Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
‹‚імпп »
Г ‚яп.:-\ »4, і . и о! »lauw tél.. &...… . … . . s! ... .. Ч. ‚ . J . ‚ ... «l 13...13 :VII: .01111122.03 ..и . . ‹. .|uül|vnlt|m.<|m.lumrl|¢lrœl1mh|ll
. „ „ . ‚ .
....
i
o
NO VO”
TESTAMENTO
ISTO HE
o
Novo Concerto de
NoJJò Fiel Senhor
&
Rcdcmptor
JESU CHRISTO
TR^DUZI-DO
na Língua
TG^VÇVSSl
Advertência
A o Pio Leitor,
Orquanto eftc Novo Teftamcnto cm au-
P fencia do Tradudor foi imprefTo, ocorrerão neilc
muytas faltas > das quaes as principaes , conforme ao
índice que logo apos efta Advertência fegue, com a pe
na vam emmendadas , para que delle vos poífaes fervir
entre tanto que na fegunda Impreflaõ , que com o fa
vor divino prefto a luz ha de fair, tudo emmendado
venha.
IND1 C E
Dos Erros que nefta Impreflao
com a pena vaõ
emmendados.
a: s»8>ir Muc. i: Tijí. Eac. x:iç.2»
n: »i. 3:1. 10*15
XV. J 2. s: ?4- X2:3X(
7* ir. 13:28.
9:18. J8: IÇ.'
X8:i2,xj, lo: 30. 19 :+8»
ii: 9> 14- 10:47.
W1(* ' 1 ^,4.74 2i ;2<í.
(o) 2
ÍNDICE DOS E R. R O S
»»■ 14,17. 15:25,33. r-> i.
23:32. _ 2.Cor. 4.: 2. Hebr. 2:10.
14:12. 5: 9- 3: 2.
J«aó. Io; 40. 9: 13. 4: i».
11:13. Io : 4, 5. 7:16,21.
18:11. 11:4. 10:3.23 if.
19:29,31.51,33. Gal. 3:9, 21,29. 13 :2o.
AAon 5:15,36. 6: 7>i7,it. Jacob. 4:2,17.
8:1 Ephcf. 1:6,21. 5'9.
14:2. 2: 14,15,16. I. Petr. x .■ 22.
21:37 8 : 15,17. 4 :i2.
25 :U,l6. 4:10, 14,19. 1. Petr. 1:12.
kora. r.i. 5:27,32. . ?:l.
3 :25. Philip. 1: io. Apoo, 3:14.
8:3,20,17. 2: 4. 5:6,9,12.
9:4. 3:12,13. 6:9,11.
10:10.. Coloíl 1:22,28. 8:12.
13:5>i4‘ 2:423. 9.18.20.
X.Cor. 1.20. I .Theff. 2:8,17. 11:5,13. . .
3:2. 4:11. 12:6.
9: 2i. •j.Thn. 1:16. xj:8.
12:29,31. 5:10. 16:11.
13:7. _. 6:*- 18:9,24.
14:1,39. 2. Tim. I: ix.
OSan&a
palavra dc Tefiamento he palavfâ Latina,
comquc.fe tralada a palavra .G^çyN^iateke,
da qual ufaõos cntcrpretadorcs Gregos,-pe
ra explicar a palavra Ebraica Berith, quç
fignifica Patio ou Concerto, que propriamen
te da a entender o mefmo Pado, que fez
Deus com os homens, pera lhes conceder com alguãs con-
diçoens a vida eterna: o qual Pado he de duas fortes, afa-
ber o Novo c o Velho. O Velho hc que fez Deus com o pri
meiro homem antes de fua cahida, cm o qual fe promete
a vida eterna com condição dc huã total c perfeita obe
diência e obfcrvancia da Ley : por cujo refpei.ro fc chama
o Patio da Ley, o qual propus Deus outra vez a os Ifraê-*
litas, peraque por mejo d’elle entendeftem (viftoque efta
condiçaõhe de todos os homens trefpaflada, e agora hc im-
poffivel que ninhum homem a poífa comprir) que el-
Jesamiftcr procurar fua falvaçaõ cm outro Pado» o qual
fe chama o Novo, e nifto confíftc, que Deus ordenou feu
Filho por Medianeiro, e prometeu a vida eterna com condi-
çaõ, quenoscrcamos n’ellc5 efechama o Pátio da graça.
E também ifto por refpeito das diverfas adminiftraçoens
fe chama Velho e Nl_ovo. 0 Velho contem a adminiftraçaõ
defte Patio antes da vinda do Medianeiro, o qual a Abra-
ham e a feus defcehdentes he prometido de fua ftirpe, c pre
figurado pelas muitas ceremonias, 'eferitas por Mofe. 0 No-
'Vo contem adminiftraçaõ do mefmo Pado, defpoisquco
Filho dc Deus o Medianeiro d’cfte Patio, fe encarnou, e
reconciliou os homens com Dcns. Eftcs dous Pados faõ
em verdade hum, tocante fua eflcncia, por via que nos
ambos aperdoaõ dos pecados, afalvaçaõ, ca vida eterna fc
promete, com condição dc crern’oMedianeiro: masfaõ
differchtcs, tocante a adminiftraçaõ dc ambos, aqual n’o
Novohemais clara, fem figuras, cfccftcndc entre todas as
* 2 gentes,
gentes, co Velho fe pode chamar muy bem cTeflarnentoda
■prometi , o Novo, o 'Icftamcnto do cowprimento. A de mais
d’iffo ordinariamentefe entendem pelo AWoe VelhoTeJla-
wento^ os livros, n’osquaesocílablecimento,eadminiílra-
çaÕ do Pado faÕ efcr/tos.-na qual fignificaçaõ as palavras o Te-
jhmemo Novo aqui n’otitulo feentende, efepoem contra
os livros dos fandós Prophetas, n’os quaes o Medianeiro
deite paóto he prometido, e deferito dc quegeraçaõ, e em que
tempo avia de fer encarnado, e que avia de obrar, e pa
decer, pera reconciliar os homens com Deus , e lhes al
cançar, e aplicar a falvaçaõ eterna , como n*as Efcrituras
do Tcftamcnto Velho antes eftáva dito e prefigurado. Que o
Meflias ou o Medianeiro, o qual avia de reconciliar os ho
mens com Deus, avia de fer o unigénito Filho dc Deus,
eterno e verdadeiro Deus com o Pae, e com o Efpirito
• Sanóto, Pf»4$, 8.C110, i. Efai 9, j.Jcrcm. 23,6.c 33,16.
Mich. 5,1. Malac. 3, i. E que clle no comprimento do tem
po avia de tomar a verdadeira natureza humana de huã
mulher virgem Gen.3, 15. Efai. 7,14. da geraçaõá’Abra-
ham , ijaac, Jacob, JudascDavid, Gen. 21, 12. e 22,18.
C49,9,10. 2. Samuel7,12. Eíai. ij, 1. Jcrem. 23,5- Que
aviade nacer na cidade de Bctlchem, Mich. 5, i. no tempo
que o cetro de Juda avia de fer tirado, Gen. 49,10. Efai.
11,1. Dan. 9, 24. Que fendo nacido, avia dc fugir a Egipto,
iloíea 11,1. Que avia de fer criado em Nazarcth, Efai. 11,1.
E que avia deter Eliam por prccurfor, que aviade pregar
n’odefcrtoe aparelhar lhe o caminho, Efai. 40, 3. Mal.3,1.
e^.í. Que avia de começar apregaro Euangclho em Gali-
lea Efai. 9,1, 2. Que avia dc confirmar com muitas ma
ravilhas a fua doutrina, Ef. 35, 5. Que avia de fazer íua
entrada em Jerufalem cavalgando fobre huã afina, P£ 118,2 5.
Sach. 9,9. Que avia de fer atrayíoado de hum defeusdifei-
pulos, Pf.41,10. e 3.5,14. Que avia de fer vendido por
trinta
trinta feteis dc prata, Sach. 11,12. Que avia de fcr afoita
do, cfcarnecido, e cuípido n’o rofto, Efa. 50^-,1; que o
aviaõ de tratar como delinquente Efa.5 3,12 Quepõr refpeito
de noífos pecados avia de padecer extrema anguília em fua
alma,PE 22,2. Efai. 53,ti. Que a via de fer crucificado, Deu-
ter. 2 z, 2 3. pf. 21,17. Que avia de fer cfcarnecido, cftando na
cruz: e que lhe daráõ a beber vinagre e fel, Pf 22, 8. e 69,22.
Que aviaõ dc deitar forte fobre feus vcftidos, Pf 22,19. Que
íeus offosnaõfe aviaõ dc quebrar Exod. 12,46. Pfj4,21.
E que avia de morrer huãviolentc morte, Efa. 53,8. Dan.
9, 26. Que avia de fer enterrado de hum rico, Efã. 53,9.
Que naõ avia de apodrecer na íepultura, Pf. 16,1 o. porem a o
terceiro dia avia de refufeitar dos mortos, Eíà. 53,10. Jon.
1,17. Que avia dc fubir a o cco, e ali aíTcntar íè a maõ direi
ta de Deus, Pf 68,19- c 110. 1. E que dali avia demandar o
fcuEfpírito Sanfto, Jocl 2, 28. Aíli eílá eferito n’o Novo
Teftamcnto dosfanâos Euangeliftas,cApoftolos,quetudoif-
tohecompridononoíTo Senhor e Salvador JesuChristo.O •
argumento pois dos livros do Novo Teftamento he, que n’o
niefmo,principalmentc íe defereve aPcíloa e oOfficio de nof-
fo Salvador Jesu Christo. De fua Peffoa que ellehc verdadei
ro Deus e verdadeiro cjufto Homem ri. a unidade da Pefloa..
De fua Divina natureza íè teftifica cm todos lugares, quando .
lhe foi atribuído,os nomens dc Deus,comojEnovA,Unigéni
to Filho deDeiis,Principe da vida,Senhor fobre tudo,Juiz dos
vivos c dos mortos, Rey dos reys,. Senhor dos fenhores.
Item , as propriedades divinas, comoíãÕ, Infinidade, Eter
nidade, Todaíabedoria,Todapoderia. Divinas obras,que faõ
acriaçaõ, eaconfervaçaõ dc todas as criaturas, a eleição
pera vida eterna, a ordenaçaõ dominifterio Ecclefiaftieo,
«dos Sacramentos, o dar do EípiritoSanfto, a regenera.-
çaõ, a livraçaõ do poder do diabo , a refufcitaçaõ dos mor
tos , o juizo do mundo, c aíTentaríc*a maõ direita de Deus „
* 3. . pera»
pera o que também ferve, a defcripfaõ dos muitos mila
gres q«’c o|?rou com fcu proprio poder, c finalmcnte, a
honra e 0 íèrviço Divino, a faber, que devemos cre'r n'cl-
lc, lhe adorar, cemfeunome fer bautizados. Sua humana
natureza fe defcrcvc, quando fc declara, que foi concebido
do Efpirito Sanóto, da geraçaõ dc David, que foi nacido
da virgem Maria, que tem huãalma humana, e hum ver
dadeiro corpo humano, com todas propriedades naturacs
dc ambos, a faber, que padeceu fome e fede, comeu, dor
miu, que fc cançou , fe laftimou, fintiu dores, fc entri-
fteccu, c fe agaftou. Seu Officio a o qual foi mandado do
Pac n’o mundo, detres maneiras fc defereve, conforme o
fcu fobre nome, Christo, que he, unguido, a faber fcu
Prophctico, fcuSacerdotal, eReal Officio, fcuProphetico
Officio, adminiftrou aífi por fi mcfmo, como por ícus difei-
pulos, principalmcntc doze, quem elegiu pera Apôftolos.
Ellc mcfmo pregou o Euangclho, enfinando qucc'ra clle o
prometido Meffiias, co Salvador, e que aquellcs que haõ
de alcançar a íalvaçaõ, devem cre'r n*ellc c converter fc a
Deus. Pera cujo fim também declarou a lcy, c dos falfos
comentos dos Efcribas c Pharifeos alimpou. Dcfpois de fu-
biraos ccos, mandou feus Apoftolos por todo o mundo
os quacs pregáraô a todos os homens o Euangelho e a con-
verfaõ a Deus, afli com boca c com vivas vozes, como
pelas eícrituras c cartas, asqúacs faõhuã grande parte do
Novo Tcftamento.Seu Officio Sacerdotal adminiftron, quan
do por noífa caufa n’a terra, no corpo e nalma padeceu
a pena que nos mcreciamos por via dc noífos pecados, c
n’a madeira da cruz fendo matado, fi mcfmo porfacrificio
dc reconciliação ao Deus fcu Pac por nos offercceo; eque
agora entrou no Lugar ían&iffimo, afaber,' n’osceos, e
íe aífentou a maõ direita do Pae , aonde cfta orando por
nos. Seu Real Officio Jdminíftrou, a parte n’a terra quan-
' ■ do
do nos livrou do poder de noflos inimigos pela fua morte,
c contra o mcímo nos defende; e qpando d’ifto deu hui
moftra, lançando fora oscfpiritos immundos, e deitando
fora os que vcndiaÕ c comprávaõ n’o templo ,C^por fua
Real entrada dentro dc Jerufalem. Aparte o adminiftraa-
gora ariba n’o ceo, com fua palavra e Efpirito governan
do fua Igregia , e contra a violência dc ícus inimigos de
fendendo, e ícus, e noífos inimigos caftigando, epondo-
poreftradodeíèuspces. E perfeitamente o conaprirá, quan
do virá a juizo, c perfeitamente fua Igreja glorificará, ca
todosfeus inimigos condenará na eterna morte. Eftc hco
compendio do que n’o Novo Tcftamcnto cftacfcri to, eíc
repartem muy bem cftas efcrituras do Novo Teftamento, em
duas partes, c n’a primeira íc deferevem alguãs Hiftorias».
e na fegunda fe trataõ alguãs doutrinas da religião Chri-
ftaã, feja que n*ãs Hiftorias também alguãs doutrinas fc
dcelaraõ.e n'as doutrinas também fe relataõ alguãs Hiftorias
com tudo afli faõ. diftinguidas por refpeito da principal mate*
ria.Os livroshiftoricos do Novo Teftamento trataõ ás coufas
acontecidas, ou ás que ainda aviaõ de acontecer. As coufas
acontecidasfe deícrevemde dôus modos, afaber, as que
acontcce'raõ,ou do mcfmojEsuCHRisTo,contidas nos ^«4-
tros Euangelhos, Matheo, Marco, Lucas, Jòao, ou as que
aõ feitas pelos fanâos Apoftolos, comprendidas de Lupas
n os Afias dos s^ípoftolos. As couíàs que ainde aviaõ de fu—
ceder, faõ eícritas de ]oao n’o fuo Apocalipfe, n’oqualhc
Predito o eftado da Igreja dc Clorijlo, dcípois de fua fubida
aoceo, ate o fim do mundo. Os livros que trataõ as dou
trinas, faõ as cartas dos fanfios Apofiolos, afli do Apoftolo ‘
como dc alguns outros. O Apoftolo Paulo por dif-
terentes ocafioens efereve quatorze cartas, alguãs a as
Particulares Igrejas, a faber, a os Romanos, a os Corin*
1hi0s duas, a os Gaiatos, Ephefios, Philippenfes, Colcffen-
fes, a os Thejfalonicenfes duas. Alguãs a as pcflbas parti
culares, com tudo, que o argumento pertence a toda Igre
ja. A o Timotheo duas, a o Tito e Philemon, etambema
osHebrcui , da qual carta, foraderazaõ, .alguns duvidaó
fe dc Apoítolo Paulohz eferita. Alguns outros Apoílolos
também eferevéraõ a as Igrejas alguãs cartas, como Jacobo,
Pedra duas, ]oao tres, c Judas. Biles faõ as eícrituras do
Teftamcnto Novo, as quaes todas faõ eferitas a eftc fim, pc-
raque, com o Euangelifta JoaÕcap. 20,31. Creamos que Jesit
he 0 Christo o Filho de Deus, e peraque crendo, tenhamos
< vida emfcu nome.
O SAN-
o S A N C T O
E U. A N G E L E 3
De noffo
SENHOR
JESU CHRISTO
SEGUNDO
S. MATTHEUS.
Capitulo I.
i A Linhagem de JESU CHRISTO fegundo a carne d'os paes desde Abra- .
ham. 18 Sua conceiçaã do EfpiritoSanta, enacimentada Virgem Maria, zx Cama
era predito pello Propbeta. ■
A 9 E
I . o S. E U A NG ELHO
9 E Ozias gepou a Joatham. c Joatham gerou a Achaz. e Achaz
gerouaEzechias.
10 EEzechias gerou aManaflè. eManaílcgerouaAmon. eAmon
gerou aj<,._.
11 ÈJofias gerou ajcchonias, e afeus irmaós naTransmigraçaõ de
Babilónia.
a Tr»njpt>r- I2 g defpoisda ‘Transmigraçaó de Babilónia Jechonias gerou aSa-
^ lathiel. cSafathielgerouaZorobabel.
13 E Zorobabcl gerou a Abiud. e Abiudgerou aEliacim. cElia-
cim gerou a Azor.
14 E Azor gerou a Sadoc. e Sadoc gerou a Achim. e Achim gerou
aEliud.
.15 E Eliud gerou a Elcazar. c Elcazar gerou a Mathan. eMathan
gerouajacob.
16 È Jacob gerou ajofeph, o Marido de Maria, da qual naçeu Jeíus,
chamado o Chnlto.
17 De maneira que todas as geraçoens desde Abraham ate David,
[j/liôQ catorze geraçoens. c desde David até a Transmigraçaó de Ba
bilónia CP® ] catorze geraçoens: c desda transmigraçao de Babilónia
até Chnlío [jaÕJ catorzegeraçoens.
18 E o naçimento dc Jcíu Chrifto foi aífi; que eftándo Maria faa
b Oa,c<w-maédeípoíâdacomjofeph, antes que iêajuntáflêm, feachouque fceíhí-
abira. vaprdhhedoEípiritoSanóto.
19 Entaõjoicph fcuMarido, comoéra jufto, e a naó quifcílc infa
mar, quila deixar fccrctamcntc.
20 E intentando elleifto, cisque o Anjo do Senhor lhe aparcçeo no
fonho dizendo, Jofeph, filho de David, naó temas reçebcr a Maria tua
mulher, porque o que nella eítá conçebido, do Eípirito Sanéto he. r
\d-4-‘,í 21 E parirá hum filho, e por lhe ás por nome JESUS porque clle
íãlvará a teu povo de feus pecados.
22 Tudoiftoaconteçcu, para que fccumprifle 0 que d’o Senhor foi
ií.> »4- t dito pelo Prophcta, que diífe:
e Ou, SerÁ* 2 31 Eis que a Virgemc conçeberá, e parirá hum filho, c por lhe ás por
frtnbt.
nome Emmanucl, que declarado, quer dizer, Deus com noíco.
24 E.deípcrtanao Jofeph d’ofono, fez como o Anjo do Senhor lhe
mandára, e reçebeu a íua Mulher.
2 $ Enaô a conheçeu ate que pario a cfte fcu filho o Primogénito, c
pos lhe por nome J E S U S.
Ca-
SEGUNDO S. MATHÈUS. Cap. II.
3
C A P I T l/Í O II.
* Os Magos vtm do Oriente a "jernfalem. x PrcgtmtaÕ a ctrca do rtt •‘•'ida dos "fe-
deos. 4 A qttem , fendo bem informados a cerca o lugar de feu naumehto cmBetMt-
bem, acharaieadoraraÕ. 11 Tornaifepera fua terra, ij Jofrpb tomando a o me-
n>tofugea£gjpto. 16 tiçrodes manda matar a os meninos. 19 Se torna Jofpb a'Ju-
dt*- 11 Masrepeando a Archtlao, foift peraGahlea, e habita emVatjsreth'
7 Evendo ellc a muitos dos Pharifcos, c dos Sadduçeos, que vinhaó a terra.
a leu bautiímo . dizia lhes: raça de bíboras , quem vos e eníinou acOu>
Capitulo IV.
Capitulo V.
* M mmtt quem faõ os verdadeiros tem aventurados. 13 compara feus
jcipulos com ofal,com a luz e com tua cidadepoftafobre monte. 17 declara que vejo pera
comprir a ley. 11 contradiz aperverfa explicafaõ dos amigos a cerca 0 feijlo mandamento.
*1 acercado fetimo mandamento, e da carta de desquite, 330 cerca do juramento-.
38 a cerca da vingança. 40 manda a patiencia. 41 a benignidade e verdadeiro amor
ate com os inimigos.
8 Ouviltes que foi dito: olho por olho, c dente por ddhtc malino.
Huc9aõrcfiftacsa.omalJ antes a qualquer
q v der em tua façe direita, vira lhe também a outra.
lhe4t°ambemqa dpi n8oprcitcar^uifer> «tua roupeta te tomar, lárga
f» ™ ab01^“”«.
faVufS Tf/ej!,?l'ilh“s * »«®> Pae que eftí nos çeos: porque
j Wlos f “ r<ibrC ““ ’ c bons i « çhove fobre jultls e in.
E 46 Por-
I0 OS. EUANGELHO
46 Porque fc amardes a os que vos amaõ , que galardaõ avereis?
naó fazem os publicanos também o mcfmo ?
47 EfEmentofaudardesavoflòs irmãos, que fazeis demais? naõ
fazem os nubucanos também afli?
48 Sede pois vosoutros perfeitos , como voílò Pac, que eftá nos
£cos, he perfeito.
Capitulo VI.
1 Cbrifto enfina com» avtmos de dar efmola. $ orar. 16 jejttmar. 1 p qrtaes thefim-
ros amontoar. 22 como amifter endereçar 0 intendimento. 24. naõ ptdemos fervir
a dous fenbores. 2y que amifter deixar a. Deus ter cuidad» das coufas d'efta vida.
3 3 e bujear primeiro 0 reino de Deus.
1 Á tentai que naõ façaes voflã efinola perante os homens para que
a Ou, dian- d’elles lejaes viftos: d’outra maneira, naó avereis galardaõ a açcr-
míZe,te, °!t fari> cadcvoflòPacqueeftíírfosçeos.
com. z 'Portanto quando b fizeres efinola, naõ faças tocar trombeta diante
h Ou,.deres. dc fy, COmc> fazem n’as Synagogas e n’as ruas os nypocritas, para dos ho
mens ferem eftimados: Em vçjdadc vos digo, que ja tem feu galardaõ.
3 Mas quando tu fizeres efinola, naõ fáiba tua [_maSJ ezquerda
o que fas a tua direita.
4 Para que tua efinola feja em oculto, e teu Pac que ve'em oculto r
clle tó renderá em publico.
; 5 E quando orares, naõ fejas como os hypocritas, porque foígaõ
! de orar empe n’as íynagogas, en’os cantos das ruas, para dos homens,
ícfem viftos. Em verdade vos digo, que ja tem íèu galardaõ ?
t i n• $ Mas tu, quando orares ,fentra em tua câmara, e çerrando tua por
ta , ora' a teu Pae que eftá cm oculto, c teu Pae que vé cm oculto clle tó
renderá em publico. •
jug--7 E orando/naó uícis palavras vaâs como os gentios , que cuidáõ
que por ícu muito fallarhaó de ícr ouvidos.
. 8 Naõ vos façaes pois íemelhantes a clles, qucvoflòPaefabcoque
vos he ncçcílàrio , antes que vos lho peçacs.
9 Vos outros pois orareis aili: Pae noflò que [e/ax] n’os çcos,
íãnctificado lcja o teu nome.
10 Venha o teu rcyno. Seja feita a tua vontade « \_afíi. 1 n’aterra
c Ou, corno, , - J J
n-oceo,tarn-Comor^ÇC2- r 3 ,
bemrfater- u O pao noí lo de cadadia nos dá hoje.
w. i. 2 E perdoanós nollàs dividas, aífi como nos perdoamos a os noflos
devedores..
13 E.
SEGUNDO S.MATHEUS. Cap.VI. n
13 E naõ nos d metas em tentaçaó, mas livranos c dc mal: por-J
que teu hc o reyno, e a potência, e a glória , para todo íemprc.^u
. Amen. nialina
14 Porque fc a os homens perdoardes fuasoffèníàs,^rZ?focm voílõ
Pac çeleftial vos perdoara' a vos.
15 Mas íè aos homensnaõ perdoardesíúas offcnfas, taõ pouco vos
perdoara' voílõ Pae voílãs offeníãs a vos.
E quando jejuardes, naõ vos môftrcis triftonhos, como os hy- ‘-XW! 3.
poentas, que desfiguraõ feus roftos, para a os homens parcçcrem que
J cjuaõ. Em verdade vos digo, que ja tem íèu galardaõ.
17 Porem tu , quando jejuares , unge' tua cabeça c lava teu
roílo.
18 Para a os homens naõ pareceres que jejuas, íènaõ a teu Pae que
eftá cm oculto, c teu Pac que vc cm’oculto, ellc to renderá cm publico,
l<?$Naõ vos ajunteis thelôuros n‘a terra,’aonde a traça c a femí-
gCR^tudo córrumpe e aonde os ladroens minaõ e roubaõ.
20 Masajunctacvosthcfouros n’o çco, aonde a traça c a ferrugem
naõ córrumpe e aonde os ladroens naõ minaõ nem róubaõ.
21 Porque aonde voílò thcíõuro cftiver, ali citará tambem voílõ
• coraçaõ. ç
22 A candeá do corpo he o olho: Afli que íc teu olho for finçero^
todo teu corpo fera' luminofo.
23 Porem fe teu olho for malino, todo teu corpo ferá tenebrofo.
Afli que fe a luz que cm ty ha, faõ trevas 5 quantas feráõ as £ meÇm<u ]
prevas?
24 Ninguém pode íèrvir a dous fenhores : poisouhade aborrecer
a o hum, e amai1 a o outro; ou íè hade chegar a o hum, c dcíprczar
a o outro: Naõ podeis fervir a Deus e a f mamon. f Riquezas.
25° Portanto vos digo, naõ andeis foliçitos por voflã vida, que aveis
de comer, ou que aveis de bcbdr riem por vollò corpo que aveis de 1
veftir; Naõ hea vidamaisque o mantimento, c o coroo mais que o ’
veftido ?
. '26rOlhae para as aves doçco, que nem femeaõ: ncmfcgaõ, nem r.
ajúntaõ em çelleiros, c [com tudo] voílõ Pae çeleftial as alimenta;
Naõ fois vos muito melhores que cilas ?
27 Mas qual dc vos outros poderá com [toda] fua foliçitidaoacrc-
Çtntar hum cóvado a íúa eftátura ?
2$ E polo vertido, porque andaes foliçitos? atcntac para os lyrios
do campo, comovaõ creçcndoj Nemtrabálhaõ, nem nãõ.
B 2 2$) E
12 OS. ÈUANGELHO
29 Evos digo, quem nem ainda Salamaó, com toda íua gloria, fòi
vertido como hum dellcs.
30 Pçk^jcDcus aíli verte a eiva do campo, que hojehe, cáman-
haã fe lança no forno; Naó vos veftirá muito mais a vós, apoucados
n’a fé.
3 r Naó andeis pois foliçítos, diçendo, que comeremos, ou que be
beremos , ou com que nos veftiremqs ?
3 2 Porque todas ertas coufas búfcaó os gentios: poisbem fabc voflb
Pae çelcrtial que de todas éftas couiàs neçeííitaes.
1 Rio 3 i*.
Pl.
3 3“’ Masbufcaepnmciro o rcynodeÓeus, efuajuftiça, etodasértas
coufas vos ícrao acreçentadas.
34 NaÓ andeis pois foliçitos polo d’ámanhaã; porque a manháã terá
j ftu. bom auidado de 8 íi mellna. Barta a o Q cada ] dia íua affliçaó.
Capitulo VIL
s Cbrifioenfna come'devemos julgar do prúámo, e repremlelo. 6 qut naÕ avimos de-
dar/ucouf/uSanilASaosdejprxadores. 7 qut devemos continuar ríasoraciÕes. 12, e
consoemos de tratar a ospróximas. 15 da porta eflreitae larga. iy de evitar osfal
fas Prophetas. 10 que na'o qualquer, que em publico fervir a Deus,Jerafalvo. 2^ que
devemos apalavra de Deus naófomente ouvir, mas tambémfater.
entram.
*4 Porque eftrcita.hc a porta, e apertada o caminho; que lévaá
V1da:mc poucos há que a achem.
Porem guardae vos dos fàlfcs Prophetas, que vem a vos outros > >»
com veftidos de ovelhas, mas por dentro fam lobos arrebatadores.
J <5 Por feus fruitos os conhecereis, por ventura cólhemfc uvas dos
cípinheiros, ou figos dos abrolhos ?
>7 Afli toda boa arvore dá bons fruitos r mas a aávore a podre dá a Ou» cor*.
maos fruitos.
18 Naõ pode a boa arvore dar maos fruitos: nem a arvore podre
dar bons finitos.
i2 Toda árvore que naó dá bom fruito, fe córta, c íè lança no
fogo,
2 o Afli que por feus fruitos os conhecereis.
21 Naó qualquer que me diz, fenhor, fenhor, entrará no rey
no dos çcos: mas aquclle que faz a vontade de meu Pae que eftá n’os
Çe0S,p
22 Muitos me diram n’aquclle dia: Senhor, íhór, naoavemospro- p' ,q'
phetizádqnos em teu nome ? c em teu nome naõ avemos lançado fora
osdemonios? e em teu nome fizemos muitas virtudes?
2 3 E entonçes claramcnte lhes direi: nunca vos conheci: apartac b Ou, v»r
24 Por tanto qualquer que me ouve eftas palavras eas guarda, com-^’
paralóci a o varam prudente, q ue edificou íúa caía fobre penha.
;eram aquella caíà, e naó caliio-, por que eftáva fundada fobre raõcom im-
Capitulo VIII.
s Chrifto limpa humleprofo. p faraamopo dl centuriaõ. 14 a fogra de pedra. itS t
ainda muitos outros. 18 declara a hum efcnba, que queria 0 jegetir, fua pobreza.
11 e manda a entrefeguirfefem dilaifaõ. 23 aplaca atempeflade domar. 28 lan-
pa os demonnios fora de deus endemoninhados, e permite lhes entrar n'os perfis.
I
i Tp dcçendo do monte, feguiraó o muitas companhas.
•*-' 2 E eis que veio hum lcproíõ, c o adorou, dizendo, Senhor,
íêquifercs, bem me podes alimpai-.
3 E eílendendo Jeíus a maõ, o tocou, dizendo, quero, íe limpo : c
logo fua lepra foi limpa.
4 Entam lhe diflê Jeíus: olha que naó o digas a ninguém: masvac,
Lev- «1-1 • '*■*• móilratc a o Saçcrdotc, c offcrcçc o prefente que Moyfcs ordenou,
â Gvt,feja pera que lhes 3 cónítc.
em tefti- 5 E entrando Jcfus cm Capernaum, veio [a elle~\ o çentúriam,
tnuube.
rogandolhe,
6 E dizendo, Senhor, o meu moço jaz em caza paralytico, grave
mente atormentado.
7 E Jeíús lhe diflê: Eu virei, c o Sárarcif
8 E rcfpondcndo a çentúriam, diflê : fnór, naó fou digno dc que
entres debaixo de meu telhado; mas dize íomente huã palavra, cmeu
1 moço íâranú
9 Porque também cu íõu homem de baixo dc poteílade, [4’os outros~\
c tenho de baixo demy íòldados, edigo a eílc vac, evae; e a outro,
vem, evem; eamcuícrvo, fazeifto, efalo.
10 E ouvindo Jeíus maravilhouíc, cdiífe aos que [V] íê-
guiam : cm verdade vos digo, que nem ainda cm lírael achei tan
ta fé.
bOu,tevan- 11 Mas cu vos digo , que muitos viram do b oriente, c do ocçi-
tee poente, dente, c aflcntaríêhaó á meia no reyno dos çeos com Abraham, e
c o u, choro, Iíãac, e Jacob.
e bater de 12 E os filhos do reyno feram lançados nas trevasdefora: ali fera'
à'on ficou C ° Prant0’ e ° u’emor dc dentes.
oujdroufeà 13 Entonçcs diflê Jcfus a o çentúriam: vae, e aíli como crcítc, te
t»epo. . feja feito.. E ífaquellc mefino inílante d foi feu moço íâm.
14 E
..SEGUNDO S. MATHEUS. Cap. VIII. 15.
14 E vindo Jefus a cafa dc Pedro, vio a fua fogra deitada, ccom
febre.
15 E tocoulhe n’a maó, c a febre a deixou: e levantouíè, c fer
via os..
16 E comoja foi tarde, trouxeraó lhe muitos endemoninhados, e
lançoulhes fora osEípintos [malinos~\ com a palavra, cíãrou a todos
os flue mal íè achávaó. ,
*7 Pera que fc cumpriflè o que eftáva dito pelo propheta Iíàias,, k-jeí. a.
Hue diflè:k clle tomou noflàs enfermidades, elevou ffobre fi~\ noflàs
doenças.
1 8 E vendo Jeíús muitas companhas a o redor defi, mandou que
paflãnèmda outra banda.
19 E chcgandolè hum eícriba a clle, diflèlhe: Meftre, aonde quer-
que fores te ícguireii
20 E Jeíús lhe diflè: As rapoíàs tom covis, eaS aves do çeo ninhos:
mas o filho do homem naõ tem aonde cncofte a cabeça.
21 E outro de feus diíçipulos lhe diflè: Senhor, dame liçença que
Va primeiro enterrar a meu Pac.
22 E Jefus lhe diflè: íèóueme tu a my, e deixa a os mortos enterrar
leus mortos.
23 E entrando elle no barco, íèus diíçipulos o íèguiram.
24 E eis que íè levantou huá taó grande tormenta no mar, que o
barco fecubna das ondas, c elle citava dormindo. * •
2 5 E chegando feus diíçipulos, o acordaram, dizendo, Senhor fal-
vanos, que nos perdemos!
2 5 E ellc lhes diflè: porque temeis, apoucados na fé? Entonçes,.
levantandoíè, reprendeu a os ventos, e ao miír, e ouve grande bo-
Oança.
z7 E os homens fe maravilharaõ, dizendo, quemheéfle? que até
05 ventos e o már lhe obedecem!
2 8 E como paílòu pera a outra banda , á Provinçia dos Gerge-
tenos , vicfaõ lhe a o encontro dous endemoninhados , que íàhiaõdos- •
fulcros, taó ferozes que ninguém podia paflàr por aquelle ca
minho.
®
2 9 E eis que clamaraõ, dizendo, que temos com tigo, Jeíús filho-
e Deus? vicíte aqui a nos atormentar antes de tempo?
3° E eflava huá grande manada de porcos longe d’ellespaçcndo..
31 E os diabos lhe rogaraõ, dizendo, fe nos lançaresfóra, permi-
que entremos naquclla manada dc porcos..
• 3 2 E.
15 OS. EUANGELHO
32 E difle lhes: ide e faindocUcs, entraram na manada dos porcos:
e eis que toda aquella manada de porcos íèpreçipitou no mar, e morri
raó n’as aguas.
33 E&Liçcs os porqueiros fugiraõ , e vindo á çidade, contaram
todas citas couíãs, c o que [acontefekíJ a os endemoninhados.
E eis que toda aquellaçidade íãhio a o encontro aJeíús, e vendo
eOu, cm- q pie ropra'VaÔque íc rctiraíle dc feus c termos.
Jíztf. 01
Capitulo IX.
1 Chrifiofiariind9btimparal}tico,m»ílrnij}itti»lMtpo.ierperapirdoaretpecades. 9 cla
ma a Mathcits, e come com os publicanos. 19 defendejeus difcipulos parque naÕ je-
jttmaõ. 20 cura a huá mulher dc hum fluxts de fungue. 23 refujeita filha de
ieumcenturiaÕ. 27 da viflaaDous cegos. 32 livra a hum endemoninhado, jppre
ga, efiara muitos enfermes. 35 exhortaptra pedir obreiros ría fiega. '
1 "E* ntonçes chamando afia feus doze diíçipulos, deu lhes poder
•*-<íobre os eípiritos immundos, pera os lançarem fora, e íàrárem.
toda fraqueza.
2 Hora os nomes dos doze Apoftolos, íàó eftcs: o primeiro, Si-
maõ, chamado pedro, c André ícu irmaó : Jacobo o filho do Zebe-
dco, c Joaõ feu irmaó.
3 Philippe, Bartholomeu: Thome, eMatheus, o publicano : Ja-
coboofilhodeAlphcó; eLebeo, por íòbre nome oThadeb.
4 Simaó cananeb , e Judas Lfcariota, que também o entre
gou..
5 A eftcs doze enviou. Jeíiis, e. lhes mandou , dizendo, pelo ca
minho-
SEGUNDO S. MATHEUS. Cap.X.
minho das gentes naõ ireis, nem cm çidade óe Samarita-
nos entrareis.
; 6 Mas ídc antes ás ovelhas perdidas da caía dc Iíracl.
7 E indo, pregae, dizendo, chcgádá he.o reyno dcvIJos.
8 Sáraé a os enfermos, alimpac a os lcproíòs, rcfuíçitac a os mor
tos , lançae fora a os deinonios: dc graça o rcçebéítcs , dae o de
graça.
9 Naõ poíluacs ouro, nem prata, nem * dinheiro cm voílàs* °u> <*'*■
çintas. '
10 Nem alforges pera o caminho, nem.dous vertidos, nem
bçapatos,’ nem bordam, porque digno he o obreiro de fcu ali-bOu, <rf-
mcntO. x fwtuf.
11 E cm qualquer çidade , ou aldea, que entrardes , informac-
vos dc quem n’clla íèja digno, e pouíãe ali até que íãjaés.
11 E quando entrardes cm [_algua 3 caía, faudae a.
1 j E íe a caía for digna , venha fobre ella voílà, paz : porem íè
digna naõ for, tome fc voflã paz a vos outros.
14 E qualquer que vos naó receber, nem voflàs palavras ouvir r
íàindo daquclla caíà, ou çidade, íacudi'0 pó dos voílòs pcs.
15 Em verdade vos digo, que mais tolerável ferá a os da terra de
Sodóma e Gomofrha no dia do juizo, do que aquella çidade.
16 Vede eu vos envio como a ovelhas no mejo dos lobos: por tanto
féde prudentes como íèrpcntcs, e fimpliçes como pdínbas.
17 E guardaevos dos homens: porque vos entregaram cm conçi-
lios. e vos açoutaram cm fuas íynagogas.
18 E até ante prefidentes e reys fcrcis levados por cauíà dc my,
para que a elles, e a os gentios lhes feja em teftimunho. t
19 Mas quando vos entregarem , naõ andeis foliçitos de como,
ou que fallareis: porque naquellemcímoinftantc vos forã dado o que
aveisdefallar. '
-o Porque naõ fois vòsos que fallacs, mas o eípiritode voílõpac,
que cm vos falia. .
2i’ Ora o irmaõ entregará á morte a o irmaõ , e o pae a o filho:
e os filhos fe levantaraõ contra os pacs , c os c faram morrer. C Oll, 1HX-
E dc todos fereis aborrcçidos por cauíà de meu nome: mas taraí.
aquelle que perfeverar até o fim, eílc ferá falvo.
2 3 Mas quando .vos perfequirem n’efta çidade; fogi pera a outra:
porque em verdade vos digo, que naõ acabareis de correr polas çida-
des dc Iíraél, que naõ venna o filho do homem.
C z 24 O ,
20 os. euangelho
24 0 diíçipulo naóhc mais que feu meftrc, nem 0 íêivo maisque
feu fenhor.
2 5 Baftclhc a 0 diíçipulo íer como feu meftrc , c a p fervo comc
feu fcnhoi até a 0 mefmo pae d’a família chamaráo bcelzcbul,
quanto mais a íèus domcfticos?
26 Aíli que naó os temaes: porque nada ha encubcrto, que fc naó
aja dc dcícuorir; e [nada] oculto,, que fe naõjaja de faber.
27 0 que vos digo em trovas, dizei 0 em luz j c 0 que ouvirdes a
0 ouvido, pregac 0 d’os telfiados.
ÍJ. 11. a8' E naó temaes a os que mataõ. 0 corpo, mas naó podem matar
r. 9. a alma: temei antes, áquelle que pode dcftruir a alma e 0 corpo no
inferno.
29 Naõ íè vendem dous paíiàrinhos por hum çcitil ? e nem hum
delles caira' em terra fem voflò pae.
30 E ate voilòs cabellos da cabeça todos também eftáõ con
tados.
•
31 Naó temaes pois: mais valeis vos que muitos paíiàrinhos.
3 2 Por tanto qualquer que me confeílar diante dos homens, tam
bém eu 0 confcílàrci diante de meu pae que eftá n’os çeos.
• 3.3 E qualquer que me negar diante dos homens também eu 0
negarei'diante de meu pae que eftá n’os çeos.
•-<
fr. 10.
M . 34° Naõ cuideis que vim a meter, paz n’a terra, naõ vim a meter-
paz, fenaõ cutelo.
tk Y í- 3 'y Porque eu vim a. fazer diflèrrfaõ do homen contra ícu pae , e
da filha contra íua maé j e da nora, contra fua íõgra.
f 3,6 E. [feraã J os inimigos do homem > os que. [faõ] ícus do-
»
mefticos.
37 Quem ama pae , ou maé , mais que amy , naó he digno dc
my ; e quem ama filho,, ou filha, mais que a my, naó he digno
de my.
38 E quem naõ tomai’ fua cruz, efeguir a pos my, naó he digno
de my.
39 Quem achar íua alma.perdélahaj e quem perder íua alma , por
cauíà de my, achála ha.
40 Quem a vos vos recçbc, amymercçcbc.i equem a my merc-
çcbc^reçcbc a aquclle que mç enviou.
>7 •■>
<• l#: 1
41 Qucfn rcçcbe propheta cm nome dc propheta , galardaõ de
A
propheta reçcbcraç c quem reçcbc jufto em nome dc jufto, galardaõ
dcjufto reçebcrá..
42 E
SEGUNDO S.MATTHEUS. Gap. XI xx
41 E qualquer que fomente der hum púcaro dc agoa fria a hum
deftes pequeninos cm nome dc diíçipulo , cm verdade vos digo que
•iaõ perderá feu galardacL ' ’
QPT/'
Capitulo XI.
í JoaÕ Baptifla], eflando na prifaÕ , manda dous difcipsJos a C&riflo. 4 a os quaet
Cbrifto mojlrapilafua doutrina t as obras, que tile he 0 Mejfiasprometi3o. 7 da exctl-
lonte tefiemunho de 'Joaõ e feu officie. lá a os Judeos desta em roflo fta dureza.
20 ameaça por ifjb at cidades de eborazim, e bctfaida e capcrnarim com grandes oa-
fllgos. ip de como anima a os humildes. 18 convidatodos os cançadas pecadores a
fl» e lhes promete defeanço. ’
C j. 14 E íè
O S. EUANGELHO
14 E fe o quereis reçcber, elle he Elias que avia dc vir.
15 Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
■16 Mas com quem compararei éfta geraçaó ? femelhante he a o*
rapazes --7^.,-fe aíicntaó n’as praças, c dam gritps a feus compan
hciros,
17 E dizem: tangemos vos com gaita, e naõ balháftcs: cantemos
vos lamentaçoens, e naõ prantcáftcs.
18 Porque veio Joaõ, nem Comendo nem bebendo j e dizem: de-
monio tem. ,
19 Veio o filho do homem, comendo e bebendo e dizem: vedes
<- • •« Z~ «1 ✓ • 1_ .11’
cOu, Mf-aqui hum homem cómiláõ, e e bebarram, amigo depublicanos e po
Jor j» wn- caJorcsj rnas a íâbedoriá he juftificada dc ícus filhos.
20 Entonçcs começou elle a deitar em rofto a as çidades em que
muitas de fuas maravilhas fc fiçcraõ, que naófetinhaóemmendado.
21 Ay de ty Chorazin, ay te ty Bcthíàida: porque fe em Tyro e
em Sidon marayd^as
--- foraó feitas as ..AConi i/ivt , que
- cm vos fe fizéraó, muito ha
que fe ouverao arrependido,, com çinza.
22 Por tanto cu vos digo, que mais tolerável fera pera Tyro c
Sidon, em o dia do juizo, que para vos outras. , ,
2 3 E tu Capcrnaum, que até os çeos cilas levantada, ate os infer
nos ferás abaixada: porque íê cm os dc Sodoma foraó feitas as mara
vilhas que em tyfefiçéraõ, até o dia dedioje ouvcraõpcrmaneçido.
24 Por tanto eu vos digo , que mais tolerável fera' pera os de So
doma, cm o dia dc juizo, que pera ty.
• 2j Naquelle tempo, reípondcndo Jcíiis, diífe: graças te dou,
pae, fenhor do çeo c da terra, que efcondcfte éftas coufas a os fabios
e entendidos, c as revelaíle a os meninos.
2í Aíli he, pae, porque aíli te agradou em teus olhos.
27 Todas as coiifas me eftám entregues de meu pae: e ninguém
conhcçcó a o filho , fenaõ o pae; nem ninguém conheçeo a o pae,
fenaõ o filho, e mais a quem filho o quifer revelar. ' ..
28 Vinde a my todos os que cílacs caníados, c carregados, e eu
vos farei dcfeaníàr.
29 Levae febre vos meu jugo , e aprenda de my, que feu man-
fe e humilde dê coraçaó, e achareis defeanfo para vçílàs almas.
30 Porque o meu jugo hc brando, c leve a minha cárga.
•.
/
SEGUND O S. M ATHEUS. Cap. XII. iy
Capitulo XII.
Cbrijlo defendefeus ^pofloles quando em falado arrancava» efpigas. £> farahuãmai
feca em jabado e o defende. 14 retiraje d,ufiladas dos Pbarifeos e cta.^. r.alqtter en
fermidades. 16 defende que 0 naõ defcobrijfem, peraque fe compriffe a propbetia d»
Efaia. n lanpabum demonio fera de hum cego emudt, e redarguo a blasfémia dos
pbarifeos. 31 fala do pecado contra 0 efpirit» fat>3o. 36 e que bomé dara centa de
toda palavra vaã. j8 naõ da a os pbarijees outrofinalfenao 0 dejonas. 41 repren-
de a fuaincredulidade com exemplo desde Hinive e da rainba do aujlro. 43 injinee
pela parabolad» demenio immundo faido, » entrado, com»fera com elles. 4Ó e quem
fjafeu verdadeiro irmão > irmaa e mae.
Capitulo XIII.
49 Afli .
SEGUNDO S. MATHEUS Gap.XIV. 29
49 Affiícráno fimdofeculo; fairáó os anjos, c apartarão a os inaos
d’entre os juftos:
50 E dcitalosham no forno de fogo : ali íèrá o choro , c o bater
ie dentes.
51 E diflêlhes Jefus: Entcndéftes todas cftas coufas? reípondcfaó
‘ clles : fi Senhor.
p E elle lhes diflê : portanto todo eferiba douto em o reyno dos
ceos, he femelhante a hum pae de família que de feu thclòuro tira
coulas novas e velhas.
5 3 E aconteçeo que acabandoJeíus eítas parabolas, íc retirou d’ali.
54 E vindo á íua pátria, enfinava os cm íua íynagoga d’ellcs ; dc
tal maneira que eftávaõ fora dc li; c diziaó : d’onde lhe [vem] a
cfte éfta Sabedoria, e cftas maravilhas?
55 Naó he cfte o filho do carpinteiro? naó íê chama íua maé Ma
ria? e íèus irmãos Jacobo, cjofcs, e Simaó, e Judas?
5 6 E naõ. cftáó todas íuas irmaãs com nofco ? d’ondc lhe QvemJ'
logo a éfte tudo ifto ?
57 E eícandalizávaõ íè n’clle. Mas Jeíus lhes diflê : naó ha pro
pheta fem honra, ícnaó cm íua patria, c em íua cafa.
58 E naó fez ali muitas virtudes porcauíà de fua incredulidade
d’ellcs..
C A PI tulo XIV.
1 Ofentimento de Herodes acerca, de Cbrifto. 3 fe conta comofeaÕPaftiftafilprefeeãego^
lado pela petição dafilha de Herodias» 15 0 milagre dos cincopaens c dous peixes, 22 che-
ga afew difcipulos que eflavaÕ atormentados no mar andando febre asagoas. 28 ce-
rntfandofe pedra aaffundir, ofalva. J2 aquietando o tormento fica manifejio que
erafilho de Deus. 34. Cbrijlofe torna a terra deGenefareth e Sara muitos enfermos.
Capituio XV.
1 Cbrifto defende os difcipulos acufados dospbarifios e efiribas que comiaõfim lavar as
e engeita as tradiceens de homís. i0 itsfintt, que o efcandalo tomado, naõ.be por
eflimur. 22 livra filha de buãmulher Cananea do demonio. 30 e Sara todas as et*-
firmidades. 31 0 milagre dos fite paens, e bitmspoucos de peixes»
i hum ° «* *
Capitulo XVI.
* EafiS^^^^^h^f^.dle.atcnímdoo.pC.
diao lhe que lhes moflraflc algum final do çco.
E a Mas
i Mas*rcípondcndo ellc, diífelhes: quando he a tarde do dia di
zeis: bom tempo; porque vermelho cila o cco. ’
3 E peUamanhaá: hoje [«wíj tempeftade; porque oteo fc cn-
vermelheçe u-iíle. Hypocritas, fabeis fazerdiffcrençian’aface doceo .
e os finais dos tempos naõ podeis 5 ? > »■
4 A geraçaõ má c adulterina pede final, porem final lhe naõ ferá
dado, fenaó o final de Jonas o prophcta. E deixandoos , foi lê.
5 E vindo feus diíçipulos á outra banda, avião fe efqueçido dc to
mar paó. . . u y -
6 E Jefus lhes difle: olhae, e guardae vos do formento dos phari-
íeos, c íãdduçeos. r
7 E ellcs penfavaó entre fi, dizendo j he., porque naõ toma
mos Fcom nofco J paó.
8 E entendendo [o ] Jefusdiflèllics: que penfaes entre vos, apou
cados na fé? que naõ tomaílcs com voíco pao? r
9 Naõ entendeis ainda, nem vos lembraes dos çinco paens entre
çinco mil [homens, J quantos çeítos levanta'ftes. ’
10 Nem dos fete paens, entre quatro mil [homens] e quantas al
cofas crgueíles.
11 Como naó- entendeis , que naõ polo paó vos diflè , que vos
guardaílèis do formento dos pharifeos, e fadauçcos?
li Entonçes entenderão qué naõ lhes diílcra que fc guardaC
ícm do formento do paó , ícnaõ da doétrina dos phariíèos , e íãd-
duçcos.
13 Evindo Jefus a as partes dc çefareá de philippo , perguntou
a íèus diíçipulos, dizendo , quem dizem os homens que eu j o filho
do homem, íõu ? 1 ,
14 E elles diflerao: huns Joaõ Baptiíla, c outros Elias, e outros
Jeremias, ou algum dos Prophetas.
15 E clle lhes diflè: c vos outros, quem dizeis que eu fou ?
16 E refpondcndo Simaó Pedro, diílc: tu es o Chriílo, o filho do
Deus vivente.
ç. I7,E™°nV:s respondendo Jefus, diflèlhe : bemaventurado es tu,
a Ou, lar aimao ’ filho de Jonas; porque nem a carne, nem o fanguc t’M re-
velou, fenaó meu pae que çllá n’os çcos. ,
7t; • ví.8 Nlas também cu te digo, que tu es Pedro, e fobre e'fta pedra.
edificarei minha igreja; °c as portas do inferno naó prcvalcçcrao con-
Capitulo XVII.
I TramfgurafaÕ JeChriJlo fobre monte diante defeus difcipulos. f tnjina que^oaõbe t
Elia que avia de vir. 14 fara bú aluído a quem OS dijcipulosnfõpodiaõfarar. 10 cott'
la a virtude dafè e daorafaõ. 3.1 revelafua morte erefureipaõ. 14 e paga 0 tributo.
l Cbriflo tnjinapelo exemplo de bum tnentno quem be o major no remo dos ceos. d qtte
caftigo faõ dignos que ejcandalizai a alguem. 8 que naõ efeandalizemos a os pequenos.
11 que pera falvar vejo o Cbrifto, como declara pela parabola de ovelha Jejgerada.
i íy como nos avtmos de aver na correição fraterna. 19 quam ejficaz he a comúà
oraçaí dos fieis. 21 quefempreefiemosprej?espera perdoar: 0 quefedeclara compa-
rabola de hum rey quefaz contas comfeus fervos.
Capitulo XIX.
1 Cbriflo[ara muitos doentes. 3 refiondeapregunta da carta dedefquite. 9 enjinaque
naõhe licito aos enfados largar bum a outro ,Jalvo, por caufa defqwicaçai. ii e que
domdecontinentianaõ be dado a todos. 13 manda vir a fi os meninos, e os benze.-
refpondc a pregunta de hum mancebo, que bem avia defaztr pera alcançar a vida
eterna. 13 qnam dificilmente entrara o rico no reino dos ceos. 17 que galardaõ re~
ceberaõ os que ofeu, polamor dc Cbrijlo, deixaÕ.
C A p 1 r v 1 o X X.
1 Tela parabola da vinha reprefenta afenhor , o eflada dt reine das ceas e feu ratar-
daS. 17 propheiix.afuapaixaã,marte> erefurreifaã. 20 reprende aamUçdãaamáe
des filhas de zebedea. 24 amoefla feus difcipttles de que fe guardem da ambipaõ e
da governa mundana. 29 da vifta a daus cegas.
F 6 E
42
<i Ou , cin 6 E faindo peno dasJ onze horas , achou outros que eftavaõ ou-
ta d’atarde cioíõs, c diflèlnes: porque cftaes aqui todo o dia ouçioíòs?
procede ejla
diverjidade 7 w .lhe clles: *porque
, Diflèraô /Jt ninguém nos alugou. E elle. lhes dit
de horas do íè: ide vos outros também a vinha , e reçcbcrcis o que for jufto.
differento 8 E----- ............................
fendo ja a tarde do dia, diflê — o Senhor da vinha a feu procu
toflume de rador : chama a os trabalhadores , e pagalhes o jornal, começando
eu contar
entre nos e dos derradeiros até os primeiros.
os Ilcbreos. 9 E vindo os [que eraõ alugadosj de perto das onze horas , re-
Torqtte Çcbcraõ cada hum hum dinheiro. ,
quando nòs 10 E vindo também os primeiros, cuidáfaó que aviaõ de reçcber
pela man-
mais: porem também clles rcçcberaõ cadahum hum dinheiro.
baã conta-
mos as )ns
mos as feis , 11 E tomando [ 0 J murmuravaõ contra o pae da familia.
ícontavãõ cl- 12 Dizendo, eftes derradeiros trabalharaó huá . - hora,. e igua-
ks m dote, iafte os com nofco, que levamos a círga c a calma do dia.
« quando
' 13 E reípondendo elle, diflê a hum dcllcs : amigo, naõ te Faço
nos a 0 mejo
dia conta agravo ; naõ tç conçertáfte tu comigo por hum dinheiro ?
mos as dote 14 Toma o que he teu, e vaéte ; cu quero dár a éfte derradeiro
tontavaÕ el- [ tanto ] como a ty.
les as feis ; 15 Naõ me he a my liçito fazer do meu o que. quiíèr ? ou he o
LÍ7Z teu olho mao,x porque cu fou bom?
mais em cierradeiros primeiros;, c os primeiros derradeiros:
16 Afli feráo os derradeiros
confeguinte. porque muitos íãó chamados, porem poucos efeolhidos.
7 7 E íõbindo Jcfus a Jeruãlem, tomou feus doze diíçipulos aparte
no caminho , e diflelhes:
18 Vedes aqui fobimos a Jeruíãlcm, e o filho do homem íêra en
tregue a os prinçcpes dos façerdotes , e a os cícribas ;, c condenalo-
• ham á morte.
19 E entregalohaõ a as gentes, peraque delle efeameçaõ , e o
açoutem, e crucifiquem: mas a o terceiro dia refurgira".
20 Entonçcs fe chegou a elle a mae dos filhos do zebedeo , com
ícus filhos, adorando c pedindolhe alguã couíã.
21 E elle lhe diflê : que queres ? diílelhe cila : dize' que eftes
meus dous filhos íè aflèntem, hum á tua [ntaõj direita, e outro á
tua ezquerda cm teu reyno.
22 Entonçes reípondendo Jeíus ,. diflê : naó íâbcis o que pedis;
podeis vos beber o copo que cu hei dc beber ? e ícr bautizados cõ o
bautifrno com que eu lòu bautizado? difleraõ lhe clles: podemos..
2 ] Diflelhes elle : cm verdade que mcu copo bebereis , e com o
bautiíino cota que cu íõu bautizado,. íefeis bautizados; mas aflentár
á mi-
SEGUNDO S. MATHEUS. Caó XXL 45
á minha [mao] direita, c a minha cfquerda, naõ he meu dalo, mas
[p darcQ a os que de meu pac eftá aparelhado.
24 E como os dez ouviráõ indignáraó fc qontra os dous
irmaós. •
25 Entonçes, chamando os Jefus a .fi, diflè: bem fabeis que os
prinçcpes das gentes fe enlènhoreaó fobre ellas; e os grandes ulaô fo
bre ellas dc poteftade.
2 d Mas entre vos outros naõ ferá afli- fenaó o que entre vos ou
tros fe quifer fazer grande, íerá voílõ fcrvidor.
27 E o que entre vos outros quilèr fcr o primeiro, ferá voílõ
fervo.
28 Como o filho do homem, naõ vejo a fcr fervido, fenaó a fer
vir, e a dár fua vida em refgáte por muitos.
25» Saindo ellcs entonçes dejcricho, feguia o grande companha.
3 0 E eis que dous cegos aflentados junto a o caminho , ouvindo
que Jefus pafláva, braaáiaó, dizendo, fenhor, filho de David, tem
fnifericordia de nos.
3 r E a companha os reprendia que fc calaflèm ; mas elles^braK
davaó mais, dizendo, fenhor, filho de David , tem mifericordia de
tlOS.
32 E parandofe Jefus, chamou os, e difle : que quereis que vos
faça?
3 3 Diziaó lhe ellcs: fenhor, quenoflõs olhos fejaó abertos.
34 Entonçes Jefus, tendo intima compaixaó d’elles , tocoulhes os
olhos > c logo feus olhos delles = rcçebcraõ a vifta, c feguíraõ o. e Ou, vi-
rai.
Capitulo XXI.
t Chrifla, affentadofobre bui barra, entra em Jerufidem. 12 lança fira es qtte ven-
riiaã t compravaÕ no templo, 14 fiara ali cegos e teixos, tf defende 0 brado dos
meninos contra a tnveja dos princepes dosfacerdotes. 19 maldiz a him figueira que
logo fi fica. 11 moflra a força da fi. 23 refponde apreguntn dos princepes dos
ficerdotes e dos anciões do povo com que authoridade fazia ifto , reprcguntatidolbes
acerça do baiitifimo de Joaõ. 18 os convence da desebediencia com bua parabola de
f
dousfilhes. 33 e ameaça fitmdeftruiçaõ d'tiles pelaparabola do bttmfienbor da vinbn
cujos firvos e filbi maltrataraõ e tnatdrao os lavradores.
C A P I T ¥ 2 O XXII.
x Com parabola das bodos moftra 0 fenhor > que fem vivafè, ninbum agrada a Deus,
repojla do cbõ a os pharijeos e Herodianos , fe for licito de dar tributo a (efar.
23 refpondcndo a pregunta dos faddtsceos , prova e confirma a refurreicaõ dos mor
tos. jy declara qual he major mandamento da lep. 41 0 que 0 Mefitas he , na!
fomente filho de David, mas também feu fenbor.
Ç A-
SEGUNDO'S.MATHEUí
Capitulo XX
t Chrifto exborta feus ouvidores, que guardem tudo, o qne de Mofe enfnaõ os ef ribas e
pharijeos, «“« qae naõfaçaõ conformefitas obras, p defcobre a typi^ifia e ambifaõ
d'clles. 8 e amoefla os feus, quefeguardem d'aquella, e fejaõ humildes. 13 de
nuncia oito vezes 0 aqfobre ospharijeos e efiribas por caufa de diverfu maldades, con
vém a ftber , que cerravaó 0 reino dos ceos a os homés. 14 as cajos das viuvac
enguliaÕ. 1 y maof profclqtosfaziaõ. 16 que perverfsmente enfnavaõ jurar polo
templo, polo altar e polo ceo. 13 e as coufas pequenas deljmavaõ, deixando 0 que
be mais grave da ley. zq alimpavaõ 0 que efta de fora, e naÕ 0 coraçaó. 17 fea,
do femelhantes a os fepulchros cajados. i.Q.edificavaõ os fcpulcbros dos prophetas an
tigos, e os novos bufcavaõ de matar. 37 fe queixa fobre contumácia dajertfalem,
e prophetiza fua deftruipaõ.
C A PITVtO XXIV.
I Chrifto propbetiza deflruifaõ do templo e da jerufalem > contando os males e finaet
que aviaõ de preceder > oh acerca d'aquelle tempo haÕ de acontecer. 1 y citando «
que propLetinou Daniel acerca Aaqutlla mtfina dcfiruiçaÕ^ e exbertanda pera de
fugir e efeapar d’efta grande afflipaõ. íj avifa que fi guardem dos falfis ebriftos
e falfis prophetas. 19 propbetiza do fim do mundo, e da fua derradeira vinda pera
julgar-, cuja gloria e certeza defireve , moftrando Jinaes, que acerca d'ayuella a-
viaõ de acontecer. 36 findo 0 dia e a bora a ninhum manififa , [enao a Deus.
11 compara 0 tempo defta -vinda , com 0 tempo do Voé antes de diluvio. 41 wr-
horta de vigiarpela parabola de bum pae defamilia. trf t do fiel, e do maofrrvo.
Capitulo XXV.
1 Pela parabola das virgens exborta Cbrijlo de vigiar pera fua vinda. 14 e p,la para-
, jBSr^0Sr txhortra ^‘fisimente tefar a os dons , que Deus a cadabumdiflribuit.
31 aej pois aejereve fua derradeiro vinda a jxizo, o 0 apartamento daí ovelhas dos
cabroens, e a fentenpa fobre ambos.
Capituio XXVI.
t Cbrijle propbetiza fua morte. 3 d'aqual es ancioens de povo tomaõ confelho. 6 ce
rne bui mulher 0 ungio em Bethania. 10 cuje feite defende e louva. 14 Judas
vende a Cbrijle. 17 Cbrijle manda aparelhar a pafchoa: colhe a cem feus difcipules
e prediz a traiçaõ de Judas. 16 inftittii fua fagrada cea. 31 prediz a feus di
fcipules que aviaõ de fer efpalbades, e a 0 pedro Jua atida. 36 começafua paixaõ
na horta cem grande angujlia e ardente eraçaõ, exhortando feus difcipulos, ja caí
dos em fono, pera vigiar e orar, ^q Judas entrega 0 cem beyo, e o> Judeos 0 pren
dem. yi reprende a pedro que cortou a o Jervo de fttmmo pontífice hui orelha.
SI foi levado a Cajapbas. fofos teflemunhes 0 acufaõ. 63 coufejja que elle
he 0 Cbrijlo. 6y -foi per ijfo condenado e maltratado. 6$ a quem nega 0 pedre.
7? mas tornando em fy, chora amargofamente.
Capitulo XXVII.
favaõ lhe diziaó injuriai, e H.ombavaÓ. 4y ouve trevos jobre terra, e daó lhe de
beber fel, c brandando ffue a Jeu pae, deu 0 e/pirito. y 1 diver/as maravilhas
acontecem na hora de fua morte. 5-4 pelas quaes 0 centuriaó confejjd que elle era
filho de Deus. fq •Jefeph de arimatbea 0 fepeelta, e 0 fepulebro fica fortelifado cem ■
guardasfegundo a petifaÕ dos príncipes dos facerdotes.
.jeí-íT.n- cOurfal-
38 Entonçes cruçificaraõ com elle dou? cladroensj hum a [mao]
1 teadores.
tcadores. direita, c outro á ezquerda. ,
•Pi.ii.-8. 39VE os que paflàvaó lhe diziaó injurias, meneando as cabeças.
40 E dizendo, tu, que dcrribifc o templo, e em tres dias o re
edificai, íalvate"a ty mclmo; íè ds filho dc Deus, deíçdide daciuz.
41 Ddfta maneira também os príncipes dos façerdotes, cícarne-
çendo juntamente com oscícribas, e phariícos c ançiaós, diziaó:
42 A outros íalvòii , a fi mcfmo naó fc pode falvar ; fe he o rcy
dclfraêl, defçcnda agora da cruz, e creremos n’elle.
4,y Confiou cm Deus, livre o agora, fe bem lhe quer ; porque
elle diflê: cu íòu filho de Deus.
44 O meíino lhe lançavao também em roftoe os ladroens que
<i Ovi,fal-
teadores.
com elle eftavaõ cruçificados. , , ,
45 E dcfda hora das feis, ouve trevas (obre toda a terra ate a ho
ra das nove. - .
. PÍ. 2X 2 .
46 E perto da hora das nove, bradou Jefus com grande voz, di
zendo , ELI, ELI, LAMA SABACHTAN1: íftohe}
Deus meu, Deus mcu, porque me defemparafte ?
47 E alguns d’os que ali eftavaõ, ouvindo o, diziaó : a Elias
chama dfte. „
48bE logo correndo hum dellcs, tomouhua cíponja, c encheo a
pE dc vinagre, e pondo a cm huá cima, davalha pera que bebeflè.
49 E
SEGUNDO S.MATHEUS. Cap.XXVII.
49 E os outros, diziaõ: deixa, vejamos fc virá Elias a livrálo.
50 Mas Jefus avendo bradado outra vez com grande voz, deu o
Capitulo XXVIII.
I As mulheres .vem a ver o fepulebro. i ficao informados pelo bnm anjo , de fua
rejfurreipai. 7 vaem a dar as novas a feus difcipulos. 9 Chrifto aparecelbes no ca
minho. 11 as guardas dai as mefmas novas a os prinçipes dos facerdotes , mas
corrompidos com dinheiro, divulgai que 0 tinhai furtado do fepulebro. 16 Chrifto
aparece a feus difcipulos em Galilea. 19 manda os a pregar a todas agentes, o
bautitar. 20 prometendolbes fua continua aflfientia.
0 S A N C T O
E U A N G E L H O
De noílõ Senhor
JESU CHRISTO
SEGUNDO
S. MARCO S.
Capitulo I.
1 X pregaçaÓ do euangelho começa com «ferviço de Jo.í» , bautizando e pregando rio
dejerto com grande conctirrencia do povo. 9 fe bautiza 0 Cbriflo , e do ceo fe
teflifica, ferlhe t mui amado filho de Deus. 11 foi atentado n 0 deferto. 14 prega
em Galilea. 16 e chama a [imaõ e andreas. 1 9 como também a Jacobo e Joãn.
li enfina emCapernaum. 23 lança fora hum efpiritoimmtindo. 29 fara afogra
de Pedro. 32 e qualquer enfermos, e endemoninhados, foife a hum lugar de
ferto bera orar. 38 fai d'ali pera pregar rias aldeas vizinhas. 40 alimpa hum
leprofo , mandando 0 calar, e moflrar fe a 0 facerdote.
Capitulo III.
1 Cbriflo fara hum bomê de huâ maõ feca , e moflra que 0 fabado com tal obra naõ
fica profanado. 6 os pharifeos e herodianos tomaõ confelho contra elle , das cujas
filadas fe efcapa, e fegue 0 , hui grande multidão de todas as bandas, entrequaes
muitosfara, lançando os demoniosfora, e defendendolhes, que 0 naõmanifeflajjem.
13 elegia dote apoflolos. 16 faX a conta de feus nomens. 11 feus parentes ditem
que eflava fora de fi. zz os eferibas blasfemaõ os milagres de Cbriflo , dizendo>
que os fatia pelo beelfebul , os quaes com diverfas parabolas redagui. ig declara
que a blasfémia contra 0 efpirito fantopera fempre naõ tem perdoa. 31 moflra quem
fejaõfeus verdadeiros parentes.
Capituio IV.
1 Chri/lo cem diverfas parabolas declara 0 eflado do reino dos teos, primeiramente com
a do femeador , cuja femente cabio em diverfos lugares. 10 da rafaõ porque por
parabolas fala. 14. e explica a feus difcipulos as preditas parabolas. 11 defpois
com a da candea, que fe pos fobre 0 candieiro. 24 da medida. 26 da femente
que de pouco em pouco madurece. 30 do graõ da mo/larda. pajja com feus di
fcipulos 0 mar , dormindo no barco,,0 dejpertaraõ, e aplaca 0 tormento.
C A-
SEGUNDO S.MARCOS Cap. V. 77
Capitulo V.
i Chrifto lança fora de hum homem hui legiaõ de demonios. il e permettlbes entrar
nos porcos. 13 os todos f ajfogaõ no mar. 14 os paflores daõ aífo a os Gada-
renos. >7 que rogaõ Ibe q-te fe foffe de feu termos. 18 0 que fte \ mandando a
0 que fora atormentado, que ficajje ali, e contaffc efte grande henefçio. jr Chrifto
anda comfairo , pera farar fua filba. 24. e livra no caminho bui mulher de hum'
fluxo do fatigue. 3 <5 refnfcita afilha de fairo.
COtTUloVf.
1 Chrifto enfnando ria fua patria, foi íefprtfado. 7 envia apregar e ftger milagres
a feus difçipulos. 14 divetfos fentimentos de Chrifto, afli dos Judeos como de He
rodes, que 0 tinha por Joao l/autifta. 17 de quem por efta occaftaõ fe conta de co
mo foi prefo, degolado e fepteltado. 30 « Jpoftolos tornaõ fe a Chrifto, efoifecom
elles a bum lugar deferto. 33 aonde huã grande multidão de cinco mil homems
farta com cinco paens-, e dous peixes. 47 fax. embarcar feito difçipulos , e ora en
tre tanto no monte. 48 vi a elles a noite andando fobre mar, e aplaca a vento-
í"4 chegando a terra, fara qualquer enfermidades.
C A-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. VIL
Capitulo VII.
t Os plarifeos e efcribat reprendem a es difcipulos de Cbriflo que comiaõ com maós por lo-
vor. 6 os quaes Cbriflo defende , reprendendo a bqpocrijia dos pha 'eos , e Jeu ex
terno lavar. 9 engeita as tradiçoens humanas, principalmente na exphcaçaÕ do quinto
mandamento. 14 enjina que coteja propriamente contamina os homens, e que naõ.
24 a hum demonio lança fora da filha de buã mulher fjroflhenifa. 31 Jara hum
furdo e tardamudo , e por ijfo foi mui louvado.
Capitulo VIII.
1 Cbrijle com fete paens e poucospeixezinbos da de comer aquatremilbomems. it
a ospbar.feos bum final do ceo. avifa feM difçipulos quefeguardemdofirmefto
o>p arifeos,eie jerodes, davijla a bumeego. 17 diverfosfentimeutosdofjtideos
a cerca deChrqtfo, e a confeffaõ de Pedro , que elle era 0 Chriffo. 31 propbetiza
Jua paixao, morte, e refurreifaÕ. 31 reprende a Pedro que naõ queria que padeceffe.
34 exhorta a todos , que qtterem vir a pos d’elle, que tomaffem fua crux fibre fi'
que eiegaffem a ft mefmos , e naõ cem medo fe cmvergunbaffem d'elle e de fua
doutrina. ■>*
cdcfpedioos.
tes dc “ ° tec0 com fcus diíçipulos, vejo a as par.
L 3
ix E
«í OS. EUANGELHO
11 Vicraó os pharifeos, c comcçdraó a dilputarcom elle , pedín-
dolhc final dc çco, atentando ó.
12 E gemendo elle profundamente cm ícu eípirito, diílè: porque
pede final dita geraçaõ r cm verdade vos digo que final fenaó dará a
cila geraçaõ.
13 E deixando os, tomou a entrar rio barco , e foife pera a ou
tra bánda.
14 E ícus diíçipulos tinhaõ íè eíqueçido dc tomar paõ, c naõ tin-
haó íènaõ hum paõ comfigo no barco.
15 E mandoulhes, dizendo, olhae, guardaevos d’o formento d’os
pharifeos, c do formento de Herodes.
16 E contcndiaõ huns com os outros, dizendo, [he] porque naõ
temos pam.
17 E como Jcíús o entendeo, diílèlhes: que contendeis? que naó
tendes paõ? naõ confideraes, nem entendeis? ainda tendes voílò co-
raçaõ cndurcçido ?
18 Tendo olhos, naõ vedes; e tendo ouvidos, naõ ouvis.
13 E naõ vos lembraes ? quando parti os çinco paens entre ç^inco
mil, quantos çeftos chcjos de pedaços levantaftes ? e ellcs difleraó:
doze.
20 E quando partios íète entre quatro mil, quantos çeftos chejos
<le pedaços levantaftes? e elles difleraó: íète.
21 E clle lhes diífe: como, naõ entendeis logo ainda?
22 E vejo á Bethíãida, e trouxéraó lhe hum çego, e rogíraõ
lhe que o toedíle.
23 Entonçes tomando a o çego pela maõ, tirou o fora da aldea,
e coípindo lhe n’os olh’os, c pondo lhe as maós em çirna, pergun-
toulhe fe via algua coufa?
24 E elle olhando, diífe: vejo os homens; porque vejo que
andam como arvores.
25 E pos lhe logo outra vez as maós fobre os olhos, c fez lhe que
vifle, c ficou íàó, e vio de longe, c claramentc a todos.
26 E mandou o pera fua cdíã, dizendo, naõ entres n’a aldea,
nem n’a aldea o digas a ninguém.
27 E fahio Jefus c feus diíçipulos pelas aldeas de Ceíãrea dc Phe-
lippe; e n’o caminho perguntou a feusdiíçipulos, dizendolhes; quem
dizem os homens que eu íòu?
28 E elles refponddraõ: Joaõ baptifta; c outros Elias ; e outros
algum dos propheta*
25) En-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. IX. 87
29 Entonçes clle lhes diílè : e vos outros , quem dizeis que íòu
eu-? c reípondendo Pedro, diflèlhe: tu es o Chrifto.
30 E defendialhos rigurofamente que naó diíièí^m d’cllc a
ninguém. ' '
3 i E começou a enfinar lhes, que convinha que o filho do ho
mem padecefle muito, c fofle reprovado d’os ançiaós, c d1os prin-
çipes dos íaçerdotes, ed’os eferibas 3 c que fofiè morto, e delpois
de tres dias refufçitaflè. F
_ J.? E ^vremente dizia efta palavra. Entonçes Pedro o tomou á
parte, e começou o a reprender.
Capitulo IX.
a E
OS. EUANGELHO
z Efeis días defpois, tomou Jefus a pedro, cajacobo, e a Joaõ,
elevou os a parte íoos a hum monte alto: c transfiguroufe diante
dVllcs
3 É fcus^cftidos fc tornáraó rcíplandeçcntes, muy brancos, co
mo a neve, quaes lavandeiro os nao pode branquear na terra.
4 E aparcçeu lhes Elias com Moyíès,.quc fallíívaó com Jefus.
5 Entonçes reípondendo pedro, diífe a Jcíús: meftre, bom hc
que nos cftcjamos aqui, c façamos tres cabinas, huá pera ty, c pe
ra Moyfcs outra, e outra pera Elias.
ó Porque naó labia o que dizia 9 que cftííva.o fora, dc fi.
- i? Ihpí nuvem nne os » cobrio com íúa íombra, c huá voz
4^“o ’ e m5
mmtóSX^nava’ífçi?ulos’ c: 0dobo-
elle refufrirTi?110 Cm 1?aos dos homens , e matáloaó ; mas morto
rGWtaraao tcrçeirodia.
pregunu? CUCS naÔ entendiaõ dfta Palavra > c tinhaó medo de lhe
qu=
outros *u*5
, ? í Entonçes fentandofe elle , chamou a ™ 3’ j-n-«
fe* ft 0 primeir0’ “ 0 dcrradciro dc e'dXta
Cafitulo X.
• Cbriflo refpende a pregunta dos Pharifeos , ft he licito a 0 marido largar a ftsa mul
her. Í3 quere que os meninos deixaÕ de vir a elle , e lhes benge. 17 refponde «
hum mancebo rico, que perguntava, qtte avia de fiXjer pera poffuir a vida eterna.
e enfina quam dificilmente os ricos entraõ no reino dos ceos. 18 promete a os
toddt íuat CAItCflt f)H)fC/tufd j'ello rleèvan _ 1 1
M z ií &
92 OS. EUANGELHO
i <S E tomando os n’os braços, e pondo as maós íòbre elles, os
benzco.
17 E fair^o elle a o caminho, correu a elle hum; e pondofe dc
juelhos diante delle, perguntoulhe : meftre bom, que farei pera
poíluir a vida eterna ?
18 E Jeíus lhe diflê: porque me chamas bom? ninguém ha bom
fenaó hum \_a faber'] Deus.
19 Os mandamentos fabes; naõ adulteres, naõ mates, naõ fur
tes, naó digas falfo tcllimunho, naó defraudes a ninguém, honra a
teu pae, e a tua maé.
20 Elle entonçes reípondendo, diílelhe : meftre, tudo ifto guar
dei deídc minha moçidade.
11 Entonçes Jeíus olhando pera elle, amou ó, c diílelhe: huã
coufa te falta; vae, vende tudo quanto tens, e da o a os pobres, e
teras hum theíòuro no çeo: e vdm, figueme, tomando a cruz.
12 Mas elle entrifteçido por efta palavra, foife pefarofo; porque
tinha muitas poflèílòens.
2; Entonçes Jeíus, olhando a o reddr, diífe a feus diíçipulos:
A Ou » Suam difliçilmente entraráõ os que tem a riquezas no reyno de
IsndM. >eus,
24 E os diíçipulos fe efpantíraó de íuas palavras; mas rcípon-
dendo Jeíus, tornoulhes a dizer: filhos, quam diffiçil he entrar no
reyno dc Deus os que confiaõ n’as riquezas.
b Ou, cala- 2 5 Mais façil he paílãr hum b camelo pelo olho de huã agulha,
ire. do que entrar o rico no reyno de Deus.
16 Mas elles íé efpairtavaó mais, dizendo entre fi, e quem fc
podem falvar?
27 Entonçes Jcfus olhando pera elles, diífe: quanto a os homens,
he impoífivcl; mas quanto a Deus, naó: porque todas as coufas
íàõ pofllvcis quanto a Deus.
28 Entonçes Pedro começou a dizerlhe : veíãqui nos outtos dei
xamos todas as couías, e te íèguimos.
29 E reípondendo Jeíus, diífe : em verdade vos digo, que naõ
ha ninguém que aja deixado cáíã, ou irmaõs , ouirmaás, ou pae,
ou mae, ou mulher, ou filhos, ou herdades por cauía de my e d’o
Euangelho.
30 Qtie naõ rcçéba çem vezes tanto, agora ncftc tempo, caías/
« Ou, fa c irmaáse maés; e filhos, e herdades, com perfeguiçoens, e n’o fc-
turo. culo * vindouro, a vida eterna.
«• , ji Po-
SEGUNDO S.MARCOS. Cap. X. 9*
3 * P01 em muitos primeiros íèr/ó derradeiros > e f muitos"] derra
deiros, primeiros. .
32 E hiaõ de caminho, fobindo a Hierufalem; c Jr<us hia diante
delles, e clpantavao íe, e íèguiaõ o cõ temor. Entonçes tomando a
tomar a os doze a parte, começoulhes a dizer as coulas que lhe aviaõ
de aconteçer: ■*
33 [Dizendo] vedes aqui fobimos a Hierufalem, e o filho d’o
homem ferá entregue a os Prinçipes d’os façerdotes, e a os Eferibas,
condcnalohao a morte, c cntregalohám a as gentes
maÍÍAW'qUapS 0 efcarnc$erí\ó’ e o açoutarão, cofpirao nelle, e
mataloháo; mas a o terçeiro dia refurgirá. r
elle5 dienT* Jl?b° u J°aõ’ fflhos de Zebcdeo, fe chegáraõ a
pedirmò? d°’ bcm <Julferanios <lue nos faeílcs o que tc
o Fimeíro. de
faXfcdít° “a0 d>0 <•-
, 4« por muitos.
Ik> c hpã £1Hí j0, S filndo clle C IMÍS feus difcipu-
SWe companha, de H.encho, cftaua Bartimeo o çe.
M3 g<s
94 OS. EUANGELHO
cego, filho dc Timco, aílcntado junto a o caminho, pedindo
cíinola.
47 E ouvido que era Jcfus o Nazareno, começou a da'r brados,
c a dizer: Jeíus, filho de David, tem mifericordia dc my.
. 48 • E muitos o reprendiaó, que íc calálle: mas elle dava maiores
brados: filho dc David, tem miícricordia dc my.
49 Entonçcs parando Jefus, mandou o cham/r; e chamáraó a o
çego, dizendólhe; tem confiança, Jevántate, que te chama.
50 Elle entonçcs largando fua capa, levantoufe, e veio a Jeíus.
51 E reípondendo Jefus, diílelhe: que queres que te faça? e o
çego lhe dillc: Meftre, que cobre a vifta.
52 E Jefus lhe diífe: Vaete: Tua fc te íãlvou. E logo cobrou a
vifta, c feguia a Jeíus pelo caminho.
Capitulo XI.
1 Cbriflo fax. fua entrada em Jerufitlem aflentando fobre bum aftio. 8 accompanba-
do e recebido do povo como 0 Meffiai. 11 maldix. a bua figueira que era fem frui
to. iy lança fora a os que no templo vendiaõ e compravaõ. 10 louva a força da
fe. 24 amoefta que orando devemos crer, e perdoar a 0 proximo. 27 refponde
a pregunta dos efcnbas , que preguntavaõ, com que autberidade faxja efles coufas,
repreguntandolbes a cerca 0 bautijino de Joaó.
27 E
wo OS. EUANGELHO
' 27 E. tornáraó a Hicrulàlcm: E andando elle pelo templo, vic-
raõ a elle os Príncipes dos faccrdotcs, c os Eleribas, c os An
ciãos. ;<
18 E dizemlhe: Com que autoridade fazes eftas couíàs? e quem
te deu cita autoridade pera eftas coufas fazeres?
29 E Jeíus entonçes reípondendo, diflelhes: Eu vos perguntarei
também huã palavra, c rclpondei me; e entaõ vos direi có que au
toridade faço eftas couíàs:
30 O Bautifmo de Joaó era d’o eco, ou d\>s homens? rcípon-
dei me.
• 31 Entonçes clles penfáraõ entre fi, dizendo, fe diíTermos d’o
eco, dirnosha: Porque pois lhe naó deites credito ?
32 Efe diílcrmos d’os homens, tememos a o povo: porque to
dos tinhaó de Joaó, que verdadeiramente era Propheta.
33 E reípondendo, diílèraó a Jeíus: Naó íabemos. Entonçes,
reípondendo Jeíus, diíièlhes: tampouco eu vos direi com que auto
ridade faço eftas couíàs.
C A P U T ELO XII.
i Com a parabola Ja vinha arrendada a hums lavra dores, prophetixji Chrifto a eS^U'
deos 0 engeitamento , e rtíina dtlles. 13 refponde a pregunta , fe he licito, dar
tributo a 0 Cefar. 18 como também a pregunta dos Saduceos, acerca de buâ mui'
her que teve jete maridos , e demoftra contra elotitros , a refurreiçaõ dos mortos.
18 moftra qual feja 0 principal mandamento da ley. enfina que e Mefias he
* fenhor, e 0 filho de David. 38 avifa os ouvidores queJe guardem da ambipaõ 0
hppocrtjia dos Efcribas. 41 louva a pequena efmola da huã pobre viuva. ,
Capitulo XIII.
I fropbetita Cbrijle a deftruifaõ do templo e d’a jerufalem. p contando os males
e Jtnaes que aviaõ de preceder, ott a cerca aquelle tempo acontecer. ío e coníola eu
tre tanto os feus cem o profpero focejjo de Euangelho, e com ajuda de Efptrito fan-
to, exhortando os a perfeverancia. 14 cita a propbetia de Daniel, eacconTelba
pera de preffafugir e eícaoarfe, d’ejta grande afflifaõ. 10 avifa que fe guardem do en-
gano e milagres dos falfos Chrifios eProphetas. 14 definve os jtnaes de fim de mun
do e dtjua vmda pira julgar fendo aquelle dia, fo a feu pae manifejlo. 11 exbor-
ta for ijjo a vigiar, e orar Jempre.
Capitulo XV.
T Entrega» 0 es Judeos a Pilatos, e diante d'elle e acufaÕ, e fende examinado , calafe
6 Pilatosbttfca defoltalo, mas por caufa da infancia do povo, Jolta a Barabas e entre
ga a Chrifte,-Pera fer crttcificade. 16 a quem es feldades efcarneceme afrontaõ. 14
a Simaõ Cyrenee obrigaÕ, a que levaffe fua crtti,. 23 daõ lhe de beber vinho mirra-
de. 24 fei crucificado cem dous falteadores. 29 e de os que pqffavaõ, blafphemade.
33 trevos ouve fobre terra. 34 bradando Chrifto a feu pae, foi efcarnecido, 36 e
cerne lhe aprefentaraõ vinagre: efpirou. 38 0 veo do templo fe rafga. 40 alguãs
mulheres de longe eftaõ olhando. 42 fofepb de /drimatbe» 0 fepulta.
O_SANCTO
III
O S A> N C T O
EUA*N*GEL H O
Dc noflò Senhor
JESU CHRISTO
SEGUNDO
S. LU C ,A S.
Capitulo I.
1 0 prologo de Lucas tocante a feu Euangelho. f a linhagem de Sacharias e Elifabcth
8 bum anjo aparece a Sacharias no templo i J que lhe predita confeição e nacimento
de joaó, cujo ojficio defcrcve i 8 Sacharias por caufa defua incredulidade emmudece 14.
Elifabetb concebes. 16 0 anjo Gabriel anuncia a virgem Maria que por obradoEfpi-
ritofarião nacerad'ella 0 Mefias. 39 fua vifita a Eiifaheth. 46 e feu divino can.
tico. f7 Elifabcth parifeu filbo, 0 qual fe chama joaó. 64 a boca e a lingoa feabrio a
0 Sacharias e louva a deus eProphetiga do officio deChriflo ede joaó feuprecurfor 80
que no deferto bia creçendo e fe confortando em 0 Efpirito.
. (■ lob-m
37 Porque nenhuã coufa fera a Deus impoflivel. ia*. S?.:
3 $ Entonçes diílè Mana: Eifãqui a ferva d’o fenhor ; cumpraíè • Z»ck. $•,
cm my conforme â tua palavra. E o Anjo fc partio d’ella.
, 39 E levantandofc Maria naquellcs dias, foiíè apreíúradamente
as montanhas a huã cidade dc Judea.
40 E entrou cm cafa dc Zacharias, c íaudou a Elifabcth.
41 E acontccco que como Eliíàbcth ouvio aíàudaçaõ de Maria
faltou a criança cm feu ventre, e Elifabeth ficou chca d’o, Efpiri
to fanéto. ' 1
4* E exclamou com grande voz, e diflê: Bendita tu entre as
mulheres, e bendito o fruito de teu ventre.
my venhí?ndC ifto a <luc.a maS de irco fcnhor a ’
faõ7L^apíX™ ° em remif-
Caputilo III.
1 0 tempo ‘m que 0 joaó baptifta começou a pregar e baptinar. j afujlamia defua pregaçaõ.
7 como exhorta pera convcrfàõ a todos que fabiaõ a d’elle Jerem baptitados 1o e
T*®* co,npanbas, pubhcanos e foldados 0 que a cada qual convém fazer, em feu
*J a *> vocapaõ, c calidade. íp teftemunbo que da.de Chrifto, e de feubautifmo
*9 Jttn prifaõ n Chriflo de joaõ foi baptiXjado 23 cuja linhagem fe defereve
a adam. J
to ^tod^ tarnt>em ja o machado eftá pofto á raiz das arvores; por tán-
no fogo arvorc ftue na° der bom fruito, fera coitada c lançada
11 E
120 OS. EUANGELHO
ii E rcípondcndo clle, diflelhes: Quem tiver dous veftidos, dc
a o que naó tem; c quem tiver alimentos, Faça o mcfmo.
xi E vicraó tambem a ellc op publicanos pera ferem baptizados;
d difleraó lhe: Mcíbrc que faremos ?
13 E ellc lhes diflè: Naó pccaes mais do que vos eftá ordenado.
14 E perguntaraõ lhe tambem os foldados, dizendo, e nofoutros
que faremos? c clle lhes diflè: Naó trateis mal a ninguém , nem a
ninguém oprimacs; e contcntaevos com voílòs íoldos.
i/E cirando o povo cfpcrando, c cuidando todos dc Joaõ cm
feus coraçoes, fe por ventura feria o Chrifto:
ítí Rcfpondeo Joaó, dizendo a twios; eu vos baptizo cm verda
de com agoa, mas vem quem hemais poderofo quc eu, de quem cu
jeí q<l: í. mó fou digno dc lhe delatar a correa dc íèus çapatos; !cflè vosbapti-
iS
zará com Eípirito Sanéto c com fogo.
17 Cuja pá eftá em fua maõ, c alimpará fua efta, e ajuntará o
trigo cm ícuccllciro, e queimará a palha com fogo quc nunca fe
apagará.
18 Afli que amoeftando tambem, outras muitas couíàs, anuncia
va o Euangelho a o povo.
19 Entonçes fendo Herodes Tctrarcha d’clle reprendido, por
caufa de Herodias mulher dc fcu irmaó Phclippe, e por todas as de
mais maldades que Herodes tinha feito:
20 Acrccentou ainda ifto fobre tudo o dc mais, que encarcerou
a Joaó.
21 E acontecco que como todo o povo íè baptizava, c Jeíús fofle
^tambem'] baptizado, c orafle, o ceo íè abrio.
22 E dcfccndco oEípirito fanóto fobre ellc cm forma corporal,
' como dc pomba ; ,e iobreveio huá voz do ceo quc dizia :p Tu es
meo amado filho, cm ty tenho meo contentamento.
2? E o mefino Jefus começava a fcr como de trinta annos, filho.’,
como fe cuidava, dc Jofeph, [<? fofephl dc Hcli.
24 [j£Z/<r/»Jde Matthat, [Q ÃEittbatJ dc Lcvi, Qe Levijdc
Melchi, [jc MelchQ dejanne, [jr jannc j dc Jofeph.
25 [Ejofeph] de Matthathias, p\e MatthaihiM j dc Amos,
dc Nahú, (je Nahíí J dc Efli, [/ E/fi J de Nagge.
26 f£ dc Maath, [jf Maath J de Matthathias, [e Mat-
thathiàJ dc Semei, Seinei] dc Jofeph, jofeph] dejuda.
2? [T ?uda~^ de Johanna, 'pohaana^ dc Rhclã, [jt Rhepi^
dcZorabâbel, fe ZorobabcQ dc Salaticl, [_eSalatieQ dc Ncri.
• 28 f£
SEGUNDOS.LUCAS.Cap.IV. i*r
13 [ E Neri] dc Mclchi, O AfrH/] de Addi, f e Addi] dc
Cofiam, [e Cofiam] de Elmodam, fr Elmodam ] de Er. .
29 f E Er] de Jofc, f<?/o/?] de Eliczcr, [jEZ/^-] dcjorim,
fe fiorim] de Matthat, fc A-fatthat] dc Lcvi.
[í Levi] de Simeon, fc Simeon] dc Juda, fc finda] dc
Jofeph, fc fi°fepb] de Jonan, f c fionan] de Eliacim.
31 f E Edi/icim] dcMclea, fc Melea] deMainan, fc Àfainan]
de Matthatha, fc Aíatthatha] de Nathan, eNathan] de David.
32 f E2Xmá] de Jeflè, [efiefle] dc Obed, [_eObed] dc Booz,
f cíao^] de Salmon, f c Salmon] de Naaíòn.
33 [ E Naafon] dcAminadab, f c Aminadab] de Arara,
ram] dc Eírom, f eEfrom] dc Pharcz,[_e Phare^fi] dc Juda.
34 [_E finda] dc Jacob, \]e fiacob] de Iíàac, f c Ifaac] dc Abra-
ham, f c Abraham] de Tliare, f c Thare] dc Nachor.
35 f£ Nachor] dc Saruch, f c Saruch] dc Ragau, [_c Ragau]
de Phalcgh, f e Phalegh ] de Hcbcr, f 'Idebcr J dc Sala.
3 6 f E SalaJ de Cainan f e Cainan ] dc Arphaxad, f e Arphaxad]
dc Sem, f e Sem] de Noc, f c No'è] de Lamech.
37 TE Lantech] de Mathufala, fc Mathufala] de Hcnoch, Te
fíenoch] dc Jarcd, fc fiared] de Maleleel , fe Maleleel] dc
Cainan.
38 f E Cainan] de Henos, f c Henos] de Seth , f e Seth] de
Adam, ‘ f e Adam ] dc Deus.
Capitulo IV.
1 0 Cbriflo jejuma quarenta dias, e foi atentado do diabo. 14 Se torna a Galilea, e ehfna
emNafaretb do cap. Efai. 61. que elle be 0 Mefias prometido, 13 E moflra com exem
plos de Elia e Elifa parque rafaÕ naõ fatia ali milagres. 18 PoriJJo elles fe agaflan
dobufeaõde matalo. 31 Enfna emCapernaum em osSabados. 33 E livra a hum
endemoninhado. 38 Sara a fogra de Pedro, e ainda a outros enfermes e endemonin
hados. 41 Sae d'ali eprega tambem em as outras cidades da Galilea.
Capitulo V.
1 0 Cbriflo enfina a companha defde tare» de Pedra. 4 E chama ao Apoflolado aPedrO
e feus companheiros. 12 Purifica a hum leprofo. 17 Sara a hum paralytico e do
moflra com aquelle que tinha poder pera perdoar os pecados. 27 Chama a Matheo
da alfândega. 29 Come com elle e com outros publicanos. 31 E da rafaõ d’aquel
le. 33 Defende feus difcipulos com diverfas parabolas, porque nao jejttmavaõ.
C A-
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. VI. 117
Capitulo VI.
1 Os difçipulos arrancaÓ efpigas em Sabado, e Chrifto os defende contra os tifos. 6Chri-
fio fiara a hum homem de huã maó Jeca em Sabado , e defende fiett feiSo. 11 Ora
na montanha, e elegia os dote apofiolos. 17 Sara a diverfios doentes e endemoninha
dos. 20 Declara quem eraõos bemaventttrados, e quem naõ. z-j Manda amar ate
a os inimigos, 36 Prohibe osjuizos temerários. 38 quere a benignidade. 41 Enfi-
na que antes de reprender a outro, nos amifier atender a nos mesmos. 46 A fim mo-
firaaquemfaõ Jemelhantes os que naõ fomente ouvem, mas guardais finaspalavras.
. Capitulo VII.
I 0 Cbriflo fara ao ferve do hum Centúria* cuja fe mui louva. 11 Refufcita a 0 filho
dehuãviuva.' 18 Kefponde apregunta dos dijeipulos de JoaÕ, e demofra comfuapró
pria doutrina e obras que elle he 0 Mefiias. 14 Da hum exçellente teflemunho dapejfoa e
do officio de Joaõ. 19 Que ouvindo 0povo, louvaõa Deus, mas os Pharifeos regeitaÕ 0 con-
felbo de Deus, 31 Deita a osjudeos n'o roflo com parabola dos meninos, fua dureza.
36 Come com Simaõ 0 Pharijeo, aonde huá peccadora rega fettspès com lagrimas, com
quefeefcandaliZAO SimaÕ, mas Cbriflo a defende com parabola de dous devedores.
Caputilo VIII.
1 Chriflt fai caminbanda par todas as cidades e aldeas pregando a Euangelho , ac-
companhado de alguãs mulheres que lhe ferviaÕ de fuas fazendas. 4 Propoem a cam
panha parabola da femeador cuja femente cabia em diverfas lugares. 9 dqual par-
ticularmente explica a feus difçipulos. 16 Campara fua palavra com huã candea que
ftpas fobre a candieiro. 18 Enfinaque a qualquer que tiver, fer Ibe ha dado. 19
£ quemfejaÕfua mãe efeus irmaõs. zz -Aplaca a tempe/fade dc venta. z6 Lançafa-
ra hui legiaõ de demonios. 31 £ permete lhes entrar nos percas. 41 Andacomjairo
pera farar fua filha. 43 Livra na caminha huã mulher de hum • fluxa defangue.
49 Refufata a filha dejairo.
10 uinae pois como ouvis: porque a qualquer que tiver, fcr lhe
na dado ; e a qualquer quc naõ tiver, ate o que lhe parece que
tem, lhe lera tirado. 1
19 vicraó a elle íúa maé e irmaós, c naó podiaõ chegar a elle
por cauíà da multidão. 0
20 E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. VIII. H5
20 E foilhe dado avifo, dizendo, tua maé, c teus irmaõs eftam
fora, que te querem ver.
21 E reípondendo elle entonçes, diflelhes: Minha «Inae e meus
irmaõs, íiiõ os que ouvem a palavra de Deus e a guardaó.
2i E aconteceo hum daquelles dias, que entrou em hum barco
juntamente com feus difçipulos, c diflelhes: Paflcmos da outra
baiida do lago, e partiraó íc. , •
2 ’ E navegando elles, adormcceoíc: E deíccndeo hua tempcíta-
de de vento no lago, c[_o barco] fe enchia, e perigavaõ.
24 E chegandoíc a elle, deípertáraõ o, dizendo, Meftre, Me
ftre, que perecemos. E acordado elle, reprendeo a o vento, e a
tempeírade da agoa, c cefláraõ, e fez fc. bonança.
25 E diflelhes: Que hc feito de voflà fé? étemendo clles, ma- i
ravilharaõ fe, dizendo huns a os outros:rQuem hc cfte? que até a r rf.I07- í?.!
os ventos, c á agoa manda, e lhe obedecem?
26 E navegáraõ pera a terra dos Gadarenos, que cita dc fronte
de Galilca. . . i
27 E faindo elle â terra, fahiolhe da cidade a o encontro hum
homem, que ja dc muitos tempos a tras, tinha os demonios no corpo,
e naõ andava veílido, nem parava em caía, fenaó pelas fepul
turas.
28 O qual vendo a Jefus, clamou, e poftroufe diante dclle, e
difle com grande voz: que tenho eu com tigo, Jeíus, filho do
Deus altiflimo ? peço te que me naõ atormentes.
29 Porque mandava a o efpirito immundo que fahiflé d’aquelle
homem; porque ja de muitos tempos atras, o arrebatava. E guarda-
vaõ o prcío com cadeas e grilhoens, mas quebrando elle as prifoens,
era empuxado do demonio a os dcfèrtos.
3q_ E perguntoulhe Jcfus, dizendo, que nome tens? e elle difle;
legiaõ; porque muitos demonios tinhaó entrado nclle.
3 1 E rogavaõ lhe, qyc naõ lhes mandaflè que fe foíTem pera o
abifmo.
32 E avia ali huã manada dc muitos porcos, que andavaõ pafi.
cendo no monte; c rogaraõlhc, que osdcixaflè entrar nclles: E
deixou os.
33 E faidos os demonios daquelle homem, entraraõ n’os porcos,
c a manada fc arrojou de hum defpcnhadeiro no lago, c affogoufe.
34 E vendo os paftores o que tinha acontecido, fogiraõ : E in
do, deraõ avifo na cidade, enas herdades.
35 &
136 . OS. EUANGELHO
✓ 3$ E fairaó a ver o que tinha acontecido, c vicraó â Jefus; c
acháraó ao homem, do qual tinhaó íàido os demonios, veílido'c
t
com fifo, alentado a os pés dc Jcfus, c temeraõ.
3 6 E contaraõ lhes os que o tinhaó vifto, como aquelle ende
moninhado avia fido falvo.
3 7 Entonçes toda a multidão da terra d’os Gadarenos a o redor
lhe rogaraó que fe retiraflè dellcs; porque tinhaó grande medof E
íòbindo elle no barço tornoufe.
38 E aquelle homem, do qual aviaõ faído‘os demonios, lhe ro
gou pera eiiar cora elle: Mas Jcfus o defpedio, dizendo.
39 Tomate, pera tua caía, c conta quam grandioíàs coufas Deus
te fez. E elle fc foi aprégoando por toda a cidade, qúam grandioíàs
couíàs Jefus lhe tinha feito.
40 E aconteceo que tomando Jeíus, a companha o rccebco;
porque todos o eftavaõ cípcrando.
41 E eis que veio hum vaiaó, chamado Jairo, que era Príncipe
da Synagoga, c caindo a os pees deJefus, rogavalhe que entraflè cm
fua caíà.
42 Porque huã filha unica que tinha, como dc doze annos, efta-
va á morte. E indo elle, apertava o a companha.
fev- ir. a4. 43 E huã mulher que tinha hum'fluxo dc fangue, doze annos
avia, cjacom médicos avia gaftado toda fua fazenda, edenenhú
dellcs-avia podido ícr curada,
44 Chegandofe por dc tras, tocou a borda dc feu veftido; e logo
jeftáncõu o fluxo dc feu íãngue.
45 Entonçes Jefus difle: Quem he o que me tocou? e negando
todos, diílè Pedro, c os que com elle eftavaõ: Meftre, a compan
ha te aperta e oprime, e dizes: Quem hc o que me tocou.'0
46 E Jefus difle: Alguém me tocou; porque bem conheci que
dc my fahio virtude.
47 Vendo a mulher entonçes que naó íè lhe ocultava, veio tre
mendo, e poftrando fc diante dcllc, dcclaroulhc diante de todo o
povo, a cauíà porque o avia tocado, c como logo ficara íàam.
48 E elle lhe diílè: Confia filha; tua fé te falvou, vac em paz.
49 Eftando elle ainda fallando, veio hum [_dacaja~\ do Príncipe
da Synagoga, a dizerlhe; tua filha hc ja morta, nao des trabalho a
o Meftre.
jo E ouvindo [0] Jefus, rcípondeolhc: Naó temas; cre fomen
te, e ferá falva.
51 E
SEGUNDO S. LUCAS Cap. IX. 137
5 r E entrando em cafa, a ninguém deixou ^entrar, fc naõ a Pe
dro, c a Jacobo, c a Joaó; c a o pae, c á maé da menina.
52 E choravaó todos, e pranteavaõ a; e clle difle:<^aó choreis,
naó lie morta, mas dorme.
53 E faziaó zombaria delle, bem íàbendo quc cftava morta.
54 E lançando os elle a todos fora, e travando ;t da maõ, bra
dou , dizendo, levantate menina.
5$ Entonçes tornou ícu eípirito, e logo fc levantou: E mandou
quc lhe deflem dc comer.
5 6 E ícus paes cftavaô attonitos: E ellc lhes mandou quc a nin
guém diffcffé o que avia fuccdido.
»
Capitulo IX.
1 0 Cbriflo envia feus apofiolos a pregar, elhes enferma come fe haõdeaver n'ocamin~
ho. 7 Herodes ouvindo de Cbriflo, procura velo. 10 Os apofiolos fe tornaõ. n
Da de comer a cinco mil homens com cinco paens e dous peixes. 18 Diverfos fentimen-
tos do povo acerca de fua pejjoa: ti Prephetita fua morte erefurreiçaõ. 13 Ex-
horta a hui confiante confeflaõ. 18. Se transfigura no monte diante de tres d'elles e em
brefençade Mofes e Elias. 37 Dançafora hum cruel efpinto tmmundo. 46 Enfina
qual d’elles feria 0 major. 49 Haõ quere que lhe defendejfem que em feu nome lançava '
fora os demonios. fi Indo aferufalem', os Samaritanos lhe negaõa eflalagem. gq
Tres que querido fegttir a Cbrifio, açbaõcada qual fua^repofia.
Capitulo X.
« 0 Cbriflo envia ainda fetenta difcipulos a pregar , e Ibes enforma de como fe ba» de
aparelhar a o caminho, e de come fe baõ de aver contra os ouvidores. 13 Jmeaçagran-
descafligos a cidades Cborazim,Betbfaida e Capernaum,por caufa de fua incredulidade.
Os fetenta fe tornaõ, e com alegria contaÕe que fiteraõ. 11 Da grafas a feu pae
como a nnicofonte da fcienciafalvifica. 17 Rejponde a bum doutor da ley quepregunta-
va, quefazendo, poffuira avida eterna, 19 Moflra quem feja oproximo com parabola
de bum homem que cabio em maõsdos falteadores. 38 foi bojpetado de duas irmaás
Martbae Maria, e louva mais a Maria do qtte a Manha.
C A P l'T U L O XI.
i OChriflo enfinafeus difçipulos a orar, ç Edeclaraa forçada oraçaÕ tem asparabolas
do hum amigo e de hum pae. 14 Lança fora a bum demonio mudo, e convence de
blafphemia a os que diziaó que em virtude de Beclzebul 0fazia. 14 Propoé 0 miferavel
eftado d’aquelle bome em quem fe torna 0 efpirito immundo. 29 OChriflo diz que a os
judeosfera dado 0 final de Jonas. 31 Reprendefua incredulidade d'elles com exemplo da
rainba dofui, e dos de Ninive. 3 3 Enfina com parabola da candea, que a luz do Euange-
liofe naõ ameflerefeonder. Reprende a bppocrifia, ambiçaõ e crueldade dos pharijeos
contra osProphetas e Jpoflolos, e ameaça lhes 0 caftigo de Deus, p^Epor 1JJ0Ibe armaó
dc novo filadas. ' •
T * C A-
148 \ OS. EUANGELHO
Capitulo XII.
i 0 Chrifloav:J'-;fius difçipulos que fe guardem da formento dos Pharifeoi. 4 Enfinaot
quí nos atniíler temer. 6 Exborta a confiar na divina providencia, e a confejTar feu
nome, e avija que nos guardemos da blafphemia contra 0 Efpirito fantto. 13 Nega a
fer repartidor da herança entre dous irmaõs. 1 f Comparabola de hum rico avifia quefe
guardem da avareza. 11 Enfina com exemplo do corvo, e dos lírios, que dando de maõ
a os cuidados defta vida, bufcemos fobre titdo 0 reino de Deus. 3 3 Exho> ta a dar esmola
3J- E a vigiar pera fuavinda. 41 Defcreveoferviçoe 0 galardaõ de bum fervo fiel,
45: Como também 0ferviço e 0 cafligo do fervo infiel. 49 Diz. que vejo pera padeçer, e a
por fogo na terra. 5-4 Keprendc o^Judeos porque feu tempo nai examinavaõ. fSEx-
horta que nos reconciliemos nos com nojjo adverjdrio.
1 17 Ncfte mefmo tempo eftávaõ ali prefentes alguns que lhe con-
tavaõ dos Galileos, cujo fangue Pilatos juntamente com feus
íàcrifiçios avia mefturado.
2 L refpondendo Jefus, diflelhes: Penfaes vosoutros que por eftes
Galileos averem padecido tacs coufas, ajam fido mais peccaaores que
todos os Galileos?
3 Nao
tjí O&.EUANGELHO
3 Naõ vos digo; antes fc vos naõ emmcndardes; todos perece
reis afli.J ’
4 Ou aq-,-ellcs dez oito, fobre os quaes a torre em Siloc cahio, c
os matou; penfaes que mais culpados foífem, que todos quantos ho
mens em J cru falem habftaõ?
5 NaõjVos digo; antes fc vos naõ cmmendardes, todos perece
reis afli. ’ .
<5 E dizia éíta parabola: Tinha hum Çcrto^AowíwJprantada huã
figueira em fua vinha, c veio a cila a bufearfruito, e naó o achou.
• 7 E diílè a o vinheiro: Ves aqui tres annos ha que venho a buí-
car fruito a efta figueira, c naõ o ãçho: Corta a pois,: porque ainda,
ocupará inutilmente a terra?
8 Ellc entonçes reípondendo, diflèlhe: Senhor, deixa
por c'fte anno, até que eu a efeave, c a efterque.
. 9 E fe der fruito, quando naõ, cortalahás dcípois.
ío E enfinando clle em huã Synagoga hum Sabado:
11 Eis que eflava ali huã mulher quc dez oito annos avia tido hum
eípirito dc enfermidade; e taó corcovada andava, quc cm maneira
nenhuã íè podia endereitar. •
ii Ecçmo Jefus a vio, çhamou a, e diflèlhe: Mulher, livre
cftás de tua enfermidade. /
13 E pos lhe as maós cm cima, c logo-fe endereitou, c glorifi
cava a Deus. -
_ 14 E rcípondcndo o Prinçipe da Synagoga, indignado de que Tc-
ÍUS ouvefle curado cm Sabado, difle á companha Seis dias ha cm
Dettt-. <j, o.
ii. que obrar he mifter: Ncftes pois vinde a fer curados, c naõ cm dia
de Sabado.
‘ 15 Entonçes o Senhor lhe rcípondeo, ediíTe: Hypocrita ?naÕ dc-
fata em Sabado cadahum de vosoutros íèu boy, ou íèu -iíhn
cftrcbaria, c (4 leva a beber? ’
16 E naõ convinha foltar defta atadura cm dia dc Sabado a efta fi
lha de Abrahaó, que eis quc fatanás avia ligado ja ddzoito annos?
. \7 E dizendo clle dftas couíãs, todos íèus auveríàrios fc confun-
diao; mas todo o povo fc alegrava de todas as couíãs glorioíàs quc
por clle craõ feitas.
18 E dizia: A que hc femelhante o rcyno de Deus? c a que o /
compararei ? 1
ip Semelhante he a o gram da moftarda, que tomando o o ho
mem, o lançou cm íua horta; c creçeo, c fez fc arvore mande, c
fizeraõ as aves dos çcos ninhos em fuas ramas. & -0 E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. XIII. 153
ao E diílè outra vez: A que compararei o reyno de Deus? •
21 Semelhante hc a o formento, que tomando o a mulher, o
cíconde cm tres medidas dc farinha, até que tudo fe 1/yede.
22 E paflàvadahuâ çidade e aldea para outra enfínando, c ca
minhando pera Hicrufalem.
23 E dilielhe hum: Senhor, faô poucos os que fc falvaõ ? c elle
lhes diflê.-
24 Trabalhae por entrai- pela porta eftreita: Porque eu vos digo,
que muitos procuraráó entrar, e naó poderáó.
25 [yf faber] des que o pae dc família fc levantar, e a porta çcr-
rar, e a de fora começardes a eflar, e á porta batei-, dizendo, Sen
hor, Senhor abré nos; c reípondendo elle, vosdiílèr: Naõ fei, don
de fejaes;
26 Entonçes começareis a dizer: Perante ty avemos comido e be
bido, e era noflàs praças tens enfinado. k
27 Edirvosha: Digovos que nam fei donde fejaes. Apartac vos k.rí.C:9.
dc my, vos todos os obradores de maldade.
28 Ali ferá o çhoro, e o bater de dentes: Quando virdes a Abra-
haó, c a Ifaac, c a Jacob, e a todos os Prophetas no reyno de
Deus; e a vosoutros wm lançados fora.
2/Eviraó [algums) do oriente, e do ocçidente, c do norte, n.ieí.i-.^
e do íul, e aíTentaríchaó no reyno de Deus.
30 E eisaqui que faó derradeiros, os que eraó os primeiros; e
que faõ primeiros, os que eraó os derradeiros. •
31 Aquelle mefmo dia çhegáraó huns dos Pharifeos, dizendolhe:
Sae te, e vae te d’aquí; porque Herodes te quer matar.
32 E diflelhes: Ide, c dizei a aquella rapoía; eis aqui lanço fora
demonios ,'e acabo curas, hoíe, c á manhaã, e a o terceiro
comfumado.
33 Porem he mifler que hoje, eá manhaã, e deípois damanhãa
caminhe : Porque naõ íuçcdc que algum Propheta morta fora de
Hiefuíãlem.
34 Hieruíàlem, Hieruíàlem, que matas a os Prophetas, e ape-
> .drejas a os que a. ty te faõ enviados',*’quantas vezes quis cu ajuntar -f.
’ teus filhos, como a galinha feus pintaõs debaixo de fuas àfas, c naõ *
quílèftes? oM.
3 5r Eisaqui voílà cáfa fe vos deixa defeíta; e digovos cm verdade, r- rí(&?-
que*naõ me vereis, atequevenha [0 tento,'] quando digaes/Behdi-
to aquelle que vem cm o nome do Senhor. .
OS. EUANGELHO
Caputelo XIV.
* 0 Chri/lo fara em Salada a hum bydropico, e defende iflo. 7 Reprende a ambifaõ dos Pbati-
fieos, e exbort. /> humildade t benignidade. tp Com parabola de huãgrande cea deita a os
‘judeos em refle fua engratidaõ. Prediz feu engeitamento, e vocacaodos gentios em lugar
delles. lf tnjina que, por ferfeu dijciptelo, fe deve tudo renunciar. 18 Com exemple
de edificante bui torre, edebumreyqueaviadeira facer guerra a outro rey, amoefln
fetts difcipulos afazer primeiro fuas contas. 34 £ enjina que 0 falefvaecido naõ prefla
pera nada.
C APITVIO XVI.
•nt». 13 E a elle naõ jervir. 14 Reprcnde a avarcta, bypocri/ia, tjoberba dos Rbari-
Capitul® XVIII.
i 0 Chriffo com exemplo da huá viuva, e de injufldjuix., enfina a orar comfervor. e> £ com
14 Quam difticilmentc 0 rico entrar/Ano reino dos ceos. 18 Promete galardaõa os que tii-
dopor amor de Chrifto deixaõ. 31 PropbctitafuapaixaÕ, morte erefurreifaõ. yp Da
vijla a bum cego.
no, mandou chamai- afia aquelles fêrvos, a quem avia dado o din-
. heiro, pera faber o que cada num avia com negocio ganhado.
i<5 E veio o primeiro, dizendo , Senhor, tua mina tem ganhado
dez minas.
17 E elle lhe diílè: Efta bem, bom íèrvo; pois no pouco fofte ’
fiel, fobre dez cidades teras poteftade.
18 E veio o outro, dizendo, Senhor, tua mina grangeou cin
co minas. *
19 E tambemaefte diífe: Eftá tu£tambem\fobre cinco cidades.
io E veio o outro, dizendo, Scnnor, eis/d^ijtua mina, que
cm hum lenço guardei.
21 Porque tive medo dc ty, que es homem rígurofo, que tomas
o que naó puíêftc, e íegas o que naõ ícmcaftc.
22 EntonçK elle lhe diflê: Servo malino, por tua boca te julga
rei, íaEiãTque eu era homem rigurofo, que tomo o que naõ pus^ e
que fogo o que naó femeei:
31 Porque pois naó deite meo dinheiro ã o banco, e vindo eu, -
o de ; andara com a onzena ? .... ................................... 2
2 í E diflê a os que eftavaõ preíèntcs: Tiraelhe a mina, e dac a
k"o que tem as dez minas.
\G6 ■ O S. EUANGELHO
25 E elles lhe difleraó: Senhor, dçz minas tem.
26 Porque çu vos digo, que a qualquer que tiver, íêr lhe ha da-
do; mas a ^que naó tiver, ainda o que tem lhe íerá tirado.
27 E- tambem a aquelles meus inimigos, que naó queriam que
cu íòbre elles rcinaflè, trazei os aqui, e degolac os ^diante dc my.
28 ,E-dito ifto, nia caminhando diante, íòbindo a Hieruíãlem.
29 E acontcceo que chegando perto de Bcthphage, ede Bctha-
nia, a o monte que fe chama das oliveiras, mandou dous dc feus
difcipulos.
50 Dizendo, Ide á aldea,*que defronte eftá; aonde, entrando,
achareis hum poldro itado, cm que nenhum homem ja mais fc tem
aflèntado; dclatae o, c trazei o.
• 31 Efe alguem vos perguntar, porque£0} dcíãtaes? dirlhe heis
afli: Porque o Senhor o ha mifter.
3 2 E foraõ os que aviaõ fido mandados, c acharaõ como lhes
difle.
33 E dõíàtando o poldro, ícus donos lhes difleraó: Porquedeíã
tacs o poldro ?
34 E ellcs difleraó: Porque o Senhor ó ha mifter.
3 5 E trouxeraõ o a Jeíús: E lançando feus veftidos íòbre o pol
dro, puíeraõ em cima a Jeíús.
36 E indo ellc andando, eftcndiaõ íúas capas pelo caminho.
37 E como ja chcgaílcm perto da decida do monte das oliveiras,
toda a multidaó dos diíçipulos, gozandofe, começaraó a com gran
de voz louvar a Deus, por todas as virtudes que vifto tinhaõ.
38 Dizendo, Bendito o Rey que vem em .0 nome do Senhor;
Paz no ceo, e Gloria cm as alturas.
39 Entonçes alguns dos Phariícos da companha lhe difleraó:
Meftre, reprendea teus diíçipulos.
40 E reípondcndo^êllc, diflelhes: Digo vos que fe eftes fe cala
rem , as pedras logo haó de bradar.
41 E como jahia chegando perto , e vio a cidade, chorou íò
bre ella.
-4^ Dizendo ,^Ah fe tambem conhcceflès, a o menos ncfte teu
dia, o que á tua paz [pertence Q Mas agora a teus olhos te eftá cn-
. cuberto. ’
43 Polo que íòbre ty viraõ dias, cm que ícus inimigos com* an-
queiras te cercaráõ, a o redor te fitiaráõ, c dc todas as bandas '
cftreito te poram.
44 E
SEGUNDO S. LUCAS Cap. XX.’ . * 167
44. E a ty, e a teus filhos, que dentro dc ty cftiverem, â terra
te derribaraó; c pedra íòbre pedra cm ty naó deixaraó, porquanto
naõ conhccefte o tempo dê tua vilitaçaó. -O
45 E entrando no templo, começou.a lançar fora a todos os que
nellc vendiaó e compravaõ. r , .
46 Dizcndolljes, cícrito efta: Minha cafa, cafa he do oraçao:
Mas vosoutros cova de ladroens a tendes feito.
47 E enfinava cadadia no templo: Mas os Príncipes dos Sacerdotes,
c os Príncipes do povo, procuravaó matalo. ,
48 E naó achavaó que lhe fazer, porque todo o povo ww*®»**
pendia delle, ouvindo o.
Capitulo XX.
1 0 Cbriflo refronde a pregunta dos Efcribas quepreguntava! com que autoridade faija eftas
coufas , repregundandolbes acerca o bautifmo de Joao. 9 Com aparabola da
rendada abums lavradores, ameacalbes o cafligo de Deus
1 Y Ca-
OS. EUANGELHO
Capitulo XXI.
lon. i E conta osfinais que Ibc aviaõ de preceder. i z E contra asperfeguipoens que os fins
aOQj »-i "p citava peito a fefta [dos *paens] por levedar, que fe cha-
ma a Paíchoa.
2 E os Príncipes dos Sacerdotes, e os Eforibas, procuravam como
o matariaó: Mas aviaõ niedo do povo.
3 E entrou íàtanás cm Judas, o quc tinha por fobre nome Ifca-
riota, c era hum do numero dos doze.
4 E foi, e faliou com os Príncipes dos Sacerdotes, c com os Magi-
ftrados, dccomo lho entregaria.
. 5 Os quaes fòlgaraó, e concertáraó de lhe dar dinheiro.
6 E prometeq lho, e bufeava oportunidade pera lhe entregar
fem alvoroço.
7 E veio o dia [dos paens] por levedar, cm quc cra miílcr íàcri-
ficar a Paíchoa.
8 E mandou a Pedro, c a Joaó, dizendo: Ide , aparclhac nos a -
Paíchoa, peraque a poflàmos comer.
2 E ellcs lhe difleraó: Aonde queres quc a aparelhemos?
10 E clle lhes difle: Eifquc afli como na cidade entrardes;, vos
encontrará hum home quc leva hú cantaro dc agoa: Segui o até ?
cafa aonde entrar.. 11 &
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. XXII 173
11 E direis a o pae dc família da caía: O Meftre te diz; Aonde
eftá o apoufento , cm que com meos diíçipulos hei de comei- a
Pafchoa ? f
i 2 Entonçes elle vos moftrará hum grande cenáculo ja preparado;
aparelhae a ali.
13 E indo elles, achitraó tudo como lhes tinha dito; e aparelha-
raó aPaíchoa. .
14 E como ja foi hora, aílentoufe, c com elle os doze Apoftolos.
1 5 E diflelhes: Em grande maneira, tenho dcíèjado deantes que
padeça, comer com vofco éfta Paíchoa.
i<5 Porque vos digo que delia mais naó comcrdi, ate que no Rey
no de Deus fc cumpra.
17 E tomando o copo, e avendo dado graças, diílè: tomaeifto,
c reparti entre vosoutros.
18 Porque vos digo, que do fruito de vide naó beberei, até que
o Reyno de Deus nao vcnna.
19 E tomando o pam, e avendo dado graças, partioo, c deu
lho, dizendo, ifto hc o meo corpo, que por vosoutros fe da ; fazei
ifto em memória de my.
20 Afli mefino tambem o copo, dcípois da cea, dizendo, éfte
copo o NovoTcftamcnto em meu íãngue, que por vosoutros
fe derrama.
21 Com tudo iflò, vedesaqui, a maó do que me trahe eftá co
migo á mefa.
22 ,E cm verdade bem vae o filho dohoiné, íegundoo que deter
minado eftá: Porem ay daquellc homem por que fc entrega.
23 Entonçes comcçáraó a perguntar entre fi, qual dellcs íêria o
que ifto avia dc fazer?
24 E ouve tambem entre elles contenda, de qual delles parecia
que avia de fer o maior?
23 Entonçes lhes difle: OsReysdas gentes fe cnfenhoréaõ delias,
c os que fobre ellas tem poteftade, íaó chamados bemfeitores [Senhoresj
zG Mas vosoutros naó afli: Antes o maior entre vosoutros, íeja
como o menor; c o que precede,, como o que ferve.
27 Porque qual he maior ? o que fc aflenta/w o que ferve?
porventura naó hc o que íc aflenta ? Pois entre vos íou eu como o
que íerve. *
28 Porem vosoutros íòis os que comigo cm minhas tentaçoens
tendes permanecido.
Y 3 =2 E
x74 O S. EUANGELHO
E cu vos ordeno o Reyno, como meo Pae amy m’o ordenou. ’
3° 1 ciaquc cmmeoReyno a minha mefa comacs c bebaes • c íò
bre tronos Ws aderireis julgando.a os doze tribus dc Ifrael.
n^LD1 C ° Senllor: Simaó, Simaõ; vedes aqui que fata-
ías vos muito deíejou, pera corno a trigo vos cirandar-
31 Mas cu roguei por ty, que tua fé naó desfaleça; e tu quando'
te con\ erteres, confirma a teus irmaõs.
3 3 E elle lhe difle: Senhor, aparelhado citou pera ate a priíàõ,
c ate a moite, com tigo ir. 4 ’
34 Mas elle difle: Pedro, digo te que naõ cantara hoje o calo,
antes que tios vezes negues, que me conheces.
$$ E a clles dillc^ Quando vos mandei fem bolíã, c fem alfor.
V°S a,guá C0UÍàS£ ellcs diílêraõ , nada*
E diflelhes: 1 ois agora o que tembolíá, tome a, ctambemos
alforges, e o que nao tem, venda fua capa, c compre eípada’
37 loique vos digo, que ainda importa que cm my fe cumpra
aquillo que efta efento: [a/aier] e com os maos foi contado; Porque
o que de my [_efla eferito] ícu cumprimento tem. °
lhá diirent°bXdlílÒraÓ dlCS: Scnhor’ cisa<lui duas cípadas. E elle
lhos,1 orou ™tOU fC deUeS C°m° hum tiro dc Pcdrar^e Poíto de jue-
7 Foi <1 Herodes enviado, d’clle cfcarnecido, e torne a Pilatos mandado. 13 Quempro:::~
ra foltalo,maspor canja da inflancia do povo,folta a Barrab.as,e entrega o Cbrifloperafr
crucificado. 16 OSimaõ cprtneo leva Juacruz. Asmulbcres dc Jerufalcm eborai
por elle, a tts quaes prediz a affliçaõ tjtee a ellcs ca feusfilhos avia de vir. 3 2 Foi crtici-
f.cado entre dous falteadores, c ora por feus inimigos. 3 7 Blaspljemadoe ejcarnecido na
cruz, 0 titulo da cruz 39 Hum dos falteadores 0 Idatpbema: Mas o outro foi con-
vertido, e do Cbriflo confolado. 44 Trevos ouvefobre aterra. Oveodotemploferafga,
e0 Cbrifloefpira. 47 OCentitriaõ, comotambem a companha, confejfa queelleera ju-
flo. po Por Jofeph de Arimatheafoi fepultado. p^ As tnulbercs vedem aonde bcpoflo,
Capitulo XXIV.
1 Asmulheresvemaofepulcbroeacbaõ 0 vazio. 4 Dous Anjos Ibesmanifeflaõarejurrei-
caõ de Chrifto. 9 ZJ.ié as novas a os apoflolos que 0 naõ crem. 1t Pedro corre a ofepulchro.
13 O Cíiriflo aparece a doits difçipulos que biaõ a Entaus, efica Ibes manifeflo 33 Os quaes
tornaõ je a jerufalem, e 0 contaÕ a os Apoflolos. 3 6 Aparce afeus Apojíoios, mojlraftias
maÕs,epe's,e come diante d'elles. 44 Lhes abri 0 fentido das efcrituras,e ordena os por tejie-
munbas entre todas as gentes, e lhespromete 0 Efpirito fanSo. yo Os abençoa, eje apartan
do d'elles, foi levado a 0 ceo.
i K O primeiro '\fdia~\ da íõmana muy dc manhaã , hiaó a o fe-
pulchro, trazendo as cípeçicrias que tinhaó aparelhado; c
alguãs com cilas.
2 E acháraõ a pedra ja revolta da porta do fepulcro^
3 E, entrando, naó acháraõ o como do Senhor Jeíus.
4 E acontcçeo que eftando cilas diíto perplexas j eis que dous va-
roens fc paráraó junto a cilas cora veftidos rcíplandcçentcs.
5 E avendo ellas grande temor, c abaixando 0 rofto para o chaó,
elles lhes diíièraõ: Porque entre os mortos bufcaes a o vivente?
6 Naõ eftá aqui, mas ja he rcfufcitado: Lcmbracvos do que vos
fiillou eftando ainda cm Galilca.
Z 2 7 Di-
O S. EUANGELHO
7 Dizendo , importa quc o filho do homem fcja entregue em-
maõs dchomen$peccadorcs, eque íèja crucificado, c a o tcrçciro dia
rciúíçite.^ '??
8 Entonçes íc lembráraõ dc fuas palavras.
$ E tornando do fepulcro, deraõ novas de todas eftas couíãs a os
ónze, c a todos os de mais.
ío E [ejtas] craõ Maria Magdalena, e Joana, c Maria [mae] de
Jacobo, e as dc mais que eftavaó com ellas, as que eftascouíãs aos
Apofiolos diziaó.
11 Mas a ellcs lhes parcçiaõ como deívarias fuas palavras: E naõ
lhes deraõ credito.
12. E levantandoíè Pedro, correoao ícpulcro; e abaixandoíè, vio
fõos os lençoes poftos^pgbg^; e foife maravilhado entre fi defte caíõ.
i j E eis quc dous d’cllcs hiaõ o rnefino dia a huã aldea quc efta-
’ u \ ?frva Hieruíãlem fcflènta a eftadios, chamada Emaus:
Auat léguas 14 E hiam praticando entre fi de todas aqucllas couíãs que aviaõ
tf mea»
15 E aconteç co que indo elles entre fi fallando, e perguntandofe
hum a o outro, o meíinoJeíús fe achegou, e hia juntamente com elles.
16 Mas feus olhos de tal maneira eftavaó retendos, quc o naó
conhepaõ.
17 E diílèlhes: quc práticas íâõ eftas que, indo andando, tratacs
entre vosoutros, c cftaes triftes?
18 E reípondendo o hum, que íc chamava Cleophas, diflèlhe:
Tu ío es peregrino cm Hicrufalcm? c naõ íabes as coufas que nclla
dftes dias tem iúçedido ?
li) Entonçes elle lhes diflè: quaes? e ellcs lhe.difleraó, as coufas
tocanterãjéíus Nazareno, o qual foi varaõ Prophcta, poderoíò em
obra, e cm palavra, diante dc Deus, c dc todo o povo.
20 E como osPrinçipesdos Saçcrdotes, c noflps Prinçipesb á con-
denaçaõ de morte o entregáraõ, c o crucificáraó:
2 1 Mas nosoutros efperavamos quc elle cra o que avia dc redemir
alfiaèl; e ainda íòbre tudo ifto, hoje he o tcrçciro dia que eftas
coufas tem fuçcdido.
z 2 Ainda -qug tambep huãs mulheres dos noflòs nos tem cfpan-
tado, as quacs^wOiwhi foraõ a o fepulcro:
23 E naõ achando íèu corpo, vicraó, dizendo, quetambemtin
haõ vifto viíaõ dc Anjos, quc dizem que vive.
24 E foraõ alguns dos noflòs a o fepulcro, e acháraõ ftr afli co
mo as mulheres tmhaõ dito: Mas a clle, naó o víraõ. 2 5 Ert
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XXIV. 18;
1$ Entonçcs elle lhes diflê: O lóucos, e tardios de coraçaó, pe
ra crer a tudo o que os Prophetas tem dito. *
z6 Por ventura naó importava que padeçcflê o Chrií > citas cou-
íàs, c queí^^cm íua gloria entraflè?
27 E começando dcíclc Moyfcs, e de todos os Prophetas, lhes
declarava cm todas as Efcrituras o que delle eftáva [efmto.]
28 E chegáraõ á aldea a onde hiam, porem elle fe houve como
que ainda hia mais ltínge.
29 Mas clles o conftrangcraó, dizendo, ficate cónofco; porque
ja hc tarde, e ja o dia fe abaixou i e entrou pera ficar com elles.
30 E acontcçeo que eftandocom elles aílcntado, tomando o paó,
o benzeo; c partindo o, lho deu.
21 Entonçes íè lhes abriraõ os olhos, c conhecerão o, mas elle
fe lhes delàparcçeo.
32 E diziaó hum a o outro: Porventura naõnos ardia o coraçaó,
quando pelo caminho nos falláva, e quando as cícrituras nos abria?
3 3 E levantandoíc na meíma hora, tornáraõ íè a Hicruíàlem, e
acharaó juntos a os onze, e a os que cjm elles eftavaõ,
34 Que diziaó: Verdadeiramente refufçitado he o Senhor , e
ja a Simaó tem apareçido.
3 5 Entonçes contáraõ clles as couíàs que no caminho lhes Qtviao
fuçedido: E como dellcs no partir do pam fora conheçido.
3<5' E eftando elles neftas praticas, o meímo Jeíus íè pos no meio
delles, c lhes difle: Paz feja com vofeo.
37 Entonçes clles cfpantados, c afombrados, penfavaó que viaõ
algum efpirito.
3 8 Mas elle lhes difle: Porque eftaes turbados, c íobem [tae/J
peníàmentos cm voflòs coraçoens ?
39 Vede minhas maós,emcospees, que cu meímoíòu: apalpacme,
e vede que o efpirito naõ tem carne, nem ollos, como vedes que cu tenho.
• 40 E ern dizendo ifto, lhes moftrou as maõs, e os pees.
41 E naõ o crendo ainda clles de gozo, e maravilhados, difl’e-
lhes: Tendes aqui alguã couíà que comer?
'42 Entonçes clles lhe aprefentáraó parte de hu peixe aflàdo, c
hum favo de mel. ç
43 O que elle tomou, c comco diante dellcs.’
’ 44 L diflelhes: Eftas faõ as palavras que vosdifle, eftando ainda
com voíco [convém a faber] que era neccflàrio que fe cumpriflcm to
das as couíàs que na ley dc Moyíès, c n’os Prophetas,' c n’os Píàl-
mos,demy cftaó eferitas. Z 3 45 En-
184 O S. EU A NGE L H O
45 Entonçes lhes abrio o fentido, pera que entendeflem as eícri-
turas. •
46 E d$clhes: Afli eftá eícrito, c afli foi ncccflãrío que o Chri
fto padeçcflè, e a o tcrçciro dia dos mortos rcfufcitaflc.
q-/ E que em feu nome arrependimento c rcmiflãó tte pcccados
cm todas as naçoés fe pregaflè; começando deídc Hieruíãlem.
48 E deftas coufas lois vosoutros teftemunhas.
49 E vedes aqui, a o prometido dc meo pae fobre vosoutros mando:
Porem vosoutros ficacvos na cidade dc Hieruíãlem, ate que doalco
com potência fejaes reveftidos.
50 Elevou os fora até Bcthania; e levantando íúas maós, osa-
bençoou.
51 E acontcceo quc, eftando os abençoando, fe apartou delles,
e foi levado a-rfoa a o ceo.
52. E avendo o elles adorado, tornáraõ fc com grande gozo a
Hierufalem. .
53 E cftavaô fempre no Templo, louvando e bendizendo a Deus?
Amcn.
Fim do Sanfto Éuangelho Segundo S. fuças.
O S A N c T O
EUANGEL HO
De noflò Senhor
JESU CHRISTO
SEGUNDO
S. J O A O.
Capitulo I.
1 APejJba de Chrifto fè deferevo que elle he a eterna palavra de Deus, verdadeira Deus,
criador de tudo, a-vida e a luzdos homei, principalmente dos fieis. 14 Que efta palavra
fe encarnou, ty Ojoaõbautifta da teftemunho d'elle. ij Como tambem defp mefmo.
ZQ Declaraquc Chrifto he 0 cordeiro,eofilhodeDeuS'. 31 E que lheficou notorio peloJt~
fiai do Efpírito farifto. 37 Dous difcipulosde^oaõ por ijjo /eguem a Chrifto. 41
dreas bum delles traze tambem a Simaõ feu irmaõ. 44 Chrifto chama a Philippe e a Na-
thanael, e louva a finceridade delle,
1 "NJ 0 PrinÇ'P'° cra a Palavra, c a Palavra eftavajunto,de Deus/
e a Palavra era Deus, z Efta
SEGUNDO S.JOAO Cap. I, i8j
2 Efta. cftava no principio junto de Deus.
3 Por efta foraó feitas todas as couíàs; e fem ella fe naó fez coufa
nenhuá do que eftá feito. . 1
4 Nella eftava a vida, é a vida era a luz dos homés.
5 E a luz nas trevas rcíplandeçe: Porem as trevas naó a comprc-
hendéraõ.
6 Houve hum homem enviado de Deus, que tinha por nome Joaó.
7 Efte veio por teftemunho, pera que deílè teftemunho da luz,
pera que todos por elle ci’eílèm.
8 Naõ era elle a luz mas [era cm>iado.~\ peraque deílè teftemu
nho da luz.
9 Efte era a luz verdadeira, que a todo homem, que neftc mun
do vem, alumia.
10 No mundo eftava, e por elle foi feito o mundo, e o mundo
o naõ conheçco.
11 A o feu proprio veio, c os feus o naõ reçcberaõ.
iz Mas a todos quantos o receberão, lhes deu poteftade da ferem
feitos filhos de Deus [convém a faber^ a osqueem íèu nome crem.
i; Os quaes naó íaó gerados de íãngue, nem da vontade da car
ne, nem da vontade de varáõ, fenaõ de Deus.
14 E aquclla'Palavra encarnou, c habitou entre nosoutros: E
vimos fua gloria, gloria como do unigénito do Pae, çheio de graça
e de verdade.
15 Joaó deu teftemunho delle, e clamou, dizendo, efte he a-
quclle de qué cu dizia : O que apos my vem, antes de my hc:
Porque he primeiro que cu.
Ede fua plenidaõ reçcbcmos todos tambem graça por graça.
17 Porque a ley porMoyfes foi dada: Mas a graça c a verdade,
por Jeíu Chrifto foi feita.
18 A Deus , nunca ninguém o vio; o unigénito Filho que eftá.
no regaço do Pae, elle [nolo~\ declarou.
19 E efte he o teftemunho de Joaó, quando osíJudeos mandáfaõ
de Hierufalem Sacerdotes c Levitas , que lhe perguntaílem : Tu
quem es?
-o E confeflòu, e naó negou; e confcflbu, cunaó íòu o Chrifto.
-X E perguntáraõ lhe: Quem pois? es tu Elias ? e diflê: Naõfou’.
Estuo Propheta? e rcfpondeo: Naõ.
2Z Diílèraó lhe pois: Quem es? pera que demos repofta a os que
nos enviaraõ: Que dizes dc ty mefmo ?
23 Difle:
O S. E U A N G E L H O
23 Diflè: Eu fou a voz do que clama no deferto; cnderccae (í
caminho do Senhor, como difle o Prophcta Eíãias.
24 E os.í’'nviados, craó dos Pharifeos.
25 E perguntaraõ lhe, c difleraó lhe: Porque pois bautizas, íè
tu naó cs o Chrifto, nem Elias, nem o Prophcta ?
26 E Joaó lhes rcípondco, dizendo, cu bautizo com agoa, mas
cm meio dc vosoutros eftá, quem vps outros naó conheceis.
27 Eftc he aquelle que apos my vem , que jahc antes de my, do
qual eu naó fou digno dc delatar a correa do çapato. 4
28. Eftas coufas aconteçeraõ em Bcthabara, da outra banda do
Jordaõ, aonde Joaó bautizava.
29 O feguinte dia vio Joaó a Jcíús quc vinha a clle, e diflè: Ve
des aqui o cordeiro de Deus, que tira o pcccado do mundo.
3 o Efte hc aquclle dc quem cu diflè: Apos my vem hum varaó,
que ja he antes dc my: Porque ja efa primeiro que cu.
jlE cu naó o conhecia; mas paraque a Ifracl foflè manifeftado,
por iflo vim eu bautizanuo com agoa.
32 E Joam deu teftemunho, dizendo, cu vi a o Eípirito, que co
mo pomba deíçcndia dc çco, e repoufou fobre elle.
3 3 E cu naó o conhcçia, mas aquclle quc com agoa me mandou
a bautizar, cílc me diflè: Sobre aquclle quc dcfçcndcr vires a o Et
pirito, c quc fobre elle rcpouíà, elle he o que com Eípirito íãnóto
oautiza. ' •
34 E cu o vi, c tenho dado teftemunho, quc efte he o Filho de
Deus.
3^ O feguinte dia, eftava outra vez ali Joaó, c dous de íèus dií
çipulos.
3(5 E vendo [por alQ andar a Jeíús, diflè: Vedes aqui o cordei
ro dc Deus.
37 E ouviraó £0] os dous difcipulos fallar, e fcguiraó a Jeíús.
38 E virandofe Jefus, e vendo quc o íèguiaó, diílèlhes:
Que bufcacs? c ellcs lhe difleraó: Kabbi, (que declarado, .
quer dizer, Meftre) aonde moras? ’ ’
Diílèlhes: Vinde, evede, vicraó, e víraõ aonde morava,
e íicáraó íè com ellc aquclle dia: Porque ja cra perto das dez horas.
4a Era Andre, o irmaó dc Simaõ Pedro, hum dos dous que ou-
viraó aquillo dc Joaó, c o aviam íeguido.
SEGUNDOS.JOAoCap.il. iS7
E trouxe o a Jefus. E vendo o Jeíiis, ddlc: Tu cs Símam
hlho dc Jonas, tu feras fhamado Ccphas, (que quer dizer, Pedro/)'
2^-4^ O dia ícguinte quis Jcfus ir a Galilea, e açhou a/yhelippe; a
o qual diílè: íègucmc.
e cra Phelippe dc Bethíàida, a çidade de André e dc Pedro.
Phelippe açhou a Nathanaêl, e diflèlhc: Açhado avemos
^auel/ej de quem Moyfcs na ley efereveo, e os Prophetas [a faber) a
Jefus, o filho de Joícph, de Nazarcth.
E diflèlhc Nathanaêl: Pode de Nazareth aver coufa alguâ
boa? diflèlhe Phelippe: Vem, c vé=&
Vio Jefus vir afia Nathanaêl, c difle dellc: Vedes aqui hum
verdadeiramente Ifraêlita, em quem engano naó ha.
E diflèlhe Nathanaêl: Donde me conhcçcs tu a my? rcfpon-
deo lhe Jefus, c diflèlhc: Antes que Phelippe te çhamára, quando
de baixo da figueira eftavas, te vi eu a ty.
$0 Reípondco Nathanaêl, c diflèlhc: Rabbi, tu cs o filho dc
Deus, tu es o Rcy de Iífael. _
Refpondco Jefus, ediíTelhe: Porque te difle: Dc baixo da fi-
gueirate vi, crés: Coufas maiores que eftas veras.
E diílelhe: Em verdade, em verdade vos digo, que d’aqui
'Jcmdiante vereis aberto o Çco, c a os Anjos dc Deus, íòbre o filho
do homem fobendo e defendo.
Capitulo II.’
1 0 Cbrijlon'as bodas em cana converte a aquaem vinho. 11 Que betemeçtde feus mila
gres. 11 Vae a Capernaum. 13 E d’ali a Jerufalcm. 14 Lança do templo os que ven-
diaÕ,e oscamhiadores. 18 Os Judeospedemhttm final, a osquaesproposodesfacimento
e alevantamento do templo de feu corpo. 13 Muitos vema «elle crer. 24 Masfsaõfo
confiava a fi mefmod'elles, porque os conhecia.
x ‘P a o tcrçeiro dia fe fizeraó huãs bodas em Cana dc Galilea:
E eftava ali a maé de Jeíus.
2 E foi tambem convidado Jeíus, e íèus diíçipulos a as bodas.
3 E faltando o vinho, a maé de Jeíus lhe aiflè : Vinho naó tem.
4 E diflèlhc Jefus: Que tenho cu com tigo, mulher? Ainda mi
nha hora naó hc vinda.
5 Diílè fua maé a os fervidores: Fazei tudo quanto elle vos diflèr.
6 E eftavaõ ali poftas feis tinas de agoa, dc pedra, conforme á
purificaçaó dos Judeos, que cabia cm cada huá dous ou tres al-
mudes.
Aa 7 Dif-
188 OS. EUANGELHO
■7 Diílèlhes Jeíús: Ençhei cilas tinas de agoa, c ençhéraõ as
até riba.
8 E diflJ Jhes: Tirae agora, e aprefcntae a a o Mcftrefala. E a-
prefcntáraó lha.
9 E como o Meftrefala goílou a agoa feita vinho -(e naó íàbia
d’onde era, porem os fcrvidores, que a agoa aviaõ tirado, o íàbiaõ)
. fhamou o Meftreíàla a o Eípofo. .
ío E diflèlhe: Todo homem poem primeiro o bom vinho, e
quando ja tem bem bebido , entonçes^o que he peior : tu
guardaíle o bom vinho até agora.
11 Efte prinçipio de finaes fez Jeíús em Cana de Galilea, e ma-
nifeftou íúa gloria, e créraó íèus difçipulos nelle.
12, Dcípois difto deíçendeo a Capemaum, elle e íúa maé, c feus
irmaós, e feus diíçipulos, e eftiveraó ali naó muitos dias.
i j Eeftava pertoaPafchoadosJudeos, eíòbioJeíús a Hierufalem.
14 E açhou no Templo a os que vendiaõ boys, c ovelhas, e pom-
bas, e a os cambiadores [ali] allèntados.
15 E feito hum açoute de cordéis, lançou os a todos do Templo,
e a as ovelhas, e a os boys; e efpalhou o dinheiro dos cambiadores,
c traftomou as mefas.
• 16 E aos que vendiaóaspombas difle: tirae d’aquiiftoc naófa.
aOa, ffl«--Ça^sc^a dc ’ venda, acáíii de meoPae.
cada. *7 Entonçes fe lembráraó íèus diíçipulos, que eftdva eícrito: O
zelo de tua cáíà me tragou. ’
18 E rcíponderaõ os Judcos, edifleraólhe: Que finalnos moftras
tu para taes couíãs fazeres?
* 19 Reíjxmdeo Jeíús, e diílèlhes: Desfazei efte Templo, e em tres
dias o levantarei.
20 Diflèraó pois osjudeos: Em quarenta e íeis annos foi efte
Templo edificado, elevantalohas tu em tres dias?
21 Mas elle fallava [iflo] do Templo de ícu corpo.
22 Portanto, quando refufçitou dos mortos, íe lembraraõ feus
difcipulos que iftò lhes avia dito; e créraóáEfcritura, e á palavra que
Jcíús lhes diflèra.
fl3^ E eftando elle cm Hieruíãlem pola Paíchoa, no dia da fefta,
cicraõ muitos em fcu nome, vendo os finaes que fazia.
-4 Mas o mcfmo Jefus fe naõ confiava a fi meíino delles, porque
a todos os conhcçia.
í 2 5 E naõ nepcflitava de que alguem do home lhe deflè teftemu-
nho, porque bem íàbia clle o quc no homem avia, C a»
SEGUNDO S.JOAO. Cap. IIP i8j
Capitulo III.
I Chrifto tnjina a Uicodemus a cerca necefidade e maneira da rtgenerafaÕÍ-'^^ Enfina com
exemplo da fcrpente quehe necejjarie que elle feja levantada pera falvar os que rielle
crem. »» Chrifto e mais Joaõbautitaõ nomefmo tempo, ip Difcipulos dcjoaõfein-
dirnaõ que todos venhaÕ a Chrifto. 17 Por efta ocajiaõ enfina os Joaõ, ofendendo qual
MTerenfa ha entrefi, e Chrifto. 36 E que receberão afií osfieis como os infiéis.
na; pera que ambos fe gozem, afli o que ícméa como tambem o
C A r I T U L o V.
i Cbrijlefe torna aferufalem e Sara em Sabado a bum bomê que avia eflado trinta eoito
annos enfermo. 8 A quem, tomando elle fua cama conforme a palavra do Senbor,
os "judcos reprendem. 16 porijjò procuraõ de matar a Chrijla como que quebrantava o
5abado,efazia fe igual a Deus. 19 Cbrijh defendefeufeito, e teftifica que em todasfuas
obras be iguala feu Pae, como em dar a vida, xx Em julgar, 13 em receber divina
honra. 14 Em Jalvar. 1$ E em refufeitar os mortos. 3 i Remite os ao teílemunbo
defeu pae. 33 De joaõ. 36 Ede fuas maravilhas. 38 Repretide a incredulidade dos
"judcos. 39 Remite os aos Efcrituras. 45- Ate aos de Moyjes.
1 TA espois deftas couíãs, era hum dia de fefta dos Judcos e íòbio
** Jcíús a Hierufalem.
2 E eftava cm Hieruíãlem, [áportf] das ovelhas hú tanque, que
em Hcbrco fe çhamaBethcfda, o qual tem çinco alpendres.
3 Neftes eftava deitada grande multidão de enfermos, çegos,
mancos, dcífecados, que eftavaó eípórando o movimento dá agoá.
4 Porque hum Anjo deíçendia a çerto tempo a o tanque, e re
volvia a agoa; c o que primeiro dcfçcndia no tanque, defpois do
movimento da agoa, hcava íâõ de qualquer enfermidade que tiveílè.
j E cftava ali hum homem, que avia cftado trinta c oito annos
enfermo.
6 Vendo Jeíús a efte deitado, e entendendo que ja avia muito
tempo que eftava deitado, diflèlhe: Queres fcr íàõ.
7 E o enfermo lhe refpondeo : Senhor, naó tenho homem ne
nhum que, quando a agoa íè revolve, me meta no tanque: Por
que entre tanto quc eu venho ja outro antes de my tem dcíçcndido.
8 Diflèlhe Jcíús: Levantatc, toma tua cama e anda.
9 E logo aquclle homem foi íãó; c tomou íúa cama, c hiaíè.
E cra Sabado aquclle dia.
10 Entonçes os Judcos diziaó a aquclle que avia fido fárado: Sa-
. bado he, naõ te hc licito levar tua cama.
11 Reípondeulhcs clle: Aquclle que me íàrou, eílè mcímo me
diflè: Toma tua cama, c anda.
12 Per-
SEGUNDO S.JOAO. Cap. V. i93
ix Pcrgunranió lhe entonçes: -Quem he o que te diflê: Toma
tua cama c anda?
13 E o que avia fido fírado naõ fabia quem foflê; porque Jefus fc
tinha retirado da companha que eftava naquelle lugar.
14 Defpois açhou o Jefus no templo e diflèlhc: Vefaqui ia eftas
faõ; naó peques mais, porque te naó fuçcda alguã coufa pcíor.
15 Foi |2wmô] aquelle homem, e deu avifo a os Judeos, queje-
íus era o que o tinha íàrado.
16 E por efta cauíà períeguiaó osJudeos aJefus. Eprocuravaõma-
talo; porque fazia eílas couias em Sabado.
17 E Jcfus lhes rcípondeo: Meu Paeate agora efta obrando, e
eu [tambem^ obro.
18 Poriflò tanto mais procuravaõ ainda os Judeos matalo; porque
naõ fó quebrantava o Sabado, m^s ainda tambem dizia que Deus era
fcu proprioPae, fâzcndofe igual a Deus./<9
ijp Rcfpondeo pois Jeíus, e diflelhes .-^Em verdade, em verdade
VOS digo, que naõ pode o Filho coufa alguã fazer de per fi mefmo,
fe o naó vir fazer a oPae: Porque tudo quanto elle faz, o faz tam
bem lemelhantemente o Filho.
20 Porque o Pae ama a o Filho, c todas as couíàs quefàz, lhe
moftra: E maiores obras que eftas lhe moftrará, para que vosoutros
vos maravilheis.
21 Porque afli como a Pae reíúfçita a os mortos, e lhes da vida;
afli tambem o Filho, a os que quer, dá vida.
xx Porque o Pae, a ninguém julga; mas todo o juizo deo a o Filho.
x ? Pera que todos honrem a o Filho, afli como honraó a oPae;
quem naõ honra a o Filho, naó honra a o Pae, que o enviou.
24 Em verdade, em verdade vos digo, que quem ouve minha
palavra, e cre a o que me enviou, tem vidactcma, e naõ virá a
condenaçaõ; mas paflòu da morte á vida.
2 5 Em verdade, em verdade vos digo, que virá hora, « agora
he, quando os mortos ouviráõ a voz do Filho de Deus; e. os que a
ouvirem, viviráõ.
26 Porque afli como o Pae tem vida em fi mefmo, afli deo tam
bem a o Filho que tiveflè vida em fi mefmo.
27 E tambem lhe deu poder para fazer juizo, por em quantohc
o Filho do homem.
28 Naõ vos maravilheis difto: Porque virá hera, quando todos
os que eftaó cm os íepulcros ouviraõ fua voz.
Bb 29 E
196 .
os euangelho
29 Eos que fizcraõ bem, fairáõ à reíurreiçaõ dc vida; mas os
qtíc fizcraõ mal, à reíurreiçaõ dc condenaçaõ.
30 Naõ J.15RÒ cu dc per my mcfmo fazer alguã couíã. afli coma
ouço, julgo; c meo juizo hc jufto, porque naó bufeo minha vonta
de , mas a vontade do Pac que me enviou.
31 Sc cu dou teftemunho dc my mefmo, meo teftemunho naõ hc
verdadeiro.
32 Outro hc o que dc my dateftemunho, e fei que o teftemunho
que de my da, hc verdadeiro.
3 3 Vos outros enviaftes a Joaõ, e ellc deo teftemunho da verdade.
34 Mas cu naó tomoteftemunho dc homem: Mas digo ifto, pe
ra que vos íãlvcis.
3 5 Elle cra candca que ardia calumiava: E vosoutros vos quifeftcs
por hum pouco de tempo alegrar cm fua luz.
36 Mas eu tenho maior tcftemilnho que o dc -Joaõ, porque as o-
bras que o Pac me deo que cumpriflè, as mcfmas obras que eu faço,
damteftemunho dc my, que o Pae me tenha enviado. '
3 7 E o Pae que me enviou, elle meíino deu teftemunho de my.
Nem nunca ouviftes fua voz, nem viftes feu parcçcr:
3 8. Nem tendes fua palavra cm vosoutros permancpente; porque
a o que ellc enviou, a eflè vosoutros naõ credes.
39 EfquadrinhacasEícrituras; porque a vosoutros vos pareçc que
nellas tendes a vida eterna, cjellas íãõ as que dc my dam teftemunho.
40 E naõ quereis vir a my, pera que tcnhaes vida.
41 honra dc homens naõ açcito.
42 Mas bem vos conheço, que naõ tendes amor dc Deus cm
vos mcfmos.
43 Eu cm nome dc meoPac vim, c vosoutros me naõ reçcbcis;
fc outro vier cm feu proprio nome, a cflcrcçcbereis.
44 Como podeis vosoutros crer, pois açeitacs a honra os huns dos
outros? e naõ bufcaes a honra que de fo Deus vem?
4 5 Naõ cuideis que diante do Pac vos aja cu dc acuíar: Moyfcs,
em quem vosoutros cíperacs, hc, o que vos acuíii,
_ 46 Porque íè vosoutros a Moyíès crêreis, tambe a my me cre
ríeis: Porque dc my clle cíôxvcm
47 E fc a íèus clcritosnaõ credes, como a minhas palavras crereis?
C A-
SEGUNDO S.JOAO. Cap. VI. • *97
Capitulo VI.
I Chrifo com cinco paens odorespeixes farta a cinco mil homens. 14 Quèitndo cllespor ijfo
fando Re) ■> je retira /clles. 16 Jnda a noite fobre mar e vem a feus difçipulos. iz 4
companha vem a Capernaum em bufca de Jefus, e 0 acbaõ. 16 Jmocfla os que bufeaf-
fcmpelafehua comida que nao perece. 41 Murmuraõ d'iffo os Judeos.. 43 R.efponden-
do Jefus que a fe fo de feu Pae vem , enfnaque fua carne be a verdadeira comida e feu
fanguc a verdadeira bebida pera avida eterna. <;<) Do que muitos fe efcandalizaÕ. 61
Por ijfo explica Chriftofuac palavras. 66 Muitos de feus difçipulos odeixaõ. 67 Porem
os dozefeficaõ com clle^e confcjfaõ que elle tem acpalavras da vida. 7 o Declara que hum
d'elles era diabo.
Capituio IX.
, Cbriflo da vifla em Sabado a bum cego de nacimento. 8 O que 9 cegoa feuc vizi
nhos conta. 13 £ tambem a os Pbarifeos. 16 Que blafpbemaõ por iflfl a Cbriflo.
18 Cbamaõ a os paes do cego pera ouvir, fe avia fido cego. 14 Cbamaõ outra vez
• 0 cego e 0 examinaõ. 17 Que lhes refponde, e teftifica que Cbriflo nao he peccador,
fenaó de Deus vindo. 34 £<”' «P lançaõofora. 35- 0 cego fendo ainda rbais
porCbrifloinformado, cre nelle, e 0 adora. 40 Cbriflo a os Pharifeos condena por
cegos efpirituaes.
1T7 indo Jeíús paflàndo, vio a hum homé çego defde feu naçi-
mento.
t E Derguntáraõlhe feus difcipulos, dizendo, Rabbi, quem pcc-
cou? dite, oufeus paes, pera quenaçefleçego?
3 RefpondeoJeíús: Nem dite pcccou, nem feus pacs; mas
fuçedeu\ peraque as obras de Deus nelle fe maniféftem.
4 A my me convém obrar as obras daquelle que me enviou, en
tretanto que o dia dura: a noite vem, quando ninguém pode obrar.
5 Entre tanto que no mundo dftou, do mundo eu a luz fou.
6 Ifto dito, coípio no çhaó, e fez lodo do cufpo, c untou com
aquelle lodo os olhos d’o çego.
7 E diflelhe: Vae, lava te no tanque de Siloè , (que declarado,
Ggnifica, enviado) foi pois, elavoufc; c tomou vendo.
r Cc 3 8 Em '
ao8 .
os euangelho
8 Entonçes os vizinhos, c os qued’antcso aviaõ vifto que <íra çego,
- .4 ■ -1 /\ Z4 Z, Uni I z> 140 rt / I s-l yxJ X^/_ — — - J 1 J
C fr~
2 IO O S. EUANGELHO
Capitulo X.
i Cem exemplfcfo bom paflor demoflra Cbriflo que elle era o verdadeiro patlor díts
Juas ovelhas enaõ jornaleiro. 19 Eoitve diffenpaõ fobre iffo entre os jrtdeos. n Os
judeos, fendo Cbriflo em jerufalem na ffla , 0 rodeaõ, e preguntaÕ fe elle era 0
Cbriflo. if O que teflifica , e demoflra pelas fuas obras. id Prz que elles nao
crem por quanto de fuas ovelhas naõ faõ. 17 Que fuas ovelhas nelle crem , e que
pera fmp-e nunca perecerão. 5 1 Os judcos querem 0 apedrejar como bum blafpbe-
tnador. 34 Mas defende fe com dEferitura e com fuasobras. 39 £ fahio de fuas
maós pera a jordaõ.
* "V
«o
* pois Jefus, íeis dias antes da Paíchoa, a Bethania, aonde
Lazaro eftava que falecera, a quem Jefus dos mortos reíúícitara.
2 E fizeraó lhe ali huá çea, e Martha fervia; e Lazaro era hum dos
quejuntamente com elle & mefa^táriõ aflèntados.
3 Entonçes tomou Maria hum arratel de unguento de nardo puro
- dc muito preço, e ungio os pees a Jcfus, e alimpou feus pees com íeus
cabcllos; e ençhco fc a cafa do çheiro do unguento.
4 E difle Judas de Simaõ Ifcariota, hum de feus difçipulos, quce'ra
o que o avia de entregar:
5 Porquefenaõvendeoéfte unguento por trezentos «dinheiros, e300»^'^ *
fedeu a os pobres?
Dd 3 6 Mas
216 OS. EUANGELHO
6 Mas ifto diflè clle , naó polo cuidado quc dos pobres tiveflè;
mas porque cra ladraõ, e tinha a.bolíà , e trazia o que nella fe lan
çava. .5 . •
7 Entonçes diflè Jeíús, deixa a, que para o dia de minha íçpul-
tura tem guardado ifto.
8 Porque a os pobres íèmpre com vofco os tereis, porem amy naó
me tereis íèmpre.
9 Entendeo pois muita companha dos Judeos que elle ali eftáva*:
c vieraó , naõ fomente por cauíà de Jcíús , mas tambem por ver a
Lazaro: aquém dos mortos refuíçitára.
xo E confultáraõ os Prinçipes aos Sacerdotes de tambem a Laza
ro matárem.
11 Porque muitos dosJudeos hiaõ , ecriaõ em Jeíús por amor delle.
u O íeguinte dia, ouvindo huã grande companha que a o dia da
fefta viera, que Jefus vinha aHieruíãlem. * , \
ii Tomáraõ ramos de palmas, eíàhiraó o a rcçcber; e clamavaõ:
Hoíaíía. Bendito aquclle que vem em o nome dyo Senhor, o [que he ]
Reydelírael.
14 E açhou Jcíús hum aíninho, eaflèntouíè íòbre elle, como eftá
eícrito.
15 Naó temas o filha de Siaõ , eisaqui teu Rey vem aflèntado íò
bre o burrico -debuí burra.
Porem ifto naõ entenderão feus diíçipulos a o principio : mas
fendo Jcíús jaglorificado, entonçes fe lembráraó queiftod’ellecftáva
eícrito, e J ifto lhe fizéraó.
17 E acompanha quejeom cllecftáva, dava teftemunho dc como da
íèpultura a Lazaro chamara, c dos mortos o reíúícitára.
18 Polo que tambem a companha o viera a reçebér, por quanto
ouvíraó que nzéra efte final.
19 Mas os Pharifeos diflèraõ entre fi, vedes bem que nada aprovei-
tacs ? Eis que o mundo íè vae a pos elle.
20 E avia certos Gregos d’os que no dia da feftá a adorar aviaõ íòbido.
21 Eftes pois fe chegáraõ aPnilippe, £que eradeBethfaidadeGali-
lea^e rogáraõ lhe, dizendo, Senhor, queríamos ver aJefus.
22 VeioPhilippe, e diflè o a André; André, entonçes, e Philippe,
o difleraó aJefus.
, 2 3 Entonçes Jefus lhes refpondeo, dizendo, a hora vem que o Filho
dó homem ha de fcr glorificado.
24 Em verdade, em verdade vos digo, quefeograõ de trigo que
cae
SEGUNDO S. JOAO. Cap. XII. 217
cae na terra, naó morrer/"elle íòfe fica; porem íe morrer, muito frui
to traz. n .. ., '
g^rQuem fua vida ama perdelaha; c quem nefte mune» lua vida ab-
omíçe, para vida eterna a guardará. t ’
26 Quem me ferve, figame; e aonde eu eftiver, ali cftera tambem
meu fervídor. E quem me íervir, meu Pae o ha de honrar.
27 Agora eftá turbada minha alma; e que direi? Pac, íàlvamedefta
hora; mas por ifto tenho eu vindo nefta hora.
28 Pae, glorifica teu Nome, entonçes veio hua voz d’o Ceo :£dizen-
^ojjafojtenho glorificado, e tambem outra vez ^^glorificarei.
2 9 E a companha que eftáva prefente, e a avia ouvido, dizia, que avia
fido trovaó; outros diziaó, algum Anjo lhe tem fallado.
3 a Refpondeo Jefus e diílè, naõ veio efta voz por amor de my, fe-
naõ por amor de vosoutros. . .
31 Agora he defte mundo o juizo: agdra íèrá lançado fora o Pnnçi-
pédefte mundo.
3 2 E eu, íè da terra levantado for, a todos a my trarei.
3 2 ÍE ifto dizia, dando a entender de que morte avia de morrer^
3 4 Refpondeulhe a companha, d’a Ley temos ouvido, que pera fem-
pre o Chrifto pcrmanéçe; como dizes tu logo convém que o Filho do
homem feja levantado ? Quem he éfte Filho do homem ?
3 < Entonçes lhes diílè Jefus, ainda por hum pouco eftara entre vos
outros a luz; andae entre tanto que luz tivérdes, peraque as trevasvos
naó comprdndaó; porque quécm trévas anda, naó fabe para onde vae.
36 Entre tanto que luz tendes,crédc na luz, peraque da luz fejaes fil
hos. Eftas coufas fallou J efus, e foife, e efeondeofe delles.
37 E ainda que perante elles tantos finaes tinha feito, nem por iflò
n’elle criaõ.
3 8 Peraque Íè cumprifle a palavra que diílè o Propheta Eíàyas: Sen
hor, quem deu credito a noflò dito? E o braço do Senhor, a quem he re
velado?
39 Por ifto naõ podiaõcrér, porquanto outra vez difle Eíayas:
40 Os olhos lhes cegou, c o coraçaó lhes endureceu, paraquedos
olhos naó vejaó, nem de coraçaó entendaõ, e fe convertaó, e eu os fáre.
4 j Eftas coufas diílè Efayas, quando fuagloria vio, e delle fallou.
42 Com tudo iflò, ainda até dos Prinçepes créraõ muitos tambem ncl-
le: Mas naõ o confeflàvaó por caufa dos Pharifeos, por da Synagoga naõ
'ferem lançados.
43 Porque amayaõ mais a hónra dos homens y do que a honra dc
Deus,. 44,
218 OS. E U ANGELHO
44 MasJeíúsclamou, c diílè, quem cm my cré, naõcrccmmy,
. ícnao ííaquclíe quc me enviou ; 1*
345
45 E 11 my me vc, vé a aquclle quc mc enviou.
4<í Eu-íou a luz que a o mundo vim, para quc todo aquclleque
cm my crer, naõ permaneça cm trevas.
47 Equcm^ minhas palavras ouvir, casnaõcrér, naõojul^o
cu; porque naõ vim a julgar a o mundo, mas a o mundo falvdr.
48 Quem a my me cngcitJr , e minhas palavras naõ receber , ia
quem o julgue, tem; a palavra que fallado tenho, ella oha dciuhnu7 * 9
no dia derradeiro. J ”
42 Porque naõ tenho eu fallado dc my meímo : porem o Pac que
mc enviou, elle mc deu mandamento do que hei dc dizer, edoaue
hei dc fallar. n
50 E lei que fcu mandamento he vida eterna; afli que o que cu
fíllo, como o Pac m’ó tem dito, afli o fifllo. n
Capitulo XIII.
I Cbriflo levantandofe da cea, cingi fe, e lava espies a feus Apofiolos. tiOs exhorta
a Jeguirem iflo exemple de fua humildade. 18 lhes difeubri a traipaõ de Judas, e
costjola feus Apoflolos. 31 Fala despois cem es outros difcipulos de fua glertficacaõ
34 Exhorta os a amar huns a os outros. 37 A 0 Pedro , que queriapòr fita vida
per Cbriflo, predix, que tres vexes o avia de negar. J
1 E antCS d°. kfta da Paíchoa , fabendo Jeíús que ja fuaho-
ra cra vinda , peraque delle mundo pallàflè a o Pae , avendo
amado a os leus, que no mundo eftavaó, amou os até o fim.
x li, acabada a Çca^avcndo ja o diabo metido no coraçaó dc Tudas
de Simaõ lfcanota., que o entrégafle) J
3 Sabendo Jclus que ja o Pae todas as couíãs cm as maós lhe tin
ha dado, c que de Deus avia faido, e a Deus fe hia,
4 Levantouíè da Cca, e tirandofeos veftidos, c tomando huí toal
ha , cingio íè. ‘ ‘
5 E logo deitou agoa cm hua bacia, c começou a lavar os pees’
a os diíçipulos , c a alimparlhos com a toalha com que eftava cinmdo.
<5 Veio pois a Simaõ Pedro; c Pedro lhe dille : Senhor, tu a my
me lavas os pees ? 1 *
dcípoi^o^àbcS ’ ° CU * naÕ ° fat>CS tU 3SOra ’ maS
9 DiG ,
SEGUNDO S.J0AC5. Gtp. XIII. 219
9 Diflèlhe Simaõ' Pedro , Senhor, naó fó meos pees , mas ainda
as maós c a cabeça. f
10 Diflèlhe Jclus, Aquclle quc efta lavado, naojnectàita demais,
que de lavar ospees, mas todo eftálimpo. E vosoutros limpos cftacs,
ainda quc naó todos. ' .
11 Porque bem íàbia quem era o quc o avia de entregai-: por
iflo diflè , naó todos cftaes limpos.
12 Afli quc avendo lhes lavado os pees , e tomado feus vcftidos,
e tornando le a aflentar £á meÇa diílèlhes: Sabeis o que vos tenho
feito.
1 3 Vosoutrosme chamaes Meftre, c Senhor, e bem dizeis, por
que cu o fou:
14 Pois fe eu, o Senhor, eoMcftrc, vos tenho lavado-os pes,
tambem vosoutros vos deveis lavar os pees huns a os outros.
15 Porque exemplo vos tenho dado, paraque como cu vos tenho
feito, Façaes vosoutros tambem.
16 Em verdade, cm verdade vos digo , que naõ he o íervo ma
ior que fcu Senhor, nem hc maior o embaixador , que aquelle que
o enviou. .
17 Sc eftas couíãs fabeis, bcmaventurados fereis, íè as fizerdes.
18 Naó fàllo de todos vosoutros*; que bem fei a os quc eícolhido
tenho; mas [ifto acontece J peraque íc cumpra a Eferitura, o que
•comigo paó come, contra my feu calcanhar levantou.
Desd*agora, antes quefe faça, volo digo , paraque, quando íè
fizer, creaes que cu o fou.
20 Em verdade, em verdade vos digo , que^w^Ja o que cu en
viai-, receber, a my me recebe: e quem a my mc receber, recebe a
aquelle que me enviou.
21 Avendcrjeíus dito ifto, comoveu fe cm eípirito, e proteftou,
e diflè.- Em verdade, cm verdade vos digo, que hum de vosoutros
me ha de entregar.
2 2 Entonçes os difcipulos íc olhavaõ huns para osoutros , duvidan
do de quem [ifto} dizia.
23 E hum de feus difcipulos, a quem Jeíús amava, eftava aíTen-
tado f a rnefaj no regaço de Jeíús.
24 A efte pois1 fez final Simaõ Pedro, que perguntafle,quemcra ’ -
aquelle de quem dizia.
2 5 Elle entonçes, recoftandoíè a o peito de Jeíús, diflclhe : Sen
hor, quem hc?
Ec 2<íR^
210 Õ S. È U A N G É L H O
i(5 Reípondeo Jeíus, aquelle he, a quem eu der o bocado mol
hado: E molhando o bocado, deu o ajudas dcSimaóllcanotn,
27 E a pos o bocado, entrou nelle íatanas. Entoncesjefus lhediílè:
O que fazes, faze o depreila.
28. Mas ifto nenhum dos que [ á mefa ] eftávaõ entendeo a que
porpoíito lho diflera.
29 Porque os huns.cuidavaõ, que por quanto Judas tinha a bolfa,
lhe dizia Jcfus: Compra as couíàsque pera o dia da fefta nos faõ nc-
ccflãrias; ou, que deílè alguã couiã a os pobres.
30 Avendo elle, pois, tomado abocado, logofcfahio; e craja
noite.
31 E faido elle, diflêJefus : Agorahe oFilho do homem glorificado,
c Deus he glorificado n^lle;
3 2 Sc Deus nelle he glorificado, tambem Deus o glorificará em
fi mefmo; e logo o ha de glorificar.
3 3 Filhinhos, ainda hum pouco eftou com voíco; buícarmeheis:
Mas, como a os Judeos diílè, aonde cu vou, naó podeis vosoutro6
Vir: [/jf/íJ agora volo [tambem} digo.
3 4 Mandamento novo vos dou , que vos ameis huns a os outros;
como eu vos amei a vos, que tambem vos huns a os outros vos
ameis.
3 $ Nifto conhèccráó todos que meus difçipulos fois, fe huns a os
outros vos amardes.
3 6 Diílè lhe Simaõ Pedro : Senhor, aonde vas ? Reípondeu lha
Jeíus: Aonde cu vou, me naõ podes tu agora, feguir; porem dcípofe
me feguirás.
3-7 Diflèlhc Pedro , Senhor, porque agora te náõ poflò feguir?
por ty minha vida porei. -
38 Reípondeu lhe Jeíus, por my tua vida porás r Em verdade,
fem verdade tc digo, que o galo naõ cantará; antes qúc tres vezéS
me negues.
C A-
SEGUNDO S.JOAO. Cap. XIV. axi
Capitulo XIV.
l-Cbri/h confola a feus difçipulos com prometa de aparelhar lhes bega^ p Declaraa
Tbomasque elle beecammho,a verdade, e a vida. 7 E a Phelippe q ie quem a elle
viHttem, tem vifto a 0 Pae. Prometelbes que grandes milagres aviaõ de fater,
e receber o E-pinto fau&o* Exhortn pera amor e obediência de Jetts mxitdamen-
to< cem prometa que tile e mais feu Pae aviaõ de morar com elles. 16 E que 0
Eípirito lanílo todas as cottfas lhes alembrara. 17 Deixlbes a fuapat- 18 Declara
que per via da Jua ida pera 0 Pae , lhes convém de fe alegrar. 30 Moflra Jita
promtidai pera ate a paixaS obedecer a 0 Pae.
CA-
SEGUNDO S.JOAÕ. Cap. XV. 223
Capitulo XV.
t Cbrijle compara a fi mefmo cem hu.í videira, e fetu Jpoftolos cem '• vides. Ç) Te-
ftifica feu efpecial amor cem que es amava, e exhorta es aguardar Jetismandamen
tos, e a amar buns a os outros. 13 Efte feu amor oftcnde com fua morte por elles,
■ e nomeando os feus amigos e eleitos. 18 Conjola os contra a inveja do mundo com
feu exemplo, 11 Moftra que os judeos pela fua palavra e obras faõ inexcufaveih
3.6 E que 0 Efpirito janõto emitis feus apofiolos aaráõ teftimunbo d’elle.
. ■ C A P I T U L O XVI.
i Propbetixa » Cbrijlo a fttts difçipulos as affliçoens. j E confola os com promejja do
Efpirito fanão. i 6 Declara que deprefa d'elles fera tirado, mas que hum pouco de
tempo torne o neraÕ. to E que a tri(leX.a delles deprefla fe tornara em gox.o,co*
nu as dores da mulher que pare, i j Os exborta a em feu nome orarem cem pro-
mejja de ouvidos Jerem. Claramente e fem parabolas falia que deixa a o mundo,
3 • rívifa os deferem efpalbados, e prometelbes fua paX..
i T7ftas couíàs vos tenho dito, peraque vos naõ cícandalizeis.
2 Lançarvos haôifora das Synagogas : c ainda a hora vem,
quando qualquer que vos matar , cuidará que a Deus faz ferviço.
3 Eftas couíàs vos íàraó , porque nem a o Pae, nem a my mc
-conhecem.
4 Porem
Segundo s.joao. Cap.xvi. 22$
4 Porem ifto vos tenho dito , peraque quando aquella hora vier,
vos lembreis que ia dito volo tenho/ mas ifto vos naó. diílè cu a o
principio, porquaiitocom vofco cftava. «
r E agora vou a aquclle que me enviou, c nenhum de vosoutros
^d^Antes; porque eftas*coufas vos tenho dito, detriftezafe cnchco
voílõ coraçaó. .
7 Porem a verdade, vos digo, qucproveitoío vos he, que cu me
vá: porquanto fe cu me naõ for naõ vira a vosoutros o Coníòlador;
porem fe eu me for, hei volo de enviar.
8 E quando elle vier, a o mundo ha de convencer de peccado, e
flcjuftiça, edejuizo.
9 De peccado, porquanto em my naõ crem.
10 E de juftiça, porquanto a o Pae vou , e mais mc nao aveis
deiT*Mas de juizo, porquanto jaoprinçipe deftemundoeftajulgado
12 Ainda tenho muitas coufas que vos dizer , mas agoia ainda as
^FporcmquaÀdo aquclle Eípirito de verdade vier, elle vos guia
rá cm toda verdade : Porquanto de fi mefmo naõ ha dc fallar ; mas
tudo o que ouvir ha de dizer: e ascoufasquc ham de vir, vos ha de
anunciar. , r•
.74 Elle me ha de glorificar, porquanto ha de tomar do meu , c
Volo ha dc anunciar. ,
1 $ Tudo quanto o Pae tem , meo hc : por iflo difle, que ha dc
tomar do meu, c volo ha de anunciar.
16 Hum póuco, e naõ me vereis ; c outra vez, hum pouco,
vcrmeheis: porquanto vou a o Pac.
17 Entonçes difleraó ^«t/gwwjjdc ícus diíçipulos huns a os outios,
que hc ifto que nos diz. Hum pouco, e naõ me vereis; e outra vez,
hum pouco, e vcrmeheis : porquanto vou a o Pac.
18 Afli que diziam: que hc iflo que diz? hum pouco? Nao fabc-
mos o que diz,
19 E conhecia Jefus quc lhe queriaõ perguntar, e diílèlhes: Per-
guntaes entre vosoutros acerca diíto que diflè : Hum pouco, e naõ
me vereis; e outra vez, hum pouco, e vermeheis?
. 20 Em verdade, em verdade vos digo, que vosoutros chorareis,
e lamentareis; e o mundo fc alegrará, e vosoutros eftareis triftes: Mas
' cm gozo íc tornará voflã trifteza.
21 A
Z16 OS. EUANGELHO
2 í A mulher quando pare, dores tem, porquanto íua hora ja he
vinda: mas avendo parido a criança, ja fc naó lembra do aperto, po
lo gozo qui* cm dc que hum homem no mundo aja nacido.
22 'lambem pois agora vosoutros, na verdade trifteza tendes:
mas outra vez vos verei, c gozar fe ha voífo coraçao, e ninguém ti
rará dc vos voflò gozo.
23 E n’aqucllc. dia nada mais mc perguntareis. Em verdade , em
verdade vos digo, que tudo quanto a meu Pac em meo nome pedir
des, volo ha dc dar.
24 Ate agora nada em meo nome pediftes ; pedi, e recebereis,
peraque voflò gozo fe cumpra.
, 2 5 Eftas couíàs vos tenho dito cm parabolas : a hora vem quandej
ja por parabolas vos naó foliarei, mas claramente acerca do Pac vos
anunciarei.
2 Naquclle dia em meu nome pedireis ; c naõ vos digo , que
por vosoutros cu a o Pac rogarei.
27 Pois o meímo.Pae vos ama, porquantovosoutros me amaftes,
e que de Deus fohi crcftes.
28 Do Pae fahi, e a o mundo vim ; outra vez a o mundo deixo,
c me vou para o Pae.
2 p Dizemlhe feus diíçipulos: Eisaqui claramcnte agora folias , c
nenhuá parabola dizes.
30 Agora entendemos que fabestodasas couíàs; e naó has mifter
que ninguém te pergunte, por iflò cremos que dc Deus íàifte. - '
31 Reípondculhcs Jcfus: Agora credes?
3 2 Vedes aqui a hora vem , e jahc vinda, quando cada hum por
íèu cabo eípalhados fercis , eíomc deixareis : porem fó naõ cftou,
pois comigo efta o Pac.
33 Eftas coufas vos tenho dito, peraque em my paz tcnhaes: em
o mundo tereis aperto;mas tende bom animo, ja eu venci n 0 mundo. ,
*
C A-
SEGUNDO S.JOAQ. Cap. XVII. . «7
Capituio XVII.
í Ghrtflí ttparelhanda fe a paixae e marte, faí fua fiimê facerdetal o\~apaõ regateda <t
feu Pae, que lhe glarificajfe , e a ■vida eterna deffe a as fieis. 4 Canta quam fiel
mente e ccm que gaze a abra campeia que lhe tinha dada que fizejje. 9 Ora par Jcut
Apapalas que a Pae as gnardajje na unidade e amar. ly De mal. 17 £ fantifi-
cujfe na fua verdade. 20 Ora par tados as de mais que par fua palavra d'elles nelle
aviai de crer. 11 Paraque ttdes bum fijat. 24 E eflivejfem elles cem Jiga, para
que vijjern fua glarin.
dos criados bofetado , a quem reprendt. Kegado ainda dous vezes de Pedro.
18 Despois foi levado a cafa de Pilatos, a qual pregunta a os Judeos defua acu-
fdfai delles, e a Cbrifío de feu reino , e ouvindo que (eu reino naõeradeflemun
do, logo por innocente 0 declara, e quere foltalo. 40 Mas os Judeosque JoltaJJelhes
a Barábbam.
1' A vcn^° Jcfus dito cftas couíàs , íãhiofe com íèus diíçipulos para
alem do ribeiro de Cedraó , aonde cftava huã horta, em que
entrou elle c feus difçipulos.
2
SEGUNDO S. JOA(T Cáp. XVIII.
2 E tambem Judas, o quc o entregava, labia aquelle lugar; por
que muitas vezes fc ajuntava ali Jefus com íèus difcipulos.
3 Judas pois tomando hum cíquadraó [de foldados,'j • c [alguns]
miniftrôs dos Pontífices e dos Pharifcos, veio ali com lanternas , c
com fachas, c com armas.
4 Mas íãbcndo Jeíús todas as couíãs quc íòbre clle aviaóde vir, íè
adiantou, c lhes dille: A quem bufcacs?
5 Rcíponderaõ lhe : A Jefus Nazareno. Diz lhes Jcíús : Eu fou.
E eftava tambem com ellcs Judas, o quc o entregava.
6 E como lhes diílè : Eu íou , tornáraõ pera tras , c cairaó cm
terra.
7 Tomoulhes poisa perguntar: A quem bufetes? e elles difleraó:
A Jefus Nazareno.
8 Rcípondeo Jcíús: Ja vos tenho dito quc eu íou : por tanto íc a
my mc bulcacs, dcixac ir a eftes.
9 Peraque fc cumpriflè a palavra , quc dito tinha: dos que mc
defte, a nenhum delles perdi. •
ío Entonçes Simaó Pedro quctinha eípada, puxou d’ella, c ferio
a hum íervo do Pontífice, e cortoulhe a orelha direita. E o fervo fc
chamava Malco.
11 J£i}^uentouccs diflè a Pedro: Mete tua eípada na bainhá; naõ ■
«I bebercizo copo quc o Pac me deu?
*■ -12 Entonçes o efquadraõ , c o Tribuno , e os fervidores dos Ju
dcos prenderão a Jeíús, e o amarraraó.
ij E trouxéraõ o primeiramente a Annás, porque cra fogro dé
Cayphás, o qual cra Pontificc d’aquelle anno.
14 E era Cayphas o quc avia dado o confelho a os Judeos, que
era util que hum homem morreflè polo povo.
15 E lèguia a Jefus Simaõ Pedro , e outro diícipulo : c aquelle
diícipulo era conhecido do Pontifcce , e entrou com Jcíús no pateo
do Pontifcce.
16 Mas Pedro eftava fora á porta , e íàhio aquclle diícipulo que-
era conhecido do Pontifcce, c faliou á porteira, c meteo dentro a
Pedro.
17 Entonçes a criada porteira diflè a Pedro : Naõ es tu tambem
dos difcipulos defte homem ? difle clle, naõ fou.
18 E eftavaó ali, os fervos, e os criados , quc aviaõ feito braíàs,
porque fazia frio, e aquencavaó fc : e eftava tambem com elles Pe
dro aquentandofe.
Ff z 19E
OS. EUANGELHO
19 E o Pontifiçe perguntou a Jcfus acerca de feus diíçipulos , e
de lua doutrina.
20 Jeíúi the rcfpondco: Eu manifeftamentc tenho foliado a o mun
do; cu fempre enlinci na Synagoga c no Templo, aonde íè ajtmtaõ
os Judeos dc todos os lugares, c nada tenho foliado em oculto.
21 Que me perguntas a my ? pergunta a os que ouviraõ, que he
o que foliado lhes tenho #vés aqui elles fabem que hc o que tenho
foliado.
22 E dizendoelle ifto,hum dos criados, que ali cftava, deu aje-
fus huã bofetada, dizendo afii refpondcs a o Pontifece?
23 Rcípondcolhe Jcfus; Se mal foliei, dá teftemunho do mal; c
fe bem, porque mc feres?
24 fAfli amarrado o mandara Annas a o Pontifece Cayphas:'}
2 5 È cftandofc Simaó Pedro aquentando , difleraõ lhe : Naó cs
tu dc feus diíçipulos? E elle negou, e dillc: Naó fou.
26 Hum dos fervos do Pontífice , parente d’aquellc a quem Pe
dro avia cortado a orelha , lhe difle: Naó te vi eu na horta com elle?
27 E negou Pedro outra vez, c logo o galo cantou.
28 E dc Cayphas leváraõ a Jefus a Audiência; c era pela manhaã:
c mó entráraõ na Audiência, por naõ ferem contaminados, mas que
pudeflem comer a Pafchoa.
29 Entonçes íàhio Pilatos a elles fora, e difle : que acuíãçaó tra
zcis contra cfte homem?
30 Reljxjndcraó , e difleraõ lhe: fe efte malfeitor naõ forafhaí
Po entregáramos.
3 1 Diflelhes entonçes Pilatos : Tomac o vosoutros , c íegundo
voflã ley 0 julgae. E os Judeos lhe difleraõ: A nos naõ nos hc licito
matar a ninguém.
3 2 Para que fe cumpriflè a palavra de Jefus, que tinha dito, dan
do a entender de que morte avia de morrer.
33 Afli que Pilatos tornou a entrar na Audiência, e chamou a
Jcfus, e diflelhe: Es tu o Rcy dos Judeos/
34 Rcfpondcolfie Jçfus : Dizes tu iflò de ty mefmo ? ou difleraõ
Po outros de my ?
3 5 Pilatos refpóndco: Por ventura fou eu Judco ? tua gente , c
os Pontifeccs tc entregáraõ a my, que fizeftc?
36 Rcfpondco Jcfus: Meu Reyno naó hc dcfte mundo: fe
mcu Reyno deite mundo fora , meus fervidores pelejáraó , peraque
eu a os Judeos entregue naõ folie: agora , pois, meu Reynonaó
h,cd’aqui. - 37 Dif-
SEGUNDO S.JOAO. Cap. XIX. 231
37' Diflclhe entonçes Pilatos: logo Rey es tu? Refpondeo Jeíús:
tu dizes que cu íòu Rey ; cu pera ifto íòu naçido , e pera ifto a o
mundo vim, pera dar teftemunho á verdade: todo aque^.- quc heda
verdade, ouve minha voz.
3 8 Diflclhe Pilatos: que coufà lie verdade ? E, avendo dito ifto,
tornou a os Judeos, c diflelhes, Nenhú crime acho nelle.
39 Mas vosoutros tendes porcoftumc, quc eu vos foltc hum pela
Paíchoa: quereis pois quc vos íòlte a o Rey dos Judcos?
40 Entonçes todos bradáraó outra vez, dizendo, Naó a eftc, íè»
naó a Barabbas. E efte Barabbas cra hum íãltcador.
Capitulo XIX.
1 Pilatos manda e açoutar, e os Joldadts 0 efearnecem • t afronta». 4 Foi afi apre-
fentad» a 01 Judeos. 6 Que bradavaõ, crucifica»: mas Pilatos por innocente 0 de
clara. n E procura torne feltalo, mas os Judeos 0 ameaçai com desfavor do
Cefar. j 6 E por iff» entrega a Chrifto pera fer crucficado. 17 Leva Jua cruz.
18 Foi crucficado no mejo de dous falteadores. 19 0 titulo da cruz. 23 Os fol
dados repartem veftidos d'elle. zç Encomenda fua mae a 0 difcipulo , a quem ama
va. 28 Tem fede, e daõ lhe de beber vinagre. 50 Efpira na cruz. 31 Os ojjos de
falteadores fe quebrai. 34 O lado d» Cbriflo fe abri com huã lança. 38 Jojeph d»
^rimatbea mais Nicodemos 0 enterraÕ.
Capitulo XX.
1 Murà Magdalena vae a 0fepulctro, e achando 0 vazio, da as novas a 0 Pedro e
faõ. 3 Que ambos /untos correm a 0 jepulchro,e afi 0 acbaõ. 11, Maria ve no
fepttlcbro dous Ânjos. i^Cbrifto aparece a ella, e Ibe manda a dar as novas de ftsa
fcjtsrreifaõ a os difçipulos.' 19 J os quaes tambem a tarde aparece. 11 Da lhes
■tf Efpirito fanHo, e poder pera perdoar 0 reter os peccados. A 0 qree Tbontat nao
quer dar credito por fe naõ aver achado prefente. 16 Mas oião dias despeis vi a
Chrifto, e 0 confejfa. 30 faõ declara > porque de muitos outros fintes fo elles eftaó
eferitos.
C1Tp E ifto difle dando a entender com que morte a Deus avia de
glorificar. Edito ifto, diflèlhe: fegue me.
20 E virandofe Pedro, vio que o fcguia aquelle difcipulo a quem
amava Jefus, e que tambem na jea a feu peito fe rccoftara , e lhe
diflèra: Senhor, quem he o que te ha de entregar.
21 Afli quc vendo Pedro a eftc,dillcajeíus:Senhor, eefteque.
22 DiflèlheJefus: fe cu quero que clle fe fique ate que cu venha,
que fc tc da a ty? fegue me tu. ,-r • 1 - •.
23 Sahio pois efte dito entre os irmaós, que aquelle diícipulo nao avia
dc morrer. Porem Jeíús naõ lhe diflè, que elle naõ morreria, íenao, lc cu
quero que elle fe fique ate que cu venha, que fe te da a ty ?
24 Efte he aquelle difcipulo quedeftas couíãs da teftemunho, e eftas
coufas efereveo; c fabemos quc fcu teftemunho he verdadeiro.
2< Ainda porem ha outras muitas coufas quc Jefus fez, que fe cada
huã de por fi fe efcreveflèm, nem ainda no inteiro mundo, cuido, quc
caberiaooslivros qucdeliasfe averiaõ de eferever. Amen
Gg 2 AC-
2:1
A C T O S
** DOS
S. APOSTOLOS
escritos
PELO EUANGELISTA
S. ' L U C A S.
, c.» lTr/r
.. fendo refujcitado dos mortos, conver a com Jeusaijcipuios p y jt.l^nde a
Capitulo 11.
1 0 Efpirito fanão vifivelmente fii enviado fobre ff Apoftelot. 4 Comunicandolhcs e
dom das lingoas com quaes fallavaõ M grandes obras de Deus, p Eftando por ijjo
toda a multidão das naçoens confufa, huns fe maravilbavaõmas outros zombavaÕ.
1 4 Pedro redargui os Zombadores^ e mofira que com iffbje compri a profecia de Joel.
22 Demoftra pelos Pfalmos de David a refurreiçaõ de Cbriflo, e qtce elle derramou
eftes dons. 36 £ que elle por ijjo be 0 Mefias prometido. yj O que muitos ouvindo
foraõ compungidos de coraçaó, e fendo pelo Pedro amoeftados'. que fe emendajfcm,
tres mil d'elles foraõ bautizados. 42 Os quaes perfeveraõ na doutrina dos Apofiolos,
tendo todas as coufas comuas. 47 A egregia fe vae acrecentando cada dia.
Capitulo IV.
< Sendo Pedro mais Joaó for ijfo prefes e examinados no eonfelho acerea d'e/ta curai
tc/tifica Pedro, que em nome de Jefus o fiteraõ. n A quem cenfeffa fer lhe a pe
dra reprovada, e unico Salvador. IJ O eonfelho ainda que era convencido, man-
doulhes e ameaçou rigurefamente que a ninguém ne/le nome mais fallajjem > e
os largava. 21 Contaõa es feus 0 que lhes fucedia. 14 Todos rogao a cuspo a
pr,pança. do Euangelho ,0 que os ouvi , dando bum final a fab.rtremor da
terra? 32 A cencordia e amor dos fieis, que vendiao Juas faxendasftr fujlento dos
pobres. 30 Como tambem BarnabM 0 fix..
Capitulo V.
I Pedro reprende dous bvpocritas Ananias e Saphira: e Deus caftiga os cot» morte fulei-
. tanta. 1 z Muitos milagres faõ. feitos pelos dpoflolos. i 7 Sendo os Apoftolos prefosj
foraÕ foltos por hum Anjo. 2t Confelbo dos Judeos monda tratelos, mas acbaõ apri~
■ faÓ valja. l6Do templo foraó levados a 0 eonfelho. 29 Diante do qual fe defendem,
e teftificaÓ do Chrifto e fua refurreicaÕ. 33 Confultaó de os matar. 34 Mas pelo
' avifo de Gamaliíl os foltaÓ, fendo primeiro açoutados. 40 0 qttepadeceraõ comgran*
de alegria, e naó cejfevaó de pregar livremente.
1 "p hum varaó chamado Jknanias, com Saphira fua mulher, vendeo
huã poflcfaó.
z E.defraudou do preço , fabendo o tambem fua mulher; etra-
Hh 3 zen.
x48 ACTOSDOS
zendo huá parte delle, depofitou^ ] a os pees dos Apoftolos.
3 E diflè Pedro : Ananias , porque enchco fatanás teu coraçaó,
peraque menGfes a o Eípirito fanéto, e dcfraudaílés do preço da her
dade? . , ,
4 Guardandoa, naó fc ficam para ty? c vendida; nao citava em
teu poder? porque propufeftc ifto em teu coraçaó? naó mentifte aos
homes, fenaó a Deus. .
$ Entonçes Ananias, ouvindo eftas palavras, cahio, c cfpirou; e
veio hum grande temor fobre todos os quc o ouviraõ.
a Ou, Atíi- 6 E levantandofe os mançebos, »tomáraõ o , e levando o d’ali,
viarriofer»Q ££aõ fèpultar.
enterramen- ? £ paflàj0 ja efpaço como de tres horas, entrou tambem fua
mulher, naó íàbendo o que aviaaconteçido.
8 Entonçes Pedro lhe diflè : Dizeme, vendeftes por tanto aqucl-
la herdade? e ella diílè: fi, por tanto,
p E Pedro lhe diflè: Porque vos conçertaftcs pera atentar a o Et
pinto do Senhor? Ves aqui á porta os pes dos que ateu maridofcpul-
táraó,que tambem aty te levaráó.
ío E logo cahio a feus pees, c cípirou. E entrando os mançebos,
acharaó a moita; c leváraó ad’ali, caforaõ fepultarjunto a íèuma
rido. •
ii E veio hum grande temor cm toda a Igreja, e em todos os
que eftas coufas ouviraõ. . .
11 E por maós dos Apoftolos fc faziaõ muitos finaes c prodígios,
no povo; e eftavaó todos u nanimes no alpendre de Salamao.
i j E dos de mais , ninguém fc bufava a ajuntar com ellcs ; com
tudo iflo , o povo os cftimava grandemente. z
14 E amuitidaó dos que cm o Senhor criaô, afli dc varoês como
dc mulheres, fe hia augmentando de mais em mais.
15 Em tanta maneira, que lançavaó a os enfermos pelas ruas , e
os punhaó cm camas, e cm leitos, peraque vindo Pedro, tocaflè a
o.' menos fua fombraem algum delles. „
16 E ainda tambem ate"das çidadçs vezinhas concorria a multidão
a Hieruíãlem, trazendo a os enfermos, e a tormentados dc eípiritos
immundos, c todos éraó curados.
17 Entonçes, levantandofe o Prinçipe dos Saçerdotes, c todos os
quc com ellc eftavaó (quc hc a Sccta dos Saduçcos) cnchcraõ fe
dc inveja. z -
18 JElançaraõ maó d’osApoftolos, cpuícraóosnaprifaópublica.
.19 Mas
S. APOSTOLO S. Cap. V. 249
19 Mas abrindo o Anjo do Senhor dc noite as portas da priíàõ 9 c
tirando os fora, difle: >
20 Ide , e pondovos no templo, fallai a o povo todas "as palavras
défta vida.
21 Elles entonçes, como ouviraõ, entráraõ pela manhaã
no templo , e enfinávaó. Vindo pois o Príncipe dos Sacerdotes, c os
que com elle eftavaõ, convocáraõ o eonfelho, e a todos os Ançiaós
dos filhos de Ifrael, e mandáraõ á prífaó, peraque os trouxcflèm.
2 2 E como la vieraó os fervidores, naó os acháraõ na prífaó » c
tornandofe,deraó avifo.
23 Dizendo, Bem achamos nos çerrada a priíàõ com toda feguri-
dade, e as guardas quede fora ás portas eftavaõ; mas como [j<?xjabrí-
mos, a ninguém dentro achamos.
24 Ouvindo entáõ eftas palavras o Pontifiçe , c o Magiftrado do
templo, e os Príncipes dos Sacerdotes, duvidávaó d’o que delles feria
feito.
25 E vindo hum, avifouos, dizendo, Vedes aqui os varoens que
na priíàõ pufeftes, eftaó no templo eníinando a o povo.
26 Entonçes foi o Magiftrado como os fervidores, e trouxe os fem
violcnçia, (porque tinhaó medo de do povo ferem apedrejados.)
27 E como os trouxéraó, aprefentaraõ os a o eonfelho. Entonçes
Príncipe dos Sacerdotes lhes perguntou, dizendo:
' 28 Naõ vos dcnunçiamos nos cncareçidamente , que mais nefte
nome naõ enfinaífeis ? E vedes aqui ja tendes chea a Hierufalem de
voflã doctrina, c íòbre nosoutros quereis trazer o fangue deftc ho
mem.
29 E reípondendo Pedro, e osApoftolos, difleraõ: Mais impor
ta obedecer a Deus, que a os homens.
30 O Deus de noflòs Paes reíufcitou a Jeíus , ã o qual vosoutros
mataftes, pendurando o no madeiro.
3 1 A efte exalçou Deus com fua Q mao J direita por Príncipe c
Salvador, pera a Ifrael dar arrependimento e remiflàõ dc peccados.
32 E nosoutros lhe fomos teftimunhas bdcftas coufas , e tambem b
0 Efpirito fanéto, o qual Deus tem dado a os que lhe obedece. falairJ.
31 Ouvindo clles arrebentavaõ de raiva, e confultavaõ de
os matar.
34 Levantandofe entonçes no eonfelho humPharifeo chamado
Gamalièl, Doutor da Ley , e de todo o povo venerado , mandou
que levaífem hum pouco fem a os Apoftolos.
, 35E
v:
ACTOSDOS
3 $ E diflelhes: Varoens Ifraclitas , olliae por vosoutros, que he
o que açcrca-Jcftcs homens aveis de fazer,
36 Porqúè antes deftes dias fe levantou Theudas,, que dizia qj.ió
cia alguem;, a o quaHè^achegaraõ perto de quatroçcritos homescm
numero. O qual FoíJmmní»; e todos os que lhe daraõ ouvidos foraõ
diflipados, c tornados cm nada.
3 7 Deípois defte fc levantou Judas o Galileo , cm os dias da ma
tricula; elevou muito povo’apos fi:Pcrcçéb tambem eftc, c todos os
quo lhe deraõ ouvidos foraõ diflipados.
38 E agora, digovos, dae de maõ a eftes homens, e deixac os;
porque fe dc homens he dftc confelho, ou efta obra , cm náda fc
desfará.
39 Mas fe he de Deus, naõ a podereis desfazer: porque naõ pare
ça que a Deus quereis repugnar.
e 17' /Mitri/ine T7 rt z\r> A 1 -.— ~ _____J
Capitulo VI.
1 Pola mnr>ntiraçaÕ iles ureios, fendo fete Diáconos eleitos pela Tgreja, Apofiolos os
'* Ii ? 6 E
ACTOS DOS
6 E as companhas eftavaó conformemente atento ás couíãs que
Philippe drqa , ouvindo, e vendo os finaes que fazia.
7 Porqifê os cfpiritos immundos íãhiaõ de muitos que os tinhaõ,
clamando a grandes gritos; e muitos paralyticos e coixos eraó cura
dos.
8 AlTi que avia grande gozo naquella cidade.
' 9 Entonçes hum çcrto varaô, chamado Simaõ, avia fido antes Ma
gico naquella çidade, e enganado a gente de Samaria, dizendo dc fi
ler algum grande.
ío A o qual todos eftavaó atento, desdo mais pequeno ate o mais
grande, dizendo, Efte he a grande virtude de Deus. _ *
í i E eftavaó lhe atento, porque com fuas artes magicas os avia ja
de muito tempo entonteçido.
12 Mas como créraó a Philippe, que lhes anunciava o Euangelho
do Rcyno de Deus, e o Nome de Jeíús Chrifto, bautizavaó fe, afli
varoens, como mulheres.
13 Entonçes até o mefmo Simaõ creu; e fendo bautizado, chegou
fc de continuo a Philippe. E vendo os finaes , e as grandes virtudes que
íèfàziaõ, eftava atonito.
14 Ouvindo pois os Apoftolos, que eftavaó em Jeruíàlem, que
Samaria avia recebido a palavra de Deus, enviáraõ lhes a Pedro e a
Joaó.
1 $ Os quaes vindos, oráraõ por elles, pera quc recebeífem o Eípi
rito Sanéto.
16 Porque ainda naõ avia defeendido em algum delles, masíõmen-
te eraó bautizados em o Nome dc Jeíús.
17 Entonçespuferaólhes asmaós em cima, e reçebéraõ oEípirito
Sanéto.
18 E como Simaõ vio, que pela impoíiçaó das maós dos Apofto
los fe dava o Eípirito Sanéto, ofícreccu lhes dinheiro,
19 Dizendo, Daeme tambem a my eftc poder, que a qualquer que
puíèrasmaósemçnna, reçeba o Efpirito Sanéto.
20 Entonçes Pedro lhe diflè: teu dinheiro pereça com tigo, que
cuidas que o dom de Deus por dinheiro fe alcánça.
,b Ou.Ne/?.« 21 Naõ tens tu parte nem forte bnefte negocio 5 Porque teu cora-
fahvra. çaõ naó hedireitodiantede Deus.
22 Arrepcndcte'pois defta tua maldade, c roga a Deus, feporven-
tura té fera perdoado czftc peníàmcnto de teu coraçaó ?
2 3 Porque cm fel de amargura,e cm priíãó dc maldade, vejo que eftas.
24 Rc
S. APOSTOLO S. Cap. VIU. 2$7
24 Reípondendo entonçes Simaó, difle: Rogae vos outros por
my a o Senhor, que nenhuá coufa d’cftas, que tendes dim, venhafo-
bre my. r-'-
25 E cllesavendo teftificado efallado a palavra do Senhor,, tomá-
raõfea Jcrufalem;. e em muitas aldeas dos Samaritanos anunciáraó õ
Euangelho.
16 Mas o Anjo doSnor foliou a Philippe , dizendo, levántate, e
vaeperaabandadoful, a o caminho que defçende de Jerufalem pera
Gáza; aqualhedcíerta.
27 Elleentonçes felevantou, efoi. E eis qúe hum Ethiope, Etr-
nucho, Camereiro de Candaçe, Rainha dos Ethiopes, o qual eftava.
pofto íòbre todos íèus theíòuros , que avia vindo a adorar âJeruíàlem
28 E fe tomava aflèntado em feu carro, lendo a o Propheta Efavas.
29 E o Efoirito difle a Philippe: Ach^ate, c ajuntateaefte carro.
Io Eacedindo Philippe, ouvioo, que liá a o Propheta Eíâyas; c
difle: Mas entendes tuo que lés?.
31 E elle diílè: E como poderia , íc alguém m’o naõ enfinaflè ?
E rogou a Philippe que fobiílè, c íè aflentaflè com elle.
32 E olugardaEícrituraqucliá, era elle: Como ovelha á morte
foi levado, c como cordeiro mudo, diante do que o tofquia, aflinaõ
abri íúa boca.
3 3 Em fua humilhaçaó foi feu júizo tirado; mas fua geraçaõ quem
"a contará ? porque da terra he íúa vida tirada. 1
34 E reípondendo o Eunúcho a Philippe, diílè: Rógote, de quem,
dis ifto o Propheta ? de fi mefmo, ou dc outrem alguém ?
3 j EntonçesPhilippe abrindofua boca, e começando défta Efcri-
tura, anunçióulhe o EuangelhodeJefus.
3<í Eindocllescaminhando, chegáraõa huaçcrtaagoa; c diflèlhe
o Eunucno: Eiíaqui agoa, que me empede que naõ íèja bautizado ?
37 EPhilippe difle: fede todo coraçaó crés, liçitotehe: Ereíporu
dendoellc, difle: Creoquejeíu Chrifto he o Filho dc Deus.
3 8 E mandou parar, o carro. E dcçcraõ ambos á agoa, Philippe
eoEunucho, ebautizouo. ’
32 Ecomofobiraõdaagoa, o Efpirito do Senhor arrebatou a. Phú
lippc, enaõoviomaisoEunucho; efoifc fcu caminho gozoíò.
40 MasPhilippefe achou em Azoto; e indo paílàndo, anunciava
0 Euangelho cm todas, as çidades, ate que véio a Ceíarca,
l
ACTOSDOS
Capitulo IX.
i PerfeguiMi Paulo cruclmente a igreja ato Damafco, do Senhor miravilhofamentv
foi convertido. io£ lhe envia a Ananias. 17 Do qual avendo Jido curado, inftrtti-
do e bautizado, começa apregar a Chrifto em Damajco. 23 Com ajuda dos difii-
pulos fe efcapa dasSiladas dos 'judeos. 16 Veio a jerufalem, e fendo pelo Barnabaí
trazido-à os Apoftolos, prega em Jerufalem a Chrifto. 30 Foi fe a Tarfo pera fe
efcapar dasSiladas dos judeos. 31 As Igrejas tinhaõpaZ, e biaõ acrecendo. 31 Pe
dro cura em Lydda a Eneam. 36 E em joppe refttfcita a Tabitha. 42 Poloquo.
muitos crem.
1 T? Saulo ainda refoprando ameaças c mortes contra os diíçipulos do
£-» Senhor, veio a o Prinçipe dos Sacerdotes.
2 Epediolhc cártas pera Damafco, para as Synagogas, peraque
n Ou, Defta achando alguns varoens, ou mulheres, a defte caminho, os trouxeflè
feda. prelos a Jerufalem.
3 E indo ja de caminho, acontcceo que chegando perto de Da-
mafco, fubitamente o cercou hum refplandor dc luz do Ceo.
4 E caindo em terra, ouvio huá voz, que lhe dizia: Saulo, Saulo,
porque me pcríègues?
5 E clle diflè: Quem es Senhor ? E o Senhor diflè: Eu fou Jefus a
quem tu perfegues; dura coufa te hc dar couçes contra o aguilhaó.
6 Elletremendo, ctemeroíò, diflè: Senhor, quc queres quc fa-
•ça? E o Senhor lhe [difle í] Lcvantate, centra na çidade, c dir fe te
ha [alQ o que te convé fazer.
7 E os varoens que de caminho hiaõ com elle, íè pararaõ atonitos,
ouvindo na verdade a voz, porem naõ vendo a ninguém.
bOujDu 8 Entonçesíèlevantou Saulo bda terra, e abrindo os olhos, naó
dsoõ. via a ninguém. Afli quc guiando o pela maõ , oLcváraõ aDamaíco.
<7 Eeftcvetresdiasfemver; cnaócomeo, nembebeo.
I o Avia entonçes em Damaíco hum difcipulo, chamado Ananias,
a o qual o Senhor em viíàó diflè: Ananias? E ellc reípondco: Eis me
aqui Senhor.
II E o Senhor lhe [difle f\ Levantate, e vac á rua que íè chama a
direita, c pergunta em cafa dcJudas polo que chamaó Saulo, o de Tar-
ío; porque vesaqui quc eftá orando.
li E tem viftoemviíàó, que hum varaó chamadoAnanias entra
va, c lhe punha a maõ em cima, peraquercçcbeílèavifta.
13 Entonçes Ananias reípondco : Senhor, a muitos tenho ou
vido dèfte varaó, quantos males tem feito a teus íànótos em Jeruíà-
lem.
14 E
S. A P O S T O LO S. Cap. IX. 2^
14 E ainda aqui tem poder dos Prinçipes dos Sacerdotes, para pren
der a todos os que invocaó teu nome.
15 E diílelhe o Senhor; Vae, porque inftrumcnto cícòlhidomc he •
efte, peraque leve mcu nome em preíènça das gentes, c dos Reys,
e dos filhos dc Ifrael.
16 Porque cu lhe moftrarci quanto lhe feja neceftàrio que por meo
nome padeça.
17 Ananias entonçes foi, e entrou na c^fa, c pondolhe as maõs
cm cima, diílè: Saulo irmaó , o Senhor J efus, que no caminho por
onde vinhas, te aparcçco, me enviouperaque recebas a vifta, c íèjas
cheio do Efpirito faneco.
18 E logo lhe cairaó dos olhos como cícdmas y c reccbeo logo a
vifta, e lcvantandofe,foi bautizado.
19 Ecomocomco, ficou confortado; e cftcve Saulo com os difci-
pulos, que eftavaõ em Damafco, por alguns dias.
20 E logo nas Synagogas pregava a Chrifto : que aquelle cfra o
Filho dc Deus.
21 E todos os que o ouviaõ, eftavaõ atonitos, ediziaó: Naõ hc
éfte aquelle que em Jeruíàlem aflolava a os que- cfte nome invoca-
vaó. E a iflò veio ca', pera os levár préfos a os Prinçipes dos Sacerdotes?
22 Mas Saulo muito mais íè esforçava , e confundia a os Judeos
que moravaó em Damafco, provando que aquelle erá o Chrifto.
2 3 E como paflarao muitos dias, tomarao os Judeos entre fi con-
felho, para o matarem.
24 Mas fuas ciladas foraó entendidas dc Saulo; porem elles guar-
davaó de dia e de noite as portas pera o mat^em.
2 $ Entonçcs tomando o os difçipulos de noite, f o"l guindáraõ pelo
muro abaixo cm hum çefto. ® r
,.3.^ E como Saulo veio a Jeruíàlem, procurava ajuntarfe com os
diíçipulos; porem todos íè temiaó delle, naó crendo que foílè difcipulo.
2 7 Entonçes Bámabas tomando o com figo , trouxe 0 J a os
Apoftolos, c contou como no caminho avia vifto a o Senhor , e lhe
tinha fàllado, c como cm Damafco fallfra confiadamente em o no
me de Jeíus.
2 8 E entraVa e fahia com elles em Jcrufalem.
2S> E fallava confiadamente em o nome do Snor Jefus; c difputa-
va com os [?udeos~\ Gregos, porem elles procuravaó matalo.
30 O que entendendo os irmaõs, acompanháraõ o até Cefarca, c
enviarao o a Tarfo
Kk 31 As ,
ser» ACTOSDOS
31 z\s Igrejas entonçes por toda Judea, c Galilea, e Samaria,
tinhaõ paz > c eraó edificadas , andando em o temor do Senhor; c
com a coníoíaçaó do Eípirito íanéto íè hiaõ multiplicando.
a Ou, Todos. 3 2 E acontcceo que rodeando Pedro’ por,3 todas as partes, veio
tambem a os íànétos que habitavaó cm Lydda.
33 E açhou ali a hum çerto homem, por nome Eneas, que avia
ja oito annos que jazia cm huã cama, c cra paralytico.
34 E diflèlhe Pedro: Eneas, Jcfu Chrifto tc da íãudc, levantate,.
faze tua cama. E logo fc levantou.
. 3 5 E viraó o todos os que habitavaó em Lydda, e em Sarona, os
quaes fe converterão a o Senhor.
3 <5 Entonçes avia cm Jope huã difcipula, chamada Tabitha, que
declarado quer dizer, Dorcas. Eíla cftava chea de boas obras, e et
molas que fazia.
37 E aconteçeo naquelles dias, que enfermando ella, morreo; c
deípois de laváda, puferaó a em hum cenáculo.
38 E como Lyddaeftava perto de Jope, ouvindo osdifcipulosque
Pedro eftava ali, mandaraó lhe dous varoens, rogandolhe que naõ
íè dctiveflè em vir ter com elles.
39 Pedro entonçes levantandofe, veio com elles; e como chegou,
leváraõ o a o cenáculo , aonde o rodeáraó todas as viuvas, choran
do, e moftrandolhe as túnicas , e os veftidos que Dorcas avia feito
quando cftava com ellas.
40 Entonçes lançando os Pedro fora a todos, pós íc de juelhos , c
orou ; e virandofe para o corpo, diflè: Tabitha, levantate , e ella,
abrio os olhos, e vendo a Pedro, tomoufe a aflèntar.
41 E dando lhe elle a maõ, levantou a; entonçes chamando aos
íànétos, eás viuvas, aprcfcntoulha viva.
42 [IftoJ foi notorio por todo Jope, e créraó muitos noSenor.
43 E aconteceo quc fe ficou muitos dias em Jope , cm cífa de
hum çerto Simaõ o curtidor..
Ca*
S. A P O S T O L O S. Cap. X.
Capitulo X.
r 0 Centuriaõ Cornelio chamar a Pedro confirme e mandam -to do Anjoqtte
lhe aparecia na orapaõ. 9 Pedro entretanto em vifaõ foi avifado que a dijferenpa
entre os "Judeos c gentios he tirada. 1 7 E vindo os enviados de Cornelio a Pedro,
fii fe com elles a Cefarea. 14 Aonde ejlando 0 Centuriaõ, ajuntado com feus pa~
rentes, 0 recebe com grande reverencia. 18 Hum a outro conta 0 que lhe Deusma-
nifeftou. 34. Pedro lhes prega a Cbriflo. 44. Recebem 0 Efpirito Janão. 46 Pal-
laõ em lingoas eflrangeiraí. 47 E fe batttfíCaõ.
Capitulo XI.
1 Vindo Pedra a Jcrufalem , e fenda ali atufada de que comunicava com as gentias,
fe defende, e os contenta. 19 Os efpalhados fieis pregaõ a Chrijla ene Pbenicia e Cq-
pro ate Antiocbia, e muitas crem. iz Barnabas fenda de Jcrufalem enviada a An-
tiacbia pera confortar es crentes, foi fc a Tarfa em bnfca de Paula, a quem trate a
Antiocbia. z6 Aonde os difçipulos primeiramente foraó chamadas Çbriftaãs. 27 A-
gabo propbetita huã careflia. 28. Por ijfa tnandaÕ as irmaõs bum Socorropela maõ
de Paulo e Barnab.ua Jcrufalem.
Capitulo XII.
Ca pitu lo XIV.
1 Paulo e Barnabas pregando e fazendo milagres em Iconio, muitos gentios e Judeos
crem. 4 5 por ijfo logo foraõ perfeguidos, e fe retiraõ a Lfllra e Derbes. 8 Paulo
em Lfllrafara a bum coixo. 11 Tendo os 0 povo por iflo por deufes, e qutrcndolbesfa-
crifcar , 0 impedem. 19 Mae os Judeos de Antíocliia e Iconio incitai a 0 povo que •
apedrejaflema Paulo. 10 Mas levantandofe, partio com Barnabas pera Derbe . 11 Ex-
bortai os irmaós a perfeverancia. 2} Conflituem dnciaõscm cada huã das Igrejas.
í I23
4 E paflando por alguás terras e cidades, fetortiaõ a dmiocbia. 17 Kelataõ quam
grandes coufas Deus por mejo d’elles fizera.
Capitulo XV.
I Antiocbia ouve dijfenfaõ acerca da Ley e circuncifaõ. i EnviadosPaulo e Bar*
nabasfobre ijj~o a jcrufalem, contai a converjaó das gentes, e aqueftaÕ. 6 Congre-
gados os apoftolos, deraÕfim a efta dijfenfaõ, refolvendo deninguá outra cargo lhes
impor mais, que quatrd coufas nece[fartas. 11 6 que fizeraófaber a as Igrejas pelo
Paulo e Barnabas. Sendo httma contenda entre Paulo e Barnabas por caufa de
joaó Marco, fe apartaóhum do outro. 39 Navigattdo Barnabas com Marco para Cy-
pro, e Paulo com Silos para Syria e Cilicia.
38 Mas a Paulo lhe parcçia que naó deviaó tomar com figo
ACTOSDOS
aquelle, que dcfde Pamphilia delles fe apartara, e com ellcsaaqueb
la obra naó rdra.
39 E oth/e tal contenda entre elles, que fc apartara ó hum do ou
tro: c Baniabas, tomando com figo a Marcos, navegou paraCypro.
40 E Paulo, cícolhendo a Silas, partio íc dali, encomendado dos
irmaõs á graça de Deus. •
41 E foi paliando porSyria, e por Cilicia, confirmando as Igrejas.
Capitulo XVI.
1 Pattlo circuncida a Timotheo e leva com Jiga. 4 PaJJando pelas cidades lhes entrega
as decretas das Apopolos. 6 Defendelbe a Efpirito Janela de pregar em Ajta. 9 JS
pela vijaõ chamada para Macedonia, prega fora da cidade de Pbibppis aonde Lydia
cre, e foi bautizada cam fua família. 1 ó O Paula lançando fara bum e/pirito ade-
vinbador', fej cam Silas levada a Audiência , acujddo , açoutado e lançado na pri-
faõ, cujas portas na meja noite fe abriraÕ com terremoto. 27 Como 0 carcereiro fe
convertes, e foi bautizado com toda fita familia. 37 Os do Governo mandaõfelta-
los, mas Paulo fendo Romano quere por elles mefmos fer tirado, como fizeraó.
j T7 vei° atc Dcrbe e Lyftra : e eis que eftava ali hum diíçipulo,
chamadoTimothco, filho de huãmulher Judea , fiel:Mas dc
pae Grego.
2 Ddfte davaõ [bonf] tcftimunho os irmaõs que eftávaõ em Ly
ftra, e em Iconio.
3 Efte quis Paulo que foílc com elle : e tomando o, çircunçidou
o, por cauíà dos J udeos que eftavaõ naquelles lugares : porque todos
fabiaó que íèu pae era Grego.
4 E como hiaó paílàndo pelas cidades , lhes entregavaõ os decre-’
tos que pelos Apoftolos , c Ançiaós, que eftavaõ cm Jcrufalem,
aviaõ fido determinados, peraque os guàrdaflêm.
5 Aíli que as Igrejas íc confirmávaõ na fé, e cada dia fe hiaõaug-
mentando cm numero. -
6 E paílàndo â Phrigia, e á província de Galacia, foilhes defendi
do pelo Efpirito íancto dc fàllarem a palavra em Afia.
7 E como vieraó a Myfia, intentaraõ dc ir a Bethinia ; mas naõ
os deixou o Eípirito ir.
8 E paílàndo por Myfia, defeenderaõ ate Troas.
9 E apareceu a Paulo dc noite, em viíàõ , hum varaó Macedo»
nio, que pondofelhe d.antc , lhe rogava , c dizia : Paílà a Maccdo-
nia, cajudanos.
ío E como vio a vifao, logo procuramos partir pera Macedonia,
confia»
S. APOSTOLO S. Cap.XVl. t77
confiados que Deus nos*chamava, pera lhes anunciarmos oEuan->
gelho. ., ,r
11 E partidos de Troas , viemos caminho direito a bamothracia,
eo|>] lèguintcaNeapoles.
12 E dali'a philipços, que he a primeira çidade deita banda de
Macedonia , c hc huá Colonia : c eítivemos naquella cidade alguns
dias. . • .. y
i j E hum dia dos Sabados fahimos da cidade a o no , aonde fc
coítumava fazer a oraçaó: e allcntandonos, falíamos a as mulheres que
fe aviaõ ajuntado.
14 Entonçes nos ouvio huã çeíta mulher , chamada Lydia, que
vendia purpura, da cidade dos Thyatireos, temeróla de Deus, o
coraçaó da qual o Senhor abrio, peraque eítiveíTe aténta ao que Pau
lo dizia.
1 $ E como foi bauti/ada juntamente com íua cafa, rogounos, di
zendo, fe aveis julgado que cu feja fiel a o Senhor, entrae cm min
ha cafa, c pouíàe ali; e conih-angeo nos. ~
ií E aconteceo que indo nosoutros a oraçao , nos íahio a o en
contro huá menina que tinha efpirito aPhitonico: aqual comadevin-a^"^<«n
har dava grande ganancia a feus Senhores. adevinh»-
17 Eíta íèguindo a Paulo, e a nosoutros, dava gritos, dizendo, ’
Eftes homens faõ fervos do Deus Altiflimo , os quaes nos anunciaó
o caminho da falvaçaõ.
18 E ifto fazia ella por muitos dias. Porem deícontentando iftoa
Paulo , virou fe , e diílè a o eípirito : Em nome de Jefu Chrifto tc
mando que íâias delia, e na mcfma hora fahio.
19 E vendo ícus Senhores que a eíperança de fua ganancia era
ida, prcndcíaó a Paulo, c a Silas; e trouxeiaó os á Audiência, a o
Magiftrado.
20 E aprefentando os a os do Governo, difleraõ : Eftes. homens
àndaõ alvoroçando noflà cidade, naõ obftante ferem Judeos.
21 E pregaõ ritos que naó nos hc licito receber , nem fazer; vi
fto que fomos Romanos.
22 E concorrco o povo contra elles; e rasgandolhes os do Gover
no os vcftidos, mandaraõ os açoutar.
2 3 E avendolhes dado muitos açoutes, lançáraõ os na prifaó; man
dando a o Carcereiro que os guardaflè com diligençia.
2 4 O qual recebido efte mandamento , meteo os na priíàõ dc mais
•adentro, c polos dé.pés no çepo.
Mm 2 25Mas
17» ACTOSDOS
2 5 Mas á meia noite orando Paulo e Silas,‘ c cantando hymnos, ou-
viaó os os ostros preíòs.
16 Entôíices íòbreveio de repente hum taó grande terremoto,
quc os aliccrfes da priíãó fc moviaõ: c logo todas as portaste abriraó,
c as prifocns dc todos fc foltáraõ.
27 E acordando o Carcereiro, e vendo abertas as portas da pri-
íàõ, tirando da eípada, queria fe matar, ■ cuidando que ja os preíòs
eraó fogidos.
28 Entonçes Paulo bradou com grande voz, dizendo , Naõ te fa
ças nenhum mal, que todos eftamos aqui.
29 Elle entonçespedindo luz, laltou dentro, c tremendo , der-
riboufe £ a os pees~\ dc Paulo, c de Silas.
30 E tirando os fora, diflelhes : Senhores, quc me he neceflario
fazer, para me falvar ?
31 E elles lhe difleraó: Creem o SenhorJçíu Chrifto, efalvarteas,
tu, e tua caía.
3 2 E fàlláraõ lhe a palavra do Senhor, c a todos os quc eftavaó cm
fua caía.
3 3 E tomando os clle configo , naquella meíina hora da noite,
lavoulhes os açoutes , e bautizoufe logo elle, e todos os feus.
34 E levando os a fua caía , pos \Jhes J a mefa ; e gozoufe dc
que com toda fua caía ouvefle crido a Deus.
3 5 E fendo ja de dia, mandaraó os do Governo a os alcaides, di
zendo , íòlta a aquelles homens.
3<5 E o Carcereiro fez íaber eftas palavras a Paulo, [dizendo, J
mandado tem os do Governo , quc vos íoltcm : afli que agora íàhi,
c ide vos em paz.
37 Entonçes Paulo lhes diflè : Açoutados publicam ente , e ícm
avernos ouvido, fendo homens Romanos, nos lançáraó na prifaõ; c
agora encubcrtamente nos enviaõ: Naõ por certo; lênaõquevenhaó
ellcs meímos, e nos tirem.
38 E os alcaides tomáraó a dizer a os do Governo eftas palavras: e
temeraõ, ouvindo que eraó Romanos.
39 E vindo pediraõ lhes perdão; c tirando os fora, rogáraõ lhes
quc fc íahiflem da cidade.
40 Entonçes faindo da prifaõ, entráraõ f emeafd.'] dc Lydia, c
viftos os irmaós, confoláraõ os; e íãiraõ fe da cidade.
Ca*
S. APOSTOLOS Cap. XVII. 27?
Capitulo XVII.
1 Pregando Paula em TbeJJalonica, alguns Judios e muitos Gregos fi ;-nvertrm a fi;
- AÍ4í outros alvoroçando a o povo contra clles, tratem a Jafin a os Magiftra-
dos. 1 o Mas Paulo e SíIm fi efiapaõ a Serea , aonde pregaõ. i i Muitos efqua-
drinhãdo a Efiritura, crem-, e feito ali tambem hum alvoroço, Paulo foi enviado e
levado a Menos. 16 donde Jeu ejpirito je desfitendo nelle por caufa da grande
idolatria , difputa com os Judeos e Pbilofiphos dos Epicureos e Eftoices, anunciando
lhes a Deus o feu verdadeiro firvipo. 30 Exborta os que fi convtrteffim a Chrifto,
refufiitado dos mortos, e determinado por fer Jtcit do mundo. Com que alguns
tomhaõ: mas alguns crem , entre quaes era Dionifo dreopagita e Damaris.
Capitulo XVIII. •
1 Paulo achando em Corintho a Aquila e a Prifcilla, poufoucom elles, fatendo ten-
dasy e enfinandona Synagoga. 6 Sacudi feus veftidts contra os blasphemadorts.
7 O Cri/po g mustos dos Corintbios creraõ t foraÕ bautizados. 9 Vaulo fica alo
pela huã vifaõ. 11 O Proconful Gallio naõ quere ouvir acufafoens cmIM Paulo.
*7 Os Xregos ferem a Softhenes diante do Tribunal. 18 Paulo foife d alt a Epbe-
fo, Cejarea, ea Antiocbia. ij PaJJa pela Galatia e Pbrygia. 14-
nando em Ephefo a o bautifmo deJoaó, eJrnilo mais particularmente inftrtiido pelo-
Aquila e Prifcilla, convence os Judeos em Achaia, provandolbes pela Sfcntura em
como Jefus era o Chrifto.
CapituioXIX.
1 stchand» Pgtiío em Ephefo dolje diícipuits bat<tii.ndcs cem hatitifm* delhes
pos a» maes em cima, ' recebem „ dons de Ejpirito fanão. 6 Enjmaah P"
ço de dons annos, confirmando [t<a prevaçaõ com vartos milagres. tw
ate. feus lentos e cendaesje levava» fobre es enfermes. Ij O» fete exorciftMf OS t
hum Sceva. 18 Alguns os livros de conofdades tratem, e queima». 13 Dimetrit
inata a « fO™ centra Paul». 3; Mm o eferiva» apatiguaM companhas.
i X? entre tanto que Apollos ainda eftáva cm Conntho, fuçedeo
tL quc, avcndo Paulo paliado por todas as ngioens fupenores, veio
z^Llies <Jillc: Tendes vosoutros recebido o Efpirito fanéto , des-
pois de averdes crido? E clleslhe diíldraó, antes nem ainda ouvimos,
Íc aja Eípirito firneto. r,,
/ Nn _ 3 En-
x84 ACTOSDOS
3 Entonçes lhes diflè: Em que pois íòis bautizados?E ellcs difli>
raõ: No bautiímo de Joaó.
4 E diu- Paulo: Bem bautizou Joaõ com o bautifmode arrepen
dimento , dizendo a o povo , que crcflèm em o que a pós clle avia
dc vir: convém a fiibcr, em Jeíu Chrifto.
5 E os quc £ o ] ouviraõ, foraõ bautizados em o nomedoSnor
Jefus.
6 E como Paulo lhes pós as maós cm çima, veio íòbre ellcs o Et
pirito íànéto, e fallávaõ cm lingoas [eftranh^ c profetizávaõ.
7 E eraó todos como ate' doze.
8 E entrando clle na Synagoga, fallava livremente por eípaçode
tres mefes, difputando, c períuadindo , £ lhes J as coufas do Rey
no dc Deus.
9 Mas cndurcçcndoíè alguns , e naõ obcdcçcndo , e maldizendo
do caminho [do Senhor J diante da multidaõ ; desviouíc delles , e
apartou a os diíçipulos, diíputando cada dia na eícola de hum perto
Tyrano.
x o E ifto durou por eípaço dc dous annos; de tal maneira quc
todos os que habitavaó cm Afia, afli Judeos como Gregos, ouviraõ
a palavra d’o SenhorJcíús.
11 E fazia Deus virtudes extraordinárias por maós de Paulo.
12 De tal maneira que até os lenços e cendacs de fcu corpo íc le
vavam íòbre os enfermos, e delles as enfermidades fe hiaõ, e os et
piritos malinos fe íahiâó.
i j E alguns exorciftas dos Judeos, vagabundos, intentáraõ invo-
GÍr o nome do Senhor Jeíús íòbre os que tinhaõ e/piritos malinos
dizendo, Por aquclle Jefus quc Paulo prega, vos eíconjuramos. *
14 E [eftes J eraó huns lcte filhos de hum Sceva, Judeo, Prin-
pipe dos Sacerdotes, que ifto andávaõ fazendo. ’
15 E rcfpondcndo o eípirito malino, diflè : Bem conheço ajcíús,
c bem íci quem Paulohe; porem vosoutrosquem íòis?
16 E íãltando ncllcs o homem cm quem o eípirito malino eftava,
e enfenhoreandofe delles, podia mais que elles ; dc tal maneira quc
nuos , e feridos daquclla caía fogíraõ.
17 E foi ifto notorio a todos os que cm Epheíòhabitávaõ, afli aJu
dcos como a Gregos; c cahio temor íòbre todos elles; c afli era en
grandecido o nome do SenhorJcíús.
18 E vinhaõ muitos dos quc aviaõ crido, confcflândo, c publican
do feus feitos.
i$»Afli
S. APOSTOLOS. Cap. XIX., 287
1 p Afli mcfmo muitos dos quc aviaõ fcguido coriofidalJes, trou
xéraõ tambem os livros, c qucimáraõ os diante dc todos; e lançada
a conta dc feu preço, acháraó que montava cincoèntá mil din
heiros.
20 Afli hia podcrofamcnte crcçcndo, e prevalcçendo a palavra do
Senhor. .
21 E cumpridas eftas coufas, propos Paulo em Eípirito , dc aca
bando de paflár por Maccdonia, e Achaia, partirfe a Jcruíalcm, di
zendo , Defdc que la ouver citado, mc convém tambem ver a
Roma.
22 E enviando a Macedonia dous daquelles quc lhe afliftiaó, [ <i
faber^ a Timotheo, c a Erafto, fe ficou ellc por algum tempo em
Áfia.
2 3 Entonçes houve hum alvoroço naõ pequeno acerca do camin
ho^0 Senhor.
24 Porque hum çerto ourivez da pníta, chamado Demetno, que
de prata fazia templos de Diana , dáva a os Artifcçes delles naõ pou-
cagaímpa. cg avcnjo juntado os officiaes de femelhante offi-
çio , diflè: Varoens, ja fabeis , que defte offiçio tiramos toda nofla
ganancia.
26 E bem vedes, e ouvis, que efte Paulo , naõ fomente em
Ephefo, mas-tambem ainda até em quafi toda Afia, com fuas perfua-
foens tem apartado huá grande multidão , dizendo , que naõ faõ
Deufes os que íè fazem com as maós.
27 E naõ fomente ha perigo de que ifto fe nos torne cm defprc-
zo, porem tambem ainda, que até o mefmo templo da grande Dcu-
fa Diana ícja eftimado em nida; c que íúa Mageltadc a quem toda
a Afia, e o mundo [ univerfo~\ adora, venha a fdr dcftruida.
28 Ouvidas eftas coufas, enchéraõ fé de ira ,j e déraõ gritos , di
zendo, Grande he a Diana dos Ephefios.
29 E toda a çidade fc cnchco de confuíâõ, e unanimes arrcmctc-
raõ a o theatro , arrebatando a Gaio, e a Ariftarcho, Maccdonios,
companheiros de Paulo.
30 E querendo Paulo fair a o povo, os difcipulos onaõdeixáraõ.
31 Tambem alguns dos prinçipacs dcAfia, que eraó feus ami
gos, cnviáraõlaelle, rogando lhe, quenaõfcaprcfentaílè no Theatro.
32 E outros gritávaõ de outra maneira; porque o ájuntttmcnto cra
coíifufo; e os mais naõ íabiaõporque íè aviaõ ajuntado.
r Nn 2 33 E
186 ACTOS DOS
3 3 E tiráraõ d’entre a multidão a Alexandre-, rempuxando o os '
Judeos: err.onçes Alexandre açcnando com a maó, queria dar razaõ
a o povo. '
34 Porem entendendo que erajudeo, levantouíè huã voz de
todos, gritando por quaíi eípaço de duas horas , grande he a Diana
dos Epheíios.
3 5 Entonçcs o eferivaõ apaziguando as companhas, diílè: Varoens
Epheíios, quem dos homes ha que naõ faiba , que a çidade dos E-
phcíios hc guardadora do templo da grandeDeuíàDiana, c^diurax-
aem J que do Ceo dcíçcndcu.'
3 6 Afli que pois ifto naõ pode fer contradito, convém que vos
apazigueis, c que nada temevariamente focara.
37 Pois trouxéftes [agnij a eftes homens, naõ fendo porem íà-
crilcgos, nem blasfemadores dc voflã Dcuíã.
38 Que fe Demctrio, e os officiaes que com elle eftáõ, com al
guém algum negoçio tem; Audiençias íc fazem, e Proconfulos ha,
accúfcmíe huns a os outros.
3 9 E fe coufa outra alguã demandara , cm legitimo ajuntamento
íè poderá' defpachar.
40 Que perigo ha de que por hoje, dc Sediçam naó fejamos ar
guidos : naó avendo caufa nenhuá porque dcfte confurfo alguã razaõ.
dar políamos. E avendo dito ifto, deípedio a õ ajuntamento.
Capitulo XX.
1 PrtrtZo com algrtns de jtjia fe parti pera Macedonia e Grécia. 7 Enfínando em Tro.it
no primeiro dos Sabados, e alargando 0 Scrmaõ ate a mrja noite, bum Eutycbo for
derribado do Joeto, e cabio abaixo morto, aquém Paulo refujeita. 1, Pittlo vin
do a - ’ ’ ’ ......
defpedida fat com elles oraçaõ, e 0 acompanbaõ com grande trifleza ate 0 navio.
Capitulo XXI.
I Paulo partindo fe tf ali vejo a Tfro. 4. 0; difçipulos diíem a elle que naõ fobiffe
a Jerufalem. f Partiofe d'ali a Ptolcmaà, e d'ali a Cefarea, aonde per alguns
dias fica em cafa de Philippe, cujas quatro filhas profetizavaõ. io ^rabolhe profe-
teta fua prtjai, mas elle, ainda que os irmaõs Ibe rogaõ , que naõ fobiffe a jertffa-
lem,foife conjtantemente para la. 18 Conta a Jacobo e a os Anciaõs 0 que Deuspor ’ ’
mejo delle fel., 10 Entra no templo com quatro varoens. 27 Aonde vindo 0 al
guns Judeos, alvoropaõ a « povo , e btifcai matalo. 31 Mas fendo livrado pelo Tri
buno e levado a 0 arrapal, acha licença de fallar a 0 povo.
Capitulo XXII.
1 Paul» Ja rata» diante do povo de como foi inflituido. 4 De como Zelou , e perfe- i
çhío os Chriflaõs. 6 De como foi chamado e convertido, de Jnanias informado»
'bautizado. 17 De como lhe Chrifto apareceo outravez no Templo, zz 0 que ouvin
do os Judeos levantara» a voz dizendo, naõ convém que viva. 24 Portffb 0 Tri
buno 0 manda amarrar e açoutar, zp Mas dizendo Paula fer elle cidadaõ Ro
mano aprefentáraõ 0 diante do Confelbo dos Judeos.
Capitulo XXIII.
Capitulo XXV.
1 Os judeos regao a Feflo qtte mttndaffe Paulo a feru/alcm fara no caminho 0 mata-
rf»i. 4 Mas Fefto querendo que perante elle comparecerem , 0 acufao com muita*
e graves acufaçoens > que nao podiaõ provar. 9 Paulo ouvindo que Fefto 0 queria
mandar a jcrufalem apela para Cefar. 1 3 El Rey Jgrippa e TScrnice vem n Cefa
rea, a os quaes 0 negocio de Paulo Fefto conta, n Jgrippa defejando de ouvir a
Paulo. 0 dia feguinte. 0 ouvi. 24 Fefto contando 0 que tiefle negocio de Paulo avia
fiíto. declara 0 por innocente.
Capitulo XXVI.
1 Paulo aebado licença pera fi defender, conta perante el Rey Agrippa , e todo a da
maii ajuntament», fua vida antes de fua converfaõ. 12 Sua converfaõ » vocaçaÕ
a 0 Àpojlolad», «9 E fua vida despois da fua converfaõ. 10 0 que fez., padece»
e enfmou. 14. <4 qual defenfaõ ouvindo Fefto,dtl que tresvalia, 0 que Paul» ne
ga, 17 Agrippaporpoucoficaperfuadido, a que fe faça Cbriflaõ. j* Todos julga»
que era innoctnte , e que bem fe podia foitar, fe a Cefar apellad» naõ ouvern.
Ca-
S. APOSTOLOS Cap. XX VIL
Capitulo XXVII.
i Paulo cam outros prefts foi levado pele CenturiaÕ Jtilio a Roma , » entrando com
tiles e Ariftarche em hui nao chegue a Sidon. 4 Avendo pajjitdo muitos
lugares, chegai a hum lugar , que fe chama os bons portos. 9 Aonde Paulo
da confelho a 0 CenturiaÕ de ficar por algum tempo por caufa da navegaçaõ pe-
rigofa, mas 0 CenturiaÕ dando mais credito a 0 meftre , e a 0 piloto , manda
partir, e vindo em grandifiimo perigo] ate lançarem da nao a armaçaõ : amoe-
fta os Paulo de ter bom animo, Jendolhe avifado pelo hum Anjo , que nenhuá
perda avera da vida de alguém. 29 Lançai da popa quatro anchorM. 30 Procu
rando os marinheiros fogir da nao com batel , impedi 0 Paulo. 3 3 Avendo elles
jejumado por muitos dias, exbortando Paulo, puferaõ fe a comer, e lançáraõo graõ
a 0 mar. 41 Perece a nao. 41 Os Joldados querem matara os prefos, mas 0 Cen
túrias 0 impedi, 0 manda cada hum que fe JalvaJJe em terra.
12 E
/
3°+ ACTOS DOS
11 E naõ fendo aquelle porto acomodado pera invernar , foraõ
os mais de p.-ueper de ainda d’ali paflàr, fe porventura pudeflèm to
mar a Phemx’, e invemarem ali: que he hú porto de Creta da banda
do vento Africo, e do Poente.
13 E ventando ia o íúl, c parecendo lhes que ja tenhaõoque dc-
fejavaõ, levantando as velas, fórao coftcando à Creta.
14 Porem naõ muito despois deu nella hum vento tcmpcftuoíò,
que íè chama Euroclydon.
15 E fendo anaodelle arrebatada, enaõ
to, dando dc maõ a tudo, nos deixamos ir a tóa.
16 E navegando pera huá pequena ilha , quc fe chama Clauda,
a penas pudemos ganhar o batel.
17 O qual tomado, ufáraõdosremediospofliveis, cingindo a nao;
e temendo darem á coftaemSyrtc b abaixadas as velas, nos deixamos
’afll ir a tóa.
18 E andando ja muy atormentados dc hua vehemente tempefta-
de, o dia feguinte aleviáraõ a nao.
19 E a o terceiro [ dia, ] nós mefmoscom noflàs próprias maós
lançamos d’a nao a armaçaõ.
20 E naõ aparecendo ainda íòl nem eftrellas , ja hia por muitos
dias, c fobrevindo J hua tempeftade naõ pequena , toda a eípe-
rançade a falvamento irmos totalmente fe hia perdendo.
21 E avendo ja muito que naó comíamos, entonçes pondoícPau
lo cm pc no meio delles, diílè: Mais conveniente ouvera fido, ova
roens, averme ouvido a my, c naõ aver partido de Creta, eevitar
efte inconveniente, eleita perdição.
2 2 Porem agora vos amoéfto quc tenhaes bom animo; porque nen
huá perda avera da vida de algum de vosoutros, fenaó fomente da
nao.
23 Porque ainda efta meíma noite efteve comigo o Anjo do Deus,
cujo íòu, eaqucmfirvo,
24 Dizendo Paulo, naõ temas: importa quc a Ccíàr fejas apre-
fentado : c ves aqui Deus te tem dado a todos quantos comti-
go navegaõ:
25 Portanto, o varoens, tende bom animo; porque em Deus con
fio, quc afli ha dc íèr, como a my me foi dito.
26 Porem he neccflàrio que vamos dar em huã ilha.
27 Vinda pois a catorzena noite, cindo nos afli, no mar Adriáti
co, andando dc huã para a outra banda á toa; Ia pela mea noite
S. APOSTOLOS. Cap. XXVII. joj
imagináraõ os marinheiros que chegavalhes alguã terra.
28 E lançando o prumo, acháraõ viftte braças; e paílàndo hum
pouco mais a diante, tomando a lançar o prumo , acháraõ quinze
Draças.
29 E temendo de ir dar cm alguns lugares aíperos, lànçáraõ da
popa quatro ancoras, defejando que ja fe fizeíle dia.
3 o Entonçes procurando os marinheiros fogir da nao , e lançan
do o batel a o mar, como que queriaõ larg,ar as ancoras da proa;
31 Diílè Paulo a o Centuriao , e a os Íòldados: Se eftes na nao
naõ ficarem, naó vos podeis vosoutros íàlvar.
3 2 Entonçes os íòldados cortáraõ os cabos do batel, e deixáraó 'o
cair.
3 3 E entre tanto que o dia vinha, exhortava Paulo á todos que
comeílèm alguã couíã, dizendo , Hoje he ja o catorzeno dia que
ainda eíperaes, c permaneçeis fem comer, naõ avendo nada pro
vado.
34 Por tanto amoefto vos que comaés alguã coufa, fe quer, por
voífa íàude, que né ainda hum cabello da cabeça de nenhum de vos
outros ha de cair.
3 5 E avendo dito ifto, e tomando o paó, deu graças a Deus em
prefença de todos: e partindo [Vj começou a comer.
3 6 Entonçes, tendo ja todos melhor animo , puftraõ fe tambem
a comer.
37 E éramos por todos, -nanao, duzentas e fetentá efeis almas.
■ 38 E abaftadosja com a comida, aleviáraõanao, lançando o graó
a o mar.
3 9 E como ja íè fizeíle dia, naó conhcçiaõ a terra : enxergáraõ
porem huã cnícada que tinha praija , na qual fóraõ de pareçer , íè
pudeílèm, de irem uar com a nao.
40 Poloque levantando as ancoras , deixáraó íè ir a o mar , lar
gando tambem as amarraduras dos lemes: c alçando a cevadeira a o
vento, hiaó íè a dar com figo na praija.
41 Dando porem em hum lugar de dous mares, deo a'nao a o
traves: e fixa a proa, ficou immovel, e a popafe abria com a força
das ondas.
42 Entonçes foraó os foldados de pareçer,quemataílèmaosprcíòs,
peraque nenhum fogiílè, efeapandoíe a nado.
43 Porem querendo o CenturiaÕ falvar a Paulo, eftorvou cftc
pareçer; c mandou que os que pudeífem nadar, fe lançallèm
ao mar
jotí ACTOSDOS
. a o mar os primeiros, c cm terra fe falvaflcm.
44 E o-.rie mais, parte «cm taboas, e parte cm coufas da nao. E
afli-acontcceo, que todos fe falváraó cm terra. ,
Capitulo XXVIII.
I Vinde Paul» t todos fulvos a Milcto, bumanamente os recebem es Barbaros. 3 Huá
bibora lhe acomete a maõ, 0 nao padecf nenhum mal. 7 Da faude a 0 Pae de
Publio, e tambem a futres muitas. 10 Par tres mefes fende ali boesradamente bef-
fedades, partiraõ fe a Italia, e chegáraõ a Rema. tó Aonde Paulo foi entregada
a 0 General dos exercitos , e com bum feldado guardada. 17 Convocando Paula a
os principaes dos Judeos, contalbes, porque prefo foi enviada a Roma. 11 Mae elles
naõ tendo aebade nenbuis nevas, querem ouvir, 0 que fintia da religiaõ. 23 0 que
faz Paulo , demoflrando afli pela Ley de Moyfes, como pelas Prephetas que Jefus era
0 Cbrijle. 24 A que alguns davaÕ credite, e alguns naõ. zç Os quaes com palavra
de Deus reprende, e prediz lhes que aviaõ de fer lançados fora , e os gentios toma
dos em feu lugar delles, 30 Paule fica ali dous annos livremente pregando e
Euangelho.
EPIS-
3°$
EPISTOLA
D O
APOSTOLO S. PAULO
AOS
ROMANOS.
Capitu.lo I.
■X Na começo defta carta fi declara quem he o efcrivaÕ ( a faber ) Paulo, o qual
fiu ojjicio, vocaçaõ, e a pejjoa de Cbriflo, brevementedefireve. 6 As pejfias aquaes
efireve , e fi delles louva. ç> Seu defejo de vir a elles, e de euangelizar a todos.
16 Propoem e demo/lra com fagrada Efcntura a verdadeira ju/lificaçai pela fe.
,8 Redarguindo a outros , demoftra que os gentios pela luz da natureza naõ po
dem fir jufl ficados diante de Deus. 19 Por via que encobrem efla luz , e a
fciencia de Deus defufam para idolatria. 24. Por sfi os entregou Deus em hum
porverfi fintido, e fi encberaõ de todas infamidades.
Capitulo II.
Pa,^a * efi,s 1ue cuidava! de fer inflas, porquanto taes infamidades nao
Deus eíl ”,a* ern antros as condenava». 3 E a eftes que da graça áe
fem mliU b‘nfoens temporaes. 5 Demolira 0 contrario, que Deus,
como <rentiaè° ‘ julgar a todos, conforme fuas obras, afi Judeos
ffS ^'t^eõs Pelit felencia da Ley, e enjina dos ignorantes,
s c"cuncifaõ, e outras prtrogativas externas. 28 Enfi
nando quaes fao os verdadeiros Judeos, e a verdadeira circuncifai. J
Capitulo III.
1 Moflrando 0 Apoflolo alguas prerogativas dos Judeos. 3 E refpondendo a algttãs
contrapojiçoens que fe podiaõ tirar de Jua doutrina precedente , demeflra com claros
teflemunbos d» Velho Teftamento, que bem dilia , que os Judeos tambem cemeterai
graves pecados centra a Lep de Deus. 10 Conclui por ijfo, que ninguém pode fer
juflificado pelas obras da Lep. 11 Mas da outra maneira, a Jaber, pela fé em Cbriflo
Jefu. 17 Por qual a gloriaçaõ be excluída, afii a os Judeos coma tambem a os
gentios,
Capitulo IV.
1 PrZ» exemplo de Abraham , de David , e com authoridade da Eferitura demoftra
0 Apoflole que a juflificaçaõ hepela fé. 9 Declara pela circunflancia do tempo, em que
Abraham recebeo 0 final da circuncifaõ , que naõ Jemente a os •judeos , mas tam
bem a OS gentios ajuflipaje imputa pela fe. >3 Demoflra 0 mefmo pela origem
(t,que Abrabamjtria herdeiro do mundo. 17 Defcreve afortaleza, e
as propriedades dafé de Abraham. 11E teftifica que pela eftá fé ajuftiça lhe foi impu
tada. ij E que amefma, conforme feu exemplo, a todos tambem fera imputada,
que pele Chrifto creem em Deus.
Ca-
A OS ROMANOS. Cap. V.
CaPJTVLoV.
I 0 Jprfhlo moflraos fruitos Ja juftiça da fi , a faber a paz pira cem Deus, a pa
ciência, a efperanpa, e a certeza de amor de D»#r. p Declara osfundamentos d'e-
fla efperartpa e certeza, a faber o tcflemunbo de Efpirito fanãe em noffos coraçocns,
e que Deuf per amer de nos , fende ainda inimigos, a Cbrijle entregou n'a morte.
9 Conclui diflo que a mtjlcr peis nos eflar certos da neffd perfeverancia , e gloria-
(aí em Deus, n Faz buâ contrapofifaí cem Jdame Cbriflor e declara que co
mo pela tranfgrejjaõ de -ddam o pecado , e a morte vejo fobre todos os homens , afli
tambem pela obedicncia de Cbriflo, vira fobre muitos a juftiça e a vida. 20 -dfim
declara porque a Ley bt dada.
1 C endo pois juftificados pela fé , tómos paz pera com Deus por
noflò Senhor Jefu Chrifto.
2 Pelo qual tambem tdmos entrada pela fé a éfta graça, em a
qual cftámos, e nos gloriamos na eíperança da gloria de Deus.
3 E naõ fomente [_ ijlo,J mas tambem nos gloriamos n’as tribula
ções; fabendo que a tribulaçaó » produz paçiençia. a Ou Q,
4 E a paçiençia, expenençia, c a expenençia eíperança.
j E a eíperança b naõ confunde, porquanto cf amor de Deus eftá|, o N -
derramado em noflòs coraçoés pelo Efpirito íànóto que nos foi dado.ew,L#X;
6 Porque Chrifto, eftando nos ainda bem fracos, morréo a feu *
tempo polos impios.
7 Porque apenas morrerá alguem pòr hum jufto: c porque poloe Ou, tá*
bom poderá fer que alguem oulará tambem morrer. tambípode-
8 Mas Deus encarcçe fua charidade pera com nofco, queChriftor'"tf,r’iue
morreo por nós, fendo nós ainda pecadores. fari^m^er
9 Logo muito mais-agora , fendo juftificados em feu íãnguc, fe-por algum
remos por elle íãlvos da ira. bemfaujo,
ío Porque fc fendo nos ainda inimigos , fomos reconçiliados com
Deus pela morte de feu Filho, muito mais fendo ja reconciliados, fe-
remos falvos por fua vida.
11 E naó fomente J Mas tambem nos gloriamos em Deus
(>or noflò Snor Jefu Chrifto : pelo qual alcançamos agora a rcconçi-
iaçaó.
ti Polo que, afli como por hum homé entrou o pecado no mun
do, e pefo pecado a morte, e afli a morte paífóu a todos os homés,
cm quem todos pecáraó. ’
i ] Porque ate a Ley, eftava 0 pecado no mundo: ára o pecado naõ
he imputado, naõ avendo Ley,
Rr a 14 Mas
3i8 ' EPISTOLA DE S. PAULO
14 Mas a morte reinou defde Adam até Moyfes, atéíòbreaqucl-
les que naç-jwecáraó á maneira da tranígreflàra de Adam;: o qual he
figura daquelle que avia de vir.
15 Mas naó he o dom gratuito como aoficnfa: porqtie fe pela of-
fenfa dc hum f/oj morrerão muitos, muito mais a graça de Deus,
c a doaçaõ pela graça , de hum [fo] homem Jeíu Chrifto, abun-
■ dou fobre muitos.
16 E naó hc 0 dom como £ a culpa que cra~] por hum que pecou:
dOu>o</<wí. porque a culpa hc de huá fó [pffcnfa J pera condenaçaó: Mas ad gra
ça he de muitas oftenfas pera juftificaçaõ.
17 Porque fe pela oftenía de hum , reinou por hum a morte;
muito mais os que reçebem a abundançia da graça , e do dom da
juftiça, rcinaráó em vida por cftc hum ío [a faber^\ Jcfu Chrifto.
18 Afli que como por huá oftenía £ veio a culpa J fobre todos
os homens pera condenaçaó, afli tambem por huá fó juftiça,[veio
a graça. ] fobre todos os homens para juftificaçaõ de vida.
19 Porque afli como pela delobediençia ddftc hum fó homem,
muitos fóram feitos pecadores; afli pela obediençiadehumío, mui-
tos ferám feitos juftos.
dijfo\nrou 20 P°rclP e íòbreveio a Ley, peraquea oftcníàfabundaflc: Mas
fOu,cwe/i aonde o pecado abundou, ? abundou mais a graça.
fe- 21 Peraque afli como o pecado reinou pera morte , yifij reinaflè
gou,sobre-tambem a graça por juftiça pera vida eterna, por JcfuChrifto Scn-
hor noflò.
irafa' Capitulo VI.
I D'aqui por diante enjlna Paulo, mie os juftificados pela fè , tambem pela morte e
refurreiçao de Chrifto ficaõ renovados e fanãificados, demofhatido aquillo pelo bau-
tifmo. f E que fomos tinidos com Cbrifto. Peftifica adiante , que como o Chri
fto nao mais , que huá vèt morreo, e pera fempre vive na gloria , nos tambem
crendo, morremos a o pecado pera adiante fanãamente viver. i z Exborta por
ifto, que o pecado fe nao enfenhoree fobre nos , mas nos fobre o pecado , decla
rando que afi convém a os juftificados e livrados. 21 E mais quando confdéramos
♦ fruito de pecado, que hea morte, eofimda fanãificaçaõ, que he a vida eterna,
de graça a nos dada.
Capitulo VII.
1 0 Apoftolo avendo declarado no capitulo pajjado que 0 pecado fe nao mais Ohfenbo-
reaffofobre osfieis comofobre os que faõ debaixodaLey, 0 mefmo agora demoftra com ex
emplo da hui mulher, que pela morte do maridofica livre de feu Senhorio, aplicando
0, a ps regenitos. 7 Enfina porque fim [èrvi a Ley , o demoftra que a Ley naõ he
caufa do pecado em os irrigenitos , aindaque 0 pecado fe enfenhorea fobre elles
pela Ley. 14. Defcreve depois a batalha , que he entre a carne 0 0 efpirito, o
moflra 0 poder que 0 refto da carne .ainda tem contra 0 efpirito em osfieis. 14, Con
clui efta declarapao com hui querela, edefejo de Jer totalmente livre defta batalha,
dando graças a Deus por Itvrafaõ ja feita. #
Ca-
A OS ROMANOS. Cap. IX. 325
Capitulo IX.
T Testifica » Apostolo fua grande tristeza fobre dcfobedieucia e durei, a dos Judeos.
4 E cousa 1ts frcrogasiv.is que Deus lhes uo velho Teftameisso deu. 6 Mo fira queat
prome/fas uaõ Je estjraqtttfem , forque faõ festas naõ a os filhos da carue, mas a os
da promejfa, afiber, a oselcssos, com exemplo de Ifmael e Ifastc. 10 Depois com
exemplo de Efau e Jacob. 14 Demoftra que Deste he jufto , feja que elegi a hum e
regesta a ousro, pelo exemplo de Moyjes e PharM. 19 Reffonde a alguas contrapo-
Jtçoens carnaes, e moftra 0poder de Desce nijfo, com exemplo de hum ollesro. 24 Declara que
Deus tambem chama a eftes elessos ejjicazmeuse, afii dos Judeos como prsacipal-
tneuse dos geutsos. 0 q ue demoftra com vários teftemnuhos dos Prophesas. joaí-
fim , da razaõ porque os geussos a juftiça pelo Chrifto alcauçiraõ: mas major parte
de Ifrael uaõ.
Capitulo X.
1 Depois de teflificar ftea boa aJfeipaÕ , trata o dpoflolo mais largamente acerca da
próxima catefa da defobediência dos "judeos. j Faz com palavra de Moyfes hnâdif-
ferenpa entre a juflifa da .Ley e a juftipa, da fé , e defereve ambas com fuas pro
priedades. 11 Declara que Deus agora no todo mundo chama, afi a os judeos
como a os gentios, pela pregapao do Euangelho. 16 Mas que conforme as Prophecias
os judeos ficM dejòbedientes, e os gentios obedecem a efta vocapaõ.
Capitulo XI.
1 Enfina 0 jdpoflolocomjuo exemplo que efte tngeifamentt naõ he detodos es Judea!
2 Como tambem com a immutavel eleição de Deus , c cem exemplo de tempo de
'Elias, 5 Mas que a falvaçaõ he pela graça , e naõ pelas obras, e que outros pela
fua defobedtencia perecem. t O que demojlra com Eícritura. 11 Donde exborta»
os gentios a que naõ prefumaÕ centra os Judeos cabidos por fua defobediência, pois
elles tambem por fua infidelidade poderiaõ ainda vira cair, xp a efle fim defeubri
0 Jègredo da converfaõ dos Judeos. 29 O que confirma com Efcrttura.e com amor
que Deus ainda tem para com elles, por caufa dos paes. 33 a fim fe efpanta de
profunda jabedoria de Deus, pela qual obra a falvaçaõ dos homens. $6 Cujo começo
acrecentamento, efim, a foDeus feattribue. , ’
iOu,penfa-
minhos!
imntf.
34 Porque quem entendebo ' intento do Senhor? ou quem foi íèu
confclhciro?
35 Ou quem hc, o que lhe deu a elle primeiro, e ferlhe ha
, tornàdo ?
3<> Porque d’ellc, e por elle, c pera elle fam todas as couíàs: A
elle [feja] a gloria etemamente. Amen.
Ca-
A OS ROMANOS: Cap. XII. Hl
mos ofereçamos a Deus-, e naõ nos conformemos com eflemundo. 3 Depois cm par
ticular amoejla os que fcrviaõ n'a Igreja , e tinbaÕ dons particulares , que delles
tifajjcm para major edificaçaõ da Igreja, fem alçii prefunpaõ. 6 Afi os Doutores
da palavra, como os Anciaós e Diáconos, 9 Diverjas amoejlaçocns para qualquer
-virtudes Chriftaãs, quaes todas conta,
1 I? °S° vos P°ís’j irmaós, pelasmiíèricordias de Deus, que apre-
fenteis voílòs corpos cm facrificio vivo, fancto [ e J agradavcl
a Deus, \_que hc} voflò culto raçional.
2 E naó vos conformeis com efte mundo, mas reformac vos pe
la renovaçaõ dc voflò animo, peraque experimenteis qual feja a boa,
e agradavcl, c perfeita vontade de Deus.
3 Ora pela graça que me he dada digo a cada hum dc vosoutros,
quc ninguém íaibã mais do quc íàber convém : Mas que íaiba com
temperança , cada hum conforme a a medida de fé que Deus lhe
tem repartido.
4 Porque afli como cm hum fó corpo temos muitos membros, e
todos os membros nam tem huá mcfma operaçaó:
< Afli muitos fomos hum fó corpo cm Chrifto :a Mas cada qual n ,,
membros huns dos outros
6 Dcinodo que tendo differentes dons, fegundo a graça que nos J'eu lugar
hedáda. membros
^[Empregímospois ijlos dons} feja propheçia,fegundo a b analogia da
fé: Seja minifterio em adminiftrar: Seja que alguem enfine, em enfinar. bOu.k^,
8 Seja que alguem exhorte, cm exhortar: Seja que alguem repar- ou propor-
ta, em fimpliçidade': Seja quc alguem prefida,c com cuidado: Seja fa0-
quc alguem excrçite miícricordia,d com alegria. Cdo/am"íte‘>~
9 O amor feja fem fingimento. Aborrecendo o mal, achegando- aou Ale
VOS a o bem grfm’nte '
10 Tende huns pera com os outros cordial charidadc com frater
nal amor: PrevcnindoVos com honra huns a os outros,
11 No cuidado naõ lêjaes perguiçoíòs: Sede ardentes cm Eípiri
to : Servi a o Senhor.
12 Sede gozofos na eíperança : Píçicntes na tribulaçaõ : Pcríè-
verantes na oraçaõ:
Tt
l
332 EPISTOLA DE S. PAULO
Bendizei aos que vos pcrfcguem : bendizei, c naõ maldigaes.
14
Aleg.,’ hevos com os que fc alegram: c chorác com os que chó-
J5
raõ.
16 Tcnde hum mefmo íèntimcnto huns pera com os outros. Naó
£Ou, Defe- f affe<Steis coufas altivas : Mas acomodacvos a as baixas: Naó fejaes
yw. fabios cm vos meíinos.
17 Naó torneis a ninguém mal porifí^^gcuracas couíàs hone-
ftas diante de todos os homes.
18 Sc poffivel fór, quanto em vos TOrténdc paz com todos os
homens.
19 Nam vos vingueis a vos meíinos,. meus amados, antesdaelu
gar a a ira, porque efcrito eftá: Minha a vingança: cu o pa
garei', diz o Senhor.
20 Por tanto fe teu inimigo tiver fome, dalhe dc comer: fctiver
fóie, dalhe de bcbCr: Porque fazendo ifto, brafas de fogo lhe amon
toaras fobre a cabeça.
g Ou, Sejas
21 Naó s te deixes vcnçér do mal: Mas vençe a o mal com o
vencido d» bem.
mal.
Capituio XIII.
z [Porque] hum crc que dc tudo fc pode comer, c o outro, que “'
he c enfermo, comed ortaliças. c Ou, Fraco.
come, naó julgue a o que come: Porque Deus o tomoucpara fi. cargo.
4 Tu quem es, que julgas a o fervo alhcyo ? para feu proprio
Tt 2 Senhor
334 EPISTOLA DE S. PAULO
Senhor eftá empe, ou cae : Mas affirmaríèha ■, porque poderofo hc
Deus pera J -l- afti rmar.
5 O hum eftima £ hum J dia mais que [ outro, J mas o outro
£Ou, Certo, eftima todos os diás [ iguaes. J Cadahum efteja f íeguro em feu
animo.
6 Aquelle que faz cafo do dia, falo pera o Senhor; e o que naõ
faz calo do dia, naó £ o ] faz pera o Senhor. O que come , come
pera o Senhor, porque da graças a Deus : E o que naó come, naõ
come pera o Snor, e da graças a Deus.
7 Porque nenhum dc nos vive pera fi: E nenhú morre pera fi.
8 Porque íeja que vivamos, pera o Senhor vivemos: Ou fejaque
morramos, pera o Snor morremos. Aífique feja que vivamos, iéja
que morramos, do Senhor fomos.
9 Porque pera ifto morreo Chrifto , c rcfuícitou, c tornou a vi
ver : Peraque tenha fenhorio , afti fobre os mortos, como fobre os
vivos.
1 o Mas tu, porque julgas a teu irmaó ? Ou tu tambem, porque
deíprezas a teu irmaó ? Porque todos avemos dc apareçer perante o
Tribunal dc Chrifto.
11 Porque eforito eftá: Vivo cu, diz o Senhor, que todójuclho
fc ^obrará diante de my: E toda lingoa confcflàrá a Deus.
12 Demaneira que cada hum dc nos dará conta de fi a Deus.
13 Afli que naõ julguemos mais huns a os outros: Mas julgae an
tes, que naõ ponhaes algum tropeço, ou cfcandalo a o irmaó.
x 14 Eu fei e çerto cftóu no Senhor Jeíus, que nenhuá couíã de fi
mcfma he immunda, fenaó para aquelle que alguã couíã eftima fer
immunda, para cílè he immunda.
15 Mas íe teu irmaó íê contrifta por amor da comida, ja naó an
das conforme a a charidade : Naó deftruas com tua comida aqucl-
lc porquem Chrifto morreo.,
16 Portanto naó íeja voflò bem blaíphcmado.
17 Porque o Reyno dc Deus naó hc comida , jicm bebida ; íê-
naó juftiça, c paz, c gozo pelo Efpirito íànóbo.
Porque quem nifto ferve a Chrifto, agrada a Deus, eheaçci-
to aos homens.
19 Profigamos pois as couíàs que"[fiw J da paz, c dc edificaçaõ
dos huns pera com os outros.
2 o Naõ deftruas a obra dc Deus por amor da comida, verdade he que
todas a> coufas fam limpas, mas mao hepara o homem que come com
efcandalo. 21 Bom
A OS ROMANOS. Cap. XV.
21 Bom hc naõ comer carne, c naõ beber vinho, nem [fcoufa
alguma ] cm que teu irmaõ tropeçe , ou lê cícandalizè ou íc en
fraqueça.
22 'Tens tu fé? tem cm ty meíino diante dc Deus: Bemaven
turado aquelle quc fi meíino, cm o que aprova, íc naõ julga. •
23 Mas o que tem eícrupulo, fe come, ja eftá condenado, por
que naõ [come J por fé: Ora tudo o que naó he dc fé, he pecado.
Capitulo XV.
Capítulo XVI.
i Lhes encomenda a Phebe. j Sauda a alguns principaes irmaõs e irmaas defla Igre
ja, louvando piedade d’elles. ~ 17 Os amoefta aguardar fe dos que fazem diflen-
foês e efeandaios, e que fejaÕ prudentes. 10 Prometendo que Deus quebrantara
fefto a fatanas debaixo dejeuspees. u Sauda a Igreja por nome de alguns irmaõs,
que eftavaõ com elle, 24 Afim conclui efta carta com hum defejo , » louvor a
Deus por abundante revelaçaõ do Euangelho. •
PRIMEI RÃ EPISTOLA
D O
APOSTOLO S. PAULO
AOS
c O R I N T H I O S.
Capitulo I.
1 intreduçaõ que chega ate 0 io verfo puem no principio 0 .Apoftolo feu nome,
fendo eferevedor d'efta carta, e 0 nomem daquelle aqttem efereve, com as coíluma-
das Apoflolicas faudaçoens- 4 Da graças a $us pelas merces a efta Igreja dadas.
8 £ ajjigura da fieldade de Chrifto, 0 fie comprira fua comejjada obra, ro £
declara como entendeu, que avia contendas entre elles , e que httms diziaó eu
Jeu de Paulo , e 0 outro eu fou de Ccpbas. 1 J Por ijjb os reprende com diverfas
razoens, e declara que em nome de Chrifto fomente feraÕ bautizados cm final da
untao. 18 Defpois trata contra aquelles que gloriavaõ na eloqsiertcia do mundo, o
declara que por efla Deus naõ foi efticaz, mas por fingela pregaçaò do Chrifto cru
cificado. 16 E que efta efficacia fe manifeftou em arrependimento, nao dos muitos
fabios , nem fortes :mas dosloiiquos e fraquos dcfte mundo. ítf ' Peraque naõ fe
gloriájjem em fi mefmos , m.ss em Chrifto, no quem tenhaõ todo oque he neceíTario
pela falvaçaõ. •"
Ca-
A OS CORINTHIO & Cap.HL 343
•'_> Capitulo III.
l Ai o Jpo/lolo outras ratoens porque Ibes predicou o Euangelho com toda fingelex.»
a Mer polo pouco entendimento delles, e poliu carnaes contendas. y Da dignida
de dos minifiros > e de‘como o louvor da fua obra amifler attribuir , naõ aos que
pranti, nem a os que regam fcnaõ a Deus que da o crecimento. to Que o ojficio
delles he, edificar fobre Chrifto o fundamento naõ madeira, feno, palha mas ouro ,
prata e pedras preciofas. 13 £ que a obra de cadabum por fogo fera provada, e
que receberão galardaõ conforme je achar. 16 Que naõ fe profane 0 Templo de Deus
pelas dijfenpoens. 18 Porque a Jabedoria defte mundo he louquice diante de Deus.
21 Peloque ninguém fe glorie nos homens, porem que fomos de Chrifio.
Capitulo IV.
I Da eflima dos minifiros da Igreja, e que delles fe requere. 3 Edima muy pouco
0 dos homens , e moflra por feu exemple que principalmente daram conta a
Deus de feu minifterio. 6 Amoeda naõ fomente os minifiros • porem tambem todos
es fieis que naõ preftmaõ de fi mefmos. 7 Por tarefa que elles naõ fe dijeernem a
ff porem Deus polos feus dons. 8 Poem huma diferença entre fuas prefumpoens,
e entre 0 miferavel efiado dos derradeiros Apofiolos nifto mundo. 14 Peraque por
efia comparapaã tiveflem de fi mefmos menor prefumpaõ. 17 Por efia caufa man
dou a Timotheo. 18 Redargui a foberba eameapa os com fua vinda, 10 Peraque
deprefa a fafiajfem do mal e fe livrem do cafiigo.
Capitulo V. "
i Fliy profegulndo o Apofiolo e rnoftra peLu falt.es que ainda fe acbavaõ na Igreja
dos Corinthios,que tinhaõ major rataã de fe humilhar, que de je foherbeçer, e pri
meiramente por via que fuffriaõ hum efcandolofo entre elles. z -4moefta os, que o
, tal tirajjem domeyo delles, e entregajjem a fatanac. 6 Pera o que trai. diverfisra-
X_oens,e em particular tirada do formento, o qual no TeflamentoVelhodeviaõalirn- -
par na celebraçaõ da Pafcboa. 9 Despois enfina largamente contra qnaes pefftoas
aviaõ de executar e(la dijeiplina Ecclejiaftica, i t jt faber contra aquelles que fe
cbamaõ irmaós, e davaõ tal efcandalo. i z Deixando a os que eftavaó fora da.
Igreja pera juito de Deus,
1 0 Apoflolo redargui outras faltas dos Corinthios, a primeira que as demajtdas fo-^
bre coajas d'efle mundo naõ ajurlavaõ entre Ji cm caridade : mas antes trabiaS
diante dos infiéis jnist.es. 2 Prova qt:e 0 tal jeito a os fieis tiaõ convenha porquanto
ellesjulgaram a 0 mundo, e a os Anjos. 7 Despois moflra a origem das tais de
mandas , a faber, a falta da caridade, paciência e jujlifa. 9 Protejia nue os in-
juslos naõ ham de herdar 0 Reyno dos Ceos. 1 1 fique lhes era indecente igualar fe com
os injtiflos porquanto pelo E,'pinto de Deus foffem livrados do Domínio dos pecados.
12 Redargui outra falta, a /libero abafo dos manjares, e principalmenteo adultério.
1 r Despois prova com muytas razoens Tomo inconveniente fio he pera os Chnftaos._
10 Cujos corpos faõ templo do Efpirito fanllo, e caros comprados, porque raZao
devem glorificar a Deus em corpo e em Efpirito.
Xx 3 Ca-
351 I. EPISTOLA DE S. PAULO
fit Capitulo VIII.
1 Tocante a as coufas facrificadas a os idelss , enfina'o Jpoftolo que naõbafta que
jabemos que o ídolo naõ he nada, f E que naõ temosmais que hum fò e
hum fò Senhor 7 Porquanto que ay muptos fracos que fe ejcandalizeriaõ de ta!
obra, 1 o E fegundo 0 exemplo delles tomariaò .» liberdade pera 0 faw com ma.i
confidencia , e fe perder, t z Declara que afi contra Chrijlo pecaõ. 1 3 Poloque por
ufo das comidas naõ convém a ninh.im efcandalitar fcu irmaõ.
C A-
A OS CORINT BIOS. Cap. X. 3 jy
Capitulo X.
1 Declara » dpoftolo que todos os ifrailitM foram biuttizados na nuvem, e no mar'
3 £ que todos de hum mefmo manjar efpiritual comeram , e de hum mefmo be
ber efpiritual beberam, p Mas com tudo de Deus foraõ caftigades. 7 Pm quando
cometeram idellatría. 8 On fornicação. 9 £ quando atentaraõ aCbrifto. 10 Ou
contra elle murmttráraõ. 11 Protefta que eftas coufas fervem pera nojfo avifo,
pera naõ cometer femelhantes pecados. 13 Promete ajuda de Deus nas tentaçoetis,
e a boa fayda. tq Por quanto pelottfo da fanila Cea tem comnnbam do corpo, t
do fãngue de Chrifto, mas pela idollatria tem comttnham com os diabos.de cujas
tnefas por ijfo amifter que fe afaftem. iz E de baixo de nenhuma capa irritar a
Deus nem dar efcandalo a 0 proximo. zp Com tudo permite fem inqtterir, que
comaÕ de tudo 0 qUe fe vende na carniçaria. 27 £ fendo convidados do infiel qtte
comeriaõ 0 que felhes pufer diante, fora que fc algum de a faber. 31 Conclui com
htsma utiiverfal amoeftaçaÕ pera tudo fai.tr pera honra de Deus , e edificação do
proximo.
Capitulo XII.
1 Wiflo capitula moflra a apoftolo bum caminha mais excelente , cama prometeu,
enjinando que a caridade be mais excelente dam, qual cedes devem procurar, epro
ba que outros dons, fora da caridade, naõ faõ nada. 4 E louva 0 amor por fua ex-
celencia e obras. 8 E que a caridade nunca fe perdera , e quanto as outras dadi
vas, cejfaráô. 9 Por quanto ftefla vida nao faõ perfeitas. 10 0 que declara por
duas comparapoês. 13 Derradeiramente por via que a caridade be major do que
afeeea efperanpa.
Capitulo XIV.
i Enfina o Jpoflolo os que procttraõ os donl efpirituaes, que fobre tudo devem procu
rar a profecia, p Nem porem ai lingoas eflranhas naõ faõ para defprezar, mas
amifler que fe interprete. 7 O que proba com a comparaçaÕ da frauta , viola 0
trombeta. 10 E moflra que be contra natureza, e como fe fallajfemos cem 0 Bar
bara. 13 Enfina que orimos naõ fò com 0 efpirito , mas tambem com 0 entendi
mento. 16 D'outra maneira aquelle que naõ entende lingoa eflratiha naõ poder»
dizer amen fobre tal oraçaõ. 18 0 qtte affirma com feu proprio exemplo pera 0 fe-
guir. xj Enjtna que caujaria efearneo fe todos faliem lingoas eflranhas , mas fe
ria por edificaçaõ dalgreja fe todos profetizarem. x6 Propoem algumas regras para
Jeguir no tifo dos extraordinários dons, a faber, que tudo fe faça para edificaçaõ.
27 Em qttando algum falia lingoa eflranha, aja bum que a interprete. 29 Que
a profecia Je faça a revezes. 32 E que outros Prophetas diflo julgem. 34 Que as
mulheres calem fe nas Igrejas, yj Que eflasfuas ordenaçoens fam mandamentos do
Senhor. 40 /fim que tudo fefaça decentemente e com ordem.
t O Apoftolo prava a refurreiçaò dos mortos f eia refurreiçaò de Chrifto. 4 0 qual foi
vifto do Pedro. 6 E demais de quinhentos irmaõs. 7 De "jacobo e outros Apoftolos.
8 E de fi mefmo. 15 Conclui que d'outra maneira nem 0 Chrifto refufeitou. 14 O
qual prova fer falfo, por via que feria aniquilado teftemunho delloutros , os fun
damentos dafee Cbriftaá, e a tfperança dos Cbriftaõs. 21 Enfina que Chrifto re-
fufeitara es mortos. 29 Que d'outra maneira 0 bautifmo polos mortos fofte de bal
de. 30 Que os fieis e elle mefmo, tantos perigos de balde ouvejjem padecido, e que
os epicureos teriaÒ ratab, 37 Q»e os mortos refurgimõ com MmefmoS corpos, mao
com outras qualidades efpirituaes. 47 E que os fieis teraò corpos naó como Adam
tinha, mas como Chrifto 0 Senhor tem. pi Revela hum mpfterio.que.os vnios na
vinda de Chrifto naõ morreraõ, mas que feraõ[transformados. jq. E entonçes fera
tragada a morte em vittoria. 78 com hum» amoeftapaÒ a os Cennthios para per
manecer firmes na fee.
Capitulo XVI.
1 Dm colheitas pera es pobres fieis em "jerufalem. 5 Promete que vira por Macedonia,
e ficara com elles. 8 Da razaõ porque ficara em Ephefo ate o Pentecojle. ío En
comenda Timotbeo. 13 Ajunta univerfal amoeflapaõ para afirmeza nafite, e na
caridade. 19 Saúda a Igreja dos Corinthios da parte das IgrejM de Afia.
21 E os fauda de fua própria maõ. 22 Anuncia a todos a maldiçaõ que naõ
amaõ a 0 Chrifto.
SEGUNDA EPIS TO L A
D O
APOSTOLO S. PAULO
AOS
CORINTHIOS.
x Capitulo I.
I Despois da coflumada fuperfcripçaõ. 3 0 Paulo agradece a Deus por via da conjo-
laçaõ, a qual recebia em todos ajflipoens por Chrifto, a outros por exemplo. 8 Des-
fois conta qual grande tribulaçaõ em Ajia lhe acontcceo. 10 Da qual elle era li
vrado por orapoens delles. 1 z Protefla que em todaJinceridade no mundo, principal-
mente entre elles converfete. iq E que em toda Jinceridade queria vir a elles.
> 7 Seja que ainda naõ era vendo. 18 Uaõ porque jiea palavra para com elles foi
Ji , e naõ. 10 'Mas que tod.ee as promeffds de Deus no Chrifto fam Ji e amem.
21 E polo Efpirito fando em nos faõ confirmadas. 23 Protefla com juramento
que dilatou fua vinda por lhes tiaõ fer carga.
CapituloIV.
i "D cio que tendo éfte minifterio , fegundo a mifericordia que al-
cançado avemos, naõ defmayamos.
2 Mas antes renunçiamos as 1 eícondedalhas de vergonha, naõan-aou
dando com aftuçia, nem falfificando a palavra de Deus: Mas enco- dedeíroe de
mendando nos a toda coníçiençia humana diante dc Deus, pela mani- todahipocri-
fcftaçaó da verdade. z
3 Que íè noflò Euangelho eftá encuberto, para os que íè perdem
eftá encuberto.
4 Em os quaes o Deus d’éftc íèculo çegou os >> entendimentos b.®11 • Sen"
pfor Jd’os incrédulos, peraque lhes naó refplandeça o lume do Eu-*' •
angelho da gloria de Chrifto, que he a imagem de Deus.
$ Porque naó nos pregamos a nosmeímos, fenaó a Jeíu Chrifto,
o Senhor: E nosoutros que voflòs fervos [fomos ] por amor de Jefus.
6 Porque o Deus que difle que das trévas rcíplandcçeflè a luz,he
o que reíplandcçeo em noflòs coraçoés, pera illuminaçaõ do
conheçimento da c gloria de Deus em a façe de Jeíu Chrifto. c®a>
‘7 Porem temos éfte thefouro em vafos de barro , peraque a ex-r,iiade'
Çellençia da efficdçia íeja de Deus, e naõ de nosoutros.
8 Em tudo fomos atribulados, mas nam nos cftrcitamos: Duvi
damos, mas naõ deícíperamos.
9 Padecemos perfeguiçaõ, mas naó fomos defemparados: Somos
abatidos, mas naó perecemos.
ío Sempre por todas as partes trazemos a mortificaçãodo Senhor
Jefus no corpo , peraque tambem a vida dc Jcfus cm noflòs corpos
feja manifeftáda.
11 Porque fempre nos, os que vivemos, fomos por amor de Jefus en
tregues a a morte , peraque tambem a vida de Jcfus fe manifcfte em
noíla carne mortal.
Aaa 3 iz Dc>
II. EPISTOLA DE S. PAULO
ii Dc nyncira quc a morte obra em nosoutros, c cm vosoutros
a vida. *’■
13 Mas porque temos o meíino Eípirito de fc, conforme ao que
eftá eícrito: Cn, por iílò fallci; nosoutros tambem cremos, poriflò
tambem falíamos.
14 Eftando çertos que o que a o Senhor Jefus refufçitou, nosre-
*. fuíçitará tambem por J cíus a nosoutros; e nos Q <nhiJ porá com voíco.
15 Porque todas ditas couíãs íãm por amor dc vosoutros, pera
que a copiofiflima.graça abunde pera gloria dc Deus, pelo faziraen-
to de graças de muitos.
16 Portanto naó dcíinayamos : Antes aindaque noflò homem ex
terior dfteja corrompido , todavia o interior' fe renova de dia cm
dia.
17 Porque a leve c momentânea noflã tribulaçaó, produz a nos
hum pelo eterno de gloria exçclentiflima. .
18 Naõ atentando para as coufas vifiveis, fenaó para as invifiveis:
Porque as coufas viíiveis íàó temporaes: mas as invifiveis íãm etemaes.
Capitulo V.
1 0 Jpoflolo profegtse moflrar a efperanpa de falvaçaõ , pela qual fomos certas fe esle
corpo, 0 qual he bum terrefire tabernáculo, fe desfizer, que temos hum eterno edifi-
cio nos Ceos. 4 Defejamos pelo com iflo ferem reveflidos. 6 For quanto, fendo nefle
corpo paffagetros, fiamos atifentes do Senhor. 9 Feloque cadaqual deve procurar
fer lhe agradavcl. 1 o Forque a todos nol be neceffario comparecer perante 0 Tribu
nal dc Cbriflo. jy Enfina que Cbriflo morreo e refufçitou , peraque todos vivaõ
pera aquelle. 1 6 pe maneira que d’aqui por diante a ninguém conhece fegundo a
carne. 17 Mas fegundo a nova criaçaõ de Deus cm Cbriflo- 19 Por ijfo Juõ elles
embaixadores, pera reconciliar os homens com Deus em Cbriflo.
Ca-
37» II. EPISTOLA DE S. PAULO
63 Capitulo VI.
i Paulo amoefla a os Corinthios, sj^o a graça de Deus, da qual cra embaixador, naí
ajaò recebido em vaõ. j £ conta como fielmente, atemeijo das tribulaçoens, cttm-
frio Jeu minifterio. 6 E com quaes virtudes e ejjicacias fua obra era acompanha
da. 11 Declara fita inclinaçaõ para com ellcs. i j £ pede a mefma em recom-
penfa. 14 Jmoefta os defe naõ ajuntar em jugo com os infiéis. 16 E naõ tercommtt-
. w/wpw com os idolos-, porque os fieis faõ templo de Deus. 17 Porem apartar fe
d'elles. 18 Por via que Deus lhes be for Pae, e elles lhe por filhos.
Capitulo VII.
3 Naõ digo, f ] b pera [vojfal condcnaçaõ: Porquê ja difle d’ãn- bOu, Pera
tes que eftiíes cm noílòs coraçocs, pera juntamente [_com nofcoj moi- vos cou citar
rer e viver. . ' „ .
4 Muyto atrevimento tenho pera com voíco; muytaglonaçao ten
ho dc vosoutros; chcyo cftóii dc coníõlaçaó ; íòbreabundo de gozo
cm todas noflàs tribulações. ’
5 Porque ainda quando a Macedonia viemos, nenhum repoufo
tive nofla carne: antes cm tudo fomos atribulados: combates por fo
ra, temores por dentro.
6 Mas Deus, que a os abatidos confóla, nos coníòlóu com avin
da dc Tito.
7 E naó fomente com fua vinda, mas tambem com a coníò-
Bbb
380 II. EPISTOLA DE S. PAULO
c Ou, De. laçaõ com eme foi confolado c cm vosoutros, contando nos voflò
°r°“’grande defcjS-J voflò chdro, d voflò zelo por mim, da maneira que
■ fei(T^ã
'comigo. 8 Porque aindaque por ciírta vos contriftei, naõ me arrependo':
Aindaque me pefou ; porque vejo quc aquella cárta, pofloquc por
pouco tempo, vos contriflou.
9 Agora folgo , naõ porque foftes contriftados, mas porque foftes
^endintciuo contr*^ados pera c emmcnda : Porque foftes contriftados fegundo
íOu,D#»«j Deus; dc maneira que naõ tendes padeçido nenhuá perda f por noflã
ou for nos. parte.
xo Porque a trifteza que he fegundo Deus, produzemmcndape
ra falvaçaõ , da qual naó ha arrependimento: Mas a trifteza d’dfte
mundo, produz morte.
11 Porque vedes aqui, ifto meíino , que iegundo Deus foftes
g Ou, Dili-contriftadOs, quantoS cuidado produzio em vosoutros? Antes defen-
pa> antcs indignaçaõ, antes temor, antes defejo, antes zelo, antes
vingança: Em tudo vosmoftraftespuros nVfte negoçio.
i z Aindaque vos eferevi, naõ- [ vos eferevi J por caufa do que
fez a injuria, nem por caufa do que apadecço, mas porque noflã di-
ligençia por.vosoutros, diante de Deus, vos fofle manifefto.
13 Portanto fomos coníòlados por voflã confolaçaó: porem muito
mais nos alegramos pola alegria de Tito , de quc .feu eípirito foi re
creado de todos vosoutros.
14 Porque fe em alguã couíã pera com elle dc vosoutros mc glo
riei , naó fiquei envergonhado : Antes como tudo vos tínhamos dito
com verdade , afli tambem noflã gloriaçaõ f gloriei "| nara
com Tito, fòi achada verdadeira.
hOu, Sua 13 E fuash entranhas eftáõ mais abundantes pera com voíco, quan
interior af- do fe lembra da obediençia de todos vosoutros: E de como o reçc-
beftes com temor e tremor.'
i Ou, Me
pojjb ajjegte- 16 Afli que me gozo dc que em tudo ’ eftóu confiado de vosou
rar de vos. tros.
Ca-
A OS CORINTHIOS. Cap. VIII. 381
Capitulo VIII. U
19 E naó fomente ifto, mas tambem foi efcolhido das Igrejas por
I Apoílolo teílifica que baftantemente era afigurado da inclinação dos Corinthios fe
ra recolher cila colheita. 3 Da razaõ porque enviou eftes irmãos , a faber , pera
nte efíeiiõ preftes em J'ua vinda. 6 Amotfta os a dar hbcralmente e voluntaria
mente com diverfas raZoens tomadas da benza Ò, amor e graça Jobre os que liberal
mente femeaõ. 11 muitos daraõ graças a Deus que defta liberalidade Jeram
participantes. 14 E a Deus por elles haõ de orar.
Capitulo X.
1 Paulo defende fita mtboridade contra os falfos Apofiolos que a calttmniavaÕ, di-
Undo, M cartas faõ graves, mas a prefonça fraca. 3 Trata do poder A00
ftohco , 0 qual Deus lhe tenha d-tdo pera Con/lrinftr os defobedientesna tareie
4 N<w peLts armas carnaes fenaõ efpirituaes podcrofds de parte de Deu. 8 O l
poder Ibe foi dado pera edificaçaõ, e naõ pera deftrttiçaõ. ío O qual naõ fomento
anfente por cart.ts, fenaõ tambem prejente pelas obras moflrara. 12. Ejfortelizado
com efte poder dilatou 0 ULuangelbo ate abi. 15- NaÕ aonde outros d’antes tralalhà-
raõ. 16 £ qtte ainda cuidava anunciar 0 Euangelho a os qtte maio alem d'elles
efíavaò. 17 Efte dizia naõ prezando fe afi mefmo entre elles, fenaõ fò a oraca
de Deus. J & t
1 A nignidade
d’lftovos rog° » cu mefino Paulo , pela manfidam e be
dc Chrifto , quc eftando prefente; fou cm verdade
a Ou,baixo. a ,----
pequeno entre vosoutros : Mas aufcntc íòu b confiado pera com
do, oh atre
vido. 2 Portanto peço que quando prefonte eftiver , naõ venha a for
c Ou, De atrevido com a confiança de que ouíãdamentc c fou eftimado uíàr
termino. com alguns, que nos tem como Ce andaflemos fegundoa carne-
3 Porque andando cm a carne, naómilitamos fegundo a carne.
4 Porque as armas da noflã miliçianaõ fam carnacs, fenaõ pode-
rofas por Deus pera deftruiçaõ dc fortalezas. r
, r DcíJrujpdo confelhçs c toda alteza quc fc levanta contra a
àOudevan- fcicncia de Deus: E caw*í«a» em obediência dcChrifto atodacn-
tôio^enfs- tcndimcnto-
mento a a 6 £ tendo preftes a vingança contra toda dcfobcdicnçia, quando
obediência J‘l v°ha obcdicnçia for cumprida.
de Chrifto.• 7 Atcntacs vos para as couíãs fegundo a aparcnçia ? íc alguem cm
fi mefmo confia quc dc Chijíto he , penfo a tal outra vez ifto cm íT
meíino, que afli como ellc de Chrifto hc,afli fomos nos tambem dc Chrí
_____ jn-
fto. 8 Por-
A OS CORINTHIOS., Cap. XI. 3S5
8 Porque fc cu tambem me quifer ainda gloriar dc noflà potcnçia,
a qual o Senhor nos deu pera cdificaçaõ , e naó pera v\sflà dcftruy-
çaõ, naó mc envergonharei:
9 Peraque naó pareça que vos quero cípantar por cartas.
10 Porque as cartas1 Q diz.em ] íàm em verdade graves c fortes:
Mas‘a preícnça corporal he fráca, e a palavra desprezível.
11 Ifto penfe o tal, que quaes fomos cm a palavra por cartas au-
fentes, taes fomos tambem na obra prefentes.
12 Porque naó ouíàmos a nos entremeter , ou comparar com
alguns que fc louvam a fi mefmos: Mas naó entendem que com fi
go mefmos fc midem, e a fi mefmos fe compàraõ.
15 Mas nos naó gloriaremos fóra de medidà : Senaó que confor
me a a medida da regra, a qual medida Deus nos repartio , tambem
avemos chegado até vosoutros.
14 Porque naó nos cftendcmos a nos mefmos mais do que con
vém, como fe até vosoutros naó ouvéramos chegado: Pois tambem
até vosoutros avemos chegado cm o Euangelho de Chrifto.
1 $ Naó nos gloriando fora dc medida em trabalhos alheios : An
tes tendo efpcrança, * que vindo voflà fé a creccr cm vos , feremos cOa>Dl)cn,
largamente engrandeçidos conforme á noflà regra: cimento de'
16 Pera anunçiar oEuangelho nos [ lugares'} f que mais alcmdc
vosoutros eftáõ: É naõ nos gloriar em regia dc outro nas coufas que/^ww-
ja aparelhadas eftaó. fOu, £>vj?e
17 Mas o que fe gloria, glorie fe cm o Senhor. 'outro'™
18 Porque naõ o que a fi mefmo fe8louva, fenaó o a quem, louvagou,Pr««.
o Senhor, he o aprovado.
Capitulo XI.
I 0 Apoftolo declara feu grande Zelo, fara es Corinthios deter na Jimplicidade que
ejld em Chrifto. 3 £ exborta es de naõ defviar d'aquella Jingelefa como aferpente a
Eva enganou. 4 Porque nem outro filfo Apoftolo, nem mefmo outro Apoftolo de Chrifto
nao lhes podia de mais pregar do que delle tiverai recebidos. 6 Que entre clles naõ
gloriou fe , como eftes , mas fe hutniliou, e que a ninguém delles efteve carga como
a as outras Igrejas. 11 E ifto naõ porque os naõ amava. 11 Mas pera tirar a
gloria dos falfos Apoftolos que transfiguram fe em Anjos àe lut. 16 E feja que
naõ be obra dos fabios gloriar fe, 18 Com tudo demoftra que ninguém delles podia
gloriar de qual 0 Apoftolo tambem naõ podia gloriar. 13 Qge em padecer e obrar
todos elles jobrepujava. 28 Alem 0 cuidado de todas as Igrejas. 31 £ as dijjicul-
dades no principio do feu miniílerio em Damafco.
1 Ouxalá mc fopertaflèi8 ^um pouco » na louquiçc : Mas fupor-aOu,z»>-
^taeme ainda. prudência.
2 Por-
O
38<í II. EPISTOLA DE S. PAULO
2 Porque zcloío eftou dc vosoutros com zelo dc Deus: Porque
b Ou,limpa, vos tenho íçhrelhado para vos [ como J huá virgem b cáfta, a hum
. marido aprelcntar, [convém a faber ] a Chrifto.
3 Mas temo que afli como a ferpente com fua aftupa a Eva en
ganou , naó íèjam tambem afli corrompidos cm alguã maneira vot
íòs íentidos, [defvianilofe] da íimplipdade que eftá cmChrifto.
4 Poloque íc vier algum que outro Jefus pregar dc mais do que
ja temos pregado , ou íc outro eípirito rcçeberdes dc mais do que
• recebido tendes: ou outro Euangelho do que açeitaftcs, AÃÀb
fãij Dem.f<l íôfre.r íeis. ,
5 Porque penfo que cm nada fui inferior a os mais exfelentesA-
poftolos.
c Ou,porque 6 C E íè tambem .íòu rudo cm a palavra , com tudo naó o íòu
aindaque. na íçicnçia, rnas em tudo cftamos ja totalmcnte manifcftos en
tre vos.
7 Pequei porventura humilhandome a my mcfmo, peraque vos
fofleis enfalçados ? porquanto de graça o Euangelho dc Deus
vos preguei ?
d Ou,Entre- 8 Dcípojjci as outras Igrejas, recebendo d falario, pera vos
tenimento. fcrvir a vosoutros: E eftando com voíco , c tendo neçcflidade , a
nenhum fui caíga.
9 Porque o que mc Faltava fupriraó os irmaós que dc Mapc-
donia vicraó : E em todas as coufas mc guardei de vos fcr pcíãdo,
c me guardarei.
ío A verdade de Chrifto cftáfcm my, qucdfta gloriaçaõ menaõ
ferá impedida nas partes dc Achaya.
11 Porque ? porejue vos naó amo ? Deus o íâbc.
12 Mas o que faço, ainda o farei: Pera tirar a ocafiam a os que
ocafiaó pedem: peraque íèjam achados femelhantes anosn’aquillocm
que fe gloriáó.
13 Porque os taes falfos Apoftolos fam obreiros fraudulentos, trans
figurando íc cm Apoftolosdc Chrifto.
14 E naó hc maravilha : Porque o meímo íàtanás íc transfigura
«m Anjo de luz. ‘
rJ 1 Ãffi que naó he muito, íè íèus miniftros íè transfiguraõcpmo
e Ou, Cujo l Je f°rao j miniftros de juftiça:e O fim dos quaes íerá conforme a
ftm. íuas obras.
ió Outra vez digo, que ninguém cuide que íou lóuco: Senaõ, re-
Çebeime como a louco, peraque tambem hum pouco me glorie.
17 O
A OS C O R I N T H I O S. Cap. XI, 387
17 O que digo naõ o digo fegundo o Senhor , fenaó como por
louquiçç, n’efte firme fundamento de gloriaçaõ.
18 Pois muitos fc gloríaó fegundo a carne : tambem cu me glo
riarei.
1 9 Porque de boamente tolcracs os loucos, porquanto Íõis lábios.
X 20 Porque toleraes íc alguém vos poem cm fervidtm, fc alguém
Ttoj] devora, fe alguém [de vos] reçcbc, fc alguém fc enlalça,
Ccc
388 II. EPISTOLA DE S. PAULO
s Capitulo XII.
i 0 Apoflolo conta que foi arrebatado ate o terceiro Ceo, e ouvio palavras inenarra-
vete. 7 £ porque naõfe levantaffe , Ibe foi dado bum Anjo de fatanas pera abofe.
tear o. 8 Contra quem tres vex.es orou, e cobrou repojta que a graca de Deus
Ibe baftajjl. Portanto, antes fe gloria cm fraquexae humildade, n Excuíd Ce
de gloriar das veras marcas de feu Apoflolado. 13 Entre ellcs cumpridas. 14 Pro-
tefta que a terceira vex. vira a elles fem os ferpefado. 16 Como outros deft envia
dos, nem 0 Tito, osnaò agravaraô. 20 Avifa pera emendar, antes de fua vinda
as pendências , foberbas , fornicapoés, por naõ fer necefitado de eefar 0 poder Auò-
flolico contra taes. J r p
Ccc a C A«
«
3S>o II. EPISTOLA DE S. PAULO
à Capitulo XIII.
’ ?>■«*/?* que avia de vir pera fem dilatafaò caftigar es obreiros dospre-
cedentes pe„d„ MÕ ,^endadoh ? £ ]lle d( c/ ?
elle. fdmoefta os de fe examinar, fe eCbri]h era em elles. Defeia aue com
^i^Perm ev'ta^erm * 9 fdeclara que entonçes fobre elles tomara gozo,
tora A Wlr '1'" f'u/9ller he t” edificapaÕ, e naõ por deftruipaõ. n Amoefta os
11 E cenclui comacojlumada faudaçaó. 13 £ oracaõ pera
fem Deus Pae, Filbo > 0 Efpirito fanelo. ’ *
bOu,Per- tPÇ? m°'S n°S &o^^.os de 9ue Icjamos fracos, edeque vos fejaes for-
feiçaõ. cs-líto porem defejamos, vollo inteiro b cumprimento. J
naõ Zq. rn° C r °11 aufcntc; Paraque quando prefente cftiver,
para r ifí r,?.or ’ ^gundo a poteftade que o Senhor me tem dado
p \ I N CaFa° ’ •C naÓ P?ra deftrui'çaõ.
dos, fede tdc.maij’ Irmaós, gozaevos, fede perfeitos, fcdeconíõla-
charidade Z T dc Çoníentimento, vivei em paz, e o Deusde
i
ç ’ 1 QC Paz» *cra coln vofco.
ótos vos faúdmS hUnS 3 °S °UUos com fanóho bcjo' Todos os fan'
13 A
A OS G A L A T A S. Cap. I. 391
13 A graça do Senhor Jeíu Chrifto, e a charidadeÇe Deus, ca
comunicaçaó do Eípirito fanéto, feja com,todos vosoutros. Amen.
A fegunda [ Carta ] a os Corinthios foi eferita dc Phclippis , cm Macedonia,
[ 1 enviada ] por Tito c Lucat
E P I S T O L A
D O
APOSTOLO S. PAULO
AOS
G A L A T A S.
Capitulo I.
l Despois do fobreferito. 3 Coftumada faudaçaõ. 4E agradecimento a Deus. 6 0 Apo-
ftolo redargui a Igreja da Galatia por via que tam de preffa defviaraò da doutrinei
Apoftelica. 7 Que naõ pode eftar outra doutrina pera falvaçaõ. 8 Seja que hum
■Anjo a pregava. 10 A doutrina qual elle pregou, aprendes do Senhor Chrifto, o
naõ dos homens. 1 3 A qual prova da fua primeira convorfapaõ e zelo em "judaif-
mo. tpEdo feu maravilhofo arrependimento e vocafaõ pera tApoftolado. 17 B
fendo chamado , acerca da doutrina com outros Apoftolot naõ faliou > 'antes que fc
foi a Arabia. 18 Paffados tres annos de feu minifterio , vio fomente a Pedro e a
l "Jacobo. xi Defpois hia nas partes de Spria e de Cilicia, e que naõ era conhecido de
viflo nas Igrejas de "Judea.
i TFX aulo Apoftolo [chamado^ na° dos homens, nem por ho-
IJ mc, mas por Jelú Chrifto, c por Deus o Pac, que dos mor-
tos o refuíçitou.
2 E todos os irmaós que comigo eftám, ás Igrejas de Galacia.
3 Graça tenhaes c paz dc Deus o Pae , e de noflò Senhor [e-
íu Chrifto:
4 O <jual fe deu a fimeímo por noflòs pecados, pera nos ti
rar d’efte prefente mao mundo, fegundo a vontade de noflò Deus
c Pac.
' Ccc 3 5 A
32Z EPISTOLA DE S. PAULO
aOu,Por «- $ A o qu?l,fcja á gloriaa para todo íèmpre. Amen. '
d2 ZZiZ 6 MíU’aviV<tode q^e tam prcfto vos ajaes trafpaílàdo do
todos os agraÇa dc Çhriíto vos tinha chamado, a outro Euangelho.
los dosjecu- 7 *■01 que naó ha outro, fenaó que ha alguns que vos definquic-
los. tam, c querem traílornar o Euangelho dc Chriíto.
b Ou.Exe- outro Euangelho alem do que ja vos temos anunciado , feia b mal-
cravejou, Jito * 7 J
anathemis. Como d’antes temos dito, torno tambem agora a dizer, fe al
guem vos anunçiar outro Euangelho alem do quc ja tendes reçebido,
leja maldito. *
10 c PrcS° P°is e? aSora * homens, ou a Deus ? Ou procurò
raaosbo. comprazer a os homes ? porque fc ainda comprazera a os homens.
.............
mtns^oua nao íena Cn,-<T
fervo Ja Chriíto.
n de í^k<MÍl-zx ■ *
... • - >
Dtus. 11 Mas faço vos faber , irmaós, que o Euangelho quc por mim
vos foi anunçiado, naó hc fegundo o homem.
12 Porque naó o rcçcbi, nem aprendi dc algum -homem, fenaõ
por revelaçaõ dc jcftf Chriífo. ■ ■ '
13 Porque ja tendes ouvido qual foi minha convcríãçaõ no tem
po paílàdo em o Judaiíino: Que íòbre maneira períèguia a Igrcia de
Deus, e a deílruhia. & b J
14 E [ que ] levava ventagem no Judaifmo a muitos da minha
idade cm minha naçaõ : Sendo o mais fervoroíò zelador das tradi
ções dc meus paes.
15 Mas quando Deus foi fervido, ( apartándome deído ventre dc
minha may, c chamandomc por íua graça.)
16 Dc em my revelar a fcu Filho , peraque cntr,c os gentios o
cuangclizaílci, naõ tomei logo confelho com carne, e langue-
17 Nem tomei a Jerufalem a os que antes de my ja érao Apoíto-
los: Antes me fui a Arábia, c tornei outra vez a Damafco. *
18 Defpois paífados tres annos, torneia Jerufalem a vera Pedro:
e fiquei com elle quinze dias.
dOu, Ktn- I9 E naõ via npnlmm A__r._________ s . t___ t._
23 Mas
A OS G A L A T A S: Cap. 1I.
23 Mas fomente [de mf\ tinham ouvido: Que o qucQcmpo paflib
HAQ perfeguia, anunçia rtrrAV.1
do nos agora a £< ___ ____
fé, que _ deftruhia.
d’antcs 1/1 \ * 4
24 Por onde a Deus em my glorificavaõ.
Capitulo II.
1 De come o Jpoflolo acerca da fua doutrina tratou com ós principaes Jpefíolos •/„-
cobo, Pedro, e Joaó , e que a em todas as. partes aprol/araÒ. 2 0 Tito tiaõ foi
confrangido a circuncidar fe. 7 Os Apoftolos em final da uniaõna doutrina de-
/ ffw<’ "mpanbia. 9 Peraque ellesfojfem a
10 So-
394 EPISTOLA DE S. PAULO
10 Som^te que tiveflêmos lembrança dos pobres: o que tambem
fiz com cuidado.
11 Porem vindo Pedro a Antiochia , lhe refifti cm a caía, por
c Ou quanto cra para e rcprehender.
ceiidénar. i 2 Porque antes que vicílèm alguns de parte de Jacobo , comia
com as gentes: Mas como vicraó, [Je J retirou , c d’cllcs fc apar
tou, temendo a os que eraó da çircunçiíam.
13 E tambem os outros Judeos fimulavaó com clle , de maneira
que até Barnabas fe deixava levar de fua fimulaçaô.
14 Mas quando vi que naó andávaõ bem e direitamente confor
me á verdade do Euangelho , dille diante de todos a Pedro: Se tu,
que es Judeo, vives como Gentio, e naócomo Judeo, porquecon-
ítranges as gentes a judaizar?
15 Nos (Jomos j Judeos naturacs , c naõ pecadores d’as gentes:
16 Sabendo que o homem naó he juftificado pelas obras da Ley,
fenaó pela fé de Jefu Chrifto; tambem temos crido emChrifto, pe
raque foílèmos juftificados pela fé de Chrifto , e naõ pelas obras da
Ley : porquanto nenhuá carne ferá juftificada pelas obras da
Ley.
dOu,5«r- 17. fc nos
17- Mas ie nos“d pi
procurando fcr juftificados cm Chrifto , fomos
tnndo. ;achados *pecadores, he por iílò Chrifto miniftro de pecado ?e em
cOu,r«l nenhuá maneira.
rnto actnte-
ça, ou livre, 18 Porque fc as couíãs que deftrui, as meímas tornoa edificar, a
fíts Dm. my mcfmo mc conftituo por tranígreílòr.
19 Porque pela Ley cftdu morto á Ley, peraque viva para
Deus.
20 Com Chrifto eftóu juntamente crucificado, e vivo, naõ mais
eu, mas Chrifto vive em mim: E o que agora na carne vivo, pela
fé do Filho de Deus o vivo, o qual me amou, e fc deu a fimeímo
por my.
ÍOu.d«/&- 21 Naõ {annulo a graça de Deus : porque fc ajuftiça fofic pela
fe, ou «te,. Ley, logo de balde fena Chrifto morto.
r- ’
Ca-
A OS GA LATAS. Cap. III. 395
f. ,
Capitulo III.
< Defpois da afpera reprençaÕ, prava q'te o homem naõ fe jttflifica pelas obras da Ley
Fenaó pelafi de frfa Cbriflo. 1 Porquanto elles mejmos expermentaraÕ qtte recebe
rão o Efpinto, nao pelas obras da Ley , fenaõ pela fi. 6 O qtte proba tambem peb
exemplo de Abraham pae dos fieis. io E pelas claras teflemnnbas da S. Eferitura.
,, /rr.aefla que o Chriflo tios refgatou da maldiçaõ da Lty, e alcançou a bençaõ.
J Pela ifl.t doutrina nem a Ley fe desfat, pera invalidar a promejfa de Desce.
ío Antes que a Ley nos moflra o pecado. 24 E como nofib ayonos leva «Cbriflo. •
25- Despois enfina em como a Ley de Moyjes be desfeita por Cbrtffo. 18 Sem dife
rença da naçaõ. íçf Porquanto todos jaõ femente de Abraham.
X
39<5 EPISTOLA DE S. PAULO
i $ Irmíçv?, ( como homem fallo ) ate o concerto confirmado de
hum homem, nmgucm o desfaz, ou lhe acrcçénta.
1 <j A Abraham foraó ditas as promeflàs, e a fua íèmente. Naõ
diz: E a fuas fomentes, como dc muitos: Scnaõ como de hum: E a
tua ícmentc, aqual he Chrifto.
17 Ifto pois digo, que o conjcrto d’antcs confirmado de Deus pe
ra com Chrifto, a Ley que veio quatrocentos e trinta annos despois,
naó o desfaz pera invalidar a promeflà.
18 Porque fe a herança hc pela Ley, ja naõ he mais pela promeflà:
porem Deus pela promeflà gratioíàmente deo a Abraham.
19 Dc que ferve logo a Ley ? alem cfiflò foi pofta por caufa das
tranfcreflòcs, (até que vieífe a fcmente, a quem a promeflà foi fei-
b Ou >Oriie- ta) “ entregada pelos Anjos, em a maó do Mediador.
.
fiada. 20 Ora o Mediador naõ he [ Mediador J de.ftum : Mas Deus
jj,e hum.
21 He logo a Ley contra as prorneflãs de Dcusíem nenhuá ma
neira, porque fe k*a Ley fora dada^à podér«^aw»M«, fora a ju
ftiça verdadeiramente pela Ley.
2 2 Mas a Efcritura ençcrrou tudo debaixo de pecado , peraque a
cOa,fieif. promeflà foflè diída a osc creentcs, pela fé de Jeíu Chrifto.
2 7 Porem antes que vicflè a fc , eftavamos guardados debaixo da
Ley, ençerrados pera aquella fé que avia de for defeubérta.
d Ou,Ptr<i 24 De maneira que a Ley foi noflò ayod pera Chrifto , peraque
[„«j leva
ra.-} pela fé foflèmos juftificados.
2 5 Mas vinda a fé, ja naó cftamos debaixo dc ayo.
2(5 Porque todos fois filhos dc Deus pela fé em Chrifto Jeíu.
27 Porque todos os que foftes bautizados em Chrifto, deChrifto
cftaes veftidos.
28 Naó ha n’ifto Judco nem Grego, naó ha n’ifto íèrvo nem li
vre , naó ha n’ifto maçho e femea: porque todos vosoutros fois hum
cm Chrifto Jefu. j
29 E fc vosoutros fois de Chrifto, foi^pS a fcmente dc Abraham,
c conforme á promeflà, os herdeiros.
Ca-
AOS Ç AL AT AS. Cap. IV. 397
Capitulo IV.
i Que a Ley efíivc noffo ayt , prova o com huma comparaçaÕ dos meninos que eflaõ
debaixo de tutores. 4 £ prntefla que pola vinda de Filho de Deus na carne Jomos
liverados da fervidaò ja Ley. 6 E fendo nos filhos de Deus, podemos nos poffmr
noflà própria herança. 8 Reprende os Gaiatas , que fendo convertidos da sdolatria
dos ventios , tornavaõ a a fervidaõ das ccremoniaí exteriores. 11 Jmoefla qrieper-
feverajfcm no Zelo e boa incliteaçaõ para com elle. 17 dvifa os do Zelados
falfos doutores. ii Prova que p< la Ley naõ podenios fer jujlfficados. 18 EnJ-.naqtie
pela promejfa do Euangelho alcdnfamos a herança , como 0 Ijasc. 30 £ qne. osqtee
pela Ley bufeaõ a falvaçaõ ,'naõ ferai herdeiros, como 0 Ifmaél.
Ca-
A OS G A L A T A S. Cap. V. 399
C A P I T U L O' V.
♦
I 0 Apofolo avendo provado a liberdade dos Cbri/laõs, amoefla os Gaiatas , qutpcr-
manecejfcm ne/la liberdade; 1 D« outra maneira Chriflo os naõ aproveitara nada,
f E que naõ fe alcança a juflificaçaó fenaó pela fe, ejjicat pelas obras. 7 A dou
trina dos falfos doutores, naó he de Deus, antes he como formento: e aquelles leva-
raó caftigo de Deus. 13 Amifltr nos ufar a liberdade Cbrijlai com amor de proxi
mo, e fem contendo. 16 Amotjla os pera vencer a concupijceutia da carne pelo po- '
der do Efpirito. 19 Trata dosfruitos da carne. zz E do Ejpirito. 24. Moftrando
que os verdadeiros Chriflaõs vencem « carne pelo efpirito.
Capitulo VI.
, - A*
1 T rmaõs, fe tambem algum homem for fobreíòlteado de algúã
falta, vos quc fois efpirituaes, reftaurae a o tal com eípiritodc
manfidaó, coníidcrando te a ty mcfmo, porque tambem naõ fejas
atentado.
2 Lcvae os huns as cargas dos outros: E cumpri afli a Ley dc
Chrifto.
3 Porque fe algum cftima dc fcr alguãcoufa, naõíèndo náda, ’ a
íi mcfmo !<■ engana no animo.
4 Mas cadahum examine fua obra, e entonçes terá gloria cm fi-
mcfmo, c naõ, cm outrem.
5 Porque
A OS GALATAS. Cap. VI. 401
5 Porque cadaqual levará fua própria cárga. ...
6 E o que na palavra he a inftruido, de rodos [/í«A/bcns com-aQ A
xnunique com aquelle que [V] inftrue. . fiada »a pala.
j Naó wa erreis: Deusnaó fc deixa efcarneçér : porque tudo ovraffaça
que o homem femcar,.iflò tambem fegará. participante
8 Porque o que em fua carne íèmca, da carne fegará corrupçáõ
porem o que em o Eípirito femea, doEfpirito fegará a vida eterna. ttnjin£
Ora naõ nos canícmos em bem fazer, porque a feu tempo fc-
gáremos, fc defmaiado naó ouvermos.’
10 Afli que entre tanto que tempo temos, façamos bem a todos:
porem prinçipalmente a os aoméfticos da fé.
11 Olhae que b ldrga cárta de minha maó vos eícrévi. bOu,Gr<«».
12 Todos os que em a carne boa apardnçiamoftrarqudrcm, eftes
a çircunçidarvos , vos conftrangem : por fomente naõ padcçcrcm a
perfeguiçaõ por cauíà da Cruz de Chrifto.
12 Porque nem ainda os mefmos que íè çircunçidaõ guardam a
Ley: Mas querem que vosoutros vos çircunçideis, por cm voflà cai-
ne fe gloriarem. ,
14 Mas longe cfteja de my gloriarme, fenaó em a cruz de noílo
Senhor Jeíu Chrifto , pelo qual o mundo me he cruçificado a my,
c eu a o mundo. ' . z .
’ 15 Porque cm Jeíu Chrifto , nem a çircunçifaõ tem alguã virtu
de, nem o prepuçio, fenaó a nova criatura.
16 E todos quantos conforme a efta régra andárc , paz e miferi- ’
cordia [ fera] fobre elles, e fobre 0 Ifrael de^Dcus.
17 c D’aqui por diante ninguém me d dê moléftia. : porque eme Ou> Rw7‘»
meu corpo trago as marcando Senhor Jefus. ^o‘u> Mefc-
_ A graça dé noflò Senhor Jeíu Chrifto feja, irmaós, comvoC-jaenfadonho,.
ío efpirito. Amen. oumolejlo.
EPIS-
401. EPISTOLA DE S, PAULO
-s£ P I S T O L A
D 0
APOSTOLO S. PÀULO
AOS
E P H E S I o s.
C A P I.T V L O I.
i Defpois tio coflttmttdo fobrefcrito. $ Da graçM a Detes por toda bendiçaò efpiritual,
cam qual nos fomos benditos em Cbriflo. 4 X faber, que antes da fundapaò do
mundo nellefomos elevidos. 7 Que no Cbriflofomos ordenados pela adopçaò em
filbos. 7 Que por feu Jangue fomos reconciliados com Deus. 8 Que pelo Euangelho
nos cbamou. 1 o Que todos efcolbidos por Cbriflo faò colligidos em bum, afi os qtte
nos Ceos, como os que na terra eflam. 13 Em quem tambem fao os Epbejios, quaeS
crem em Cbriflo , e per certepa d'ijfo alcanparaõ as arras do efpirito. 1 y Ora a
Deus que alumie 0 intendimento d'elles mais e mais. 19 E que pelo feu Efpirito
lhes fata fentir a virtude de fua obra neflas todas. xo X qual be a mefmo pela
qual refufçitou a Cbriflo dos mortos , e fat ajfentar a fua dextra, a Fera fer
cabeço da fua Igreja.
‘ P“‘“>P^“rodeJefuChrifto, por
para coS™ fo.Zií * de Deus, quc
3 Eee 2 3 Que
406 EPISTOLA DE S. PAULO
3 Que ponçevelaçaó mc foi declarado ifto myftcrio, como dan
tes em breve tenho efcrito.
4 Doquc ldndo podeis entender qual minha intelligençia feja cm
o myftcrio dc Chrifto:
5 O qual cm outros fcculos naó foi dádo a entender a os filhos
dos homens , como agora pelo Eípirito hc revelado a Ícus lànétos
Apoftolos, cProphetas.
6 [_j4 jaber: J Que as Gentes fam juntamente herdeiras, e cn-
corporadas, e confSrtcs de fua promeflà em Chrifto pelo Euan
gelho.
7 Do qual cu fou feito miniftro pelo dom da graça de Deus, que
dado mc foi íegundo a operação de lua potençia.
8 A my, o menor de todos os fanétos, he dáda éfta graça para
entre as gentes anunciar pelo Euangelho a incomprehcnfivel riqueza
de Chrifto. .
9 E illuminar a todos [pera intender] qual feja a communiaõ do
myftcrio efeondido deíde Q tedos J os feculos cm Deus, que por Jeíu
Chrifto criou todas as couíàs.
10 Peraque pela Igreja feja agora notificada a os prinçipadosc po
teftades em o Ceo a multiforme labedoria de Deus.
11 Conforme ó eterno propofito que fez em noflò Senhor Jcfu
Chrifto.
12 Em o qual temos ôuíãdia e entrada com confiança pela fé
n’elle.
13 Portanto rógo que naó defmaieis cm minhas tribulações por
vosoutros, que hc voílà gloria.
14 Por dita cauíà pónho meus juelhos ànte o Pac de noflò Sen
horJeíu Chrifto:
15 Do qual todo o parentéfco he nomeado em os Ceos, ecm
a terra.
16 Que, conformeás riquezas de fua gloria, vos dé que com,po
tençia ícjacs corroborados por feu Eípirito em o homem intepiorV. .*
17 Peraque por fc habite Chrifto cm voflòs coraçoens :
d» arraigados c fundados cm charidade.
18 Peraque pollàes finalmentc com todos os fanétos comprehen-
der qual Íeja a largura , e a longura , c a profundura, c a al
tura :
ip E conheçcr a charidade dc Chrifto, aqual fobrepuja o 1 enten
a O u,O»-
beãmtntf. dimento: peraque fejaes cheios dc todo enchimento dc Deus.
20 Ora
ÁOS E P H E S I O S. Cap. IV. 407
«
20 Ora a aquelle que he poderofo para tudo fazer lymaisabun-
âantemente do que pedimos, ou peníamos, íegundo a potençia que
em nosobrá:
21 A elle a gloria em a Igreja, por Jefu Chriftoem
todas as geraçõesb para todo fempre. Amcn.
Capitulo IV. ,t!'
Capitulo V.
1 0 ^pojlolo os exhorta que andem em charidade. 3. E fugiem fomicaçaõ, avareía,
chocorrice, CS“c. e que os taes nltò teraõ herança no remo dos Ceos. 8 E eftando
elles agora na lux., qtte andem como filhos da luz. 11 £ naõ tenbaò communiaõ
com as obras das trevas. 1 j aproveitando fe do tempo. 18 Que naõ je embebe
dem do vinho, mas enchem do Ejptrito. 19 Cantando a 0 Deus pfalmos e canti
gas. 21 -Exborta que fegeitem fe huns a os outros no temor de Deus. 22 Princi-
palmentc as mulheres a os proprios maridos, ip Exborta os maridos que amem
fuas mulheres. 28 Como feu proprio corpo. 31 Prova da inflituiçaõ de Deus, que
0 homem e a mulher faõ huã carne , applicando tfio fobre Chrifio e fua Igreja.
EPIS-
A OS PHILIP PENSES. Cap. I. 41^
epistola
D o
APOSTOLO S. PAULO
AOS
PHILIPPENSES.
Capitulo I«
1 Defpoú dofolerefirito t cojbomada faudajaô. 3 Da graçao a Dw ?*»■««/* <*»
' cwmuHiwaÒ £elles com 0 Euangelho. 6 Ejlaxdo confiado que nofia » nae outrM
■ .,,1,. rL-.n Ãt maii e mais aviaõ de aurmeietar. 11 Defereve fuat afflifoens fe-
"tanto major adiantamento do Euangelhe. if Enfina qu, alguns enfinaõ , Eu-
lh. eer koa. vontade por fe* alivio, 0 outros anunciao for enveja e porfia, pe.
^aâcr.centamento doa fiL afflifoens m» fuasprifoen 19 Com tudo confia que ifla
redmedara emfuafalvafaÕ, » engrandecimento do Chrifle, Jeja na vida, feja na
morte, n Declara que era aparelhado for ambos. if Efpera de ficar em carno
algum tempo pera froveito da Igreja, if Ajunta exhortapaò pera umao e paciência
HM affliçoens. 30 Seguindo feu exemplo.
Capitulo JI-
t 0 ^poflolo amoefía os Pbilippenfes que ttnhaò bum mefmo fentido. 3 Que fejaS
humildes. y Ctmo tem ftr exemplo nejjò Senhor Jefa Cbriflo, 6 O qual fendo
verdadeiro Detto, aniquilou fe, tomando a natureza humana > em qual morreo '
na cruz por nos. 9 S despois foi exalçado. 1z ajunta burna exbortaçaò pera obe
diência , temor de Deste, e outras virtudes Cbrífíaãs. i q Peraque mojlrajfem fe
. como IttZjs no mejo dos infeit. i j Promete de mandar lhes a Timptheo de prejfa.
24 E ejpera de vir mefmo a elles. zq Encomenda a Epapbrodito. 26 0 qual de.
feito doente efleve> mas reconvalefeeupelo Senhor. 29 Âmoejla os Pbilippeufes qtte
0 recebejfem com todo
Capitulo III.
Ca-
A OS PHILIPPENSES. Cap. IV, .4>3>
Capitulo IV. 0
i Exbrna o Jpoftolo es Vhiljfiprnfes pera firmei^ na'rfè. i -A duas mulheres perit
uftiaò. 4 Goto Chriflaò. ç Equidade. 6 Securidade do animo. 8 E diverjas outras
virtudes. 10 Da graças a os Pbilippenfes por via do fu/lento-, 0 qual lhe manda
ra ô par Epaphrodito. it £ que iflo n.iõ tomou ptla avareza. 14 Que nijfo bem
fizeraõ e mais do que at outr.cs Igrejas. 18 Q«e 0 bem recebeo. 19 £ que Deus 0
pagará. 10 Conclue efta carta com facimento de graças e coftumada fàudaçaò.
EPIS-
-A OS COLOSSENSES. Cap. I. 4-i
E P I S T O L k
D O
APOSTOLO S. PAULO
AOS
COLOS ENSES.
Capitulo I.
tre toda criatura que eftá debaixo do Ceo: do qual cu Paulo fui feito mi-
A OS COLOSSENSES.Cap.il. 423
24 O que agora me gozo cm e meus íõfrimcntos or vosoutros,eOu.0que
c çumpro cm minha carne o refto das affliçocs dc Chrifto , por Ícu^^í®-
corpo, que hc a Igreja:
2 5 l)a qual cu fui feito miniftro fegundo a difpcníãçaó dc Deus,
que pera com vofco- me foi dada , pera^cumprir a palavra dc Deus.
26 [_Convcm a faberj o myftcrio f cfcondido deídc [ todos J oSfOu QCttit),
feculos c dc [ftodu J as gerações : Mas agora he manifcfíado a ícus
íànctos.
27 A os quaes Deus quis dar a conhecer qyacs fejaó as riquezas da
gloria dcfte myfterio entre os gentios, que entre vosoutrosheChri
fto, a cfperança da gloria:
28 A o qual anunciamos, amoeftando a todo homé , c enfinjuv,
do, a todo homem em toda fapiencia: peraque a todo homei^fiíÈSiííP0
perfeito cm Jcfu Chrifto.
29 Em o que tambem trabalho, combatendo fegundo fua 8 cffi-gOu,o^M-
cacia, que em mim obra com potência.
Capitulo II-
t o- apoftolo protefta como cttidadofo era por os Colojfenfes e outros > peraque mais e
mais ficaftem corroborados na fê e conhecimento de Detu, e Chriflo , em quem
eftaó efeondidos todos os thefourot de fabedoria. 4 Amsefta os que naõ fe dei-
xaffem enganar por algumas palavras perfuaforias- 8 Auifa os que naõ mifluraflem
efta doutrina cem Philofophia ou tradiçoent da Leq. <) Por rejpeito que fomos per
feitos em Chrifto- 11 Em 0 qual tambem efpiritualmente fomos circuncidados. /
11 Eftando obautifmo d'efte. humfeio. 13 Chrifto as ceremonias aniquilou, e fobre 0
fatanas triunfou. 16 Trata contra a difterenpa entre a comida e entre os tem
pos. 18 Contra 0 jerviço do Anjos. 10 E contra todas ordenanças humanas e vo
luntária devaçaõ.
i p orque quero que fiibaes quam grande combate tenho por vos,
*■ c polos que cftam cm Laodicca, c quantos mcu * rofto cm car-» Ou, Pre-
ne naõ viram. /'"P*
2 Peraque feus coraçocs fejam coníõlados, c eftejam unidos cm
charidade, e[»jòj para todas riquezas da -inteira certeza de intelli-
gencia, pera conhecimento do myftcrio do Deus, e de Pae , e de
Chrifto.
3 -Em quem eftam efeondidos todos os thefouros dc íàpiencia ede
fcienpia.
4 Ora ifto digo, peraque ninguém vos engane com palavras per-
fuaíòriasA<fitâMMi aparência,
Ggg 3 ' 5 Por-
<3
424 EPISTOLA DE S. PAULO
b Ou,Cem
5 Porque (Jada quc com bo corpo efteja aufente, todavia com o
a carne.
Eípirito citou com voíco , gozanaome, e vendo voílà ordem e a
firmeza de voílà fc em Chriíto. *
6 Como pois a o Senhor Jefu Chriíto recebeftcs, [afii 1 tambem
n’elle andae: «
7 N’clle arraigados e fobre-cdificados, c confirmados na fé, co
mo ja foftes enfirtados, n’clla abundando com fazimento de graças.
cOu, En- 8 Olhae que ninguém vos cfalteie por Philofophia, evaõ engano,
l*ne. fegundo a tradiçaõ dos homens, fegundo os rudimentos do mundo,
c naõ iegundo Chrifto.
9 Porque n’clle habita corporalmente toda plenidaõ de divin
dade.
« 10 E eftaes perfeitos n’elle, o qual he a cabeça de todo princi
pado e poteftade. -
11 Em o qual tambem eftaes circuncidados com huã circunciíãõ feita
fem maós, em o defpojamento dò corpo dos pecados da carne, pela
circunçifaó de Chriíto: r
11 Eftando juntamente fepultados com clle em o bautifmo , em
quem tambem eftaes juntamente refufeitados pela fé da operaçaó de
Deus, quc dos mortos o rcfuíçitou.
ij E eftando vos mortos cm voílàs offcníâs, e prepuciode
voílà carne, vos vivificou juntamente com clle, perdoandovos gra-
tuitamente todas [vcjfas J offcníâs.
d Ou, Jpa- 14 Avendo riícado a.d cédula que contra nos avia cm ordenanças
1 ■ -L confj‘e>Jd°,~\ aqualf^o J « cm alguã maneira nos cra contraria, e
c u, e ri- a tilou do meyo, avendo a encravado na cruz.
íou?^«-- 1 í AvÇndo dc,P°jado a os principados e poteftades, a os quaes
^léiandea trouxe pubhcamcnte a vergonha, triunfando d’ellcs n’ella.
inteiram',,- 16 Portanto ninguém vos S julgue cm comer, ou cm beber ou
P<?1’ rcíPcit0J> díaJ de feita, ou de lua nova, ou de Sabados.’
gOu,c.»- *7 Qyc í:lm a fombra das coufas vindouras, mas a corpo hc de
áene. E Imito. r
r ^,ngucm [pois J vos governe a ícu prazer cm humildade e
Aqjos , metendoíè cm ccuías que nunca vio , de balde
«nuo mchado peia intclligcncia de íua carne.
r , 9 ' na<> ictcndo a cabeça, da qual todo o corpo, fendo alimen-
nvnro dmno*0 P°!‘1S ataduras c conjunturas, vae crcccndo emaug-
Capitulo III.
1 Nas datis frguintes capitulas amoeflaa Apoflolo pera piedade , e principalmente que
btsfcajjem as coufas que eftaó nas Ceos. 3 Dos quaes agora poffium algum princi
pia, mas a perfeição efperaÕ na revelação de Chrifto. y Despois propoetn 0 camin
ho qual os guia pera iffo. 16 ajunta alguns médios, 17 .Amoefla que tudo
enderencem pera honra de Deus. 18 Defcrcve as obrigaçoens das mulheres e mari
dos huns contra os outros. 10 Dos filhos contra es paes , e dos paes contra osfilhos.
32 £ finalmente dos fervos contra os Senhores.
Ca-
A OS COLOSSENSES. Cap. IV. 427
Capitulo IV. *■
PRIMEIRA EPISTOLA
D O
APOSTOLO S. PAULO
AOS
THESSALONICENSES.
Capitulo I*
Capitulo 11.
1 Declara Paulo fua fingelex.» e conflancia em anunciar t> Euangelho entreelles. 6Vaô
bufando algum proveito d'elles. 1 • Mojlra lhes como fanílnmente entre elles con-
vtrftu, peraque andafem dignos do Euangelho. I 3 E que receberão fua palavra
naõ como a palavra de homem, mas como a palavra de Detu. 14 E faõ feitos imi
tadores das Igrejas em judea. 17. Declara feu grande flejejo pira os rever.
19 Porquanto tiles faõ fua gloria e gozo na vinda deChriflo.
i "D orque vos mefmos íàbeis, irmaós, que noflà entrada pera com
volco naó foi vaã:
2 Antes, aindaque em Philippos afflígidos c agravados fomos,co
mo vosoutros [ bem ] fabeis, tomamos £ com tudo ] oufadia em
noflò Deus, pera com grande combate vos anunciar o Euangelho dc
Deus.
3 Porque noflà exhortaçaó naõ foi com engano , nem com im-
mundicia, nem com fraudulência. , '
4 Mas afli como aprovados do Deus fomos, peraque a pre-
gaçaõ do Euangelho nos fofle encarregada, afli falíamos; naó co-
n Hhh 2 mo
4jo I. EPISTOLA DE S* PAULO
mo querendo/J«mprazcr a os homens, mas a Deus que prova noflòs
coraçocns.
5 Porque como vos bem fabeis, nunca uíàmos palavra liíòngeira,
nem com preteiíto de avareza: Deus hc teftemunha.
6 Nem buícamos gloria dc homens, nem de vos, nem dcoutros:
aindaque como Apoftolos dc Chriíto , bem (2 vos J podíamos fcr
carga. .
7 Mas antes fomos brandos entre vosoutros, como a ama que a
ícus filhos regala.
8 que J eftando vos tam affciçoados, w* de boa vontade vos
a Ou, Fater quiícramos » entregar , naõ fomente o Euangelho de Deus, mas.
p.irncipM- tambem até noflàs próprias almas , porquanto taó chariífi aos nos
itifíg-c. erejs.
? Porque bem voslembraes, irmaós, de noflò trabalho efadiga:
pois, de noite e de dia trabalhando, vos pregamos o Euangelhodc
Deus, por a nenhum de vosoutros vos fermos pcíàdos.
ío Vos c Deus íòis teftemunhas , dc quam íànétos, c juftos, e
irreprehcnfiveis fomos pera com voíco os que crcítes: .
11 Como bem fabeis como a cadahum dc vos, como o pae a feus
filhos cxhortavamoseconíòlavamos.
12 E vos proteftavamos que andafléis dignamente fegundo Deus',
que pera fcu Rcyno e gloria vos chama.
13 Poloque tambem lem ceflàr a Deus graças damos, de que,’
. avendo dc nos recebido a palavra da pregaçaõ de Deus, a rcccbcfte?,
nao M/woJà palavra de homens, mas (como cm verdade he )
mo _ â palavra dê Deus, aqual tambem obra cm vosoutros os quc
credes.
14 Porque, irmaós, imitadores íòis feitos das Igrejas de Deus,
que eftam cm Judea, em Jefu Chrifto: porquantotambemdevoílòs
proprios cidadoés as mcímas couíãs padcceftcs, como tambem elles
dos Judeos.
15 Os quaes tambem matáraó a o Snor Jefus , e a íèus proprios
Prophetas, canos nos perfeguiraó: E a Deus naó agradam, cátodos
os homens fam contrários :
16 E impedem-nos quc naó fallcmos ás gentes , peraque fe íàl-
vem : peraque fempre cncheflcm [a medida ] de feus pecados. E
Vinda hc íòbre ellcs a ira ate o cabo.
T7 Mas, irmaós, fendo nos por hum momento dc tempo, ( de
vifta, naó do coraçaó)de vosoutrosprivados-, procurámos com tan
to major defejo dc ver voflò rofto. 18 Pe-
AOSTHESSALONlCENSES.Cap.nl. 4H
18 Peloque bem quifemos vir a vosoutros ( polo^Ycnos cu Pau
lo) huá c outra vez: Mas impedionolo íatanas.
19 Porque, qua! he noflà elpcrança, ou gozo, ou coroa denofl
íã gloria ? porventura naõ o fois tambem vosoutros diante dc noflò
Senhor Jcfu Chrifto, cm fua vinda?
20 Pois vosoutros fois noflà gloria e gozo.
Capitulo III.
1 Enviou 0 apoftolo aTimotbeo pera elles corroborar na fé. 3 £ confilar nas affii-
foens, pera quaes os fieis ejl.iõ ordenados. 6 Que alegrottfe mtiyto acerca da vinda
de Timotbeo, entendendo a conflancia e firmeza d'elles. 9 Aeerca d'ijfo da grayts
a Deus, e roga que fíiut ibe deffe ocajiaõ de os rever pera perfeipaò da fua fe d el
les. íz E conclue a primeira parte d'efia carta.
o Hhh $ 10 Oran-
I. EPISTOLA DE S. PAULO
ío Orand-^de dia c de noite abundantçmcnte, peraquepoílàmos
ver voflò rolfo, peraque o que a voflã fé falta cumpramos.
x i Ora o mcfmo noflò Deus e Pac , e noflò Snor Jefu Chrifto,
queira encaminhar noflã viagem a vosoutros.
11 E o Senhor vos acrecentc, e [ vos J faça abundar cm chari
dade huns pera com os outros, c pera com todos, como tambem
nos Íòmos pera com voíco:
13 Pera confirmar voflòs coraçocs , peraque fcjaes írreprchcníí-
veis enj íãnélidadc diante dc noflo Deus c Pae , na vinda de noflò
Senhor Jeíii Chrifto com todos feus íànétos.
Capitulo IV.
Capitulo V.
I O .dpoftolo etifina que Chrifto vira de improvtfto fera julgar. 4 Por ijfo amoefta
de Jempre ferem cuidadofos e fobrios. 8 Eftando armados com coura da fe. 11 Ro
ga que reconhe^aô os que entre elles trabalhai. 14 £ exborta pera dijferentes vir
tudes Cbriftaás. 23 Ora a Deus que os guarde fem refrehenfaÕ ate a vifida de
Chrifto. tf Pede que roguem for elle. 27 Efconjura oj que a todos os irmaõs
fe lea efta carta.
SEGUNDA EPISTOLA
D o
apostolo S. PAULO
AOS
THESSALONICENSES.
Cap-ituloI. •
1 Defpois do esfumado Jcbrefriso. 3 O dpoflolo da grafas a Dens acerca dos Tbef-
jalonicenfes, que grandemente creciam na fi, charidade , paciência e ajflipoens.
6 Reqteeire qtle Deus osatribstladores\d'elles caftigará e elles livrará e dará repou-
fo n'a glorioja vinda de Chrifto. 11 Roga a Deus que os correbore em bom. n Pe
raque 0 nome de Cbriflo rielles feja mais glorificado.
* Capitulo II.
1 Declara o apoftolo que Cbriflo tam depreffa nao vira pera juizo como alguns Ibes
queriaõ perfuadir. j Mas que a apoftafia e o Anticbri/h d’antes aviaõ de vir.
$ O qual tambem Ibes d’antes tinha dito. 8 Declara que dejpois o Antichriflo de
veras vira. Avtja os acerca da potejlade do engano. 13 slfiegura os Thtffdlo-
nicenfes da fua eleição d’clles pera falvaçaõ em fe e fanftificaçaõ. ip Jmoeftaque
nefles permanecefem firmes. 16 E roga a Deus que os confole e conforte.
Iii z Ca-
9
. 438 II. EPISTOLA DE S. PAULO
Capitulo III.
i 0 .dpoflolo amoefla os Tbeffdlonicenfes que rogem por elle. p, 0 Apoflolo roga per .
elles. 6 E reqteeire que apartem fe de todo irmaó que attdar defordenadamente.
7 Demeflra com feu exemplo que cadaqual deve trabalhar por feu feftento. i j Ex-
horta os de naõ defmajar em bem fator. 14, E que notem os taes que nao obede
cem fete mandamento. 16 Conclue com acojlumada faudaçaó.
PRIMEIRA EPISTOLA
DO
APOSTOLO S. PAULO
A
TIMOTHEO.
Capitulo I.
1 Defpois do coftumadofobrefcrito d'efla carta, 1 Diz Apoflolo que a Timotheo deixou
em Ephefo fera ter cuidado , que naõ entraffe alguma vaã doutrina, j Moflra o
verdadeiro fim da Ley. 8 Que naõ efld pofla fera o juflo Jenaõ fera injuflo.
. li E que o Euangelho de Deus lhe foi confiado. 13 Cujo atalho fropoem. 17 Dan
do per iffb graças a Deus. 18 E encomendando iflo a Timocheo. 10 Protefla qut
Hpncneo e Alexandre fizeraõ naufragio da ftj os quaes entregou a jatanas.
■1
1 aulo Apoftolo de Jefu Chrifto , fegundo^ * a comiflãm dc a ou.arXc
I -J Deus noflò Salvador, c do Senhor Jeíu Chrifto [o qunl he] nafai
«A noflà efperança.
i A Timotheo [ meu 3 verdadeiro filho em a fé , graça, mi-
fcricordia, e paz dc Deus noflò Pae, c de Jcft\ Chrifto noflò
Senhor. \
<j. Iii 3 * 5oCo-
4P I. EPISTOLA DE S. PAULO
3 Como te ’ Jthortei, quando hia pera Macedonia, que te ficaflés
cm Epncíò [ affi te ainda exhorto J paraque denuncies a alguns que
naó cnfinem diveria doutrina.
4 E que naõ lé dem a fabulas, c a genealogias infinitas, que mais
produzem qucltocs , do que cdificaçaó de Deus, que na fé ha.
5 Mas o hm do mandamento he a charidade de hum coraçaó
puro, c(j<i<?J huá boaconlcicncia, c [de] huá fc naó fingida.
6 Do que apartandofe alguns, íè divertiráó a vaidade dc palavras.
7 Querendo ícr doutores da Ley, [ e J naó entendendo nem o que
dizem, nem o que alfirmaõ.
8 Ora bem fabemos que a Ley hc boa , fc d’clla Icgitimamcnte
fc ufi.
9 Sabendo que a Ley naõ eftá pofta pera o jufto , fenaó pera os
injuftos c obftinados, pera ós impios epecadores, pera os malyados,
c profanos, pera os matadores dc paes c de maés, pera os homicidas:
ío Pera os fornicadores, fodomitas, ladroes de homes , mentiro-
íòs, perjuros, c íc couíã outra alguã ha que á íãã doutrina contraria
íeja.
x i Segundo o Euangelho da gloria do Dcusbcmavcnturado, que
a my me eftá confiado.
11 E dou graças a o que confortado mc tem , [ a faber] a Jeíu
b Ou, orde- Chrifto Senhor noflò , de que me teve por fiel,b pondo f me J no
nande. minifterio:
i 3 Avendo fido d’antes hú blasfemo , c perfeguidor, e oprcflòr :
porem foi mc. feita miíericordia , porquanto por ignorância.o fiz cm
|_ mtnha] infidelidade.
14 Mas a graça dc noflò Senhor foi muy abundante , com a fc
c amor, que eftá cm Jeíu Chrifto.
15 Ella hc huma palavra fiel, c digna de de todos fer recebida, que
Jeíu Chrifto vejo4 o mundo, pera íalvar a os pecadores, dosquaes
cu íou o principaí.
x 6 Mas por iflò me foi feita miíericordia, peraque Jcíú Chrifto
moftrafleem my, M que íòuAprincipal, toda [ Çua J clemência, pera
exemplo dos que n’ellc para vida eterna aviaó dc crer.
, '7 .Or:}.a 0 Rcy dos ícculos, incorruptível, invifivcl, a o Deus
ío Íabio, íeja honra, c gloria, pera todo iempre Amen.
18 Efte mandamento tc encomendo, [meu] filho Timotheo, .
que íegundo as profecias, que d’antcs houve dc ty, milites em ci
las boa
a milícia;
19 Re-
A TIMOTHEO. Cap. II. 44I
19 Retendo a fc, ca boa confciencia, a qual enjeitando alguns,
fizcraõ naufragio da fc.
20 D’entrc os quaes lie Hymcneo, c Alexandre, que cu a íiita-
nas entreguei, peraque aprendam naõ [ mais J blasfemar.
Capitulo II.
i Paulo manda que fefaçao oraçoens por rodos os homens, principalmeiite por os Reis,
e que eflaõ poftos em eminentia. j Porque ifto he agrailavel diante de Deus, e
Chrifto he medianeiro de todos. 8 Manda que os homens levantem maós puras em
todos lugares. 9 Mas que as mulheres em veftido houefto e Jilencio aprendaõ.
13 Porque primeiro foi criado Jdatn e a mulher primeira foi enganada. iy Com
tudo requeire que falvar fe ha pela fè, gerando filhos.
Capitulo V.
i O Apostolo enfina como a amoefíaçaõ fe fiça a' os velhos e a os mancebos, j Man-
Ja honrar a as verdadeiras viuvas. 4 Mas a os filhos e netos, que fufientem fuas
viuvas e paes. 9 Defereve d idade e outras qualidades das viuvas, quaes faõ af
tas fera 0 fervi ço da Igreja. 11 Mas que as viuvas moças naõ admitaõ. 14 £
que fe cafem. 17 Qual honra e rçfpeito devemos a os Anciaõs. 1 j Que naõ rece
bamos contra elles acufaçaô fenaó com tejlemunhas. z 1 Requeiro diante de Deus
e feus fanllos Anjos , que n'ejle faça fem inclinação. 14 Concluo com huma de-
claraçaõ como os Ançiaós fe fodem for conhecidos.
Capitulo m.
" ■ ■ . ■ . . . . C a-
J 1 V-
’ ■ r
A TIMOTHEO. Cap. IV. 49
Capitulo IV.
EPIS-
APOSTOLO S. PAULO
A
T I T O.
Capitulo I.
Capitulo II.
C A PI T U l 9 III-
EPIS-
■ 45>
E P I S T O L
uA
D O
APOSTOLO S. PAULO
A
P H I L E M O N.
i aulo prifionciro dc Jefu Chrifto , e o irmaó Timotheo, a.
1-X Philcmon, noflò amado e coadjutor.
1 . £ á amada Apphia , c a Archippo 1 companheiro de a Ou> Vtfl*
nolla milícia , e á Igreja que efta em tua cafa. SÍZ
2 Graça e paz ajacs dc Deus noflo Pae, c do Senhor Jclu Chrifto. nM armM^
4 Dou graças a mcu Deus , fazendo fempre dc ty mençaó cm
minhas oraçoens.
5 Ouvindo tua charidade, e a fé que tens pera com o Senhor Jc
fus , c pera com todos os fan&os.
6 Paraque a comúnicaçaó de tua fé moftre íua efficacia na ftiani-
fcftaçaõ de todo o bem, que'em’yosoutros’ha em Chrifto Jefu.
7 Porque temos grande gozo e confolaçaô de tua charidade, dc-
que por ty, ó irmaó, fóraõ as entranhas dos fanétos recreadas.
8 Poloque ainda que em Chrifto grande confiança tenha para o
que tc convém te mandar:
9 [j Todavia. J te peço antes por charidade, ainda que tal cu íeja,
a íãber, Paulo o velho, c tambem agora o prefo de Jefu Chrifto.
ío Peço te por meu filho Oncfimo , que -cm minhas prifocs ge
rado tenho.
11 O qual d’antes te foi inútil, mas agora tc he aílàz util, a ty
e à my: o qual tornei; a enviar.
ii Porem recebe o tu , \_aÇaber“\ a minhas entranhas.
13 Bem o quifera eu reter comigo , peraque cm teu lugar mc
ferviílc nas priíòcns do Euangelho.
14 Porem nada quis fazer fem teu parecer ,’ peraque) tua
beneficência naó foflècomo por força, mas voluntária.
Mmm 15 P01-
460 EPIST. DE S. PAULO A PHILEMON. '
15 Porquf^cm pode fcr quc por efta caufa fc apartou elle por
tempo [fae 7» Jperaque pera fempre o tornaflês a cobrar:
16 [D’aqui] por diante naõ ja como a íervo, porem mais que a íer
vo, [4 faber'] a amado irmaõ, principalmcntc amy, c quantomais
a ty, e na carne, c no Senhor ?
17 Afli que fepor companheiro me tens, como a mim mcfmo o
recebe.
18 Que fe algum dano te fez, ou [coufaalgua] tc deve, á min
ha conta o poem.
19 Eu Paulo o eferevi de minha própria maõ, eu o pagarei: por
tc naõ dizer, que tambem alem d’iíto tu te me deves a ty melmo
a my.
20 Afli que, irmaõ, receba cu de ty [n’ijfo] efte b prazer em o
b Ou, Frui- Senhor: que c em o Senhor minhas entranhas recrecs.
t<». - - certo de
21 Eferevi■ te, eftando '
i tua obediência, fabendo que ain
<Ou, Rtcrta
mhtbas m- da farás mais do quc tc digo.
trunluutmo 2 2 Mas juntamente me aparelha r tambem pouíàda
. : porque eípc-
stnbtr. ro que por voflàs oraçoens vos hei de íèr d concedido.
dOu, Dt»a-. 23 Saúdam te Epaphras (e meu companheiro ’ na prifaõ em Chri-.
do.
cQuyPrrfo fto Jefu.)
amigo. 24 Marcos, Ariftarcho , Demas, Lucas, meus companheiros
na obra.
2 5 A graça de noflò Senhor Jefu Chrifto feja com voflò efpirito.
Amen. ‘ ,
Efcrita dc Roma a Phílcmon , [ e tnviada ] pelo Cervo Onefimo.
Fim da Epijlola (To /Ipoftolo S. Paulo a PhilemoM.
EPIS-
4<St
E P I S T O L 'A
D O
APOSTOLO S. PAULO
A O S
H E B R E O S.
Capitulo I.
i Teftifica o Apoflolo, qtte, avendo Deus antigamer.te fallado a os paes pelos ProphetM,
agora a nos falia por féu Filho, i Cuja divimdade, majeftade , t ojficio em breve
defereve. 4 E demojlra com diverjos lugares do Velho TeflaratHto, que a gloria
do Filho be muita mais fteferior que a gloria dos Anjos. 8 Q»e feu Tbrono he divi
no, e que foi ungido mais do qtte feus companheiros. 10 O Ceo e a terra, fendo
obras de fuas maós , tcraõ fim • mas elle be fem principio e fem cabo. 1 3 Que elle
fò eftá a(fentado a maõ direita de Deus Pae. 14 Mas que todos os Anjos faõ ejpi-
ritos adminiffradores.
Capitulo II.
i Dj doutrina precedente tira 0 Apoftolo bum avifo de cuidadofamente atentar pam
a palavra de Chrifto. p Demoftra defpoií com Pfalmo oitavo; primeiro a humil
dade , e fegundo a dignidade de Chrifto. 11 E ainda com outros lugares do Velho
Teflamentp, que Chrifto com nofco participa da mefma natureza e paixaò. 16 E
naõ com os Anjos. 17 A efte fim, peraque fojfe bum fummo Pontifiçe, mifericor-
diofo, e fiel.
< i p ortanto nos convém atentar com mais diligençia para as cou
fas que ja temos ouvido , peraque a cícorrcr nos naõ ven
hamos.
2 Porque fc a palavra pelos Anjos pronunçiada, foi firme, etoda
tranígreflàra edcíòbedicnçia reçebco jufla retribuiçam:
3 Como efeaparemos nosoutros, íc naõ tivermos cuidado de huã
tam grande íalvaçaô ? a qual começando a pelo Senhor fer publica
da, nos foi confirmada pelos que [a elle j o tinhaó ouvido.
4 Dandolhes Deus ainda demais juntamente teflemunho por fi-
naes , c milagres , e diverías virtudes , e deftnbuiçocs do Eípirito
íànóto, íegundo fua vontade.
f Porque naó íúgeitou a os Anjos o mundo que cila por vir , de
que agora falíamos.
6 E cm çerta parte teílificou alguem], dizendo , Que he o ho
mem , que tu d^Uc te alembres? ou o Filho do homem, paraque tu
o vi fites? ' ’ ? Fi-
A OS HEBREOS. Cap. II.
7 Fizeíle o hum pouco menor que os Anjos, ccíoaílc o de glo
ria edehonra, e íòbre as obras de tuasmaõs o cftabele^eftc.
8 Todas as couíàs de baixo dos pees lhe fugeitaíle. Ora por em
quanto todas as couíàs lhe fugeitou, nada deixou quefugeitolhenaõ
íeja: porem ainda naó vemos que todas as couíàs lhe eftejaó fugeitas.
9 Vemos porem coroado de gloria e dc honra aaquelle Jefusque
hum pouco menor que os Anjos foi feito por caufa dc paixam da
morte: peraque pela gríiça de J^cus por todos a morte goftafle.
ío Porque convinha,^ior cuja caufa[pwj todas ascoufas, c
pelo qual •> todas as couíàs iaõ, que trazendo a gloria muitos filhos,
’ coníagraflê por aíHiçoés a o prinçipe dc fua falvaçaõ d’cllcs. a Ou, c<w*
11 Porque afli o que íànftifica , como os que iam fanélificados,/"'”^-
todos faõ de hum: Poloque naó fe envergonha de os chamarirmaõs.
i z Dizendo, A meus irmaós anunçiarci teu nome, no meyo do
ajuntamento te louvarei.
xj E outra vez, N’cllcmc confiarei. E ainda; eis me aqui, amy
e a os filhos que Deus mc deu.
14 Afli que por quanto os filhos participam a carne c a o íàngue,
tambem elle participou a as mefmas couíàs, peraque pela morte de-
ftruillè a o què unha o império da morte , convém a faber , à o
diabo:
15 E livraflè a *todos os que com medo da morte toda [j fua jj
vida eftávaõ fugeitos a fervidaõ.
’ 16 Porque na verdade naõ toma a os Anjos, mas toma á femen-
tç de Abranam.
17 Poloque foi ncçeflàrio que em todas as couíàs fofle femelhan-
te a os irmaõs, peraque foflè hum fummo Pontifiçe miíèricordioíoe
fiel nas couíàs que pera com Deus '\_ fazer fe eleviaõ,^ pera fazer
propiçiaçaó polos pecados do povo.
18 Porque n’aquillo que padeçeo fendo atentado, pode focorrer
a os que atentados forem.
Mmm j Ca-
4^4 EPISTOLA DE S. PAULO
Capitulo III.
i Propondo os oflicios do Cbriflo , começa do propbetico enfinando que devemos eflar
obedientes <l fua palavra, z Compara Cbriflo com Moyfes, declarando que eilo
he muito mais excelente. 7 Confirma fua amiefl.içaô com aquella de David no
Pfalmo çp, avifando a os Hebreus, qtte naõ endureçam feus coraçotnt, mis fir
mes fiquem na fe. i f Explica a citado lugar do Pfalmo çp, e a aplica a os He-
breos. 17 Hvifatido os de tiaõ fegiur a 0 predito exemplo , e cair em os mefmos
cafligos.
C A P I T V L O IV.
Capitulo V.
Nnn Ca-
468 EPISTOLA DO S. PAULO
,b>
Capitulo VI.
1 Tejlifica 0 jfpoflolo qtte quere ir adiante para a perfeição , e naõ tratar des prin-
cipiosda rtltgiaò Cbrtfiaa , cujas principaes pontos em breve couta. 3 O que com
tudo na outra ocajiaõ promete pera fai.tr. 4 Porquanto he impofiivel, que je tor
nem a converter os que goflàraõ os dons do Efpirito e defcaem. 7 Ijfo declara com
bua parabola da terra frutífera e efleril. 9 Teftifica que d'elles efpera coufas
melhores, e que ijfo dix. fomente pera ejpertalos a diligencia e mais firme efperan-
fa na promeffa de Deus. 1 3 Porquanto Deus aquella ate com juramento confir
mou a abraham e a fita femente. 16 O qual juramento he 0 fim de toda contra
dição entro os homens, quanto mais pois para com Deus. 19 Por ijfo convém que
temos nojja cjperança como por bua ancora firme no Ceo, aonde Cbriflo nojfo fummo
Pontifico entrou.
C A HTU1O VÍII.
ms/lra que /eu minijleria nao devia fer aqui na terra, cama 0 das outras Sacer
dotes, mos na Cea. 6 Defereve a excelentia da novo concerto, da qual elle he Me
dianeira. 8 £ canta de capitula 31. de jeremia a injlituiçaÕ, e pramejfa d'aqtiil-
la. E cancluepar ijfa que 0 velha he ubragado.
Ca-
A OS HEBREOS. Cap. T X.
Capitulo IX.
I 0 dpofíolo pera moftrar a excelencia da facerdotio de Cbrfio Cair, « r
defereve afigura da externo Tabcmaculo e d.is coufas que ririfo tinbaÒ 6 Cento
tambem a minifterio das Mates. 8 Declara que tudo aquillo era naõ mahZce
fombra, como tambem ^purijicacao
apurificacaSque rielle jejazta.
que neise fe fazia. 11
11 Mas que na Cbrifla
Mas que com
Cbrifla com
feu jaçrficta e entrada no verdadeiro Sanãuano tudo ijfo compria, avendo effeitua
da bua eterna redempçao. iy lesífica que com fua morte o Teflamento Novo be con
firmado. 16 Como na morte do t fiador todo tfiamente fe confirma. 18 Que
por effo tambem no Klbo Teflamento tudo fe com fangue borrifava, e nue fém
derramamento de fangue naõ fe fazia rernifaò. 23 Mas que as coufas celefiiats
tom melhores facr/fictos fe deviaò purificar. 24 Que Chriflo por ijfo entrou no Ceo
pera ah por nos comparecer perante a face de Deus, ip Avendo íe huã vez na ter
ra ojjerecido. 27 £ que ba de tornar do Ceo pera falvar a os que rielle efperaò.
<
qUC tambem
1 A ?ferviço 0 primeiro [concerto]
e o (arátuario mundano.
tinha * ordenanças deaOu/H?/.
ficais,tv
101 que o Tabernáculo foi preparado: £ afaber] o primeiro, cm
que eftava o candieiro, e a mefa, e os paens da propofiçaõ , que
chamaõ o Sanótuano: n
gar fanétiffuno ° ^Un<^° veo c^ava 0 Tabcmaculo que chamaõ o Lu-
dr>c n."r!»cloS.
Ooo 2 Ca-
478
' ■
EPISTOLA
o,-
DE S. PAULO
Capitulo XI.
i Defcrevclbes a fè com fuu propriedades c efeito’, propondo exemplos cia fè dos paes
antigos , e primara de Abel, f De Enoch , de Vóé , de Abraham, e de Sara.
13 0!íe cll>' JUítfcmente a promeffa de Canaan receberão , mas 0 comprimento d'sequei-
la naõ cupii n.t terra fenaó no Ceo alcançáraõ. 17 Conta a fè de Abraham quan
do offeretia a fete filho ifaac. < 10 O exemplo de Ifaac, de facob, e de fefcph.
13 Defpois 0 dos paes de Moyfes, e de Moyfes mefmo. jo Defpoio de fojua, de
Rachah , e jur.tamente dos Juízes e dos Reys, que pela fè grandes coufas fizeraó.
3í defpois falia de alguãs mulheres, que grandes males padeeeraõ por amor da fè:
como tambem de diverfos Prophetas e Martyres' 39 Conclue que efles todos morre
rão na jè aindaque a coufa prometida fem nos naõ receberão.
Ca-
OS HE BRE OS. Cap. XII. 481
Capitulo XII.
1 Pelos exemplos precedentes exhorta os a perfeverancia n'efperança, e a paciência n’M
tribul.tçoens. z Propondolbes a efle fim o exemplo de Cbriflo, que pela paixaô en.
troa Ht fax gloria, p Tambem o exemplo de todos os verdadeiros filhos, que naõ
faõ fora de cafligo de feut paes. 9 Moflra os fruitos dos cafligos. iz Exhorta os
a 0 major zelo. 14 À paz e fanflidade. iy Avifa os contra rebelião, Jornicafaõ,
e profanidade, com exemplo de Efint. 18 A eflefim tambem lhes propoe a digni
dade da congregaçaõ no Ceo t na terra, á qual Jè chegáraõ , com huã contrapoji-
faõ da terrível deaçaõ da Lep. zç Avifa os otttra vez contra a rebelião com cap.
2. v. j. de Haggai, 28 E exhorta de ter firme a graça de Deus, propondo 0 cafli-
go que a os rebeldes ha de vir.
Capitulo XIII.
1 Exhorta es a o amer fraternal , a bofpedagem e compaixaõ des affligidos. 4. De
clara que 0 matrimonio be cajlo, • avifa Ibes que Je guardem da avareia , e fe
contentem cem 0 prefente. 7 'Propondolbes 0 exemplo de Jetis conduílores. y ^ívtfa
lhes tambem que je guardem das doutrinas eftranbas e particularmente da deferen-
(a dos manjares. 1 o Proponde lhes a efte fim 0 exemplo do jacnficio da propicia
ção, de quem comer a ninguém era lietto. íy Exhorta os a oferecimento aa grati-
daõ , principalmente a confejfaõ de nome de Deus, a beneficencia e a obediência ct
feus Paftores. iS Amoefta os que rogem a Deus peraque elle lhes feja reflituido.
20 Roga a Deus que elles aperfeiçoe em toda boa obra. 22 Acaba a efta carta
com huã nova amoeftafnõ. 23 £ promete que deprefla elles virá a ver com 0 Ti-
motbeo. 24. Alguãs faudaçoous manda.
EPISTOLA UNIVERSAL
d o
APOSTOLO S. TIAGO
Capitulo I.
1 Defpois Ja infcripçaõ. 2 Exborta 0 Apoftolo os efpalhados fieis de Ifrael a paciên
cia. 3 Polamor de feeu fruito!. f Os que naó tem efta fabedoria enjina que a
pedeffem de Deus, mas com fè, naõ duvidando. 9 Confola os humildes, eexborta
os ricos a humildade, por caufa de inconftancia das riquezas e de vida. 13 Enfina
que a tentaçaô fara fecado naõ vem de Deus , mas da própria cotuapifiencia que
concebe e pare 0 pecado. 17 Que Deus he origem de todo bem, e principalmentc de
regenerará. 19 Exborta a paciência , a manfidaò, e pera guardar a palavra de
Deus, 0 que declara com bum exemplo. 16 Afim enjina que a religiaõ pura con-
fifte principalmente tm refrear fua língua, 27 Em ufar de amor com as viuvas e
orfaõs, e em huma fanaa vida.
Capitulo II.
1 Enjina que nao convém a es Cbrifiais aceitar a pejjba dos ricos , e defprezar os
pobres fieis, vifto que os fieis faõ aceitos para com Deus , e que muitos ricoS faõ
maos. 8 O que tambem be contrario a o amor do proximo , e faz nos trafpajjar
a Ley. i o ^dindaque todos os outros mandamentos guardemos, i J E que os taes
tambem receberaõ bum juizo fem mifericordia. 14 Enfina que a fe fem boas tbras
naõ he fè falvifica. ty Naõ mais que amor fem obras de charidade he amor.
17 Porque tal fi bemorta, e tambem diabólica. 20 Tefl fica que tal"fi naõ pode
yuftficar, 0 que demoftra com exemplos de abraham, de Habab, e com parabola de
bum corpo morto.
Ca-
; rDE S. TIAGO. Cap. IJ I. . • 4^
f CautuloIII.
I Reprende os qtte facilmente com» meflres a outros reprendem, vifioque elles mefmos
em muitM coufas tropeçam, x E enfntt qtte o que fede refrear a fua lingoa, to.
do 0 corpo fabf governar, 3 Com exemplo do cavallo e da nao. y Mu a lin*oa
desrefreada be como foge. 7 Que refrear a lingoa he muito mais dijficil do que
amaxfar as bcjlas feras. 9 Qne nao convém qtte com bui e mefma lingoa bendtze-
mos aDeus, e maldizemos a 0 proximo. 11 Declara ijfo com exemplo}dafonte, eda
figueira. 13 Defpois exhorta a manfidaõ e pera deixar a enveja e contenda, l q De
fereve a natureza dafabedoria terrena eceleflial, e os fruitos das ambas.
1 K/ícus “mrás» naõ vos façaes muitos mcftres, fabendo quc rc-
ceberémos tanto major juizo.
2 Porque todos tropeçamos em muitas couíãs. Se algum naó tro
peça cm palavra, o tal he homem perfeito, c tambem pódc refrear
todo o corpo.
3 Vedes aqui nosoutros pomos a os caválos freyos n’as bócas, pe
raque nos obedeçaó, c fcom ijfa^ virámos todo léu corpo.
4 Vedes aqui tambem as náos, íèndo tam grandes, e lcvádas de
ynpctuóíos ventos , que íè viraó com hum bem pequeno leme para
onde quer que quifer a vontade d’aquelle que as governa.
5 Afli tambem a lingoa he hum bem pequeno membro , e fe
gloria de grandes coufas. Vedes aqui hum pequeno fogoquam grande
bofque ençcnde.
6 A lingoa tambenj he hum fogo, hum mundo de iniquidade:
afli a lingoa eftá pdfta entre noflòs membros, c contamina todo o
corpo , c inflama a roda de noflã naçença, c fc inflama do in
ferno.
7 Porque toda a natureza de béftas fóras , c dc áves, e de ’ íèr-aOn, Rc-
pdntes, c de peixes do már, fe amáníà, c foi amaníàda pela náturç-/n/«.
za humana.
8 Mas nenhum homem pode amaníãr a lingoa. Ella hc hum mal
que fe naó pode refrear, e eftá chçya de peçonha mortal.
9 Com ella bendizemos a Deus', e Pac, c com ella maldizemos
a os homens feitos a femelhança de Deus.
10 De huá meíma boca proçecle bendiçaó, e maldiçaõ. Meus ir
mãos, naó convém que eftas coufas paflèm afli.
11 Por ventura deita alguã fonte por hum mefmo manançial o
doçe, e o amargofo ?
iz Meus irmaós, pode por ventura a figueira produzir azei-
, tonas?
490 EPISTOLA UNIVERSAL
tonas? ou a videira figos? Afli nenhuá fonte f pode 1 djír dc fi agoa
falgada, c doce. .
13 Quem ne fabio e entendido entre vosoutros ?Moítrc por [fia']
boa convcríàçaõ fuas obras cm manfidam dc fabedoria.
14 Porem fe tendes inveja amírga , c contenda em voflòs cora
çocs, naõ vos glorieis, nem mintaes contra a verdade.
15 Porque naó hc dita a íãbcdoria que do alto dcçende, fenaó
bOtbN<«i«- tcrréna, Hèníual, c diabólica.
r,», anima. por£jue aonje jw invcja e contenda , ahi ha perturbaçaõ , c
toda obra perveríà. '
17 Mas a fabedoria que he do alto, primeiramente he pura, deípois
pacifica , moderada, traóiavel, chca dc miíericordia, c dc lx>ns
fruitos, naó parcial em julgar, c naó fingida.
*8 Óra o fruito de juftiça fc femea em paz pera os quec fazem
f paz.
Capitulo IV.
Qaq
*x._
49- EPISTOLA UNIVEE
VJ.
Capitulo V.
»•
, Exborta ainda a buã Cbriftaã. converfaçaõ , e moftra es males que fem a os ri
cos por fia que fruftraò a os pobres do fiu jornal, malrejaò das riquezas, e os ja
pas oprimem. 7 Exbrta os oprimidos a paciência pela vinda do Chrifto, com exem
plos do lavradar, dosErot betas, eprincipalmente de Job. n Avsja que fe guar
dem do temerário juramento, i 3 Enjina come nos avemos de aver na adverjidado
e na pro/pertd.ide. 14 Que devem faier os doentes, e que nos convém lhes Jazer.
17 Woftrando com exemplo de Elias a efiicacia das orapoés dos fieis. 19 A fim
exborta pera converter os errantes da verdade , meftrfndo qteam excelente be efla
obra.
tOu.era i ’ I? a pois agora, vos ricos, chorae c pranteae por voílàs mife-
fus. . -Lu rjas, qUe fobrc vos b viraó a cair.
bOu,Cajrao * Voílàs riquezas cítara apodrecidas: e voflosvertidos cftam todos
fobre vos. .; , *• 1
J comidos da traçaf
3 Voflò ouro c voflà prata eftá ferrugento : e fua ferrugem vos
fera cm teftemunho , e comerá voflà carne como fogo : ajuntado
cOu ím. tendes thefouros c pera os últimos dias.
4 Vedesaqui o jornal dos trabalhadores, -que voílàs terras íêgá-
raõ (do qual por vos foraó fruftrados) eftá bradando : c os brados
dos que as fegaraõ entráraõ nos ouvidos, do Senhor dos exercitos.!
5 Em delicias tendes vivido íòbre a terra, e feguido os deleites,
[_ e j recreado voflòs coraçoens como em dia dc íacrificios.
<5 Condenado, [r] morto tende? a o. jufto : [* J vos naó reíiftc.
7 Ora pois irmaõs, fede longanimos ate á vinda do Senhor.
Eis aqui o lavrador eípera o fruito precioío da terra , aguardando
com paciência ate que receba a chuva temporaá e forodea.
8 Vos tambem fede longanimos, c esforçac voflòs coraçocs: por
que ja a vinda do Senhor .vem chegando.
9 Irmaós, naó/wNN^Maa* huns contra os outros, peraque naó
fejaes condenados. Vedesaqui o Juiz eftá ápórta.
10 Meusirmaõs, tomae por exemplo de aífliçaó, c dc pacicnçia,
a os Prophetas que íalláraõ £ em J nome do Senhor.
11 Vedes aqui temos por bem-aventurados a os que fofrem. Bem
ouviftes a paciência, dc Jod, c viftes o fim do Senhor; que o Senhor
he muy mifcricordioíò, e piedoíò.
* 12Ora fobre tudo, meus irmaõs , naõ jureis pelo Cco, nem pe
ja terra , ncin por qualquer outro juramento : mas voflò íi , íeja
HOu,7«ix<^li> c voflò naõ, nao: peraque nao caiacs cm d condcnaçaõ.
TIAGO. Cap. V. 4P;
13 LAt* algú entre vosoutros affligido ? faça oração : eftá algum
alegre ?' lálmodie.
14 tá entre vosoutros algum doente ? chame a os Anciaós da
Ie.re;-’, e orem c lóbre ellc, ur.gindo o com azeite cm o nome doe®l’,P/r
Senhor.
x 5 E a oraçaõ de fé (alvará a o doente , c o Senhor o alcvia-
rá : c fe ouver cometido pecados, íerlheham perdoados.
ió Confefiáe voflas f faltas huns a os outros, c orae huns po-f0
los outros, peraque fareis. A oraçaô efficaz do jufto pode}'&.
muyto.
17 E'ias era homem como nos, fugeito ás mcfmas paixões , c
com tudo pedio, orando, que naõ chovcílè: e naó choveu fobrea
terra por tres annos e íeis meles.
18 E outra vez pedio , orando , c o Ceo dçu chuva , c a terra
produzio íeu fruito.
19 Irmaós , fe algum d’entre vos outros veio a errar da verdade,
C algum o converter. z
xo Saeba quc o que a hum pecador do erro de íèu camin
ho converter, da morte Clivará huá alma, c cubrirá multidaõ dc
Qqq 2 PRI-
494
PRIMEIRA EPISTi
UNIVERSA L
do -
APOSTOLO S.PEDRO.
Capitulo I.
i Defpois da infcripfaò d'efla carta. J Da graça a Deus que nos regenerou a he
rança incorruptível, g E pela fi nos guarda a falvaçaô, alegrando nos no niejo de
todas as tentações. 8 Poloque o tambem com alegria amamos, aindaque o naõ ve
mos. i o Declara que a doutrina d'ofla graça naõ he nova, mas pelo Efpirito dt Cbriflo
antigamente predica, ii £ que os Anjos tambem dejejáraô olbar nella. ij Di-
vtrfas amoeflaçeís, e principalmente a bná firme ejperatiça n’efla grafa. 14 A
fanílidade e apártaçaò da vaã converfaçaõ. 10 Enfina que, Jendo Cbriflo elegido
ja des d’antes dá fundaçaõ do mundo, agora fe manifeflou por amor de nos. zi Ti
ra d'aquillo huá amoeflaçaõ que amemos buns a os outros com amor fraternal*123456fen
do regenerados a iffo pela incorruptível femente do Euangelho.
feguir. J
11 A os quaes foi revelado, que naõ para fi mefmos, fenaó pera
nosoutros adminiftravaõ as coufas, que agora vos fóraõ anunciadas pe
los que, pelo Eípirito íànólo do Çeo enviado, ò Euangelho vospré-
gáraó: nas quaes couíàs os Anjos dcíejaó olhar ainda até o mais in
terior.
13 Portanto avendo cingido os lombos dc voflò entendimento
com temperança, efperae perfeitamente rih graça que fe vos offcre-
çe na revclaçaó de Jefu Chrifto.
14 Como filhos obedientes, naõ vos conformando com voílàs pat
fadas concupiíçençias no tempo de voflà ignorançia.
15 Mas como aquelle que vos çhamou he fanéto , vos tambem
da mefrna maneira lede fanótos cm toda \_voffd^ convcrfaçaó.
16 Porquanto eftá efcrito, Sede fanctos, porque eu fou lijnéto.
17 E íc por Pae invocacs a aquelle que íem açcitaçaó de pcflòas
julga fegundo a obra de cadahum , converíàe em temor durante o
tempo de voflà * habitaçaõ temporal: a Ou’ De~
18 Sabendo que foftes reígatados de voflà vaa convcrfàçaõ , que
por tradiçaódos paes b reçcbeftcs, naõ com coufas corruptíveis, co-bOu r •
mo COm piata OU OUIOZ be entrega-
19 Scnaõ com o prcçiofo fangue dc Chrifto , como de hum cor- d*.-
deiro irreprcnfivcl, c fem alguã contaminaçaó.
20 Conhecido ja desd’antes da fundaçaó do mundo, mas mani-
fcftado n’eftes últimos tempos por amor de vosoutros. $
2. 1 Que por elle crédes cm Deus, que dos mortos o refuf-
çitou, c lhe deu gloria , peraque voflà fé c cfpcrança cftiveflè em
Deus,
c»
Qqq ? 22 [ Por-
496 I. EPISTOLA UNIVERSAL
ii avendo purificado vofiàs almas pelo Eíp.-íto cm
a obaucnçia da verdade, paf^íS&fingida charidade fraternal, .amac
vos aidcntcmcnte hums a os outros dc hum puro coraçaó:
i ^ Sendo ja regenerados, naõ de íèmente corruptível, fcnaò n.
raà1jUçcVC ’ pcbl Pa^avra v*ventc dc Ucus, c que para íèmpre per-
Capitulo II.
1 Amofia os qu, fi,apartem dos divtrfos vicies, e dtfiejem , lejte qltt j}( r ■
no. peraque cre(aofiobem,,Sofl,ma hudad, de Deu,. 4 E q„, elmo pedr”
fe tdtficem eu, cafa efpsntnal e fiando Sactrdotio. 6 Porque 0 Ckri/lo,d, d,m be
pojlo por p,drada efquma, eleita e preciofid a os fieis, mas por pedra de tropeço a
os rebeldes 9 T</^ qtt, tíl„fifS a 'W*
miferico dia. 1 1 Exhorta os por iffo a fanda converfaepò peraque com ella vlorfi.
quem a Deus. 13 fimoefta os a obedecer a os fuperiores. tS £ os fervos dt Mar
JSe*í!'“í Wt5/ r5r^s- * 1* ‘M* Ihrspropoimapaixâido
CC,ii,r ^C,yc‘* d dlí‘ .*♦ £ ctnJ°^ ts com os fruitos da me/ma paixaÒ
jeiiJt a canja da JÍm canverfao d'elles, * * 9
•CapituioIII.
t Exhorta as mulheres a fer fugeitac« proprios maridos, e que fe ataviem naõ com
0 homem exterior, mas com o interior. f Por ijfo lhes propoem o exemplo das fatt-
ílas mulheres no Kelho Teflamento , e principalmente o de Sara. 7 Exborta tam
bem es maridos que babitem com fuas mulheres diferetamente. 8 Torna a exhor-
tar a amor fraternal, e principalmentc a paciência e paz, citando de Pfalmo 34.
a promejfa de Deus. 13 Moflra que naõ devem temer quando fem culpa padecem,
e que convém que eflejaõ fempre aparelhados pera dar raZam da efperança que nel-
les ha. 18 Propondolhes 0 exemplo da patxaõ de Cbriffo. 19 £ hum contrario ex- -
emple de caftigo de mundo antigo e da falvaçaõ de Nce pola agoa. 11 Cuja cor-
tejpondcnte figura he oBautifmo, que nos moflra a refurreiçaò e a gloria de Cltriflo.
Rrr C A-
5 oo I. E MS TO LA UNIVE
Capitvlo IV.
1 Avendo confiderado 4 paixao de Chrifto, exhorta pera naõ viver mais feg’nio m
concupifcenaas da carne: mas fegundo a, vontade de Dem. 4 £ enjma qu< „ t
0 contrario fz.traã e outros defvidraõ , h.iõ de dar conta a Deus. 6 Que por ijfo
tambem a os mortos 0 Euangelho foi anunciado, 7 Elles exhorta a temperança, a
orapaõ, a charidade, e a outras virtudes. 10 £ tambem a bem ufir de dons ead-
mintflraçoens que cadahum recebeo. 11 Enfina que as affliçoens faõ próprias a os
fieis, e pefa fua falvaçaô. ip Mas avifa que ninguém padeça como malfeitor
Jenaí como Chriftaõ. 17 Porque 0 juizo de Deus começa da fua cafa. 18 _Mas
que os impios, defpois (Cefla vida, mais grande juizo receberão.
! /'Vra pois ja que Chrifto padeceo por nos em a carne, vos tam-
- bem eftae armados com efte mefmo penfamento, [_ a ftber j
quc o qucpadeceo em a carne, ja dcfiítio do pecado:
z Peraque o tempo que ainda refta em a carne , naó vivaes mais
• fegundo as concupiícencias dos homens, mas fegundo a vontade de
Deus. „ , , .
3 Porque bem nos deve baftar que o tempo paliado da vida aja
mos cumprido a vontade dos gentios, quando ainda converfavamos
em luxurias, concupiícencias , borrachiees’, glotonarias, bebedices,
e abomináveis idolatrias.
■ 4 Do que blasfemando, fe admiraó, vendo que naõ correis com
aOu.DfJà- ellcs no mefmo a defenfréamento dc diílõluçaõ:
/at». $ Os quaes haó de dár conta a o quc aparçlhado eftá pera julgar
a os vivos, c a os mortos. -
<5 Porque por ifto foitambem Euangelizado aos mortos, peraque
' bem foliem julgados fegundo os homens cm a carne , porem vivct
íem fegundo Deus em Eípirito.
7 Ora ja o fim de todas as coufas eftá perto: Portanto fede fobrios,
e vigiae em oraçoés.
8 E fobre tudo tende entre vos outros fervente charidade: porque
a charidade cubrira multidaõ de pecados.
9 Hoípedaevos huns a os outros íem murmurações.
10 Cadahum' fegundo o dom que recebeo, o adminiftre a os ou
tros, como bons diípenfciros da varia gra^a de Deus.
11 Se alguem falar, [ fale J como as palavras de Deus: fe al
fa Ou,Da,ou guem adminiftrar, fadminiftre'] como da potência que Deusboutor-
concede. ga; peraque cm tudo feja Deus glorificado por Jeíu Chrifto: aquem
pertence a gloria e a fortaleza dera fempre jamais. Amen.
1 12 Cha-
■ . S. PEDRO. Cap. y. 5<n
entre voÇ^wi vo^WMR ^ra^tàMÍf*, comofealguacoufacltran-
ha vo aconteceíle:
r *• Antes como communicacs n’as paixões de Chrifto, Q ajft J vos
alegrac: peraque tambem cm a manifeftaçaõ de fua gloria vos gozeis
e alegreis.
14 Sc polo nome de Chrifto fois vituperados, bemaventurados
fois: porque fobre vosoutros repqufa.o Efpirito da globa, e Q 0 Ef
pirito ]dc Deus: o qual, quanto a elles, heblasfemado, mas quanto
a vos, he glorificado.
15 Porem nenhum de vos padeça como homicida, ou ladram, ou
malfeitor, ou que fc mc'te cm negoçios alhejos.
16 Mas fe [algum padece'] como Chriftam, naõ fe envergonhe,
antes glorifique a Deus n’efta parte.
17 Porque ja he tempo que o juizo comece da Cafa dc Deus: e fc
primeiro de nos [comefa,] qual ferá o fim d’aquelles que naõ obe
decem a o Euangelho de Deus?
18 E fc o jufto apenas fe falva, aonde aparejerá o impio e o pe
cador ?
Portanto tambem os que fegundo a vontade deDeuspadeçem,
écomendem [7^3 fuas almas, como a o fiel criador, fazendo bem.
Capitulo V.
SE.
5°}
JNDA EPISTOLA
JNIVERSAL
D o
APOSTOLO S. PEDRO.
Capitulo I.
I Defpois da infcripcaõ e faudaçaõ conta quam grande grafa e beneficias Deus des
a os 'Judeos para fuafalvacaõ d’ elles. p PoriJJo amoefta os pera crecer mais emais na
tiedade. e acrecentar a fi ainda outras virtudes. 8 Enfinando que entaõ feraõ
trada no reino de Cbriftõ. i 2 Declara que aindaque faibaõ eftas coufas, quis lhes
efpertar com efta amoeflafaõ. 14 Porque fegundo aprophecia de Chrifto, brevemen
te avia de deixar a feu tabernáculo, peraque defpois da fua fahida tToftas lem
brafem., 16. Teftifica que a doutrina de Cbriflo e de fita vinda naõ faõ fabulas,
mas que elle mefmo e ainda dous outros Apoftolos viraõ no monte a gloria de Cbri
flo, e Jo'Ceo ouviraõ 0 teflemunbo do Pae. 19 E que ella tambem efta teftemun-
bada pelas efcritnras propheticas. 10 Infpiradas pelo Efpirito de Deus.
ria c virtude.
4 Pelas quaes nos fam dadas grandiffimas e preciofas promeflàs,
peraque por ellas fejaes feitos participantes da natureza Divina, avendo
efeapado da corrupção que ha no mundo pela concupiícencia.
5 Portanto vss tambempondo nifto mefmo toda diligencia, acre-
ccntac á voílà fé virtude, c á virtude, feiencia,
6 E áfeiencia, temperança, e átemperança, paciência, eápaciên
cia, piedade,
7 E á piedade, amor fraternal, e a o amor fraternal, charidade
[pera çptn tedos- J
Rrr 3 8 Por-
504 II. J..PISTOLA UNIVERSAL
8 Porque fc citas coufas cm vos ouver, c abundarem ,£ ves J naõ
deixarão eftar;ouçiofos, nem efteriles.em o conhecimemofte nollò
Senhor Jcfu Chrifto.
9 Porque aquçlle em quem, eftas coufas fe.naõ achaõ, hé.;$go,c
naõ vd náda de longe, avendofe cíqueçido da purificação de feusan-
tcpaflàdos pecados.
10 Portanto , irmaõs, tanto mais procurae com diligencia de fa
zer firme voflà vocaçaó c eleiçaó. Porque fazendo ifto nunca trope
çáreis.
b Ou, s«J- j r porqUC afli vos fèrá abundantemente b fomeçida a entrada em
ZÍÍ o Rçyno ctenio de ngtojnor e Salvador JefuChrifto.
prada. 12 Peloque nao^w^j«m de fempre vos amoeftar éftas coufas,
ainda que bemasfaibaes, e na verdade prefente confirmados efteiaes,
13 Porque por jufto. tenho,. em quanto n’efte tabernaculo eftcíu,
dc com amocftaçoés vos deípertar.
14‘Sabendo que brevemente d’efte meu tabemaculo me hei dc
c0u,D«*4rc mudar, como tambem noflò Senhor Jefu Chrifto ja declarado
*/?« mettCg-c. m’o tem. >
iy Mas eu procurarei com diligencia na qualquer ocafiaó, que
tambem .deípois ae mcu ■ faleçimçnto poflàçs ter lembrança d’eftas
coúíàs. '
16 Porque naó vos temos dado a conhecer a potência c a vinda
de noflò?Senhor Jcfu Chrifto. feguindo fabulas artificialmente compo-
ftas., fenaó como i com noflòs proprios olhos íúa Mageftade avendo
vifto. * .
37 iPorque de Deus.Pac rccebco honra c gloria, quando huã tal
voz da magnifica gloria lhe foi enviada, Efte he mcu amado Filho,
cm quem tomei meu bom contentamento. >
18 ;E ouvimos efta vdz enviada do Ceo, eftando com elle n’o
monte fanéto.
19E temos a palavra dos Prophetas, aqual hc muy firme: a aqual
fazeis bem dc eftardes atentos como a huã lume que alumia em lu
d Ou > 0 lu gar efcuro , até que o dia começe a efclareccr, e a a eftrclla d’alva
zeiro da laia em voflòs coraçocs:
manhiti.
20 Sabendo primeiramente ifto, que nenhuá prophccia da Eícri-
tura he dc( própria interpretação.
• 21 Porque a prophécia naó fc trouxe antigamente por vontade al-
gu;? humana,; mas os < íãnétosihomens do Deus. a. faUáraó,fcndo com
pelidos do Eípirito fanéto,
C A‘
I
S. PEDRO. Gap. IJij $05
5o5
Capitulo II.'
tllts mefmos fervos de corrupção. 10 Enjina que o estado dos Cbriflaõt que delles
ficaò engastados, pejor he do que fe nunca a o Cbriflo conbecèraò, 11 Cemparande-
Ihes cem os cais e os porcos > que fe tornaô a fuas çugidades.
Ca-
DE S. P E D R O. Cap. f/lL J07
Cafitulo III.
PRI-
50?
PRIMEIRA EPISTOLA
UNIVERSAL
D O
APOSTOLO S. JOAO.
Capitulo I.
* nu.
CapitvloII.
1 Declara qne a promejfa da perdoaò des pecadas propus, nao pera mal utar d’ella tt
pecada, mas por confdaçaõ dos pecadores. 3 Exhorta os*qiu conhecem a Cbriflo a
guardar os mandamentos de Cbriflo. 7 Enfinando que efles por diverfos refpeitosfaõ /
bum mandamento uivo e velho. 9 Defpois a amor de proximo. 1 3 £ aplica efta
exbortaçaô a os paes , a os mancebos e meninos, i p Enfina que os Chrifliaõs, nem
a 0 mundo, item a 0 que nelle ha, devem amar. 18 E que Jeguardem d'os falfos doutores
e ^ínticbriftes. 10 Lhes moflra aue a tenção do Efpirito S. os guardará da concupi-
fcexcia 'mundana e do engano aos dnticbriflos. 22 Os quaes defereve. ipPre-
poem lhes a promeffa da vida eterna. 17 L defereve a potência da unçaõ do Efpi-
rito S. qtee recebèreeò. 28 £ exhorta os pera conflantemente ficar na doutrina do
Cbriflo, peraque quando aparecer tenhaõ confiança. 29 £ que utaô dajnfliçapor
moflra que faõ regenerados.
Capitulo III.
;i Moflra <1 dignidade dos fieis , que agora faò filhos de Dtuj , aindaque fita gloria
delles defpois fia vinda de Chriflo perfeitamente fera mantfeflada. 3 Amoefta os
que Ji mejmos alimpem. y A 0 qual fim Chrifto apareçeo. q Que pelo ijfo oífilbos
de Deus, e oS filhos de diabo fe dijeertiem. 1 ■■ Exhorta tambem elles pera amar
huns a os outros. 11 E do exemplo de Cain fe guardar. 14 Enjina que 0 amorbe
hum verdadeiro Jinal que da morte fomos livrados, e que quem aborrece a feu pro
ximo, be homicida diante do Deus. 16 Propoem 0 amor de Cbriflo e exhorta de 0 imi
tar. 17 Naõ fomente de palavra fenaõ de obra e de verdade, 19 Enfinando que
com ijfo maio e mais fitamos certos, que JomoS verdadeiros CbriflaÓs. 11 E que
tiojfat orapoeus feraõ ouvidas. 13 Que n'iflo confifle a forna dos mandamentos de
Cbriflo, a Jaber, em crer n'elle, e em amar 0 proximo. 14 Ijfo fazendo temts
commutihaõ com tUt, e d'ijfo nos ajfegura 0 EJpirito d’elíe.
Ca-
jHSTOLA universal
Capitulo IV.
Capitulo V.
1 Demoflra que e amor de Deus e de fem filhos fempre efla conjunta, j £ enfina
qtte o amor dc Deus fe moflra pela objervaçao de feus mandamentos, e feia vito
ria do mundo, o que os regenerados fazem em jefu Chrifto. 6 O qual demolira
fer elle o Filho de Deus e nojfo Salvador com dous tcflemunbes, noceo, comodetri-
nidade. 8 E na terra, com o do EJpirito, da Agoa , e do Sangue, Ç) Enfinandoque'
efíes teflemttnbos devemos receber, je naõ que Deus fazemos mentirofo. 11 Mas
que os recebem, que pelo jefu Chriflo tem a vida eterna. 14, E bua cotfiança que
pelas fuas oraçoes receberão tudo 0 que he neceffario a falvaçaõ. 16 E ijfo naõ fo
mente por fi mefmos, mas tambem por fere irmaó , que naõpeca pera morte. 18 Em
qual pecado os regenerados naõ caem , por quanto a Deus c a feu Filbo Jefu Cbri-
flo na verdade conhecem e nelle eflaõ. ii Afim exborta os fieis que fe guardem
dos idolos.
Ttt 2 SE-
APOSTOLO S. JOAÕ.
i Ançiaó á íènhóra eleita, c a feus filhos, a os quaes em
■ ■ verdade ámo: e naó lòmcnte cu, mas tambem todos os
quc a verdade tem conheçido:
2 Por amoi da verdade que em nos permaneço, c comnoícope
ra fempre eftará.
$ A graça, miícricordia, e paz de Deus Pae, e do Senhor Jeíu.
Chrifto, o Filho do Pae, íèja com voíco em verdadeecharidade.
4 Muito me alegrei por achar que de teus filhos andam em a ver
dade, fegundo reçcbcmos o mandamento do Pae.
■ 5 E agora, íènho'ra [eleita J te rógonaócomoeícrevèndotéhum
novo mandamento, mas o quc desdô prinppiotivemos, [a faber J
que nos amemos huns a os outros.
6 E éfta he a charidade, que andemos fegundo íèus mandamen
tos. Efte he o mandamento, conforme ao quejadesdo prinppio ou
vido tendes, quenelleandeis.
7 Porque muitos enganadores faõ ja entrados no mundo, os quaes
naõ conféflãõ que Jeíu Chrifto hc vindo cm a carne. Eftc tál hc o en
ganador co Antichrifto.
8 Olhae por vos mcímos, peraque o quc ja feito temos, a per
der o naó venhamos, mas antes o inteiro galardaõ reçebãmos.
a Ou, Tm 9 Todo aquclle quc » prevaricd, e na doutrina de Chrifto naõ
Mj, *>«Ppcrfevcrií, naó tem a Deus: quem na doutrina dc Chrifto pcríevó
“j"’*- ra> tem a o pae> c a o pdho.
ío Se alguem a vosoutros vem, c eftadoutrina naótraz, naõorc-
b Ou, Nem çcbacs em volla cf(a, b nemtaõpoucooíãudeis.
'tb‘ 11 Porque quem o íàúda, com fuas tnaásobrascommunica.
&Mtffal- .11 AnKlaque muitas couíãs tinha que vos eicrever, naõ as qtiis
ve. . eicrever com papel e tinta: mas cípcro vir a vosoutros, e fallar de
bdea a boca, peraque noílò gozo íeja cumprido.
ij Os filhos de tua irmaá, a eleita, tcíaudam.
TEIV
PP
TERCEIRA EPISTOLA
D O
APOSTOLO S.JOAÕ,
Ançiaõ a o amado Gayo, aquem em verdade amo.
O 2 Amado, defejó pnnçipalmente que • fejas profperado,aout£mf«.
e tenhas faude, como tambem tua alma eftá em profpc-^ ttv» '
EPISTOLA
UNIVERSAL
D o
APOSTOLO S. JUDAS.
1 TTudas fervo de Jefu Chrifto , e irmaõ de Jacobo, a os ia cha-
I mados, fanctificados pelo Deus Pae, c [por ] Jefu Chriíto con-
■ íervados.
z Mifericordia, cpaz, e charidade f vos j fe'ia multipli
cada.
,3 Amados, procurando eu de com toda diligençia vos eferevér á
cerca da commum íàlvaçaó foi me neçeílàrioefcrevervos, e exhortár
Lt-cj] n batalhar pola fé, que huã vez a os íãnótos foi entregada.
4 Porque encuoertamente íc tem entrado alguns que ja dantes eftá-
a Ou, Orde- vam *1*45678cícritos pera efta mefina condenaçaõ , ímpios , que convcr-
Mdos. tem a graça de Deus em b diflòluçaõ , e négaô ao fó Enfenhorea-
b OujZ/ww-Jqp j)eus e no^Q Senhor Jefu Chrifto.
5 Porem quero vos lembrar, como a os que ia huã vez ifto fa
beis, que avendo o Senhor a o povo de Egipto livrado, deftruhio
defpois a os que naõ criâm.
6 E debaixo de eícuridade em priíoés eternas refervou ate o jui
zo d’aquelle grande dia a os Anjos quc íua origem naõ guardjíraõ,
antes fua habitaçaõ deixáraõ.
7 Como Soddma e Gomdrra, e as cidades circumvizinhas , as
quaes a o modo d’aqueiles avendo fornicado, e avendo íc após ou
tra carne desenfreado , foraõ propoftas por exemplo, avendo reçe
bido a pena do fogo eterno. ’
8 E cambem óftes fcmclhantcmcntc adormcçidos, contami-
naõ
3
DE S. J U D A S. pi
naó a carne, e menosprczaó o fcnhorio, £ vituperaõ as c dig-cOu,/»^.
nidadcs. - . jWtsfw
9 Todavia Michaêl o Archanjo , quando contendia com o diabo™”™'
fobre o corpo de Moyfes, naõ oufou a contra ] uíàr de juizo
de maldiçaó : mas diílè, O Senhor tc redargua.
10 Porem éftes diíem mál do que naõ enténdem , c fc corróm-
pcm em tudo o que, como d béítas brutas, naturalmentc con-jOllj
hepem. ... mati ’rra~
11 Ay d’ elles: porque o caminho de Caim feguiraõ, e pelo cn-fxw*’w!
gano do galardaõ de Balaam fe derramáraó , e pela contradiçaó de
Coré pcreçéraõ.
12 Eftes fam mançhas em voflòs convites de charidade, banque
teando com vofco, apaçcntandofe afi mefmos íèm temór algum:íãó
nuveis íèm agoa, levadas dos ventos dc huá a outra bánda: íãó como ar
vores murchas, [/] íèm fruito, duas vezes mdrtas, deíàrraigádas:
13 Ondas impetuoíàs do mar, que eícumaõ fuas mefmas abomi
nações: cftrellas errantes, pera os quaes a eícuridade das trevas eftá
eternamente reíèrvada.
14 Dos quaes prophetizou tambem Enoch , o íètimo deípois
de Adam, dizendo, Eis que vindo hc o Senhor com feus íànctos
milhares. . ...
15 Pera contra todos juizo fazer , e a todos os ímpios dentre el-
lcsc convencer de todas íuas más obras que impiamente comctcraó, e Ou, R*-
e de todas asf rudas f palavras 1 que contra elle falláraõ os Ímpios^’'/'"’--
. r f O\i,DnrMt
16 Eftes faõ murmuradores, quereloíòs açercade íèu eftado, que™
andaõ fegundo fuas concupifcencias: e fua boca falia coufas muy
arrogantes: tendo em admiraçaó as pcllòas por cauíà de pro
veito.
17 Mas vosoutros , amados, tende lembrança das palavras que
dantes foraó ditas pelos Apoftolos de noflò Senhor Jefu Chrifto.
18 Como vos diziaó, Que no ultimo tempo averiaefcarneçedorcs,
que fegundo fuas malvadas concupifcencias andariaó.
19 Eftes íàm os que a fi mefmos fe íepáraô,[ homens] naturaes,
c que naó tem o Eípirito.
20 Mas vosoutros, amados, ediíicaevos a vos mefmos fobre voflà
fanótiflima fé, orando em o Efpirito Sanóto.
21 Confervaevosa vos mefmos em o amor de Deus, cípcrandoa
miíericordia de noflò Senhor jeíu Chrifto pera vida eterna:
22 E
pa EPIS’?? UNIVERSAL DE S. JUDAS.
2 2 E tende piedade^Jos liuns, ufando dc diícriçaó:
g Ou, T«r- 2 3 Mas falvac a os outros por 8 temor, arrebatando os do fogo,
tor. c aborrecendo tambem, ate a roupa mançhada da carne.
24 .(Jra a aquelle que poderolo he pera de tropeçar vos guardar,
c com alegria perante íua gloria irreprenfiveis vos apreíêntar:
25 A o fo íabio Deus, noflò Salvador, feja gloria emageftade,
força e potência, agora e pera todofempre. Amen.
A P O CALIPSE
O U A
REVELAÇAÕ DE S. JOAO
O THEOLOGO.
Capitulo I.
I 50ilõ coitado Je quem e pela quem lhe efla revelapaò foi feita. 3 E dit»
quam bemaventurada! fam os que a tem e guardai. 4 Defeja graça e pat a aS
Jète Igrejas em Afta, de Deus, d'os fete Efpiritos e de Cbriflo jefu, cuja peffoa,
btwficios, e vinda pera julgar mais larga defereve. 9 A revtlafaitnefma, aquem,
e aonde feita. 1 f A voz d'aquelle que Ibe manda eferever. 12 Defcteve*a pri
meira vifaõ dos fete candieiros de ouro. 13 E do Cbnfto em bua grande magefla-
de. 17 De como joaõ foi efpantado fibreeftavifaõtconfirmadopeloCbrifio. 19 Que
mandalbt eferever. 20. E declara que Jignificaõ os fete cflrcUas mais os fete can
dieiros de ouro.
Capitulo II.
I Cbriflo Ibe manda eferever , primeiramente a o Anjo da fyreja de Epbejo. 1 Quem
louv.i par feu bom cuidado e outras varias virtudes. 4. Mm o reprende que tinha
deixado jua primeira chiredade. 7 E promete a 0 que vemer de darlhe a eomerda
dfvoredt vida. 8 A Jegunla carta a ojlt •mqrna, a quem louva por muit.es vir
tudes , e anima contra as pirfyuifoes, prometendo a 0 que vencir a coroa da vi
da. 11 A terceira carta a 0 de Pergamo, aquem louva por fua conflancia, mas o
reprende por f< defcuidado contra os que retem M doutrm.tS de Balaam e dos ttico-
Iditas. 1 7 M.ts promete a 0 que vencer , de dar lhe 0 Manna ejcondtdo. com butn
fetxmho bran 0. 18 A quarta carta a 0 dc Tyatira , aqts-m louva por (tu acrecen-
tamen to em divirjas virtudes. 10 Mas 0 reprende porque deȇva profetizar a
mulher “JeZabel. 11 Aquem rfniMça cot» caffígos. 14. Avifa dejpots a os que as
profundet-M de /atariM naõ conheciaò, de reter 0 que tem. z6 E promete a 0 que
vencer de darlbe pader jobre as Gentes > e a eftrella da manbaã.
as primeiras.
ao Porem t^nho [ buís] poucas de coufas contra ty:e que con- e Ou, qu
fentes a mulher Jezabel, que fe diz Prophetiflà , que enfina , c cn- permites. í rm.khj,
gane a meus fervos, que formquem, e das coufas a os Ídolos facrifi-
cadas cornaó. Vvv z zi E
zi E dei lhe tempo peraque dc fua fornicaçaó íè arrcpcndeílè, c.
naó fc arrependeo.
zz Eis quc na cama a deito, e a os que com ella adultcraó, cm
grande tribulaçaó, fc dc luas obras fe naó arrependerem:
E a ícus filhos matarei de morte : c fabeiúm todas as Igrejas
quc cu íou aquclle quc os rins e os coraçocs cfquadrinho. E a caca-
hum dc vos iegundo íuas obras darei.
'4 Mas cu vos digo a vos , ca os de mais que eftam cm Tyati-
ra, a todos quantos efta doutrina naó tem, e^as profundezas de íáta-
C A P I T U I, Q IIL
Capitulo IV.
8 E
D E S. J O A Õ. Cap. V. 529
8 E os quatro Animacs tinhaó cadahum dc por fi feis afas a o re
dor , c por dentro eftávaõ chcyos dc olhos: c naó tem repoufo dia
nem noite, dizendo, Sanóto, Sanóto, Sanóto hc o Senhor DeusTo-
dopodcroíò,-Que era, e Que hc, c Que ha devir.
9 E quando os Animacs davam gloria, e honra, c fazimento de gra
ças a o que eftáva aílcntado fobre o throno, a o que vive pera todo
fempre. . , - „ , - , r,
i o Os vinte e quatro Anciãos fc poftravao diante do que íòbre o
throno eftáva aflèntado, e adorávaó a o que vive pera todo íempre
ja mais, e lançávaó fuas coroas diante do throno, dizendo,
ii Digno es, Senhor, de receber gloria, c honra, epotenciaj
porque tu criafte todas as coufas, e por tua vontade c fam, e foraój^ u»
criadas.
Capitulo V.
Js nropriedades do livro fellado que eftáva na mao deDetu. ; Que per criatura nenhui
nodendo ftr aberto, fe • leaõ da tribu de Juda foi achado por digno de abrir, y Que
torna o livro de J'ua maó. 8 Eouvaõ fua dignidade os quatro Animaes, e vinte e
quatro Anciões. »I Como tambem a multidaõ dos Anjos, i 3 E todas as criaturas
tio ceo e na terra.
Capitulo VI.
•I ÃbertO o primeiro filia. aparece brim cavallo branco ajferrtando im cima bum ~t>l-
tartufo. 5 Aberto o fegundo fello, aparece hum cavallo •vermelho , affcutanrlo em ci
ma bum que tira p.ttda urra. ç aberto o terceiro jello, aparece bum cavallopre
to , a[fintando etn cima bum com balança na maõ. 7 Aberto 0 quarto jello, apa
rece bum cavallo amartllo , ajftntMtdo em cima a morte, 9 Aberto 0 quinto jel
lo , as almas debaixo de altar bradai a Deus, e ficai coujoladoi. 1 x A fim aber
to 0 fixto fello, grandes jmaes aparecem no tio enaurra. 11 umgrande rjpantoe
tremor de todos os bomes. ' *
V
\
DE s. JoAõ. Cap. и. …
Е fabio outro cavallo vermelho: e foi dado a о que em cima
allentado efláva [poder] de a paz da terra tirar, peraque huns a os
outros Ге matem: e foi lhe dada‘hui grande efpada.
5 Е 'avendo aberto o terceiro (ello, ouvi o. terceiro Animal, di
zendo, Vem, e vé. E olhei, eeis hum cavallo preto, e о queem
cimaaflentadoeíláva, tinha huã balança em fua maõ. `
6 Eouvi huã voz no meyo dos quatro Animaes, que dizia, Hum
' cheniz de trigo por hum dinheiro, e tres chenízes de cevada por = EM I
hum dinheiro: e naõ façaes daño ao vinho nem a о azeite. ЁЁ?!“ "
7 E Iavendo abate/to quatro fallo, ouvi a voz .do quatro Animal , ‚„„„ 475;:
que dizia, vem, e ve. Ь… ‚мм
8 E olhei, с eis hum cavallo amarello: eo que em cima all'enta- *eque/mf
do ellâva, tinha por nome, Morte, e o Infernoo feguia. E'foilhes ”'" 'i' ""
dada poteitade'fobrea quarta [parte] da terra, pera matar com el'pzf
da, eeom Fome, ecom mortandade, e corn as feras da terra.
9 E avendo aberto о quinto fello, vi debaixo do altar as almas
-dos que por amor da palavra de Deus foraõ matados, c por amor
do teflemunho que tinham.
to E bradãvaõ com grande voz, dizendo, Até quando, Enfen
horeador, fanólco , e verdadeiro, naõ julgas e vingas noflb fangue
dos que fobre a terra habitaõ.
1 x Eforaõ lhes dadas acadahum veí'cidums brancas compridas, efoi
lhes dito que regoul'all'em ainda hum pouco de tempo, até que Ге
cumprifi'em (cus confervos, efeus irmaõs, quc tambem aviaõ de fer :2,351";
matados como elles. fem“
u E olhei, abrindo 'elleo fexto lello, ecis quclfoi feito hü gran
de tremor de terra: e o fol Ге tornou preto como hum [aco de eili
'cio, в a lüa fe tornou toda como fatigue. _
I; Е as eílrellas do cco cahiraõ ГоЬге a tem , como quandoa
figueira lança (eus figos verdes, fendo abalada de hum grande vento.
14. E о сео Ге retirou como hum livro que Ге envolve: e todo
monte, e ilhas de l'eus lugares foraõ movidos.
15 Е os Rcys da terra, e os Principes, o os Ricos, e os Capi.
taens , e os Poderofos, e todo fervo, etodo livre fe efconfléram nas
cavernas, с entre as rochas das montanhas.
16 Б, diziaõ a os montes, e ás rochas, Cahi fobre nosoutros, e
el'condei nos de diante' do rollo d’aqucllc que (obre o throno efié af
fcntado , e de diante da ira do Cordeiro.
' x7 Porquc vindo he о grande dia de Гия ira: e quem poderá fub.
' ? Xxx CА
ril
„ь -a.P~ocrir..1rs.li:r
__
_.
1 Шинник)“ que tinhixä poder de dunißrrir а term. a. Hum outra Anja фи ‚ nad
_ —_ .
'Permite/bar antes qm todo: are/cito: jbrnäajfinaladu. `4. O numero ffl/0;. 9 E/la'
wurde hui ти./114116 que ninguem podia cantar de radin as цца?! diante de rbnmo,`
guelorrmâ а Ош: : а rardrzra. 1 1 Coma tambem [дат и Anja: , м quarry Акі
Wm' .`-. там с todos ai' Акгілдд. 13 10.10“ ffm :):/птахи рс/о bum du Aktiven: аист filo'
ц de vc/Íidum (franca. l; E cm que can/ißt’ jim детишки/мр feller.
_.
-—. _— _ —-_. _ 1. Е dcfpoisdeilas coufâsvi quatro Anjos quel eílávaö ГоЬге os qua.
3_2.'
' tro cantos da terra, retinhaö os quatro ventos da terra , рега
,iLove-l' que о чето naô fopraíïefobre a terra, nem l'obre о таг, пет contra
“_ “ `:№_ч"`
*
arvore alguä.v
’_ -._ 2. Е ч1 cutro Anjo, que fobia da banda do oriente, tendo o fel-f
_ _,
lo do Deus vivente, о qual bradou com rande voz a os quatro,
- Anjos, aquemvêra dada [рт/1441] peta tazer daño á terra, е a,>
o mar,
3 Dizendo,_Naô Façaes daño á terra, nem a о mar, nem ás ar
vores, até queaos fervos de noITo Deus em Гааз teltas aûìnalado
naô ajamos. ’ ` _
4 Eouvi-onumero dos que eflávaô ailinalados: cento e quarenrI
ta el quatto mil allinalados de todas as tribus dos., filhos де…
Шаё : .
5' Da tribu de juda, doze mil aHl'nalados: da tribu de Ruf
b_em, doze mil allinalados: da tribu de Gad, doze mil aflinalados.
vli, 6doze
Da tribu de Afer, doze
mil aflinalados: mil ailinalados:
da tribu de Manalfe, dadoze
tribu
mildeailinalados:
Nephtha-_
.JJJ
;(: ‘
.
‚];—‚`
n.1; s. joaöî cagna “531
Capl'run-o IX.
'i DI time, tocando o quinto Anjo [im trombe“ , cabía lmâ' e/ìrelld 10 «а, qlc fißba a :have
Je alvyfma, ‚, ита ßufume e gofimboto: реп :: bomen: atormenmrem. 7 орд
rcccr da: {придет, feu „ши„ e feu Re) delle: ¿ra Идти“. 13 таты”
[exto Anja, farai/'allor u quairo Anjo: , c buâgrande multidao’ do: идиш.-інши
пп ‚ que avioô de matar . ппеіт рат dos homem. zo E com sudo „“ Ь,.
mem /ì mi „прокат.
...
1 Е топссз vioutro forte An'o, quedecendiado ceo, rodeado de
. ' ' hui nuvem: e cm [[на cabeça efláva o arco celefte: e ieu
rolle êra como o fol , e {сиз pês como Coluñasde Fogo.>
:, Е tinha em (ua таб hum livrinho aborto: e pós feu pé direito
-. —_ .-
‹
(obre omar, eoezquerdo fobre a terra.
‚ 3 Е
D Е S. ]? О А 6. Сар ХГ. 537
';- E bradou com grande voz.; como quando brama hum leaö: e
avendo bradado, aderaô os fete trovoês {uas чеш.
__ aOu,Falldf
4 Е avendo os fete trovoes dado Гааз vozeS, eu as ouvera de ef- mi
crever: e ouvi huä voz do ceo que me dizia, Sella as coul'as que os.
fete trovoês Faláiaô,_ e паб as el'crevas. . .
5 Е 0 Anjo que eu tinha viflo, que elhíva fobre o mar e (obre я:
terra, levantou (`на maô perao ceo,
6 E jurou poloque vive pera todo femprc jamais, que criou о
ceo e as coufas que n’elle ha, e a terra e as. coufas que n”ella ha, e
omar с as coulâs que n’elle ha, que mais tempo паб avería:
` 7 Porem que n’os dias da vozdo fetimo Anjo, quando comegar
a toœr a trombeta, {era-confirmado o fecreto de Deus, como a (eus
fcrvos os Prophetas о declarou.
8 Ea voz que eu do сео tinha ouvido, fallou comigo outra vez,
dizendo, Vae, e toma о livrinho aberto, que ей!! m maô do Am
joque СМ (obre o mar e fobre a terra. _ _
9 E fuime a о Anjo, e dille lhe: Dame o livnnho. E elle me
dille: Toma o,_ e engole о: e farte ha amargarfteufventre: porem.
em tua boca fer-í doce como mel.
1o~E tomeio livrinho da maô do Anjo, e enguli o: eréra cm
minha boca .doce como mel: рогещ como ocnguli, :ou meu ven`
tre amargo.' \
1 1 Entonces elle medille., >Importa que outx'atveziproìsvhetimsa»A
_muitospovos, œuaçoês, e lingoas,` e Reys.
CAPIJquLOy XI..
1 Ca то ]ллб media о сетріа :!: 'Deus deixandv defun a o palio. 3 Cbrißo da par
der á: dus: премии‚)“ da prophetizaf , е fluter mal а ffm inimìgar. 7 A lle/la
SM de аду/то : тип и: lcßemunlur. 9 Sobre uc fr gmac? и: “идет. x l Mar
de/pui: de tres día: e mejo ferai refufìitaa'ax, с île-:salvada: а a сео. x3 E falli-1_
hum grande tremor da terra, e dime obre a cidad: grande. »1f Tomada a [літо
Anja а tramávtn, „duw "Блад/`: ugfítaî a Deu: e a Chri/10. 16 Pm' ‚'Ла or»
'vinteo eдвигай/2714440
тм quatre Anciaâ; lauva'o' a Dau. 19 18O Vem
aasßnfior. „mpha deimDeu:
de Deu: febr:
[e alanl и: карт!, _
na tea.
CAPi'ruLo XII.
‘1 Hu.; 'ui/216 la Миди? que е/ід' пари“: ‚ l ¿a Drugaö 'vermelůo que queria tragar a/craßï
Ьа. ; о qual be arrebatado fem Вт;, eellaguardada ио defrm. 7 E vencida l Du
gaî par мЫм'е'і c feux Anja! be (enfada Jo ceo almixa. lo Hum [шпатели _fi
«uve по его. i; O Drague’ perjëgue a Mulber, que rom aß: de agnia vm я о dr
ffrta. 1 f А pas di: quan .: отгиб lança rl: fu.: bpm rias Je при, с а term п
traga. 17 0 рыдай/2113111771; comm d: ¿e тли Jefrm gfmgacî. 18 Е:}иб
fe para febre a area do mar.
УП ; Св
544. _ APOCALIPSE
CAPITULO XV.
х Jpnrmmfm Afijn que tinhaâas [тим-‚„„рмдм. z E Ьчт тп de „м,-„ ‚ арду ‚1,
ты! :[Iámó com harp# е_: que тиши-лба Be/Ía. 3 Ща lauwo'a Deutejnujuizn,
5 O trmpln на на fe ab", 6 D'fmie шт …! Anjo: com 'ne/hda! re/plnndecemef.
7 ,l quam foraö dadas fete дп,-4111: cbm: im de Dew. 8 о „mi/afg си
:be dafumad.: mage/fade de Deu/s.
СА
DE s: JoAö. Сар xvi. ‚45- ‘
CAPITULO XVI»
1- 11 garrafa; /ë derramaâ, aaprimeirafabreanrra. 3 А /ègunla ет отм. 4, ‚‹
пгиіт folm- а: гім, porque a jußifa de Deaußi lauf/ada. 8 А quartafoâre afal.
lo А quinta fabre a cadrira da Brßa , e tam mda a: bomen! f2 пид erregenden».
n A ferm /bóreo Eupbrnru. 13 Tm' rf/liritor immundax, fame/kann: а rnñ:
van' a n Ксу: d4 terra , per.: o: ajuntarpam bam/lm. l ; НиіцтосгЪтрао'рет velar.
17 A [тп… !“"ф/д derrama no ar, e rudo f/Ín' acabada. :! В:]сеиіе jblm
u lao/nm: hulì grande jàraiva , for mj.: tarifa blaffenmâ ‹: Бет.
CAPITULO XVII.
\
1 veyo hum dos fete Anjos, que tinhaô as fete garrafas,’e Fal
10u comlgo’ 'dilendomca уе… › e mOÍÍrarte ei acondeñaçam
da grande Fornitadora , que eflá afientada ГоЬге 1111111213 a oas.
z Com a qual Fornicáraö os Reys da terra, e os moradores da,
terra Ге embebedáraö com ó vinho de Гия fornicaçaó.
E levoume em efpirito ahum deferto, e vi huä Mulher allen
аОц , Pur- tada ГоЬге huá Вейц de cor de l graä, que еГЬіча с11еа de Потсз де
para. blafphemia, e tin'ha Íete cabeças, e dez cornes.
4 E a Mulherefláva vcñida de purpuraede graâ, eadornada com
__ 01110, е cc-m pedras preciofas, ecom perolas, etinha em 1112111261105.
`сора. де ouro theo das abominaçcês e da gugidade de fuafornicagaö.
5 Е
___—‹ _ ...... ___—___." . ,- —
__-...___.___
Zzz См '
5-48 APOCALIPSE
CAPI'ruLo XVIII.
| Hum Anjo дфмн: da ceu , :Je now anuncia а мы… da grande Bubilom'u. 4. Hui
exhormpao' que а pava de Der“ fabiße d'ella. 7 Centra [к.к/джинсы , e que jun
г.ппгте [he vimó [ma сит/113% 9 Блит hum grande ритм рог alla , as Re):
merca/lares, e nmrmhezrru. zo Forum ограда; ¿fervor de Вет/е goLnô e ale
gmo'. :! Сат bui grande ,vedra Invitad.: ил mar predil» bum Anja л extrem.: ca
bida da BJlulania. 2.2. E ¿rc/.1m que ninlmm ¿r1/Immune: de gozo/2mn" mais ет
‚Ц„ „т.т. 2.3 Parjìlufeitifuriu ¿crue/dad: contra а:12111305. '
САР1Т'ЦЬ0 XIX.
x Na по [а canta .1 H.1ll¢lu.jab porvi.: da juiujabreagrand: fornicadora. f Hui
outra ш: da tbrana ждал.-г tadas а: [ег-ил de Deus а двиг , parque viuda: fui a:
bada: da Cordura, e/ua Мидии/`: remja afan/bada. 9 Baniaz'emuradaxfr digg,”
a: que a cra .Tr/hu badiußzö Mamadas. lo [миранда/е о-АроЛоіа a of Pm do
Anja, _fai prohibida dea aulrfm aáarar, [таб ]оттпаопа. l 1 juó ш na bmi
amm 111/116 bum cavallo ‘branca com bum им!/тп, que/e dcfrem. 15- Eße рх];
Над-пт da im de Deut. ló E be Rey da; rays. 17 Hum outra Anja hama a fo
ам _а: аш: реп :amer а mme da: capitan: , : das outras, juntado: рту/‚"иди
guerra contra 0 que /abrea :nz/alla aß'emado e/iávil. zo Mas а ßeßße а alfa Pra.
Phetafaraó [Jugada: em o luga da figa. 2.1 E с "На ‘ffl/nja: marta :am л eff
padua
l.v defpois defi-'as coufas ouvi huä grande voz de hui grande mull.
' tidaô em о ceo, dizendo, Hallelujah; Salvaçaö , е gloriak
c honra, e, potencia teja a o Senhor noílb Deus. _
z Porque.` verdadciros ejuflos fam feus juizes, pols fezjufliça da
grande Fornicadora, que com fuafornicagaô tinha corrompidaa terra,
e da таб della vingou о langue dc (eus Геи/оз. '
‘;:Е diileraó outra vez: Hallein-jab. Е Гец fumo d’clla ГоЬе pera
i (empre ja mais.
4._ Е os vinte e quatro Anciaôs, е_ os quatro Animaes Ге lançáraô
ГоЬге (eus rollos, e adoráraô a Deus, 'queeíbíva aßentado nothrono ,
dizendo , Amen , Hallelujah,
; _P. thio huä voz do throno , dizendo, Louvaea nofi'o` Deus to
âos leus fervos, е vosoutros que otemcis, añi pequenos como gran.
es.
6 E ouvi como avoz de _huä grande multidaö, ecomo о roido
de uiuitas agoas, e como a voz de grandes trovoës, dizendo, Hal
lelu jah , pois o Senhor Deus Todopoderofo como Rey Reynou.
7 Gozemofnos , ealegremos nos, edemos lhe gloria: porque vin<
das faô as bodas do Cordeiro, e Гиз mulher Ге tem ja a arelhada.
8 Е foilhe dado que Ге villa de pano de linho Eni 11110, limpo e
refplandecente; vporque olinho ñniHîmo fam as juftiŕìcagoës dos San-
álos.. '
9_A E .
D E s. 10 А 6. Сар. XIX. „ï
E me diffe , El'créve. Bem-nventurados aquelles que á cea das
bodas do Cordeiro ßm chamados. Difl`e me tambem: Ellas fam as.
verdadeiras palavras de Deus.
19 Eeumelancei afeus рёв pera о adorar. Eelle me dille, Olha
queo naö [Гари,] teu confetvo fou, emais deteus irmaös, que о
tcllirnunho de Jeílls tem. Adotaa Deus, porque о геіЪітцпЬо de Je»
fus-he o el'pirito de profecía.
и Е vi o ceo abetto, e eis hum `cavallo branco: e aquelle que
fobre elle eíláva all'entado, fe chamava О Eel с verdadeiro , que ju
{tamente julga e batálha.Y
11 Е leus olhos éraô como chama de Fogo: e [avia] fobte Гия.
cabeça muitas Diademas: etinha hum nome elctito , oqual ninguem
fabia fe naö elle mefmo.
13 E elláva veftido de huä velle tingida em langue, .e feu nome:
fe chama , a palavra de Deus.
14.. E os exercitos no ceo o feguiaô emcavallos btancos , vefìidos
dc ñniflìmo linho btanco'e limpo.
t; E de lila boca fahia huä >efpada aguda, peracom ella ás Gen
tes fetir.' porque com Vara de ferro as governata: e pifao lagar do
vinho do furor e ira do Todopoderofo Deus.
16 Е em [[на] vefle e em fua coixa tinha el'ctito elle nome,
Rey dos reys, e Senhor dos fenhores.
17 Е vi hum Anjo que сш“… dentro do fol, ebradou com gran
de voz, dizendo a todas )as aves -que pelo meyo do ceo hiaô voando,
Vinde, e ajuntae vos a cea do grande Deus:
18 Peraque comaes a (ите dos Keys, e a came dos Capitaens,
e a carne dos fortes , e a; carne dos cavallos e dos que fobte elles Гс
Aall'entaö , e a carne de todos os livres c fervos, pequenos e grandes.
19 Е vi a Bella, e os Reys da tetta, e feusexetcitos juntos,
peta t'azetem guerra contra”o que fobre o cavallo allentado eltáva,
e. contra` Гец exercito.
zo Mas a Belta foi ptelà, e com ella >o Fallo Propheta que diante
d’cl|a Hzêra os Gnaes, com que enganára a os que о Gnal da Bella
tomáraô, e Гид imagem adorátarn. Elles dous fotaö langajos vivos
em о lago do Fogo de enonro ardente.
и Е 0 rcito Foi motto com a efpada que l'ahia da boca do que
fobre o cavallo eftáva allentado, e de fuas carnes fe fartáraô todas.
ast aves.
Zzzg.I Cay
.gp ArocALIPsE
CAPITULO ХХ
:1 Hum Anjo Är/Èemle do ceo com а chau: da лёг/то e amarm а _]Ъыии рп mil ли
им. 4, 0r тянут., е_и que nu' adara'mâ а Br/la , a/jenm'rao'fefobre tbrcnu e
com Cbrlr'ia mil дит; тиипб. ; М.:: а rtf/laßt.: morro. 6 Вет-‚шинный; [ед
Lem al que rem parle ma primeira refurreífaä. 1 fopaisdc mil мм: foi/blu a fu
xarms. 8 Eagan.: :lenovo тиім: пасиба, е ajimta a Gag e a Марг риа gurrrl
contra а ridad: amada. 9 С.;/1130 rl'el/er e de [дням. и «eilt-arzt: Imm Ihre»
un Были, fobre qual efli'ua итти/о bram d: сир preferita filgi a terra : o cu.
и. О: morta: ¿rundet a pequena; :#45 diante de Dem, taluno: as lit/raf, [вид]}!
gada: conforme л Jim: abra. i4. А „лапе e n in ето farai [enfado: no lage ¿c
fuga com tarlo: que каб/отб мыш efrrila: no livre da pida.
1 Evi hum novo ceo, е_ huä nova terra. Porque o primeiro сео
e a primeira terra fe tinhaido, e o mar ja naô éra.
z E eu _loaô vi a laneta cidade, a nova Ierulîllem , que de Deus»
defcendia do ceo, adereçada comoa efpofa pera feu marido ataviada.
3 Eouvihuä grande vozdoceo, quedizia, Eifaquio Tabernacu
lo de Deus com os homens, е com elles habitará, e elles feraô feu
povo, e o mefmo Deus ferai feu Deus com elles [грима.]
4. Е alimpará Deus toda lagrima de leus olhos, e naô averá mais
morte :. nem averamais pranto, nemclamor, nem trabalho: porque
as primeiras coufas fam paffadas. ^ _
5: E oque eítáva allentado fobreo throno difl'e: Eis que todas as cou~
fas Paço novas. E difleme, El'creve, porque eftas palavras faô 61315
e verdadeiras.
6 rIÉambernrnr: diffe, Feito he, Eu fou Alpha e Omega , o Prinri
pio
…. 'АРОСАЬіРЗЕ
ріо e о Fim: aqucm .river fede , de graça lhe darei da Гоше da agua.
da vida.
7 Quem vencer, herdarâ todas as coufas: e eu í'erei feu Deus, e
elle feráineu ñlho. —'
яОп,Тете-` % Mas a os * тедгоГоз, е a os incrcdulos, с a os abominavcis, «e
wf“, ”‘ fi' a os homicidas, e a os forniçadores, e a os feiticeiros, e a os idola
“"“" tras, e a todos os'mentirofos, ferá {царице п’о lago, que com fo
go e cnxofre ardendo ella: que he a morte fegunda.
9 E vcyo a my hum dos fete Anjos, que tivéraô as fete garrafas
cheas das lere derradeiras pragas, е fallou comigo, dizendo, Vern,
‹: тоі’сгагсе cil a Eí'pofa, a Mulher do Cordeiro.
чо E lcvoume em cfpirito a hum grande monte , e alto : е
шоі’сгоите a grande cidade, a fanëta _]erufalem, que de Deus do
` сео defcendia. ^ _ '
11 E tinhn a gloria de Deus: e Гиз luz [е’м] femelhante a huä
pedra precioíiílima, [4 [мг] como a pedi-a de jafpe, a о modo de
спад! rcfplandeceme.
и. Е. unha hû grande е alto muro com доте portas, e n’as por
ltris doze Anjos, e nonies n’ellas efcritos, que laô os [пошет] das
. доже lribus ~dos ñlho@ de lüaël. l
Ь 011.0…" 1 3 Da banda do'b Levante avia tres portas . da banda do Norte , tres
COU, Offi- рогшз, da Ьапда do MCYO día» ‹П'б Portas, е da banda do * Poentc,
It.
x. Fax' торг-Мо n o Apoßolo bum filo de «gaa da vida, иа mja pmja eßáva а aware
da vida. 3 Alguä: outra: ртр-[сдаём da: твта'оп: da nova Лифт/ет fé ¿aftre
шт. .6 А certeza c firmeza d'cßa: vg'oenuprapbnìar. 8 Paßrandojé jaag” ошт
vez, a o: рт :llo “(під ‚ ju reprendída. lo Hum mandada de m15ДЛ” aspalmera;
4.41: livro,v amdaque algun: а r/Iuaviaôdaduuzarpamjeu majarmßlga. 13 р,
clara о Clmßa que elle he в Alpha c Omega, e que [ад éema'vmfumdoxax que guar
duö Ли: mandammrn , ma: malapenmrada: o: que [лит aůamimçoms. 16 Tf/l
:Fim que mundo# feu ~Anja , pcm “тиаприд/ид Igreja. 17 A Eßmß de Chri/Ia
déja. а fun vinde. 13. Hua“ expreßîl defënjà de :auf: algun' [he: atrcfwfar au di
тітт. 20 Chri/10 "119906 опт '061, que cada ата d: vir, :acaba ‚Голд/сайта
com [які jkudaçaô Арфоіісл.
ï. . .
I Е me moftrou hum rio = uro de agoa viva , claro como cnftal, a0u,Limf«.
que procedia do throno eDeus, edo Cordeiro.
z No meyo de fua praga, e das duas bandas do rio, ePcáva aar
vore da vida, que dá doze fruitos, dando cada més Гец fruito: e as
folhas da arvore fam pera a Ъ faude das Gentes. b Ou ‚ Cum.
3 Е naö avera nenhua maldigaô contra [;;/диет :] mas n`el
la elìará о throno de Deus , e do Cordeiro , e feus Гед-703 o Гег
\ПГдО.
А aaa 4. Е
556 APOCALIPSE
c Ou , '_1-'rau 4. Е veráô Гец rollo , e eltará em l'uas ‹ 1е11а5 Геи поте.
1er. Е naö averá ali mais noite, enaô teraô neccllìdade de luzdc сап
dea, nem de luz de Г01: porque o Senhor Deus os alumia , e pera
todo l'empre Reinarím. .
6 E me dille, Ellas palavras Габ certase verdadeiras: е о Senhor,
oDeus dos Sanâtos Prophetas , cnviou Гец Anjo, a mollrar a leus Гег
vos as coufas que cedo ham de acontecer.
'7 Eisaqui eu vcnhocedo: bem-aventuradoaquelle que guarda as
Palavras da Prophecia d’eltc livro.
8 Е eu joaöl'ou aquelleque ouvi, evi ellas coufas. Е delpois que
ouvido c villo as tive, pollreime , pera adorar ante os pés do Anjo
que ellas coulas me moltríva.
9 Рогет elle me dille, Olha que o naö [fawn] porquanto eu
Гоц teu conlervo , e de teus irmaös os Prophetas, е dos que as pa
lavras d’elte livro guardam ; Adora a Deus.
10 Dillème tambem: Naö [elles as palavras da Prophccìa (Рейс
livro : porque perto eltá о tempo. .
1 1 Qucm he injullo, lejat ainda injulto : е quem he çujo, gugeà
Ге ainda : e quem he julio, leja ainda jultiñcado : e quem he Гап
6to, leja nindalànétilîcado.
17. Ora eisaqui eu venho cedo, ecoŕnigo ellá meu galardaô, pe
d Ou , Rf ra a œdahum d render conforme lua obra Гог.
(стр:/фи, 13 Eu Го'и 0 Alpha, e Omega , 0 Primeiro e о Всггасіеіго, о
Principio с о Fim.
14 ch-avcnturados aquelles que guardam leus „mandamento,
peraque 11’а arvoi'e da vida poder tenhaô , e que п`а cidade pelas
portas entrem. _
15 Рогст de Гога ellaráô os caens , с os Feiticeiros , e os for
nicadores, е_ os homicidas, e os idolatras , e qualqucr que ama c
comete mentira.
16 Eu Jefus enviei meu Anjo pera ellas coulas n’as Igre'as vos
telliñcar: eu lou a raiz е a delcendencia de David, a refplan ecentc
eltrclla da alva.
17 Е o Elpirito, e aEl'pofadizem, Vem. E quem ouve, diga,
ch. Е quem tem fede, venha: c quem quiler, de graça tomeda
agoa davida. _
18 Ora eu protello a cada qual queV as palavras da Prophecia d’e
ltr: livro ouve , que Ге algucm a ellas соиГаз acrecentar , Deus lhc
acrecentará as pragas que п’сі‘се livro ellam elcritas. Е
‚ 19
D E S. J O A О. Cap. XXII. 5-57
19 E (E: a] uem das palavras do livro d’eIta-Prophecia diminuir ,
Dcus lhe tiram (ua parte do livro da vida, c da fanãa cidade, c das
coufas que n”c&c livro ef’cam cfcritas.
zo Aquellc que d’cf‘tas couras da teficmunho , diz , Certamente
ccdovcnho. Amen. eAfiifejavemSenhorjcfus.
c Ou , От ,
и А graça dc подо ScnhorJefu Chrifto [faja] com todos vos vem.
outros. Amen.