑ 𝑚̇𝑒 = ∑ 𝑚̇𝑠
Como visto em regimes anteriores, casos diferentes são utilizados para aplicar as
equações de balanço de massa e energia. Geralmente, no caso da massa, a equação da
continuidade aplicada é:
∑ 𝑚̇𝑒 = ∑ 𝑚̇𝑠
e ao balanço de energia se aplica:
37
APOSTILA DE FUNDAMENTOS DA TERMODINÂMICA PARA USO ENERGÉTICO DO BIOGÁS E LODO 2012
DESA-CEEFE
trabalho e do calor sobre as fronteiras são levadas a cabo, então a expressão é definida
como:
(𝑚2 𝑒2 − 𝑚1 𝑒1 )𝑉𝐶 =
𝑣2 𝑣2
= 𝑄𝑉𝐶 − 𝑊𝑉𝐶 + ∑ 𝑚 (ℎ + + 𝑔𝑧) − ∑ 𝑚 (ℎ + + 𝑔𝑧) (3.45)
2 2
𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑠𝑎í𝑑𝑎
Para esses casos, as equações de balanço de massa e energia são representadas como:
3.3 – Exercícios
38
APOSTILA DE FUNDAMENTOS DA TERMODINÂMICA PARA USO ENERGÉTICO DO BIOGÁS E LODO 2012
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6. Deduza H = qp; Considere um processo em que P não seja constante, mas para o
qual as pressões final e inicial sejam iguais. H precisa ser igual a “q” neste caso?
7. Defina capacidade calorífica em termos da variação de energia interna e entalpia
com a temperatura sob condições de volume ou pressão constante. Demonstre por
gráficos e formulações matemáticas.
8. Explique a lei de Kirchhoff.
9. Explique a experiência de Joule e o efeito Joule-Thomson. Que função de estado
deve permanecer constante no experimento de Joule e no experimento de Joule-
Thomson?
10. Diga se as seguintes afirmações são verdadeiras ou falsas: (a) Para todos processo
ESIS = -EVIZ; (b) Para todo processo cíclico, o estado final do sistema é o mesmo
que o estado inicial. (c) Para todo processo cíclico, o estado final da vizinhança é o
mesmo que o estado inicial da vizinhança. (d) Para um sistema fechado em repouso
sem quaisquer campos presentes, a soma q+w tem o mesmo valor para todo o
processo que vai de um dado estado 1 até um dado estado 2. (e) Se os sistemas A e
B consistem, cada qual, em água líquida pura a 1 bar de pressão, e se TA>TB,
então a energia interna do sistema A deve ser maior que a de B. (f) As grandezas H,
U, PV, H e PV têm todas as mesmas dimensões. (g) Um processo
termodinâmico é definido pelo estado final e o estado inicial. (h) T=0 para todo
processo isotérmico.
11. Às vezes vê-se a notação q e w para o fluxo de calor para um sistema e o
trabalho realizado durante o processo. Explique por que essa notação é enganosa.
12. Explique como a água líquida pode ir de 25°C e 1 atm para 30°C e 1 atm em um
processo para o qual q<0.
13. Para cada um dos seguintes processos deduza se cada uma das grandezas, q, w, U
e H é positiva, zero ou negativa. (a) Fusão reversível do benzeno sólido a 1 atm e
no ponto de fusão normal. (b) Fusão reversível do gelo a 1 atm a 0°C. (c) Expansão
adiabática reversível de um gás perfeito. (d) Expansão isotérmica reversível de um
gás perfeito. (e) Expansão adiabática de um gás perfeito para um vácuo
(experimento de Joule). (f) Processo Joule-Thomson em um gás perfeito. (g)
Aquecimento reversível de um gás perfeito a P constante. (h) Resfriamento
reversível de um gás perfeito a V constante.
14. Uma amostra de 2,00 mol de He se expande isotermicamente, a 22°C, de 22,8 dm3
até 31,7 dm3, (a) reversivelmente; (b) contra uma pressão externa constante igual à
pressão final do gás; (c) livremente (contra pressão externa nula). Em cada
processo, calcule q, w, U e H.
15. Uma amostra de 2,00 mol de um gás perfeito, aço CV,m = 5R/2, inicialmente a
p1=111 kPa e T1=277K, é aquecida reversivelmente até 356 K, a volume
constante. Calcule a pressão final, U, q e w.
16. Uma amostra de 6,56 g de argônio gasoso ocupa o volume de 18,5 dm3 a 305 K.
(a) Calcule o trabalho feito quando o gás se expande isotermicamente contra a
pressão externa constante de 7,7 kPa até o seu volume aumentar de 2,5 dm3. (b)
Calcule o trabalho realizado se a mesma expansão fosse reversível.
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𝑃1 . 𝑉1 = 𝑃2 . 𝑉2 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 (4.1)
𝑃𝑉 = 𝑘𝑇 (4.2)
𝑘 𝑇 = 𝑛𝑅𝑇 𝑇 (4.3)
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APOSTILA DE FUNDAMENTOS DA TERMODINÂMICA PARA USO ENERGÉTICO DO BIOGÁS E LODO 2012
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ºC) e constatou que todos eles tinham aumentado o seu volume em igual quantidade, o
que induzia uma relação de proporcionalidade entre o volume e a temperatura dos gases
estudados. No entanto, foi o químico e físico francês Joseph Louis Gay-Lussac quem,
em 1802, publicou, pela primeira vez, a ocorrência deste fenômeno. Baseou-se no
trabalho de Charles, a quem faz referência e atribui a autoria da descoberta, tendo
descrito a relação matemática precisa entre as referidas variáveis e demonstrado que o
conceito é aplicável a todos os gases. Por isso, esta relação tem vários nomes,
nomeadamente Lei de Charles, Lei de Charles e Gay-Lussac e, mais raramente, Lei de
Gay-Lussac, embora a designação mais comum aceite hoje pela comunidade científica
seja Lei de Charles. A designação “Lei de Gay-Lussac” é, normalmente, utilizada para a
relação entre outras propriedades dos gases (temperatura e pressão). A relação entre o
volume e a temperatura absoluta de um gás, à pressão constante, permitiu a
personalidades como Gay-Lussac e, principalmente, William Thomson, conhecido
também como Lord Kelvin, estabelecerem um valor mínimo absoluto de temperatura (0
K ou -273,15ºC), o que deu origem a uma nova escala de temperatura: a escala de
temperatura absoluta ou escala Kelvin que descreve a relação linear existente entre o
volume e a temperatura de um gás ideal quando a pressão se mantém constante.
A partir dessas constatações experimentais podemos expressar:
"O volume de determinada massa de gás é diretamente proporcional à temperatura
absoluta em condições de pressão constante".
𝑉𝑖 𝑉𝑓 𝑉𝑖 𝑇𝑖
= ↔ = ↔ 𝑉𝑖 𝑇𝑓 = 𝑉𝑓 𝑇𝑖 (4.4)
𝑇𝑖 𝑇𝑓 𝑉𝑓 𝑇𝑓
𝑉 = 𝑘𝑝 𝑇 (4.5)
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“A volume constante, a pressão exercida por uma massa fixa de gás é diretamente
proporcional à sua temperatura absoluta”.
Do enunciado da lei, depreende-se que, em linguagem matemática, p/T = k p T, a
volume constante (k é uma constante; no caso de se tratar de um gás ideal, k = nR/V). É
possível estabelecer uma relação entre os valores iniciais de pressão (pi) e temperatura
(Ti) de uma dada massa de gás com os correspondentes valores finais (pf e Tf,
respectivamente) após pressurização/despressurizarão ou aquecimento/arrefecimento, a
volume constante. Atendendo ao fato que pi/Ti = k = pf/Tf, facilmente se conclui que:
𝑝𝑖 𝑝𝑓 𝑝𝑖 𝑇𝑖
= ↔ = ↔ 𝑝𝑖 𝑇𝑓 = 𝑝𝑓 𝑇𝑖 (4.7))
𝑇𝑖 𝑇𝑓 𝑝𝑓 𝑇𝑓
𝑃 = 𝑘𝑣 𝑇 (4.8)
𝑘𝑃 = 𝑛𝑅𝑉 /𝑉 (4.9)
𝑓(𝑃, 𝑉, 𝑇) = 0 (4.10)
Para os gases reais a equação (7) é geralmente bastante complexa, no entanto, para os
gases ideais as grandezas, P, T e V, como já vimos, estão relacionadas de forma bastante
mais simples. Experimentalmente verificou-se que RT=RP=RV=R (ver equações (2),
(4) e (6)). Sendo assim, as leis de Boyle-Mariotte, de Gay-Lussac e de Charles, podem
ser combinadas numa só equação, denominada equação de estado dos gases ideais:
𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 (4.11)
Onde:
P é a pressão absoluta,
V o volume,
43
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n o número de mols,
T a temperatura absoluta (Kelvin),
R denomina-se constante universal dos gases, R=8.314 J.mol-1 K-1.
Constante Universal dos Gases
𝑃. 𝑉 = 𝑍. 𝑛. 𝑅. 𝑇 (4.12)
𝑉𝑚
𝑍= 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 (4.13)
𝑉𝑚
Onde:
Vm = V/n é o volume molar do gás em questão e Vmideal =Videal/n; V é o volume que o
gás ocupa na verdade e Videal = nRT/p é o volume previsto pela Lei dos Gases Ideais.
Com isto, podemos escrever que:
𝑉𝑚 𝑉𝑚 𝑉𝑚 𝑝𝑉𝑚
𝑍= 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 = 𝑉𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙
= 𝑛𝑅𝑇 = (4.14)
𝑉𝑚 𝑅𝑇
𝑛 𝑛𝑝
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As misturas gasosas podem ser estudadas de acordo com as Leis de Dalton a Amagat
que serão explicadas a seguir.
Lei de Dalton (Pressão Parcial). Em uma mistura gasosa, chama-se pressão parcial de
um gás a pressão que ele iria exercer se estivesse sozinho, ocupando o volume total da
mistura e na mesma temperatura em que a mistura se encontra.
45
APOSTILA DE FUNDAMENTOS DA TERMODINÂMICA PARA USO ENERGÉTICO DO BIOGÁS E LODO 2012
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𝑃𝑡 = 𝑝1 + 𝑝2 +. . +𝑝𝑛 (4.15)
É evidente que o mesmo raciocínio pode ser aplicado a todos os demais gases da
mistura. No estudo das misturas gasosas, uma lei muito importante é a Lei de Dalton,
que diz o seguinte:
"A pressão parcial de uma mistura gasosa é a soma das pressões parciais de todos os
gases que fazem parte da mistura".
Outra conclusão importante pode obter comparando a situação de cada gás com a
situação final da mistura. De fato, considerando, por exemplo, o caso particular do gás
A, temos:
Para o gás A: 𝑝𝐴 . 𝑉 = 𝑛𝐴 . 𝑅. 𝑇
Para a mistura: 𝑃𝑡 . 𝑉 = (∑ 𝑛). 𝑅. 𝑇
Dividindo membro a membro e cancelando os fatores comuns, resulta:
𝑝𝐴 𝑛𝐴
=
𝑃𝑡 ∑ 𝑛
𝑛𝐴
A fração ∑𝑛
chamada de fração molar do gás A, e costuma ser indicada por xA.
𝑝𝐴 = 𝑃𝑡 𝑥𝐴 (4.16)
𝑉𝑡 = 𝑣1 + 𝑣2 +. . +𝑣𝑛 (4.17)
𝑣𝐴 = 𝑉𝑡 𝑥𝐴 (4.18)
4.6 – Exercícios
1. Qual é o volume ocupado por 1 mol de gás atmosférico quando a pressão é 105 Pa
e a temperatura 27 °C?
2. Uma bolha de ar de 20 cm³ está num lago a 40m de profundidade e a 4°C. Supondo
que a temperatura da bolha seja sempre igual a da água na sua vizinhança, obtenha
o seu volume imediatamente antes de atingir a superfície, que está a 20°C.
3. No início de uma viagem, os pneus dianteiros de um automóvel foram calibrados
com uma pressão de 28 libras por polegada ao quadrado a temperatura ambiente de
20 ºC. Depois da viagem, a temperatura dos pneus era de 30 ºC. Calcule a nova
pressão dos pneus.
4. Um cilindro contém uma amostra de oxigênio a 200C e 15 atm num volume de 100
litros. Com um êmbolo, o volume da amostra do gás é reduzido para 80 litros,
aumentando sua temperatura para 250C. Supondo que a amostra de oxigênio se
comporte como gás ideal, calcule sua pressão final.
5. Considere uma dada amostra de um gás ideal. (a) Represente os processos
isobáricos, isocórico e isotérmico nos diagramas PV, PT e VT. (b) Discuta como as
curvas dependem da quantidade de gás da amostra.
6. O recipiente A contém uma amostra de gás ideal com temperatura de 300 K e
pressão de 5,0 x 105 Pa. O recipiente B contém uma amostra do mesmo gás com
temperatura de 400 K e pressão de 1,0 x 105 Pa. O volume do recipiente B é quatro
vezes maior do que o volume do recipiente A. Calcule a pressão de equilíbrio
quando os recipientes são ligados por um tubo estreito e suas temperaturas são
mantidas fixas.
7. Certa quantidade de gás ocupa um volume de e sua temperatura é de 450 K. Sem
que a pressão mude, sua temperatura é baixada para 300 K. Determine o volume do
gás nessa nova situação.
8. A que temperatura se deveria elevar certa quantidade de um gás ideal, inicialmente
a 300 K, para que tanto a pressão como o volume se dupliquem.
9. Analise as afirmações abaixo:
a) Uma amostra de um gás ideal que ocupa um volume de 0,5 litro a 20ºC
ocupará um volume de 1,0 litro a 40ºC se a pressão permanecer constante.
b) Um pedaço de metal a 100ºC é mergulhado na água contida em uma panela a
0º C. Quando atingido o equilíbrio térmico, e desprezado perdas de calor para
o ambiente, a temperatura do sistema será necessariamente 50ºC.
c) Calor é energia que flui entre duas regiões quando entre elas há uma diferença
de temperatura.
47
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Quando um sistema não sofre qualquer tipo de influência de sua vizinhança, dizemos que
ele é um sistema isolado, e dessa maneira ele tenderá a permanecer numa mesma situação
estável. Existem diversos processos termodinâmicos simples de serem visualizados, tais
como os processos que mantenham uma função de estado constante. Entendemos por
função de estado às grandezas que definem um estado termodinâmico, tais como pressão,
volume e temperatura.
Definimos equilíbrio termodinâmico como a situação onde não acontecem mudanças em
suas funções de estado.
As possíveis mudanças podem ser de três tipos: mecânica, química e térmica.
1. Quando o meio ambiente exerce uma força sobre o sistema, essa força irá interferir no
estado seu estado de equilíbrio existente, por causa de uma perturbação mecânica. Essa
força poderá fazer que o sistema diminua o seu volume (como um êmbolo quando
pressionado). Além disso, pode associar um aumento de pressão do gás, caso o sistema
esteja em contato com um banho térmico e perca calor. Após retornar ao isolamento, e
depois de algum tempo de relaxação, o sistema alcança um novo estado de equilíbrio
mecânico.
2. Quando o sistema troca matéria com o meio que o circunda, acontece uma perturbação
química. Essa perturbação pode provocar uma alteração na composição química do sistema.
Após retornar ao isolamento, e depois de algum tempo, acontecerá novamente uma
uniformização na composição do sistema e ele alcançará um novo estado de equilíbrio
químico.
3. Quando o sistema entra em contato térmico com as vizinhanças, acontecerá uma troca de
calor, e essa perturbação afastará o sistema de seu estado de equilíbrio. Após retornar ao
isolamento, e depois de algum tempo de relaxação, o sistema alcança um novo estado de
equilíbrio térmico.
Quando o sistema se encontra em equilíbrio em relação às três condições mencionadas,
dizemos que ele está em equilíbrio termodinâmico, e nessa situação ele pode ser descrito
por suas funções de estado, que se referem ao sistema como um todo. O que seria uma
grandeza termodinâmica?
Considere um gás composto de pequenas partículas contido em um recipiente, e esse
recipiente pode apresentar-se de modos diversos. Um modelo para representar essas
partículas seria considerá-las como pequenas bolas rígidas.
Podemos variar o volume do recipiente aumentando ou diminuindo a região disponível para
as partículas do gás.
Poderemos ainda envolver o recipiente com um material isolante de maneira a impedir um
fluxo de calor entre o gás e o meio que circunda o recipiente.
E finalmente poderemos colocar o recipiente em contato com um banho térmico, de modo a
ceder ou absorver calor do gás. O banho térmico é entendido como um aparato capaz de
fornecer ou ceder qualquer quantidade de calor ao gás; variando a temperatura do gás, mas
mantendo sua própria temperatura constante. Um exemplo dessa situação seria colocar um
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copo de água a temperatura ambiente num grande balde de gelo; a grande balde de gelo irá
esfriar a água praticamente sem variar a sua própria temperatura.
A temperatura T do gás é uma função de estado. Também são funções de estado o volume
V do recipiente que confina o gás e a sua pressão p. Quando um sistema está em equilíbrio
termodinâmico, as funções p, V e T são bem definidas, e estão inter-relacionadas e definem
o estado em que o sistema se encontra. Basta que conheçamos duas e poderemos determinar
a terceira grandeza. A equação que define essa relação é conhecida como equação de
estado. No modelo do gás ideal, a equação de estado é dada por:
p𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 (5.1)
Uma grande gama de processos ao nosso redor ocorre sem limitação de volume e,
portanto, a pressão durante esses processos se mantém constante, igual à pressão
atmosférica. Esse tipo de processo, no qual a pressão não varia, é chamado processo
isobárico, que é internamente reversível (processos quase estáticos, na ausência de
fluxo).
A primeira lei da termodinâmica nada mais é do que uma interpretação termodinâmica
do princípio de conservação de energia: a soma do calor e do trabalho definirá a
variação da energia interna do sistema:
∆𝑈 = 𝑄 + 𝑊
Agora, numa expansão, ΔV será positivo e o sistema perde energia para o meio. Numa
compressão, ΔV será negativo e o sistema ganha energia do meio. A fim de
convencionar o sinal do trabalho, definimos que, para uma expansão contra uma
pressão externa maior do que 0, o trabalho é negativo (o sistema perde energia), e para
uma compressão ele é positivo (o sistema ganha energia). Assim, acrescentamos à
equação o sinal negativo:
𝑊 = −𝑝𝑑𝑉 (5.2)
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É claro que a equação 5.2 pode ser aplicada apenas para situações em que a pressão
externa se mantém constante ao longo do processo.
− ∫ 𝑣𝑑𝑝 = 0
∆𝑈 = 𝑄 − 𝑃𝑑𝑉
𝑈2 − 𝑈1 = 𝑄 − 𝑃(𝑉2 − 𝑉1 )
onde também:
∆𝑄 = ∆𝑈 + ∆𝑊
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𝐻 = 𝑈 + 𝑃𝑉 (5.5)
Combinando a equação 5.4 com a 5.5 temos, para um processo isobárico:
𝑄 = 𝐻2 − 𝐻1 = ∆𝐻 (5.6)
∆𝑈 = 𝑄 + 𝑊 = 𝑄 − 𝑃𝑑𝑉
𝑐𝑝 𝑇
𝑑𝑆 =
𝑇
𝑆 = 𝑐𝑝 log 𝑇 + 𝐶
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ΔV = 0, e:
𝑑𝑄 = 𝑑𝑈 + 𝑑𝑊 (5.7)
Como:
𝑑𝑊 = 𝑝𝑑𝑣 = 0
𝑄 = 𝑈 = 𝑚 ∫ 𝑐𝑣 𝑑𝑡
∆𝑈 = 𝑄 (5.8)
Onde Q é o calor do processo isocórico. Como não há trabalho envolvido (ΔV = 0), a
variação da energia interna é igual ao calor.
2 𝑑𝑄 2 𝑐𝑣 𝑑𝑇 𝑇2
∆𝑆 = ∫1 = ∫1 = 𝑐𝑣 ln (5.10)
𝑇 𝑇 𝑇1
∆𝑆
𝑇2 = 𝑇1 𝑒 𝑐𝑣 (5.11)
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∆𝑈 = 𝑄 + 𝑊 = 𝑄 − 𝑃∆𝑉 = 𝑄
∆𝐻 = ∆𝑈 + ∆𝑃𝑉 = 𝑄 + 𝑉∆𝑃
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Definimos uma grandeza extensiva chamada capacidade calórica (C, J K-1) como
sendo o calor por unidade de variação da temperatura de um sistema:
𝑄
𝐶= (5.12)
∆𝑇
Em outras palavras, a capacidade calórica indica quanto calor será necessário para
elevar a temperatura de um sistema de um grau Celsius ou Kelvin. Podemos transformar
a capacidade calórica numa grandeza intensiva, dividindo seu valor ou pelo volume, ou
pela massa ou pelo número de moles do sistema. Nesse caso, a grandeza é chamada de
calor específico a base de volume (c, J K-1 m-3), a base de massa (c, J K-1 kg-1) ou a base
molar (c, J K-1 mol-1):
𝐶 𝐶 𝐶
𝑐̅ = 𝑜𝑢 𝑐̅ 𝑜𝑢 𝑐̅ = (5.13)
𝑉 𝑚 𝑛
No item anterior verificamos que o calor para um processo isobárico (equação 5.6) é
diferente do de um processo isocórico (equação 5.8). Dessa forma, a capacidade
calórica e o calor específico também serão diferentes, em função do tipo de processo.
Assim, a capacidade calórica isocórica (Cv, J K-1) é igual a:
𝑄𝑣 ∆𝑈
𝐶𝑣 = = (5.14)
∆𝑇 ∆𝑇
𝑄𝑝 ∆𝐻
𝐶𝑝 = = (5.15)
∆𝑇 ∆𝑇
É fácil entender que para sistemas gasosos 𝑐̅𝑝 será sempre maior que ̅𝑐𝑣 pois, ao
aquecer um gás isobaricamente o seu volume aumenta, resultando em perda de energia
do sistema por trabalho. Assim, a mesma quantidade de calor resultará num ΔT menor
e, consequentemente, um c maior. No caso de um processo isocórico o trabalho será
nulo. Deduzimos, a seguir, uma relação quantitativa para essa diferença.
A partir da definição de entalpia (equação 5.5) verificamos que:
∆𝐻 = ∆𝑈 + ∆𝑃𝑉 (5.16)
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∆𝑈 = 𝐶𝑣 ∆𝑇 (5.17)
∆𝐻 = 𝐶𝑝 ∆𝑇 (5.18)
𝐶𝑝 ∆𝑇 = 𝐶𝑣 ∆𝑇 + 𝑛𝑅∆𝑇 → 𝐶𝑝 = 𝐶𝑣 + 𝑛𝑅 (5.20)
Como o calor específico molar (𝑐̅) é a capacidade calórica © dividida pelo número de
moles (n), podemos escrever a equação 5.20 como:
Verificamos que a diferença entre 𝑐̅𝑣 e 𝑐̅𝑝 é exatamente a constante universal de gases R,
ou seja, 8.314 J mol-1 K-1.
O valor do calor específico de gases ideais pode ser deduzido teoricamente. Não
detalhamos, aqui, essa dedução, mas apresentaremos apenas o resultado final:
3 5
Para gases ideais monoatômicos: 𝑐̅𝑣 = 2 𝑅 e, pela equação ∆𝑈 = 𝑄 + 𝑊, 𝑐̅𝑝 = 2 𝑅,
5 7
Para gases ideais diatômicos: 𝑐̅𝑣 = 2 𝑅 e, pela equação ∆𝑈 = 𝑄 + 𝑊, 𝑐̅𝑝 = 2 𝑅.
55
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Consequentemente, em resumo:
∆𝑈 = 𝑄 + 𝑊 = 0 → 𝑄 = −𝑊 (5.22)
(5.23)
Onde:
pV=Constante (5.24)
então:
∫ 𝑝 𝑑𝑉 = − ∫ 𝑉 𝑑𝑝
𝐶 𝐶
𝑝= ou: 𝑉=
𝑉 𝑝
2 𝑑𝑉 𝑉2 𝑝1
∫ 𝑝 𝑑𝑉 = − ∫ 𝑉 𝑑𝑝 = 𝐶 ∫1 𝑉
= 𝑝1 𝑉1 ln
𝑉1
= 𝑅𝑇 ln
𝑝2
=Q=W (5.26)
e:
2 𝑑𝑄 1 𝑄 𝑉 𝑝1 𝑉1 𝑝
∆𝑆 = ∫1 = ∫ 𝑑 𝑄 = = 𝑅 ln ( 2 ) = ln ( 1) (5.27)
𝑇 𝑇 𝑇 𝑉 1 𝑇1 𝑝
2
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Além dos processos ideais tratados (isotérmico, isobárico e isocórico), um quarto tipo
de processo tem grande importância na termodinâmica e, notadamente, na
termodinâmica da atmosfera: o processo adiabático. Um processo adiabático é definido
como aquele em que não há troca de calor entre o sistema e o meio, ou seja:
𝑄=0 (5.28)
∆𝑈 = 𝑊 = −𝑃∆𝑉 (5.29)
Ou seja, a energia interna é alterada apenas por troca de energia na forma de trabalho.
Como, numa expansão, o trabalho é negativo (o sistema perde energia), a sua energia
interna diminui e conseqüentemente a sua temperatura. Numa compressão, por outro
lado, a temperatura aumenta.
Pela definição, um processo adiabático não envolve nenhum fluxo de calor, ou seja, não
ocorre troca de energia nem por radiação, nem por condução, nem por convecção. A
única forma de realizar um processo adiabático perfeito seria com um corpo branco (não
absorve nem emite radiação) no vácuo, eliminando a condução e a convecção. No
entanto, diversos processos mais comuns ao nosso redor são considerados adiabáticos.
Eles podem ser considerados adiabáticos quando:
1. São tão rápidos que não há, praticamente, tempo para a troca de calor.
Isso ocorre, por exemplo, quando o ar se comprime (num compressor, numa bomba
manual) e, como consequência, é aquecida. Contrariamente, um botijão de gás que é
esvaziado rapidamente, congela; o ar numa garrafa de refrigerante apresenta uma névoa
logo após abertura: o ar expandiu, esfriou e vapor de água condensou em consequência.
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𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇
𝑛𝑅𝑇 𝑑𝑈 𝑅
𝑑𝑈 = 𝑑𝑉 → = − 𝑑𝑉 (5.30)
𝑉 𝑛𝑇 𝑉
𝑑𝑈 = 𝐶𝑣 𝑑𝑇 (5.31)
𝑛𝑅𝑇 𝐶𝑣 𝑐̅𝑣 𝑅
𝑑𝑈 = − 𝑑𝑉 → 𝑑𝑇 = 𝑑𝑇 = − 𝑑𝑉 (5.32)
𝑉 𝑛𝑇 𝑇 𝑇
A equação 5.32 é uma equação diferencial de fácil resolução, pois, integrando entre o
estado inicial (T1, V1) e o final (T2, V2) obtemos:
𝑇2 𝑐̅𝑣 𝑉 𝑅
∫𝑇 𝑑𝑇 = − ∫𝑉 2 𝑑𝑉 (5.33)
1 𝑇 1 𝑉
Cuja solução é:
𝑇2 𝑉2
𝑐̅𝑣 ln = −𝑅 ln (5.34)
𝑇1 𝑉1
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𝑇2 𝑉2 𝑇2 𝑐̅𝑝 𝑉2
𝑐̅𝑣 ln = (−𝑐̅𝑝 − 𝑐̅𝑣 ) ln → ln = − ( − 1) ln (5.35)
𝑇1 𝑉1 𝑇1 𝑐̅𝑣 𝑉1
𝑐̅𝑝
O quociente é, tradicionalmente, representado pela letra grega γ e, dessa forma:
𝑐̅𝑣
𝑇2 𝑉2 𝑇2 𝑉 1−𝛾 𝑉 𝛾−1
ln = (1 − 𝛾) ln → = ( 2) = ( 1) (5.36)
𝑇1 𝑉1 𝑇1 𝑉 1 𝑉2
𝑃2 𝑉2 𝑇2
= (5.37)
𝑃1 𝑉1 𝑇1
𝑃2 𝑉2 𝑉1 𝛾−1 𝑃2 𝑉1 𝛾
=( ) → =( ) (5.38)
𝑃1 𝑉1 𝑉2 𝑃1 𝑉2
𝛾−1 𝛾−1
𝑇1 𝑉1 = 𝑇2 𝑉2 → 𝑇𝑉 𝛾−1 =constante (5.39)
𝛾 𝛾
𝑃1 𝑉1 = 𝑃2 𝑉2 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 (5.40)
1 1 1
−1 −1 −1
𝛾 𝛾
𝑃1 𝑇1 = 𝑃2 𝑇2 = 𝑃 𝛾 𝑇 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 (5.41)
𝑐̅𝑝 𝑐̅𝑣 +𝑅 𝑅
𝛾= = =1+ (5.42)
𝑐̅𝑣 𝑐̅𝑣 𝑐̅𝑣
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𝑊 = ∆𝑈
∆𝑈 = 𝐶𝑉 ∆𝑇
𝑊 = 𝐶𝑉 ∆𝑇 (5.43)
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Processos descritos pela equação 5.44, são chamados de politrópicos e é uma constante
que deve ser obtida, em princípio, experimentalmente. A Figura 5.5 mostra o esquema
de vários processos politrópicos representados pelos diagramas p-v e T-s com n válido
para diversos processos conhecidos como. No entanto, para alguns processos familiares
o valor de n pode ser obtido imediatamente:
𝑝2 𝑉 𝑛
= ( 1) (5.45)
𝑝1 𝑉 2
n−1
T2 p2 V n−1
n
=( ) = ( 1) (5.46)
T1 p 1 V 2
𝑑𝑄 = 𝑑𝑈 + 𝑝𝑑𝑉
𝑝𝑑𝑣 = 𝑅𝑑𝑇/(1 − 𝑛)
𝑅𝑑𝑇 𝑐𝑣 +𝑅−𝑛𝑐𝑣
𝑑𝑄 = 𝑐𝑣 𝑑𝑇 + = 𝑑𝑇 (5.48)
1−𝑛 1−𝑛
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Como:
𝑐𝑝 = 𝑐𝑣 + 𝑅 = 𝑘𝑐𝑣 ,
Obtemos:
𝑘−𝑛
𝑄 = [𝑐𝑣 (
1−𝑛
)] (𝑇2 − 𝑇1 ) = 𝑐𝑛 ∆𝑇 (5.49)
5.9 – Exercícios
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3. Um gás ideal sofre uma transformação isobárica. Qual dos gráficos abaixo, onde V
representa volume e T representa temperatura absoluta, melhor representa essa
transformação?
4. Um gás ideal, a uma pressão de 100 atm e temperatura de 50k, sofre uma
transformação isovolumétrica, atingindo uma temperatura de 10k. A sua pressão
final será:
a) 0,20 atm; b) 20 atm; c) 500 atm; d) 0,5 atm; e) 5 atm.
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Este tema tem como objetivo a apresentação do porque (ou talvez, dos porquês) da
necessidade e da existência de outra lei para a Termodinâmica, e das suas
conseqüências. De uma maneira simplista, pode-se argumentar que cada uma das leis
(ou princípios) da Termodinâmica esta associada a uma propriedade: a Lei Zero (aquela
que trata do equilíbrio térmico) esta associada à temperatura; e a Primeira Lei, a energia.
Assim, seria natural que a Segunda Lei se associasse a outra propriedade e esta, como e
sabido, a entropia.
A segunda lei da termodinâmica trata dos conceitos de "ordem" e "desordem" da
matéria, estabelecendo de forma precisa como a energia térmica e a transferência de
calor está relacionada com estes conceitos. A formulação desta Lei além de fornecer
um critério para a "direção" com que é feita a transferência de calor entre dois corpos,
estabelece a diferença entre processos Reversíveis e Irreversíveis e define o que se
entende por Equilíbrio Termodinâmico. Para a formulação desta Lei é necessário
introduzir uma nova função termodinâmica denominada Entropia. Esta função é uma
quantidade extensiva que exprime quantitativamente a "desordem" de um sistema.
"Processo reversível para um sistema é aquele que tendo ocorrido pode ser invertido
sem deixar vestígios no sistema e no meio".
As causas mais comuns da irreversibilidade (contrário de reversível) nos processos reais
são: atrito, expansão não resistiva, troca de calor com diferença finita de temperatura,
mistura de substâncias diferentes, efeito de histerese, perdas elétricas do tipo,
combustão, etc.
Assim, para que um processo real se aproxime de um processo "Ideal reversível", ele
deve ser lento, sofrer transformações infinitesimais, equilíbrio contínuo, trocar calor
com diferenças mínimas de temperatura, mínimo de atrito, etc. Todos os processos reais
são "irreversíveis".
Num sentido geral, a segunda lei da termodinâmica afirma que as diferenças entre
sistemas em contato tendem a igualar-se. As diferenças de pressão, densidade e,
particularmente, as diferenças de temperatura tendem a equalizar-se. Isto significa que
um sistema isolado chegará a alcançar uma temperatura uniforme. Uma máquina
térmica é aquela que provêm de trabalho eficaz graças à diferença de temperatura de
dois corpos. Dado que qualquer máquina termodinâmica requer uma diferença de
temperatura, se deriva, pois que nenhum trabalho útil pode extrair-se de um sistema
isolado em equilíbrio térmico, isto é, requer irá de alimentação de energia do exterior. A
segunda lei se usa normalmente como a razão por a qual não se pode criar uma máquina
de movimento perpétuo (moto contínuo).
Máquinas térmicas. -Chamamos, genericamente, de máquina a qualquer dispositivo que
tenha por finalidade transferir ou transformar energia. As máquinas térmicas são
dispositivas em que há troca de energia na forma de calor e também há troca de energia
com o meio externo na forma de trabalho, em um processo cíclico. Esses dispositivos
têm a finalidade de obter energia mecânica a partir de trocas de calor, ou obter troca de
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6.3 – Enunciados
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6.4 – Ciclo de Carnot (ou Motor de Carnot). (Engenheiro Francês Nicolas Leonard
Sadi Carnot, 1796-1832)
O ciclo de Carnot (ou motor de Carnot) é um ciclo ideal reversível (Motor Térmico
Ideal), composto de dois processos adiabáticos reversíveis e de dois processos
isotérmicos reversíveis. O ciclo de Carnot independe da substância de trabalho, e
qualquer que seja ela, tem sempre os mesmos quatro processos reversíveis.
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𝑄1 = 𝑊 + 𝑄2 𝑜𝑢 𝑊 = 𝑄1 − 𝑄2 (6.1)
𝑊 𝑄1 −𝑄2 𝑄2
η= = =1− (6.2)
𝑄1 𝑄1 𝑄1
𝑄 𝑇2
(𝑄2) =
𝑇1
(6.3)
1 𝑟𝑒𝑣𝑒𝑟𝑠í𝑣𝑒𝑙
𝑻𝟐
η= 1 − (6.4)
𝑻𝟏
Os processos que ocorrem num único sentido são chamados de irreversíveis. A chave
para a compreensão de por que processos unidirecionais não podem ser invertidos
envolve uma grandeza conhecida como entropia.
O caráter unidimensional dos processos irreversíveis é tão evidente que o tomamos
como certo. Se tais processos ocorressem no sentido “errado”, ficaríamos abismados. A
entropia é diferente da energia no sentido de que a entropia não obedece a uma lei de
conservação.
“Se um processo irreversível ocorre num sistema fechado, a entropia S do sistema
sempre aumenta, ela nunca diminui”
Existem duas maneiras equivalentes para se definir a variação na entropia de um
sistema:
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O diagrama p-V do processo mostra a pressão e o volume do gás no seu estado inicial i
e final f. a pressão e o volume são propriedades de estado, ou seja, dependem apenas do
estado do gás e não da forma como ele atingiu este estado. Outras propriedades de
estado são a temperatura e a energia. Supomos agora que o gás possui ainda outra
propriedade de estado – sua entropia. Além disso, definimos a variação da entropia
𝑆𝑓 − 𝑆𝑖 do sistema durante um processo que leva o sistema de um estado inicial para um
estado final como:
𝑓 𝑑𝑄
∆𝑆 = 𝑆𝑓 − 𝑆𝑖 = ∫𝑖 (6.5)
𝑇
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Se a entropia é uma função de estado, ela irá depender apenas do estado inicial e final
do gás e não da forma com que o sistema evoluiu de um estado a outro.
Ao substituirmos a expansão livre irreversível por um processo reversível que conecta
os mesmos estados i e f, será possível traçar uma trajetória entre estes estados e
encontrar uma relação entre T e Q, que nos permita usar a equação posta inicialmente.
Vimos acima que a temperatura de um gás ideal não varia durante uma expansão livre
Tf= Ti= T . Assim os pontos i e f devem estar sobre a mesma isoterma. Assim:
1 𝑓
∆𝑆 = 𝑆𝑓 − 𝑆𝑖 = ∫𝑖 𝑑𝑄 (6.6)
𝑇
𝑄
∆𝑆 = 𝑆𝑓 − 𝑆𝑖 = (6.7)
𝑇
6.6 – Exercícios
1. Calcular o rendimento térmico de um motor de Carnot que opera entre 5000C e 400C.
2. Propõe-se construir um motor térmico para operar no oceano, num local onde a
temperatura na superfície é de 200C e a grande profundidade é de 50C. Qual é o
rendimento térmico máximo possível de tal motor.
3. Um determinado coletor solar produz uma temperatura máxima de 100oC, a energia
coletada deve ser usada como fonte térmica num motor térmico. Qual é o máximo
rendimento do motor se ele opera num meio à temperatura de 100C? O que
aconteceria se o coletor fosse projetado para focalizar e concentrar a energia solar de
modo a produzir uma temperatura máxima de 300 0C.
4. Suponha que 4 moles de um gás ideal sofrem uma expansão isotérmica reversível do
volume V1 para o volume V2 = 2V1 em uma temperatura T=400K . Encontre (a) o
trabalho realizado pelo gás e (b) a variação de entropia do gás. (c) Se a expansão
fosse reversível e adiabática em vez de isotérmica, qual seria a variação de entropia
do gás?
5. Quanta energia deve ser transferida na forma de calor para uma expansão isotérmica
reversível de um gás ideal a 132 0C se a entropia do gás aumenta por 46,0 J/K?
6. Encontre (a) a energia absorvida na forma de calor e (b) a variação de entropia de um
bloco de cobre de 2,00Kg cuja temperatura é aumentada reversivelmente de 25,0C
para 100 0C. O calor específico do cobre é 386 J/kg.K.
7. Uma máquina de Carnot opera entre 235 0C e 115 0C, absorvendo 6,3x104J por ciclo
na temperatura mais alta. (a) Qual é a eficiência da máquina? (b) Quanto trabalho por
ciclo esta máquina é capaz de realizar?
8. Uma máquina de Carnot possui uma eficiência de 22%. Ela opera entre reservatórios
de temperaturas constantes diferindo em temperatura por 750C. Quais são as
temperaturas dos reservatórios (a) quente e (b) frio?
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O controle da poluição das águas é essencial para a saúde da população humana assim
como para o meio em que essa se insere. O processo de tratamento de efluentes líquidos
remete a uma importante questão ambiental: a correta disposição final para o lodo
gerado.
Como alternativas, podem ser citadas o uso na agricultura, disposição em aterro
sanitário e incineração. Este resíduo pode ser transformado em combustível como uma
fonte de energia alternativa. Ainda, as cinzas resultantes da queima podem ser utilizadas
como fonte de material cerâmico devido à similaridade dos mesmos. Estudos recentes
reportam a fabricação de telhas, tijolos e cimentos com as cinzas de lodo de esgoto.
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Um dos primeiros empregos da biomassa pelo ser humano para adquirir energia teve
início com a utilização do fogo como fonte de calor e luz. O domínio desse recurso
natural trouxe à humanidade a possibilidade de exploração dos minerais, minérios e
metais, marcando novo período antropológico. A madeira do mesmo modo foi por um
longo período de tempo a principal fonte energética. Com ela, a cocção, a siderurgia e a
cerâmica foram empreendidas. Óleos de fontes diversas eram utilizados em menor
escala. O grande salto da biomassa deu-se com o advento da lenha na siderurgia, no
período da Revolução Industrial.
Nos anos que compreenderam o século XIX, com a revelação da tecnologia a vapor, a
biomassa passou a ter papel primordial também para obtenção de energia mecânica com
aplicações em setores na indústria e nos transportes. A despeito do início da exploração
dos combustíveis fósseis, como o carvão mineral e o petróleo, a lenha continuou
desempenhando importante papel energético, principalmente nos países tropicais. No
Brasil, foi aproveitada em larga escala, atingindo a marca de 40% da produção
energética primária, porém, para o meio-ambiente um valor como esse não é motivo
para comemorações, afinal, o desmatamento das florestas brasileiras aumentou nos
últimos anos.
Durante os colapsos de fornecimento de petróleo que ocorreram durante a década de
1970, essa importância se tornou evidente pela ampla utilização de artigos procedentes
da biomassa como álcool, gás de madeira, biogás e óleos vegetais nos motores de
combustão interna. Não obstante, os motores de combustão interna foram
primeiramente testados com derivados de biomassa, sendo praticamente unânime a
declaração de que os combustíveis fósseis só obtiveram primazia por fatores
econômicos, como oferta e procura, nunca por questões técnicas de adequação.
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Para obtenção das mais variadas fontes de energia, a biomassa pode ser utilizada de
maneira vasta, direta ou indiretamente. O menor percentual de poluição atmosférica
global e localizada, a estabilidade do ciclo do carbono e o maior emprego de mão-de-
obra, podem ser mencionados como alguns dos benefícios de sua utilização.
Igualmente, em relação a outras formas de energias renováveis, a biomassa, como
energia química, tem posição de destaque devido à alta densidade energética e pelas
facilidades de armazenamento, câmbio e transporte. A semelhança entre os motores e
sistemas de produção de energia de biomassa e de energia fóssil é outra vantagem, dessa
forma a substituição não teria um efeito tão impactante nem na indústria de produção de
equipamentos nem nas bases instituídas para transporte e fabricação de energia elétrica.
7.4.1.1 – Combustão
A reação de combustão é baseado na reação química exotérmica de uma substância ou
mistura de substâncias denominadas combustível com o oxigênio. Característica desta
reação é a formação de uma chama, que é o gás de massa incandescente emite luz e
calor, que está em contacto com substâncias combustíveis.
Combustíveis.- Combustível é toda substância (sólida, líquida ou gasosa) que ao reagir
com oxigênio libera energia térmica (calor).Os combustíveis, compostos por substâncias
formadas de carbono e hidrogênio, são chamados também de hidrocarbonetos. Podem
ser classificados de acordo com sua origem:
Origem vegetal: madeira, resíduos vegetais, carvão vegetal, metanol,
Origem mineral: carvão mineral, petróleo e seus derivados (gasolina, diesel,
querosene),
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Massa de trabalho
C t H t O t S t N t At W t 100% (7.1)
Massa seca
C S H S O S S S N S AS 100% (7.2)
Massa Combustível
C C H C O C S C N C 100% (7.3)
Composição técnica:
K = Carvão(Coque)
V = Volátil
A = Cinza
W = Umidade
K V A W 100% (7.4)
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Fórmula de Dulong:
𝑂
𝑄𝑐𝑖 = 0.330𝐶 + 1.421 (𝐻 − 8 ) + 0.092𝑆 − 0.229(9𝐻 + 𝑊), 𝑀𝐽/𝑘𝑔 (7.8)
Os combustíveis líquidos:
Ponto de fulgor: é a temperatura do combustível na qual, sob a ação de uma chama
sobre a superfície líquida do mesmo, provoca uma ignição e combustão transitória.
Importante propriedade para a segurança de armazenamento.
Ponto de ignição: temperatura do combustível na qual a chama provoca uma
combustão continuada sobre a superfície do mesmo.
Temperatura de auto-ignição: temperatura mínima de uma mistura ar/combustível na
qual a combustão é iniciada e se mantém, sem a presença de uma chama.
Ponto de fluidez: temperatura mínima necessária para que o combustível se torne um
fluido.
Viscosidade: importante propriedade que vai determinar as temperaturas de
armazenamento, bombeamento econômico e pulverização (atomização) para
combustão.
Outras propriedades de combustíveis líquidos são aplicáveis apenas a combustíveis
automotivos (gasolina, óleo diesel), tais como a octanagem, o período de indução e a
cetano. Todas as propriedades têm normas e métodos de medição e algumas podem
variar em resultado conforme o método utilizado.
Os combustíveis gasosos tem aumentado sua aplicabilidade na Indústria, respondendo a
demanda por fontes de energia mais limpas e eficientes. Algumas propriedades
importantes necessitam ser conhecidas para os combustíveis gasosos. A composição
química pode ser facilmente determinada através da análise laboratorial, em
cromatógrafos químicos.
O poder calorífico é normalmente dado em termos de energia/volume, relativa a
determinada condição de Temperatura e Pressão. Em alguns casos pode ser fornecido
em termos de energia/massa.
Densidade relativa: é a densidade do gás relativa ao ar nas mesmas condições e
temperatura e pressão.
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Número de Wobbe: é uma relação entre poder calorífico e densidade relativa dada
pela equação:
𝑃𝐶𝑖
𝑊= (7.11)
√𝑑𝑟
Combustão completa:
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Reações de base:
CO + ½ O2 → CO2
H2 + ½ O2 → H2O
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𝐶𝑡 𝐻𝑡 𝑆𝑡 𝑘𝑔 𝑑𝑜 𝑂2
2.664 100 + 7.937 100 + 0.998 100 , ( ⁄𝑘𝑔 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙 ) (7.7)
100 1 𝐶𝑡 𝐻𝑡 𝑆𝑡 𝑂𝑡 3
𝑜
𝑉𝑎𝑟 = .𝜌 (2.664 100 + 7.937 100 + 0.998 100 − 100) , 𝑁𝑚 ⁄𝑘𝑔 (7.8)
21 𝑂2
Onde:
𝜌𝑂2 − Densidade do oxigênio em condições normais
101325∗32 𝑘𝑔⁄
𝜌𝑂2 = = 1.428
8314∗273.15 𝑁𝑚3
3
𝑜
𝑉𝑎𝑟 = 0.0888(𝐶 𝑡 + 0.375𝑆 𝑡 ) + 0.265𝐻 𝑡 − 0.0333𝑂𝑡 , 𝑁𝑚 ⁄𝑘𝑔 (7.9)
Para calcular a quantidade do ar estequiométrico para a combustão do combustível
gasoso voltamos para. Os componentes: N2,, CO2 e H2O (nitrogênio, dióxido de
carbono e vapor de água) são componentes incombustíveis, pois eles não participam de
reações de combustão. A combustão do metano - CH4 ocorre pela reação seguinte:
Para a combustão de um mole do metano são precisos dois moles do oxigênio, para
etano -C2H6 é necessário 3,5 moles do oxigênio etc. As reações de hidrocarbonetos
gasosos - Cm Hn na forma geral podem ser unidas:
𝑛 𝑛
𝐶𝑚 𝐻𝑛 + (𝑚 + ) 𝑂2 = 𝑚𝐶𝑂2 + 𝐻2 𝑂 (7.10)
4 2
𝑛
Pois para a combustão de um mole de hidrocarboneto 𝐶𝑚 𝐻𝑛 são necessários (𝑚 + 4)
moles do oxigênio.
Outras reações de combustão de componentes combustíveis são seguintes:
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Para combustão de um mole de gás sulfúrico são necessários 1,5 moles do oxigênio. A
reação de combustão de monóxido do carbono:
𝐻2 + 0.5𝑂2 = 𝐻2 𝑂 (7.13)
1 3
𝑉𝑂𝑜2 = 100 (0.5𝐶𝑂 + 0.5𝐻2 + 1.5𝐻2 𝑆 + ∑(𝑚 + 𝑛⁄4)𝐶𝑚 𝐻𝑛 − 𝑂2 ) 𝑁𝑚 ⁄𝑁𝑚3 (7.14)
3
𝑜
𝑉𝑎𝑟 = 0.0476(0.5𝐶𝑂 + 0.5𝐻2 + 1.5𝐻2 𝑆 + ∑(𝑚 + 𝑛⁄4)𝐶𝑚 𝐻𝑛 − 𝑂2 ), 𝑁𝑚 ⁄ (7.15)
𝑁𝑚3
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Onde:
𝜇𝐶𝑂2 - Massa molecular do CO2
𝜇𝑐 - Massa atômica do C
𝜇𝑜 - Massa atômica do O
101325 ∗ 44.01 𝑘𝑔
𝜌𝐶𝑂2 = = 1.964 ⁄
8314 ∗ 273.15 𝑁𝑚3
3
𝐶𝑡 𝑁𝑚𝐶𝑂2⁄𝑡
𝑉𝐶𝑂2 = 3.664 = 0.01866𝐶 𝑘𝑔 (7.17)
100𝜌𝐶𝑂2
Onde:
Ct - porcentagem do carbono na massa de trabalho do combustível.
Para calcular o volume do vapor de água 𝑉𝐻2𝑂 nos produtos de combustão, segundo a
reação:
2𝜇𝐻2 𝑂 2 ∗ 1.008 + 16
= = 8.937𝑘𝑔
4𝜇𝐻 4 ∗ 1.008
Onde:
𝜇𝐻2 𝑂 - Massa molecular de vapor de água
𝜇𝐻 - Massa atômica do H
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101325 ∗ 18.016 𝑘𝑔
𝜌𝐻2 𝑂 = = 0.804 ⁄
8314 ∗ 273.15 𝑁𝑚3
𝐻𝑡 3
𝑉𝐻2 𝑂,𝐻2 = 8.937 = 0.111𝐻𝑡 , 𝑁𝑚 ⁄𝑘𝑔 (7.18)
100𝜌𝐻2 𝑂
𝑊𝑡 3
𝑉𝐻2 𝑂,𝑊 𝑡 = = 0.0124𝑊 𝑡 , 𝑁𝑚 ⁄𝑘𝑔 (7.19)
100𝜌𝐻2 𝑂
𝑂 𝑁𝑚 3
𝑉(𝐻2 𝑂)𝑎𝑟 = 0.0161λ𝑉𝑎𝑟 , ⁄𝑘𝑔 (7.20)
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𝑂 𝑁𝑚 3
𝑉𝐻2 𝑂 = 0.111𝐻𝑡 + 0.0124𝑊 𝑡 + 0.0161λ𝑉𝑎𝑟 , ⁄𝑘𝑔 (7.21)
𝜇𝑆𝑂2 64.06
= = 1.998 𝑘𝑔
𝜇𝑆 32.06
Onde:
𝜇𝑆𝑂2 - Massa molecular do SO2
𝜇𝑆 - Massa atômica do S
𝑘𝑔⁄
𝜌𝑆𝑂2 = 2.858
𝑁𝑚3
Logo podemos calcular o volume de dióxido de enxofre gerado da combustão de um kg
do combustível líquido e sólido:
3
𝑆𝑡 𝑁𝑚𝑆𝑂
𝑡2⁄
𝑉𝑆𝑂2 = 1.998 = 0.00699𝑆 𝑘𝑔 (7.22)
100𝜌𝑆𝑂2
𝑘𝑔⁄
𝜇𝑁2 = 28.014 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑘𝑔⁄
A densidade do nitrogênio em condições de referência: 𝜌𝑁2 = 1.25 𝑁𝑚3
3
1 𝑁𝑡 𝑁𝑚𝑁 2⁄
𝑉𝑁2 = = 0.008 𝑘𝑔 (7.23)
𝜌𝑁2 100
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3
𝑂 𝑁𝑚𝑁2⁄
𝑉(𝑁2)𝑎𝑟 = 0.79λ𝑉𝑎𝑟 , 𝑘𝑔 (7.24)
O volume total do nitrogênio é calculado como soma de equações 7.23 e 7.24:
3
𝑡 𝑂 𝑁𝑚𝑁2⁄
𝑉𝑁2 = 0.008𝑁 + 0.79λ𝑉𝑎𝑟 , 𝑘𝑔 (7.25)
O volume de oxigênio aparece nos produtos de combustão devido ao excesso do ar
usado na combustão. O excesso do ar é determinado como:
𝑂
(λ − 1)𝑉𝑎𝑟
Sabendo que a porcentagem volumétrica do oxigênio no ar é de 21% temos:
𝑂 𝑁𝑚𝑂3 2
𝑉𝑂2 = 0.21(λ − 1)𝑉𝑎𝑟 , ⁄
𝑘𝑔
O volume total dos produtos de combustão Vg de combustíveis tanto líquidos, como,
também sólidos, é calculado como soma de todos os componentes:
3
𝑉𝑔 = 𝑉𝐶𝑂2 + 𝑉𝑆𝑂2 + 𝑉𝐻2 𝑂 + 𝑉𝑁2 + 𝑉𝑂2 , 𝑁𝑚 ⁄𝑘𝑔 (7.26)
3
𝑝 = 1.01325 𝑃𝑎 𝑒 𝑡 = 25℃ , 𝑉 = 22.4 𝑁𝑚 ⁄𝑘𝑚𝑜𝑙
3
𝑉𝐶𝑂2 = 0.01(𝐶𝑂2 + 𝐶𝑂 + ∑ 𝑚𝐶𝑚 𝐻𝑛 ), 𝑁𝑚 ⁄ (7.27)
𝑁𝑚3
Para o gás sulfúrico H2S temos que um volume de gás sulfúrico vai gerar o mesmo
volume de dióxido do enxofre SO2, então:
3
𝑉𝑆𝑂2 = 0.01𝐻2 𝑆, 𝑁𝑚 ⁄𝑁𝑚3 (7.28)
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3
𝑉𝐻2 𝑂 = 0.01𝐻2 𝑂, 𝑁𝑚 ⁄𝑁𝑚3 (7.29)
3
𝑉𝐻2 𝑂 = 0.01𝐻2 , 𝑁𝑚 ⁄𝑁𝑚3 (7.30)
𝑛 3
𝑉𝐻2 𝑂 = 0.01 (∑ 2 𝐶𝑚 𝐻𝑛 ) , 𝑁𝑚 ⁄𝑁𝑚3 (7.31)
Para calcular o volume do vapor de água formado de combustão do gás sulfúrico temos
que um mol de H2S forma um mol de vapor de água, logo:
3
𝑉𝐻2 𝑂 = 0.01𝐻2 𝑆, 𝑁𝑚 ⁄𝑁𝑚3
𝑛 𝑂 𝑁𝑚 ⁄ 3
𝑉𝐻2 𝑂 = 0.01 (𝐻2 𝑂 + 𝐻2 + 𝐻2 𝑆 + ∑ 2 𝐶𝑚 𝐻𝑛 ) + 0.0161λ𝑉𝑎𝑟 , 𝑁𝑚3 (7.32)
𝑂 𝑁𝑚 3⁄
𝑉𝑁2 = 0.01𝑁2 + 0.79λ𝑉𝑎𝑟 , 𝑁𝑚3 (7.33)
O volume de oxigênio em produtos de combustão aparece devido ao excesso do ar na
combustão. Tomando em conta que parte volumétrica do oxigênio no ar é de 0,21,
temos:
𝑂 𝑁𝑚 ⁄ 3
𝑉𝑂2 = 0.21(λ − 1)𝑉𝑎𝑟 , (7.34)
𝑁𝑚3
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𝑡
𝑡 𝐻𝑖𝑛 +𝑞𝑐 +𝑞𝑎𝑟
𝑡 = (7.35)
𝑐𝑣𝑔 𝑉𝑔
7.4.1.7 – Pirólise
É a decomposição térmica da matéria orgânica na ausência de oxigênio ou de outros
agentes de fermentação, gerando quantidades variáveis de gases (gás de síntese), os
líquidos (alcatrão e óleos) e os resíduos do carvão . A gama de temperatura entre 150 e
900 °C.
A pirólise é uma prática que pode ser empregada para o aproveitamento do lodo de
esgoto como biomassa. Na pirólise do lodo de esgoto sanitário os gases, os líquidos e os
sólidos são gerados em diferentes proporções, dependendo dos parâmetros de operação,
que podem ser otimizados para a maximização de um produto, por exemplo, a produção
de gases (que é maior em temperaturas elevadas)
Os produtos da pirólise dependem do tipo de material a tratar e dos parâmetros do
processo, tais como a pressão e temperatura. Em geral, os produtos da pirólise podem
ser:
Gás – são hidrocarbonetos de baixo peso molecular e não condensáveis a pressão e
temperatura ambiente.
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Shen e Zhang (2004) realizaram a pirólise de uma mistura de lodo de esgoto (80%) com
lixo urbano (20%) a 500°C e obtiveram 17% de óleo pirolítico com poder calorífico de
33 MJ/kg e propriedades similares às do óleo diesel. O lodo da estação de tratamento de
esgoto - Belém (SANEPAR), aeróbio, não calado com uma porcentagem de 49% de
matéria orgânica e 51% de cinzas foi pirolisado em temperaturas e tempos que variaram
350-700°C e 30-120 minutos. Foram produzidos até 17% de óleos combustíveis, com
4,5% de hidrocarbonetos alifáticos e poder calorífico de 34,54 kJ/g e também 60 - 80%
de sólidos com características adsorventes que, posteriormente, foram ativados com
dióxido de carbono, apresentando índices de Iodo e azul de metileno de até 676 mg/g e
14 mg/g, respectivamente. Tais resultados mostram as potencialidades do emprego do
lodo de esgoto sanitário, na produção de óleo combustível e de adsorventes de baixo
custo. Esses adsorventes podem ser (Mocelin, 2007).
A empresa ENERSLUDGE, da Austrália, produz óleo pirolítico de lodo. A planta tem a
capacidade de processar 20 toneladas de lodo por dia, produzindo 200-300 litros de óleo
pirolítico por tonelada de lodo seco (Doshi; Vuthaluru ; Bastow , 2003).
Fonts et al. (2009) determinaram que o conteúdo de cinzas tem grande influência na
pirólise de lodos de esgoto do tipo anaeróbio. Segundo dados da pesquisa, o teor de
cinzas da biomassa favoreceu um aumento do rendimento da fração gasosa e a
diminuição do percentual da fração líquida nas condições operacionais estudadas (reator
de leito fluidizado, temperatura do leito de 550°C, gás de arraste nitrogênio). A
concentração de gás H2 na fração gasosa era bem maior nas amostras que possuíam
maiores teores de cinzas. Este fato pode ser atribuído às reações de desidrogenarão,
favorecidas pelo efeito catalítico das cinzas na pirólise dessa biomassa.
Dominguez, Menéndez e Pis (2006) trabalharam com dois tipos de lodos de esgotos e
também observaram que a produção de H2 era maior, quando se empregava um lodo
com maior teor de cinzas.
Lutz et al. (2000) pirolisaram três tipos de lodos: (1) lodo doméstico do sistema de
lodos ativados; (2) lodo doméstico de digestor anaeróbio; (3) lodo de uma indústria de
verniz. O reator pirolítico funcionava em sistema de batelada, a 380°C, com um tempo
de retenção de 3 horas em atmosfera de nitrogênio. O lodo ativado apresentou o maior
rendimento na obtenção de óleo (31,4%), seguido do lodo industrial (14,2%) e do lodo
digerido (11%), conforme tabela 4. O óleo obtido no experimento possuía uma
concentração de 26% de ácidos graxos para o lodo ativado e de apenas 3% para o lodo
digerido.
Tabela 7.4 – Rendimentos das frações orgânicas, carvão, água e gás resultante de
processos de pirólise de lodos de esgotos doméstico e industrial
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Os principais produtos gasosos obtidos foram CO, hidrogênio e metano para o lodo OL;
já no lodo LM eram os gases CO, CO2 e C3, e o fato do lodo LM possuir maior
quantidade de COx pode estar relacionado com a maior concentração de grupos
carboxílicos em sua composição, tabela 6. Os gases da pirólise de LM e OL têm poder
calorífico de 29,9 e 35,8 MJ/Nm3, respectivamente (Kara Yildirim ; Yanik ; Yuksel ,
2006). Esse calor pode ser usado como parte da energia requerida para a planta de
pirólise. Chang et al. (2000) afirmaram, através de estudos, que a fase gasosa de pirólise
de lodo de esgoto, contendo uma concentração de gases de 19%, possuía um poder
calorífico de 2,55 MJ/Nm3. Menedez et al. (2004), estudando pirólise convencional e de
forno micro-ondas com quatro tipos de lodos, obtiveram uma fase gasosa com alto teor
de CO e H2 (48 – 62%) para micro-ondas, enquanto que na pirólise em forno
convencional, os gases possuíam uma alta concentração de hidrocarbonetos de alto
poder calorífico (25%). O poder calorífico dos gases na pirólise convencional variou
entre 13,0 a 14,0 MJ/Nm3, enquanto que na pirólise em forno micro-ondas, o valor
oscilou entre 6,0 a 8,6 MJ/Nm3.
Werle e Wilk (2010) relatam que a fração gasosa do processo de pirólise é constituída
de hidrogênio, metano, monóxido carbono e dióxido de carbono. O poder calorífico
dessa mistura gasosa é cerca de 15MJ/m3.
Hossain; Strezov e Nelson (2009) pirolisaram amostras de lodos de diferentes origens,
incluindo lodos doméstico, comercial e industrial. Todas as amostras foram pirolisadas
em reator de leito fixo, com taxa de aquecimento de 10 °C/min. Os principais gases
formados durante a decomposição dos lodos foram: CH4, C2H4, C2H6, CO, CO2 e H2. O
escape do material volátil, neste trabalho, foi monitorado através de cromatografia
gasosa. O CO2 foi o principal produto formado em temperaturas mais baixas, enquanto
o CO era formado em temperaturas em torno de 500°C. Os hidrocarbonetos foram
determinados na faixa de temperatura entre 300 e 600°C, ao passo que hidrogênio
começou a ser liberado a partir de 300°C e mostrou uma taxa constante de liberação até
a temperatura final do processo.
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7.4.1.8 – Gaseificação
Ao longo das últimas duas décadas, a gaseificação de biomassa vem sendo
intensivamente estudada como processo alternativo de conversão da energia química
contida em materiais de origem orgânica em gases para aproveitamento como
combustível, ou como matéria-prima para processos químicos.
Os projetos são conduzidos em instituições de pesquisa ao redor do mundo, e focam o
aproveitamento de materiais residuais tais como cascas, palhas, e outros resíduos
gerados durante o processo de beneficiamento e industrialização de madeira como
cavacos, serragem, restos de podas, folhas, ou de resíduos agroindustriais como bagaço
de cana, casca de arroz, casca de sementes de algodão, etc.
O mérito destes projetos encontra-se principalmente no fato que objetivam investigar o
aproveitamento de resíduos que normalmente constituem em estorvo para o ambiente e
a sociedade onde são gerados, e, que demandam recursos financeiros e materiais para
sua correta disposição. Deste modo, permite-se ao mesmo tempo, agregar valor a estes
materiais residuais, e tratá-los, fazendo com que seja diminuído o potencial impactante
ao meio ambiente, oferecendo a estes materiais um novo caráter: o de combustível
renovável.
Os gases combustíveis advindos do processo de gaseificação, tendo como matéria prima
o carvão mineral ou a biomassa, podem apresentar um poder calorífico relativamente
baixo (entre 3,8 – 5,6 MJ/m³) ou até comparáveis com o gás natural (aproximadamente
38,0 MJ/Nm³) (GASNET, 2008). Isto se deve à composição do gás formado. O gás
natural, por possuir grande quantidade de metano, tem um elevado poder calorífico. Já o
gás advindo do processo de gaseificação possui uma mistura de gases que nem sempre é
composta de gases com poder calorífico elevado. Esta composição varia por diversos
fatores, incluindo a matéria prima utilizada e as condições operacionais. Por esta razão
existe uma faixa de poder calorífico na qual o gás advindo da gaseificação pode se
encaixar.
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A utilização deste gás pelo setor elétrico pode dar-se via queima em caldeira, motores
de combustão interna (ex. ciclo diesel), turbinas de combustão ou por combinações
entre tais opções. A utilização com base na queima do gás em turbinas de combustão
poderá estar associada à utilização de ciclos combinados que permitem alcançar maior
eficiência energética global.
A gaseificação é um processo que, como a combustão, é realizada a temperaturas
elevadas (700°C e 1200°C) e na presença de ar, mas, ao contrário da combustão, a
quantidade de ar utilizada é inferior à quantidade de ar estequiométrica ou à necessária
para produzir a oxidação total da biomassa tratada. Desta maneira, a gaseificação pode
ser definida como um processo de combustão incompleta. Como produto principal, é
obtido um gás combustível (gás de síntese), constituído por nitrogênio, hidrogênio,
metano e monóxido de carbono como produtos principais, bem como óleo leve e
alcatrão.
A escolha do método para a realização do processo de gaseificação depende de vários
fatores tais como o tamanho e a forma do resíduo, a eficiência energética do gás
produzido e de ser feito, é claro, as condições econômicas.
Uma característica comum à maioria dos projetos de pesquisa sobre a gaseificação é que
os equipamentos são construídos e avaliados para operar segundo as características de
um único tipo de combustível.
Processo de gaseificação. Este processo é realizado numa câmara fechada e selada, que
opera um pouco abaixo da pressão atmosférica. Este processo ocorre nas seguintes fases
sucessivas:
Secagem: neste processo, a água contida na biomassa é removida a uma temperatura
acima de 100 ° C.
Pirólise: é o processo em que a biomassa sofre decomposição térmica, na ausência de
oxigênio. A pirólise é normalmente dividida em pirólise lenta e pirólise rápida.
Oxidação: o ar é introduzido no processo. Além do oxigênio e do vapor de água,
gases inertes são também adicionados. Este procedimento é realizado entre 700 -
2000°C.
Redução: na zona de redução, numerosas reações químicas à alta temperatura são
apresentados.
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caso de utilização do gás na queima direta, em determinados casos, os filtros podem ser
dispensados, porque alcatrão é queimado.
Fluxo co-corrente. Esse modelo de gaseificador produz gás quente (7000C) e foi a
solução encontrada para o problema causado pelo alcatrão que entra no fluxo do gás.
Nesse novo sistema o ar é introduzido diretamente sobre a zona de oxidação do
gaseificador. Assim, alcatrão produzido, ao atravessar o carvão incandescente (zona de
oxidação), que é a parte mais quente do gaseificador, é destruído pelo calor.
Da destruição do alcatrão resultam gases como hidrogênio, dióxido de carbono,
monóxido de carbono e metano. O gás é retirado na parte inferior do gaseificador. A
grande vantagem desse tipo de gaseificador é que a qualidade do gás permite sua
aplicação em motores de combustão interna (diesel e gasolina). Por causa do mais baixo
nível de componentes orgânicos nas substâncias condensáveis, o gaseificador co-
corrente sofre menos interferência do ambiente (temperatura, umidade do ar, etc.) do
que o gaseificador contra corrente.
Talvez a maior desvantagem do gaseificador co-corrente seja sua incapacidade para
operar com vários tipos de combustível, em particular materiais com baixo peso
específico. Esses tipos de combustíveis geram uma pressão negativa muito elevada
dentro do gaseificador causando problemas de fluxo de gás, como se o gaseificador
estivesse entupido. Esses combustíveis precisam ser compactados e transformados em
pelets ou briquetes. Os gaseificadores co-corrente também apresentam a desvantagem
de produzir uma grande quantidade de cinzas, maior que o gaseificador contra corrente.
Outra desvantagem do gaseificador co-corrente é sua menor eficiência quando
comparado ao gaseificador contra corrente, pois a troca de calor interna é bem menor e
temperatura de funcionamento é mais elevada.
Além disso, a necessidade de manter temperaturas altas uniformes na área de
estrangulamento da caixa de fogo faz com que o uso de gaseificador co-corrente não
seja prático acima 350 kW de potência de saída.
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2. Leito Fluidizado
A operação dos gaseificadores mencionados anteriormente é influenciada pelas
propriedades físicas, morfológicas e químicas do combustível. Problemas comumente
encontrados são: a formação de alcatrão nas tubulações, formação de moinho de cinzas
e aumento extremo da pressão de trabalho do gaseificador. Para contornar as
dificuldades citadas acima, é usado o gaseificador de leito fluidizado.
O ar é assoprado através de um ‘leito’ de partículas sólidas a uma velocidade suficiente
para mantê-las em suspensão. O leito é aquecido externamente e o combustível é
introduzido assim que atinja a temperatura necessária. As partículas de combustível são
introduzidas pela abertura do reator, instantaneamente são misturadas ao material do
leito e imediatamente aquecidas à temperatura do leito. O resultado disso é a pirólise
muito rapidamente, resultando em uma mistura com grande quantidade de gás. Mais
adiante as reações de conversão do piche ocorrem na fase gasosa.
Muitos sistemas estão equipados com um ciclone interno para minimizar perdas de
partículas de combustível mal queimado. As partículas de cinza também são levadas
para fora do reator juntamente com o fluxo de gás, do qual precisam ser separadas, caso
o gás seja usado em motores diesel ou gasolina.
A principal vantagem do gaseificador de leito fluidizado se origina da flexibilidade de
alimentação de combustível resultando no fácil controle da temperatura, mantida abaixo
do ponto de fusão das cinzas (casca de arroz) e a aceitação de partículas pequenas de
combustível (serragem) sem necessidade de processar a biomassa.
Problemas com a alimentação, instabilidade no leito fluidizado e partículas de cinza
dentro do fluxo de gás podem ocorrer com algum tipo de combustível de biomassa.
As desvantagens do gaseificador de leito fluidizado são: o conteúdo de alcatrão do gás é
elevado, até 500mg/m³ de gás; a queima incompleta do carbono; e resposta limitada à
mudança de regulagem. Por isso, não se constroem geradores a gás de leito fluidizado
de potência de saída inferior a 500KW.
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Gaseificador: Co-injeção.
O gaseificador co-injeção apresenta dois tipos: etapa simples e dois estágios. O
primeiro, apresentado na Figura 7.9, apresenta alta temperatura (>12500C), maior
quantidade de cinza removida sinterizada (slag), alta taxa de conversão de C, teores de
alcatrão desprezíveis e alto consumo de oxigênio.
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1. A transferência das energia (calor) a partir dos ambiente para evaporar a umidade da
superfície. Esta transferência depende de condições externas de temperatura, umidade
do ar, fluxo e direção de ar, área de exposição do sólido (forma física) e pressão.
2. A transferência das umidade interna para a superfície e sua subseqüente evaporação
devido ao primeiro processo. O movimento interno da umidade no material sólido é
função da natureza física do sólido, sua temperatura e conteúdo de umidade. O
movimento de água do interior do material até à superfície é analisado pelos
mecanismos de transferência de massa, que indicará a dificuldade de secagem nos
materiais.
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Quando lemos um valor para a umidade de um sólido devemos ficar alerta se o número
se refere à base seca ou úmida. A negligência deste fato pode levar a se receber um
produto ou matéria prima com mais água do que se supõe.
Define-se umidade de um sólido na base seca (Wd) como o quociente entre a massa de
umidade (Ma) e a massa do sólido isenta desta umidade (Md):
𝑀𝑎
𝑊𝑑 = (8.1)
𝑀𝑑
Define-se umidade de um sólido na base úmida (Ww) como o quociente entre a massa de
umidade (Ma) e a massa do sólido úmido (Md+Ma):
𝑀𝑎
𝑊𝑤 = (8.2)
𝑀𝑑 +𝑀𝑎
A transformação da umidade de uma base para outra pode ser obtida pelas seguintes
expressões e pela Figura:
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𝑊𝑑
𝑊𝑤 = (8.3)
1+𝑊𝑑
𝑊𝑤
𝑊𝑑 = (8.4)
1−𝑊𝑊
É a relação entre a massa de vapor de água e a massa de ar seco num mesmo volume de
mistura. Alguns autores referem-se a esta umidade absoluta como sendo a razão de
umidade ou umidade específica. A determinação da umidade absoluta pode ser feita
com a equação dos gases perfeitos:
𝑃.𝑉
𝑚= (8.5)
𝑅.𝑇
Como: 𝑃𝑡 = 𝑃𝑎 + 𝑃𝑣
𝑃𝑠 ⁄𝑅𝑠
𝑊 = (𝑃 (8.7)
𝑡 −𝑃𝑠 )⁄𝑅𝑎
Onde:
W = Umidade Absoluta (kg de vapor/ kg de ar)
V = Volume da mistura (m3)
Pt = Pressão atmosférica (Pa)
Pa = Pressão parcial do ar seco (Pa)
Ps = Pressão parcial do vapor (Pa)
Ra = Constante de gás do ar seco (287 J/kg.K)
Rs = Constante de gás do vapor (461.5 J/kg.K)
T = temperatura absoluta (K)
287 𝑃𝑠 𝑃𝑠
𝑊= = 0.621 (𝑃 (8.8)
461.5 (𝑃𝑡 −𝑃𝑠 ) 𝑡 −𝑃𝑠 )
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Quando a pressão parcial de vapor de água numa dada temperatura, for igual a pressão
de vapor de equilíbrio (Psat), o ar está saturado e a umidade nestas condições
denomina-se de umidade de saturação (Wsat).
Define-se como sendo a relação entre a fração molar do vapor de água na mistura e a
fração de vapor de água numa mistura saturada à mesma pressão e temperatura.
Como sabemos que a mistura ar-vapor de água à pressão atmosférica (considerada de
baixa pressão) pode ser considerada um gás perfeito, definimos a umidade relativa
como sendo a razão entre a pressão parcial do vapor na mistura (Pv) e a pressão do
vapor saturado (Psat) à mesma temperatura.
𝑃𝑣
𝑈𝑅% = = 𝑊𝑟 (8.9)
𝑃𝑠𝑎𝑡
Um sólido com certa umidade (W) colocada no interior do meio de seca composto por
ar a uma temperatura T pressão P e umidade relativa (Wr). A experiência mostra que,
mantendo-se constantes as condições do ar, o sistema evolui ao longo do tempo para
uma condição de equilíbrio térmico com o sólido apresentando uma umidade (We)
maior ou menor do que a W inicial, denominada Umidade de Equilíbrio do sólido para
aquelas condições do meio de seca.
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A existência de uma umidade de equilíbrio pode ser explicada a partir da regra das fases de
Gibbs representada pela expressão:
𝑉 =𝐶+2−𝐹
onde:
V - é a variância do sistema, isto é, o número de propriedades que podem ser adotadas
de maneira independente;
C - é o número de componentes presentes no sistema, no caso 3, a saber: o sólido, a
água, o ar;
F- é o número de fases presentes no sistema, no caso 2, a saber: o sólido úmido (não
possuindo água líquida) e o ar úmido.
Nestas condições, a regra das fases de Gibbs nos mostra que a Variância do fenômeno
de secagem é 3. Portando, fixada a pressão, a temperatura e a umidade relativa do ar,
todas as demais propriedades do sistema estarão determinadas, inclusive a umidade que
o sólido apresentará nesta condição de equilíbrio.
A umidade de equilíbrio é a umidade limite a que um sólido pode ser seco para uma
determinada condição de temperatura e umidade do ar.
Mantida a temperatura do sistema e variando-se a umidade relativa do ar de seca
(existem câmaras próprias para este experimento) obter-se-ão valores diferentes para a
umidade de equilíbrio. O conjunto dos pontos de umidades de equilíbrio em diferentes
umidades relativas do ar é denominado isoterma de equilíbrio.
O conhecimento da umidade de equilíbrio tem uma importância prática muito grande.
Como exemplo imagine que o sólido em processamento deixe o secador com uma
umidade abaixo da umidade de equilíbrio do recinto em que será armazenado. Durante
sua permanência no estoque ele iria incorporar água até atingir o valor da umidade de
equilíbrio para as condições do ar de armazenagem. Neste caso, teríamos gasto no
secador mais energia e tempo de permanência do que o necessário, o que só aumentaria
os custos além de reduzir a capacidade de produção.
A Figura 8.5 representa uma isoterma de equilíbrio e dela pode-se aprender uma série
de conceitos fundamentais.
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𝑃𝑣
𝑊𝑟𝑒𝑎𝑙 0.62 𝑃𝑣 𝑃𝑡 −𝑃𝑠 𝑃𝑡 −𝑃𝑠
𝑃𝑡 −𝑃𝑣
𝛹= = 𝑃 = = 𝑊𝑟 (8.10)
𝑊𝑠𝑎𝑡 0.62 𝑠 𝑃𝑠 𝑃𝑡 −𝑃𝑣 𝑃𝑡 −𝑃𝑣
𝑃𝑡 −𝑃𝑠
Onde:
Pv - Pressão parcial do vapor na mistura.(Pa)
Ps - Pressão do vapor saturado à mesma temperatura.(Pa)
Pt - Pressão atmosférica (Pa)
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As secagens de um sólido úmido por meio de gás a uma temperatura e uma umidade
estabelecida manifestam-se sob certo tipo de comportamento cinético. Durante a
secagem do sólido ocorre simultaneamente transferência de calor e massa. Como dito
anteriormente os processos de secagem sofrem influência considerável de agentes
externos e da estrutura interna do material secante.
Sempre que a pressão parcial da água em equilíbrio no sistema superar a pressão do
ambiente (do reator, ou total), a taxa de transferência da água, do estado líquido para o
gasoso, aumenta consideravelmente, tornando-se violenta; diz-se, neste caso, que a água
entra em ebulição. À temperatura de 100ºC, o valor da pressão do vapor d’água é de 1
atmosfera; por esta razão, 105ºC é uma temperatura muito empregada na secagem.
Pode-se ver – com a ajuda da figura 8.7 – que é possível fazer a água entrar em ebulição
em qualquer temperatura – basta mantê-la num reator cuja pressão total seja menor do
que aquela preconizada pelo equilíbrio água–vapor d’água na temperatura da secagem
tecnicamente, no entanto, essa técnica exige a utilização de bombas de vácuo.
Conforme foi sugerido, a força motriz da secagem depende do gradiente de
concentração da água na atmosfera: entre aquela que envolve o material a ser secado e a
atmosfera do ambiente (trata-se, na realidade, de uma diferença no potencial químico da
água entre os dois pontos).
A secagem, portanto, para ser eficiente, exige o uso de gases com baixa pressão parcial
de água (gases secos) ou gases quentes (onde o valor da pressão parcial da água no
equilíbrio é elevado). Isto sugere um cuidado especial na escolha do combustível; gases
quentes gerados pela combustão de hidrocarbonetos, por exemplo, contêm água!
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A fase gasosa normalmente é responsável tanto pelo transporte do calor até o ponto
onde está o material, quanto pelo arraste do vapor d’água desprendido por ele durante a
secagem. Logo, a taxa de renovação da atmosfera pode ser de vital importância na
secagem (é importante lembrar, contudo, que o arraste de substâncias pulverulentas
pode ser um grande empecilho na otimização dessa variável).
Como as taxas de transferência são proporcionais à área de troca, é importante contar
com uma grande área de contato entre a substância úmida e a fase gasosa.
Figura 8.7 – Diagrama esquemático P-T das fases estáveis da água (sistema unário)
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Figura 8.8 – Curva que representa a umidade livre em função do tempo de secagem
Com as figuras 8.8 e 8.9 podemos visualizar diferentes períodos durante o processo. A
secagem de materiais é analisada através das curvas de secagem nas formas:
Umidade adimensional (𝑊 ⁄𝑊0 ) em função do tempo;
Taxa de secagem (N) em função da umidade absoluta (W) e
O adimensional de água remanescente no sólido (𝑊 − 𝑊𝑒 )⁄(𝑊0 − 𝑊𝑒 ) em função
do tempo.
A curva de taxa de secagem, mostrada na figura 8.9, serve para evidenciar o término do
período de taxa constante e, consequentemente o valor da umidade crítica (Wc), bem
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como, para determinar os valores médios da taxa constante por unidade de massa de
sólido seco (N).
O período inicial de secagem corresponde ao segmento AB ou A'B. Imediatamente
depois do contato entre a amostra e o meio secante, a temperatura do sólido ajusta-se até
atingir um regime permanente. Na figura 8.9, o teor de umidade livre inicia em tempo
zero e é mostrado no ponto A. No início o sólido está normalmente numa temperatura
mais fria à temperatura de equilíbrio, que normalmente é igual à temperatura de bulbo
úmido do ar. Neste caso a taxa de evaporação aumenta. Eventualmente, se o sólido tiver
uma temperatura superior à de equilíbrio, o que dificilmente ocorre, o período inicial de
secagem é representado pela linha tracejada A'B da figura 8.9.
O período de taxa constante, segmento BC, é considerado importante quando o
potencial do ar de secagem é baixo ou a umidade do material é alta. Neste período a
secagem ocorre como se fosse a evaporação de uma massa de líquido sem haver
influência direta do sólido na taxa de secagem. Ou seja, a taxa de secagem independe do
teor de umidade do sólido. A curva se secagem na figura 8.9 evidencia o término do
período de taxa constante, este término é alcançado quando a migração interna de água
para a superfície não consegue mais suprir a taxa de evaporação da água livre da
superfície, então o sólido alcança o teor de umidade crítico (ponto C) a partir deste
ponto a temperatura da superfície eleva-se e a taxa de secagem cai. O valor de umidade
crítica é específico de cada material, além de serem função de outros fatores que
controlam a migração de umidade, tais como espessura do sólido e condições do ar
(velocidade, temperatura de bulbo seco, umidade absoluta).
O período de taxa decrescente começa quando o período de taxa constante termina. Se a
umidade inicial está abaixo da umidade crítica, todo o processo de secagem ocorre no
período de taxa decrescente.
A primeira fase do período de taxa decrescente, segmento CD nas figuras 8.8 e 8.9,
parte da superfície evaporante se mantém insaturada, uma vez que a velocidade do
movimento do liquido para a superfície é menor que a velocidade com que a massa é
transferida da superfície. No segundo período de taxa decrescente, segmente DE, que é
mostrado nas figuras 8.8 e 8.9, a evaporação da água no interior do sólido se dá através
do movimento de sua umidade interna. A secagem cessa quando a pressão de vapor do
líquido contido no sólido é igual à pressão parcial do vapor no ar seco. Nestas condições
a umidade do sólido atinge a umidade de equilíbrio,We , umidade que permanece no
sólido independente do tempo de secagem, desde que as condições de operação não se
modifiquem.
Na segunda fase do período de velocidade decrescente, segmento DE, (figuras 8.8 e
8.9), a difusão de vapor é provavelmente o mecanismo predominante. Nesta fase toda a
evaporação ocorre no interior do sólido, pois toda a superfície evaporante está
insaturada e o plano de evaporação desloca-se para seu interior. Na secagem de
produtos com baixos teores de umidade este período usualmente predomina na
determinação do tempo de secagem global.
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A secagem natural é caracterizada pela secagem dos produtos no campo própria planta,
sim interferência do homem.
A secagem artificial é caracterizada pela utilização de processos manuais ou mecânicos
tanto no manejo do produto quanto na passagem do ar através da massa de biomassa.
No caso de terreiro e do paiol, a secagem ocorre pela ventilação natural (ação dos
ventos), mas na maioria dos casos o ar é forçado por meio de ventiladores. Em alguns
secadores o ar de secagem é movimentado por meio de correntes convectivas.
Na secagem com ventilação forçada, podem-se empregar baixa temperatura, alta
temperatura, secagem combinada e outros.
Secagem em baixas temperaturas é um método artificial de secagem em que se utiliza ar
natural ou ar levemente aquecido (até 100C acima da temperatura ambiente).
A secagem com alta temperatura é aquela em que o ar de secagem é aquecido a uma
temperatura superior a 100C acima da temperatura ambiente. Naturalmente, este limite
não é rígido, mas esta é a diferença que caracteriza o processo como não sendo mais de
baixa temperatura.
A secagem combinada consiste em utilizar secadores em altas temperaturas na fase em
que o produto apresenta alto teor de umidade. A partir de um teor de umidade
preestabelecido, que é função das condições ambientais, o produto é transferido ainda
quente para um sistema de baixa temperatura, onde a secagem será completada.
A secagem por convecção natural utiliza alta temperatura, sendo necessários trocadores
de calor entre o ar de combustão e o ar de secagem. Nos secadores por convecção não
são usados ventiladores. O ar atravessa a massa de biomassa por diferença de densidade.
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Como pode ser observado existem mais de um tipo de secador adequado para um
determinado produto, assim o engenheiro tem que escolher um secador que seja capaz
de atingir as propriedades desejadas no produto final. Deste modo, a utilização de
secadores em escala pequena ou laboratoriais é sempre uma boa alternativa para a
escolha final do secador industrial, pois esses possibilitam à determinação das
características de secagem do material que são requeridas para que seja definido o modo
como a matéria prima irá secar em escala industrial.
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pode afetar o material a ser seco, se esta não é estável a temperaturas superiores a
secagem.
Os secadores também são fornecidos com aletas internas para mover o material , com a
gravidade e a rotação do tambor. Algum do material, a fina, são arrastadas pela corrente
de ar que é removido por um separador ciclone que está fora.
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O material úmido está em contato com o gás à sua temperatura mais elevada, que
rapidamente evapora a umidade da superfície.
A Taxa de transferência de calor inicial é elevada, provocando uma queda imediata e
acentuada da temperatura do gás, o que impede um sobreaquecimento do material e do
alojamento do secador.
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O produto final está em contacto com o gás, na sua temperatura mais baixa, permitindo
que o teor de umidade que é facilmente controlada, normalmente através da manutenção
da temperatura dos gases de escape secador a um valor pré-estabelecido.
Os secadores em contracorrente são mais adequados para os materiais que devem ser
secados a níveis muito baixos de umidade, em que os últimos vestígios de umidade são
difíceis de eliminar, ou onde uma temperatura elevada do produto é desejável.
No entanto, uma vez que o produto final em o contacto com o gás, na sua maior
temperatura no secador de contracorrente é frequentemente inadequada para materiais
sensíveis ao calor. Embora este sistema possa ser mais eficiente, a umidade que
permanece no produto não é tão facilmente controlada.
O termo lodo tem sido utilizado para designar os subprodutos sólidos no tratamento de
esgotos (VON SPERLING et al., 2001). Nos processos biológicos de tratamento, parte
da matéria orgânica é absorvida e convertida, fazendo parte da biomassa microbiana,
denominada genericamente de lodo biológico ou secundário, composto principalmente
de sólidos biológicos e, por essa razão, também denominados biossólidos.
De acordo com Gonçalves et al. (2001), de maneira geral, são os seguintes subprodutos
sólidos gerados no tratamento de esgotos: material agregado; areia; escuma; lodo
primário; lodo secundário; lodo químico (se houver a etapa físico-química). O
tratamento de subprodutos sólidos gerados nas diversas unidades é uma etapa essencial
do tratamento dos esgotos. Ainda que o lodo possa, na maior parte das etapas do seu
manuseio, ser constituído de mais de 95% de água, apenas por convenção é designado
por fase sólida, visando distingui-lo do fluxo do líquido sendo tratada, a fase líquida.
Ao se planejar o gerenciamento do lodo, os seguintes aspectos necessitam ser levados
em consideração e quantificados:
- Produção de Lodo na fase líquida.
- Descarte de Lodo na fase líquida.
- Descarte de Lodo na fase sólida.
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𝑞𝑇
𝑉= (8.12)
𝑈𝑎 ∆𝑇𝑚
Onde:
qT = calor total transferido (W = J/s).
Ua = coeficiente global volumétrico de transmissão de calor (W/m3 K).
∆Tm = média logarítmica das diferença de temperatura (0C)
𝑞𝑇
= 𝑐𝑝𝑠 (𝑇𝑠𝑓 − 𝑇𝑜 ) + (𝑊𝑜 − 𝑊𝑓 )λ (8.13)
𝑚̇
Onde:
qT: quantidade de calor necessária para evaporar a umidade do lodo (kcal/h);
To: temperatura inicial do lodo (0C);
Tsf : temperatura final do lodo(0C);
λ: calor de vaporização da umidade do lodo (kcal/kg);
cps : calor específico do lodo(kcal/kg 0C).
𝑚̇ : massa de biomassa úmida por unidade de tempo (kg/h)
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Onde:
ΔTm : média logarítmica das diferença de temperatura (0C);
Tgi : temperatura inicial dos gases da combustão(0C);
Tgf : temperatura final dos gases de combustão(0C);
Twa : temperatura de bulbo úmido na entrada do secador(0C);
Twb : temperatura de bulbo úmido da saída do secador(0C);
As temperaturas do bulbo úmido dos gases, na entrada e na saída, são determinadas por
um diagrama psicrométrico para a mistura de ar-água, dependendo da temperatura do
bulbo seco e umidade relativa dos gases.
Então, balanço de energia no secador:
Onde:
Hge : entalpia de gases de produtos de combustão na entrada(kcal/kg)
Hgs : entalpia de gases de produtos de combustão da saída(kcal/kg)
η : rendimento do processo de transferência calor e de massa.
mge : massa de gases produtos da combustão(kg)
cge : calor específico de gases produtos da combustão.(kcal/kg K)
η, leva em conta as perdas de calor por radiação no secador.
𝑚̇𝑔𝑒
𝐺= (8.16)
𝐴
Onde:
G: velocidade mássica dos gases (kg/m2h)
A:área da seção transversal do secador(m2)
𝑚̇𝑔𝑒 : massa de gases produzida por unidade de tempo(kg/h)
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𝑈𝑎 = 𝐾𝐺 𝑛 /𝐷 ; (8.17)
Onde:
K, n: Constante.
G: velocidade da massa de ar, (kg/m2h) .
D: Diâmetro da carcaça , m
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𝑇𝑒𝑛𝑡 −𝑇𝑠𝑎í
𝑁𝑇 = (8.18)
∆𝑇𝑚
No caso de um material com um elevado teor de umidade pode ser Tm definida como
a temperatura média logarítmica do gás à saída e entrada para a temperatura do bulbo
úmido, TW assim:
𝑇𝑒𝑛𝑡 −𝑇𝑤
𝑁𝑇 = ln (8.19)
𝑇𝑠𝑎𝑙 −𝑇𝑤
Por conseguinte:
𝐸
𝑋𝑠𝑎𝑙 = 𝑋𝑒𝑛𝑡 + (8.21)
𝐺
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Onde:
E / G: umidade recolhidos pelo gás,
E: velocidade de evaporação, (kg de água / h).
A razão L / D, com base no cálculo anterior deve estar dentro do intervalo de 4 a 10. Se
não, outro valor de NT deve ser escolhido de forma a obter um valor dentro do intervalo
desejado.
0.075𝑉𝜌𝑠
𝜃= (8.22)
𝑆
Onde:
ρs: densidade volumétrica do produto seco.
Para saber se o conteúdo de vapor de água na mistura de gás vai condensar ou não, é
necessária para calcular a pressão de vapor da água a esta temperatura e compará-la com
a pressão parcial exercida pelo vapor na mistura.
Da equação de Antoine:
Onde:
pv , -é a pressão de vapor, em mmHg
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T- é a temperatura, em 0C.
Temperatura 0C A B C
0-60 8.10765 1750.286 235
60-150 7.96681 1668.21 228
Embora a pressão parcial é o produto da fração molar no gás pela pressão da mistura:
Desde a sua pressão de vapor é menor do que a pressão parcial do gás, se ocorrer de
condensação de vapor a água na mistura de gás.
𝑙𝑜𝑔𝑝𝑣 = 𝐴 − 𝐵/(𝐶 + 𝑇)
Despejando T:
Para a condensação começa a ocorrer, deve ocorrer que a pressão de vapor de água é
igual à pressão parcial de vapor de água no gás.
T= 48.10C
A temperatura do ponto de orvalho do gás de combustão é de 48. Isto significa que a
temperaturas inferiores a 48 o conteúdo de vapor de água no gás vai condensar.
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