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inflexões histórico-conceituais
BARROS, THB. Uma trajetória da Arquivística a partir da Análise do Discurso: inflexões histórico-
conceituais [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2015, 268 p. ISBN
978-85-7983-661-9. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>.
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Reconocimento 4.0.
UMA TRAJETÓRIA
DA ARQUIVÍSTICA
A PARTIR DA ANÁLISE
UMA TRAJETÓRIA
DA ARQUIVÍSTICA
A PARTIR DA ANÁLISE
DO DISCURSO
INFLEXÕES
HISTÓRICO-CONCEITUAIS
Editora afiliada:
Prefácio 9
Introdução 13
[...] 1. que diz respeito à ação. Ação que o homem exerce sobre as
coisas, aplicação de um conhecimento em uma ação concreta, efe-
tiva; ex. “saber prático”. Conhecimento empírico, saber fazer algo.
2. Razão prática. Segundo Kant, respondemos à questão teórica “o
que podemos saber?” pelo exame das condições a priori do conheci-
mento, enquanto que respondemos à questão prática “o que deve-
mos fazer?” pelo estabelecimento das leis da ação moral. “Tudo na
natureza age de acordo com as leis. Há apenas um ser racional que
tem a faculdade de agir a partir da representação das leis, isto é, a
partir dos princípios, em outras palavras, que tem vontade. Uma
vez que para derivar as ações das leis a razão é necessária, a vontade
não é senão a razão prática” (Kant, Metafísica dos costumes). (p.156)
1 Luciana Duranti, José Ramón Cruz Mundet, Carol Couture, dentre outros,
podem ser considerados adeptos dessa linha de pensamento.
5 “[...] determinam o que pode e deve ser dito (articulado sob a forma de uma
arenga, um sermão, um panfleto, uma exposição, um programa etc.) a partir
de uma posição dada numa conjuntura, isto é, numa certa relação de lugares
no interior de um aparelho ideológico, e inscrita numa relação de classes”
(Pêcheux; Fuchs, 1997e, p.166-7).
8 Para alguns autores, como Courtine (2007), não são Análises do Discurso em
sentido estrito, uma vez que se confundem com outras disciplinas e estudos de
outra ordem.
[...] Tal análise não tentaria isolar, para descrever sua estrutura
interna, pequenas ilhas de coerência; não se disporia a suspeitas e
trazer à luz os conflitos latentes; mas estudaria formas de reparti-
ção. Ou ainda, em lugar de reconstituir cadeias de inferência [...]
em lugar de estabelecer quadro de diferenças, descreveria sistemas
de dispersão. (p.43)
4 A Guerra dos Sete Anos foi um conflito mundial e final entre a França e a Bre-
tanha para o controle colonial e marítimo na América do Norte, Índia e outros
territórios na Europa. Aconteceu entre 1756 e 1763, resultou na conquista da
Nova França pelos britânicos e no início do governo britânico nos territórios
franceses na América (Royal Warrant for Victualling the Forces in North
America – Library and Archives Canada, 1760.)
Peter Scott (1978; 1979; 1980a; 1980b; 1981), em seus cinco tex-
tos a respeito do sistema de série, considera a prática de relacionar
os documentos arquivísticos a um único criador uma abordagem
profundamente limitante e uma distorção da proveniência. Para
o autor, uma série de desafios surge quando o arquivista lida com
as instituições modernas. Ela ressalta que muitas instituições não
funcionavam quando a proveniência era percebida apenas como
um produtor, ou a instituição era compreendida como um único
fundo, mantendo documentos que eram produto de ao menos duas
ou mais produções ao longo do tempo.
Davies (2003) aponta o fato de que os documentos arquivísticos
eram “transferidos para uma ou mais agências no curso das mudan-
ças administrativas e, então, transferidos à custódia arquivística”
(p.23, tradução nossa).
Poucas são as instituições que mantêm uma administração está-
vel por um longo período. Nesse sentido, o sistema de série, segun-
do seu criador, apresenta-se com uma perceptiva mais contundente
com a realidade dos documentos modernos.
Scott irá embasar-se no sistema de séries, ao invés de grupo (ou
fundo), como um novo ponto focal para a classificação e descrição
de arquivos. A característica fundamental do sistema de séries é a
separação da “descrição das agências que produzem documentos da
descrição dos documentos” (Davies, 2003, p.26, tradução nossa). A
partir dessa perspectiva, tornou-se possível a descrição de distintas
séries, seus conteúdos, seus tipos documentais, suas estruturas de
arranjo etc. Assim, tornou-se possível a correlação entre as séries
de várias instituições, das quais houve transferências ao longo das
atividades por elas exercidas. Para Scott (1996), usando a série com
a classe nuclear ou a “primeira unidade do documento de arquivo”,
os arquivistas poderiam “relacionar arquivos ao seu contexto com
uma precisão muito maior” (p.502, tradução nossa).
Assim, a série poderia estar relacionada aos vários produtores
de documentos, adicionando camadas do contexto administrativo
de sua criação e ainda maior clareza à proveniência de determinadas
séries.
FD1 FD2
Arquivística Arquivística pós-
moderna -moderna/funcional
Ciência da Informação/
Administração
Documentação
Arquivística
Moderna
Filosofia
História da
História
informação
Arquivística
funcional/pós-
-moderna
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