Sunteți pe pagina 1din 38
GILVAN MACEDO DOS SANTOS —Juiz de Direito — Mestre em Direito Constitucional pela FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE CL. Pés-Graduado Lato Sensu em Direito Constitucional pela FACULDADE DIREITO DA UNIVERSIDADE CLASSICA DE LISBOA EM PORTUGAL. Pés-Graduado Lato Sensu em Direito Penal e Processual Penal pela FACULDADE DE DIREITO DE CARUARU — FADICA em convénio com a UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO — UFPE. Graduado em Direito pela FACULDADE DE DIREITO DO RECIFE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO — UFPE, ‘Graduado em Ciéncias Econdmicas (Economia) pela FACULDADE DE CIENCIAS ECONOMICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE, A DISCRIMINACAO DO GENERO-HOMEM NO BRASIL EM FACE A LEI MARIA DA PENHA UMA PROPOSTA DE SOLUGAO PARA O CENARIO DE INCONSTITUCIONALIDADES E INJUSTICAS CONTRA O HOMEM ADVINDAS DA LEI MARIA DA PENHA ATUALIZADO DE ACORDO COM A NOVA REFORMA ORTOGRAFICA COMPOSTA PELA LEI MARIA DA PENHA (LEI N° 11.340 DE 07 DE AGOSTO DE 2006), ARTIGOS DA CONSTITUICAO BRASILEIRA E LEGISLACAO COMPLEMENTAR (DECISUM) ce a 2018 GIIVAN MACEDO DOs SANTOS 8. PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DA IGUALDADE NO BRASIL E EM PORTUGAL E AS NORMAS CONTRA A VIOLENCIA DO- MESTICA - LEI MARIA DA PENHA 8.1. Supremacia da Constituigdo Federal Brasileira Avocar a questéo da supremacia da Constitui¢o, neste estagio, nao se configura em um bis in idem. Na verdade, ao tratar-se com tanta profundidade literdria a constitucionalidade ou inconstitucio- nalidade da Lei n° 11.340/2006 - Lei Maria da Penha, vislumbra-se pela imprescindibilidade de se invocar esse tio importante tema recorrendo 4 “supremacia da Constitui¢io Federal”. Para esse mister, menciona-se 0 nobre constitucionalista José Afonso da Silva, 0 qual define, com bastante propriedade, que “Nossa Constituigao é rigida. Em consequéncia, é a lei funda- mental e suprema do Estado brasileiro. Toda autoridade s6 nela encontra fundamento e sé ela confere poderes e competéncias governamentais”.*” 8.2. Principios Constitucionais (Estruturantes) Aexpressao “Principios Constitucionais Estruturantes”, constru- ida pelo professor J.J. Gomes Canotilho, teve como objetivo designar os principios que alicercam o ordenamento juridico de um Estado. No Brasil, a Constituicéo da Repablica promulgada em 1988 os denomina de principio fundamentais, os quais foram dispostos no AFONSO Da SILVA, Curso de Diteito Constitucional Positivo, p. 46, a propésito da da Constituigao Federal, segundo esse constitucionalista: “Nem 0 governo federal, ‘hem os governos dos Estados, nem os dos Municipios ou do Distrito Federal sio soberanos, Porque todos sio limitados, expressa ou implicitamente, pelas normas positivas daquela lei fundamental, Exercem suas atribuigGes nos termos nela estabelecidos. Por outro lado, todas «as normas que integram a ordenacao juridica nacional s6 serio validas se conformarem com as normas de Consttuigio Federal”, A DSCIMNAAO DO ENERO HONE NO APASLEMFACEALEIMARKOAPENNA. | B93 CGWAN MACEDO DOS SANTOS inicio do texto constitucional, como que para demonstrar serem eles 0 fulcro do ordenamento juridico brasileiro. 0 legislador constituinte procurou deixar expressos os prineipios estruturantes do Estado Brasileiro nao se contentando apenas no embasamento filosofico abstrato, mas 0 positivamento no texto constitucional para hes dar maior amplitude de eficacia Os principios estruturantes, insertos na Carta Magna, estabe- lecem 0 arcabougo do ordenamento juridico, fornecendo diretrizes hermenéuticas para a aferigio da constitucionalidade dos norma- tivos infraconstitucionais. Essa estrutura constitucional deve ser observada por esses normativos, quer sejam eles produzidos apés a promulgacao da Constituicao vigente, quer tenham sido eles editados antes disso. S40, portanto, inconstitucionais ou nao recepcionados ‘0s normativos infraconstitucionais que estejam em dissondncia com ordem constitucional estabelecida. Alguns dos principios estruturantes do regime politico, esta- belecidos na Constituigéo Federal de 1988, dizem respeito mais intimamente & comprovacio da inconstitucionalidade da Lei n? 11.340/2006 Lei Maria da Penha: 1) Principio Republican; 2) Prin- cipio do Estado Democritico de Direto; 3) Principio da Cidadania; 4) Principio da Dignidade da Pessoa Humana. Além desses principios estruturantes, outros princfpios const tucionais também fundamentam a reflexao sobre essa abordagem, quais sejam denominados, por José Afonso da Siva, de principios juridicos constitucionais: 1) Principio da Isonomia; 2) Principio da Inafastabilidade do Controle Jurisdicional; 3) Principio do Direito a Habitacio; 4) Principio da Jurisdigdo Estatal; 5) Principio do Devido Processo Legal Nessa esteira de raciocinio, configura-se dbvia a inconstitucio- nalidade de leis que violem a Constituigao Federal Brasileira 224 | Acischiwnagko.00 GENEAO-HONEMNO BRAS. EM FACE ALEIMARA DA FENHA uns sctoo Dos savtos 8.2.1. 0 Principio Constitucional da Dignidade da Pessoa Humana A Constituigo Federal de 1988 reconhece e protege a dignidade da pessoa humana como seu atributo natural, inerente a sua per- sonalidade. Do principio da dignidade da pessoa humana emanam ‘outros principios basilares do estado democritico de direito, tais como: o prinefpio da presungio de no culpabilidade; o principio do direito de acio; o prinefpio da assisténcia médica e social; e, 0 principio do direito a habitagio, dentre outros principios. Configura-se inexequivel construir um estado democritico de direito sem que seja estabelecida a protecdo a dignidade humana Esse principio consta expressamente no texto constitucional porque durante o regime de excecio, segundo afirmam as supostas vitimas, nao haviao minimo respeito pela dignidade das pessoas, a0 contrario, pois promovendo o proprio Estado perseguicdes, prisdes, deportagGes, torturas e assassinatos, perpetravam-se as mais graves lesoes e infragbes a dignidade das pessoas. Atualmente, 0 cendrio apresenta-se diferente, conquanto a propria Constituigao estabelece a dignidade da pessoa humana como fundamento da Nagio Brasileira. Desse modo, encontra-se em flagrante desobediéncia & Carta Magna todo aquele que, de alguma forma, venha a atentar contra a dignidade humana, £ importante salientar, nesta oportunidade, que o objetivo precipuo ¢ fundamental da Reptiblica, insculpido no texto da Carta Magna, é 0 de construir uma sociedade livre, justa ¢ solidaria, De modo que, jamais esses objetivos serio colimados se nfo forem alcangados tais principios constitucionais, Sintetiza bem a questao 0 nobre constitucionalista Jorge Reis Novais, ao expressar que, quan- Anscumachococirovonunoststavnicenonansoaree | 225 doa dignidade da pessoa humana, sem perder a sua qualidade de valor moral legitimador da forca normativa da constituigo de um Estado de Direito material, sendo formalmente acolhida no texto constitucional, transforma-se também em dever-juridico. Consagrada no art. 1° da Cor (0 Portuguesa de 1976, a dignidade da pessoa humana, desenvolve consequéncias juridic: ‘em varias dicgdes, designadamente enquanto tarefa ou obrigagio juridica a cargo do Estadol...] Novais ainda nos ensina que “Relativamente ao Estado, a exigencia moral de respeito pelos ditames de uma vida digna agora, critério de valoracio tltimo da legitimidade de sua atua e fundamento de invalidagio dos atos de qualquer dos poderes do Estado tidos como violadores da dignidade de pessoa humana”. Ressalta 0 ilustre constitucionalista que “a elevagio da dig- nidade da pessoa humana a principio supremo da Repiiblica e, logo, do seu Direito objetivo, obriga o Estado a conformar toda a sua ordem juridica num sentido consentineo e vincula todos os poderes do Estado a interpretar e a aplicar as respectivas normas em conformidade”. Deflui de tal assertiva que o Estado é instrumento que tem como objetivo precfpuo o de servir as pessoas, propiciando a dig- nidade, autonomia, liberdade e bem-estar das mesmas. Assim, se é certo que o principio da dignidade da pessoa hu- ‘mana se impoe 3 observancia de todos, e se a sua violagao implica, necessariamente, em malferir um Estado de Direito, a invalida dos correspondentes atos dos poderes piiblicos, havendo, todavia, fatores de relativizagio do seu alcance. Numa clara inspiragio Kantiana, segundo Novais, “sustenta- "© JORGE REIS NOVAIS, Os Principios Constucionais Estruturantes da ConsttigfoPortgues, psd 226 | acscrumactooo ces HOE NO BAS EMRE ALEINARADA PO ‘awa sctb0 DOs SANTOS 8¢, agora que a dignidade é violada quando a pessoa é degradada ‘0 nivel de uma coisa ou de um objeto de atuar estatal, na medida que a pessoa deixe de ser considerada como sujeito auténomo ¢ 0 fim em si para ser tratada como instrumento ou meio de realizagao de fins alheios."” Aduz, que “em qualquer caso, a pessoa humana sera incons- titucionalmente degradada ¢ coisificada quando o Estado a afete desnecessaria,fatil ou desproporcionalmentel...]” A liberdade geral de agao fundada no principio da dignidade humana confere aos cidacdios em Estado de Direito uma pretensio juridica constitucionalmente protegida de nao terem a sua liberdade individual negativamente afetada. Conclui que, quando a pessoa tenha de ser objeto de im- posigdes estatais que afetam o seu direito de autodeterminagao, a dignidade da pessoa humana exige, pelo menos, que em tais cireunstincias seja dada ao individuo a possibilidade de participar em condigoes de liberdade ¢ igualdade na formagao da vontade democritica. ‘Ha de se mencionar na visdo daquele constitucionalista, ainda, dois importantes aspectos, a saber: o primeiro, a concepeao dos direitos fundamentais funda-se como “trunfos” contra a maioria; €, 0 segundo, que o proprio contetido da dignidade da pessoa é condicionado pelo consentimento do lesado e pelas suas conviecdes acerca do sentido da sua dignidade Infere-se pelo surgimento, “fundado no principio da dignidade da pessoa humana, a invocagio de um direito a um minimo de existéncia condigna que se traduz, nfo apenas na referida exigéncia de nao se ser privado desse minimo, mas também na exigibilidade, AoscrmmacloDOGENCHONEN NOEMSLEMFACEALEINARADAPEWA. | 227 VAN MACEDO OS SANTOS juridicamente reconhecida, de prestagdes destinadas & garantia a todos 0s cidackaos de um minimo de ajuda material que thes permita levar uma vida condigna”. " 8.2.1.1 A Lei n° 11.340/2006 - Lei Maria da Penha - Uma Violagao ao Principio Constitucional da Dignidade da Pessoa Humana A Lei Maria da Penha, instituida com 0 objetivo precipuo de “coibir e prevenir a violéncia doméstica e familiar contra a mulher” no Brasil, vem sendo implementada, com plena efetividade, pela Justiga em todo Pais. Configura-se importante afirmar que, ao entrar em vigor, essa norma infraconstitucional repercutiu, sobremodo, em todos os segmentos da Sociedade com extraordindrio impacto. Indubitavelmente, propiciou um grande contributo a “autoes tima” das mulheres, em sintese do género feminino, Na verdade, essa norma destinou-se a extirpar e punit a vio- léncia contra a mulher, no ambito doméstico, familiar. Com efeito, procurou-se estabelecer a tutela do género fe- minino, sob 0 condao e justificativa consistentes na situagao de vulnerabilidade ¢ hipossuficiéncia em que, ainda, se encontram as mulheres vitimas dessa violéncia, Eo homem? Como ficou situado nesse cendrio? E a sua dig- nidade? Na grande maioria das vezes, as autoridades e os cidadaos comuns enxergam a violencia doméstica como um erime come: tido por homens contra suas mulheres, constituindo-se em um problema ignorado, quando mais de 200 estudos, baseados em © Ider, tidem,p 64 228] viscmonacho oo céneno-HOMEM NO BRASILEM FACE ALE] MARIADA PENHA Jevantamentos feitos em casos de agressio doméstica, demonstram que as agressdes so mtituas, de modo que, praticamente, todas as evidéncias apontam para a questio de que, praticamente, 50% de todos os casos de violencia doméstica envolvem troca de agressdes. E 6bvio que, inobstante a iniciativa do estado brasileiro em claborar legislagio especifica contra uma agressao tio recorrente, 6 texto dessa norma, em certos momentos, vislumbra a imagem masculina como uma figura de agressor exclusivo, chegando mes- mo a criminalizé-lo, condenando-o de forma antecipada. Nessa, esteira de raciocinio, percebe-se, nitida e axiologica- mente, uma violacio, a dignidade da Pessoa Humana, no que toca ‘ogénero masculino, homem. £ como se ele fosse, in cast, indigno, luz da ordem constitucional, dentro da norma juridiea, quando isto nao ocorre. Ressalte-se que o “homem em si encontra-se em condigao de dignidade|...]” Indiscutivelmente, com relagio & Lei Maria da Penha, 0 ho- mem brasileiro, relacionado com o- ambiente doméstico, est sendo tratado “como objeto” e nio como pessoa humana, consistindo tal cireunsténcia, nos ensinamentos daquele constitucionalista, como. “a base para identificarmos a violagio dignidade humana”, so- bretudo quando axiomaticamente, “qualquer pessoa tem a mesma dignidade(...]” Emerge, assim, a questio de que a Lei Maria da Penha eviden- cia-se numa imposicio, pelo Estado, de uma concessio ao género mulher, violando, portanto, 0 principio da dignidade da pessoa humana, quando se refere ao género-homem., Recorre-se & expressiva ligo de Novais, segundo o qual “Numa clara inspiragao kantiana no sentido do reconhecimento da inde- AnscanmachococtniosouenoastcuriceaLaMAnaoarewn | 229 Layan sactDo Dos swvtOs pendéncia e valor intrinseco da pessoa como fim em si mesma, como algo que no ¢ substituivel ou sujeito ao prego, sustenta, agora, que a dignidade é violada quando a pessoa é degradada ao nivel de uma coisa ou de um objeto do atuar estatal...]”" Ipso facto, pragmaticamente, 3 luz do prinefpio da dignidade da Pessoa Humana, a Lei Maria da Penha traduz, em seu bojo as- pectos de inconstitucionalidades, devendo ser objeto, em alguns matizes, de reformas 8.2.2. 0 Principio Constitucional da Igualdade AConstituigao Federal Brasileira, promulgada em 1988, iniciao capitulo I, do Titulo I - Dos Direitos ¢ Deveres Individuais e Coleti- ‘os, no art. 5°, com o principio de que “todos sao iguais perante a lei, sem distingao de qualquer natureza, garantindo-se aos brasiein € aos estrangeiros residentes no pats a inviolabilidade do direito a vida, 2 liberdade, a igualdade, 3 seguranga e & propriedade”, Bis que, o inciso I desse artigo pontifica que: “I~ homens e mulheres sao iguais em direitos e obri- gagoes.. Nos tempos modernos, as constituigdes tém reconhecido, ape- nas, a igualdade no seu sentido juridico formal, ou seja, isonomia perante a le. Considerada o signo fundamental da democracia, a igualdade no admite privilégios e distingGes que um regime simplesmente liberal consagra. Na yerdade, segundo José Afonso da Silva, o que se quer € a igualdade juridica que embase a realizagio de todas as desigual- dades humanas e as faga suprimento ético de valores poéticos que o homem possa desenvolver. 2 de, ben, 57 230 | Aoscramcho bo cesxo Hou No ASE EMFACEALEIVARADAFONIA Cavan acto Dos sxvt0s Aristteles vinculou a “ideia de igualdade & idein de justica”, ‘mas, nele, trata-se de igualdade de justigarelativa que da cada um que é seu, ou seja ela “6 saisfeita se o legisladortratar de maneira igual os iguais e de maneira desigual os desiguais.” £ importante salientar que “A justica formal consiste em um principio de aco, segundo o qual os seres de uma mesma categoria ‘essencial devem ser tratados da mesma forma.” Ensina-nos, a propésito, Carmem Lécia Antunes Rocha, que “Igualdade constitucional é mais que uma expresso de Direito; é tum modo justo de se viver em sociedade. Por isso é principio posto como pilar de sustentagéo e estrela de direcio interpretativa das nhormas juridicas que compdem o sistema juridico fundamental.” Nossas constituigdes, desde o Império, inscreveram o principio u igual srante a lei, no senti lei ¢ sua aplicagdo tratam a todos igualmente, sem levar em conta as istingdes de grupos. Orienta 0 constitucionalista José Afonso da Silva que “Aqui a. igualdade nao é apenas no confronto marido e mulher. Nao se trata apenas da igualdade no lar e na familia. Abrange também essa situa- ‘Gio que, no entanto, recebeu formulacao especifica no art. 226, §5° dla Constituigao Brasileira. Os direitos e deveres referentes a sociedade conjugal sao exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.” ° Assegura o professor Novais que “A Constituigio (Portuguesa) nao apenas consagra genericamente o principio ¢ o associa material- mente 3 dignidade da pessoa humana (artigo 13°, n® 1) como profbe expressa e especificamente modalidades mais comuns, relevantes ou congensualmente rejeitadas de discriminagao (art. 13°, n° 2)”. * ost Jo D4 9, curs de Diet da Consus, p217 -IMINACKO D0 GENEROHOMEM NO BRASILEMFACEALEIMARIADA PENA. | 23 Lavan nactDo Dos SANTOS A Constituigdo Portuguesa consagra no artigo 13° n° 1, que “Todos os cidadios tem a mesma rante_a lei”. & motivo, que devem ser tratados como iguais. Remetendo-se ao artigo 13°, n° 2, dessa Constituicao, cons -se que “Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razao de ascendéncia, sexo, raga, lingua, territério de origem, religido, convicgdes politicas ou ideolégicas, instrugio, situagao econémi condigdo social ou orientagao sexual.” 0 prinefpio da Igualdade, considerado um dos mais antigos ‘a compor as constituigdes, detém, mediante esse aspecto, tragos significativos de desenvolvimento, mormente na influéncia que ddetém na formagao das leis. Hi de se avocar que o principio da Igualdade acaba subs- tancialmente esvaziado de consequéncias juridicas ou reduzido 4 suia minima expresso de necessidade ou fundamentacao das diferenciagdes operadas pelo legislador. “Assim, quando tais dife- renciagdes se produzem no dominio dos direitos fundamentais, a atribuigdo tio ampla a lei ordinéria diferenciadora configura uma perigosa situacio de restituigdo das liberdades & disponibilidade do legislador democratico, frustrando substancialmente a vocacio dos direitos fundamentais como “trunfos” contra a maioria” Ora, “Aquele minimalismo ou autocontengao judicial extrema que resulta da identificacdo pratica entre principio da igualdade e proibigéo do arbitrério encontra, entio, uma primeira corregio: hd tipos de diferenciagao tao repetidamente identificados com dis- criminagoes repudidveis & luz dos principios do Estado de Direito 232 noscrmnackoo0 ceo HOUR NO BRAS EMFICE ALEIMARA DA FEMA Cava wctno Dos swvros que se presumem, a partida, como arbitrérios ou injustificados”. £.0 caso tipico das diferenciagdes em fungao do sexo ou da raga.” Seo legistador s6 puder alegar razdes fundadas exclusivamente nesses fatores suspeitos, a diferenciagao é tida como constitucional- ‘mente ilegitima se, diferentemente, o legislador pode demonstrar que, apesar da associagio & categoria suspeita, a diferenciagio 6 cessencialmente determinada por outras razdes justificadas ou por necessidades de compensagio ou promogio de uma igualdade real no proprio dominio dessa categoria, entio aquela presungio ¢ilidida. Em qualquer caso, a suspeita deve ser rigorosamente formada como tal pretensio, “H4, ainda, todo um campo de incerteza quanto A delimitagao das categorias ou factores tipos como suspeitos que ddevera ser progressivamente redurida através de uma enumeragdo deduzida do texto constitucional ou apurada através da atividade jurisprudencial.” Esclarece, ainda, 0 constitucionalista Jorge Reis Novais, que “[..)qualquer afetagio por forga de tratamento desigual nao se deve bastar com a simples exclusio do arbitrio, mas deve, pelo menos, ser sujeita a um tipo de contrato tio rigoroso quanto o aplicavel as restrigGes aos direitos fundamentais|...]" 8.2.2.1. A Lei n° 11.340/2006 - Lei Maria da Penha - Uma Transgressao ao Principio Constitucional da Igualdade Retorna-se, mais uma vez, € neste estgio com maior ampli- tude, & questio insofismavel e evidente da inconstitucionalidade da Lei Maria da Penhia instituida com o objetivo precipuo de coibir a violencia doméstica e familiar contra a mulher. JORGE REIS NOWAS, 0s Pi ppllz-113 os Constuconas Estruurantes da Replica Portuguesa, A bscmnacA00GENERO OMEN NOGRASLEMFACEALEMARADAPEWA. | 233, {aay MACEDO DOS SANTOS Essa norma infraconstitucional foi sancionada em um momento politico, casuista, com o escopo de proteger somente as mulheres — objetivando a obtengio da simpatia politica destas ~ e, por isso, intimeros so os questionamentos sobre a sua constitucionalida de, conquanto esti comprovado que a Lei n® 11.340/2006 fere a igualdade entre os sexos ¢ generos. Ademais, sustentam aqueles que advogam a sua inconstitucio- nalidade que a mulher vitima seria beneficiada por mecanismos de protecio e de punicio rigorosa, draconiana, contra o agressor. Por sua vez, 0 homem nao disporia de tais instrumentos quando fosse vitima da violéncia doméstica ou familiar A Constituigo Federal Brasileira de 1988 preconiza no art. 5°, caput, que todos Sao iguais perante a lei sem distingao de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no pais a inviolabilidade do direito a vida, a liberdade, a igualdade, A seguranga e & propriedade. O texto constitucional, caracteristicamente, assevera, por trés vezes, 0 principio da igualdade ao empregar as palavras “iguais” ¢ “igualdade’, no caput do art. 5°. E, como se nao astasse, no Inciso I, do referido artigo, reforca 0 principio ao estabelecer que homens e mulberes sao iguais em direitos ¢ obrigacoes. Além disso, nao se pode esquecer de que, no preambulo, igualdade & destacada como um dos valores supremos da Cons tuigdo Brasileira ¢ no art. 3° estabelece que um dos seus objetivos fundamentais é reduzir as desigualdades sociais e regionais (inci- $0 Ill) e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raga, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminacio (inciso IV). 234 | aoscmackooo co HOME NOBASLEMTACEALENARADA PEMA ‘away wctno bos santos Como se pode observar, o Principio Constitucional da Igual- dade, hierarquicamente superior no topo do sistema normativo, ‘manda que todas as normas infraconstitucionais devem ser cum- pridas, sob pena de se revestirem de inconstitucionalidade. * Sintetizam bem a questio Acosta e Alan Bronz quando afir- mam que “como o legiskador infra-constitucional nao observou o principio da igualdade ao direcionar a Lei Maria da Penha apenas A protegao da mulher, vitima de violéncia doméstica e familiar, 0 que, em tese, a tornaria inconstitucional, ainda é possivel para 0 aplicador da lei fazer prevalecer esse principio estendendo o seu aleance ao homem, também possivel vtima da violéneia domés familiar, porque se de fato desejamos construir novos cenérios para promover a igualdade entre homens e mulheres, devemos nos basear no respeito aos direitos humanos de todos os envolvidos nestas situagdes: mulheres, homens e familiares” °° A Lei Maria da Penha consagra, em verdade, de forma pater- nalista, politicas piiblicas, A mulher-vitima da violencia doméstica e familiar, nas relagdes intimas de afeto, no convivio da familia e no mbito da unidade doméstica (art. 5°) Nao hi, portanto, conexao Iogica & limitago de a vitima ser apenas a mulher quando numa relagio intima e no convivio fami- liar, ha no minimo duas pessoas e, uma delas, a vitima, podendo ser o homem e nao, exch mente, a mulher. O homem também pode ser vitima da violencia fisica de qualquer agressio que se perpetre sobre o seu corpo. > Constuigo Brasileira em seu at, 5° cape inciso °T” az que: ‘Nat, 5° Todos si gua perante i, sem distingdo de qualquer natureza,garantindo-se aos brasileiro eaas ¢strangiros resdentes no Pas a invilabilidade do dreto a vid, 3liberdade, 2 iguldade, 2 seguranga e & peopeedade, nos termes sepuintes: | - homens e mulheres Sia iguais em diretos eobrgaées, nos trmos desta Constuiao’ 2 FERNAND ACOSTA e ALAN BRONZ, AS Duas Vis da era Doméstica p15 ADCRMNAGHODOGENERCHONEN NOHRASL ECEALEIMARADAPEWA. | 235 ‘ava wactDo Dos SANTOS 0 professor José Afonso da Silva suscita que nao se trata de mera isonomia formal, conquanto “Onde houver um homem ¢ uma muther, qualquer tratamento desigual entre eles, a propésito de situagoes pertinentes a ambos os sexos, constituiré infringéncia constitucional”.% Insista-se que ambos ~ homem e mulher — po: dem ser vitimas da violencia doméstica e familiar. Desse modo constatam-se situagbes idéntic s colocam em posigao de igualdade merecendo ambos, tratamento igual, Por que, entio, sma lei especial destinada somente para mulheres? Por outro lado, ensina Roger Benites Pellicani que melhor seria a protecio ao cOnjuge e ao companheiro, sem especificar homem ou mulher. Ainda que no seja comum, ha casos em que 0 homem sofre ofensas fisicas e morais na familia, seja da mulher, seja de terceiros, Nesse diapasiio, Fabio Bauab Boschi alude que o principio constitucional da igualdade entre os c6njuges deve servi de linha mestra para o legislador, que no deverd editar leis que possam colocar um ou outro dos componentes da familia numa posicao de superioridade ou inferioridade, dando a estes tratamentos igua- litarios, sob pena de editar lei inconstitucional. Portanto, pensar em dar tratamento diferenciado somente mulher, em nome de igualdade perante a lei, sem pensar em dispor de atendimento & familia, extensivo também ao homem, possivel vitima de conflto familiar e doméstico, é nfo observar, exatamente, sob a égide de Justiga, o Principio da Igualdade perante a lei. Ressalte-se que o art, 4° da Lei Maria da Penha estabelece que na interpretacio desta lei serdo considerados os fins sociais a que ela se destina e especialmente as condigdes peculiares das mulhe- JOSE AFONSO DA SILVA Curso de Dreto Consttucional Posto, p27 236 | Ao1canicAo 0 ce30 HONEANOSRASLAHCEALAHARON EA ‘aVAN NUNCEDO OS SANTOS res em situagio de violéncia familiar. E possivel afirmar que, ao se considerar esses fins sociais, evidencia-se plausivel interpreti-la como forma de preservar a familia e nao apenas a mulher. No sew art. 1°, a Lei Maria da Penha reporta-se ao § 8° do art. 226 da Constituigao Federal que estabelece: “0 Estado assegurard avassist@ncia a familia na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violencia no ambito de suas relagdes” 0 texto constitucional, do abstrato para o concreto, visa a reservar a familia, coibira violencia nas suas relacdes e assegurar protecio a cada uma das pessoas que a compée. Portanto, é dado ‘a0 interprete certificar, segundo o comando constitucional, que a [Lei Maria da Penha se aplique nao apenas a mulher, mas a ambos 8 cdnjuges ou companheiros. Destarte, ao invés de se declarar a sua possivel inconstituc nalidade, nada impede que a Lei Maria da Pena seja aplicada ao homem, se vitima da violéncia doméstica e familiar, o que é factivel. ALei Maria da Penha protege a mulher e, por isso, muitos so ‘os questionamentos sobre sua constitucionalidade, visto que esta lei fere a igualdade entre os sexos. Nesse sentido, dois pontos devem ser considerados: o primeiro se refere ao fato de que tem a Lei Maria da Penha, em sua natureza penal, matizes do nao atendimento ao principio constitucional de tipicidade estrita que se dirige as normas penais, nomeadamente em seu art. 7°, inciso HH, o qual define violencia psicol6gica pelo agressor. Ora, com excecao da ameaca e do constrangimento, que sio tipificados no Cédigo Penal Brasileiro, as outras condutas definidas de modo excessivamente aberto, Demais, qualquer ato da vida em comum ou pequenos atritos didrios, a exemplo do nscmmnachovoceNsoHoMeNNOBRASLEMTAEALEINRADA EWA. | 237 ‘AWVAN MACEDO DOS SANTOS homem que riu de alguma atitude de sua muther, 0 que configu: raria “ridicularizagdo”, poderia ensejar medidas protetivas ou até indenizagoes por danos morais. 0 segundo ponto diz respeito ao fato de que a Lei Maria da Penha estabelece em seu art, 41 que as agressoes contra mulheres indo se sujeitario aos procedimentos dos Juizados Especiais Crimi- (Lei n? 9.099/1995), os quais, por sua vez, dispde de institutos despenalizadores como a composigao civil dos danos, transagao penal ea suspensdo condicional do processo, Por fim, em sede de direito comparado, constata-se pelos ensinamentos do mestre Jorge Reis Novais que, em Portugal, € implementada a igualdade formal, entendendo-se, como no Bra- sil, que “todos sao iguais perante a lei", ou seja “a lei aplica-se a todos indiferentementel...]” H4 a questio de que os fatores de deferenciagdes sao “suspeitos”. O tratamento diferente para as mutheres, por exemplo, é “suspeito”. Assim, se uma lei trata de formas diferentes, homens e mulheres, presume-se que essa lei denota estigmas de inconstitucionalidades. Com efeito, a Constituigio Brasileira, numa visio axiolégica, entende por nao ser possivel discriminar quanto ao sexo, homens e mulheres. Em sintese, os fatores ¢ fundamentos juridicos evidenciam que a Lei Maria da Penha ofende aos Principios Estruturantes da Igualdade ¢ Dignidade Humana, configurando-se inconstitucional, naquilo que, axiologicamente, pretende-se para uma Sociedade Estruturada: a harmonia e unidade de familia, resultando, pon- tualmente, de forma induvidosa, em um engodo, cuja aprovacio, no Congresso Nacional Brasileiro, foi casuistica, por ideologia € controle politico, por maioria absoluta dos congressistas. 238 | a cxscraunacho.00 eNERO- HOWE NO BRASLEM FACE A LEI MARIA DAPENHA GILVAN MACEDO DOS SANTOS. 9, ENSAIOS INERENTES AO APERFEICOAMENTO E EFETIVI- DADE DA LEI MARIA DA PENHA INOBSTANTE OS SEUS MATIZES DE INCONSTITUCIONALIDADES Consoante mencionado, antecedentemente, todas as situagdes juridicas existentes no Brasil, por forga da Constituig’o Federal, devem coadunar-se com essa Lei Maior. Na ocorréncia de uma acao ou omissao, que se revelem inconstitucionais, havera como conse- quéncia um quadro propicio para a materializagao das inconstitucio- nalidades por agao ou omissao. A primeira, ocorre “com a producao de atos legislativos ou administrativos que contrariem normas ou principios da constituicao”. A ultima, verifica-se nos casos em que Nao sejam praticados atos legislativos ou administrativos requeridos para tornar plenamente aplicaveis normas constitucionais. Com efeito, exsurge das andlises de ordem constitucional, mormente relacionadas com os Principios da Dignidade da Pessoa Humana e da Igualdade, que a Lei Maria da Penha, indiscutivelmente, revela-se em um cenario de inconstitucionalidade por acao. 9.1, “Método de Controle Judiciario da Constitucionalida- de de Atos Legislativos ou Administrativos - Fases” Componente dos ensinamentos do nobre constitucionalista Jorge Reis Novais, 0 “Método de Controle Judicidrio da Constitucio- nalidade de Atos Legislativos ou Administrativos - Fases” tem como norte verificar se 0 ato, aps perpassar pelo teste de aptidao, cumpriu os ditames constitucionais. Incasu, volvendo as ligdes do nobre professor, verifica-se a exis- téncia de quatro fases na implementacdo do método, consistentes nia verificagao de que um ato legislativo ou administrativo foi de encontro aos requisitos constitucionais para a consecu¢ao de sua validade. Concluida essa rapida abordagem tedrica sobre as quatro fases A DISCRIMINAGAO DO GENERO-HOMEM NO BRASIL EM FACE A LEI MARIA DA PENHA | 243 Cava AcEDO DOS SANTOS do método objeto de estudo, mencionadas antecedentemente, im- porta estabelecer, de forma simples e sucinta, uma andlise pratica {uz do controle udicirio da constitucionalidade da Lei n? 11.340 de 07 de agosto de 2006 - Lei Maria da Penta, com 0 objetivo preefpuo, de que seja estabelecido, se essa norma infraconstitucional, em face das fortes evidéncias discriminat6rias contra 0 género-homem, & inconstitucional. 0 fundamento para essa premissa reside na questdo de que a let viola os Principios Constitucionais da Dignidade da Pessoa Humana eda Igualdade. PLEMENTACAO E APLICACAO DO MI NORMA INFRACONSTITUCIONAL EM ANALISE: LEI MARIA DA PENHA QUESTA: “A LEIN° 11.340/2006 DISCRIMINA 0 GENERO - HOMEM VIOLANDO PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS?” PRIMEIRA FASE A Lei n° 11,340/2006 tem como finalidade coibir a violénc doméstica e familiar contra a mulher. Caracteriza-se por estabelecer, para seus efeitos, que somente a mulher poderd ser a vitima nos confltos existenciais ocorridos no ambiente doméstico, para seus efeitos, quando o homem deve ser incluido na relagao. A andlise do “Principio da Idoneidacde ou Aptidao”, no presente caso, demonstrou que realmente a norma traduz, de forma induvidosa aspectos de constitucionalidade, por violar os Prineipios da Dignidade da Pessoa Humana ¢ da Igualdade, pontificados nos arts. 1°, ineiso II, e 5°, inciso I, ambos da Constituicao ca Reptblica Federativa do Brasil, De ‘modo que, nessa primeira fase, a Lei Maria da Penha apresenta-se com aspectos de inconstitucionalidade. 2244 no1scrmen 3000 cKO NOMEN NO BRAS NTACEALIMARA DA PENA SEGUNDA FASE 0 tema objeto de andlise é 0 mesmo tratado na 1* FASE. Ha de se perquirir, in casi, se ocorre uma restrigo contra 0 genero homem, quanto aos fins a que se prope a Lei Maria da Penha, No momento em que a norma em discussio estabelece que destina- se a coibir a violéncia doméstica e familiar, unicamente, contra a mulher, restringe, limita, os mesmos direitos para o género homem. Assim, esta caracterizada uma forma de limitagao (que pode ser real, abstrata e concreta) ao homem e, portanto, uma restrigio. Por que somente uma norma especifica para a mulher, quando a Constituicao Brasileira pontifica que todos séo iguais perante a lei e 0 Cédigo Penal Brasileiro elenca os crimes que poderao ser imputados ao bomem e @ mulher? Wa portanto uma restrigdo no direito do homem e, desse modo, a norma denota sinais de inconstitucionalidade. ‘TERCEIRA FASE Relativamente ao tema anterior ha de suscitarse que a norma avocada vem a limitar um direito fundamental, Ora, os direitos fundamentais, além de se consubstanciarem em garantias fort silo considerados como “trunfos”. No momento em que a Constituigdo Brasileira preconiza, como um dos “Direitos e Deveres Individuais e Coletivos”, a igualdade ddos homens e das mulheres em direitos e obrigacdes, configura indiscutivel nao deva ser instituida uma norma coibindo a violé cia doméstica e familiar apenas contra 0 homem. Esta portanto limitado um direito fundamental do homem, suscetibilizando inconstitucionalidades na Lei Maria da Pena. oscrwaachococtnovonennomasicenceniewamaonroen | 245 Cavan MACEDO DOS SANTOS QUARTA FASE Adotando como paradigmas as proposigoes carreadas nas 1*, 28 € 3*Fases, hd de se vislumbrar o cendrio da ponderacio, propiciando, nesse exercicio de raciocinio, a exclusio de algumas raz6es. Deve: perquirir os “limites dos limites”, sintetizando todas as razdes fat de dircito elencadas nas fases antecedentes, sobretudo quanto a0 axioma Constitucional que estabelece que “homens e mulhere: iguais em direitos e obrigagbes” nos termos da Constituigio Brasilei- ra, Dessa forma, est evidenciado, sob o prisma desta fase, que a Lei n° 11.340/2006 traduz-se por evidéncias de inconstitucionalidade CONCLUL-SE, PORTANTO, COM FUNDAMENTO NO “METODO DE CONTROLE JUDICIARIO DE CONSTITUCIONALIDADE DE ATOS LEGISLATIVOS OU ADMINISTRATIVOS” QUE A LEI MARIA DA PENHA NAO SE COMPATIBILIZA, E SIM VIOLA OS PRINCIPIOS CONSTITU- GIONAIS DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DA IGUALDAD EVIDENCIANDO-SE, DE FORMA CONCRETA, EIVADA DE CONTORNOS. DE INCONSTITUCIONALIDADE. 9.2. A Lei n’ 11.340/2006 e o Principio da Proibi¢ao do Excesso (ou da Proporcionalidade, como um de seus elementos) - Teste de Aptidao da Norma.” 0 escopo dessa abordagem, de ordem constitucional, est re- lacionado com os Principios da Dignidade da Pessoa Humana e da Igualdade consagrados na Constituigio Brasileira Em se tratando de tao significativos principios, mormente quan- to a restrigdo praticada através de medidas que afetem a liberdade pessoal, afigura-se prudente que seja avocada, em sede de direito comparado, a doutrina e a Constituigio Portuguesa. 5 JORGE REIS NOVAS, 0s PincpinsConsitucionais Etruturantes da Replica Portugues, pp. 171-177 246 | aciscanmachono GENeno HOMEN NO BRASIL FACE ALEI MARA DAPENAA Cavan sactDO Dos SANTOS Com efeito, ao fomentar-se a questao de restrigao praticada pelo Estado mediante a adogao de medidas, importa remontarmos a0 Prinefpio da roi io do Excesso ou Prinefpio da Proporcionalidade. Decerto que, in cast, esta em discussio a violacdo pela Lei Maria da Penh aos Principios da Dignidade da Pessoa Humana e da Igualdade, Assim, tomando como ensinamento a Constitui {guesa, constata-se no seu art. 18, n° 2 que: “A lei s6 pode restringir (0s direitos, iberdade e garantias nos casos expressamente previstos nna Constituigio, devendo as restrigdes limitarem-se ao necesséirio para salvaguardar outros direitos ou interesses constitucionalmente protegidos.” Nesse diapasio, em sede do Principio da Proibigao do Excesso esta “excluida a utilizagao dos meios e a prossecugao de fins consti- tucionalmente ilegitimos — por exemplo, fins ou meios que atentem contra a dignidade da pessoa humana”, consoante Jorge Reis Novais. Na verdade, 0 Principio da Proibicao do Excesso tem como objetivo fundamental controlar a atividade dos poderes puiblicos num quadro de Estado de Direito. Assim, a ldgica consiste no fato de que o Estado, quando limita, nfo pode ultrapassar para além do necessario, ou seja no pode ser excessivo, Hé de se avocar Fleiner, in casu, quando afirmou que “Nao se deve wilizar um canhao para atirar aos pardais”. De qualquer modo, o parimetro é a Constituigao e, se houver, apesar do que estatui o art, 18 da Constituigao portuguesa, um des- respeito ao Principio da Dignidade da Pessoa Humana, consistente em decisio sobre essa dignidade, o Juiz deverd posicionar-se a respeito, © Principio da Proibigéo do Excesso, numa visio Lusitana, 6 composto pelos Principios da Aptidio ou da Idoneidade; da Indis- ASCHMNACAODOGENEO-HONENNO BRASL EM FACEALEMARADAPENAA. | 2.47 {aay MACEDO Dos SANTOS pensabilidade ou do Meio Menos Restrtivo; da Proporcionalidade: da Razoabilidade; e, da Determinabilidade. No quadro pertinente a Lei Maria da Penha, constata-se que no caso da violencia doméstica envolvendo o homem e a mulher, somente esta é protegida pela lei. Ora, consistindo tal circunstincia rnaimplicagio de uma discriminagio do género-homem, vol assim, os Principios da Dignidade da Pessoa Humana e da Igualdade 0 Principio da Dignidade da Pessoa Humana é também da Indignidade. 0 Estado tem que tratar todas as pessoas como iguais. Em Portugal, usa-se muito: “nao tem dignidade...” 0 homem em si encontra-se em condigo de dignidade. A vio- lacio desse principio ocorre quando a pessoa nao ¢ tratada como pessoa e sim como um objeto, de forma humilhante, Essa, portanto, Gabase para a identificagio da violagio A dignidade pessoa humana A Lei Maria da Penba, p. ex., possibilita, em casos concretos, que.o bomem seja objeto de bumilbacaes, em especial porque uma suposta acusagéo da mulber, a palavra dela, constitui-se no pres- suposto para a prisdo e instauragio de proceso criminal contra o bomem, denunciado como agressor. Na maioria das situago co suposto agressor é preso em flagrante delito, algemado, inaudita altera pars, pois é ouvido, apenas, inicialmente, para efeito do Auto de Prisdo em Flagrante Delito, em Audiéncia de Cust6dia, situacao para se refletir sobre onde esté o respeito a Dignidade e Iawaldade da Pessoa Humana? Estabelecendo-s¢ o teste de aptidio, elativamente a referida Lei n° 11,340/06, atualmente em vigor, e aos Prinefpios da Dignidade da Pessoa Humana ¢ da Igualdade, comparativamente com uma suposta Lei Maria da Penha, desta feita considerando que a mulher 248 | soscimmacio 00 Hone Wont ANFCEALNARAOAFEWA sea vitima da violencia doméstica, como também o homem e vice- -versa, levando em consideragio também os referidos principios, numa escala de 0 a 10, constata-se que: FaneTROS enka aoasuonne Tora Avian sani con | _ Pinan Sites. |optectinm| sin Seen Rien | raceme ce |ogtin| 2 | ow | a Se ees O critério adotado foi amplamente analisado & luz dos parime- {ros suscitados no contexto daquilo que foi objeto do presente estudo ¢ da realidade factual da vigéncia da Lei n® 11.340/2006, langando- -se, hipoteticamente, uma Le Maria da Pena tendo a mulher como ima do homem ¢ o homem como vitima da mulher, chegando-se seguintes resultados: a) EFICACIA Item “1)” - ALei Maria da Pena, e a evidéncia esté a demons trar, tem denotado uma relativa eficécia, conquanto, apesar do seu draconianismo, os delitos de violencia doméstica contra a mulher tém recrudescido no Brasil, Dai porque a nota 6 (seis) em eficéciae 5 (cinco) em razoabilidade, conquanto uma lei que nao atende aos equisitos de constitucionalidade, nao pode ser eficaz em toda a sua plenitude e, portanto, nao se evidenciar como razosvel b) RAZOABILIDADE Adoutrina se nos apresenta, nesse caso, condescendente, con- quanto razosvel signifique satisat6rio, aceitavel, cima de mediocre. No caso da Lei Maria da Penha, do ponto de vista da consti tucionalidade ela, nem ao menos é razoivel, sobretudo quando AsceumaghonoctNADHOMEM NOBRASLENFCEALBNARKOAREA. | 249 avan MActDO Dos SANTOS 4 Consttuigio Brasileira consagra, em seu art. 5°, que “todos sio iguais perante a lei”. Daf porque a atribuigio, no item “1),” da nota 5 (cinco). No que concerne ao item “2)” do quadro, naquilo que semanticamente exprime a razoabilidade, sem diivida alguma, e cevidenciada a “s titucion: premacia da Constituigio” e, portanto, da Cons- lade da Lei, merecendo assim a aval em 10 (de7). Conclui-se, apds 0 estabelecimento do cileulo aritmético que resultou em 18 (dezoito) numa avaliagio da Lei Maria da Penha, estabelecendo a competéncia para a coibigio da violencia doméstica ¢ familiar contra a mulher e, vice-versa, contra 0 homem, que, a ‘medida “A” ou seja a da Lei Maria da Penha, aturalmente em vigor, seria inconstitucional sendo, portanto, reprovada pelo teste de ap- tiddo, enquanto a simulagio de uma lei nesses moldes, onde estendido, também ao homem, o direito conferido & mulher, ficaria confirmada a sua aprovagio no teste de aptido, como também iria atender ao que pontifica 0 artigo 226, § 8, da Constituigao Brasileira Destarte, ha incidéncia do Prinefpio da Proibigao do Excesso. A Lein® 11.340/06 impoe sacrificios ¢ nao éeficaz, portanto, denotando aspectos de inconstitucionalidade, Importante, ainda, estabelecer trés consideragdes quanto referida Lei, a qual, apés avaliada, nao logrou éxito no teste de apti- dio, ainda que em vigor. A primeira questio, reside no fato de que 0 sacrificio discriminatério impigido ao homem, além da violaco aos principios da Dignidade la Pessoa Humana e da Igualdade, fortalece 0 objetivo perseguido, qual seja o de que deve ser reformada a Lei Maria dda Penha, pelo menos a curto ¢, no maximo, médio prazo; a segun- da alternativa,implica no fato de que nao haveria outros meios que Viabilizassem a solucio para o problema (inconstitucionalidade, em face da discriminagio do género homem), sendo pela reforma da atual Lei Maria da Penha: e; por fim, como ficou constatado ao longo desse 250 | scscammcto.o0 cENER0 HONEN NO BRASIL EFACEALEIMARADA PEEK Cavan MACEDO DOS SANTOS studo investigat6rio, malgrado a égide da Lei Maria da Penha, a qui se encontra em pleno vigor, a cada ano, acentua-se a violencia contra «mulher, seja via homicidio, seja por ameagas e lesdes corporis. 9.3. A Via Transversa da Fundamentacao das “Medidas Protetivas de Urgéncia” e os seus Reflexos Nega- tivos na Ordem Processual e Constitucional - Uma Proposta de Solugao. ALei n® 11.340 de 07 de agosto de 2006 - Lei Maria da Penh, que tem como objetivo precipuo coibir a violencia doméstica e familiar contra a mulher, conta com um dispositive, de extrema importancia, que visa proteger a vitima sob o respaldo da violencia, desde a perpetragdo do delito até o seu julgamento final. cot ‘cugao desse amparo ocorre por intermédio da implementacao de Medidas Protetivas de Urgéncia (ou Medidas Cautelares de Urgén- cia), que si concedidas pelo Juiz a pedido da vitima de violencia doméstica Ocorre que esse mecanismo, do ponto de vista da sua aplicagio técnico-processual e constitucional, suscetibiliza graves defeitos falhas, que resultam em nulidades, morosidades no julgamento dos processos, actimulo de feitos, dentre outros, além da auséncia de seguranga juridica, normalmente de ordem constitucional. ALei Maria da Pena estatui que ao processo, 20 julgamento ¢ Aexecucio das causas civeis e criminais advindos do cometimento de violencia domeéstica e familiar contra a mulher, aplicar-s normas dos Cédigos Penal, de Processo Penal e Processu da legislacao especifica relativaa crianga, ao adolescente (art. 13). A competéncia para o julgamento dos casos concretos de violencia esta atrelada, atualmente, as Varas de Violéncia Doméstica Familiar Contra a Mulher. nscmuclovoceovounnosnscenaceaishusanrroe | 251 CGIVAN MACEDO DOS SANTOS Assim, no caso de uma agressfio a uma mulher, cujo resultado culminou, p. ex.; em uma lesao corporal, prevista no art. 129, § 9°, do Cédigo Penal Brasileiro deverd a Autoridade Policial apés ouvir 4 ofendida, lavrar o Boletim de Ocorréncia, tomar a representaciio a termo, colher todas as provas, remeter, no prazo de 48 horas, cexpediente “apartado” ao juiz com o pedido da ofendida objetivando a concessiio de “Medidas Protetivas de Urgéncia, devendo, dentre utras providéneias, remeter no prazo legal, os autos do Inqueérito Policial ao Juz. Nasequéncia, o Magistrado ao receber o “expediente apartado” com o pedido da vitima (Art. 18) tera que decidir, no prazo de 48 horas, sobre a concessdo ou nao das “Medidas Protetivas de Urgén- quais poderio ser estabelecidas, também, a requerimento do Ministério Pablico (Art. 19). No momento atual, o fundamento legal utilizado, pelos Jui- zes, por ocasiio da concessio da Medida Protetiva de Urgéncia de matéria eminentemente civel, prevista no capitulo inerente as “Medidas Cautelares”, pontificadas no novel Cédigo de Processo Civil Brasileiro (Lei n° 13.105 de 16 de margo de 2015). As medidas. cautelares serio requeridas ao Juiz da causa e, quando prepara- {rias, ao Juiz. competente para conhecimento da acao principal. Note-se que o comando legal previsto no art. 308, desse Cédi- go, estabelece que “Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terd de ser formulado pelo autor no prazo de 30 dias, caso em que serd apresentado nos mesmos autos, em que deduzido o pedido de tutela cautelar...)” Eis que, também, o art. 309 expressa, de forma clara e precisa, que “Cessa a eficacia da tutela concedida em cardter antecedente, se: 1-0 autor nao dedurir o pedido principal no prazo legal; Il - Nao 252 | roscamnac40 00 ENERO OMEN NORASLEMFACEALE|ARA DA PENA ‘ayy wncto Dos swvros for efetivada dentro de 30 diasf...] Significa dizer que, a “Medida Protetiva de Urgéncia”, prevista no art. 18 da Lei Maria da Pena, eminentemente de caracteristica cautelar, contard com apenas 30 dias para ser validada de forma legal, caso o processo principal (que em tais circunstancias se constitui no “Inquérito Policial”) nao seja concluido e, portanto, atrelado ao processo inerente ao “expediente apartado” ou “proceso cautelar”, estar-se-ia diante de uma situa- io de ilegalidadle processual, por forga dos incisos Ie Il do referido artigo 309”. Ora, inexistindo processo principal, o qual tera como base o Inquérito Policial no prazo estabelecidlo pela Lei (30 dias), a “Medida Protetiva de Urgéncia”, por forga do art. 5°, inciso LIN, da Constituigio Federal Brasileira, 0 qual preconiza que “ninguém sera privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal” (due process oflaw), perderdasua validade e eficicia, suscetibilizando a nulidade de todas as “Medidas Protetivas de Urgéncia” concedidas em face de procedimento cautelar (art. 7°). Aevidéncia tem demonstrado que, vitimas relacionadas a violén- cia doméstica e familiar encontram-se desprotegidas por ineficacia das “Medidas Protetivas de Urgéncia”, em razao do incumprimento do que preconiza o art. 309 do novel Cédigo de Processo Civil O cenério atual da situacdo processual, concernente a “Medidas Cautelares Protetivas de Urgéncia”, é 0 de que cart6rios de Unidades Judiciais, relacionados com o julgamento de feitos inerentes aos delitos previstos na Lei n® 11.340/06, atualmente estao abarrotados de processos cujas “Medidas Protetivas de Urgéncia” concedidas, por um prazo de 30 dias, encontram-se sem validade e sem eficacia, suscetibilizando com isso a ilegalidade, bem como corroborando a inconstitucionalidade destas. -AcscratcAO D0 ENE HOMEN NOBRASLMACEALEMARADA FEMA. | 253 Cavan MActDO DOS SANTOS. Depreende-se, portanto, que no esti sendo aplicada a norma positivat adequada e eficaz em matéria dos delitos atrelados a vio- lencia doméstica, nos casos concretos, nomeadamente quanto a didas de protegdo as vitimas, eis que se afigura factivel afirmar que a utilizagao da “Medida Cautelar” como mecanismo para 0 estabelecimento de “Medidas Protetivas de Urgéncia” (art. 18 da Lein? 11.340/06) nao se constitui de bom resultado aos propésitos dessa lei especialissima, Emerge, pois, uma solugo consubstanciada em dois matizes, modificadores: em primeira fase, substituir a aplicagao da Lei n® 11.340/06, quanto a concessio especificamente de “Medidas Protetivas de Urgéncia”, pela Lei n° 12.403, de 04 de maio de 2011 (enominada também como “Lei das Cautelares"), a qual nos seus arts. 282° ¢ 319” adota um elenco de Medidas Cautelares, A 282. As medidas caelures press neste Tilo deverio ser aplcadas obserando-se a neces par aplicago d el penal, yar a investigaio ou a insirgio criminal e, nos “cass expressament previo, para eviar a prea de nfages penal -adequagio da media {avi do crime, creunstineas do fat econdies pessoas do indicia ou ausado.§ ‘sedis cautelures poder ser apiadas slada ou cumultvamente,§ 2° As medidas ‘autelares sero decretadas po jz, de ofc ou a requerment das partes ou, quando no ‘curso da ivestigtio erin, por repesentaco da atria plc ou meant requ mento do Ministén Palco, § 3° Resalvados 0 esos de ungénia ou de perio de infcicia 4a mesa, joi, ao receber o ped de medida cave, dterminar a intimagao da pute ‘oni, acompanhada de fpia do requerimentoe das pegas necessrias,permanecern ‘0s tas em juizo. § 4 No caso de descumprimento de qualquer ds obriagies imposts, 0 viz, de ofc on mediante requerimento do MnistxoPablco, de sew assstent ou do quer: Fane, pderdsubstinir 1 med, impor our em cum, ou, em titimo eso, decretar a ‘prisio prevent (art 312, pargrafo nico). § 50 juz poder revogar a media catelar ou sulbstit-ta quando verticara fala de meio para que subsist, bem como volar a decretil, se sobrevirem raz ga jusiiquem. § 6 A prisiopreventia seri determinada quando ofr cabiel au substiuigo por outa medida canter (ar. 319). Ar. 319. Sio medias caveares diversas da piso: - comparecimento perc em juio, tn pro e nas cng das plo juz, para informa justia vidas; I - robin) de aceso ou requénci a deterinados lgares quando, por ccunstincias relacionadas 20 fo, dea indicia ov acusad permanecer distant dss leas para evar sco de noras infages; I - pita de manter conto com pessoa determina quando, por cicunstncias ‘elacionaas ao fo, dea o india ou acusido dela prmanxcer dita: 1 probigio de ausentarse da Comarca quando a permanéncaseja convenient ou necssia para invest 254 | Aoscrmmcko v0 ceeRo oMEANDBFASLEMFACE AL MARADAPERAA atv sctd0 BOs SANTOS processuais penais, sintonizadas, plenamente, com as "Medias Protetivas de Urgéncia”, objeto da Lei Maria da Penha, diferente- mente do “Procedimento Cautelar”, do extinto art. 796 do Cédigo de Processo Civil, 0 qual se evidenciava, para 0 caso da violencia doméstica, de efeito desagregador; ¢, por iiltimo, 2 efetivacio de uma reforma ampla e abrangente da Lei Maria da Penha, nome- adamente quanto a implementagao, em lugar do “Procedimento Cautelar”, previsto no aludido Gédigo de Processo Civil, da aplicagio de Medidas Cautelares consagradas na Lei n° 12.403/2011, bem: im de outras alteragdes consistentes, sobretudo por uma que to de Justica, na inclusdo do género-homem como uma vitina da violencia doméstica perpetrada pela mulher. 9.4. As “Medidas Protetivas de Urgéncia” e a sua Aplica- 0 para os Homens Vitimas de Violéncia Doméstica 0 objetivo precipuo da Lei Maria da Pena, isto € indubitével, consiste em reduzir, ¢ por que nao extinguir, todas as formas de violencia doméstica contra a mulher no ambiente doméstico e/ou familiar, Com efeito, 0 Principio Constitucional da Igualdade p ceitua que homens ¢ mulheres sao iguais em direitos ¢ obrigagdes (Art. 5°, 1, CF). 85300 instucio;V-eclhimento damier no perodo notumo ena das de flga quando ‘investigdo ou acusido tena residnciae trabalho fos; Vsuspensio do exerccodefungio piiblca ou de aidade de natreraeconémica ou ancera quando bonne justo recio de ‘sua liao ara a pric de infragies peas; VI - ntemagao pris do acusido mas histeses de crimes pratcads com vokncia a grave ameaca, quando os perio cacltem ser inimpativel ow semi-impuel (art. 26 do Cédigo Peal) e hover rico de reiteragao; VIL aga, ns nage que amie, pas’ aseguraro compareineto a als do proces, fea a obstrugo do seu andamento ou em caso de resistneainjstifiata onde jal 1X- monitorag cltrnic.§ 1° (Revogado pda Len? 12.403, de 2011. § 2" Revo pela ei 12.405, de 2011). § 3° (Revogad pla Lei’ 12.403, de 2011). § 4A fanca ser aplicala de acordo com a dispsiges do Capitulo VI deste Tt, pono ser cunulaa com outras medias catelares Aoscrvcho Do cero HONENHOBRASLEMFACEALBMAKOARINIA | 255 Como toda lei infraconstitucional fundamenta-se em prineipios emanados da Carta Magna, no hii como propiciar beneficios ape- has a um grupo de pessoas, ¢ sim, também, a outros grupos que subsumem-se no mesmo, idéntico, censtio fitico, De modo que, a evidéncia esti a demonstrar, de forma efeti que alguns dispositivos da Lei n® 11.340/2006, podem ser ap dos a todas as pessoas vitimas de violéncia doméstica, incluindo, também, os homens. O entendimento, por parte de doutrinadores, Operadores do Direito e Criminalistas, sinaliza no sentido de que 4 norma em questo caracteriza-se por um espirito de protegio da mulher e nao do homem. Contudo, ensina Rodrigo de Oliveira Machado que “a diferenga de tratamentos traduzida pela Lei Maria dda Penha, em ofensa ao Principio Constitucional da Igualdade, aos homens ¢ as mulheres no poderia ter sido estampada em uma norma especifica”.!"” Esclarece, com muita propriedade e inteligéncia, Thiago A\ dré Pierobom de Avila, posicionando-se sobre a possibilidade de extensio das medidas protetivas de urgencia a beneficio de v homens,'"* que em ais circunstincias, 0 posicionamento de ext siio de dispositivos da Lei Maria da Penh, sob a égide doutrinéria, no se apresenta totalmente consensual ¢ de contumaz aplicagio, sendo que 0 mesmo nao ocorre relativamente a decisdes judiciais. 9.4.1. Almplementagao Analogica da Lei Maria da Penha objetivando a Protecao do Homem - Polémicas e Inovadoras Decisées da Justiga 0 citime, a vinganga, 0 descontrole, a agressividade nfo sio >) RODRIGO DE OLIVEIR\ MACHADO, ‘plcagio da Lei Maria da Pena a Homens Vitimas de olenla, ano 16, n, 2955 "-THIAGO ANDRE PIEROBOM DE AVILA, ei Maria da Pena - Lina Anise dos Novos Isr ‘metas de Protego s Mulheres 256 | Aoscrminacdo Do ENERO HOU HO RAS EAFACEALEIMARADAPENKA cava wcto Dos savros sentimentos ¢ formas de acio exclusivos do ser humano-homem. E verdade que as circunstancias que fundamentam a extensio e a aplicagio da Lei Maria da Penha para os homens, vitimas de vio- lencia doméstica, so aquelas mesmas enfrentadas por mulheres em determinada sociedade. Cada ser humano deste orbe terrestre reage de uma forma diferente diante de situagdes que envolvem 0 emocional, « cultura ea renga. Agdes como essas, podem levar a mulher a uma reago momentiinea ou contumaz de agressio e vio- lencia contra seu companheiro, no ambiente domeéstico e familiar A extensio das aplicagdes, de formas pontuadas da Lei Ma- ria da Penha para o género-homem ainda encontra-se de forma embrionéria na jurisprudéncia, a qual apenas em casos isolados beneficiou ¢ protegeu o homem contra a arbitrariedade de suas companheiras, esposas e ex-esposas 0 primeiro caso, inédito e polémico, de extensio das medidas protetivas de urgéncia, emanadas da Lei Maria da Penha, ocorreu quando 0 Juiz Mario Roberto Kono de Oliveira, do Juizado Especial Criminal Unificado de Cuiabé/MT, decidiu, deforma interlocutéria, no que respeita a aplicagio da Lei n® 11.340/2006, no sentido de amparar homem, em sede de confito intrafamiliar. Exemplo paradigmitico, dentre tantos outros no Brasil, hd de se avocar a desse brilhante Ma gistrado exarado nos Autos de n° 1074/2008, versando sobre pedido de metas protetivas de urgéncia formulado por Celso Bordegato contra Marcia Cristina Ferreira Dias, em processo por erime de ameaga, ondeo requerente fgurava como vitima ea demandada como autora do fato. 0 Juiz “admitiu que, embora em niimero consideravel, existem casos em que o homem 6 vitima por causa de sentimentos de posse ede fia «que levam a todos os tipos de violencia, diga-sefisica, psicolégica, moral e financeira”.™ Deciso fundamentada ¢ inovadora, voltada para ":Deciso profrida po Juiz Miri Roberto Kono de Oia do Estado do Mato Grosso. Autos de 1 1074/2008. Decsdo Intesocutra. Querelante- Celso Bodegato. Queelaa: Mca Cristina IWAN MACEDO DOS SANTOS Ferreira Dias. Jie Miro Roberto Kono de Olea ula 14 de outubro de 208, Decisi inerlocutriaprpriapadronizivel proferda fora de ain. Autos ce 1074/2008 Vises, ‘rats de pido de meas potetvas de urgnca formulada por CELSO BORDEGATTO, contra MARCIA CRISTINA FERREIR\ DIS, em auts de crime de amega, onde orequerert Figura como vita ea roguerida como autora dof. O pedo tem por fundamen Ftc, as viriasagressesfisias, psoas financeeas perpetradas pea autora ds fos ¢ sofridas ela vita , para tao insu peti com vros documents como restr de core, palido de exame de corpo de deli, nota fiscal de consesto de wieuo avariado pela tina, feimimerus e-mails famine intimates exvados pel autora ds fos 2 ytima. Por Fundamento de dre requeraaplicaio da Lei de® 1140, denominada Le aria da Pet, or analog, que inex fei similar ase aplicada quando homem € via de wekncin domestica. Resumiamente, € 0 relalrio, DECIDO: A inovadora Let 11.540 veo por uma ‘ecessidade premente inconkstvl que conssi em tazer uma seguranga 3 mauler vtima de violencia domestica air, que por séeulos ea subjugada pel homem que, dvido ‘sa maior compeiio fsa e cultura macs, compelit "mea" a seus capichos, sua ‘ian tirana Houve por bem ali, atendendo a silica muni, consignad er tratados intemacionais frmads pelo Bras, eazer un poco de iualdae eprotecio & mulher, ob ‘amanda Just. Esta ei que mstrouo seu valores efi, roueram inowagdes que ‘isa asegiraraprotegio da mulher, ciando normasimpedtvs as agresores de manterem) tia so sa julgoeaguantoa moras justica no proatassadecsofnalconfirmada pe ‘se transit em jugado, Ene asa protec a vida incolumidade sia, ao patina, te, Ene er coset nen ee ce gue en Eqn seria da mulher toma por sentiments de posse ede ria que leva a todos es ipas te violencia, digas; sc, psicobigia, morale fnanceira. No ent, como bem desta eo douto causiic, para ests cass ao este previsio legal de revengo violencia, poo ‘que requer a aplicasio dal em comento por analog al apicago € pose? Arespeta me parece psa Vjanas: Eero que no podemosaplcara i penal po andogia “quandose trata cde norma ncriminador,porquanto eo principio da reserva, meme encabecando o ats de ness Cigh Penal: Art 1. No hi crime sem lei anterior que 0 ia ‘Nao hi pena sem pra cominago lei.” Se no podenesaplicara analogta in matam ‘arte, nao quer der que no poderos alicia da Boman pare, on sea, em fv do ‘réquardo nos rata de norma ineriminadora, como pega boa doutin: “Ente ns, io favorives ao emyprego da aalgia fr Bona parte: José Frederico Marques, Magades Noronha, Anibal Brun, Basie Gari, Coste Sia, Oscar Stenson e Narco de Queiéx ‘DAMSIO DE JESUS ~ Direc Penal - Parte Geral — 10° Ed pag 48) Ora, se poems aplcar 1 analoga para favorecer o e€,€ bio que tal apicaca € prfetament vila quando 0 favoreido 6a prpria tina de un rime. Por algimas veres me depare com casos em que fo homem era vita do descontroleemocional de una mulher que no mei esforgos em prticar too tip de agesso pose! contra o homer fui obrigado a decretar a custia ‘preven de mulheres "a ber dem ataqu de nerves” que chegara attr contra ida ‘de seu ex-consore or pare simplesmente no concordar com im de um reacionamento moroso. No & ergo nena omen sesocorrer ao Poder ilo par fazer cesar as ages da qual vem sero wtima.Tambér no € ato de evar. sim, ato de sensatez, Fi que ro procurs o hornem tina se liar de aos também volentos come demonsragio 258 | aoscmmnacio 00 ENERO OMEN NOBRASL EMTACEALEIMARA DAPENHA {aww MACEDO Dos swvTOS luma busca de justiga, em especial tratando-se de um ser humano objeto de ameaca e desrespeito aos seus direitos constitucionais. Noutra decisio inusitada, desta feita em sede de 2° grau, 0 Desembargador Judimar Biber do Estado de Minas Gerais, quando instado sobre a constitucionalidade da Lei Maria da Penha, em sede de Recurso de Apelagéo Criminal (n° 1.0672.07.244893-5/001 = Comarca de Sete Lagoas), decidiu, entendendo, que nao havia dhivida de que a Lei Maria da Penha outorgara, de forma legitima, ‘0s mecanismos capazes de coibir a violencia doméstica no ambito familiar, limitando, todavia, tai beneficios As mulheres, “incidindo, portanto, em virtual inconstitucionalidade em virtude do principio da isonomia”.”* Pelo que se depreende do texto do voto daquele de orga ou de vinganga. E compet Justia fazer ose papel de enviar tds os esforgos em ‘nusex de uma socio de confitos, em busea de uma pa social. No present eas, hi elemen- {os probantes mals do que suficientes para demonstar a necessidade de se defer a medidas Droets de urgclarequeidas, pelo que dtr o pedo edetermino i autora do fto 0 Sgn: 1. que se abstena dese aprximar da vit, uma distinc inferior a 500 metros, Incluindo sua moradia local de trabalho; 2. que se absiena de mater qualquer contto com ayitima, seja por teleonema, e-mail ou qualquer outro meio dreto ou inet. Expegt-se 0 ‘competente mandado econsignese no mesmo aadertncia de que odescumprimento desta ‘ecisio poder importa em crime de desobedincia eat em piso, LC, "™ecisio proferida pelo Desembargador Juda Biber do Estado de Minas Gerais ‘pela Crimial °1,067207-2448935001-Comarca de Sete Lagos - pants: Minsrio Publico do Estado de Minas Gras. petado (4) Geraldo Edimar Soares da Sia - RELATOR: smo. Sr. Des, Judimar Bier. Belo Horizonte, 07 de gisto de 2007, ment: Lei Maria da Penta (Lei 1340/06) - InconsttucionalidaeSusitada plo Juiz de 1° Grau Come Obice Anise De Meds AsecuatrasRequeridas-DiseriminagoInconsticio nal queseresohe afvor da manutengo da normaafastando-sadscriminagio-Afstamento do dice para. a anise do peo. inonsttucionaidade por discriminagiopropcida pla lei Federal 1134006 Lei Maria da Pena sus a outorga de benefcio lego de medidas asseuratras apenas mulheres em situago de viléncla dome, quando o ar. 5°. lea. 226, $8, da Consiga Federal, no possiblitaradiseriminag ats homens em ‘gua siuagio, de modo aincidr em inconsttuconalidae relat, em face do principio da ‘sonomia. Tal inconsttucionalidade, no entanto, no autrza a conclusio de aistamento da le do ordenamento juriico, mas to-somente a extenso das seus efos aus dscriminades {que a solictarem peranteo Poder Judicrio, caso por eo, nao senda portant, posstel simples etiminagio da norma produzida como elemento para asta a anise do pedido de ‘quaisque das medias nea previstas, porque oat. °, c/a. 2, Lear. 226, $8 todos dt Constituigo Federal, compatibizanseeharmonizam se, propiciandoaaplicagio indisinta dt Ao} H000 GENEID HOMEMNO BRASH EMACEALEMARA DA PEMA. | 25Q) CGVAN WXCEDO DOs sAVTOS Magistrado,o qual, utilizando-se da rica doutrina e ensinamentos do Constitucionalista José Afonso da Silva, que estabelece um ponto de vista pela inconstitucionalidade da Lei Maria da Penha, conquanto amesma fere o Principio da Igualdade, resultando desse mestre seguinte questio: “Como, entao, resolver a inconstitucionalidade da discriminacio? Precisamente estendendo o beneticio aos diserimi- nados que solicitarem perante 0 Poder Judiciario, caso por caso’ Demais disso, as medidas de protec 3 integridade, nao ape- nas fisica do homem, tem como pressuposto a garantia de trata- ‘mento as mesmas questoes vivenciaulas por ambos 0s sexos, numa consagrada na Constituigao Federal Ensina Valter Foleto Santin que “o direito nao pode fornecer tratamento diferenciado a um ou outro sexo, mas sim prevenir € reprimir a violéncia doméstica em desfavor de todos 0s membros familiares e no apenas de um dos seus componentes. A sangio deve ser igual ao agressor masculino ou feminino”™ Em recente julgamento, 0 Tribunal de Justiga do Estado do Mato Grosso do Sul, em decisao do Desembargador Dorival Renato le‘em coment tanto para mulheres como par heen em situa de sco ou de ike decorates da reac fail tive, posto mest, 2 sug jurisicional que afstou a andl de ped de imposigo de medias asecurtrias em fae das inconstnconaidade dlegsagi em coment, monn porque oat. 33 dareferda norma de conteng acomete ‘.aalise ao Juio rina com ord, sendo-he cto determina as provas que entender Pertinent enecessrias para cpleta slo dos pedis. Recurso pevido para fata 0 APELACAO CRIMINAL N° 1.0672 07.244895-5001-OOMARCA DESETE LAGOAS- APELANTE(S) [MINISTE:RIO PUBLICO ESTADO SUNNS GERAIS ~ APELADO (A(S): GERALDO EDIMAR SOARES ‘DASIIVA- RELATOR: EXMO. SR. DES. JUDIMAR BIBER. AcGRDIO ‘ists ete, acon Tra, 1°CAMAR CRIMINAL do Tuna de sg do Estado de Minas Gerais, ineorporando neste 0 relaiio def, na conformidade da ata dos julgaments das rots taguigfcas, EM DAR PRONIMENTO, A UNANIMIDADE, elo Horizonte, 07 de ast de 2007. VALTER FOLETO SANTI, iguadade Consttucional pp pp com br juridco sarin > Acesso em: 19 desetembro de 2011 260 | Aovscamma¢ko.00 ENERO HOMEM NO BRAS. EM FACE ALEIMAR DA FEA Cavan acto Dos swvTOS Pavan, avocou o Principio da Razoabilidade ao ampliar medidas protctivas de urgéncia"® da Lei Maria da Penha a um homem que Novica publcada no sto do Tribunal de Justgs do Mato Grosso do Su LIMINAR PROIBE MULHER DE SE APRONIAR DE EX-MARIDO - 19/0920 - Os, Dorit Renato Pavan, membro da$Turma Gel do TMS, em deiso desta sexier (41), concede o pedido de ininar en agrvo de iastrumento wo qual ecard solicioua ribo de que su esposa, de quem se encontra cm process de separa uci, dle se ‘proximase, sano a distinc minima de 10 metros. © mario core da dein do juz deprimei rau que hava indefrdo esa espe de media, permtind apenaso afastamento dar conjugal, obo fundamento de que no hai i queauorizaseaimposigio dessa res- tego, Ao recorrer, mario aravantesustentu que wm sofrende ages fica e verbs or parte da espsa,espondo-0& vexame e humilhao, én de ser por ela a ameacado de ‘norte, tendo tas ages cenevd em elo detabaho, em su rp casa ema presenga do filo do casa. Pavan ponderow que a linia deveria ser deerda dante darelencia dos argumentasexpastos pelo agrasante, havendo roa sunt, ao mens para afase process ‘em que. feo se encontra, de que a agra es promavend aresses fica e psoas «conta o agravante, «quer cheyou aameacar de aor, promorendo tm comentiios€ ites hurhantseonrasu pessoa, fats comrovades por mii ce Boltins de Oeoréncia ‘evant formalizadas jun Pokal, bem coo fs das ferment pronocas peas agressies da agavada, 0 relator afro que o princi ase aplicad para define a especie (60 da razoablidae,havdo por ele como seo o aed, es que “a inextncia de regra «spsica que prevea media protetna deo aproximacio destin a esguardo dos titos das homens (Enero maseulino) no € justia plusve ao indeferimento de tl pet, pos, efrmo, oordenamento jurdco deve ser interpreta como um ta indice eas ‘onfitas de interesses resides ara da aplicaco de pringipins eda interpreta analgea de suas norms” kim disso, ponder que “oaavante rata uae de eonfito far Insustentivel que afta os diets fandamentas ses de seu iho adolescent, tds altos A digidade da pessoa humana’, 0 que «Jer a entender que ole ireito de lcomocdo ‘du espsa deve ser relathizado para inibilzar que posal continvar a praicar aos que se reve atentatrios a aloes relents como sio os da ona eda digidade da pessoa humana, pases também de proteo, mesmo que pela via ete posta pelo agivate, Oreatorfrisow ainda que a media solicit pelo ator ter objetivo de proteo mtu, Sef, dele e da prpia agressora, pois evita possi ate dole de revidar an atagues da ‘e-companheira Pan sistent na decsio ainda que “a resign Hherdade de locomocao dag no genéica, mas spec, no sentido dio somente mantrdstnca razael ddoagrvante, para evtar ao mos dos fatos, de extrema gaia a saber: a) primeio de que ‘tagavada poss dar entinuidade 3 pritica das tos agressivose de humilacio que submete (0 agravane perante sua prpria fae olegas de trabalho, ofendendo, com a at, sua ignidae; 6) segundo, de que é posse que o autor, setindo-se menosprezado, humid ‘eofendid, passa revdar 4 agreso, com prejuzs incall para o casa eensequencits drt no mito da fara.” desembaryador fund se no argumento de que “oagrvante aninvés de usar da truculneia ou davon, em reside as tages da mulher, vem emia «epostula tuelajursdiciona condizente com reaidade ds fats eda stun de ameaa que [ADIScRMINAGAO DO GENERO-HOMEM NO BRASILEMFACEALEIMARIADAENHA | 261 Lavan MACEDO Dos SANTOS estava sofrendo ameagas e humilhagoes advindas de sua esposa, apesar de estarem em processo de separagio judicial. ‘ funda- ‘mentagio suscitada pelo Magistrado, para conceder as Medics Protetivas de Urgéncia previstas na Lei n® 11.340/2006, consistiv na tese de protec ao casal de possiveis agressdes miituas. De acordo com 0 Doutrinarista José Afonso da Silva “[..] no se trate de mera isonomia formal. Onde houver um homem ¢ uma muther, qualquer tratamento desigual entre eles, a propésito de situagdes pertinentes a ambos os sexos, constituird infringéncia constitucional”." ff importante que se ressalte que a protecio con- cedida 20 homem, por intermédio de medidas previstas na referida Lei, constitui-se em um grande passo para que se efetive a garantia aos direitos fundamentais do individuo, seja ele homem, mulher, branco, negro Pragmaticamente, é dificil traduzir 0 mesmo tratamento da mulher vitima de violéncia doméstica ao homem objeto de agressfio, ‘em sendo ao que to inca ~ praticada pela mulher, rates peas quai entende que “deve ter tendo o seu pedo, sen mesmo pssvel que se utilize da medida requerda na Inca, comoliminat, sem qu ss poss implica em qualquer cerceamentonaliberdade do diet de evr da arava, que encontrar iit, tt-somente, na ordem ji resteitva

S-ar putea să vă placă și