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Grupo Temático I
DIREITO CONSTITUCIONAL
06- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta acerca da Ação Direta de
Inconstitucionalidade e da Ação Declaratória de Constitucionalidade.
I – A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo
somente será tomada se presentes na sessão pelo menos oito Ministros.
II – A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato
normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a propositura de
ação rescisória.
III – Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por
maioria absoluta de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só
tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
a) I, II e III estão corretas.
b) Apenas a II é correta.
c) Apenas I e II são corretas.
d) Apenas a I é correta.
Gabarito: D
I – Correta. Lei 9.868/99, art. 22.
II – Incorreta. Lei 9.868/99, art. 26: A decisão que declara a constitucionalidade ou a
inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é
irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não podendo, igualmente,
ser objeto de ação rescisória.
III – Incorreta. Lei 9.868/99, art. 27: Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo,
e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o
Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos
daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou
de outro momento que venha a ser fixado. => QUÓRUM DE 2/3 PARA A MODULAÇÃO DE
EFEITOS.
07- Assinale a alternativa correta acerca dos direitos e garantias fundamentais previstos no art.
5º da CF/88.
I- Aos estrangeiros não residentes no Brasil não são assegurados os direitos e as garantias
fundamentais constitucionalmente previstas, haja vista que o caput do art. 5º apenas menciona
os “estrangeiros residentes no Brasil”.
II- É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.
III- Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
IV- Constituem crimes inafiançáveis e imprescritíveis a prática da tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.
Estão corretas:
a) I, II, III e IV.
b) II e III.
c) I e III.
d) II e IV.
Gabarito: B
I- Incorreta. A jurisprudência do STF é pacífica em afirmar que também aos estrangeiros não
residentes no Brasil são assegurados os direitos e garantias fundamentais, haja vista que uma
das principais características desses direitos é a universalidade.
II- Correta. CF/88, art. 5º, IV. A vedação do anonimato tem por objetivo desestimular
manifestações abusivas da liberdade de pensamento, sendo assegurado o direito de resposta,
proporcional ao agravo, além da indenização por eventuais danos materiais, morais ou à
imagem do ofendido (inciso V).
III- Correta. CF/88, art. 5º, VIII. Obs.: Deve-se cumprir uma prestação alternativa fixada em lei,
sob pena de suspensão dos direitos políticos (CF/88, art. 15, IV). No entanto, caso o legislador
seja omisso e não fixe a prestação alternativa, o imperativo de consciência pode ser
plenamente invocado, pois se trata de norma constitucional de eficácia contida.
IV- Incorreta. ATENÇÃO! i) Inafiançável e imprescritível – racismo e ação de grupos armados,
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. ii) inafiançáveis e
insuscetíveis de graça ou anistia: tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
terrorismo e os definidos como crimes hediondos.
DIREITO ELEITORAL
DIREITO ADMINISTRATIVO
20- Assinale a alternativa correta conforme a Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei
n. 8.625/1993).
I – O Colégio de Procuradores de Justiça é composto por todos os Procuradores de Justiça,
competindo-lhe propor ao Poder Legislativo a destituição do Procurador-Geral de Justiça, pelo
voto de dois terços de seus membros e por iniciativa da maioria absoluta de seus integrantes em
caso de abuso de poder, conduta incompatível ou grave omissão nos deveres do cargo,
assegurada ampla defesa.
II – Compete ao Colégio de Procuradores de Justiça destituir o Corregedor-Geral do Ministério
Público, pelo voto de dois terços de seus membros, em caso de abuso de poder, conduta
incompatível ou grave omissão nos deveres do cargo, por representação do Procurador-Geral de
Justiça ou da maioria de seus integrantes, assegurada ampla defesa.
III – O Conselho Superior terá como membros natos apenas o Procurador-Geral de Justiça e o
Corregedor-Geral do Ministério Público.
IV - Ao Conselho Superior do Ministério Público compete decidir sobre vitaliciamento de
membros do Ministério Público
a) I, II, III e IV são corretas.
b) I, II e III são corretas.
c) I e II são corretas.
d) Apenas a III é correta.
Gabarito: A
I – Correta. Lei 8625/93, art. 12, IV.
II – Correta. Lei 8625/93, art. 12, VI.
III - Correta. Lei 8625/93, art. 14, I.
IV - Correta. Lei 8625/93, art. 15, VII.
Grupo Temático II
DIREITO PENAL E CRIMINOLOGIA
21- A prevenção criminal que está voltada à segurança e qualidade de vida, atuando na área
da educação, emprego, saúde e moradia, conhecida universalmente como direitos sociais e
que se manifesta a médio e longo prazos, é chamada pela Criminologia de prevenção
a) primária.
b) individual.
c) secundária.
d) estrutural.
Gabarito: A
No desempenho da função preventiva do crime, o Estado atua basicamente sob três frentes:
Prevenção primária: caracteriza-se pela implementação de medidas indiretas de prevenção,
consistentes em evitar que fatores exógenos sirvam como estímulo à prática delituosa. Trata-se
normalmente de medidas sociais por meio das quais o Estado garante acesso ao emprego e a
direitos sociais, como segurança e moradia. Diante da complexidade que as caracteriza, dessas
ações não decorrem efeitos positivos imediatos.
Prevenção secundária: incide não sobre indivíduos, mas sobre grupos sociais que, segundo os
fatores criminógenos, indicam certa propensão ao crime. Segundo Antonio García-Pablos de
Molina, “opera a curto e médio prazos e se orienta seletivamente a concretos (particulares)
setores da sociedade: àqueles grupos e subgrupos que ostentam maior risco de padecer ou
protagonizar o problema criminal. A prevenção secundária conecta-se com a política legislativa
penal, assim como com a ação policial, fortemente polarizada pelos interesses de prevenção
geral. Programas de prevenção policial, de controle dos meios de comunicação, de ordenação
urbana e utilização do desenho arquitetônico como instrumento de auto-proteção,
desenvolvidos em bairros de classes menos favorecidas, são exemplos de prevenção
‘secundária’”.
22- No que se refere ao tema Lei Penal no espaço, assinale a assertiva INCORRETA.
a) Conforme o princípio da nacionalidade passiva, aplica-se a lei do país pertencente à vítima do
crime, sem importar a nacionalidade do agente, local do crime ou bem jurídico violado.
b) De acordo com o princípio da defesa real (ou da proteção), aplica-se a lei nacional ao crime
cometido fora do território nacional, visando à tutela de bem jurídico nacional.
c) Com base no princípio do pavilhão, aplica-se a lei nacional ao crime cometido em qualquer
localidade, independentemente da nacionalidade do agente.
d) Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se
encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
Gabarito: C
a) Correta. De acordo com o princípio da nacionalidade passiva (personalidade passiva), aplica-
se a lei do país pertencente à vítima do crime, sem importar a nacionalidade do agente, local
do crime ou bem jurídico violado. Vide art. 7º, §3º, CP.
Já conforme o princípio da nacionalidade ativa (personalidade ativa): aplica-se a lei do país
pertencente ao agente do crime, sem importar a nacionalidade da vítima, local do crime ou bem
jurídico violado. Vide art. 7º, II, “b”, CP.
b) Correta. Vide art. 7º, I, “a”, “b”, e “c”, CP.
c) Incorreta. Trata-se da definição do princípio da universalidade (ou justiça mundial). Princípio
da justiça penal universal (justiça penal cosmopolita): é o princípio que exige que se faça
justiça, sem importar onde. O agente fica sujeito ao país em que for encontrado. Aplica-se a lei
nacional ao crime cometido em qualquer localidade, independentemente da nacionalidade do
sujeito. Vide art. 7º, II, “a”, CP.
d) Correta. Art. 5º, §1º, CP.
24- O erro que recai sobre a existência ou sobre os limites de uma descriminante denomina-se:
a) erro de tipo permissivo.
b) erro de proibição direto.
c) erro de proibição mandamental.
d) erro de proibição indireto.
Gabarito: D
O erro de proibição indireto é também conhecido como erro de permissão. Trata-se do erro
sobre a existência de uma causa de exclusão da ilicitude não reconhecida juridicamente ou de
erro sobre os limites de uma causa de exclusão da ilicitude. Como exemplo, o sujeito que
pratica eutanásia, supondo estar agindo acobertado por uma causa de exclusão da ilicitude
(descriminante), incorre em erro de proibição indireto, pois conhece a norma proibitiva “não
matarás”, mas imagina encontrar-se amparado por uma causa excludente da ilicitude que, na
verdade, não é prevista em lei. O agente sabe, então, que praticou um fato típico, mas imagina
que tal fato é lícito. Tratando-se de erro inevitável/escusável, será isento de pena. Já se o erro
for evitável/inescusável, haverá diminuição da pena. CP, art. 21: O desconhecimento da lei é
inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá
diminuí-la de um sexto a um terço. Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente
atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
25- Assinale a alternativa correta acerca das causas extintivas da punibilidade.
I- Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação
penal quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do
processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações
finais.
II- O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da injúria ou da difamação, fica
isento de pena.
III- Para dar ensejo à extinção da punibilidade, o perdão do ofendido deve ser expresso e aceito.
IV- A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência.
Estão corretas:
a) I, II, III e IV.
b) I, II e III.
c) II e III.
d) I e IV.
Gabarito: D
I- Correta. CPP, art. 60, III.
II- Incorreta. CP, art. 143: O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia
ou da difamação, fica isento de pena. Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha
praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-
se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.
III- Incorreta. CP, art. 105: O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: I - se
concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; II - se concedido por um dos
ofendidos, não prejudica o direito dos outros; III - se o querelado o recusa, não produz efeito.
§1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir
na ação.
IV- Correta. CP, art. 120.
26- Assinale a alternativa correta quanto à pena de multa, conforme disposições do Código
Penal.
I – A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença
e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e
sessenta) dias-multa. O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco)
vezes esse salário.
II – A legitimidade para execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em sentença
condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública.
III – Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor,
aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no
que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
IV - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental.
a) I, II, III e IV são corretas.
b) I, II e III são corretas.
c) I e II são corretas.
d) Apenas a III é correta.
Gabarito: A
I – Correta. CP, art. 49, caput e §1º.
II – Correta. STJ, súmula 521.
III – Correta. CP, art. 51.
IV - Correta. CP, art. 52.
35- Assinale a alternativa correta de acordo com o entendimento sumulado dos Tribunais
Superiores.
I – O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais
cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena
mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de
um (01) ano.
II – Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos
Juizados Especiais.
III – A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/95 não faz coisa julgada
material e, descumpridas suas cláusulas, retorna-se à situação anterior, possibilitando-se ao MP
a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de
inquérito policial.
IV - A suspensão condicional do processo e a transação penal aplicam-se às infrações de menor
potencial ofensivo praticadas no âmbito da Lei Maria da Penha.
a) I, II, III e IV são corretas.
b) I, II e III são corretas.
c) I e III são corretas.
d) Apenas a II é correta.
Gabarito: C
I – Correta. STJ, súmula 243.
II – Incorreta. STJ, súmula 203: Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão
de segundo grau dos Juizados Especiais. Obs.: Recurso extraordinário: É cabível o recurso
extraordinário quando a decisão de primeira ou segunda instância contrariar dispositivo da
Constituição Federal. Nesse sentido, a Súmula 640 do Supremo Tribunal Federal: “É cabível
recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada,
ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal”. Recurso especial: Atente-se que o
recurso especial é incabível, posto que a Carta Magna, em seu art. 105, III, somente o admite
contra decisões de tribunais, e não de turmas recursais. A confirmar tal assertiva existe a
Súmula 203 do Superior Tribunal de Justiça: “Não cabe recurso especial contra decisão
proferida por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais”.
III – Correta. Súmula Vinculante 35.
IV – Incorreta. STJ, súmula 536: A suspensão condicional do processo e a transação penal NÃO
se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
41- Segundo a LINDB (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), assinale a assertiva
INCORRETA:
a) Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país trinta dias depois de
oficialmente publicada.
b) As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
c) A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela
incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
d) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga
nem modifica a lei anterior.
Gabarito: A
a) Incorreta. LINDB, Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país
quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
b) Correta. LINDB, Art. 1º, §4º.
c) Correta. LINDB, Art. 2º, §1º.
d) Correta. LINDB, Art. 2º, §2º.
43- Assinale a alternativa INCORRETA no que tange aos negócios jurídicos NULOS.
a) O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
b) Se o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que
visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.
c) Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará
na parte válida, se esta for separável.
d) Não é passível de aplicação o princípio da conservação dos negócios jurídicos ao negócio
jurídico nulo.
Gabarito: D
a) Correta. CC/02, art. 169. Obs. IMPORTANTE! No que se refere ao princípio do aproveitamento
da vontade (conservação dos negócios jurídicos), apenas os negócios jurídicos anuláveis
permitem ratificação (confirmação/convalidação). Vide art. 172, CC/02.
b) Correta. CC/02, art. 170. Obs. IMPORTANTE! O negócio jurídico nulo admite, portanto, a
denominada conversão substancial.
c) Correta. CC/02, art. 184, 1ª parte. Obs IMPORTANTE! Os negócios jurídicos nulos (e também
os anuláveis) podem sofrer a denominada redução parcial, de modo que será possível o
aproveitamento da parte válida, se separável do todo. Cristiano Chaves de farias, nesse
sentido, fala em “isolamento da vontade”.
d) Incorreta. Conforme comentário da alternativa “b”, o negócio jurídico nulo admite a
denominada conversão substancial, prevista no art. 170 do CC/02. O Enunciado 13 da I Jornada
de Direito Civil assim também corrobora. Obs.: A conversão substancial depende de decisão
judicial. Exemplo de conversão substancial: título de credito nulo convertido em confissão de
dívida através do ajuizamento de ação monitória.
Fonte: www.dizerodireito.com.br
Obs.: NCPC, art. 110: Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu
espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1º e 2º.
45- Assinale a alternativa INCORRETA quanto à obrigação de indenizar, prevista no Código Civil.
a) Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por
quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente
incapaz.
b) A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a
existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas
no juízo criminal.
c) Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias
recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso,
o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver
prescrição.
d) Não acarretam dever de indenizar a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a
pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Gabarito: D
a) Correta. CC, art. 934.
b) Correta. CC, art. 935.
c) Correta. CC, art. 940.
d) Incorreta. CC, art. 929: Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art.
188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que
sofreram. Art. 188: Não constituem atos ilícitos: (...) II- a deterioração ou destruição da coisa
alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
47- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta no que tange ao direito de
Propriedade.
I- O proprietário pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na
posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e
estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados
pelo juiz de interesse social e econômico relevante. Neste caso, o juiz fixará a justa indenização
devida ao proprietário e, pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel
em nome dos possuidores.
II- A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e
profundidade úteis ao seu exercício.
III- A propriedade do solo abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, bem como os
potenciais de energia hidráulica.
IV- Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro
de Imóveis. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se
retifique ou anule. Uma vez cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o imóvel,
exceto se houver boa-fé do terceiro adquirente.
Estão corretas:
a) I, II, III e IV.
b) I, II e III.
c) I e II.
d) II e IV.
Gabarito: C
I- Correta. CC, art. 1228, §§4º e 5º. É a denominada desapropriação judicial. ATENÇÃO!
Enunciado 241 da JDC – Art. 1.228: O registro da sentença em ação reivindicatória, que opera
a transferência da propriedade para o nome dos possuidores, com fundamento no interesse
social (art. 1.228, § 5º), é condicionado ao pagamento da respectiva indenização, cujo prazo
será fixado pelo juiz.
II- Correta. CC, art. 1229: A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo
correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário
opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais,
que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las.
III- Incorreta. CC, art. 1230: A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais
recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros
bens referidos por leis especiais.
IV- Incorreta. CC, art. 1245 e art. 1247, caput e parágrafo único: Cancelado o registro, poderá o
proprietário reivindicar o imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro
adquirente.
48- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta quanto à usucapião de bens
imóveis.
I – A sentença judicial é pressuposto para que haja a aquisição da propriedade imóvel pela
usucapião.
II – Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial de
usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da
comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, não
havendo necessidade de representação por advogado.
III – A rejeição do pedido extrajudicial não impede o ajuizamento de ação de usucapião.
a) I, II e III estão corretas.
b) Apenas a II é correta.
c) Apenas I e II são corretas.
d) Apenas a III é correta.
Gabarito: D
I – Incorreta. A sentença não é pressuposto da usucapião, pois não possui natureza constitutiva,
mas meramente declaratória da aquisição da propriedade. Tanto é assim que a usucapião pode
ser arguida em defesa, nas ações reivindicatórias, antes mesmo que eventual sentença aprecie,
via de ação, a ocorrência da prescrição aquisitiva. Nesse sentido é o enunciado de súmula n.
237 do STF: “O usucapião pode ser arguido em defesa”.
II – Incorreta. Lei 6.015/73, art. 216-A: Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de
reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente perante o
cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a
requerimento do interessado, representado por advogado, instruído com: (...) - (Incluído pela
Lei nº 13.105, de 2015 – Novo Código de Processo Civil).
III – Correta. Lei 6.015/73, art. 216-A, §9º.
55- Assinale a alternativa INCORRETA de acordo com o Código de Processo Civil de 2015.
a) Da decisão que decreta a falência cabe agravo de instrumento.
b) No prazo do recurso, o agravo será interposto por transmissão de dados tipo fac-símile,
devendo as peças ser juntadas no momento de protocolo da petição original.
c) Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensa-se a juntada das peças obrigatórias,
facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão
da controvérsia.
d) O recurso de agravo de instrumento não admite juízo de retratação, não possuindo efeito
regressivo.
Gabarito: D
a) Correta. CPC, art. 1015, XIII c/c art. 100 da Lei 11.101/2005 (Da decisão que decreta a falência
cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe apelação).
b) Correta. CPC, art. 1017, §2º, IV e §4º.
c) Correta. CPC, art. 1017, §5º.
d) Incorreta. Segundo lições de Alexandre Câmara, interposto o agravo de instrumento, poderá
o agravante requerer a juntada, aos autos do processo que tramita em primeira instância, de
cópia da petição de interposição do recurso, do comprovante de sua interposição e do rol dos
documentos que o tenham instruído. Tal providência tem por fim provocar o juízo de
retratação, instando-se assim o juízo a quo a reexaminar a decisão interlocutória agora
impugnada. Caso o juízo de primeiro grau reconsidere seu pronunciamento, deverá comunicar
tal fato imediatamente ao relator, que declarará prejudicado o recurso. Sendo o juízo de
retratação de interesse do recorrente, é de se considerar que o juízo de primeiro grau só poderá
exercê-lo mediante provocação (...) Não sendo eletrônicos os autos, a comunicação a que se
refere este artigo deixa de ser mera faculdade, destinada a provocar o exercício do juízo de
retratação, e se transforma em um ônus”. (O Novo Processo Civil Brasileiro, 2ª ed., São Paulo:
Atlas, 2016, p. 527).
Grupo Temático IV
DIREITO MATERIAL COLETIVO
62- Assinale a alternativa INCORRETA, quanto ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e
Políticos
a) O direito à vida é inerente à pessoa humana. Este direito deverá ser protegido pela lei.
Ninguém poderá ser arbitrariamente privado de sua vida.
b) Ninguém poderá ser submetido à tortura, nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou
degradantes. Será proibido, sobretudo, submeter uma pessoa, sem seu livre consentimento, a
experiências médicas ou científicas.
c) Ninguém poderá ser submetido à escravidão; a escravidão e o tráfico de escravos, em todos
as suas formas.
d) É possível a submissão a medidas coercitivas que possam restringir a liberdade de ter ou de
adotar uma religião ou crença.
Gabarito: D
a) Alternativa correta conforme Pacto Internacional dos Direitos Civis e Político, ARTIGO 6º
b) Alternativa correta conforme Pacto Internacional dos Direitos Civis e Político, ARTIGO 7º
c) Alternativa correta conforme Pacto Internacional dos Direitos Civis e Político ARTIGO 8º
d) Alternativa incorreta conforme Pacto Internacional dos Direitos Civis e Político ARTIGO 18, 2.
75- O princípio segundo o qual deve o poluidor responder pelos custos sociais da degradação
ambiental resultante da sua atividade poluidora, agregando o valor das externalidades
negativas ao custo produtivo de sua atividade, denomina-se:
a) princípio do usuário-pagador
b) princípio do protetor-recebedor
c) princípio do desenvolvimento sustentável
d) princípio do poluidor-pagador
Gabarito: D
O princípio do poluidor-pagador impõe ao poluidor tanto o dever de prevenir a ocorrência de
danos ao meio ambiente como o dever de reparar integralmente os eventuais danos causados
com sua conduta ou atividade. O princípio 16 da Declaração do Rio ressalta o caráter dúplice
do princípio do poluidor-pagador: repressivo, ao impor responsabilidade objetiva àquele que
degrada o meio ambiente (vide art. 14, §1º, Lei 6.938/81); e preventivo, ao impor a
internalização das externalidades negativas.
77- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta a respeito das ações coletivas.
I – A inconstitucionalidade de determinada lei pode ser alegada em ação civil pública, desde que
a título de causa de pedir, uma vez que, neste caso, o controle de constitucionalidade terá caráter
incidental.
II – As ações coletivas terão sempre caráter repressivo, sendo incabível falar-se em ação coletiva
preventiva.
III – As ações civis públicas serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá
competência funcional para processar e julgar a causa. Ressalvada a competência da Justiça
Federal, é competente para a causa a justiça local no foro da Capital do Estado ou no do Distrito
Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de
Processo Civil aos casos de competência concorrente.
a) I, II e III são corretas.
b) Apenas a II é correta.
c) Apenas I e III são corretas.
d) Apenas a III é correta.
Gabarito: C
I – Correta. STJ, AgRg no REsp1.106.972/RS – (...) 7. No que tange ao mérito, é pacífico o
entendimento nesta Corte Superior no sentido de que a inconstitucionalidade de determinada
lei pode ser alegada em ação civil pública, desde que a título de causa de pedir - e não de pedido
-, uma vez que, neste caso, o controle de constitucionalidade terá caráter incidental.
Precedentes. 8. O pedido do recorrente foi assim formulado na inicial (fl. 31): "Pelo exposto,
requer o Ministério Público: - a concessão da liminar que suspenda os efeitos de todas as
nomeações feitas para cargos em comissões de Assessor Técnico III, determinando-se que a
Prefeitura, no prazo sugerido de 60 dias, promova as exonerações respectivas, e proibindo-a
de realizar novas nomeações; [...] - que ao final seja julgada procedente a ação, decretando-se
a anulação de todos os atos de nomeação existentes para os cargos em comissão de Assistente
Técnico III, e condenando-se o Município à obrigação de não voltar a prover esses cargos". 9.
Como se observa, é evidente que a inconstitucionalidade das leis estaduais mencionadas pelo
Parquet na inicial é simples fundamento de direito do pedido formulado, motivo pelo qual
plenamente aplicável o entendimento do Superior Tribunal de Justiça. (...)
II – Incorreta. CDC, art. 93: Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a
causa a justiça local: I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de
âmbito local. Obs.: No caso de ação coletiva preventiva, ou seja, aquela voltada a evitar a
ocorrência do dano a direito transindividual, a ação deve ser proposta no foro do local onde
possa ocorrer o dano. Nesse sentido, o MP de Sergipe, no concurso do ano de 2010, considerou
correta a assertiva que assim dispunha: Na defesa de direitos difusos, admite-se ação ordinária
preventiva de natureza mandamental, objetivando tutela inibitória, de modo a compelir o
poder público a impedir, em todo o território nacional, o uso ou o consumo de produto nocivo
ou perigoso à saúde pública.
III – Correta. Lei 7347/85, art. 2º c/c CDC, art. 93, II. Obs.: A competência do foro do local do
dano é considerada absoluta. Obs.2: A regra do art. 93, II do CDC é específica para a ação
coletiva que tutela direitos individuais homogêneos. Porém, tem prevalecido o entendimento
segundo o qual tal regra tem aplicabilidade em todas as ações coletivas.
78- Assinale a alternativa correta de acordo com o entendimento sumulado dos Tribunais
Superiores.
I – O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública cujo fundamento seja
a ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares.
II – O Ministério Público não tem legitimidade para pleitear, em ação civil pública, a indenização
decorrente do DPVAT em benefício do segurado.
III – O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos difusos, coletivos
e individuais homogêneos dos consumidores, exceto se decorrentes da prestação de serviço
público, como o caso de ação em que se discute a legalidade de reajuste da tarifa de transporte
público.
a) I, II e III são corretas.
b) Apenas a II é correta.
c) Apenas I e II são corretas.
d) Apenas a I é correta.
Gabarito: D
I – Correta. STF, súmula 643.
II – Incorreta. STJ, súmula 470 CANCELADA! O Plenário do STF decidiu que o Ministério Público
tem sim legitimidade para defender contratantes do seguro obrigatório DPVAT (vide RE
631.111/GO, repercussão geral). Assim, o STJ, logo após, cancelou formalmente o enunciado
de súmula 470.
III – Incorreta. STJ, súmula 601: O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa
de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos consumidores, ainda que
decorrentes da prestação de serviço público. Vide observação extraída do site
www.dizerodireito.com.br
https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2018/02/sc3bamula-601-stj.pdf:
“O Ministério Público está legitimado a promover ação civil pública para a defesa de direitos
difusos, coletivos e individuais homogêneos. No entanto, o MP somente terá representatividade
adequada para propor a ACP se os direitos/interesses discutidos na ação estiverem relacionados
com as suas atribuições constitucionais, que são previstas no art. 127 da CF: O Ministério Público
é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Quatro
conclusões importantes: 1) Se o direito for difuso ou coletivo (stricto sensu), o MP sempre terá
legitimidade para propor ACP (há posições em sentido contrário, mas é o que prevalece). 2) Se o
direito individual homogêneo for indisponível (ex: saúde de um menor carente), o MP sempre
terá legitimidade para propor ACP. 3) Se o direito individual homogêneo for disponível, o MP
pode agir desde que haja relevância social. Ex1: defesa dos interesses de mutuários do Sistema
Financeiro de Habitação. Ex2: defesa de trabalhadores rurais na busca de seus direitos
previdenciários. 4) O Ministério Público possui legitimidade para a defesa de direito individual
indisponível mesmo quando a ação vise à tutela de pessoa individualmente considerada (tutela
do direito indisponível relativo a uma única pessoa). Ex: MP ajuíza ACP para que o Estado forneça
uma prótese auditiva a um menor carente portador de deficiência. Assim, o MP sempre terá
legitimidade quando os direitos envolvidos: • revestirem-se de interesse social; ou •
caracterizarem-se como individuais indisponíveis. Os direitos dos consumidores muitas vezes são
disponíveis (ex: direito patrimonial). Mesmo assim, o Ministério Público terá legitimidade para a
ação civil pública em tais casos? O MP tem legitimidade para a defesa de direitos individuais
homogêneos de consumidores mesmo que estes sejam direitos disponíveis? SIM. O Ministério
Público tem legitimidade ativa para a propositura de ação civil pública destinada à defesa de
direitos individuais homogêneos de consumidores, ainda que disponíveis, pois se está diante de
legitimação voltada à promoção de valores e objetivos definidos pelo próprio Estado (STJ. 3ª
Turma. REsp 1254428/MG, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 02/06/2016)”.