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Geografia Política

AULA 7

CONTRIBUIÇÕES DA IDADE MODERNA E OS


PILARES PARA A SOCIEDADE CAPITALISTA
Sumário
Introdução .................................................................................................................................... 3

Objetivos....................................................................................................................................... 3

1. O Mundo Moderno e o desenvolvimento ........................................................................... 3


1.1. O papel dos Estados Modernos................................................................................... 4
1.2. Renascimento............................................................................................................... 4
1.3. O Sistema Mercantilista............................................................................................... 5
1.4. Da cidade medieval à cidade industrial ..................................................................... 5

2. A consolidação da sociedade moderna .............................................................................. 7


2.1. Considerações sobre o desenvolvimento .................................................................. 7

Exercícios ..................................................................................................................................... 7

Gabarito ........................................................................................................................................ 8

Resumo ......................................................................................................................................... 9

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Introdução
Na última aula, foi possível compreender sob quais formas a modernidade
transformou a economia construída na Idade Média, levando ao esgotamento do
sistema feudal e, consequentemente, à estruturação de uma nova sociedade baseada
sob um padrão diferente de produção e consumo.
Nesta aula, serão apresentadas as contribuições da Idade Moderna para a
consolidação e evolução do capitalismo como fator fundamental para se
compreender mudanças no entendimento sobre o conceito de desenvolvimento.

Objetivos
 Compreender como a Idade Moderna transformou a sociedade capitalista;
 Relacionar algumas mudanças no entendimento sobre o desenvolvimento
com as contribuições da Idade Moderna para a evolução do capitalismo.

1. O Mundo Moderno e o desenvolvimento


Você já se perguntou o que, afinal, é desenvolvimento?
A palavra desenvolvimento é polissêmica, podendo denotar crescimento,
progresso ou adiantamento. Seus diferentes significados têm sofrido variação ao
longo do tempo, sobretudo, quando se busca entender a sociedade baseada no modo
de produção capitalista.
O sistema capitalista, por sua vez, tal como conhecemos atualmente, é
resultado do acúmulo histórico de experiências da sociedade, seja do ponto de vista
da produção, seja do ponto de vista do consumo. A evolução desse modo de produzir
e consumir vem se realizando desde o século XV, quando o mundo experimentou o
esgotamento do Feudalismo e a transição para o Capitalismo.
No modelo feudal, a sociedade esteve baseada sobre os seguintes pilares:
descentralização do poder político, economia baseada na produção agrícola e
trabalho servil. A sociedade estruturava-se em três camadas: nobres detentores de
terras, o clero e os produtores (camponeses e pequenos artesãos). A baixíssima
possibilidade de ascensão social marcava uma sociedade cristalizada e as relações
sociais baseadas na posse comunal da terra pelo camponês era garantida pela sua
capacidade de gerar excedentes para o senhor feudal.
Alguns fatos históricos contribuíram para sinalizar o fim do sistema feudal.
Eles podem, inclusive, ser considerados avanços pelas soluções que foram
responsáveis por apresentar. Nesse sentido, destaca-se a formação dos Estados
Modernos para a centralização do poder político; o Renascimento como impulso à
produção intelectual; a consolidação do Sistema Mercantilista para a intensificação
das trocas comerciais mundiais; e a transição da organização urbana medieval para
a de tipo comercial e, posteriormente, industrial.

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1.1. O papel dos Estados Modernos
A formação dos Estados nacionais europeus foi um marco de surgimento da
Idade Moderna. Foram surgindo ao longo dos séculos XIV, XV e XVI e criados a partir
do ideal da Teoria Política Clássica, sob a qual o Estado era baseado em três
elementos formativos: espaço físico para exercício do poder, um povo sobre o qual
seria exercido o poder e a soberania para o exercício do poder sobre seu povo e seu
território.
As duas principais formações políticas sob a forma de Estado-nação, à
época, eram a Inglaterra e a França, pois, segundo JOBIM (1973), em ambos os casos,
havia maior consciência nacional entre a população daqueles territórios. A força
política desses dois Estados, entre os séculos XIV e XV, opôs Inglaterra e França em
um grande conflito conhecido como Guerra dos Cem Dias.

SAIBA MAIS!

“[...] No sul da Europa, já na Península Ibérica, a


Espanha, no final do século XV, ainda não existia como
uma unidade política. Por ter sido invadida em 711
pelos árabes, a história da formação da nacionalidade
espanhola é a história da reconquista de seu território.”
(JOBIM, L. et al; 1973; p. 267)

A soberania sobre o território exercido pelo Estado-nação dava maior


segurança aos nobres donos de terra que não tinham capacidade de, por si somente,
combater invasões e proteger suas possessões. O Estado, portanto, gradativamente,
substitui as relações de suserania e vassalagem entre nobres e camponeses, sendo
ele a instituição que garantiria o cumprimento dos deveres e o usufruto dos direitos.

1.1.Renascimento
O Renascimento (Renascentismo ou Renascença) foi um movimento de
produção intelectual sob o qual foi possível ampliar o conhecimento científico,
artístico e literário, amplamente controlados pela Igreja Católica na Idade Média. O
palco desse movimento foi a Itália, os Países Baixos, a Espanha, a França, a Alemanha
e a Inglaterra. Diversos autores têm apontado que o Renascimento se tornou um elo
essencial no caminho da Humanidade para o progresso.
Conforme aponta JOBIM (1973; p. 274), “no século XIV, a técnica e a cultura
dos árabes e chineses eram muito mais aperfeiçoadas do que a dos ocidentais; a
partir desse século, os europeus iniciaram uma radical transformação, que permitiu
que em um ou dois século os alcançassem e superassem, pois trezentos anos mais
tarde o nível da civilização ocidental já se impunha ao mundo inteiro”.

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Os grandes precursores do Renascimento foram os humanistas, dentre os
quais Dante Alighieri, Francisco Petrarca e Bocácio. Outros grandes nomes
apareceram nesse período, revolucionando a forma de expressão artística, como
Miguel Ângelo, Leonardo da Vinci e Rafael de Florença.

1.2.O Sistema Mercantilista


O Mercantilismo foi o conjunto de teorias e práticas de intervenção
econômica na Europa, a partir do século XV, tendo como características o
nacionalismo autárquico, o intervencionismo estatal e a importância dada ao
bullionismo (Metalismo). A partir dessa doutrina, o poder econômico do Estado-
nação foi impulsionado pelo acúmulo de metais preciosos e por práticas de proteção
do mercado interno, como o protecionismo alfandegário, algo jamais visto antes e
que proporcionou aos produtores nacionais maiores garantias.
A procura por ouro e prata foi responsável pela presença ativa da Espanha
em suas colônias americanas e, consequentemente, exploração intensa em áreas
que, hoje, se encontram países como Bolívia e Peru. A prática da pirataria também
tem como motivo a busca por metais preciosos e teve na Inglaterra sua maior
entusiasta.

1.3.Da cidade medieval à cidade industrial


A Idade Média (séc. V ao XV) é marcada pela retração do vigor urbano,
causada pela grande importância dada à agricultura latifundiária e a quase extinção
das trocas comerciais externas. As cidades europeias são, nesse período, reduzidas
a dois tipos: cidades episcopais e os burgos.
As primeiras referiam-se aos centros de administração eclesiástica, com
papel comercial praticamente nulo. Já as segundas eram pontos fortificados,
cercados por muralhas e rodeados por fossos, construídos sob as ordens dos
senhores ou príncipes feudais, com o objetivo de servir de refúgio a eles e seus
servos, e armazenamento de animais e alimentos, em caso de perigo.

DICA DE FILME

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Na série Game of Thrones, sucesso recente da HBO, os
personagens estão envolvidos numa estrutura social
marcada pela relação de suserania e vassalagem, sendo
o distanciamento do rei fator para maior lealdade dada
aos senhores de terra. A economia baseada na
agricultura, sugere uma sociedade baseada sob o modo
de produção feudal.

O revigoramento gradativo da atividade comercial motivou a formação de


aglomerações para além dos espaços murados dos burgos. Conforme SPOSITO
(2005; p. 31), esse fenômeno deu origem a expressões como foris-burgus, que
denotava o sentido de burgo dos arredores ou arrabaldes. Esses espaços serviram
como impulso para a urbanização nos séculos posteriores.
Com a formação dos Estados Nacionais Absolutistas, houve maior
adensamento populacional pelo surgimento de uma burocracia numerosa
relacionada ao aparato político-administrativo do Estado. Além disso, o acúmulo de
capital promovido pelos grandes mercadores levou a aristocracia feudal a arrendar
ou vender parcelas de suas terras. A terra rural, pouco a pouco, se transformava em
mercadoria e sua posse estava condicionada ao poder aquisitivo dos indivíduos.

IMPORTANTE!

“A cidade mercantil era também o espaço de


dominação e gestão do modo de produção, de exercício
de poder e fornecedora de serviços, tanto quanto as
cidades antigas. No entanto, diferenciava-se delas por
seu caráter produtivo, ou seja, passar a ser, de forma
mais marcante, o lugar da produção de mercadorias.”
(SPOSITO, M.E.B; 2005; p. 40)

A dissolução da posse comunal da terra que detinha o camponês é resultado


do interesse da burguesia comercial em investir na produção agrícola. O
crescimento do número de artesãos nas cidades opunha-se ao interesse dos
mercadores de se apropriarem dos processos produtivos. O surgimento das
manufaturas foi fundamental para a emergência do trabalho assalariado nas cidades
e transformação da produção artesanal urbana. Esses fatores criaram as bases para
o surgimento da maquinofatura, que define a produção industrial, e possibilitou a
ampliação em dimensões jamais vistas da produção de mercadorias.

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2. A consolidação da sociedade moderna
A sociedade moderna tem por bases o renascimento urbano e comercial, a
instituição da propriedade privada da terra rural e a estratificação social definida
pela coexistência de três classes que buscam a hegemonia social: a nobreza, o clero
e a burguesia, que vão caracterizar a estrutura social do antigo regime. Além disso,
é na Idade Moderna que se fundam as bases do trabalho assalariado que é
fundamental para o surgimento do proletariado.

2.1.Considerações sobre o desenvolvimento


É possível considerar algumas contribuições advindas da Idade Moderna,
dentre as quais: maior segurança nacional e possibilidade de resolução de impasses
internos; maior liberdade intelectual, artística e de expressão; e maior fluxo de
mercadorias que possibilitou a diversificação do consumo de alimentos. Nesse
sentido, o desenvolvimento reside na ampliação da capacidade de produzir,
consumir, se expressar e se organizar socialmente.

Exercícios
1. (ENEM, 2011) “Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade
medieval nascido talvez de um profundo sentimento de insegurança, estava
difundida no mundo rural, estava do mesmo modo no meio urbano, pois que uma
das características da cidade era de ser limitada por portas e por uma muralha.”
DUBY, G. et al. Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P; DUBY, G. História da vida privada da Europa
Feudal à Renascença. São Paulo: Cia. Da Letras, 1990 (adaptado).
As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da
Idade Média, quando elas assumiram a função de pontos de passagem ou
pórticos. Este processo está diretamente relacionado com
A) o crescimento das atividades comerciais e urbanas
B) a migração de camponeses e artesãos
C) a expansão dos parques industriais e fabris
D) o aumento do número de castelos e feudos
E) a contenção das epidemias e doenças

2. (FUVEST, XXXX) As corporações de ofício medievais possuíam um conjunto de


regras que formavam um verdadeiro código de ética. Uma dessas regras eras a
do “justo preço”, que se pode formular do seguinte modo:
A) A corporação deveria promover a ascensão do produtor à categoria de
empresário.
B) Cada qual deveria vender a seus clientes sem procurar seduzir a freguesia dos
confrades.

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C) O artífice não deveria trabalhar tendo em vista unicamente o ganho, mas de
modo a produzir artigos “de lei”.
D) O valor de um produto era representado pela adição do custo da matéria-
prima ao custo do trabalho.
E) O mestre não tinha o direito de utilizar-se do aprendiz exclusivamente em
benefício próprio, mas deveria ensinar-lhe lealmente todos os segredos do ofício.

3. (UNESP, 2008) “O Mercantilismo é entendido como um conjunto de práticas,


adotadas pelo Estado absolutista na época moderna, com o objetivo de obter e
preservar riqueza. A concepção predominante parte da premissa de que a
riqueza da nação é determinada pela quantidade de ouro e prata que ela possui”.
(www.historianet.com.br. Acessado em 03.03.2008)
Na busca de tais objetivos, os estados europeus, na época moderna,
A) adotaram políticas intervencionistas, regulando o funcionamento da
economia, como o protecionismo.
B) suprimiram por completo a propriedade privada da terra, submetendo-a ao
interesse maior da nação.
C) ampliaram a liberdade de ação dos agente econômicos, vistos como
responsáveis pela prosperidade nacional.
D) determinaram o fim da livre iniciativa, monopolizando as atividades
econômicas rurais e urbanas.
E) buscaram a formação de uniões alfandegárias que levassem a prosperidade
aos países envolvidos.

Gabarito
1. Resposta correta: A

A “queda das fortalezas medievais” simbolizaram o renascimento urbano e


comercial pela ampliação da segurança interna dos território submetidos ao poder
político do Estado Absolutista, no período moderno.

2. Resposta correta: D

Com relação ao “justo preço” das corporações de ofício, nesse período, não
se atribuía lucro por atividade ao preço da mercadoria, pois a noção de mais-valia
foi adquirida somente após o surgimento das manufaturas burguesas.

3. Resposta correta: A

O protecionismo alfandegário foi uma prática possível a partir do


pensamento sobre a economia nacional, a instituição do Mercantilismo e a ascensão
dos Estados nacionais, no período moderno. Sua principal função era proteger a
produção interna diante das condições diferenciais de produção na Europa e no
Oriente.

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Resumo
Nesta aula, vimos as contribuições da Idade Moderna para o entendimento
sobre o desenvolvimento. Foram notados progressos em diversos setores. Na
economia, o Sistema Mercantilista foi responsável por elevar a economia nacional a
um patamar superior, com o advento da proteção da produção interna. Na política,
a formação dos Estados Absolutistas Nacionais foi responsável pelo aumento da
segurança dos países e, consequentemente, impulsionou o renascimento urbano e
comercial. Nas artes, o Movimento Renascentista trouxe maior vigor artístico e
contribuições em pinturas, poesias, prosas, esculturas e projetos arquitetônicos que
marcaram época.
Também na Idade Moderna, criou-se as bases para o capitalismo
contemporâneo, com a diminuição do poder da aristocracia e relativo aumento do
poder da burguesia comercial, marcado pela ascensão do trabalho assalariado na
cidade. Como consequência da diminuição do poder da nobreza houve aquisição por
parte dos mercadores de parcelas de terra rural, que possibilitou aumento da
produção de alimentos e diversificação de produtos.
De forma geral, foi possível associar as contribuições da Idade Moderna a
noção de desenvolvimento social, no sentido de que a sociedade deixa de ser
primitiva e com alcance limitado em vários setores para se tornar complexa e ter
sua capacidade de intervenção no mundo ampliada.

Referências bibliográficas

CASTRO, Iná Elias de. Geografia e política: território, escalas de ação e instituições. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2005.

JOBIM, Leopoldo et al. Grande história universal. Vol II. Rio de Janeiro: Bloch Editores, 1973.

SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Capitalismo e Urbanização. São Paulo: Contexto, 2005.

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Geografia Política

AULA 8

CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO
Sumário
Introdução ....................................................................................................................... 2

Objetivos .......................................................................................................................... 2

1. Desenvolvimento e crescimento econômico ......................................................... 2


1.1. O subdesenvolvimento .................................................................................... 2
1.2. Economia do subdesenvolvimento ................................................................. 3
1.3. Geopolítica do subdesenvolvimento ............................................................... 4
1.4. O desenvolvimento como mito........................................................................ 4

Exercícios ......................................................................................................................... 5

Gabarito ........................................................................................................................... 6

Resumo ............................................................................................................................ 7

1
Introdução
Na última aula, foram abordadas as contribuições da Idade Moderna para a
construção dos pilares da sociedade capitalista. Em diversos pontos, foram
identificadas transformações que sugeriam desenvolvimento em diferentes setores
da vida social. A noção foi trabalhada a partir da ideia de crescimento, progresso ou
avanço.
Nesta aula, vamos abordar o conceito de desenvolvimento, buscando
diferenciá-lo da noção de crescimento econômico.

Objetivos
 Analisar o alcance e os limites do conceito de desenvolvimento,
diferenciando da noção de crescimento econômico;
 Compreender o conceito de desenvolvimento no mundo contemporâneo;

1. Desenvolvimento e crescimento econômico


Existe diferença entre o desenvolvimento e o crescimento econômico?
O geógrafo Marcelo Lopes de Souza tem diversos artigos onde aponta a
diferença entre as noções de desenvolvimento e crescimento econômico. Para ele, o
conceito de desenvolvimento possui o sentido de mudança para melhor e seu
conteúdo poderia ser expressado a partir das metas de “melhoria da qualidade de
vida”, “redução das iniquidades”, “promoção do bem comum”, etc. Estaria, portanto,
relacionado à mudança qualitativa da sociedade. Entretanto, a dimensão econômica
tem sido usada como meio para se atingir esses objetivos, caracterizando-se pelo
tratamento de indicadores econômicos como meio para se obter a referida mudança
para melhor.
Apesar disso, cada vez mais é possível denunciar o crescimento de
problemas sociais em países tidos como modelos de desenvolvimento econômico.
Alguns exemplos são úteis para essa denúncia, como o aumento do desemprego
diante da automação industrial nos Estados Unidos e o acirramento das diferenças
étnicas globais manifestado pela xenofobia na Europa.

1.1.O subdesenvolvimento
A partir da Segunda Guerra Mundial, a palavra “subdesenvolvimento” foi
popularizada, sobretudo entre os políticos norte-americanos. O grande problema a
ser combatido era a miséria existente nos países da África, Ásia e América Latina e a
solução proposta foi estimular o aumento da produtividade agrícola nesses países

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de modo que a produção satisfizesse a demanda interna, como se a miséria fosse
causada pela baixa oferta de alimentos.
Para Yves Lacoste, autor do livro Geografia do Subdesenvolvimento, há
diferentes tipos de definição do subdesenvolvimento, entre as quais: (1) carência de
uma população pelo “necessário” para se viver; (2) incapacidade produtiva de um
país ou região; (3) ou superprodução de recursos que conduz a sua subvalorização;
(4) produção de riqueza anual, caracterizada pelo PIB (Produto Interno Bruto) de
determinado país; (5) atraso histórico; (6) ausência de indústrias; (7) bloqueio
econômico, pela falta de capitais, mercados, etc.; (8) dualismo econômico, resultado
da falta de articulação entre um setor da economia “moderna” e de um setor da
economia “tradicional”; (9) dominação exercida pelas potências imperialistas.
Dessa forma, o termo subdesenvolvimento, possui uma base econômica,
mas se explica completamente a partir da análise geopolítica. Quando amparado a
partir da comparação entre países, o conceito de desenvolvimento denota apenas a
noção de “diferença”, pois é necessário ter em mente os processos de formação
econômica de cada área. Quando considerada a geopolítica percebe-se bem o papel
da dominação das potências.

1.2.Economia do subdesenvolvimento
O reduzido desenvolvimento econômico tem conduzido os países
periféricos à refletir sobre determinados problemas, dentro os quais: insuficiências
alimentares; grande proporção de analfabetos, doenças de massas e mortalidade
infantil; recursos negligenciados ou desperdiçados; forte proporção de agricultores
com baixa produtividade; fraca proporção das classes médias; industrialização
restrita ou incompleta; hipertrofia e parasitismo do setor terciário; debilidade do
PIB per capita; grande número de desempregados e subempregados; situação de
subordinação econômica; forte desigualdade social; e grande crescimento
demográfico.

EXEMPLO

Atualmente, os países africanos possuem deficiências


econômicas que os colocam, em sua maioria, no
patamar de subdesenvolvido. Em diversas regiões,
ainda persistem quadro de desnutrição crônica ou
fome aberta, como é o caso de países da região do
Chifre da África.

A produção de riquezas em países ditos subdesenvolvidos é comprometida


pela especialização funcional que estão dispostos a realizar. Em grande medida,
após a década de 1950, diversos desses países começam a investir intensamente na

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modernização agrícola, tornando-se, em grande medida, exportadores de
commodities.
1.3.Geopolítica do subdesenvolvimento
A especialização funcional entre países, esconde uma vantagem dada aos
ditos “desenvolvidos”. Na medida em que os países pobres investiram na produção
agrícola para combater a fome em seus territórios, deixaram de realizar
investimentos em tecnologia produzindo um quadro de dependência com os países
centrais. O resultado foi uma divisão internacional do trabalho pautada pela
carência de produtos industrializados de ponta nos países periféricos e maior
capacidade de importar alimentos dos países centrais. O problema de desnutrição,
nos primeiros, não foi sanado justamente pelo aumento da demanda de consumo
por produtos tecnológicos, possibilitados pelo aumento na exportação de alimentos.

SAIBA MAIS!

A Indonésia é um dos destinos recentes da produção


industrial de diversas grandes marcas. Entretanto, nos
últimos anos, tem apresentado grande exportação de
grãos para a China, fator que leva o setor de alimentos
a liderar o quadro de exportações. Apesar disso, ainda
possui ocorrências expressivas de desnutrição em seu
território.

A análise da geopolítica atual auxilia, ainda mais profundamente, na


compreensão sobre o mito do “subdesenvolvimento”. Primeiramente, quando se
observa que diversos países hoje considerados “subdesenvolvidos” foram
explorados como colônias pelas potências mundiais, além de terem vivenciado uma
desaceleração do seu desenvolvimento por interesses imperialistas.

1.4.O desenvolvimento como mito


O mito do desenvolvimento como sinônimo ou gerado pelo crescimento
econômico pode ser desmentido em duas vias: o bom desempenho em termos de
PIB do Brasil e da China; e a persistência de problemas sociais em países ditos
desenvolvidos. No primeiro caso, é possível perceber a China como a segunda maior
potência econômica, com PIB de US$ 12,42 trilhões (2017), e uma desigualdade
social alarmante que justificaria sua classificação como não-desenvolvida.
Entretanto, potências econômicas como os Estados Unidos não estão distantes dessa
realidade.
Cada vez mais o desemprego tecnológico tem produzido mais pobres em
países como Japão, Estados Unidos e Alemanha. A diminuição da classe média nessas
áreas aumenta o quadro de desigualdade social e as políticas anti-imigração tem

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demonstrado a insuficiência dessas economias em absorver mão-de-obra de baixa
qualificação.

Exercícios
1. (ENEM, 2016) “Dados recentes mostram que muitos são os países periféricos que
dependem dos recursos enviados pelo imigrantes que estão nos países centrais.
Grande parte dos países da América Latina, por exemplo, depende hoje das remessas
de seus imigrantes. Para se ter uma ideia mais concreta, recentes dados divulgados
pela ONU revelaram que somente os indiano recebem 10 bilhões de dólares de seus
compatriotas no exterior. No México, segundo maior volume de divisas, esse valor
chega a 9,9 bilhões de dólares e nas Filipinas, o terceiro, a 8,4 bilhões.”
(HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES, C. W. A novas des-
ordem mundial. São Paulo: Edunesp, 2006.)
Um aspecto do mundo globalizado que facilitou a ocorrência do processo descrito,
na transição do século XX para o século XXI, foi o(a)
A) Integração de culturas distintas
B) Avanço técnico das comunicações
C) Quebra de barreiras alfandegárias
D) Flexibilização das regras trabalhistas
E) Desconcentração espacial da produção

2. (ENEM, 2000) Em 1999, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento


elaborou o “Relatório do Desenvolvimento Humano”, do qual foi extraído o trecho
abaixo.

De acordo com esse trecho do relatório, o cenário do desenvolvimento humano


mundial, nas últimas décadas, foi caracterizado pela:
A) Diminuição da disparidade entre as nações
B) Diminuição da marginalização de países pobres
C) Inclusão progressiva de países no sistema produtivo
D) Crescente concentração de renda, recursos e riqueza
E) Distribuição equitativa dos resultados das inovações tecnológicas

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3. (ENEM, 2000) As sociedades modernas necessitam cada vez mais de energia. Para
entender melhor a relação entre desenvolvimento e consumo de energia, procurou-
se relacionar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de vários países com o
consumo de energia nesses países. O IDH é um indicador social que considera a
longevidade, o grau de escolaridade, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita e o
poder de compra da população. Sua variação é de 0 a 1. Valores do IDH próximos de
1 indicam melhores condições de vida. Tentando-se estabelecer uma relação entre
o IDH e o consumo de energia per capita nos diversos países, no biênio 1991-1992,
obteve-se o gráfico abaixo, onde cada ponto isolado representa um país, e a linha
cheia, uma curva de aproximação.

Com base no gráfico, é correto afirmar que:


A) Quanto maior o consumo de energia per capita, menor é o IDH
B) Os países onde o consumo de energia per capita é menor que 1 TEP não
apresentam bons índices de desenvolvimento humano.
C) Existem países com IDH entre 0,1 e 0,3 com consumo de energia per capita
superior a 8 TEP.
D) Existem países com consumo de energia per capita de 1 TEP e de 5 TEP que
apresentam aproximadamente o mesmo IDH, cerca de 0,7.
E) Os países com altos valores de IDH apresentam um grande consumo de energia
per capita (acima de 7 TEP).

Gabarito
1. Resposta correta: B
O avanço técnico das comunicações possibilitou as movimentações financeiras por
meios digitais que facilitaram, entre outras coisas, os envios de remessas entre
países.

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2. Resposta correta: D
Crescimento desigual das riquezas entre países promoveu maior concentração de
recursos e inovações tecnológicas, conforme demonstrado no texto.

3. Resposta correta: D
A leitura do gráfico conduz à afirmação contida nessa alternativa, pois, de fato,
existem países com consumo de energia per capita de 1 TEP e de 5 TEP que
apresentam aproximadamente o mesmo IDH, cerca de 0,7.

Resumo
Nessa aula, foi possível entender a diferença entre desenvolvimento e
crescimento econômico. Na primeira, entende-se pelo sentido qualitativo da
mudança para melhor. Na segunda, a compreensão deve ser feita de forma
quantitativa. O desenvolvimento, além de ser uma ideia passada das potenciais
mundiais para os demais países, somente é possível acessar na comparação. Em
muitos casos, quando feita comparação nos deparamos com o mito do conceito.

Referências bibliográficas

SOUZA, Marcelo Lopes. O desafio metropolitano: um estudo sobre a problemática sócio-espacial nas
metrópoles brasileiras. Bertrand Brasil: Rio de Janeiro, 2012.

LACOSTE, Yves. Geografia do Subdesenvolvimento: geopolítica de uma crise. DIFEL: São Paulo, 1985

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