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AULA 7
Objetivos....................................................................................................................................... 3
Exercícios ..................................................................................................................................... 7
Gabarito ........................................................................................................................................ 8
Resumo ......................................................................................................................................... 9
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Introdução
Na última aula, foi possível compreender sob quais formas a modernidade
transformou a economia construída na Idade Média, levando ao esgotamento do
sistema feudal e, consequentemente, à estruturação de uma nova sociedade baseada
sob um padrão diferente de produção e consumo.
Nesta aula, serão apresentadas as contribuições da Idade Moderna para a
consolidação e evolução do capitalismo como fator fundamental para se
compreender mudanças no entendimento sobre o conceito de desenvolvimento.
Objetivos
Compreender como a Idade Moderna transformou a sociedade capitalista;
Relacionar algumas mudanças no entendimento sobre o desenvolvimento
com as contribuições da Idade Moderna para a evolução do capitalismo.
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1.1. O papel dos Estados Modernos
A formação dos Estados nacionais europeus foi um marco de surgimento da
Idade Moderna. Foram surgindo ao longo dos séculos XIV, XV e XVI e criados a partir
do ideal da Teoria Política Clássica, sob a qual o Estado era baseado em três
elementos formativos: espaço físico para exercício do poder, um povo sobre o qual
seria exercido o poder e a soberania para o exercício do poder sobre seu povo e seu
território.
As duas principais formações políticas sob a forma de Estado-nação, à
época, eram a Inglaterra e a França, pois, segundo JOBIM (1973), em ambos os casos,
havia maior consciência nacional entre a população daqueles territórios. A força
política desses dois Estados, entre os séculos XIV e XV, opôs Inglaterra e França em
um grande conflito conhecido como Guerra dos Cem Dias.
SAIBA MAIS!
1.1.Renascimento
O Renascimento (Renascentismo ou Renascença) foi um movimento de
produção intelectual sob o qual foi possível ampliar o conhecimento científico,
artístico e literário, amplamente controlados pela Igreja Católica na Idade Média. O
palco desse movimento foi a Itália, os Países Baixos, a Espanha, a França, a Alemanha
e a Inglaterra. Diversos autores têm apontado que o Renascimento se tornou um elo
essencial no caminho da Humanidade para o progresso.
Conforme aponta JOBIM (1973; p. 274), “no século XIV, a técnica e a cultura
dos árabes e chineses eram muito mais aperfeiçoadas do que a dos ocidentais; a
partir desse século, os europeus iniciaram uma radical transformação, que permitiu
que em um ou dois século os alcançassem e superassem, pois trezentos anos mais
tarde o nível da civilização ocidental já se impunha ao mundo inteiro”.
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Os grandes precursores do Renascimento foram os humanistas, dentre os
quais Dante Alighieri, Francisco Petrarca e Bocácio. Outros grandes nomes
apareceram nesse período, revolucionando a forma de expressão artística, como
Miguel Ângelo, Leonardo da Vinci e Rafael de Florença.
DICA DE FILME
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Na série Game of Thrones, sucesso recente da HBO, os
personagens estão envolvidos numa estrutura social
marcada pela relação de suserania e vassalagem, sendo
o distanciamento do rei fator para maior lealdade dada
aos senhores de terra. A economia baseada na
agricultura, sugere uma sociedade baseada sob o modo
de produção feudal.
IMPORTANTE!
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2. A consolidação da sociedade moderna
A sociedade moderna tem por bases o renascimento urbano e comercial, a
instituição da propriedade privada da terra rural e a estratificação social definida
pela coexistência de três classes que buscam a hegemonia social: a nobreza, o clero
e a burguesia, que vão caracterizar a estrutura social do antigo regime. Além disso,
é na Idade Moderna que se fundam as bases do trabalho assalariado que é
fundamental para o surgimento do proletariado.
Exercícios
1. (ENEM, 2011) “Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade
medieval nascido talvez de um profundo sentimento de insegurança, estava
difundida no mundo rural, estava do mesmo modo no meio urbano, pois que uma
das características da cidade era de ser limitada por portas e por uma muralha.”
DUBY, G. et al. Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P; DUBY, G. História da vida privada da Europa
Feudal à Renascença. São Paulo: Cia. Da Letras, 1990 (adaptado).
As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da
Idade Média, quando elas assumiram a função de pontos de passagem ou
pórticos. Este processo está diretamente relacionado com
A) o crescimento das atividades comerciais e urbanas
B) a migração de camponeses e artesãos
C) a expansão dos parques industriais e fabris
D) o aumento do número de castelos e feudos
E) a contenção das epidemias e doenças
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C) O artífice não deveria trabalhar tendo em vista unicamente o ganho, mas de
modo a produzir artigos “de lei”.
D) O valor de um produto era representado pela adição do custo da matéria-
prima ao custo do trabalho.
E) O mestre não tinha o direito de utilizar-se do aprendiz exclusivamente em
benefício próprio, mas deveria ensinar-lhe lealmente todos os segredos do ofício.
Gabarito
1. Resposta correta: A
2. Resposta correta: D
Com relação ao “justo preço” das corporações de ofício, nesse período, não
se atribuía lucro por atividade ao preço da mercadoria, pois a noção de mais-valia
foi adquirida somente após o surgimento das manufaturas burguesas.
3. Resposta correta: A
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Resumo
Nesta aula, vimos as contribuições da Idade Moderna para o entendimento
sobre o desenvolvimento. Foram notados progressos em diversos setores. Na
economia, o Sistema Mercantilista foi responsável por elevar a economia nacional a
um patamar superior, com o advento da proteção da produção interna. Na política,
a formação dos Estados Absolutistas Nacionais foi responsável pelo aumento da
segurança dos países e, consequentemente, impulsionou o renascimento urbano e
comercial. Nas artes, o Movimento Renascentista trouxe maior vigor artístico e
contribuições em pinturas, poesias, prosas, esculturas e projetos arquitetônicos que
marcaram época.
Também na Idade Moderna, criou-se as bases para o capitalismo
contemporâneo, com a diminuição do poder da aristocracia e relativo aumento do
poder da burguesia comercial, marcado pela ascensão do trabalho assalariado na
cidade. Como consequência da diminuição do poder da nobreza houve aquisição por
parte dos mercadores de parcelas de terra rural, que possibilitou aumento da
produção de alimentos e diversificação de produtos.
De forma geral, foi possível associar as contribuições da Idade Moderna a
noção de desenvolvimento social, no sentido de que a sociedade deixa de ser
primitiva e com alcance limitado em vários setores para se tornar complexa e ter
sua capacidade de intervenção no mundo ampliada.
Referências bibliográficas
CASTRO, Iná Elias de. Geografia e política: território, escalas de ação e instituições. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2005.
JOBIM, Leopoldo et al. Grande história universal. Vol II. Rio de Janeiro: Bloch Editores, 1973.
SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Capitalismo e Urbanização. São Paulo: Contexto, 2005.
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Geografia Política
AULA 8
CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO
Sumário
Introdução ....................................................................................................................... 2
Objetivos .......................................................................................................................... 2
Exercícios ......................................................................................................................... 5
Gabarito ........................................................................................................................... 6
Resumo ............................................................................................................................ 7
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Introdução
Na última aula, foram abordadas as contribuições da Idade Moderna para a
construção dos pilares da sociedade capitalista. Em diversos pontos, foram
identificadas transformações que sugeriam desenvolvimento em diferentes setores
da vida social. A noção foi trabalhada a partir da ideia de crescimento, progresso ou
avanço.
Nesta aula, vamos abordar o conceito de desenvolvimento, buscando
diferenciá-lo da noção de crescimento econômico.
Objetivos
Analisar o alcance e os limites do conceito de desenvolvimento,
diferenciando da noção de crescimento econômico;
Compreender o conceito de desenvolvimento no mundo contemporâneo;
1.1.O subdesenvolvimento
A partir da Segunda Guerra Mundial, a palavra “subdesenvolvimento” foi
popularizada, sobretudo entre os políticos norte-americanos. O grande problema a
ser combatido era a miséria existente nos países da África, Ásia e América Latina e a
solução proposta foi estimular o aumento da produtividade agrícola nesses países
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de modo que a produção satisfizesse a demanda interna, como se a miséria fosse
causada pela baixa oferta de alimentos.
Para Yves Lacoste, autor do livro Geografia do Subdesenvolvimento, há
diferentes tipos de definição do subdesenvolvimento, entre as quais: (1) carência de
uma população pelo “necessário” para se viver; (2) incapacidade produtiva de um
país ou região; (3) ou superprodução de recursos que conduz a sua subvalorização;
(4) produção de riqueza anual, caracterizada pelo PIB (Produto Interno Bruto) de
determinado país; (5) atraso histórico; (6) ausência de indústrias; (7) bloqueio
econômico, pela falta de capitais, mercados, etc.; (8) dualismo econômico, resultado
da falta de articulação entre um setor da economia “moderna” e de um setor da
economia “tradicional”; (9) dominação exercida pelas potências imperialistas.
Dessa forma, o termo subdesenvolvimento, possui uma base econômica,
mas se explica completamente a partir da análise geopolítica. Quando amparado a
partir da comparação entre países, o conceito de desenvolvimento denota apenas a
noção de “diferença”, pois é necessário ter em mente os processos de formação
econômica de cada área. Quando considerada a geopolítica percebe-se bem o papel
da dominação das potências.
1.2.Economia do subdesenvolvimento
O reduzido desenvolvimento econômico tem conduzido os países
periféricos à refletir sobre determinados problemas, dentro os quais: insuficiências
alimentares; grande proporção de analfabetos, doenças de massas e mortalidade
infantil; recursos negligenciados ou desperdiçados; forte proporção de agricultores
com baixa produtividade; fraca proporção das classes médias; industrialização
restrita ou incompleta; hipertrofia e parasitismo do setor terciário; debilidade do
PIB per capita; grande número de desempregados e subempregados; situação de
subordinação econômica; forte desigualdade social; e grande crescimento
demográfico.
EXEMPLO
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modernização agrícola, tornando-se, em grande medida, exportadores de
commodities.
1.3.Geopolítica do subdesenvolvimento
A especialização funcional entre países, esconde uma vantagem dada aos
ditos “desenvolvidos”. Na medida em que os países pobres investiram na produção
agrícola para combater a fome em seus territórios, deixaram de realizar
investimentos em tecnologia produzindo um quadro de dependência com os países
centrais. O resultado foi uma divisão internacional do trabalho pautada pela
carência de produtos industrializados de ponta nos países periféricos e maior
capacidade de importar alimentos dos países centrais. O problema de desnutrição,
nos primeiros, não foi sanado justamente pelo aumento da demanda de consumo
por produtos tecnológicos, possibilitados pelo aumento na exportação de alimentos.
SAIBA MAIS!
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demonstrado a insuficiência dessas economias em absorver mão-de-obra de baixa
qualificação.
Exercícios
1. (ENEM, 2016) “Dados recentes mostram que muitos são os países periféricos que
dependem dos recursos enviados pelo imigrantes que estão nos países centrais.
Grande parte dos países da América Latina, por exemplo, depende hoje das remessas
de seus imigrantes. Para se ter uma ideia mais concreta, recentes dados divulgados
pela ONU revelaram que somente os indiano recebem 10 bilhões de dólares de seus
compatriotas no exterior. No México, segundo maior volume de divisas, esse valor
chega a 9,9 bilhões de dólares e nas Filipinas, o terceiro, a 8,4 bilhões.”
(HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES, C. W. A novas des-
ordem mundial. São Paulo: Edunesp, 2006.)
Um aspecto do mundo globalizado que facilitou a ocorrência do processo descrito,
na transição do século XX para o século XXI, foi o(a)
A) Integração de culturas distintas
B) Avanço técnico das comunicações
C) Quebra de barreiras alfandegárias
D) Flexibilização das regras trabalhistas
E) Desconcentração espacial da produção
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3. (ENEM, 2000) As sociedades modernas necessitam cada vez mais de energia. Para
entender melhor a relação entre desenvolvimento e consumo de energia, procurou-
se relacionar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de vários países com o
consumo de energia nesses países. O IDH é um indicador social que considera a
longevidade, o grau de escolaridade, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita e o
poder de compra da população. Sua variação é de 0 a 1. Valores do IDH próximos de
1 indicam melhores condições de vida. Tentando-se estabelecer uma relação entre
o IDH e o consumo de energia per capita nos diversos países, no biênio 1991-1992,
obteve-se o gráfico abaixo, onde cada ponto isolado representa um país, e a linha
cheia, uma curva de aproximação.
Gabarito
1. Resposta correta: B
O avanço técnico das comunicações possibilitou as movimentações financeiras por
meios digitais que facilitaram, entre outras coisas, os envios de remessas entre
países.
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2. Resposta correta: D
Crescimento desigual das riquezas entre países promoveu maior concentração de
recursos e inovações tecnológicas, conforme demonstrado no texto.
3. Resposta correta: D
A leitura do gráfico conduz à afirmação contida nessa alternativa, pois, de fato,
existem países com consumo de energia per capita de 1 TEP e de 5 TEP que
apresentam aproximadamente o mesmo IDH, cerca de 0,7.
Resumo
Nessa aula, foi possível entender a diferença entre desenvolvimento e
crescimento econômico. Na primeira, entende-se pelo sentido qualitativo da
mudança para melhor. Na segunda, a compreensão deve ser feita de forma
quantitativa. O desenvolvimento, além de ser uma ideia passada das potenciais
mundiais para os demais países, somente é possível acessar na comparação. Em
muitos casos, quando feita comparação nos deparamos com o mito do conceito.
Referências bibliográficas
SOUZA, Marcelo Lopes. O desafio metropolitano: um estudo sobre a problemática sócio-espacial nas
metrópoles brasileiras. Bertrand Brasil: Rio de Janeiro, 2012.
LACOSTE, Yves. Geografia do Subdesenvolvimento: geopolítica de uma crise. DIFEL: São Paulo, 1985