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24/09/2019 online (17).

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Tribunal de Justiça do Estado da Bahia


PODER JUDICIÁRIO
LUÍS EDUARDO MAGALHÃES
VARA DO SIST DOS JUIZADOS - LUÍS EDUARDO MAGALHÃES - PROJUDI

DOS TRÊS PODERES, SN, GNV 01, JARDIM IMPERIAL - LUÍS EDUARDO MAGALHÃES
lem-vsje@tjba.jus.br - Tel.: 77 36288200
PROCESSO N.º: 0003935-95.2019.8.05.0154

AUTORES:
RUDI CESAR BARATTO

RÉUS:
LEONARDO RIZZO PARTICIPACOES IMOBILIARIAS LTDA

SENTENÇA

Vistos, etc.
Dispensado o relatório de acordo com a norma de regência.

DECIDO

PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA


A parte Demandada tem interesse jurídico-material na pretensão deduzida na exordial, estando intimamente relacionada com o mérito da
queixa, sendo absolutamente legítima para figurar no polo passivo da presente lide (art. 17 do NCPC). Assim, rejeito a preliminar arguida.
PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE ATIVA

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A parte demandante é proprietária do imóvel cujo objeto deseja ver rescindido, sendo, portanto, parte legitima para figurar no polo ativo
desta ação. Rejeito a preliminar.
DA PRELIMINAR DA INÉPCIA DA INICIAL

Rejeito a preliminar, tendo em vista que não há na inicial qualquer defeito que possa levar a rejeição da petição inicial.

DA IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE GRATUIDADE

Deixo de apreciar o pedido de assistência judiciária gratuita, bem como sua impugnação, por não ser esse o momento adequado. Conforme
instituído pela L.9099/95 não há custas nem honorários em 1ª grau de jurisdição dos Sistemas dos Juizados Especiais.
MÉRITO

Tratam os presentes autos de pedido de rescisão contratual, sem ônus, além de recebimento de indenização por danos morais e devolução
dos valores pagos.
De pronto, impende delimitar a análise do caso concreto dentro dos contornos do artigo 373, incisos I e II, do CPC. Nestes lindes,
incumbe à parte autora a demonstração do fato descrito na peça vestibular, recaindo sobre a parte demandada o ônus da prova desconstitutiva do fato referido.

Aduz a parte Autora que firmou contrato de compra e venda de imóvel junto ao réu, para aquisição de uns lotes, sendo que tinha interesse
em vende-los posteriormente, mas ninguém se mostrou interessado ao argumento de que o empreendimento não era para pessoas de classe média/alta, e sim de
baixa renda, o que não foi informado ao autor.
Por esse motivo, requereu a rescisão contratual relativa ao lote 17, mas o réu impôs descontos arbitrários e abusivos.

Em razão do exposto requer a rescisão do contrato sem ônus, com devolução dos valores pagos, e indenização por danos morais.
O réu argui preliminares e, no mérito, nega o ocorrido e informa que o empreendimento sempre foi direcionado a pessoas de renda inferior,
já que a parcela mensal era em torno de R$ 190,00. Que quando da rescisão contratual devem ser obedecidas as cláusulas do contrato firmado entre as partes.

Analisando os documentos, assiste razão em parte ao autor.


Resta evidente a compra e venda pactuada e o seu desfazimento.

No caso dos autos, entendo que não restou provado que o empreendimento era destinado a público de média e alta renda, como afirma o
autor, já que as prestações mensais eram relativamente baixas, o que demonstram que visava atender público com renda compatível com esta prestação.

Assim, a retenção do percentual de 20% em relação aos valores pagos não se mostra abusiva, e possui previsão contratual.
Não obstante, não será possível que o réu devolva o restante dos valores pagos de forma parcelada, sendo que é direito do autor
receber os valores de imediato.
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Entendo que improcede o pleito por dano moral, vejamos:

É preciso que se ressalte que o mero aborrecimento ou contratempo não pode ser confundido com dano moral, para que este reste
caracterizado é necessário que, de forma grave, seja afetada a honra, subjetiva ou objetiva, do suposto ofendido, ou sua esfera psíquica tenha sido abalada de
forma significativa, ou seja, pois para se constatar prejuízo indenizável, deverá haver ofensa real e efetiva, daí porque se considera que o mero aborrecimento ou
contratempo, embora hábil a gerar certo grau de contrariedade ou amuamento, não se equipara ao dano moral para fins de reparação pecuniária.

Para que a indenização seja devida, nossa ordem jurídica exige gravidade da lesão ou, ao menos, a justificada existência de abalo
psicológico.

É o que há muito defende Antônio Chaves:

Propugnar pela mais ampla ressarcibilidade do dano moral não implica o reconhecimento de todo e qualquer melindre, toda
suscetibilidade exacerbada, toda exaltação do amor próprio, pretensamente ferido, a mais suave sombra, o mais ligeiro roçar de asas de
uma borboleta, escrúpulos, delicadezas excessivas, ilusões insignificantes desfeitas, possibilitem sejam extraídas da Caixa de Pandora do
Direito, centenas de milhares de cruzeiros. (Tratado de Direito Civil. São Paulo. 3ª edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, vol. III,
1985, p. 637).

Portanto, entendo que não restou caracterizada significativa ofensa à honra ou esfera íntima da parte Autora capaz de ensejar pagamento de
indenização por dano moral, mas mero contratempo, sequer passível de indenização.

Desse modo, com relação a condenação da parte autora nas penas de litigante de má fé, não vislumbrei, no caso dos autos, a
ocorrência das hipóteses prevista no art. 80 do CPC, pelo que julgo improcedente este pedido.
Destarte, à vista do exposto, rejeito as preliminares aduzidas pela ré e, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos
formulados para declarar rescindido o contrato em relação ao objeto constante na inicial (Lote 17), devendo ser abatida a multa de 20% sobre os valores pagos,
e condeno o réu a proceder a devolução do restante pago à parte autora, DE IMEDIATO, a ser corrigido a data do desfazimento do negócio, com juros da
citação. Improcede o pleito a indenização por dano moral.

Sem custas e sem honorários nesta fase processual, por força da Lei nº 9.099/95.

Havendo recurso tempestivo e acompanhado das custas devidas, independentemente de intimação (art. 42, § 2º, da Lei nº 9.099/95), recebo-
o, desde já, no efeito devolutivo, intimando-se a outra parte para contrarrazões, no prazo de 10 (dez) dias. Após, remetam-se à Turma Recursal.

P.R.I.

PAULO CESAR ALMEIDA RIBEIRO

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JUIZ DESIGNADO
Juiz de Direito
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