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MIKE FOX Estudantes e trabalhadores foram às ruas em todo o Brasil contra o governo
do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, contra a reforma previdenciária, os
cortes na educação e o que eles dizem ser os planos de privatizar o sistema universitário
federal.
Comícios foram realizados em 207 municípios, segundo a Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Educação.
Esta foi a terceira greve estudantil em três meses. Foram manifestações em massa. Foi
também a maior ação nacional contra o governo Bolsonaro desde a greve nacional de
junho.
JULIA COELHO Estamos aqui lutando pela educação, em mais um dia de ações
nacionais em defesa da educação pública. Acreditamos que os cortes orçamentários de
Bolsonaro e este novo programa, o Future-se, que ele procura implementar nas
universidades, são um ataque à educação pública no Brasil, convertem a educação em
um mercado bom para ser comprado e vendido e não é isso que acreditamos que a
educação deve ser.
MIKE FOX O programa Future-se foi anunciado pelo ministro da Educação Abraham
Weintraub no mês passado como um meio de financiar universidades federais, abrindo-
as para o financiamento privado de empresas e outras entidades.
MIKE FOX O Ministério da Educação diz que esse plano não é um incentivo para
privatizar a educação pública. Mas professores universitários e reitores expressaram
preocupações importantes, porque não foram consultados e porque o plano coloca a
administração das universidades nas mãos de grupos externos. Eles dizem que isso pode
afetar a forma como os professores são contratados, as aulas oferecidas e a direção da
própria universidade.
Essa questão estava no centro das manifestações. Os estudantes temem que possa ser o
começo do fim do sistema universitário federal como eles o conhecem.
Os estudantes dizem que os cortes são reminiscentes do processo que foi usado para
privatizar os serviços públicos no passado.
MIKE FOX Os comícios foram menores do que os protestos massivos vistos em maio,
mas ainda são generalizados e substancialmente maiores do que as demonstrações pró-
Bolsonaro, realizadas há alguns meses.
Os comícios foram convocados pela maior associação estudantil do país, a UNE, além
da maior federação trabalhista da América Latina, a CUT. A questão principal da agenda
é deter a reforma previdenciária. Ela já foi aprovada pelo Congresso e agora está no
Senado. O governo diz que quer aprova-la nos próximos dois meses.
Bolsonaro diz que vai continuar pressionando para fazer suas reformas passarem. Alega
ter uma agenda que quer ver realizada. Vamos ver o que acontece nos próximos meses.