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A confissão de Janot - Opinião - Estadão

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DAS

A confssão de Janot
Talvez agora fquem mais explicitadas algumas ações do então procurador-geral, não apenas
incompatíveis com o cargo, mas que escapavam a qualquer senso de racionalidade

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo


28 de setembro de 2019 | 03h00

O Ministério Público é “instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,


incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis”, diz a Constituição. Pois bem, para assombro de toda a Nação, o ex-
procurador-geral da República Rodrigo Janot, transcorridos mais de dois anos, veio a público
dizer que compareceu a uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) armado e com a intenção
de matar a tiros o ministro Gilmar Mendes. “Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia
matar ele (Gilmar) e depois me suicidar”, afrmou Rodrigo Janot.

“Cheguei a entrar no Supremo (com essa intenção)”, relatou o ex-procurador ao Estado. “Ele
(Gilmar) estava na sala, na entrada da sala de sessão. Eu vi, olhei, e aí veio uma ‘mão’ mesmo. (...)
Foi a mão de Deus”, disse Rodrigo Janot, explicando a razão de não ter concretizado sua intenção.

Ainda que Rodrigo Janot tenha se aposentado do Ministério Público Federal em abril, sua
confssão não é apenas um assunto pessoal, a recomendar atenção com sua saúde mental. A
revelação de que se preparou para matar um ministro do STF pode bem ser, por si só, uma
ameaça. Afnal, qual poderia ser o objetivo de Rodrigo Janot para trazer a público essa faceta
violenta de sua personalidade, depois de tanto tempo?

Além do eventual objetivo de intimidar algum desafeto, a confssão de Janot joga luzes sobre o
período em que esteve à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR). Talvez agora fquem
mais explicitadas algumas ações do então procurador-geral da República, não apenas
incompatíveis com o cargo, mas que escapavam a qualquer senso de racionalidade.

https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-informacoes,a-confissao-de-janot,70003028346[30/09/2019 00:37:29]
A confissão de Janot - Opinião - Estadão

Na tarde de 4 de setembro de 2017, por exemplo, dias antes de deixar a chefa da PGR, Rodrigo
Janot convocou uma coletiva de imprensa para dizer que o órgão que chefava havia recebido no
dia 31 de agosto uma gravação com conteúdo gravíssimo, que poderia levar à rescisão do acordo
de delação premiada com os executivos da J&F. “Áudios com conteúdo grave, eu diria,
gravíssimo, foram obtidos pelo Ministério Público Federal na semana passada, precisamente
quinta-feira, às 19 horas. A análise de tal gravação revelou diálogo entre dois colaboradores com
referências indevidas à Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal”, disse
Rodrigo Janot.

Imediatamente, a então presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, solicitou a abertura de uma
investigação, que depois viria a concluir que, nas gravações mencionadas por Janot, não havia
referências indevidas a ministros do STF. Quem fcava mal nas gravações era a PGR.
Simplesmente era falsa a informação prestada pelo então procurador-geral da República.

Meses antes, em maio de 2017, o País havia sido agitado pela informação de que haveria uma
gravação, feita por Joesley Batista, com prova inequívoca de suposta anuência do então
presidente Michel Temer à compra do silêncio de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro. Quando o
inteiro teor da gravação foi revelado, não se encontrou a tal prova inequívoca. Mesmo assim,
Rodrigo Janot ainda apresentaria duas denúncias contra Michel Temer. Ainda que a Câmara dos
Deputados não tenha encontrado em nenhuma das duas denúncias elementos sufcientes para
autorizar o prosseguimento da ação penal contra o presidente da República, o País sofreu os
efeitos deletérios das manias do então procurador-geral da República que, agora reconhece,
precisamente naquele período, não apenas nutriu intenções assassinas e suicidas, mas chegou a
preparar, com atos concretos, a execução de seus íntimos desejos.

Rodrigo Janot foi nomeado procurador-geral da República pela presidente Dilma Roussef, que
seguiu a primeira indicação feita pela Associação Nacional dos Procuradores da República
(ANPR). O caso mostra, com espantoso realismo, os riscos da obediência à tal lista tríplice.

Além disso, o imbróglio ilumina um princípio fundamental da República. Para que o País não se
torne refém do arbítrio e das eventuais loucuras de pessoas investidas em cargos públicos, o
remédio é sempre a lei, o que inclui os dispositivos constitucionais de interdição de funcionários
sancionados pelo Senado. Quando outros critérios são aplicados à vida pública, o efeito é
desastroso.

Tudo o que sabemos sobre: Gilmar Mendes aposentadoria

Procuradoria Geral da República Rodrigo Janot STF [Supremo Tribunal Federal]

MPF [Ministério Público Federal]

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