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ONDAS ULTRASSÔNICAS NO TRATAMENTO DAS CICATRIZES DE ACNE


ASSOCIADO AO USO DO ÁCIDO HIALURÔNICO COMO AGENTE
REGENERADOR: ESTUDO DE CASO

FABIANI CALABREZ DE ANDRADE1


GABRIELA CANATA2

RESUMO

As cicatrizes de acne causam desconforto a maioria das pessoas com mais


predisposição a doença, levando-as a buscar métodos de tratamento, que
amenizem esse aspecto da pele.. O presente estudo apresentará os principais
aspectos clínicos da acne e sua cicatrização, abordando o mecanismo de ação
dos principais recursos utilizados no tratamento das cicatrizes de acne e suas
possíveis deformações, através de bases científicas online, artigos, revistas e
livros. O recurso consistiu em aplicar um equipamento emissor de ondas
mecânicas ultrassônicas, que possui aplicação direcionada e precisa,
juntamente com ativos específicos para atuar nas sequelas deixada pela acne.
Foi apresentado um relato de caso de forma ilustrativa, sendo acompanhado
desde a lesão de acne inflamatória até sua cicatrização. O recurso apresentou
resultados satisfatórios em sua aplicação sobre as cicatrizes, e demonstrou
auxiliar o processo de reparação tecidual.
Palavras-chave: acne, cicatriz pós acne, pele oleosa, ondas ultrassônicas.

1 INTRODUÇÃO

A acne vulgar é uma doença crônica multifatorial e inflamatória da


unidade pilossebácea, que afeta cerca de 80% dos adolescentes, 8% nos
adultos entre 24 e 34 anos e 3% entre 35 e 44 anos. (KEDE et al
2015). Acomete frequentemente face, dorso e peito, podendo também atingir
membro superior e região glútea, onde o comedão chamado cravo que é a
lesão básica da acne, forma uma espécie de tampão, obstruindo a saída do

1CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JALES


2Gabriela Canata
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ostio folicular, dificultando a saída do sebo produzido pelas glândulas
sebáceas, levando ao processo de hiperqueratinização e facilitando a
proliferação de micro-organismos. Essas bactérias P. Acnes proliferam-se com
maior facilidade na presença do sebo(triglicerídeos), hidrolisando e liberando
ácidos graxos livres comedogênicos e irritantes. (GOMES et al, 2017)
Um dos grandes desafios da estética é a recuperação de pele em
pessoas portadoras de cicatrizes de acne. Essas cicatrizes são decorrentes de
processos inflamatórios por bactérias, definindo a profundidade da cicatriz,
onde o tecido fibroso substitui a pele que foi danificada, resultando na perda de
tecido ou aumento da proliferação tecidual, podendo apresentar diferentes
aspectos (GONCZAROWSKA, 2017). Desta forma, os profissionais de estética
devem estar preparados com produtos de alta performance
dermatologicamente testados e com tecnologia de ponta, para garantir maior
segurança em seus procedimentos e conforto para os seus clientes. (MUTARI,
2019)
O paciente com cicatriz de acne constitui um desafio muito maior do que
simplesmente o tratamento de uma marca aparente. O contexto psicológico e
social deixa no indivíduo, sequelas muito maiores do que aquelas que podem
ser vistas na pele. Geralmente são pessoas decepcionadas por diversos
procedimentos pouco eficazes, levando a certa desconfiança com relação a
capacidade real de melhora, dificultando a adesão às técnicas propostas
(AZULAY, 2017).
Diante de tantas opções disponíveis no mercado estético, para o
tratamento da acne e das cicatrizes por ela deixada, serão abordadas
informações metodológicas, abrangendo pesquisas bibliografias online,
constituída por livros, artigos, material disponível na internet e apresentação
quantitativa de um estudo de caso ilustrativo de cicatriz de acne aparente.

Queloides e cicatrizes hipertróficas são distúrbios da cicatrização, e


diferenciados pelo comportamento clínico; queloides ultrapassam os
limites da incisão enquanto as cicatrizes hipertróficas permanecem
confinadas aos limites da incisão. Ambas são decorrentes de
resposta inflamatória excessiva durante a cicatrização, com perda do
controle normal entre síntese e degradação. Dentre os fatores
implicados em sua patogênese incluem-se: trauma, disfunção de
fibroblastos, níveis aumentados de fatores de crescimento ou outras
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citosinas e diminuição da apoptose. São mais comuns em negros e
em orientais. Não existem diferenças histológicas entre queloides e
cicatrizes hipertróficas, porém à microscopia eletrônica observa-se
substância amorfa ao redor dos fibroblastos no queloide (CAMPOS,
2007)

As cicatrizes de acne são um grande problema na área da estética e que


traz consequências físicas e psíquicas. Cerca de 80% da população sofreu ou
sofrerá com acne e em média 10% dessa população pode evoluir com algum
tipo de cicatriz. Estas podem aparecer quando o indivíduo manipula as lesões
de maneira inadequada, mas pode aparecer também mesmo que não haja
essa manipulação e isso se torna um grande problema (NEGRÃO, 2015).
Quadros leves de acne ou acne tratada adequadamente, pode não apresentar
sequelas, o melhor tratamento é detectar precocemente a doença, controlando
e impedindo que evoluam para cicatriz (TAMURA, 2019).
A pele é o maior órgão do corpo. O sistema tegumentar constitui uma
barreira entre o meio interno e externo, com atribuições de relevante
importância para o funcionamento geral do organismo, por suas diversas
funções como, sensoriais, captação e eliminação de substancias químicas,
controle de temperatura, absorção de radiação ultravioleta, síntese de vitamina
D e também importante na aparência estética do indivíduo. (GOMES;
DAMAZIO, 2017).
Epiderme é a camada mais externa da pele, uma cobertura fina e
protetora com diversas terminações nervosas, queratinócitos (células que
contém proteína queratina), os melancólicos (células responsáveis pela
produção de melanina), células de Largerhans (de defesa) e células de Merkel
(células sensoriais, relacionada ao tato). Ao redor das células da epiderme
estão os lipídios, que protegem contra a perda de água e desidratação.
Mundo Estética (2017), afirma que, entender o funcionamento celular na
epiderme é indispensável para discutir penetração do produto. Trata-se de um
tecido metabolicamente ativo, que sintetiza lipídeos e contém todos os
componentes necessários para formar a camada protetora e, acumular grande
quantidade de água.
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A Derme é a camada de tecido conjuntivo composto por proteína de
colágeno, fibroblastos, responsáveis pela produção de colágeno (substância
proteica que dá força a pele) e elastina (proteína fibrosa, que forma o tecido
elástico e fornece elasticidade à pele), representam 70% da derme, por dar
suporte e nutrir a epiderme, contém vasos linfáticos e sanguíneos, que
fornecem a nutrição dentro da pele, glândulas sebáceas e sudoríparas, nervos,
receptores adicionais e músculos eretores dos pelos (MICHALUN, 2010)
Sabendo que os cosméticos são produtos que objetivam manter,
preservar, equilibrar e recuperar a integridade da pele, um dos desafios dos
cosméticos é romper uma das principais funções da pele, a barreira cutânea
entre o meio endógeno e o meio exógeno (GOMES, DAMAZIO, 2017).
As substancias tópicas ou cosméticos aplicados sobre a pele se
estendem até a camada córnea sem atravessa-la. Quando se coloca lipídeos
ou água com agentes tensoativos em contato prolongado com a superfície
cutânea, produz-se um mínimo de penetração, até um terço da espessura da
camada córnea, isso é chamado de imbibição (PUGA, 2017).
Quando o tecido é agredido, vasos sanguíneos se rompem provocando
extravasamento dos constituintes celulares. O ácido hialurônico é o principal
constituinte do tecido de granulação recente, altamente hidrofílico, com ação
umectante e hidratante, formando uma película superficial, não oleosa,
mantendo a hidratação, aumenta logo após o trauma e em seguida diminui de
5 a 10 dias após lesão se mantendo constante (WEB, 2011).
Considerando os vários equipamentos comercializados exclusivamente
para a área estética, não há como garantir sua eficiência, pois alguns
fabricantes atribuem a seus equipamentos ações mirabolantes, quase milagres,
não projetando-os dentro das normas técnicas atualmente aceitas.
Uma corrente elétrica, ao percorrer um tecido humano, não produz
nenhum efeito, a não ser formação de calor. Se esse aquecimento for longo e
fraco, o calor produzido levará a evaporação de água e redução do volume
celular, causando vaporização da água. Se esse aquecimento for rápido e
forte, ocorrerá ruptura de membrana celular, com evaporação do conteúdo
intracelular e provocando corte. Tal diferença é determinada pelo tamanho do
eletrodo ativo utilizado e pelo uso de formatos de onda distintos, que
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correspondem ao efeito nos tecidos. Outras variáveis importantes são:
intensidade da corrente, resistência do tecido, tamanho do eletrodo e
manipulação da pele (SABATOVICH, 2015). Assim áreas pequenas podem ser
tratadas com pontas finas e uma ponteira mais grossa é usada em áreas
maiores.
Nos equipamentos de ultrassom somente a onda longitudinal é utilizada,
pois se propagam em meio aquoso. A transmissão das vibrações ultrassônicas
às células dos tecidos gera dentro delas e nos líquidos intersticiais ondas de
compressão e descompressão atuando sobre as membranas celulares
produzindo variação na densidade do meio. Para que o efeito seja puramente
térmico sobre os efeitos celulares teria de ser de tal forma que pudesse ser
atingido também por aquecimento não acústico. (GUIRRO, 2004).
O tratamento por ondas ultrassônicas, induz mudanças fisiológicas,
como por exemplo, no processo de reparação tecidual, neste caso de cicatrizes
de acne. Porém, o equipamento ultrassônico DermeClean, utilizado como foco
de estudo, além de tratar cicatrizes de acne, também pode ser empregado a
outros procedimentos estéticos como: preparação da pele para outros
procedimentos, na permeação de ativos, no tratamento de manchas senis,
despigmentação de sobrancelhas, flacidez tissular, desde que, seja aplicado de
maneira correta. Bem como o uso ácido hialurônico, também utilizado em foco
no presente trabalho, sendo indispensável sua utilização, por formar uma
barreira na pele, evitando a sua perca de água, mantendo assim, a que ali está
presente preservando a hidratação celular.

2 JUSTIFICATIVA

A necessidade de entendimento do mecanismo de ação das ondas


ultrassônicas associadas a ação do ácido hialurônico sobre a reparação
tecidual, é de extrema importância, pois sua aplicação apresenta resultados
significativos em relação as cicatrizes de acnes, que são muito comuns,
principalmente em pacientes que passaram por casos mais graves de acne ou
que manipularam a lesão, fator esse que impacta na vida de diversos
pacientes. Este estudo tem o propósito de certificar que o Dermeclean, uma
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tecnologia inovadora no mercado estético, associado ao ácido hialurônico, um
glicosaminoglicano abundante na derme, favorece a restruturação da pele
atingida, estimulando fatores de crescimento presentes na camada epidérmica,
atingindo o resultado esperado. Não se trata de um procedimento agressivo
como os ablativos que removem a camada celular, e sim na estimulação do
reparo tecidual no estrato córneo.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Esta pesquisa consiste em estudo de caso de tratamento de cicatrizes


de acne, por meio de ondas ultrassônica, a partir da utilização do
aparelho DermeClean, da Dermius. Como método de pesquisa, realizou-se
revisão de literatura acerca do tema proposto. Dessa forma, foram consultados
em biblioteca virtual, livros, artigos e revistas. Empregando também a
abordagem qualitativa, do tipo exploratório, a fim de analisar, mediante
registros fotográficos e pesquisados em literaturas, os resultados obtidos. O
estudo de caso foi realizado na Clínica de Estética Fabii Estética Avançada, em
Fernandópolis/SP, no período de junho de 2019 a agosto de 2019, com a
paciente S.S.S, 21 anos, fototipo III (conforme classificação Fitzpatrik,
desenvolvida para definir diferentes tipos de pele), já com a pele preparada e
limpa, em duas sessões, com duração de duas horas cada sessão. A paciente
assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo A).
As tecnologias na área da estética avançam a largos passos e para o
tratamento das cicatrizes de acne, o método primordial deste trabalho é, o uso
do DermeClean, que com a emissão de feixes ultrassônicos sobre a pele,
associado ao ácido hialurônico, apresentou grande eficácia no tratamento de
cicatrizes de acne, satisfatório resultado.
De acordo com o fabricante Dermius (2013), o DermeClean que é um
equipamento emissor de ondas mecânicas ultrassônicas, atinge somente
estrato córneo do tecido epidérmico, não causando danos às camadas mais
inferiores da epiderme ou folículos pilosos e outras estruturas, leva a uma
desidratação das células da camada córnea, estimulando assim nova
reparação tecidual.
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As técnicas utilizadas durante aplicação foram: pontual e varredura
sendo descritas a seguir:
Técnica Pontual: a ponteira modelo precisão em contato com a pele,
com movimentos de pontilhismo, com intensidade moderada, de acordo com a
sensibilidade do paciente, aumentando gradativamente, estimulando colágeno,
elastina, ácido hialurônico e fatores de crescimento.
Técnica Modo varredura: Movimentos de arraste na capa córnea por
toda a superfície o arraste da ponteira de estimulação sempre em contato com
a epiderme, sendo a intensidade de acordo com a sensibilidade do paciente,
aumentando gradativamente e causando assim uma vascularização,
oxigenação da epiderme, consequentemente aumenta a permeabilidade celular
facilitando a penetração de ativos.

4 CICATRIZAÇÃO

FERREIRA (et al 2006), descreve a cicatrização como um processo


complexo, que resulta na formação de um novo tecido para o reparo de uma
solução de continuidade, onde uma evolução normal das fases de cicatrização
em um indivíduo, geralmente determina uma cicatriz final de bom aspecto
estético e funcional. Qualquer interferência nesse processo pode levar à
formação de cicatrizes de má qualidade, alargadas e pigmentadas, dentre as
afecções cicatriciais, destacam- se a cicatriz hipertrófica e o queloide.
A reparação tecidual tem início quando existe ainda um processo
inflamatório ativo, através dos hormônios de crescimento que são liberadas
pela lesão, onde o sangue coagulado é substituído por tecido de granulação,
que produzem fatores de crescimento e renovando as fibras colágenas, para
preencher aonde foi lesado, os fibroblastos agem puxando as paredes da ferida
para mantê-las unidas, amadurecendo o tecido fibroso, regenerando através do
epitélio substituindo-o pelo mesmo tipo de tecido proliferando um tecido
conectivo fibroso, que recebe o nome de tecido de cicatrização,
dependendo do tipo de tecido danificado e do grau da lesão
(CONCZAROWSKA, 2017).
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Remoção inadequada da cicatriz pode levar a fibrose. Os fibroblastos
produzem muitos fatores de crescimento, uma vez ativados são capazes de
sustentar seu próprio crescimento e produzir continuamente matriz celular,
levando ao ganho gradual de força tensora pela formação de feixes
colagenosos mais grossos e alteração nas ligações moleculares cruzadas,
aumentando assim a síntese de colágeno, glicosaminoglicanos e sulfato 4 de
condroitina nas cicatrizes hipertróficas que são muito vascularizadas. Já na
derme do queloide contém, níveis acentuadamente baixos de ácido hialurônico,
além de alterações epidérmicas (KEDE, SABATOVICH, 2015).
Nos últimos anos, começou a ser entendido em maior amplitude a
cicatrização. Contudo, ainda há necessidade de se continuar estudando seus
mecanismos, porque grande parte dele ainda é desconhecida. O futuro é
promissor em medidas preventivas e curativas mais eficientes, e que possam
estar à disposição dos profissionais estéticos (CAMPOS ACL, BORGES-
BRANCO, 2007).

5 A TECNOLOGIA ULTRASSÔNICA

A ondas ultrassônicas são criadas de forma mecânica. Isso ocorre


porque a energia passa pelo meio através do movimento das moléculas (onde
há maior agregação molecular) que transferem seu movimento na direção da
onda. Esse tipo de onda é chamada onda longitudinal, pois o deslocamento
das moléculas são ao longo da direção na qual a onda se move (PAIVA, 2012).
À 1,5 MHZ o comprimento da onda na água é 1 mm Já que a maioria dos
tecidos corporais são constituídos principalmente de água e os comprimentos
de onda milimétricos nas baixas frequências de mega-hertz usadas (0,75-10
MHZ) são compatíveis ao tamanho das estrutura tissulares com os quais é
necessário a interação- agindo superficialmente (KITCHEN, 2003).
O ultrassom é gerado por um transdutor que transforma uma forma de
energia em outra, transforma energia elétrica em energia mecânica. É
caracterizado pela capacidade de retenção da energia acústica do meio
exposto às ondas ultrassônicas, essas ondas são absorvidas pelo tecido e
transformadas em calor, quanto maior a frequência do US, maior a absorção
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de energia. A partir disto, vários efeitos fisiológicos acontecem como:
diminuição da hiperpolimerização da substância fundamental intersticial,
inibição do extravasamento de sérum para o meio extra vascular, diminuição do
edema intersticial e compressão vascular, ativação da circulação, redução dos
resíduos metabólitos que irritam o tecido conjuntivo - minimizando o processo
de fibrose, neovascularização(é a formação de novos vasos sanguíneos nos
tecidos biológicos), aumento da circulação local, favorece nutrição tecidual e
otimiza trocas metabólicas (retirada dos detritos metabólitos irritantes).
(SIMBALISTA, 2015).
Para Silva (1997), a energia ultrassônica é do tipo mecânico vibratório e
sua quantificação e aplicação baseiam-se na Frequência, quanto maior
a Frequência, menor é a penetração. Através dos fatores mecânicos e
térmicos, ocorre uma série de reações químicas, como a liberação de
substâncias vasodilatadoras, facilitando a dispersão dos líquidos e a
desagregação de moléculas complexas, melhorando a circulação local, a
permeabilidade das membranas, auxiliam na reabsorção de
edemas beneficiando a lise da fibrose.
Dermius (2015), relata que o ultrassom DermeClean® foi desenvolvido
para utilização de profissionais de estética, com frequência que variam de 10 a
40 MHZ de forma superficial, onde, durante o procedimento, as ondas são
transmitidas através de uma ponteira de aço cirúrgico 316, que em contato com
a pele causa uma desidratação mecânica celular e acelerando o processo de
cicatrização. Cada transdutor possui uma frequência de ressonância natural tal
que, quanto menor sua espessura maior a frequência vibracional e, quanto
maior sua espessura menor será a frequência.

6 ATUAÇÃO COSMÉTICA

Muitos trabalhos têm sido realizados no sentido de esclarecer cada vez


mais a permeabilidade cutânea das substancias ativa incorporadas nos
produtos cosméticos. Portanto o conhecimento da morfologia e fisiologia
cutânea é muito importante para profissionais que atuam na área de estética,
pois a pele é o local de ação desses produtos.
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Uma das funções da pele é manter uma barreira entre o corpo e o
ambiente externo, além de prevenir a perda de fluidos corporais e de eletrólitos,
regular a temperatura corporal e proteger contra a radiação ultravioleta, os
agentes oxidantes e micro-organismos (UNIMED, 2016).
O estrato córneo, presente na epiderme que é a camada mais
superficial, serve como uma barreira de permeabilidade da pele, e é composto
por queratinócitos envoltos por uma matriz estrutural e bioquimicamente
diversa, constituída de membranas lamelares paralelas que contêm colesterol,
ácidos graxos livres e glicosilceramidas. A homeostasia do estrato córneo
depende de muitos mecanismos de sinalização entre eles, o conteúdo hídrico,
o pH, os níveis de cálcio e um ambiente rico em citosinas, todos que promovam
uma cascata de eventos que levem a descamação, reparo e recuperação da
barreira (MURAD, 2010).
A hidratação da pele depende do fator de hidratação natural do
corneócito e dos corpos lamelares da matriz extracelular, onde uma série
complexa de reações enzimáticas rompe as ligações desmossômicas entre os
corneócitos. Esse mecanismo altamente controlado é regulado pelo pH e pelo
conteúdo de água do estrato córneo, gerado pela hidrólise da proteína filagrina,
necessário para a hidratação, flexibilidade e integridade do tecido (ADDOR,
AOKI, 2010).
O colágeno é a proteína mais abundante no organismo, onde 80% da
massa seca da pele é constituída de colágeno. Já a elastina é uma proteína
parecida com colágeno, porem com a presença de aminoácidos como
desmosina e iso-desmosina.
A derme compreende um verdadeiro gel, rico em glicosaminoglicanas
(retém água), a substancia fundamental (LEONARDI e colaboradores, 2005). O
ácido hialurônico é um polissacarídeo encontrado naturalmente nos tecidos
conjuntivos de mamíferos e pode ser extraído do fluido sinovial (presente nas
cavidades articulares e bainhas dos tendões), na pele, nos tendões, no corpo
vítreo dos olhos, no cordão umbilical e da crista de galo. Também pode ser
obtido a partir da fermentação de bactérias, que causa menos alergias em
pessoas hipersensíveis do que a extraída dos animais (MORAES et al., 2017)
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Segundo Michalun (2010), para garantir a eficácia do produto, é
importante considerar a formulação do produto, não apenas os ingredientes
ativos. Embora o estrato córneo proporcione uma barreira à penetração,
microrganismos não podem penetrar em uma pele intacta, mas ativos podem.
A pele seletivamente permite a passagem de moléculas em ambos os sentidos
de dentro para fora e de fora para dentro. Além disso, a penetração varia em
diferentes partes do corpo, na face e em couro cabeludo, por exemplo, a
absorção geralmente é de cinco a dez vezes maior que outras parte.

7 RESULTADO E DISCUSSÃO

S. S. S, 21 anos, feminino, fototipo III, de acordo com tabela de


fitizpatrick.
Fototipos de Pele – Classificação de Fitzpatrick
SBD (2017) diz que a mais utilizada classificação dos fototipos cutâneos
é a escala Fitzpatrick, criada em 1976 pelo médico norte-americano Thomas B.
Fitzpatrick. Ele classificou a pele em fototipos de um a seis, a partir da
capacidade de cada pessoa em se bronzear, assim como, sensibilidade e
vermelhidão quando exposta ao sol, sendo:
1. Pele branca – sempre queima – nunca bronzeia – muito sensível ao sol;
2. Pele branca – sempre queima – bronzeia muito pouco – sensível ao sol;
3. Pele morena clara – queima (moderadamente)– bronzeia (moderadamente)
– sensibilidade normal ao sol;
4. Pele morena moderada – queima (pouco) – sempre bronzeia – sensibilidade
normal ao Sol;
5. Pele morena escura – queima (raramente) – sempre bronzeia – pouco
sensível ao sol;
6. Pele negra – nunca queima – totalmente pigmentada – insensível ao sol.

Antes do início do tratamento, fez-se a higienização da face da paciente


com água e sabonete neutro. Logo após, utilizou-se como intervenção
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analgésica o gel anestésico de uso tópico (Tktx – cloridrato de lidocaína
39%/5g), aplicado 40 minutos antes do início da sessão.
Para o procedimento nas cicatrizes, utilizou-se o equipamento emissor
de ondas ultrassônicas através de uma caneta transdutora, com ponteira de
aço cirúrgico descartável, da marca Dermius, o DermeClean, na frequência
média de 20 MHz.

Fotografia 1 - Avaliação, controle de oleosidade e pós 1° sessão de DermeClean®

Fonte: Fabiani Calabrez de Andrade (2019)

Após o tratamento foi aplicado ácido hialurônico, onde, a paciente


também aplicou em casa durante 14 dias o ácido hialurônico para auxiliar na
cicatrização. Nos primeiros 2 dias somente ácido hialurônico, a partir do
terceiro dia indicado uso de protetor solar. O tempo de total cicatrização da
pele foi em torno de 28 dias. No dia da sessão, recomenda-se que nenhuma
maquiagem seja usada na área que foi trabalhada, o que tornará mais rápido a
limpeza. Após o tratamento, a paciente relatou uma sensação de queimação,
durando apenas algumas horas.
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Fotografia 2 - Avaliação, controle de oleosidade e pós 1° sessão de DermeClean

Fonte: Fabiani Calabrez de Andrade (2019)

O tratamento teve como finalidade demonstrar o bom resultado


promovido pela utilização de ondas ultrassônica aplicada em cicatrizes de
acne. Inicialmente, procedeu-se à avaliação da pele da paciente, o que revelou
a presença de inúmeras cicatrizes superficiais e profundas. Após o
procedimento, durante a fase inflamatória, verificou-se edema (acúmulo de
líquido) e rubor (vermelhidão), além da queixa de queimação por parte da
paciente. Esta apresentou melhora após o termino dessa fase, depois de
quatro dias.

9 CONCLUSÃO

No presente estudo, foram encontradas algumas dificuldades em relação


ao mecanismo de ação do equipamento, uma vez que se trata de tecnologia
nova no mercado. Ainda hoje o melhor tratamento para cicatrizes hipertróficas
e queloides é a prevenção. Existem inúmeras formas de tratamento para estas
condições. No entanto, o uso das ondas ultrassônicas associado ao ácido
hialurônico na tentativa de reduzir cicatrizes, mostrou-se muito eficaz a curto
período e número de sessões realizadas. Pôde-se constatar significativa
melhora no aspecto da pele tanto nas cicatrizes superficiais como nas
profundas, é mister outra sessão após 28 dias.
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ANEXO A —Termo

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