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Semana 1
Bernardo Soares
01. Resumo
02. Exercícios de Aula
03. Exercícios de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
Na última aula, destacamos as principais diferenças reproduzida é de uma carta, recentemente liberada
entre os tipos e os gêneros textuais, entendendo, para divulgação, deixada pelo ex-presidente George
inclusive, todas as suas classificações. Agora, con- Bush ao passar o cargo para o também ex-presiden-
siderando a variedade de gêneros na língua portu- te Bill Clinton, em 1993. Nos Estados Unidos, a práti-
guesa, detalharemos alguns que, nos últimos anos, ca é comum. No texto, o antecessor deseja um bom
apareceram com frequência não só na prova de Lin- governo e, principalmente, dá dicas sobre como li-
guagens do ENEM, mas também como propostas de dar com críticas durante o mandato. É um documen-
redação em vestibulares específicos. São eles: car- to histórico e merece seu destaque.
ta, artigo de opinião, editorial e dissertação argu-
mentativa. Vamos conhecê-los? Estamos falando de uma carta; há, então, algumas
características básicas que, no texto reproduzido
aqui, são bem comuns nesse gênero textual:
A carta
→ Local e data: Perceba que, logo no início da
É provável que você já tenha lido - ou até enviado - carta, há informações do local em que foi redigida
uma carta e reconheça facilmente a sua estrutura. (Washington, sede do governo norte-americano) e
Não é difícil perceber algumas marcas, uma vez que de sua data de envio. Neste gênero, é essencial que
esse gênero - com traços argumentativos ou não - você leve em consideração essas informações e,
Red. 159
tem características bem específicas. Observe um principalmente, que sejam fieis ao momento e local
exemplo: da produção, já que estamos falando de um docu-
mento - que, inclusive, no caso da imagem, como já
dissemos, faz parte da história.
Red. 160
um pouco mais opinativos que merecem destaque, E assim o dilema do vestido virou metáfora des-
muito pela frequência de cobrança nos vestibula- sa época repleta de certezas fugazes, avessa à
res e, é claro, por suas marcas, mais incomuns nos tolerância. Uma cor é uma cor. E pronto. Sen-
textos que costumamos ler: o artigo de opinião e o tença emitida, hora da polêmica seguinte. Im-
editorial. Como muitas de suas características são porta pouco se 10%, um quarto ou dois terços
comuns - trabalham com fatos, defendem opiniões enxergam a peça (ou a vida) em outros tons.
com dados, exemplos, argumentos de autoridade, Fernando Sabino, certa vez, explicou assim o
etc. -, vamos manter nossa atenção nas diferenças, diálogo sobre o tabuleiro de damas: “Quis suge-
muito presentes nas questões sobre esses gêneros. rir que, por baixo da realidade que se apresenta
aos nossos olhos, existe outra”. Do lado da ci-
O artigo de opinião defende, prioritariamente, a opi- ência, o médico Luis Fernando Correia ensinou
nião do autor. Isso significa que, em um mesmo ve- que a visão humana não é objetiva como pare-
ículo de comunicação - um jornal, por exemplo -, ce: “Há mais interpretação que certeza. Cada
diferentes autores podem ter posicionamentos con- cérebro interpreta as cores de um jeito próprio.
trários. O ponto de vista do articulista, normalmen- E tudo bem”.
te responsável por uma coluna em jornal ou revis-
ta, independe, então, da forma como o veículo se Na ausência dessa compreensão, reside a in-
posiciona. Nesse sentido, marcas como a primeira tolerância despudorada, de cores fortes e sem
pessoa do singular são bem presentes nesses tex- filtro, das redes sociais, que tanto mal faz ao
tos, uma vez que a opinião defendida é do próprio debate democrático. Facebook e Twitter são
autor do artigo. Vamos ver um exemplo? torcidas organizadas de times rivais. Não bas-
ta torcer pelo próprio clube; é preciso humilhar,
Sobre visões e tons destruir os fãs adversários. Em segundo plano
fica o esporte, paixão nacional a caminho da
Foi Fernando Sabino em “Martini seco” (1987) vala.
quem propôs a reflexão. “Qual a cor do tabu-
leiro de damas?”, indagou o escrivão, um dos Na política, idem. O mundo virtual se divide en-
personagens, após vencer o amigo comissário tre os que enxergam o Brasil como irremediável
de polícia numa partida. Seria branco com qua- fracasso ou sucesso em gestação. É tudo bran-
drados pretos ou preto com quadrados bran- co ou preto. Não há espaço nem para 50 tons
cos? O comissário tentou as duas opções e er- de cinza, para usar a referência cinematográfi-
rou a resposta. Ao fim, o escrivão sentenciou: ca da vez, nem para a outra cor de Sabino.
E na agenda dos direitos civis, há quem sobre- O tema merece debate mais amplo envolven-
ponha classificação de gênero ao afeto nas re- do profissionais da área da educação e nossos
lações familiares. Daí o presidente da Câmara parlamentares, que devem cobrar mudanças.
dos Deputados desarquivar uma proposta de Há de se considerar a revelevância do progra-
legislação que limita a homem, mulher e des- ma criado pelo Ministério da Educação, que
cendentes a definição de família. É mais que di- entrou em vigor ainda em 2010. As vagas dis-
ferença de visão, é falta dela. poníveis nas universidades públicas são insufi-
Na loja virtual da varejista britânica, as vendas cientes para atender a demanda de estudantes
do vestido preto e azul quase quadruplicaram que conclui o Ensino Médio. Muitas acabam
com o dilema das cores. A empresa, agora, es- ocupadas por alunos que têm oportunidade de
tuda lançar o modelo branco e dourado. Fica permanecer longo tempo em cursinhos particu-
aqui a sugestão que a peça venha também em lares para obter bons resultados, principalmen-
outra cor, coberta de branco, dourado, preto e te nos cursos mais concorridos. Há, também,
azul. Salve o tabuleiro de Sabino! aqueles que saíram de escola pública, esforça-
ram-se e conseguiram atingir essa meta. É a li-
Flávia Oliveira. Jornal O Globo, 01/03/2015 vre concorrência, num sistema que se mostra
incapaz de contemplar todos.
Perceba, no texto da jornalista, que a opinião de-
fendida faz referência, exclusivamente, ao seu posi- De alguma forma, seria preciso começar a cor-
cionamento individual, e não ao que o jornal aponta rigir as históricas diferenças sociais. O Fies
como ponto de vista editorial. Trata-se, então, de um tornou-se oportunidade para que pessoas de
Red. 161
artigo de opinião. baixa renda pudessem ingressar na universi-
O editorial, por sua vez, defende uma opinião muito dade. Mas há falhas graves e precedentes pre-
mais corporativa. Aqui, quem se posiciona é o pró- ocupantes. Reportagem divulgada hoje pelo
prio veículo, de acordo com a linha que escolhe se- Correio do Estado mostra casos de jovens que
guir - chamada, também, de linha editorial. As re- saem do curso com dívida altíssima, bem supe-
ferências, neste gênero, não são feitas à primeira rior ao montante que pagariam no decorrer do
pessoa do singular, mas à primeira pessoa do plural curso. Caso consigam arrumar emprego - con-
e, muitas vezes, à terceira pessoa, tratando o pró- siderando as circunstâncias atuais de crise - te-
prio veículo como responsável por aquelas posições rão grande parte da renda comprometida para
(“A Folha defende que...” é um exemplo). Normal- quitar o financiamento, algo que pode levar
mente, os editoriais são apresentados em colunas mais de 10 anos.
com títulos próximos a “Nossa opinião”. Observe um
exemplo: Estudantes contam ainda com o Programa Uni-
versidade Para Todos (ProUni), que garante bol-
Distorções na educação sas de estudo e os valores não precisam ser res-
tituídos pelos beneficiados. As universidades
Linha tênue separa as consequências antagô- particulares recebem isenções fiscais em troca
nicas a que estão sujeitos os estudantes que das vagas concedidas. As duas opções citadas
optam pelo Fundo de Financiamento Estudan- acabam representando garantia de boa quan-
til (Fies). Por um lado, o financiamento parcial tidade de matriculados nas instituições de en-
ou até total das mensalidades em universidade sino superior privadas, que contam com lucro
particular representa a oportunidade de reali- praticamente garantido desse grupo, já que os
zar o sonho de obter ensino superior. Por outro, valores são “bancados” pelo Governo Federal,
o aluno já deixa a faculdade com dívida consi- por meio das isenções ou pelo sistema de finan-
derável e, em muitos casos, não consegue ar- ciamento. Os valores dos cursos continuam su-
rumar emprego facilmente, ainda mais nesse bindo consideravelmente todos os anos.
período de grave recessão econômica. Assim,
inadimplência continua aumentando e já al- Surge, portanto, outra distorção no modelo vi-
cança metade do total de financiamentos auto- gente atualmente. As universidades públicas
rizados no País. Há, sem dúvida, distorções que acabam depreciadas, precisando de mais in-
precisam ser corrigidas. vestimentos do Governo Federal. Há, sem dú-
vida, méritos em garantir acesso ao ensino
superior a jovens de baixa renda. As instituições como tese, uma opinião global que, durante os pa-
privadas cumprem papel importante, conside- rágrafos, será defendida com exemplos, dados esta-
rando que durante anos as instituições públicas tísticos, argumentos de autoridade e outras estraté-
não tiveram melhorias necessárias. Há eviden- gias que conheceremos em outro momento. Aqui, é
te necessidade, porém, de aperfeiçoar critérios importante que você saiba diferenciar os dois gêne-
que incluem exigências de qualidade, além de ros, a fim de, no vestibular, não produzir algo dife-
coerência nos valores cobrados. São mudanças rente do proposto pela Banca.
essenciais para evitar as armadilhas existentes
atualmente.
Características da disserta-
Editorial do jornal Correio do Estado, MS, 22 ção argumentativa
de janeiro de 2017
O texto dissertativo-argumentativo, como já vimos,
defende uma tese. Dessa maneira, é importante que
Note que a opinião apresentada, neste caso, não os argumentos construídos sejam apresentados de
é de alguém em específico, mas do próprio jornal, forma bem específica, a fim de conseguirmos, em
que, inclusive, menciona reportagens produzidas poucas linhas, convencer o receptor da mensagem.
pelo próprio veículo na defesa de opiniões. Se o po- Há, então, algumas características importantíssimas
sicionamento é do jornal, por exemplo, e não de um para a construção desse texto. Vamos vê-las?
autor em específico, estamos falando de um edito-
rial. → Objetividade e impessoalidade: Nesse gênero
Red. 162
textual, é essencial que as opiniões sejam mostradas
de forma objetiva, ou seja, evitando trazer informa-
Dissertação expositiva e ar- ções muito subjetivas, baseadas em convicções in-
gumentativa dividuais e argumentos pouco racionais, e buscando
uma impessoalidade. Isso quer dizer que, na disser-
Por fim, antes de começarmos, de fato, o nosso cur- tação argumentativa, o uso da primeira pessoa não
so de produção textual, precisamos conhecer as es- vai ser sempre a melhor opção. Trabalhar com a ter-
trelas das nossas próximas aulas: a dissertação ex- ceira pessoa, neste caso, pode distanciar melhor o
positiva e a argumentativa. Como já vimos na aula autor das opiniões apresentadas e, assim, deixá-las
anterior, o objetivo desses gêneros se resume a, ba- mais próximas de verdades absolutas.
sicamente, mostrar posicionamentos e defendê-los
ao longo do texto. Há, porém, algumas diferenças → Estrutura específica: Você já deve ter ouvido
que precisam ser mostradas aqui. falar sobre a estruturação dos parágrafos de uma
dissertação. Basicamente, é importante que, nes-
A dissertação expositiva, como o nome já diz, preo- se gênero textual, estejam presentes uma introdu-
cupa-se, apenas, com a exposição de informações ção, parágrafos de desenvolvimento que defendam
- sejam fatos, sejam posicionamentos. Não há uma a opinião global do texto e uma conclusão. Em outro
opinião central, defendida ao longo de todo o texto, momento, detalharemos as características de cada
com unhas e dentes, buscando convencer um pos- parágrafo.
sível leitor. Um texto sobre a redução da maioridade
penal, por exemplo, que mostra os dois lados da mo- → Coerência e coesão: Na construção de qual-
eda - opiniões favoráveis e contrárias - é dissertativo quer texto, a produção de sentido, tanto de maneira
expositivo. O objetivo, aqui, é apenas deixar o leitor abstrata quanto formal (com palavras) é essencial.
informado sobre fatos e opiniões a respeito do tema Dessa forma, a coerência, responsável por essas
- sem, necessariamente, buscar convencê-lo de al- relações no campo das ideias, e a coesão, que usa
guma coisa. palavras nessa construção, precisam ser trabalha-
das de maneira bem rica na dissertação. Teremos,
A dissertação argumentativa, por sua vez, tem como em outro momento, uma aula específica sobre isso,
principal objetivo convencer o leitor. O posiciona- mas não se esqueça dessa regra: seu texto precisa
mento defendido é central no texto e é conhecido ter sentido.
É muito importante que você conheça e entenda de Linguagens. Nas próximas aulas, detalharemos
todas as características desse gênero textual. Isso melhor a estrutura desse texto a fim de facilitar a sua
porque, levando em consideração apenas o ENEM, produção. De qualquer forma, não deixe de aprovei-
a dissertação argumentativa é texto obrigatório na tar os exercícios selecionados para esta matéria e
prova de Redação e tema de questões em sua prova praticar as suas especificidades, ok?
EXERCÍCIOS DE AULA
1.
Carta ao Tom 74
Red. 163
A que ponto a cidade turvaria
Esse Rio de amor que se perdeu
Mesmo a tristeza da gente era mais bela
E além disso se via da janela
Um cantinho de céu e o Redentor
É, meu amigo, só resta uma certeza,
É preciso acabar com essa tristeza
É preciso inventar de novo o amor
MORAES, V.; TOQUINHO. Bossa Nova, sua história, sua gente. São Paulo:
Universal; Philips,1975 (fragmento).
a) compartilhem uma visão realista sobre o amor em sintonia com o meio urbano.
b) troquem notícias em tom nostálgico sobre as mudanças ocorridas na cidade.
c) façam confidências, uma vez que não se encontram mais no Rio de Janeiro.
d) tratem pragmaticamente sobre os destinos do amor e da vida citadina.
e) aceitem as transformações ocorridas em pontos turísticos específicos.
2.
Grupo transforma pele humana em neurônios
“Pela primeira vez, seremos capazes de observar células com ELA ao mi-
croscópio e ver como elas morrem”, disse Valerie Estess, diretora do Projeto
ALS (ELA, em inglês), que financiou parte da pesquisa. Observar em deta-
lhes a degeneração pode sugerir novos métodos para tratar a ELA.
KOLNERKEVIC, I. Folha de S.Paulo. 1 ago. 2008 (adaptado).
Red. 164
3.
A última edição deste periódico apresenta mais uma vez tema relacionado
ao tratamento dado ao lixo caseiro, aquele que produzimos no dia a dia. A
informação agora passa pelo problema do material jogado na estrada vici-
nal que liga o município de Rio Claro ao distrito de Ajapi. Infelizmente, no
local em questão, a reportagem encontrou mais uma forma errada de des-
tinação do lixo: material atirado ao lado da pista como se isso fosse o ideal.
Muitos moradores, por exemplo, retiram o lixo de suas residências e, em vez
de um destino correto, procuram dispensá-lo em outras regiões. Uma situ-
ação no mínimo incômoda. Se você sai de casa para jogar o lixo em outra
localidade, por que não o fazer no local ideal? É muita falta de educação
achar que aquilo que não é correto para sua região possa ser para outra. A
Disponível em: http:// reciclagem do lixo doméstico é um passo inteligente e de consciência. Olha
jornaldacidade.uol.com. o exemplo que passamos aos mais jovens! Quem aprende errado coloca em
br. Acesso em: 10 ago. 2012
(adaptado). prática o errado. Um perigo!
Esse editorial faz uma leitura diferenciada de uma notícia veiculada no jornal. Tal
diferença traz à tona uma das funções sociais desse gênero textual, que é
Red. 165
O autor do texto analisa a aprovação da MP 540/2011 pelo Senado, deixando cla-
ra a sua opinião sobre o tema. O trecho que apresenta uma avaliação pessoal do
autor como uma estratégia de persuasão do leitor é:
5.
Censura moralista
Red. 166
Nesta época do ano, em que comprar compulsivamente é a principal pre-
ocupação de boa parte da população, é imprescindível refletirmos sobre a
importância da mídia na propagação de determinados comportamentos que
induzem ao consumismo exacerbado. No clássico livro O capital, Karl Marx
aponta que no capitalismo os bens materiais, ao serem fetichizados, passam
a assumir qualidades que vão além da mera materialidade. As coisas são
personificadas e as pessoas são coisificadas. Em outros termos, um automó-
vel de luxo, uma mansão em um bairro nobre ou a ostentação de objetos de
determinadas marcas famosas são alguns dos fatores que conferem maior
valorização e visibilidade social a um indivíduo.
TEXTO II
Todos os dias, em algum nível, o consumo atinge nossa vida, modifica nossas
relações, gera e rege sentimentos, engendra fantasias, aciona comporta-
mentos, faz sofrer, faz gozar. Às vezes constrangendo-nos em nossas ações
no mundo, humilhando e aprisionando, às vezes ampliando nossa imagi-
nação e nossa capacidade de desejar, consumimos e somos consumidos.
Numa época toda codificada como a nossa, o código da alma (o código do
ser) virou código do consumidor! Fascínio pelo consumo, fascínio do consu-
mo. Felicidade, luxo, bem-estar, boa forma, lazer, elevação espiritual, saúde,
turismo, sexo, família e corpo são hoje reféns da engrenagem do consumo.
2.
Salvador, 10 de maio de 2012.
Red. 167
nos relativos às áreas administrativas.
As contribuições feitas pelos membros da equipe serão de grande valia para
o aperfeiçoamento dos processos de trabalho que estão sendo utilizados.
Queira, por gentileza, transmitir-lhes nossos cumprimentos.
Atenciosamente,
Disponível em: www. Rivaldo Oliveira Andrade
pcspeed.com.br. Acesso em:
1 maio 2012 (adaptado). Diretor Administrativo e Financeiro
A carta manifesta reconhecimento de uma empresa pelos serviços prestados
pelos consultores da PC Speed. Nesse contexto, o uso da norma-padrão
a) constitui uma exigência restrita ao universo financeiro e é substituível por lin-
guagem informal.
b) revela um exagero por parte do remetente e torna o texto rebuscado linguis-
ticamente.
c) expressa o formalismo próprio do gênero e atribui profissionalismo à relação
comunicativa.
d) torna o texto de difícil leitura e atrapalha a compreensão das intenções do re-
metente.
e) sugere elevado nível de escolaridade do diretor e realça seus atributos inte-
lectuais.
3.
A educação física ensinada a jovens do ensino médio deve garantir o acúmu-
lo cultural no que tange à oportunização de vivência das práticas corporais;
a compreensão do papel do corpo no mundo da produção, no que tange ao
controle sobre o próprio esforço, e do direito ao repouso e ao lazer; a inicia-
tiva pessoal nas articulações coletivas relativas às práticas corporais comu-
nitárias; a iniciativa pessoal para criar, planejar ou buscar orientação para
Disponível em: www.portal. suas próprias práticas corporais; a intervenção política sobre as iniciativas
mec.gov.br. Acesso em: 19
ago. 2012. públicas de esporte e de lazer.
Red. 168
4.
O último longa de Carlão acompanha a operária Silmara, que vive com o pai,
um ex-presidiário, numa casa da periferia paulistana. Ciente de sua beleza,
o que lhe dá certa soberba, a jovem acredita que terá um destino diferente
do de suas colegas. Cruza o caminho de dois cantores por quem é apaixona-
da. E constata, na prática, que o romantismo dos contos de fada tem perna
curta.
VOMERO, M. F. Romantismo de araque. Vida Simples, n. 121, ago. 2012.
Reconhece-se, nesse trecho, uma posição crítica aos ideais de amor e felicidade
encontrados nos contos de fada. Essa crítica é traduzida
5.
Embora particularidades na produção mediada pela tecnologia aproximem
a escrita da oralidade, isso não significa que as pessoas estejam escrevendo
errado. Muitos buscam, tão somente, adaptar o uso da linguagem ao suporte
utilizado: “O contexto é que define o registro de língua. Se existe um limite
de espaço, naturalmente, o sujeito irá usar mais abreviaturas, como faria no
papel”, afirma um professor do Departamento de Linguagem e Tecnologia
do Cefet-MG. Da mesma forma, é preciso considerar a capacidade do desti-
natário de interpretar corretamente a mensagem emitida. No entendimento
do pesquisador, a escola, às vezes, insiste em ensinar um registro utilizado
apenas em contextos específicos, o que acaba por desestimular o aluno, que
não vê sentido em empregar tal modelo em outras situações. Independente-
mente dos aparatos tecnológicos da atualidade, o emprego social da língua
revela-se muito mais significativo do que seu uso escolar, conforme ressalta
a diretora de Divulgação Científica da UFMG: “A dinâmica da língua oral é
sempre presente. Não falamos ou escrevemos da mesma forma que nossos
avós”. Some-se a isso o fato de os jovens se revelarem os principais usuários
das novas tecnologias, por meio das quais conseguem se comunicar com
facilidade. A professora ressalta, porém, que as pessoas precisam ter dis-
cernimento quanto às distintas situações, a fim de dominar outros códigos.
SILVA JR., M. G.; FONSECA, V.
Revista Minas Faz Ciência, n. 51, set.-nov. 2012 (adaptado).
Na esteira do desenvolvimento das tecnologias de informação e de comunica-
ção, usos particulares da escrita foram surgindo. Diante dessa nova realidade,
segundo o texto, cabe à escola levar o aluno a
6.
Ao se apossarem do novo território, os europeus ignoraram um universo de an-
tiga sabedoria, povoado por homens e bens unidos por um sistema integrado. A
Red. 169
recusa em se inteirar dos valores culturais dos primeiros habitantes levou-os a
uma descrição simplista desses grupos e à sua sucessiva destruição.
Na verdade, não existe uma distinção entre a nossa arte e aquela produzida por
povos tecnicamente menos desenvolvidos. As duas manifestações devem ser
encaradas como expressões diferentes dos modos de sentir e pensar das várias
sociedades, mas também como equivalentes, por resultarem de impulsos huma-
nos comuns.
De acordo com o texto, inexiste distinção entre as artes produzidas pelos coloni-
zadores e pelos colonizados, pois ambas compartilham o(a)
a) suporte artístico.
b) nível tecnológico.
c) base antropológica.
d) concepção estética.
e) referencial temático.
7.
Exmº Sr. Governador:
Red. 170
b) recorre a termos e expressões em desuso no português.
c) apresenta-se na primeira pessoa do singular, para conotar intimidade com o
destinatário.
d) privilegia o uso de termos técnicos, para demonstrar conhecimento especia-
lizado.
e) expressa-se em linguagem mais subjetiva, com forte carga emocional.
8.
O bit na galáxia de Gutenberg
9.
Nós, brasileiros, estamos acostumados a ver juras de amor, feitas diante de
Deus, serem quebradas por traição, interesses financeiros e sexuais. Casais
se separam como inimigos, quando poderiam ser bons amigos, sem trau-
mas. Bastante interessante a reportagem sobre separação. Mas acho que
os advogados consultados, por sua competência, estão acostumados a tra-
Red. 171
tar de grandes separações. Será que a maioria dos leitores da revista tem
obras de arte que precisam ser fotografadas antes da separação? Não seria
mais útil dar conselhos mais básicos? Não seria interessante mostrar que a
separação amigável não interfere no modo de partilha dos bens? Que, seja
qual for o tipo de separação, ela não vai prejudicar o direito à pensão dos
Disponível em: http://
filhos? Que acordo amigável deve ser assinado com atenção, pois é bastan-
revistaepoca.globo.com. te complicado mudar suas cláusulas? Acho que essas são dicas que podem
Acesso em: 26 fev. 2012
(adaptado). interessar ao leitor médio.
10.
O tema da velhice foi objeto de estudo de brilhantes filósofos ao longo dos
tempos. Um dos melhores livros sobre o assunto foi escrito pelo pensador e
orador romano Cícero: A Arte do Envelhecimento . Cícero nota, primeira-
mente, que todas as idades têm seus encantos e suas dificuldades. E depois
aponta para um paradoxo da humanidade. Todos sonhamos ter uma vida
longa, o que significa viver muitos anos. Quando realizamos a meta, em vez
de celebrar o feito, nos atiramos a um estado de melancolia e amargura. Ler
as palavras de Cícero sobre envelhecimento pode ajudar a aceitar melhor a
passagem do tempo.
QUESTÃO CONTEXTO
Texto I
Red. 172
Fonte: pinterest.com
Texto II
02.
Exercícios para casa
1. b
2. c
3. a
4. c
5. e
6. c
7. e
Red. 173
8. e
9. e
10. e