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“... no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se
corrompe segundo as concupiscências do engano.”
A nossa antiga disposição pecaminosa, aqui chamada de velho homem, não pode ser
fortalecida. Desconsiderar o perigo dos vícios e da sedução do pecado é um erro
gravíssimo que trará vergonha e sofrimento.
Eles foram suficientemente ensinados na verdade. A instrução no contexto
antecedente era de que os cristãos de Éfeso não deveriam viver de modo inconstante,
dominados pela vaidade de seus próprios pensamentos (4:17), obscurecidos de
entendimento, alienados da vida de Deus (4:18), insensíveis pelo pecado, ou
comprometidos com impurezas sexuais (4:19), porque antes de sua conversão era
assim que eles eram (2:1-3). Eberhard Hahn relaciona o assunto afirmando que
em Rm 13.12 Paulo fala de “despir-se das obras das trevas”, que são listadas em Cl 3.8:
ira, rancor, maldade, maledicência, palavras obscenas. O afastamento resoluto desse tipo
1
João Calvino, Gálatas, Efésios, Filipenses e Colossenses – Série Comentários Bíblicos (São José dos Campos, Editora
Fiel, 2010), p. 321.
2
George Stoeckhardt, Concordia Classic Commentary Series – Ephesians (St. Louis, Publishing House, 1987), p. 215.
3
A inconstância espiritual não deve uma característica dos cristãos. Eles não devem
voltar às práticas do período anterior à sua conversão, não concordar com
pensamentos ímpios, nem se associarem as abomináveis práticas pagãs dos gentios
que viviam dominados pela escravidão do pecado e influência de demônios.
3
Eberhard Hahn, Carta aos Efésios – Comentário Esperança (Curitiba, Editora Evangélica Esperança, 2006), p. 56.
4
sua intercessão. É por isso que ele pode nos apresentar perfeitos, mesmo enquanto
vivemos imperfeitos no presente tempo.
“Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva,
desejo maligno e a avareza, que é idolatria.”
O legalismo não tem eficácia contra os impulsos pecaminosos. Por isso, eles deveriam
se identificar com Cristo, e nele crucificados, pois somente a expiação pode cancelar o
poder do pecado. Odiar o pecado que os escravizava e que levou à crucificação o
Redentor. Por isso, Johannes Wigard comenta que
assim, como aqueles que foram amarrados e pregados, forçados a ficarem dependurados
e não terem liberdade de usar seus membros, do mesmo modo a depravação da carne
também precisa ser pregada, capturada e forçada, pois essa é a chave para resolver o
problema do pecado. Portanto, crucificar a carne significa amarrá-la pelo Espírito Santo,
impedindo-a de nos levar a pecados ímpios.5
Por este motivo, os cristãos da Galácia deveriam entender que o seu pecado não era
normativo e sim acidental. O pecado não era mais uma norma de suas vidas, porque
ele foi crucificado, isto é, condenado e expiado em Cristo. Noutro lugar Paulo declara
que “porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o
seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que foi crucificado
com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não
sirvamos o pecado como escravos” (Rm 6:5-6).
“Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das
paixões carnais, que fazem guerra contra a alma”.
A peregrinação indica que não podemos nos apegar as coisas deste mundo. Os
destinatários da epístola eram de fato, peregrinos e forasteiros, mas a instrução de
4
William Hendriksen, Galátas – Comentário do Novo Testamento (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 1999), p. 326.
5
Johannes Wigand citado em Timothy F. George, org., Comentário Bíblico da Reforma – Gálatas e Efésios (São
Paulo, Editora Cultura Cristã, 2013), p. 234.
6
É usando esta metáfora que Pedro recorda que a nossa pátria não é este mundo caído
no pecado. Uwe Holmer interpreta que eles deveriam cuidar da “sua própria vida
espiritual esteja ordenada, que vocês não sejam governados pelos desejos.
Preconceitos tolos ou malévolos do contexto gentílico poderão ser superados da
forma mais eficaz por meio de uma boa conduta.”7 A conduta pecaminosa que
modelava a cultura pagã não deveria ser imitada pelos peregrinos cristãos.
A Escritura exorta-nos a abstenção das paixões carnais. O apóstolo não
recomenda um isolacionismo cultural, nem separatismo das pessoas. Ao invés disto,
ele os instrui que se abstenham dos “desejos pecaminosos” da cultura pagã e de
pessoas que vivam desordenadamente. Os cristãos não estavam em guerra com os
povos que os recebiam, mas sim, com a sua própria pecaminosidade. O paganismo
apenas tornava propício o contexto da tentação.
Há uma inimizade declarada com a nossa alma que deve ser vencida. Eles não
são apenas forasteiros, mas soldados em guerra. Pedro revela que as paixões carnais
fazem guerra contra a alma. Ele não se refere a um conflitante dualismo do corpo e
alma. A expressão paixões da carne significa “os apetites desordenados relacionados
com o corpo”.8 Assim, neste texto as palavras carne e alma podem ser entendidas como
representando a velha e a nova disposição do cristão, ou seja, as duas inclinações
interiores que lutam por se impor dentro da pessoa. Paulo similarmente declara aos
gálatas que “a carne milita contra o espírito” (Gl 5:17). Os cristãos são combatentes
que peregrinam enquanto são conduzidos para a sua pátria eterna.
“... e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão
procedentes da verdade.”
6
Simon Kistemaker, Comentário do Novo Testamento – Epístolas de Pedro e Judas (São Paulo, Editora Cultura
Cristã, 2006), p. 131.
7
Uwe Holmer, Primeira Carta de Pedro – Comentário Esperança (Curitiba, Editora Evangélica Esperança, 2008), p.
35.
8
J.N.D. Kelly, The Epistles of Peter and of Jude (New York, Harper & Row Publishers, 1969), p. 104.
7
9
Thomas R. Schreiner, New Testament Theology – Magnifying God in Christ (Grand Rapids, Baker Academic, 2008),
p. 102.
10
Heinrich Bullinger citado em Timothy F. George, org., Comentário Bíblico da Reforma – Gálatas e Efésios, p. 376.
11
Eberhard Hahn, Carta aos Efésios – Comentário Esperança, p. 57.
8
nossas roupas é bom, mas perto delas há o fedor pútrido da nossa vida, que dificilmente
é compatível com nossas alegações de que somos cristãos.12
Não se deve preservar a velha veste sob a nova para que não apodreça o novo. Se o
novo homem refere-se a imagem de Cristo que está se formando nos salvos, então,
manter a velha veste seria o mesmo que continuar com o fedor e a imundícia do
pecado tendo sobre si a identidade de cristão. Este novo homem “é o oposto exato
do velho homem; de fato, ele é o novo ego moral, o habitus moral nascido na
regeneração, a mente em harmonia com a vontade de Deus.”13
A imagem de Cristo vem pelo evangelho que é fértil em produzir uma conduta
justa. Charles Hodge explica que “verdade é conhecimento espiritual, aquele
conhecimento que é a vida eterna, que não somente ilumina o entendimento, mas
santifica o coração.”14 Hodge ainda comenta que
o Evangelho é chamado de palavra da verdade como a objetiva revelação da qual o
conhecimento divino que é subjetivamente é o princípio da vida espiritual. Aceitando a
palavra neste sentido, a passagem tem estreita coincidência com a passagem paralela de
Cl 3:10. Aqui a imagem de Deus é descrita como consistindo na justiça e santidade da
verdade; ali a imagem de Deus é descrita consistir em conhecimento. “O novo homem é
renovado em conhecimento à imagem dele que o criou.” Estas passagens diferem
apenas no fato de ser uma mais concisa do que a outra.15
F.F. Bruce afirma que este revestimento do novo homem é “a vida e poder de Cristo
em que está constantemente renovado, como o Espírito de Deus reproduz mais e
bmais da semelhança de Cristo na vida do crente.”16Somos novos homens, mas não
completamente novos, pois, embora esta novidade de vida foi inaugurada, ela ainda
não está consumada. Simultânea à justificação fomos espiritualmente adotados como
filhos de Deus, mas “também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente
gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso
corpo” (Rm 8:23). Assim, neste inaugurado, mas não consumado, continuamos sendo
revestidos do novo homem enquanto somos santificados conforme à imagem de
Cristo.
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo
por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos
12
Wolfgang Musculus citado em Timothy F. George, org., Comentário Bíblico da Reforma – Gálatas e Efésios, p.
377.
13
George Stoeckhardt, Concordia Classic Commentary Series – Ephesians (St. Louis, Publishing House, 1987), p.
218.
14
Charles Hodge, Commentary on the Epistle to the Ephesians (Grand Rapids, Wm. B. Eerdmans Publishing Co.,
1994), p. 266.
15
Charles Hodge, Commentary on the Epistle to the Ephesians, p. 266.
16
E.K. Simpson & F.F. Bruce, Commentary on the Epistles to the Ephesians and the Colossians (Grand Rapids, Wm.
B. Eerdmans Publishing, 1957), p. 272.
9
conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente,
para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
O apóstolo inicia esta nova parte de sua epístola com um apelo apostólico. Ele
diz “rogo-vos” o que certamente despertaria a atenção para algo de suma importância
para os seus leitores. R.C. Sproul observa que “agora que mostrou a seus leitores o
verdadeiro evangelho – a justificação, a santificação, as doutrinas da graça na eleição, a
perseverança e o doce cuidado da providência de Deus – Paulo quer que seus leitores
considerem as implicações e aplicações disso.”17Após expor Rm 1-11 tão longa seção
de complexas doutrinas ele faz a transição nestes dois primeiros versículos para a
aplicação prática na vida cristã. As misericórdias recebidas são o motivo para
andarmos em novidade de vida e, são elas a alegria da salvação na nossa vida.
A santa mudança ocorre pela misericórdia de Deus. Paulo sabe muito bem que
todo querer e fazer começa e se desenvolve pela vontade de Deus.
O nosso comportamento deve ser uma oferta de adoração. A linguagem de
sacrifícios, de que ele deveria ser “vivo, santo e agradável”, é uma metáfora do culto
da antiga aliança, onde animais e aves eram como oferta de gratidão a Deus. F.J.
Leenhardt esclarece que o assunto
trata-se, pois, não da condição, mas dos efeitos do sacrifício. A morte com Cristo abre o
acesso a uma vida nova (8:13): o Espírito pervade a oferenda como outrora o fogo a
consumia sobre o altar; dá-lhe vida nova e a santifica. Como o cheiro do holocausto é
agradável a Deus (Êx 29:18; Lv 1:9, 13, etc.), assim, a oferenda do “corpo” vivificado e
santificado pelo Espírito Santo.18
O valor que nos torna aceitáveis diante de Deus não é inerentemente nosso. Somente
somos recebidos pelos méritos de Cristo e os benefícios aplicados pelo Espírito
Santo. Assim, a nossa vida como adoração é oferecida pela intercessão interna do
Espírito e pela mediação externa do Redentor que nos torna oferta agradável a Deus.
A santificação abrange toda a personalidade. Ela não é apenas um exercício
espiritual. Paulo exorta que os cristãos deveriam “apresenteis o vosso corpo” e não
apenas o seu espírito. John Murray observa que
a santificação deve trazer o corpo em seu âmbito. Havia a necessidade dessa forma de
exortação, não apenas devido à depreciação do corpo, mas também devido ao fato de
que a satisfação do pecado, intimamente associado ao corpo, era tão prevalecente e
tendia a ser desprezada na avaliação dos requisitos éticos. É à luz dessa situação prática
que a exortação do apóstolo deve ser apreciada. Paulo era realista e tinha consciência de
que, se a santificação não envolvesse a parte física de nossa personalidade, seria anulada
desde o princípio.19
17
R.C. Sproul, Estudos bíblicos expositivos em Romanos (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2011), p. 369.
18
F.J. Leenhardt, Epístola aos Romanos – comentário exegético (São Paulo, ASTE, 1957), p. 309.
19
John Murray, Comentário Bíblico Fiel – Romanos (São José dos Campos, Editora Fiel, 2003), p. 474.
10
prazer” (Am 5:21). Assim, quando nos reunimos de modo solene para adorá-Lo no
Dia do Senhor, se a nossa vida nos demais dias foram incoerentes com a Palavra de
Deus, não será o culto solene que tornará aceitável a nossa vida, se o nosso coração
não vive diariamente na Sua santa presença.
A vida em todas as esferas deve expressar uma inteligente adoração a Deus. A
adoração como o ato mais importante do cumprimento do nosso propósito de
“glorificar a Deus e gozá-Lo para sempre” estabelece inteligência em tudo o que
fazemos. O pecado não somente nos separa, nos colocando sob a ira de Deus, como
também nos afeta tornando-nos irracionais. O pecado é essencialmente sem sentido,
nos insensibiliza e torna a nossa vida insensata. Viver a misericórdia é usufruir uma
vida cheia de significado e do amor de Deus. O culto racional é uma vida dominada
por uma cosmovisão bíblica, que é a mente de Cristo, que forja todas as nossas
convicções e modela cada comportamento motivado pela glória de Deus (1 Co 10:31).
O inconformismo cristão rejeita o secularismo. A ideia de com este século refere-se
a transitoriedade de uma estrutura pecaminosa. João menciona algo similar ao
escrever que “o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que
faz a vontade de Deus permanece eternamente” (1 Jo 2:17). A rejeição do secularismo
não é simplesmente uma questão de usos e costumes, isto seria um errôneo
reducionismo da vontade de Deus para algo trivial. A ética cristã não pode ser
formulada pensando em questões meramente culturais, mas “precisamos ter padrões
permanentes, padrões de zelo que estão de acordo com a era vindoura.”20
O objetivo da vida cristã consiste numa radical transformação. Não podemos
viver conformados e dominados pela ética anticristã, nem viver na mediocridade de
um moralismo do senso comum. Não podemos nos contentar em apenas cumprir as
leis da sociedade para cumprirmos a ordem e sermos decentes como as pessoas
esperam que sejamos. A ideia de transformação é viver numa forma além deste
mundo sem Deus. Sproul observa que “ninguém é transformado sem ter o coração
mudado. Deus nos criou de tal modo que a via de acesso ao coração é a mente.”21 A
renovação da mente implica assumir uma cosmovisão coerentemente cristã aplicada a
todas as esferas da vida e da sociedade. Somos chamados a pensar a partir da
Escritura, sob a autoridade de Cristo e para a glória de Deus!
A renovação da mente é um compromisso com a santificação progressiva.
Murray esclarece que
a santificação é um processo de transformação revolucionária naquilo que é o âmago de
nossa consciência. Isto ressoa uma nota fundamental na ética bíblica – o pensamento de
progressão – e combate a estagnação, a complacência e o orgulho de realização, que tão
frequentemente caracteriza os cristãos.22
A vontade de Deus para a nossa vida seja guiada pela ética revelada (Rm 8:29).
Paulo não está se referindo a vontade de decreto, mas sim a de preceito. Devemos
modelar a nossa vida e decisões com a Palavra de Deus. Paulo anteriormente afirmou
nesta epístola que “a lei é santa, e o mandamento é santo, justo e bom” (Rm 7:12). A
20
John Murray, Comentário Bíblico Fiel – Romanos, p. 477.
21
R.C. Sproul, Estudos bíblicos expositivos em Romanos, p. 374.
22
John Murray, Comentário Bíblico Fiel – Romanos, p. 477.
11
vontade preceptiva revelada na Escritura, como lei e evangelho, nos revela a vontade
preceptiva de Deus. John Murray afirma que
a ética se origina da união com Cristo e, por conseguinte, da participação na virtude
pertencente a Ele e exercida por Ele, na qualidade de Redentor crucificado, ressurreto e
assunto aos céus. A ética que se harmoniza com a sublime chamada de Deus em Cristo
por si mesma faz parte da aplicação da redenção; pertence à santificação.23
Estamos em Cristo, somos dele, para sermos conforme a sua imagem. Por isso,
devemos viver nele, com ele e tendo-o como paradigma. Mas, descobrir a vontade de
Deus para situações específicas ainda assim é algo, às vezes, muito difícil. Por isso,
carecemos de discernimento, e para isto a nossa mente deve nutrir-se com a
preceptiva vontade de Deus, que é a Escritura Sagrada. Sproul comenta que
não importa qual o nosso trabalho ou com quem nos casamos ou em que cidade
moramos. Se não estamos crescendo em santificação, buscar a vontade de Deus sobre
essas coisas é inútil. A vontade de Deus para cada um de nós é que cresçamos em
maturidade espiritual, e que a nossa mente seja transformada. Depois disso, seremos
capazes de dizer o que agrada a Deus. Então, seremos capazes de saber o que ele quer
que façamos – sua boa, agradável e perfeita vontade.24
“meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em
vós.”
23
John Murray, Comentário Bíblico Fiel – Romanos, p. 473.
24
R.C. Sproul, Estudos bíblicos expositivos em Romanos, p. 374.
25
Donald Guthrie, Gálatas – introdução e comentário (São Paulo, Edições Vida Nova, 1988), p. 155.
12
26
William Hendriksen, Galátas – Comentário do Novo Testamento, p. 254.
27
William Hendriksen, Galátas – Comentário do Novo Testamento, p. 326.
28
William Perkins citado em Timothy F. George, org., Comentário Bíblico da Reforma – Gálatas e Efésios, p. 234.
13
Assim, a implicação deste raciocínio seria que se o Espírito é a fonte de nossa vida,
então, que ela seja persistentemente santificada!
29
James D.G. Dunn, The Epistle to the Galatians (Peabody, Hendriksen Publishers, 1993), p. 317.
30
Donald Guthrie, Gálatas – introdução e comentário, p. 182.