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O que é e o que
pretende este livro?
Mais um livro sobre alfabetização? Ainda discussões sobre métodos de
alfabetização?
Supondo que leitores e leitoras estarão se fazendo essas perguntas – eu
me faria essas perguntas tendo em mãos um livro com um título deste, de
uma autora que tanto já publicou sobre o tema... –, procuro nestas primeiras
palavras respondê-las, situando este livro na minha trajetória de estudiosa
e pesquisadora da alfabetização e do letramento. Tomo para isso, como se
verá, três textos que me parecem ser, nessa trajetória, marcos representativos
de momentos que precedem este livro.
Este livro é fruto de décadas de reflexões sobre a escola pública. Nela
iniciei minha vida profissional, antes mesmo de graduada na licenciatura em
Letras, e, para a jovem de classe média, que cursara todo o ensino básico em
escola privada, essa vivência da escola pública representou um verdadeiro
rito de passagem: momento em que o objetivo restrito de ensinar português
a “semelhantes”, que era o que minha formação deixava supor que me cum-
pria fazer, converteu-se no objetivo desafiador de compreender crianças de
10 • Alfabetização
AGRADECIMENTOS
Nas palavras anteriores, situei este livro em minha trajetória de estu-
diosa e pesquisadora sobre a alfabetização. Trajetórias não são trilhadas
em solidão; nelas, são companheiros e parceiros todos os com quem con-
vivemos, com quem pesquisamos, com quem trocamos ideias, com quem
compartilhamos dúvidas. Assim, não há como agradecer individualmente
a todos que, de uma forma ou de outra, comigo viveram e têm vivido
o compromisso e a responsabilidade com a educação das crianças das
camadas populares nas escolas públicas. Como representantes de todos a
quem tanto devo, nomeio os colegas do Centro de Alfabetização, Leitura
e Escrita – Ceale – da Faculdade de Educação da Universidade Federal
de Minas Gerais, há 25 anos dedicados incansavelmente à pesquisa, à
docência, à colaboração com o poder público na luta pela qualidade da
alfabetização e letramento das crianças brasileiras.
É necessário, porém, destacar dois colegas a quem solicitei leitura crítica
deste livro e que, com admiráveis dedicação e competência, acompanharam
passo a passo sua elaboração, lendo, analisando, criticando cada capítulo:
Artur Gomes de Morais, da Universidade Federal de Pernambuco (ufpe), que
me emprestou seu olhar de profundo conhecedor da Psicolinguística da
Alfabetização; e Sara Mourão Monteiro, da Universidade Federal de Minas
Gerias (ufmg), alfabetizadora por muitos anos, pesquisadora da alfabeti-
zação, formadora de alfabetizadores, que me emprestou sua experiência e
compreensão das relações teorias-práticas em alfabetização.
Recordando o quanto me custou ter acesso à bibliografia tanto nacional
quanto internacional quando escrevia minha tese de livre-docência, nos
distantes anos 1960 (quantos microfilmes solicitei à Biblioteca do Congres-
so, nos Estados Unidos! Vinham pelo correio, e eu os lia penosamente em
máquinas leitoras que projetavam – mal – os artigos em tela!), não posso
deixar de agradecer a estas entidades abstratas, ou aos responsáveis por elas:
às bibliotecas virtuais Scielo e Periódicos Capes, de fundamental importância
para a escrita deste livro, porque me disponibilizaram prontamente, no
conforto de minha mesa de trabalho, artigos da produção científica nacional
e internacional. No entanto, algumas vezes nem mesmo essas admiráveis
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